GUIA
com dicas para uso
da série de programas
Tirando versos
da imaginação
A cantoria de viola
nordestina na educação
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
Programa Alfabetização Solidária
Presidente da República
Fernando Henrique Cardoso
Ministro da Educação
Paulo Renato Souza
Secretário de Educação a Distância
Pedro Paulo Poppovic
Presidente do Conselho da Comunidade Solidária
Ruth Cardoso
Coordenadora Executiva Nacional do
Programa Alfabetização Solidária
Regina Célia Vasconcelos Esteves
PROJETO RÁDIO ESCOLA
Coordenação geral
Ana Valeska Amaral Gomes
Consultoria
Nélia R. Del Bianco e Patrícia Corsino
Produção radiofônica
Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
APRESENTAÇÃO
Professor:
Você é desafiado todos os dias a aproximar o
ensino da vida real. Sabe que há muitos meios para fazer isso, alguns melhores que outros. Depende da realidade e do interesse de seus alunos. A arte, por exemplo,
pode ser um desses meios. Ou, mais especificamente, a
arte da cantoria de viola nordestina, uma das manifestações
mais expressivas da cultura popular e sua poesia.
Você, como muitos de seus alunos, provavelmente já
ouviu de perto uma cantoria. Ou sabe como é. Considere
que os temas, o humor e o ritmo dos cantadores podem
ajudar a explorar conteúdos de muitas áreas do conhecimento e facilitar, assim, a aprendizagem.
A arte da cantoria nordestina pode, portanto, ser um bom meio
de aproximar o ensino da vida, aliando divertimento e formas de saber populares a seu trabalho de sala de aula.
A série de programas Tirando versos da imaginação - A cantoria de
viola nordestina é um convite e ao mesmo tempo uma provocação, como fazem os cantadores de repentes, para você ampliar seus conhecimentos sobre a cantoria de viola nordestina. A partir dela, é possível criar inúmeras situações que motivem a leitura e a produção de
textos em sala de aula.
Este é mais um dos recursos pedagógicos para auxiliar o trabalho nos cursos de capacitação para professores alfabetizadores, elaborado pela Rádio Escola, da Secretaria de Educação a Distância do
MEC, em parceria com o Programa Alfabetização Solidária.
Para conhecê-lo melhor, leia antes este Guia, com resumo e dicas de uso dos programas, além de sugestões de atividades relacionadas ao assunto em turmas de alfabetização.
Junto com a Série do professor, você recebe o Programa do aluno
sobre cantoria - todos gravados em fita cassete. O segundo tem duas
partes e foi feito especialmente para ser ouvido em sala de aula.
No encarte, uma carta-resposta, para você avaliar a série de
programas, sua intenção e aproveitamento. É uma oportunidade
que você pode nos dar para medir a eficácia desta iniciativa e considerar possibilidades de aperfeiçoamento em outras.
Obrigado. E bom trabalho.
© 2001 Ministério da Educação – MEC
Supervisão editorial
Ana Valeska Amaral Gomes
Texto
Nélia R. Del Bianco e Patrícia Corsino
Edição de texto e revisão
Claudio Pucci
Projeto gráfico e editoração:
Jorge R. Del Bianco
Xilogravuras:
J. Borges, J.C. Leite e Amaro Borges
Direitos de reprodução cedidos
pela Casa das Crianças de Olinda.
Fotolito e impressão:
Gráfica e Editora Policor
Tiragem: 3 mil exemplares
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Tirando Versos da Imaginação : a cantoria de viola nordestina
na educação: guia com dicas para uso da série de
programas. / Programa Alfabetização Solidária - MEC:
SEED, 2001.
36 p. – (Rádio Escola)
1. Programa Alfabetização Solidária. 2. Radiodifusão
educativa.3. Capacitação de professores I. Rádio Escola
CDU: 372.415
Ministério da Educação
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Esplanada dos Ministérios, Bloco L, sobreloja, sala 100
Caixa Postal 9659 - CEP 70001-970 - Brasília, DF
fax (0_ _ 61) 410. 9158
e-mail: [email protected]
site na Internet:http://www.mec.gov.br/seed
SUMÁRIO
O QUE É
A série de programas Tirando versos da imaginação - A cantoria de viola nordestina na educação é um recurso auxiliar para
capacitação de alfabetizadores e para atividades com alunos do Programa Alfabetização Solidária. Tem, por isso,
duas versões: a Série do professor e o Programa do aluno.
PÁG.
07
POR QUE CANTORIA
Você tem bons motivos para utilizar a cantoria de viola na
alfabetização de jovens e adultos. Conheça alguns deles.
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OUÇA OS PROGRAMAS
Resumo dos programas da série, que tratam da origem,
história e características sócio-culturais da cantoria, estabelecendo relações entre essa manifestação cultural e diversas áreas do conhecimento.
10
COMO USAR A SÉRIE DO PROFESSOR
Os programas do professor podem ser utilizados de diversos modos e em diferentes situações, como nos cursos presenciais ministrados pelas universidades, reuniões locais
de atualização ou consultas individuais.
