INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO
Avaliação Externa das Escolas
Relatório de escola
Agrupamento de Escolas
Silva Gaio
COIMBRA
Delegação Regional do Centro da IGE
Datas da visita: 28 a 30 de Abril de 2010
I – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de
avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos
ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a
auto-avaliação e para a avaliação externa.
Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um
Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio),
a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da
Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional
de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no
modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a
IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como
sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de
Julho.
O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do
Agrupamento de Escolas Silva Gaio – Coimbra, realizada pela equipa
de avaliação, na sequência da visita efectuada entre 28 e 30 de Abril
de 2010.
Os capítulos do relatório – Caracterização do Agrupamento,
Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e
Considerações Finais – decorrem da análise dos documentos
fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização
de entrevistas em painel.
Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o
Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão
e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos,
bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa
oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos
de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação
com a administração educativa e com a comunidade em que se
insere.
A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de
colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na
preparação e no decurso da avaliação.
O texto integral deste relatório está disponível
no sítio da IGE na área
Avaliação Externa das Escolas 2009-2010
E S C A L A D E A V ALI A Ç Ã O
Níveis de classificação dos
cinco domínios
MUITO BOM – Predominam os
pontos fortes, evidenciando uma
regulação sistemática, com base
em
procedimentos explícitos,
generalizados e eficazes. Apesar
de alguns aspectos menos
conseguidos,
a
organização
mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem
proporcionado um impacto muito
forte na melhoria dos resultados
dos alunos.
BOM – A escola revela bastantes
pontos fortes decorrentes de uma
acção intencional e frequente,
com base em procedimentos
explícitos e eficazes. As actuações
positivas são a norma, mas
decorrem muitas vezes do
empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas
têm proporcionado um impacto
forte na melhoria dos resultados
dos alunos.
SUFICIENTE – Os pontos fortes e os
pontos
fracos
equilibram-se,
revelando uma acção com alguns
aspectos positivos, mas pouco
explícita e sistemática. As acções
de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e
envolvem áreas limitadas da
escola. No entanto, essas acções
têm um impacto positivo na
melhoria dos resultados dos
alunos.
INSUFICIENTE – Os pontos fracos
sobrepõem-se aos pontos fortes. A
escola não demonstra uma
prática coerente e não desenvolve
suficientes acções positivas e
coesas. A capacidade interna de
melhoria é reduzida, podendo
existir alguns aspectos positivos,
mas pouco relevantes para o
desempenho global. As acções
desenvolvidas têm proporcionado
um impacto limitado na melhoria
dos resultados dos alunos.
Agrupamento de Escolas Silva Gaio – Coimbra
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II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO
O Agrupamento de Escolas Silva Gaio é formado por uma escola básica dos 2.º e 3.º ciclos (Escola-Sede), quatro
jardins-de-infância e 10 escolas do 1.º ciclo. Abrange parte da área da cidade de Coimbra e várias freguesias
limítrofes, integrando uma população escolar muito heterogénea, com um peso significativo de alunos
estrangeiros e da comunidade cigana.
No presente ano lectivo, existem 68 crianças na educação pré-escolar (quatro grupos), 516 alunos no 1.º ciclo
(31 turmas), 94 no 2.º ciclo (cinco turmas) e 156 no 3.º ciclo (10 turmas). Frequentam ainda o Agrupamento, 36
alunos nos cursos de educação e formação (nas áreas Cozinha, Empregado de Mesa e Electricista de
Instalações). Entre 2007-2008 e 2009-2010 a população escolar nos 2.º e 3.º ciclos decresceu 33,8%.
O corpo docente é constituído por 136 educadores e professores, dos quais 113 pertencem ao quadro do
Agrupamento, nove ao quadro de zona pedagógica e 14 são contratados. O pessoal não docente é composto por
nove assistentes técnicos, 43 assistentes operacionais, quatro trabalhadoras independentes (tarefeiras) e 10
elementos com contratos emprego-inserção. O Agrupamento conta, ainda, com os serviços de uma psicóloga,
três terapeutas da fala, um terapeuta ocupacional, três formadores de Língua Gestual Portuguesa e um
intérprete de Língua Gestual Portuguesa.
Os auxílios económicos, no âmbito da Acção Social Escolar, abrangem 377 alunos: 71,0% do escalão A e 29,0%
do escalão B. Numa amostra de 910 pais e encarregados de educação, 53,2% possui habilitação de nível
básico, 24,8% de nível secundário e 19,1% de nível superior. Em termos da sua actividade económica, existe
uma grande heterogeneidade profissional repartindo-se as ocupações pelos sectores primário, secundário e
terciário.
A Escola-Sede dispõe de instalações razoáveis, com espaços diversificados, que se encontram em bom estado
de conservação. As restantes unidades do Agrupamento visitadas (jardins-de-infância e escolas do 1.º ciclo de
Casconha, Assafarge e S. Bartolomeu) encontram-se bem conservadas, salientando-se, no entanto, a falta de
espaço na Escola de Casconha, que obrigou à instalação de dois blocos de aulas provisórios. Refira-se, ainda, a
falta generalizada de condições para a prática da Actividade Física e Desportiva.
III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
1. Resultados
BOM
O Agrupamento sistematiza e analisa diversos elementos relativos às aprendizagens das crianças e ao sucesso
académico dos alunos, definido estratégias de apoio nas situações em que se detectam dificuldades.
Na educação pré-escolar procede-se à avaliação individual do processo evolutivo das crianças, cujos dados são
agrupados de forma a permitir uma informação global sobre as aprendizagens. Nos últimos três anos lectivos,
as taxas de transição/conclusão nos 1.º, 2.º e 3.º ciclos apresentam alguma variação, salientando-se, no
entanto, que em 2007-2008 e em 2008-2009 são superiores às nacionais. Quanto às provas de aferição do 4.º
ano, os valores do Agrupamento estão próximos das médias nacionais, superando-as, ainda assim, no último
ano. Já os resultados das provas de aferição do 6.º ano apresentam-se sempre abaixo das médias nacionais,
com a particularidade de, em 2008-2009, essa diferença se ter acentuado. Nos exames do 9.º ano, os
resultados superam sempre as médias nacionais, merecendo realce a melhoria progressiva verificada na
disciplina de Matemática. O sucesso nos planos de recuperação e de acompanhamento é globalmente
satisfatório, o mesmo acontecendo em relação às medidas adoptadas com os alunos com necessidades
educativas especiais. Já as aulas de recuperação nas disciplinas de Matemática e de Físico-Química revelam
uma eficácia reduzida. O Agrupamento actua preventivamente em relação ao abandono escolar, que é pouco
expressivo.
