UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ODONTOLOGIA COMPARAÇÃO DO EFEITO REMINERALIZADOR DO FLÚOR EM GEL E ESPUMA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO CRISTIANE ARAÚJO MAIA SILVA Orientadora: Prof.ª Dr.ª Renata de Oliveira Guaré Romano Co-orientadora: Prof.ª Dr.ªJainara Maria Soares Ferreira Dissertação apresentada ao Mestrado em Odontologia, da Universidade Cruzeiro do Sul, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Odontologia. SÃO PAULO 2014 AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL S579c Silva, Cristiane Araújo Maia. Comparação do efeito remineralizador do flúor em gel e espuma: ensaio clínico randomizado / Cristiane Araújo Maia Silva. -São Paulo; SP: [s.n], 2014. 86 p. : il. ; 30 cm. Orientadora: Renata de Oliveira Guaré Romano. Dissertação (mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Cruzeiro do Sul. 1. Odontologia 2. Desmineralização do dente 3.Remineralização dentária 4. Fluorescência 5. Cárie dentária. 6. Centro de Especialidades Odontológicas – CEO (Guarabira, PB). I. Romano, Renata de Oliveira Guaré. II. Universidade Cruzeiro do Sul. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. III. Título. CDU: 616.314(043.3) UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO COMPARAÇÃO DO EFEITO REMINERALIZADOR DO FLÚOR EM GEL E ESPUMA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO CRISTIANE ARAÚJO MAIA SILVA Dissertação de mestrado defendida e aprovada pela Banca Examinadora em 10/11/2014. BANCA EXAMINADORA: Prof.ª Dr.ª Renata de Oliveira Guaré Romano Universidade Cruzeiro do Sul Presidente Prof.a Dr.ª Michele Baffi Diniz Universidade Cruzeiro do Sul Prof.ª Dr.ª Mariane Emi Sanabe Universidade Camilo Castelo Branco Dedico esse trabalho a todas as pessoas que acreditam no meu potencial, em especial à minha mãe, pessoa digna e honrada que sempre ao meu lado, próxima ou distante, nutre minha esperança de dias melhores, senão pelo apoio em minha formação acadêmica também pelo exemplo de vida, de coragem e perseverança. AGRADECIMENTOS A Deus e Nossa Senhora, por sempre me conceder sabedoria nas escolhas dos melhores caminhos, coragem para acreditar, força para não desistir e proteção para me amparar. Esta Dissertação de Mestrado em Odontologia, área de concentração em Odontopediatria foi possível ser realizada graças à amabilidade e disponibilidade de várias pessoas, as quais manifesto os meus sinceros e reconhecidos agradecimentos, em particular à minha família, minha mãe, minhas irmãs e meu pai pelo apoio e incentivo sempre presentes; Ao meu esposo Renato Filho, pela paciência, abdicação e ajuda nos momentos mais difíceis dessa caminhada; Aos meus 3 filhos, Renata, Caio e Igor por entenderem que eu necessitava estudar e em alguns momentos não dar tanta atenção a vocês; pelo amor, apoio, confiança e motivação incondicional, que sempre me impulsionam em direção às minhas vitórias deixando leve os meus desafios; À minha filha do coração, Suzana, pelo empenho e disposição em querer sempre me ajudar, você esteve ao meu lado durante esses 21 meses e não mediu esforços para me auxiliar, sempre com uma solução simples para os meus problemas que pareciam ser gigantes, sem você eu não teria chegado ao fim; À minha coorientadora, Jainara Ferreira, pela extrema capacidade intelectual, pelo bom coração em sempre poder ensinar e ajudar nos mais distintos momentos; muito obrigada pela ajuda, ensinamentos, orientações e contribuições. Por me receber em sua casa de portas abertas e sempre estar à disposição, respondendo minhas dúvidas e me incentivando a acreditar que tudo daria certo. Realmente, deu certo, e você é parte essencial desse trabalho; À minha orientadora, Renata Guaré, por ser sempre tão solícita, incentivo e apoio constantes durante todo o mestrado, pela confiança em mim depositada; À banca, representada pelas professoras Michelle Diniz e Mariane Sanabe, pela ajuda, orientação e ensinamentos; Aos amigos mestrandos e doutorandos por tornarem os módulos mais fáceis, serem ajuda e companhias agradáveis durante todo esse tempo; À minha atendente de Guarabira, Janaína Ferreira, que durante as 9 semanas do estudo, fora as semanas que antecederam com palestras, se mostrava firme, dando todo apoio necessário, fazendo com que a rotina da pesquisa se tornasse mais leve, sem você Jana, teria sido muito mais difícil e estressante. Às minhas amigas dentistas do CEO de Guarabira, Drª Anne, Drª Kelly e Drª Tatyany, por me ajudarem quando precisava no empréstimo do carro para buscar pacientes e durante as palestras nas escolas, esse apoio foi fundamental para concluir a pesquisa. Aos professores do mestrado por tanto conhecimento fornecido e ainda pela amizade e disposição em ajudar sempre; Aos meus chefes, tanto da Universidade quanto do CEO de Guarabira por entenderem que havia a necessidade de ausência em vários momentos e pelo incentivo ao estudo; Ao professor Edmilson Mazza que realizou todos os testes estatísticos fundamentais para que eu concluísse esse estudo; Aos amigos que sempre incentivaram para que essa caminhada fosse menos árdua e acreditaram que eu conseguiria chegar ao fim; A todos que contribuíram direta ou indiretamente para que eu pudesse chegar até aqui, colaborando para meu crescimento pessoal e intelectual. “Antes de sentirmos que somos bons mestres estejamos seguros de que somos bons estudantes”. PITÁGORAS SILVA, C. A. M. Comparação do efeito remineralizador do flúor em gel e espuma: ensaio clínico randomizado. 2014. 86 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia)–Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2014. RESUMO O objetivo do presente estudo foi comparar o efeito remineralizador do gel fluoretado acidulado (Flugel® 1,23% FFA, DFL®) e do flúor em espuma acidulado (Flúor Care® 1,23% FFA, FGM®) em dentes permanentes superiores anteriores de crianças na faixa etária de 7 a 12 anos de idade, através de um ensaio clínico randomizado. A pesquisa foi realizada no Centro de Especialidades Odontológicas - CEO, de Guarabira–PB, após calibração da examinadora. Foram selecionadas 58 crianças, com 146 lesões de cárie inicial ativas (mancha branca, MB) em elementos dentários permanentes anteriores, divididos aleatoriamente em 2 grupos (G1- Flúor em espuma acidulado Flúor Care® e G2- gel fluoretado acidulado Flugel®), submetidos a 04 ou 08 aplicações em intervalos semanais de um dos produtos fluoretados. Foi realizado o registro do risco à cárie da criança, IHO-S (Índice de Higiene Oral Simplificado) de cada dente selecionado no exame inicial (S1), após a 4ª (S5) e 8ª (S9) semanas, avaliação dimensional da MB através de sonda periodontal WHO (Trinity®) e régua milimetrada, e atividade da MB conforme escores de Nyvad, Machiulskiene e Baelum (1999). A randomização foi realizada de forma estratificada de acordo com a dimensão da mancha branca a receber o produto fluoretado. A análise estatística realizada pelos testes: Qui-quadrado de Pearson, Exato de Fisher, Wilcoxon, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. O programa estatístico utilizado foi o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) na versão 20.0, com nível de significância de 5%. Após a 4ª aplicação, semana 5 (S5), observou-se para G1, 40 inativações de MB e para G2, 27 inativações de MB. Na avaliação final semana 9 (S9) encontrou-se mais 5 MB inativas no G1 e 3 MB inativadas em G2, sendo 63,4% das lesões inativadas quando foi usado a espuma e 42,6% das lesões quando foi usado o gel. Em relação ao IHO-S nos três momentos de avaliação (S1, S5 e S9), houve uma redução na média entre a S1 e S5 sendo estatisticamente significante, correspondendo a uma higiene oral boa ao longo do estudo. O risco à cárie ao longo do estudo diminuiu percentualmente, inicialmente todas as crianças eram do risco alto. Conclui-se que, a espuma fluoretada e o gel FFA apresentam comportamento similar com relação ao efeito remineralizador, no entanto, houve uma maior quantidade de MB remineralizadas no grupo que usou a espuma. Palavras-chave: Fluoreto de fosfato acidulado, Manchas brancas, Remineralização dentária, Cárie dentária, Desmineralização do dente, Flúor, Dentição permanente. SILVA, C. A. M. Remineralizing effect comparison of gel and foam fluoride: a randomized clinical trial. 2014. 86 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia)– Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2014. ABSTRACT The aim of this study was to compare the remineralizing effect of acidulated fluoride gel Flugel® (1.23% APF, DFL®) and acidulated fluoride foam Fluoride Care® (1.23% APF, FGM®) in maxillary anterior permanent teeth of children aged between 7-12 years old, by a randomized clinical trial. The research was conducted at the Center for Dental Specialties - CEO of Guarabira-PB, after examiner's calibration. Were selected 58 children, with 146 active initial caries lesions (white spot, WS) in permanent anterior teeth, they were randomly divided into two groups (G1acidulated fluoride foam Fluoride Care® and G2 acidulated fluoride gel Flugel®), and were assigned to 04 or 08 weekly intervals applications of one fluoridated product. It was registrated the children caries risk, OHI-S (Simplified Oral Hygiene Index) of each selected tooth at the initial examination (W1), and after the 4th (W5) and 8th (W9) weeks dimensional evaluation of WS through WHO probe (Trinity®) and millimeter ruler, and WS activity according to scores of Nyvad, Machiulskiene and Baelum (1999). Randomization was performed in a stratified manner in accordance with the white spot dimension that will receive the fluorinated product (p> 0,05). The statistical analysis was held by the tests: Chi-square test, Fisher exact test, Wilcoxon, Mann-Whitney and Kruskal-Wallis. The statistical program utilized was SPSS (Statistical Package for Social Sciences) version 20.0, with a significance level of 5%. After the 4th application, week 5 (W5), was observed for G1, 40 inactivation of WS and for G2, 27 inactivation of WS. In the final assessment week 9 (W9) was founded 5 more inactive WS in G1 and 3 WS inactivated in G2, being 63,4% of inactivated lesions when the foam was used and 42,6% when the gel was used. Regarding the OHI-S at the three evaluation moments (W1, W5 and W9), there was a average reduction between W1 and W5 which is statistically significant, corresponding to good oral hygiene throughout the study. The percentages of caries risk decreased throughout the study, initially all children were high risk. It was concluded that the fluoride foam and gel APF exhibit similar behavior in relation to the remineralizing effect, however, there was a greater amount of remineralized WS in the group using the foam. Keywords: Acidulated phosphate fluoride, Dental caries, Tooth remineralization, Tooth demineralization, Fluorine, Dentition permanent. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 12 2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................... 15 2.1 Cárie ............................................................................................................... 15 2.2 Fluoretos ....................................................................................................... 20 2.2.1 Gel fluoretado ............................................................................................... 22 2.2.2 Espuma Fluoretada....................................................................................... 24 2.2.3 Dentifrício Fluoretado................................................................................... 26 2.3 Estudos Comparativos ................................................................................. 28 3 OBJETIVOS .................................................................................................... 32 3.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 32 3.2 Objetivos Específicos................................................................................... 32 4 HIPÓTESES .................................................................................................... 33 5 METODOLOGIA ............................................................................................. 34 5.1 Aspectos Éticos ............................................................................................ 34 5.2 Tipo de Estudo .............................................................................................. 34 5.2.1 Avaliação da qualidade do Estudo Clínico Randomizado ........................ 34 5.3 Local do Estudo ............................................................................................ 35 5.4 Amostra ......................................................................................................... 35 5.5 Calibração ..................................................................................................... 35 5.6 Critérios de Elegibilidade ............................................................................. 36 5.6.1 Critérios de Inclusão .................................................................................... 36 5.6.2 Critérios de Exclusão ................................................................................... 36 5.7 Coleta de Dados ............................................................................................ 37 5.8 Análise Estatística ........................................................................................ 45 6 RESULTADOS ................................................................................................ 46 7 DISCUSSÃO ................................................................................................... 56 8 CONCLUSÃO ................................................................................................. 64 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 65 APÊNDICES ............................................................................................................. 70 APÊNDICE A:TERMO DE COMPROMISSO DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL .. ........................................................................................................................ 71 APÊNDICE B: TERMO DE ANUÊNCIA ................................................................... 72 APÊNDICE C: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............. 73 APÊNDICE D: TERMO DE ASSENTIMENTO DA CRIANÇA .................................. 77 APÊNDICE E:INSTRUMENTO DA COLETA DE DADOS ....................................... 79 APÊNDICE F: AVALIAÇÃO DO RISCO À DOENÇA CÁRIE - CAMBRA ............... 81 ANEXOS ................................................................................................................... 