SOBECC comVocê
no Bloco Operatório
Informativo da SOBECC para
Profissionais de CC, RA e CME
Número 3 - julho / agosto / setembro - 2014
9º Simpósio
Internacional
aborda nível da
segurança hospitalar
Hospital Infantil Sabará se
diferencia pela assistência
centrada na família
Entrevista: Marcia Hitomi Takeiti
conta caso de sucesso com
aplicação da metodologia LEAN
Opinião: A complexidade da higiene
hospitalar, por Profa. Dra. Kazuko
1
Uchikawa Graziano
2
ÍNDICE
AGENDA.............................................................5
CARREIRA .........................22
Congressos, eventos e cursos
Saiba como publicar seu artigo
científico na Revista SOBECC
GIRO DE NOTÍCIAS......................................6
Destaques dos principais eventos do setor
HOSPITAL EM FOCO....................................8
OPINIÃO.................................24
A complexidade da Higiene Hospitalar
Hospital Infantil Sabará se diferencia pela
assistência centrada na família
FORA DA PROFISSÃO................................26
ENTREVISTA...................................................12
DICA DE LEITURA....................................... 28
A arte de cuidar em telas e poemas
Márcia Hitomi Takeiti aponta o caminho para a
Qualidade Total no ambiente hospitalar
Enfermagem em Centro de Material,
Biossegurança e Bioética
9º SIMPÓSIO
INTERNACIONAL........................................15
BEM-ESTAR.................................................... 29
Principais
destaques
do evento
Falta de memória devido ao estresse?
Nem sempre...
15º CONGRESSO MUNDIAL DE
ESTERILIZAÇÃO.......................................... 30
Confira
ofertas dos
pacotes de
viagens
EXPEDIENTE
SOBECC
Diretoria da SOBECC - Gestão 2013-2015
Órgão oficial da Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica
e Centro de Material e Esterilização.
Presidente: Márcia Hitomi Takeiti • Vice-presidente:
Lígia Garrido Calicchio • Primeira-secretária: Liraine
Laura Farah • Segunda-secretária: Simone Garcia
Lopes • Primeira-tesoureira: Simone Batista Neto
Arza • Segunda-tesoureira: Mara Lúcia Leite Ribeiro
• Diretora da Comissão de Assistência: Marcia Cristina
Pereira •Membros da Comissão de Assistência: Mércia
Pacheco e Edmilson Almeida • Diretora da Comissão
de Educação: Giovana Abrahão de Araújo Moriya •
Membros da Comissão de Educação: Tânia Regina
Zeni • Maria Clara Padoveze • Diretora da Comissão
de Publicação e Divulgação: Profa. Dra. Eliane da Silva
Grazziano • Membros da Comissão de Publicação e
Divulgação: Rachel de Carvalho • Ana Lúcia de Mattia
• Diretora do Conselho Fiscal: Rosa Maria Pelegrini
Fonseca • Membros do Conselho Fiscal: Mariângela
Belmonte Ribeiro e Kátia Aparecida Ferreira de
Almeida • Diretora da Comissão e Eventos Regionais:
Andrea Alfaya Acunã.
Comissão de Publicação e Divulgação – Diretora: Profa. Dra. Eliane da Silva Grazziano (Universidade Federal
de São Carlos – UFSCAR) • Membros: Profa. Dra. Rachel de Carvalho (Faculdade Israelita de Ciências da Saúde
Albert Einstein – FICSAE) e Profa. Dra. Ana Lúcia de Mattia (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG)
Equipe Técnica – Coordenação: Sirlene Aparecida Negri Glasenapp • Redação: Andrea Fagundes (MTb
40.376) e Evelina Fyskatoris (MTb 46.219) • Revisão: Profa. Dra. Rachel de Carvalho • Projeto Gráfico: Reinaldo
Andreatta • Produção Gráfica: Randreatta Design • Secretária: Maria Elizabeth Jorgetti • Claudia Martins
Stival • Tiragem: 6.000 exemplares • Impressão: Editora Referência Ltda.
A SOBECC com Você é uma publicação trimestral da SOBECC, dirigida a profissionais de Enfermagem do
Bloco Operatório, com o objetivo de divulgar notícias, eventos, cases, boas práticas de assistência à saúde,
ideias, opiniões e lançamentos de produtos para área. A reprodução parcial ou total de qualquer matéria
desta edição só é permitida mediante autorização.
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3
EDITORIAL
Mais um Simpósio
Internacional
realizado com
sucesso
Encerramos no dia 20 de setembro, o 9º Simpósio
Internacional de Esterilização e Controle de
Infecção Relacionada à Assistência à Saúde, com
a participação de mais de 2.200 profissionais de
Enfermagem que atuam em Centro de Material
e Esterilização. Para nós, da SOBECC, foi uma
imensa satisfação preparar esse evento, um
trabalho que muito nos orgulha e engrandece a
nossa experiência.
Convidamos especialistas internacionais da
área e renomados palestrantes brasileiros para
compartilhar conhecimentos, a fim de manter
elevado o nosso nível de desenvolvimento
profissional e pessoal, pois o conhecimento
de qualidade nos permite ver e agir. Conhecer
é incorporar novos conceitos no nosso
desenvolvimento contínuo, para sermos mais
efetivos e irmos de encontro às necessidades da
assistência ao cliente interno e externo.
Durante os quatro dias de evento, discutimos
sistemas de qualidade no CME, métodos de
gestão, nível de segurança da esterilização,
processos de limpeza e esterilização, desafios e
tendências da área. Tais questões norteiam os
rumos da Enfermagem no CME e estão destacadas
na matéria especial sobre o evento. Confira!
Nesta edição do informativo, temos também o
case de sucesso do Hospital Infantil Sabará, na
seção Hospital em Foco; um artigo da Profa. Titular
4
do Departamento de Enfermagem MédicoCirúrgica da Escola de Enfermagem da USP, Profa.
Dra. Kazuko Uchikawa Graziano, que aborda a
complexidade da higiene hospitalar; uma história
incrível na coluna Fora da Profissão, que revela os
dons artísticos da Profa. Dra. Maria Belén Salazar
Posso (ela nos presenteou com um belo poema)
e muito mais: agenda de eventos, entrevista, dica
de leitura e bem-estar.
Uma boa leitura!
Até a próxima edição.
Abraço,
Márcia Hitomi Takeiti
Presidente da SOBECC Nacional
AGENDA
XVI Congresso Brasileiro
de Controle de Infecção e
Epidemiologia Hospitalar
Data: 19 a 22 de novembro de 2014
Local: Expo UNIMED Curitiba –
Curitiba, PR
15º Congresso Mundial de Esterilização - WFHSS
Data: 15 a 18 de Outubro de 2014
Local: Cidade de Praga –
República Tcheca
Informações:
www.wfhssprague 2014.com
IV Jornada de Estudos sobre
Processamento de Produtos
para Saúde e Gestão da
Qualidade em CME
Data: 31 de Outubro de 2014
Local: Hotel Plaza São Rafael –
Porto Alegre – RS
Informações e Inscrições: www.sindihospa.com.br/4jornada
An Sobecc.pdf
1
26/09/14
16:21
I Simpósio Internacional
de Enfermagem em Centro
Cirúrgico, Recuperação
Anestésica e Centro de Material
e Esterilização do Instituto
Israelita de Ensino e Pesquisa
(IIEP) Albert Einstein
Tema central: Gestão Estratégica
no Bloco Operatório, Qualidade
e Segurança do Paciente e do
Colaborador
Data: 3 e 4 de novembro de 2014
Local: Anfiteatro do Hospital
Israelita Albert Einstein (HIAE) São Paulo (SP)
Inscrições: www.einstein.br
Informações e inscrições:
www.abev.com.br/controledeinfeccao
Curso de Pós-Graduação de
Enfermagem em CC/RA/
CME da Faculdade Israelita
de Ciências da Saúde Albert
Eistein (FICSAE)
Turma: Fevereiro/2015
Inscrições: abertas no site www.
einstein.br/ensino
12º Congresso Brasileiro de
Enfermagem em CC, RA e
CME - SOBECC
Data: de 22 a 25 de setembro de 2015
Local: Palácio das Convenções do
Anhembi - São Paulo
5
GIRO DE NOTÍCIAS
XIV Seminário em Central de
Material e Esterilização – CME e
XIV Jornada Capixaba de Controle
de Infecção em Serviços de Saúde
Outubro Rosa
SOBECC junto contra o
câncer de mama
Quem cuida também deve se cuidar.