Os discentes são chamados a participar na gestão quotidiana das actividades do grupo/turma e são envolvidos
em iniciativas de carácter cívico. O sentido associativo está pouco afirmado entre os alunos. O conjunto de
medidas adoptadas assegura em geral um comportamento disciplinado e o bom relacionamento entre alunos,
docentes e não docentes, mas alguns incidentes isolados continuam a prejudicar o trabalho na sala de aula. Os
responsáveis valorizam os sucessos individuais dos alunos através do reconhecimento do mérito académico,
Agrupamento de Escolas Silva Gaio – Coimbra
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cívico e desportivo. A oferta de percursos alternativos tem também impacto na elevação das expectativas em
relação às aprendizagens escolares.
2. Prestação do serviço educativo
MUITO BOM
As estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica têm um papel activo na promoção do trabalho
cooperativo entre os docentes, particularmente ao nível do planeamento, da avaliação e da construção e
partilha de material pedagógico. A definição de metas de sucesso para as aprendizagens permite orientar e
avaliar o trabalho educativo. Algumas acções do Plano Anual de Actividades concretizam a interdisciplinaridade,
que é explorada também ao nível dos projectos curriculares de turma. Existem medidas que promovem, de
forma intencional, a articulação interciclos, sendo de destacar o trabalho entre os departamentos da educação
pré-escolar e do 1.º ciclo, os encontros entre docentes dos 1.º e 2.º ciclos para a gestão do currículo nas
disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática, bem como a realização de actividades comuns pelos alunos
destes níveis de educação e ensino.
Os titulares das estruturas de coordenação e supervisão fazem o acompanhamento do trabalho realizado pelos
professores e educadores, embora não existam práticas de supervisão da actividade lectiva em contexto de sala
de aula. São aplicados diversos mecanismos com vista a garantir a confiança no processo de avaliação,
designadamente a realização de provas comuns pelos alunos do 1.º ciclo e em algumas disciplinas nos 2.º e 3.º
ciclos.
O Agrupamento desenvolve um trabalho relevante no âmbito das necessidades educativas especiais de carácter
permanente, sendo procurado pela qualidade do serviço prestado.
São organizadas muitas actividades de enriquecimento curricular e a oferta formativa é diversificada,
correspondendo aos interesses e às necessidades dos alunos e do meio. A dimensão experimental do currículo
é devidamente trabalhada em sala de aula, inclusive no 1.º ciclo e na educação pré-escolar.
3. Organização e gestão escolar
BOM
Os documentos estruturantes do Agrupamento partilham uma matriz comum, definindo princípios gerais para a
acção educativa. As estruturas internas e externas participam no planeamento e execução das actividades,
assegurando o normal desenvolvimento do ano lectivo.
A direcção faz a gestão equilibrada dos recursos humanos. Entre os assistentes operacionais, verificam-se
alguns constrangimentos na distribuição de serviço, o que se reflecte negativamente no funcionamento de
alguns sectores da Escola-Sede. A formação realizada por docentes e não docentes responde, globalmente, às
necessidades do Agrupamento. Os espaços e as instalações são geridos de forma racional, apesar de
persistirem dificuldades no acesso por parte das crianças e alunos do 1.º ciclo à utilização da biblioteca. A
gestão das receitas próprias obedece a linhas orientadoras definidas pelos órgãos próprios.
Os pais e encarregados de educação são incentivados a participarem na vida do Agrupamento, havendo bons
exemplos de envolvimento nas actividades escolares. Já a adesão a acções de formação é pouco significativa,
assim como o empenho de alguns pais em colaborarem na regulação dos comportamentos de alunos
indisciplinados. As associações de pais, por seu lado, têm constituído um recurso importante para a resolução
de problemas. O Agrupamento desenvolve uma política de inclusão, traduzida nas modalidades de apoio
proporcionadas, na diferenciação da oferta formativa e na prestação de auxílios económicos.
4. Liderança
BOM
Os responsáveis definiram linhas de desenvolvimento centradas na integração da multiculturalidade dos alunos,
na diversificação da oferta formativa e na promoção externa da imagem da escola que permita travar a perda
continuada de alunos nos 2.º e 3.º ciclos.
As lideranças dos órgãos de direcção, administração e gestão e das estruturas de coordenação educativa e
supervisão pedagógica conhecem as suas áreas de acção e mostram-se motivadas. Realce-se o papel dos
Agrupamento de Escolas Silva Gaio – Coimbra
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coordenadores de departamento na promoção do trabalho cooperativo entre os docentes, embora se verifiquem
ainda fragilidades nas estratégias definidas para melhorar a prestação nas provas de aferição do 6.º ano.
O desenvolvimento de iniciativas no âmbito das tecnologias da informação e comunicação, bem como as
respostas dadas à heterogeneidade dos alunos demonstram a abertura do Agrupamento à inovação e a
capacidade de encontrar soluções que correspondam às necessidades da comunidade educativa. O
Agrupamento mantém uma rede de parcerias e protocolos com diversas entidades que constituem uma maisvalia para a consecução dos seus objectivos.
5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento
BOM
O Agrupamento desenvolve vários procedimentos de auto-avaliação, em que se destaca a aplicação de
questionários de satisfação aos elementos da comunidade educativa. Esse processo decorre há já alguns anos,
embora sem uma linha condutora comum. Outras práticas, tais como o balanço do Plano Anual de Actividades e
a análise dos resultados escolares, contribuem também para uma melhor percepção sobre o serviço educativo
prestado. A auto-avaliação permitiu identificar os pontos fortes e fracos de Agrupamento e, de acordo com esse
diagnóstico, têm sido tomadas algumas medidas, ainda que não esteja definido um plano estruturado de
melhoria. Alguns aspectos, como o serviço educativo prestado e a atenção dada aos perigos que ameaçam o
Agrupamento, contribuem para a melhoria do Agrupamento. Já as descontinuidades verificadas no processo de
auto-avaliação fragilizam a sustentabilidade do progresso.
IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR
1. Resultados
1.1 Sucesso académico
O Agrupamento trata e analisa os resultados escolares das crianças e dos alunos, utilizando diversos
indicadores, nomeadamente as competências adquiridas, em aquisição e não adquiridas para as diversas áreas
de conteúdo; as classificações por área disciplinar, turma e escola (1.º ciclo) e as taxas de sucesso por
disciplina, turma, ano e ciclo (2.º e 3.º ciclos), procedendo, também, à sua comparação com os resultados dos
anos lectivos anteriores. O sucesso nas provas de aferição e nos exames nacionais é confrontado com as
classificações internas e as médias nacionais, mas não existem estudos comparativos com os resultados
alcançados pelas unidades de gestão que ficam mais próximas do Agrupamento. Decorrente desta reflexão,
identificam-se as causas do insucesso e definem-se estratégias de apoio aos alunos com maiores dificuldades.
Na educação pré-escolar é realizada a avaliação das aprendizagens individuais das crianças, com a utilização
de fichas uniformizadas de observação e registo de aquisição de competências para as diferentes faixas etárias,
que são facultadas aos pais. Relativamente ao primeiro momento de avaliação deste ano lectivo, verifica-se que
das competências previstas, 72,7% foram adquiridas ou estão em aquisição pelas crianças de três anos, 83,9%
pelas de quatro anos e 90,5% pelas de cinco anos.
No 1.º ciclo, as taxas de transição/conclusão do último triénio (92,7% em 2006-2007; 97,9% em 2007-2008 e
96,8% em 2008-2009) suplanta nos dois últimos anos a média nacional (95,8%; 96,1% e 96,3%,
respectivamente). Nas provas de aferição do 4.º ano, a percentagem de classificações positivas (classificações
de tipo A, B e C) na disciplina de Língua Portuguesa (92,0%; 91,0% e 92,0%) mostra valores próximos, mas
ainda assim ligeiramente superiores, nos dois últimos anos, às médias nacionais (93,0%; 89,5% e 90,2%). Em
Matemática, os níveis de sucesso (87,0%; 90,0% e 90,0%) estão também próximos das médias nacionais
(85,5%; 90,8% e 88,1%), superando-as, no último ano, em 1,9 pontos percentuais. No 2.º ciclo, no mesmo
período, as taxas de transição/conclusão foram de 77,8%; 96,0% e 96,5%, ultrapassando em 4,5%, a nacional
no último ano lectivo (respectivamente, 88,8%; 91,6% e 92%). Nas provas de aferição do 6.º ano, a
percentagem de classificações positivas tem registado algumas oscilações, quer na disciplina de Língua
Portuguesa (69,0%; 90,0% e 80,0%), quer na de Matemática (43,0%; 74,0% e 58,0%), mas sendo sempre
inferior à nacional (Língua Portuguesa: 85,9%; 93,4% e 88,4%; Matemática: 59,9%; 81,8% e 78,7%). No 3.º
Agrupamento de Escolas Silva Gaio – Coimbra
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ciclo, a taxa de transição/conclusão foi de 82,1%; 93,6% e 86,5% e, apesar de ter registado um decréscimo no
último ano, manteve-se sempre acima da nacional (80,1%; 85,3% e 85,1%). Nos exames do 9.º ano, verifica-se
que a percentagem de classificações positivas (níveis três, quatro e cinco) tem decrescido em Língua
Portuguesa (98,0%; 91,0% e 79,0%), mas mantém-se sempre superior às médias nacionais (88,0%; 84,0% e
71,6%). Por sua vez, os resultados na disciplina de Matemática (30,0%; 70,0% e 75,0%) têm registado uma
melhoria gradual e mantêm-se acima dos nacionais, com um valor de mais 9,1%, em 2008-2009 (médias
nacionais: 29,0%; 57,0% e 65,9%).
No ano lectivo de 2008-2009, foram implementados vários planos de recuperação e de acompanhamento,
abrangendo todos os ciclos de ensino. No 1.º ciclo foram elaborados planos de recuperação para 32 alunos, dos
quais 22 obtiveram sucesso (68,8%), enquanto que os nove alunos com planos de acompanhamento tiveram
100% de sucesso. Relativamente ao 2.º ciclo, entre os 16 alunos com planos de recuperação verificou-se um
sucesso pleno, o mesmo acontecendo em relação ao único aluno que usufruiu de um plano de
acompanhamento. No 3.º ciclo foram desenvolvidos 62 planos de recuperação e oito planos de
acompanhamento, com taxas de sucesso, respectivamente, de 71,0% e de 100%. Em 2008-2009, a taxa de
sucesso dos 63 alunos com necessidades educativas especiais foi de 93,7%. São também organizadas e
implementadas “aulas de recuperação” para outros alunos com dificuldades de aprendizagem, cujos resultados
são avaliados. Por exemplo, no referido ano lectivo, 77 alunos beneficiaram de apoio a Matemática, verificandose uma taxa de transição de apenas 57,9% entre os alunos do 2.º ciclo e de 24,1%, no 3.º ciclo. Em Língua
Portuguesa, dos 16 alunos do 2.º ciclo apoiados, 93,8% transitaram, sendo essa taxa de 70,0% entre os 10
alunos do 3.º ciclo que também beneficiaram deste apoio. Em Físico-Química foram apoiados 40 alunos, com
uma taxa de sucesso de apenas de 55,0%. O abandono escolar é pouco expressivo, representando, no último
triénio, 0,7%; 1,7% e 1,2%. Os responsáveis acompanham atentamente os alunos em situação de risco,
incrementando um trabalho articulado entre os directores de turma, as famílias, os serviços do Agrupamento e
as instituições locais.