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COMO USAR O PROGRAMA DO ALUNO
O Programa do aluno pode apoiar atividades em sala de aula. Conheça algumas formas de uso desse material.
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DICAS DE ATIVIDADES
Sugestões para você utilizar a cantoria de viola como tema
em diversas situações da alfabetização de jovens e adultos.
24
FICHA TÉCNICA
Saiba quem são os poetas cantadores e os profissionais que
contribuíram para a produção desta série de programas.
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SUA AVALIAÇÃO
No encarte, um questionário para você avaliar esta série de
programas da Rádio Escola.
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O QUE É
Tirando versos da imaginação - A cantoria de viola
nordestina na educação é uma série de programas radiofônicos educativos apresentada em duas versões:
1.
Série do professor: contém 20 programas gravados em três fitas cassete, com duração
média de sete minutos cada um.
2.
Programa do aluno: gravado em uma fita cassete, o programa tem duas partes, cada uma com duração média de 12
minutos, e foi elaborado para seu aluno ouvir em sala de
aula. No lado B dessa fita, você encontra cantorias selecionadas que podem ser utilizadas em atividades propostas neste Guia.
Série do professor:
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A série de programas do professor é um recurso pedagógico com o objetivo de auxiliar a capacitação oferecida
pelas universidades parceiras do Programa Alfabetização
Solidária.
A série reforça conceitos que foram estudados na capacitação; oferece subsídios para a discussão de questões a serem trabalhadas com os alunos; e amplia o conhecimento
da cantoria, uma manifestação artístico popular que marca a identidade do brasileiro.
Os programas abordam diversos aspectos da cantoria: origem, história e características sócio-culturais. Além disso,
estabelecem relações entre essa manifestação cultural com
várias áreas temáticas, como Português, Matemática, História, Geografia e Arte, contribuindo para a integração de
conteúdos, em uma perspectiva interdisciplinar.
A série foi elaborada com a intenção de aguçar ainda mais
seu pensamento crítico e exercitar sua capacidade de relacionar e integrar cultura e educação.
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O formato dos programas é semelhante ao dos que você
já está acostumado a ouvir no rádio. Um narrador, o ator
Othon Bastos, conduz a apresentação do assunto misturando depoimentos de cantadores - de diferentes lugares
do Nordeste -, que falam sobre seu trabalho e cantam repentes, e as vozes de professores e alunos que trazem sua
experiência com a cantoria em sala de aula. Tudo isso em
uma linguagem simples e acessível, mostrando que é possível trabalhar a interdisciplinaridade de forma sensível e
criativa.
Todos os programas apresentam sugestões de atividades
para a sala de aula.
Programa do aluno:
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O Programa do aluno é um material para ser utilizado em
sala de aula.
Seu objetivo é informar o aluno sobre a história, características e a importância da cantoria de viola nordestina no
contexto da cultura popular brasileira.
O programa é apresentado em duas partes. Na primeira,
o aluno fica sabendo o que é a cantoria e qual sua origem.
Na segunda, discute-se a profissão do cantador e sua importância no contexto social.
O Programa do aluno é resultado de uma edição especial
de partes da Série do professor. A linguagem é bem simples
e as informações apresentadas por cantadores e pelo narrador, Othon Bastos, podem ilustrar várias atividades em
sala de aula.
No lado B da fita do Programa do aluno, você encontra
cantorias selecionadas para serem utilizadas em diversas
situações de ensino-aprendizagem. Foram feitas especialmente para este projeto a partir de vários temas, entre
eles, a poesia popular, o que é ser nordestino, a educação,
língua portuguesa e lirismo.
POR QUE CANTORIA
A cantoria de viola nordestina é parte da
nossa rica cultura popular. A arte de cantar versos de improviso talvez seja uma das mais originais e expressivas manifestações culturais
do Brasil. E, por isso, pode ser uma aliada importante no processo de alfabetização de jovens e adultos. Motivos para integrar ensino e cantoria não faltam:
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É possível que a cantoria faça parte da experiência de vida de muitos jovens e adultos, em especial daqueles que
vivem no Nordeste. É uma arte que floresceu no meio rural da região e que, aos poucos, conquistou o público das
grandes cidades.
Por estar enraizada na alma do povo, a cantoria expressa
aspectos da identidade do brasileiro. A cantoria traz em
sua bagagem a vida, os costumes, a história e a luta pela
sobrevivência de um contingente expressivo da população
brasileira.
É uma manifestação cultural da literatura oral popular,
muito, rica tanto pela dimensão estética e poética da língua, quanto pela visão crítica e amplitude com que trata
as várias dimensões da vida. Identifica uma maneira do
brasileiro ver e sentir fatos sociais, políticos e religiosos.
A beleza estética e poética dos versos improvisados da
cantoria fornece excelente material pedagógico para integrar linguagem oral, escrita e musical. Isso pode facilitar
o diálogo em sala de aula e fazer com que o aluno se sinta
mais à vontade para produzir textos orais e escritos a partir de uma expressão cultural inserida na sua vivência.