Faça regularmente exames
preventivos.
A palestra “Central de Material e Esterilização:
como eu faço” foi ministrada pela presidente
da SOBECC Nacional, Márcia Hitomi Takeiti,
durante o XIV Seminário em Central de
Material e Esterilização, organizado pela
Secretaria de Saúde do Estado do Espírito
Santo, nos dias 21 e 22 de agosto, no auditório
da Prefeitura da capital capixaba. “Com cerca
de 300 participantes, o evento discutiu as
particularidades de uma CME segundo a
RDC 15/2012, abordando assuntos como
infraestrutura física, processos de validação
e qualificação de equipamentos, com foco
na gestão de hospital público especializado
em cardiopneumologia e alta complexidade”,
comenta a presidente.
II Café Científico
O II Café Científico, evento realizado pela
empresa H. Strattner, contou com presença
da vice-presidente da SOBECC Nacional, Lígia
Garrido Calicchio, para moderar o debate da
mesa redonda “RDC 15 – Avaliação e formulação
de detergentes enzimáticos". O encontro
ocorreu no dia 1º de agosto, no Hotel Golden
Tulip, em São Paulo.
II Encontro de Esterilização:
Boas Práticas nos Processos
de Centro de Material de
Esterilização
No dia 7 de agosto, a empresa Wolf Comercial
organizou e promoveu na capital fluminense o
II Encontro de Esterilização: Boas práticas nos
processos de Centro de Material e Esterilização. O
evento foi realizado no Centro de Convenções Bolsa
Rio e contou com a presença da vice-presidente
da SOBECC Nacional, Lígia Garrido Galicchio, que
ministrou a palestra “Monitoramento do Processo
de Esterilização a Vapor”.
6
Luto
É com imenso pesar que a
diretoria e os membros da SOBECC
Nacional lamentam o falecimento da
Enfermeira Lourdes Sangiuliano, no dia
16 de agosto, vítima de complicações de
Melanoma Metastático (câncer de pele
com metástase pulmonar), e estendem
suas condolências e solidariedade aos
familiares, parentes e amigos. Lourdes
era coordenadora da Unidade de
Diagnóstico do Hospital Israelita Albert
Einstein - Unidade Jardins.
Pull Thru™CS
7
HOSPITAL EM FOCO
Hospital Infantil Sabará se diferencia pela
Instituição incorpora o modelo dos melhores centros pediátricos mundiais
O Hospital Infantil Sabará é um dos maiores e mais
respeitados Centros de Atendimento Pediátrico do
Brasil desde sua inauguração, na década de 1960,
por um grupo de nove pediatras que idealizaram
o Pronto Socorro Infantil Sabará, com o intuito
de padronizar as condutas no atendimento à
saúde de crianças. As atividades se desenvolviam
em uma estrutura pequena, passando a operar
em sede própria em 1972. Dois anos mais tarde,
foi criada a UTI Pediátrica e Neonatal, uma das
pioneiras no meio pediátrico nacional. Já em
2010, visando bem-estar, tratamento de primeira
Hospital Infantil Sabará: atendimento
em todas as especialidades médicas,
para pacientes de zero a 18 anos
8
linha e tecnologia para pacientes na faixa etária
de zero a 18 anos, pessoas com necessidades
especiais e acompanhantes, o Hospital Infantil
Sabará mudou-se para o novo prédio com 17
andares, disponibilizando atendimento em
todas as especialidades. A ampliação do Centro
Cirúrgico (CC) proporcionou o atendimento de
cirurgias de baixa a alta complexidade, como
Cardíaca, Neurológica e Ortopédica, contando
com Equipe de Anestesia especializada em
Anestesiologia Pediátrica, assim como equipe de
Enfermagem treinada.
assistência centrada na família
Em 2013, o Hospital Infantil Sabará recebeu a
Certificação de Qualidade da Joint Commission
Internacional (JCI), principal agência de
acreditação de Instituições de Saúde dos Estados
Unidos, confirmando o alinhamento da sua
estrutura com as melhores práticas de gestão
e procedimentos operacionais e elevando os
padrões de segurança e qualidade dos cuidados
assistenciais, constantemente focados em
oferecer um atendimento com humanização à
criança e a sua família.
CENTRO CIRÚRGICO
O Hospital Infantil Sabará possui um CC com
cinco Salas Operatórias (sendo uma Inteligente),
equipadas com o que há de mais moderno; sala
de pré-anestesia com Brinquedoteca e Sala de
Recuperação Pós-Anestésica para atender até oito
crianças acompanhadas pelos pais.
Em geral, os pacientes vêm de ambulância para
o Centro Cirúrgico, meia hora antes do horário
programado para o procedimento. Eles são
encaminhados à sala de pré-anestesia com
Centro cirúrgico: tecnologia de ponta
para tratamento ao cliente
Brinquedoteca, acompanhados de um familiar e
podem se distrair, enquanto aguardam a cirurgia.
Nesse local, descontraído e lúdico, a criança conta
com brinquedos interativos e um painel de grande
dimensão com ambiente temático de fundo do
mar, em escala real, e presença de um nadador,
imagem lembrada pelo paciente durante a indução
anestésica. No mesmo espaço em que é feita a
avaliação pré-anestésica, com preenchimento
do Termo de Consentimento Pós-Informado da
Anestesia, o cirurgião demarca a lateralidade
cirúrgica e preenche o Termo de Consentimento
Pós-Informado Cirúrgico.
Sala de Recuperação Pós-Anestésica: estrutura para
atender até oito crianças acompanhadas pelos pais
9
HOSPITAL EM FOCO
Após a dupla checagem dos dados do paciente
(nome completo e data de nascimento), conferência
do preenchimento completo dos termos de
consentimento e demarcação de pele nos casos
descritos na Política de Demarcação de Sítio Cirúrgico,
a criança e o acompanhante são encaminhados à Sala
Operatória. Ao entrarem, é realizada a checagem do
Time Out com a presença do cirurgião, do anestesista
e da equipe de Enfermagem, sendo conferidos os
seguintes dados: nome do paciente, procedimento a
ser realizado, nome do cirurgião, data de nascimento e
peso do paciente, se a cirurgia apresenta lateralidade,
se o equipamento de anestesia foi testado e está
funcionando, se os materiais e equipamentos
solicitados para o procedimento cirúrgico estão
disponíveis em sala, se o paciente apresenta algum
tipo de alergia, se será realizada antibioticoprofilaxia
e se o paciente tem algum tipo de precaução de
isolamento. Esses dados são anotados em quadro
específico na sala e no sistema informatizado.
Em seguida, dá-se início à indução anestésica com
a colaboração do familiar. De forma descontraída,
procura-se induzir o paciente a colocar a máscara
ventilatória, lembrando aqui o ‘nadador do fundo
do mar’. Quando a criança começa a adormecer, o
acompanhante é encaminhado à sala de espera,
onde aguarda até o final do procedimento
anestésico-cirúrgico.
Novo prédio com 17 andares: excelência no
tratamento, com infraestrutura moderna
Ao término da cirurgia, o paciente é acomodado
em maca de transporte, com grades elevadas
protegidas com coxins, e encaminhado à
Recuperação Anestésica, na presença do anestesista
e da equipe de Enfermagem. Neste setor, é
realizada a monitoração da criança. A partir daí, o
acompanhante pode retornar e permanecer até o
momento da alta.
Todos os dados da Sistematização de Enfermagem
Perioperatória (SAEP) são registrados no
sistema informatizado, onde estão inseridos os
formulários de Assistência de Sala Operatória
Centro Cirúrgico: atendimento a cirurgias de
baixa a alta complexidade
10
e Recuperação Anestésica. Deste, são retirados
os dados para a elaboração dos indicadores de
qualidade do Centro Cirúrgico.
Atualmente, o Hospital Infantil Sabará é o melhor
equipado e o mais bem preparado para atendimento
de pediatria de São Paulo, em um ambiente
exclusivo para crianças. A instituição completa 50
anos com a intenção de promover o conhecimento,
continuar aprimorando os profissionais da área e
oferecer um tratamento humanizado à criança e
aos seus familiares, mesclando um atendimento
carinhoso e acolhedor, com o que há de mais
moderno em tecnologia.