1.2 Participação e desenvolvimento cívico
São desenvolvidas algumas acções que procuram incentivar a participação dos alunos, de que é exemplo a
presença regular dos delegados de turma nas reuniões dos conselhos de turma e a divulgação dos aspectos
mais importantes do Projecto Educativo, projectos curriculares de turma e Regulamento Interno, embora o seu
envolvimento na elaboração destes documentos seja reduzido. O sentido associativo está também pouco
fomentado entre os alunos (p. ex., não existe assembleia de delegados e associação de estudantes), registandose a organização pontual de iniciativas próprias, tais como torneios desportivos e actividades teatrais e
musicais.
As crianças e os alunos colaboram na gestão quotidiana das actividades do grupo/turma, sendo-lhes atribuídas
responsabilidades específicas (p. ex., registo diário das presenças - na educação pré-escolar; colaboração na
organização de materiais pedagógicos - nos 2.º e 3.º ciclos). Na Área de Projecto, os alunos utilizam a margem
de autonomia de que dispõem para a exploração dos temas propostos e, recentemente, uma turma realizou
uma intervenção nas instalações (pintura do interior de um bloco), o que contribuiu para tornar mais acolhedor o
espaço escolar.
Os alunos participam regularmente em campanhas de preservação ambiental e de solidariedade, recolhendo
bens para distribuição pelos mais carenciados. Os progressos realizados ao nível das atitudes e dos valores são
valorizados, constando dos critérios de avaliação.
1.3 Comportamento e disciplina
O comportamento é, em geral, disciplinado, estando assegurado um bom relacionamento entre alunos,
docentes e não docentes. Persistem, no entanto, casos pontuais de atitudes inadequadas, sobretudo em sala
de aula e entre turmas dos cursos de educação e formação e de percursos curriculares alternativos, situação
que tem merecido a atenção dos responsáveis. Assim, são divulgados e discutidos os direitos e deveres
constantes do Regulamento Interno, por exemplo em Formação Cívica, e os conselhos de turma definem
estratégias de actuação comuns que são adequadas em função do comportamento dos alunos. A criação de
tutorias e a intervenção da psicóloga são outras medidas que pretendem minimizar os comportamentos
perturbadores.
Agrupamento de Escolas Silva Gaio – Coimbra
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É de destacar o Gabinete de Apoio ao Aluno, que visa acolher os alunos que revelam mau comportamento e
fazer o acompanhamento das situações mais complexas. A acção dos directores de turma é igualmente
relevante na divulgação das regras de conduta e no envolvimento dos pais na resolução dos problemas. A
assiduidade e pontualidade são controladas e valorizadas no processo de avaliação. Nas situações mais graves
são aplicadas medidas sancionatórias, decorrentes da instauração de procedimentos disciplinares, havendo a
registar 14 processos em 2006-2007, 11 em 2007-2008 e 11 em 2008-2009, neste último ano envolvendo
sempre dias de suspensão.
1.4 Valorização e impacto das aprendizagens
Os inquéritos de satisfação aplicados no âmbito do processo de auto-avaliação permitem aos responsáveis
obter uma imagem sobre o impacto do processo educativo e o funcionamento dos serviços, verificando-se que
os diversos membros da comunidade escolar expressam, maioritariamente, satisfação quanto às áreas
avaliadas (p. ex., instalações escolares, trabalho dos professores e da escola numa perspectiva global). Também
o processo de criação dos cursos de educação e formação e das turmas de percurso curricular alternativo,
envolvendo alunos e famílias, permite diagnosticar as expectativas dos interessados face à escola, orientando a
oferta educativa nesta área.
Como forma de incentivo às aprendizagens e reconhecimento dos resultados alcançados, são atribuídos, em
cerimónia pública, prémios de mérito académico, desportivo e cívico aos melhores alunos. São, também,
expostos e publicados trabalhos, nomeadamente no átrio da Escola-Sede e nos blogues das escolas do 1.º ciclo
e dos jardins-de-infância, cuja qualidade estética e diversidade de assuntos apresentados merecem referência.
Não existe, contudo, uma política de divulgação dos resultados globais alcançados pelo Agrupamento,
nomeadamente no que respeita ao sucesso académico.
2. Prestação do serviço educativo
2.1 Articulação e sequencialidade
O Projecto Curricular do Agrupamento define as linhas de orientação pedagógica da organização vertical e
horizontal dos currículos, concretizada nos projectos curriculares de grupo e turma. Os departamentos
curriculares e as suas substruturas (grupos de recrutamento) asseguram a coordenação de cada área
disciplinar, nomeadamente no âmbito da planificação de longo e médio prazo das actividades lectivas, da
definição dos instrumentos de avaliação e da construção de outro material pedagógico. No 1.º ciclo, grupos de
trabalho por ano elaboram as planificações e as fichas de avaliação trimestrais, e na educação pré-escolar é
construído um Plano Anual de Actividades, que é trabalhado no projecto curricular de cada grupo. O trabalho
cooperativo entre os docentes tem contribuído para melhorar os resultados escolares em algumas áreas (p. ex.,
em Matemática no 3.º ciclo) e reforça o sentido colectivo em torno dos objectivos do Agrupamento. Os
coordenadores da educação pré-escolar e do 1.º ciclo reúnem semanalmente com a direcção para aferir
procedimentos, analisar documentação e definir actividades comuns. Existem, também, algumas acções
conjuntas entre os coordenadores dos restantes departamentos, embora mais esporádicas. O trabalho
interdisciplinar é desenvolvido no âmbito de iniciativas constantes dos projectos curriculares de turma e do
Plano Anual de Actividades (p. ex., Comemoração do Centenário da República e visitas de estudo).
Com vista a orientar o trabalho educativo, foram definidas metas mensuráveis de sucesso para as
aprendizagens, por disciplina/área disciplinar, tendo por base os resultados alcançados nas provas de avaliação
diagnóstica e, nalguns casos, os valores obtidos em anos lectivos anteriores. Apesar de esta medida ser
considerada essencialmente como administrativa pelos docentes (estando ligada à avaliação de desempenho),
revela-se igualmente importante para a avaliação do trabalho realizado. A direcção e as estruturas de
coordenação e supervisão promovem a articulação pedagógica entre as unidades que integram o Agrupamento.
