SOBECC comVocê no Bloco Operatório Informativo da SOBECC para Profissionais de CC, RA e CME Número 3 - julho / agosto / setembro - 2014 9º Simpósio Internacional aborda nível da segurança hospitalar Hospital Infantil Sabará se diferencia pela assistência centrada na família Entrevista: Marcia Hitomi Takeiti conta caso de sucesso com aplicação da metodologia LEAN Opinião: A complexidade da higiene hospitalar, por Profa. Dra. Kazuko 1 Uchikawa Graziano 2 ÍNDICE AGENDA.............................................................5 CARREIRA .........................22 Congressos, eventos e cursos Saiba como publicar seu artigo científico na Revista SOBECC GIRO DE NOTÍCIAS......................................6 Destaques dos principais eventos do setor HOSPITAL EM FOCO....................................8 OPINIÃO.................................24 A complexidade da Higiene Hospitalar Hospital Infantil Sabará se diferencia pela assistência centrada na família FORA DA PROFISSÃO................................26 ENTREVISTA...................................................12 DICA DE LEITURA....................................... 28 A arte de cuidar em telas e poemas Márcia Hitomi Takeiti aponta o caminho para a Qualidade Total no ambiente hospitalar Enfermagem em Centro de Material, Biossegurança e Bioética 9º SIMPÓSIO INTERNACIONAL........................................15 BEM-ESTAR.................................................... 29 Principais destaques do evento Falta de memória devido ao estresse? Nem sempre... 15º CONGRESSO MUNDIAL DE ESTERILIZAÇÃO.......................................... 30 Confira ofertas dos pacotes de viagens EXPEDIENTE SOBECC Diretoria da SOBECC - Gestão 2013-2015 Órgão oficial da Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização. Presidente: Márcia Hitomi Takeiti • Vice-presidente: Lígia Garrido Calicchio • Primeira-secretária: Liraine Laura Farah • Segunda-secretária: Simone Garcia Lopes • Primeira-tesoureira: Simone Batista Neto Arza • Segunda-tesoureira: Mara Lúcia Leite Ribeiro • Diretora da Comissão de Assistência: Marcia Cristina Pereira •Membros da Comissão de Assistência: Mércia Pacheco e Edmilson Almeida • Diretora da Comissão de Educação: Giovana Abrahão de Araújo Moriya • Membros da Comissão de Educação: Tânia Regina Zeni • Maria Clara Padoveze • Diretora da Comissão de Publicação e Divulgação: Profa. Dra. Eliane da Silva Grazziano • Membros da Comissão de Publicação e Divulgação: Rachel de Carvalho • Ana Lúcia de Mattia • Diretora do Conselho Fiscal: Rosa Maria Pelegrini Fonseca • Membros do Conselho Fiscal: Mariângela Belmonte Ribeiro e Kátia Aparecida Ferreira de Almeida • Diretora da Comissão e Eventos Regionais: Andrea Alfaya Acunã. Comissão de Publicação e Divulgação – Diretora: Profa. Dra. Eliane da Silva Grazziano (Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR) • Membros: Profa. Dra. Rachel de Carvalho (Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein – FICSAE) e Profa. Dra. Ana Lúcia de Mattia (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG) Equipe Técnica – Coordenação: Sirlene Aparecida Negri Glasenapp • Redação: Andrea Fagundes (MTb 40.376) e Evelina Fyskatoris (MTb 46.219) • Revisão: Profa. Dra. Rachel de Carvalho • Projeto Gráfico: Reinaldo Andreatta • Produção Gráfica: Randreatta Design • Secretária: Maria Elizabeth Jorgetti • Claudia Martins Stival • Tiragem: 6.000 exemplares • Impressão: Editora Referência Ltda. A SOBECC com Você é uma publicação trimestral da SOBECC, dirigida a profissionais de Enfermagem do Bloco Operatório, com o objetivo de divulgar notícias, eventos, cases, boas práticas de assistência à saúde, ideias, opiniões e lançamentos de produtos para área. A reprodução parcial ou total de qualquer matéria desta edição só é permitida mediante autorização. Rua Vergueiro, 875, conj. 64, Liberdade, CEP 01504-001 - São Paulo, SP CNPJ: 67.185.215/0001-03 Fone: (11) 3341-4044 [email protected] www.sobecc.org.br 3 EDITORIAL Mais um Simpósio Internacional realizado com sucesso Encerramos no dia 20 de setembro, o 9º Simpósio Internacional de Esterilização e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde, com a participação de mais de 2.200 profissionais de Enfermagem que atuam em Centro de Material e Esterilização. Para nós, da SOBECC, foi uma imensa satisfação preparar esse evento, um trabalho que muito nos orgulha e engrandece a nossa experiência. Convidamos especialistas internacionais da área e renomados palestrantes brasileiros para compartilhar conhecimentos, a fim de manter elevado o nosso nível de desenvolvimento profissional e pessoal, pois o conhecimento de qualidade nos permite ver e agir. Conhecer é incorporar novos conceitos no nosso desenvolvimento contínuo, para sermos mais efetivos e irmos de encontro às necessidades da assistência ao cliente interno e externo. Durante os quatro dias de evento, discutimos sistemas de qualidade no CME, métodos de gestão, nível de segurança da esterilização, processos de limpeza e esterilização, desafios e tendências da área. Tais questões norteiam os rumos da Enfermagem no CME e estão destacadas na matéria especial sobre o evento. Confira! Nesta edição do informativo, temos também o case de sucesso do Hospital Infantil Sabará, na seção Hospital em Foco; um artigo da Profa. Titular 4 do Departamento de Enfermagem MédicoCirúrgica da Escola de Enfermagem da USP, Profa. Dra. Kazuko Uchikawa Graziano, que aborda a complexidade da higiene hospitalar; uma história incrível na coluna Fora da Profissão, que revela os dons artísticos da Profa. Dra. Maria Belén Salazar Posso (ela nos presenteou com um belo poema) e muito mais: agenda de eventos, entrevista, dica de leitura e bem-estar. Uma boa leitura! Até a próxima edição. Abraço, Márcia Hitomi Takeiti Presidente da SOBECC Nacional AGENDA XVI Congresso Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar Data: 19 a 22 de novembro de 2014 Local: Expo UNIMED Curitiba – Curitiba, PR 15º Congresso Mundial de Esterilização - WFHSS Data: 15 a 18 de Outubro de 2014 Local: Cidade de Praga – República Tcheca Informações: www.wfhssprague 2014.com IV Jornada de Estudos sobre Processamento de Produtos para Saúde e Gestão da Qualidade em CME Data: 31 de Outubro de 2014 Local: Hotel Plaza São Rafael – Porto Alegre – RS Informações e Inscrições: www.sindihospa.com.br/4jornada An Sobecc.pdf 1 26/09/14 16:21 I Simpósio Internacional de Enfermagem em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa (IIEP) Albert Einstein Tema central: Gestão Estratégica no Bloco Operatório, Qualidade e Segurança do Paciente e do Colaborador Data: 3 e 4 de novembro de 2014 Local: Anfiteatro do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) São Paulo (SP) Inscrições: www.einstein.br Informações e inscrições: www.abev.com.br/controledeinfeccao Curso de Pós-Graduação de Enfermagem em CC/RA/ CME da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Eistein (FICSAE) Turma: Fevereiro/2015 Inscrições: abertas no site www. einstein.br/ensino 12º Congresso Brasileiro de Enfermagem em CC, RA e CME - SOBECC Data: de 22 a 25 de setembro de 2015 Local: Palácio das Convenções do Anhembi - São Paulo 5 GIRO DE NOTÍCIAS XIV Seminário em Central de Material e Esterilização – CME e XIV Jornada Capixaba de Controle de Infecção em Serviços de Saúde Outubro Rosa SOBECC junto contra o câncer de mama Quem cuida também deve se cuidar. Faça regularmente exames preventivos. A palestra “Central de Material e Esterilização: como eu faço” foi ministrada pela presidente da SOBECC Nacional, Márcia Hitomi Takeiti, durante o XIV Seminário em Central de Material e Esterilização, organizado pela Secretaria de Saúde do Estado do Espírito Santo, nos dias 21 e 22 de agosto, no auditório da Prefeitura da capital capixaba. “Com cerca de 300 participantes, o evento discutiu as particularidades de uma CME segundo a RDC 15/2012, abordando assuntos como infraestrutura física, processos de validação e qualificação de equipamentos, com foco na gestão de hospital público especializado em cardiopneumologia e alta complexidade”, comenta a presidente. II Café Científico O II Café Científico, evento realizado pela empresa H. Strattner, contou com presença da vice-presidente da SOBECC Nacional, Lígia Garrido Calicchio, para moderar o debate da mesa redonda “RDC 15 – Avaliação e formulação de detergentes enzimáticos". O encontro ocorreu no dia 1º de agosto, no Hotel Golden Tulip, em São Paulo. II Encontro de Esterilização: Boas Práticas nos Processos de Centro de Material de Esterilização No dia 7 de agosto, a empresa Wolf Comercial organizou e promoveu na capital fluminense o II Encontro de Esterilização: Boas práticas nos processos de Centro de Material e Esterilização. O evento foi realizado no Centro de Convenções Bolsa Rio e contou com a presença da vice-presidente da SOBECC Nacional, Lígia Garrido Galicchio, que ministrou a palestra “Monitoramento do Processo de Esterilização a Vapor”. 