Brinquedoteca: para distração das crianças
enquanto aguardam a cirurgia
11
ENTREVISTA
Márcia Hitomi
Takeiti
Mestre em Enfermagem, Márcia
Hitomi Takeiti, fez do estudo da
Metodologia LEAN, ou o pensamento
“enxuto” desenvolvido pela fabricante
japonesa de automóveis Toyota após a
Segunda Guerra Mundial, foco de seu
aperfeiçoamento. Em sua dissertação de
mestrado, “Gestão estratégica utilizando
a metodologia LEAN na recepção de
produtos para a saúde no Centro de
Material e Esterilização”, defendida em
2014, descreveu um caso de sucesso
de aplicação da Metodologia LEAN,
buscando difundir e apontar o caminho
para a Qualidade Total no ambiente
hospitalar.
O que é a Metodologia LEAN?
A LEAN é uma metodologia que se concentra na
eliminação de desperdícios ou atividades sem valor
agregado de um processo ou sistema. Não se trata
de eliminação de pessoas, mas sim de usá-las de
forma mais sensata, mais respeitosa, com o objetivo
de trabalhar com atividades de melhoria contínua
do fluxo de trabalho, reduzir o tempo e ajudar na
redução de custos em uma organização.
Quais seriam os desperdícios a eliminar?
O foco da produção “enxuta” está na redução dos
sete tipos de desperdícios identificados: defeitos
nos produtos; excesso de produção de mercadorias
desnecessárias; estoques de mercadorias à espera
de processamentos ou consumo; processamentos
desnecessários;
movimentos
de
pessoas
desnecessários; transporte desnecessário de
mercadorias; e espera, seja dos profissionais pelo
equipamento de processamento para finalizar o
trabalho, seja no término de uma atividade anterior.
12
Quais são os princípios do pensamento LEAN?
Os princípios da LEAN são a otimização de fluxos
de trabalho; o fluxo contínuo, que é a chave para o
processo de esterilização; o trabalho padronizado;
a minimização do uso de recursos e eliminação
de desperdícios; o cumprimento dos requisitos
do usuário; e a manutenção da equipe satisfeita e
comprometida.
Recentemente, você finalizou uma tese de
mestrado sobre a metodologia LEAN. Como foi
este trabalho de pesquisa?
A unidade estudada foi o Centro de Material e
Esterilização (CME) do Instituto do Coração do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo (InCor-HC-FMUSP),
um hospital público, de ensino e especializado em
cardiopneumologia. Minha motivação para este
estudo foi o cenário encontrado na maioria dos
CMEs no âmbito nacional, que não dispõe de uma
área de recepção dimensionada adequadamente.
Observa-se que o local é subdimensionado para
atender à demanda, há carência na padronização de
processos de recebimento, poucos investimentos
em recursos tecnológicos específicos, deficiência
do dimensionamento efetivo de profissionais com
qualificação e falta de valorização das atividades
desenvolvidas, por se tratar de uma área suja.
Qual foi seu objetivo ao estudar essa realidade?
Esta situação sempre gerou certa inquietação e
reflexão durante minha experiência profissional,
como enfermeira chefe do CME do InCor, por
acreditar que a recepção é uma importante
etapa que precede o processo de limpeza. Sua
organização é essencial para criar condições
favoráveis ao processamento de produtos para
saúde (PPS). Mas, na maioria das vezes, é uma área
ignorada e com infraestrutura inadequada, em
razão do desconhecimento dos gestores sobre esse
importante sub-processo. Muitos dos problemas
vivenciados na prática cotidiana do CME podem
ser solucionados com a adoção de novas práticas
operacionais, buscando metodologias de outras
áreas de produção, que se assemelham ao CME
com histórias de sucesso. Como exemplo, podese citar a Metodologia LEAN, que é utilizada na
linha de produção automobilística e tem como
proposta atender às necessidades de melhoria
das condições de trabalho e proporcionar maior
satisfação dos profissionais e dos clientes. Em razão
da escassez de propostas na área de infraestrutura
física e organização da recepção no expurgo do
CME, tornam-se necessários estudos que retratem
a realidade na busca pela melhoria dos processos
nesse setor. Portanto, o estudo teve como objetivo
construir uma estação de trabalho na sala de
recepção do expurgo, utilizando as ferramentas da
Metodologia LEAN.
Quais foram os princípios ou as ferramentas LEAN
implementados?
A ferramenta implementada foi a 5S, que resultou em
43 ações: Senso 1, Utilização - remoção de material
excedente. Senso 2, Organização - ordenação dos
mobiliários e insumos de limpeza. Senso 3, Limpeza
- estabelecimento do aumento da frequência
dos procedimentos de limpeza de ambiente e
equipamentos. Senso 4, Padronização – padronização
de procedimento de umectação dos instrumentos
cirúrgicos (IC), utilização de filtros de água potável de
0,2 micras e pistolas de água de jato sob pressão para
enxágue dos PPS, e introdução de registro da recepção
do PPS em formulário próprio. Senso 5, Disciplina
– implantação de novo processo de trabalho e de
educação permanente. Foram realizadas alterações
em dois fluxos do PPS (IC e canulados).
Quais foram as etapas do seu estudo?
Foram cinco: 1ª fase – avaliação da infraestrutura física
com a elaboração de um instrumento de checagem
composto por quatro categorias, de acordo com as
áreas da sala do expurgo (categoria I – área de recepção
de IC do Centro Cirúrgico; categoria II – área de
limpeza; categoria III –área compartilhada de recepção
e limpeza e categoria IV – área de bancadas); 2ª fase
– mapeamento do fluxo do PPS; 3ª fase – aplicação
da ferramenta 5S; 4ª fase – implantação de um novo
fluxo de processamento do PPS; 5ª fase – aplicação
do questionário aos profissionais do CME sobre a
funcionalidade da estação de trabalho. Na avaliação
da infraestrutura física, dos nove itens avaliados na
categoria, I,22% não estavam conformes. Após as
adequações realizadas com aquisição de carro com
prateleira e a elaboração e implantação do formulário
de registro de recepção do PPS, foram atendidos;
13
ENTREVISTA
na categoria II, houve 100% de conformidade; na
categoria III, 14% não conformes, adequação com a
instalação de dispensadores de solução alcoólica 70%;
e na categoria IV, 50% não conformes e as adequações
incluíram instalação de pistolas de água sob pressão
nas bancadas 1 e 2, transferência do processamento
de utensílios para a bancada 4 e alteração do horário
do processamento de material de assistência
respiratória. Foi realizado o mapeamento dos fluxos
de seis variedades de PPS (IC e utensílios; instrumentos
canulados; material eletrônico; material de assistência
ventilatória e contêineres).
E qual foi a opinião dos profissionais da saúde
frente a essas mudanças?
A opinião dos profissionais frente à implantação
da estação de trabalho contou com 100% de
aprovação. Portanto, este estudo, com a utilização da
Metodologia LEAN, possibilitou a identificação dos
14
problemas e a organização do ambiente de trabalho,
visando o controle de infecção, a racionalização do
trabalho e a satisfação dos profissionais do CME.
Sintetize a importância de se aplicar essa filosofia
na área da Saúde ou no ambiente hospitalar.
No Serviço de Saúde, os pacientes esperam ou
exigem dos profissionais um atendimento cada vez
melhor e com mais qualidade e resolutividade. Para
isso, é necessário maior investimento no treinamento
e na capacitação em serviço. As instituições de
saúde devem olhar para suas operações de forma
que seus processos gerem valor para o usuário sob
forma de um produto de qualidade, atendendo
às expectativas dos pacientes, dos familiares,
do governo e da sociedade. A meta é melhorar
processos e resultados, reduzir custos, aumentar a
satisfação de pacientes, prestadores de serviços e
equipe envolvida no processo.
EVENTO
9º SIMPÓSIO
INTERNACIONAL DE
ESTERILIZAÇÃO E CONTROLE
DE INFECÇÃO RELACIONADA
À ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Debates focam nível de
segurança hospitalar
Durante quatro dias, o Simpósio reuniu mais de 2.200 profissionais de CME em São Paulo
A SOBECC, mais uma vez, surpreendeu os mais
de 2.200 participantes. A 9ª edição do Simpósio
Internacional foi cuidadosamente preparada pela
comissão organizadora para ser um encontro
técnico-científico de alto nível. “A nossa maior
preocupação foi transmitir aos profissionais
o conhecimento necessário para que possam
elevar continuamente a qualidade do trabalho
e seguir confiantes na sua atuação diária e
fundamental de assistência à saúde”, assinala
a presidente da SOBECC, Marcia Hitomi Takeiti.
