SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO DO VALE DO IPOJUCA
FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA
COORDENAÇÃO DE NUTRIÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR E UTILIZAÇÃO DE
SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS POR PRATICANTES DE
MUSCULAÇÃO EM CARUARU – PE.
ROGÉRIA SABRINA DE LIMA
TELMA ÂNGELA LINS BEZERRA
CARUARU
2008
Prof.º Vicente Jorge Espindola Rodrigues
Diretor Presidente da FAVIP
Prof.ª Ms.c. Mauricélia Bezerra Vidal
Diretora Executiva da FAVIP
Prof.ª Ms.c. Shirley Cristina de Lima e Silva
Coordenadora do Curso de Nutrição
ROGÉRIA SABRINA DE LIMA
TELMA ÂNGELA LINS BEZERRA
AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR E UTILIZAÇÃO DE
SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS POR PRATICANTES DE
MUSCULAÇÃO EM CARUARU – PE
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
apresentado ao Curso de Graduação em
Nutrição da Faculdade do Vale do
Ipojuca, como parte dos requisitos para
obtenção do grau de Bacharel em
Nutrição
ORIENTADORA: Profª. Ms. Silvia Alves da Silva
CARUARU
2008
Lima, Rogéria de.
Avaliação do consumo alimentar e utilização de
suplementos nutricionais por praticantes de musculação
em Caruaru – PE / Rogéria de Lima, Telma Ângela Lins
Bezerra. – Caruaru : FAVIP, 2008.
41f.
Orientador (a): Silvia Alves.
Trabalho de conclusão de curso (Nutrição) -- Faculdade
do Vale do Ipojuca.
1. Consumo alimentar. 2. Suplementos
nutricionais. 3. Musculação. . I. Título. II. Bezerra,
Telma Ângela Lins.
Elaborada pelo Bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367
Aos nossos pais, que com todas as suas virtudes e também seus
limites mostraram e mostram-nos não o melhor caminho, mas o
correto, espalhando muita esperança, certeza e confiança.
AGRADECIMENTOS
A Deus, que nos guiou durante toda a elaboração deste trabalho e nos proporcionou
realizá-lo com todas as dificuldades encontradas.
Aos nossos pais: José Rogério de Lima e Maria do Socorro de Lima; Tomé
Henrique Bezerra Filho e Lucineide Lins Bezerra, por todo o esforço realizado em
prol desta conquista e por permanecerem ao nosso lado em todos os momentos.
À Profª. Silvia Alves da Silva que demonstrou ser uma excelente orientadora,
auxiliando, esclarecendo e simplificando nosso trabalho.
À Profª. Eduíla Maria Couto Santos que apesar de não continuar conosco está sempre
disposta a nos atender.
Aos professores que compõem o quadro de Graduação em Nutrição da FAVIP, pelos
ensinamentos e amizade.
À turma de Nutrição da FAVIP, por ter superado todos os obstáculos e ter chegado até o
final do percurso.
Aos proprietários das academias que nos permitiram a realização de nossa pesquisa,
cedendo o espaço e colaboração junto a seus alunos.
À todos e todas que participaram voluntariamente, e puderam disponibilizar um pouco
de seu tempo para a coleta de dados desta pesquisa.
"As dificuldades que você encontra se resolverão
conforme você avançar. Prossiga, e a luz aparecerá, e
brilhará com clareza crescente em seu caminho". (Jean le
Rond D'Alembert)
APRESENTAÇÃO
O presente estudo busca apresentar um perfil nutricional de praticantes de musculação
na cidade de Caruaru – PE, verificando os excessos ou restrições alimentares que
possam influenciar no desempenho da atividade física e na saúde dos mesmos através
da avaliação de seu estado nutricional, distribuição calórica e de macronutrientes em
suas dietas, considerando o acréscimo extra realizado com o uso de suplementos.
Através da obtenção de dados antropométricos dos voluntários com uso de balança e
estadiômetro, aplicação de um formulário para a coleta dos dados socioeconômicos, uso
de suplementos e Recordatório Alimentar de 24 horas, foram obtidos os dados
referentes ao tipo, quantidade e qualidade da dieta ingerida durante o dia, e a adequação
desta às suas reais necessidades, o que possibilita o levantamento de informações,
identificando com isso os possíveis equívocos, favorecendo a criação de estratégias para
esclarecimento dos praticantes de musculação das academias.
Este trabalho de conclusão de curso foi elaborado em formato de artigo original
intitulado Avaliação do consumo alimentar e utilização de suplementos nutricionais por
praticantes de musculação em Caruaru, PE, que será enviado para a submissão da
Revista Veredas, da Faculdade do Vale do Ipojuca.
SUMÁRIO
RESUMO
10
ABSTRACT
12
INTRODUÇÃO
13
METODOLOGIA
18
RESULTADOS
20
DISCUSSÃO
25
CONCLUSÃO
32
REFERÊNCIAS
33
APÊNDICES
39
APÊNDICE A - Questionário
39
APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
41
AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR E UTILIZAÇÃO DE
SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS POR PRATICANTES DE
MUSCULAÇÃO EM CARUARU – PE
Rogéria Sabrina de Lima¹
Telma Ângela Lins Bezerra²
Sílvia Alves Silva³
FAVIP – Faculdade do Vale do Ipojuca – FAVIP, Av. Adjair Case, 800. Indianópolis.
