118 Vivian Batista da Silva Universidade de São Paulo RESUMO Este trabalho apresenta as opções metodológicas que permitiram o desenvolvimento de uma pesquisa, realizada em nível de mestrado, acerca de uma história das leituras para professores mediante a análise de manuais pedagógicos brasileiros. Trata-se de livros especialmente importantes na literatura educacional, na medida em que são escritos para serem usados em Escolas Normais e cursos de formação de professores, tratando – de forma sumária e acessível – dos temas previstos para o ensino de disciplinas diretamente relacionadas ao ensino, no caso, a Pedagogia, a Didática, a Metodologia e a Prática de Ensino. Nesse sentido, pode-se dizer que esses textos são elaborados a partir dos programas oficiais e contêm de forma mais detalhada do que essas prescrições os saberes a serem ensinados aos normalistas. O marco inicial da investigação situa-se no ano de 1930, levando em conta a reorganização das Escolas Normais em vários estados brasileiros, no sentido de imprimir aos seus planos de estudos um caráter menos propedêutico e mais profissionalizante e, sobretudo, a acentuada proliferação de manuais de pedagogia, didática, metodologia e prática de ensino. Para a delimitação da data final, correspondente a 1971, considera-se a promulgação da LDB nº 5692, a qual substituiu os antigos cursos pela Habilitação Específica para o Magistério, e ainda o fato de, nesse momento, as edições examinadas utilizarem recursos tipográficos mais sofisticados. A partir da busca em acervos da cidade de São Paulo, foi possível conhecer 44 títulos publicados ao longo desse período, sem contar as reedições de cada um. O referido estudo disponibiliza num Catálogo informações básicas que permitam a outros pesquisadores encontrarem esses livros de uma forma mais prática. Nessa perspectiva, além de tentar contribuir para o conhecimento da história dos manuais, procura-se potencializar o uso desse material, o que pode evitar a duplicação do esforço em identificar os títulos aqui examinados. Dadas as dificuldades de localizar todas as reedições de um manual, bem como alguns títulos dos quais se tem notícia mas não se encontram nos acervos consultados, não se pode afirmar que o levantamento realizado tenha sido exaustivo mas, de qualquer forma, o corpus localizado é representativo da produção e evidencia que, em geral, as edições dos títulos foram numerosas. No desenvolvimento da pesquisa, o intuito foi relacionar diversos aspectos envolvidos na edição dos manuais pedagógicos, quais sejam, os objetivos dos autores, as formas tipográficas assumidas pelos escritos com o trabalho dos ilustradores, editores e impressores, as recomendações oficiais quanto à publicação de livros-texto para escolas e com relação aos tópicos a serem desenvolvidos pelos manuais de pedagogia, didática, metodologia e prática de ensino. Evidentemente, essas são apenas algumas das questões envolvidas na história desses livros e, no interior da investigação aqui descrita, a análise das mesmas foi possível graças ao exame de fontes diversificadas, como é o caso de currículos e programas de escolas normais, resenhas sobre manuais pedagógicos e estudos já levados a efeito acerca do controle e desenvolvimento de iniciativas editoriais. Quando do registro e sistematização de informações contidas nos próprios manuais pedagógicos, construiu-se um Banco de Dados que permite a análise de diversos aspectos desses livros. Trata-se de uma etapa nuclear do trabalho e o programa utilizado (ACCESS) permite não apenas o armazenamento dos dados como também o cruzamento das informações obtidas a partir de diferentes interesses que, porventura, venham a mobilizar novas pesquisas a respeito do material. As informações selecionadas são as seguintes: declarações constantes nos manuais com referência às suas recomendações de uso; temas tratados nos livros; organização de capítulos; dados biográficos dos autores dos livros. E, ainda, considerando que os manuais resumiram saberes constantes na literatura educacional, constituindo-se, assim, por um universo de referências a outros autores e volumes publicados em diferentes lugares do mundo, há tabelas relativas aos nomes, livros e áreas de saber citados nos manuais, registrando-se não só quantas vezes essas referências apareceram ao longo das páginas, como também o modo pelo qual isso aconteceu. No caso de autores, por exemplo, observou-se se apenas os seus nomes foram citados, se foram transcritos trechos de sua obra, se ele foi referido em nota de rodapé, no