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X Rally da Serra – Classic Car Club RS
2ª. Etapa do Campeonato Brasileiro de Regularidade FBVA
Porto Alegre (RS) - 14 de maio de 2011
Mais uma etapa do CBR se realizou no final de semana passado e desta vez a turma de ralizeiros marcou o
encontro no Sul do país, em Porto Alegre.
O Classic Car Club RS é um clube conhecido por seu acervo fantástico e também por organizar rallies há
muito anos , cada rallye tem uma formatação diferente num total de 3 ao ano e mais uma prova de
autódromo. São profissionais no assunto.
Este ano é a terceira vez que o CCCRS organiza uma etapa do CBR e como não poderia ser diferente, deram
um banho de organização e garantia de diversão para os todos os presentes.
Como todos vocês já sabem, sou navegadora da dupla no VW 1959, conhecido como ‘azeitona atômica’ e
infelizmente o carrinho sofreu avarias no motor na última etapa do CBR graças a nossa gasolina ‘made in
Brazil’ com componentes químicos adicionados a octanagem é tão violenta que acaba por derreter
diafragmas de bombas de combustível, um privilégio para poucos.
Mas em breve o personagem principal estará de volta às provas de rallye.
Mesmo com este infortúnio não desanimei em estar presente nesta etapa de Porto Alegre, pois além de ser
uma das melhores, a oportunidade em rever os amigos e documentar o evento definitivamente estavam nos
meus planos. Recebi um email carinhoso dos amigos Eurico Estima e Rodrigo Cirne Lima (Presidente)
oferecendo suporte logístico para a minha participação dividindo espaço na charmosa KOMBI da
organização em companhia da jornalista Luciana Peralta da ETC. de Juiz de Fora. Muito legal!
Ao chegar a Porto Alegre na sexta-feira dia 13 tratei de avisar os anfitriões que eu já estava acomodada no
hotel e Rodrigo Cirne Lima gentilmente passou para me buscar em seu Mustang 1966, um clássico! Nos
dirigimos à sede do CCCRS onde seria feita a primeira etapa da vistoria nos automóveis inscritos.
Estacionado em frente à sede um maravilhoso Triumph Stag 1973 e ao entrar me surpreendi com outra
visão fantástica, além do capricho na decoração, três automóveis de tirar o fôlego: Porsche 914 1972,
Mercedes-Benz 500 SEC , Citroën DS Pallas e o raríssimo Fiat 509S 1927 Speedster.
Encontramos Mauro Weck, feliz proprietário do Triumph Stag empenhado em deixar tudo prontinho para
receber os inscritos. Mauro aceitou mais duas mãos para acelerar na limpeza dos automóveis e para minha
grata surpresa me ofereceu um ‘test drive’ no Triumph pelas redondezas, estado de graça total ao acelerar
aquele ‘puro sangue inglês’ 3.0 V8 . Começamos muito bem!
Aos poucos os automóveis e ralizeiros foram chegando, em pouco tempo a rua em frente a sede do CCCRS
ganhou uma paisagem diferente atraindo muitos transeuntes que não se contentavam apenas em passar
pelo local, paravam para admirar as máquinas estacionadas e foram adquirindo um colorido elegante com
os adesivos de competição.
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Ao término dos trabalhos de inscrição, vistoria e adesivagem dos carros, seguimos para jantar no British
Club. Peguei uma carona com os amigos Henrique Michielon e James Mendonça no indelével e impecável
Ford Galaxie 1969 até o clube, fazia muitos anos que eu não andava neste automóvel é muito agradável a
sensação de flutuar.
Este clube é um dos mais tradicionais de Porto Alegre, fundado em 1922 por cidadãos britânicos que
vieram trabalhar em empresas estrangeiras com sede no Rio Grande do Sul decorado em estilo britânico
chamou a atenção de todos pela elegância.
Dois importantes detalhes justificaram a nossa presença na sede deste clube; foi o primeiro a organizar
rallies de regularidade para automóveis na região e também já foi presidido por Rodrigo Cirne Lima, atual
presidente do CCCRS.
Logo na entrada do clube o painel em madeira em formato de heráldica lista as duplas vencedoras desde a
primeira edição em 1955 até o ano de 2010, a presença maciça das mulheres na formação das duplas
confirma que rallye é coisa de mulher, sim senhor!
