Jornal do Commercio - PE
23/08/2015 - 08:17
Pinga-fogo
Pelo Hub é fácil. E a saúde?
A crise é tão intensa que é fácil se perder em discussões e noticiário de investigações
policiais. Talvez por isso uma proposta interessante da bancada de oposição ao governo
Paulo Câmara (PSB) na Assembleia Legislativa passou um tanto despercebida.
Trocando o tom acusatório por outro, propositivo, a oposição propôs um Pacto pela
Saúde. É ao menos uma ideia para um problema que já ficou grave.
É preciso dizer que ainda não tocamos o fundo do poço. A crise ainda vai piorar e os
hospitais e UPAs visivelmente já têm problemas com medicamentos, insumos,
suspensão de procedimentos e salários de terceirizados.
É um problema complexo. O dinheiro da saúde é parte estadual e parte federal, o que
poderia fazer do debate só uma troca de farpas e acusações entre a bancada de Paulo e a
do PT e PTB, base do governo Dilma Rousseff.
Diante do impasse, a oposição sugeriu um pacto entre parlamentares da bancada federal,
do Senado e entidades do setor, todos à disposição do governo Paulo Câmara, para uma
busca conjunta de alternativas para a saúde.
Vale lembrar, Paulo mobilizou a sociedade e fez campanha de divulgação para atrair o
Hub da TAM. Mas a escolha será da empresa, técnica, e toda essa agitação não faz
diferença. Qual seria, então, o mal em juntar a sociedade para discutir a saúde, um
problema que pipoca e exige respostas do setor público?
Por isso a provocação foi inteligente. Falta saber a resposta.
O foco do debate é o custeio
A qualidade do serviço na saúde aumentou no governo Eduardo Campos (PSB). Mas a
crise trouxe piora rápida. Líder da oposição, o deputado Silvio Costa Filho (PTB, na
foto) diz que o principal debate atualmente é o custeio. Pois é caro ter UPAs e hospitais
com Organizações Sociais. Há R$ 34 milhões em débitos de 2014 e R$ 38 milhões do
primeiro semestre.
Secretário com...
O secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, esta semana, vai assumir o cargo de
diretor adjunto de Relações Institucionais e Parlamentares do Conselho Nacional de
Secretários Municipais de Saúde.
... cargo nacional
Ele diz que o conselho vai monitorar pautas legislativas que ferem a autonomia
municipal e geram impacto financeiro e administrativo nos municípios, que estão no
limite da capacidade de investimento.
Diario de Pernambuco - PE
23/08/2015 - 08:05
Diario Político
Pacto
Sílvio Costa Filho estranha que o governo não tenha feito qualquer sinalização para a
proposta feita por ele de um pacto pela saúde, endossada por diversos colegas: “Até
agora só temos o silêncio como resposta”. É, governo não costuma dar colher de chá à
oposição.
Jornal do Commercio - PE
23/08/2015 - 08:17
Implante dentário faz bodas de ouro
ODONTOLOGIA Além de devolver o sorriso eaautoestima, procedimento faz pessoas
retomarem a boa mastigação e fala. Porém, não está disponível na rede pública de saúde
Para a fatia de brasileiros sem dente algum, formada por 16 milhões de pessoas, o
implante dentário pode ser uma solução definitiva, segura e eficaz. Capaz de devolver
sorrisos e autoestima, além de melhorar a mastigação e a fala.A questão é que esse
procedimento, que completa 50 anos neste ano no mundo, ainda é acessível a poucos.
Nas redes municipal e estadual de saúde, o implante dentário não aparece na lista dos
tratamentos odontológicos gratuitos, nem mesmo nos Centros de Especialidades
Odontológicas, que só oferecem próteses.
Para ser beneficiada com esse procedimento, a maioria da população recorre às clínicas
privadas. É uma realidade apresentada pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que visitou cerca de 80 mil domicílios,
em 1,6 mil municípios de todo o País. Divulgado recentemente, o levantamento mostrou
que 74,3% das pessoas que procuram um atendimento odontológico, incluindo
implantes e outros procedimentos, recorrem a consultórios particulares. É o caso da
costureira Francisca Medeiros, 57 anos, que perdeu os dentes há mais de duas décadas
quando escorregou em casa no piso molhado da cozinha. Para ter de volta o sorriso, ela
juntou dinheiro por vários anos e procurou, no ano passado, um dentista da rede
privada.