6 Luto É com imenso pesar que a diretoria e os membros da SOBECC Nacional lamentam o falecimento da Enfermeira Lourdes Sangiuliano, no dia 16 de agosto, vítima de complicações de Melanoma Metastático (câncer de pele com metástase pulmonar), e estendem suas condolências e solidariedade aos familiares, parentes e amigos. Lourdes era coordenadora da Unidade de Diagnóstico do Hospital Israelita Albert Einstein - Unidade Jardins. Pull Thru™CS 7 HOSPITAL EM FOCO Hospital Infantil Sabará se diferencia pela Instituição incorpora o modelo dos melhores centros pediátricos mundiais O Hospital Infantil Sabará é um dos maiores e mais respeitados Centros de Atendimento Pediátrico do Brasil desde sua inauguração, na década de 1960, por um grupo de nove pediatras que idealizaram o Pronto Socorro Infantil Sabará, com o intuito de padronizar as condutas no atendimento à saúde de crianças. As atividades se desenvolviam em uma estrutura pequena, passando a operar em sede própria em 1972. Dois anos mais tarde, foi criada a UTI Pediátrica e Neonatal, uma das pioneiras no meio pediátrico nacional. Já em 2010, visando bem-estar, tratamento de primeira Hospital Infantil Sabará: atendimento em todas as especialidades médicas, para pacientes de zero a 18 anos 8 linha e tecnologia para pacientes na faixa etária de zero a 18 anos, pessoas com necessidades especiais e acompanhantes, o Hospital Infantil Sabará mudou-se para o novo prédio com 17 andares, disponibilizando atendimento em todas as especialidades. A ampliação do Centro Cirúrgico (CC) proporcionou o atendimento de cirurgias de baixa a alta complexidade, como Cardíaca, Neurológica e Ortopédica, contando com Equipe de Anestesia especializada em Anestesiologia Pediátrica, assim como equipe de Enfermagem treinada. assistência centrada na família Em 2013, o Hospital Infantil Sabará recebeu a Certificação de Qualidade da Joint Commission Internacional (JCI), principal agência de acreditação de Instituições de Saúde dos Estados Unidos, confirmando o alinhamento da sua estrutura com as melhores práticas de gestão e procedimentos operacionais e elevando os padrões de segurança e qualidade dos cuidados assistenciais, constantemente focados em oferecer um atendimento com humanização à criança e a sua família. CENTRO CIRÚRGICO O Hospital Infantil Sabará possui um CC com cinco Salas Operatórias (sendo uma Inteligente), equipadas com o que há de mais moderno; sala de pré-anestesia com Brinquedoteca e Sala de Recuperação Pós-Anestésica para atender até oito crianças acompanhadas pelos pais. Em geral, os pacientes vêm de ambulância para o Centro Cirúrgico, meia hora antes do horário programado para o procedimento. Eles são encaminhados à sala de pré-anestesia com Centro cirúrgico: tecnologia de ponta para tratamento ao cliente Brinquedoteca, acompanhados de um familiar e podem se distrair, enquanto aguardam a cirurgia. Nesse local, descontraído e lúdico, a criança conta com brinquedos interativos e um painel de grande dimensão com ambiente temático de fundo do mar, em escala real, e presença de um nadador, imagem lembrada pelo paciente durante a indução anestésica. No mesmo espaço em que é feita a avaliação pré-anestésica, com preenchimento do Termo de Consentimento Pós-Informado da Anestesia, o cirurgião demarca a lateralidade cirúrgica e preenche o Termo de Consentimento Pós-Informado Cirúrgico. Sala de Recuperação Pós-Anestésica: estrutura para atender até oito crianças acompanhadas pelos pais 9 HOSPITAL EM FOCO Após a dupla checagem dos dados do paciente (nome completo e data de nascimento), conferência do preenchimento completo dos termos de consentimento e demarcação de pele nos casos descritos na Política de Demarcação de Sítio Cirúrgico, a criança e o acompanhante são encaminhados à Sala Operatória. Ao entrarem, é realizada a checagem do Time Out com a presença do cirurgião, do anestesista e da equipe de Enfermagem, sendo conferidos os seguintes dados: nome do paciente, procedimento a ser realizado, nome do cirurgião, data de nascimento e peso do paciente, se a cirurgia apresenta lateralidade, se o equipamento de anestesia foi testado e está funcionando, se os materiais e equipamentos solicitados para o procedimento cirúrgico estão disponíveis em sala, se o paciente apresenta algum tipo de alergia, se será realizada antibioticoprofilaxia e se o paciente tem algum tipo de precaução de isolamento. Esses dados são anotados em quadro específico na sala e no sistema informatizado. Em seguida, dá-se início à indução anestésica com a colaboração do familiar. De forma descontraída, procura-se induzir o paciente a colocar a máscara ventilatória, lembrando aqui o ‘nadador do fundo do mar’. Quando a criança começa a adormecer, o acompanhante é encaminhado à sala de espera, onde aguarda até o final do procedimento anestésico-cirúrgico. Novo prédio com 17 andares: excelência no tratamento, com infraestrutura moderna Ao término da cirurgia, o paciente é acomodado em maca de transporte, com grades elevadas protegidas com coxins, e encaminhado à Recuperação Anestésica, na presença do anestesista e da equipe de Enfermagem. Neste setor, é realizada a monitoração da criança. A partir daí, o acompanhante pode retornar e permanecer até o momento da alta. Todos os dados da Sistematização de Enfermagem Perioperatória (SAEP) são registrados no sistema informatizado, onde estão inseridos os formulários de Assistência de Sala Operatória Centro Cirúrgico: atendimento a cirurgias de baixa a alta complexidade 10 e Recuperação Anestésica. Deste, são retirados os dados para a elaboração dos indicadores de qualidade do Centro Cirúrgico. Atualmente, o Hospital Infantil Sabará é o melhor equipado e o mais bem preparado para atendimento de pediatria de São Paulo, em um ambiente exclusivo para crianças. A instituição completa 50 anos com a intenção de promover o conhecimento, continuar aprimorando os profissionais da área e oferecer um tratamento humanizado à criança e aos seus familiares, mesclando um atendimento carinhoso e acolhedor, com o que há de mais moderno em tecnologia. Brinquedoteca: para distração das crianças enquanto aguardam a cirurgia 11 ENTREVISTA Márcia Hitomi Takeiti Mestre em Enfermagem, Márcia Hitomi Takeiti, fez do estudo da Metodologia LEAN, ou o pensamento “enxuto” desenvolvido pela fabricante japonesa de automóveis Toyota após a Segunda Guerra Mundial, foco de seu aperfeiçoamento. Em sua dissertação de mestrado, “Gestão estratégica utilizando a metodologia LEAN na recepção de produtos para a saúde no Centro de Material e Esterilização”, defendida em 2014, descreveu um caso de sucesso de aplicação da Metodologia LEAN, buscando difundir e apontar o caminho para a Qualidade Total no ambiente hospitalar. O que é a Metodologia LEAN? A LEAN é uma metodologia que se concentra na eliminação de desperdícios ou atividades sem valor agregado de um processo ou sistema. Não se trata de eliminação de pessoas, mas sim de usá-las de forma mais sensata, mais respeitosa, com o objetivo de trabalhar com atividades de melhoria contínua do fluxo de trabalho, reduzir o tempo e ajudar na redução de custos em uma organização. Quais seriam os desperdícios a eliminar? O foco da produção “enxuta” está na redução dos sete tipos de desperdícios identificados: defeitos nos produtos; excesso de produção de mercadorias desnecessárias; estoques de mercadorias à espera de processamentos ou consumo; processamentos desnecessários; movimentos de pessoas desnecessários; transporte desnecessário de mercadorias; e espera, seja dos profissionais pelo equipamento de processamento para finalizar o trabalho, seja no término de uma atividade anterior. 