Diário
DIVERSÃO
& ARTE
SANTA MARIA
SEGUNDA-FEIRA, 16 DE JULHO DE 2012
2
RENATO ROCHA MIRANDA,
TV GLOBO,DIVULGAÇÃO
GABRIEL
BRAGA
NUNES
FALA DE
SEU PAPEL
Página 6
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Editora: Carolina Carvalho ☎ 3220.1872
✉ [email protected]
O guarda-chuva
da MPB
Esgotado desde 1998, livro
que traça panorama da música
é relançado
ROBERTA PENNAFORT
Agência Estado
A
s origens da MPB, os
principais compositores e intérpretes de
1890 a 1990, década a
década, de Chiquinha
Gonzaga a Marisa Monte, de Catulo
da Paixão Cearense a Zezé Di Camargo e Luciano. Relançado semana
passada, MPB – A História de Um
Século é um livrão de 528 páginas
que serve de referência a quem quer
entender os rumos dessa trajetória, e
acompanhá-la em fotos.
São 400 imagens de artistas de
importância decisiva, entre amarelados registros de Patápio Silva, Ernesto Nazareth, Heitor dos Prazeres
e Pixinguinha, imagens icônicas das
gerações bossa nova (Tom, Vinicius,
Menescal, Bôscoli, Carlos Lyra e companhia, Sérgio Mendes e o Brasil-66
posando com Nixon em Washington), da música de protesto, festivais,
jovem guarda, até chegar aos anos
1990 do pagode e do sertanejo pop. A
publicação culmina na “nova MPB”
que também estourou ali: Marisa,
Cássia Eller, Chico César, Zélia Dun-
can, alguns “modismos” passageiros
e fenômenos femininos que se perpetuaram (Ivete, Ana Carolina). Já a
novíssima MPB não entrou.
– O espírito do livro foi se ater ao
século 20, que foi o consolidador e
definidor da MPB. O século 21 está
começando ainda, não dá para se
Atualmente, é do Instituto Crater uma apreciação crítico-histórica
– diz Ricardo Cravo Albin, pesquisa- vo Albin o mais confiável banco de
dor aplicado e diretor do Museu da dados online sobre essa história, e
Imagem e do Som entre 1965 e 1971. o dicionário com 7 mil verbetes está
acessível no
endereço diDefinições – Os texObra traz 400
cionariomtos aparecem no livro
pb.com.br.
também em inglês,
imagens de
O
livro
francês e espanhol. Se a
artistas,
desde
é de 1998,
definição do que é MPB
Patápio Silva até os estava esgopode ser controversa,
representantes da tado desde
para Cravo Albin não
haveria sentido dividichamada nova MPB o primeiro
lançamenla em gêneros:
to e nunca
– A indústria fonográfica é que separa em gêneros havia sido atualizado. Divide-se em
mercadológicos. Dizer que MPB é duas partes: na primeira, atém-se às
apenas Chico Buarque é uma toli- origens da MPB, ou “uma breve hisce sem paralelo. MPB é um título tória” de 100 anos, com capinhas de
geral, que abrange o rock, a músi- discos, resumos biográficos e conca sertaneja, regional, é um grande textualização na linha do tempo da
MPB conforme a sua análise.
guarda-chuva.
!
“O nascimento dos primeiros indícios de música popular brasileira
se deu há cerca de 200 anos” explica
o texto, sendo um dos “mais remotos registros de canto popular” os
do poeta baiano Gregório de Matos.
No entanto, “as bases” do que temos
hoje só seriam fixadas na segunda
metade do século 19, com os lundus e modinhas de pioneiros como
Xisto Bahia, Chiquinha Gonzaga e
Joaquim Callado, o samba de Donga
e João da Baiana, o choro e os conjuntos instrumentais.
Seguem-se os anos dourados, de
canções marcantes como as de Silvio
Caldas & Orestes Barbosa, Ari Barroso e Ataulfo Alves e vozes como Carmen Miranda, Orlando Silva, Francisco Alves, Mário Reis e Aracy de
Almeida, uma certa profissionalização, o auge dos ritmos nordestinos,
a modernização trazida pela bossa.
E daí por diante, até chegar a Cartola, Roberto Carlos, Chico Buarque,
Gil, Caetano e os roqueiros dos anos
1980. Na segunda parte do livro, vêm
os maiores nomes da música popular brasileira de cada década, na forma de verbetes, e as fotos.
EM RESUMO
‘MPB – A
História de Um
Século’
■ Autor: Ricardo
Cravo Albin
(organizador)
■ Lançamento:
Funarte, 528
páginas
■ Gênero: artesmúsica
■ Preço: R$ 70
(em média)
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