ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ CAROLINE HELENA DA SILVA ALEITAMENTO MATERNO: experiência e influência dos enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem ITAJUBÁ 2012 CAROLINE HELENA DA SILVA ALEITAMENTO MATERNO: experiência e influência dos enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Enfermagem Wenceslau Braz como requisito parcial para a obtenção do título de Enfermeira com apoio do PROBIC/FAPEMIG. Orientadora: Profª. M.ª Ana Maria Nassar Cintra Soane. Coorientadora: Profª. M.ª Aldaiza Ferreira Antunes Fortes. ITAJUBÁ 2012 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação elaborada pela Bibliotecária Karina Morais Parreira CRB 6/2777 da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz – EEWB S586a Silva, Caroline Helena da. Aleitamento materno: experiência e influência dos enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem / Caroline Helena da. – 2012. 88 f. Orientadora: Profª. M.ª Ana Maria Nassar Cintra S. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Enfermagem) com apoio do Programa de Bolsa Científica – (PROBIC/FAPEMIG) Escola de Enfermagem Wenceslau Braz – EEWB, Itajubá, 2012. 1. Aleitamento materno. 2. Enfermagem. 3. Profissionais de saúde. I. Título. NLM: WS 125 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar a Deus por me dar a oportunidade de buscar sempre o conhecimento sem desanimar e por estar ao meu lado em cada conquista e a cada dificuldade. À Maria minha mãe que também nunca me abandona e me segura nos momentos mais difíceis, para que eu não esmoreça. Às minhas orientadoras Ana Maria Nassar Cintra Soane e Aldaíza Ferreira Antunes pela dedicação e paciência, caminhando comigo em cada etapa. Ao Programa de Bolsa de Iniciação Científica (PROBIC)-FAPEMIG pela oportunidade, e pelo incentivo ao conhecimento e crescimento profissional. Ao meu namorado André, que é tão importante na minha vida, pelo amor, dedicação, presença e incentivo. Pois seu amor é luz que conduz meu caminhar. À minha família pelo apoio e amor sem limites. À minha amada mãe Helaine que me auxiliou em cada etapa do trabalho, ao meu pai querido Benedito Celino, pela confiança e incentivo. Aos meus irmãos adoráveis Alisson e Lucas que acreditaram em meu esforço e potencial. À minha querida tia Pureza, que me auxiliou, contribuindo com carinho. À minha querida prima Valéria que contribuiu muito na etapa final deste trabalho. Às enfermeiras Amanda e Giseli que despertaram em mim o interesse para que esse trabalho fosse realizado. Aos meus queridos amigos Ana Cláudia, Kárla, Jaene, Iorlanda, pelo apoio e motivação nesta caminhada. E a todos os profissionais que aceitaram participar deste estudo permitindo o crescimento do saber. “Há um mistério insondável nesse encontro de olhares. Mãe e filho. Amamentação. Ato de suprema entrega. Momento de divina doação, entrelaçando doces e infindos desejos, sem identificação de um único. Harmonia plena... ternura... ardor. Inconsciente integração do inexplicável, que se traduz na similaridade do Divino Amor”. Alice Capel RESUMO O presente estudo teve como objetivos conhecer a experiência e a influência dos profissionais de saúde, frente ao aleitamento materno da cidade de Itajubá-MG. Trata-se de um estudo de abordagem do tipo qualitativa, descritiva, exploratória e transversal. Foram entrevistados 11 profissionais entre eles: médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. A estratégia escolhida para a coleta de dados foi um roteiro de entrevista semi–estruturada, contendo duas partes: uma referente às características pessoais sobre a formação profissional, e outra composta de duas questões abertas inerentes aos objetivos do estudo, após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da EEWB. Os dados foram analisados e interpretados por meio do método de Análise do Conteúdo de Bardin. Ao analisar as categorias originadas, identificamos que há uma influência muito significativa dos profissionais frente ao aleitamento materno. Porém ainda há incentivos contra, como a prescrição de mamadeiras, e também muitas mães optam em não amamentar seu filho, por causa da estética, retorno precoce ao trabalho e ainda por falta de orientações adequadas entre outros. Constata-se que existem muitos profissionais empenhados na promoção do aleitamento materno, mesmo com tantas dificuldades para assim o fazer, e como resultado deste trabalho, é possível notar, que muitas mulheres aderem à prática do aleitamento devido a este esforço dos profissionais e confiam neles para qualquer esclarecimento. Palavras-chave: Aleitamento materno. Enfermagem. Profissionais de saúde. ABSTRACT The study objective was to know health professionals experience and influence, concerning maternal breastfeeding in the city of Itajuba-MG. The study had a qualitative, descriptive, exploratory and transversal approach. Eleven health professionals were interviewed, among them: doctors, nurses and nursing technicians. The data collection strategy chosen was based in a semi structural interview guide, divided in two parts: the first one is related to the personal characteristics of the professional formation, updates/recycling in maternal breastfeeding and the second composed by two open questions about the study’s objective, after EEWB Research Ethical Committee approval. Data were analyzed and interpreted using Bardin’s Content Analysis. While analyzing the originated categories, we identified the existence of a significant influence from the professionals concerning the maternal breastfeeding. However, it also exist stimulus against, like the prescription of baby bottle, there are several mothers who prefer to no breastfeed their child because of the aesthetics, premature regress at work and because of the lack of appropriate orientation. It was find the existence of several professional committed with the maternal breastfeeding promotion, aside all the difficulties to do it, and as a result of this work, it is possible to notice that many women join the breastfeeding practice due to this professional effort and trust then for any clarification. Key words: Maternal breastfeeding. Nursing. Health professional. