JUL / AGO / SET 2012 • No 3 • ANO XXXVI boletim SET 12_OK.indd 1 12/09/2012 14:24:50 boletim MAR 12.indd 2 23/03/2012 09:15:02 Editorial O quinze é um número enigmático. Na matemática, pode ser considerado composto ou triangular. Na literatura brasileira, é nome do primeiro e mais famoso romance de Rachel de Queiroz e que ilustra a grande seca desse período no Ceará, Estado do recém-empossado presidente da SBR, Walber Vieira (2013-2014). Simboliza, ainda, um período de passagem, sobretudo para as mulheres, que outrora eram apresentadas à sociedade ao completar essa idade, o début. Mas também ilustra o número de edições do Boletim SBR, que teve esse corpo editorial à frente do veículo jornalístico oficial da SBR. Foi tempo suficiente para criarmos ideias, desistirmos de outras, desatarmos nós, reconstruirmos velhos conceitos e apresentarmos novos pensamentos. E chegar até aqui é muito bom, especialmente ao descobrir a enorme quantidade de amigos que fizemos ao longo destes últimos quatro anos. Amizades que nos influenciaram e nos tornaram mais felizes. Agradecemos a todos! Coco Chanel dizia que “o sucesso é alcançado por aqueles que sabem que falhar é inevitável”. Reconhecemos isso. Erros e acertos fizeram parte das tentativas de tornar o Boletim um veículo ágil, sério, informativo, cultural e educativo. Acreditamos, ainda, que ele será muito mais nas próximas edições. Nesta edição, em especial, inserimos as principais realizações da gestão Geraldo Castelar. Cada comitê teve a oportunidade de enumerar o que foi feito e está por vir, beneficiando cada sócio da SBR, tais como a relação mais estreita com o Ministério da Saúde, a obtenção de recursos para a realização da primeira etapa do COPCORD, um grande estudo epidemiológico sobre as doenças reumáticas em amostragem representativa de nossa população. Outro destaque desta edição é a indicação do Dr. Morton Scheinberg para o Master ACR 2012, uma das maiores honrarias concedidas pelo American College of Rheumatology, especialmente para aqueles que fizeram contribuições relevantes para a reumatologia. Vale a pena conferir o genuíno depoimento do Dr. Isídio Calich sobre ele e a entrevista que fizemos sobre a sua trajetória profissional. Falando nisso, há quem consiga tornar a nossa especialidade mais leve em seu dia a dia. É o caso da reumatologista pernambucana Maria de Fátima Menezes, que há vários anos se dedica à pintura, expressando sentimentos que tentam unir o corpo à alma. Enfim, muita sorte aos mais novos editores e àqueles que permanecem, a fim de manter o ideal deste Boletim, um material que aglutina informação cultural, social e científica ao mesmo tempo, garantindo a identidade de nossa sociedade e feito para nós e por nós mesmos. Muitas felicidades, sonhos e realizações a todos vocês! Os Editores SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA Presidente Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro – RJ Tesoureiro Reno Martins Coelho – RJ Secretária-geral Blanca Elena Rios Gomes Bica – RJ Vice-tesoureiro Manoel Barros Bértolo – SP Primeira-secretária Cláudia Goldenstein Schainberg – SP Diretor científico Luis Eduardo Coelho Andrade – SP Segundo-secretário Francisco José Fernandes Vieira – CE Presidente eleito Walber Pinto Vieira – CE Boletim da Sociedade Brasileira de Reumatologia Av. Brig. Luís Antônio, 2.466, conjuntos 93 e 94 01402-000 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3289-7165 / 3266-3986 www.reumatologia.com.br Coordenação editorial Marcelo de Medeiros Pinheiro Conselho editorial Diogo Souza Domiciano Edgard Torres dos Reis Neto Francinne Machado Ribeiro @ [email protected] Jornalista responsável Maria Teresa Marques Layout Sergio Brito Impressão Sistema Gráfico SJS Tiragem: 2.000 exemplares BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 boletim SET 12_OK.indd 3 Representantes junto à Panlar Fernando Neubarth – RS Maria Amazile Ferreira Toscano – SC Representantes junto ao Ministério da Saúde Ana Patrícia de Paula – DF Mário Soares Ferreira – DF Representantes junto à AMB Eduardo de Souza Meirelles – SP Gustavo de Paiva Costa – DF ÍNDICE Diretoria Executiva da SBR – Biênio 2010-2012 Índice 4 6 10 12 14 15 16 18 19 20 22 Matéria de capa Especial O melhor do Brasil Reconhecimento SBR.doc Agenda Notas Primeira fila Serviço Coluna Seda Além da Reumatologia 3 12/09/2012 14:25:03 Capa 2010/2012: muitos objetivos a Colegas, Dois anos se passaram e, com muito esforço da atual diretoria, alguns objetivos foram alcançados, outros projetos iniciados e outros tantos deixados para aqueles que nos seguirão. Dentre os objetivos alcançados, alguns merecem destaque: Participação efetiva da SBR junto ao Ministério da Saúde (MS). Os principais resultados foram as ações relacionadas com: • A Câmara Técnica de Reumatologia – Campanha de Divulgação das Doenças Reumáticas, prevista ainda para este ano; envio para o Congresso Nacional da solicitação de reconhecimento de 15 de Setembro como o “Dia Nacional de Conscientização das Doenças Reumáticas”; e início da elaboração dos Cadernos de Atenção Básica em Reumatologia, voltados para os médicos da atenção básica; • A Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos – obtenção de recursos para a realização da primeira etapa do COPCORD; • A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – participação na elaboração da nova diretriz de tratamento da artrite reumatoide; • A Agência Nacional de Saúde - ANS – incorporação dos agentes biológicos endovenosos no rol de procedimentos da CHPM. A SBR participou, também, das reuniões regulares da Associação Médica Brasileira - AMB. Como resultado dessa atuação ativa, a sociedade foi reeleita para o Conselho Deliberativo daquela associação. Além disso, a SBR, a partir das suas comissões específicas, elaborou oito diretrizes sobre diagnóstico e tratamento de algumas de nossas enfermidades (artrite reumatoide, espondilite anquilosante, artrite psoriásica, síndrome do anticorpo antifosfolípede, esclerose sistêmica e fibromialgia). A Revista Brasileira de Reumatologia, após ser indexada no Medline, em novembro de 2010, foi recentemente indexada O trabalho das comissões nos últimos dois anos Parte importante da estrutura da SBR são as comissões específicas, compostas por um coordenador e outros reumatologistas que lhe dão apoio, cujo trabalho envolve ações relativas à doença ou ao tema que dá nome à comissão. No período de 2010/2012 houve várias atividades dignas de serem mencionadas, fruto do esforço e da dedicação desses reumatologistas. Veja em seguida alguns relatos: Dor, fibromialgia e outras síndromes dolorosas de partes moles • Diretrizes do diagnóstico da fibromialgia que serão publicadas em breve e apresentadas no Congresso Brasileiro em Vitória. • Cartilha de orientação sobre fibromialgia à população leiga. 4 boletim SET 12_OK.indd 4 • Validação do FIQ-r (The Revised Fibromyalgia Impact Questionnaire) para o Brasil, que deverá ser publicado em breve. • EPIFIBRO - Estudo Epidemiológico de fibromialgia no Brasil. Trata-se de um projeto de banco de dados epidemiológicos e de tratamentos em fibromialgia que se iniciou na gestão anterior, passando por melhorias ao longo do tempo. Seus resultados preliminares foram apresentados nos eventos ACR de 2011, Jornada Brasileira 2011, EULAR 2012 e outros dados deverão ser apresentados no próximo ACR e no Congresso Brasileiro em Vitória. Também deverão ser publicados em breve. Neste congresso brasileiro será lançado um projeto para expandi-lo pela América Latina. • Atuação na Comissão de dor da AMB. Esta comissão surgiu por determinação da AMB para discutir quais especialidades deveriam ser reconhecidas e de que forma na área de atuação em dor. Foi constituída pelas especialidades que pleiteavam reconhecimento nesta área de atuação, e na nossa especialidade coube ao coordenador da comissão de dor integrá-la. Esta comissão exerceu um papel importante para que houvesse este reconhecimento por parte da AMB da nossa especialidade e de outras na área de dor. • Gestão junto a autoridades publicas nos momentos necessários: Como exemplo: resposta por parte de nossa comissão a consulta publica feita pelo Ministério da Saúde em relação às medicações de dor. Reumatologia ocupacional • Pesquisa pela internet sobre a opinião dos reumatologistas brasileiros a respeito da ultrassonografia e da eletroneuromiografia no diagnóstico das tendinites e das neuropatias (artigo enviado para a RBR) BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 12/09/2012 14:25:04 s alcançados no Web of Science. Assim, espera-se que, já a partir de 2013, a RBR tenha o tão esperado fator de impacto (ISI). O nosso registro de biológicos (BIOBADABRASIL) continuou recebendo todo o apoio da SBR e promete, em breve, fornecer informações valiosas sobre a realidade desses medicamentos em nosso país. Novo espaço na sede Na área administrativa, o destaque foi a compra de uma sala, localizada ao lado das anteriores, que passou a fazer parte da nossa sede. Nessa nova unidade, instalou-se o núcleo administrativo da nossa sociedade, com os seus quatro funcionários ( Ana, Simone, Rogério e Patrícia). Visando à maior profissionalização nas nossas atividades, durante esses dois últimos anos contamos com a colaboração de diversos profissionais. Maria Teresa Marques, jornalista, colaborou na elaboração do nosso boletim e em parte do nosso Portal; Dr. Júlio César Fraga Viana, advogado, assessoria jurídica; Jô Ribeiro, Thais Helena M. Hannuch e Denise Freitas, assessoria de imprensa e Suely Riotman, assessoria de eventos. Dentre outros acontecimentos que merecem destaque, está a mudança da periodicidade do nosso congresso, agora anual, e a criação da categoria de associado-residente. • Cartilha para pacientes sobre LER/DORT • Filmagem para o site da SBR sobre a Abordagem não medicamentosa na terapia da dor • Entrevistas em rádios • Inclusão de artigos no site da SBR sobre: Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho; Afastamento do trabalho por doenças reumáticas; “Lombalgia Ocupacional”; Entendendo a Osteoartrite no Cenário Ocupacional • Publicações: Lombalgia Ocupacional, na Revista da AMB; Fibromialgia: aspectos clínicos e ocupacionais, na Revista da AMB • Palestras: LER/DORT - Mitos e Verdades, na Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região – Salvador; Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, no Seminário de Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho e a Perícia Médica do INSS - Rio de Janeiro; LER/DORT, no 3º Congresso Brasileiro Geraldo Castelar – presidente biênio 2010/2012 de Perícia Médica Previdenciária - Rio de Janeiro • Elaboração das Diretrizes da AMB sobre LER/ DORT Ética e disciplina e defesa profissional A CEDP da SBR atuou no sentido de assessorar a diretoria executiva em matéria de assuntos éticos, respondeu de forma rápida à consulta e demandas de associados e interessados, fez sugestões para mndanças do nosso estatuto e regimento interno, publicou artigos de ética para o boletim trimestral da SBR e para o site. Além disso tem a proposta de sugerir mudança para o futuro, criando o cargo na diretoria executiva de diretor de Defesa Profissional, em virtude da enorme importância dessa atividade nas sociedades especializadas na atualidade, tornando a Comissão de Ética afeita apenas a questões éticas. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 boletim SET 12_OK.indd 5 Serão votadas em Vitória as propostas de mudança estatutária nos itens relativos aos prêmios e eventos oficiais da SBR. Ficarão para a nova gestão o lançamento do novo Portal da SBR, que se encontra em sua fase final de elaboração; a discussão e votação das mudanças propostas para o nosso Estatuto e Regimento Interno; a continuidade do COPCORD; o início do Registro de Artrite Idiopática Juvenil; o lançamento da Campanha de Divulgação das Doenças Reumáticas; e a negociação junto à ANS, já iniciada, para a incorporação do anti-CCP e HLA B27, no rol de procedimentos da CHPM. Para terminar, não poderia deixar de mencionar que o congresso SBR 2012, em Vitória, já se avizinha e, mais uma vez, teremos a oportunidade de nos encontrar para uma troca de conhecimento científico e para rever e fazer amigos. Será, também, em Vitória que a nova diretoria da SBR, capitaneada pelo colega Wálber Vieira assumirá o comando da nossa entidade. A ele e seus futuros colaboradores, desde já, muito sucesso. A todos o meu agradecimento pela oportunidade de representá-los e, humildemente, colaborar para o crescimento de nossa sociedade e especialidade. Muito obrigado! Eventos • Proposta para regulamentação de eventos a ser votada no SBR 2012 • Apoio e orientação para realização de eventos (SBR 2013) Reumatologia Pediátrica Atualização e inclusão de novas orientações para os pacientes e familiares no site e na forma de folders; elaboração de um curso online sobre tópicos de destaque em Reumatologia Pediátrica; participação em parceria com membros da Sociedade Brasileira de Pediatria na prova do Título de Habilitação em Reumatologia Pediátrica e na elaboração do programa do R4 na especialidade, que foi aprovado pela Comissão Nacional de Residência Médica. Além disto, foi iniciado um projeto multicêntrico de pesquisa sobre a epidemiologia da artrite idiopática juvenil, com apoio da SBR. 5 12/09/2012 14:25:07 Especial Revista Brasileira de Reumatologia é indexada no Web of Science Em julho de 2012 tivemos uma excelente notícia para a Revista Brasileira de Reumatologia (RBR). Ela passou a ser indexada também no Web of Science, base de dados da Thomson Reuters, que é considerada a de maior prestígio dentro do universo da Cienciometria. Esta indexação propicia maior visibilidade à revista, que ainda passará a ter fator de impacto medido pelo Journal Citation Reports (JCR). Estamos aguardando este fator a partir de 2013, pois conseguimos indexar a RBR desde janeiro de 2010. Paulo Louzada Junior Max Victor Carioca Freitas E ste é o resultado de um grande esforço e dedicação da Sociedade Brasileira de Reumatologia, tanto pelos editores que nos antecederam, como dos presidentes Fernando Neubarth, Ieda Laurindo e Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro, que deram prioridade à RBR como o nosso portal de divulgação científica, permitindo investimentos que a tornaram o que é hoje. A aceitação da inclusão no Web of Science RBR foi baseada nas seguintes justificativas apresentadas a Thomson Reuters: • RBR é a primeira revista em reumatologia indexada no Medline, publicada em Inglês e Português, voltada especificamente para a América do Sul; • A produção científica na América do Sul está crescendo a uma taxa sem precedentes, necessitando de um portal específico para a divulgação; • A participação de autores norte-americanos, europeus e asiáticos na RBR demonstra o seu caráter internacional, estendendo os seus leitores para além das fronteiras da América do Sul. Editores da RBR Assim, temos a RBR indexada nas principais bases de dados: SciELO, 6 boletim SET 12_OK.indd 6 Scopus, PubMed (Medline) e Web of Science, permitindo aumentar a visibilidade da revista e, consequentemente, a sua citação. Informações Ao analisar a revista segundo os bancos de dados, algumas informações importantes surgem, dando um panorama geral da RBR: • A RBR ainda é uma revista lida em português. Consultando a base SciELO, obtivemos os seguintes números: durante o período de janeiro de 2010 a agosto de 2012, ocorreram aproximadamente 1,8 milhão solicitações de artigo online via SciELO. Destes, 1,6 milhão (88%) eram solicitações de indivíduos de língua portuguesa, 170 mil de língua inglesa (10%) e 14 mil de língua espanhola (2%). • A RBR é citada basicamente por brasileiros que publicam em periódicos brasileiros. Nestes últimos dez anos, a RBR recebeu 1.203 citações, segundo a base SciELO. Deste total, 403 vieram da própria RBR (33%). No entanto, as outras citações são provenientes de revistas brasileiras e as dez primeiras em ordem BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 12/09/2012 14:25:08 A política editorial da RBR deve buscar manter o rigor na seleção dos artigos para publicação e incentivar as citações de artigos já publicados, sobretudo nos últimos dois anos. decrescente de citações são: Revista Brasileira de Fisioterapia, Revista da Associação Médica Brasileira, Fisioterapia e Pesquisa, Arquivos de Neuro-Psiquiatria, Cadernos de Saúde Pública, Fisioterapia em Movimento, Anais Brasileiros de Dermatologia, Jornal Brasileiro de Pneumologia e Acta Ortopédica Brasileira. As revistas especializadas em Fisioterapia são as que mais citaram a RBR nestes últimos dois anos. • Os artigos mais acessados da RBR envolvem fibromialgia, partes moles e imagem. Entre os dez artigos mais acessados (2005 a 2012- SciELO), três envolvem fibromialgia, um lombalgia e um quadril doloroso. Outros dois abordam ultrassonografia e ressonância nuclear magnética em doenças reumáticas. Esta informação parece estar em consonância com as revistas que mais citam a RBR, pois elas publicam bastante sobre fibromialgia e partes moles. • A porcentagem de colaboração internacional entre os autores da RBR varia entre 10 -15% por ano. Segundo dados do SCIMAGO, a RBR mantém uma colaboração internacional que varia entre 10% e 15%, sendo que 2005 e 2006 foram os anos em que mais ocorreram publicações com autores não brasileiros (cerca de 50% dos artigos apresentavam autores estrangeiros). • Segundo o Webqualis de 2012 da CAPES, a RBR é classificada como B3 dentro da área Medicina I Em março de 2012, a CAPES estabeleceu novos critérios do Webqualis para a área de Medicina I. O fator de impacto estabelecido ou pelo Journal Citation Reports (JCR) ou pelo SCIMAGO (cites 2 years/doc) entre 0,2 e 0,8 classifica o periódico como B3. A RBR possivelmente terá o FI pelo JCR em 2013 e cites 2 years/doc de 2010 da RBR é de 0,21. O de 2011 ainda está incompleto, pois ele foi calculado com somente metade das publicações de 2011, originando um cites 2 years/doc de 0,15. Ainda estamos aguardando o SCIMAGO finalizar esta avaliação. De qualquer forma, o fator de impacto estimado da RBR para 2013 é em torno de 0,2 a 0,3, o que colocaria a RBR dentro do critério B3 Diante deste contexto, podemos comemorar a recente indexação e o cumprimento de uma meta estabelecida logo após a indexação pelo Pubmed. No entanto, é muito importante que continue- BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 boletim SET 12_OK.indd 7 mos buscando o aprimoramento da RBR e sua maior visibilidade internacional. A política editorial da RBR deve buscar manter o rigor na seleção dos artigos para publicação e incentivar as citações de artigos já publicados, sobretudo nos últimos dois anos. Citação Consideramos essencial para este aprimoramento que os reumatologistas brasileiros encaminhem seus artigos originais para publicação pela RBR, mas também importante, considerando a necessidade de aumentarmos o fator de impacto da RBR, que os autores busquem, quando conveniente, citar as publicações da RBR quando encaminham artigos para outras revistas. Esta estratégia será de fundamental importância para aumentarmos a visibilidade da RBR. Por fim, deixamos nossos agradecimentos sinceros ao amigo e presidente da SBR, Geraldo Castelar, pelo apoio incondicional, pela confiança depositada para o exercício de atividade tão relevante para a RBR e por acreditar em nosso potencial. Ao longo destes dois anos foi um privilégio poder manter este convívio próximo com o Geraldo que se mostrou um excelente gestor, além de um grande amigo. >> 7 12/09/2012 14:25:10 Especial >> A história ao comemorar 50 anos de publicação * Hilton Seda** E *Texto elaborado em 2007, aniversário de 50 anos da Revista Brasileira de Reumatologia **Presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (1968 – 1970) 8 boletim SET 12_OK.indd 8 xistem certos momentos que se tornam posteriormente históricos, sem que seus participantes tenham a percepção plena de sua