corpo do texto ou na bibliografia. Convém destacar que tal sistematização tem sido realizada também por pesquisadores da Universidade de Lisboa, num projeto luso-brasileiro que prevê, entre outros aspectos, a análise histórico-comparada da produção e circulação de saberes entre professores, no interior de uma pesquisa intitulada Estudos comparados sobre a escola: Brasil e Portugal – séculos XIX e XX, o qual conta com o apoio CAPES/ICCTI. Desse modo, o mapeamento aqui apresentado visa demarcar as opções metodológicas que permitiram a caracterização dos modos pelos quais os manuais pedagógicos dirigiram-se ao seu público-leitor, contribuindo para o conhecimento da história dos manuais pedagógicos brasileiros, mediante o estudo de diversas fontes e a sistematização de informações que viabilizem também o desenvolvimento de futuras pesquisas. 119 TRABALHO COMPLETO O presente trabalho tem por objetivo contribuir para as reflexões acerca do uso de determinadas fontes, categorias e métodos de pesquisa na área de História da Educação. Nesse sentido, o intuito é apresentar e discutir as opções metodológicas que permitiram o desenvolvimento de um estudo realizado em nível de mestrado a respeito de uma história de leituras para professores. As fontes nucleares da análise foram os chamados manuais pedagógicos, que corresponderam a livros especialmente importantes na literatura educacional, pois foram escritos para serem usados em Escolas Normais e cursos de formação de professores, tratando – de forma sumária e acessível – dos temas previstos para o ensino de disciplinas diretamente relacionadas ao ensino, no caso, a Pedagogia, a Didática, a Metodologia e a Prática de Ensino. Textos dessa natureza foram elaborados a partir dos programas oficiais contendo de forma mais detalhada do que essas prescrições os saberes a serem ensinados aos normalistas. O marco inicial da investigação situa-se no ano de 1930, levando em conta a reorganização das Escolas Normais em vários estados brasileiros, no sentido de imprimir aos seus planos de estudos um caráter menos propedêutico e mais profissionalizante e, sobretudo, a acentuada proliferação de manuais de pedagogia, didática, metodologia e prática de ensino. Para a delimitação da data final, correspondente a 1971, considera-se a promulgação da LDB nº 5692, a qual substituiu os antigos cursos pela Habilitação Específica para o Magistério, e ainda o fato de, nesse momento, as edições examinadas utilizarem recursos tipográficos mais sofisticados. O exame desse material inseriu-se no quadro das investigações acerca da produção e circulação de saberes no espaço dos educadores, na medida em que procurou evidenciar especificidades dos discursos tidos como “excelentes” para conduzirem o ofício de ensinar. Dito de outra forma, tratava-se de tentar identificar alguns dos modos pelos quais a cultura profissional do professorado foi construída e assimilada pelo grupo. Como sugere Roger Chartier (1990), o material em pauta foi analisado como um dos instrumentos utilizados no esforço de instaurar modalidades de percepção e ação junto às situações de ensino, pois eles produziram e divulgaram conhecimentos relativos às competências tidas como “ideais” para os mestres. Tal como afirmado anteriormente, os manuais pedagógicos foram tomados como a fonte nuclear que permitia conhecer especificidades das publicações destinadas à formação de professores. Simultaneamente, eles adquiriram o estatuto de objeto central da investigação, na medida em que se constituíram num veículo mediante o qual se concretizaram os processos de produção e apropriação de saberes e representações acerca do magistério. Para além de uma análise das características dos manuais, procurou-se delinear outros aspectos relativos às expectativas dos educadores com relação a esses livros, as iniciativas editoriais empreendidas na área e os dispositivos mediante os quais o Estado tentou ordenar a produção. Na pesquisa, foram consultados arquivos especializados da cidade de São Paulo. Os acervos das Bibliotecas da Faculdade de Educação da USP, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, da Universidade Estadual de Campinas, da Biblioteca Municipal Mário de Andrade e do Instituto de Estudos Educacionais Sud Mennucci foram escolhidos porque correspondem àqueles que reúnem o maior número de publicações na área educacional. Foi possível encontrar uma coleção representativa composta por 44 títulos, sem contar as edições e reedições de cada um deles. Para evitar a duplicação dos esforços na