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................10 1.1 INTERESSE PELO TEMA...................................................................................11 1.2 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ............................................................................11 1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO ..................................................................................16 2 MARCO CONCEITUAL.......................................................................................17 2.1 A IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO .............................................17 2.2 ANATOMIA DA MAMA E A FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO ..................................22 2.2.1 Hormônios..........................................................................................................24 2.3 OS TIPOS DE LEITE...........................................................................................27 2.3.1 As desvantagens do aleitamento artificial ......................................................29 2.3.2 Como amamentar - posicionamento e pega e o cuidado com as mamas ....29 2.4 O PAPEL DOS PROFISSIONAIS NA PRÁTICA DO ALEITAMENTO MATERNO ..........................................................................................................30 2.4.1 O Papel do médico ............................................................................................31 2.4.2 Papel do profissional de enfermagem .............................................................31 3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA .......................................................................34 3.1 CENÁRIO DO ESTUDO ......................................................................................34 3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO ..........................................................................34 3.3 PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM ..............................................36 3.4 COLETA DE DADOS...........................................................................................37 3.4.1 Instrumento de coleta de dados.......................................................................37 3.4.2 Procedimentos de coleta de dados..................................................................38 3.5 PRÉ-TESTE ........................................................................................................39 3.6 ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE DOS DADOS .......................................................39 3.7 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA..................................................................40 4 ANÁLISE, APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................42 4.1 ESULTADOS REFERENTES À QUESTÃO - EXPERIÊNCIA DO PROFISSIONAL ACERCA DO ALEITAMENTO MATERNO...............................42 4.1.1 Temática 01 - Experiências com as mães .......................................................43 4.1.2 Temática 02 - Experiências com os profissionais de saúde..........................46 4.1.3 Temática 03 - Experiências com outros fatores .............................................49 4.2 RESULTADOS REFERENTES À QUESTÃO: VOCÊ ACHA QUE O PROFISSIONAL DE SAÚDE INFLUENCIA A MÃE PARA O ALEITAMENTO MATERNO? JUSTIFIQUE..................................................................................51 4.2.1 Temática 2 - Influências relacionadas aos profissionais ...............................54 5 CONCLUSÕES ...................................................................................................57 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................59 REFERÊNCIAS...................................................................................................61 APÊNDICE A – Roteiro de entrevista semi-estruturada.................................68 APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ......................69 APÊNDICE C – Extração das ideias principais ...............................................71 APÊNDICE D – Identificação uniforme, por semelhança, das ideais principais extraídas ...........................................................................................74 APÊNDICE E – Agrupamentos das ideias semelhantes originando as categorias ..........................................................................................................77 APÊNDICE F- Extração das ideias principais .................................................79 APÊNDICE G - Identificação uniforme, por semelhanças das ideias principais extraídas...........................................................................................82 APÊNDICE H - Agrupamentos das ideias principais semelhantes originando as categorias ................................................................................85 ANEXO A - Parecer Consubstanciado Nº 591/2010 ........................................87 