importância. Foi o que aconteceu com a diretoria da Sociedade Brasileira de Reumatologia eleita para o período 1957-1960, tendo como presidente Waldemar Bianchi e secretário Geral Hilton Seda, que sentiu a necessidade de criar uma publicação com a finalidade de divulgar a produção científica dos reumatologistas brasileiros. Este espírito norteou a fundação da Revista Brasileira de Reumatologia, que se tornou o órgão oficial de nossa Sociedade e completa, neste ano de 2007, 50 anos de existência, tendo cumprido com proficiência o projeto a que se destinou. A direção inicial da revista coube a Waldemar Bianchi, Hilton Seda e Ayrthon Ferreira da Costa. O número inaugural saiu em setembro de 1957, com a colaboração de Ayrthon Ferreira da Costa, que escreveu editorial salientando a importância do periódico para o desenvolvimento da reumatologia no Brasil; Pedro Nava, com o artigo “Estudo clínico da osteoartrite da coluna vertebral”; Waldemar Bianchi, com o trabalho “Reumatismo alérgico”; e Waldemar Wettreich e Ideal Peres com “Hidrocortisona intra-articular em Reumatologia”. Em seu primeiro ano (volume 1), a revista saiu duas vezes (setembro e dezembro); em 1958 (volume 2), quatro vezes (março, junho, setembro e dezembro); em 1959 (volume 3) três vezes (março, junho/setembro e dezembro), uma vez que os números 2 e 3 foram englobados por corresponderem a número alentado especialmente destinado à publicação do “Simpósio comemorativo do 10º aniversário da descoberta da cortisona” e em comemoração ao 10º aniversário da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Durante vários anos, a Revista Brasileira de Reumatologia teve como diretor Waldemar Bianchi e redator responsável Ayrthon Ferreira da Costa. Como nossa revista era feita com muito esforço, mas de modo amadorista, não pôde resistir à concorrência de outras comercialmente estruturadas. Por este motivo, deixou de circular no seu volume 13 (1969). Passaram-se alguns anos até que Edgard Atra teve a coragem de aceitar a tarefa de revivê-la, assumindo o compromisso de editá-la. Desse modo, em julho de 1974, apareceu o primeiro número do volume 14, sendo publicadas nesse ano quatro edições. Edgard Atra contratou a Medisa Editora S.A. para se encarregar de toda a problemática comercial da revista e BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 12/09/2012 14:25:10 “ A iniciativa da Diretoria de 1957 da Sociedade Brasileira de Reumatologia deu bons frutos e hoje, aos 50 anos de existência, a publicação que a representa pode orgulhar-se de ter cumprido seu importante papel e de ter sido reconhecida internacionalmente. também de sua impressão. Nasceu, assim, a fase não-amadora da publicação. Em 1977 (volume 17), a revista já saiu com cinco números anuais e, a partir do volume 18 (1978), passou a seis, como se conserva até hoje. Edgard Atra continuou como editor até o número de agosto de 1984 (volume 24). João Francisco Marques Neto assumiu a editoria com o número de outubro de 1984 (volume 24) até ser substituído por Lílian Tereza Lavras Costallat no de setembro/outubro de 1988 (volume 28). Em 1992 (volume 32, número 6, novembro/dezembro), Hilton Seda foi designado editor, permanecendo na função até ser substituído por Emilia Inoue Sato, Marcos Bosi Ferraz e Luís Eduardo Coelho Andrade, como editores, e Edgard Atra como editor sênior (volume 34, número 6, novembro/dezembro de 1994). Com o lamentável falecimento de Edgard Atra, seu nome foi mantido, in memoriam, como editor sênior. Em 1997, Luís Eduardo Coelho Andrade permaneceu isoladamente como editor (volume 37, número 1, janeiro/fevereiro) até o volume 38, número 5, setembro/ outubro de 1998. Assume então Natalino Yoshinari (volume 38, número 6, novembro/dezembro de 1998) até o número 5 de 2000 (volume 40, setembro/outubro). A partir do número 6 de 2000 (novembro/dezembro), Iêda M. M. Laurindo é a editora, tendo como co-editores Eloísa Bonfá, Hilton Seda e João Carlos Tavares Brenol. A Professora Iêda M.M. Laurindo ocupou por muito tempo o cargo, até o número 5 do volume 44, setembro/ outubro de 2004, sendo que no número 6 de 2002 foi acrescentado o nome de Isídio Calich aos dos co-editores de sua gestão. No número 6 de 2004 (novembro/dezembro) assumem a editoria Laís Lage e Roger Abramino Levy, sendo mantidos os mesmos co-editores. Este grupo permaneceu até o número 5, setembro/outubro de 2006, volume 46. No último número de 2006 (novembro/ dezembro) aparecem na direção da revista Francisco Airton Castro da Rocha e Ricardo Machado Xavier, com os co-editores Elisa Bonfá, Hilton Seda e João Carlos Tavares Brenol que continuam no volume 47 de 2007. A Revista Brasileira de Reumatologia sofreu algumas mudanças em sua trajetória, não só na apresentação como no conteúdo. A capa foi modificada várias vezes, com a finalidade de melhorar seu impacto visual. A Associação Médica Brasileira encarregou-se de publicar nossa revista em 1979 (volume 19, janeiro/fevereiro), BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 boletim SET 12_OK.indd 9 sendo substituída em 1985 (volume 25, janeiro/fevereiro) pela Redprint Editora Ltda. que foi mantida até 2001. No número 1 do volume 42 de 2002, aparece a Etcetera editora de livros e revistas, contratada com a mesma finalidade. No número 6 de 2005 (novembro/ dezembro) houve mudança da responsável pela publicação que passou a ser a Congresses update – Aquaprint Gráfica e Editora Ltda. No primeiro número de 2007, ocorre nova alteração, cabendo a responsabilidade da confecção da revista à firma Segmento Farma Editores Ltda. Uma das grandes lutas da Revista Brasileira de Reumatologia tem sido conseguir sua indexação. Depois de grandes esforços e de mudanças indispensáveis, passou a figurar no LILACS e SciELO a partir do número 4 do volume 45, julho/agosto de 2005. A procura de novas indexações continua com a mesma obstinação e espera-se obtê-las em breve. A iniciativa da diretoria de 1957 da Sociedade Brasileira de Reumatologia deu bons frutos e hoje, aos 50 anos de existência, a publicação que a representa pode orgulhar-se de ter cumprido seu importante papel e de ter sido reconhecida internacionalmente. Parabéns a todos que contribuíram para seu êxito, editores e colaboradores. 9 12/09/2012 14:25:12 Notícias das regionais O melhor do Brasil Brasília Realizada reunião científica A Sociedade de Reumatologia de Brasília reuniu-se no dia 30 de maio de 2012, às 20h, para sua reunião científica mensal. Os dois palestrantes, os radiologistas Paulo Sérgio Mendlovitz e Sérgio Vianna, discutiram os temas Potencialidades e limitações dos métodos de imagem na avaliação do paciente artrítico eAvaliação radiológica do quadril na pesquisa da osteoartrite incipiente, respectivamente. Rio Unirio: encontro trouxe reumatologistas de diversas partes do país. Encontro reúne ex-alunos de reumatologia da Unirio N os dias 25 e 26 de maio no Anfiteatro do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), foi realizado o I Encontro dos ex-alunos da Reumatologia do HUGG/UNIRIO, serviço que tem 46 anos de existência e que foi criado pelo saudoso professor Jacques Houli em 1966. O encontro fez parte das comemorações do Centenário da Escola de Medicina e Cirurgia, quarta faculdade de Medicina mais antiga do país. Estiveram presentes reumatologistas ali formados, que vieram das mais diversas partes do país. O evento contou com uma programação científica de alta qualidade e foi organizado pelos professores Maria Cecilia da Fonseca Salgado, atual chefe do Serviço, e João Luiz Pereira Vaz. 10 boletim SET 12_OK.indd 10 Reumario discutiu esclerose sistêmica e vasculites primárias Nos dias 27 e 28 de julho, a Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro realizou o ReumaRio, evento que abordou os temas esclerose sistêmica e vasculites primárias. No dia 27, houve participação dos prof. Daniel Furst e Chris Denton, que discutiram o dia inteiro vários aspectos da esclerose sitêmica, além da dra. Cristiane Keyser, de São Paulo. No dia 28, os convidados foram o prof. Hasan Yazici, que brindou os presentes com sua larga experiência sobre a doença de Behçet, e a dra Alexandra Villa-Forte, especialista em vasculites ligadas ao ANCA. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 12/09/2012 14:25:12 Notícias das regionais O melhor do Brasil Rio Grande do Sul Porto Alegre realizou 41ª Jornada Gaúcha N os dias 29 e 30 de junho, ocorreu a 41ª Jornada Gaúcha de Reumatologia na cidade de Porto Alegre. Os colegas Ieda Laurindo, Karine Rodrigues da Luz e José Alexandre Mendonça, convidados pela SRRS, foram os professores do primeiro Curso Pré-Jornada de Ultrassom para Reumatologistas da SRRS (Sociedade de Reumatologia do RGS), e também palestrantes da jornada, contribuindo assim como os colegas gaúchos para o sucesso do evento. A SRRS agradece a todos. A jornada teve como tema: as ferramentas diagnósticas e os dilemas terapêuticos, abordando casos clínicos, Rx, ultrassom em tempo real, laboratório em autoimunidade, tratamento e atualizações pós-EULAR. Momentos da 41ª Jornada Gaúcha. Sergipe Santa Catarina Sociedade local tem nova presidência e diretoria Clínicos da região receberam curso de reumatologia A Sociedade Sergipana de Reumatologia elegeu nova presidência e novos diretores para o biênio 2012-2014. Membros eleitos: Presidente: Regina Adalva de Lucena Couto Océa [email protected] Vice-Presidente: Denisson Santos Silva Secretária: Daniela Ramos de Almeida Tesoureiro: Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi e Ana Cristina Rocha Bonfim Diretor científico: José Caetano Macieira e Lina Oliveira de Carvalho BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 boletim SET 12_OK.indd 11 E m julho, a Sociedade Catarinense de Reumatologia realizou em Itajaí um curso de atualização em reumatologia para clínicos que trabalham na atenção básica das cidades na região. O curso teve como objetivo capacitar os clínicos para: reconhecer e encaminhar pacientes com doenças que precisam chegar rapidamente ao reumatologista, como artrite reumatoide, espondiloartrites, lúpus eritematoso sistêmico e vasculites; e diagnosticar e tratar doenças mais simples, que não necessitam avaliação em serviços mais complexos. Dessa forma, a SCR cumpre, além de seu papel social, o objetivo de ampliar o mercado de trabalho para os reumatologistas. 