DEZEMBRO/2013 Novos tempos na Justiça do Trabalho Gaúcha A Justiça do Trabalho, a partir da implantação do Processo Judicial Eletrônico (PJe), inaugura uma fase de profundas mudanças. Mais do que usar a tecnologia como apoio à atividade jurisdicional, o processo eletrônico inicia uma verdadeira revolução na forma como se realiza a justiça, e atinge a todos, juízes, servidores, advogados, procuradores, peritos, e as próprias partes interessadas na solução dos conflitos do trabalho. Ao trocar os volumosos e pesados autos de papel por arquivos digitais e modernos computadores, sabe-se que o futuro próximo reserva uma nova realidade: uma justiça mais célere, mais eficaz e, portanto, mais justa. A questão posta hoje é simples: não se faz uma mudança tão grande sem dificuldades, ao contrário, o momento da transição entre os dois sistemas, quando convivem o velho e o novo, naturalmente exige mais. Mais atenção, mais interesse, mais disposição, mais vontade de aprender, mais cautela, mais tolerância ... exige uma mudança de postura. Não vivemos no mundo ideal, e ao mesmo tempo, não podemos de forma egoísta pensar apenas no interesse imediato e individual. Esta revolução que se iniciou, embora transforme os autos físicos em impulsos e logs eletrônicos, depende acima de tudo da compreensão, da inteligência e da dedicação dos seres humanos. Sim, são homens e mulheres que fazem acontecer, somos agentes das transformações. Nestas páginas, estão os momentos mais importantes desta trajetória, desde meados de 2012, quando timidamente, e não sem receios, o TRT4 somou-se ao esforço nacional para implantar um único sistema de processo eletrônico, que surgia a partir de um Convênio entre o CSJT e o CNJ. Desde então, enfrentamos inúmeras dificuldades, algumas previsíveis, outras não. Foram meses de muito trabalho. O ano de 2013 foi marcado pelo planejamento das ações, pela organização de uma equipe regional de PJe, pela aliança com o CSJT na busca de uma sistema mais estável e com novas funcionalidades, pelo atendimento permanente das demandas (internas e externas) dos usuários, pela atenção especial da Setic para garantir o amplo acesso ao processo eletrônico, pelos treinamentos e cursos mais adequados, por iniciativas de cuidados com a prevenção e proteção à saúde dos servidores e magistrados, pelas parcerias com a OAB, MPT, procuradorias, associações de advogados e de peritos, pela criação da Central de Atendimento ao Público em Porto Alegre, pelo envolvimento de todos os setores do Tribunal. Portanto, trata-se de uma obra coletiva, impondo-se o reconhecimento de todos os que deram a sua contribuição. Gostaria, no entanto, de registrar o meu mais sincero reconhecimento à Administração do nosso TRT, que criou a Secretaria de Gestão de Mudanças, consolidando o lugar do Processo Judicial Eletrônico na 4ª Região, pois, sem o apoio e a convicção das nossas principais lideranças, não teria sido possível este trabalho, e com certeza os resultados não seriam os mesmos. Convidamos o leitor a um passeio por este material de divulgação da implantação do PJe no TRT da 4ª Região. Pode ser uma prestação de contas, ao final de 2013, dos primeiros passos desta mudança, mas será também um convite à reflexão para buscar um futuro melhor para a Justiça do Trabalho e portanto para a sociedade brasileira. Boa leitura e um 2014 de muitas realizações! Cláudio Antônio Cassou Barbosa Desembargador do Trabalho Presidente do Comitê Gestor Regional do PJe-JT TRT 4ª Região 1ª, 2ª Varas do Trabalho de Santa Rosa (inauguração da 2ª VT) Texto publicado no jornal Zero Hora no dia 23 de setembro de 2013 Desa. Maria Helena Mallmann, ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região Secretaria de Gestão de Mudanças A Secretaria de Gestão de Mudanças foi criada a partir do Grupo de Trabalho PJe-JT, pela Portaria Conjunta da Presidência e da Corregedoria nº 6954, de 16 de setembro de 2013. Coordenada pelo desembargador Cláudio Antônio Cassou Barbosa, a Secretaria foi criada para atender à necessidade de gerenciar e acompanhar adequadamente os principais processos de mudança organizacional do Tribunal, e em especial a implantação do sistema PJe-JT. A transição do processo físico para o eletrônico é uma mudança complexa. Coordenada pela Secretaria de Gestão de Mudanças, ela envolve diversos setores do TRT4. Para o sucesso da implantação do novo sistema, têm papel fundamental