“Passei muito tempo usando dentadura na parte inferior da boca, mas era incômoda;
machucava demais. E eu me sentia insegura porque tinha medo que a prótese caísse no
meio da rua ou enquanto dançava no teatro”, conta Francisca, que também é bailarina.
“É muito elegante ter os dentes de volta. Não fico mais envergonhada para rir, como,
durmo e falo melhor. Agora, estou economizando para colocar uma prótese fixa na parte
superior da boca, já que não tenho mais como desembolsar para fazer novos implantes.”
O implante dentário é um cilindro (pino) de titânio colocado dentro do osso, abaixo da
gengiva, que executa a função da raiz do dente. Em cima do implante é que o
cirurgiãodentista coloca uma coroa dentária. “Graças aos avanços da odontologia, há
casos em que o paciente coloca o pino e, logo em seguida, o dente. É o que chamamos
de carga imediata. Nem todo mundo é candidato a esse procedimento”, explica o
professor Fernando Tavares, do Departamento de Prótese e Cirurgia Bucomaxilofacial
da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Ele também coordena o projeto Implante o Seu Sorriso, ligado ao Núcleo de Atenção ao
Idoso (NAI) da universidade. “Oferecemos gratuitamente atendimento a pessoas com
mais de 60 anos desdentadas totais da arcada dentária inferior e que não têm condições
financeiras de pagar por um implante”, diz Fernando. Todo o procedimento é feito no
Instituto Tavares Vieira, que fica no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife.
Atualmente, o projeto está com vagas para atender idosos que desejem recuperar não
apenas a estética facial, mas também o convívio social, o sorriso, a função mastigatória
e a comunicação através do implante. Basta entrar em contato com o NAI pelo telefone
(2126-7366) e agendar a triagem.
AVANÇOS
O dentista Kleber Lacet, da Odontocape, explica que os implantes dentários são seguros
e eficazes, desde que indicados corretamente. “O risco de o procedimento dar errado é
pequeno, pois fazemos um planejamento pré-cirúrgico bastante criterioso, o que inclui
uma análise de cada paciente e a solicitação de exames de imagem”, diz Kleber. Além
disso, ele informa que atualmente é possível confeccionar o dente artificial de
porcelana, que é colocado sobre o pino, em 90 minutos. “Isso é possível graças a uma
máquina alemã em que o protético faz o desenho do dente de acordo com os padrões de
cada paciente”, conclui Kleber.
Jornal do Commercio - PE
23/08/2015 - 08:17
Um toque de carinho de mãos estrangeiras
MAIS MÉDICOS Programa federal completa 2 anos apostando num atendimento mais
atencioso aos pacientes
Um dos segredos para o sucesso do Programa Mais Médicos em Pernambuco bem que
poderia ser resumido numa palavra em espanhol: “cariño”. Quem explica, em português
simples e direto, é a dona de casa Priscila Maria da Silva, 29 anos, moradora da
comunidade Bola na Rede, no bairro da Guabiraba, Zona Norte do Recife: “O trabalho
dela é muito bom. Ela demonstra ter carinho pela pessoa. Se fosse para trocar, eu não
queria.” A conversa com a reportagem ocorreu enquanto Priscila aguardava uma
consulta com a doutora Maria Cristina de Sierra Neves, médica espanhola que, há um
ano e nove meses, atende de segunda a quintafeira, pela manhã e à tarde, no Posto de
Saúde da Família (PSF) da comunidade. Falante e visivelmente entusiasmada pelo
trabalho, doutora Cristina se sente em casa. A barreira da língua já não atrapalha mais.
“Só um ou outro paciente ainda precisa da gente para traduzir o que ela fala”, confirma
a agente de saú- de Cláudia Leite. A comunicação, como bem disse a dona de casa, se
dá pelo que as palavras nem sempre dão conta. “Ela olha pra gente. Vê o paciente.”
É essa forma carinhosa de atender à população, em sua maioria carente, que tem feito a
diferença na relação entre médicos e comunidade. “Elas trabalham com amor, com zelo.
Estão realmente preocupadas com o paciente. Fazem uma investigação profunda,
conversam sem pressa”, diz a agente de saúde Irene Aniceto de Souza, referindo-se às
médicas cubanas Nuria Julia Tamayo Vicente e Neida Izabel Fernandes Gonzalez, que
atendem no posto de saúde do bairro de Santo Aleixo, em Jaboatão dos Guararapes, no
Grande Recife. A relação mais próxima com o paciente soa muito natural para a doutora
Nuria Julia. “Estamos acostumados a tratar com o povo. Precisamos saber ouvir, dar
atenção é tão importante quanto o diagnóstico. Não há comprimido ou tratamento
mágico, tem que ser um acompanhamento integral”, ensina a médica, ao final de mais
um dia de trabalho, encerrado após 27 consultas.