As actividades de animação e apoio à família (educação pré-escolar) e de enriquecimento curricular (1.º ciclo)
são supervisionadas, havendo da parte de professores nomeados do 2.º ciclo das disciplinas de Inglês,
Educação Musical, Educação Física e Educação Visual e Tecnológica um acompanhamento das actividades
realizadas.
Agrupamento de Escolas Silva Gaio – Coimbra
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Com vista a assegurar a sequencialidade das aprendizagens e apoiar os alunos na transição de ano/ciclo, são
promovidas reuniões entre docentes que leccionam os 4.º e 5.º anos (neste caso, de Matemática e Língua
Portuguesa), donde têm resultado algumas orientações para a gestão do currículo. Os alunos dos 1.º e 2.º ciclos
participam também em projectos comuns – Torneio da Tabuada, Olimpíadas de Matemática, Torneio Ortográfico
e Jogo do Desafio. Ao nível da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, existe um trabalho articulado entre os
respectivos departamentos, que se traduziu, por exemplo, na elaboração conjunta da ficha de avaliação das
aprendizagens das crianças de cinco anos, e são desenvolvidas actividades em comum que visam, entre outros
aspectos, familiarizar as crianças com a realidade do 1.º ciclo.
2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula
Os docentes planificam as actividades lectivas de acordo com as orientações estabelecidas nos departamentos
curriculares e nos conselhos de turma. O acompanhamento do trabalho dos educadores e professores é feito,
essencialmente, através da verificação periódica do cumprimento das planificações e das acções constantes no
Plano Anual de Actividades, bem como da análise dos resultados. O Plano de Acção para a Matemática e o
Programa de Formação Contínua em Matemática, Programa Nacional do Ensino do Português e o Programa de
Formação em Ensino Experimental das Ciências no 1.º ciclo, contribuem igualmente para a troca de
experiências pedagógicas entre professores. Não é realizada a supervisão da prática lectiva em contexto de sala
de aula e, por norma, os coordenadores de departamento não fazem a monitorização e avaliação do
planeamento individual de cada professor. Contudo, intervêm, em articulação com a direcção, nos casos em que
os docentes manifestam dificuldades no seu desempenho profissional.
Nos conselhos de turma são definidos procedimentos comuns a ter em conta na relação pedagógica com os
alunos. Os projectos curriculares de grupo/turma são objecto de avaliação regular, tendo um papel importante
na fundamentação das opções educativas, na adopção de estratégias para a resolução de problemas (p. ex.,
aulas de recuperação e sala de estudo) e na avaliação da eficácia das medidas adoptadas.
Encontram-se definidos critérios de avaliação em todas as disciplinas/áreas disciplinares, estando
especificados os pesos a atribuir nos domínios cognitivo e das atitudes. A confiança nos resultados é também
garantida através da construção de matrizes para os testes de avaliação, de grelhas de observação e de fichas
de avaliação, havendo casos em que estas são iguais na mesma disciplina/ano de escolaridade. No 1.º ciclo é
aplicada, em comum, por ano de escolaridade, uma ficha de avaliação trimestral, se bem que os resultados
obtidos não sejam depois objecto de uma análise global e comparada entre escolas.
2.3 Diferenciação e apoios
O Agrupamento dispõe de um conjunto diversificado de apoios educativos, sendo procurado localmente pela
variedade de respostas que oferece aos alunos com necessidades educativas especiais de carácter prolongado.
Merecem destaque a unidade de apoio a alunos com multideficiência e surdocegueira congénita (2.º e 3.º
ciclos) e a unidade de ensino estruturado para a educação de alunos com perturbações do espectro de autismo
(educação pré-escolar e 1.º ciclo). É ainda uma escola de referência para a educação bilingue de alunos surdos
e uma escola de referência de alunos cegos e com baixa visão. As medidas de apoio para estes e outros alunos
com necessidades educativas são devidamente identificadas pelos docentes que, no âmbito dos departamentos
curriculares e conselhos de turma, estabelecem os respectivos planos de intervenção, articulando-se, sempre
que necessário, com os professores de educação especial, as famílias, estruturas locais (p. ex., Associação de
Paralisia Cerebral de Coimbra) e os serviços de psicologia e orientação. A psicóloga exerce uma acção
devidamente estruturada, garantindo o apoio psicopedagógico e a orientação dos alunos e das famílias quanto
às opções da oferta formativa (cursos de educação e formação) e ao prosseguimento de estudos.
O apoio educativo aos alunos do 1.º ciclo é assegurado por dois docentes. Nos 2.º e 3.º ciclos, entre as medidas
implementadas, salientam-se as tutorias, a sala de estudo, a sala de Matemática e as “aulas de
apoio/recuperação”. Estas medidas são avaliadas tendo por base as taxas de sucesso académico alcançadas e
os registos sobre a evolução do comportamento e das competências adquiridas pelas crianças e alunos.
Sublinha-se o baixo nível de eficácia das “aulas de apoio/recuperação” de Matemática e Físico-Química no 3.º
ciclo.
Agrupamento de Escolas Silva Gaio – Coimbra
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2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem
Os alunos dispõem de inúmeras actividades de enriquecimento do currículo, tais como visitas de estudo,
exposições temáticas, clubes (Artes, Columbofilia, Fotografia), comemorações de datas e de eventos, Desporto
Escolar, que contribuem para o desenvolvimento das dimensões cultural, artística, científica e desportiva. Na
educação pré-escolar, as aprendizagens são complementadas com projectos (p. ex., representação de uma
peça de teatro e passeio de fim de ano) e as actividades de animação e apoio à família; no 1.º ciclo é
disponibilizado, entre outras ofertas, o Ensino de Inglês, Actividade Física e Desportiva e Expressões Musical e
Dramática.