Caruaru-PE. CEP: 55.6024-901
¹ Graduanda do curso de nutrição da Faculdade do Vale do Ipojuca – FAVIP, Rua Alves da Silva, 181,
Santa Rosa. Palmares-PE. CEP: 55540000. Email: [email protected]
² Graduanda do curso de nutrição da Faculdade do Vale do Ipojuca – FAVIP, Avenida Serena, 429, AP
201. Indianópolis. Caruaru-PE. CEP:55026530. Email: [email protected]
³Nutricionista pela UFPE; Especialista em Nutrição Clínica pela Residência em Nutrição Clínica do
HC/UFPE; Mestre em Nutrição pela UFPE; Professora da FAVIP.
RESUMO
A nutrição é um fator limitante no exercício físico, onde as necessidades de energia
aumentam o que torna essencial um planejamento dietético. O presente estudo objetivou
avaliar o consumo alimentar e de suplementos nutricionais em academias. A pesquisa
envolveu uma amostra de 41 indivíduos de ambos os sexos, com idades compreendidas
entre os 18 e 59 anos, praticantes de musculação. Para avaliar os dados
socioeconômicos e o consumo alimentar foi utilizado um questionário e o Recordatório
alimentar de 24 horas. O consumo de suplementos foi constatado em 36,6% da amostra,
em sua maioria (53,3%) protéicos e aminoácidos. A maior parte dos entrevistados
(58,5%) consumiu calorias abaixo do recomendando, enquanto para proteínas foi
encontrado um valor acima do ideal para 90,2%. O consumo de carboidratos e lipídeos
esteve dentro das recomendações para 85,3% e 65,8%, respectivamente. Em conclusão,
o consumo de suplementos nutricionais e de proteínas foi elevado. Demonstrando que, a
educação nutricional para essa classe de praticantes de atividade física é fundamental
para propiciar o alcance das necessidades de macronutrientes, sem causar prejuízos à
saúde.
Palavras-chaves: consumo alimentar, suplementos nutricionais, musculação.
ABSTRACT
Nutrition is a limiting factor in exercise, where the needs for energy increases and this
makes it an essential dietary planning. This study aimed to evaluate the consumption of
food and nutritional supplements in academies. The research involved a sample of 41
individuals of both sexes, aged between 18 and 59 years, practitioners of weight lifting.
To assess the socioeconomic and food consumption data was used a food questionnaire
and the recall of 24 hours. The consumption of supplements was found in 36.6% of the
sample, most of them (53.3%) protein and amino acids. Most respondents (58.5%)
below the recommended calories consumed, while for proteins found higher-thanoptimal for 90.2%. The consumption of carbohydrates and lipids was within the
recommendations for 85.3% and 65.8% respectively. In conclusion, the consumption of
nutritional supplements and protein was high. Demonstrating that the nutrition
education for this class of practitioners of physical activity is essential to provide a
range of needs for nutrients, without causing damage to health.
Key words: food consumption, nutritional supplements, weight lifting
INTRODUÇÃO
A Musculação é um exercício de força que é eficiente para modificar favoravelmente a
composição corporal, contribuindo com o aumento da massa muscular e redução da
gordura corpórea (DAMILANO, 2006). Na musculação como em qualquer outra
atividade física a nutrição é um fator limitante não só do rendimento do exercício, mas
da saúde do praticante (MCARDLE et al., 1999).
A relação entre nutrição e atividade física teve origem antes da idade áurea da Grécia.
Os pensadores gregos utilizavam idéias científicas sobre o alimento e a medicina no
tratamento de doenças oriundas do Egito e outras culturas. Preocupações acerca do
esforço físico, do alimento apropriado e da saúde em geral ocuparam pensadores de
várias civilizações. Os médicos dos antigos jogos Olímpicos podem ser considerados
como os primeiros nutricionistas do desporto, pois quase todas as práticas dietéticas
concebíveis eram utilizadas para aprimorar o desempenho, a fim de preparar os atletas
para as competições. Esta relação, nutrição e atividade física, tem sido cada vez mais
discutida, principalmente após o século XIX, com a descoberta da composição química
de carboidratos, lipídeos e proteínas, esclarecendo ainda mais a adequação do equilíbrio
energético (MCARDLE et al., 1999).
O equilíbrio energético é de grande importância para qualquer exercício, pois a
produção de energia constitui algo permanente (FOX et al.,1991). A energia necessária
ao organismo provém dos macronutrientes que constituem os alimentos, os quais serão
metabolizados e convertidos em um composto de alta energia denominado trifosfato de
adenosina - ATP (LONGO, 2002).
Em práticas como a musculação a necessidade de energia aumenta e o estabelecimento
de recomendações nutricionais específicas representa um importante instrumento para o
planejamento dietético desta população. O conhecimento da quantidade correta, assim
como nutrientes é essencial para a manutenção da performance, composição corporal e
saúde dos indivíduos (AMERICAN DIETITION ASSOCIATION, 2001).
Os perigos da inadequação nutricional são inúmeros, inicialmente uma série de
deficiências limítrofes de nutrientes exerce impacto significativo na estrutura e função
orgânica (MCARDLE et al., 1999). Rotineiramente, as refeições da maior parte da
população são ricas em gorduras, sal e carboidratos, servindo apenas para satisfazer as
necessidades energéticas, predispondo a enfermidades metabólicas e cardiovasculares.
O indivíduo que se alimenta de forma inadequada pode apresentar deficiência em
proteínas, carboidratos, lipídeos, vitaminas ou sais minerais, fundamentais à formação
do sangue (hemoglobina), fortalecimento de ossos e bom funcionamento do fígado,
coração, intestino e cérebro entre outras funções indispensáveis à saúde (SARTORI et
al., 2002).