O sentimento de cuidado tão ressaltado por pacientes e profissionais de saú- de em
Pernambuco é uma percepção nacional. Uma pesquisa realizada pela Universidade
Federal de Minas Gerais em 699 municípios brasileiros revelou que 87% dos
entrevistados disseram que a atenção do médico durante a consulta melhorou depois da
criação do programa. Comparando com o período anterior à chegada do Mais Médicos,
82% apontaram que as consultas passaram a resolver de uma forma melhor os seus
problemas de saúde e 81% acreditam que o profissional conhece mais os problemas de
saúde do que os médicos anteriores. Na média, a população deu nota 9 ao programa.
Foram ouvidas 14 mil pessoas entre novembro e dezembro de 2014.
Implantado em meio a muitas polêmicas e resistências, o programa completou dois anos
em julho passado. Em Pernambuco, são 973 profissionais do Mais Médicos atuando em
157 municípios e um distrito sanitário especial indígena. Cerca de 3,3 milhões de
pessoas são beneficiadas no Estado. Estão sendo investidos, de acordo com o Ministério
da Saúde, R$ 267,6 milhões na construção, reforma e ampliação de unidades básicas de
saúde em Pernambuco. Dados nacionais da Rede Observatório do Programa Mais
Médicos (14 instituições, incluindo 11 universidades) mostram que houve aumento de
33% no número de consultas realizadas nos municípios que participam do Mais
Médicos, contra apenas 15% observado em cidades que não aderiram à ação. Em todo o
País, existem 18.240 médicos atuando pelo Mais Médicos em 4.058 municípios,
beneficiando 63 milhões de pessoas.
De acordo com o estudo da rede, a quantidade de internações em hospitais apresentou
redução, o que aponta para um grau maior da eficiência na atenção básica. Em outras
palavras: muitos pacientes conseguiram resolver seus problemas de saúde na unidade
básica sem necessidade de ir a um hospital. Nos municípios contemplados, entre 2013 e
2014, o número de internações caiu 4% a mais que nas demais cidades. Esse índice
chegou a 8,9% nos municípios em que o Saúde da Família, junto com o Mais Médicos,
cobre mais de 36% da população. A expectativa, segundo o Ministério da Saúde, é a de
que mais de 91 mil brasileiros deixem de ser internados em 2015.
A redução de encaminhamentos desnecessários às grandes unidades hospitalares é, na
avaliação da doutora Cristina Sierra, um dos maiores méritos do programa. “Um ponto
fundamental do Mais Médicos é garantir o acesso à saú- de perto da comunidade. Isso é
fantástico porque permite que a doença seja diagnosticada o quanto antes. Cerca de 80%
dos problemas identificados nos pacientes podem ser resolvidos no atendimento
primário”, atesta, lembrando que, nesses quase dois anos atuando em Bola na Rede já
conseguiu identificar muitos casos de tuberculose, diabetes e hipertensão na
comunidade. “Prevenção é a chave”, diz a espanhola, entregando a sua fórmula para
fazer tanto sucesso com os pacientes: conhecer muito bem de doença, gostar do trabalho
e escutar os pacientes. “Se não escutar não tem como fazer um bom diagnóstico”,
ensina.
Jornal do Commercio - PE
23/08/2015 - 08:17
Voz do Leitor
Frase
"Enquanto os hospitais não podem atender os pacientes por falta de material, o
governador vai muito bem, obrigado. Já gastou cerca de R$ 270 mil com uísque, vodca,
vinho e outras bebidas, segundo denunciou o deputado Edilson Silva.” Eladio Amorim,
via comuniQ
Laboratório fitoterápico fecha as portas
Existia um laboratório de fitoterapia, cujo responsável era o Instituto de Pesquisa
Agronômica (IPA) e funcionava no prédio da Perpart, no bairro do Cordeiro. No local
havia um projeto distribuição gratuita de remédios fitoterápicos para tratamento de
asma, cansaço crônico, gordura no fígado e outras doenças. O projeto tem mais de 20
anos, foi criado pela família Arraes. No entanto, o IPA fechou e não deu satisfação à
população. São mais de 5 mil pessoas que dependem desses remédios para fazer
tratamento! Segundo funcionários do laboratório, existe o dinheiro em conta para
continuar o projeto, no entanto a gestão do IPA nada faz para resolver a situação. Joana
Santos, via Facebook
Jornal do Commercio - PE
23/08/2015 - 08:17
JC Negócios
Como elaborar bons projetos
Durante a Hospitalmed, feira de negócios do setor médico hospitalar que acontece no
próximo dia 2 de setembro, no Centro de Convenções, a B&R consultoria oferecerá o
workshop “Como elaborar projetos para solicitação de financiamento no setor saúde”. A
mostra é voltada para estabelecimentos de Saúde Públicos e Privados (hospitais,
laboratórios, clínicas e consultórios), lojas de produtos médicos e varejistas,
distribuidores, Secretarias de Saúde, entidades de classe e profissionais de saúde.