busca do repertório, houve a preocupação em organizar informações básicas que permitam a outros pesquisadores terem acesso aos livros de uma forma mais prática. Foi produzido, então, um pequeno catálogo informando onde esse material pode ser encontrado e quais edições estão disponíveis para eventuais consultas. Com o objetivo de descrever registros mais detalhados, foi elaborado um Banco de Dados, no qual foi possível integrar informações a respeito das características tipográficas, dos capítulos, das sugestões de uso, da atuação dos escritores e da 120 bibliografia utilizada como referência nos impressos examinados, o que viabiliza múltiplas formas de consulta e utilização dos dados por outros pesquisadores, podendo contribuir para a superação de dificuldades comumente enfrentadas na área de História da Educação no tocante ao acesso e à conservação de fontes na medida em que evita a duplicação de investimentos para localizar os livros incluídos na pesquisa. Os métodos e procedimentos adotados quando da localização, registro, sistematização e análise das fontes foram escolhidos levando-se em conta as características de pesquisas sobre a categoria na qual os manuais de pedagogia, didática, metodologia e prática de ensino se incluem, a saber, a dos textos usados nas escolas. Isso porque os manuais pedagógicos brasileiros, por terem sido escritos a fim de desenvolverem tópicos relativos aos planos de estudos de escolas normais, institutos de educação e, em alguns casos, até de faculdades de filosofia, podem ser considerados como parte das leituras promovidas pela escola. Eles foram elaborados em função de currículos e programas oficialmente determinados e, na maioria dos casos, atingiram um número significativo de edições. Sendo assim, esses títulos abrigaram algumas características comuns aos impressos destinados a estudantes dos vários níveis de ensino. Convém, então, destacar as razões pelas quais um crescente número de estudiosos tem se interessado pelo tema e assinalar algumas das potencialidades de investigações dessa natureza. A esse respeito, é Alain Chopin (2000) quem destaca os estudos sobre livros escolares como um campo de conhecimento relativamente novo. No seu entender, essas fontes correspondem a um tipo de impresso marcado pela trivialidade, familiaridade e ampla difusão que acabaram por motivar um certo desinteresse por parte dos pesquisadores com relação à sua produção e circulação. Até aproximadamente meados do século XX, houve poucas investigações sobre do material e faltou um esforço mais sistemático de conservação e catalogação do mesmo. A quantidade de pesquisas relativas a manuais escolares aumentou a partir da década de 60, um momento de democratização do sistema educativo, de descolonização e aumento dos progressos técnicos. Os trabalhos então encaminhados privilegiaram questões a respeito da vida escolar, da constituição da memória coletiva – o nacionalismo, o patriotismo, a moral – ou mesmo do racismo. Assim, os esforços quanto ao exame do conteúdo dos livros versaram sobre uma multiplicidade de temas, permitindo conhecer referências familiares a respeito de gênero, culturas, direitos humanos. Nos últimos vinte anos, houve uma mudança nesse tipo de interesse, decorrente não tanto do seu aumento e diversificação, mas, sobretudo, do desenvolvimento de projetos com novas perspectivas ou especializados em disciplinas e áreas nunca trabalhadas até então. Dos anos 80 em diante, procurou-se construir uma história da literatura escolar, com a elaboração de inventários de coleções, identificação das leis que regularam o gênero, reconstituição da vida das editoras, da atuação profissional dos autores, da difusão e recepção do material etc. Atualmente, estudiosos do livro e historiadores da educação têm a possibilidade de atentar mais para o objeto em pauta, pois são favorecidos pela ampliação das técnicas de armazenamento de dados. Os textos escolares representam fontes para conhecer a economia das publicações editoriais, incluindo-se aí as modalidades de impressão ou a semiologia da imagem, além de permitirem identificar questões pedagógicas. Nesse sentido, os educadores reconhecem que os impressos utilizados por alunos e professores permitem conhecer o cotidiano das salas de aula. Isso porque essa literatura organiza os conteúdos “legítimos” a serem transmitidos (Apple, 1995). No entender de Jean-Claude Forquin (1993), a elaboração desse conjunto supõe uma seleção do patrimônio humano construído ao longo de gerações e ainda uma reelaboração dos tópicos