Diálogo
Metropolitano
RIO DE JANEIRO
Entrevista
exclusiva com
o Ministro da
Justiça, José
Eduardo
Cardozo
PAG 8
» SÁBADO, 13 DE ABRIL DE 2013 | ANO 1 | NÚMERO 4 | ALPHA PRIME: 59 ANOS DE JORNALISMO
Liliane Ventura
entrevista a atriz
Suzy Rêgo PAG 4
A situação dos
times da Série B
do Carioca PAG 6
Campanha de
vacinação contra
a gripe PAG 7
Trem do Corcovado: novos trens e
investimentos para atender demanda
Principal cartão de visita da Cidade Maravilhosa e um
dos principais pontos turísticos brasileiros, o Cristo Redentor recebe um número maior de visitantes a cada ano. Em
2011, o monumento – que em 2007 foi eleito uma das sete
novas maravilhas do mundo - atingiu um marco histórico
recebendo a visita de dois milhões de pessoas.
Localizado no alto do Morro do Corcovado, o Cristo Redentor foi inaugurado em 1931, e é destino certo para fiéis
em peregrinação e milhares de turistas que passam pelo
Rio de Janeiro todos os anos. A 710 metros de altitude e
com acessibilidade completa – elevadores panorâmicos e
escadas rolantes - o monumento proporciona aos visitantes uma experiência única. Há duas formas de acessar a
estátua do Cristo Redentor: subir o morro do Corcovado
de automóvel ou percorrer o trajeto de trem. Cerca de
60% dos turistas optam pela via rodoviária e os outros 40%
escolhem o Trem do Corcovado. “O crescimento tem sido
muito grande, mais de 10% a cada ano”, afirma Sávio Neves Filho, Presidente do Trem do Corcovado.
Devido à movimentação cultural do Rio de Janeiro nos
próximos anos, o Trem do Corcovado irá passar por transformações para atender melhor ao público.
“Nós estamos ampliando o horário de funcionamento e
criando mais um turno de trabalho para aumentar a oferta de espaço nos trens”, afirma Sávio. “Também estamos
comprando seis novos trens, o que vai dobrar a capacidade de carga, que atualmente é de 300 pessoas por hora”,
completa. PAG 2
ECONOMIA
ESPORTES
Empregados domésticos obtêm garantias trabalhistas previstas Cobertura do Maracanã foi
na CLT; confira repercussão e impacto da emenda
instalada com sucesso
Entrou em vigor no último dia 3 de abril a Emenda Constitucional nº 72, que
estende alguns dos direitos dos trabalhadores que constam na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) aos empregados domésticos. A chamada
“PEC das Domésticas”, Proposta de Emenda à Constituição 66/2102, que
deu origem à Emenda, foi promulgada no dia 2 de abril pelo presidente do
Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). PAG 3
NOSSOS COLUNISTAS
Foi concluída a instalação das 120 membranas de teflon
e fibra de vidro da nova cobertura do Maracanã. A etapa
seguinte é completar o sistema de vedação, feito com a
soldagem das cintas que unem as membranas. Com as
fendas completamente fechadas, o público ficará totalmente protegido do sol e da chuva. PAG 6
BRASIL E MUNDO
Trabalho
doméstico:
uma relação
complicada
Consciência
e respeito à
dignidade das
mulheres
Aeroportos
sofrem com
ações civis
públicas
DÉBORAH FONSECA
PAG 2
JOSÉ CARLOS BLAT
PAG 3
HAMILTON VASCONCELLOS
PAG 3
Estreia coluna
sobre cultura:
a necessidade
de um plano
Estreia dia 26
de abril a nova
temporada do
“Som Brasil”
Novo filme
traz triângulo
amoroso entre
ETs
RENATA PALMIER
PAG 4
THELL DE CASTRO
PAG 5
HAMILTON ROSA JÚNIOR
PAG 5
Hora certa para viajar
As famosas férias de julho ou o recesso escolar de janeiro não são as únicas opções
para viajar com a família. Quem puder reservar uma data entre o mês de março e a primeira semana de julho ou agosto e a primeira semana de dezembro – a chamada baixa
temporada – tem à disposição pacotes com desconto. PAG 4
CULTURA
Usain Bolt
espera voltar
ao Brasil muito
em breve
O fantasma
que aflige o
coração das
mulheres
A atuação
Rir é o melhor remédio: público consagra
do deputado
comédias nacionais
federal
Armando José O cinema nacional vem crescendo ano após ano, e o que marca essa retomada é um
JOSÉ CARLOS CICARELLI
PAG 6
DRA. LÍVIA GENNARI
PAG 7
REINALDO COSTA
PAG 8
gênero muito conhecido do público: a comédia. Produções com atores que estamos
acostumados a ver na TV são as que mais fazem sucesso. Um dos exemplos disso é o
longa “De Pernas pro Ar 2”, com Ingrid Guimarães, entre outros filmes. PAG 5
» ESTA EDIÇÃO 8 PÁGINAS | CONFIRA A EDIÇÃO DIGITAL NO SITE www.dialogometropolitano.com.br OU NOS NOSSOS APLICATIVOS
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Diálogo
Metropolitano
» SÁBADO, 13 DE ABRIL DE 2013
RIO DE JANEIRO
CIDADES
Trem do Corcovado terá melhorias
para atender grande demanda
JONAS GONÇALVES
Trem do Corcovado
Principal cartão de visita da Cidade Maravilhosa
e um dos principais pontos turísticos brasileiros, o
Cristo Redentor recebe um
número maior de visitantes
a cada ano. Em 2011, o monumento – que em 2007
foi eleito uma das sete novas maravilhas do mundo atingiu um marco histórico
recebendo a visita de dois
milhões de pessoas.
Localizado no alto do
Morro do Corcovado, o
Cristo Redentor foi inaugurado em 1931, e é destino
certo para fiéis em peregrinação e milhares de turistas
que passam pelo Rio de Ja-
neiro todos os anos. A 710
metros de altitude e com
acessibilidade completa –
elevadores panorâmicos
e escadas rolantes - o monumento proporciona aos
visitantes uma experiência
única.
Há duas formas de acessar a estátua do Cristo Redentor: subir o morro do
Corcovado de automóvel
ou percorrer o trajeto de
trem. Cerca de 60% dos turistas optam pela via rodoviária e os outros 40% escolhem o Trem do Corcovado.
“O crescimento tem sido
muito grande, mais de 10%
a cada ano”, afirma Sávio
Neves Filho, Presidente do
Trem do Corcovado.
Inaugurado pelo Imperador D. Pedro II em 1884,
o Trem do Corcovado é
a principal ferrovia turística do Brasil e uma das 32
operações remanescentes
de transporte de passageiros sobre trilhos do país.
O trem parte do bairro do
Cosme Velho e passa pela
centenária Estrada de Ferro
do Corcovado, a primeira
ferrovia eletrificada do Brasil.
Operando há 129 anos, o
Trem já contou com a presença de passageiros ilustres em seus vagões como
reis, príncipes, papas, presidentes da república, artistas e cientistas. Em 1980, o
Papa João Paulo II utilizou
o Trem do Corcovado para
chegar ao Cristo Redentor,
prática que será adotada no
próximo mês de junho pelo
Papa Francisco, recém-eleito ao cargo papal, que visitará o Rio de Janeiro para
participar da Jornada Mundial da Juventude.
Durante cerca de 20 minutos de passeio, os visitantes do Trem do Corcovado
desfrutam de vistas maravilhosas do Rio e atravessam
a maior floresta urbana do
mundo, o Parque Nacional da Tijuca. Com 3.200
hectares, a Floresta é um
pedaço da Mata Atlântica,
considerada exemplo de
preservação da natureza.
Devido à movimentação
cultural do Rio de Janeiro
nos próximos anos, o Trem
do Corcovado irá passar
por transformações para
atender melhor ao público.
“Nós estamos ampliando o
horário de funcionamento
e criando mais um turno
de trabalho para aumentar
a oferta de serviços”, afirma Sávio. “Também estamos comprando seis novos
trens, o que vai dobrar a capacidade de carga, que atualmente é de 300 pessoas
por hora”, completa.
De acordo com Sávio,
que também é vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, o
transporte de passageiros
sobre trilhos não é apenas
um atrativo turístico, mas
a solução para o caos do
transporte nas grandes cidades. “A gente luta para
devolver ao país esse grande patrimônio, esse legado.