A cantoria tem potencial para fornecer aos alunos textos
significativos que estimulem a leitura e a escrita. Pois
aprende-se a ler e a escrever em contato com textos que
fazem sentido e não com letras, sílabas ou palavras soltas.
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OUÇA OS PROGRAMAS
A
qui você encontra informações sobre os
programas gravados nas fitas cassete, com
título e resumo.
SÉRIE DO
PR
P
RO
OFFEESSSSO
OR
R
1.
Cantoria - uma expressão da cultura popular nordestina
Destaca a importância da cantoria no contexto da cultura popular nordestina e as possibilidades de uso dessa manifestação
na alfabetização de jovens e adultos.
2.
Origens históricas da cantoria
A cantoria tem suas raízes na poesia dos trovadores andarilhos
da Europa durante a Idade Média. Entenda como a trova medieval foi modificada no Nordeste, graças a influência da cultura de outros povos que aqui viviam.
3.
10
Quem são os cantadores?
Conheça um pouco da vida desses homens do povo que encantam pelos versos improvisados. Saiba que o autodidata de
antes, que lia a Bíblia e livros de história e geografia por conta
própria, está dando lugar ao cantador que freqüenta e valoriza
a escola. É comum encontrar, hoje, repentistas que chegaram
à universidade.
4.
E assim se fez o cantador
Neste programa, saiba como o cantador aprende a arte de
compor versos de improviso. Em geral, o aprendizado começa
na infância, ouvindo o pai cantar ou convivendo com artistas
da comunidade.
5.
Cantador: repórter e poeta do povo
O primeiro jornalista do interior foi o cantador de viola. A vocação para informar ao povo sobre tudo que acontece no mundo persiste. No início, ele contava histórias de Lampião, do
Padre Cícero Romão e das insurreições políticas. Atualmente,
a cantoria fala também da vida cotidiana.
6.
A arte do improviso na cantoria
Neste programa, descubra os segredos do improviso. Um bom
cantador não escreve as letras das músicas que vai cantar. Tudo
é feito “de repente”, na improvisação.
7.
Modalidades da cantoria
Conheça algumas das quarenta modalidades ou estilos de cantoria ouvindo este programa. Cada uma delas tem sua maneira de organizar os versos e uma melodia própria ou toada, como dizem os repentistas.
8.
Cantador só não faz verão! O papel da dupla no desafio
Repente é feito em dupla. Do encontro poético entre dois cantadores é feito um bom desafio. Neste programa, conheça o
papel da dupla na construção do desafio, a famosa peleja entre cantadores. Aproveite para utilizar a técnica do desafio na
sala de aula.
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9.
A construção da narrativa na cantoria
Os segredos da narrativa poética na cantoria. Entenda como o
tema e o mote colaboram na criação de uma história em forma
de versos improvisados.
10. Evolução da cantoria – do sertão aos festivais na cidade
A trajetória da cantoria do campo à cidade. A cantoria que
acontecia em fazendas já não é mais comum. Agora, predominam as apresentações públicas em festivais ou congressos
organizados pelos próprios cantadores.
11. Cantador e o público, uma relação motivadora
A cantoria é um tipo de música para ser ouvida e apreciada.
Não foi feita para dançar. Enquanto uma dupla canta, o público permanece em silêncio, prestando atenção nos versos.
É essa cumplicidade entre público e repentistas que faz da
cantoria um momento mágico.
12. Cantoria para ensinar
Os cantadores têm contribuído para sensibilizar e informar a
população sobre os temas do cotidiano. Falam de política,
dos heróis do povo nordestino, do amor perdido, da seca e
cantam também para educar. Conheça alguns dos projetos
que tiveram a cantoria como mote para educar.
13. A
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história do Brasil pela cantoria
Neste programa, saiba como dar uma aula
de História usando a cantoria. Os cantadores de viola cantam os heróis que surgem do povo. Mostram uma outra versão
da História que nem sempre está nos livros.
Essa outra visão dos acontecimentos pode
contribuir para ampliar o conhecimento de jovens e adultos em fase de alfabetização.
14. Cantoria e a língua portuguesa
Cantadores dão uma aula de Português e provam que é possível dominar normas de gramática pela poesia. Descubra
como nos versos da cantoria a explicação simples, por meio
de palavras do cotidiano, amplia a possibilidade de entendimento do mundo e da nossa língua. Isso ajuda o aluno a refletir sobre a língua escrita de forma lúdica e descontraída.
15. Cantoria, poemas e canções
Neste programa, conheça a poesia dos cantadores que não é
feita de improviso. Poemas e canções integram as apresentações de cantoria e funcionam como uma espécie de descanso
do improviso. Entenda como esse tipo de texto pode contribuir para a alfabetização de jovens e adultos.
16. Cantoria e cordel
Descubra, com este programa, a diferença entre a poesia popular oral e a escrita. As duas não se confundem, mas se
completam. Fique atento para à experiência de professores
que trabalham com o cordel em sala de aula.