83 ANEXO A: PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP .......................................... 83 ANEXO B: PROTOCOLO DE REGISTRO NA PLATAFORMA INTERNACIONAL PARA REGISTROS DE ENSAIOS CLÍNICOS ......................................................... 85 12 1 INTRODUÇÃO A cárie é decorrente do acúmulo de biofilme nas superfícies dentais e exposição frequente a açúcares da dieta. A doença cárie é provocada pelas bactérias naturalmente presentes na boca, sendo a dieta determinante. Além disso, nenhuma vacina anticárie ou agente antibacteriano foram usados para que fosse possível observar o declínio da cárie atual. É uma doença biologicamente controlável pela escovação dental, disciplina do consumo de açúcar e uso racional dos fluoretos (CURY, 2001). A cárie dentária é resultante de constantes flutuações de pH na interface entre a superfície dentária e os depósitos microbianos, resultando em processos de desmineralização e remineralização. Múltiplos fatores etiológicos da doença favorecem a predominância do processo de desmineralização ao longo de um período de tempo, há uma excessiva perda de minerais que, persistindo, leva à desorganização e a dissolução dos tecidos dentários duros (DINIZ, 2006). A cárie é uma doença caracterizada por um processo dinâmico resultante do metabolismo microbiano na superfície do dente, acarretando perda de minerais ao longo do tempo, com características clínicas de mancha branca até a presença de cavidade. Independentemente do seu tamanho ou profundidade, é importante avaliar a atividade das lesões, porque lesões ativas exigem tratamentos distintos e apresentam prognóstico diferente (FERREIRA et al., 2005). A cárie dentária é uma doença multifatorial e que resulta de uma combinação de três fatores principais: hospedeiro e dentes suscetíveis, micro-organismos do biofilme dental e substrato. Um quarto fator, tempo, é relevante uma vez que mesmo em presença dos três outros fatores, o desenvolvimento da cárie dentária é um processo relativamente lento e pode levar tempo para que a lesão de cárie seja observada clinicamente (KEYES, 1962). Os processos metabólicos que originarão a cárie são influenciados por inúmeros fatores dentro da cavidade oral, como o grau de diminuição de pH e a extensão dos períodos em que o pH é baixo, que serão dependentes do fluxo salivar 13 e da capacidade tampão do biofilme e da saliva. Além disso, a composição da saliva, biofilme, dieta e a concentração de flúor influenciarão o equilíbrio dinâmico entre o depósito microbiano e a superfície do dente (THYLSTRUP; FEJERSKOV, 2005). Segundo Bussadori et al. (2006), se não houver um tratamento adequado e direcionado para as lesões iniciais de cárie, denominadas mancha branca, a doença irá progredir e lesões em dentina surgirão como consequência da ação das bactérias acidogênicas. A ação do flúor na prevenção e terapêutica do processo de desenvolvimento da lesão de cárie dental tem sido comprovada como resultado da utilização de produtos fluoretados nas suas diversas formas de apresentação, diferentes concentrações e frequência de aplicação, garantindo sua presença constante na cavidade bucal (van RIJKOM et al., 1998; CURY, 2001; MARINHO et al., 2003). Com o entendimento da cárie dental como doença, compreende-se também que seu tratamento e prevenção requerem, além da utilização do flúor, medidas educativo-preventivas que incluem orientações quanto aos hábitos alimentares e de higiene. Entretanto, apesar do uso isolado do flúor não impedir o desenvolvimento da cárie, o declínio mundial dessa doença durante as últimas décadas tem sido atribuído a sua ampla utilização (CURY, 2001). O flúor age como um importante auxiliar para a manutenção do equilíbrio mineral dos dentes, atuando diretamente na dinâmica do processo de desmineralização (FEATHERSTONE, 1986; tenCATE, 1990). Inicialmente, o efeito inibidor da cárie era atribuído à incorporação de flúor nos cristais de hidroxiapatita durante a formação dos dentes, tornando-os mais resistentes às quedas de pH. Este fato levou à disseminação da fluoretação das águas de abastecimento público, sendo o efeito sistêmico do flúor à época considerado o principal responsável pelo declínio da cárie dental (HICKS; GARCIA-GODOY; FLAITIZ, 2004). Todavia, atualmente, sabe-se que o efeito tópico e local é o mais importante na redução da prevalência da doença. Acredita-se que a interação pós-eruptiva com o esmalte seja mais relevante e há consenso de que o flúor importante é aquele mantido constante na cavidade bucal, o que é capaz de interferir diretamente no 14 desenvolvimento e progressão da lesão de cárie, reduzindo a quantidade de minerais perdidos, inibindo a desmineralização, e aumentando a quantidade reposta, implementando, desta forma, a remineralização (tenCATE, 1990). Entretanto, alguns compostos fluoretados de uso profissional também auxiliam neste processo e podem ser utilizados em diversas formas de apresentação. Considerando as diferenças de apresentação e preço do flúor gel e espuma, parece ser de interesse clínico a avaliação do efeito terapêutico destes produtos, levando em consideração a relação custo x benefício, uma vez que estes produtos possuem composição de flúor semelhante. Sendo que atualmente o uso da forma em espuma é uma alternativa ao gel, porém sem evidências de sua efetividade, propósito do presente estudo. Neste sentido, esta pesquisa propõe avaliar o efeito comparativo do flúor gel e espuma na dentição permanente em crianças em idade escolar. 15 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Cárie A cárie dentária é uma doença multifatorial definida como um resultado da perda de minerais conduzindo a dissolução de tecidos duros dentais por importantes flutuações de pH dentro do biofilme na superfície do dente (FEJERSKOV, 2004; KIDD; FEJERSKOV, 2004; MOURA; MOURA; TOLEDO, 2006). Essa dissolução progride desde um nível ultra-estrutural invisível clinicamente às primeiras manifestações visíveis de perda mineral (lesão incipiente), chegando até a destruição total do dente (THYLSTRUP; FEJERSKOV, 2005). A biologia do processo da cárie dentária envolve a perda mineral do dente de acordo com leis físico-químicas por meio de um processo dinâmico (OSTROM, 1984; ZERO, 1999; THYLSTRUP; FEJERSKOV, 2005). Os carboidratos fermentáveis da dieta são metabolizados por bactérias do biofilme dental, produzindo ácidos que ocasionam queda do pH bucal, atingindo valores inferiores a 5,5, pH crítico para dissolução da hidroxiapatita. Neste momento, a composição da saliva em cálcio (Ca+) e fosfato (PO4-) torna-se inferior ao produto solubilidade da hidroxiapatita, sendo a tendência físico-química o esmalte perder cálcio e fosfato para o meio bucal, devido ao rompimento de ligações moleculares da estrutura da hidroxiapatita, ocorrendo à dissolução do esmalte, processo denominado desmineralização (KOULORIDES; CAMERON, 1980; CURY, 2000). De acordo com Zero (1999), em presença do biofilme dental de fraca atuação, baixa ingestão de carboidratos e/ou condições favoráveis de higiene bucal, os ácidos produzidos pelo biofilme difundem-se pela saliva, estimulando as glândulas salivares a aumentar o fluxo salivar, ativando o sistema tampão, e como conseqüência, elevação do pH em busca de neutralidade. Durante o processo de neutralização dos ácidos, o meio bucal torna-se supersaturado em relação ao produto de solubilidade da hidroxiapatita, o esmalte tende a ganhar cálcio e fosfato do meio bucal num processo denominado remineralização (KOULORIDES; CAMERON, 1980; CURY, 2000). 16 Segundo Keyes (1962), a representação de 3 círculos sobrepostos indicam que é necessária a concentração dos fatores contribuintes do hospedeiro, da microflora e do substrato para que a cárie seja ativa. É preciso que haja uma intercessão dos 3 fatores para que a cárie ocorra caso contrário, a cárie não avança, não existe, se detém. Nos casos da doença inativada é importante saber os valores dos 3 parâmetros antes de atribuir a causa a um único fator. Segundo Nyvad (2004), recomenda-se que a orientação de higiene seja direcionada às necessidades de cada indivíduo e que, no caso da presença de lesões ativas de cárie, o paciente e seu responsável sejam orientados a iniciar a escovação pelas áreas que apresentam as lesões, explicando de forma simples e objetiva, o papel do biofilme dental no desenvolvimento da cárie e demonstrar a diferença entre os dentes limpos e dentes cobertos por biofilme sendo medidas que podem auxiliar a aumentar a adesão do paciente e de seus responsáveis ao tratamento. A atenção é dada hoje a pesquisas científicas e ao cuidado em detectar a doença cárie avaliando o estágio das lesões (NYVAD, 2004). Em 2010, um levantamento epidemiológico nacional mostrou um decréscimo de 25% no número médio de dentes cariados, perdidos e obturados (CPOD) aos 12 anos, acompanhado por uma redução de 29% no número médio de dentes cariados, em relação ao observado no levantamento epidemiológico nacional realizado em 2002-2003. Essa importante tendência de declínio da cárie e aumento no acesso a serviços também foi observada em adolescentes e adultos. Entretanto, a redução da cárie na dentição decídua no mesmo período foi de apenas 18%, com 80% dos dentes afetados permanecendo sem tratamento (BRASIL, 2010). O primeiro inquérito nacional, realizado em 16 capitais em 1986, mostrou um CPO aos 12 anos de 6,7, ou seja, aproximadamente 7 dentes afetados pela doença, sendo a maioria destes ainda sem tratamento. Em 2003 foi realizado o primeiro inquérito de saúde bucal que incluiu, além de todas as 27 capitais, os municípios do interior. Neste estudo de 2003, o CPO aos 12 anos foi igual a 2,78 e, na pesquisa de 2010, o CPO aos 12 anos ficou em 2,07, correspondendo a uma redução de 26,2% em 7 anos. Considerando o componente do CPO relativo especificamente aos 17 dentes não tratados (cariados), a redução foi de mesma magnitude (de 1,62 para 1,21) (BRASIL, 2010). Ainda com relação à cárie dentária, destacam-se as importantes diferenças regionais. Comparando-se as regiões naturais, são expressivas as diferenças nas médias do CPO aos 12 anos: o Norte (com 3,16) e o Nordeste (com 2,63) e também o Centro-Oeste (com 2,63) têm situação pior que as regiões Sudeste (1,72) e Sul (2,06). Os valores extremos (Norte e Sudeste) mostram uma diferença de cerca de 84%. Além disso, no Nordeste a proporção de dentes restaurados em relação ao CPO total é menor que no Sudeste, indicando que o maior ataque da doença combina-se com menor acesso aos serviços odontológicos. Comparativamente ao observado em 2003, esse padrão de diferenças regionais se manteve (BRASIL, 2010). Os resultados do Projeto SB Brasil 2010 indicam que, segundo a classificação adotada pela OMS, o Brasil saiu de uma condição de média prevalência de cárie em 2003 (CPO entre 2,7 e 4,4), para uma condição de baixa prevalência em 2010 (CPO entre 1,2 e 2,6). O método visual é o melhor método para se detectar lesões de cárie. Entretanto, esse exame deve ser feito com o máximo de rigor, utilizando condições adequadas, como ambiente iluminado, superfície dentária seca, após escovação e que favoreçam a verificação de todos os quesitos necessários para detectar, estimar profundidade e avaliar cavidades presentes (BRAGA et al., 2012). Nyvad, Machiulskiene e Baelum (1999) descreveram um novo conjunto de critérios clínicos de detecção de cárie que diferenciam entre lesões de cárie ativas e inativas, tanto cavitadas e não cavitadas e avaliaram a confiabilidade desses critérios em uma população com alta experiência de cárie. De acordo com os autores citados, existe uma necessidade de definir novas normas para avaliação in vivo de cárie, através de sistemas de detecção de cárie. Hoje sabe-se que a odontologia operatória não estaciona a progressão da doença, de modo que algo mais necessita ser realizado. Assim, o fluoreto tem emergido como uma opção terapêutica conservadora, a fim de diminuir a velocidade de progressão da cárie dentária, impedindo o processo de desmineralização, 18 aumentando o processo de remineralização e paralisando lesões desenvolvidas. De acordo com as "Recomendações para o uso de flúor para prevenir e controlar a cárie dentária nos Estados Unidos" (Fluoride Recommendations Work Group, 2001), o flúor é necessário ao longo da vida para prevenir a cárie dental e o uso do flúor pode levar a uma redução dos gastos públicos e privados (FERREIRA et al., 2005). A prevalência de lesões de manchas brancas na população é pouco conhecida já que a maioria dos estudos epidemiológicos utilizam os índices (CPO), que não quantificam essas lesões. Por outro lado, estudos epidemiológicos realizados nos últimos anos demonstraram uma diminuição na prevalência de cárie mundial. Apesar da redução da gravidade desta doença, a incidência de cárie é elevada em populações mais carentes, em contraste com o aumento do número de pessoas sem estas lesões e com maior poder aquisitivo (FERREIRA; MENDES, 2005). A mancha branca é a primeira manifestação visual clínica da cárie dentária (MONTEIRO JR, ANDRADA; BARATIERI, 1985; BALDISSERA; DIAS; BUSATO, 1987; ZERO, 1999), sendo caracterizada pela desmineralização da subsuperfície do esmalte, com aumento da porosidade devido à perda mineral dos tecidos locais profundos para a superfície externa (THYLSTRUP; FEJERSKOV, 2005). Segundo Maltz e Carvalho (2003), manchas brancas rugosas e opacas indicam lesões ativas, enquanto que manchas lisas e brilhantes indicam lesões inativas. Lesões de manchas brancas são as desmineralizações que ocorrem na superfície do esmalte, isto é resultado de alterações sucessivas de pH na interface dente/biofilme provocada pelo metabolismo bacteriano. A lesão é caracterizada clinicamente por uma cor esbranquiçada e por uma aparência áspera e opaca, e é caracteristicamente localizada em regiões de acúmulo de biofilme. Esta opacidade é percebida através do fenômeno óptico que ocorre quando o dente é seco. Com o aumento da porosidade do esmalte resultante da perda mineral da camada subsuperficial é gerada uma dispersão da luz e perda de translucidez normal do esmalte (FERREIRA; MENDES, 2005). Quando a lesão é visualizada com uma superfície úmida, provavelmente ela já comprometeu toda a extensão do esmalte e já houve desmineralização da 19 dentina; porém quando a mancha branca é vista apenas mediante a secagem, ela provavelmente se encontra superficialmente no esmalte (FEJERSKOV; KIDD, 2005). Uma das formas disponíveis para avaliação da atividade de lesões de cárie é por meio de características clínicas diferentes entre lesões ativas e inativas. A presença de biofilme sobre a lesão é um forte indicativo para diferenciar lesões de cárie ativas de inativas. Uma lesão ativa está em franco desenvolvimento, se algo não for feito para controlar sua progressão (pelo paciente ou pelo profissional), a lesão certamente progredirá, cavitando ou ampliando sua extensão. Em lesões inativas, se nada for feito, provavelmente se manterá a mesma; se progredir, será tão lento que nunca será perceptível clinicamente, pois de alguma forma houve o controle dos fatores etiológicos, especialmente o biofilme sobre a lesão (BRAGA et al., 2012). As lesões ativas geralmente se localizam em regiões mais propensas ao acúmulo de biofilme como a face oclusal e cervical, principalmente o chamado biofilme “maduro”, portanto é bastante útil para diferenciar lesões ativas de inativas. O biofilme maduro pode ser evidenciado por meio de corantes de 2 tons. O biofilme cora em vermelho quando se tratar de biofilme depositado mais recentemente e em azul quando o biofilme tiver sido depositado anteriormente, isto é, biofilme maduro (BRAGA et al., 2012). Durante muitos anos, estas lesões foram tratadas com intervenções invasivas devido à crença de que o processo de cárie, uma vez iniciado, terminaria necessariamente na formação de cavidade no dente. No entanto, os avanços dos estudos na área de cariologia revelaram que estas lesões são reversíveis desde que as condições ambientais sejam modificadas. Alguns pesquisadores (SILVERSTONE, 1977; MONTEIRO JR; ANDRADA; BARATIERI, 1985) acreditam que a reversão ocorre devido à remineralização da superfície do esmalte desmineralizado, especialmente quando o íon fluoreto (flúor) está presente em uma concentração suficiente para a cavidade oral. A escovação supervisionada semanal é capaz de inativar manchas brancas de esmalte. Desta maneira a má higiene bucal aumenta a probabilidade de manter manchas brancas ativas (FERREIRA et al., 2005). 