O Brasil tenta engatinhar
uma revitalização do modal
ferroviário com o projeto
emblemático do trem de
alta velocidade, vulgo trem
-bala”, diz.
Associação Comercial
Presidida pelo Dr. Antenor Barros Leal, a Associação Comercial do Rio de
Janeiro conta com diversos
conselhos que representam segmentos específicos.
Esses conselhos são responsáveis por desenvolverem projetos para a melhoria de cada área da cidade.
Na área de turismo, uma
das bandeiras defendidas
por Sávio Neves é a mudança da TAG (abreviação do nome do aeroporto) Galeão. “Hoje a TAG é
composta por aquelas três
letrinhas – GIG -, mas queremos transformá-la em
RIO”, diz Sávio. “A gente
tem que usar o privilégio
de uma cidade que tem seu
nome com três letras”.
Outros projetos estão
sendo apresentados pelo
Conselho de Turismo da
Associação Comercial e alguns já foram implantados
com sucesso. É o caso do
projeto das placas de sinalização, que visa auxiliar a lo-
comoção de turistas e moradores do Rio de Janeiro
pela cidade. “Esse projeto
melhorou demais a sinalização da cidade e hoje é possível, mesmo sem conhecer
bem o Rio, ter mobilidade”,
diz Sávio.
De acordo com Sávio, os
projetos na área de turismo
vão transformar o Rio em
uma cidade vitrine. “Aquela
cidade chamada cosmopolita, que todas as pessoas
querem visitar”, diz. “Assim,
o patamar de visitação, que
hoje é em torno de dois milhões, a gente espera que
dobre a partir de 2020”,
completa.
Sávio Neves
SERVIÇO
REFLEXÕES
Déborah Fonseca | Jornalista
Trabalho doméstico: uma relação complicada
VALOR
Adultos – R$ 46,00*
Crianças (6 a 12 anos) – R$ 23,00
* Inclui transporte de ida e volta e acesso ao monumento do Cristo Redentor.
A lista de obrigações
dos patrões é extensa.
Mas e os limites dos
empregados?
A já famosa “Lei dos
Empregados Domésticos” desde que entrou
em vigor é manchete
recorrente. Muito se
fala sobre a lista de
deveres dos patrões,
mas até agora pouco
ouvi sobre as obrigações dos empregados. Destaco aqui que
reconheço o direito
desses profissionais e
que sempre procurei
respeitá-los, com carteira assinada, férias,
décimo terceiro, fundo
de garantia etc. Minha
trajetória de esposa, mãe
e profissional teria sido
muito mais árdua sem
essa preciosa ajuda. Mas
também não posso deixar
de pensar nos problemas
que já enfrentei.
Toda vez que se levanta um brinde em minha
casa, me lembro dos
meus cristais que foram,
vagarosamente, subtraídos por uma de minhas
ajudantes, junto com
roupas (incluindo peças
íntimas!),
mantimentos,
brinquedos,
dinheiro.
Só acreditei na autoria
dos “desaparecimentos”
quando consegui dar
um flagra. Recentemente, um amigo filmou uma
ajudante, com anos de
casa, pegando dinheiro
de dentro de uma caixa em seu closet. Outro, em menos de uma
hora, flagrou seu caçula sendo covardemente
agredido!
Nessas circunstâncias,
ficamos chocados, devastados por um misto
de tristeza, raiva e culpa. Nos sentimos explorados e enganados.
Afinal, essas pessoas
foram recrutadas por
nós, inseridas em nosso cotidiano, convivendo com nossos filhos,
sendo remuneradas e
respeitadas, não apenas como profissionais,
mas como pessoas. O
empregado que atua
dentro de nossa casa
compartilha de nossa
intimidade, tem acesso
a informações privilegiadas sobre nossa rotina, sobre nossa vida
particular e profissional. Por isso, reitero: os
deveres valem para os
dois lados e os limites
precisam estar claramente estabelecidos e
compreendidos pelas
duas partes.
Horário de Funcionamento:
De segunda a domingo, das 8h às 19h com saída a cada meia hora*.
* Horários sujeitos a alteração sem aviso prévio em função de problemas técnicos e/ou climáticos.
Observações importantes
É possível adquirir seu bilhete pela internet, no site www.corcovado.com.br.
Os bilhetes são válidos somente para uma (01) visita no dia da compra.
Atenção: a aquisição de ingressos com preços diferenciados (campanhas, descontos, promoções)
limitam-se somente às compras realizadas na bilheteria do Cosme Velho.
Formas de pagamento: Cartões de crédito e débito.
Não aceita cheques.
Diálogo Metropolitano
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Diálogo
Metropolitano
» SÁBADO, 13 DE ABRIL DE 2013
RIO DE JANEIRO
3
ECONOMIA
Empregados domésticos obtêm
garantias previstas na CLT
JONAS GONÇALVES
Entrou em vigor no último dia 3 de abril a Emenda
Constitucional nº 72, que
estende alguns dos direitos
dos trabalhadores que constam na Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT) aos
empregados domésticos. A
chamada “PEC das Domésticas”, Proposta de Emenda
à Constituição 66/2102, que
deu origem à Emenda, foi
promulgada no dia 2 de abril
pelo presidente do Congresso Nacional, senador Renan
Calheiros (PMDB-AL).
Embora os trabalhadores
domésticos, como faxineiras,
jardineiros e babás, já tivessem alguns benefícios garantidos, como salário mínimo,
13º salário, repouso semanal
remunerado, férias e licença
-maternidade, somente com
a inclusão realizada no Artigo 7º da Constituição Federal eles passam a ter também
direito à jornada semanal
de 44 horas, além de horas
extras remuneradas, Fundo
de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS), seguro-desemprego e indenização em
caso de demissão sem justa
causa. Também deverão ser
criadas normas específicas
para a redução dos riscos de
trabalho e reconhecimento
de convenções e acordos
coletivos.
Contudo, várias questões
ainda deverão gerar debates e discordâncias, como
é o caso dos contratos que
já estavam em vigor antes
da Emenda. A conquista de
direitos por parte dos traba-
lhadores gera uma série de
encargos aos patrões, que já
realizaram diversas manifestações de insatisfação, especialmente nas redes sociais.
Em entrevista à Agência
Brasil, o presidente da Comissão Nacional de Estudos
Constitucionais da Ordem
dos Advogados do Brasil
(OAB), Valmir Pontes Filho,
aponta incertezas sobre as
mudanças. “A validade da
Emenda para os contratos já
firmados entre empregados
e empregadores é questionável”, ressalta. Advogados
trabalhistas já orientam patrões e empregados no sentido de formalizarem contratos com todas as cláusulas
necessárias ao cumprimento
das novas determinações.
Repercussão
Em meio a diversas dúvidas sobre as consequências
provenientes das mudanças,
empregadores preveem elevação dos custos e das dificuldades de fiscalizar o cumprimento das obrigações por
parte dos trabalhadores. A
definição da jornada de trabalho de 44 horas semanais
(com limite de oito horas diárias) e o pagamento de horas
extras estão entre os principais questionamentos
manifestados em redes
sociais.
Para controlar a frequência
dos funcionários e o cumprimento do horário, alguns
cogitam a adoção de um
ponto eletrônico digital, que
custa aproximadamente R$
500. No entanto, outros defendem que a solução será
demitir e colocar os filhos
em creches ou em horário
integral na escola. Nesses
casos, o trabalho doméstico
seria feito por diaristas.
Muitos empregadores argumentam que as novas
regras exigem estrutura e
capacidade de pagamento
de encargos trabalhistas semelhantes às de empresas,
o que sobrecarregaria o orçamento doméstico.
A aposentada Luci Dias,
57 anos, contratou uma
empregada doméstica há
pouco menos de um ano.
Na ocasião, ficou acertada a
jornada de oito horas diárias
de segunda a sexta-feira.
Com a PEC, o horário de trabalho ficou definido em 44
horas semanais – oito horas
diárias durante a semana e
quatro horas no sábado.
“Agora não sei o que fazer,
porque, pela lei, não posso
aumentar a carga horária
dela durante a semana e
ela não pode trabalhar aos
sábados porque também
tem família e quer ficar com
eles em seu descanso”, disse. “Vamos conversar e ver
como vamos solucionar este
impasse. Do jeito que está
agora fica bom para as duas
partes, mas com as novas
regras as coisas vão ter que
mudar”, acrescentou.