17. O ensino da Matemática nos versos da cantoria
É possível relacionar poesia cantada e a Matemática em sala
de aula. Este programa mostra como se faz isso. Avalie a experiência de professores que utilizam versos e estrofes para
trabalhar com os alunos comparações, operações básicas e
medidas. Perceba como o aprendizado pode ser prazeroso.
18. Conheça o Brasil pela cantoria - uma aula de Geografia
Neste programa, cantadores dão uma aula de Geografia. Pela poesia de improviso, o aluno pode conhecer o Brasil, com
seus encantos e belezas. Observe que os cantadores falam da
terra, da vegetação, do clima, mas não esquecem o homem e
sua relação com o meio.
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19. Cantadores: migrantes e retirantes
A trajetória de vida dos cantadores que saíram do sertão e
foram para a cidade em busca de uma vida melhor está neste programa. Uma história parecida com a de muitos dos
seus alunos. Entenda como a poesia dos cantadores pode revelar um pouco da vida no Nordeste.
20. O nordestino na visão dos cantadores
Fique sabendo, neste programa, como é o nordestino na visão dos cantadores de viola. A cantoria de viola revela a alma do nordestino, sua cultura e identidade. E faz mais do
que isso. Transforma-se num instrumento de crítica social e
de reivindicação. Essa manifestação permite ampliar o conhecimento de jovens e adultos sobre sua identidade pessoal e cultural.
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PROGRAMA DO
AL
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UN
NO
O
Cantoria - origens, história e características de
uma arte popular
Lado A
Primeira parte
Destaca a importância da cantoria no contexto da cultura popular nordestina e conta sua origem histórica.
Segunda parte
Aborda o desenvolvimento da cantoria, a formação do cantador e aspectos sócio-culturais dessa arte de fazer versos de
improviso.
Lado B
Cantorias selecionadas
1. Ser nordestino o que é, Edmilson Ferreira e Sebastião Dias
2. Boi da cajarana, Rogério Menezes e Raimundo Caetano
3. Na gramática portuguesa quem sabe tudo sou eu, Oliveira de
Panelas
4. Galope à beira-mar, Oliveira de Panelas
5. A poesia é a veia da cultura popular, Juvenal de Oliveira e
Francisco (Titico) Caetano
6. Mourão voltado, Daudeth Bandeira e Edivaldo Zuzu
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Ouça com atenção!
Em alguns programas, você encontrará expressões típicas da
cantoria. Saiba antes seu significado para compreender melhor o
conteúdo dos programas durante a audição.1
Cordel: Muitas vezes a cantoria de viola nordestina é confundida com cordel. Na verdade, são diferentes expressões da literatura popular. A cantoria é a literatura oral, a poesia cantada e feita de improviso. O cordel, ao contrário, é a versão escrita dos versos populares. São histórias contadas em versos
sobre casos e personagens do cotidiano nordestino, apresentadas em livrinhos que podem ter de oito a 64 páginas. Também conhecidos como romances ou folhetos, recebem o nome
de cordel por serem expostos pendurados em um fio de barbante, para serem vendidos em feiras ou nas ruas.
Rabeca: Espécie de violino, com quatro cordas e sonoridade
fanhosa, que se toca apoiando na altura do coração ou no ombro esquerdo. Era o instrumento utilizado pelos trovadores
medievais. É possível que tenha sido o primeiro instrumento
de cordas que o Brasil conheceu, importado de Portugal.
Viola: Instrumento de cordas dedilháveis, que se assemelha
ao violão na forma e na sonoridade. Foi trazida para o Brasil
pelos jesuítas. Fazia parte da orquestra típica de catequese e
ainda era utilizada para animar bailes populares e acompanhar a cantiga sertaneja. O número de cordas, bem como a
afinação e o material de que é feita, varia nas diferentes regiões. A viola nordestina, por exemplo, tem 12 cordas.
Tema: É o assunto da cantoria.
Verso: Linha ou frase constitutiva de um poema.
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1- Para a construção desses verbetes foram consultados: Maria Ignez Novais AYALA, No arranco do grito- aspectos da cantoria nordestina, p. 100-159, 1988; Dicionário Aurélio Eletrônica Século XXI, versão 3.0, 1999; e a professora Verônica Lisboa,
arte-educadora de Recife.
Estrofe: Grupo de versos que apresenta, geralmente, sentido
completo. O número de versos em cada estrofe varia de acordo com a modalidade da cantoria. Na sextilha, por exemplo
(uma das modalidades mais famosas), a estrofe é formada por
seis versos de sete sílabas e o segundo verso rima com o quarto e o sexto.
Mote: É uma sentença formada por dois versos que finalizam
as estrofes.
Rima: É a repetição de um som, de uma letra ou sílaba, no final de dois ou mais versos.
