CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a promoverem as transformações futuras” ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DE SISTEMAS DE BIODIGESTÃO A PARTIR DA BIOMASSA RESIDUAL DE SUÍNOS E BOVINOS NO CONDOMÍNIO DE AGROENERGIA SANGA AJURICABA JESSICA YUKI DE LIMA MITO Foz do Iguaçu - PR 2013 JESSICA YUKI DE LIMA MITO ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DE SISTEMAS DE BIODIGESTÃO A PARTIR DA BIOMASSA RESIDUAL DE SUÍNOS E BOVINOS NO CONDOMÍNIO DE AGROENERGIA SANGA AJURICABA Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas (UDC), como requisito para obtenção do grau de Engenheiro Ambiental. Prof(a). Orientadora: Rubio Foz do Iguaçu – PR 2013 Fernanda TERMO DE APROVAÇÃO CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS ANÁLISE DE SISTEMAS DE BIODIGESTÃO NO CONDOMÍNIO DE AGROENERGIA SANGA AJURICABA TRABALHO FINAL DE CONCLUSÀO DO CURSO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA AMBIENTAL Acadêmico(a): Jessica Yuki de Lima Mito Orientadora: Ms. Fernanda Rubio Nota Final Banca Examinadora: Prof(ª). Ms. Prof(ª). Ms. Foz do Iguaçu, ____ de ________________ de 2013. DEDICATÓRIA Aos meus pais que estiveram presentes em toda minha caminhada. Aos meus irmãos que me apoiaram, incentivaram ao longo desta graduação. Aos meus amigos que entenderam minhas ausências durante meus estudos. AGRADECIMENTOS A Deus pela constante presença em minha vida, sempre guiando meus passos e minhas decisões pelos caminhos mais adequados. Agradeço a ele por ter me dado forças a seguir adiante, colocando pessoas, amigos, para que eu não perdesse o foco nesse período de cinco anos e por todas as oportunidades a mim concedidas. A minha família, Maria Aparecida de Lima, Cícero Ribeiro da Silva, Daina de Lima Mito, Charles de Lima Mito, por todo amor, amizade, sinceridade, dedicação, incentivo, orientação, confiança, tolerância, conjunto não apenas durante essa etapa, mas em todos os momentos de minha vida. A minha orientadora, Fernanda Rubio, pela orientação, incentivo e oportunidade de aprendizado, cujo conhecimento e apoio técnico foram imprescindíveis para este trabalho. Por toda a confiança, pelo grande incentivo, pelos conhecimentos repassados, não só durante este trabalho, mas, também, durante as aulas, pelas horas que perdeu de descanso, pelo amor que possuí naquilo que faz e pela brilhante influencia e exemplo que és. Ao Elson Costa Gomes, por me acompanhar, ajudar, incentivar, compreender, por fazer com que esta reta final parecesse mais fácil, por todo carinho e dedicação que demonstra. Obrigada meu bem. As amigas Graziele Burmman, Ana Flávia da Silva, Andriele Bender, Marjorie Spindola por me acompanharem em diversos momentos da vida e por compreenderem a minha ausência. As pessoas que foram fundamentais a alimentar a vontade de concluir esta graduação, aquelas em quem me espelhei, pessoas por quem tenho grande admiração, profissional e pessoal: Felipe Souza Marques, Dangela Maria Fernandes, Leidiane Mariani, Leonardo Pereira Lins, Luís Thiago Lúcio, Rafael Nicklevics e Caroliny Matinc. Agradeço pela oportunidade de conhecer e aprender com cada um. A equipe do Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), pelas oportunidades, confiança, conhecimento e experiências disponibilizadas. A todos os professores, pelos ensinamentos transmitidos. Aos meus colegas de graduação, pelas experiências compartilhadas, troca de conhecimento e amizade que construímos ao longo desses cinco anos, em especial a Patrícia, Sabrina, Beatriz, Franciele e Fabio. Finalmente, agradeço a todos que de alguma forma, corroboraram na concretização deste incentivaram. Muito Obrigada! trabalho, deram seus palpites, criticaram e EPÍGRAFE “Tenha equilíbrio e alegria. Saiba ser reconhecido. Procure ser humilde. Saiba agradecer.” Torres Pastorino MITO, Jessica Yuki de Lima. Análise de sistemas de biodigestão no Condomínio de Agroenergia Sanga Ajuricaba. Foz do Iguaçu, 2013. Projeto de Trabalho Final de Graduação - Centro Universitário Dinâmica das Cataratas. RESUMO A relevante produção pecuária no Brasil gera uma quantidade expressiva de biomassa residual de alta carga orgânica. Sendo assim, há a preocupação em destinar adequadamente estes resíduos, e buscar tecnologias que realizem um tratamento eficiente, além de trazer incentivos econômicos. Diante desta situação, alguns sistemas chamam a atenção, como os biodigestores, que promovem o tratamento de efluentes gerando produtos e coprodutos, como o biogás, e consequentemente energia térmica, elétrica e veicular, além do digestato que pode ser utilizado na adubação de solos. Os Condomínios de Agroenergia surgem como um ramo promissor em pequenas propriedades rurais, viabilizando a instalação de projetos energéticos em áreas rurais. O presente estudo teve como objetivo comparar a eficiência da degradação da biomassa residual, em quatro biodigestores de modelo rígido, instalados no Condomínio de Agroenergia Sanga Ajuricaba, localizado na cidade de Marechal Cândido Rondon - PR. A eficiência foi analisada pelos parâmetros físico-químicos, tais como Sólidos Totais (ST), Voláteis (SV), Fixos (SF) e pH. Os biodigestores foram comparados quanto a alimentação recebida, sendo: biomassa da bovinocultura, e com a mistura de biomassa bovina e suína. Observou-se que não diminuiu significativamente a quantidade de SV, comparando-se entrada e saída dos biodigestores, sendo de 19,40% a média de eficiência do melhor biodigestor, o que indica que os biodigestores não estão degradando, consideravelmente, a matéria orgânica do efluente. O biodigestor que se demonstrou mais eficiente entre os quatro, foi o alimentado somente por biomassa da bovinocultura (propriedade 414). No entanto, apesar da não esperada degradação, vale ressaltar que o sistema de biodigestão é uma alternativa sustentável e viável na estabilização da matéria orgânica, necessitando de estudos futuros com características promissoras. Palavras-Chave: Biomassa residual – Biodigestor – Biogás MITO, Jessica Yuki de Lima. Analysis of biodigestion system in the Sanga Ajuricaba Agroenergy Condominium. Foz do Iguacu, 2013. Project to Completion of Course Work – Centro Universitário Dinâmica das Cataratas. ABSTRACT