escolhidos em nome de propósitos didáticos. Tal imperativo obriga a emergência de modos de pensamento tipicamente escolares, constituindo uma espécie de cultura própria. Segundo Chopin (2000), os manuais são objetos complexos que devem disponibilizar aos estudantes saberes, valores morais, religiosos e políticos. Para o 121 corpo docente, esse material auxilia o ensino, destacando algumas informações e sugerindo a adoção de determinados métodos e técnicas de transmissão das mesmas. Além dessa multiplicidade de aspectos, o autor ainda assinala outras razões para explicar a riqueza dos manuais escolares como fonte e como objeto de estudo. Uma delas refere-se ao fato de que esse gênero é produzido a partir de prescrições dos programas oficiais e, portanto, orienta de forma mais detalhada do que essas instruções o ensino que efetivamente ocorre durante as aulas. Tal repertório, no intuito de tornar os seus escritos acessíveis ao leitor, constitui um corpus relativamente homogêneo, o que permite construir métodos comparativos de análise. É possível ainda empreender estudos seriais, acompanhando ao longo do tempo a aparição e o desenvolvimento de uma noção científica, de um método pedagógico em vários títulos, por exemplo, ou, ainda, as variações tipográficas apresentadas por eles. Trata-se da constituição de um campo de conhecimento recente, mas que tem despertado o interesse de muitos pesquisadores. O número 19 de Historia de la educacion – Revista Interuniversitaria (2000) reservou uma seção para trabalhos relativos a manuais escolares, publicando um balanço sobre o encaminhamento de investigações na área, desde a década de 1960 (Alain Chopin), a apresentação da origem e evolução do projeto MANES (Investigación sobre los Manuales escolares), com sede na Universidad Nacional de Educación a Distancia de Madrid e contando com a colaboração de diversas instituições de nível universitário da América Latina (Alejandro Tiana Ferrer e Gabriela Ossenbach Sauter), além de um trabalho a respeito do movimento editorial na Espanha (Miguel Beas Miranda) e de uma série de artigos interessados em publicações destinadas ao ensino de disciplinas específicas, tais como a história (Verena Radkau García), a história da educação (Antonio Molero), a física (Antonio Moreno González), a gramática (Isabel Martinez Navarro). Como observa Benítez ao comentar o volume, esses textos ressaltam aspectos ainda pouco conhecidos sobre a literatura escolar. Em Seminário apresentado na Faculdade de Educação da USP em abril de 2001, intitulado Aprendizes de alquimista: aproximações à alquimia curricular enquanto objecto de pesquisa sociológica e histórica, António Carlos Luz Correia atenta para a riqueza dos manuais. Em sua investigação sobre o currículo, o autor interroga “se não o que acontece realmente na escola, pelo menos o modo como os intervenientes se representam a si mesmos, às relações que estabelecem uns com os outros, bem como os saberes, o ensino e a aprendizagem escolares” (Correia, 2001, p.1). Nesse sentido, o autor não nega a importância do exame dos planos de estudos, das disciplinas, programas e conteúdos, já que eles prescrevem o que se deve transmitir aos alunos. Mas é preciso atentar também para os livros que desenvolvem os tópicos dos currículos, pois eles são utilizados na organização dessas recomendações oficiais. A literatura escolar permite múltiplas possibilidades de investigação, mobilizando diversos domínios do conhecimento: história, pedagogia, sociologia, lingüística, política, economia. Dentre vários estudos históricos sobre manuais, é possível assinalar uma publicação dirigida por Agustín Escolano Benito, cujo título é Historia ilustrada del libro escolar em España de la posguerra a la reforma educativa (1998). Um dos artigos incluídos nessa coletânea é assinado por Narciso de Gabriel Fernández e José Luis Iglesias Salvado, versando sobre Los libros y guías para el maestro. Os autores chamam a atenção para o fato de que o repertório serve tanto para estudantes – pois disponibiliza orientações para a aprendizagem – quanto para professores – sugerindo conteúdos e procedimentos de ensino. Nessa perspectiva, trata-se de textos centrais nas atividades escolares, cujas características e usos variam segundo o período, o contexto, a idade dos alunos, a matéria ou as exigências de cada método utilizado. Além do levantamento em seis periódicos educacionais brasileiros correntes desde os últimos vinte anos, para conhecer os estudos sobre livros didáticos foram consultados os 122 Bancos de