O evento, que debateu o tema “Inovação e
liderança: os rumos da enfermagem no Centro de
Material e Esterilização”, foi realizado de 17 a 20
de setembro, no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo.
Da esquerda para direita:
Duygu Perçin, Wim Renders, Márcia H. Takeiti,
Giovana A. A. Moriya e Márcia Cristina O. Pereira
15
EVENTO
O encontro contou com presenças ilustres de
palestrantes do Brasil e especialistas internacionais
do setor de esterilização, que discutiram as
melhores práticas mundiais para a promoção de
um ambiente hospitalar seguro, eficaz e focado
no paciente. O CME atualmente assume o papel
principal na prestação de um serviço com maior
nível de segurança, garantindo o controle, o preparo
e a esterilização dos artigos para saúde, bem como a
distribuição do material estéril para todo o hospital.
Nesse processo, o menor erro da equipe prejudica a
qualidade da assistência e põe em risco a saúde do
paciente cirúrgico.
SEGURANÇA ASSISTENCIAL
Para a palestrante e gerente de Segurança
Assistencial do Hospital Sírio Libanês (HSL), Vera
Lúcia Borrasca, a implementação de uma política e
cultura de segurança no hospital é ponto estratégico
na diminuição da exposição do paciente ao risco.
Aliás, a segurança hospitalar já é obrigatória.
Para lembrar, o Ministério da Saúde (MS)
instituiu, em abril de 2013, o Programa Nacional
de Segurança do Paciente (PNSP), com o objetivo
de contribuir para a qualificação do cuidado
em saúde em todos os estabelecimentos de
assistência do Brasil. Em outubro do mesmo
ano, a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), o MS
e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) publicaram os protocolos básicos
de segurança do paciente: Identificação do
Paciente, Prevenção de Úlcera por Pressão,
Segurança na Prescrição, Uso e Administração
de Medicamentos, Cirurgia Segura, Prática
de Higiene das Mãos em Serviços de Saúde
e Prevenção e Quedas. Em março deste ano, o
MS lançou o Documento de Referência para o
PNSP. Todos os hospitais do país são obrigados a
formar equipes específicas, chamadas de Núcleo
de Segurança do Paciente, para implementar
e fiscalizar regras sanitárias e protocolos de
atendimento que previnam falhas na assistência.
SEGURANÇA ASSISTENCIAL:
METAS
Evitar, prevenir e aprimorar resultados
adversos e danos gerados pelo processo
de assistência à saúde (The National Patient
Safety Foundation)
Reduzir e mitigar atos não seguros no sistema
de assistência à saúde, assim como a utilizar
boas práticas para alcançar resultados ótimos
para o paciente (The Canadian Patient Safety
Dictionary, 2003);
Reduzir a um mínimo aceitável o risco de
dano desnecessário associado ao cuidado à
saúde (OMS, 2009; PNSP, 2013).
16
Em sua palestra, Vera destacou o programa de
segurança do HSL como exemplo, que contempla:
Comitê de Segurança (cultura de segurança),
Sistema de Notificação de Eventos (identificação e
tratamento) e Análise Proativa de Risco. O Comitê
é formado por equipe multidisciplinar e vinculada
à alta direção. Participam membros permanentes
da diretoria Técnica Hospitalar, Práticas Médicas,
Relacionamento Médico, Qualidade, Enfermagem,
Farmácia, Segurança Assistencial, Segurança e Saúde
no Trabalho, Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar (CCIH), Segurança Ambiental, Jurídico,
Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), Comissão
de Óbito, Tecnologia da Informação (TI) e Gerência
de Pacientes Críticos. A palestrante explicou que
no processo de investigação de eventos é utilizada
uma metodologia sistematizada, retrospectiva,
que identifica causas e fatores contribuintes de
um evento e planeja estratégias para melhorar o
processo e evitar recorrência.
PROCESSO DE
INVESTIGAÇÃO DE
EVENTOS GRAVES NO HSL
•
Início da investigação em 24h e
elaboração de relatório inicial em 96h.
•Atividades de investigação: ouvir as
partes envolvidas (profissionais, familiares
e pacientes), rever o prontuário, consultar
especialistas, identificar os riscos (para
paciente e instituição) e propor soluções.
PROGRAMAS PODEM PREVENIR
DE 10% A 70% DAS INFECÇÕES
Entre os eventos adversos com mais frequência
em pacientes hospitalizados, ocupam os três
primeiros lugares no ranking: os erros relacionados
a medicações e transfusões, as infecções e as
complicações cirúrgicas (incluindo erros relacionados
à lateralidade). Segundo a palestrante e responsável
pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Cláudia
Vallone Silva, de 10% a 70% das Infeções Relacionadas
à Assistência à Saúde (IRAS) podem ser prevenidas,
desde que Programas de Prevenção e Controle de
Infecção Hospitalar (PCIH) sejam implementados e
estruturados para vigilância epidemiológica com
feedback de resultados, melhoria de condições
estruturais, recursos materiais e educação
permanente. Cláudia ressaltou que para alcançar
o sucesso em um PCIH é fundamental trabalhar
a parceria entre as equipes multiprofissionais,
principalmente com os enfermeiros. Assim, as IRAS
podem ser evitadas com programas de prevenção e
controle, avaliando os indicadores de qualidade.
“Não se gerencia o que
não se mede; não se mede
o que não se define; não
se define o que não se
entende; não há sucesso
no que não se gerencia” –
William Edwards Deming
17
EVENTO
Não é novidade que hoje a tecnologia é um
diferencial competitivo, e investir em ferramentas
para rastreamento das atividades desenvolvidas
em um CME é uma forma de assegurar a qualidade
dos processos. Um sistema informatizado de gestão
de CME pode fornecer dados de rastreamento
em vários aspectos, como quantidade de itens
processados por setor, artigos esterilizados, caixas
cirúrgicas utilizadas, itens danificados, frequência
do uso dos equipamentos, produtividade individual
dos membros da equipe, entre outros módulos que
podem ser personalizados no software de gestão.
A rastreabilidade é definida como a habilidade de
descrever a história, a aplicação, os processos, os
eventos e a localização de um produto, por meio de
registros e identificação.
Para mostrar as vantagens de ter um CME
informatizado, a palestrante do Instituto do Câncer
do Estado de São Paulo (ICESP), Simone Batista Neto,
apresentou o case do hospital. Ela destacou que o
instrumental cirúrgico conta com um recurso de
rastreabilidade (código Datamatrix) para identificação
PRODUTIVIDADE ICESP:
• 700 cirurgias/mês
• Instrumental cirúrgico com 19 mil peças e 388
containers
• 16 Salas de Operação (cirurgias eletivas,
robóticas, ambulatoriais e de emergência)
18
Implementar um sistema de gestão em CME é de
suma importância, pois visa o principal objetivo
que é a segurança do paciente. De acordo com a
palestrante, o sistema de gestão do CME do ICESP
permite: administrar as etapas do processamento
dos produtos para a saúde, ter maior controle e
qualidade do instrumental cirúrgico, com alertas
para manutenções preventivas dos produtos
e equipamentos (tecnologia mostra quantas
manutenções foram feitas no instrumental),
gerenciar riscos, promover confiabilidade dos
usuários, estar em conformidade com a legislação,
agilizar serviços, otimizar mão de obra e reduzir
custos para instituição. Simone complementa: “é
importante, nos dias atuais, que os CME tenham
um sistema de gestão, para auxiliar no controle e na
tomada de decisões, objetivando a padronização e
a segurança dos processos. Montar kits de cabeça
desvia a qualidade”.
CRÉDITO: HOSPITAL ICESP
CME INFORMATIZADA: MAIOR
CONTROLE DOS PROCESSOS E
QUALIDADE DO INSTRUMENTAL
CIRÚRGICO
de cada peça, com informações de lote, fabricação,
data de aquisição e localização dentro dos kits
cirúrgicos. Na área de preparo e acondicionamento,
o rastreamento do instrumental que chega já
limpo, facilita a identificação dos contêineres, pois a
solução emite uma lista do conteúdo. Já na área de
esterilização, o sistema identifica os contêineres da
carga, o esterilizador e o ciclo padronizado. No setor
de liberação da carga, após verificar as condições
de Indicador Químico (IQ) e Indicador Biológico (IB),
o sistema libera a carga para armazenamento de
acordo com a especialidade identificada na etiqueta,
que também apresenta data de vencimento do kit.