The relevant livestock production in Brazil generates a significant amount of residual biomass with a high organic load. Thus, there is a concern in properly destine these wastes and seek technologies that realize an effective treatment, and bring economic incentives. Faced with this situation, some systems attract attention such as biodigesters which promote effluents treatment creating products and co-products such as biogas and consequently energy (thermal, electrical and vehicular) plus products that can be used to fertilize soils. The Agroenergy Condominiums emerge as a promising line on small farms, enabling the installation of energy projects in rural areas. This study aims to compare the degradation efficiency of residual biomass in four biodigesters of rigid model installed in Sanga Ajuricaba Agroenergy Condominium, located in the city of Marechal Candido Rondon. The efficiency was analyzed with physico-chemical parameters such as Total Solids (TS), Volatile (VS), Fixed (SF) and pH. The biodigesters were compared regarding the received input as follows: biomass of bovine culture and a mixture of bovine and pork biomass. It was observed that did not have a significantly decrease in the amount of SV comparing the input and output of the digester being 19.40% the mean efficiency of the better biodigester, which indicates that the biodigesters are not considerably degrading the effluent organic matter . The biodigester that showed great efficient among the four was the one fed only with bovine culture biomass (farm 414). However, despite the unexpected degradation , it is worth mentioning that the system of biodigestion is a sustainable and viable in the stabilization of organic matter, requiring more studies with promising characteristics. Keywords: Residual biomass – Biodigester – Biogas. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Conversão de biomassa................................................................... 18 Figura 2: Modelo de biodigestor plug-flow....................................................... 24 Figura 3: Modelo biodigestor indiano. ............................................................. 25 Figura 4: Modelo biodigestor chinês................................................................ 25 Figura 5: Biodigestores de fluxo ascendente................................................... 26 Figura 6: Composição média do biogás .......................................................... 27 Figura 7: Localização do município de Marechal Cândido Rondon – PR....... 30 Figura 8: Imagem aérea do PTI....................................................................... 31 Figura 9: Mapa de localização da Microbacia Sanga Ajuricaba. ..................... 33 Figura 10: (A) pH da propriedade 336; (B) pH da propriedade 490; (C) pH da propriedade 484; (D) pH da propriedade 414................................................... 38 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Rebanho suíno e bovino. ................................................................. 19 Tabela 2: Quantidade de excremento produzido por tipo de rebanho. ............ 20 Tabela 3: Relação das propriedades participantes do Condomínio................. 34 Tabela 4: Propriedades selecionadas.............................................................. 35 Tabela 5: Resultado das análises de sólidos das propriedades em estudo. ... 36 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO 15 2.1 FONTES DE ENERGIA .............................................................................. 15 2.1.1 Energias Renováveis............................................................................... 15 2.2 BIOMASSA................................................................................................. 17 2.3 ATIVIDADE AGROPECUÁRIA NO BRASIL ............................................... 19 2.3.1 Importância da destinação adequada dos dejetos .................................. 19 2.4 PROCESSO DE BIODIGESTÃO ................................................................ 20 2.4.1 Fatores que influenciam a biodigestão .................................................... 21 2.4.1.1 Temperatura......................................................................................... 21 2.4.1.2 Potencial hidrogênionico (pH) .............................................................. 22 2.4.1.3 Nutrientes ............................................................................................. 22 2.4.1.4 Sólidos.................................................................................................. 23 2.4.1.5 Biodigestores........................................................................................ 23 2.4.1.5.1 Biodigestor modelo Plug Flow ........................................................... 24 2.4.1.4.2 Biodigestor Modelo Indiano e Chinês ................................................ 25 2.4.1.4.3 Biodigestor do tipo Upflow Anaerobic Sludge Blanket (UASB).......... 25 2.4.2 Biogás ..................................................................................................... 26 2.5 CONDOMÍNIOS DE AGROENERGIA ........................................................ 28 3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 30 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO............................................. 30 3.1.1 Município de Marechal Cândido Rondon – PR, Condomínio de Agroenergia para Agricultura Familiar Sanga Ajuricaba................................... 30 3.1.2 Centro Internacional de Energias Renováveis – CIBiogás – ER ............. 31 3.1.3 Unidade de Demonstração - Condomínio de Agroenergia Sanga Ajuricaba ......................................................................................................................... 32 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................... 33 3.2.1 Seleção das propriedades....................................................................... 33 3.2.2 Análise das amostras .............................................................................. 35 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 36 4.1 PARÂMETROS ANALISADOS NAS PROPRIEDADES.............................. 