as atuações dos seguintes setores: Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicações, Secretaria de Gestão de Pessoas, Secretaria de Manutenção e Projetos, Secretaria de Comunicação, Escola Judicial, Assessoria de Gestão Estratégica, Coordenadoria de Saúde, Secretaria de Apoio aos Magistrados, Secretaria Geral Judiciária, Central de Atendimento ao Público, Direção do Foro de Porto Alegre, Corregedoria e Presidência. Também se destaca a atuação do Comitê Gestor Regional (leia box a seguir). Entre outras atribuições, a Secretaria de Gestão de Mudanças tem a competência de realizar a homologação das novas versões do PJe-JT, propor correções ou melhorias no sistema e encaminhá-las ao Comitê Gestor Regional e ao CSJT, planejar e coordenar o treinamento de usuários, para a implantação do sistema nas unidades de 1º e 2º graus, e promover ações preventivas relacionadas à saúde. As equipes da Secretaria também se dedicam a prestar suporte especializado sobre PJe -JT a magistrados e servidores, e realizam apoio, em segundo nível, às demandas de advogados e peritos. A Secretaria de Gestão de Mudanças é formada pela Coordenadoria de 1º Grau, pela Coordenadoria de 2º Grau e pela Assessoria de Relações Internas. Coordenadoria da Secretaria de Gestão de Mudanças: Cláudio Antônio Cassou Barbosa Assistente Administrativo: Pablo Barros - Equipe: Arlene da Silva Barcellos, Cristina Bottega, Rodrigo Fortes Saraiva, Sabrina Leite Vanzella e Jeferson Andrade (coordenador) - Equipe: Aline Pinto Moehlecke, Arthur Douglas Seabra Coelho, Luis Augusto Dutra Benites, Isaura Estefano Saraiva Goncalves e Júlia Helena Vargas Viegas (coordenadora). - Comitê Gestor Regional O Comitê Gestor Regional do PJe-JT foi criado pela portaria nº 5370, de 16 de agosto de 2012. Entre suas competências estão: administrar o sistema nos aspectos relacionados a sua estrutura, implementação, e funcionamento, de acordo com as diretrizes fixadas pelo Comitê Gestor Nacional; avaliar a necessidade de promover a manutenção corretiva e evolutiva; organizar a estrutura de atendimento às demandas de seus usuários internos e externos; determinar a realização de auditorias e garantir a integridade do sistema; propor ao Comitê Gestor Nacional alterações visando ao aprimoramento; observar as normas expedidas pelo CSJT e pelo Comitê Gestor Nacional. Composição: Cláudio Antônio Cassou Barbosa (desembargador do Trabalho presidente do Comitê); Ricardo Fioreze (juiz do Trabalho auxiliar da Corregedoria); Patrícia de Mello Sanfelice (representante do MPT indicada pela PRT); Carlos Thomaz Avila Albornoz (representante da OAB); Natacha Moraes de Oliveira (representante da SETIC/TRT4); Onélio Luíz Soares dos Santos e Julia Helena Vargas Viegas (representantes do 2º Grau de Jurisdição); José Fernando Gonzalez Valls, José Américo Ilha de Quadros e Paulo Roberto Cardoso de Siqueira (representantes do 1º Grau de Jurisdição). Participaram, também, do processo de implantação do PJe, o Des. Ricardo Luiz Tavares Gehling, como presidente do Comitê Gestor Regional e o Des. João Pedro Silvestrin, como coordenador do Grupo de Implantação do PJe, no início do projeto. Os juízes Maria Silvana Rotta Tedesco e Mauricio Schmidt Bastos, por meio de sua atuação na direção do Foro de Porto Alegre, e o juiz Marcelo Bergmann, integrante do Grupo de Trabalho de Implantação, colaboram ativamente na definição de estratégias, procedimentos e regras de utilização do sistema, da mesma forma que o juiz Ricardo Fioreze, atualmente vinculado à Presidência e com dedicação prioritária ao PJe. Para atingir os objetivos de maior celeridade e efetividade na prestação jurisdicional, principais benefícios trazidos pelo PJe-JT, é fundamental a capacitação de servidores e magistrados no processo eletrônico. Desde setembro de 2012, já foram realizadas 87 turmas de capacitação para servidores do 1º grau. Além do curso padrão para servidores de secretaria de Vara, foram oferecidos módulos específicos para secretários de audiência, assistentes de juízes e oficiais de justiça. Ao todo, 746 servidores do primeiro grau já passaram pelo treinamento presencial. Para os servidores do segundo grau, foram realizadas 36 turmas, totalizando 312 alunos. O número de juízes do Trabalho capacitados chegou a 163. Em maio de 2013 ocorreu um avanço significativo no programa de capacitação. Nesse período houve um maior planejamento, com aumento