20 A atividade da lesão está diretamente relacionada com a sua velocidade de progressão e, portanto, não pode ser suprimida da etapa de detecção de lesões, visto que é uma das características mais intrinsicamente ligadas à escolha diferencial de tratamento. Essa atividade da lesão vem sendo bem mais estudada nos últimos tempos em virtude da sua grande importância na determinação do prognóstico de uma lesão de cárie (BRAGA et al., 2012). As informações baseadas em evidências visam auxiliar os dentistas no diagnóstico, detecção e controle da doença cárie. Em 1995, o Journal of the American Dental Association publicou um suplemento que define a avaliação de risco à cárie e descreveu como os dentistas devem considerar o paciente de acordo com o seu risco de desenvolver cárie dental. Desde então, duas abordagens de avaliações de risco à cárie têm sido desenvolvidas com base nas necessidades específicas das populações e dos indivíduos. Um método é a abordagem da população desenvolvida no campo da epidemiologia e saúde pública. Essa abordagem baseia-se na identificação e quantificação de fatores de risco que significativamente comprometem a saúde da população, com estratégias de intervenção que afetam populações, como água fluoretada comunitária (DOMEJÉAN et al., 2011). O gerenciamento de cárie pela avaliação do risco Caries Management by Risk Assessment (CAMBRA) é projetado para uso em recém-nascidos a crianças de todas as idades. É fácil de usar e oferece uma abordagem de gestão da prevenção da doença, que integra a avaliação de risco de cárie na infância como um componente integral de uma visita completa a saúde oral (RAMOS-GOMEZ; MANWAI, 2011). 2.2 Fluoretos Os fluoretos assumem papel significativo no processo des-remineralização (SILVERSTONE, 1977; ten CATE, 1997). A presença constante de flúor no meio bucal mediante a utilização dos métodos tópicos ocorre devido à formação de depósitos de fluoreto de cálcio (CaF2) sobre as superfícies de esmalte, atuando como um reservatório de íons flúor controlado pelo pH (RÖLLA,1988; ÖGAARD, 1990; RÖLLA; ÖGAARD; CRUZ, 1993; ten CATE, 1997). 21 O CaF2 se encontra estável na saliva em pH neutro, adsorvido em íons fosfato (HPO4²-) na superfície do esmalte, sendo esta fase considerada de pouca solubilidade (CRUZ; RÖLLA, 1991). Quando o pH atinge valores inferiores a 5,5, o HPO4²- é dissolvido, expondo CaF2, que é solubilizado parcialmente liberando flúor (RÖLLA, 1988). Por sua vez, a supersaturação deste íon promove a reprecipitação mineral na forma de fluorapatita, que é responsável pela inibição do processo carioso (RÖLLA; OGAARD; CRUZ, 1993). Quando o pH retoma valores normais, o CaF2 restante adsorve novamente íons HPO4²-, estando apto a participar de novo ciclo de des-remineralização (CURY, 2000). O potencial de formação de fluoreto de cálcio pode ser aumentado nos preparos destinados à aplicação tópica de flúor (ÖGAARD; SEPPA; RÖLLA, 1994). Para isso, deve-se elevar a concentração do agente tópico, aumentar o tempo de sua exposição ao esmalte dentário e/ou reduzir o pH do produto empregado (CRUZ; RÖLLA, 1991). Quando o produto com alta concentração de flúor e baixo pH é colocado em contato com a superfície dental, ocorre a dissolução das camadas mais superficiais do esmalte, e o cálcio dissolvido é precitado sobre o dente na forma de CaF 2 (fluoreto de cálcio) que é recoberto por cálcio, fosfato e proteínas da saliva, formando uma espécie de capa protetora que retarda a eliminação do composto, fazendo com que ele opere como um agente de liberação lenta de flúor (MORENO, 1993). O CaF2 fica adsorvido sobre a superfície do dente agindo como um reservatório de flúor disponível para atuar nos momentos de queda de pH, intervindo diretamente na dinâmica do processo de des-remineralização e, desta forma, interferindo na progressão da lesão de cárie (FEATHERSTONE, 1986; ten CATE, 1990; CURY, 2001). Produtos contendo alta concentração de fluoreto para aplicação profissional (géis, vernizes) também já demonstraram sua eficiência clínica em estudos controlados, conforme Ferreira et al., 2008 e Soares e Valença, 2003. Esses produtos, além de aumentarem a concentração de fluoreto na cavidade bucal no momento da aplicação, têm um adicional: formam reservatório de CaF2. Esse mineral se forma pelo contato do fluoreto, em alta concentração no produto, com íons cálcio disponíveis na cavidade bucal. Assim, a formação do CaF 2 é maior 22 quando se utiliza um produto acidulado, pois a liberação de íons cálcio da superfície dental aumenta a reatividade com o fluoreto do produto. O CaF 2, também poderá se formar no biofilme dental remanescente, mas sendo o biofilme indispensável para o desenvolvimento de cárie, a limpeza dental deverá sempre ser recomendada antes da aplicação de tais produtos pelo profissional. Além disso, a formação de CaF 2 é maior em dentes com lesões de cárie incipientes, onde a porosidade da estrutura dental é maior e aumenta-se a área para reação do fluoreto. Assim, quando é feita uma aplicação tópica de fluoreto serão beneficiadas não só as superfícies dentais que apresentam lesões ativas de cárie, mas também outras superfícies nas quais a lesão ainda não está visível. O CaF2 depositado no dente funciona como um reservatório de fluoreto, liberando o íon para o meio bucal para interferir com o processo de cárie (TENUTA; CURY, 2010). A participação dos fluoretos é fundamental na prevenção do processo de perda mineral do esmalte, em decorrência da formação de um reservatório de fluoretos na cavidade oral resultante da deposição do fluoreto de cálcio e liberação do mesmo em pH baixo, aumentando a remineralização e retardando o processo de desmineralização (CLAUDINO et al., 2007). O conceito de pH crítico tem sido estabelecido em Odontologia para definir quando a saliva não tem mais capacidade de proteger a estrutura mineral dos dentes, isto ocorre quando o pH passa do valor de 5,5 para 4,5. Por outro lado, considerando-se que nos dias atuais as pessoas estão expostas ao flúor, seja pela ingestão de água e/ou pelo uso de dentifrícios fluoretados, a presença constante de flúor na saliva muda suas propriedades físico-químicas com relação ao chamado pH crítico de dissolução do dente (CURY, 2010). 2.2.1 Gel fluoretado O flúor fosfato acidulado (FFA) é um agente cariostático eficaz que foi amplamente investigado no último meio século. Nas últimas décadas, FFA géis têm sido frequentemente usados em clínicas odontológicas e programas de prevenção em escolas em muitos países (HAWKINS et al., 2003, MARINHO et al., 2003). 23 Nas últimas décadas, os efeitos do FFA gel na prevenção da cárie foram recentemente confirmados por dois artigos de revisão sistemática (VAN RIJKOM et al., 1998, MARINHO et al., 2003). A meta-análise dos estudos clínicos mostrou que o efeito de inibição da cárie com tratamento do gel de FFA foi de 21% (MARINHO et al., 2003). No entanto, a maioria dos ensaios clínicos avaliou o efeito preventivo do flúor gel em lesões de cárie nos primeiros molares permanentes em crianças de 15 anos de idade. Embora o efeito de flúor fosfato acidulado em gel (FFA-gel) na redução da cárie dental em dentes permanentes esteja baseado em evidência, prévio estudo in situ realizado sob baixo desafio cariogênico sugere que a aplicação profissional de FFA-gel por 4 minutos não promove maior resistência a desmineralização ao esmalte permanente do que 1 minuto, porém sob maior desafio cariogênico o resultado poderia ser diferente. Além disso, apesar dos dentes decíduos serem mais susceptíveis à cárie do que os permanentes não há estudos na literatura que comparem o tempo de aplicação de FFA-gel no esmalte decíduo (CALVO et al., 2011). O flúor fosfato acidulado (FFA) a 1,23%, desenvolvido por Brudevold et al. (1963) contém fluoreto de sódio (NaF) a 1,23% adicionado a 0,1M de ácido fosfórico tamponado em um pH entre 3 e 4, baseado na observação de que o esmalte tem maior aquisição de CaF2, pelo uso de soluções acidificadas do que por soluções neutras (SOARES; VALENÇA, 2003). As estratégias preventivas devem ser empregadas para reverter as alterações provocadas pela doença no esmalte através de um tratamento não invasivo. Fluoreto tópico tem sido utilizado como um adjuvante no tratamento das lesões de cárie iniciais. Entre as aplicações contendo flúor, a utilização de flúor fosfato acidulado profissional (FFA) é amplamente utilizado. Num estudo in situ (PAES LEME et al., 2004), a presença de fluoreto desempenhou um papel importante na remineralização do esmalte. Sem a remoção do biofilme e sob desafio cariogênico, o FFA gel reduziu a desmineralização do esmalte, quando utilizado sozinho. No entanto, a utilização do dentifrício fluoretado sozinho ou em combinação com FFA gel não mostrou diferenças entre os grupos em relação à redução de perda de 24 mineral do esmalte. Resultados semelhantes foram encontrados em outro estudo que avaliou a redução do tamanho da lesão (BONOW et al., 2013). Outras pesquisas sobre o tratamento preventivo de lesões de cárie incipientes ainda são necessárias. Uma pesquisa sobre o melhor regime de fluoreto para auxiliar na remineralização de lesões iniciais é importante a fim de fornecer uma base de evidência mais forte para a utilização profissional da aplicação tópica de fluoreto (BONOW et al., 2013). No estudo de van RIJKOM et al. (1998), os autores salientavam que futuros estudos clínicos deviam incidir sobre o efeito de inibição da cárie adicional ao tratamento com flúor gel sendo representativo na população infantil apresentando diminuição da cárie ativa em geral, usando creme dental com flúor e que a eficácia do tratamento com o flúor gel tem de ser avaliada de acordo com as frequências de aplicação e do status de risco à cárie dos participantes, necessitando ser comparada com a eficácia de outros métodos de prevenção, incluindo as relações de custo / benefício. De acordo com alguns autores (RIPA, 1987, RIPA, 1990), estima-se que o método possibilita uma redução na ocorrência de novas superfícies cariadas entre 23% e 33%, com regime de aplicações semestrais profissionais (eficácia adicional em relação ao anual). Além disso, os efeitos preventivos permanecem um a dois anos após a interrupção das aplicações. Há evidências de que a efetividade do flúor fosfato acidulado varia de 20-30% a 30-50% na redução da prevalência da doença cárie (BARROS et al., 2008). 2.2.2 Espuma Fluoretada Sob os riscos de intoxicação por outros meios de utilização do flúor, houve uma preocupação na busca de meios mais seguros, principalmente em crianças. Deste modo, o FFA na forma de espuma foi criado com consistência mais atrativa para a população infantil (FAUST et al., 20013). Além de proporcionar deposição de flúor semelhante ao gel (HAYACIBARA et al., 2004), é vantajoso por necessitar de menor volume para aplicação, visto que há uma redução de 80% do produto requerido para cobrir os dentes (WHITFORD et al., 1995) e, ainda, uma menor 25 quantidade de flúor fica retida na cavidade bucal após a aplicação, diminuindo, assim, o risco de intoxicação. O FFA em espuma vem sendo considerado um método mais seguro para a utilização do flúor na Odontopediatria (WHITFORD et al., 1995). A ingestão excessiva de flúor durante aplicações de gel em crianças menores de 5 anos de idade pode resultar em toxicidade aguda (DUXBURY et al., 1982, RIPA, 1990), portanto, não é recomendado o uso de FFA gel em crianças pequenas, menores que 04 anos ou que não saibam cuspir. A eficácia do FFA em espuma vem sendo comprovada em estudos clínicos como o de Jiang et al. (2005) realizado em 24 meses, no qual observaram que a aplicação profissional bianual do FFA em espuma foi efetiva na redução do incremento de cárie na dentição decídua em crianças de 3 a 4 anos de idade. Em outro estudo clínico, também de 24 meses, em crianças de 6 a 7 anos de idade, comparando com o efeito do FFA em espuma e gel, concluíram que a aplicação semestral de FFA em espuma pode reduzir efetivamente a incidência de cárie em primeiros molares permanentes, e que seu efeito foi similar em relação ao FFA em gel (JIANG et al., 2005). Há preocupações relativas à toxicidade potencial do fluoreto para as crianças de ingerir excesso de gel (que contém cerca de 10 vezes mais flúor por peso do que o dentifrício), e foi para resolver este problema que o FFA espuma foi desenvolvido (OLIVEIRA et al., 2012). O flúor em espuma é um produto relativamente recente, com a mesma concentração de fluoreto (1.23%) e pH (3-4), como gel de FFA convencional mas requer apenas cerca de um quinto da quantidade, em peso, para cobrir adequadamente uma arcada dentária, o que reduz significativamente a exposição ao fluoreto e retenção por parte do paciente (WEI; CHIK, 1990; WHITFORD et al., 1995). Os dois produtos de FFA também são semelhantes em termos de suas habilidades para depósito de flúor na superfície do esmalte (WHITFORD et al., 1995). Um agente de flúor em espuma tem duas vantagens: (1) é muito mais leve do que um gel convencional e, por conseguinte apenas uma pequena quantidade do 26 agente é necessária para administração de aplicação tópica (por exemplo, a quantidade de gel convencional necessário é de 4 g, enquanto menos do que 1g de espuma será necessário); (2) o flúor em espuma possui uma ação de limpeza através da redução da tensão superficial, isso também pode facilitar a penetração do material em superfícies interproximais onde é mais necessária a sua ação (WEI; HATTAB, 1989). 