36 4.1.1 Sólidos..................................................................................................... 36 4.1.2 pH............................................................................................................ 38 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 40 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 41 14 1 INTRODUÇÃO O intenso crescimento das atividades humana nos últimos tempos, tanto em meio urbano quanto rural, gerou um aumento da produção de resíduos e desencadeou diversas modificações nas escalas sociais, econômicas e ambientais. Diante disto, identifica-se a necessidade em se optar por alternativas que proporcionem a ascensão da sustentabilidade. A área de energias renováveis exerce importante posicionamento diante a sociedade, uma vez que essas fontes alternativas fazem com que não haja uma sobrecarga das fontes tradicionais e nem dependência dos combustíveis fósseis. O biogás, por sua vez, torna-se uma alternativa e solução, principalmente, para os resíduos líquidos e sólidos, por exemplo, agropecuários, agroindustriais e domésticos, tanto na produção de energia e renda, bem como para promover o saneamento ambiental do local com a utilização de dispositivos adequados para o tratamento do efluente. O relevante crescimento das produções agropecuárias, dentre eles bovinos e suínos, são ocasionados pela crescente demanda mundial, gerando considerável contribuição para o setor econômico. Porém, possuem imenso passivo ambiental, com a geração de dejetos. No entanto, se estes resíduos forem destinados de forma adequada podem oferecer benefícios, sendo o biogás possuidor de considerável valor energético e econômico. Os biodigestores são sistemas que realizam o processo de biodigestão da biomassa residual da pecuária e propiciam a geração do biogás. Neste sentido Condomínios de Agroenergia, surgem como um ramo promissor em pequenas propriedades rurais, para a geração distribuída (GD) de energia, utilizando-se de uma fonte energética alternativa, viabilizando (a instalação de projetos energéticos) assim projetos neste ramo, além de diminuir impactos negativos ao meio ambiente e aumentar a renda de produtores da área rural. Portanto, este estudo teve como objetivo analisar a eficiência de degradação da biomassa residual, de suínos e bovinos, em sistemas de biodigestão instalados no Condomínio de Agroenergia Sanga Ajuricaba, localizado na cidade de Marechal Cândido Rondon - PR, por meio da análise de parâmetros físico-quimicos, tais como sólidos totais, voláteis, fixos e pH. 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 FONTES DE ENERGIA Desde a Idade Média as principais fontes de energias eram provenientes dos cursos de água, dos ventos e mais adiante, devido a Revolução Industrial, o carvão, petróleo e o gás, derivados das reservas fósseis, tornaram-se as principais fontes de energia (CRISPIM, 2010). Atualmente, o petróleo é a principal fonte que move o mundo moderno, porém, há outras fontes de energia como o gás natural, a energia eólica, solar, hidráulica e os biocombustíveis (PETROBRAS, 2013), sendo essas fontes renováveis de energia. O aumento da demanda por energia está diretamente relacionado ao crescimento populacional e há necessidade de se pesquisar novas fontes de energia, uma vez que a produção energética não está acompanhando este crescimento (CARVALHO, 2012). 2.1.1 Energias Renováveis As fontes renováveis de energia são largamente e constantemente analisadas e parcialmente implementadas, evidenciando os aspectos ambientais, que visam principalmente a redução da poluição atmosférica, permitindo assim que as tecnologias propostas melhorem o desempenho das mais variadas fontes (CORDANI et al., 1997). As energias renováveis exercem um grande papel no desenvolvimento sustentável, sendo o Brasil possuidor de grande potencial em relação à obtenção de energia proveniente da biomassa decorrida do abundante número de florestas e da significativa quantidade de resíduos gerados pelos processos agropecuários (ESPARTA, LUCON e UHLIG, 2004). 16 Dentre os diversos benefícios, as fontes renováveis promovem o desenvolvimento tecnológico, além de apresentar diversas vantagens ambientais, como a diminuição dos gases de efeito estufa (GEE’s) (PETROBRAS, 2013). Segundo Camilo (2012), a demasiada emissão de gases do efeito estufa e a provável carência do petróleo, são alguns dos motivos pelos quais as fontes de energias renováveis venham a se aprimorar, sendo assim, as energias renováveis tendem ao crescimento, por serem uma fonte de desenvolvimento tecnológico, visando a sustentabilidade ambiental, social e econômica (CRISPIM, 2010). Deublein (2008) menciona que a busca por fontes alternativas de energias renováveis tem a aumentar devido a elevação dos custos e dos recursos provenientes de combustíveis fósseis. Diferentemente das energias renováveis, que buscam diversas vezes os fatores climáticos de cada região e sua localização geográfica. De acordo com a ANEEL (2013), no Brasil cerca de 64,24% da energia elétrica provém de hidrelétricas e 8,43% é por biomassa, dentre estas destaca-se o biogás. Fontes essas, consideradas renováveis e de extensa ascensão (Quadro 1). Quadro 1: Matriz de energia elétrica no Brasil. Empreendimentos em Operação Capacidade Instalada N° de Usinas (kW) Tipo Hidro Gás Petróleo Biomassa Nuclear Carvão Mineral - Total % N° de Usinas (kW) 1.080 85.559.680 64,24 150 13.628.772 10,23 1.120 7.451.530 5,6 472 11.225.482 8,43 1.080 85.559.680 64,24 Natural 111 11.945.109 8,97 Processo 39 1.683.663 1,26 1.087 3.502.707 2,63 Óleo Residual 33 3.948.823 2,96 Bagaço de Cana 375 9.156.436 6,67 Licor Negro 16 1.530.182 1,15 Madeira 50 422.837 0,32 Biogás 22 79.594 0,06 Casca de Arroz 9 36.433 0,03 2 1.990.000 1,49 2 1.990.000 1,49 12 3.024.465 2,27 12 3.024.465 2,27 2.137.372 1,6 8.170.000 6,13 133.194.419 100 Óleo Diesel Carvão Mineral Eólica Importação % 103 2.137.372 1,6 103 Paraguai - - 5.650.000 5,46 - Argentina - 2.250.000 2,17 - Venezuela - 200.000 0,19 - Uruguai - 70.000 0,07 - 2.973 133.194.419 100 2.973 Total Fonte: ANEEL (2013). 