Diario de Pernambuco - PE
23/08/2015 - 08:05
Amigos reduzem depressão
Pesquisadores concluíram que a presença de amigos equilibrados pode reduzir a
probabilidade de se desenvolver a doença e duplicar as chances de cura. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 350 milhões de pessoas no planeta
sofrem de depressão. “Estimula a amizade entre os adolescentes aumentamos as
possibilidades de ter mais equilíbrio”, disse Thomas House, em estudo publicado na
Proceedings of the Royal Society B.
Diario de Pernambuco - PE
23/08/2015 - 08:05
Editorial
Obesidade no país
Vão longe os tempos em que ser gordinho era sinônimo de saúde. Exibir bebês
cheinhos, com curvas nas coxas e bochechas salientes, deixou de ser motivo de orgulho
para os pais. A barriga protuberante, símbolo de prosperidade, tornou-se sinal verde
para doenças cardiovasculares e, claro, fonte de preocupação. Mais do que dedo
acusador dos abusos do copo e do garfo, o ponteiro da balança é hoje intimação para
bater à porta do médico.
O sobrepeso – muito além da vaidade e da aceitação social – é fator de risco para
doenças como hipertensão, diabetes e câncer. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS),
feita pelo IBGE em parceira com o Ministério da Saúde, levantou dados preocupantes.
Mais de 56,9% dos brasileiros com mais de 18 anos têm excesso de peso. Deles, 20,8%
são obesos. Por seu lado, 2,5% da população na mesma faixa etária têm deficitl de
quilos.
Adultos e crianças se movimentam pouco. Máquinas fazem o trabalho antes exclusivo
das pessoas. Até o ir às compras tornou-se dispensável. A internet se encarrega de
manter o contato de comprador e vendedor sem que um deles se desloque da cadeira ou
da poltrona. O simples levantar-se para mudar o canal de televisão virou coisa do
passado.
Impõe-se reviravolta nos hábitos. Não é tarefa fácil. Mudar implica aprender. Aprender
significa mudar. A escola exerce importante papel no processo. Cantinas só devem
oferecer alimentos saudáveis. O cultivo de horta feito pelos alunos no ambiente escolar
constitui excelente exemplo que se multiplica no âmbito familiar e contagia as gerações
futuras. Campanhas educativas podem – e devem – incentivar atividades físicas e
alimentação saudável. A tevê também exerce excelente motivação.
Diario de Pernambuco - PE
23/08/2015 - 08:05
Obesidade altera células e favorece câncer de mama
A descoberta confirma que o excesso de peso é um dos principais fatores de risco para o
carcinoma e pode inspirar tratamentos
Pela primeira vez, cientistas detalham como a obesidade pode causar ou agravar o
câncer de mama. O trabalho, publicado hoje na revista Science Translational Medicine,
descreve o processo celular que leva o tecido rico em gordura a promover o
desenvolvimento de tumores. A descoberta confirma que o excesso de peso é um dos
principais fatores de risco para o carcinoma que mais mata mulheres no mundo e serve
de alerta, principalmente, para aquelas que passaram pela menopausa, condição que
aumenta as chances de surgimento da doença.
Embora pouco compreendida, a relação entre a obesidade e o câncer de mama já era
bem estabelecida pelos médicos. Mulheres que estão acima do peso são um grupo
bastante representativo entre as pessoas que sofrem desse tumor e também tendem a
apresentar os mais agressivos. Para compreender melhor esse fenômeno, pesquisadores
estudaram amostras de tecido adiposo retiradas dos seios de pacientes e observaram
como a obesidade influencia diretamente na matriz extracelular das mamas.
Foi possível notar que a estrutura que reveste e dá suporte às células havia sofrido um
processo chamado fibrose, similar ao que ocorre durante a cicatrização. Se comparadas
com o tecido mamário de pacientes de peso saudável, as células de mulheres obesas
apresentaram fibras de colágeno mais grossas e endurecidas.
