UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL MARINA DA SILVA BATISTA IMPORTÂNCIA DO CONTATO FÍSICO NO BINÔMIO MÃE E RECEM NASCIDO PREMATURO NA UNIDADE NEONATAL DO HOSPITAL DEPUTADO LUIS EDUARDO MAGALHÃES DE PORTO SEGURO – BAHIA SALVADOR – BAHIA 2011 ATUALIZA PÓS-GRADUAÇÃO MARINA DA SILVA BATISTA IMPORTÂNCIA DO CONTATO FÍSICO NO BINÔMIO MÃE E RECEM NASCIDO PREMATURO NA UNIDADE NEONATAL DO HOSPITAL DEPUTADO LUIS EDUARDO MAGALHÃES PORTO SEGURO – BAHIA Monografia apresentada a Universidade Castelo Branco e Atualiza Associação Cultural, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Enfermagem neonatal e Pediátrica, sob orientação do Prof. Dr. Fernando Reis do Espírito Santo. SALVADOR – BAHIA 2011 B333i Batista, Marina da Silva Importância do contato físico no binômio mãe e recémnascido prematuro na unidade neonatal do Hospital Luis Eduardo Magalhães de Porto Seguro-BA / Marina da Silva Batista. – Salvador, 2011. 41f.; 30 cm. Orientador: Prof. Dr. Fernando Reis do Espírito Santo Monografia (pós-graduação) – Especialização Lato Sensu em Enfermagem Pediátrica e Neonatal, Universidade Castelo Branco, Atualiza Associação Cultural, 2011. 1. Enfermagem pediátrica e neonatal 2. Recém-nascido 3. Prematuro 4. Método mãe canguru I. Espírito Santo, Fernando Reis II. Universidade Castelo Branco III. Atualiza Associação Cultural IV. Título. CDU 616-053 Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Adriana Sena Gomes CRB 5/ 1568 MARINA DA SILVA BATISTA IMPORTÂNCIA DO CONTATO FÍSICO NO BINÔMIO MÃE E RECEM NASCIDO PREMATURO NA UNIDADE NEONATAL DO HOSPITAL DEPUTADO LUIS EDUARDO MAGALHÃES PORTO SEGURO – BAHIA Monografia para obtenção do grau de Especialista em Enfermagem Neonatal e Pediátrica. Salvador, ____ de _______________ 2011. EXAMINADOR: Nome: ____________________________________________________ Titulação: ____________________________________________________ PARECER FINAL: __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ _______________________________________________ “Deus me conceda falar com propriedade e pensar de forma correspondente aos dons que me foram dados, porque tu és o guia da sabedoria e o orientador dos sábios. Em seu poder estamos nós, as nossas palavras, a nossa inteligência e as nossas habilidades.” Livro da Sabedoria 7:15-17 “A sabedoria é resplandecentes, não murcha, mostra-se facilmente para aqueles que a amam. Ela se deixa encontrar por aqueles que a buscam.” Livro da Sabedoria 6:12-13 RESUMO Atualmente, há inúmeros movimentos pela humanização da assistência à saúde com intuito de resgatar valores afetivos e sociais. A adoção do Cuidado Mãe-Canguru (MMC) é estratégia essencial para mudança institucional na busca da atenção à saúde, centrada na humanização da assistência e no princípio da cidadania da família. O MMC se constitui em assistência neonatal que prevê o contato pele a pele em tempo mais imediato, que seja possível, entre a mãe / pai / familiar significativo e o recém nascido prematuro e/ou de baixo peso. Este trabalho teve por objetivo analisar a importância do contato físico no processo de reabilitação do recém-nascido prematuro ou de baixo peso; o alto custo da manutenção de Unidades de tratamento intensivo neonatais (UTIN) no país, faz do MMC não só uma alternativa a assistencia ao neonato prematuro mas como também alternativa a humanização do processo de assistencia ao proporcionar menor interferencia da equipe médica/enfermagem no cuidado, redução de custos hospitalares, enfatizando, de forma fundamental, os aspéctos educativos voltados para o desenvolvimento das habilidades maternas, com a finalidade de instrumentalizar a mulher /puérpera para o cuidado com o filho, responsabilizando-a por esse cuidado. A metodologia adotada compreendeu tres passos. Primeiro foi realizada uma revisão de literatura sobre o processo de gestação e nascimento, o segundo momento foi de aplicação do questionário que, possibilitou, no terceiro momento a discussão dos sentimentos vivenciados pelos pais ao lidar com um bebe prematuro e a experiencia de estar junto ao filho no processo de reabilitação. Esta pesquisa demonstra a importância do toque como instrumento de humanização da assistência ao RN, além de ser uma forma de cuidado que permite a criação do vínculo família-bebê. Proporcionou a compreensão mais de perto, dessa situação tão difícil, para otimizar o atendimento nas unidades neonatologicas, é importante que haja uma relação de confiança entre a enfermagem e a família dos bebes, havendo sempre estímulos ao toque no RN prematuro, tanto pela equipe neonatal como pela genitora, como forma de cuidado humanizado. Palavras-chave: recém-nascido; prematuro; método mãe- canguru ABSTRACT Right now there are various movements aiming the humanization of health care in order to recover emotional and social values. The adoption of the Kangaroo Mother Care (MMC – in Portuguese) is an essential strategy for an institutional change regarding health care, humanization of assistance and the principle of citizenship within the family. The MMC is neonatal care that promotes the immediate contact of skin between the mother / father / close relative and the new born, premature or of low weight at birth. This study intended to examine the acknowledgement of the importance of touch to the premature infant; the neonatal intensive care units (NICU) maintenance high costs in the country makes MMC not only an alternative for the caring of premature newborns but also an alternative to dehumanization of the process, by promoting assistance with less interference from the medical / nursing staff, reducing hospital costs, emphasizing, in fundamental ways, the educational aspects of developing parenting skills, in order to equip women’s puerperium with skills to take care of the child, making her responsible for that matter. The methodology involved three steps. First a review of literature on the process of pregnancy and birth, in the second step a questionnaire was applied which made possible in the third step, to discuss the feelings experienced by parents when dealing with premature babies and the experience of being with their child in the process of rehabilitation. This research demonstrates the importance of touch as a tool for humanization of the newborn, as well as being a form of care that allows the creation of family-infant bonding. This research provided a closer understanding of that difficult situation. To help optimize treatment in neonatology units it is important to create a bond of trust between the nursing staff and the families of the babies. There should always be stimulation of touch at the RN, both by the neonatal staff and the mother, as a form of humanized care. Keywords: newborn, premature, MMC SUMÁRIO INTRODUÇÃO.......................................................................................................................09 2. REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................................15 2.1 O evento gestacional e a gravidez de risco.........................................................................15 2.2 Prematuridade.....................................................................................................................17 2.3 A questão do apego entre mãe e filho.................................................................................19 2.4 Assistência humanizada......................................................................................................22 2.5 Método canguru..................................................................................................................24 3 METODOLOGIA...............................................................................................................26 3.1. Tipo de pesquisa.................................................................................................................26 3.2 Aspectos éticos....................................................................................................................27 3.3 Universo da amostra............................................................................................................27 3.4 Participantes da amostra......................................................................................................28 3.5 Elaboração dos instrumentos para coleta de dados.............................................................29 3.6 Coleta de dados e tratamento.............................................................................................29 4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS...........................................................30 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................38 6 