Ao término do delicioso jantar seguimos para o hotel, eu peguei uma carona com os amigos Paulo Geraldini
e Taís Cardozo estávamos hospedados no mesmo local então ficou mais prático, visto que eu estava sem
meu companheiro móvel de viagens e rallies. No caminho Taís comentou que a dupla formada por seu
marido Paulo e o primo Murilo comportava-se muito mal durante as provas porque discutem muito, quase
entram em conflito a cada mudança de tulipa no livro de bordo. Este comentário me deixou muito
pensativa e com o desejo de provar desta experiência e testemunhar um fato atípico, duplas de rally que
brigam o tempo todo. Muito curioso.....
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Dormi feito uma pedra, mas não ao ponto de acordar atrasada para pegar uma carona com a dupla Murilo
e Paulo Rubens até a largada no British Club. Murilo compareceu no horário, Paulo Rubens atrasou-se e
como penitência não tomou café da manhã, com cara de poucos amigos embarcamos na super Variant
1971, automóvel muito original e com procedência indiscutível.
No caminho até o local da largada eu me atrevi a propor a minha presença como a ‘zequinha’ da equipe,
nunca ocupei este posto mas sei quais são as funções do terceiro elemento. Se você conseguir uma cópia do
livro de bordo, ótimo! Se não for o caso esteja atento para que a dupla não se agrida verbalmente desviando
a atenção dos objetivos principais, ou seja, manter a velocidade de acordo com o tempo e; muito
importante: não erre o caminho!
O sol teimava em aparecer e o clima frio típico da estação nesta região e inspirou a elegância das duplas nos
trajes, botas, casacos, jaquetas e gorros davam um charme especial.
Largada
No estacionamento do British Club aos poucos aos competidores chegavam e estacionavam os automóveis,
formaram-se grupos para trocar idéias e informações até o momento do ‘briefing’ , todas as informações
foram passadas por Mauricio Milano (Diretor de Prova) , Jaime Zechin ( Diretor de Cronometragem) e
Fábio Lazzaroto (Diretor de Roteiro).
Presentes as autoridades; Henrique Thielmann presidente da FBVA e Miguel Meira de Vasconcelos Diretor
da CBA representante oficial para os rallies de veículos históricos
A qualidade dos automóveis foi do mais alto nível, sinceramente não seria justo citá-los em ordem de
beleza, raridade ou importância, todos espetaculares. Confirmam todas as fotos nesta edição.
Além das duplas que vieram dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo a grata
surpresa foi a presença do uruguaio Andrés Buela que foi navegador de Leonardo Tumelero competidor
local com seu VW Sedan 1973 inscritos na categoria Especial e vencedores da mesma.
Há alguns minutos antecedentes a largada todos os presentes foram convocados para a foto oficial em
seguida cada um ocupou o seu lugar nos automóveis e foram enfileirando-se para a largada às 09h00min.
O primeiro automóvel da fila foi o VW Sedan 1954 nº 01 de Paulo Cordeiro e Luiz Carlos Mendoza e a cada
minuto largava um conjunto com destino a Garibaldi, ponto NEUTRO para o almoço..
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Como a minha colaboração como ‘zequinha ‘estava muito restrita , pois eu não conseguia enxergar o livro
de bordo no colo do navegador Paulo, então dei uns palpites como por exemplo : parem de falar bobagens e
concentrem-se no rallye! Segundo declarações desta dupla o resultado na geral do CBR foi surpreendente,
classificaram-se numa posição muito superior das provas anteriores. Zequinha talismã?
Após a nossa largada às 09h11min. estranhei o navegador pressionando o piloto para que acelerasse o
automóvel, visto que haviam vários semáforos pelo caminho. Como a ‘zequinha’ não estava em condições
de opinar por não ter acesso ao livro de bordo e principalmente por estar ocupando um posto muito
disputado ao ‘auto convidar-se’ calou-se e manteve este comportamento impecável.
A caminho do próximo ‘ponto’, o estresse tomou conta do habitáculo da Variant 1971 e erramos na
referência nº 30 (para pista lateral seguindo para BR 386), acesso importante para o NEUTRO de 16:03
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min. Encontrar o primeiro retorno para voltar ao trecho e retomar o caminho. Ao chegarmos ao Posto BR
da rodovia citada, a dupla de competidores ‘percebeu’ que todo aquele trecho desde a saída na largada era
um ‘DESLOCAMENTO’ que se transformou em desloucamento no decorrer do dia de prova. Lembrei-me
muito da esposa do navegador e seus comentários na noite anterior.