A deficiência de um único nutriente pode acarretar em uso inadequado, não absorção ou
absorção deficiente de outros nutrientes pelo organismo, o chamado princípio sinérgico
(HERNANDES, 2000), podendo levar o desportista a um estado lamentável de distúrbio
orgânico generalizado e distúrbio hidroeletrolítico (KAMEL & KAMEL, 1998). Nestas
substâncias indispensáveis está incluída, a água, pois durante a atividade física há perda
de líquido pelo suor e caso não haja reposição desta perda haverá desidratação, afetando
a força muscular, aumentando o risco de cãibras e hipertermia, comprometendo o
desempenho (LANCHA JÚNIOR, 2004; GUERRA, 2005).
No exercício de alta intensidade e curta duração, como é o caso da musculação, o
carboidrato é a principal fonte de energia, seu consumo apropriado é fundamental para
otimização dos estoques de glicogênio muscular e hepático (SBME, 2003), pois estes
são fontes primárias de energia durante a prática do exercício e são mais eficientes, já
que requerem menos oxigênio para a sua oxidação quando comparados aos lipídeos e as
proteínas (SOARES, 2001; COELHO et al., 2004; BERNADOT, 2005), ajudando a
manter a glicemia sanguínea, tendo em vista que os estoques de glicogênio muscular
são limitados (SBME, 2003).
Outra fonte importante de energia provém dos lipídeos, que atuam em vários processos
celulares, como o fornecimento de energia para os músculos em exercício, a síntese de
hormônios esteróides e a modulação da resposta inflamatória (AMERICAN DIETETIC
ASSOCIATION, 2001; MICKLEBOROUGH, 2003). Geralmente os lipídeos são vistos
como os maus nutrientes e tendem a ser reduzidos, entretanto tal ato pode diminuir os
estoques de triglicerídeos intramusculares acarretando sérios prejuízos ao desempenho.
Em contrapartida, uma ingestão excessiva é responsável pela alta incidência de várias
doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, câncer e diabetes (BIESEK &
CORTE, 1997; LESER, 2005).
Um macronutriente fortemente relacionado à musculação é a proteína. Esta geralmente
não é considerada uma fonte de energia significativa, sendo utilizada para o reparo da
construção muscular, tornando-se fundamental em qualquer dieta (BOMPA &
CORNACCHIA, 2000).
Freqüentemente os praticantes de musculação associam o ganho de massa muscular ao
consumo extra de proteínas (DAMILANO, 2006), no entanto não há benefícios em seu
consumo excessivo, pois a energia extra transforma-se em gordura e é armazenada,
assim como o nitrogênio adicional será eliminado pelo sistema urinário, podendo
inclusive ser um fator prejudicial, devido à sobrecarga dos rins que excretam muitos
subprodutos do metabolismo protéico e do fígado que é responsável pela metabolização
dos aminoácidos (ANDRADE, 2005; BERNADOT, 2005; MCARDLE et al., 2003).
Esta sobrecarga ocorre por vezes pelo uso de suplementos à base de proteínas e
aminoácidos comerciais, aumentando o valor protéico da dieta, principalmente por
jovens que desejam ganhar massa muscular (FRIZON, 2005).
No Brasil, o uso de suplementos nutricionais tem crescido nas academias e clubes onde
se realizam atividades físicas (SBME, 2003). Em estudo realizado na cidade de Belo
Horizonte, MG, observou-se que os cinco tipos de produtos mais consumidos entre os
indivíduos que fazem uso de suplementos foram os ricos em proteínas e aminoácidos
(58%), seguidos de isotônicos (32%), carboidratos (23%), naturais/fitoterápicos (20%) e
complexos polivitamínicos e minerais (19%) (GOSTON, 2008). Dos vários efeitos
adversos do uso de suplementos nutricionais podemos relatar: cetose, gota, sobrecarga
renal, aumento da gordura corporal, desidratação, balanço negativo de cálcio e perda de
massa óssea (ARAÚJO et al., 2002).
O indivíduo que deseja ter um maior rendimento ou um aumento da massa muscular
deve ter uma filosofia de vida que se adapte e aceite os conhecimentos voltados a uma
alimentação adequada, com nutrientes indispensáveis à saúde e desempenho físico, de
acordo com suas necessidades fisiológicas (SARTORI et al., 2002).
Mediante a importância da alimentação adequada e o papel dos macronutrientes para o
desempenho e saúde, é relevante pesquisarmos se estes fatores estão sendo considerados
pelos praticantes de musculação em Caruaru, através da realização deste estudo, que
tem como objetivo avaliar o consumo alimentar e a utilização de suplementos
nutricionais por praticantes de musculação em Caruaru-PE e especificamente
caracterizar a população segundo os dados socioeconômicos; avaliar o consumo das
calorias adequando-as as necessidades energéticas calculadas pela fórmula da
FAO/OMS/85; avaliar o consumo de macronutrientes adequando-os as recomendações
das Dietary Reference Intakes - DRIS (2002); e identificar os tipos de suplementos
nutricionais utilizados pelos praticantes de musculação e sua freqüência de uso.
METODOLOGIA
Este estudo é do tipo descritivo e de caráter transversal. Realizado com 41 indivíduos de
ambos os sexos, na faixa etária entre 18 e 59 anos, praticantes de musculação por no
mínimo um mês, com uma freqüência mínima de três vezes por semana e tempo por
seção de uma a três horas; em três academias do município de Caruaru, PE,
consideradas de pequeno e médio porte.