A inflamação causada pela obesidade havia deixado o tecido mais rígido, mudando
completamente a configuração das células e a maneira como elas se comportam. Esse
novo formato seria ideal para o desenvolvimento de cancros. “Os nossos dados mostram
que o endurecimento dos tecidos de tumores e dos mamários é similar”, diz Claudia
Fischbach, professora da Meinig School of Biomedical Engineering da Cornell
University, nos Estados Unidos, e uma dos autores do trabalho.
Em testes in vitro, a equipe observou que células pré-cancerosas cultivadas em tecidos
adiposos afetados pelo excesso de peso tinham uma tendência maior a desenvolver
tumores malignos do que aquelas que cresciam em tecido magro. Isso indica que a
obesidade pode não somente promover o surgimento de tumores, como também
aumentar a agressividade da doença. “Esse estudo fornece uma importante peça
adicional que ajuda a integrar o que sabíamos sobre obesidade e câncer de mama em um
cenário unificado”, ressalta Charlotte Kuperwasser, professora de biologia molecular e
química na Tufts University School of Medicine e pesquisadora do Molecular Oncology
Research Institute, ambos nos Estados Unidos.
Diario de Pernambuco - PE
23/08/2015 - 08:05
Dieta reverte o processo
O experimento norte-americano também foi reproduzido em ratos modificados
geneticamente para acumular peso ou que apenas receberam uma dieta hipercalórica.
Nas células mamárias das cobaias, os cientistas notaram uma concentração incomum de
miofibroblastos, componentes que surgem na cicatrização e causam o espessamento do
tecido. Quando submetidas a uma dieta, as cobaias tiveram o número de miofibroblastos
reduzido no tecido mamário, indicando que o processo de endurecimento pode ser
revertido.
Os resultados reforçam a antiga recomendação dos médicos de que mulheres com
câncer de mama mantenham o peso saudável para combater os tumores, e ainda mostra
como uma alimentação equilibrada pode ser uma importante forma de prevenção ao
tumor. De acordo com dados do Fundo Mundial para Pesquisa em Câncer (WCRF),
22% dos casos da doença registrados no Brasil poderiam ser prevenidos com a adoção
de bons hábitos alimentares, a redução do consumo de álcool e uma rotina fisicamente
ativa.
Um estudo realizado recentemente no país indica que obesas e mulheres com sobrepeso
têm 2,5 vezes mais chances de desenvolver o câncer de mama. O levantamento com 190
pacientes atendidas em duas clínicas de Salvador mostrou ainda que a proporção de
obesas entre as mulheres diagnosticadas com o carcinoma era de 27,9%, mais que o
dobro da parcela de pessoas com problema de peso.
Diario de Pernambuco - PE
23/08/2015 - 08:05
Distração compromete saciedade
A nutricionista Ana Carolina Icó, do programa de reeducação alimentar Dieta e Saúde,
lembra que fome e saciedade não são só questão de barriga cheia ou roncando. Na
verdade, quem comanda essas sensações é o cérebro, que se comunica com o estômago
por meio de hormônios para saber se é hora de cruzar os talheres ou se o organismo
ainda precisa se nutrir um pouco mais. Os estímulos visuais e a mastigação fazem parte
desse processo.
Folha de Pernambuco - PE
23/08/2015 - 07:32
Assistência em crise
Em tempos de crise, é difícil não sentir o impacto no bolso. São gastos com
alimentação, combustível, escola dos filhos, além do fantasma do desemprego a cada
previsão negativa na economia. Se essas preocupações andam atemorizando as famílias
brasileiras, pior ainda para as instituições filantrópicas, que têm visto seus principais
meios de sobrevivência, as doações, ameaçados pela recessão. E para os pacientes que
precisam desse atendimento gratuito, o caminho é árduo, já que as estruturas oferecidas
pelos municípios têm sofrido cortes e o Veículo do Tratamento Fora do Domicílio
(TFD), que faz o transporte do Interior até os hospitais no Recife, reduziu as viagens. E
no acompanhamento de seus parentes em tratamento na Capital, mais sofrimento: as
casas de apoio também estão enfrentando dificuldades financeiras. De hoje até terça, a
Folha de Pernambuco publica a sérieAssistência em crise, com relatos de quem está por
trás desse trabalho assistencial. Com histórias de quem precisa desse atendimento e
espera por sua doação para continuar tratamentos que os ajude a viver.