REFERÊNCIAS...................................................................................................................39 ANEXOS..................................................................................................................................44 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 Situação do recém-nascido internado.....................................................................32 Gráfico 02 Faixa etária..............................................................................................................32 Gráfico 03Escolaridade.............................................................................................................33 Gráfico 04 Quais os sentimentos dos pais frente ao primeiro contato com o RN Prematuro...34 Gráfico 05 Quanto tempo você fica com o seu bebê................................................................35 Gráfico 06 Você sabe a importância de tocar o seu filho.........................................................36 1 INTRODUÇÃO Apresentação do objeto de estudo O nascimento há algumas décadas, ocorria no ambiente domiciliar tendo à mulher a oportunidade de compartilhar com seus familiares esse momento. Contudo, a evolução econômica e social, aliada ao aprimoramento técnico-científico na área materno-infantil, fez com que as mulheres passassem a ser assistidas no momento do nascimento de seus bebês em instituições hospitalares. A institucionalização da assistência ao parto percorreu o século passado imprimindo transformações na forma de atendimento à mulher e à criança, bem como à família. (Soares, 2003) A transformação no modelo assistencial à mãe e filho atendeu em princípio, a necessidade de minimizar os riscos de agravos à saúde da mãe e da criança, resultando na implantação de berçários centralizados e decorrente separação da mãe e filho durante o período de internação. (Soares, 2003) Atualmente, há inúmeros movimentos pela humanização da assistência à saúde com intuito de resgatar valores afetivos e sociais. O Método Mãe Canguru (MMC) foi adotado inicialmente na Colômbia por falta de recursos, especialmente incubadoras. As vantagens do MMC vão além da questão da sobrevivência em países pobres, pois atualmente vários países desenvolvidos apontam o método como uma forma de atenção vantajosa, viável e segura, que proporciona maior contato entre mãe e bebê e suporte à amamentação. (Toma, 2003). Preocupado em encontrar uma metodologia de abordagem perinatal que tivesse como foco a humanização da assistência, o Ministério da Saúde lançou, em 2002, a Norma de Atenção Humanizada ao Recém- Nascido de Baixo Peso – Método Mãe-Canguru - MMC, como política pública.(Venâncio, 2003). O contato pele a pele, também conhecido como “cuidado canguru”, levou esse nome porque as mães canguru carregam seus filhotes em contato pele a pele enquanto esses se desenvolvem. Este contato é um método em que o recém-nascido, após o nascimento, é colocado em contato pele a pele com a mãe em posição vertical na região torácica entre os seios. O contato pele a pele das mães com o bebê traz benefícios para ambos. Para os bebês, faz com que mantenha a temperatura corporal estável; melhore a oxigenação; proporcione ciclos regulares de sono profundo; ganhe peso corporal mais rápido; diminua os períodos de agitação e choro. Portanto o toque é enfatizado como de grande importância para a melhora do estado geral do RN prematuro. A adoção do Cuidado Mãe-Canguru é estratégia essencial para mudança institucional na busca da atenção à saúde, centrada na humanização da assistência e no princípio da cidadania da família. Cada etapa requer subsídios que assegurem à puérpera e ao bebê condições para o aprimoramento do vínculo, a promoção do aleitamento e a capacitação materna do cuidado com o filho. Entre os subsídios estão a vinda diária à unidade de internação, o auxílio para o transporte coletivo às mães que necessitarem, o oferecimento de refeições durante a permanência diurna e de espaço para seu descanso, a realização de palestras e o livre acesso dos pais à unidade neonatal. Dos bebês, exige-se a estabilidade clínica, respiratória e circulatória e para a equipe de saúde pede-se a orientação aos pais sobre o Método, a estimulação quanto à manutenção do contato tátil com a criança, apoio e intervenção para a manutenção da produção láctea e armazenamento do leite ordenhado. A adoção do método estimula a formação dos laços afetivos; favorece a produção do leite materno, beneficiando assim a lactação e a amamentação; ajuda no desenvolvimento físico e emocional do bebê; reduz o estresse e o choro do RN; estabiliza o batimento cardíaco, a oxigenação e a temperatura do corpo do bebê; possibilita lembrar o som do coração materno, da voz da mãe, o que transmite calma e serenidade; desenvolve, no bebê, sentimentos de segurança e tranqüilidade; diminui riscos de infecção cruzada e hospitalar; reduz o número de abandono desses bebês e contribui para o apego entre mãe/filho.(BRASIL,2002). O peso ao nascer é um dos mais significativos indicadores da qualidade de vida da criança e a prematuridade sempre representou um grave problema, não apenas para os profissionais de saúde, como também sócio-econômico, especialmente nos países mais pobres. Para podermos descrever as características de um bebê prematuro, faz-se necessário classificá-lo quanto a sua maturidade. O pré-termo (prematuro) é aquele em que a gestação teve duração menor do que 37 semanas, sendo considerados com “viabilidade” (Tamez, 1999). Reforça-se ainda que a possibilidade de sobrevivência dos prematuros entre 23 e 26 semanas de gestação aumenta cerca de 2 % a cada dia que conseguem sobreviver (Tamez, 1999). A classificação precisa da maturidade fetal, sendo um fator determinante para sua adaptação e reestruturação, bem como eficácia no tratamento. A Organização Mundial da Saúde adotou o peso ao nascer e a idade gestacional como padrão de classificação internacional. (Oliveira, 2002). A etiopatogenia da prematuridade é complexa envolvendo tanto fatores maternos quanto fetais, placentários e iatrogênicos. Evitar a prematuridade continua sendo um grande desafio dos pesquisadores e profissionais de saúde devido ao conhecimento incompleto dos fatores etiológicos e da fisiopatologia da prematuridade. Apesar de os últimos anos ter ocorrido importante avanço nos estudos solucionando ao parto prematuro a sua prevenção, a taxa de prematuridade se mantém constantemente elevada, tornando imprescindível a melhora da assistência pré-natal como um todo e precoce, e a identificação do risco nos estágios iniciais do trabalho de parto prematuro (T.P.P.). A prevenção é a maior arma terapêutica e deverá não só impedir ou proteger o nascimento prematuro, mas também propiciar melhores condições de nascimentos de muitas crianças. Quando se planeja uma gravidez ou quando as pessoas são surpreendidas com a notícia de que o bebê já está a caminho, o ser humano é invadido por sonhos, expectativas, inseguranças, felicidade e muita responsabilidade para com o novo ser que invadirá seu espaço. Justificativa A importância do toque ao recém nascido prematuro motivou o interesse em realizar esta pesquisa, uma vez que, o contato físico é necessário para a formação do vínculo afetivo do binômio mãe e filho, aos cuidados prestados no desenvolvimento desses bebês, e o quanto estes dependem de seus cuidadores para a sua sobrevivência, ressaltando o toque como a função primordial dos genitores, na melhoria do estado geral do RN prematuro. O alto custo da manutenção de Unidades de tratamento intensivo neonatais (UTIN) no país faz do MMC não só uma alternativa a assistência ao neonato prematuro mas como também alternativa a humanização do processo de assistência ao nascer, ao proporcionar menor interferência da equipe médica/enfermagem no cuidado e a redução de custos hospitalares, enfatizando, de forma fundamental, os aspectos educativos voltados para o desenvolvimento das habilidades maternas, com a finalidade de instrumentalizar a mulher /puérpera para o cuidado com o filho, responsabilizando-a por esse cuidado. Outro aspecto a ser destacado é a questão da humanização da assistência à mulher no período gestacional e pós-parto, para um tratamento mais eficaz e humano da mulher nesse período tão especial e ao mesmo tempo angustiante. Nesse cenário, esse estudo se justifica pelo interesse e importância em conhecer aprofundadamente sobre os benefícios do contato com a mãe, com o seu toque para a recuperação dos récem-nascidos prematuros ou com baixo peso. Problema Qual a importância do contato físico no processo de reabilitação do RN prematuro ou de baixo peso? Objetivo Analisar a importância do contato físico no processo de reabilitação do recém-nascido prematuro ou de baixo peso. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O EVENTO GESTACIONAL E A GRAVIDEZ DE RISCO A gravidez é um evento fisiológico na vida da mulher, pois em que seu organismo e todo o seu ser sofre modificações, em processo lento e adaptativo. Embora a gravidez seja um fenômeno biologicamente normal e um acontecimento especialmente significativo na vida da mulher, a mesma irá passar por algumas transformações importantes que certamente terão reflexos sobre si, seu concepto e sua família. Sendo assim, pode-se dizer que a gravidez, bem como a adolescência e o climatério, são períodos críticos de transição no ciclo vital da mulher, influenciando no desenvolvimento de sua personalidade. Estes períodos caracterizam-se, muitas vezes, por “mudanças complexas, estado temporário de equilíbrio instável devido às grandes perspectivas de mudanças envolvidas nos aspectos de papel social, necessidade de novas adaptações, reajustamentos interpessoais e intrapsíquicos e mudanças de identidade”, afirmam Guimarães e Monticelli (2007, p.14). Ainda segundo os mesmos autores, “o decurso da gravidez poderá sofrer transformações intensas, impulsionadas por algumas intercorrências físicas e psicológicas, em que a mulher, introjetada com esta condição de doente, tende a ficar mais ansiosa e dependente, gerando mais distúrbios de saúde”. Alguns aspectos emocionais vão então se destacando no decorrer da gravidez, levando a gestante a experienciar diferente modalidades de reações, inclusive aquelas que correspondem à expectativa do papel materno. (GUIMARÃES e MONTICELLI, 2007, p.15). Faz-se necessário afirmar que “o primeiro trimestre de gestação se constitui no momento da percepção, consciente ou inconsciente da gravidez, tendo início a formação do vínculo mãe-filho e incluindo a família em mais uma etapa da vida”, explicitam Guimarães e Monticelli (2007, p.16).Ocorre também neste trimestre, para muitas mulheres, de maneira mais intensa do que nos demais, a ambivalência afetiva, ou seja, a balança entre o querer ou não esta gravidez, que por estar no início, às vezes, parece não ser tão concreta e real. Vale lembrar, segundo Carvalho (2001, p.42), “ que não existe uma gravidez totalmente aceita ou totalmente rejeitada, o que pode ocorrer é o predomínio de um dos sentimentos, no entanto, o outro jamais estará ausente”. O segundo trimestre tem sido considerado como sendo o mais estável do ponto de vista emocional, destacando-se a percepção dos primeiros movimentos fetais como sendo a primeira vez que a mulher sente o feto como uma realidade concreta dentro de si. As fantasias e as representações mentais que a mulher faz, de si própria como mãe, e de seu futuro bebê, podem influenciar no vínculo que ela formará com o filho. Com o transcorrer da gravidez, as mulheres se deparam então com o terceiro trimestre. Para muitas delas, ocorre uma nova elevação no nível de ansiedade, devido à proximidade do parto e à necessidade de mudanças na rotina de vida após a chegada do bebê. Além dos aspectos colocados, devemos acrescentar ainda o fato de esta mulher, muitas vezes, “cobrarse” com relação ao tempo certo para concluir a gravidez, bem como se seu filho nascerá saudável e fisicamente perfeito. Ao mesmo tempo reflete em como será o cotidiano de sua vida, devendo inserir mais uma responsabilidade em seu dia-a-dia e se terá capacidade para realizar todos os cuidados exigidos pela presença do novo integrante da família, bem como criá-lo e educá-lo da maneira ideal. Mas se a vivência da gravidez em “si mesma” isto é, considerando-se os aspectos multifacetados das transformações normais esperadas do processo fisiológico da gestação – já é um período de experiências múltiplas, críticas e emocionalmente densas, imagine-se então se a mulher que é sujeito ativo de sua vivência gestacional experimenta, de forma quase sempre inesperada, uma crise adicional em termos biopsicoemocionais, como é a gestação de alto risco. Isto sem dúvida fará com que a mulher tenha novas preocupações, e não apenas com a relação às vicissitudes que terão forçosamente que serem ultrapassadas para levar essa gravidez até o final (o mais saudável possível), mas também com relação aos sentimentos que serão extravasados num futuro próximo, quando tiver diante de si um bebê quase sempre prematuro, necessitado de cuidados especializado e provavelmente distante daquele filho idealizado e sonhado. (CAETANO, 2004). Algumas dessas mulheres, ao perceberem sua real situação, e tendo que permanecer fora de casa por período indeterminado, sente-se culpadas por deixarem seus filhos em casa, ausentando se de suas responsabilidades, tanto maternas como de esposa/companheira, perdendo muitas vezes sua autonomia e poder de decisão. Neste período poderá ocorrer certa revolta com o ser que está sendo gerado, pois o mesmo é o principal motivo de seu afastamento. A gestação de alto-risco apresenta algumas interferências patológicas e/ou sociais que são fatores de agressão ao binômio gestante-feto. (CALIL, 1996) Camarotti (2000, p. 83), argumenta que “mesmo antes de nascer o bebê já existe no inconsciente materno e que, durante a gravidez, o bebê é vivido psiquicamente como parte do seu corpo sendo chamado de bebê imaginário, portador dos sonhos e desejos maternos”. Para compreender e satisfazer as necessidades do feto e recém nascido durante e depois da gravidez, a mulher sofre mudanças tanto biológicas como psíquicas, visando o bem estar e equilíbrio de ambos. Winnicott (1994 apud CAMAROTTI, 2000, p84 ) denominou este estado de regressão narcísica de “preocupação materna primária”, que possibilitará a mãe amar e nutrir seu bebê sem se sentir libidinalmente vazia. Para Winnicott (1994 apud CAMAROTTI, 2000, p.85), “as mães são capazes de se colocar no lugar do bebê desenvolvendo uma capacidade de identificação que permite perceber as necessidades básicas do recém-nascido de forma que máquina alguma seria capaz”. Durante a gestação, a mulher vai integrando o feto à sua imagem corporal e, com o nascimento, vai ter de integrá-lo psiquicamente como um ser separado, sendo o estado narcísico e fusional da gravidez interrompido pelo parto. Em conformidade com Padovani (2004, p.28), “nos nascimentos de bebês prematuros, geralmente a família não está preparada para este acontecimento e gera uma situação estressante e ansiogênica”. Desta forma, pode-se dizer que a separação da mãe e filho logo após o nascimento, decorrente da necessidade do bebê ser submetido a cuidados especializados na UTI Neonatal, leva a família à incerteza da sua sobrevivência. Além disto, ocorre a distorção da “imagem do bebê ideal” criado pela família quando se depara com a imagem real do bebê prematuro, sendo necessário reorganizar o quadro imaginário e adequálo à imagem do bebê pequeno e frágil. Durante a gravidez a mulher oscila facilmente entre a felicidade e a tristeza, podendo ser atribuída ao aumento de progesterona e estrógeno. São mudanças significativas no perfil endócrino que ocorrem durante a gestação, destacando-se os hormônios que desempenha um papel fundamental para a mãe e para o feto, onde ele tem a função de controlar as alterações do útero e das mamas que são necessárias para assegurar a vida fetal até o seu desenvolvimento. No período da gravidez a mãe e/ou pai vão se preparando num processo de desejo de que o seu filho seja perfeito e ao mesmo tempo a insegurança e o receio de que possa vir a ter algum problema. Assim surge o bebê idealizado numa imagem composta pelas representações que esta mãe tem de si própria. O nascimento é uma experiência intensa e esgotante do ponto de vista funcional e emocional, tanto para a mãe quanto para o recém-nascido (RN). O apego é o laço afetivo que os pais estabelecem com o bebê, essencial para sua sobrevivência e desenvolvimento. Para Brazelton (1988, p. 77), “os pais trabalham contra a reação de luto, reação esta causada pela perda do bebê perfeito que esperavam e lamentam os defeitos no bebê que produziram, culpandose a si mesmos”. Também Maldonado (1989) reflete que os temores do nascimento de um bebê prematuro ou malformado sempre estão presentes em maior ou menor grau e, quando esta situação realmente acontece, gera na família o susto pelo inesperado, frustração de não poder sair do hospital com o bebê no colo e, também, o medo de que ele não sobreviva. Os familiares vivem então um anticlímax, passando da preocupação à esperança, do ânimo ao desalento. 