11 12/09/2012 14:25:17 Reconhecimento Morton Scheinberg, um pioneiro indicado para Master ACR 2012 “Sim e não”. Essa foi a resposta de Morton Scheinberg ao ser perguntado se havia ficado surpreso com sua indicação a Master ACR 2012. Considerando o “sim”, Scheinberg explica que se trata de uma indicação muito competitiva ano a ano, “e afinal é a sociedade deles, em que se espera que haja privilégio para aqueles que contribuíram para o crescimento e o sucesso do ACR, praticando reumatologia nos EUA”. O “não’ é porque seu comprometimento com o ACR, diz ele, vem desde os tempos quando o ACR era conhecido como ARA (American Rheumatism Association), em meados de 1970, tempo em que o número de membros do Brasil era menor que dez. “Fui sempre muito ativo dentro das publicações da especialidade, em particular nas revistas do ACR, Arthritis and Rheumatism e Arthritis and Research, em que estão mais ou menos 10% da minha produção científica (250 papers)”, diz Scheinberg, salientando que esteve presente, se não a todos, a quase todos os encontros anuais, tendo recomendado vários membros do Brasil como sócios com cartas de referência. Trajetória Sua indicação a Master ACR, entretanto, não é surpresa para seus pares na especialidade da reumatologia, já que se trata de um profissional de alto destaque na área e de longa trajetória. Scheinberg tem título de especialista pelo American College desde 1975 e lembra que, antes de escolher a reumatologia, sua ideia era atuar em metabolismo de água e eletrólitos “mas o preceptor da clínica era o professor Samuel Kopertisch, clínico reumatologista, e apaixonado pelas doenças autoimunes”, diz. Assim, segundo 12 boletim SET 12_OK.indd 12 ele, “deu liga” e Scheinberg acabou direcionando-se para a reumatologia. “Naquele tempo, outro excelente reumatologista teve essa mesma influência. Refiro-me ao doutor Isidio Calich.” São claras na mente de Scheinberg as características da reumatologia naquela época. Ele explica que era ainda uma especialidade mal definida, com forte influência dos adeptos da febre reumática, com a artrite reumatoide centrada em anti-inflamatórios e cortisona, e o lúpus ainda sendo visto por várias especialidades, como hematologia, nefrologia e até alergistas. “Os aspectos clínicos das afeções músculo-esqueléticas eram ocupados pelos ortopedistas e havia muita indicação cirúrgica. Hoje ocupamos um espaço cada vez maior dentro da medicina interna e com a terapêutica biológica tende a aumentar mais ainda”, salienta. Orgulho Quanto a suas conquistas na área, Scheinberg cita as de que tem mais orgulho: o trabalho de pulsoterapia no Lancet; o do mecanismo de linfopenia por vírus no New England; a sequência de aminoacidos da proteína amilóide na forma portuguesa; a possibilidade de que hemoflagelatos pudessem ser fonte de DNA nativo para deteção de anticorpos no Arthritis, uma das primeiras identificações em nível mundial de que anti -TNF pode provocar psoríase no Arthritis. Scheinberg também cita que realizou o primeiro trabalho feito no continente americano descrevendo experiência com um novo marcador no ínicio de 2000 anti-CCP para artrite reumatoide, trabalho esse que foi publicado na melhor revista de clínica médica internacional, a Annals of Internal Medicine, em 2003. “E este ano acredito, até o momento, o estudo mais completo sobre o eventual espaço que biossimilares possam ocupar na prática reumatológica que saiu mês passado no Nature.” Perguntado sobre o caso mais complicado que pegou, ele diz achar difícil responder, pois depende do momento. “Mas, para não se esquivar da resposta, anos atrás publiquei no Clinical Rheumatology um caso de lúpus, em que se superpunham infecção pelo vírus da Citomegalia e os quadros clínicos se confundiam. Mas para complicar o paciente era resistente ao tratamento convencional para citomegalia. Outro que me lembro era um paciente com quadro pulmonar inespecífico em paciente com imunosupressão. Pedi o exame do lavado brônquico e não é que foram encontradas larvas de Strongyloides? Publicamos este achado no American Journal of Medicine.” Diante de tanta história e realizações, Scheinberg entretanto ainda se sente desafiado pela reumatologia: “O desafio maior é ser um bom clínico e um bom reumatologista. E mais: acrescentar as qualidades de um pesquisador. Ou seja, triplo desafio.Persegui este caminho e acredito ser reconhecido pelos meus pares como tal”, acrescenta. Aos que iniciam na área, o conselho do mestre é: “Tenha bom treinamento de clinica médica, bom conhecimento dos aspectos ortopédicos da especialidade e defina suas área de preferência após um forte treinamento geral. E isto não se consegue com menos de três a quatro anos.Tenha certeza de que o seu mentor seja um bom orientador e lhe aconselhe bem. Ao meu ver existe uma certa limi- BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 12/09/2012 14:25:18 Excêntrico, afetivo e sempre ativo Scheinberg, indicado a Master ACR 2012: prêmio por inegáveis méritos tação no número de bons mentores”, diz ele, salientando que Cathcart, Alan Cohen e Merrill Benson foram excelentes mentores. “Tenho colaborado até os dias atuais com Benson e vamos iniciar mais um projeto juntos.” Com tanto trabalho em seu cotidiano, resta tentar espairecer com atividades paralelas, que para Scheinberg são o convívio com a família – “Minha esposa tem muito a ver com a obtenção do Mastership –, estudar, praticar o esporte que é sua paixão, o basquete – “Pratico três vezes por semana apesar de a cartilagem dos joelhos reclamarem” – e procurar os netos. “Uma parte muito gostosa da vida é perceber que estou me tornando o Scheinberg ‘gelado’. O ‘quente’ parece ser meu filho hematologista, de formação profissional invejável, com dois papers no New England Journal em menos de um ano”, cita ele, orgulhoso. Master ACR 2012 9 a 14 de novembro Washington, DC. A premiação a Morton Scheinber será concedida no dia 10 de novembro, às 4h30 (PM), sábado, no Hall E, no Walter E. Washington Convention Center. Convidamos os presentes ao congresso para comparecer à cerimônia de premiação. Conheci Morton quando iniciou a residência em Clinica Médica no Hospital das Clinicas da USP em 1970. Seu ímpeto e senso crítico já aguçado na época fizeram com que, após poucos meses, tivesse comentado comigo: “Vou para os Estados Unidos tentar lá a residência médica”. E assim, na sua terra natal, conseguiu espaço na Boston University e iniciou seus estudos. Em poucos anos, seu nome aparecia como um dos três autores do primeiro trabalho de Pulsoterapia com metilprednisolona em nefropatia lúpica, publicado na revista Lancet em 1976. A partir dessa data, uma sequência de trabalhos publicados (aproximadamente 250,culminando com o mais recente na Revista Nature), tornaram seu nome conhecido internacionalmente, na área da reumatologia. Alem disso, inúmeros artigos divulgados na Imprensa leiga desempenham um importante papel informativo para a população brasileira. Após sete anos, seu lado afetivo falou mais alto e retornou para São Paulo, para estar próximo de seus familiares. Tornou-se conhecido pela sua arrojada participação nos encontros reumatológicos, procurando sempre verbalizar seus conhecimentos adquiridos no exterior de uma maneira objetiva e crítica, tornando-o uma figura polêmica, mas respeitada, sendo sempre convidado a participar das atividades da Sociedade de Reumatologia. Sua fluência de berço na língua inglesa facilitou seu contato com os principais centros de reumatologia do exterior, e dessa interação manteve sua atividade científica, ampliando seu número de publicações. Ligado ao Hospital Albert Einstein, estimulou e desenvolveu o Centro de Pesquisas em Reumatologia, ampliando a divulgação do hospital através de encontros com convidados internacionais e desenvolvendo trabalhos científicos. O mesmo ritmo após anos O passar dos anos não o fizeram penetrar no inverno da vida, continuando com o mesmo ritmo de trabalho, produção científica de 30 anos atrás. Lendo e se atualizando constantemente, tornou-se uma figura excêntrica nos vôos internacionais noturnos, onde passa a maior parte do tempo escrevendo no computador e lendo as ultimas publicações médicas sob o foco de luz individual dentro da escuridão da nave. E, quando finalmente adormece, as revistas ficam espalhadas no colo e pelo chão ao seu redor, sendo recolhidas pela comissária de bordo. Seu lado afetivo é pouco conhecido pelos colegas. Seu filho Phil, com quem convivi quando ele era residente de clínica médica no Hospital das Clinicas da USP, permaneceu vários anos nos Estados Unidos, no hospital John Hopkins em Baltimore, especializando-se em oncohematologia. A distância provocava tristeza e ao mesmo tempo satisfação ao pai, e que se transformou em alegria e orgulho este ano, com a volta definitiva do filho. Quando fala dos netos, Os olhos de Morton ficam úmidos, e as lágrimas, por mais que ele tente, não consegue evitar que rolem. Àqueles que precisam de sua ajuda, ele se dispõe plenamente a prestar. Quando minha filha Ana Luisa quis estudar fora do Brasil após concluir a residência em Clínica Médica, conversei com o Morton, e ele no dia seguinte já tinha acertado sua ida para ficar com o dr. Munther Khamashta, no Hospital St. Thomas em Londres. Quando encontrei o dr. Munther num congresso, perguntei como Ana Luisa estava aproveitando o estágio e ele respondeu: “Sem problemas; estou cuidando muito bem dela. Morton me liga toda semana perguntando a mesma coisa”. O estímulo induzido pelo estágio foi o que faltava para ela decidir pela reumatologia. Este é o Morton Scheinberg , PhD obtido em Boston e Livre-Docente em Imunologia pela USP, que está tendo o reconhecimento merecido pela Sociedade Americana de Reumatologia. Indicado como Master ACR 2012, será homenageado no próximo Congresso Americano da ACR em Washington em Novembro 2012. Estaremos lá. Dr. Isidio Calich BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 boletim SET 12_OK.indd 13 13 12/09/2012 14:25:18 SBR.doc Administração da SBR ganha nova sala na sede A secretaria administrativa da Sociedade Brasileira de Reumatologia tem um novo espaço no 9.