Impactos
Dos mais de 7 milhões de
trabalhadores domésticos
no Brasil, mais de 90% são
mulheres. Atualmente, apenas um em cada sete tem
carteira assinada no país,
cerca de 1 milhão, de acordo
com dados do Ministério do
Trabalho e Emprego. Segundo o ministro do Trabalho,
Manoel Dias, a regulamentação de regras que ainda não
estão em vigor, como o pagamento de seguro-desemprego, deverá sair em até 90
dias depois da promulgação.
Dias informou à Agência
Brasil que desonerações
para diminuir o impacto dos
encargos para os patrões
podem estar em pauta. “Há
notícias, não tenho conhecimento oficial, que setores
do governo estão discutindo
essa possibilidade”, adiantou. De acordo com o ministro, não deve haver demissões no setor em virtude da
nova lei. “Não acreditamos
em dispensa, porque grande
parte já recebe salários compatíveis à nova lei. As pessoas vão procurar se adequar e
a nova lei não implicará em
aumento excessivo de custos”.
Também à Agência Brasil,
a presidenta da Federação
Nacional das Trabalhadoras
Domésticas, Creuza Maria
Oliveira, disse não acreditar
em aumento do desemprego ou da informalidade. “Não
acredito no desemprego, ele
ocorre quando o salário aumenta. Vai haver uma acomodação do mercado”, disse. Para ela, isso compensa
porque se trata de “uma conquista de quase 80 anos”.
Para a secretária de Autonomia Econômica das Mulheres, Tatau Godinho, da
Secretaria Especial de Políticas para a Mulher (SPM),
a ampliação de direito não
pode ser vista como um
“problema” e a PEC não vai
significar um aumento importante dos custos para quem
já paga os direitos trabalhistas das domésticas. “O que
aumenta efetivamente é a
obrigatoriedade do FGTS.
Aqueles empregadores que
cumprem a legislação já pagam décimo terceiro salário,
férias, INSS e já cumprem
com a jornada de 44 horas
semanais. São direitos que já
existiam. Então para esses,
o aumento é muito pouco”,
disse.
Solução
A formalização das relações entre empregado
e empregador por meio de
um contrato pode ser uma
alternativa para estabelecer
as condições adequadas
para ambas as partes. Esta
é a opinião do advogado trabalhista Ricardo Pereira de
Freitas Guimarães, professor
de pós-graduação na Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo (PUC-SP).
“O ideal é que empregadores e trabalhadores formalizem a relação trabalhista
em um novo contrato de trabalho. Muitos temas dessa
relação podem, na prática,
resultar em uma série de problemas e, por isso, precisam
ser bem regulamentados.
Mas não há dúvida de que se
trata de um avanço necessário para que o empregado
doméstico tenha definitivamente amplos direitos e deveres”, explicou o professor.
Segundo ele, é comum
que trabalhadores durmam
na casa do empregador por
conveniência, para evitar
trânsito, por exemplo, sem
que estejam, de fato, trabalhando. Diferentemente da
situação de uma babá ou
de uma cuidadora de idosos, que dorme no local para
estar a postos ao longo da
noite.
Esse tipo de situação
pode gerar ações trabalhistas, informou Guimarães.
Os processos referentes a
empregados domésticos no
âmbito da Justiça do Trabalho, de acordo com o professor, são problemáticos pela
ausência de provas. “As famílias estão acostumadas a
ter uma relação pessoal com
o empregado. De agora em
diante, essa relação tem de
ser profissional. Quando se
discute esse tipo de demanda, é muito difícil comprovar
os fatos pela escassez de
provas”, disse.
O advogado orienta que
o administrador da casa,
além de elaborar um contrato, detalhando as atividades
exercidas, mantenha registros escritos de tudo o que
é pago ao trabalhador, discriminando valores e datas.
Outra sugestão é usar um
livro de ponto para controlar
os horários do funcionário.
PAPO SÉRIO
TURISMO EM AÇÃO
José Carlos Blat | Promotor de Justiça
Consciência e respeito às mulheres
Hamilton Vasconcellos | Advogado
E na Copa?
Nesta semana, li uma notícia no mínimo inusitada
e preocupante. Na Índia,
um grupo de estudantes
criou uma lingerie antiestupro, um equipamento
de segurança íntima dotado de GPS, que possui
um circuito que emite
choques e ainda encaminha mensagens de alerta
para a família ou para a
polícia.
O invento, denominado Society Harnessing
Equipment (SHE), foi um
dos vencedores de um
prêmio de tecnologia na
Índia. Os estudantes que
criaram referido invento
justificaram que na Índia
“os legisladores demoram muito para desenvolver leis justas e, mesmo
depois disso, as mulheres
estão inseguras. Por isso,
tivemos a ideia de autodefesa”.
A crescente onda de estupros naquele País levou
esse grupo de jovens a
dar uma resposta diante
do machismo e da inércia das autoridades em
coibir essas violências
sexuais. Esse episódio se
revela como sendo algo
que traduz uma preocu-
pação crescente diante da
violência epidêmica que se
alastra por todo o mundo,
pois as leis e os Estados se
mostram impotentes para
prevenir, coibir e punir os criminosos, e as pessoas acabam buscando mecanismos
de autodefesa.
No Brasil, ao contrário da
Índia, os crimes de natureza sexual, em regra, são
imprevisíveis e de difícil prevenção, como no episódio
recente ocorrido no Rio de
Janeiro, em que três indivíduos circulando com uma
van clandestina de transporte coletivo estupravam
mulheres, dentre elas uma
Premiação do projeto na Índia
turista estrangeira. A polícia agiu rapidamente e
prendeu os maníacos.
Na sequência, a imprensa
começou a buscar culpados na Administração
Pública, como, por exemplo, pela ineficiência de
fiscalização no transporte
público, etc. Ocorre que
esse tipo de crime sexual não tem hora nem
local marcados para sua
ocorrência. Mais do que
leis ou dispositivos de
autodefesa, precisamos
de mais consciência e
respeito aos direitos e à
dignidade das mulheres
no Brasil e no Mundo.
Aeroporto do Galeão
Os aeroportos sofrem com
ações civis públicas.
A Infraero, empresa que
administra os aeroportos
do Brasil, pode ser condenada a indenizar os consumidores lesados pelos
problemas decorrentes da
falta de energia e pane no
ar-condicionado nos Aeroportos do Galeão e Santos
Dumont, em dezembro de
2012.
Um instituto de defesa do
consumidor solicitou indenização por danos morais
no valor de R$ 481,40, (o
equivalente a dez vezes o
valor da tarifa média paga)
a cada um que sofreu
transtornos em função da
falta de energia elétrica no
Galeão, e 215,70 (equivalente a dez vezes o valor
da tarifa paga pelos usuá-
rios), para quem foi vítima do
caos no aeroporto Santos
Dumont devido ao problema
no ar-condicionado.
Na ação, é pedida indenização não só aos passageiros
que embarcaram nestes aeroportos, mas a todos aqueles que lá desembarcaram,
bem como aos que trabalham em suas dependências, também afetados pelos
transtornos.
Num período em que o País,
e especialmente o Rio de Janeiro, se prepara para receber eventos internacionais
de grande vulto (Copa das
Confederações, Copa do
Mundo e Olimpíadas) a ação
possui grande aspecto punitivo-pedagógico.
O cliente do transporte aéreo brasileiro precisa ser respeitado, pois a percepção
deste serviço será um dos
pontos que influenciam a
imagem que os turistas levarão do Brasil. A organização, segurança e infraestrutura serão avaliados
por competentes fiscais:
os próprios consumidores.
Porém, há luz no fim do
túnel.
No dia 1 de abril (e não foi
mentira), o Santos Dumont
sofreu com o seu fechamento por mais de 4 horas. Os saguões lotados
do aeroporto em um dia
em que somente 13 dos
55 voos decolaram até às
14 horas, demonstravam
que algo está evoluindo,
pois, apesar da superlotação do saguão, este não
tinha mais o calor infernal de outras épocas. Se
o clima ainda não estava
como o dos consultórios
médicos e dos shoppings,
podemos dizer que estava
bem mais ameno e compatível com um serviço de
qualidade.
Quem sabe até a Copa
nós passemos frio no aeroporto! O ideal, mesmo,
é que não tenhamos que
ficar esperando no aeroporto, seja no frio ou no
calor.