Encontramos os primeiros conjuntos já saindo para a pista, início de ZONA CONTROLADA e a prova
estava valendo.
Chegada a nossa hora partimos para Garibaldi. No DESLOCAMENTO seguinte em Montenegro nosso
piloto se irrita com um automóvel comum que atrapalhava a nossa passagem, tive a confirmação de que o
experiente piloto soube explorar o potencial daquele veículo de 40 anos de idade.
Vinícola Peterlongo
Finalmente chegamos a Garibaldi para o evento na vinícola Peterlongo. Na entrada o banner do CCCRS
dava-nos as ‘boas vindas’. A sede da Peterlongo é estupenda, a maior construção em pedra basalto da
América latina e a primeira cave subterrânea do Brasil. Iniciou as atividades em 1913 por Manoel
Peterlongo como produtor de ‘champagne’ e mantém até hoje a liderança e exclusividade no segmento. É
um banho de história e sabores visitar esta vinícola e para nossa alegria fomos recebidos com maestria por
uma guia que nos conduziu até as profundezas das caves revelando os métodos de elaboração do produto.
No final deste roteiro fomos levados ao túnel de vento, utilizado para gelar a bebida com saída para a parte
externa da construção. Segundo a nossa guia quem passasse por este túnel seria agraciado com menos 10
anos na certidão de nascimento, mas um comentário muito inteligente de Eduardo Cotrim nos fez pensar;
‘Todos perderão suas placas pretas’ ou seja, rejuvenescer tem seu preço.
Ao sairmos do túnel da juventude encontramos com Eurípedes e Lola de Blumenau os organizadores da
próxima etapa do CBR, tinham acabado de chegar a Garibaldi para nos encontrar. Segundo Eurípedes,
presidente do Auto Veteranen Club a organização vai surpreender os participantes. Não podemos
faltar!
Seguimos nossa guia em direção ao momento tão esperado; a degustação.
Provamos um Elegance Champenoise Brut para deleite de todos, mas o ritual para abrir a garrafa no
método de ‘sabrage’ foi mais que comemorado, sensacional! Um espirituoso competidor sugeriu que na
última etapa do CBR que se realizará em Itaparica (BA) o mesmo método seja aplicado para abrir cocos,
nada mal desde que a água seja servida também em taças.
Finalizada a degustação fomos todos para a loja da Peterlongo para nos abastecermos com os produtos e
trazê-los para casa. Em seguida foi servido o almoço para darmos continuidade à nossa prova.
Muitos competidores apuraram o passo para não se atrasar, outros nem tanto e a conseqüência destes
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atrasos são fatais; aumento na velocidade regulamentada, comprometimento na concentração e
principalmente erro na leitura do livro de bordo. Vocês verão a seguir.
Ao sairmos da vinícola e rumamos em direção a ‘Carlos Barbosa’ na saída de Garibaldi ao entrarmos na
rodovia nosso navegador, que se atrasou para finalizar o almoço indicou uma estrada secundária ao piloto,
a ‘zequinha’, repito, não encontrava-se em condições de dar palpites e muito menos contestar o navegador,
limitou-se a um ataque de riso. ‘Mas isto são horas de visitar sua tia Úrsula, Paulo Rubens? Deixemos a
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cuca de banana para mais tarde!’. Menos mal estávamos novamente em DESLOCAMENTO, ou
desloucamento? Pior é que um automóvel competidor estava logo atrás de nós e foi induzido ao erro,
todos parados em frente a um sítio com uma placa de VENDE-SE na porteira. Manobrar e ir embora são as
únicas soluções, mas o ataque de riso teimava em não cessar.
Fizemos uma pausa na Loja Sagace para tomar um café e aproveitar para levar produtos típicos da região,
como o piloto estava preocupado com o horário decidiu permanecer no veículo, a Zequinha desceu e o
navegador também. Muita confusão na hora de pagar para não nos atrasarmos, o navegador furou a fila e
passou gentilmente na frente de um grupo de senhoras idosas e saímos na correria. Como o piloto não pôde
saciar a fome, levei uns pacotes de salgadinhos para o nosso condutor. Vi a alegria estampar em seus olhos
e ao mesmo tempo a fúria do navegador ao proibi-lo de degustar os salgadinhos para não perder a
concentração. A confusão estava armada, muita discussão no habitáculo e a perda da concentração de
todos os ocupantes. Conseqüência? Atrasos sobre atrasos. Murilo como um piloto muito firme não se
intimidou com as curvas e a chuva que molhava a pista e provou que é bom no volante, acelerou com muita
vontade e a Variant seguiu firme até sairmos de uma curva fechada a direita e em seguida para a esquerda
e fomos pegos no flagrante por um importante observador estacionado no acostamento; o presidente da
FBVA, Henrique Thielmann. Thielmann sinalizou para diminuirmos a velocidade e acabou por levar as
duas mãos na cabeça com um semblante de pavor. Segunda fase do ataque de riso.