17 No entanto, Lora e Andrade (2004) apud Moers et al. (2010), aponta que tanto em escala mundial, como no Brasil o potencial energético da biomassa é considerável, podendo se tornar uma das soluções para o fornecimento de eletricidade em comunidades isoladas, incentivando o desenvolvimento de atividades extrativistas sustentáveis, que contribuam para o desenvolvimento destas comunidades. 2.2 BIOMASSA A biomassa é considerada como qualquer material passível de ser decomposto pela ação de diferentes tipos de bactérias (NEVES, 2010). Cortez, Lora e Gómez (2008) e Steffan (2012) relatam que a biomassa é a quantidade de matéria orgânica produzida em determinado local, podendo ser oriunda de resíduos orgânicos como os resíduos agroindustriais, agropecuário e urbanos, resultando em inúmeras vantagens, como a produção de gás que proporciona a geração de energia. A biomassa pode ser um recurso alternativo aos combustíveis fósseis, porém esta requer tratamentos prévios, bem como equipamentos adequados para a conversão energética final. Por este motivo, é essencial introduzir métodos e tecnologias que tornem a biomassa um importante componente competitivo no uso dos combustíveis dentro do mercado energético (FELFLI, 2003). Na geração de eletricidade, a biomassa pode ser utilizada diretamente, sendo transformada a energia térmica em energia elétrica, ou pode ser transformada em gás ou líquido, utilizando-se posteriormente tecnologias como motores de combustão interna e turbinas a gás para a geração de eletricidade a partir destes combustíveis (BARROS et al., 2004). Há diversos métodos na conversão de biomassa em energia, conforme apresenta a Figura 1. 18 Figura 1: Conversão de biomassa. Fonte: Centro Nacional de referência em biomassa (CENBIO) (2013). A biomassa gerada proveniente das atividades agropecuárias integra a geração de emprego e renda com o desenvolvimento sustentável (BLEY JUNIOR et al., 2009). Há uma demanda pela diversificação de tecnologias em energia renovável, e o Brasil possui condições favoráveis para o aproveitamento energético de biomassa gerada pelas atividades produtivas nas áreas rurais, sendo a atividade pecuária responsável pela produção de dejetos que passam pela atividade biológica e produz o biogás, elemento possuidor de valor energético (MELEGARI DE SOUZA et al., 2004). Esperancini et al. (2007) relatam coloca que uma das alternativas para aproveitamento da biomassa para a geração de energia é a utilização do processo de biodigestão anaeróbia de resíduos de animais. 19 2.3 ATIVIDADE AGROPECUÁRIA NO BRASIL O Brasil, no quesito território é o quinto maior do mundo, cerca de 174 milhões de hectares está ocupado por pastagens. Devido à variabilidade de clima os sistemas produtivos são bastante diversificados, assim como seus produtos e a tecnologia aplicada a estes sistemas, que se aprimoram para uma pecuária cada vez mais eficiente e sustentável (ABIEC, 2013). O efetivo de rebanhos de suínos, em 2012, nas grandes regiões brasileiras ficava em torno de 38.795.902 de cabeças e a bovinocultura em torno de 211.279.082 de cabeças (SIDRA/IBGE, 2012). A Tabela 1, demonstra os rebanhos de suinocultura e bovinocultura das regiões do país. Tabela 1: Rebanho suíno e bovino. Região Sul Sudeste Nordeste Centro Oestes Norte Total Número de animais no Brasil Suínos Bovinos 27.627.551 19.212.426 39.206.257 7.131.055 28.244.899 5.857.733 72.385.029 5.105.469 43.815.346 1.489.219 211.279.082 38.795.902 Fonte:SIDRA/IBGE, 2012. As exigências do mercado agropecuário, incentivam o setor produtivo a otimizar os processos produtivos, fazendo com que sua atividade também seja diferenciada, seja a respeito a parte ambiental, como na área econômica da atividade (LUCAS JR e SANTOS, 2000). Um desses processos é a destinação correta dos resíduos. A importância em se realizar a destinação correta do efluente gerado, pelas atividades pecuárias, propícia o saneamento rural de possibilitatr a redução de custo e até a geração de renda dos produtores (PALHARES, 2012). 2.3.1 Importância da destinação adequada dos dejetos Os efluentes oriundos da produção animal tem destaque no quesito poluição, pois é, uma das principais fontes poluidoras dos recursos hídricos, 20 superando até os índices das indústrias, consideradas grandes causadoras da degradação ambiental (CAMILO, 2012). Os dejetos são altamente poluentes, pois possuem elevadas concentrações de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), sólidos e nutrientes (ANGONESE et al., 2006), e se não manejados e destinados corretamente, podem causar problemas ambientais (PERDOMO et al., 2003; KUNZ, 2006). Nas criações em confinamento, o custo e a viabilidade de coleta são significativamente melhorado. A Tabela 2, apresenta a quantidade de excremento produzido, por tipo de rebanho (CENBIO, 2013). Tabela 2: Quantidade de excremento produzido por tipo de rebanho Animal Gado de corte Gado de leite Suínos Equinos Aves Massa animal (kg) 500 500 100 500 2.5 Volume Excremento 0,028-0,037 0,031-0,035 0,0056-0,0078 0,025 0,00014-0,00017 Massa úmida excremento 27,7-36,6 30,2-35,0 5,4-7,6 28,0 0,14-0,17 Matéria seca (%) 10 10 10 20 20 Fonte: Adaptado por CENBIO (2013). Pires e Matiazzo (2008) relatam em seus estudos, a importância da reciclagem dos resíduos para a obtenção dos benefícios ligados ao saneamento e a utilização do conteúdo orgânico altamente nutritivo. O manejo adequado dos dejetos torna-se uma alternativa econômica para a propriedade rural, sem comprometimento da qualidade ambiental (OLIVEIRA et al., 2000). Prati (2010) analisou a geração de energia elétrica por meio do biogás produzido com o tratamento de dejetos da pecuária e verificou melhorias social, econômica e ambiental na qualidade de vida em propriedades rurais. 2.4 PROCESSO DE BIODIGESTÃO Existem vários processos para converter determinada biomassa em energia, como verificado na Figura 1, dentre elas destaca-se o processo de, 21 provavelmente, seja mais viável é a biodigestão anaeróbia (LUCAS JÚNIOR e SANTOS, 2000). Para que, ocorra o sucesso da biodigestão anaeróbica é necessário garantir alguns requisitos, de modo que o processo seja bem-sucedido, sendo estes os nutrientes requeridos pela população microbiana, a temperatura, pH, o uso mais apropriado do modelo de biodigestor, conforme o tipo de biomassa a ser digerida e a vazão desta (SILVA, 2003). Os sistemas de biodigestão são utilizados devido sua alta degradabilidade de materiais orgânicos com altas concentrações de Sólidos Voláteis e Demanda Química d Oxigênio (GEBLER e PALHARES, 2007). Segundo Amaral et al., (2004), a biodigestão anaeróbica é uma alternativa para o tratamento de resíduos pecuários, pois, contribui para o tratamento e redução provável de contaminação desses resíduos, ainda produz o biogás, que é fonte de energia renovável. 