Dados da FE-USP, da UNICAMP, da PUC-SP, os resumos de teses e dissertações constantes no CD-ROM da ANPEd (1999) e trabalhos publicados nas Atas do I e II Congressos Luso-Brasileiro de História da Educação. Dentre as produções encontradas, está a tese de doutorado de Carlota Boto intitulada Ler, escrever, contar e se comportar: a escola primária como rito do século XIX português (1820-1910) (1997), onde a autora dedica um capítulo ao exame de obras escolares primários portugueses, que foram, tal como ela entende, importantes instrumentos utilizados na configuração dos sistemas de ensino em Portugal no século XIX. Anelise Carvalho, por sua vez, analisa um repertório publicado entre 1930 e 1940 em sua dissertação de mestrado intitulada Pregadores de idéias, animadores de vontades (1992). O seu intuito é apreender como se configuraram interesses em torno da publicação de compêndios no período e quais práticas pedagógicas foram desenvolvidas mediante o uso desse material. Circe Bittencourt (1993), em Livro didático e conhecimento histórico: uma história do saber escolar, procura identificar, desde a instalação do Estado nacional brasileiro até a primeira década do século XX, a trajetória do livro didático de história. Kazumi Munakata, reconhecendo a importância do processo de produção dessa literatura, examinou as iniciativas dos vários agentes que participam da elaboração do material em sua tese Produzindo livros didáticos e paradidáticos (1997). Descrevendo o desenvolvimento de coleções e obras de História, Décio Gatti Júnior mostra em sua tese Livro didático e ensino de história: dos anos sessenta aos nossos dias a forma pela qual os “antigos manuais escolares” transformaram-se nos “modernos livros didáticos” que hoje conhecemos (Gatti Jr, 1998). Dentre todos as investigações encontradas, algumas estudam publicações destinadas a alunos de escolas normais. Uma delas é a dissertação de mestrado defendida por Ana Laura Godinho Lima, De como ensinar o aluno a obedecer (um estudo dos discursos sobre a disciplina escolar entre 1944 e 1965), na qual a autora recorre a compêndios de didática para conhecer recomendações relativas à manutenção da disciplina em sala de aula. Com relação a produções francesas escritas para futuros professores, há o trabalho de Michèle Roullet: L´avenement d´une “science pedagogique” – Manuels de pèdagogie et de Psychologie des écoles normales en France entre 1880 et 1920. Nesta tese, a autora analisa as propostas educacionais e temas constantes nos títulos, construindo uma tipologia dos discursos veiculados (Roullet, 1998). No que tange à análise específica de manuais destinados à formação pedagógica e didática dos professores empreendida no Brasil, convém destacar suas vinculações com um projeto luso-brasileiro que prevê, entre outros aspectos, a análise histórico-comparada da produção e circulação de saberes entre professores, no interior de uma pesquisa intitulada Estudos comparados sobre a escola: Brasil e Portugal – séculos XIX e XX, o qual conta com o apoio CAPES/ICCTI. Obviamente, tal vinculação conduz a problematizações e opções metodológicas que permitam pensar a produção e circulação de saberes entre professores em nível internacional. Nessa perspectiva foi concebido o Banco de Dados anteriormente referido, que permite não apenas o armazenamento de informações como também o cruzamento das mesmas a partir de diferentes interesses. Para além de tais sistematizações, que se referem ao estudo do conteúdo dos manuais, a pesquisa procurou atentar também para outros aspectos envolvidos na publicação desses livros e que, certamente, definiram características desses textos. Dessa forma, interrogou-se acerca dos objetivos dos autores, das formas tipográficas assumidas pelos escritos com o trabalho dos ilustradores, editores e impressores, das recomendações oficiais quanto à publicação de livros-texto para escolas e com relação aos tópicos a serem desenvolvidos pelos compêndios de pedagogia, didática, metodologia e prática de ensino. Evidentemente, dados os limites impostos ao presente trabalho, essas foram apenas algumas das questões envolvidas na história desses livros e que puderam ser analisadas. Num primeiro momento, foi realizado um 123 estudo sobre os currículos e programas das escolas normais, procurando-se apreender as relações entre os planos oficiais e o conteúdo dos compêndios, dedicando-se atenção especial à pedagogia, à didática, à metodologia e à prática de ensino, pois elas corresponderam a um espaço de formação pedagógica dos professores. Com o objetivo de conhecer expectativas relacionadas com os conteúdos dos manuais, considerou-se importante recorrer à imprensa periódica educacional, reconhecida como uma fonte valiosa para investigações desse tipo (Catani, 1994). Foram consultados quatro periódicos publicados no período proposto para o estudo (1930 a 1971), mas que, ao mesmo tempo, resultaram de diferentes iniciativas. O âmbito de circulação das revistas concentrou-se na cidade de São Paulo, onde, inclusive, a maior parte dos manuais pedagógicos foi publicada, e, para uma visão mais ampla, optou-se também pelo exame de uma revista de circulação nacional: 1. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, que circula em âmbito nacional desde 1944 sob a responsabilidade do INEP; 2. Revista do Magistério, periódico voltado para os cursos primário, secundário e normal, publicado em São Paulo pela Livraria Francisco Alves entre 1952 e 1963; 3. Revista Atualidades Pedagógicas, circulante em São Paulo como iniciativa da Companhia Editora Nacional de 1950 a 1962; 4. Revista Educação, órgão da Diretoria Geral do Ensino de São Paulo, publicada entre 1927 e 1961. Foi necessário retomar uma parte do desenvolvimento de iniciativas editoriais no país, a fim de compreender o significado dos manuais didáticos nesse setor. Para tanto, foi especialmente útil o trabalho de Laurence Hallewell, intitulado O livro no Brasil (1985), para conhecer aspectos da história de companhias especializadas e o lugar dos compêndios para alunos da escola normal no conjunto de suas produções. Assim, foi possível reconstituir modos pelos quais o material integrou o mercado literário e foi objeto de regulamentações oficiais. Já com relação à fonte nuclear da pesquisa, convém retomar o número total de títulos encontrados, a saber, quarenta e quatro publicados no Brasil – sem contar as edições e reedições de cada um – notadamente nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, entre 1930 e 1971. De fato, embora tivessem sido consultados acervos que na cidade de São Paulo reúnem maior número de obras de educação, a identificação desses livros não foi uma tarefa fácil devido à dispersão do material, o que tornou a busca bastante trabalhosa. Os livros foram conhecidos a partir dos índices organizados pelos acervos, considerando-se as tipologias “ensino”, “pedagogia”, “didática”, “metodologia”, “prática de ensino”. Também foi necessário buscar os títulos pelo nome de autores, em anúncios localizados nos próprios manuais ou mesmo na consulta direta às estantes das bibliotecas. Há ainda livros que foram gentilmente doados, no caso, a 9ª edição de Práticas escolares (D´Ávila, 1963) e Processologia na escola primária (Silva, 1956). Convém lembrar também que alguns títulos e reedições não foram encontrados. De toda essa busca, foi possível examinar o seguinte repertório: Quadro 2: Títulos, autores, edições, locais, editoras, datas e coleções dos livros estudados 1. Didática (nas escolas primárias) 124 TOLEDO, João. 1ªed., São Paulo: Livraria Liberdade, 1930. 2. Introdução ao estudo da Escola Nova LOURENÇO FILHO, Manoel Bergström. 1ª ed., São Paulo, Caieiras, Rio de Janeiro: Companhia Melhoramentos de São Paulo, 1930 (Biblioteca de Educação). 3. As modernas diretrizes no ensino primário (escola ativa, do trabalho ou nova) VIANNA, Francisco. Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte: Livraria Francisco Alves, 1930. 4. Escola brasileira TOLEDO, João. 3ª ed., São Paulo: Livraria Liberdade, 1932. 5. Planos de lição: noções comuns TOLEDO, João. São Paulo: Livraria Liberdade, 1934. 6. Técnica da pedagogia moderna: teoria e prática da Escola Nova BACKHEUSER, Everardo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1934 (Biblioteca Brasileira de Cultura). 7. Pedagogia MENEZES, Djacir. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1935 (Manuais Globo). 8. Fundamentos do método – problemas metodológicos do ensino primário PENTEADO JR., Onofre de Arruda. São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre: Companhia Editora Nacional, 1938 (Atualidades Pedagógicas/Biblioteca Pedagógica Brasileira). 9. Práticas escolares – 1º volume D´ÁVILA, Antônio. 9ª ed., São Paulo: Saraiva, 1963 (Coleção de Ensino Normal). 10. Práticas escolares – 2º volume D´ÁVILA, Antônio. 5ª ed., São Paulo: Acadêmica, 1959 (Coleção de Ensino Normal). 11. Práticas escolares – 3º volume D´ÁVILA, Antônio. 2ªed., São Paulo: Acadêmica, 1962 (Coleção de Ensino Normal). 12. Manual de pedagogia moderna (teórica e prática) BACKHEUSER, Everardo. 