12 Quais são os princípios do pensamento LEAN? Os princípios da LEAN são a otimização de fluxos de trabalho; o fluxo contínuo, que é a chave para o processo de esterilização; o trabalho padronizado; a minimização do uso de recursos e eliminação de desperdícios; o cumprimento dos requisitos do usuário; e a manutenção da equipe satisfeita e comprometida. Recentemente, você finalizou uma tese de mestrado sobre a metodologia LEAN. Como foi este trabalho de pesquisa? A unidade estudada foi o Centro de Material e Esterilização (CME) do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor-HC-FMUSP), um hospital público, de ensino e especializado em cardiopneumologia. Minha motivação para este estudo foi o cenário encontrado na maioria dos CMEs no âmbito nacional, que não dispõe de uma área de recepção dimensionada adequadamente. Observa-se que o local é subdimensionado para atender à demanda, há carência na padronização de processos de recebimento, poucos investimentos em recursos tecnológicos específicos, deficiência do dimensionamento efetivo de profissionais com qualificação e falta de valorização das atividades desenvolvidas, por se tratar de uma área suja. Qual foi seu objetivo ao estudar essa realidade? Esta situação sempre gerou certa inquietação e reflexão durante minha experiência profissional, como enfermeira chefe do CME do InCor, por acreditar que a recepção é uma importante etapa que precede o processo de limpeza. Sua organização é essencial para criar condições favoráveis ao processamento de produtos para saúde (PPS). Mas, na maioria das vezes, é uma área ignorada e com infraestrutura inadequada, em razão do desconhecimento dos gestores sobre esse importante sub-processo. Muitos dos problemas vivenciados na prática cotidiana do CME podem ser solucionados com a adoção de novas práticas operacionais, buscando metodologias de outras áreas de produção, que se assemelham ao CME com histórias de sucesso. Como exemplo, podese citar a Metodologia LEAN, que é utilizada na linha de produção automobilística e tem como proposta atender às necessidades de melhoria das condições de trabalho e proporcionar maior satisfação dos profissionais e dos clientes. Em razão da escassez de propostas na área de infraestrutura física e organização da recepção no expurgo do CME, tornam-se necessários estudos que retratem a realidade na busca pela melhoria dos processos nesse setor. Portanto, o estudo teve como objetivo construir uma estação de trabalho na sala de recepção do expurgo, utilizando as ferramentas da Metodologia LEAN. Quais foram os princípios ou as ferramentas LEAN implementados? A ferramenta implementada foi a 5S, que resultou em 43 ações: Senso 1, Utilização - remoção de material excedente. Senso 2, Organização - ordenação dos mobiliários e insumos de limpeza. Senso 3, Limpeza - estabelecimento do aumento da frequência dos procedimentos de limpeza de ambiente e equipamentos. Senso 4, Padronização – padronização de procedimento de umectação dos instrumentos cirúrgicos (IC), utilização de filtros de água potável de 0,2 micras e pistolas de água de jato sob pressão para enxágue dos PPS, e introdução de registro da recepção do PPS em formulário próprio. Senso 5, Disciplina – implantação de novo processo de trabalho e de educação permanente. Foram realizadas alterações em dois fluxos do PPS (IC e canulados). Quais foram as etapas do seu estudo? Foram cinco: 1ª fase – avaliação da infraestrutura física com a elaboração de um instrumento de checagem composto por quatro categorias, de acordo com as áreas da sala do expurgo (categoria I – área de recepção de IC do Centro Cirúrgico; categoria II – área de limpeza; categoria III –área compartilhada de recepção e limpeza e categoria IV – área de bancadas); 2ª fase – mapeamento do fluxo do PPS; 3ª fase – aplicação da ferramenta 5S; 4ª fase – implantação de um novo fluxo de processamento do PPS; 5ª fase – aplicação do questionário aos profissionais do CME sobre a funcionalidade da estação de trabalho. Na avaliação da infraestrutura física, dos nove itens avaliados na categoria, I,22% não estavam conformes. Após as adequações realizadas com aquisição de carro com prateleira e a elaboração e implantação do formulário de registro de recepção do PPS, foram atendidos; 13 ENTREVISTA na categoria II, houve 100% de conformidade; na categoria III, 14% não conformes, adequação com a instalação de dispensadores de solução alcoólica 70%; e na categoria IV, 50% não conformes e as adequações incluíram instalação de pistolas de água sob pressão nas bancadas 1 e 2, transferência do processamento de utensílios para a bancada 4 e alteração do horário do processamento de material de assistência respiratória. Foi realizado o mapeamento dos fluxos de seis variedades de PPS (IC e utensílios; instrumentos canulados; material eletrônico; material de assistência ventilatória e contêineres). E qual foi a opinião dos profissionais da saúde frente a essas mudanças? A opinião dos profissionais frente à implantação da estação de trabalho contou com 100% de aprovação. Portanto, este estudo, com a utilização da Metodologia LEAN, possibilitou a identificação dos 14 problemas e a organização do ambiente de trabalho, visando o controle de infecção, a racionalização do trabalho e a satisfação dos profissionais do CME. Sintetize a importância de se aplicar essa filosofia na área da Saúde ou no ambiente hospitalar. No Serviço de Saúde, os pacientes esperam ou exigem dos profissionais um atendimento cada vez melhor e com mais qualidade e resolutividade. Para isso, é necessário maior investimento no treinamento e na capacitação em serviço. As instituições de saúde devem olhar para suas operações de forma que seus processos gerem valor para o usuário sob forma de um produto de qualidade, atendendo às expectativas dos pacientes, dos familiares, do governo e da sociedade. A meta é melhorar processos e resultados, reduzir custos, aumentar a satisfação de pacientes, prestadores de serviços e equipe envolvida no processo. EVENTO 9º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTERILIZAÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE Debates focam nível de segurança hospitalar Durante quatro dias, o Simpósio reuniu mais de 2.200 profissionais de CME em São Paulo A SOBECC, mais uma vez, surpreendeu os mais de 2.200 participantes. A 9ª edição do Simpósio Internacional foi cuidadosamente preparada pela comissão organizadora para ser um encontro técnico-científico de alto nível. “A nossa maior preocupação foi transmitir aos profissionais o conhecimento necessário para que possam elevar continuamente a qualidade do trabalho e seguir confiantes na sua atuação diária e fundamental de assistência à saúde”, assinala a presidente da SOBECC, Marcia Hitomi Takeiti. O evento, que debateu o tema “Inovação e liderança: os rumos da enfermagem no Centro de Material e Esterilização”, foi realizado de 17 a 20 de setembro, no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo. Da esquerda para direita: Duygu Perçin, Wim Renders, Márcia H. Takeiti, Giovana A. A. Moriya e Márcia Cristina O. Pereira 15 EVENTO O encontro contou com presenças ilustres de palestrantes do Brasil e especialistas internacionais do setor de esterilização, que discutiram as melhores práticas mundiais para a promoção de um ambiente hospitalar seguro, eficaz e focado no paciente. O CME atualmente assume o papel principal na prestação de um serviço com maior nível de segurança, garantindo o controle, o preparo e a esterilização dos