2.4.1 Fatores que influenciam a biodigestão Segundo Silva (2003), para que ocorra o sucesso da biodigestão anaeróbica é necessário garantir alguns requisitos: • Disponibilidade de nutrientes • Temperatura • Potencial hidrogênico (pH) • Tempo de retenção hidráulica (TRH) • Modelo do biodigestor utilizado, conforme o tipo de biomassa. 2.4.1.1 Temperatura Segundo Burke (2001), a temperatura é um parâmetro que influencia diretamente o desempenho dos microorganismos, e consequentemente, a produção 22 de biogás. Sendo que para Soares e Silva (2010), as bactérias liberam uma quantidade maior de gás metano em regiões onde o clima é mais elevado. Lucar Junior e Souza (2009) também afirmam que a taxa de produção de biogás depende da temperatura, pois, biodigestores operando em maior temperatura produzem maior quantidade de biogás e mais rapidamente que aqueles que operam em baixas temperaturas. Miranda et al. (2006) verificaram que em temperaturas de 35°C e 40°C, houve um maior desempenho no processo de biodigestão, o aquecimento do substrato, oferece melhores condições para a atuação dos microorganismos. 2.4.1.2 Potencial hidrogênionico (pH) As bactérias que realizam quatro fases da biodigestão anaeróbica tem exigências individuais de pH (BACKES, 2011). Comastri Filho (1991) afirma que mudanças no pH do meio afetam sensivelmente as bactérias envolvidas no processo de digestão. Para Kunz (2010), o pH ideal deve estar entre 6,6 a 7,4, mas valores entre 6,0 e 8,0 ainda são aceitáveis. 2.4.1.3 Nutrientes Para que, ocorra uma boa fermentação no interior de um biodigestor é necessário que haja um equilíbrio entre os nutrientes, alguns macronutrientes e micronutrientes são fundamentais ao desenvolvimento dos microorganismos (COMASTRI FILHO, 1981). A qualidade e o volume de biogás estão diretamente relacionados com a matéria orgânica do substrato, sendo necessária também a quantidade de sólidos voláteis contido no material (BACKES, 2011). 23 2.4.1.4 Sólidos A fração sólida da amostra que fica, após seca a determinada temperatura é chamada de sólidos totais (ST) (ABNT/NBR 10664, 1989). A determinação de ST é necessária para verificar as frações de Sólidos Voláteis (SV) e Sólidos Fixos (SF) presentes na amostra. O SV corresponde ao conteúdo orgânico dos sólidos. É caracterizado pela matéria biodegradável, e tem relação direta com a capacidade de produção de biogás, pois, o conteúdo orgânico volatiliza. O SF refere-se ao conteúdo inorgânico dos sólidos (LABIOGÁS, 2013). Em seus estudos Kunz (2010) encontrou 78% de eficiência na remoção de sólidos em um biodigestor modelo UASB, alimentado por dejetos de suínos. Campos et al. (2004) encontraram 32% na eficiencia de um biodigestor na redução de sólidos voláteis para o mesmo modelo de biodigestor, porém alimentado por resíduos de laticínio. Bortolli (2009), alimentando um reator UASB encontrou 39% na redução de SV. 2.4.1.5 Biodigestores O biodigestor é uma câmara de sistema fechado onde ocorre de forma anaeróbia a digestão da matéria orgânica (BERNI, 2011). O biodigestor é uma estrutura que proporciona condições favoráveis, para que a degradação da matéria orgânica seja realizada, por bactérias anaerobicamente (BLEY JÚNIOR et al., 2009). O biodigestor é um sistema que pode promover o saneamento ambiental, a produção de fertilizantes e energia (LIMA, 2008), pode ser utilizado para o gerenciamento de dejetos, neste caso, os sistemas utilizam uma reduzida área, e permitem a agregação do valor ao resíduo mediante o aproveitamento energético e térmico do biogás (KUNZ et al., 2004; AMARAL et al., 2004). Segundo Gaspar (2003), e Oliveira (2012), o biodigestor é um dispositivo onde a biomassa é fermentada anaerobicamente, produzindo biogás e digestato, este dispositivo 24 proporciona condições adequadas para que os micro-organismos, especificamente bactérias metanogênicas, atuem sobre a matéria orgânica e produza o gás metano. 2.4.1.5.1 Biodigestor modelo Plug Flow Os biodigestores canadenses, ou também conhecidos como plug flow, fluxo tubular, são constituídos por uma vala onde é impermeabilizada com uma manta plástica com uma cobertura sobre ela, auxiliando o processo de biodigestão anaeróbia (DIAZ, 2006). O biodigestor canadense é vastamente utilizado em propriedades rurais, e dentre as demais tecnologias disponíveis é uma das mais utilizadas (NEVES, 2010). A Figura 2 apresenta o modelo de biodigestor plug-flow. Figura 2: Modelo de biodigestor plug-flow. Fonte: Oliver et al., 2008. 25 2.4.1.4.2 Biodigestor Modelo Indiano e Chinês O modelo de biodigestor indiano apresenta uma câmara de fermentação cilíndrica e de alvenaria, a qual possui uma parede central que a divide em duas partes, onde a biomassa passa por dois processos diferentes de biodigestão (LIMA, 2008). O modelo chinês apresenta uma câmara de fermentação cilíndrica de alvenaria, possuindo teto impermeável que abriga o biogás, funcionando através do crescimento da pressão em seu interior, o qual guia o gás para a caixa de saída (NEVES, 2010). A Figura 3 e 4 mostram dois exemplos de biodigestores, o modelo indiano e o modelo chinês, respectivamente. Figura 3: Modelo biodigestor indiano. Figura 4: Modelo biodigestor chinês. Fonte: Deganutti et al. (2003). Fonte: Deganutti et al. (2003). 