Para a coleta dos dados foi aplicado um formulário com informações socioeconômicas
que continha perguntas sobre idade, escolaridade, renda familiar, uso de suplementos,
freqüência da musculação, tabagismo, consumo de álcool e água, além do Recordatório
alimentar de 24 horas (APÊNDICE A).
Para a determinação das necessidades energéticas foi utilizada a fórmula da
FAO/OMS/85, que leva em consideração o sexo, a idade e o peso dos indivíduos, sendo
multiplicada pelo fator de atividade intensa que é 2,1 para homens e 1,6 para mulheres
(HIRSCHBRUCH & CARVALHO, 2002), essas necessidades foram comparadas com
as calorias ingeridas e o consumo de macronutrientes comparados às DRIS, 2002
(FRANCESCHINI et al, 2005).
Para a coleta dos dados antropométricos, os indivíduos foram pesados em uma balança
da marca Plenna, modelo MCA-07400, com precisão de até 150Kg (quilogramas).
Posicionados em pé, no centro da base da balança, descalços e com roupas leves. A
estatura foi medida através de um estadiômetro da marca Cardiomed, com precisão de
até 2,2 metros, com os mesmos em pé, descalços, com os calcanhares juntos, costas
retas e braços estendidos ao longo do corpo (KAMIMURA et al., 2005).
Para avaliação do estado nutricional foi calculado o Índice de Massa Corpórea (IMC),
obtido pela razão peso, em quilogramas, dividido pelo quadrado da altura, em metros,
adotando a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS), 1997.
Os dados obtidos através do Recordatório 24 horas foram analisados através do
Programa Nutwin Profissional, versão 2.0. Todos os dados coletados foram digitados no
programa Microsoft Office Excel, versão 2003.
Para analisar a ingestão de calorias e proteínas foi utilizado o cálculo da razão de
adequação do nutriente (RAN), de acordo com as recomendações propostas pelas DRIS
(2002). A RAN foi considerada como adequada quando seu valor variou de 90,0% a
110,0% (LOPES et al, 2005). Para avaliar o consumo de carboidratos e lipídeos, foram
utilizados os valores de ingestão dietética de referência DRIS (2002) e comparados com
a ingestão dos entrevistados.
A análise estatística foi realizada no programa Statistical Package for Social Sciences
(SPSS), versão 13.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, USA). Foi utilizado o teste de
Kolmogorov Smirnof para testar a normalidade da distribuição das variáveis: calorias
consumidas, proteínas, carboidratos e lipídeos consumidos. Todas as variáveis
obtiveram distribuição normal, portanto foram apresentadas em média e desvio padrão.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da
Faculdade Vale do Ipojuca – FAVIP, sob o número de Protocolo: 00026. Os usuários
das academias participaram do estudo mediante a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B).
RESULTADOS
Na amostra, houve uma predominância de indivíduos entre os 18 e 29 anos, do sexo
masculino, e com formação até 2° Grau completo, apresentando renda familiar acima de
seis salários mínimos, prevalecendo mais de três pessoas na residência, conforme
demonstra a tabela 1.
Tabela 1. Características socioeconômicas dos praticantes de musculação, Caruaru-PE,
2008.
Variáveis
n
%
Sexo
Masculino
28
68,3
Feminino
13
31,7
Faixa Etária (anos)
18 – 29
30 – 39
≥ 40
29
6
6
70,7
14,6
14,6
Escolaridade
Até 1º Grau
2° Grau completo
Ens. Superior
4
23
14
9,8
56,1
34,1
Renda Familiar
Até 2 salários mín.
2 - 4 salários mín.
4 – 6 salários mín.
> 6 salários mín.
6
7
3
24
15
17,5
7,5
60
N° de pessoas na
residência
Até 3 pessoas
> 3 pessoas
15
26
36,6
63,4
A Figura 1 revela que a maioria dos participantes encontrava-se classificado como
eutrófico, ou seja, com um peso ideal, apresentando um IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m².
Um percentual bastante significativo de sobrepeso foi encontrado, e apenas um
indivíduo encontrava-se obeso.
2,4%
Obesidade
Eutrofia
Sobrepeso
31,7%
65,9%
Figura 1. Distribuição do estado nutricional segundo o IMC, dos praticantes de
musculação, Caruaru – PE, 2008.
A maioria dos entrevistados praticavam musculação com freqüência maior que 3 vezes
por semana (95,1%). As horas gastas por sessão são de 1 hora para 29,3% da amostra e
mais de 1 hora para 70,7%. A maioria dos praticantes malha no período da noite
(46,3%), seguido da tarde (36,6%) e manhã (17,1%).
A tabela 2 apresenta a distribuição do uso de suplementos nutricionais pela amostra, os
principais tipos de suplementos citados e a freqüência de uso dos mesmos, onde se
observa que cerca de 1/3 da amostra dizem fazer uso destes produtos. Destes, a maior
parte dos usuários (53,3%) faz uso de suplementos protéicos e aminoácidos. Dos
usuários, a grande maioria diz sentir efeitos benéficos. Entre os efeitos descritos estão:
hipertrofia (35,7%), aumento da resistência e da força (14,3%), aumento da resistência,
força, energia e hipertrofia (35,7%) e outros (14,3%). Apenas 33,3% dizem sentir algum
efeito colateral no uso de suplementos, onde 40% relataram acnes, 20% diarréia, 20%
hipoglicemia e 20% acnes e diarréia.