2.2 PREMATURIDADE Para a Organização Mundial de Saúde, o limite entre pré-termos e termo situa-se em 37 semanas completas. Para fins práticos, há recém-nascidos antes do termo tanto pode ser denominada pré-termo quanto “ prematuro”.Os prematuros podem ser subdesenvolvidos em três categorias: Prematuro Limítrofe: segundo Gomes (2004, p.41), “estão situados entre 37 a 38 semanas de gestação, inclui os RN-PT entre 35 e 36/7 semanas, peso entre 2.200g e 2.800g, comprimento ao redor de 45cm a 46cm e perímetro cefálico de aproximadamente 32,5cm”. Constituem cerca de 65% dos RN-PT nascidos vivos. Os bebês que se enquadram neste grupo podem apresentar debilidade de sucção, instabilidade térmica, desconforto respiratório e infecções no período neonatal. Este grupo geralmente apresenta baixo índice de mortalidade (<1%). (GOMES, 2004) Prematuro Moderado: ainda conforme Gomes (2004, p.42), compreende o período entre “31 a 36 semanas de gestação, RN-PT com idade gestacional entre 30 e 346/7 semanas, sendo que o peso de nascimento pode oscilar entre 1.600 e 2.300g e o comprimento pode variar de 39 a 44cm; o perímetro cefálico mede de 29cm a 32cm”. As complicações mais comuns são as respiratórias, podendo apresentar membrana hialina e crises de apnéia (asfixia perinatal que costuma ser mais grave quanto menor for o peso do bebê), acidose metabólica tardia, dificuldade na sucção e hiperbilirrubinemia. Prematuro Extremo: em conformidade com Gomes (2004, p.43), compreende o período entre “24 a 30 semanas RN-PT com idade gestacional inferior a 30 semanas e peso menor que 1.500g, sendo que o comprimento e perímetro cefálico do recém-nascido costumam ser inferiores a 38cm e 29cm, respectivamente”. As intercorrências mais comuns costumam ser as mesmas da prematuridade moderada, porém com maior gravidade em virtude da sua imaturidade. Além das intercorrências descritas, acrescenta o autor, “os bebês podem apresentar também enterocolite necrotizante, distúrbios metabólicos, hemorragia intracraniana, persistência do canal arterial, infecções congênitas ou adquiridas, raquitismo da prematuridade, entre outras”. Muitos bebês prematuros sobreviventes podem apresentar sequelas, tendo sua qualidade de vida prejudicada. Os recém-nascidos pré-termos extremos costumam apresentar problemas clínicos que são comuns aos demais recém-nascidos pré-termo, embora numa intensidade e gravidade mais acentuadas, devido ao grau de imaturidade que os caracteriza. Já ao nascimento, observa-se uma maior incidência de anóxia perinatal neste grupo, o que provavelmente reflete uma ação dos fatores responsáveis por essa prematuridade extrema. Os bebês prematuros, explicitam Gomes (2004, p.22), “estão sujeitos à infecção e a problemas respiratórios durante o período de internação que geralmente é prolongado, apresentando oscilações entre melhora e piora, momentos em que a vida fica por um fio”. E os sentimentos dos pais acompanham estes altos e baixos. Para sobreviver, um recém-nascido precisa de alguém que cuide dele e não que apenas alimente-o e o mantenha limpo. É necessário também alguém para lhe transmitir, com sua presença e interações, segurança e otimismo. Para Ferraris (2005 apud GUIMARÃES e MONTICELLI, 2007, p.13), a proximidade, o contato físico e a voz são os veículos por meio dos quais o sentido de segurança e o bem estar psicológico da criança é alimentado. Nascer prematuramente expõe o RN num ambiente cheio de novas adaptações num mundo desconhecido com inúmeros riscos. A troca de afagos que anteriormente era estabelecida pelo contato físico intra-uterino agora se dá através de um ambiente extra-uterino numa incubadora dentro de uma UTI - neonatal, cujo suas necessidades são de cuidados intensivos. O progresso da medicina vem possibilitando a sobrevida de recém nacidos prematuros, e, falar de prematuros envolve muitos conceitos teóricos, investigações cientificas, critérios internacionais de saúde, avanços tecnológicos, e de especial importância para nós, os aspectos pisco-afetivos, que pressupõem as questões relacionais no qual se destaca a relação pais e filhos. Assim, torna-se essencial perceber o que passam os pais nestes momentos dolorosos e como podem intervir os profissionais de saúde. Para o Dr. Walmar Augusto Miranda, pediatra e intensivista pediátrico da assistência médica domiciliar Home Doctor (2002 apud CASTELO, 2005), a área de medicina intensiva neonatal, que responde pelos cuidados com os prematuros, tem avançado muito nos últimos anos. “Há 20 anos, era muito difícil tratar um bebê abaixo de 1,5 Kg. Hoje temos resultados de sucesso com crianças de menos de 1 Kg, considerados prematruras extremas”, comemora o médico. Com o aperfeiçoamento dos cuidados pré-natais em associação com a tecnologia recém-nascidos que há poucos anos eram “inviáveis” hoje recebem alta das unidades neonatais em condições satisfatórias. Em geral, a incidência de prematuridade e tanto maior quanto menos desenvolvido é o meio. O número total de nascimentos de baixo peso também é submetida à mesma influência, sendo de notar que, no total de recém-nascidos de baixo peso, considera-se que a proporção dos não prematuros é diretamente proporcional ao subdesenvolvimento do meio, a prematuridade por sua vez pode refletir deficiência de cuidados pré-natal e problema socioeconômico culturais. 2.3 A QUESTÃO DO APEGO ENTRE MÃE E FILHO Klaus et al (2000, p.90) dizem que “o apego ou vínculo dos pais com o bebê começa durante a gravidez e aumenta um pouco após o nascimento. O vínculo daqueles que cuidam, geralmente mãe e pai, com a criança é crucial para a sua sobrevivência e desenvolvimento”. Ainda segundo esses autores, Klaus et al (2000), “o apego é de extrema importância para a sobrevivência e para o bom desenvolvimento da criança, visto que esse laço inicial entre pais e recémnascido (RN) é fonte de todas as ligações subsequentes da criança e que o caráter deste apego influenciará a qualidade de todos os laços futuros com outros indivíduos”. O apego, contudo, não é algo instantâneo, mas sim um processo que se desenvolve com o tempo e que precisa de mecanismos que garantam a sua sobrevivência. (KLAUS et al, 2000, p.91). Nessa perspectiva, Cecchetto (2005, p.191), compreende que “ao nascer, o RN prematuro ou com baixo peso é levado para longe da mãe, para um tratamento intensivo. Essa separação causa danos tanto para o bebê quanto para a mãe, uma vez que a relação de apego é abalada”. Para Tamez e Silva (1999), a saúde mental da criança é construída desde o início pela mãe, proporcionando um ambiente facilitador, ou seja, criando fundamentos da força de caráter e da riqueza de personalidade futura. Ferreira e Vieira (2003, p.44), refletem que “a mãe, por um lado, fica insegura e ansiosa por não poder cuidar do seu filho, e a criança sente falta da segurança e apego que lhe foi transmitido pela mãe durante a gravidez”. Este fato pode causar danos à mãe uma vez que, ao se sentir incapaz ou insegura para cuidar do filho, se afasta perdendo ou esfriando o sentimento de apego pela criança, acabando por não acreditar na recuperação deste e abandonando-o. Brazelton (1988, p.69) revela que “nos casos de bebês o desenvolvimento do apego é menos calmo e suave, mas não existem razões para que o resultado eventual não seja bastante gratificante”. Desta forma, complementam os autores, “o esforço dos pais para superar as dificuldades pode ser um grande passo para o apego”. Para o autor supracitado, a elaboração dos sentimentos de tristeza e culpa pelos pais e o desenvolvimento futuro destes bebês poderia ser claramente favorecido se os pais pudessem se relacionar com o bebê antes de levá-lo para casa. Para um melhor entendimento de vinculo e apego uma definição foi buscada e que, segundo Klaus et al (2000, p.), “vínculo refere-se à ligação emocional dos pais em relação ao filho, trata-se de um relacionamento único entre duas pessoas que é específico e persiste ao longo do tempo; apego, em geral, é usado para a ligação da criança aos pais. De acordo com Bowlby (1990 apud RIBEIRO, 2001, p.62), “ocorrem três fases no desenvolvimento do apego”. A primeira fase é determinada desde o nascimento até os três meses de vida, na qual a criança necessita do colo e manipulação, não conseguindo demonstrar preferência pelo agente cuidador (fase pré-apego); já em seguida, a criança começa a dar preferência pelas figuras familiares, não sendo necessariamente a mãe (fase da gênese do apego): aos seis meses inicia-se a fase do apego propriamente dita, a qual caracteriza-se pela insistência da criança em ser cuidada pela mãe ou cuidador principal.