Portal Exame (03.05)
Cielo e o desafio estatístico de crescer seu
próprio tamanho
Além do aumento de market share, empresa viu seu lucro crescer 13% no primeiro
semestre
Tatiana Vaz, de
ARQUIVO
Metade das máquinas da Cielo já operam com a tecnologia sem fio
São Paulo – A entrada de novos concorrentes e as mudanças no cenário macroeconômico
do país parecem não ter abalado a operação da Cielo, atual líder no segmento de cartões
no país. A empresa de serviços financeiros apresentou lucro de 641 milhões de reais de
janeiro a março, número 13% maior ao apresentado no ano passado, e ganho de
participação de mercado para os atuais 54,2%.
O desafio agora é continuar crescendo em um mercado mais maduro, com aumento
estimado em 15% ao ano e em cima de números já robustos apresentados pela própria
companhia.
“O próprio tamanho da Cielo faz com que o crescimento seja um desafio estatístico, já que
para crescer precisamos crescer quase que o nosso tamanho”, afirmou Rômulo Dias,
presidente da companhia em entrevista agora tarde.
Até agora, a companhia enfrentava de igual dois concorrentes de
peso: Redecard eSantander. Mas, a partir deste ano, a entrada de novos rivais e a
maturação do negócio de outros que já estavam no país, como a americana Elavon, pode
acabar sendo um entrave para tal crescimento.
Ainda assim, Dias acredita que haja espaço para todos crescerem. E a empresa não
pretende mudar estratégias ou o foco em rentabilidade para competir com os demais.
“Nosso foco ainda continua nas pequenas e médias empresas com base em nossa
estratégia de canais e distribuição”, disse Rômulo. “Quando se sai do eixo Rio-São Paulo
há possibilidades interessantes com diversos lugares que ainda não se valem do cartão”.
Sem fio
De acordo com Rômulo, metade das maquininhas da empresa de serviços financeiros
hoje é de aparelhos sem fio. Um número que a companhia acredita aumentar cada vez
mais com a transição de comportamento dos usuários e comerciantes, além da melhora da
tecnologia em alguns lugares do país.
“A parceria recente que fechamos com o Facebook e a que já mantemos com a Oi são
exemplos de como queremos avançar no sentido de oferecer mais serviços que tragam
mobilidade”, afirmou o executivo.
Atualmente, a Cielo conta com 1,300 clientes ativos no país, pessoas que fizeram
transações nos últimos 60 dias. A participação de mercado, aos poucos, também vem
crescendo, segundo dados da empresa.
No final do ano passado, se considerado apenas as três principais empresas do setor de
cartões, a participação da Cielo subiu de 54,09% para 54,21%. A porcentagem melhora
um pouco mais se levado em conta apenas os dois principais rivais, Cielo e Redecard: o
market share foi de 56,60% para 56,9% no mesmo período.
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