O Agrupamento fomenta uma atitude positiva face à experimentação e à descoberta que se traduz na realização
regular de actividades experimentais no período lectivo (em particular em Ciências da Natureza, Ciências
Naturais, Físico-Química e Geografia - com aulas de campo) e em iniciativas de enriquecimento do currículo,
como o Laboratório Aberto. Esta dinâmica é extensível à educação pré-escolar e ao 1.º ciclo (onde grande
número de docentes fez formação em Ensino Experimental das Ciências), sendo as crianças e os alunos
envolvidos em actividades práticas e experimentais adaptadas às suas idades.
A oferta educativa procura responder às necessidades dos alunos. Neste sentido, para além das turmas de
currículo normal, foram organizadas três turmas de percurso curricular alternativo (5.º, 7.º e 8.º anos) e quatro
de cursos de educação e formação, permitindo criar novas expectativas e oportunidades de formação e
integração profissional e comunitária.
3. Organização e gestão escolar
3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade
Os responsáveis elaboram os documentos estruturantes de orientação educativa e divulgam-nos à comunidade
escolar, estando os mesmos também disponíveis na página da Internet do Agrupamento. O Projecto Educativo, o
Projecto Curricular e o Plano Anual de Actividades evidenciam uma matriz comum (a melhoria das
aprendizagens dos alunos), embora alguns aspectos do Projecto Educativo, recentemente aprovado, por
exemplo no que se refere à definição de metas de aprendizagem, não estejam actualizados. Os projectos
curriculares de grupo/turma demonstram um processo de elaboração cuidado e estão adequados às
especificidades das crianças e dos alunos.
As estruturas internas, coordenadas pela direcção, encontram-se envolvidas na definição e revisão dos planos
do Agrupamento, sendo constituídas equipas de trabalho para o efeito, por exemplo, no âmbito da elaboração
dos horários e do Plano Anual de Actividades, da actualização do Regulamento Interno e da construção dos
documentos de planeamento por anos (no 1.º ciclo). A coordenação dos directores de turma desempenha
também um papel importante na organização do ano lectivo, ao assegurar procedimentos uniformizados, em
particular nos momentos de avaliação. Os contributos de instituições locais como empresas, que asseguram o
estágio dos alunos dos cursos profissionalizantes, Câmara Municipal de Coimbra e Associação de Paralisia
Cerebral de Coimbra são igualmente importantes na programação e desenvolvimento das actividades.
O tempo escolar é gerido de forma a proporcionar uma boa articulação entre as actividades lectivas e de
enriquecimento curricular, dispondo os alunos de ofertas para ocupar os seus tempos livres. As actividades de
animação e apoio à família na educação pré-escolar e as actividades de enriquecimento curricular no 1.º ciclo
encontram-se bem organizadas, sendo supervisionadas pelos docentes. Existem orientações para a
programação das áreas curriculares não disciplinares. O Estudo Acompanhado está direccionado para o reforço
de competências nas disciplinas de Matemática e de Língua Portuguesa e em Área de Projecto as turmas estão
a abordar a temática da sexualidade.
3.2 Gestão dos recursos humanos
A direcção conhece as competências pessoais e profissionais do pessoal docente e não docente e tem-nas em
conta na sua gestão. A distribuição de serviço entre educadores e professores assenta, conforme consta do
Projecto Educativo, no princípio da continuidade pedagógica, mas não estão definidos outros critérios,
nomeadamente para a atribuição do cargo de director de turma.
Agrupamento de Escolas Silva Gaio – Coimbra
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A gestão do pessoal não docente é feita de forma articulada entre a direcção e os responsáveis dos diversos
serviços, vigorando o regime de rotatividade de funções entre os assistentes operacionais. A situação de doença
de alguns destes trabalhadores e a consequente falta ao trabalho têm provocado constrangimentos no
funcionamento de alguns serviços da Escola-Sede, afectando também a motivação dos funcionários que se
mantêm ao serviço. A direcção está atenta à situação, promovendo reuniões regulares para acompanhar e
programar o trabalho.
A integração de docentes e não docentes colocados pela primeira vez no Agrupamento é devidamente
assegurada. É elaborado um plano de formação para educadores e professores, o qual é concretizado através
das acções promovidas internamente e pelo Centro de Formação Nova Ágora. Entre as primeiras merecem
destaque as relacionadas com a utilização do Moodle (plataforma informática que permite gerir o processo
ensino-aprendizagem) e dos quadros interactivos. Refira-se, ainda, o contributo dos programas nacionais de
formação para a actualização profissional dos docentes do 1.º ciclo. No que respeita aos assistentes técnicos
tem sido feito também um levantamento das necessidades de formação. A maior parte dos assistentes
operacionais tem frequentado acções de valorização profissional.
Os serviços administrativos respondem adequadamente às solicitações, excepto no que diz respeito à
salvaguarda da privacidade no tratamento de assuntos relacionados com a Acção Social Escolar.
3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros
As instalações e equipamentos da Escola-Sede são adequados ao desenvolvimento das actividades, verificandose cuidado com a sua manutenção. Existem infra-estruturas para pessoas com mobilidade condicionada e
espaços específicos destinados à actividade experimental nas ciências, à prática de Educação Física e ao
desenvolvimento da Educação Artística. As restantes unidades apresentam condições díspares. Os jardins-deinfância e as escolas do 1.º ciclo visitadas (Casconha, Assafarge e S. Bartolomeu) denotam um razoável estado
de conservação, salientando-se contudo que, por falta de espaço, duas turmas da Escola de Casconha têm
aulas em blocos de aula provisórios (o que coloca, por exemplo, problemas de insonorização quando chove),
sendo ainda de referir a falta generalizada de condições para a prática da Actividade Física/Desportiva.
Encontram-se implementadas medidas para salvaguardar a segurança de alunos, professores e assistentes.
Existe plano de emergência em todas as unidades, testado através de exercícios de evacuação. As instalações
têm vedações e as crianças e os alunos são vigiados durante os recreios. As características de alguns edifícios
mais antigos e a existência de crianças com baixo nível de autonomia (p. ex., Escola/Jardim-de-Infância de
Almedina) tornam difíceis eventuais operações de socorro.