2.2.3 Dentifrício Fluoretado Segundo Oliveira et al. (2012), com base na melhor evidência científica disponível, todas as crianças de todas as idades devem usar dentifrício fluoretado com pelo menos 1000 ppm de flúor, e o uso de dentifrício com baixa concentração de fluoreto aumenta o risco à cárie na dentição decídua e não protege contra o desenvolvimento de fluorose esteticamente indesejável nos dentes anteriores permanentes. Apesar de ser recomendado que as crianças sejam levadas ao dentista ao completarem um ano de idade a fim de serem transmitidas aos pais orientações sobre os cuidados relacionados à manutenção da sua saúde bucal, é muito mais provável que um pediatra seja o primeiro profissional de saúde a ter a oportunidade de tratar essa questão com a família de uma criança. Assim, é essencial que os pediatras disponham de informações corretas e atualizadas sobre os principais problemas que podem comprometer a saúde bucal das crianças e sobre as formas de como preveni-los, sendo de grande importância nessa questão, os benefícios e os riscos do uso dos dentifrícios fluoretados na primeira infância e o encaminhamento ao odontopediatra (OLIVEIRA et al., 2012). Em uma revisão sistemática publicada pela Colaboração Cochrane em 2010, os autores confirmaram que os dentifrícios com concentrações iguais ou maiores que 1000/1055/1100/1250 ppm de F produzem redução significativa na incidência de cárie quando comparados a um dentifrício placebo, por terem o efeito anticárie. O risco de desenvolver cárie foi 14% menor em crianças em idade pré-escolar que escovam os dentes com dentifrício contendo concentração padrão de F quando comparadas a crianças em idade pré-escolar que escovam os dentes com dentifrício sem flúor. O risco de desenvolver cárie em crianças em idade pré-escolar que 27 escovam os dentes com dentifrício contendo baixa concentração de F não foi significativamente diferente do risco de desenvolver cárie em crianças em idade préescolar que escovam com dentifrício sem flúor. O risco de desenvolver cárie foi 13% maior em crianças em idade pré-escolar que escovam os dentes com dentifrício contendo concentração baixa de F quando comparadas a crianças em idade préescolar que escovam os dentes com dentifrício com concentração padrão de flúor. O risco de desenvolver fluorose esteticamente indesejável nos incisivos superiores em crianças em idade pré-escolar que escovam os dentes com dentifrício contendo baixa concentração de F não foi significativamente diferente do risco de desenvolver fluorose em crianças em idade pré-escolar que escovam os dentes com dentifrício contendo concentração padrão de F (SANTOS et al., 2012). A fluorose é resultado da ação do F circulante no sangue e não do F disponível na cavidade bucal. Devido à ação tóxica do F, durante a mineralização do esmalte dentário na fase de maturação pré-eruptiva, uma porcentagem maior de proteína permanece na estrutura do esmalte hipomineralizado. O mecanismo de ação do F na fluorose, diferentemente do que ocorre em relação à cárie, é dose dependente, ou seja, o desenvolvimento de fluorose depende da quantidade de F ingerida. Todas as fontes de F ingerido durante a mineralização do esmalte dentário podem contribuir para o desenvolvimento de fluorose (OLIVEIRA et al., 2012). Um ensaio clínico randomizado (ECR) não mostrou benefícios adicionais após o tratamento de lesões cariosas incipientes com FFA, sugerindo que a escovação supervisionada semanal desempenhou um papel mais importante. Os resultados sugerem que a escovação supervisionada semanal foi capaz de deter manchas brancas de esmalte e que a má higiene bucal aumenta a probabilidade de manter manchas brancas ativas (BONOW et al., 2013). Alguns estudos (PAES LEME et al., 2004; BIESBROCK et al., 1998; PAES LEME et al., 2003); mostraram a escovação com dentifrícios fluoretados por si só é capaz de levar a paralisação de lesões de mancha branca. O interessante é que poucas crianças de 3 a 4 anos têm seus dentes escovados pelo menos duas vezes por dia em casa. Escovar duas vezes por dia com uma quantidade do “tamanho de ervilha” com 1000 ppm de flúor presentes no dentifrício, e cuspindo ao final da escovação, continua sendo uma das intervenções preventivas mais eficazes que 28 existem. O uso envolvendo dentifrício fluoretado, géis, espumas ou vernizes do berçário a crianças em idade escolar dependem do risco individual à cárie, especialmente aqueles localizados em meio a áreas de alta prevalência. Deve-se estabelecer uma prioridade, no entanto, e incentivar todos os pais a aceitar e agir de acordo com sua responsabilidade de escovar os próprios dentes das crianças duas vezes por dia até que os filhos tenham idade suficiente para fazê-lo por si mesmos (JIANG et al., 2005). No estudo de Ferreira et al. (2005) foi avaliado a eficácia da escovação supervisionada semanal com creme dental e um gel de flúor fosfato acidulado 1,23% (FFA) sobre a reversão da lesão branca para tratar lesões incipientes de esmalte, depois de examinar 307 crianças de 12 anos de idade que apresentavam manchas nas superfícies vestibulares de incisivos superiores permanentes, distribuídas aleatoriamente em 3 grupos. Os resultados foram analisados após 3 meses e sugeriram que a escovação supervisionada foi capaz de deter manchas brancas de esmalte e que a má higiene bucal aumenta a probabilidade de manter manchas brancas ativas. Em linha com o melhor conhecimento científico disponível, destaca-se: O Ministério da Saúde, no Guia de Recomendações para o uso de fluoretos no Brasil, alerta que dentifrícios com baixa concentração de F ou sem F não são recomendados. A Academia Americana de Pediatria recomenda o uso de dentifrício fluoretado para todas as crianças que possuam dentes. A Academia Americana de Odontopediatria recomenda como procedimento preventivo primário, o uso de dentifrício fluoretado duas vezes ao dia e a Associação Brasileira de Odontopediatria esclarece que usando-se uma pequena quantidade de dentifrício de concentração de F convencional (1000-1100 ppm F), a quantidade de F ingerida é segura em termos de fluorose dental e o benefício anticárie é mantido (OLIVEIRA et al., 2012). 2.3 Estudos Comparativos Um estudo foi realizado com 46 crianças comparando produtos fluoretados, um gel e uma espuma, com relação às quantidades de produto e flúor (F) aplicados, concentrações salivares de F, e incorporação de F no esmalte. Metade dos indivíduos foram tratados durante 4 minutos com o gel e a outra metade com a 29 espuma. Uma biópsia de esmalte foi realizada com condicionamento ácido e todas as amostras de saliva foram coletadas antes e depois de cada tratamento. Significativamente menos F foi aplicado aos dentes e retido pelos sujeitos, quando a espuma FFA foi usada. Concentrações salivares de F, após o tratamento com o gel foram maiores do que após o tratamento com a espuma. As diferenças na absorção de esmalte F, tanto a 15 min e 16 dias após as aplicações da FFA, no entanto, não foram significativas. Os dois produtos foram equivalentes no que diz respeito ao esmalte F captação; apenas cerca de um quinto o máximo de produto de espuma é necessária para uma adequada cobertura dos dentes, o que reduz significativamente a exposição F e retenção pelo paciente (WHITFORD et al., 1995). Outro estudo cruzado, cego, randomizado, que avaliou a retenção de flúor na saliva de 10 crianças, na faixa etária entre 08 e 10 anos, com atividade de cárie após aplicação tópica de flúor na forma de gel e espuma. A retenção do flúor na saliva dessas crianças após tais aplicações dos 2 produtos, possuiu diferença após 5 e 15 minutos da aplicação. Foi recomendada a aplicação tópica de flúor espuma, com base na menor probabilidade de toxicidade durante seu uso (BARROS et al., 2008). Mais um estudo, avaliou, in vitro, o efeito do FFA, gel e espuma, por 1 e 4 minutos, sobre lesão de cárie artificial em esmalte de dentes decíduos, submetido à ciclagem de pH. A análise dos valores demonstrou que os grupos gel (1min) e espuma (4min) apresentaram melhor desempenho apesar de não haver diferenças estatisticamente significativas. A avaliação indicou diferença significativa somente na profundidade 60μm (p=0,005). De acordo com os dados observados, uma única aplicação de FFA, em gel ou espuma, por 1 ou 4 minutos, não foi suficiente para a remineralização de lesão de cárie artificial em esmalte de dentes decíduos (FAUST et al., 2013). Um estudo in vitro avaliou a formação de flúor fracamente ligado ao esmalte após a aplicação tópica profissional de flúor gel, verniz e espuma. Os dados mostraram que todos os produtos tópicos profissionais formaram uma quantidade significativa de CaF2 na superfície do esmalte, quando comparado com o grupo controle. No entanto, a formação de CaF2 não era proporcional ao teor total de F nos produtos. Concluiu-se que a eficácia de produtos de aplicação tópica profissional na 30 formação de CaF2 é mais relacionada com o pH e que o veículo utilizado para a concentração de F no produto. Tanto o gel acidulado como a espuma acidulada e o verniz mostraram resultados estatisticamente semelhantes. No entanto, a formação de CaF2 no grupo de espuma foi superior que o gel e verniz. Uma diferença possível entre os dois produtos que poderia explicar este fato é o pH da espuma ser ligeiramente menor quando comparado com o gel (HAYACIBARA et al., 2004). Houve um estudo com 661 crianças recebendo aplicação de flúor espuma e flúor gel, onde concluiu-se que a aplicação profissional de 6 meses de espuma fluoretada e gel fluoretado foram eficazes na redução da incidência de cárie dentária em superfícies lisas de primeiros molares permanentes de crianças de 6 e 7 anos de idade. Levando-se em conta a diminuição do risco de ingestão do fluoreto, a aplicação de espuma fluoretada deve ser recomendada. Estudos clínicos futuros são necessários para avaliar as relações entre o efeito de inibição da cárie de gel e de espuma (JIANG et al., 2005). A descalcificação do esmalte é um sério problema clínico em pacientes ortodônticos, e é geralmente observado como lesões de mancha branca circundante. A finalidade do estudo de Jiang et al. (2013) foi avaliar o efeito da aplicação tópica de flúor em espuma sobre a redução da formação de lesões de manchas brancas em pacientes com aparelhos ortodônticos fixos. O estudo foi duplo-cego, randomizado, controlado por placebo, onde 100 participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos. Os dois grupos receberam flúor espuma e espuma de placebo, respectivamente, a cada dois meses durante o tratamento. Os exames antes de colagem e após a descolagem foram realizados pelo mesmo examinador. A incidência de lesões de manchas brancas foi de aproximadamente 13% no grupo flúor espuma e 51 % no grupo placebo (p <0,001). O incremento médio de pontuação das lesões de mancha branca foi significativamente menor no grupo de flúor espuma (0,71 ± 2,80) do que no grupo placebo (4,36 ± 5,41, P <0,001). Foi concluído nesse estudo que a aplicação profissional de 1,23%F espuma durante o tratamento ortodôntico reduziu efetivamente o desenvolvimento de lesões de mancha branca. Um esquema profilático com base no uso rotineiro de flúor espuma durante o tratamento ortodôntico é recomendado (JIANG et al., 2013). 31 Um estudo com 12 crianças avaliou o efeito adicional do verniz fluoretado sobre a inativação de lesões iniciais de cárie em dentes decíduos submetidos a 6 sessões de escovação profissional com dentifrício fluoretado, onde totalizou 29 manchas distribuídas em 2 grupos, um sem verniz e um com verniz, aplicados após cada escovação. Concluiu-se que não houve diferença entre os grupos, não observando o efeito adicional do verniz fluoretado na inativação das lesões de cárie, estando associada à melhora da higiene, uma vez que a maior proporção de inativação ocorreu dentre as superfícies que apresentaram melhor qualidade de higiene (SÉLLOS et al., 2011). 32 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Comparar o efeito remineralizador do gel fluoretado acidulado (Flugel®; 1,23% FFA, DFL) e do flúor em espuma acidulado (Flúor Care®; 1,23% FFA, FGM) em dentes permanentes superiores anteriores de crianças na faixa etária de 7 a 12 anos de idade. 3.2 Objetivos Específicos • Verificar a atividade de manchas brancas tratadas com flúor gel Flugel® (Grupo 2 – G2) e com o flúor em espuma Flúor Care® (Grupo 1 – G1), antes da aplicação tópica (S1), após 4 aplicações tópicas (S5) e nos casos não remineralizados após 8 aplicações tópicas (S9); • Averiguar a dimensão de manchas brancas tratadas com flúor gel Flugel® (Grupo 2 – G2) e com flúor em espuma Flúor Care® (Grupo 1 – G1), antes da aplicação tópica (S1), após 4 aplicações tópicas (S5) e nos casos não remineralizados após 8 aplicações tópicas (S9); • Comparar a higiene oral das crianças estudadas ao longo do estudo pelo IHO-S (em S1, S5 e S9); • Comparar o risco à cárie das crianças participantes ao longo do estudo (em S1, S5 e S9). 33 4 HIPÓTESES Hipótese Nula – Que ambos os produtos testados remineralizem as manchas brancas ativas de cárie com a mesma eficiência e rapidez, obtendo a mesma resposta no processo de remineralização. Hipótese 1 – Que ambos os produtos testados remineralizem as manchas brancas ativas de cárie, no entanto, que apenas um desses produtos tenha uma resposta mais rápida e eficiente no processo de remineralização. 34 5 METODOLOGIA 5.1 Aspectos Éticos Antes de iniciar a pesquisa, foi confeccionado um termo de compromisso do pesquisador responsável, comprometendo-se a observar e cumprir as normas da Resolução 466/12 em todas as fases da pesquisa (Apêndice A). Além disso, foi ainda fornecido pela Secretaria de Saúde do Município de Guarabira-PB um termo de anuência estando de acordo com a execução da pesquisa, declarando conhecer e cumprir as Resoluções Éticas Brasileiras do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde (Apêndice B). O projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) para iniciar a realização da pesquisa, conforme a resolução 466/2012, que emitiu um parecer consubstanciado do CEP, de número 532.409, com data de relatoria em 14.02.2014, com a situação aprovado (Anexo A). 