artigos para saúde, bem como a distribuição do material estéril para todo o hospital. Nesse processo, o menor erro da equipe prejudica a qualidade da assistência e põe em risco a saúde do paciente cirúrgico. SEGURANÇA ASSISTENCIAL Para a palestrante e gerente de Segurança Assistencial do Hospital Sírio Libanês (HSL), Vera Lúcia Borrasca, a implementação de uma política e cultura de segurança no hospital é ponto estratégico na diminuição da exposição do paciente ao risco. Aliás, a segurança hospitalar já é obrigatória. Para lembrar, o Ministério da Saúde (MS) instituiu, em abril de 2013, o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), com o objetivo de contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de assistência do Brasil. Em outubro do mesmo ano, a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), o MS e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicaram os protocolos básicos de segurança do paciente: Identificação do Paciente, Prevenção de Úlcera por Pressão, Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos, Cirurgia Segura, Prática de Higiene das Mãos em Serviços de Saúde e Prevenção e Quedas. Em março deste ano, o MS lançou o Documento de Referência para o PNSP. Todos os hospitais do país são obrigados a formar equipes específicas, chamadas de Núcleo de Segurança do Paciente, para implementar e fiscalizar regras sanitárias e protocolos de atendimento que previnam falhas na assistência. SEGURANÇA ASSISTENCIAL: METAS Evitar, prevenir e aprimorar resultados adversos e danos gerados pelo processo de assistência à saúde (The National Patient Safety Foundation) Reduzir e mitigar atos não seguros no sistema de assistência à saúde, assim como a utilizar boas práticas para alcançar resultados ótimos para o paciente (The Canadian Patient Safety Dictionary, 2003); Reduzir a um mínimo aceitável o risco de dano desnecessário associado ao cuidado à saúde (OMS, 2009; PNSP, 2013). 16 Em sua palestra, Vera destacou o programa de segurança do HSL como exemplo, que contempla: Comitê de Segurança (cultura de segurança), Sistema de Notificação de Eventos (identificação e tratamento) e Análise Proativa de Risco. O Comitê é formado por equipe multidisciplinar e vinculada à alta direção. Participam membros permanentes da diretoria Técnica Hospitalar, Práticas Médicas, Relacionamento Médico, Qualidade, Enfermagem, Farmácia, Segurança Assistencial, Segurança e Saúde no Trabalho, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Segurança Ambiental, Jurídico, Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), Comissão de Óbito, Tecnologia da Informação (TI) e Gerência de Pacientes Críticos. A palestrante explicou que no processo de investigação de eventos é utilizada uma metodologia sistematizada, retrospectiva, que identifica causas e fatores contribuintes de um evento e planeja estratégias para melhorar o processo e evitar recorrência. PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO DE EVENTOS GRAVES NO HSL • Início da investigação em 24h e elaboração de relatório inicial em 96h. •Atividades de investigação: ouvir as partes envolvidas (profissionais, familiares e pacientes), rever o prontuário, consultar especialistas, identificar os riscos (para paciente e instituição) e propor soluções. PROGRAMAS PODEM PREVENIR DE 10% A 70% DAS INFECÇÕES Entre os eventos adversos com mais frequência em pacientes hospitalizados, ocupam os três primeiros lugares no ranking: os erros relacionados a medicações e transfusões, as infecções e as complicações cirúrgicas (incluindo erros relacionados à lateralidade). Segundo a palestrante e responsável pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Cláudia Vallone Silva, de 10% a 70% das Infeções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) podem ser prevenidas, desde que Programas de Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) sejam implementados e estruturados para vigilância epidemiológica com feedback de resultados, melhoria de condições estruturais, recursos materiais e educação permanente. Cláudia ressaltou que para alcançar o sucesso em um PCIH é fundamental trabalhar a parceria entre as equipes multiprofissionais, principalmente com os enfermeiros. Assim, as IRAS podem ser evitadas com programas de prevenção e controle, avaliando os indicadores de qualidade. “Não se gerencia o que não se mede; não se mede o que não se define; não se define o que não se entende; não há sucesso no que não se gerencia” – William Edwards Deming 17 EVENTO Não é novidade que hoje a tecnologia é um diferencial competitivo, e investir em ferramentas para rastreamento das atividades desenvolvidas em um CME é uma forma de assegurar a qualidade dos processos. Um sistema informatizado de gestão de CME pode fornecer dados de rastreamento em vários aspectos, como quantidade de itens processados por setor, artigos esterilizados, caixas cirúrgicas utilizadas, itens danificados, frequência do uso dos equipamentos, produtividade individual dos membros da equipe, entre outros módulos que podem ser personalizados no software de gestão. A rastreabilidade é definida como a habilidade de descrever a história, a aplicação, os processos, os eventos e a localização de um produto, por meio de registros e identificação. Para mostrar as vantagens de ter um CME informatizado, a palestrante do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), Simone Batista Neto, apresentou o case do hospital. Ela destacou que o instrumental cirúrgico conta com um recurso de rastreabilidade (código Datamatrix) para identificação PRODUTIVIDADE ICESP: • 700 cirurgias/mês • Instrumental cirúrgico com 19 mil peças e 388 containers • 16 Salas de Operação (cirurgias eletivas, robóticas, ambulatoriais e de emergência) 18 Implementar um sistema de gestão em CME é de suma importância, pois visa o principal objetivo que é a segurança do paciente. De acordo com a palestrante, o sistema de gestão do CME do ICESP permite: administrar as etapas do processamento dos produtos para a saúde, ter maior controle e qualidade do instrumental cirúrgico, com alertas para manutenções preventivas dos produtos e equipamentos (tecnologia mostra quantas manutenções foram feitas no instrumental), gerenciar riscos, promover confiabilidade dos usuários, estar em conformidade com a legislação, agilizar serviços, otimizar mão de obra e reduzir custos para instituição. Simone complementa: “é importante, nos dias atuais, que os CME tenham um sistema de gestão, para auxiliar no controle e na tomada de decisões, objetivando a padronização e a segurança dos processos. Montar kits de cabeça desvia a qualidade”. CRÉDITO: HOSPITAL ICESP CME INFORMATIZADA: MAIOR CONTROLE DOS PROCESSOS E QUALIDADE DO INSTRUMENTAL CIRÚRGICO de cada peça, com informações de lote, fabricação, data de aquisição e localização dentro dos kits cirúrgicos. Na área de preparo e acondicionamento, o rastreamento do instrumental que chega já limpo, facilita a identificação dos contêineres, pois a solução emite uma lista do conteúdo. Já na área de esterilização, o sistema identifica os contêineres da carga, o esterilizador e o ciclo padronizado. No setor de liberação da carga, após verificar as condições de Indicador Químico (IQ) e Indicador Biológico (IB), o sistema libera a carga para armazenamento de acordo com a especialidade identificada na etiqueta, que também apresenta data de vencimento do kit. NÍVEL DE SEGURANÇA DA ESTERILIDADE: É POSSÍVEL DEMONSTRAR A AUSÊNCIA DE MICRORGANISMOS? A palestrante e Professora Titular do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da USP, Profa. Dra. Kazuko Uchikawa Graziano, abriu sua apresentação intitulada “Garantia do nível de segurança de esterilidade”, questionando se é possível demonstrar ausência de microrganismos. Ela enfatiza que não, explicando requisitos para o Nível de Segurança de Esterilidade (SAL – Sterility Assurence Level). Segundo definições comentadas pela professora, a segurança da esterilização é expressa pela probabilidade dos microrganismos sobreviverem a um processo de