Os recursos da Escola-Sede estão bem organizados. A biblioteca, integrada na Rede de Bibliotecas Escolares,
ocupa um espaço amplo e aprazível, tendo um plano de acção diversificado que se desdobra em acções de
formação para os utilizadores, exposições temáticas e actividades no âmbito da leitura e literacias. Apesar de
possuir uma área específica para as crianças e os alunos do 1.º ciclo, estes apenas esporadicamente a
frequentam.
A gestão financeira mostra-se coerente com as linhas orientadoras definidas nos órgãos próprios, dando-se uma
atenção especial à manutenção das instalações. Algumas receitas provenientes da cedência onerosa de
espaços desportivos são utilizadas para despesas correntes.
3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa
Os pais e encarregados de educação são incentivados a participarem na vida escolar dos seus educandos,
destacando-se a reunião de início de ano, em que são informados sobre os principais aspectos da organização
do ano lectivo, e os contactos regulares mantidos com os professores titulares de turma/directores de turma. As
diversas iniciativas do Plano Anual de Actividades que envolvem as crianças e os alunos, por exemplo, festas de
Natal, Carnaval e fim de ano, contam também com uma boa participação dos encarregados de educação. Já a
adesão a acções de formação que lhes são directamente dirigidas, por exemplo no âmbito da sexualidade, é
muito reduzida. Também o seu grau de envolvimento na solução de problemas de comportamento é variável,
verificando-se, por norma, alguma dificuldade em obter uma colaboração activa relativamente aos alunos mais
indisciplinados.
Agrupamento de Escolas Silva Gaio – Coimbra
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Os representantes dos encarregados de educação nos órgãos de direcção, administração e gestão têm uma
participação regular e interessada. De forma geral, os pais mostram-se suficientemente informados sobre a
realidade educativa do Agrupamento e demonstram satisfação com o serviço prestado.
As associações de pais são um recurso importante para a organização de actividades próprias e para a
resolução de situações problemáticas, de que é exemplo a intervenção no Jardim-de-Infância de Carvalhais,
tendo em vista a instalação de uma unidade de ensino estruturado para a educação de alunos com espectro de
autismo. A colaboração da Câmara Municipal de Coimbra e das juntas de freguesia é também relevante, em
particular na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, no âmbito das actividades de animação e apoio à família e de
enriquecimento do currículo, bem como na manutenção das instalações e aquisição de equipamentos.
3.5 Equidade e justiça
O Projecto Educativo expressa princípios de equidade e justiça ao apontar como linhas orientadoras da acção o
combate ao abandono escolar e à exclusão social e a integração dos alunos provenientes de diversos países e
comunidades. Com vista a promover a igualdade de oportunidades, os responsáveis adoptam critérios
equitativos na constituição das turmas e na elaboração dos horários.
A diferenciação da oferta formativa, as modalidades de apoio educativo e os auxílios económicos prestados
promovem a igualdade de oportunidades e a justiça social. Entre as medidas de discriminação positiva destacase o apoio aos alunos que têm o Português como língua não materna.
4. Liderança
4.1 Visão e estratégia
O Projecto Educativo expressa a identidade e visão do Agrupamento ao identificar dificuldades e definir um
plano de acção donde constam linhas orientadoras, tais como a promoção da continuidade pedagógica, o
combate ao abandono escolar e o melhoramento das instalações. Os objectivos traçados estão calendarizados
por anos, mas não aponta metas quantificáveis e avaliáveis actualizadas, nomeadamente no que respeita aos
resultados escolares dos alunos (sendo referido que as mesmas se encontram em fase de estudo), quando,
efectivamente, estão traçadas pelos departamentos desde o início do ano lectivo.
O elevado número de alunos estrangeiros (cerca de 50) e provenientes da comunidade cigana, a imagem criada
sobre a organização (muito marcada por alunos com falta de expectativas em relação à escola) e a perda
continuada de alunos nos 2.º e 3.º ciclos, são também desafios com que o Agrupamento se confronta para o seu
desenvolvimento. Como resposta a alguns destes problemas aposta-se na diversificação da oferta formativa,
facilitando o ingresso no mercado de trabalho aos alunos que o desejam (cursos de educação e formação) e
gerando alternativas de formação aos que não se adequam ao currículo normal (turmas de percurso curricular
alternativo). O trabalho desenvolvido no âmbito das necessidades educativas especiais contribui também para
que o Agrupamento seja reconhecido pela sua qualidade.
4.2 Motivação e empenho
Os responsáveis pelos órgãos e estruturas de coordenação e supervisão conhecem as respectivas áreas de
acção e mostram-se motivados em melhorar o serviço educativo. O reduzido número de reuniões do Conselho
Geral e as ausências de alguns dos seus membros traduz-se numa acção ainda pouco interventiva deste órgão
na vida do Agrupamento.
A direcção faz a coordenação geral das actividades e procura mobilizar os diferentes actores em torno dos
objectivos do Agrupamento. As lideranças das estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica
mostram-se empenhadas e activas, sobretudo ao nível da promoção do trabalho colaborativo entre os docentes.
No entanto, as estratégias de melhoria que têm sido implementadas nas disciplinas de Língua Portuguesa e de
Matemática do 2.º ciclo não se têm revelado eficazes, como demonstram os resultados obtidos nas provas de
aferição do 6.º ano.
O absentismo do pessoal docente e não docente é monitorizado, existindo mecanismos de substituição em
casos de ausência temporária. No que respeita aos assistentes operacionais, pese embora o acompanhamento
Agrupamento de Escolas Silva Gaio – Coimbra
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pela direcção do trabalho realizado, é visível algum desgaste e falta de motivação, o que condiciona o bom
funcionamento de alguns sectores na Escola-Sede.
4.3 Abertura à inovação
O Agrupamento adere a iniciativas inovadoras, merecendo destaque o plano anual de acção para as tecnologias
de informação e comunicação que se desdobra em diferentes áreas (manutenção e operacionalização da
plataforma Moodle e do Sistema de Integração e Gestão da Escola, realização de acções de formação,
promoção da utilização dos quadros interactivos e apoio na organização dos blogues dos jardins-de-infância e
escolas do 1.º ciclo). Refira-se, no entanto, que alguns jardins-de-infância não têm acesso à Internet.