5.2 Tipo de Estudo O estudo realizado foi um ensaio clínico randomizado (ECR), conforme Freire e Patussi (2001). Este tipo de estudo é uma das ferramentas mais poderosas para a obtenção de evidências para o cuidado à saúde. Apesar de algumas possíveis variações, baseiam-se na comparação entre duas ou mais intervenções, as quais são controladas pelos pesquisadores e aplicadas de forma aleatória em um grupo de participantes. 5.2.1 Avaliação da qualidade do Estudo Clínico Randomizado Para a obtenção de ECR a partir das possíveis bases, seria interessante que o clínico conseguisse identificar limitações importantes. Características associadas à validade interna e externa podem ser avaliadas sistematicamente por meio do conhecimento de possíveis vieses. Essa avaliação, contudo, pode ser facilitada por meio de instrumentos específicos. Primeiramente, destaca-se o CONSORT, por listar uma série de características que deveriam ser descritas em um ECR. A 35 randomização para ser de qualidade precisa ser adequada onde um dos métodos a seguir deve ser descrito pelo artigo: números gerados por computador ou tabela de números aleatórios, cara ou coroa, sorteios de cartas ou jogo de dados. A alocação deve ser oculta e adequada onde a alocação gerada centralmente ou por meio de envelopes opacos, selados e numerados sequencialmente. E ainda, ter o manejo de perdas e desistências, havendo uma descrição clara sobre as diferenças entre dois ou mais grupos testados durante o acompanhamento (SOUZA, 2009). 5.3 Local do Estudo Esta pesquisa foi realizada no Consultório do Centro de Especialidades Odontológicas- CEO, na cidade de Guarabira –PB. 5.4 Amostra Crianças selecionadas em 2 escolas na cidade de Guarabira – PB (Colégio Geozinho e Educandário Nossa Senhora de Lourdes – ENSL) na faixa etária escolar de 7 a 12 anos, com elementos dentários superiores anteriores com mancha branca ativa. Para cálculo da amostra considerou-se o estudo de Soares e Valença (2003) que obteve percentual de sucesso para inatividade das manchas brancas do gel fluoretado (41%) comparado ao verniz fluoretado (33%). Por meio do programa Epi Info™ 6, utilizou-se erro máximo aceitável α de 5% e β de 20%, razão igual a 1,0 entre os dois produtos, resultando em uma amostra representativa de 47 casos para cada grupo, num total de 94 manchas brancas. Para considerar eventuais perdas amostrais de 20%, a amostra foi estendida para 146 manchas brancas, acrescidas então ao estudo 52 manchas brancas, sendo o G1 formado por 71 casos e o G2, por 75 casos. 5.5 Calibração Previamente a execução do estudo proposto foi realizada uma calibração denominada INLUX através de 46 imagens de manchas brancas seguido da averiguação da reprodutibilidade dos exames por meio do coeficiente Kappa intra e inter examinador com 10% da amostra (n=12). Participaram deste momento a 36 mestranda e a coorientadora, professora doutora experiente nesta temática (FERREIRA; MENDES, 2005, FERREIRA et al., 2008, FERREIRA et al., 2009, ALMEIDA et al., 2011), cujo diagnóstico foi considerado como padrão ouro. A interpretação destes testes estatísticos foi realizada segundo escala de Bulman e Osborn (1989). Observou-se uma boa concordância intraexaminador de k=1,00 (boa) para atividade e k=1,00 (boa) para dimensão. Já na concordância interexaminador, observou-se valores de k=1,00 para atividade e k=0,65 para dimensão, sendo considerados, boa e substancial, respectivamente. A reprodutibilidade intra-examinador foi avaliada pelo método estatístico Kappa e interpretados conforme escala de Bulman e Osborn (1989), onde a confiabilidade baixíssima é dada pelo valor de K=0, baixa com valor de K compreendido entre 0,01 a 0,40, moderada com valor de K compreendido entre de 0,41 a 0,60, substancial com valor de K compreendido entre 0,61 a 0,80 e boa com valor de K superior a 0,81. 5.6 Critérios de Elegibilidade 5.6.1 Critérios de Inclusão Crianças de ambos os sexos, com idade entre 07 e 12 anos, com lesões incipientes de cárie ativa (manchas brancas) em elementos dentários permanentes anteriores superiores; autorização dos pais/responsáveis por meio do termo de consentimento (Apêndice C); autorização do menor por meio do termo de assentimento (Apêndice D), crianças de alto risco à cárie, avaliadas pelo CAMBRA (Apêndice F). 5.6.2 Critérios de Exclusão Crianças que faziam uso de aparelho ortodôntico, medicamentos que alterassem o fluxo/composição salivar ou antibióticos no mês anterior ao exame. Não foram incluídos ainda pacientes portadores de síndromes ou alterações no desenvolvimento dentário, pacientes com alterações cognitivas e motoras. 37 5.7 Coleta de Dados O presente estudo foi realizado nas dependências do consultório odontológico situado no Centro de Especialidades Odontológicas - CEO do município de Guarabira-PB, sendo confeccionada uma ficha clínica para registro de dados que foram coletados por uma única examinadora (Apêndice E). Com o intuito de preenchimento do histórico médico-odontológico da ficha clínica, foram coletadas as informações através de perguntas aos pais ou responsáveis pelas crianças. Além disso, foram realizadas no gabinete odontológico e nas escolas anteriormente citadas, palestras educativas com o uso de álbum seriado e macromodelos. Para a realização deste estudo foi seguido o seguinte protocolo: Registro do IHO-S (Índice de Higiene Oral Simplificado) Conforme proposto por Greene e Vermillion (1964), foram evidenciados com solução de fucsina básica (Replasul®) no arco superior a face vestibular dos primeiros molares permanentes e incisivo central direito, e, no arco inferior, a face lingual dos primeiros molares permanentes e face vestibular do incisivo central esquerdo. Os valores de acúmulo de biofilme encontrados receberam os escores correspondentes: 0= superfície isenta de biofilme; 1 = 1/3 de superfície recoberta por biofilme; 2 = 2/3 da superfície recoberta por biofilme; 3 = (toda superfície recoberta por biofilme). A higiene oral do paciente foi classificada em boa, quando o IHO-S variou entre 0 e 1, regular entre 1,1 e 2 e deficiente quando este se encontrou acima de 2. Depois de determinado cada escore de cada dente foi feito a média do IHO-S e o mesmo foi registrado em S1, S5 e S9. Escovação supervisionada (ES) Figura 1: Kit 38 A escovação supervisionada foi realizada previamente a cada aplicação tópica de flúor, utilizando a técnica de Fones. A criança recebeu um kit contendo uma escova de dente de cerdas macias e cabeça pequena e um dentifrício fluoretado (Tandy®,1100ppm de flúor) para levar para sua casa e identificamos outro kit para mantermos no consultório do CEO-Guarabira bem como orientação sobre a higiene bucal, para que fosse ofertada a mesma condição para a realização da higiene bucal dos pacientes. Profilaxia profissional A profilaxia profissional foi executada por meio de escova de Robinson e pasta profilática com flúor (Herjos®, 2000ppm de flúor), previamente a cada exame. Secagem A superfície dentária foi seca por 5 segundos através de seringa tríplice previamente à avaliação da mancha branca. Avaliação da mancha branca O esmalte foi avaliado visualmente no exame inicial (S1), após a 4ª (S5) e 8ª (S9) semanas de fluorterapia para as manchas que não estivessem remineralizadas até S5. A atividade e as alterações dimensionais foram avaliadas através de sonda periodontal WHO (Trinity®) (FERREIRA et al., 2008). A atividade da mancha branca (A) foi detectada conforme os escores de Nyvad, Machiulskiene e Baelum (1999), como seguem abaixo. TABELA 1 - Critérios para avaliação visual da atividade da mancha branca. ESCORE CARACTERÍSTICA 0 Sadio (textura e luminosidade normais) 1 atividade - superfície intacta (superfície opaca e rugosa, sem perda de substância) 2 atividade - superfície com descontinuidade (superfície opaca e rugosa com microcavidades em esmalte) 39 3 atividade - cavitação (cavitação em esmalte e/ou dentina visível a olho nu com superfície mole ou endurecida) 4 inatividade - superfície intacta (superfície esbranquiçada, marrom ou preta de aspecto liso e brilhante, sem perda de substância) 5 Inatividade - superfície com descontinuidade (superfície esbranquiçada, marrom ou preta de aspecto liso e brilhante com microcavidades em esmalte) 6 inatividade - cavitação (cavitação em esmalte e/ou dentina visível a olho nu com superfície brilhosa e dura) 7 restaurado– sadio 8 restaurado– atividade 9 restaurado– inatividade Fonte: NYVAD; MACHIULSKIENE; BAELUM, 1999 As alterações dimensionais foram avaliadas por meio da medição da mancha branca, tomando-se por base a média do seu maior diâmetro cérvico-incisal e mésio-distal com auxílio de uma sonda periodontal WHO (Trinity®) e régua milimetrada conforme descrito previamente por Ferreira et al. (2008). Figura 2. Medida do diâmetro cérvico-incisal. Figura 3. Medida do diâmetro mésio-distal. Figura 4. Conferindo a medida na régua milimetrada. 40 Para avaliação do Risco a Cárie, foi preenchido o formulário (Apêndice F) na S1, no início da pesquisa, durante o exame inicial, em seguida na S5, após a 4ª semana e na S9, após a 8ª semana da pesquisa. Aplicação dos produtos fluoretados A randomização foi realizada de forma estratificada (ESCOSTEGUY, 1999) de acordo com a dimensão das manchas brancas na superfície vestibular dos dentes anteriores permanentes, considerando como o ponto de corte a média de 3mm, no sentido de equilibrar os grupos quanto a algumas características da linha de base (tamanho das manchas brancas ativas) cuja diferença entre os grupos poderia enfraquecer a credibilidade do estudo. A criança foi alocada em um dos seguintes grupos: Grupo 1 (G1) onde as crianças receberam aplicações terapêuticas semanais de espuma fluoretada FFA, Flúor Care® (NaF 1,23%) Grupo 2 (G2) onde as crianças receberam aplicações terapêuticas semanais de gel fluoretado, FFA Flugel® (NaF 1,23%); Figura 5. Macromodelos para escovação Figura 7. Recebimento do Kit Figura 6. Orientações de escovação Figura 8. Evidenciação de BiofilmeIHOS 41 Figura 9. Escovação Supervisionada Figura 10. Profilaxia Profissional A randomização foi realizada de forma estratificada (ESCOSTEGUY, 1999) de acordo com a dimensão da mancha branca a receber o produto fluoretado (p>0,05). TABELA 2 Distribuição dos Produtos Fluoretados de acordo com o a dimensão da mancha branca. G1 G2 Grupo Total Valor de p N % N % N % Até 3 mm 59 52,2 54 47,8 113 100,0 Superior a 3mm 12 36,4 21 63,6 33 100,0 TOTAL 71 48,6 75 51,4 146 100,0 Dimensão da MB p(1) = 0,109 (1): Usando o Teste Qui-quadrado de Pearson TABELA 3 Idade das crianças do estudo distribuídas nos grupos, G1 e G2. G1 Idade das G2 Grupo Total Crianças N % N % N % 7 01 1,886 02 3,77 03 5,656 8 10 18,86 09 16,97 19 35,834 9 10 18,86 07 13,20 17 32,062 10 05 9,43 04 7,54 09 16,97 11 01 1,886 01 1,886 02 3,77 12 03 5,656 00 00 03 5,656 Para os grupos G1 e G2, foi estabelecido a seguinte sequência clínica: 42 a) Isolamento relativo com rolinhos de algodão; b) Secagem por 15 segundos; c) Aplicação do produto sobre a mancha branca ativa, com auxílio do pincel para padronizar; d) Espera de 1 minuto; e) Remoção dos rolinhos; f) Recomendações aos pais e às crianças: Solicitou-se a criança que permanecesse 30 minutos sem beber, comer ou lavar a boca. Não foi aplicado o produto em jejum, uso de sugador, cadeira na posição vertical, orientação a cuspir todo o produto após o tempo determinado; g) Cuidados em caso de ingestão do produto: uma vez que se o produto fosse ingerido em excesso poderia haver a ocorrência de náuseas e vômitos, sendo a criança medicada imediatamente com hidróxido de alumínio, de acordo com a posologia do fabricante e do peso da criança e acompanhada até o completo restabelecimento, encaminhada a criança ao Hospital Regional de Guarabira para atendimento médico de urgência, situado em frente ao CEO-Guarabira, não havendo nenhum caso durante a pesquisa. Estes procedimentos clínicos foram realizados em intervalos semanais, por 4 semanas consecutivas. Para os casos em que não existisse inativação das manchas brancas, foram realizados os mesmos procedimentos em intervalos semanais por mais 4 semanas consecutivas. 43 ES + F ES +F 1 2 3 4 5 6 7 8 9 TEMPO/ SEMANAS ATIVIDADE/DIMENSÃO RISCO/IHOS ATIVIDADE/DIMENSÃO RISCO/IHOS ATIVIDADE/DIMENSÃO RISCO/IHOS Figura 11 - Desenho Geral do ECR. Guarabira - PB, 2014 O manejo deste estudo foi realizado conforme o CONSORT (Consolidated Standards of ReportingTrials) (Figura 2). O seu fluxograma compreende quatro estágios de um estudo clínico controlado: recrutamento, alocação, seguimento e análise. O seu diagrama torna explícito o número de participantes em cada grupo de intervenção, descrevendo detalhadamente quantos pacientes foram excluídos em cada passo da análise dos dados. O fornecimento desses números permite, entre outras coisas, a condução do leitor, de forma transparente, a tomar amplo conhecimento dos motivos que o levaram a ser feito e de como foi conduzido (SCHULZ et al., 2010). 44 Elegibilidade (n=219 crianças) Excluídos (n=161) Não tinham a mancha (n=138) Pais não autorizaram (n=04) Crianças Faltaram (n=07) Dente Decíduo (n=04) Aparelho Ortodôntico (n=08) Incluídos (n=58 crianças, 146 MB) ESPUMA (G1) (n= 30 crianças, 71 MB) (n= 30 crianças, 71 MB) (n=30 crianças, 71 MB) Alocação S1 S5 S9 (n= 28 crianças, 75 MB) (n= 25 crianças, 65 MB) Perda por absenteísmo (n= 03 crianças, 10 MB) Qual o motivo da perda??? (n=23 crianças, 61 MB) Perda por absenteísmo (n=02 crianças, 04 MB) G2 (n=23) Excluídos da análise (n=05 G1 (n=) Excluídos da análise (n=0) GEL (G2) Análise crianças, 14 MB) Figura 12 – Tabela do Consort Fonte: Schulz et al., 2010 (adaptado) Em adição, esta pesquisa foi registrada no clinicaltrials.gov (anexo B). Esta decisão segue a orientação da Plataforma Internacional para Registros de Ensaios Clínicos (ICTRP). A OMS que destaca a importância dos ensaios clínicos como fontes de evidência da eficácia e segurança das intervenções em saúde e a necessidade do seu registro para assegurar transparência na sua realização e publicação dos resultados e dar cumprimento às responsabilidades éticas. 45 5.8 Análise Estatística Foram realizados por meio de fichas clínicas que posteriormente foram transferidas para o programa estatístico do IBM®SPSS® na versão 20.0. Os dados foram analisados descritivamente através de média, desvio padrão e mediana para as variáveis numéricas e frequências absolutas e percentuais para as variáveis categóricas.Para distribuição dos produtos fluoretados de acordo com o a dimensão da mancha branca foi utilizado o teste do qui-quadrado. Para a comparação entre as semanas foi utilizado o teste Wilcoxon para dados pareados e para a comparação entre os produtos foram utilizados os testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis ou categorias de variáveis em relação às variáveis numéricas e Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher para a comparação entre produtos/categorias nas variáveis numéricas. Para determinar o grau de associação entre variáveis numéricas foi obtido o coeficiente de correlação de Spearman e teste específico para a hipótese de correlação nula. Ressalta-se que o teste Exato de Fisher foi utilizado quando a condição para utilização do teste Qui-quadrado não foi verificada e no caso de diferenças significativas pelo teste de Kruskal-Wallis foram utilizados testes de comparações múltiplas pareadas do referido teste. A verificação da hipótese de normalidade dos dados foi realizada respectivamente através do teste de Shapiro-Wilk, nível de significância de 5%. 