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Diálogo
Metropolitano
» SÁBADO, 13 DE ABRIL DE 2013
RIO DE JANEIRO
BRASIL E MUNDO
A melhor oportunidade para fazer
aquela viagem dos sonhos
As famosas férias de julho ou o recesso escolar de
janeiro não são as únicas
opções para viajar com a família. Quem puder reservar
uma data entre o mês de
março e a primeira semana
de julho ou agosto e a primeira semana de dezembro
– a chamada baixa temporada – tem à disposição pacotes com descontos para
diversos trechos do país.
Pesquisa realizada pelo
Ministério do Turismo revela que cerca de 25,7% da
população pretende viajar
nos seis meses seguintes a
janeiro de 2013. Deste total,
68,7% pretende valorizar as
belezas naturais do Brasil.
Quase metade dos brasi-
leiros que irão viajar (49,1%)
tem como destino a região
nordeste do país.
De acordo com Adriano
Gomes, Gerente de Planejamento e Produtos da Nascimento Turismo, os pacotes para a região nordeste
ficam mais baratos nesse
período. “Os valores caem
de 30 a 50% na região, dependendo da cidade e do
mês”, afirma Adriano.
O maior atrativo da região
são as belas praias repletas
de paisagens inesquecíveis,
a gastronomia e a cultura
nordestina, mas nos últimos
anos outros eventos também passaram a atrair os
turistas. Os carnavais fora
de época como o Carnatal,
Fortal e Pré-Caju são eventos de destaque na região.
“Também há festas folclóricas populares, ecoturismo
e um grande números de
resorts”, diz Adriano.
Os Resorts são bastante
disputados na região, principalmente os que disponibilizam o sistema All inclusive (com tudo incluído). A
comodidade de ter tudo ao
alcance das mãos e o conforto encontrado fazem da
viagem com a família um
momento único, relaxante
e inesquecível. Pagando
a partir de R$ 2.380 (valor que pode passar de R$
4.000 durante a alta temporada), a pessoa pode desfrutar das maravilhas nor-
Cana Brava Resort
destinas, com hospedagem,
passagem aérea, traslados
e seguro viagem incluídos
no valor.
De acordo com Adriano,
a expectativa para a baixa
temporada de 2013 é de receber 20% a mais de turistas do que no ano anterior.
“Lançamos vários eventos
de baixa temporada como
São João, em São Luís do
Maranhão, em Campina
Grande e em Sergipe, feriado de Corpus Christi no Nordeste, Stock Car em Salvador e campanha de vendas”,
diz Adriano. “Lançamos vários pacotes promocionais
para o período de baixa,
com descontos que variam
de 20 a 60%”, completa.
Vila Galé Eco Resort
LILIANE VENTURA
ENTREVISTA
NOSSA CULTURA
Renata Palmier | Relações Públicas
Um plano para a nossa cultura
Liliane Ventura | Jornalista
Susy Rêgo
Ela é carioca!
Susy Rêgo nasceu no
bairro da Tijuca e, como
filha de militar, considera-se nômade. Ela morou
em diversos estados do
Brasil até se mudar para
Recife, onde residiu por
anos.
Na carreira não é diferente, abriu vários caminhos.
Começou como modelo, foi Miss Pernambuco,
eleita em segundo lugar
Miss Brasil em 1984, e
atriz. Agora, Susy está em
cartaz em São Paulo com
a peça “Divórcio”, no teatro Raul Cortez.
Entre o seu primeiro trabalho na Rede Globo, na
novela “O Salvador da
Pátria”, e o mais recente,
“Amor Eterno Amor”, foram muitos sucessos na
TV, no teatro e em comerciais.
Susy, você passou parte
de sua infância no Rio,
certo?
É verdade. São muitas
lembranças. Tive uma infância dinâmica, vigorosa
e saudável. A liberdade
de brincar na rua, conhecer os moradores vizinhos e ser cuidada por
Suzy Rêgo
eles é algo que os nossos
filhos não conhecem. Sem
falar que no quintal de casa
papai plantava cana de açúcar (risos).
Hoje você mora em São
Paulo. Vai ao Rio com que
frequência?
O meu QG é no Rio. As
novelas da Globo são
realizadas lá. Sou garota propaganda dos Vigilantes do Peso, também
com escritório na cidade,
sem falar em outros compromissos profissionais
e pessoais que me ligam
ao Rio. É fácil me encontrar na ponte aérea.
E o que dizer do Rio?
Somos para muitos a cidade maravilhosa e, até
por isso, chamamos a
atenção do mundo! Fico
triste com a insegurança. A trabalho ou a lazer
o Rio é lindo pelas belezas naturais, porém pode
ser ofuscado pela carência de profissionais no
atendimento ao público.
Muitos falam que chega a
ser cultural o tratamento
do carioca aos visitantes,
mas tenho minhas dúvidas. Teremos grandes
eventos na cidade e torço para que tenhamos
estrutura e preparo para
receber os muitos turistas que virão.
E as políticas públicas?
Muita corrupção. Creio
que esse seja o problema não só do Rio como
de todo o Brasil.
A riqueza da cultura do
Rio de Janeiro é reconhecida em todo o mundo – e
vai muito além da capital.
Em diferentes regiões
do estado estão vivas as
culturas africana, caiçara, indígena e de outros
povos que para cá migraram. São muitas as
manifestações populares,
como as “Pastorinhas”, de
Santo Antônio de Pádua;
“Cavalhadas”, de Campos, “Boi Pintadinho”,
de Italva, o Mineiro Pau
de Miracema, “Ciranda”,
“Maracatu”, “Capoeira”,
“Folia de Reis”, bandas
centenárias. O artesanato
mantém muitas famílias
e comunidades que se
Pastorinhas
expressam através de cerâmica, renda, madeira, couro
e trançados. Nossas festas
religiosas e pagãs, músicas,
corais, grupos de samba,
choro, rock, hip-hop, funk e
muito mais.
Cabe ao poder público propiciar melhores condições
para que o processo social
de criação de nossa cultura seja o mais rico e diverso possível. No entanto,
na maioria dos municípios
do estado, constata-se um
quadro ainda de carências
na gestão pública da cultura, com poucos recursos
financeiros, humanos e materiais. Poucos municípios
têm secretaria exclusiva de
cultura, o planejamento é
inexistente, os servidores não têm formação e
há falta de equipamentos
culturais.
Aos poucos esse quadro está mudando. Políticas de cultura ganharam
força no país. Em 2010,
o Congresso Nacional
aprovou o Plano Nacional
de Cultura, promulgando
a Emenda Constitucional 71/2012, que instituiu
o Sistema Nacional de
Cultura. Em nosso estado, muitos dos prefeitos
recém-eleitos assumiram
compromissos com o
fortalecimento da cultura
nos seus municípios.
Aqui, no nosso estado,
políticas de Cultura, tais
como o Plano Estadual
de Cultura, idealizado
pela Secretaria Estadual
de Cultura, pode fazer a
diferença, pois tem como
objetivo primordial planejar o desenvolvimento da
cultura fluminense para
os próximos anos. A sociedade civil, que produz
nossa cultura, está, desde
já, convidada a participar.
Acesse: www.cultura.rj.gov.
br/projeto/plano-estadualde-cultura.
» SÁBADO, 13 DE ABRIL DE 2013
Diálogo
Metropolitano
RIO DE JANEIRO
5
CULTURA
Rir é o melhor remédio: público
consagra comédias nacionais
TOP 5
Dos 5 maiores sucessos de bilheteria de 2012, 4 são
comédias. Confira quais foram os mais assistidos, prepare a pipoca e corra para a locadora:
1 – Até que a Sorte
nos Separe
3.322.561 espectadores
4 – Gonzaga –
De Pai Pra Filho
1.457.988 espectadores
2 – E Aí, Comeu?
2.576.213 espectadores
5 – De Pernas Pro Ar 2
1.058.421 espectadores
3 – Os Penetras
2.228.318 espectadores
Vai que dá certo
RAUL RAMOS
PÂMELA MENDES
O cinema nacional vem
crescendo ano após ano, e
o que marca essa retomada
é um gênero muito conhecido do público: a comédia.