NÍVEL DE SEGURANÇA DA
ESTERILIDADE: É POSSÍVEL
DEMONSTRAR A AUSÊNCIA DE
MICRORGANISMOS?
A palestrante e Professora Titular do Departamento
de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de
Enfermagem da USP, Profa. Dra. Kazuko Uchikawa
Graziano, abriu sua apresentação intitulada
“Garantia do nível de segurança de esterilidade”,
questionando se é possível demonstrar ausência de
microrganismos. Ela enfatiza que não, explicando
requisitos para o Nível de Segurança de Esterilidade
(SAL – Sterility Assurence Level). Segundo definições
comentadas pela professora, a segurança da
esterilização é expressa pela probabilidade dos
microrganismos sobreviverem a um processo
de esterilização em valores arbitrados pelo Food
and Drug Administration (FDA) – USA, variando de
acordo com a finalidade de uso do produto: 10-6 para
produtos críticos; 102-3 (requisito menos rigoroso)
para produtos não críticos; 10-12 para esporo do
Clostridium botulinum na esterilização de alimentos
enlatados não ácidos; 10-4 indicado para os veículos
de exploração espacial para busca de evidências de
vida extraterrestre no planeta Marte.
Ameaças atuais
Atualmente são muitas as ameaças de materiais
autoclavados em CME, como:
•Limpeza duvidosa do material, especialmente,
relacionada a biofilmes, endotoxinas e príons;
• Desconhecimento se há ponto frio na autoclave;
• Desconhecimento se todas as unidades chegam à
temperatura de esterilização ao mesmo tempo;
•Equipamentos e cargas sem padronização e
qualificações;
• Desconhecimento se a nova embalagem dificulta
o acesso do agente esterilizante;
•
Supervalorização e distração restrita nos
resultados dos controles B&D, IB, IQ classe 5/6 no
controle da segurança;
• Equipamentos sem manutenção;
• Insumos sem controle (qualidade do vapor);
• Recursos humanos não qualificados;
• Equipamentos sem impressão do ciclo;
• Gases não condensáveis;
• Umidade excessiva no ciclo.
A Profa. Dra. Kazuko enfatiza que o nível de
segurança de esterilidade para produtos críticos
utilizados na assistência à saúde é o dobro do tempo
necessário para matar 1.000.000 de microrganismos
(1: 1.000.00 = 10-6). Atenção! Caso a esterilização seja
interrompida na metade do tempo recomendado
(para autoclave 121°C-15’ / 134°C-3’), o indicador
biológico deve apresentar-se negativo.
Estratégias
Algumas ações foram apontadas pela Profa. Dra.
Kazuko para eliminar essas ameaças para materiais
autoclavados nos CME. A palestrante orienta para
que os profissionais não se distraiam com os controles
acessórios, como B&D, IB e IQ, mas que busquem
a essência das causas. Para isso, é fundamental
aprimorar conhecimentos teóricos, processuais e
práticos baseados em evidências científicas.
19
EVENTO
A UMIDADE EXCESSIVA IMPACTA NA
QUALIDADE DA ESTERILIZAÇÃO?
O assunto é polêmico e gerou uma boa discussão na
apresentação da especialista convidada da Turquia,
a Profa. do Departamento de Clínica Médica da
Universidade Erciyes, Duygu Perçin. Como surgiu?
Segundo a palestrante, um caso de surto de infecção
de sítio cirúrgico ocorreu em um hospital da
Eslovênia, devido à esterilização inadequada.
Para confirmar a esterilidade da embalagem na
prateleira, foi feita uma simulação para estudo.
Instrumentos utilizados em cirurgia ortopédica,
já limpos, mas não utilizados por muito tempo,
foram selecionados e utilizados em pacotes desafio.
Conjuntos dos instrumentais foram embalados
duplamente, com envólucro interno (60g – não
tecido) e uma embalagem externa (50g – SMS).
Esses pacotes foram esterilizados a 134°C por sete
minutos, validados de acordo com as orientações
do equipamento.
Após o processo, eles foram colocados em caixas
plásticas de transporte, selados e transportados para
o Instituto Nacional de Saúde Pública da Eslovênia
para o ‘envelhecimento’ acelerado para análises
microbiológicas. Os pacotes foram pulverizados
durante três semanas com solução de Bacillus subtilis e
mantidos a 56°C durante o tempo de ‘envelhecimento’.
Os pesquisadores ficaram surpresos. O microrganismo
que cresceu não foi o Bacillus subtilis. Assim, os
estudiosos concluíram que os pacotes não eram
estéreis, que o ciclo de sete minutos não foi suficiente,
considerando, então, a questão de que haveria algo
errado com a esterilização.
O estudo apontou para algumas inadequações no
processo: tempo de esterilização, nível inicial de
contaminação microbiana, limpeza inadequada, gases
condensáveis e umidade excessiva. Após vários testes,
segundo a especialista, fatores como a condensação
excessiva, a forma dos instrumentos, a carga (kits com
artigos demais) e a embalagem adequadas, impactam
diretamente na eficácia da esterilização.
20
Perçin comentou que a esterilização hoje está limitada
ao fator tempo, que os profissionais desconhecem a
importância de monitorar as diferentes condições da
carga e fenômenos como o de condensação excessiva.
Ela concluiu que quando a carga microbiana é muito
alta e, havendo a condensação excessiva, não é
possível alcançar os valores predefinidos durante a
esterilização. Ela recomendou seguir os resultados
empíricos de estudos detalhados relacionados à
inativação dos microrganismos. Ainda de acordo com
Perçin, deve-se questionar os modelos matemáticos
quando o assunto é esterilização. Vale ressaltar que
a especialista coloca em pesquisa o pior cenário,
com índice muito elevado de contaminação do
instrumental. Nesse contexto, o ponto crítico que
prejudica a eficácia da esterilidade é o excesso de
condensação.
Feira Tecnológica
Mais de 70 empresas expositoras
apresentaram suas novidades para o
setor, sendo uma excelente oportunidade
para os profissionais se atualizarem sobre
novas tecnologias, produtos e serviços.
Trabalhos Científicos premiados
Durante o evento, 115 trabalhos selecionados ficaram em exposição na Sessão
Pôster, para serem avaliados por uma comissão julgadora e premiados. No
último dia, a SOBECC anunciou os trabalhos científicos premiados.
Confira abaixo os ganhadores:
1º lugar: "Vigilância epidemiológica de endoftalmite
e síndrome tóxica do segmento anterior após cirurgias
de catarata: Identificação e seleção de marcadores",
de autoria de Reginaldo Adalberto da Luz, Maria Clara
Padoveze, Edney Cabral Silva e Tadeu Cvintal.
2º lugar: "Ferramentas de gestão em CME: recall de
controle do processo de limpeza, um importante indicador
de qualidade", de autoria de Giovana Abrahão de Araújo
Moriya, Izabel Kazue Iamaguti, Denise da Silva Leite, Andrea
Ferreira Soares e Marina Paula Hutter.
3º lugar: "Sistema de rastreabilidade para o
controle das pinças robóticas", de autoria de Silmara
Martins Garcez, Bruna Elvira Costa, Maria Socorro
Vasconcelos e Simone Batista Neto Arza,
Menções Honrosas
“Cuidados com material cirúrgico de alto
custo: estratégia de implantação”, de autoria
de Deyvid Fernando Mattei da Silva, Daiane
Pereira Carneiro, Ramon Antônio Oliveira, Maria
da Paz Vasconcelos Amorim e Maria Teresa
Gomes Franco.
“Quantidade de instrumentais nas caixas
cirúrgicas: avaliação de custo”, de autoria de
Cleuza Aparecida Vedovato, Julierme Rodrigues
de Almeida Paula, Rita de Cássia Rodrigues da
Silva e Ana Paula Boaventura.
“Estratégias dos enfermeiros para adequação
do CME frente à RDC 15: um relato de
experiência”, Júlio César Costa, Hellen Maria de
Lima Graf Fernandes, Ariane Silveira Rodrigues e
Ana Luiza Ferreira Meres
21
CARREIRA
Quer publicar o seu artigo científico?
A Revista SOBECC tem oportunidade para você
A SOBECC convida profissionais, docentes, alunos
e demais pesquisadores a publicar seus artigos na
Revista Cientifica da entidade, a Revista SOBECC.