2.4.1.4.3 Biodigestor do tipo Upflow Anaerobic Sludge Blanket (UASB) O modelo tipo UASB consiste em um reator de fluxo ascendente, possui manta de lodo de processo simples, que bombeia o efluente da parte inferior para a superior, por meio do reator, ocorrendo em seu interior o crescimento de microorganismos com potencial biocatalítico, transformando a matéria orgânica em biogás por meio de um procedimento simples e acelerado (GRANATO, 2003). Este tipo de biodigestor possuiu o tempo de retenção entre 15 a 20 vezes menor que 26 outros modelos, fazendo com que o seu tamanho também seja reduzido (TECPAR, 2002). O biodigestor modelo rígido é uma variação do UASB, possui uma câmara de biodigestão e um sistema autolimpante interno, onde parte de sua estrutura fica exposta à luz solar para acelerar o processo de digestão da matéria orgânica, e o biogás enviado da câmara de biodigestão para um balão de armazenamento (CIBIOGÁS-ER, 2011). A Figura 5 exibe um modelo de biodigestor com fluxo ascendente. Figura 5: Biodigestores de fluxo ascendente. Fonte: UFCG, 2013. 2.4.2 Biogás Genovese (2006) define biogás como um gás inflamável produzido por microorganismos, utilizando matéria orgânica para fermentar dentro de determinadas temperaturas, teor de umidade e acidez, em um ambiente impermeável ao ar. O metano é o principal componente, não tem cor, cheiro ou sabor, mas devido à presença de outros gases o biogás apresenta odor desagradável (SALOMON e TIAGO FILHO, 2007). A Figura 6 demonstra a composição média do biogás. 27 Figura 6: Composição média do biogás Fonte: Adaptado SCHUCH, 2012. No entanto, a composição do biogás dependerá do tipo e características da biomassa utilizada, e das condições de operação do biodigestor, sendo o principal componente o metano (SOUZA et al., 2010). O biogás foi amplamente utilizado durante o período da Segunda Guerra Mundial substituindo os derivados de petróleo, porém, após o seu término, o uso desta tecnologia reduziu visivelmente e apenas alguns países continuaram desenvolvendo e adaptando esta tecnologia em pequenas propriedades da Índia, China e África do Sul (GASPAR, 2003). No entanto, este combustível ainda não conseguiu substituir os tradicionais sendo sua utilização impulsionada a partir da II Guerra Mundial (COSTA, 2006). Segundo o Internacional Council For Local Environmental Initiatives (ICLEI, 2010), o metano tem alto potencial energético, podendo ser utilizado de diversos modos, como o aproveitamento em forma de calor, combustível para automóveis, utilização na cozinha e em energia elétrica. 28 Por ser um combustível gasoso, o biogás, pode substituir o uso de diversas fontes de energia como: lenha, gasolina, diesel, álcool e eletricidade (GASPAR, 2003). Sendo a biomassa uma das maiores fontes de energia nas áreas rurais e agroindustriais, o esterco animal pode ser utilizado para produção de biogás em biodigestores. A disponibilidade destes resíduos caracteriza-se num grande potencial energético (SRHE, 2013). 2.5 CONDOMÍNIOS DE AGROENERGIA Um condomínio de agroenergia consiste em organizar agricultores vizinhos, de forma a aproveitar o potencial energético da biomassa residual animal e produzir biogás e biofertilizante através da biodigestão anaeróbia (SCHUCH, 2012). O relevante crescimento do setor agropecuário e consequentemente o aumento na quantidade de dejetos dos animais, torna o desenvolvimento de condomínios de agroenergia como alternativa que proporcionam benefícios, econômico, social e ambiental (PASQUAL et al., 2011). Bley Júnior et al. (2009) relata que o biogás, pode ser explorado em sistemas de cooperativas, tornando o biogás como produto e como fonte renovável de energias. Para que isso ocorra, biodigestores são implantados para proporcionar o tratamento de resíduos e gerar o biogás que é canalizado através de gasodutos rurais, formando conjuntos de redes interligadas, configuradas de forma que permitam o ordenamento territorial. O Condomínio de Agroenergia Sanga Ajuricaba tem como objetivo fornecer subsídios para o desenvolvimento regional, por meio da diversificação da matriz produtiva, com a energia sendo produzida a partir do biogás (CIBIOGÁS-ER, 2011). Na cidade de Marechal Cândido Rondon no oeste do Paraná, foram implantados 33 biodigestores, que produzem biogás que é canalizado por um gasoduto e destinado a uma Microcentral Termelétrica (MCT), para aproveitamento energético do biogás, um secador de grãos comunitário e uma unidade de tratamento de biogás (UTB). Por se tratar de um projeto inovador, promotor de renda 29 e desenvolvimento tecnológico a partir de um novo produto, o biogás, é gerado oportunidades de desenvolvimento em escala macrorregional, pois, o biogás desencadeia uma economia que demanda regulação, pesquisa, serviços de consultoria, projetos, planejamento, crédito, equipamentos, insumos, serviços de implantação e manutenção. Além disso o projeto promove o envolvimento dos produtores e a mobilização da comunidade e instituições da região, culminando em um processo sinérgico e participativo que alavanca o crescimento do senso comunitário, da qualidade de vida e do poder aquisitivo das pessoas (CIBIOGÁS, 2013). 30 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 3.1.1 Município de Marechal Cândido Rondon – PR O município de Marechal Cândido Rondon, onde se encontra o Condomínio de Agoenergia Sanga Ajuricaba, possui área de 748 km² e abriga em seus limites 46.819 habitantes (IBGE, 2010), possui um plantel de 48.769 cabeças de bovinos e 324.000 cabeças de suínos (IGBE, 2012). A Figura 7 demonstra a localização do município. Figura 7: Localização do município de Marechal Cândido Rondon – PR. Fonte: Google Earth, 2013. 31 3.1.2 Centro Internacional de Energias Renováveis – CIBiogás – ER A ITAIPU BINACIONAL, por meio da Fundação Tecnológica de Itaipu (FPTI) e do Centro Internacional de Energias Renováveis com Ênfase em Biogás (CIBiogás-ER) vem atuando na área de biogás no intuito de demonstrar a viabilidade técnica e econômica na geração de energia elétrica e térmica nas suas várias escalas de produção. O CIBiogás-ER, possui unidades operacionais, chamadas Unidades de Demonstração (UD), que permitem o desenvolvimento de estudos e projetos relacionados ao biogás produzido a partir de resíduos e efluentes orgânicos. Atualmente são 9 Unidades instaladas e monitoradas. Por meio do Laboratório de Biogás (LABIOGÁS) é possível verificar a caracterização do biogás com diferentes substratos, a fim de se tornar referencia para implantação de outros laboratórios e disseminação do conhecimento na área do biogás. O LABIOGÁS possui ambiente e equipamentos adequados para a verificação dos potencias de produção de biogás, atuando transversalmente ao CIBiogás-ER. A Figura 08 demonstra o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI). Figura 8: Imagem aérea do PTI. Fonte: Revista Globo, 2012. 