Métrica: Em vários programas, você ouvirá cantadores dizendo que fazem versos metrificados. A métrica é a arte que ensina os elementos necessários à feitura de versos medidos. Para
os poetas repentistas, a métrica não é apenas a contagem de
sílabas poéticas de cada verso, mas, principalmente, o ritmo
específico de cada tipo de cantoria. Desta maneira, um verso mesmo apresentando o número de sílabas poéticas exigido
pela modalidade - pode ser considerado "desmetrificado"
quando não obedecer a quantidade de sílabas típica da modalidade. Para cantar versos metrificados, o repentista precisa
escolher bem as palavras e saber colocá-las no verso, de modo
que faça sentido para o público e também esteja de acordo
com a sonoridade exigida pela modalidade de cantoria.
Oração: De acordo com as regras gramaticais, a oração é uma
frase (ou parte dela) composta de sujeito e predicado que tenha sentido completo. Na cantoria, o termo oração é usado
para denominar o desenvolvimento de uma idéia sem fugir
do assunto dominante. Ao desenvolvê-la, o cantador precisa
ajustar o sentido do tema do improviso à rima e à métrica da
modalidade ou gênero da cantoria. Sendo
assim, a oração, na cantoria, implica que cada estrofe tenha vida própria e encerre uma reflexão que faça sentido para
a audiência, com começo, meio e fim.
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Sílaba métrica ou poética: A sílaba corresponde a um som
ou complexo sonoro em cada impulso vocal da fala, centralizado numa vogal, que se reúne para constituir as palavras. Na
cantoria, a tonicidade das sílabas não segue, necessariamente,
a mesma regra de divisão exigida pela gramática da língua
portuguesa. As sílabas são pontuadas pelo ritmo da fala e em
consonância com o estilo da cantoria.
Ritmo dos versos: Embora o repente seja um poema cantado
ao som da viola, a musicalidade é devida, essencialmente, ao
ritmo ou sonoridade dos versos. Os toques da viola funcionam
como apoio ou complemento do canto, sendo importantes
para dar o tom musical. O canto e o acompanhamento instrumental da viola têm a função de destacar a poesia, de reforçar
a sonoridade dos versos.
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COMO USAR A SÉRIE DO PROFESSOR
A série de programas Tirando versos
da imaginação - A cantoria de viola nordestina na educação utiliza uma tecnologia de
comunicação bastante acessível e de fácil
manuseio - a fita cassete -, que oferece inúmeras vantagens:
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Você escuta os programas quando quiser, de acordo com
sua disponibilidade de tempo.
A audição pode ser interrompida nos momentos em que
você desejar.
É possível retornar a fita com facilidade, quando você quiser ouvir de novo um trecho que não foi bem entendido
ou por qualquer outro motivo.
Quando
São várias as situações em que a série de programas do professor pode ser utilizada como recurso pedagógico.
Se você é coordenador universitário ou municipal, use as
fitas:
1. Em oficinas dos cursos presenciais de formação ministrados pelas universidades parceiras do Programa Alfabetização Solidária.
2. Em reuniões locais de atualização e acompanhamento promovidas pelas universidades ou coordenações municipais.
3. Em reuniões de atualização organizadas pelos coordenadores pedagógicos.
4. Em encontros promovidos pelos professores para discussão dos conteúdos ou planejamento das aulas.
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Se você é professor alfabetizador, use as fitas:
1.
Individualmente, quando você quiser aperfeiçoar seus conhecimentos ou encontrar idéias de atividades para desenvolver um tema em suas turmas de alfabetização.
2.
Em grupos de professores de sua cidade, quando quiser
discutir idéias de atividades em sala de aula que integrem
cultura e educação.
Para quê
Você vai descobrir ou inventar muitas formas de usar o material para atingir determinados objetivos. Aqui estão algumas sugestões da Rádio Escola:
1. Para introduzir ou apresentar o tema durante a capacitação. Os programas permitem ilustrar uma discussão sobre
a relação entre manifestações culturais brasileiras e o processo de alfabetização.
2. Para estimular o debate sobre um tema, podendo apresentá-lo no começo, meio ou fim de uma atividade que você
planeja desenvolver na capacitação.
3. Para complementar ou enriquecer uma explicação oral
durante encontros de reforço e atualização.
4. Para sugerir ao professor uma série de atividades que possam integrar, de forma dinâmica, a alfabetização de jovens e adultos e à cantoria de viola.
5. Para despertar o interesse e informar o professor sobre
uma das expressões mais criativas e autênticas da cultura
popular brasileira.
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COMO USAR O PROGRAMA DO ALUNO
Assim como a Série do professor, o Programa do aluno utiliza a tecnologia de comunicação da fita cassete e com as mesmas
vantagens:
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Você escuta o programa junto
com os alunos no momento
em que desejar.
A audição pode ser interrompida sempre que você
considerar oportuno ou quando algum ponto chamar a atenção de seus alunos e propiciar uma discussão com o grupo.
É possível retornar a fita, com facilidade, quando alguma
questão não for bem entendida pelos alunos.
Você pode usar essa fita cassete em sala de aula de várias maneiras. Leia abaixo algumas sugestões que podem ser desenvolvidas com o Programa do aluno e solte sua imaginação ampliando-as
e criando outras:
Antes de ouvir
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Procure saber se seus alunos conhecem algum cantador
de viola ou se já ouviram alguma cantoria.