46 6 RESULTADOS Em relação à amostra do presente estudo, deve-se salientar a relação entre número de dentes e de crianças avaliadas. Dos 146 dentes analisados em S1 (58 crianças), 136 (55 crianças) foram avaliadas em S5 e 132 (53 crianças) foram avaliadas em S9, como aponta a tabela do CONSORT (figura 12). A Tabela 4 mostra a distribuição das 58 crianças pesquisadas segundo a faixa etária e o sexo. Metade das crianças tinham 9 a 10 anos, seguido de 41,4% que tinham 7 a 8 anos e os 8,6% restante tinham 11 a 12 anos; maior prevalência (55,2%) era do sexo feminino. TABELA 4 – Distribuição das crianças analisadas segundo a faixa etária, sexo e produto utilizado Variável n % TOTAL 58 100,0 7a8 24 41,4 9 a 10 29 50,0 11 a 12 5 8,6 Masculino 26 44,8 Feminino 32 55,2 Faixa etária Sexo Em S1, dos 146 elementos dentários, 71 (48,6%) receberam aplicações do flúor espuma (G1) e 75 (51,4%), o gel fluoretado (G2), conforme aponta o gráfico 1. 47 Gráfico 1 – Distribuição da amostra segundo o produto utilizado Espuma 48,6% Gel 51,4% Na tabela 5 são observados os resultados do IHO-S por produto ao longo do tempo do estudo, onde se ressalta que entre as amostras em que foi utilizado espuma fluoretada (G1) as médias do IHO-S reduziram com o tempo de avaliação, havendo diferença significativa entre S1 e S5, S1 e S9 tanto em G1 quanto em G2; semelhante entre S5 e S9 no grupo G1 e G2 e não houve diferença significativa entre G1 e G2 para S1, S5 e S9. TABELA 5 – Média do IHO-S segundo produto por avaliação Semana Produto Inicial (S1) 5a (S5) Média ± DP Média ± DP Espuma: G1 Diferença de médias 9a (S9) Média ± DP Valor de p (S1-S5) (S1-S9) 0,30 0,33 0,42 0,38 (Mediana) (Mediana) (Mediana) 0,76 ± 0,61 0,45 ± 0,36 0,42 ± 0,37 p(1) < 0,001* (0,66) (0,33) (0,33) p(1) = 0,001 p(3) = 0,753 Gel: G2 0,89 ± 0,64 0,42 ± 0,38 0,46 ± 0,40 p(1) < 0,001* (0,83) (0,33) (0,50) p(2) < 0,001* p(3) = 0,104 Grupo total 0,82 ± 0,63 0,44 ± 0,37 0,44 ± 0,39 p(1) < 0,001* (0,66) (0,33) (0,50) p(2) < 0,001* p(3) = 0,728 48 Valor p (4) p = 0,206 (4) p = 0,469 (4) p = 0,704 p(4) = p(4) = 0,215 0,459 (*): Diferença significativa ao nível de 5,0%. (1): Através do teste de Wilcoxon para dados pareados entre as avaliações inicial e 5 a semana. (2): Através do teste de Wilcoxon para dados pareados entre as avaliações inicial e 9 a semana. (3): Através do teste de Wilcoxon para dados pareados entre as avaliações 9 a e 5a semanas. (4): Através do teste de Mann-Whitney. A Tabela 6 mostra os valores (média, desvio padrão (DP) e mediana) da dimensão das manchas brancas. Esta tabela destaca que as médias das diferenças (variações da semana 1 para cada uma das outras duas semanas) reduziram com o tempo de avaliação, havendo diferença significativa entre S1, S5 e S9 para G1 e G2 com redução da dimensão das MB (manchas brancas) e diferença significativa entre G1 e G2 para S1 e semelhantes em S5 e S9. TABELA 6 – Alteração da dimensão segundo produto por avaliação Diferença de Semana médias Produto Inicial (S1) 5a (S5) 9a (S9) Média ± Média ± Média ± DP DP DP Valor de p (S1-S5) (S1-S9) 1,21 1,33 1,19 1,37 p(4) = p(4) = 0,931 0,882 (Mediana) (Mediana) (Mediana) Espuma: 2,38 ± 1,17 ± 1,05 ± G1 1,22 1,08 1,10 (2,00) (1,00) (1,00) p(1) < 0,001* p(2) = 0,001* p(3) = 0,002* Gel: 2,67 ± 1,49 ± 1,30 ± G2 1,06 1,11 1,07 (2,50) (1,50) (1,00) p(1) < 0,001* p(2) = 0,001* p(3) < 0,001* Grupo total 2,55 ± 1,29 ± 1,16 ± 1,16 1,10 1,09 (2,50) (1,13) (1,00) p(1) < 0,001* p(2) = 0,001* p(3) < 0,001* Valor p p(4) = 0,033* (4) p = 0,095 p (4) = 0,130 (*): Diferença significativa ao nível de 5,0%. (1): Através do teste de Wilcoxon para dados pareados entre as avaliações inicial e 5 a semana. (2): Através do teste de Wilcoxon para dados pareados entre as avaliações inicial e 9 a semana. 49 (3): Através do teste de Wilcoxon para dados pareados entre as avaliações 9 a e 5a semanas. (4): Através do teste de Mann-Whitney. A Tabela 7 e o gráfico 4 retrata os resultados da atividade das lesões de cárie iniciais ao longo do estudo. Evidencia-se que para todas as manchas brancas ativas (n=146) em S1, houve redução da atividade com a S5 de avaliação. Entre os casos de G1 (espuma fluoretada), o percentual de cárie ativa foi 43,7% (redução de 56,3%) e no grupo G2 (gel fluoretado) o percentual com cárie ativa foi 58,5% em S5 (redução de 41,5%); em S9 os percentuais de cárie ativa dos grupos G1 e G2 foram respectivamente 36,6% (redução de 63,4% da S1 para S9) e 57,4% (redução de 42,6% da S1 para S9), sendo verificada diferença significativa entre os produtos e, S9 (p < 0,05). TABELA 7 – Avaliação da atividade das lesões de cárie inicial segundo o produto por avaliação Avaliação Inicial (S1) 5a semana (S5) 9a semana (S9) Total geral 146 (100,0) 136 (100,0) 132 (100,0) Total espuma 71 (100,0) 71 (100,0) 71 (100,0) Total gel 75 (100,0) 65 (100,0) 61 (100,0) 71 (100,0) 31 (43,7) 26 (36,6) - 40 (56,3) 45 (63,4) 75 (100,0) 38 (58,5) 35 (57,4) - 27 (41,5) 26 (42,6) ** p (1) = 0,085 p (1) = 0,017* Produto / Atividade Espuma: Ativa: n (%) Inativa: n (%) Gel: Ativa: n (%) Inativa: n (%) Valor p (1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson para a comparação entre os grupos em cada avaliação. (**): Não foi determinado porque todos os valores foram classificados numa única categoria. Não houve diferença significativa na inativação das lesões em S5 para G1 e G2 e houve diferença significativa em S9 onde a espuma em G1 teve melhor desempenho. 50 Gráfico 4 – Percentuais de dentes com lesões de cárie inicial ativa segundo o produto utilizado por semana de avaliação Percentual com cárie ativa 120,0 100,0 100,0 80,0 57,4 58,5 60,0 Espuma Gel 40,0 43,7 36,6 20,0 0,0 inicial(S1) S5 Semana de avaliação S9 A Tabela 8 evidencia que em S1 todos os casos apresentavam alto risco à cárie; em S5 e S9 os percentuais com risco alto, moderado e baixo foram respectivamente 52,1%, 33,8% e 14,1% em G1 e 65,5%, 29,5% e 4,9% em G2. Não foram verificadas diferenças significativas (p > 0,05) entre os dois grupos em S5 e S9. O risco diminuiu em S5 e S9 quando comparado com S1, mas que não dependeu do produto utilizado. TABELA 8 – Comparação do Risco à cárie segundo produto por avaliação Avaliação Produto / Risco Inicial (S1) 5a semana (S5) 9a semana (S9) Total geral 146 (100,0) 136 (100,0) 132 (100,0) Total espuma 71 (100,0) 71 (100,0) 71 (100,0) Total gel 75 (100,0) 65 (100,0) 61 (100,0) 71 (100,0) 37 (52,1) 32 (45,0) Moderado: n (%) - 24 (33,8) 27 (38,0) Baixo: n (%) - 10 (14,1) 12 (16,9) 75 (100,0) 40 (61,5) 40 (65,5) Moderado: n (%) - 19 (29,2) 18 (29,5) Baixo: n (%) - 6 (9,2) 3 (4,9) Espuma: G1 Alto: n (%) Gel: G2 Alto: n (%) 51 Valor p ** p (1) = 0,488 p (1) = 0,136 (*): Diferença significativa ao nível de 5,0%. (**): Não foi determinado porque todos os valores foram classificados numa única categoria. (1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson para a comparação entre os grupos em cada avaliação. A Tabela 9 apresenta os resultados do IHO-S segundo a atividade conforme o produto ao longo do estudo. Nesta tabela não foram registradas diferenças significativas entre o tipo de atividade da cárie em nenhuma das semanas nem no grupo total e nem por produto (p>0,05). TABELA 9 – Estatística do IHO-S segundo a atividade conforme o produto ao longo do estudo. Semana Produto Inicial (S1) 5a (S5) 9a (S9) Média ± DP Média ± DP Média ± DP (Mediana) (Mediana) (Mediana) 0,76 ±0,61 0,39 ± 0,32 0,49 ± 0,36 (0,66) (0,33) (0,50) 0,51 ± 0,38 0,39 ± 0,38 (0,50) (0,33) ** p(1) = 0,210 p(1) = 0,226 0,89 ± 0,64 0,43 ± 0,47 0,44 ± 0,50 (0,83) (0,25) (0,16) 0,40 ± 0,20 0,49 ± 0,21 (0,50) (0,50) ** p(1) = 0,289 p(1) = 0,068 0,82 ± 0,63 0,41 ± 0,41 0,46 ± 0,44 (0,66) (0,33) (0,33) 0,45 ± 0,32 0,42 ± 0,33 (0,50) (0,50) p(1) = 0,117 p(1) = 0,967 Espuma: G1 Ativa Inativa Valor de p Gel: G2 Ativa Inativa Valor de p Grupo total Ativa Inativa Valor de p ** (1): Através do teste de Mann-Whitney. 52 A Tabela 10 apresenta os resultados da dimensão conforme o produto/risco ao longo do estudo. Observa-se que nos casos das amostras em que foi utilizado o produto G1 (espuma fluoretada) as médias foram correspondentemente mais elevadas entre as amostras com alto risco e menos elevadas entre as amostras em que o risco era moderado. Entre as amostras do G2 (gel fluoretado), as médias foram correspondentemente mais elevadas na presença do risco elevado e menos elevadas quando o risco era baixo, sendo verificadas diferenças significativas entre as categorias do risco em S5 e S9 em cada um dos produtos através dos testes de comparações múltiplas (entre pares de categorias) se comprova diferença significativa entre os riscos alto e moderado em S5 e S9 quando o produto do G1 e entre os que tinham risco alto com cada um das outras categorias em cada uma das semanas quando o produto do G2. Ou seja, diferença das médias de dimensão no mesmo produto (espuma-G1) apenas entre risco alto e moderado na S5 e S9 – significa que houve associação da maior média com o risco alto e menor média com o risco moderado. No caso do gel, diferença nas médias de dimensão entre todos os cruzamentos de risco em S5 e S9 – significa que houve associação da maior média com o risco alto, média intermediária com moderado e médias menores com o baixo TABELA 10 – Média da dimensão segundo o risco conforme produto ao longo do estudo. Semana Produto/Risco Espuma: G1 Alto Inicial (S1) 5a (S5) 9a (S9) Média ± DP Média ± DP Média ± DP (Mediana) (Mediana) (Mediana) 2,38 ± 1,22 1,55 ± 1,11 (A) 1,47 ± 0,12 (A) (2,00) (1,75) (1,50) 0,58 ± 0,71 (B) 0,40 ± 0,68 (B) (0,00) (0,00) 1,15 ± 1,20 (AB) 1,05 ± 1,21 (AB) (1,00) (0,88) ** p(1) = 0,002* p(1) = 0,001* 2,71 ± 1,07 1,92 ± 1,05 (A) 1,79 ± 0,94 (A) (2,50) (1,88) (1,63) Moderado Baixo Valor de p Gel: G2 Alto 53 Moderado Baixo 0,82 ± 0,67 (B) 0,42 ± 0,55 (B) (1,00) (0,00) 0,17 ± 0,41 (B) 0,00 ± 0,00 (B) (0,00) (0,00) Valor de p ** p(1) < 0,001* p(1) < 0,001* Grupo total Alto 2,55 ± 1,16 1,74 ± 1,09 (A) 1,64 ± 1,04 (A) (2,50) (1,75) (1,50) 0,69 ± 0,70 (B) 0,40 ± 0,62 (B) (0,75) (0,00) 0,76 ± 1,08 (B) 0,81 ± 1,14 (B) (0,50) (0,75) p(1) < 0,001* p(1) < 0,001* Moderado Baixo Valor de p ** (1): Através do teste de Kruskal-Wallis com comparações do referido teste. Obs. Se as letras entre parênteses são distintas se comprova diferença significativa entre as categorias do risco correspondentes. Não foram registradas diferenças significativas (p < 0,05) entre as categorias do risco em relação ao IHO-S em nenhum dos produtos e nem no grupo total na 5 a e na 9a semana, conforme resultados apresentados na Tabela 11. TABELA 11 – Estatística do IHO-S segundo o risco por produto ao longo do estudo. Semana Produto/Risco Espuma: G1 Alto Inicial (S1) 5a (S5) 9a (S9) Média ± DP Média ± DP Média ± DP (Mediana) (Mediana) (Mediana) 0,76 ± 0,61 0,46 ± 0,36 0,50 ± 0,40 (0,66) (0,33) (0,50) 0,48 ± 0,40 0,31 ± 0,34 (0,33) (0,16) 0,40 ± 0,27 0,41 ± 0,31 (0,42) (0,33) ** p(1) = 0,958 p(1) = 0,160 0,89 ± 0,64 0,41 ± 0,44 0,44 ± 0,47 (0,83) (0,33) (0,33) Moderado Baixo Valor de p Gel: G2 Alto 54 Moderado Baixo 0,49 ± 0,26 0,53 ± 0,21 (0,50) (0,66) 0,25 ± 0,21 0,33 ± 0,29 (0,16) (0,50) Valor de p ** p(1) = 0,092 p(1) = 0,073 Grupo total Alto 0,82 ± 0,63 0,43 ± 0,40 0,47 ± 0,44 (0,66) (0,33) (0,33) 0,48 ± 0,34 0,41 ± 0,31 (0,50) (0,50) 0,34 ± 0,25 0,39 ± 0,29 (0,33) (0,33) p(1) = 0,402 p(1) = 0,963 Moderado Baixo Valor de p ** (1): Através do teste de Kruskal-Wallis. Na Tabela 12 se apresenta os resultados do estudo da associação entre risco e atividade em cada produto e no grupo total em S5 e S9. Salienta-se que em G1 (espuma fluoretada), o maior percentual com cárie ativa ocorreu entre os casos com alto risco, foi nulo entre os casos com risco moderado e um valor intermediário entre os casos com baixo risco (73,0% x 0,0% x 40,0% em S5 e 64,9% x 0,0% e 20,0% em S9). Entre os casos do G2 (gel fluoretado) o maior percentual com cárie ativa ocorreu entre os casos com risco alto e variou de 0,0% a 10,5% nas outras duas categorias (90,0% com risco alto em S5 e 87,5% em S9). A associação entre as duas variáveis se mostrou significativa em cada produto e semana. 55 TABELA 12 – Avaliação da atividade na 5a semana e 9a semana segundo o risco por produto e no grupo total Atividade na 5ª semana Atividade na 9a semana Produto/Risco Ativa n % Inativa N TOTAL Valor de Ativa p % N % Inativa N TOTAL Valor de p % Espuma: G1 Alto 27 73,0 Moderado - - Baixo 4 TOTAL 10 27,0 37 24 100,0 40,0 6 31 43,7 Alto 36 Moderado Baixo p(1) < 24 64,9 13 35,1 37 24 - - 24 100,0 24 60,0 10 2 20,0 8 80,0 10 40 56,3 71 26 36,6 45 63,4 71 90,0 4 10,0 40 35 87,5 5 12,5 40 2 10,5 17 89,5 19 - - 18 100,0 18 - - 6 100,0 6 - - 3 100,0 3 38 58,5 27 41,5 65 35 57,4 26 42,6 61 0,001* p(1) < 0,001* Gel: G2 TOTAL p(2) < 0,001* p(2) < 0,001* Grupo total Alto 63 81,8 14 18,2 77 Moderado 2 4,7 41 95,3 Baixo 4 25,0 12 TOTAL 69 50,7 67 p(1) < 59 76,6 18 23,4 77 43 - - 42 100,0 42 75,0 16 2 15,4 11 84,6 13 49,3 136 61 46,2 71 53,8 132 (*): Diferença significativa ao nível de 5,0%. (1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson. (2): Através do teste Exato de Fisher. 