Após 18 anos de sua primeira edição, a Revista
SOBECC foi inteiramente reformulada, com o
objetivo de elevar sua qualificação Qualis/Capes,
indexá-la em outras importantes bases de dados
e, em breve, torná-la um veículo de comunicação
científica da área em âmbito internacional.
A Revista SOBECC (Rev. SOBECC), ISSN 14144425 (Impresso) é publicada trimestralmente,
possui classificação QUALIS/CAPES B2 na área
de Enfermagem e multiprofissional e é indexada
nas bases de dados LILACS, CUIDEN e CINAHL
Information Systems.
Sua missão é divulgar a produção científica da
Enfermagem nas áreas de Centro Cirúrgico,
Recuperação Anestésica, Centro de Material e
Esterilização e de Controle de Infecção, bem como
de outros profissionais que desenvolvem pesquisas
na área de Anestesiologia, Cirurgia, Engenharia
Clínica e outras voltadas à assistência ao paciente
no período perioperatório.
São aceitos para publicação trabalhos desenvolvidos
por enfermeiros, outros profissionais da saúde
e discentes de cursos de graduação e de pósgraduação em Enfermagem, em português. O
tempo decorrido entre a submissão e a publicação
dependerá da formatação do manuscrito, de acordo
com as normas da revista e da avaliação por pares,
sendo, em média, de três (03) a seis (06) meses.
Os interessados podem consultar as normas para
publicação no site da SOBECC e enviar seu trabalho
para análise no e-mail: [email protected].
Os conteúdos serão avaliados pelo Conselho
Editorial da Revista e de acordo com as normas
de publicação que estão disponíveis no endereço:
http://itarget.com.br/newclients/sobecc.org.
br/2014/pdfs/normas-2014.pdf
Essa é uma excelente oportunidade para publicar
sua pesquisa, fomentar os debates e discussões
enriquecedoras sobre os temas que envolvem a
Enfermagem nas áreas de CC, RA, CME e Infecção
Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS).
Profa. Dra. Eliane Grazziano:
Diretora da Comissão de
Publicação e Divulgação, da
SOBECC
22
Para mais informações, ligue para a sede da SOBECC
no telefone (11) 3341.4044 ou envie um e-mail para
[email protected]
INFORME TÉCNICO
Inovação tecnológica em
limpeza e desinfecção de
superfícies e artigos médicos.
Modernas
práticas em
controle de
infecção
Por Eridon Araujo,
Higienista especialista no uso de
substâncias químicas como
auxílio da higienização e
controle de infecções. Diretor
técnico da Profilática Ltda.
A GLUCOPROTAMINA é uma substância
originada de matéria-prima natural e fontes
renováveis, com base em um produto de
conversão de ácido L-glutâmico e de coco
(cocopropileno-1.3-diamina).
Além da sua procedência atender os
requisitos para práticas sustentáveis, outros
atributos importantes conferem à
GLUCOPROTAMINA o status de uma
substância química que desempenha
importante papel no controle de infecção
hospitalar, por ser considerada
significativamente mais ativa contra
micobactérias, bactérias e vírus, que outras
substâncias químicas comumente utilizadas,
como por exemplo, os aldeídos, PHMB e
amônios quaternários.
A atividade antimicrobiana da GLUCOPROTAMINA frente a microrganismos multirresistentes, fungos, vírus, formas vegetativas de
bactérias, incluindo micobactérias atípicas
como Mycobacterium massiliense, que
oferecem alto grau de dificuldade de
eliminação com o uso de desinfetantes1,2,3,
vem oferecer segurança e qualidade no
processamento de produtos para saúde.
Referências
A GLUCOPROTAMINA é uma substância
que apresenta compatibilidade com todos
os produtos de assistência à saúde,
utilizados nos estabelecimentos de
assistência à saúde, não danifica materiais
óticos, instrumentos cirúrgicos, produtos
para assistência ventilatória e endoscópios
(Olympus, Fujinon, Karl Storz e outros),
proporcionando garantia de conservação e
maior tempo de vida útil.
Estudos Clínicos, e testes realizados por
laboratórios oficiais na Europa e no Brasil,
demonstraram a excelente atividade
desinfetante da GLUCOPROTAMINA frente
a microrganismos multirresistentes,
mesmo em presença de matéria orgânica,
sujidade e baixas concentrações.
Diante do desempenho apresentado, a
GLUCOPROTAMINA vem sendo considerada como uma opção para as mais atualizadas práticas de Controle de Infecção, onde
processos de limpeza e desinfecção
exigem a remoção da sujidade (matéria
orgânica) e simultaneamente a eliminação
de microrganismos4, 5, 6.
Considerada como uma substância
química ambientalmente segura1,2 pela
Organização para a Cooperação do
Desenvolvimento Econômico (OECD), a
GLUCOPROTAMINA possui baixa toxicidade, não é volátil, é altamente solúvel em
água, com odor característico agradável,
rápida e facilmente biodegradada no meio
ambiente.
Disch K. Glucoprotamin: A new antimicrobial substance. Zentralbl Hyg unweltmed 1994; 196:357-365.
Meyer B, Kluin C. Efficacy of glucoprotamin containing disinfectants against different species of atypical mycobacteria. J Hosp
Infect 1999;42:151-154.
3
Côrtes P.B, Gomes K.M., Duarte R.S. Caracterização da Susceptibilidade a Desinfetantes de Micobactérias de Crescimento
Rápido Isoladas de Surtos de Infecções de Sítio Cirúrgico (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro). 26 Congresso de
Microbiologia.
4
Widmer A.F, MD,MS; Frei R., MD, FAMH. Antimicrobial Activity of Glucoprotamin. A Clinical study of a new disinfectant for
instruments. Infection Control and Hospital Epidemiology 2003;762-764.
5
Tysky S., Grzybowska W., Grzeszczuk S., Leszeczynsky P., Stanizewska M., Röhm-Rodowald E., Jakimiak B. Antimicrobial
Activity of Glucoprotamin – Containing Disinfectants. Polish Journal Microbiology, 2009; Vol.58, No.4, 347-353.
6
Teste REBLAS / Brasil. Avaliação da atividade antimicrobiana (germes multirresistentes) do produto à base de glucoprotamina
em presença de sujeira na concentração de 0,5% (5ml/litro), tempo de contato de 5 minutos.
1
2
,
23
OPINIÃO
A complexidade da Higiene Hospitalar
Por: Profa. Dra. Kazuko Uchikawa Graziano*
A Higiene Hospitalar executada pelo Serviço de
Higiene Especializada (SHE) possui três finalidades:
bem-estar estético e emocional dos que frequentam
os Estabelecimentos de Assistência à Saúde (EAS);
controle da contaminação ambiental, diminuindo
o reservatório de microrganismos; e conservação
patrimonial. Faz-se urgente discutir a segurança das
práticas atuais, já que é cada vez mais comum os EAS
delegarem essa prática às empresas terceirizadas
que, em geral, têm alto turnover e empregam
profissionais não qualificados.
24
Embora assimilem a ideia de que o uso de luvas
de procedimentos lhes confere proteção, os
colaboradores não qualificados não compreendem
o risco de contaminação cruzada, oriundo da não
retirada imediata de uma luva contaminada ao
encerrar um procedimento antes da nova atividade,
que contribui para disseminação de microrganismos
no ambiente, aumentando as ocorrências de
Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS).
tais como pisos, paredes, teto e alguns mobiliários.
Dentro das boas práticas, estas não são tocadas
pelas mãos dos profissionais de saúde durante
os procedimentos, sendo suficiente a limpeza
periódica concorrente e a terminal. Exceto em
circunstâncias especiais em que haja necessidade
de desinfecção consecutiva.
As infecções estão entre as mais importantes causas
de morbidade e mortalidade relacionadas aos
cuidados na assistência. O contato direto ou indireto
das mãos contaminadas dos profissionais nos
pacientes, por meio de superfícies contaminadas,
redundando em IRAS é um fato, e a disseminação de
microrganismos resistentes a partir de um pacientefonte é largamente reconhecida. Portanto, a limpeza
e a desinfecção segura do ambiente tornam-se
complexas e fundamentais para evitar contaminação
cruzada intermediada pelas superfícies.