5ª ed., Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo: Ed. da Livraria do Globo, 1954 (Biblioteca Vida e Educação). 13. Como educar as crianças RICARDO, Aristides. São Paulo: José Olympio, 1946 (Obras educativas). 14. Prática de ensino: o ensino e a aprendizagem, as técnicas de ensino, os planos de ensino, a realidade do ensino, a verificação do ensino. SANTOS, Theobaldo Miranda. Rio de Janeiro: EDITEC, 1948. 15. Prática do ensino primário: diário de atividades da professoranda para uso das escolas normais e institutos de educação. 125 QUEIRÓS, Brisolva de Brito e outras. 3ª ed., Rio de Janeiro: Conquista, 1954. 16. O quadro negro e sua utilização no ensino MATTOS, Luíz Alves de. 2ªed., Rio de Janeiro: Aurora, 1968 (Coleção Cultura para Todos). 17. Pedagogia – teoria e prática (de acordo com o programa do Curso Normal e com as diretrizes do ensino primário) – 1º volume D´ÁVILA, Antônio. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1954. 18. Fundamentos de educação (princípios psicológicos e sociais, elementos de didática e administração escolar) FONTOURA, Afro do Amaral. 3ª ed., Rio de Janeiro: Editora Aurora, 1954 (Biblioteca Didática Brasileira). 19. Metodologia do ensino primário (contendo a matéria dos 2º e 3º anos do Curso Normal) FONTOURA, Afro do Amaral. 1ªed., Rio de Janeiro: Aurora, 1955 (Biblioteca Didática Brasileira, série Escola Viva). 20. Lições de pedagogia (rigorosamente de acordo com o programa oficial das Escolas Normais 1º ano) ARCHÊRO JR., Aquiles. São Paulo: Brasil Editora, 1955 (Coleção Didática Nacional). 21. Introdução à pedagogia moderna SANTOS, Theobaldo Miranda. Rio de Janeiro: A Noite, 1955 (Biblioteca do Estudante Brasileiro – Orientação Técnica do Prof. Jonas Correia – Seção VI – Cultura Pedagógica). 22. Metodologia do ensino primário (de acordo com os programas dos Institutos de Educação e das Escolas Normais) SANTOS, Theobaldo Miranda. 5ªed., São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1955 (Curso de psicologia e pedagogia). 23. Didática Mínima GRISI, Rafael. 3ª ed., São Paulo: Editora do Brasil, 1956. 24. Processologia na escola primária SILVA, Caio de Figueiredo. Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, 1956 (Coleção Didática do Brasil – série “Biblioteca Pedagógica”). 25. Métodos e técnicas do estudo e da cultura: ler, escrever, conversar, estudar, adquirir cultura SANTOS, Theobaldo Miranda. 2ª ed., São Paulo: Editora Nacional, 1957 (Curso de psicologia e pedagogia). 26. Compêndio de pedagogia moderna – de acordo com os programas do Concurso de Ingresso no Magistério das Escolas Normais 126 GONÇALVES, Romanda; BASTOS, Alcy Villela; RODRIGUES, Léa da Silva. 4ª ed. Rio de Janeiro / São Paulo: Livraria Freitas Bastos, 1968 (Biblioteca Pedagógica Freitas Bastos). 27. A linguagem didática no ensino moderno MATTOS, Luíz Alves de. 2ªed., Rio de Janeiro: Aurora, 1960 (Coleção Cultura para Todos). 28. Introdução à didática geral NÉRICI, Imídeo Giuseppe. 1ªed., Rio de Janeiro: Ed. Fundo de Cultura, 1960. 29. Noções de metodologia do ensino primário – de acordo com os programas dos Institutos de Educação e das Escolas Normais SANTOS, Theobaldo Miranda. 10ª ed. São Paulo: Editora Nacional, 1964 (Curso de psicologia e pedagogia). 30. Noções de pedagogia científica – para uso das Escolas Normais, Institutos de Educação e Faculdades de Filosofia SANTOS, Theobaldo Miranda. São Paulo: Editora Nacional, 1963 (Curso de psicologia e pedagogia). 31. Didática geral – de acordo com os programas oficiais de 1ª e 2ª séries do Curso Normal das escolas do estado do Rio de Janeiro PENTAGNA, Romanda Gonçalves. 4ª ed. Rio de Janeiro / São Paulo: Livraria Freitas Bastos, 1964. 32. Sumário de didática geral MATTOS, Luíz Alves de. 4ª ed. Rio de Janeiro: Aurora, 1964. 33. Introdução à prática de ensino – 1ª série normal REIS, Amadice Amaral dos e outras. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1964. 34. Metodologia e prática moderna de ensino LIMA, Angelina de. São Paulo: Formar, [1964] (Curso de orientação educacional). 35. Didática geral FONTOURA, Afro do Amaral. 8a ed. Rio de Janeiro: Aurora, 1965 (Biblioteca Didática Brasileira). 36. Didática geral – para uso das Faculdades de Filosofia e das Escolas Normais PENTEADO JR., Onofre de Arruda. São Paulo: Obelisco, 1965. 37. Manual do professor primário – o professor, a escola, o aluno, os métodos, as medidas, as instalações SANTOS, Theobaldo Miranda. 6ª ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1962 (Curso de psicologia e pedagogia). 