Tabela 2. Distribuição do uso de suplementos nutricionais pelos praticantes de
musculação, Caruaru – PE, 2008.
Variáveis
Fazem uso de Suplementos
Sim
Não
Total
n
%
15
26
41
36,6
63,4
100
Tipo de Suplemento
Proteínas e aminoácidos
Carboidratos
Vitaminas e Minerais
Combinados
Proteínas e aminoácidos + Creatina
Proteínas e aminoácidos+ Vitaminas e Minerais
Proteínas e aminoácidos+ carboidratos+ creatina
Carboidratos+ creatina
4
1
1
4
1
2
1
1
26,7
6,7
6,7
26,7
6,7
13,3
6,7
6,7
Freqüência de Uso
Até 4 x na semana
5 a 6 x na semana
Diariamente
2
12
1
13,3
80
6,7
O tabagismo foi referido por apenas 9,8%, enquanto um pouco mais da metade dos
indivíduos referiu consumir bebida alcoólica (53,7%), destes 54,5% consumiam
semanalmente, 13,6% quinzenalmente e 31,8% mensalmente. Entre os entrevistados,
68,3% consumiam até 2 litros de água e 31,7% mais de 2 litros.
A tabela 3 apresenta o consumo médio de energia e macronutrientes, onde se observa
um elevado consumo de calorias e proteínas, principalmente.
Tabela 3 - Distribuição do consumo de energia e macronutrientes dos praticantes de
musculação, Caruaru – PE, 2008.
Variável
Média ±DP
Mínimo
Máximo
Calorias (kcal)
Proteína (g)
3034,8 ±1531,6
143,3±75,3
527
14
8068
337
Carboidrato (g)
Lipídeo (g)
452±236,9
75,7 ±42,7
116,9
3,6
1241,3
227,4
Na tabela 4 estão descritos os percentuais de adequação do consumo de calorias e
proteínas da amostra total, de acordo com o sexo. O percentual da população que
apresentou um consumo tanto de calorias, quanto de proteínas de 90 à 110% do
recomendado foi pequeno. Com relação ao consumo calórico, verifica-se que maior
parte dos indivíduos consumiu <90% do recomendado. Em ambos os sexos o consumo
de proteínas foi elevado, onde 90,2% dos praticantes de musculação consumiram mais
que 110% do recomendado, principalmente entre os homens.
Dos participantes da pesquisa, 7,3% consumiram menos que 0,8g/kg/dia; 9,7% de 0,8 à
1,1g/kg/dia; 31,7% de 1,2 à 1,8g/kg/dia e 51,2% mais que 1,8g/kg/dia.
Tabela 4. Porcentagem de adequação do consumo de energia e proteína dos praticantes
de musculação de acordo com sexo, Caruaru – PE, 2008.
Variável (%)
Calorias
<90
90 a 110
>110
Proteínas
<90
90 a 110
>110
Sexo
Feminino
Masculino
n
%
n
%
10
76,9
14
50
1
7,7
6
21,4
2
15,4
8
28,6
Feminino
Masculino
n
%
n
%
2
15,4
1
3,6
0
0
1
3,6
11
84,6
26
92,9
Total
n
24
7
10
%
58,5
17,0
24,3
n
3
1
37
%
7,3
2,4
90,2
Analisando os dados da tabela 5, verifica-se que o percentual do consumo de
carboidratos e lipídeos, na maior parte dos indivíduos, manteve-se dentro das
recomendações das DRIS (2002).
Tabela 5 – Porcentagem de lipídeos e carboidratos consumidos pelos praticantes de
musculação, Caruaru – PE, 2008.
Macronutrientes (%)
n
%
Carboidratos
<45
45 a 65
0
35
0,0
85,3
>65
Lipídeos
6
14,6
<20
20 a 35
>35
14
27
0
34,1
65,8
0,0
DISCUSSÃO
Dos praticantes de musculação entrevistados, a maioria eram homens, o que revela uma
maior predominância do sexo masculino na prática da musculação, como no estudo
realizado por Domingues & Marins (2007) onde a prevalência da amostra de praticantes
desta atividade do sexo masculino foi de 90,5%.
A maior parte da amostra tinha idade entre 18-29 anos, o que demonstrou uma
prevalência de jovens. O público freqüentado pelas academias estudadas possuía um
menor nível de escolaridade, comparado a outros estudos realizados em academias,
como a pesquisa efetuada em Cotia, por Duran et al. (2004) onde 59,4% dos
entrevistados estavam cursando ou tinham concluído nível superior e 21,9% possuíam
algum tipo de pós-graduação e também no estudo de Pereira et al. (2003), realizado em
São Paulo, onde 69,9% das pessoas tinham nível de escolaridade superior (completo ou
não). Com relação à renda familiar, 60% dos entrevistados apresentavam uma renda
maior que seis salários mínimos, mostrando um bom nível sócio econômico na amostra.
Apesar do fato do IMC não ser um bom parâmetro para avaliar a composição física de
indivíduos, já que não difere massa muscular de gordura corpórea (WILLIAMS, 2002;
COSTA & BOHME, 2005), o estado nutricional da maioria dos entrevistados pode ser
considerado bom, visto que 65,9% encontravam-se eutróficos. O sobrepeso prevaleceu
em 31,7% da amostra, o que pode ser justificado pelo fato de que 24,3% dos indivíduos
consumiram mais que 110% das calorias recomendadas.
Em estudos sobre o consumo de suplementos por praticantes de atividade física, os
dados encontrados variam de 23,9% à 70% (PEREIRA et al., 2003; MIARKA et al.,
2007; ARAÚJO et al., 2002; SANTOS & SANTOS, 2002). Segundo Coelho et al.