0,001* p(1) < 0,001* 56 7 DISCUSSÃO No presente estudo houve a preocupação em comparar o efeito remineralizador do flúor em gel e espuma, na forma de um ensaio clínico randomizado, uma vez que a forma espuma apresentava poucas evidências de sua efetividade. Observou-se diferença estatisticamente significante entre os riscos alto e moderado em S5 e S9 quando utilizado o produto espuma (G1) entre os que tinham o risco alto com cada uma das outras categorias em cada uma das semanas quando utilizado o produto gel fluoretado (G2). Os grupos G1 e G2 foram divididos pelo tamanho da mancha branca onde foi atribuído um ponto de corte de até 3mm e superior a 3mm para cada produto fluoretado, essa diferença estatisticamente significativa, não ocorreu na distribuição do tamanho das manchas, pois o grupo G2 recebeu as maiores manchas (superiores a 3mm), tornando a amaostra homogênea. Em relação à distribuição das crianças segundo a faixa etária, foi de 91,4% ao longo do estudo com as crianças na faixa de 07 à 10 anos, corroborando com os estudos de Soares e Valença (2003), onde as crianças apresentavam a mesma faixa etária utilizando gel e verniz fluoretado e com Whitford et al. (1995), onde as crianças apresentavam de 08 à 12 anos e foi utilizado gel e espuma. Em relação ao sexo das crianças, foi bastante equiparado, não havendo diferença significativa. Deste modo observa-se que o presente estudo conseguiu selecionar uma amostra homogênea entre os sexos, e não apenas em relação à idade. Em relação à escolha dos produtos fluoretados, foi utilizado no estudo o flúor em espuma acidulado Flúor Care® (1,23% FFA, FGM) e o flúor Gel fluoretado acidulado Flugel® (1,23% FFA, DFL), ambos com a mesma concentração e acidulados para evitar viés na pesquisa, nesse mesmo sentido houve a aleatorização da amostra. O Flúor em espuma foi selecionado para esta pesquisa pela escassez de estudos comparativos com outros produtos fluoretados “in vivo” (WHITFORD et al., 1995, HAWKINS et al., 2003, JIANG et al., 2005, BARROS et al., 2008). Há alguns 57 estudos “in vitro” avaliaram o flúor em espuma como HAYACIBARA et al. (2004); FAUST et al. (2013), diferentemente do flúor gel onde existem vários estudos “in vitro” e “in vivo” ( WHITFORD et al., 1995; VAN RIJKOM et al., 1998; MARINHO et al., 2003; SOARES; VALENÇA, 2003; BONOW et al., 2013). Os estudos “in vitro” com flúor em espuma e gel de Whitford et al. (1995), mostram que ambos foram eficazes em termos de capacidade para depositar o F¯ no esmalte, portanto, o uso da espuma pode fornecer uma maior margem de segurança, aumentando a aceitação do paciente. Outro estudo de Jiang et al. (2005), aplicou flúor espuma e flúor gel em 661 crianças, mostrando apenas que ambos foram eficazes na redução da incidência de cárie dentária em superfícies lisas de primeiros molares permanentes, recomendando o uso da espuma por diminuir o risco de ingestão do produto, menor volume utilizado, sabor mais agradável em detrimento do volume utilizado do gel ser maior, ser muito utilizado, fácil acesso, sendo de maior risco, no entanto, com o custo inferior que a espuma. Um outro aspecto importante do presente estudo foi o intervalo entre as aplicações de flúor. No presente estudo, foi instituído 4 ou 8 semanas de fluorterapia para crianças com mancha branca ativa, baseado nos trabalhos de Ferreira et al. (2005), Bonow et al. (2013), Soares; Valença, (2003), que obtiveram resultados eficazes para este fim, com o mesmo intervalo de utilização. Segundo estudo de Faust et al. (2013), uma única aplicação do produto fluoretado, seja em gel ou espuma não é suficiente para promover remineralização de manchas brancas ativas, intensificando que há uma necessidade de maior tempo de fluorterapia para se obter o resultado satisfatório, sendo necessário o controle de outros fatores como dieta, remoção do biofilme. Observa-se que a média da higiene deficiente (IHO-S) reduziu durante o estudo em ambos os produtos da semana 1 para a semana 9, sendo o fato relevante no que se refere a remineralização das lesões, uma vez que Ferreira et al. (2005) afirmam que o tratamento com flúor para remineralizar manchas brancas ativas só pode ser efetivo em crianças que mudarem seus hábitos de higiene bucal. Outros autores, como por exemplo Braga et al. (2012), afirmam que deve haver um controle dos fatores etiológicos, especialmente o biofilme sobre a lesão de cárie inicial e Bonow et al. (2013) afirmam que o próprio controle do biofilme é um modo eficaz 58 para obter a paralisação de lesões, uma vez que promove o desgaste mecânico da lesão, o que contribui para a melhoria do seu aspecto final. Outro ponto a destacar se refere às condições socioeconômicas da população estudada. Deve-se notar que as crianças do presente estudo não apresentam condições precárias de sáude, nem de alimentação, com fácil acesso aos serviços de saúde. Embora as reduções do IHO-S médio entre a semana 1 e a semana 5 tenham sido estatisticamente significantes, pode-se notar que nos três momentos de avaliação (S1, S5 e S9), o IHO-S correspondeu a uma higiene oral boa, provavelmente devido à realidade socioeconômica das crianças estudadas ser um pouco melhor uma vez que a cidade de Guarabira-PB é a cidade referência para os tratamentos de saúde e é considerada a melhor cidade do Brejo Paraibano no que diz respeito a educação e infraestrutura, segundo o IDH, o Índice do Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil, o crescimento obtido nessa cidade foi de 69,95% nas últimas duas décadas, acima da média de crescimento nacional (47,46%) (IDHM Brasil, 2013). Deve-se notar que este comportamento não foi observado no estudo de Soares e Valença (2003), onde a higiene oral permaneceu regular durante toda a pesquisa devido possivelmente às crianças com realidades diferentes, com precárias condições de saneamento básico, alimentação, lazer, sendo desfavoráveis a promoção da saúde. Não foram registradas diferenças significativas entre o IHOS e o tipo de atividade da lesão de cárie inicial em nenhuma das semanas nem no grupo total e nem por produto. Deste modo pode-se inferir que a influência do biofilme não foi o único responsável pelo controle da mancha branca uma vez que não houve diferenças. Entretanto deve-se ressaltar que esta observação pode apresentar um caráter meramente pontual, onde a criança que utilizou o produto em G1 apresentava um determinado controle de biofilme, mas no momento da avaliação do IHO-S estava deficiente. Os estudos de Séllos et al. (2011) não dissociam o efeito do flúor da escovação, acreditando que durante a escovação dentária, o próprio efeito mecânico sobrepõe-se ao efeito químico do flúor contido no dentifrício, podendo então, a escovação ser altamente eficaz para controlar a progressão das lesões de cárie, particularmente se for utilizado o dentifrício fluoretado. 59 É válido ressaltar ainda que cada criança recebeu um kit de escovação composto por uma escova dentária infantil macia e um dentífricio fluoretado (Tandy®,1100ppm de flúor). No estudo de Bonow et al. (2013), os grupos receberam escovação profissional antes da aplicação do gel em todas as sessões, e foram aconselhados a utilizar dentifrício fluoretado em casa. Em ambos os grupos, foi observada a paralisação de lesões de manchas brancas. Já nos estudos de Ripa (1987) e Ripa (1990), houve redução na ocorrência de novas superfícies cariadas entre 23% e 33%, com regime de aplicações semestrais e eficácia adicional em relação a anual devido ao uso do dentifrício fluoretado. O risco à cárie ao longo do estudo diminuiu percentualmente possivelmente à melhora tanto do IHO-S, quanto à remineralização das manchas brancas ativas do início do estudo, onde todas as crianças estavam com o risco alto. Segundo Bonow et al. (2013), é digno de nota que as crianças de alto risco para a cárie dentária podem se beneficiar da exposição adicional ao flúor. A tabela 8 evidencia que todas as crianças estavam em risco alto em S1, já que de acordo com o formulário do risco à doença (quadro 1), nos indicadores da doença cárie, a presença de manchas brancas em superfícies lisas já seria indicativo de alto risco, sendo reduzido nas semanas subsequentes de avaliação onde tais manchas estavam inativas. Apesar do risco ter diminuído, em S5 e S9, não foram verificadas diferenças significativas entre G1 e G2, em nenhuma das semanas de avaliação. No presente estudo, as crianças selecionadas apresentavam biofilme visível na superfície dentária, lanches frequentes que aumentavam os fatores de risco, algumas ainda apresentavam cavidades clinicamente visíveis. Já no estudo de Bonow et al. (2013) as crianças recrutadas apresentavam lesões de cárie ativa, um fator individual, que aumenta o risco. Um outro ponto a destacar da amostra era que a mesma era proveniente de uma escola pública, com baixo nível socioeconômico, características reconhecidas como fatores de risco para a cárie dentária. No que se refere à atividade das manchas, todas as 146 manchas em S1 foram classificadas como ativas. Durante o tempo de avaliação em S5 e S9, espuma e gel mostraram-se eficientes, embora a espuma fluoretada tenha apresentado 60 melhor desempenho que o gel, sendo verificada diferença estatisticamente significativa, foram semelhantes em S5 e não em S9, não concordando com os estudos de Whitford et al. (1995), Jiang et al. (2005), onde afirmam que tanto a espuma quanto o gel fluoretado tiveram efeitos similares. A ocorrência de lesões inativas (aspecto liso e brilhante) na S5 e S9 comprova a possibilidade de reversão das manchas, concordando com os estudos de Silverstone (1977), Monteiro Jr, Andrada e Baratieri (1985), Baldissera, Dias e Busato (1987), Zero (1999), Braga et al. (2012). Comparando com o estudo de Hayacibara et al. (2004) que mostraram que a concentração de F encontrada no gel acidulado, espuma acidulada e verniz estão em conformidade com as especificações dos fabricantes (12,300 mg F / g para os produtos (gel e espuma) e 22.600 mg F / g para vernizes). A variação média acima dos valores estimados foi maior do que 3,7% para todos os produtos. Estas análises confirmaram o elevado teor de F em produtos fluoretados e quase duas vezes a sua concentração no verniz. Todos os produtos investigados causaram deposição de CaF2 em esmalte e eles mostraram resultados estatisticamente semelhantes. É claro que a espuma e o gel não diferem porque ambos os produtos apresentam concentrações semelhantes de Flúor e tinham o mesmo tempo de aplicação. No entanto, a formação de CaF2 no grupo de espuma, foi numericamente superior do que as aplicações de gel e verniz. Uma diferença possível entre os dois produtos que poderiam explicar este fato é que o pH da espuma é ligeiramente menor quando comparados com gel, como bem descreveram Hayacibara et al. (2004). No estudo de Jiang et al. (2013), foi observado que durante a aplicação profissional de 1,23% de flúor espuma durante o tratamento ortodôntico efetivamente reduziu o desenvolvimento de lesões de mancha branca, incitando ao uso do flúor em espuma como bom produto remineralizador em esmalte dentário. A respeito da alteração das dimensões das manchas, observou-se que reduziram com o tempo de avaliação tanto individualmente com cada produto (G1 e G2), quanto no grupo total (ambos os produtos G1 e G2) sem diferença entre os produtos ao longo do estudo, conforme estudo de Soares e Valença (2003), onde as dimensões das manchas utilizando gel e verniz também apresentou redução. Houve inicialmente, uma distribuição dos produtos de acordo com tal dimensão das 61 manchas através do ponto de corte de 3mm, onde o valor de p>0,05 comprovou que tal distribuição das manchas foi de maneira equitativa para os dois produtos, espuma e gel. Quando um produto com alta concentração de flúor e baixo pH é colocado em contato com a superfície dental, ocorre a dissolução das camadas mais superficiais do esmalte, e formação de CaF2, fazendo com que ele opere como um agente de liberação lenta de flúor. Deste modo o CaF2 fica adsorvido interferindo na progressão da lesão de cárie (FEATHERSTONE, 1986, ten CATE, 1990, CURY, 2001). Nesse estudo, das 71 manchas ativas em S1 do grupo 1, foram inativadas até a S5, 40 delas e mais 5 em S9, em G2 das 75 manchas ativas em S1, foram inativadas 27 delas e mais 3 em S9, corroborando com o estudo de Ferreira et al. (2008), onde mesmo sendo usado produtos fluoretados como gel e verniz, houve também inativação das manchas brancas. A quantidade de manchas inativadas em G2 durante a pesquisa provavelmente foi menor devido ao fato do número de perdas da amostra ter sido em sua totalidade nesse grupo, sendo 14 manchas ao longo do tempo de avaliação e numericamente esse grupo G2 tinha as maiores manchas em dimensão (>3 mm). Válido ressaltar que foram desenvolvidas nesse estudo atividades educativas, por meio de palestras e macromodelos, reiterando que a educação é ferramenta importante na prevenção e paralisação da doença cárie. A odontologia atual deve estar voltada para prevenção e educação em saúde bucal, não apenas tendo o odontopediatra para assumir esse papel, podendo atribuir e delegar responsabilidades aos pais, educadores infantis, instituições do governo, empresas, no intuito de promover a saúde e o bem-estar. A educação faz parte da promoção de saúde, integrando ao contexto de motivação desses pacientes visando sempre a prevenção das lesões iniciais de cárie, conforme estudo de Barros et al. (2008), onde houve atividade educativa para as crianças selecionadas, na qual receberam orientação de higiene, bem como da técnica de escovação sendo dito ainda a quantidade de dentifrício a ser utilizado na escova. 62 Alguns aspectos importantes devem ser colocados em relação às limitações e dificuldades do presente estudo. No que se refere ao universo e à amostra, foram observadas dificuldades, devendo-se destacar a seleção das crianças com as manchas brancas ativas, onde houve a necessidade de visitas em muitas escolas, sendo inicialmente examinadas 219 crianças para se alocar apenas 58 delas. No presente estudo, pode-se dizer que a amostra foi estendida do valor inicial calculado, apenas porque mais de um dente na mesma criança apresentava a mancha branca ativa de cárie. Em relação à coleta de dados, houve dificuldade em manter por 9 semanas as crianças com as aplicações dos produtos. Inicialmente estavam motivadas com as orientações de dieta e higiene, mas com o passar do tempo, a rotina estabelecida do estudo acabou deixando as crianças cansadas juntamente da família que necessitava trazer a criança semanalmente ao CEO- Guarabira para a realização da pesquisa. Outra fragilidade encontrada ocorreu pela dificuldade de ser apenas um examinador a realizar o preenchimento da ficha clínica, que era bastante extensa, o registro do IHO-S em 3 tempos durante 9 semanas, palestras com macromodelos, orientação de dieta e higiene, salientando sempre a quantidade de dentifrício, escovação supervisionada, aplicação dos produtos e realização das imagens através de fotografias em S1, S5 e S9. Como o estudo foi numa cidade que dista apenas 98km da capital do Estado Paraibano, a cidade de Guarabira, poderiam haver novas pesquisas com as mesmas crianças que participaram desse estudo para observar se as manchas que foram inativadas permanecem e como estariam as manchas que permaneceram ativas em S9, já que há uma facilidade de encontrar as mesmas crianças, pois a população da cidade é de apenas 58 mil habitantes, existindo ainda em cada escola uma ficha da criança contendo todos os dados necessários. Comparados os produtos gel e espuma de mesma concentração, verificou-se desempenho superior da espuma nos aspectos de redução da dimensão das manchas, diminuição do risco. Isso é importante porque a espuma necessita de um 63 menor volume de aplicação, diminuindo o risco de ingestão e com isso diminuindo o risco à toxicidade aguda, podendo ser usada em crianças de menor idade. 