38. Diretrizes de didática e educação 127 CAMPOS, Ismael de Franca. Rio de Janeiro: AGIR, 1967. 39. Ensino: sua técnica – sua arte FIGUEIREDO, Ruy Santos de. 7ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Lidador, 1969. 40. Prática de ensino FONTOURA, Afro do Amaral. 8ª ed. Rio de Janeiro: Aurora, 1967 (Biblioteca Didática Brasileira / A Escola Viva). 41. Noções de prática de ensino – de acôrdo com os programas dos Institutos de Educação e das Escolas Normais SANTOS, Theobaldo Miranda. 5ª ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1958. 42. Noções de didática geral – para uso das escolas normais, institutos de educação e faculdades de Filosofia SANTOS, Theobaldo Miranda. 4ª ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1967 (Curso de psicologia e pedagogia). 43. Pedagogia e didática modernas ANDRADE, Benedito de. São Paulo: Atlas, 1969. 44. Ensinando à criança: guia para o professor primário MARCOZZI, Alayde Madeira e outras. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1969 (Educação primária – série Guias de ensino). Boa parte das sistematizações e análise dos manuais pedagógicos empreendida no âmbito do trabalho aqui apresentado baseou-se nas reflexões sobre a história das disciplinas escolares proposta por André Chervel (1990). Segundo o autor, os manuais escolares constituem núcleo fértil de estudos acerca dos saberes transmitidos pela escola e ele afirma também que os temas mais visualizados nos títulos, índices, sumários, as declarações mais freqüentes nos prefácios e introduções, os conceitos mais trabalhados nesses livros permitem analisar os saberes tidos como indispensáveis para a formação de alunos, no caso, futuros professores. A identificação dos conteúdos dos livros dá a conhecer, portanto, os diferentes tipos de conhecimento que, no decorrer dos anos, são mais privilegiados no processo de formação de professores, constituindo-se no repertório tido como mais importante para o ofício de ensinar. A esse respeito, convém assinalar, ainda que de modo sumário, diferentes preocupações enfatizadas nos manuais pedagógicos. Num primeiro momento, há que se assinalar o intenso interesse pelo movimento da Escola Nova, de modo que os professores pudessem ter conhecimento de suas origens, teses e implicações para o trabalho escolar. Já a partir dos anos 40 começou a transparecer nos livros uma crescente preocupação com o planejamento das atividades docentes, tendência que nos anos 60 transforma-se de modo muito evidente, dando lugar à crença exagerada nas potencialidades das tecnologias de ensino. Talvez o aspecto que mereça maior parte da atenção ao se discutir as fontes, categorias e métodos usados na pesquisa seja o fato de que o trabalho aqui apresentado busca criar instrumentos de análise que potencializem o desenvolvimento de estudos comparados atentos a regularidades e relações que porventura sejam visíveis em várias realidades. Nessa perspectiva, embora a pesquisa refira-se apenas a manuais encontrados na capital paulista, ele dá a conhecer lógicas de elaboração e circulação dos saberes pedagógicos em todo país. Em 128 outras palavras, a análise dos livros que puderam ser encontrados pode contribuir para a definição de estratégias metodológicas úteis a investigações sobre outros títulos, inclusive os mineiros, de modo comum e integrado. Isso porque está sendo possível criar instrumentos de registro unificados, estabelecendo-se também um determinado tipo de tratamento e crítica das fontes, além da elaboração de algumas categorias analíticas. Como assinala Denice Catani (2000) em artigo sobre as peculiaridades das investigações sócio-histórico-comparadas, há que se perguntar sobre as diferentes situações educativas nos diversos lugares, ao mesmo tempo, é preciso identificar tendências gerais na constituição do sistema escolar no Brasil, o que conduz a pensar nas potencialidades de comparação de títulos publicados em várias regiões na busca de uma visão mais acurada de questões peculiares a cada uma delas, bem como das lógicas mais amplas de produção e publicação dos manuais pedagógicos em todo país. Desse modo, os títulos paulistas, cariocas, mineiras etc inserem-se num conjunto de relações complexas, que podem significar tanto vizinhanças quanto distâncias e podem dar a conhecer os percursos da cultura profissional docente. 129 BIBLIOGRAFIA: APPLE, M. Trabalho docente e textos: economia política das relações de classe e de gênero em educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. BITTENCOURT, C. 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