Confrontados com a multiculturalidade da população escolar, os responsáveis têm sabido integrar os alunos no
Agrupamento e, relativamente aos da comunidade cigana, foi desenvolvido um programa de
integração/inserção social, em colaboração com o Parque Nómada do Bolão e a Associação Fernão Mendes
Pinto, que tem conduzido à manutenção dos alunos na escola até final da escolaridade obrigatória.
A criação dos cursos de educação e formação (em que o Agrupamento tem já uma longa tradição) e das turmas
de percurso curricular alternativo evidencia, também, a capacidade em encontrar soluções alternativas que
respondam às necessidades e combatam o abandono escolar.
4.4 Parcerias, protocolos e projectos
Existe uma rede alargada de parcerias e protocolos de cooperação com diversas entidades (designadamente,
instituições de ensino superior, serviços de saúde e de segurança, Câmara Municipal de Coimbra, juntas de
freguesia e empresas), que tem um papel importante na consecução do Projecto Educativo (p. ex., na
concretização dos estágios dos cursos de educação e formação e dos planos individuais de transição dos alunos
com necessidades educativas especiais).
Com vista a mobilizar os alunos, diversificar a oferta formativa e encontrar soluções para problemas de
aprendizagem, o Agrupamento está envolvido em inúmeros projectos de âmbito nacional e local. Refiram-se as
olimpíadas de Matemática e do Ambiente, os projectos Pense Indústria, Sexualidade e Prevenção VIH/SIDA e
Ciências Experimentais no Pré-Escolar, bem como os programas Ler+; Equamat e Canguru Matemático e os
torneios da Tabuada e Ortográfico.
5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento
5.1 Auto-avaliação
A auto-avaliação é encarada como uma área de desenvolvimento do Agrupamento e um instrumento para a
melhoria do serviço educativo. Em 2007-2008 foi criada uma equipa que aplicou inquéritos de satisfação a
diferentes elementos da comunidade educativa, donde resultou um relatório que evidencia alguns aspectos
positivos e negativos relativamente aos espaços físicos e infra-estruturas, segurança, serviços, processo ensinoaprendizagem e relação família-escola. Foi delineado um plano, ainda que sumário, de melhoria dos pontos
fracos, mas o mesmo não foi concretizado.
Em 2008-2009, a responsabilidade pelo processo de auto-avaliação foi atribuída aos serviços de psicologia e
orientação, que lançou novos inquéritos de satisfação junto de alunos e encarregados de educação, de que
resultou a identificação de pontos fortes e fracos do Agrupamento. Presentemente, está a ser feito um estudo
com vista a confirmar os pontos fracos anteriormente detectados.
Desenvolvem-se, ainda, outras práticas de auto-avaliação, em particular as relativas ao balanço do Plano Anual
de Actividades e aos resultados académicos, onde a recolha de elementos e a sua análise nos diversos órgãos e
estruturas assumem um carácter sistemático.
5.2 Sustentabilidade do progresso
As práticas de auto-avaliação permitem um conhecimento dos pontos fortes e fracos do Agrupamento,
assinalando-se entre os primeiros, como exemplo, o empenho e gosto por ensinar e a simpatia e exigência por
Agrupamento de Escolas Silva Gaio – Coimbra
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parte dos professores, e, entre os segundos, a falta de higiene das casa de banho e a quantidade e qualidade
das refeições. Decorrente deste diagnóstico, têm sido tomadas algumas medidas, por exemplo ao nível dos
mecanismos de informação aos encarregados de educação, da articulação interciclos e da melhoria das casas
de banho, ainda que não exista um plano estruturado de melhoria.
O trabalho pedagógico realizado, reconhecido como uma mais-valia pelos alunos, as medidas introduzidas
decorrentes do processo de avaliação interna e a atenção prestada à diminuição progressiva de alunos nos 2.º e
3.º ciclos, vista como um risco potencial para a organização, são aspectos que contribuem para a melhoria do
Agrupamento. Já as descontinuidades no processo de auto-avaliação afectam a sustentabilidade do progresso.
V – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas Silva Gaio (pontos fortes e
fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (constrangimentos). A equipa de avaliação
externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o Agrupamento e define
as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.
Entende-se aqui por:
•
Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos;
•
Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos;
•
Constrangimentos – condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o
cumprimento dos seus objectivos.
Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.
Pontos fortes


Taxas de transição/conclusão nos 1.º, 2.º e 3.º ciclos, no último biénio, superiores às nacionais;
Resultados obtidos nos exames nacionais de 9.º ano em Matemática e Língua Portuguesa que, no
último triénio, superaram sempre as médias nacionais;

Trabalho colaborativo entre os docentes, que contribui para a melhoria dos resultados escolares dos
alunos e reforça os laços em torno dos objectivos do Agrupamento;

Resposta educativa aos alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente, que
distingue localmente o Agrupamento pela qualidade do serviço prestado;

Política inclusiva do Agrupamento, traduzida na diferenciação da oferta formativa e nas medidas de
apoio à integração escolar e social dos alunos.
Pontos fracos

Resultados obtidos nas provas de aferição de Língua Portuguesa e de Matemática do 6.º ano que, no
último triénio, se situaram abaixo das médias nacionais;

Reduzida eficácia das aulas de recuperação, nomeadamente em Matemática e Físico-Química, que não
promove a recuperação dos alunos com dificuldades de aprendizagem;

Descontinuidades no processo de auto-avaliação que fragilizam a sustentabilidade do progresso do
Agrupamento.
Agrupamento de Escolas Silva Gaio – Coimbra
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Constrangimentos

Impossibilidade de acesso à rede da Internet nalguns jardins-de-infância, o que não permite tirar
partido deste recurso no desenvolvimento das aprendizagens;

Inexistência de salas de aula suficientes na Escola Básica do 1.º Ciclo de Casconha, que implicou o
recurso a dois blocos de aula provisórios, sem condições adequadas para o trabalho lectivo.
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