Produções com atores que
estamos acostumados a ver
na TV são as que mais fazem
sucesso. Um dos exemplos
disso é o longa “De Pernas
pro Ar 2”, com Ingrid Guimarães, lançado na última semana de 2012, com mais de
1 milhão de pessoas lotando
as salas de cinema.
Segundo a Ancine (Agência Nacional de Cinema), dos
83 lançamentos nacionais
em 2012, cinco superaram a
marca de 1 milhão de espectadores. Os cinemas também
parecem acompanhar essa
tendência. Os filmes brasileiros aproveitaram o crescimento no número de salas
e foram exibidos em mais
espaços, a média foi de 63
salas, contra 48 em 2011.
O recordista foi “Até Que
a Sorte nos Separe”, o longa que conta com Leandro
Hassum como protagonista.
A história do filme se baseia
em um casal que vê sua vida
se transformar com um prêmio milionário da Mega Sena.
“Estou muito feliz. O boca
a boca tem sido essencial
para esse sucesso, porque
o tema está muito presente
na sociedade. Todo mundo
tem um parente, amigo ou
conhecido que tinha algum
dinheiro, meteu os pés pelas mãos e se endividou. As
pessoas me param na rua e
agradecem pela mensagem
que o filme passa. Eu me surpreendi em conseguir passar
essa credibilidade, apesar
de toda a piada”, declara
Hassum.
Alexandre Carlomagno,
crítico de cinema, acredita
que o cinema nacional vem
crescendo desde os anos
90 e que o público ainda
compara o brasileiro com o
americano. “Antes mesmo
do final da década de 90
o cinema nacional já vinha
demonstrando muita força.
Agora, o ponto de virada definitivo reside em Cidade de
Deus, de 2002. No entanto,
por outro lado, muito dessa
atenção que o público deu
ao filme vem da ideia de que
eles enxergaram que brasileiro finalmente podia fazer
cinema como os norte-americanos. Uma injustiça sem
tamanho”.
No entanto, Alexandre ainda acha que o espectador e
as produtoras precisam desvincular o cinema da televisão. “As comédias, hoje, em
enorme parte, são produtos
da Globo Filmes e, por serem
de lá, os diretores escolhidos
não sabem a diferença entre
cinema e televisão. Parece
que o filme já é concebido
para depois ser exibido na
casa dos brasileiros“, conclui.
THELL
VÊ TV
NA TELONA
Hamilton Rosa Júnior | Jornalista e Crítico de Cinema
Em “A Hospedeira” sai o triângulo amoroso com
vampiros e entra o dos ETs
Thell de Castro | Jornalista
» A Rede Globo estreia no
próximo dia 26 de abril a
nova temporada do “Som
Brasil”. Patrícia Pillar retoma o posto que já ocupou
algumas vezes, sendo inclusive a primeira apresentadora da atração, há sete
anos.
» Na apresentação do programa aos jornalistas, o
diretor Luiz Gleiser e Patrícia Pillar contaram aos
jornalistas a alegria e dedicação que destinam à produção da atração. “A ideia
inicial, e que se mantém
viva até hoje, é a de que o
programa celebra a música
nacional e aproveita esta
plataforma para lançar grupos novos e trazer grandes
nomes ao palco. Estamos
no sétimo ano, e este é um
caso exemplar de qualidade que a TV Globo dedica
à nossa música brasileira e
que nós fazemos com um
esmero técnico inacreditável”, disse Gleiser.
» A atriz comemora esta reestreia e não esconde a felicidade que sente por ser
parte do projeto: “É uma
delícia voltar a apresentar
o ‘Som Brasil’. Tenho orgu-
Até que a Sorte
nos Separe
lho de fazer um programa que fala da nossa
história na música, sem
esquecer as novidades.
É uma festa com uma
pluralidade de ritmos”.
» O primeiro programa
do ano será dedicado
ao estilo samba malandro e tem a participação
de Sergio Lorosa, Diogo
Nogueira, Aline Calixto
e Flávia Menezes.
» O segundo programa,
que será exibido em
maio, terá como tema o
axé. Os baianos consagrados Netinho, Tatau
(ex-vocalista do Araketu)
e Sarajane falaram sobre a honra de ter suas
músicas como sucesso
eterno na voz do povo.
“Hoje, há tantas músicas
novas e rapidamente
esquecidas. Conforme
acompanhamos a gravação deste repertório, fomos percebendo como
essas canções são eternas. Começamos a cantar e nos emocionamos,
pois todos cantam com
a gente”, disse Tatau,
com o apoio dos demais
colegas.
Hollywood não perde
tempo com best-sellers.
Stephanie Meyer, a autora da série Crepúsculo,
mal pôs o ponto final em
“A Hospedeira” e a equipe de filmagem já estava
montada. A receita não
difere muito. Saem vampiros e lobisomens terrenos e entram em cena as
criaturas siderais. Sim, o
planeta é alvo de uma
invasão alienígena silenciosa. Os ETs usam o corpo dos humanos como
hospedeiros e parece
não haver nada a fazer.
A mocinha Melanie Stryder (a bela atriz de nome
quase impronunciável,
Saoirse Ronan) pertence
a um grupo de resistentes que lutam contra os
invasores, mas cai numa
armadilha e jura que
podem até entrar em
seu corpinho, mas ninguém vai tirar dela sua
essência. Dito e feito:
ela não perde a consciência humana, sua alma
e a do ET invasor ficam
brigando dentro do mesmo corpo. E indo mais
além: brigam até pelo
amor. Melanie namorava
um dos garotos da re-
sistência, mas aí a invasora gosta de outro, e assim
se forma o triângulo doido,
bem ao gosto da fórmula
que Meyer criou em Crepúsculo. Aliás, a situação
tinha tudo para resvalar
no ridículo, não fosse o diretor do filme, o talentoso
Andrew Nicoll (de Gattaca
e O Senhor das Armas). Nicoll lida com essa confusão
de sentimentos sempre de
maneira delicada, nunca
resvalando para o clichê.
Brinca maravilhosamente
bem com as nuances do
que revelar e o que esconder. Define em três pinceladas um ambiente, dirige
um bom elenco, de forma
que mesmo os papéis
mais ínfimos têm ressonância e espessura, filma as cenas de ação de
modo nervoso e legível.
Para arrematar, vai na
contramão da ficção
científica, que, na maioria das vezes, opta
pelo excesso de efeitos
especiais. A produção
do longa utiliza-se de
locações para construir
seus cenários, o que
deixa uma imersão mais
realista dos ambientes.
E, no saldo, faz um filme
melhor e menos melado do que qualquer um
dos exemplares da série
Crepúsculo.
6
Diálogo
Metropolitano
» SÁBADO, 13 DE ABRIL DE 2013
RIO DE JANEIRO
ESPORTES
Sem apoio: o drama dos times da
Série B do Campeonato Carioca
Ari Kaye / Acontece em Petrópolis / Reprodução
RAUL RAMOS
Partida entre Imperial e Sampaio Corrêa
Clubes participantes da Série B em 2013
Ceres – Rio de Janeiro
Goytacaz – Campo dos Goytacazes
Mesquita – Mesquita
Portuguesa – Rio de Janeiro
Paduano – Santo Antônio de Pádua
Sampaio Corrêa – Saquarema
São João da Barra – São João da Barra
Serra Macaense – Macaé
Tigres do Brasil – Duque de Caxias
José Carlos Cicarelli | Cronista esportivo
» É no mínimo incoerente
essa briga das cervejarias que querem associar
suas marcas ao futebol.
O Estatuto do Torcedor
veta a venda de bebida
alcoólica nas praças esportivas de todo o País.
Por outro lado, a Lei Geral da Copa, sancionada
em Junho do ano passado pela presidente Dilma
Rousseff, liberou a comercialização da cerveja
no Mundial e na Copa
das
Confederações.
Nesses eventos, quem
manda é a Fifa.
» O atacante Adriano,
pelos menos para nós,
já se aposentou dos gra-
Usain Bolt
mados. Tem gente garantindo que ele não volta a jogar
profissionalmente. Alguns
órgãos de imprensa chegaram a divulgar que o Palmeiras estaria interessado em
conversar com ele e saber
dos seus planos para o futuro. Entretanto, José Carlos
Brunoro, dirigente alviverde,
apressou-se em desmentir
a informação. Disse que era
especulação pura. Depois, o
presidente do América, Vinícius Cordeiro, declarou ter
feito proposta para o Imperador, mas este teria afirmado que não haverá retorno.