64 8 CONCLUSÃO As lesões de cárie iniciais (manchas brancas ativas) em esmalte são passíveis de remineralização com o uso do flúor em espuma e do flúor gel; Ao longo do estudo, todas as manchas selecionadas eram ativas de cárie e houve inativação das manchas nos dois grupos, mas nem todas as lesões foram inativadas; Ao compararmos o efeito do flúor em espuma e do flúor gel na remineralização, observaram-se mais manchas inativadas no grupo que utilizou o flúor em espuma que teve melhor desempenho após 08 aplicações; A respeito da alteração das dimensões das manchas, reduziram com o tempo de avaliação tanto individualmente com cada produto (G1 e G2), quanto no grupo total sem diferenças por produtos, reduziram de forma semelhante; A higiene oral das crianças examinadas ao longo do estudo melhorou, com redução do IHO-S permanecendo “boa” ao final do estudo; Comparação do risco à cárie ao longo do estudo diminuiu percentualmente possivelmente à melhoria do IHO-S, quanto à remineralização das manchas brancas ativas. 65 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. 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Dent Clin North Am, v. 43, n. 4, p. 635-663, 1999. 71 APÊNDICES APÊNDICE A: TERMO DE COMPROMISSO DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL Centro Universitário de João Pessoa- UNIPÊ TERMO DE COMPROMISSO Eu, Cristiane Araújo Maia Silva, pertencente ao curso de Odontologia do Centro Universitário de João Pessoa/PB, pesquisador (a) responsável pelo Projeto: “AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TERAPÊUTICO DO FLÚOR EM GEL E ESPUMA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO” em crianças atendidas no CEO, no município de Guarabira-PB, comprometo-me a observar e cumprir as normas da Resolução 466/2012 do CNS em todas as fases da pesquisa. João Pessoa, 01 de dezembro de 2013. Profa. Cristiane Araújo Maia Silva Pesquisadora Responsável 72 APÊNDICE B: TERMO DE ANUÊNCIA A Secretaria de Saúde do município de Guarabira está de acordo com a execução do projeto AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TERAPÊUTICO DO FLÚOR EM GEL E ESPUMA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO, coordenado pela pesquisadora responsável Prof.ª Dr.ª Renata de Oliveira Guaré, desenvolvido em conjunto com a discente Cristiane Araújo Maia Silva, ambas do programa de Mestrado em Odontologia da Universidade Cruzeiro do Sul- UNICSUL-SP, e assume o compromisso de apoiar o desenvolvimento da referida pesquisa No Centro de Especialidades Odontológicas- CEO, deste município durante a realização da mesma. Declaramos conhecer e cumprir as Resoluções Éticas Brasileiras, em especial a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Esta instituição está ciente de suas responsabilidades como instituição coparticipante do presente projeto de pesquisa, e de seu compromisso no resguardo da segurança e bem estar dos participantes nela recrutados, dispondo de infraestrutura necessária para a garantia de tal segurança e bem-estar. Guarabira, ______de__________________de 2013 COORDENADOR DE SAÚDE BUCAL DE GUARABIRA 73 APÊNDICE C: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Seu filho (a) está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa “AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TERAPÊUTICO DO FLÚOR EM GEL E ESPUMA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO” sob orientação da Prof.ª Dr.ª Renata de Oliveira Guaré. 1.JUSTIFICATIVA, OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS O motivo que nos leva a estudar ação do flúor na cárie dentária em seu estágio inicial é poder interromper o processo de destruição do dente o mais breve possível e a pesquisa se justifica devido a existência de vários produtos com mesmo teor de flúor com diferentes preços para tratamento da cárie dentária em seu estágio inicial. O objetivo desse projeto é comparar o sucesso de dois produtos com flúor tratamento da cárie dentária em seu estágio inicial. Os procedimentos de coleta de dados serão realizados da seguinte forma: colocação de corante para observar a sujeira no dente; escovação dos dentes com auxílio da dentista; limpeza dos dentes em consultório odontológico; exame clínico inicial para verificar o tamanho e a gravidade da cárie; aplicação de um dos produtos com flúor de 4 à 8 vezes com intervalos semanais; exame clínico final. 2. DESCONFORTOS, RISCOS E BENEFÍCIOS Embora o estudo se justifique pela existência de vários produtos com mesmo teor de flúor e com diferentes preços para tratamento da cárie dentária em seu estágio inicial, há a possibilidade de desconforto e riscos mínimos na aplicação tópica de flúor, uma vez que se o produto for ingerido em excesso pode haver a ocorrência de náuseas e vômitos, sendo a criança medicada de imediato e acompanhada até o completo restabelecimento. Para que esses riscos sejam diminuídos, propomos o uso de sugadores de saliva, inclinação do encosto da cadeira num ângulo de 90 graus para dificultar a ingestão do produto. Após o término da pesquisa, as crianças serão encaminhadas ao Programa de Saúde da 74 Família mais próximo a fim de serem acompanhadas sistematicamente pelo cirurgião-dentista da atenção básica. O benefício dessa pesquisa, será testar dois produtos, sendo um deles de fácil aplicação, tendo a mesma concentração, com densidades diferentes, em manchas brancas ativas de cárie (rugosas e opacas) e descobrir entre eles, qual produto terá mais eficiência na remineralização de dentes permanentes em crianças em idade escolar. Portanto, o maior benefício será ainda diagnosticar precocemente a cárie, prevenir através do uso do flúor novas lesões e tratar as lesões que forem encontradas. 3. FORMA DE ACOMPANHAMENTO E ASSISTÊNCIA (quando for o caso) Caso você apresente algum desconforto no momento da aplicação do flúor, você será medicado e acompanhado pela dentista até o seu restabelecimento da normalidade da criança. Caso, seu filho venha a ter qualquer despesa em decorrência da contribuição nesse estudo, você será plenamente ressarcido. Ressaltamos ainda que, no caso de eventuais danos apresentados pela participação nesse estudo, você será indenizado. 4. GARANTIA DE ESCLARECIMENTO, LIBERDADE DE RECUSA E SIGILO Você será esclarecido (a) sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejar. Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não acarretará em qualquer penalidade, prejuízo ou perda de benefícios. A pesquisadora tratará sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Os resultados da pesquisa poderão ser enviados ao responsável o pelo menor e permanecerão confidenciais, conforme sua solicitação. Seu nome ou o material que indique a participação do menor não será liberado sem a sua permissão. O menor não será identificado em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo, incluindo divulgação de imagens, se for o caso. Uma cópia deste consentimento informado será arquivada no Curso Pós-Graduação em Odontopediatria e pelo Comitê de Ética do Centro Universitário de João Pessoa- UNIPÊ. Outra cópia será fornecida a você após assinatura de todas as partes. 75 5. CUSTOS DA PARTICIPAÇÃO, RESSARCIMENTO E INDENIZAÇÃO POR EVENTUAIS DANOS A participação no estudo não acarretará custos para você e não será oferecida nenhuma compensação financeira adicional. No caso você sofrer algum dano decorrente dessa pesquisa, as despesas serão ressarcidas pela pesquisadora responsável. 6. DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL Declaramos que o desenvolvimento dessa pesquisa seguirá rigorosamente todas as exigências preconizadas pela resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, especialmente aquelas contidas no item IV.3, em caso de dúvidas quanto aos seus direitos ou sobre o desenvolvimento desse estudo você pode entrar em contato com a pesquisadora responsável, Profa. Cristiane Araújo Maia Silva, ou com o Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário de João Pessoa-CEP/UNIPÊ. 7. DECLARAÇÃO DO (A) RESPONSÁVEL PEL (O) A PARTICIPANTE: Eu, _______________________________________ fui informado (a) dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas informações e motivar minha decisão se assim o desejar. A professora orientadora Dr.ª Renata de Oliveira Guaré e a pesquisadora Cristiane Araújo Maia Silva certificaram-me de que todos os dados desta pesquisa serão confidenciais. Também fui informado que caso existam gastos adicionais, estes serão absorvidos pelo orçamento da pesquisa. Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas. 76 Nome Nome Assinatura do Participante Assinatura da Pesquisadora Responsável Nome Assinatura da Testemunha Data Data Data Impressão Datiloscópica do Participante CONTATO DA PESQUISADORA RESPONSÁVEL: Prof.ª Cristiane Araújo Maia Silva (Responsável pela Pesquisa). E-mail: [email protected] ou telefone (83) 88856061/ (83)21069391. Campus do UNIPÊ Endereço: Rod BR 230, s/n km 22- Água Fria - João Pessoa – PB. CONTATO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DO UNIPÊ Endereço: Rod BR 230, s/n km 22- Água Fria - João Pessoa – PB. E-mail:[email protected] Telefone: (83)21064811 77 APÊNDICE D: TERMO DE ASSENTIMENTO DA CRIANÇA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ PRÓ- REITORIA EM GRADUAÇÃO CURSO DE ODONTOLOGIA Você está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa “AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TERAPÊUTICO DO FLÚOR EM GEL E ESPUMA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO”. Este estudo tem o objetivo de tratar o início da cárie que tem no seu dente. Você receberá durante um mês 04 aplicações e flúor, sendo aplicado com pincel em consultório odontológico. Estamos testando duas marcas de flúor a fim de descobrir qual é a melhor. Para participar deste estudo, o responsável por você deverá autorizar e assinar um termo de consentimento. Você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem financeira. Você será esclarecido (a) em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recusar-se. O responsável por você poderá retirar o consentimento ou interromper a sua participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é atendido (a) pelo pesquisador que irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Você não será identificado em nenhuma publicação. Os riscos são mínimos a sua integridade. Apesar disso, você tem assegurado o direito a ressarcimento ou indenização no caso de quaisquer danos eventualmente produzidos pela pesquisa. Os resultados estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o material que indique sua participação não será liberado sem a permissão do responsável por você. Este termo de assentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, e a outra será fornecida a você. Eu, __________________________________________________, fui informado (a) dos objetivos deste estudo de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações, e o meu 78 responsável poderá modificar a decisão de participar, se assim o desejar. Tendo o consentimento do meu responsável já assinado, declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo assentimento e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas. Guarabira, ____ de ______________ de 20____ . ___________________________________________ Assinatura do (a) menor ___________________________________________ Assinatura do Pesquisadora Responsável Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar: CONTATO DA PESQUISADORA RESPONSÁVEL: Prof.ª Cristiane Araújo Maia Silva (Responsável pela Pesquisa). E-mail: [email protected] ou telefone (83) 88856061/ (83)21069391. Campus do UNIPÊ Endereço: Rod BR 230, s/n km 22- Água Fria - João Pessoa – PB. CONTATO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DO UNIPÊ Endereço: Rod BR 230, s/n km 22- Água Fria - João Pessoa – PB. E-mail: [email protected] Telefone: (83)21064811 79 APÊNDICE E: INSTRUMENTO DA COLETA DE DADOS FICHA CLÍNICA Nº____________ 1.DADOS SÓCIODEMOGRÁFICOS Idade: _______ Gênero: _______ 2.HISTÓRICO MÉDICO-ODONTOLÓGICO Problemas com a saúde da criança: Não Sim ______________________________________ Está em tratamento? Não Sim Qual? ____________________________________________ Medicamento em uso: _________________________________________________________ Flúor sistêmico? Não sei SimNão Quanto tempo? ________________________________ Flúor tópico? Não sei SimNão Quantas vezes? __________________________________ Escova os dentes? Quantas vezes ao dia? ____________________________________________ Usa fio dental? _______________________________________________________________ 3 REGISTRO DO IHO-S 1. S1 ___/___/___ 2. S5 __/___/___ I 4. LOCALIZAÇÃO DA MANCHA BRANCA INICIAL (________/________/_______________) FINAL (________/________/_______________) 3. S9 __/___/___ I I 80 5. ATIVIDADE E ALTERAÇÔES DIMENSIONAIS DENTE CRITÉRIO NYVAD ATIVA/ INATIVA ALTERAÇÕES DIMENSIONAIS DIÂMETRO M-D DIÂMETRO C-I MÉDIA (mm) S1 S5 S9 DENTE CRITÉRIO NYVAD ATIVA/ INATIVA ALTERAÇÕES DIMENSIONAIS DIÂMETRO M-D DIÂMETRO C-I MÉDIA (mm) S1 S5 S9 DENTE CRITÉRIO NYVAD ATIVA/ INATIVA ALTERAÇÕES DIMENSIONAIS DIÂMETRO M-D DIÂMETRO C-I MÉDIA (mm) S1 S5 S9 DENTE CRITÉRIO NYVAD ATIVA/ INATIVA ALTERAÇÕES DIMENSIONAIS DIÂMETRO M-D DIÂMETRO C-I MÉDIA (mm) S1 S5 S9 DENTE CRITÉRIO NYVAD ATIVA/ INATIVA ALTERAÇÕES DIMENSIONAIS DIÂMETRO M-D DIÂMETRO C-I MÉDIA (mm) S1 S5 S9 DENTE S1 S5 S9 CRITÉRIO NYVAD ATIVA/ INATIVA ALTERAÇÕES DIMENSIONAIS DIÂMETRO M-D DIÂMETRO C-I MÉDIA (mm) 81 APÊNDICE F: AVALIAÇÃO DO RISCO À DOENÇA CÁRIE - CAMBRA FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DO RISCO À CÁRIE Indicadores da doença cárie Cavidades clinicamente visíveis Lesões de cárie proximais visíveis Manchas brancas em superfícies lisas Restaurações nos últimos 3 anos SIM (circular) SIM SIM SIM SIM SIM (circular) Fatores de risco Placa visível na superfície dentária Lanches frequentes (>3x ao dia entre as refeições) Fossas e fissuras profundas Fluxo salivar inadequado por observação Fatores de redução da saliva (medicamentos/radiação/sistêmicos) Aparelhos ortodônticos SIM SIM SIM SIM SIM SIM Fatores de proteção Água fluoretada (residência, escola) Dentifrício fluoretado pelo menos 1x/dia Dentifrício fluoretado pelo menos 2x/dia Bochecho com flúor (0,05% NaF) 1x/dia Verniz fluoretado nos últimos 6 meses ATF profissional nos últimos 6 meses VISUALIZAÇÃO DO BALANÇO DE CÁRIE (Indicadores circulados/fatores) RISCO À CÁRIE: ( ) Alto ( Fonte: Featherstone et al., 2007 (adaptado) SIM (circular) ) Moderado SIM SIM SIM SIM SIM SIM ( ) Baixo 82 ANEXOS ANEXO A: PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP 83 84 85 ANEXO B: PROTOCOLO DE REGISTRO NA PLATAFORMA INTERNACIONAL PARA REGISTROS DE ENSAIOS CLÍNICOS 86 87