(RIBEIRO, 2001). Scochi (2003, p.594), acredita que “a separação entre pais e filhos devido à internação, gera sentimentos contraditórios como culpa por se sentirem responsáveis pelo sofrimento do filho ao mesmo tempo em que manifestam esperança e resignação”. Se a mãe que tem seu bebê internado não for estimulada a ter um contato com o filho, seu sentimento materno pode ser adiado, visto que a mãe tem medo de cuidar da criança por receio de machucá-la. Tal medo é agravado pelo fato de a UTIN ser um ambiente hostil que provoca uma impressão de maior fragilidade do RN , sustentam Ferreira e Vieira (2003). Com isso, muitas mães conformam-se em deixar os cuidados maternos para a figura da enfermeira, quem a mãe julga ter maior competência para cuidar do seu filho, sem colocá-lo em maior risco. As mães pensam que as enfermeiras podem oferecer um melhor atendimento materno para seus filhos e, com essa impressão, surge um sentimento de inferioridade (Klaus e Kennell, 1993). Daí a importância da equipe de profissionais fazer com que a mãe se sinta importante para a recuperação do seu filho, sendo este um fator imprescindível para o estabelecimento do vínculo entre a mãe e o bebê. Segundo Camarotti (2000). “os bebês hospitalizados estão expostos a uma sobrecarga de excitação e de sensações desprazerosas que exacerbam suas angústias primitivas, os quais, como defesa, apresentam a necessidade de se auto agarrar, auto conter”, pela formação de dorso duro, de contraturas das extremidades e fixação do olhar a um ponto luminoso, sendo estes sinais de sofrimento psíquico do bebê”. (CAMAROTTI, 2000,p.77). No entendimento de Javorsky (1997 apud CAMAROTTI, 2000, p.78), “a permanência das mães junto aos seus filhos, após avanços na área de controle das doenças infecciosas, trouxeram mudanças reintroduzindo os pais na UTIN sem ocasionar aumento na infecção”. E isso é importante, reflete Ferreira e Vieira (2003, p. 48), “pois o RN internado na UTI, além da privação materna, sofre inúmeros estímulos mecânicos que dificultam sua organização fisiológica ao meio externo, submetendo-o a uma condição estressante”. Diante disso, autores como Brazelton (1988), Tamez e Silva (1999) afirmam que este estresse do RN pode ser amenizado mediante aproximação dos pais no período de hospitalização. Essa aproximação, contudo, deve ser gradativa, já que os pais apresentam-se ansiosos e muitas vezes confusos por causa da condição do filho e necessitam de um preparo psicológico prévio, uma vez que há um desgaste emocional muito grande com a vivência dessa situação (KLAUS, 2000). Para Vigna (2003), o contato físico é essencial para que os bebês tenham desenvolvimento físico, neurológico, psicológico e emocional normal. O ato de tocar se insere em alto grau de importância desde a convivência gestacional e posterior a ela, onde o contato da mãe com o seu bebê, já implicam em momentos favorecedores na formação do recém nascido (RN).Partindo do dito popular de que ao segurar o recém-nascido no colo pode deixá-lo manhoso, algumas mães receavam o toque prolongado com seus filhos, porém já foi provado que é altamente benéfico o toque ao RN. Quanto mais contato a criança tiver, mais prontamente for atendida em suas necessidades de aconchego e carinho mais segura ela será e desenvolverá somática e neurologicamente. Existe uma influência precoce e prolongada das estimulações táteis sobre o funcionamento e o desenvolvimento do bebê. A pele é o órgão de transformação de estímulos físicos em comunicadores químicos e em estados psicológicos. Em qualquer época da vida, um contato terno e amoroso na pele produz a sensação de apoio, consolo, companhia e presença amiga, portanto, a pele, além de órgão envoltório do organismo, com múltiplas funções de proteção e equilíbrio, informa o sistema nervoso permanentemente sobre o que se passa no ambiente e gera imagens mentais, emoções e sentimentos o tempo todo. De acordo com Brum (2007), a qualidade da relação binômio mãe e filho têm sido considerados fundamentais para que ocorra um adequado desenvolvimento infantil, onde os primeiros meses de vida são primordiais para o desenvolvimento da conduta de apego entre o bebê e sua mãe. Segundo Tamez e Silva (1999, p. 104), “algumas intervenções são importantes para interação dos pais com o RN na UTI Neonatal. É necessário mostrar o bebê aos pais após o nascimento, antes de transferi-lo para a UTI e também explicar aos pais sobre o que está ocorrendo”. Nas visitas, deve-se procurar dirigir a atenção dos pais aos filhos, ao invés dos equipamentos, bem como promover aos pais horários flexíveis de visita e incentivá-los a trocarem o RN explicando a forma correta de fazê-lo sem o estresse do mesmo. É de igual importância, salientam os mencionados autores, “explicar aos pais as formas de comunicação do RN e envolve-los nos cuidados básicos como, por exemplo, na troca de fralda ou no banho; incentivar e promover o contato pele a pele assim que o RN esteja estável, incentivar o aleitamento e promover o envolvimento e o aprendizado dos pais nos cuidados mais complexos também torna-se imprescindível. Os autores citam ainda que se um prematuro é tocado, embalado, acariciado ou trazido ao colo diariamente, durante a hospitalização, ele apresenta menos períodos de apnéia, ganho de peso aumentado, menos liberação de fezes e um avanço em algumas áreas de funcionamento do sistema nervoso central “.(TAMEZ e SILVA, 1999,p.105). Para que essas práticas ocorram hoje, no entanto, explicitam Santoro e Santoro (2002, p.96), “foi necessário muito sofrimento de pais e bebês para que se percebesse que não bastava a intervenção no corpo biológico, que a assistência deveria ser complementada através da assistência humanizada”, objeto de estudo do próximo tópico. 2.4 ASSISTÊNCIA HUMANIZADA O parto hospitalar, na concepção de Sabatino et al (2000, p.111), “ colocou a mulher como objeto, e não como sujeito da ação durante o processo de nascimento, no qual as ações e rotinas de trabalho são mais importantes que a mãe e seu filho e suas ligações afetivas”. A dor e a ansiedade são desconsideradas em favor da performance clínica. O atendimento, complementam esses autores, “ é impessoal e autoritário, com excesso de tecnologias, afastando, assim,cada vez mais o contato interpessoal dos profissionais de saúde com as parturientes”.Em 1998, o Ministério da Saúde (MS) criou diferentes portarias para conter as cesarianas e incentivar o parto normal. Segundo Cardoso et al (2007), “à medida que foi sistematizada a atenção à saúde da mulher, houve a elaboração de políticas públicas prioritárias e de manuais para a padronização de condutas dos profissionais de saúde”. A política de humanização do atendimento culminou com a elaboração do Manual sobre atenção ao Parto, Aborto e Puerpério – Assistência Humanizada à Mulher (MS, 2001). Esse manual, descreve a gravidez e o parto como eventos sociais que integram a vivência reprodutiva de homens e mulheres, como experiência humana extremamente significativa e enriquecedora. (MS, 2001). A portaria GM n.º569, que instituiu o Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento ( PHPN), traz, em seu primeiro "considerando", o seguinte texto:"...considerando que o acesso das gestantes e recém-nascidos a atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto, puerpério e período neonatal são direitos inalienáveis de cidadania ..." (BRASIL, Ministério da Saúde; 2000, p.5). Surge então o conceito de atenção humanizada que é amplo e envolve um conjunto de conhecimentos, práticas e atitudes que visam a promoção do parto e do nascimento saudáveis e a prevenção da morbi-mortalidade materna e perinatal. Inicia-se no pré-natal e procura garantir que a equipe de saúde realize procedimentos comprovadamente benéficos para a mulher e o bebê, que evite as intervenções desnecessárias e que preserve sua privacidade e autonomia. ( BRASIL, Ministério da Saúde; 2001) Em conformidade com Cardoso et al,( 2007), “após intensas discussões referentes à assistência à mulher no pré-natal, um consenso sobre a maior receptividade das gestantes às estratégias de atenção à saúde reforça a participação efetiva da mulher no pré-natal”. Isso possibilita a aquisição de novos conhecimentos, amplia sua percepção corporal para a sua capacidade de gestar, parir e maternar, acrescentam estas autores. As modificações do corpo, promovidas pelo desenvolvimento da criança, favorecem a compreensão da maternidade envolvendo emoções e valores relacionados a si, à criança e à família (OLIVEIRA, 2001). Para Ribeito et al (2004,p.535), “o Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento foi planejado como política nacional em atenção aos direitos das mulheres, buscando uma ação para a melhoria da qualidade obstétrica e redução da mortalidade materna e perinatal” Isto, complementam os autores, “em conjunto com outras medidas adotadas para alcançar esse objetivo como o limite percentual no pagamento das cesáreas e a implantação de um sistema de atenção à gestação de alto risco”. Durante sua implantação, reflete Tedesco (2002, mobilizou, em tempo relativamente curto, quase quatro mil municípios e permitiu a ratificação de muitas hipóteses sobre a assistência pré-natal, com um macro diagnóstico da saúde materna. Isto por que, nas últimas décadas, em hospitais do mundo, o suporte à mulher durante o trabalho de parto tornou-se mais uma exceção do que uma rotina. O interesse sobre o retorno desse apoio vem acontecendo como uma das estratégias de humanização do nascimento. 