Aliás, pelo que Adriano vem
fazendo de mal para si mesmo, ninguém acredita que
ele retome sua carreira.
Astro
Carente de jogadores de
renome, pelo menos um astro irá jogar pelos gramados
da segunda divisão carioca.
Dodô, de 38 anos, assinou
pelo Barra da Tijuca até o
final da competição. O jogador é amigo do presidente
do time, Adilson Coutinho
Filho, e confessou que foi
motivado pelo convite de
Adilson para se tornar vice
-presidente quando o contrato como jogador chegar
ao fim.
Com uma carreira vitoriosa, Dodô passou por times
como Fluminense, São Paulo, Santos, Palmeiras, Vasco
e Botafogo, time pelo qual
marcou 90 gols. Pela Seleção Brasileira, o atacante
marcou dois gols, em cinco
convocações.
Dodô no Barra
da Tijuca
Copa das Conferações: Maracanã já
está com nova cobertura
PASSA
A BOLA...
» O homem mais rápido
do mundo, o jamaicano
Usain Bolt, que participou recentemente do
desafio de 150 metros
na praia de Copacabana,
disse que espera voltar
ao Brasil antes dos jogos de 2016. O astro do
atletismo mundial declarou que deseja assistir à
Copa do Mundo no ano
que vem e quer aproveitar para conhecer
Neymar.
seguem atrair empresários
e investidores porque falta
credibilidade ao nosso futebol, e não é somente nas
divisões inferiores. O maior
exemplo disso é o Flamengo, que está até hoje sem
patrocínio, mesmo disputando os maiores campeonatos
nacionais, a primeira divisão
do estadual e tendo uma das
maiores torcidas do mundo”,
explica Fausto, que também
compara o futebol carioca
ao paulista. “No interior de
São Paulo temos outro nível
de campeonato na segunda divisão. Os empresários
apoiam, os times têm uma
melhor estrutura e vários
outros pontos. Aqui, apesar
da federação ajudar, as equipes sofrem com taxas muito
altas e sempre fecham o orçamento com uma margem
muito apertada”, conclui.
» Será que o Flamengo
vai conseguir mostrar
uma equipe de bom nível para disputar o Brasileirão? Tem dirigente
rubro-negro garantindo
que isso vai acontecer.
Esse otimismo tem muito
a ver com a entrada da
Adidas, fornecedora de
material esportivo a partir do próximo mês. Isso
poderá ajudar na contratação de alguns jogadores, mas ninguém garante que resolverá todos
os problemas do clube.
E esses não são poucos.
» Artigo publicado dias
atrás no jornal O Estado de S. Paulo, de autoria de Paula Cesarino
Costa, discutia quem
pagaria a conta dos prejuízos com a construção
do Engenhão. A articulista aponta para o fato
de uma tragédia poder
ser evitada com a interdição daquele complexo esportivo e finaliza
com a famosa pergunta:
“Quem vai ressarcir os
cofres públicos? As respostas estão mais soltas
do que a cobertura do
Engenhão”.
Foi concluída na última
terça (9/4) a instalação das
120 membranas de teflon
e fibra de vidro da nova
cobertura do Maracanã. A
etapa seguinte é completar
o sistema de vedação, feito
com a soldagem das cintas
que unem as membranas.
Com as fendas completamente fechadas, o público
ficará totalmente protegido
do sol e da chuva.
Projetada por uma empresa alemã, a cobertura
é uma experiência inédita
em estádios brasileiros por
sua grandiosidade e complexidade, transferindo
uma nova tecnologia para
o país. A cobertura possui 68,4 metros de comprimento e um total de 47
mil metros quadrados de
extensão e foi esticada sobre uma estrutura metálica,
cobrindo mais de 95% dos
lugares do novo estádio. A
antiga, de concreto e com
30 metros de comprimento, cobria apenas 40% do
público.
A estrutura metálica, feita
de cabos de aço tensionados e anéis de compressão e tração, além de um
catwalk, pesa mais de quatro mil toneladas, com o
acréscimo de equipamentos anexados à passarela,
como 396 refletores e 78
alto-falantes.
Também começou a colocação das duas traves,
que medem 2,40 metros
de largura por 7 metros de
comprimento. Além disso,
os quatro supertelões continuam a receber as placas
de imagem de alta definição, e os sistemas de iluminação, composto por 396
refletores, cada um com
dois mil watts de potência,
e de som, com 78 alto-falantes, iniciaram o período
de testes.
Erica Ramalho
América – Rio de Janeiro
América de Três Rios – Três Rios
Americano – Campo dos Goytacazes
Angra dos Reis – Angra dos Reis
Artsul – Nova Iguaçu
Barra da Tijuca – Rio de Janeiro
Barra Mansa – Barra Mansa
Bonsucesso – Rio de Janeiro
Cabofriense – Cabo Frio
O futebol carioca, acostumado a grandes clássicos,
jogadores de nível internacional e equipes disputando as maiores competições
continentais, pode estar passando por um de seus momentos mais delicados justamente onde não há todo
esse glamour. Esse ano, a
série B do Cariocão viu três
times desistirem da disputa:
Rio Branco, Imperial e Juventus. O motivo alegado pelas
equipes é o mesmo: dificuldades financeiras.
Um dos clubes que disputam a segunda divisão é o
Tigres. Wagner Andrade, gerente administrativo do time,
acredita que essa fase do
futebol carioca se deve em
parte à falta de profissionalismo das próprias equipes.
“Todo o futebol brasileiro
passa por essa crise, na série B do Carioca não é diferente. O problema é que os
times ficam esperando a federação ajudar com dinheiro e se esquecem de correr
atrás de investidores. No Rio
de Janeiro, alguns clubes de
nossa divisão não possuem
estádio ou CT, o que dificulta o nível da competição e
a presença de torcedores.
Tudo isso influencia na renda, é um ciclo”, finalizou o
dirigente.
Fausto Ferro, jornalista de
um site especializado em
futebol carioca, enxerga os
times e campeonatos do
Rio de Janeiro sem credibilidade no cenário nacional.
“Muitas equipes não con-
Maracanã com a nova cobertura
Diálogo
Metropolitano
» SÁBADO, 13 DE ABRIL DE 2013
RIO DE JANEIRO
7
SAÚDE
Vacinação contra a gripe será
realizada de 15 a 26 de abril
Começa no próximo dia
15 a Campanha Nacional
de Vacinação contra a gripe. Prevista para terminar
no dia 26 do mesmo mês,
a campanha tem por objetivo vacinar 31,3 milhões
de brasileiros. Para incentivar ações de mobilização
e preparação das equipes
de saúde, o Ministério da
Saúde disponibilizou R$
24 milhões aos estados e
municípios.
A Campanha visa atingir
80% das pessoas dos chamados grupos prioritários,
compostos por gestantes,
idosos com mais de 60
anos, crianças entre seis
meses e dois anos, profissionais de saúde, índios,
população carcerária e doentes crônicos. Em 2013,
uma das novidades nos
grupos prioritários é a vacinação de mulheres em
puerpério – período de até
45 dias após a vacinação.
Outra novidade da Campanha deste ano possibilita que pessoas com
doenças crônicas tenham
acesso ampliado à vacina
através dos postos de saúde, não apenas nos centros de referência. Basta
que o paciente apresente
uma prescrição médica e
poderá ser imunizado.
Dia 20 de abril (sábado),
os 65 mil postos de saúde do Brasil irão funcionar
para um dia de mobilização
e devem contar com a participação de 240 mil profissionais de saúde. A data
Secretaria de Saúde usa tecnologia
no combate à dengue
também irá contar com 27
mil veículos terrestres, marítimos e fluviais. Ao todo,
cerca de 43 milhões de
doses serão distribuídas e
irão imunizar a população
contra os subtipos de influenza A (H1N1) – ou gripe
suína-, A (H2N2) e B.
Em entrevista à Agência
Brasil, o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas
Barbosa, destacou que a
vacina é segura e só é contraindicada para pessoas
com alergia severa a ovo.
O secretário alertou também sobre a necessidade
de os profissionais de saúde terem conhecimento
de quem pode receber a
vacina. Em 2012, a taxa de
vacinação entre gestantes, por exemplo, foi baixa.
“Muitas vezes, o obstetra
não está familiarizado e
não recomenda”, disse.