º andar da Av.Brigadeiro Luis Antonio, 2466. É o conjunto 92, onde funciona, que foi ocupado desde o dia 2 de maio. Agora, o conjunto 92 vem juntar-se ao 93 e 94 para formar um espaço maior para a sociedade. O horário de atendimento da secretaria é das 8h até as 18h, de segunda a sexta-feira. O atendimento da secretaria da SBR engloba as atividades administrativas de expediente que podemos descrever abaixo: • Pagamento de compras efetuadas pela sede, assim como de obrigações autorizadas pela tesouraria ou presidência, bem como solicitar adiantamentos para despesas de viagem e requisitar os respectivos relatórios de despesas efetuadas para prestação de contas; • Relatórios com previsão de valores a pagar, em bases semanal e mensal, direcionados à tesouraria para previsões de fluxo de caixa; • Manter a contabilidade informada sobre pagamentos a prestadores de serviços a fim de controlar as retenções de imposto de renda, contribuições previdenciárias e emitir as guias para recolhimento; • Controle da movimentação bancária diária, através de planilhas eletrônicas, para apurar saldos e lançamentos bancários observando a não conformidade com as previsões da tesouraria; • Contatar fornecedores, patrocinadores e bancos para solução de pendências relacionadas a pagamentos e recebimentos; • Gerar e remeter arquivos de cobrança ao banco, proceder o recebimento em carteira de anuidades devidas à sociedade e fornecer à tesouraria relatórios periódicos; • Acompanhar os procedimentos adotados pelo assistente em relação ao trânsito e à guarda dos arquivos envolvidos; • Acompanhar a produção das publicações, em especial o cronograma estabelecido e a previsão de custos; • Atender associados e público. São funcionários da secretaria administrativa: Ana Maria Ramos Salvatore Secretária da diretoria-executiva Funções do Cargo: • Executar tarefas de apoio aos diretores da SBR, quanto à representação e administração, envolvendo atendimento, coordenação e redação de correspondências, organização de agenda para eventos na sede e que exija a presença do corpo diretivo, preparação de relatórios, controle do caixa operacional e de relacionamento bancário, controle de obrigações e direitos contratuais da entidade, coordenação do expediente de atendimento na sede e em eventos externos e seus colaboradores; reporta-se, a priori, à presidência da entidade e, concomitantemente, aos diretores-executivos responsáveis pela tesouraria e secretaria; 14 boletim SET 12_OK.indd 14 • Intervir em ligações telefônicas destinadas à diretoria, filtrando os assuntos e encaminhando-a conforme a disponibilidade da pessoa procurada, dando a solução mais apropriada em cada caso; • Organizar e manter registros da agenda da diretoria, em especial sobre eventos e entrevistas na sede da sociedade, dispondo horários de reuniões, avisando as pessoas participantes previamente sobre datas e horários; • Atender ao corpo diretivo e os sócios, formatando os assuntos a serem tratados dentro dos parâmetros previstos pelo estatuto e regimento interno, para o encaminhamento aos respectivos setores da administração; • Coordenar a equipe de colaboradores zelando pelos interesses da entidade quanto ao cumprimento da jornada de trabalho, conduta profissional, utilização de instalações, equipamentos, materiais e valores monetários da sociedade, cumprimento do contrato de trabalho, escala de gozo das férias, designação de comparecimento de colaboradores em eventos e serviços externos; • Prestar contas de todo valor entregue à sua responsabilidade. • Sob supervisão da diretoria, controlar o andamento dos contratos firmados pela SBR, seja como contratante ou contratada, comunicando a outra parte destes para solucionar questões de conformidade legal, cronogramas, recontratação ou rescisão; Exigindo ou fornecendo informações necessárias a respeito dos compromissos firmados, em especial os financeiros. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 12/09/2012 14:25:18 Agenda www.reumatologia.com.br Simone Nascimento Assistente administrativo – expediente Funções do Cargo: • Recepcionar chamadas telefônicas e visitas de sócios, fornecedores e patrocinadores; • Administrar a correspondência oficial da sede, controlando o sistema de malotes internos e externos, verificando os destinatários e providenciando a postagem das correspondências aos respectivos destinatários em tempo hábil; • Organizar e manter o arquivo da sede, para a guarda de documentos e facilidade de consulta; • Manter controle dos registros de anuidades a receber (no cadastro); • Receber documentos e encaminhá-los aos destinatários; • Atender ao público interno e externo e aos procedimentos de receptividade (conforto ambiental e necessidades para a realização de reuniões); • Manter atualizada a lista de contatos com endereço, telefone e endereço de email e postal; Funções do cargo • Realizar atividades de coordenação/ suporte/assistência aos projetos de pesquisas desenvolvidos pela SBR, Evento será realizado em Assunção, Paraguai, no período de 28 a 31 de agosto de 2013, no Hotel Guarani. Recepção de trabalhos terá prazo até 30 de abril de 2013 Contatos: 595(21)210779 (interno 125), fax 595(21)210-779 Patrícia Dias Cabral Analista Administrativa- Projetos e Programas da SBR Congresso Conosur 2013 envolvendo análise, cadastro, inclusão, treinamento, monitoria, organização dos documentos, pagamento de bolsas incentivo, análise dos dados, elaboração de relatórios e materiais de apoio para divulgação do projeto. email: [email protected] Rogério Quintiliano Amaral Assistente administrativo – Publicações Funções do cargo • Receber arquivos e verificar sua adequação às normas para submissão. Após o tratamento necessário, são encaminhados para a avaliação científica dos editores. Todo o trâmite até a publicação ou recusa do artigo são acompanhados; • Tratar os arquivos recebidos visando atender às exigências do processo gráfico de impressão das edições; • Manter acervo dos arquivos de textos e imagens organizado e acessível para pronto uso ou pesquisa; • Elaborar fluxograma de procedimentos para a execução do tratamento de arquivos; • Dar assistência ao expediente das comissões responsáveis pelas publicações da SBR; • Quando requisitado, comparecer a eventos externos da sociedade para auxiliar as atividades correlatas a suas tarefas; 10th International Congress On SLE – Congresso Mundial de Lúpus • Acompanhar a produção das publicações, em especial ao cronograma estabelecido e previsão de custos; Evento vai ser realizado no Hilton Hotel, em Buenos Aires, no período de 18 A 21 de abril de 2013 • Prestar contas de todo valor entregue a sua responsabilidade. Organização geral: Met Group AS; Organizadores: Gladel e Sociedade Argentina de Reumatologia Site: www.lupus2013.com.ar Contatos: 54-11-4891-0000 Fax: 54-11-4891-0001 BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 boletim SET 12_OK.indd 15 15 12/09/2012 14:25:19 Notas Obras de arte vão embelezar congresso brasileiro em Vitória A capital do Espírito Santo vai receber em setembro dois eventos que irão juntar medicina e arte. O Congresso Brasileiro, que será realizado em Vitória, e uma exposição de obras artísticas no mesmo ambiente, cumprindo mais uma etapa do projeto cultural, promovido pela SBR, que tem acompanhado eventos desse tipo em várias cidades. Nas exposições, estão quadros, fotografias, litogravuras, esculturas de reumatologistas e familiares, em geral esposas dos médicos. Desde 1997, na primeira amostra em Goiânia, na Jornada Brasileira, é Rucélia Ximenez quem se dedica a organizar o projeto, que, para ela, foi uma grande conquista e um privilégio de todos os reumatologistas e suas famílias. “O projeto cultural SBR nasceu de um sonho que falava de todos, num encontro social que sempre foram os congressos brasileiros em que toda a família da reumatologia se encontra para discutir temas científicos. Mas também experimentar uma integração social”, diz ela, explicando que, através do Centro Cultural, Quadros, fotografias, litrogravuras convivem com debates científicos em eventos de reumatologia foi possível descobrir outras artes além da ciência médica e também outras formas de expressão. “A nossa humanização só se consegue através de nossa doação e falando e expressando através de nossos corações”, diz Rucélia. O projeto já esteve em todos os congressos brasileiros, como Fortaleza(1998), São Paulo (2000), Goiânia (2002), Rio de Janeiro (2004), Campinas (2006), Maceió(2008), Porto Alegre (2010) e agora em Vitória (2012), comemorando 15 anos. Reumatologistas de três Estados reúnem-se no RN N os dias 3 e 4 de agosto de 2012, foi realizado o I Encontro CE -PB - RN de Reumatologia. O evento aconteceu na belíssima cidade de Natal-RN no Praiamar Natal Hotel & Convention. O evento contou com a presença de médicos rumatologistas dos três Estados, além do convidado palestrante, Flávio Calil Petean (Riberião Preto-SP). A prioridade foi discutir a Capacitação nos Índices de Avaliação em Reumatologia, 16 boletim SET 12_OK.indd 16 Médicos de CE/PB/RN reuniram-se para debates científicos. entre eles, o DAS28, BASDAI, ASAS e SLEDAI, mas também houve apresentação de palestras sobre atualizações nos Tratamentos da Espondilite Anquilosante e da Osteoporose. Além disso, os participantes foram presenteados com uma brilhante discussão de casos clínicos abordando os temas: Artrite Reumatoide, Nefrite Lúpica e Osteoartrite. É com muito orgulho que a Sociedade de Reumatologia do Rio Grande do Norte , com o apoio das Sociedades do Ceará e da Paraíba, pôde organizar e sediar este inesquecível encontro. É válida a realização periódica de eventos desta natureza, pois, além da troca de experiências práticas e científicas, é importante a interação social entre os profissionais destes Estados tão próximos. As três sociedades pretendem tornar regular este encontro, ainda não definida sua periodicidade. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 12/09/2012 14:25:20 Notas Integração e jogos na XIV Reciclagem da Unifesp D e 21 a 24 de junho, ocorreu a XIV Reciclagem da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em Embu (SP), um evento realizado há 27 anos pela Reumatologia da EPM, com o objetivo de integrar conhecimento e aglutinar experiência e amizades com mais de 120 egressos e atuais integrantes. Nesse ano, o tema central escolhido foi o segundo olhar nas doenças reumáticas. Em cada cenário clínico, um especialista afim fez considerações interessantes sobre aspectos propedêuticos e terapêuticos das doenças nas quais atuamos, como se estivéssemos discutindo em conjunto, oferecendo novidades e novas formas de “ver” as doenças. Dessa forma, um infectologista abordou o binômio atividade do lúpus e infecção; o comprometimento cutâneo da artrite psoriásica foi enfatizado pelo dermatologista; o pneumologista discutiu o manejo da hipertensão pulmonar em pacientes esclerodérmicos e assim por diante. A programação social também estava muito convidativa e foi imperdível, com direito a quadrilha no Arraiá do Reumatuto, guloseimas juninas e simpatias inusitadas, em plena noite de São João. Além disso, houve o I Baile FAN-k, um trocadilho com o exame mais solicitado por nós, reumatologistas. A decoração foi toda dedicada aos padrões do FAN. E no final um jogo da memória, o Alz-Rheumer, atividade recreacional e competitiva entre três equipes sobre algumas curiosidades da reumatologia e da história na escola. Os organizadores tiveram enorme satisfação em rever os velhos integrantes e deram boas vindas aos novos. E salientam que em 2014 serão comemorados os 40 anos de fundação da disciplina de Reumatologia da Unifesp. XIV Reciclagem: diversão e troca de conhecimento em Embu, SP. Faleceu o uruguaio Harry Havranek, um amigo do Brasil Em 28 de junho a reumatologia perdeu o médico Harry Havranek, aos 84 anos. Havranek, um dos históricos da reumatologia no vizinho Uruguai, foi também um grande amigo do Brasil. Os mais antigos o conheciam bem e tivemos o prazer de tê-lo conosco no Congresso de Maceió, em 2008. Um tipo cálido, de boa “charla”, foi também responsável pelo bom conceito da especialidade em seu país e um artífice da integração entre colegas latino-americanos. É com pesar que recebemos essa notícia, sentimento que, tenho certeza, será compartilhado por muitos de nossos colegas brasileiros. Fernando Neubarth BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 2 • jul/ago/set/2012 abr/mai/jun/2012 boletim SET 12_OK.indd 17 Havranek: responsável pelo bom conceito da reumatologia no Uruguai. 15 17 12/09/2012 14:25:24 Primeira fila O que nossos colegas andam estudando Comparação da efetividade dos exercícios praticados dentro e fora da água sobre a força muscular isocinética de membros inferiores em mulheres com artrite reumatoide: um ensaio clínico randomizado, controlado, com 16 semanas de intervenção (The HydRA trial) Usmary Sardinha Siqueira, Luciana Gerusa Orsini, Marco Túlio de Melo, Vera L. Szejnfeld, Marcelo M. Pinheiro Resumo Introdução: Ainda existem muitas controvérsias sobre a prescrição de atividade física em pacientes com artrite reumatoide (AR), sobretudo pelas limitações e pelo maior risco de lesão em articulações cronicamente inflamadas. Além disso, pouco é sabido se os exercícios realizados dentro do ambiente aquático e sem o uso concomitante de equipamentos de sobrecarga são suficientes para promover ganho de força muscular (FM). Objetivos: Comparar o pico de torque dos músculos flexores e extensores de joelhos entre exercícios realizados dentro e fora d’água, após intervenção de 16 semanas, em mulheres com AR, bem como verificar mudanças da atividade de doença, capacidade funcional e composição corporal entre as intervenções. Pacientes e Métodos: Um total de 133 mulheres com AR (ACR, 1987), de 40 a 65 anos de idade, foram incluídas nesse ensaio clínico controlado, randômico, cego e prospectivo com duração de 16 semanas (The Hydra® Trial). Pacientes com atividade intensa da doença (DAS28>5,2) e com classe funcional III e IV não foram incluídas. Programa de reabilitação ou atividade física nos três meses antes da randomização não foi permitido. Indivíduos com problemas circulatórios, úlceras em membros inferiores ou outras lesões de pele não tratadas foram excluídas. Aptidão cardiorrespiratória foi avaliada após teste ergoespirométrico e exame cardiológico. Três grupos foram randomizados [GA – água (N=33) e GS – solo (N=33) p ara execução de exercícios dentro e fora d’água, respectivamente, e GC – controles (N=34), sem qualquer atividade física] e avaliados em três momentos: antes da randomização (T0), após oito (T8) e 16 (T16) semanas de intervenção. A FM foi medida com o dinamômetro isocinético (Biodex® Multi-Joint System3). A atividade da doença e a capacidade funcional foram mensuradas pelo mesmo reumatologista, com o auxílio do DAS28 e do HAQ, respectivamente. Densitometria óssea (DXA) de corpo total foi usada para avaliação da composição corporal tricompartimental. A intervenção foi realizada três vezes por semana, durante 16 semanas consecutivas, totalizando 48 sessões, por um profissional de educação física. A adesão 18 boletim SET 12_OK.indd 18 e o registro de medicações concomitantes e reações adversas foram verificados por meio de uma planilha de frequência em cada sessão. Os dados foram analisados por meio da intenção de tratar (ITT). ANOVA foi usada para detectar diferença da FM de membros inferiores e dos outros desfechos do estudo com distribuição normal. O SPSS/PC para Windows versão 15 foi o pacote estatístico usado para o processamento, a análise e a confecção de todos os modelos de análise. Em todas as análises foi utilizado o nível de significância de p < 0,05. Resultados: Das 133 pacientes recrutadas, 100 foram randomizadas e 82 completaram o estudo. Na primeira avaliação, os três grupos estavam homogeneizados para idade, composição corporal, capacidade funcional, FM e medicações concomitantes. Após 16 semanas de intervenção, não houve mudança significativa da FM dos extensores e flexores de ambos os joelhos nem da composição corporal entre os três grupos. Houve melhora significativa da atividade da doença e da capacidade funcional no GA após 8 e 16 semanas. Não houve mudança das doses das medicações concomitantes, incluindo metotrexato, leflunomida e corticosteroides, ao longo do ensaio clínico. O GA apresentou menor consumo de anti-inflamatórios não-hormonais após oito semanas. Verificou-se que o GA apresentou significantemente melhor adesão à intervenção e menor relato de eventos adversos do que o GS ou GC em 16 semanas. Dezoito pacientes (18%) foram descontinuados do estudo e o principal motivo foi a baixa adesão ao programa de exercícios, especialmente no GS. Conclusão: O programa de exercícios físicos praticados dentro d’água (The HydRA® trial) proporcionou melhora significativa da atividade da doença e a capacidade funcional em mulheres com AR de longa evolução. No entanto, não promoveu incremento significativo da força muscular ou modificações da composição corporal. Assim, somente a resistência da água, sem sobrecarga adicional, não foi suficiente para aumentar significativamente a força muscular de flexores e extensores de joelhos. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 12/09/2012 14:25:26 Serviço Peer-review avalia seu artigo e sugere onde publicar Você pretende enviar um trabalho científico para uma publicação? Reduza significativamente os problemas de seu texto e melhore sua qualidade por meio de uma simulação do peer-review antes de submetê-lo à revista especializada. O peer-review (revisão por pares) é um processo em que as revistas científicas encaminham um artigo para a revisão por experts da área. O futuro de seu artigo dependerá da revisão por esses especialistas. O sistema é utilizado praticamente por todas as revistas de reumatologia, sejam nacionais ou internacionais. Nosso serviço inclui a avaliação crítica do artigo e como diferencial sugestões de melhoria no texto. Isso aumentará suas chances de publicação. Artigo pronto e não encontrou revistas com perfil adequado? Outros serviços Avaliação crítica de: • Tese de doutorado • Dissertação de mestrado • Projeto de pesquisa • Resumos/pôsteres para congressos Obs: A publicação não é garantida. O artigo vai passar pelo processo peer-review na revista a que você irá submetê-lo. Temos serviço de recomendação do periódico científico. Jozélio Freire de Carvalho Professor livre docente pela USP – Avaliador de projetos para a FAPESP, CNPQ, Reumafonds (Holanda) ANVISA Cerca de 150 artigos publicados pelo Pubmed – Índice H: 11 – Contato: [email protected] BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 boletim SET 12_OK.indd 19 19 12/09/2012 14:25:26 Coluna Seda Referências a doenças em poemas de Manuel Bandeira Hilton Seda De forma implícita ou explícita, o poeta referencia doenças em sua obra. E, como seria de esperar, a tuberculose, que o martirizou por toda a vida, teria de estar presente. E realmente foi a primeira aparecer, de maneira implícita. (Parte II) “Dedicado ao acadêmico dr. Meer Gurfinkel” A lém das citadas na parte inicial deste artigo (edição Boletim junho 2012), há várias outras referências à tuberculose na obra poética de Manuel Bandeira. O poema “ Vulgívaga”, do livro “Carnaval”, inicia e termina com a seguinte quadra: Impregnaram-na da minha humanidade irônica de tísico. Não posso crer que se conceba Do amor senão o gozo físico! O meu amante morreu bêbado, E meu marido