2.5 MÉTODO CANGURU O Método Mãe-Canguru (MMC), de acordo com Lamy (2003, p.142), “foi criado em 1978 pelo Dr. Edgar Rey Sanabria, no Instituto Materno-Infantil (IMI) de Bogotá, na Colômbia”. O método consiste em colocar o bebê entre os seios maternos, em contato pele a pele, na posição supina (postura preventiva para refluxo gastroesofágico e aspiração pulmonar). Desta forma, mantendo-se aquecidos com o calor do corpo de sua mãe, os bebês poderiam sair mais cedo da incubadora e, consequentemente, ir mais cedo para casa, minimizando um grave problema da época: superlotação e infecção. Além dessas vantagens, observou-se, desde o início, que o contato pele a pele precoce e duradouro entre a mãe e o seu filho também favorecia a formação de vínculos afetivos e um melhor desenvolvimento do bebê, o que despertou interesse do UNICEF por pesquisas e observações desta nova prática. Também Charpak, (1999, p. 152), discorre que “o Método Canguru é um tipo de assistência neonatal voltada para o atendimento do recém-nascido prematuro que implica colocar o bebê em contato pele a pele com sua mãe”. A sua criação, em Bogotá, na Colômbia, surgiu da busca de uma solução imediata para a superlotação das unidades neonatais nas quais muitas vezes se encontravam dois ou mais recém-nascidos em uma mesma incubadora. A partir dessa experiência, no entanto, estudos subsequentes apontaram que a presença contínua da mãe junto do bebê, além de garantir calor e leite materno, trazia inúmeras outras vantagens dentre as quais a promoção do vínculo mãe-bebê, condição indispensável para a qualidade de vida e sobrevivência do recém-nascido após a alta da Unidade Neonatal. Diante disso, Ferrato (2002), reflete que “no Brasil, hoje, mesmo aqueles profissionais que não utilizam o método em seus serviços e até os que fazem restrições a ele têm buscado compreender melhor a proposta nacional de utilização que foge da perspectiva de substituição de incubadora, utilizando o Método Canguru como mais uma tecnologia disponível para o cuidado do bebê internado em terapia intensiva neonatal. Desta forma o Método Canguru abrange questões como os cuidados técnicos com o bebê (manuseio, atenção às necessidades individuais, cuidados com luz, som, dor); o acolhimento à família; a promoção do vínculo mãe/bebê e do aleitamento materno; e o acompanhamento ambulatorial após a alta”. (FERRATO, 2002, p.55). Sabatino et al (2000, p. 88), afirmam que “o Ministério da Saúde adotou o Método Canguru como uma Política Nacional de Saúde, inserido no contexto da humanização da assistência neonatal a partir de 1999”. Para compreender a trajetória do Método Canguru como Política Nacional de Saúde, no Brasil, é necessário destacar que a humanização no ambiente da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é uma questão de importância crescente na qualidade da atenção ao recém-nascido. Portanto, humanização e qualidade da assistência não podem ser vistas como fenômenos dissociados. (MONTAGU, 1988). Os trabalhos pioneiros de Klaus & Kennell (2000), também destacam a importância dos cuidados maternos para o melhor desenvolvimento do bebê, chamam a atenção para os efeitos que a separação precoce e prolongada entre mãe e bebê podem trazer como fator de risco para atraso no desenvolvimento e sequelas neurológicas. Essa ampliação do olhar sobre o método reflete Cecchetto (2005, p. 92), “foi de fundamental importância para a sua disseminação no Brasil. Entretanto, outros dois fenômenos também estão inseridos nesse contexto”. Primeiro, o crescente reconhecimento, por parte das equipes de neonatologia, da importância dos cuidados maternos para a recuperação dos bebês e, em segundo lugar, o momento atual no qual a humanização da assistência tem sido apresentada como política nacional do Ministério da Saúde. 3 METODOLOGIA Uma pesquisa é um processo de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novos conhecimentos e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento pré-existente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve. A pesquisa como atividade regular também pode ser definida como o conjunto de atividades orientadas e planejados pela busca de um conhecimento . 3.1. TIPO DE PESQUISA Trata-se de uma pesquisa de carater descritivo, na qual são analisados e interpretados os fatos, caracterizando a população de recem-nascidos participantes do MMC. Apresenta natureza quali-quantitativa, com aplicação de um questionário, cujo os dados foram coletados no mês de Junho a dezembro de 2009 com oitenta genitoras de um hospital geral na cidade de Porto Seguro/BA, através de entrevistas realizadas com as envolvidas. Foi feito um contato prévio com a unidade hospitalar, e após autorização do conselho de ética do mesmo, os sujeitos foram esclarecidos sobre o estudo, e então a coleta foi feita de acordo com a disponibilidade dos depoentes e sua aceitação em participar da pesquisa. A metodologia adotada compreendeu três passos. Primeiro foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o processo de gestação e nascimento, o segundo momento foi de aplicação do questionário que, possibilitou, no terceiro momento a discussão dos sentimentos vivenciados pelos pais ao lidar com um bebe prematuro e a experiencia de estar junto ao filho no processo de reabilitação. As pesquisas bibliográficas, segundo Gil (2002, p. 85), "apresentam como principal vantagem o fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente". Os descritores utilizados na pesquisa via internet foram: UTI, neonatal, humanização do parto e pós-parto, Ministério da Saúde. 3.2 ASPECTOS ÉTICOS A pesquisa em questão foi desenvolvida respeitando-se os aspectos éticos e legais de pesquisa envolvendo seres humanos de acordo com a Resolução 196/96 do Ministério da Saúde (BRASIL, 1998). Desta forma, os sujeitos foram convidados pela pesquisadora a participar recebendo esclarecimentos sobre os objetivos e finalidades do estudo, bem como liberdade de participação e desistência se assim o desejassem. Todo cuidado foi tomado para evitar situações constrangedoras e as informações levantadas através do instrumento de pesquisa foram confidenciais, protegendo a privacidade dos indivíduos. Foi solicitada a assinatura no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), após todos os esclarecimentos necessários (Anexo 1). Para operacionalização deste estudo, o projeto foi apresentado à instituição onde ocorreu a pesquisa a fim de obter a anuência do Hospital, para que a coleta de dados fosse realizada (Anexo 2). 3.3 UNIVERSO DA AMOSTRA O estudo foi realizado em um hospital público de Porto Seguro-BA. Sua capacidade é de cerca de 275 leitos, sendo 100% deles destinado a atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A taxa de ocupação gira em torno de 90% e a equipe de enfermagem é formada por quarenta e dois enfermeiros plantonistas, 4 coordenadores das unidades e 1 Coordenação de enfermagem geral. Atualmente conta também com o Programa de Saúde da família. Nesse hospital as puérperas, gestantes de alto risco e acompanhantes ficam internadas no segundo andar. A maternidade fica no segundo andar do hospital público pesquisado e conta com vinte e cinco leitos em esquema de alojamento conjunto, destes, cinco são reservados para o atendimento a gestantes de alto risco do município. Tanto no alojamento conjunto como nos demais setores de internação é permitida a entrada de visitas das 14:30 horas até as 16:30 horas, e toda puérpera tem direito a um acompanhante, portanto, poderá ficar boa parte do dia em companhia dos familiares e amigos. A equipe de enfermagem deste setor é composta por uma enfermeira e dois técnicos de enfermagem por plantão. As mães que têm seu bebê internado na UTIN contam ainda com atendimento profissional de uma psicóloga e de duas assistentes sociais. São realizados cerca de cento e trinta partos por mês e é permitido acompanhante na sala de pré-parto e de recuperação pós-anestésica; já na sala de parto somente é permitido acompanhante que já passou pela avaliação da equipe e foi considerado em condições de permanecer dentro da sala de parto. Desde que não tenha ocorrido qualquer intercorrências com a mãe-filho, o bebê é colocado para sugar já na primeira meia hora após o nascimento pelo pediatra ou enfermeira, que o posiciona colocando-o em contato pele a pele com a mãe imediatamente após ter feito a sua recepção. Na sala de recuperação pós-anestésica, a mãe é mantida junto com o bebê e este contato é interrompido rapidamente apenas para procedimentos de rotina. O pai participa ajudando a posicionar o bebê no peito e os acompanha até o quarto. A UTI Neonatal do hospital pesquisado atende apenas pacientes do SUS. Seu quadro de funcionários é composto por uma enfermeira e quatro técnicos de enfermagem, distribuídos nos plantões. O setor conta ainda com a atuação de fisioterapeutas e fonoaudióloga que cuidam da parte respiratória, do estímulo à sucção, da organização motora e de outras necessidades do recém nascido. Não é permitido o uso de bicos e mamadeiras, exceto com indicação médica. O leite, para a maioria dos bebês, é leite humano pasteurizado oferecido no copinho, por sonda oral ou nasogástrica. 