esterilização em valores arbitrados pelo Food and Drug Administration (FDA) – USA, variando de acordo com a finalidade de uso do produto: 10-6 para produtos críticos; 102-3 (requisito menos rigoroso) para produtos não críticos; 10-12 para esporo do Clostridium botulinum na esterilização de alimentos enlatados não ácidos; 10-4 indicado para os veículos de exploração espacial para busca de evidências de vida extraterrestre no planeta Marte. Ameaças atuais Atualmente são muitas as ameaças de materiais autoclavados em CME, como: •Limpeza duvidosa do material, especialmente, relacionada a biofilmes, endotoxinas e príons; • Desconhecimento se há ponto frio na autoclave; • Desconhecimento se todas as unidades chegam à temperatura de esterilização ao mesmo tempo; •Equipamentos e cargas sem padronização e qualificações; • Desconhecimento se a nova embalagem dificulta o acesso do agente esterilizante; • Supervalorização e distração restrita nos resultados dos controles B&D, IB, IQ classe 5/6 no controle da segurança; • Equipamentos sem manutenção; • Insumos sem controle (qualidade do vapor); • Recursos humanos não qualificados; • Equipamentos sem impressão do ciclo; • Gases não condensáveis; • Umidade excessiva no ciclo. A Profa. Dra. Kazuko enfatiza que o nível de segurança de esterilidade para produtos críticos utilizados na assistência à saúde é o dobro do tempo necessário para matar 1.000.000 de microrganismos (1: 1.000.00 = 10-6). Atenção! Caso a esterilização seja interrompida na metade do tempo recomendado (para autoclave 121°C-15’ / 134°C-3’), o indicador biológico deve apresentar-se negativo. Estratégias Algumas ações foram apontadas pela Profa. Dra. Kazuko para eliminar essas ameaças para materiais autoclavados nos CME. A palestrante orienta para que os profissionais não se distraiam com os controles acessórios, como B&D, IB e IQ, mas que busquem a essência das causas. Para isso, é fundamental aprimorar conhecimentos teóricos, processuais e práticos baseados em evidências científicas. 19 EVENTO A UMIDADE EXCESSIVA IMPACTA NA QUALIDADE DA ESTERILIZAÇÃO? O assunto é polêmico e gerou uma boa discussão na apresentação da especialista convidada da Turquia, a Profa. do Departamento de Clínica Médica da Universidade Erciyes, Duygu Perçin. Como surgiu? Segundo a palestrante, um caso de surto de infecção de sítio cirúrgico ocorreu em um hospital da Eslovênia, devido à esterilização inadequada. Para confirmar a esterilidade da embalagem na prateleira, foi feita uma simulação para estudo. Instrumentos utilizados em cirurgia ortopédica, já limpos, mas não utilizados por muito tempo, foram selecionados e utilizados em pacotes desafio. Conjuntos dos instrumentais foram embalados duplamente, com envólucro interno (60g – não tecido) e uma embalagem externa (50g – SMS). Esses pacotes foram esterilizados a 134°C por sete minutos, validados de acordo com as orientações do equipamento. Após o processo, eles foram colocados em caixas plásticas de transporte, selados e transportados para o Instituto Nacional de Saúde Pública da Eslovênia para o ‘envelhecimento’ acelerado para análises microbiológicas. Os pacotes foram pulverizados durante três semanas com solução de Bacillus subtilis e mantidos a 56°C durante o tempo de ‘envelhecimento’. Os pesquisadores ficaram surpresos. O microrganismo que cresceu não foi o Bacillus subtilis. Assim, os estudiosos concluíram que os pacotes não eram estéreis, que o ciclo de sete minutos não foi suficiente, considerando, então, a questão de que haveria algo errado com a esterilização. O estudo apontou para algumas inadequações no processo: tempo de esterilização, nível inicial de contaminação microbiana, limpeza inadequada, gases condensáveis e umidade excessiva. Após vários testes, segundo a especialista, fatores como a condensação excessiva, a forma dos instrumentos, a carga (kits com artigos demais) e a embalagem adequadas, impactam diretamente na eficácia da esterilização. 20 Perçin comentou que a esterilização hoje está limitada ao fator tempo, que os profissionais desconhecem a importância de monitorar as diferentes condições da carga e fenômenos como o de condensação excessiva. Ela concluiu que quando a carga microbiana é muito alta e, havendo a condensação excessiva, não é possível alcançar os valores predefinidos durante a esterilização. Ela recomendou seguir os resultados empíricos de estudos detalhados relacionados à inativação dos microrganismos. Ainda de acordo com Perçin, deve-se questionar os modelos matemáticos quando o assunto é esterilização. Vale ressaltar que a especialista coloca em pesquisa o pior cenário, com índice muito elevado de contaminação do instrumental. Nesse contexto, o ponto crítico que prejudica a eficácia da esterilidade é o excesso de condensação. Feira Tecnológica Mais de 70 empresas expositoras apresentaram suas novidades para o setor, sendo uma excelente oportunidade para os profissionais se atualizarem sobre novas tecnologias, produtos e serviços. Trabalhos Científicos premiados Durante o evento, 115 trabalhos selecionados ficaram em exposição na Sessão Pôster, para serem avaliados por uma comissão julgadora e premiados. No último dia, a SOBECC anunciou os trabalhos científicos premiados. Confira abaixo os ganhadores: 1º lugar: "Vigilância epidemiológica de endoftalmite e síndrome tóxica do segmento anterior após cirurgias de catarata: Identificação e seleção de marcadores", de autoria de Reginaldo Adalberto da Luz, Maria Clara Padoveze, Edney Cabral Silva e Tadeu Cvintal. 2º lugar: "Ferramentas de gestão em CME: recall de controle do processo de limpeza, um importante indicador de qualidade", de autoria de Giovana Abrahão de Araújo Moriya, Izabel Kazue Iamaguti, Denise da Silva Leite, Andrea Ferreira Soares e Marina Paula Hutter. 3º lugar: "Sistema de rastreabilidade para o controle das pinças robóticas", de autoria de Silmara Martins Garcez, Bruna Elvira Costa, Maria Socorro Vasconcelos e Simone Batista Neto Arza, Menções Honrosas “Cuidados com material cirúrgico de alto custo: estratégia de implantação”, de autoria de Deyvid Fernando Mattei da Silva, Daiane Pereira Carneiro, Ramon Antônio Oliveira, Maria da Paz Vasconcelos Amorim e Maria Teresa Gomes Franco. “Quantidade de instrumentais nas caixas cirúrgicas: avaliação de custo”, de autoria de Cleuza Aparecida Vedovato, Julierme Rodrigues de Almeida Paula, Rita de Cássia Rodrigues da Silva e Ana Paula Boaventura. “Estratégias dos enfermeiros para adequação do CME frente à RDC 15: um relato de experiência”, Júlio César Costa, Hellen Maria de Lima Graf Fernandes, Ariane Silveira Rodrigues e Ana Luiza Ferreira Meres 21 CARREIRA Quer publicar o seu artigo científico? A Revista SOBECC tem oportunidade para você A SOBECC convida profissionais, docentes, alunos e demais pesquisadores a publicar seus artigos na Revista Cientifica da entidade, a Revista SOBECC. Após 18 anos de sua primeira edição, a Revista SOBECC foi inteiramente reformulada, com o objetivo de elevar sua qualificação Qualis/Capes, indexá-la em outras importantes bases de dados e, em breve, torná-la um veículo de comunicação científica da área em âmbito internacional. A Revista SOBECC (Rev. SOBECC), ISSN 14144425 (Impresso) é publicada trimestralmente, possui classificação QUALIS/CAPES B2 na área de Enfermagem e multiprofissional e é indexada nas bases de dados LILACS, CUIDEN e CINAHL Information Systems. Sua missão é divulgar a produção científica da Enfermagem nas áreas de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica, Centro de Material e Esterilização e de Controle de Infecção, bem como de outros profissionais que desenvolvem pesquisas na área de Anestesiologia, Cirurgia, Engenharia Clínica e outras voltadas à assistência ao paciente no período perioperatório. São aceitos para publicação trabalhos desenvolvidos por enfermeiros, outros profissionais da saúde e discentes de cursos de graduação e de pósgraduação em Enfermagem, em português. O tempo decorrido entre a submissão e a publicação dependerá da formatação do manuscrito, de