morreu tísico! E foi subindo... para longe... serenamente... Como se o enchesse o soprinho tísico de José. Em “A dama branca”, também do livro “Carnaval”, nova referência à tísica: Era desejo? – Credo! De tísico? Por histeria... quem sabe lá?... A Dama tinha caprichos físicos: Era uma estranha vulgívaga. Em ”Noturno da Mosela”, do livro “O ritmo dissoluto”, há uma alusão indireta à tuberculose: Fumo até quase não sentir mais que a brasa e a cinza em minha boca. O fumo faz mal aos meus pulmões comidos pelas algas. O fumo é amargo e abjeto. Fumo abençoado, que és amargo e abjeto! Ainda em “Ritmo dissoluto”, no poema “Gesso”: Os meus olhos, de tanto a olharem, 20 boletim SET 12_OK.indd 20 Foi-se-me um dia a saúde... Fiz-me arquiteto? Não pude! Sou poeta menor, perdoai! Do mesmo livro, em “Na rua do sabão”: Quem fez foi o filho da lavadeira. Um que trabalha na composição do jornal e tosse muito. No livro “Libertinagem”, no poema “Não sei dançar”, Bandeira lamenta a perda dos seus e a perda da saúde com a tuberculose: Na poesia que se segue (“Oração a Santa Teresa”) alusão a várias doenças: Rogai pelos tísicos Rogai pelos cardíacos Rogai pelos tabéticos Rogai pela gente de fôlego curto Rogai por mim e pelo pintor Artur Lucas. Em “Autorretrato” (“Mafuá do Malungo”, Outros Poemas), considera-se um tísico profissional: Sim, já perdi pai, mãe, irmãos. Perdi a saúde também. Mal tendo a inquietação de espírito Que vem do sobrenatural, E em matéria de profissão Um tísico profissional. Em “Mangue”, ainda em “Libertinagem”, diz Bandeira: “Mangue mais Veneza americana do que Recife” e Em “Oração a Santa Teresa” (“Mafuá do Malungo”, Outros Poemas), um pedido: Casinhas tão térreas onde tantas vezes meu Deus fui funcionário público casado com mulher feia e morri de tuberculose pulmonar. Rogai pelos tísicos Rogai pelos cardíacos Rogai pelos tabéticos Rogai pela gente de fôlego curto Em “Lira dos cinquent’anos”, o poema ”Testamento” fala de sua doença: Mais uma vez, em “Madrigal para as debutantes de 1946” (“Mafuá do Malungo”, Outros Poemas), Manuel Bandeira lamenta o que a doença lhe fez: Criou-me desde eu menino, Para arquiteto meu pai. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 12/09/2012 14:25:28 Nikolaus Lenau, poeta da amargura! Uma te amou, chamava-se Sofia. E te levou pela melancolia Ao oceano sem fundo da loucura. Os reumatismos também estão presentes: Nicolaus Lenau (1802-1850) foi um poeta de língua alemã que sofreu de grande depressão (7). A loucura também aparece em “Boca de forno” (“Estrela da Manhã”): Trôpego, reumático, surdo Eu, poeta oficial da família, Cara de cobra, Cobra! Olhos de louco, Louca! “Queixem-se outros de gota, reumatismo”, Diz Viriato, e de falta de memória. Manuel Bandeira – desenho do autor A sífilis é citada em “Tragédia brasileira” (“Estrela da Manhã): Meus vinte anos vão tão distantes! Pensando bem, jamais os fiz. Enfermo, envelheci muito antes. Conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituta, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria. O pulmão continua presente em “Tema e voltas” (Mafuá do Malungo”, Outros Poemas): Em brigas não tomo parte, A morros não subo não: Que se nunca tive enfarte, Só tenho meio pulmão. Só tenho meio pulmão, é repetido no fim das quatro quadras que compõem essa poesia. Como seria de esperar e como se viu, há, pela influência que teve a doença em sua vida, uma predominância nítida de referências à tuberculose nos poemas de Manuel Bandeira, mas outras enfermidades também aparecem. Em “A Sereia de Lenau” (“Carnaval”) há uma citação de loucura sem especificação: Igualmente, em “Poética” (“Libertinagem”): Estou farto do lirismo namorador Político Raquítico Sifilítico Em “Conto cruel” (“Estrela da Manhã”) aparece uremia: A uremia não o deixava dormir. A filha deu uma injeção de sedol. Em “Libertinagem”, no poema “Não sei dançar”: Não há malária nem moléstia de Chagas, nem ancilóstomos, A sereia sibila e o ganzá do jazz-band batuca. Eu tomo alegria BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 boletim SET 12_OK.indd 21 “No Aniversário de Maria da Glória” (“Mafuá do Malungo”, Outros Poemas): Em “Viriato octogenário” (“Mafuá do Malungo”, Outros Poemas): Por fim, um comovente poema, em “O Ritmo Dissoluto”, que fala, sem definila, da doença de uma criança e mostra toda a sensibilidade de Manuel Bandeira: O Menino Doente O menino dorme. Para que o menino Durma sossegado, Sentada a seu lado A mãezinha canta: – “Dodói, vai-te embora! “Deixa o meu filhinho. “Dorme... dorme... meu...” Morta de fadiga, Ela adormeceu. Então, no ombro dela, Um vulto de santa, Na mesma cantiga, Na mesma voz dela, Se debruça e canta: – “Dorme, meu amor. “Dorme, meu benzinho... Referência 1 Nikolaus Lenau, Wikipedia, a Enciclopédia Livre. 21 12/09/2012 14:25:30 Além da Reumatologia Pintura que às vezes vara a noite Entrar na madrugada ou até encarar o amanhecer pintando. Isso acontece na vida da reumatologista pernambucana Maria de Fatima Menezes. Bem, não é todo dia que ela consegue fazer isso, mas, quando sente muita vontade, encara mesmo as horas mais tardias nesse hobby que ela diz adorar: a pintura. M aria de Fátima formou-se na medicina em 1972 e fez algumas andanças em terras cariocas e paulistas, antes de voltar a Recife. No Rio, por exemplo, ela passou os dois anos de residência (73 e 74) e depois mais um ano, 1975, atuando como preceptora de novos residentes. Depois, fez concurso em clínica médica na então Faculdade, hoje universidade, de Taubaté, onde atuou de 76 a 79. Mas em 1980 estava de volta a Recife, que não é sua cidade natal (nasceu em Campina Grande), mas é onde mora sua família e onde ela vive até hoje, com o marido e a filha mais nova, que ainda é solteira. Os outros dois filhos, um rapaz e uma moça, casados, já lhe deram três netos. Em Recife, seu cotidiano divide-se entre o consultório, onde vai duas vezes por semana, e o trabalho na Universidade Federal de Pernambuco, onde só não vai às terças-feiras.: “Adoro o que faço lá e, mesmo quando penso em me aposentar, sei que não será tão já, porque não quero, por enquanto, largar minha atividade na universidade”, conta Maria de Fátima. Sem pensar em nada Nesse cotidiano puxado, acordando às 6 da manhã e dormindo às 11h, a pintura é o melhor meio de tirar o estresse, diz ela. E essa arte chegou à sua vida quando resolveu fazer um curso específico, em 1981. “Minha professora era muito conceituada aqui em Recife e eu praticamente tive uma ‘cadeira cativa’ no curso dela, porque muitas vezes eu tinha de largar, pelo meu cotidiano, mas sempre acabava voltando”, lembra. Maria de Fátima tem fala mansa, própria de nordestinos, e se diz muito calma, mas mesmo assim reconhece a necessidade de ter alguma atividade que a faça “não pensar em nada”. E é o que acontece quando está pintando num quarto da casa que virou seu ateliê: “Eu fico absolutamente sozinha nesses momentos, sem pensar em atividade profissional, nem em qualquer outra coisa. Fico totalmente concentrada na “Não tenho aspiração a ser profissional, mas fico satisfeita em ver que minha família e meus amigos gostam de minhas obras.” 22 boletim SET 12_OK.indd 22 obra que estou criando”, diz. Seu estilo de pintura, ela define estar mais para o impressionismo, do que para o realismo, e para isso contribui o fato de usar espátula e não pincel, e tinta acrílica em vez de tinta a óleo. E tudo mostra que suas obras têm agradado, já que participou de três exposições em Recife, além de ser convidada a expor com frequência por Rucélia Ximenez, que organiza projetos culturais em congressos de reumatologia, onde Maria de Fátima já levou suas obras em quatro ocasiões. “Não tenho aspiração a ser profissional, mas fico satisfeita em ver que minha família e meus amigos gostam de minhas obras, tanto que cada um deles tem pelo menos uma delas em suas casas”, diz ela, satisfeita. Mas não é só a pintura que leva essa reumatologista a uma prática artística. Ela também gosta de escrever e já publicou dois contos. “Também não aspiro ser escritora; gosto mais é de escrever para mim mesma. Tenho muito material escrito”. BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 3 • jul/ago/set/2012 12/09/2012 14:25:31 O único anti-TNF totalmente humano com eficácia em 6 indicações no Brasil em:1-8 2 2 humanizar 2 2 2 2 A Abbott apoia a atualização científica: www.rima.org Referências: 1. Burmester GR, Mease P, Dijkmans BAC, et al. Adalimumab safety and mortality rates from global clinical trials of six immune-mediated inflammatory diseases. Ann Rheum Dis. 2009;68:1863-9. 2. Bula do produto. 3. van der Heijde D, Breedveld D, Kavanaugh A et al. Disease activity, physical function, and radiographic progression after long term therapy with adalimumab plus methotrexate: 5-Year results of PREMIER. The Journal of Rheumatology. 2010;37(11): 2237-46. 4. van der Heijde D, Kivitz A, Schiff MH, et al. Efficacy and safety of adalimumab in patiens with ankylosing spondylitis. Arthritis Rheum. 2006;54:2136-46. 5. Mease PJ, Gladman DD, Ritchlin CT, et al; para o Grupo de estudo sobre eficácia da adalimimab em estudo clinico sobre artrite psoriásica. Adalimumab for the treatment of patients with moderately to severely active psoriatic arthritis: results of a double blind, randomized, placebo-controleed Trial. Arthritis Rheum. 2005;52:3279-89. 6. Saurat JH, Stingl G, Dubertret L et al. Efficacy and safety results from the randomized controlled comparative study of adalimumab vs. methotrexate vs.placebo in patients with psoriasis (CHAMPION). Br J Dermatol. 2008;158:558–566. 7. Hanauer SB, Sandborn WJ, Rutgeerts P et al. Human anti-tumor necrosis factor monoclonal antibody (Adalimumab) in Crohn’s Disease: The CLASSIC-I Trial. Gastroenterology 2006;130:323-333. 