(2007), praticantes de musculação parecem consumir mais estes produtos do que
praticantes de outras atividades em que os mesmos não seriam ainda tão difundidos e,
portanto, menos utilizados.
No presente estudo, a utilização de suplementos foi constatada em 36,6% dos
entrevistados. Cerca de 53,3% dos suplementos citados eram de origem protéica e
aminoácida. Da mesma forma, resultado semelhante ao que foi encontrado em outro
estudo realizado em academias de Belo Horizonte, no qual, 58% relataram consumir
este tipo de produto, o que revela um consumo extra de proteínas e aminoácidos elevado
(GOSTON, 2008).
Grande parte da amostra consumia uma dieta hiperprotéica, o que torna a utilização de
repositores protéicos, desnecessária e prejudicial, podendo causar efeitos danosos à
saúde. O uso de suplementos protéicos é recomendado em meios de performance, para
atletas com necessidades de aumento de massa (RON et al., 2004), ou para
fornecimento de energia em endurance (SBME, 2003).
Uma boa parte destes indivíduos utilizava mais de um suplemento, o que acarreta em
um consumo extra de calorias, proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais. Os
praticantes de atividade física se iludem com todos os benefícios prometidos pelos
fabricantes, os quais na maioria das vezes são falsos (WILLIAMS, 2002; MAUGHAN
& BURKE, 2004). Um estudo financiado pelo Comitê Olímpico Internacional, mostra
que de 634 suplementos analisados pelo Laboratório Antidoping de Colônia,
provenientes de 215 fornecedores, de 13 países, 94 deles (14,8%) continham
precursores de hormônios, não declarados em seus rótulos (SBME, 2003).
Outros produtos relatados representaram 26,7% de suplementos combinados, 20,1% à
base de carboidratos, 20,1% de creatina e 20% de vitaminas e minerais. Em um estudo
realizado na universidade estadual de Londrina com acadêmicos de educação física,
cerca de 19,7% dos usuários utilizam suplementos combinados, 15,38% carboidratos e
repositores energéticos e 3,07% vitaminas ou minerais (MIARKA et al., 2007).
Neste estudo, o resultado encontrado com relação à creatina é preocupante, pois apesar
de seu uso ter sido proibido pela Vigilância Sanitária, por falta de registro das empresas
que comercializavam este produto, ainda foi encontrado um consumo significativo. Em
um estudo recente realizado em Belo Horizonte a porcentagem encontrada foi de 89%
(DOMINGUES & MARINS, 2007). A Anvisa (2008) incluiu este produto em uma
consulta pública que propõe o regulamento técnico de alimentos para atletas (BRASIL,
2008).
Das pessoas que faziam uso de suplementação, a maioria atribuiu a hipertrofia como
efeito benéfico deste uso. Grande parte dos estudos realizados com praticantes de
atividade física aponta o ganho de massa muscular como um dos principais motivos
para este consumo (GOSTON, 2008; MIARKA et al., 2007; ARAÚJO et al., 2002;
SANTOS & SANTOS, 2002). Segundo Pereira et al. (2003), muitos destes produtos
geram várias controvérsias sobre seus efeitos, os quais não são totalmente comprovados.
Cerca de um terço dos entrevistados deste estudo relatou sentir algum tipo de efeito
colateral como acne. Em pesquisa realizada em São Paulo com alunos de academias de
ginástica, além do aparecimento de acne alguns usuários afirmaram o aparecimento de
problemas renais e hepáticos, diminuição do desempenho sexual, tonteira, enjôos,
irritação e insônia, entre outros distúrbios (PEREIRA, et al., 2003).
Com relação à freqüência de utilização, boa parte dos indivíduos relataram fazer uso de
suplementos de 5 à 6 vezes na semana, o que indica que os consomem normalmente nos
dias que malham, já que 95,1% praticam musculação mais de 3 vezes por semana. No
estudo realizado por Pereira et al. (2003), com freqüentadores de academias que tinham
idade entre 18 e 38 anos, 90,3% consumiam estes produtos diariamente. Enquanto
Goston (2008), em sua pesquisa com 1.102 indivíduos em academias de Belo
Horizonte, encontrou uma freqüência de consumo maior ou igual a 5 vezes na semana,
entre 12,6% a 75,3% da amostra, dependendo do tipo de suplemento.
A desidratação geralmente tem um efeito negativo sobre o desempenho físico e a saúde
em geral, por isso a importância da hidratação antes, durante e após o exercício
(MAUGHAN & BURKE, 2004). Cerca de dois terços dos indivíduos relataram
consumir até dois litros de água diários, o que pode ser considerado insuficiente, devido
às perdas de água através do suor que ocorrem pelo exercício intenso.
Os valores de ingestão calórica média apresentaram-se acima dos encontrados em
alguns estudos com praticantes de atividade física em academias (DURAN et al., 2004;
MARTINS & SANTOS, 2004) e em estudos populacionais de ingestão alimentar
(BRASIL, 1997; GAUCHE et al., 2006).