acordo com as normas da revista e da avaliação por pares, sendo, em média, de três (03) a seis (06) meses. Os interessados podem consultar as normas para publicação no site da SOBECC e enviar seu trabalho para análise no e-mail: [email protected]. Os conteúdos serão avaliados pelo Conselho Editorial da Revista e de acordo com as normas de publicação que estão disponíveis no endereço: http://itarget.com.br/newclients/sobecc.org. br/2014/pdfs/normas-2014.pdf Essa é uma excelente oportunidade para publicar sua pesquisa, fomentar os debates e discussões enriquecedoras sobre os temas que envolvem a Enfermagem nas áreas de CC, RA, CME e Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS). Profa. Dra. Eliane Grazziano: Diretora da Comissão de Publicação e Divulgação, da SOBECC 22 Para mais informações, ligue para a sede da SOBECC no telefone (11) 3341.4044 ou envie um e-mail para [email protected] INFORME TÉCNICO Inovação tecnológica em limpeza e desinfecção de superfícies e artigos médicos. Modernas práticas em controle de infecção Por Eridon Araujo, Higienista especialista no uso de substâncias químicas como auxílio da higienização e controle de infecções. Diretor técnico da Profilática Ltda. A GLUCOPROTAMINA é uma substância originada de matéria-prima natural e fontes renováveis, com base em um produto de conversão de ácido L-glutâmico e de coco (cocopropileno-1.3-diamina). Além da sua procedência atender os requisitos para práticas sustentáveis, outros atributos importantes conferem à GLUCOPROTAMINA o status de uma substância química que desempenha importante papel no controle de infecção hospitalar, por ser considerada significativamente mais ativa contra micobactérias, bactérias e vírus, que outras substâncias químicas comumente utilizadas, como por exemplo, os aldeídos, PHMB e amônios quaternários. A atividade antimicrobiana da GLUCOPROTAMINA frente a microrganismos multirresistentes, fungos, vírus, formas vegetativas de bactérias, incluindo micobactérias atípicas como Mycobacterium massiliense, que oferecem alto grau de dificuldade de eliminação com o uso de desinfetantes1,2,3, vem oferecer segurança e qualidade no processamento de produtos para saúde. Referências A GLUCOPROTAMINA é uma substância que apresenta compatibilidade com todos os produtos de assistência à saúde, utilizados nos estabelecimentos de assistência à saúde, não danifica materiais óticos, instrumentos cirúrgicos, produtos para assistência ventilatória e endoscópios (Olympus, Fujinon, Karl Storz e outros), proporcionando garantia de conservação e maior tempo de vida útil. Estudos Clínicos, e testes realizados por laboratórios oficiais na Europa e no Brasil, demonstraram a excelente atividade desinfetante da GLUCOPROTAMINA frente a microrganismos multirresistentes, mesmo em presença de matéria orgânica, sujidade e baixas concentrações. Diante do desempenho apresentado, a GLUCOPROTAMINA vem sendo considerada como uma opção para as mais atualizadas práticas de Controle de Infecção, onde processos de limpeza e desinfecção exigem a remoção da sujidade (matéria orgânica) e simultaneamente a eliminação de microrganismos4, 5, 6. Considerada como uma substância química ambientalmente segura1,2 pela Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OECD), a GLUCOPROTAMINA possui baixa toxicidade, não é volátil, é altamente solúvel em água, com odor característico agradável, rápida e facilmente biodegradada no meio ambiente. Disch K. Glucoprotamin: A new antimicrobial substance. Zentralbl Hyg unweltmed 1994; 196:357-365. Meyer B, Kluin C. Efficacy of glucoprotamin containing disinfectants against different species of atypical mycobacteria. J Hosp Infect 1999;42:151-154. 3 Côrtes P.B, Gomes K.M., Duarte R.S. Caracterização da Susceptibilidade a Desinfetantes de Micobactérias de Crescimento Rápido Isoladas de Surtos de Infecções de Sítio Cirúrgico (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro). 26 Congresso de Microbiologia. 4 Widmer A.F, MD,MS; Frei R., MD, FAMH. Antimicrobial Activity of Glucoprotamin. A Clinical study of a new disinfectant for instruments. Infection Control and Hospital Epidemiology 2003;762-764. 5 Tysky S., Grzybowska W., Grzeszczuk S., Leszeczynsky P., Stanizewska M., Röhm-Rodowald E., Jakimiak B. Antimicrobial Activity of Glucoprotamin – Containing Disinfectants. Polish Journal Microbiology, 2009; Vol.58, No.4, 347-353. 6 Teste REBLAS / Brasil. Avaliação da atividade antimicrobiana (germes multirresistentes) do produto à base de glucoprotamina em presença de sujeira na concentração de 0,5% (5ml/litro), tempo de contato de 5 minutos. 1 2 , 23 OPINIÃO A complexidade da Higiene Hospitalar Por: Profa. Dra. Kazuko Uchikawa Graziano* A Higiene Hospitalar executada pelo Serviço de Higiene Especializada (SHE) possui três finalidades: bem-estar estético e emocional dos que frequentam os Estabelecimentos de Assistência à Saúde (EAS); controle da contaminação ambiental, diminuindo o reservatório de microrganismos; e conservação patrimonial. Faz-se urgente discutir a segurança das práticas atuais, já que é cada vez mais comum os EAS delegarem essa prática às empresas terceirizadas que, em geral, têm alto turnover e empregam profissionais não qualificados. 24 Embora assimilem a ideia de que o uso de luvas de procedimentos lhes confere proteção, os colaboradores não qualificados não compreendem o risco de contaminação cruzada, oriundo da não retirada imediata de uma luva contaminada ao encerrar um procedimento antes da nova atividade, que contribui para disseminação de microrganismos no ambiente, aumentando as ocorrências de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). tais como pisos, paredes, teto e alguns mobiliários. Dentro das boas práticas, estas não são tocadas pelas mãos dos profissionais de saúde durante os procedimentos, sendo suficiente a limpeza periódica concorrente e a terminal. Exceto em circunstâncias especiais em que haja necessidade de desinfecção consecutiva. As infecções estão entre as mais importantes causas de morbidade e mortalidade relacionadas aos cuidados na assistência. O contato direto ou indireto das mãos contaminadas dos profissionais nos pacientes, por meio de superfícies contaminadas, redundando em IRAS é um fato, e a disseminação de microrganismos resistentes a partir de um pacientefonte é largamente reconhecida. Portanto, a limpeza e a desinfecção segura do ambiente tornam-se complexas e fundamentais para evitar contaminação cruzada intermediada pelas superfícies. Já as superfícies com alta probabilidade de contato com as mãos dos profissionais de saúde como, por exemplo, suportes de soro, bordas de leito, mesas auxiliares e maçanetas, devem estar com o menor inóculo microbiano possível, eliminando risco de transferência dos potenciais patógenos-problema de um paciente a outro. É preciso desinfetar por meio de processo físico ou químico, que destrói microrganismos patogênicos na forma vegetativa, microbactérias, a maioria dos vírus e fungos de objetos inanimados e superfícies. As superfícies dos EAS podem ser classificadas em superfícies fixas, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), as de grande extensão, A contaminação significativa das superfícies ocorre em decorrência dos procedimentos assistenciais a partir do paciente, maior fonte de microrganismos, A limpeza e a desinfecção e não há logística que garanta a imediata presença dos colaboradores do SHE a cada situação de contaminação. Uma proposta a ser analisada pelo EAS seria desencadear uma rotina para que os próprios profissionais de saúde também se responsabilizem pela descontaminação. É preciso que as instituições forneçam recursos práticos e eficientes para facilitar esta atividade. Se isso não for feito, continuaremos convivendo com a transmissão de microrganismos pela falha na adoção de um método eficiente de interrupção da disseminação. *Professora Titular Enfermagem do Departamento Médico-Cirúrgica da segura do ambiente tornam-se complexas e fundamentais para evitar contaminação cruzada intermediada