Já as superfícies com alta probabilidade de contato
com as mãos dos profissionais de saúde como, por
exemplo, suportes de soro, bordas de leito, mesas
auxiliares e maçanetas, devem estar com o menor
inóculo microbiano possível, eliminando risco de
transferência dos potenciais patógenos-problema
de um paciente a outro. É preciso desinfetar por
meio de processo físico ou químico, que destrói
microrganismos patogênicos na forma vegetativa,
microbactérias, a maioria dos vírus e fungos de
objetos inanimados e superfícies.
As superfícies dos EAS podem ser classificadas em
superfícies fixas, segundo a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), as de grande extensão,
A contaminação significativa das superfícies ocorre
em decorrência dos procedimentos assistenciais a
partir do paciente, maior fonte de microrganismos,
A limpeza e a desinfecção
e não há logística que garanta a imediata presença
dos colaboradores do SHE a cada situação de
contaminação. Uma proposta a ser analisada
pelo EAS seria desencadear uma rotina para que
os próprios profissionais de saúde também se
responsabilizem pela descontaminação. É preciso
que as instituições forneçam recursos práticos
e eficientes para facilitar esta atividade. Se isso
não for feito, continuaremos convivendo com
a transmissão de microrganismos pela falha na
adoção de um método eficiente de interrupção
da disseminação.
*Professora
Titular
Enfermagem
do
Departamento
Médico-Cirúrgica
da
segura do ambiente tornam-se
complexas e fundamentais para
evitar contaminação cruzada
intermediada pelas superfícies
de
Escola
de Enfermagem da Universidade de São
Paulo (USP) e Chefe Técnica da Divisão de
Hospitalidade do Hospital Universitário da USP.
Endoclear-Tecnologia em Eletromedicina
inova em equipamentos de limpeza e desinfecção
de artigos Odonto-Médico-Hospitalares
Conjunto de Pistola
Pressurizadas
AR-ÁGUA- DETERGENTE
**PT-100 1010
•Sistemas em cubas para Desinfecção
dos Endoscópios
•Elimina o uso das ‘‘Caixas Box’’
no processo de desinfecção manual
Conjunto de Pistola
Pressurizadas
AR-ÁLCOOL
**PT 100 1010-RINSAGEM
Clear Jet
Endo
Conjunto de Pistola
Pressurizadas
ÁGUA-VAPOR
**PT 100 1010-2
**número de registro ANVISA
(Classe II): 80316870002
Reprocessadora Automática
para limpeza e desinfecção dos
endoscópios flexíveis
**ALX 1012 DL/CUBA DUPLA
**número de registro ANVISA (Classe I): 80316870005
*Atende a RDC nº 15, De 15 De Março de 2012 - Art. 31
*Atende a RDC nº 6, De 01 De Março de 2013
Carrinho para Transporte dos Endoscópios
Flexiveis Contaminados
**CALX 1016/C
Reprocessadora Automática
para limpeza e desinfecção dos
endoscópios flexíveis
**ALX 1012/COMPAC
Carrinho para Transporte dos Endoscópios
Flexiveis Desinfetado
**CALX 1016/D
Atende a RDC nº 15, De 15 De Março De 2012
Art. 53 I
[email protected]
(16) 3133-1565
Carrinho de transporte para Umectação
e Hidratação dos artigos contaminados
**CALX 1017/C
Carrinho de transporte para artigos
desinfetados e esterilizados
**CALX 1017/D.E.
Atende a RDC nº 15, De 15 De Março De 2012
Art. 53 I
Para outros equipamentos acesse:
WWW.ENDOCLEAR.COM.BR
Estojo Arsenal
Endoscópico
**EA 06 e EA 12
*Gastro e Colono
***Modelo 06 acomoda
até 06 endoscópios
***Modelo 12 acomoda
até 12 endoscópios
25
Follow Endoclear
Endoclear/Facebook.com
FORA DA PROFISSÃO
A arte de cuidar refletida
em telas e poemas
A Profa. Dra. Maria Belén Salazar Posso, pesquisadora do
Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade
do Vale do Paraíba (UNIVAP), em São José dos Campos
(SP), onde exerce a atividade profissional há 17 anos, fez
da arte o seu hobby. O contato com a pintura começou
em casa, desde a infância, a partir da convivência com o
artista plástico Victor Salazar Ruiz, seu pai e pintor favorito.
Porém, a prática da pintura é recente, adotada
quando decidiu distribuir melhor a dedicação entre as
atividades profissionais e pessoais. Há algum tempo,
no entanto, a Profa. Dra. Maria Belén escreve poemas
e pensamentos. “Alguns já foram selecionados em
concurso de poesias promovido pela Pró-Reitoria de
Integração Universidade/Sociedade, coordenado pelo
setor de Cultura da universidade”, conta.
Atividades criativas agregaram bem estar à sua vida. “Sou
eclética, toda arte me atrai, pois são instrumentos que me
proporcionam paz, meditação, tranquilidade, realização
e alegria. Fazer as pessoas pararem por alguns minutos
e se darem a oportunidade da abstração, e que esta lhes
faça sentir bem consigo mesmas ao decodificar o que
uma tela ou uma poesia lhes transmitiram, é a melhor
recompensa”, descreve.
A Profa. Dra. Maria Belén visualiza traços em comum entre
um profissional de saúde e um artista. “A vida pessoal
e profissional, o cotidiano, iconizado ou grafado, essa
simbiose é a mola motivadora dessa busca e satisfação.
Sempre tive para mim que o cuidar é uma arte. Então, quem
presta assistência, como o enfermeiro, é um artista”, afirma.
Na opinião da Profa. Dra. Maria Belén, os benefícios que
uma atividade artística pode trazer a um profissional da
saúde são vários. “Momentos de estar consigo mesmo,
de liberar sentimentos de dor e de amor; plasmar no
papel ou na tela sua energia; trocar com o expectador,
ou leitor, mesmo que na forma da energia pensante”.
Em 12 de maio, Dia do Enfermeiro, a Profa. Dra. Maria
Belén prestou uma homenagem à Enfermagem, por
meio de um poema.
CLIENTE, ENFERMEIRO, ENFERMAGEM
Cliente,
criança, homem, mulher, idoso.
Seres, razão do cuidar do Enfermeiro.
Enfermeiro,
com arte, ciência e vocação
seja você, Maria, Ceci, José ou João,
do Brasil, do estrangeiro,
do centro ou do menor rincão.
no domicílio, hospital, asilo,
creche ou comunidade,
no caos ou na tranquilidade
a todos assiste sem distinção.
No seu cotidiano, cuidar.
Seja outono, inverno, primavera ou verão.
Na pesquisa, ensino, assistência ou gestão,
eleva os ideais de sua profissão
de forma autônoma ou não,
a todos os cantos de sua nação.
26
Enfermagem
na simbiose do cliente e Enfermeiro
surge a Enfermagem.
Vontade e esperança de reverter
tristeza em alegria, debilidade em fortaleza,
doença em saúde, não saber em saber,
morte em viver.
Por isso, cliente, atente!
Seja você pobre ou rico,
sadio ou doente,
negro, vermelho, amarelo ou branco,
judeu, espírita, católico ou crente.
seja indivíduo, família ou comunidade,
para o Enfermeiro, não importa,
pois, você...
Você é Gente!
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Incubadora
Stericontrol
E-mail: [email protected]
www.stericontrol.com - Produto Cod. Z07035
Etiquetas com indicador químico classe 1 da norma
ISO 11140-1, com dupla camada adesiva para uso em
impressora de termotransferência ou manual.
Destaque
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Cod: Z07035 = 70x35mm
Rolo com 800 unds.
VAPOR = Marrom- Classe 1
N°Ciclo: __________
Lote: ________
Caixa de Cirurgia:___________________________________
Paciente: _________________________________________
Responsável: __________________ Total de peças:_______
Observações: ______________________________________
Cod: 10055000 = 95x50mm
Rolo com 500 unds.
www.stericontrol.com - Produto Cod. 10055003 Destaque
Autoclave: ______
www.stericontrol.com - Produto Cod. 10055000 Destaque
Data da Esterilização: ___/___/____ Validade: ___/___/____
Cod: 10055003 = 95x50mm
Rolo com 500 unds.
3 Cortes para destaque.
E�quetadora para e�quetas com 3
linhas, dupla camada adesiva e com ind.
químico Classe 1.
0800 606 1516
27
DICA DE LEITURA
MANUA
IS DE ES
PECIALIZ
Livro: Enfermagem em
Biossegurança e Bioética
Editora: Manole
ord.)
Coordenadora: Profa.