A adequação calórica demonstrou resultados que contrastam com uma pesquisa
realizada em Santa Maria, RS por Damilano (2006), que observou uma inadequação de
75% na dieta de praticantes de musculação, onde 60% destes apresentavam consumo
calórico excessivo (acima de 100% do recomendado); nesta pesquisa foi encontrado
também valor próximo de inadequação (82,8%), porém representando valores de
ingestão abaixo do recomendado, menos de 90% do Valor Calórico Total (VCT),
segundo as DRIS (2002), para 58,5% da amostra. Em ambos os sexos a porcentagem de
baixa ingesta calórica foi alta, mas em especial entre as mulheres, correspondendo a
76,9%. Ao estudar o consumo alimentar de praticantes de musculação, Pamplona &
Kazapi (2004) perceberam que a média do consumo calórico foi inferior às necessidades
energéticas. Percebe-se então uma inadequação do consumo das calorias necessárias à
prática da musculação o que é um fator muito preocupante, haja vista que a baixa
ingestão calórica, consequentemente é inadequada em macro e micronutrientes, o que
pode levar à perda de massa muscular, lesões músculo-esqueléticas, fadiga crônica,
maior susceptibilidade à doenças e disfunção hormonal, dentre outros fatores
(AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2000; SBME, 2003).
A relação musculação e consumo aumentado de proteínas sempre é considerada o
resultado para a hipertrofia pela maioria dos indivíduos que desejam ganho de massa
muscular, o que não é verdadeiro (DAMILIANO, 2006; JUNIOR et al., 2005; SBME,
2003). Neste estudo foram encontrados valores elevados deste macronutriente para mais
de 90% da amostra, sendo este percentual um pouco maior nos homens (92,9%) do que
nas mulheres (84,6%), destas, no entanto não houve consumo adequado, apenas valores
acima ou abaixo do recomendado, onde podemos notar que conceitos errôneos sobre
alimentação são muito comuns entre essa população.
Em estudo realizado com atletas em treinamento de musculação (MAESTÁ et al.,
2008), a adequação do consumo energético em relação à proteína contribuiu
favoravelmente para o ganho de massa muscular, enquanto a elevação desta oferta
protéica proporcionou maior síntese quanto ao catabolismo, mas não alterou quanto à
hipertrofia. O excesso protéico também foi encontrado em outros estudos, com
indivíduos praticantes de atividade física, e principalmente entre os homens
(DAMILIANO, 2006; DURAN et al., 2004; PAMPLONA & KAZAPI, 2004). A
recomendação em g/kg/dia para atletas de força é de 1,4 à 1,8 (SBME, 2003) e no
entanto o consumo de 51,2% da amostra encontra-se acima deste valor, que é destinado
ao gasto de atletas, o que não corresponde ao tempo e intensidade de treinamento de
freqüentadores de academia.
O carboidrato da dieta deve encontrar-se entre 45 e 65% do VCT segundo as DRIS
(2002), neste sentido podemos considerar adequada a dieta de 85,3% da amostra, valor
maior que o encontrado por DURAN et al. (2004), que foi de 53,1%, sendo que foram
consideradas normoglicídicas a recomendação proposta pela Organização Mundial de
Saúde - OMS (55-75% do VCT), e por Pamplona & Kazapi (2004) que encontraram um
valor médio da ingestão de carboidratos por praticantes de musculação, de apenas 41%
do VCT. Com um consumo adequado deste macronutriente os indivíduos poderão
realizar o exercício com intervalos e repetições corretas, ocorrendo assim a hipertrofia
muscular (BOMPA & CORNACCHIA, 2000). Por outro lado, uma ingestão inadequada
de carboidratos poderá refletir de maneira significativa no treinamento, ocorrendo a
fadiga de forma mais rápida (SOARES, 2001; COELHO et al., 2004; BERNADOT,
2005). Neste estudo, não houve deficiência deste macronutriente, e sim excessos em
14,6% da amostra.
A recomendação lipídica é a mesma empregada à população em geral, devido este
macronutriente não corresponder à principal fonte de energia durante o exercício
anaeróbico (SBME, 2003). Neste sentido foi encontrada uma adequação de mais de
65% da amostra, valor aproximado ao encontrado por Duran et al. (2004) com
praticantes de atividade física que foi de 59,4%, sendo que em seu estudo foi
considerado normolipídico os valores recomendados pela OMS, 15-30% do VCT. O
restante da amostra correspondeu a valores abaixo do recomendável pelas DRIS (2002),
<20% do VCT, não ocorrendo excessos, o que nos leva a compreensão de que uma dieta
hipolipídica é consumida em cerca de 34% dos indivíduos. Esse percentual é bem
menor do que o encontrado por Damilano (2006), onde 90% dos indivíduos
encontraram-se abaixo desta recomendação mínima, porém é bastante significativo, pois
deficiências na ingestão dos valores adequados de lipídeos prejudicam a proteção de
órgãos vitais e das articulações, além de causar hipovitaminoses, afetando nos processos
metabólicos (SBME, 2003; VIEBIG & NACIF, 2006).
Vale ressaltar que uma limitação deste estudo foi à avaliação do consumo alimentar de
apenas um dia, já que as dietas dos indivíduos podem variar, e a medida de um único
dia não representa a ingestão habitual do indivíduo. Porém, o Recordatório de 24 horas
fornece informações detalhadas sobre os tipos de alimentos consumidos e suas
quantidades, o que torna útil o seu emprego em inquéritos populacionais, como o do
presente estudo (DURAN et al., 2004).
CONCLUSÃO
O consumo de suplementos nutricionais, bem como o consumo energético e de
macronutrientes foi elevado. Demonstrando que, a educação nutricional para essa classe
de praticantes de atividade física é fundamental para propiciar o alcance das
necessidades de macronutrientes, sem causar prejuízos à saúde dos mesmos. Ao
nutricionista é de sua responsabilidade desenvolver ações educativas, corretivas e de
esclarecimento em seus conceitos alimentares, melhorando o desempenho desses
praticantes de musculação.