pelas superfícies de Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP) e Chefe Técnica da Divisão de Hospitalidade do Hospital Universitário da USP. Endoclear-Tecnologia em Eletromedicina inova em equipamentos de limpeza e desinfecção de artigos Odonto-Médico-Hospitalares Conjunto de Pistola Pressurizadas AR-ÁGUA- DETERGENTE **PT-100 1010 •Sistemas em cubas para Desinfecção dos Endoscópios •Elimina o uso das ‘‘Caixas Box’’ no processo de desinfecção manual Conjunto de Pistola Pressurizadas AR-ÁLCOOL **PT 100 1010-RINSAGEM Clear Jet Endo Conjunto de Pistola Pressurizadas ÁGUA-VAPOR **PT 100 1010-2 **número de registro ANVISA (Classe II): 80316870002 Reprocessadora Automática para limpeza e desinfecção dos endoscópios flexíveis **ALX 1012 DL/CUBA DUPLA **número de registro ANVISA (Classe I): 80316870005 *Atende a RDC nº 15, De 15 De Março de 2012 - Art. 31 *Atende a RDC nº 6, De 01 De Março de 2013 Carrinho para Transporte dos Endoscópios Flexiveis Contaminados **CALX 1016/C Reprocessadora Automática para limpeza e desinfecção dos endoscópios flexíveis **ALX 1012/COMPAC Carrinho para Transporte dos Endoscópios Flexiveis Desinfetado **CALX 1016/D Atende a RDC nº 15, De 15 De Março De 2012 Art. 53 I [email protected] (16) 3133-1565 Carrinho de transporte para Umectação e Hidratação dos artigos contaminados **CALX 1017/C Carrinho de transporte para artigos desinfetados e esterilizados **CALX 1017/D.E. Atende a RDC nº 15, De 15 De Março De 2012 Art. 53 I Para outros equipamentos acesse: WWW.ENDOCLEAR.COM.BR Estojo Arsenal Endoscópico **EA 06 e EA 12 *Gastro e Colono ***Modelo 06 acomoda até 06 endoscópios ***Modelo 12 acomoda até 12 endoscópios 25 Follow Endoclear Endoclear/Facebook.com FORA DA PROFISSÃO A arte de cuidar refletida em telas e poemas A Profa. Dra. Maria Belén Salazar Posso, pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), em São José dos Campos (SP), onde exerce a atividade profissional há 17 anos, fez da arte o seu hobby. O contato com a pintura começou em casa, desde a infância, a partir da convivência com o artista plástico Victor Salazar Ruiz, seu pai e pintor favorito. Porém, a prática da pintura é recente, adotada quando decidiu distribuir melhor a dedicação entre as atividades profissionais e pessoais. Há algum tempo, no entanto, a Profa. Dra. Maria Belén escreve poemas e pensamentos. “Alguns já foram selecionados em concurso de poesias promovido pela Pró-Reitoria de Integração Universidade/Sociedade, coordenado pelo setor de Cultura da universidade”, conta. Atividades criativas agregaram bem estar à sua vida. “Sou eclética, toda arte me atrai, pois são instrumentos que me proporcionam paz, meditação, tranquilidade, realização e alegria. Fazer as pessoas pararem por alguns minutos e se darem a oportunidade da abstração, e que esta lhes faça sentir bem consigo mesmas ao decodificar o que uma tela ou uma poesia lhes transmitiram, é a melhor recompensa”, descreve. A Profa. Dra. Maria Belén visualiza traços em comum entre um profissional de saúde e um artista. “A vida pessoal e profissional, o cotidiano, iconizado ou grafado, essa simbiose é a mola motivadora dessa busca e satisfação. Sempre tive para mim que o cuidar é uma arte. Então, quem presta assistência, como o enfermeiro, é um artista”, afirma. Na opinião da Profa. Dra. Maria Belén, os benefícios que uma atividade artística pode trazer a um profissional da saúde são vários. “Momentos de estar consigo mesmo, de liberar sentimentos de dor e de amor; plasmar no papel ou na tela sua energia; trocar com o expectador, ou leitor, mesmo que na forma da energia pensante”. Em 12 de maio, Dia do Enfermeiro, a Profa. Dra. Maria Belén prestou uma homenagem à Enfermagem, por meio de um poema. CLIENTE, ENFERMEIRO, ENFERMAGEM Cliente, criança, homem, mulher, idoso. Seres, razão do cuidar do Enfermeiro. Enfermeiro, com arte, ciência e vocação seja você, Maria, Ceci, José ou João, do Brasil, do estrangeiro, do centro ou do menor rincão. no domicílio, hospital, asilo, creche ou comunidade, no caos ou na tranquilidade a todos assiste sem distinção. No seu cotidiano, cuidar. Seja outono, inverno, primavera ou verão. Na pesquisa, ensino, assistência ou gestão, eleva os ideais de sua profissão de forma autônoma ou não, a todos os cantos de sua nação. 26 Enfermagem na simbiose do cliente e Enfermeiro surge a Enfermagem. Vontade e esperança de reverter tristeza em alegria, debilidade em fortaleza, doença em saúde, não saber em saber, morte em viver. Por isso, cliente, atente! Seja você pobre ou rico, sadio ou doente, negro, vermelho, amarelo ou branco, judeu, espírita, católico ou crente. seja indivíduo, família ou comunidade, para o Enfermeiro, não importa, pois, você... Você é Gente! ® Incubadora Stericontrol E-mail: [email protected] www.stericontrol.com - Produto Cod. Z07035 Etiquetas com indicador químico classe 1 da norma ISO 11140-1, com dupla camada adesiva para uso em impressora de termotransferência ou manual. Destaque ® Cod: Z07035 = 70x35mm Rolo com 800 unds. VAPOR = Marrom- Classe 1 N°Ciclo: __________ Lote: ________ Caixa de Cirurgia:___________________________________ Paciente: _________________________________________ Responsável: __________________ Total de peças:_______ Observações: ______________________________________ Cod: 10055000 = 95x50mm Rolo com 500 unds. www.stericontrol.com - Produto Cod. 10055003 Destaque Autoclave: ______ www.stericontrol.com - Produto Cod. 10055000 Destaque Data da Esterilização: ___/___/____ Validade: ___/___/____ Cod: 10055003 = 95x50mm Rolo com 500 unds. 3 Cortes para destaque. E�quetadora para e�quetas com 3 linhas, dupla camada adesiva e com ind. químico Classe 1. 0800 606 1516 27 DICA DE LEITURA MANUA IS DE ES PECIALIZ Livro: Enfermagem em Biossegurança e Bioética Editora: Manole ord.) Coordenadora: Profa. Carvalho (co Ano: 2015 ENfErMA gEM EM BIOSSEgU CENtrO DE MAtEr rANÇA E B IAL, IOétICA Centro de Material, 11 AÇÃO ENfEr CENtrO DMAgEM EM BIOSSEgUE MAtErIAL, rAN BIOétICA ÇA E COORDEN Rachel de EDITORAS ADORA Carvalho DA SÉ RIE Renata Dej tiar Waksm Olga Guilh an ermina Dia s Farah Dra. Rachel de Carvalho A obra faz parte dos Manuais de Especialidades da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE), que criou e vem implementando a ideia de produzir conhecimento destinado a estudantes, profissionais graduados e especialistas em diversas áreas da Assistência à Saúde, há alguns anos. O Curso de Pós-Graduação de Enfermagem em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização existe na instituição há mais de uma década. A grande demanda de assuntos correlatos e a necessidade de material específico levaram à publicação de dois livros: ‘Enfermagem em Centro de Material, Biossegurança e Bioética’ (lançamento em setembro de 2014) e ‘Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação Anestésica’ (lançamento em janeiro de 2015). A obra está dividida em 20 capítulos, escritos por profissionais especializados nos devidos conteúdos, com produção científica e titulação na área, destacando-se os seguintes temas: 28 modalidades da assistência ao paciente cirúrgico; processamento de materiais; responsabilidades dos profissionais que atuam no Bloco Cirúrgico (BC); atualidades, tendências, Tecnologia da Informação e processos de qualidade; Bioética, Ética e Legislação no BC; assistência humanizada ao cliente cirúrgico; Biossegurança (ambiente, equipe e paciente); Vigilância Epidemiológica; prevenção e controle de Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC); Sistema de Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP); Classificações de Enfermagem, entre outros assuntos de grande interesse e especificidade na Enfermagem Perioperatória. A obra servirá de guia para a assistência, o ensino e a pesquisa entre profissionais da Enfermagem e de outras áreas da saúde, que trabalham no seu dia a dia com pacientes em fase perioperatória, nos períodos pré-operatório, transoperatório e pós-operatório. BEM-ESTAR Falta de memória devido ao estresse? Nem sempre... Morar e trabalhar em