Folha de Pernambuco - PE
23/08/2015 - 07:32
Para ajudar, precisam ser ajudados
O volume de doações de pessoas físicas e de empresas às instituições filantrópicas tem
caído drasticamente, chegando a até 50%. O que é arrecadado em bazares e campanhas
também não tem sido muito animador. Entretanto, portas adentro das instituições, as
necessidades continuam. É gente que encontra no atendimento que recebe a esperança
para seguir lutando pela sobrevivência. “Não é fácil ver um filho numa cadeira de
rodas”, conta a dona de casa Marilene Gomes, de 41 anos. A descoberta de uma doença
neuromuscular aconteceu quando o bebê tinha sete meses, mas o quadro piorou na
adolescência. Com o tratamento, ele voltou a andar aos poucos. Hoje com 19 anos,
Jônatas está no 9º ano do Ensino Fundamental e sonha em ser advogado. “Eu ainda não
me equilibro muito bem, mas sei que vou melhorar. Luto todos os dias para isso”, fala.
A pequena Aryane Vitória, 4, também sabe desde cedo o que são as visitas aos médicos.
Ela tem osteogênese imperfeita, conhecida popularmente como “ossos de vidro”.
“Quem passa por isso sabe do baque que é descobrir essa realidade. A ajuda é essencial
sim, não só pelo atendimento em si, mas pelo apoio emocional. É uma mão amiga”,
conta a professora Lidiane Cruz, 34, mãe de Aryane.
As famílias são atendidas pela Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD).
Por lá, a crise vem se revelando desde a impossibilidade de mantenedores de honrar os
pagamentos às poucas moedas nos 2,5 mil cofrinhos espalhados pelo Estado. “Pode
parecer pequena, mas cada doação faz a diferença. Se cada pessoa pudesse contribuir
com R$ 15 já ajudaria muito”, declara o gerente de Captação de Recursos da AACD,
José Nunes. “No caso dos cofrinhos, acreditamos que a tecnologia, o pagamento por
cartões, tem gerado menos trocos em moedas”, lamenta o gestor, citando também o
congelamento dos repasses do SUS como uma dificuldade. “Os valores não mudaram,
mas os tratamentos e os demais custos aumentaram. Não é barato oferecer uma estrutura
para atender, além do paciente, os familiares, 70% deles vindos de longe”, completa
Nunes.
Já o Núcleo de Apoio à Criança comCâncer (Nacc) estima uma queda entre 40% e 50%
por doação. “Muita gente não deixou de dar, mas diminuiu o valor e a frequência.
Acredito que a tendência é de que as contribuições passem a se concentrar em datas
como o Dia das Crianças e o Natal”, conta a diretora-presidente da instituição, Arli
Pedrosa. A estrutura a ser mantida envolve alimentação, transporte e especialistas à
disposição de quase 500 pacientes por mês, 90% deles albergados na sede. Tudo
gratuito. Uma das que necessitam do apoio é Emilly Emanuela, 4, que segue firme no
tratamento contra um tumor maligno que já reapareceu duas vezes em sua face. “A
gente que é mãe sofre muito, tem que abandonar tudo para cuidar de um filho doente. A
ajuda é importante. Ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar”, diz Soledade
Coutinho, 32, mãe de Emilly.
ALTERNATIVAS
As instituições filantrópicas têm buscado alternativas para enfrentar os tempos de vacas
magras. Na AACD, as medidas englobam, inclusive, o controle de lâmpadas acesas. Já
o Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer (GAC), que atua para garantir o
direito a um tratamento humanizado aos pacientes do Centro de Onco-hematologia
Pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), tem investido em
promoções nos bazares que organiza para tentar conter a queda nas captações, que já
chega a 20%. “Os doadores das maiores quantias foram os que mais pararam de
contribuir, e na crise recente do Oswaldo Cruz, tivemos que assumir linha de frente para
não deixar faltar nada. Se a gente não diversificar o meios de arrecadação vai ser muito
difícil”, aponta a presidente da instituição, Vera Morais. A gestora lembra que a
necessidade de garantir aquilo que o SUS não contempla é permanente. “Pode ter a crise
que tiver, mas o tratamento dessas pessoas não pode parar. Elas não podem esperar. Não
tem faltado nada, mas não podemos deixar de garantir itens como produtos nutritivos
especiais e a assistência até mesmo a quem já está curado. É um trabalho contínuo”,
explica a representante do GAC.
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saúde notícias 23 de agosto 2015