32 3.1.3 Unidade de Demonstração - Condomínio de Agroenergia Sanga Ajuricaba Uma Unidade de Demonstração é onde se desenvolvem práticas que promovam a difusão de conhecimentos e conceitos induzindo ao desenvolvimento estratégico produtivo conforme cada local (EMBRAPA FLORESTAS, 2013). No caso do CIBiogás, são unidades de produção e aplicação do biogás que, em função do seu caráter inovador, de sua escala, ou de sua importância social e/ou ambiental, se caracterizam como referência e se propõe a servirem como modelos para a replicação e o desenvolvimento tecnológico (DADOS INTERNOS CIBIOGÁS, 2013). O Condomínio tem como objetivo apoiar no desenvolvimento de pesquisas e tecnologias para o desenvolvimento da cadeia produtiva do biogás na área rural, a unidade é um laboratório a céu aberto. Foi desenvolvido em 2009 em parceria com a Emater - PR, Copel, Prefeitura Municipal de Marechal Cândido Rondon, Embrapa, Movimento Nacional dos Pequenos Agricultores (MPA), Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação (ITAI), Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) e universidades da região. Ao todo são 33 propriedades participantes do condomínio, localizado na Microbacia Sanga Ajuricaba (Figura 9), que possuem biodigestores, nos modelo canadense e modelo rígido, que produzem o biogás que é encaminhado para Unidade de Tratamento de Biogás (UTB) e direcionado Termoelétrica ou para um secador de grãos da Cooperativa. uma Micro Central 33 Figura 9: Mapa de localização da Microbacia Sanga Ajuricaba. Fonte: CENTRO INTERNACIONAL DE HIDROINFORMÁRICA – CIH (2010). 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Esta seção descreve os procedimentos metodológicos que foram adotados neste trabalho. Esta pesquisa foi de caráter documental e bibliográfico. 3.2.1 Seleção das propriedades A Unidade de demonstração Condomínio de Agroenergia Sanga Ajuricaba, em estudo, possui 33 propriedades com biodigestores de modelo canadense e modelo rígido, dos quais são alimentados por dejetos de suínos e bovinos. Para seleção das propriedades procurou-se escolher uma amostragem, selecionando produtores com atividades e sistemas de biodigestão iguais, mas com biomassas diferentes. Foi necessário verificar qual foi à disponibilidade de realização 34 de coleta do efluente em algumas propriedades e se o sistema de biodigestão encontrava-se em funcionamento, conforme a Tabela 3. Tabela 3: Relação das propriedades participantes do Condomínio Numero de identificação da propriedade 331 332 335 336 337 414 417 421 424 427 429 431 434 447 449 450 455 459 482 483 484 485 486 488 490 494 495 500 503 505 506 507 5464 Tipo de Produção Situação Suíno Bovino Suíno/Bovino Suíno Bovino Suíno/Bovino Suíno/Bovino Suíno/Bovino Bovino Suíno/Bovino Suíno/Bovino Suíno/Bovino Suíno Suíno/Bovino Suíno/Bovino Suíno/Bovino Suíno/Bovino Suíno/Bovino Bovino Suíno/Bovino Suíno Bovino Operando Sistema sem funcionamento Operando Operando Operando Operando Sistema sem funcionamento Operando Sistema sem funcionamento Operando Sistema sem funcionamento Sistema sem funcionamento Operando Sistema sem funcionamento Operando Sistema sem funcionamento Operando Operando Operando Operando Operando Operando Sistema sem funcionamento Operando Operando Sistema sem funcionamento Operando Sistema sem funcionamento Operando Operando Operando Sistema sem funcionamento Operando Ao todo foram selecionadas 4 propriedades, das 22 propriedades com biodigestores em funcionamento, as mesmas foram identificadas pelo ID (número de identificação) pré-estabelecido no projeto. A Tabela 4 demonstra as propriedades selecionadas e o respectivo sistema de biodigestão. 35 Tabela 4: Propriedades selecionadas Numero de identificação da propriedade Tipo de Produção Tipo de biodigestor instalado 336 414 484 490 Suíno/Bovino Bovino Bovino Suíno/Bovino Modelo Rígido Modelo Rígido Modelo Rígido Modelo Rígido 3.2.2 Análise das amostras As amostras, das quatro propriedades, foram coletadas e analisadas, no período de 2012 e 2013, em datas distintas. O laboratório possui um cronograma de coleta, sendo o condomínio possuidor de 33 propriedades, as amostras de cada propriedade não se coincidem, devido a capacidade de realização das análises no laboratório, possuindo determinada diferença de período da realização da coleta entre uma propriedade e outra. As variáveis levantadas nessas amostras foram entrada e saída dos biodigestores, do qual foram analisados: Sólidos totais, Voláteis, Fixos e pH, pelo laboratório de biogás, LABIOGÁS. As análises do laboratório foram solicitadas, formalmente, ao laboratório. Após coletados os dados, estes foram lançados em planilhas eletrônicas para análise e serão descritos na próxima seção. 36 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 PARÂMETROS ANALISADOS NAS PROPRIEDADES 4.1.1 Sólidos O acompanhamento de Sólidos (Tabela 5) foi realizado nas propriedades e é de extrema importância, pois corresponde a biodegradação do efluente. Os sólidos fixos representam a fração inorgânica da amostra (LABIOGÁS, 2013), já os Sólidos Voláteis correspondem a porcentagem de sólidos que tem capacidade de ser reduzida e biotransformada (LEITE et al., 2009). Tabela 5: Resultado das análises de sólidos das propriedades em estudo. Data 18/12/12 04/06/13 11/09/13 Média Data 20/11/12 05/02/13 17/04/13 Média Data 09/05/12 01/05/13 13/08/13 Média Data 20/11/12 19/03/13 13/08/13 Média Propriedade 336 - alimentação mista ST % SV % Eficiência (%) Entrada Saída Entrada Saída 4,4 3,3 75,9 62,2 13,7 5,5 2,6 79,5 61,7 17,8 5,6 2,7 77 67,2 9,8 5,17 2,87 77,47 63,70 13,77 Propriedade 490 - alimentação mista ST % SV % Eficiência (%) Entrada Saída Entrada Saída 3,5 2 72,4 63,5 8,9 3,6 2,1 78,7 61,4 17,3 4,3 1,7 70,3 58,4 11,9 3,80 1,93 73,80 61,10 12,70 Propriedade 484 - alimentação bovinocultura Totais (%) Voláteis (%) Eficiência (%) Entrada Saída Entrada Saída 4 2,1 73 60,4 12,6 3,5 2,1 70,2 59,6 10,6 5,8 3,6 77,6 65,8 11,8 4,43 2,60 73,60 61,93 11,67 Propriedade 