uma grande metrópole, por si só, já é um fator estressante. Para os profissionais da área da saúde, soma-se a permanência em um ambiente que eleva o nível de esgotamento mental, devido a circunstâncias comuns em sua rotina, como a carga de trabalho. Frequentemente, a fadiga causa no profissional de Enfermagem a impressão de que esteja sofrendo uma perda de memória. A Revista SOBBEC com Você consultou o especialista em Neurologia do Comportamento, Dr. Paulo Bertolucci, Professor Adjunto e Livre Docente na Disciplina Neurologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), para saber o que é verdade e como os Enfermeiros podem melhorar seu desempenho mental. “É comum ouvir dos profissionais de saúde relatos de ‘memória ruim’. No entanto, é importante esclarecer que esta sensação pode estar mais relacionada à desatenção, motivada pelo pouco ou pela má qualidade do sono e, consequentemente, à falta de concentração. Outras doenças que podem ser confundidas com falta de memória são a ansiedade e a depressão”, esclarece o Dr. Bertolucci. A boa notícia é que uma postura proativa para cuidar da própria saúde pode reverter este quadro. “Quando digo a um paciente ou Enfermeiro que ele não pode continuar sem praticar atividade física, a primeira argumentação é que não dispõe de tempo. Quando sou enfático em afirmar que a falta de cuidados vai comprometer a sua vida, surpreendentemente, ele encontra a disponibilidade”. Duas a três horas por semana totalmente fora do ambiente de trabalho, com regularidade, em atividades relaxantes como a ioga e a natação, são a saída para reverter este quadro. Mesmo leituras não relacionadas à rotina podem contribuir e adiar processos degenerativos associados à idade, como o Mal de Alzheimer. Atividades competitivas, como esportes coletivos, podem gerar cobranças e aumentar o estresse. Por isso, não são recomendados. O importante é quebrar a rotina. “No início, é comum ouvir relatos de preocupação com o trabalho. Mas, gradativamente, o profissional percebe que estas horas não alteraram o que aconteceria no hospital, na clínica, ou com o paciente. Elas eliminaram tudo aquilo que ele associava erroneamente à falta de memória, como a fadiga e a pouca concentração.” Bem dimensionada, a relação com o paciente é outro fator que pode ajudar o profissional de Enfermagem a reduzir o desgaste. “A boa formação individual, associada a um bom treinamento fornecido pela instituição de saúde, contribui para que o Enfermeiro saiba ser empático, colocando-se no lugar do paciente, mas também saiba se posicionar ‘de fora’, numa postura que o permita olhar e pensar nos procedimentos necessários para melhorar a situação de quem está sob os seus cuidados. O desequilíbrio pode levar à tensão, a falhas e tumultuar o trabalho de todo o corpo clínico. É essencial, portanto, estar ciente de seu papel”, ressalta. Um adulto saudável trabalha com 100% da sua capacidade de memória. Se possuir algum problema de saúde, não praticar atividades físicas ou abusar de maus hábitos, como o uso excessivo de tranquilizantes e bebidas alcoólicas, pior. Não há como recuperar, mas a mudança de estilo de vida contribui para que a memória não se deprecie. “Minha recomendação é: se você cuida da saúde dos outros, trate de cuidar antes da sua. Dê o exemplo!”, insiste o Dr. Bertolucci. 29 SAVE THE DATE 15º Congresso Mundial de Esterilização DE 15 A 18 DE OUTUBRO PRAGA, REPÚBLICA TCHECA Prepare-se para o encontro mundial de esterilização A SOBECC levará uma delegação para o encontro. O profissional que tiver interesse, pode entrar em contato com a Master Turismo, agência parceira da Associação, e conferir os pacotes de viagens para o período do congresso. CONFIRA ALGUMAS OPÇÕES: RADISSON BLU ALCRON O hotel fica a 15 minutos do Centro de Convenções, e está localizado perto da famosa avenida Wenceslas Square e das outras atrações históricas da cidade, como a Ponte Charles, o Bairro Judeu e do Teatro Nacional. PACOTE DE 14 A 19 DE OUTUBRO (5 DIÁRIAS) Preço das diárias (iniciam às 15h e terminam às 12h): • apartamento single EUR1.319,00* • apartamento duplo EUR1.500,00* Inclui: café da manhã servido no restaurante; transfer aeroporto – hotel – aeroporto (privativo) Taxa de EUR 8,50 por pessoa/por noite cobrado no destino. • apartamento single EUR 754,00* • apartamento duplo EUR 860,00* Inclui: café da manhã servido no restaurante, transfer aeroporto – hotel – aeroporto (privativo) Taxa de EUR 6,05 por pessoa/por noite cobrado no destino. DESIGN HOTEL ELEPHANT 4 O luxuoso hotel está a apenas 200m da Estação de Metrô Florence do Terminal Rodoviário Internacional de Praga, e fica a uma rua de distância da histórica Praça da República e do Shopping Palladium. PACOTE DE 14 A 19 DE OUTUBRO (5 DIÁRIAS) Preço das diárias (iniciam às 15h e terminam às 12h): • apartamento single EUR 768,00* • apartamento duplo EUR 874,00* Inclui: café da manhã servido no restaurante; transfer aeroporto – hotel – aeroporto (privativo) Taxa de EUR 6,05 por pessoa/por noite cobrado no destino. *VALORES SOB CONSULTA CALCULADOS EM EURO E SUJEITOS A MODIFICAÇÕES PENTAHOTEL PRAGUE Com conceito de hotel design, o moderno hotel está a 15 minutos a pé do centro histórico e da Praça Venceslau, e a apenas a 100m da Estação de Metrô Křizíkova. PACOTE DE 14 A 19 DE OUTUBRO (5 DIÁRIAS) Preço das diárias (iniciam às 15h e terminam às 12h): 30 Reservas Para saber informações sobre hospedagens, passagens aéreas, valores e formas de pagamentos, ligue para a Master Turismo no telefone (11) 2122-0570, ou envie um e-mail para [email protected] AVAGARD CHG TM é a evolução que chegou para mudar Os benefícios proporcionados pela ação efetiva dos antissépticos no preparo cirúrgico das mãos são inquestionáveis, pois estão diretamente relacionados com a redução e controle de infecções do sítio cirúrgico e seus consequentes custos. A necessidade de aperfeiçoamento desta técnica vem sendo observada ao longo dos anos com o propósito de oferecer maior eficácia na eliminação da microbiota transitória e parte da residente. Segundo as diretrizes do CDC¹ e AORN², os agentes para preparo cirúrgico das mãos devem: • Reduzir significativamente os microrganismos em pele intacta; • Conter emolientes e umectantes para evitar a irritação da pele; • Ser de amplo espectro; • Ser de ação rápida; • Ter um efeito persistente e cumulativo. Saiba porque Avagard™ CHG é a evolução que chegou para mudar a antissepsia cirurgica de mãos Escovação das Mãos com Iodo ou CHG • • • • É necessário o uso de escova e água; Fricção com intensidade; Pode causar danos à pele; Escovação de 3 a 5 minutos. AVAGARD™ CHG • Dispensa o uso de escova e água; • Com hidratante, não causa danos à pele; • Combina 2 ingredientes ativos: álcool com ação imediata e CHG com atividade persistente e cumulativa; • Aplicação simples em 3 passos. Avagard™ CHG. Segurança e eficácia comprovadas pelo FDA³. O conceito de antissepsia cirúrgica de mãos sem enxágue e sem escovação foram publicados pelo CDC e AORN. Referências: 1 Centers for Disease Control and Prevention. Guideline for hand hygiene in health-care settings: recommendations of the Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee and the HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Hygiene Task Force. MMWR 2002;51(RR-16):1-45. 2 Recommended practices for product selection in perioperative practice settings. In: Perioperative Standardsand Recommended Practices. Denver, CO: AORN, Inc; 2013:63-75. 3 FDA Tentative Final Monograph (TFM) for Health Care Antiseptic Drug Products, Proposed Rule Federal Register Part III, Vol. 59, No. 116 (Friday, June 17, 1994) Fale com a 3M 0800-0132333 www.3M.com.br [email protected] 31 DETERGENTES ENZIMÁTICOS NEOZIME 5 E NEOZIME ECO ISENTOS DE NONIL FENOL* *O tensoativo Nonil Fenol é de uso restrito na comunidade europeia – veja matéria em nosso blog. Registrados pela ANVISA Menor nível de espuma do mercado Instrumental limpo e conservado garante QUALIDADE DO SERVIÇO prestado ao paciente. 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