3.4 PARTICIPANTES DA AMOSTRA As oitenta participantes foram orientadas sobre o motivo do estudo, e antes de começar a entrevista foi assinado um termo de consentimento livre e esclarecido. O roteiro da entrevista foi constituido de perguntas abertas e fechadas, e após a coleta de dados, o material coletado recebeu valor matemático-estatístico, e os mesmos foram analisados e tabulados através da estatistica descritiva e formativa, de acordo com as normas da ABNT (2009), utilizando o programa do word 2007, e discutido com base na literatura pertinente. Neste estudo foi realizada a amostragem não probabilística por conveniência, que segundo Severino (2002, p. 217), “é usada frequentemente para obter idéias sobre determinado assunto de interesse. Neste tipo de amostragem, o elemento pesquisado é selecionado por estar disponível no local e no momento em que a pesquisa está sendo efetivada”. 3.5 ELABORAÇÃO DOS INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS Para a coleta de dados junto aos participantes da amostra, a opção foi por entrevistas a partir de um formulário semi- estruturado elaborado para registro dos dados referentes, contendo 06 (seis) questões referentes ao trato com os recém-nascidos prematuros ou de baixo peso. 3.6 COLETA DE DADOS E TRATAMENTO Para fazer a pesquisa in loco junto às mães, primeiramente foi feito um contato com a direção do hospital , pedindo a autorização para tal procedimento, assim como explicitando a finalidade da pesquisa (Anexo 01). De posse do consentimento para tal atividade, foi definido quando seria feita a pesquisa. A coleta dos dados foi realizada em quatro momentos. O primeiro contato foi feito em uma quarta-feira e quinta-feira normal e o segundo momento ocorreu nos feriados de setembro e outubro de 2009. A escolha de datas diferentes teve por objetivo estar em contato com diferentes realidades do cotidiano do hospital, em especial no que diz respeito ao atendimento neonatal. Após a realização da coleta junto aos participantes da amostra, os dados foram analisados e categorizados para melhor entendimento do objeto de estudo no que se refere a importância da presença da mãe junto ao recém-nascido internado no hospital pesquisado, caracterizando o tratamento dos dados obtidos. 4 Apresentação e Discussão dos DADOS A transição para a vida extra-uterina ocorre sem anormalidades na maioria dos nascimentos, no entanto em aproximadamente 10% dos casos a intervenção de uma equipe treinada é necessária, segundo o Ministério da Saúde (2003). Na unidade hospitalar neonatológica em estudo observou-se a necessidade de intervenção em nascimentos de RN prematuros. A transição prematura da vida intra para a extra-uterina provoca uma série de mudanças fisiológicas que colocam o recém nascido em risco. O RN prematuro e com baixo peso, que correspondem a vinte milhões do nascimento anual no mundo, um terço deles morre antes de completar um ano de vida. Tal fato levou muitos estudiosos a pesquisas e discussões permanentes, obtendo respostas que sinalizam o contato da pele entre o RN prematuro e seus genitores o que denominou de “Método Canguru” representando um modelo eficaz de atendimento a este RN com relação à melhoria da vida. O nascimento de um prematuro é mais provável em qualquer uma das condições gestacional: idade extrema (abaixo de 19 semanas e acima de 34 semanas), estado nutricional precário, pré-natal deficiente, anomalias uterinas, condição socioeconômica ruim, placenta previa, enfim. (KENNER, 2001) De acordo com o Ministério da Saúde (2003), o método canguru é desenvolvido por etapas. Portanto após o nascimento de um recém-nascido de baixo peso que, impossibilitado de ir para o alojamento conjunto, necessita de internação na unidade. Nessa etapa, os procedimentos deverão seguir os seguintes cuidados especiais: Orientar a mãe e a família sobre as condições de saúde da criança, ressaltando as vantagens do método. Estimular o livre e precoce acesso dos pais à unidade neonatal, propiciando sempre que possível o contato tátil com o RN. É importante que essas visitas sejam acompanhadas pela equipe assistencial, para que orientações como medidas de controle, de infecção (lavagem adequada das mãos), informações sobre os procedimentos hospitalares utilizados e as particularidades ambientais possam ser mais bem compreendidas pela família.Nessa etapa deverão ser iniciadas as medidas para estimulo à amamentação. Dessa forma, ensinam-se os cuidados com as mamas, a ordenha manual e a armazenagem do leite ordenhado. Deve-se implantar a co- participação da mãe no estimulo à sucção e na administração do leite ordenhado, além dos adequados cuidados de higienização. Nas situações em que as condições clinicas da criança permitirem, deverá ser iniciado o contato pele a pele direto entre mãe e criança, progredindo até a colocação do recém-nascido sobre o tórax da mãe ou do pai. Ressaltar, sempre, a importância da atuação da mãe e da família na recuperação da criança. Após o parto, os primeiros cinco dias deverão ser utilizados para prestar todos esses ensinamentos à mãe e à família. Portanto, deve ser assegurada à puérpera a permanência na unidade hospitalar, pelo menos durante esse período, recebendo todo o suporte assistencial necessário. (BRASIL, 2003) No entanto, o bebê pré-termo, logo ao nascer, devido a suas condições, necessitará ser separado de seus pais e ser cuidado por um período pela equipe de saúde. Contudo precisa ter seu desenvolvimento afetivo preservado e, para que isso ocorra, necessitará da presença de seus pais. O luto pela perda do bebê imaginário e a adaptação ao bebê real se dá com todo o nascimento. Esta perda se torna muito mais evidente quando se trata do nascimento de um bebê prematuro, que não corresponde ao bebê idealizado. Segundo Mouta (2006), trata-se de uma tempestade psíquica que se abate sobre o casal, em que a realidade se junta à fantasia, na qual o bebê idealizado não corresponde ao bebê da incubadora. Visando uma melhor compreensão dos resultados obtidos na pesquisa de campo realizada, os resultados foram transformados também em gráficos, dados quali-quantitativos, conforme apresentado abaixo. Os entrevistados demonstraram sentimentos frente ao primeiro contato com o RN prematuro, entre os quais observou-se sentimentos de medo, tristeza, tranquilidade, alegria, satisfação. Gráfico 01 - Situação do recém-nascido internado 30% Nascidos prematuros 70% Nascido abaixo do peso Fonte: Dados da Pesquisadora, 2009. Entre as participantes da amostra, 70% tinham seu filho internado por terem nascido prematuros num total de 56 crianças; as outras 30% por terem recém-nascidos que nasceram abaixo do peso, num total de 24 bebês. Gráfico 02 - Faixa etária 5% 20% 15 a 29 30 a 35 35 a 40 55% 20% Fonte: Dados da Pesquisadora, 2009. Acima de 40 Nesta questão, a pesquisa aponta que 55% da amostragem se situa na faixa etária de 15 a 29 anos de idade; outros 5% possuem acima de 40 anos e 60% das mães entrevistadas estão na faixa etária entre 15 e 29 anos. Isso indica que são mulheres jovens, muitas passando pela experiência do primeiro filho e, portanto, bastante ansiosas, muitas vezes inexperientes e assustadas com o fato de terem seu bebê internado tão prematuramente. Gráfico 03 – Escolaridade 10% 30% Segundo grau completo segundo grau incompleto 60% Ensino fundamental Fonte: Dados da Pesquisadora, 2009. Em termos de escolaridade, 30% das entrevistadas possuem o segundo grau completo, 60% afirmaram possuir o segundo grau incompleto e 10% delas disseram ter apenas o ensino fundamental. Essa realidade retrata a situação comum do município onde grande parte das mulheres-mães possuem um baixo nível de escolaridade, visto que a questão turística e a necessidade de trabalhar cedo, contribuem para esses índices. Gráfico 04 – Quais os sentimentos dos pais frente ao primeiro contato com o RN Prematuro? 