da carga horária e treinamento de servidores da capital e do interior para atuarem como multiplicadores. O resultado foi a ampliação da oferta e do conteúdo dos cursos. Os multiplicadores começaram a atuar como instrutores em agosto de 2013. Multiplicadores Magistrados: Juiz Ricardo Fioreze, Juíza Maria Silvana Rotta Tedesco, Juíza Raquel Nenê Santos, Juiz Marcelo Bergmann Hentschke, Juiz Luís Henrique Bisso Tatsch. Servidores: Alexandre Paz Garcia, Arlene Barcellos, Arthur Douglas Seabra Coelho, Carmem Ligia Machado Da Silva, Carolina Da Silva Ferreira, Cristina Bottega, Daniel Oliveira Da Silva, Daniella Antanavicius F. Souza, Douglas Fernando Thiesen, Enio Rockenbach Junior, Fabio Alves Dos Santos, Fabio De Oliveira Garcia, Gabriel Pacheco Dos Santos, Giovane Brzostek, Isaura Estefano Saraiva Gonçalvez, Jeferson Andrade, Jesus Samuel Rocha Da Silva, Jose Fernando Gonzalez Valls, Julia Helena Vargas Viegas, Leonardo Zimmer Saldanha, Luis Augusto Dutra Benites, Marcela Sevaio Portillo, Marguit Renate Schneider, Maria Julia Carvalho Richter, Pablo Paulo Lopes Barros, Paula Goldmeier, Sabrina Leite Vanzella. Desde o início da implantação do processo eletrônico, o TRT da 4ª Região promoveu cursos de capacitação para os usuários internos e externos do novo sistema. Os treinamentos para usuários externos apresentaram o PJe-JT e seus recursos a advogados, peritos, e procuradores e servidores do Ministério Público do Trabalho e da Procuradoria Geral do Estado. O TRT4 já ofereceu o treinamento a 31 turmas de advogados, totalizando cerca de 4.000 advogados capacitados em processo eletrônico. Para os peritos, foram realizadas cinco turmas, chegando a cerca de 500 capacitados. Também receberam o treinamento aproximadamente 90 servidores e procuradores do MPT e da PGE. Em maio de 2013, a Ordem dos Advogados do Brasil firmou uma parceria com o TRT4 para acompanhar os treinamentos. A partir de agosto desse ano, a OAB passou a realizar cursos de capacitação para advogados. Desde então, diversas turmas foram treinadas na capital e no interior. Prevenção e Saúde Com o objetivo de atuar nas questões ligadas à saúde e às relações no trabalho, junto à Secretaria de Gestão de Mudanças, foi instituída a Assessoria de Relações Internas da Justiça do Trabalho da 4ª Região. Especialmente nesse momento em que a Instituição passa por uma grande mudança, com impactos significativos na organização do trabalho, a Assessoria de Relações Internas irá acompanhar a implantação do processo eletrônico, propondo medidas de sensibilização e ações para prevenção e adoecimento e de promoção da saúde mental no trabalho. O alinhamento do calendário de implantação com o projeto Auditoria e Apoio Administrativos é um exemplo de ação coordenada que amplia a atenção à saúde como preocupação de todos os setores da Instituição. Outro foco importante é o acompanhamento de gestores e servidores que têm interesse e possibilidade de atuar com a modalidade de teletrabalho. Para evitar que a adaptação ao processo eletrônico tenha algum impacto negativo na saúde dos servidores e magistrados, o TRT4 vem realizando uma série de ações com foco na prevenção. Uma delas é a elaboração do folder “Ergonomia e PJe-JT”, que traz informações sobre alguns cuidados que os servidores e magistrados devem ter ao trabalhar com o processo eletrônico. O material, produzido pela Coordenadoria da Saúde com o apoio da Secretaria de Gestão de Mudanças, será distribuído junto com um fisiobol, espécie de bolinha que pode ser utilizada para massagens no corpo. Outra ação que vem sendo desenvolvida é a distribuição de kits de relaxamento. A ação é uma parceria entre a Coordenadoria de Saúde e o Núcleo de Trabalho Seguro, e tem por objetivo atingir todas as unidades que já receberam o PJe-JT. Os kits são compostos por diversos aparelhos que podem ser utilizados pelos servidores e magistrados para fazer manobras simples de auto-massagem durante as pausas. Também com o objetivo de prevenir riscos à saúde, o Tribunal criou um grupo interdisciplinar, envolvendo integrantes da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicações (Setic), Secretaria de Manutenção e Projetos (Sempro), Coordenadoria de Saúde, e Direção do Foro, para discutir o layout ideal das salas de audiência que utilizam o processo eletrônico. Além disso, o TRT da 4ª Região vem realizando outras ações preventivas de caráter mais amplo, mas