A Secretaria Municipal
de Saúde do Rio de Janeiro pretende imunizar pelo
menos 80% do público alvo
(1.334.371), vacinando 1.067
pessoas. Em 2012, cerca
de 973 mil pessoas foram
imunizadas no município, o
equivalente a 80,4% do público alvo na ocasião.
A vacinação, que é a
melhor forma para impedir
doenças graves, internações e óbitos por doenças
graves associadas à gripe,
estará disponível em postos de saúde e nas Clínicas
da Família. As unidades
funcionarão de segunda a
sexta-feira, das 08 às 17h.
No dia 20, Dia de Mobilização Nacional contra a Gripe, serão montados postos
de vacinação em igrejas,
centros comunitários, creches e outros locais.
Os endereços dos postos de vacinação podem
ser
consultados
pela
Central 1746 ou pelo site
http://www.rio.rj.gov.br/
web/smsdc.
A VIDA É FRÁGIL.
VIVA COM SAÚDE
Salvador Scofano
Dra. Lívia Maria Gennari | Médica
Serviço de envio
de SMS
O serviço de envio de
SMS está mais uma vez
sendo usado pela Secretaria de Saúde em benefício da população. A partir
de agora, pacientes que
derem entrada nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) com suspeita de
dengue passarão a receber mensagens de texto
em seus celulares com
orientações sobre sinais
e sintomas, reforçando os
pontos mais importantes
sobre o curso clínico da
doença.
Atualmente, 28 UPAs
participam do projeto, e a
previsão é de que até o fim
do primeiro semestre deste ano todas as 52 UPAs do
estado estejam enviando
as mensagens. Até agora,
mais de 5 mil pacientes já
receberam as mensagens,
totalizando cerca de 31 mil
torpedos enviados.
Durante seis dias consecutivos, os pacientes com
suspeita de dengue receberão diariamente textos
diferentes que estão relacionados à evolução da
doença. O objetivo da iniciativa é relacionar o conteúdo das mensagens com
o possível desenvolvimento da dengue.
“A ideia é manter o paciente informado sobre
sintomas, a evolução do
quadro clínico da dengue e
a importância de cuidados
como não se automedicar
e aumentar a hidratação”,
explicou o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da
Secretaria de Saúde, Alexandre Chieppe.
As UPAs que estão participando do projeto são
Maré, Irajá, Santa Cruz,
Bangu, Campo Grande I
e II, Belford Roxo, Tijuca,
Duque de Caxias, Ricardo
de Albuquerque, Botafogo, Cabuçu, Marechal Hermes, Sarapuí, Ilha do Governador, Taquara, Penha,
Realengo, Engenho Novo,
São Gonçalo I e II, Fonseca,
Itaguaí, São João de Meriti,
Nova Iguaçu II, Nilópolis,
Copacabana e Mesquita.
O fantasma que aflige
o coração das mulheres
Uma sensação difusa
de aperto no peito, um
incômodo na região
do pescoço, uma dor
nas costas. Inacreditavelmente eu acabo de
descrever os eventos
iniciais de um infarto fulminante em uma mulher
na pós-menopausa.
Até dez anos atrás acreditávamos que nossos
hormônios nos protegiam do fantasma tipicamente masculino do
infarto, porém, essa proteção, além de limitada,
só dura até o período
da menopausa, quando
nos igualamos aos homens nos riscos de uma
doença cardíaca.
De acordo com o Ministério da Saúde, na década de 70, de cada dez
pessoas que sofriam do
problema, apenas uma
era mulher. Hoje, esse
número subiu para quatro em cada dez infartos.
A doença já supera até
mesmo os índices de
câncer de mama, uma
das patologias que mais
assustam as mulheres.
Esse aumento pode ser
atribuído, em grande parte, ao novo perfil assumido
pelas mulheres. Hoje, além
da atenção à carreira profissional, as mulheres também acumulam as funções
de mãe, esposa e dona de
casa. Apesar das conquistas no mundo corporativo,
as relações maritais permanecem as mesmas, ou
seja, cuidar dos afazeres
domésticos, preparar o
jantar para a família e buscar as crianças na escola,
por exemplo, continuam
sendo, culturalmente, atribuições da mulher.
Lutamos por anos pela
igualdade de direitos e
são exatamente estas
conquistas que estão
nos matando. Qual a saída?
Antes de qualquer coisa, a mulher precisa
avaliar o que realmente quer para sua vida e
aonde espera chegar.
Evitar o infarto é, basicamente, evitar os fatores de risco. A adoção
de hábitos saudáveis,
como alimentação balanceada,
exercícios
físicos regulares e atividades de lazer é sempre indicada para quem
quer chegar à terceira
idade com saúde.
8
Diálogo
Metropolitano
» SÁBADO, 13 DE ABRIL DE 2013
Rio DE JANEiRo
DIÁLOGOS
JOSÉ EDUARDO CARDOZO, MINISTRO DA JUSTIÇA
“Não adianta termos a lei e, na
prática, isso ser ignorado”
LILIANE VENTURA E RICARDO CASTILHO | ENFOQUE JURÍDICO
Ministro José Eduardo Cardozo
No dia 15 de março foi
celebrado o Dia Mundial
do Consumidor, criado
em 1962 pelo então presidente dos Estados Unidos
John Kennedy. O objetivo
da data é proteger os interesses das pessoas que
adquirem produtos ou contratam serviços. Em diversos estados brasileiros, os
Procons (órgãos de Defesa
do Consumidor) realizam
palestras e atividades durante a data.
Com o objetivo de melhorar o atendimento e a
qualidade dos produtos e
serviços disponibilizados
ao consumidor, o Governo
Federal lançou no dia da
celebração o Plano Nacional de Consumo e Cidadania (Plandec). O conjunto
de normas que compõem
o Plano será destinado a
diversos ramos de atividade como telefonia, banco,
plano de saúde, entre outros, e também tem como
meta estimular o desenvolvimento das relações de
consumo.
Como parte das ações
que contemplam o Plano
será criada uma Câmara
Nacional de Relações de
Consumo, composta pelos
Ministérios da Justiça, Fazenda, Desenvolvimento,
Planejamento e Casa Civil. Em entrevista exclusiva
concedida ao Diálogo Metropolitano, o Ministro José
Eduardo Cardozo explicou
como irá funcionar o Plandec.
Aos 53 anos de idade,
José Eduardo Cardozo já
figurou à frente de importantes cargos políticos na
capital paulista. Foi Secretário Municipal de Governo
de São Paulo entre 1989 e
1992 e o vereador mais votado da história da cidade
em 2000, quando obteve
mais de 500 mil votos. Em
2002, licenciou-se para se
candidatar a deputado federal e ingressou na Câmara dos Deputados com uma
das maiores votações de
seu partido.
Bacharel em Direito pela
PUC – São Paulo, Cardozo
é mestre e doutorando da
Universidade e professor
da Faculdade de Direito da
PUC-SP. Atualmente, é Ministro da Justiça do Brasil,
tendo sido anunciado pela
presidenta Dilma Rousseff
em dezembro de 2010.
qual é o cenário do consumidor no brasil hoje?
Nós tivemos uma mudança muito grande no País
nos últimos dez anos. Milhões de brasileiros foram
para a classe média. E isso
implicou no maior consumo
por parte dessas pessoas,
o universo de consumo foi
ampliado. Nessa perspectiva, só se pode pensar
numa economia sustentável do ponto de vista do
consumidor e daqueles
que produzem ou prestam
serviços se o sistema funcionar bem, o que significa
atender ao consumidor,
fazer com que conflitos sejam reduzidos, fazer com
que a situação de mercado
seja operada de maneira
que todos fiquem felizes
e possam consumir mais.
É essa a preocupação que
nós temos hoje.
qual é a novidade do
Plano Nacional de Consumo e Cidadania? Já não
existem órgãos competentes para auxiliarem os
consumidores como os
Procons?
Nós entendemos que
essa mudança de patamar
da população brasileira faz
com que nós tenhamos
que agir de forma diferente, ou seja, hoje nós temos
uma situação em que ainda há muita carência de
órgãos como o Procon, já
que em algumas regiões
do país nós não temos esses órgãos. Nós temos uma
situação em que é melhor
fortalecer o Procon pra evitar demanda do judiciário.
Nossos números mostram
que os conflitos vêm numa
situação crescente e essa
situação decorre, claro, da
ampliação do universo de
consumidores, mas é preciso garantir um sistema
eficiente.