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APÊNDICES
APÊNDICE A
Questionário da pesquisa: AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR E
UTILIZAÇÃO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS POR PRATICANTES DE
MUSCULAÇÃO EM CARUARU – PE
1. Nome: _______________________________________________________
2. Sexo: ________________________________________________________
3. Escolaridade: __________________________________________________
4. Renda Familiar: ________________________________________________
5. Nº de pessoas no domicilio: _______________________________________
6. Idade: ______ anos
7. Peso: ______ Kg
8. Estatura: _____ m
9. IMC: _______ kg/m²
10. Utiliza suplementos nutricionais? 1.Sim ( ) 2.Não ( )
11. Qual (is) suplementos?
________________________________________________________________
____________________________________________________________
12. Qual a freqüência que utiliza suplementos?
_____________________________________________________
13. Qual a quantidade de suplementos que utiliza diariamente?
__________________ g
14. Você acha que obtém algum(s) efeito(s) benéfico(s) com a utilização dele(s)?
1.Sim ( ) 2.Não ( )
15. Qual (is) efeito(s) benéfico(s)?
_____________________________________________________________
16. O(s) suplemento(s) que você utiliza provoca(m) algum(s) efeito(s) colateral(is)?
1.Sim ( ) 2.Não ( )
17. Qual (is) efeito(s) colateral (is)? ____________________________________
18. Quantas vezes por semana prática musculação? __________
19. Quantas horas por seção de musculação? _________________
20. Qual o período que normalmente malha?
1. manhã ( ) 2. tarde ( ) 3. noite ( )
21. Faz uso de bebida alcoólica? 1.Sim ( ) 2.Não ( )
22. Se sim, com que freqüência faz uso de bebida alcoólica?
1.diariamente ( ) 2.semanalmente ( ) 3 quinzenalmente ( ) 4.mensalmente( )
23. Fuma? 1.Sim ( ) 2.Não ( )
24. Se sim, quantos cigarros você fuma por dia?_________________________
25. Quantos litros de água você bebe por dia? ____________________
REFEIÇÃO
Café da manhã
Recordatório alimentar de 24 horas
QUANTIDADE
MEDIDA CASEIRA
Lanche
Almoço
Lanche
Jantar
Ceia
APÊNDICE B
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título: AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR E UTILIZAÇÃO DE
SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS POR PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO
EM ACADEMIAS DE CARUARU-PE.
Pesquisadoras Responsáveis: Rogéria Sabrina de Lima e Telma Ângela Lins Bezerra
Contatos: (81) 91944877 e (81) 99981996
Está pesquisa pretende identificar possíveis deficiências ou excessos na dieta
e/ou no uso de suplementos nutricionais de praticantes de musculação mediante a
importância que uma alimentação adequada em macro e micronutrientes fornece para o
desempenho e saúde dos mesmos.
Os dados serão coletados a partir de um questionário com questões de múltiplas
escolhas e abertas, recordatório alimentar de 24 horas (descrição da dieta consumida nas
últimas 24 horas); e avaliação antropométrica (coleta dos dados de peso e altura) na
própria academia pelas pesquisadoras com duração máxima de 30 minutos.
As informações aqui obtidas serão utilizadas para avaliar o consumo dietético
desta população e, posteriormente, melhorar o nível de conhecimento com relação à
alimentação e utilização de suplementos por praticantes de musculação.
Essa avaliação não oferece riscos à integridade física ou emocional do
participante, mas pode resultar em constrangimentos que possam ser causados com
obtenção dos dados antropométricos (peso e altura), aplicação do questionário e/ou
Recordatório alimentar de 24 horas. Porém serão evitados ao máximo quaisquer
constrangimentos ou transtornos à aqueles que participarão do estudo. O participante
poderá desistir de participar da pesquisa em qualquer etapa, antes ou após o início da
coleta dos dados.
Está pesquisa apresenta como benefício o levantamento de informações acerca
do consumo dietético, identificando com isso, os possíveis equívocos no consumo
alimentar e de suplementos alimentares, favorecendo a criação de estratégias para
esclarecimento dos praticantes de musculação das academias participantes.
Será garantindo sigilo e privacidade em relação ao seu nome e de sua academia,
obedecendo dessa maneira às normas estabelecidas pela Resolução nº 196/96, do
Conselho Nacional de Saúde.
O participante terá acesso às informações dos resultados e conclusões do
trabalho que serão divulgadas nas academias participantes.
Informamos ainda que os dados poderão ser apresentados em eventos científicos
de âmbito nacional e internacional e divulgados em revistas científicas.
Não existirão despesas ou compensações pessoais para o participante em
qualquer fase do estudo. Também não há compensação financeira relacionada à sua
participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento
da pesquisa.
Eu,____________________________________________________________________
________________________________________________________
Certifico
que,
tendo lido o documento acima exposto e, suficiente esclarecido (a), estou plenamente de
acordo em participar da pesquisa, permitindo que dados obtidos sejam utilizados para
fins de pesquisa. Estou ciente de que dados serão publicados para difusão do
conhecimento científico e que a minha identidade será preservada. Tenho também a
liberdade de retirar meu consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem penalidade
alguma e sem prejuízos.
Por ser verdade firmo o presente
Caruaru,
de
de 2008
_______________________________________________________________
ASSINATURA
______________________________ _________________________________
Testemunha
Testemunha
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