Ao encontrá-lo na chegada da prova evidentemente que a ‘zequinha’ foi advertida pelo patrão da FBVA que
sugeriu um pouco mais de juízo. Eu não merecia esta bronca.
Premiação
À medida que as duplas foram chegando ao Clube Veleiros do Sul, local da chegada e da celebração, foram
tomando seus lugares nas mesas e formando grupos de amigos. A ansiedade era visível e o nervosismo de
alguns também.
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Como qualquer prova esportiva no mundo, surgem divergências entre os competidores, devemos evitar que
se leve adiante estas questões ao ponto de criar situações de desconforto. Por isso é indispensável que todos
os inscritos estudem o regulamento da prova com antecedência para não criar mal entendidos. O espírito
esportivo está acima de qualquer resultado, pois estamos ali para nos divertir, curtir nossos antigos e
principalmente fazer amigos.
Os resultados foram divulgados logo após o jantar e algumas duplas merecidamente confirmaram o
favoritismo no campeonato.
Uma turma que leva a sério a brincadeira mostrando muita competência.
Resultados
PERFORMANCE DE CADA COMPETIDOR
RESULTADO DA PROVA GERAL
RESULTADO DA PROVA GERAL DO CAMPEONATO BRASILEIRO
RESULTADO DE CADA CATEGORIA DO CAMPEONATO BRASILEIRO
No site do Classic Car Club – RS é possível acompanhar o desenvolvimento individual de cada equipe na
prova em um programa de animação.
Confira AQUI
Este rallye afirma a competência do CCCRS em organizar e realizar estas provas. São amigos para lembrar
sempre e sentir falta quando não estão presentes nestas brincadeiras. Meus agradecimentos a Eurico
Estima, Rodrigo Cirne Lima, Rosário Veppo, Mauro Weck, Antonio Greca, Mauricio Milano, Oscar Leke,
Fernando Largura, Alberto Quevedo e todos os amigos do Classic Car Club RS pela acolhida, o belo final de
semana e até breve!
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A Rivalidade entre os VW Sedan na cat. E
Em 2010 os resultados para a minha equipe foram sensacionais com a vitória do campeonato brasileiro na
cat. E.
Quando fomos participar da penúltima etapa no Rio Grande do Sul no X Rally Internacional, uma dupla
do Rio de Janeiro me abordou no jantar da premiação e anunciou o fim da invencibilidade da minha
equipe na cat. E no campeonato deste ano. Achei engraçado, pois sempre vence o melhor, mas estávamos
mesmo precisando de concorrentes e principalmente concorrer com automóveis semelhantes.
Na primeira etapa deste ano em São Paulo encontramos a dupla do Rio de Janeiro com seu VW Sedan 1954
e lembro-me de termos trocados olhares intimidadores antes da largada, eu, meu piloto e a outra dupla.
Todos sabem o que aconteceu com meu automóvel competidor, fundiu o motor. Para a felicidade da dupla
carioca que levou o primeiro lugar nesta etapa. Infelizmente o fusquinha verde não ficou pronto para a
etapa de Porto Alegre nem para s 1000 Milhas Históricas Brasileiras mas, vai estar para Blumenau.
Sergio Cordeiro ao me encontrar em Porto Alegre não perdeu a chance de soltar algumas piadinhas e
segundo Miguel Meira de Vasconcelos diretor da CBA, sem sombras de dúvida a interferência de São
Sebastião nesta história é mais que provável. Assista ao vídeo com a surpreendente revelação do piloto do
VW 1954, Sergio Cordeiro do Rio de Janeiro e tirem suas próprias conclusões. É inacreditável!
Grande abraço a todos!
Elisa Asinelli do Nascimento
[email protected]
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Agradecimentos especiais:
Revista Classic Show
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