Desperte o interesse da turma para o assunto, pedindo
para cada um falar um pouco de sua experiência com a
cantoria ou trazendo informações sobre esta manifestação
cultural.
Organize o ambiente de sala de aula de modo que todos
possam se ouvir - e ouvir bem a fita. As cadeiras arrumadas em círculo favorecem a proximidade do grupo, podendo ser um bom recurso para a audição e o debate.
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Peça aos alunos para guardarem na memória alguma palavra, expressão, informação ou situação que não tenham
compreendido durante a audição do programa e, depois,
esclareça as dúvidas em colaboração com a turma.
Durante a audição
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Peça a atenção dos alunos para o conteúdo do programa.
Se desejar, faça pausas durante a exibição para comentar o
conteúdo da fita e ouvir as impressões dos alunos.
Registre as manifestações dos alunos durante a audição.
Elas poderão ajudar a animar um debate.
Depois de ouvir
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Organize a turma em duplas e peça que cada uma comente entre si o conteúdo da fita.
Estimule depois uma conversa coletiva em que cada dupla
exponha os seus comentários. Você pode ir registrando no
quadro ou numa folha grande de papel os pontos abordados. Este registro (em forma de lista ou de texto narrativo)
poderá ser um bom material de leitura para ser retomado
posteriormente.
Organize a discussão ressaltando alguns aspectos dessa arte popular, como a sua estética, forma de organização dos
versos, os temas cantados com mais freqüência, além de
abordar questões como a profissão do cantador, a importância social de sua arte, a relação da cantoria com a vida
da comunidade e a experiência de cada um ao desfrutar
esse tipo de música.
Depois, você pode desenvolver uma atividade de escrita
com os alunos usando um dos temas presentes na cantoria, como a seca, o sertão, a roça, a vida na cidade grande,
a migração, o amor à natureza, entre outros.
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É possível também desafiar os alunos a criarem versos de
improviso, a partir de temas freqüentes na cantoria ou de
outros, escolhidos pela turma ou indicados por você. Eles
podem continuar ou modificar os versos e estrofes feitos
pelos repentistas, buscando outras soluções.
Você também pode transcrever no quadro uma das estrofes cantadas no programa e pedir para eles identificarem
as palavras que rimam e inventarem outros versos.
Outras sugestões de atividades em sala de aula podem ser
integradas ao trabalho de audição do programa. Conheça
algumas delas na próxima seção deste Guia.
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DICAS DE ATIVIDADES
É possível desenvolver muitas atividades em sala de aula a partir da cantoria de
viola nordestina, integrando diversas áreas
do conhecimento e facilitando o processo
de ensino-aprendizagem.
Este é seu objetivo e, certamente, você
tem boas idéias para fazer isso. É importante
considerar sempre a realidade, o interesse e o
grau de envolvimento de seus alunos. E avaliar
o que é melhor, mais oportuno, em cada circunstância, de acordo com sua sensibilidade.
As sugestões apresentadas a seguir são uma contribuição ao
seu trabalho. Verifique a possibilidade de adotá-las, com as adaptações que julgar necessárias.
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1.
Você conhece alguma dupla de cantadores em sua região?
Convide-os para uma apresentação. Seus alunos poderão
apreciar os versos cantados ao som da viola.
Após a apresentação, peça aos cantadores para falarem de
sua profissão, história de vida, de onde tiram inspiração
para compor os versos e qual a temática dominante na
cantoria.
Para esta atividade ser significativa para os alunos, é importante você prepará-la antecipadamente. Fale sobre a
importância dessa manifestação cultural. Converse sobre a
formação do cantador e sua habilidade em encontrar as
palavras adequadas às rimas e dar ritmo aos versos feitos
de improviso. Para complementar esta tarefa de sensibilização, você pode exibir a fita cassete com o Programa do
aluno.
2.
Outra forma de trabalhar com a cantoria é levar cantadores à sala de aula para debaterem um assunto da atualidade em forma de versos. Pode ser uma boa atividade para
os alunos se informarem e manifestarem suas opiniões.
Escreva os comentários no quadro ou numa folha grande
de papel e transforme a discussão num texto. Se quiser,
você pode também reescrever este texto numa matriz, reproduzir e distribuir para a turma. Você terá um bom material de leitura, no qual os alunos poderão confrontar os
diferentes pontos de vista, tirar dúvidas e pensar sobre a
língua escrita.
3.
Incentive seus alunos a assistirem a festivais de cantoria ou
participarem de outras manifestações culturais de sua cidade ou das redondezas. Você pode orientar essa atividade, propondo um passeio com toda a turma.
É muito importante sair da escola e fazer um estudo do
meio que nos cerca. Além de momentos de interação e
descontração, aprendemos muito vendo, ouvindo e observando em grupo.