10% Alegria Ansiedade 30% 60% Preocupação Fonte: Dados do pesquisadora, 2009. Nessa questão, 60% das entrevistadas afirmaram que a preocupação foi o sentimento dominante frente ao primeiro contato com o RN Prematuro; 30% disseram que foi a ansiedade em reconhecer os riscos de tal situação e os outros 10% que sentiram alegria apesar da situação. Esses sentimentos negativos configuram um cenário em que a mãe é confrontado com uma sensação de irrealidade, em virtude da interrupção brutal da gravidez. Situação que para Mouta (2006) se explica pelo fato de a mulher vê-se diante da emergência de se tornar uma mãe prematuramente. Dentre os sentimentos mais evidentes, o do Medo e Tristeza se destacam, visto que surge a partir da não correspondência do filho desejado ao filho real, pois a mãe se encontra muitas vezes frustrada e ferida por não ter podido levar a termo sua gestação. A internação do RN prematuro na UTI é uma situação geradora de grande ansiedade e medo para os pais, o que provoca a elaboração de sentimentos variados. Tal ambiente é para o recém-nascido, um local de conservação e recuperação do seu bem-estar e de garantia de sobrevida. Contudo é primordial a participação dos pais nos cuidados (alimentação, troca de fraldas), na implantação de uma prática humanizada. Sendo o toque uma forma de humanização e de extrema importância para os bebês prematuros. Atualmente se reconhece a importância vital de uma relação estável e permanente durante os primeiros anos de vida, mesmo quando o bebê é pré-termo. De acordo com a entrevista realizada, os pais na sua maioria permanecem com o bebê, num período de 3 horas. (Figura II) Gráfico 05 – Quanto tempo você fica com o seu bebê? Mais de 6 horas 10% 20% 20% 6 horas 3 horas 1 hora 50% Fonte: Dados da pesquisadora, 2009. Embora fossem uma minoria as mães/pais que passavam mais de 6 horas com o seu bebê, relataram que o carinho que é transmitido aos seus filhos durante o ato de tocar melhora o estado do bebê, e que tentam passar o máximo de carinho e amor possível, no tempo que lhe é permitido, e ressaltam, que a sua distancia é percebida como um sentimento ruim, uma carência, uma saudade, que provoca nessa mãe/pai, até sinais de depressão. No entanto, para as mães que passavam de 3 a 6 horas com seu bebê, relataram que a condição de fragilidade do bebê prematuro devido ao seu aspecto físico e sua condição na UTI neonatal fazia brotar o sentimento de incapacidade de cuidar de seu filho, pelo sofrimento do bebê e por conta do estado emocional de cada mãe. Nas entrevistas percebeu-se a falta de proximidade dos pais em relação aos seus filhos devido ao momento difícil e muitas vezes inesperados por eles vivenciados, alguns chegaram a relatar que não conseguiam cuidar de seu filho,pois ficava com medo de pegá-lo. Para os bebês prematuros internados na unidade neonatológica, o fato da privação parcial de suas mães, requer da equipe de enfermagem uma atenção especial, para que haja uma estimulação do contado pele a pele para com os bebês, o qual tem um importante papel no seu desenvolvimento psíquico. Para Silva (2006) o toque faz parte do mecanismo de apego e deve ser incentivado de acordo com as condições do paciente. E como esses bebês não tem contato a todo o momento com suas mães/pais, é importante que a equipe de enfermagem durante o processo do cuidar estimule o toque de forma afetiva. Sabe-se que o ambiente da UTI neonatal é estressante, mas os profissionais e familiares devem ter disponibilidade para tocar o bebê, já que através desta ação pode-se perceber diversos sinais do RN, além de acalentá-lo. Em algumas entrevistas percebemos que o distanciamento dos pais em relação aos seus filhos devido à situação de estresse por eles vivenciados, dificulta o toque por parte dos genitores. E ao perguntar se sabiam a importância de tocar o seu filho a maioria disse que não, conforme figura abaixo: Gráfico 06 – Você sabe a importância de tocar o seu filho? 40% Sim 60% Não Fonte: Dados da pesquisadora, 2009 Quase sempre, os pais hesitam em tocar um bebê muito pequeno ou doente, principalmente se estão em incubadoras. Alguns pais necessitam fazer várias visitas ao berçário antes que consigam tocar nos filhos. Segundo Mouta (2006) a condição de fragilidade do bebê prematuro devido ao seu aspecto físico e sua condição na UTI neonatal, juntamente com o fato da impossibilidade de permanência dos pais ao seu lado, protegendo e zelando por sua saúde, gera em alguns pais o nervosismo. Quando o bebê nasce é muito importante que sinta o toque da mãe. Essa é a primeira linguagem que ele entenderá como afeto da parte de quem mais o ama. Este gesto de colo diminui a ansiedade do bebê logo após a parte traumatizante do parto. O bebê deve estar em contato direto com a pele da mãe, para que o processo de linguagem emocional se desenvolva a partir desse momento. O bebê irá sentir-se logo ligado emocionalmente à mãe, e ao mundo. Num bebé recém-nascido o fato de a mãe o tocar e manter um contato físico, faz com que o bebê se desenvolva emocionalmente e fisicamente muito mais rápido do que se estiver privado deste contato com a mãe. Para Montagu (1988), pegar e segurar o bebê no colo não vai mimá-lo. A importância do toque para um bebê não pode ser superestimada, um fato que agora é reconhecido como parte do processo de vínculo encorajado pelos médicos. O vínculo com o bebê parece se estreitar muito quando os pais têm um contato físico prolongado com o bebê imediatamente após o nascimento. Dizem que as mães que foram separadas de seus filhos durante as duas primeiras semanas após o nascimento são de alguma maneira, menos confiantes sobre suas habilidades maternas intuitivas do que aquelas que passaram pelo processo de vínculo. Para Montagu (1988), a pele do bebê é o órgão sensorial mais desenvolvido imediatamente depois do nascimento, e o maior órgão do corpo. Sua estimulação pode ter um efeito profundo no comportamento do bebê. O toque gentil, confiante e firme acalmará o bebê, assim como o fará se sentir seguro do seu amor. E como diz Klaus e Kennel (1992), quanto mais tempo uma mãe espera para ver o seu bebê, mais tempo terá para imaginar que suas piores fantasias são verdadeiras. Deve-se encorajar a mãe para ver seu filho e falar a respeito, mas jamais deve ser forçada para tocar em uma incubadora ou entrar no berçário, sem que queira fazer isto. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da revisão de literatura foi possível perceber que o bebê possui mais chance de sobrevivência, em geral, se tiver um contato maior com o corpo e o calor de sua mãe, seu leite, sua voz, seu toque, seus braços envolvendo seu corpinho, ele será consolado quando chorar e receberá seu carinho e seu afeto, ou seja, ele conhecerá uma proteção viva, humana, que pulsa e responde a suas necessidades, fortalecendo dessa forma os laços afetivos. Esta pesquisa proporcionou a compreensão mais de perto, dessa situação tão difícil, para otimizar o atendimento nas unidades neonatologicas é importante que haja uma relação de confiança entre a enfermagem e a família dos bebes, havendo sempre estímulos ao toque no RN prematuro, tanto pela equipe de enfermagem como pela família, como forma de cuidado humanizado. A equipe de saúde tem um papel importante, evidentemente, mas o bebê não precisará ser separado de seus pais, salvo em situações especiais, pois ao ser separado dos mesmos, ele será privado de tudo aquilo que um bebê nascido a termo recebe ao nascer no que se refere a cuidados parentais. Esta pesquisa demonstra assim a importância do toque como instrumento de humanização da assistência ao RN, além de ser uma forma de cuidado que permite a criação do vínculo família-bebê. Portanto, em resposta á indagação que norteou esse estudo sobre qual a importância do contato físico no processo de reabilitação do RN prematuro ou de baixo peso, pode-se afirmar a partir das pesquisas realizadas que o toque ao bebê prematuro é de extrema importância para sua recuperação. Observou-se que as mães/pais não tem a mesma percepção, na medida em que relatam na figura III. Isso demonstra claramente uma falta de informação e descontrole emocional, e que deve ser trabalhado até mesmo pela equipe de enfermagem, para que a mesma seja parceira dos pais, tirando as dúvidas, ensinando o que eles podem fazer no cuidado do seu filho, transmitindo segurança, explicando a importância do toque, servindo de base emocional para a família desses bebês. 6 REFERENCIAS ARAÚJO, C. A. de. Desenvolvimento afetivo-emocional. Campanha de prevenção das deficiências: Desenvolvimento normal da criança. São Paulo: Segmento, 1996. BRASIL. Ministério da Saúde. 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Dados de identificação pessoal não serão revelados. Eu, _______________________________________________, declaro que fui informada, de maneira clara, dos objetivos da pesquisa intitulada e que estou ciente e concordo com as informações recebidas. Informo ainda que, a qualquer momento, poderei decidir não mais participar desse estudo. Porto Seguro, _____ de ___________________de 2009.