8. Lovell DJ, Ruperto N, Goodman S, Reiff A. Adalimumab with or without Methotrexate in Juvenile Rheumatoid Arthritis. N Engl J Med. 2008;359:810-20. HUMIRA® (adalimumabe) – MS: 1.0553.0294. Indicações: Artrite reumatoide, Artrite psoriásica, Espondilite Anquilosante, Doença de Crohn, Psoríase em placas, Artrite Idiopática Juvenil Poliarticular. Contraindicações: pacientes com conhecida hipersensibilidade ao adalimumabe ou quaisquer componentes da fórmula do produto. Advertências e Precauções: Infecções: foram relatadas infecções graves devido a bactérias, micobactérias, infecções fúngicas invasivas, virais, parasitárias ou outras infecções oportunistas, sepsis, raros casos de tuberculose, candidíase, listeriose, legionelose e pneumocistose foram relatados em pacientes tratados com antagonistas do TNF. Histoplasmose e outras infecções fúngicas invasivas são um risco para os pacientes. Pacientes que desenvolvem uma infecção fúngica grave são também advertidos a interromper o uso de bloqueadores de TNF até que a infecção seja controlada. O tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) não deve ser iniciado ou continuado em pacientes com infecções ativas, incluindo infecções crônicas ou localizadas, até que as infecções estejam controladas. Recomenda-se cautela ao uso de HUMIRA® (adalimumabe) em pacientes com histórico de infecções de repetição ou com doença de base que possa predispor o paciente a infecções. Tuberculose: foram relatados casos de tuberculose (frequentemente disseminada ou extrapulmonar) associados ao HUMIRA® (adalimumabe). Antes de iniciar o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) todos os pacientes devem ser avaliados quanto à presença de tuberculose ativa ou inativa (latente). Se a tuberculose ativa for diagnosticada, o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) não deve ser iniciado. Se for diagnosticada tuberculose latente, deve-se iniciar a profilaxia antituberculose apropriada. Reativação da Hepatite B: o uso de inibidores de TNF foi associado à reativação do vírus da hepatite B (HBV) em pacientes portadores crônicos deste vírus, podendo ser fatal. Deve-se ter cautela ao administrar inibidores de TNF em pacientes portadores do vírus da hepatite B. Eventos neurológicos: foram associados, em raros casos, com exacerbação de sintomas e/ou evidência radiológica de doença desmielinizante, incluindo esclerose múltipla e doença desmielinizante periférica, incluindo Síndrome de Guillain Barré. Deve-se ter cautela ao considerar o uso de HUMIRA® (adalimumabe) em pacientes com doenças desmielinizantes do sistema nervoso periférico ou central, de início recente ou pré-existentes. Malignidades: foi observado maior número de casos de linfoma entre os pacientes que receberam antagonistas de TNF. Além disso, há maior risco de linfoma em pacientes com artrite reumatoide com doença inflamatória de longa duração, altamente ativa, o que complica a estimativa do risco. Malignidades, algumas fatais, foram relatadas entre crianças e adolescentes que foram tratados com agentes bloqueadores de TNF. A maioria dos pacientes estava tomando concomitantemente imunossupressores. Casos muito raros de linfoma hepatoesplênico de células T foram identificados em pacientes recebendo adalimumabe. O risco potencial com a combinação de azatioprina ou 6-mercaptopurina e HUMIRA® (adalimumabe) deve ser cuidadosamente considerado. Alergia: durante estudos clínicos, reações alérgicas graves associadas ao uso de HUMIRA® (adalimumabe) foram raramente observadas, incluindo reação anafilática. Se uma reação anafilática ou outra reação alérgica grave ocorrer, a administração de HUMIRA® (adalimumabe) deve ser interrompida imediatamente e deve-se iniciar o tratamento apropriado. A tampa da agulha da seringa contém borracha natural (látex). Pacientes sensíveis ao látex podem ter reações alérgicas graves. Eventos hematológicos: raros relatos de pancitopenia, incluindo anemia aplástica. A descontinuação da terapia com HUMIRA® (adalimumabe) deve ser considerada em pacientes com anormalidades hematológicas significativas confirmadas. Uso com anacinra: A combinação de adalimumabe e anacinra não é recomendada. Insuficiência cardíaca congestiva: Casos de piora da ICC também foram relatados em pacientes recebendo HUMIRA® (adalimumabe). Processos autoimunes: o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) pode resultar na formação de anticorpos autoimunes. Se um paciente desenvolver sintomas que sugiram síndrome Lúpus símile, o tratamento deve ser descontinuado. Uso em idosos: a frequência de infecções graves entre pacientes com mais de 65 anos de idade tratados com HUMIRA® (adalimumabe) foi maior do que para os sujeitos com menos de 65 anos de idade. Devido a uma maior incidência de infecções na população idosa geral, deve-se ter cautela quando do tratamento de pacientes idosos. Uso na gravidez: este medicamento só deve ser usado durante a gravidez quando, na opinião do médico, os benefícios potenciais claramente justificarem os possíveis riscos ao feto. Mulheres em idade reprodutiva devem ser advertidas a não engravidar durante o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe). Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Uso na lactação: recomenda-se decidir entre descontinuar o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) ou interromper o aleitamento, levando em conta a importância do medicamento para a mãe. Interações Medicamentosas: Metotrexato: não há necessidade de ajuste de doses de nenhum dos dois medicamentos. Outras: o uso concomitante de HUMIRA® (adalimumabe) e anacinra ou abatacepte não é recomendado. Vacinas vivas não devem ser administradas concomitantemente a HUMIRA® (adalimumabe). Não foram observadas interações com DMCDs (sulfassalazina, hidroxicloroquina, leflunomida e ouro parenteral), glicocorticoides, salicilatos, anti-inflamatorios não esteroidais ou analgésicos. Reações Adversas: Reação muito comum: infecções no trato respiratório, leucopenia, anemia, aumento de lipídeos, dor de cabeça, dor abdominal, náusea, vômito, elevação de enzimas hepáticas, rash, dor músculo-esquelética, reação no local da injeção. Reação comum: infecções sistêmicas, infecções intestinais, infecções de pele e tecidos moles, infecções de ouvido, infecções, infecções do trato, infecção do trato urinário, infecções fúngicas, infecções articulares, neoplasia benigna, câncer de pele não melanoma, trombocitopenia, leucocitose, hipersensibilidade e alergia, hipocalemia, aumento do ácido úrico, quantidade anormal de sódio no sangue, hipocalcemia, hiperglicemia, hipofosfatemia, aumento de potássio no sangue, desidratação, alterações de humor, ansiedade, insônia, parestesia, enxaqueca, compressão de raíz nervosa, distúrbio visual, conjuntivite, blefarite, inchaço nos olhos, vertigem, taquicardia, hematoma, hipertensão, rubor, tosse, asma, dispneia, hemorragia gastrintestinal, dispepsia, doença do refluxo gastroesofágico, síndrome Sicca, prurido, urticária, contusões, dermatite, onicoclase, hiperidrose, espasmos musculares, hematúria, insuficiência renal, dor no tórax, edema, alterações da coagulação e distúrbios hemorrágicos, teste para autoanticorpos positivo, aumento de desidrogenase lática no sangue, cicatrização prejudicada. Reação incomum: infecções oportunistas e tuberculose, infecções neurológicas, infecções dos olhos, infecções bacterianas, linfoma, neoplasia de órgãos sólidos, melanoma, púrpura trombocitopênica idiopática, tremor, neuropatia, diplopia, surdez, tinido, arritmia, insuficiência cardíaca congestiva, oclusão arterial vascular, tromboflebite, aneurisma aórtico, doença pulmonar obstrutiva crônica, pneumopatia intersticial, pneumonite, pancreatite, disfagia, edema facial, colecistite e colelitíase, aumento da bilirrubina, esteatose hepática, suores noturnos, manchas, rabdomiólise, lúpus eritematoso sistêmico, noctúria, disfunção erétil, inflamação. Reação rara: pancitopenia, esclerose múltipla, parada cardíaca. Infecções: As infecções consistiram principalmente de nasofaringites, infecções respiratórias superiores, sinusites, bronquites e infecções do trato urinário. Reações adversas de pós-comercialização: diverticulite, linfoma hepatoesplênico de células T, leucemia, anafilaxia, sarcoidose, doenças desmielinizantes, acidente vascular cerebral, embolismo pulmonar, derrame pleural, fibrose pulmonar, perfuração intestinal, reativação da hepatite B, insuficiência hepática, vasculite cutânea, síndrome de Stevens-Johnson, angioedema, aparecimento ou piora da psoríase; eritema multiforme, alopecia, síndrome lúpus símile, infarto do miocárdio. Posologia: Artrite Reumatoide, Artrite Psoriásica, Espondilite Anquilosante: a dose para pacientes adultos é de 40 mg, administrados em dose única por via subcutânea, a cada 14 dias. Doença de Crohn: início do tratamento – Semana 0: 160 mg por via subcutânea ; Semana 2: 80 mg; Manutenção do tratamento: a partir da Semana 4, 40 mg a cada 14 dias. Psoríase: para pacientes adultos é de uma dose inicial de 80 mg por via subcutânea, seguida de doses de 40 mg administradas em semanas alternadas, começando na semana seguinte à dose inicial. Artrite idiopática juvenil poliarticular: para pacientes com idade superior a 13 anos é de 40 mg solução injetável, administrados em dose única por via subcutânea, a cada 14 dias. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Registrado por: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda.- Rua Michigan, 735 – São Paulo – SP - CNPJ: 56.998.701/0001-16. ABBOTT CENTER: 0800 703 1050. Contraindicações/Precauções: Assim como observado com outros antagonistas de TNF, foram relatados casos de tuberculose associados ao HUMIRA® (adalimumabe). A administração concomitante de antagonistas de TNF e abatacept tem sido associada a aumento do risco de infecções, incluindo infecções sérias, quando comparada a antagonistas de TNF isolados. Material destinado a profissionais da saúde prescritores. Reprodução Proibida. Produzido em Fevereiro/2012. ABBOTT CENTER Central de Relacionamento com o Cliente 0800 7031050 www.abbottbrasil.com.br boletim MAR 12.indd 23 23/03/2012 09:15:46 www.reumatologia.com.br boletim SET 12_OK.indd 24 12/09/2012 14:25:34