E garantir um sistema
eficiente envolve três assuntos: primeiro, a causa
do conflito, ou seja, saber
por que existem certas si-
tuações que se repetem e
que implicam em violação
do direito do consumidor.
Segundo, ter uma forma
de solução de conflito satisfatória, ou seja, rápida e
eficiente. E terceiro aplicar
sanções para os infratores.
Então, combate à causa,
solução do conflito e sanção formam o tripé deste
Plano, e nós lançamos as
medidas para tentar atender a essas três expectativas.
o Plano tem por objetivo ampliar os direitos dos
consumidores. E os direitos que já existem?
É preciso dar eficácia
aos direitos que hoje já
existem e são desrespeitados. Não adianta termos a
lei afirmando direitos e, na
prática, isso ser ignorado.
Temos que fazer com que
o direito seja respeitado,
temos que dar mais efetividade, por isso o tripé do
Plano: combate à causa,
boa equação do conflito e
sanção ao infrator.
Como serão implantadas as medidas do Plano
Nacional de Consumo e
Cidadania?
Nós estamos implantando medidas estruturais.
Esse plano foi concebido
e será implementado pelo
governo da Presidenta Dilma Rousseff, mas ele não é
um plano de governo, é um
plano de ações do estado
brasileiro. A ideia é que
esta política fique como
uma ação permanente do
nosso estado, por isso as
medidas estruturais.
Primeiro, criou-se um
conselho de ministros, ou
seja, ministros que têm
uma atuação de políticas
que podem se relacionar
nessa área, coordenados
pelo Ministério da Justiça,
que integrarão uma ação
conjunta
interministerial
onde nós formaremos políticas integradas para toda
essa questão.
Também criamos aquilo
que nós chamamos de Observatório do Consumidor.
A ideia é um órgão que
observe as relações, que
tenha grupos temáticos de
discussão sobre áreas importantes. Por exemplo, um
dos grupos temáticos que
nós criamos é um grupo de
pós-venda. Por que pósvenda? Hoje nós temos
um gravíssimo problema
de atendimento ao consumidor após a venda. Em
algumas regiões do país
você não tem assistência
técnica para os produtos.
Por exemplo, você compra
um aparelho X em uma cidade no norte do país. Se
quebrar este aparelho é
possível que nesta cidade
não exista assistência técnica e, para que se conserte, é necessário mandar
para outro centro, muitas
vezes até São Paulo, e a
pessoa fica privada do aparelho durante meses. Isso
não é possível, então nós
temos que discutir uma
política que permita a criação de assistência técnica,
que viabilize que pessoas
que moram em todas as
regiões do país possam ser
atendidas.
Essa é a finalidade do
observatório, criar clubes
temáticos e observar as relações de consumo. Além
disso, nós temos medidas
pontuais, por exemplo, a
questão do comércio eletrônico. Hoje todos nós
compramos através do comércio eletrônico, porém
muitas vezes você compra,
há uma promessa de entrega e não se cumpre no
prazo. O prazo é de cinco
dias e o produto demora
60 dias pra chegar, não há
informações precisas na
hora da compra, o consumidor não tem o acesso
para reclamar se as coisas
não vão bem. Foi por isso
que a Presidenta já baixou
um decreto nesse Plano
que regula o comércio eletrônico e que dá garantias
informativas, garantias de
retorno, ou seja, o Plano
tem uma função estruturante e um conjunto de políticas específicas, justamente
para atacar os problemas
que geram as demandas.
Tudo isso partiu de um
diagnóstico que a Secretaria Nacional de Defesa
do Consumidor - através
da secretária Juliana Pereira do Ministério da Justiça – fez, uma análise do
universo de demandas do
Procon, com os setores
mais demandados, onde
estão os maiores problemas, como nós vamos atacar as causas, equacionar
conflitos e aplicar sanções
da melhor forma. É nessa
dimensão que as medidas
do Plano foram e serão
adotadas.
o Plano contempla as
relações de consumo feitas pela internet, ou seja,
o e-commerce?
De fato, o setor de telecomunicações e o setor
bancário são os que lideram exatamente esse conjunto de queixas. Também
temos que verificar que
são setores que atuam
com um vastíssimo número de consumidores, por
isso o universo de demandas também cresce. Mas,
independentemente disso,
o que preocupa muito é a
baixa resolutividade dos
conflitos, muitas vezes se
vai ao Procon e não se consegue resolver o problema.
Como esse Plano vai
chegar para o consumidor
final? É mais uma lei? É
uma lei que pega, que não
pega, é uma mudança de
hábito?
Esse plano é composto
por um conjunto de medidas que vão chegar ao
consumidor em tempos
diferenciados. Por exemplo, o comércio eletrônico
já tem um decreto regulamentando. Nós demos um
prazo de 60 dias para as
empresas se adaptarem.
Dentro de 60 dias, se não
tiver adaptado, vai sofrer
sanções. Então imagina-se
que dentro de 60 dias o
consumidor vai perceber
uma melhora nas informações do comércio eletrônico, o prazo da entrega vai
ter que ser realista senão o
fornecedor vai ser punido,
vai ser sancionado.
Ninguém tem uma varinha de condão para dizer
“mude” e fazer com que
tudo esteja mudado, é um
processo que será construído, é uma política traçada
que vai melhorar para o
consumidor brasileiro, gradativamente.
PoR DENTRo
DA NoTíCiA
Reinaldo Costa | Jornalista
Atendendo ao pedido da
redação, estou escrevendo esta coluna a respeito
da atuação dos políticos
do Estado do Rio de Janeiro, especialmente os
deputados e vereadores,
às vezes tão criticados e
outras vezes até mesmo
elogiados por determinadas atitudes tomadas
pela classe política.
Geralmente, fala-se que
vereadores e deputados
passam boa parte do
mandato distribuindo títulos de cidadania, medalhas de mérito ou criando
projetos para dar nome a
ruas e praças.
Resolvi, então, entrevistar o deputado estadual
Armando José - PSB (Partido Socialista Brasileiro) e tive uma grata surpresa:
o deputado falou-me de
sua atuação política e sua
trajetória parlamentar. O
deputado Armando José,
psicólogo de formação e
evangélico na fé, é membro da Igreja Mundial do
Poder de Deus, dirigida
pelo Apóstolo Waldomiro.
O deputado tem um trabalho voltado para as
áreas sociais e tem prio-
rizado este trabalho na baixada fluminense, onde teve
a maior parte dos quase 40
mil votos que o elegeram.
Mais uma vez, surpreendime quando ele começou
a falar de seus projetos. É
impressionante o número
de projetos de lei que o
deputado Armando José
aprovou. Quase todos têm
um grande apelo social. Ele
fez questão de citar número
a número todas as leis que
foram aprovadas: Lei Estadual nº 5661, Lei Estadual nº
5851, Lei Estadual nº 5546,
Lei Estadual nº 4265, Lei
Estadual, nº 5377, Lei Estadual nº 4240, Lei Est0adual nº 5834, Lei Estadual nº
3436, Lei Estadual nº 5717,
Lei Estadual nº 4449, Lei Estadual nº 5668, Lei Estadual nº 4823, Lei Estadual nº
5444, Lei Estadual nº 5529,
Lei Estadual nº 5093, Lei
Estadual nº 5442, Lei Estadual nº 5907 e Lei Estadual
nº 5636.
Dentre as leis aprovadas,
o Deputado cita duas que
mais lhe deram prazer pessoal em ter elaborado: a
Lei Estadual nº 4265, que
dispõe sobre a “obrigatoriedade de se criar, nas ins-
Armando José
tituições bancárias, caixas
eletrônicos apropriados
ao uso de pessoas portadoras de deficiência, no
estado do Rio de Janeiro”
e a lei estadual nº 4240,
que “institui, em todo o
território do estado do Rio
de Janeiro, a meia-entrada para os deficientes físicos em estabelecimentos
culturais e de lazer, e dá
outras providências”.
Segundo o Deputado, ele
criou recentemente um
projeto político chamado
“Cidadania Mundial”, que
conta com o “Gabinete
Itinerante”, onde ele, junto com seus assessores,
realiza trabalho de ação
social em várias regiões
do Estado, atendendo à
população mais carente.
“Apesar de todas as dificuldades, o trabalho é extremamente gratificante”,
conclui o deputado.
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