Carvalho (co
Ano: 2015
ENfErMA
gEM EM
BIOSSEgU CENtrO DE MAtEr
rANÇA E B
IAL,
IOétICA
Centro de Material,
11
AÇÃO
ENfEr
CENtrO DMAgEM EM
BIOSSEgUE MAtErIAL,
rAN
BIOétICA ÇA E
COORDEN
Rachel de
EDITORAS
ADORA
Carvalho
DA SÉ
RIE
Renata Dej
tiar Waksm
Olga Guilh
an
ermina Dia
s Farah
Dra. Rachel de Carvalho
A obra faz parte
dos Manuais de
Especialidades da Faculdade
Israelita de Ciências da Saúde Albert
Einstein (FICSAE), que criou e vem implementando
a ideia de produzir conhecimento destinado a
estudantes, profissionais graduados e especialistas
em diversas áreas da Assistência à Saúde, há alguns
anos. O Curso de Pós-Graduação de Enfermagem em
Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro
de Material e Esterilização existe na instituição
há mais de uma década. A grande demanda de
assuntos correlatos e a necessidade de material
específico levaram à publicação de dois livros:
‘Enfermagem em Centro de Material, Biossegurança
e Bioética’ (lançamento em setembro de 2014) e
‘Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação
Anestésica’ (lançamento em janeiro de 2015).
A obra está dividida em 20 capítulos, escritos
por profissionais especializados nos devidos
conteúdos, com produção científica e titulação
na área, destacando-se os seguintes temas:
28
modalidades da assistência ao paciente
cirúrgico;
processamento
de
materiais;
responsabilidades dos profissionais que atuam
no Bloco Cirúrgico (BC); atualidades, tendências,
Tecnologia da Informação e processos de
qualidade; Bioética, Ética e Legislação no BC;
assistência humanizada ao cliente cirúrgico;
Biossegurança (ambiente, equipe e paciente);
Vigilância Epidemiológica; prevenção e controle
de Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC); Sistema de
Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP);
Classificações de Enfermagem, entre outros
assuntos de grande interesse e especificidade
na Enfermagem Perioperatória. A obra servirá de
guia para a assistência, o ensino e a pesquisa entre
profissionais da Enfermagem e de outras áreas
da saúde, que trabalham no seu dia a dia com
pacientes em fase perioperatória, nos períodos
pré-operatório, transoperatório e pós-operatório.
BEM-ESTAR
Falta de memória devido
ao estresse? Nem sempre...
Morar e trabalhar em uma grande metrópole, por
si só, já é um fator estressante. Para os profissionais
da área da saúde, soma-se a permanência em
um ambiente que eleva o nível de esgotamento
mental, devido a circunstâncias comuns em sua
rotina, como a carga de trabalho. Frequentemente,
a fadiga causa no profissional de Enfermagem a
impressão de que esteja sofrendo uma perda de
memória. A Revista SOBBEC com Você consultou o
especialista em Neurologia do Comportamento, Dr.
Paulo Bertolucci, Professor Adjunto e Livre Docente
na Disciplina Neurologia da Universidade Federal
de São Paulo (UNIFESP-EPM), para saber o que é
verdade e como os Enfermeiros podem melhorar
seu desempenho mental.
“É comum ouvir dos profissionais de saúde relatos de
‘memória ruim’. No entanto, é importante esclarecer
que esta sensação pode estar mais relacionada
à desatenção, motivada pelo pouco ou pela má
qualidade do sono e, consequentemente, à falta
de concentração. Outras doenças que podem ser
confundidas com falta de memória são a ansiedade
e a depressão”, esclarece o Dr. Bertolucci. A boa
notícia é que uma postura proativa para cuidar da
própria saúde pode reverter este quadro. “Quando
digo a um paciente ou Enfermeiro que ele não pode
continuar sem praticar atividade física, a primeira
argumentação é que não dispõe de tempo. Quando
sou enfático em afirmar que a falta de cuidados vai
comprometer a sua vida, surpreendentemente, ele
encontra a disponibilidade”.
Duas a três horas por semana totalmente fora
do ambiente de trabalho, com regularidade, em
atividades relaxantes como a ioga e a natação, são
a saída para reverter este quadro. Mesmo leituras
não relacionadas à rotina podem contribuir e
adiar processos degenerativos associados à idade,
como o Mal de Alzheimer. Atividades competitivas,
como esportes coletivos, podem gerar cobranças e
aumentar o estresse. Por isso, não são recomendados.
O importante é quebrar a rotina. “No início, é comum
ouvir relatos de preocupação com o trabalho. Mas,
gradativamente, o profissional percebe que estas
horas não alteraram o que aconteceria no hospital,
na clínica, ou com o paciente. Elas eliminaram tudo
aquilo que ele associava erroneamente à falta de
memória, como a fadiga e a pouca concentração.”
Bem dimensionada, a relação com o paciente é outro
fator que pode ajudar o profissional de Enfermagem
a reduzir o desgaste. “A boa formação individual,
associada a um bom treinamento fornecido pela
instituição de saúde, contribui para que o Enfermeiro
saiba ser empático, colocando-se no lugar do
paciente, mas também saiba se posicionar ‘de fora’,
numa postura que o permita olhar e pensar nos
procedimentos necessários para melhorar a situação
de quem está sob os seus cuidados. O desequilíbrio
pode levar à tensão, a falhas e tumultuar o trabalho
de todo o corpo clínico. É essencial, portanto, estar
ciente de seu papel”, ressalta.
Um adulto saudável trabalha com 100% da
sua capacidade de memória. Se possuir algum
problema de saúde, não praticar atividades físicas
ou abusar de maus hábitos, como o uso excessivo
de tranquilizantes e bebidas alcoólicas, pior. Não
há como recuperar, mas a mudança de estilo de
vida contribui para que a memória não se deprecie.
“Minha recomendação é: se você cuida da saúde dos
outros, trate de cuidar antes da sua. Dê o exemplo!”,
insiste o Dr. Bertolucci.
29
SAVE THE DATE
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Inclui: café da manhã servido no restaurante,
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Metrô Florence do Terminal Rodoviário Internacional
de Praga, e fica a uma rua de distância da histórica
Praça da República e do Shopping Palladium.
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destino.
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EURO E SUJEITOS A MODIFICAÇÕES
PENTAHOTEL PRAGUE
Com conceito de hotel design, o moderno hotel
está a 15 minutos a pé do centro histórico e da Praça
Venceslau, e a apenas a 100m da Estação de Metrô
Křizíkova.
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Preço das diárias (iniciam às 15h e terminam às 12h):
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é a evolução
que chegou para mudar
Os benefícios proporcionados pela ação efetiva dos antissépticos no preparo cirúrgico
das mãos são inquestionáveis, pois estão diretamente relacionados com a redução e
controle de infecções do sítio cirúrgico e seus consequentes custos.
A necessidade de aperfeiçoamento desta técnica vem sendo observada ao longo dos
anos com o propósito de oferecer maior eficácia na eliminação da microbiota transitória
e parte da residente.
Segundo as diretrizes do CDC¹ e AORN², os agentes para preparo cirúrgico das mãos devem:
• Reduzir significativamente os microrganismos em pele intacta;
• Conter emolientes e umectantes para evitar a irritação da pele;
• Ser de amplo espectro;
• Ser de ação rápida;
• Ter um efeito persistente e cumulativo.
Saiba porque
Avagard™ CHG é a evolução
que chegou para mudar a
antissepsia cirurgica de mãos
Escovação das Mãos com Iodo
ou CHG
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•
É necessário o uso de escova e água;
Fricção com intensidade;
Pode causar danos à pele;
Escovação de 3 a 5 minutos.
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O conceito de antissepsia cirúrgica de mãos sem enxágue e sem escovação foram publicados pelo CDC e AORN.
Referências:
1
Centers for Disease Control and Prevention. Guideline for hand hygiene in health-care settings: recommendations of the Healthcare Infection Control Practices Advisory
Committee and the HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Hygiene Task Force. MMWR 2002;51(RR-16):1-45.
2
Recommended practices for product selection in perioperative practice settings. In: Perioperative Standardsand Recommended Practices. Denver, CO: AORN, Inc; 2013:63-75.
3
FDA Tentative Final Monograph (TFM) for Health Care Antiseptic Drug Products, Proposed Rule Federal Register Part III, Vol. 59, No. 116 (Friday, June 17, 1994)
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31
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Número 3 - jul / set - 2014