Antes da ida ao festival, você pode preparar a turma, lendo a programação, conversando sobre os cantadores, os
elementos da linguagem musical da cantoria, o tipo de sonoridade, instrumentos, arranjos, voz, interpretação e a
intenção do cantador ao desenvolver um tema. Depois do
passeio, os alunos podem ilustrar o que viram e ouviram
com desenhos, colagens ou esculturas de argila, e redigir
um texto relatando o evento e descrevendo suas impressões a respeito da cantoria. A partir desta experiência, eles
poderão produzir um texto tão rico quanto as cantorias
que ouviram.
4.
Um bom caminho para trabalhar com esta literatura oral é
transformá-la em texto escrito. Você pode gravar uma
apresentação de cantoria e depois selecionar uma estrofe e
transcrevê-la. Ou usar uma das cantorias selecionadas e
gravadas no lado B da fita que contém o Programa do aluno.
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Com esse material escrito, você pode desenvolver várias atividades. Comece lendo a estrofe em voz alta. Depois, peça
para discutirem coletivamente o significado do texto e possíveis interpretações.
A seguir, você pode escrever o texto lido
no quadro, para que os alunos possam
identificar as palavras que rimam, pensar em
outras que terminem como estas; destacar
as palavras que mais chamaram atenção,
inserindo-as em novos versos ou frases.
Esta atividade pode ficar bem interessante, se você puder
distribuir uma cópia do poema para cada aluno ler e fazer
descobertas sobre a linguagem escrita. Por exemplo: observar o ritmo e o tamanho dos versos. Ajude-os a contar
as sílabas poéticas, brincar com as rimas e até construir
uma outra estrofe, continuando o poema.
Pode-se pedir também para os alunos ilustrarem, musicarem e até dramatizarem o poema. É possível levar outras
poesias e fazer um recital com a turma. Enfim, o texto poético, tirado do povo, pode e deve invadir a sua sala de aula.
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5.
Experimente levar um ou mais temas para os alunos
transformarem em motes ou dar um mote para eles desenvolverem a cantoria. Se dividir a turma em duplas, verá que cada uma vai dar a sua versão, podendo surgir vários motes para o mesmo tema e cantorias diversas para o
mesmo mote.
Tudo isso pode ser feito, primeiro, oralmente, de improviso, como fazem os cantadores e, depois, transformado em
texto escrito. Organize então, com a turma, uma apresentação das cantorias e também uma coletânea dos textos
produzidos.
6.
Leia uma notícia de jornal ou revista em sala de aula e discuta com a turma diferentes assuntos da atualidade, trocando pontos de vista e possibilitando que cada aluno dê
sua versão para os fatos. Depois, você pode pedir a eles
para transformarem a notícia em versos de improviso,
brincando com as rimas. Inicialmente, esse trabalho pode
ser coletivo; depois, feito em duplas e apresentado à toda
turma. Além de incentivar a leitura crítica do noticiário da
imprensa, você cria momentos de interação.
7.
Para enriquecer uma aula de História, por exemplo, você
pode apresentar versos feitos pelos cantadores sobre um
tema escolhido. Muitos deles foram publicados em anais,
que você encontra em bibliotecas públicas ou em discos
produzidos pelos próprios cantadores. Escolha alguns
exemplos dentre as cantorias gravadas no lado B da fita
do Programa do aluno.
Em geral, os cantadores oferecem uma outra versão dos
fatos históricos. Sua narrativa é diferente dos relatos dos
livros didáticos e dos documentos históricos e pode ser
comparada às adaptações feitas para o cinema. Um bom
exemplo para esse trabalho pode ser a história de Antônio
Conselheiro. A Guerra de Canudos foi narrada por muitos
cantadores, cordelistas, historiadores e cineastas.
Considere, professor, que o ensino de História feito por
meio de comparações entre diferentes versões de um mesmo fato é importante para que o aluno construa uma visão
crítica dos acontecimentos.
Não deixe de explorar também as história dos cantadores
sobre heróis do dia-a-dia. Elas ajudam os alunos a se identificarem com seu próprio tempo histórico.
8.
Use os versos da cantoria para dar uma aula de Matemática. Leve para a sala de aula versos feitos pelos cantadores.
Selecione alguns dentre os exemplos gravados no lado B
da fita do Programa do aluno e trabalhe com os
alunos a escrita e o raciocínio matemático.
Crie desafios em que eles possam estabelecer
comparações e analogias entre os diferentes
poemas, quanto ao tamanho dos versos,
o número de palavras, de sílabas poéticas, e a forma de construção das rimas.
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9.
O sertão, a caatinga e a seca são temas freqüentes da cantoria. Você pode trazer a visão dos
cantadores sobre essa temática para a sala de aula. Utilize esses versos para ilustrar uma aula sobre paisagens, lugares, relevo, vegetação, clima e muitos outros aspectos estudados pela Geografia.
Uma boa idéia é comparar depois a
poesia dos cantadores com romances de
escritores como Jorge Amado, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo ou outros, que
também apresentam descrição de lugares, cidades e paisagens.