que também colaboram para uma adaptação saudável ao PJe-JT. Entre elas estão as avaliações ergonômicas das Unidades, a Ginástica Laboral Virtual, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), o Curso de Reeducação Postural, e as palestras do programa Ergonomia para Todos. A Coordenadoria de Saúde entende que todas essas medidas são fundamentais para a promoção da saúde e prevenção de doenças, mas para atingir esses objetivos é essencial o envolvimento dos servidores e a consciência da necessidade de se fazer pequenas pausas ao longo da jornada de trabalho. A Central de Atendimento ao Público do Foro Trabalhista de Porto Alegre foi inaugurada no dia 23 de setembro de 2013, data em que ocorreu a implantação do PJe-JT nas Varas do Trabalho da capital. Localizada no saguão do prédio 1 do Foro, a Central abriga o Espaço PJe-JT, onde computadores são disponibilizados ao público para o acesso ao processo eletrônico. A Central é composta por 16 servidores do TRT4 capacitados para o atendimento ao público. O espaço conta com oito guichês onde, além de serem oferecido serviços relacionados ao atendimento em geral, são prestadas informações sobre funcionalidades do PJe-JT aos usuários. A Central de Atendimento ao Público funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, com exceção de feriados. Dúvidas sobre o processo eletrônico também podem ser esclarecidas pelo telefone (51) 3255-2700. Informações completas sobre o PJe-JT podem ser acessadas no www.trt4.jus.br/pje-jt. No início de 2013 foi desenvolvida uma nova versão do PJe-JT, que trouxe como novidade o editor estruturado para sentenças e acórdãos. Durante o ano, foram disponibilizadas melhorias no sistema com o objetivo de torná-lo mais estável e aprimorar sua performance. Para o início de 2014 está prevista a implantação da versão 1.4.8. Confira abaixo as principais novidades que estarão nesta versão: - Cadastro de processos em Liquidação / Execução e Registro de Bens e Penhoras - Criação de expedientes e intimação automática - Integração com Instituições Financeiras - Reformulação da funcionalidade "Localizar Processo" - Consulta de Expedientes de outras instâncias - Central de Mandados - Melhorias no controle de Segredo e Sigilo - Cadastro de Múltiplos Papéis - Controle de prazos - Liquidação e Execução - Consulta Processual na página inicial - Nova forma de conclusão - Pautas publicadas no DEJT - 2º grau - Publicação de processos em lote no DEJT - Referência de Documentos por ID único - Agrupador "Processos com petições não apreciadas" - Abrir tarefa por link do processo - Consulta de Processos com login / senha - Fluxo de Arquivamento redesenhado O TRT da 4ª Região encaminhou ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho seu plano de expansão do PJe-JT para 2014. A proposta é implantar o sistema em mais 43 unidades judiciárias (40 Varas e três Postos Avançados), de 21 municípios. O número representa 30% das unidades trabalhistas do Rio Grande do Sul. Além do avanço no primeiro grau, o TRT4 objetiva concluir a implantação do PJe-JT nas 11 Turmas Julgadoras da segunda instância. Atualmente, a ferramenta é utilizada por três Turmas-Piloto: a 3ª, a 7ª e a 8ª. A Justiça do Trabalho gaúcha encerrará 2013 com 61 unidades de primeiro grau (45%) operando a ferramenta (60 Varas e um Posto Avançado). Assim, até o final de 2014, a instituição terá 75% das Varas e Postos utilizando o processo eletrônico. De acordo com o ofício assinado pela presidente do TRT4, desembargadora Maria Helena Mallmann, “o critério de escolha das localidades leva em conta a proximidade de Porto Alegre, onde o sistema foi implantado em 23 de setembro de 2013, ou com outras cidades onde o PJe já está em operação, bem como condições técnicas e interesse dos usuários”. A implantação nas 43 unidades será realizada de forma escalonada, entre os meses de abril e dezembro de 2014. Confira as cidades incluídas no plano de expansão do PJe-JT para 2014: Santa Maria (2 VTs); Sapucaia do Sul (2 VTs); Novo Hamburgo (5 VTs); Estância Velha (1 VT); Cachoeirinha (2 VTs); Gravataí (4 VTs); Viamão (1 VT); Alvorada (1 VT); Farroupilha (1 VT); Bento Gonçalves (2 VTs); Nova Prata (1 Posto Avançado); Triunfo (1 VT); Taquari (1 Posto Avançado); São Jerônimo (1 VT); Sapiranga (3 VTs); Taquara (4 VTs); Montenegro (1 VT); Lajeado (2 VTs); Santa Cruz do Sul (3 VTs); Passo Fundo (4 VTs); Marau (1 Posto Avançado).