414 - alimentação bovinocultura Totais (%) Voláteis (%) Eficiência (%) Entrada Saída Entrada Saída 2 0,7 63,2 46,7 16,5 5,4 2,8 73,2 60 13,2 5,1 0,7 76,9 48,4 28,5 4,17 1,40 71,10 51,70 19,40 SF % Entrada Saída 24 37,7 20,4 38,2 22,9 32,7 22,43 36,20 SF % Entrada Saída 27,5 36,4 21,2 38,5 29,6 41,8 26,10 38,90 Fixos (%) Entrada Saída 26,9 39,5 29,7 40,3 22,3 34,1 26,30 37,97 Fixos (%) Entrada Saída 36,7 53,2 26,7 39,9 23 51,5 28,80 48,20 37 Observa-se que o biodigestor da propriedade 336 atingiu até 17,8% de eficiência na degradação da matéria orgânica dos dejetos de bovinocultura e suinocultura, tendo em média 13,76% de remoção. As propriedades 490, com alimentação mista, e 484, com alimentação de bovinocultura, também obtiveram uma média próxima à propriedade 336, respectivamente 12,70% e 11,67% de eficiência. A propriedade 414 obteve o melhor resultado com 19,40% na remoção de matéria orgânica. Machado (2011) obteve teores de SV entre 73,27% a 79,93%, o que indica que os valores obtidos nesta propriedade, entre 70,2% a 77,6%, encontram-se dentro dos valores comumente encontrados na literatura. Trabalhos utilizando outros tipos de biomassa obtiveram resultados mais satisfatórios. Em um deles Zuben (2011) apresentou em média 46% de redução de SV em um biodigestor alimentado por dejetos de galinha poedeira e Angonese et al. (2005) verificaram uma redução de 59% na redução de SV em um biodigestor tubular alimentado por dejetos de suínos. Já para trabalhos utilizando as mesmas biomassas em estudos, obtiveram resultados bem satisfatórios. Kunz (2010) encontrou uma eficiência de 78,86% de redução dos sólidos voláteis de um biodigestor modelo UASB, alimentado por dejetos da suinocultura e Amaral et al. (2004) observou uma redução de 60% na redução de SV em um biodigestor de modelo indiano alimentado por dejetos de bovinocultura. Diferente dos encontrados por Vivian et al. (2009), 34% na redução de SV, valor esse que se aproximou ao valor encontrado neste estudo. Neste estudo a remoção de SV não ultrapassou uma redução de 28,5%. As análises evidenciam que os biodigestores destas propriedades não estão sendo eficiente para a remoção de sólidos voláteis. Estes resultados podem ser ocasionados por diversos fatores, tais como, o tipo de biomassa inserida neste modelo de biodigestor, o tempo de retenção hidráulica do efluente, o manejo inadequado dos dejetos (FNR, 2010). Observa-se que não diminuiu significativamente a quantidade de SV comparando-se entrada e saída nas propriedades, o que indica que os biodigestores não estão degradando, consideravelmente, a matéria orgânica do efluente. Um biodigestor operado de forma inadequada, pode reter sólidos refletindo no biofertilizante, que será de má qualidade (BORTOLINI, 2009) 38 Entre as propriedades, a 414, alimentada por dejetos de bovinos, demonstrou maior eficiência na remoção da matéria orgânica. 4.1.2 pH O pH é um parâmetro importante na degradação da biomassa, visto que. é o parâmetro determinado para caracterizar o substrato. Este indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma solução e está diretamente relacionado com a produção de biogás (LABIOGÁS, 2013). A Figura 10, demonstra graficamente os resultados, entrada e saída, do pH das propriedades. (A) (B) (C) (D) Figura 10: (A) pH da propriedade 336; (B) pH da propriedade 490; (C) pH da propriedade 484; (D) pH da propriedade 414. 39 O pH da propriedade 336 ficou entre 6,2 a 7,1. Pode se observar da propriedade 490 variou entre 6,2 a 7,3. Já na propriedade 484 os valores de pH se mantiveram entre 6,35 a 7,1 e na propriedade 414 os valores estiveram entre 6,7 a 7,4. Apesar da variação houve o enquadrando dentro dos teores aceitáveis por Kunz (2010), entre 6 e 8, indicando o tamponamento do sistema e evidenciando que o pH não é o fator que está dificultando a degradação. Em trabalhos semelhantes, Rodrigues et al. (2010) encontrou pH na saída, do biodigestor UASB, de 6,5. Já Campos et al. (2005) obteve uma média de 7,3 no pH da saída de um biodigestor UASB. Campos et al. (2005) obteve uma média de 7,3 no pH da saída de um biodigestor UASB. Diferentes do encontrado no presente estudo, onde os valores de pH variaram entre 6,2 a 7,4. Rodrigues et al. (2010) considera o biodigestor modelo UASB, apropriado para o tratamento de dejetos da suinocultura. Neste contexto, sugere-se o aprofundamento desta pesquisa, realizando análise do modelo rígido com inserção de diferentes biomassas. 40 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo esperavam-se melhores resultados na eficiência dos biodigestores. Em relação ao tipo de biomassa, foi evidenciado que a alimentação mista destes biodigestores não foi eficiente. As bactérias presentes dentro do biodigestor são sensíveis, e necessitam ter condições mínimas para que haja um perfeito funcionamento do biodigestor. O manejo dos dejetos pode estar diretamente relacionado com o mau funcionamento do biodigestor, bem como o modelo de biodigestor e tipo de biomassa que é inserida nele. Em relação ao manejo, há um histórico que o biodigestor de modelo rígido, não era alimentado diariamente, o que é prejudicial para o bom funcionamento do biodigestor. Os sistemas não apresentaram a eficiência esperada, porem a utilização dos sistemas de biodigestão em condomínios de agroenergia, tornam-se uma alternativa sustentável e viável na estabilização da matéria orgânica, conforme diversos autores comprovam, e conforme observado na replicação destes condomínios em níveis nacionais e internacionais, necessitando de estudos futuros à otimização do sistema, bem como trabalhar nos hábitos de manejo dos produtores. 41 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. 2013. <http://www.aneel.gov.br> Acesso em: 22 de setembro de 2013. Disponível em: ANGONESE, A. R.; CAMPOS, A. T.; PALACIO, S. M. SZYMANSKI, N. Avaliação da eficiência de um biodigestor tubular na redução da carga orgânica e produção de biogás a partir de dejetos de suínos. An. 6. Enc. Energ. Meio Rural, 2006. Dispónível em: http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000022006000100022&sc ript=sci_arttext AMARAL, C. M. C.; AMARAL, L. A.; LUCAS, J. 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