O escritor ou cantador, quando descreve um lugar ou uma
situação, dá sua versão, construindo e reconstruindo a realidade com seu olhar de artista.
Com os dados recolhidos na leitura literária, o aluno terá
novos elementos para comparar e interpretar diferentes
espaços geográficos e as relações que os homens estabelecem com eles.
10.Outro tema freqüente na cantoria é a migração, a partida
do homem do campo para a cidade em busca de melhores condições de vida.
Identificar os fatores que contribuem para a migração pode ser uma boa atividade, especialmente em cursos de alfabetização de jovens e adultos. Afinal, em sua sala de aula
deve haver migrantes ou alunos que pensem em migrar.
Por isso é importante você discutir com o grupo os pontos positivos e negativos da migração, desenvolvendo esse tema coletivamente, já que ele pode estar relacionado
às histórias de vida de seus alunos. Para ampliar o debate, além das cantorias que falam da migração, tente mostar para a turma o filme Central do Brasil, de Walter Salles
Jr., ler o poema Morte e vida severina, de João Cabral de
Melo Neto (ou ouvi-lo na música de Chico Buarque de
Holanda), e também mostrar uma foto ou reprodução do
quadro Os retirantes, de Cândido Portinari.
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11.Não esqueça, professor: seu desafio de todos os dias é
criar situações que motivem a leitura e a produção de
textos em sala de aula. Para isso, é fundamental que esses
textos tenham usos e funções reais, que o aluno sinta necessidade de ler e de escrever para se informar, para se
comunicar, para não esquecer, para convencer, para se
expressar, para rir e chorar, e tantas outras coisas que fazem parte de suas vidas.
Cada tipo de texto que circula tem sua forma, seu conteúdo e serve a uma ou mais funções, de acordo com as
práticas sociais a que está sujeito.
Jovens e adultos, por pertencerem ao mundo letrado,
mesmo antes de saberem ler e escrever, conhecem muita
coisa sobre os textos: sabem suas funções, reconhecem algumas convenções e estruturas lingüísticas, levantam hipóteses sobre a escrita, ou seja, têm uma bagagem de informações.
Por isso, professor, assim como acontece na dupla de cantadores, é importante você estar atento ao que os alunos
já conhecem para desafiá-los a refletir sobre a língua, a
ampliar suas informações e ganhar autonomia na sua relação com a linguagem escrita.
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FICHA TÉCNICA
A série de programas Tirando versos da imaginação - A cantoria de viola nordestina na educação é resultado de um trabalho coletivo envolvendo cantadores, pesquisadores, profissionais de comunicação, professores e alunos. Colaboraram nesta produção:
Os cantadores
De Pernambuco:
Antônio Lisboa Filho
Edmilson Ferreira dos Santos
Edvaldo Zuzu
Minervina Ferreira
Sebastião Dias Filho
Severino Nunes Feitosa
Raimundo Caetano
Rogério Menezes Sobrinho
Da Paraíba:
Daudeth Bandeira
Juvenal Oliveira Leite
Maria da Soledade Leite
Oliveira de Panelas
Francisco (Titico) Caetano
De Brasília:
Francisco de Assis
Valdenor de Almeida
O pesquisador:
Giuseppe Baccaro
Os professores:
Benedito Martins
Dario Dutra
José Ubirevaldo Delgado
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Robson Costa
Sayonara Gomes de Oliveira Melo
Silviane Bonacofe Barbato
Verônica Lisboa
Os alunos:
Francisco de Assis
Luís Vieira
Narração:
Othon Bastos
Produção:
Dácia Ibiapina da Silva
Guaira Índia Flor
Janine Russczyk
Roteiros:
Nélia R. Del Bianco
Revisão de roteiros:
Ana Valeska Amaral Gomes
Dácia Ibiapina da Silva
Patrícia Corsino
Sonoplastia, edição e montagem:
Marcos Tavares
Marcus Vinicius Tavares
Vinhetas - trilha sonora:
Roberto Côrrea
Produção de vinhetas:
Audio Fidelity
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Discografia:
•A canção do Brasil, Sebastião Dias
•A voz do eito - na sanfona e na viola, Sebastião Dias
•Brazil 500 anos, Raimundo Caetano e Rogério Menezes
•É feito de fato, Edmilson e Lisboa
•Grande encontro de poetas repentistas - cantares da terra
•Grande encontro de poetas repentistas - a explosão do repente
•Mulheres no repente, Minervina Ferreira e Mocinha da
Passira
•Na pancada do ganzá, Antônio Nóbrega
•Na pancada do ganzá II, Antônio Nóbrega
•Quinteto Armorial - Do romance ao galope nordestino
•Quinteto Armorial - Aralume
•Quinteto Armorial - Sete flechas
•Repente potiguarino
•Série dos grandes repentistas do Nordeste, Titico Caetano e
Raimundo Caetano
•Uma noite estrela de poesia em Pombal
Estúdio de gravação:
Laboratório de Rádio da Faculdade de Comunicação da
UnB.
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Cantoria - Ministério da Educação