10 1 INTRODUÇÃO A amamentação estimula o vínculo afetivo já estabelecido entre mãe e filho. Apesar das inúmeras vantagens do aleitamento materno é fato que muitas mães não o fazem por vários motivos. As vantagens do aleitamento materno, tanto no que se refere ao aspecto nutricionais e imunológicos, quanto no estabelecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho, são fartamente comprovadas na literatura. O incentivo à sua prática passou a ser enaltecido a partir do momento em que organismos nacionais e internacionais passaram a acreditar que podem ser reduzidas as taxas de morbidade e mortalidade infantil, principalmente nos países em desenvolvimento. Um dos fatores atribuídos à falta de amamentação e que gostaríamos de enfatizar é a ausência de orientação adequada, ou seja, muitas mães, deixam de amamentar seus filhos porque não receberam instruções sobre essa prática. A equipe de saúde deve estar apta a orientar a mãe sobre a amamentação e técnica correta de extração do leite, evitando sofrimentos desnecessários, sempre que possível. Não conseguir amamentar, pode significar para algumas mães, sentimentos de frustração, culpa e impotência. O profissional de saúde deve identificar durante o pré-natal os conhecimentos, a experiência prática, as crenças e a vivência social e familiar da gestante a fim de promover educação em saúde para o aleitamento materno, assim como, garantir vigilância e efetividade durante a assistência no pós-parto. Para Almeida (1996), os profissionais de saúde poderão ter um papel decisivo no sucesso da amamentação, proporcionando as condições ideais para o início da lactação, sendo o suporte durante a amamentação indispensável para o sucesso do aleitamento materno. O papel do profissional da área da saúde no incentivo ao aleitamento materno é de grande importância. Embora, atualmente, mais conscientizados do seu papel, um número significativo de pediatras ainda hoje não se conduzem adequadamente na sua prática diária, com dificuldades de orientar as mães a respeito do aleitamento materno. (REGO, 2001). Mesmo que os profissionais de saúde busquem desempenhar ações específicas dentro de sua formação acadêmica durante a assistência de promoção, incentivo e apoio ao aleitamento materno, políticas institucionais devem garantir o 11 exercício profissional de todos e apoiar a diversificação de suas atuações em benefício da mulher e da criança. Assim, queremos realizar esta pesquisa para conhecer a experiência e a influência dos profissionais de saúde sobre o aleitamento materno. 1.1 INTERESSE PELO TEMA O interesse pelo tema foi despertado no Centro de Atendimento de Enfermagem (CAEnf), da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB), ao ver a importância da experiência e a influência dos profissionais de saúde, frente ao aleitamento materno, visto que, muitas mães não sabem como amamentar seu bebê corretamente e várias desistem desta prática por tornar-se dolorosa e desconfortável. Em muitos casos, nem sabem o porquê do aleitamento materno, dos benefícios para seu filho, como: imunidade natural, água, proteínas, e tudo que o bebê necessita entre outros fatores. Para as mães, a prevenção de câncer de mama e de ovário, baixo risco de desenvolver depressão, dentre outras. Embora, diversas mães pareçam indiferentes, há a necessidade do comprometimento dos profissionais de saúde neste processo, pois cabe a eles, informar, conscientizar e ajudar nesta etapa. Enfim, estes profissionais são de extrema importância no aleitamento, haja vista que, por meio da influência deles, as mães, optam por amamentar, e isto se torna extremamente prazeroso em poder alimentar seu filho com seu próprio leite. 1.2 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO O leite materno é considerado um alimento completo, possuindo vantagens nutricionais, de ordem imunológica e psicológica que o tornam o alimento ideal para uma criança nos primeiros anos de vida. Ainda que a evidência científica acumulada avalie o leite humano como o ideal para a alimentação de recém nascidos e lactentes, a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002), estima que em todo o mundo apenas um terço dos lactentes sejam alimentados exclusivamente com leite materno nos primeiros quatro meses de vida. 12 Diniz (2003), relata que a proteção do leite materno para o bebê contra diarreias pode diminuir quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer outro tipo de alimento, mesmo sendo água ou chás. A alimentação com fórmulas aumenta o risco de morte súbita do lactente, a mortalidade pós-neonatal durante o primeiro ano de vida nos países desenvolvidos e a mortalidade infantil nas crianças menores de 3 anos. (CHEN; ROGAN, 2004). De acordo com Almeida (1996), a importância do contato físico, da qualidade e do “timing” das transações entre mãe e bebê durante a mamada, influencia a autoestima materna e o bem-estar do bebê, proporcionando experiências gratificantes à díade, fato este essencial para o sucesso do aleitamento materno De acordo com o Ministério da Saúde (2007), o número de nascidos vivos no Brasil foi de 2.891.328, sendo 259.505 no estado de Minas Gerais. O número de nascidos vivos e residentes na cidade de Itajubá, Minas Gerais no ano de 2009 foi de 1.164. (VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA, ITAJUBÁ, 2010). Frequentemente orientados para uma cultura do biberão que pode ser ensinada e supervisionada, os profissionais de saúde não possuem, por vezes, o conhecimento, a competência e o compromisso com a promoção e apoio ao aleitamento materno. Ignorando o aspecto negativo que alguns procedimentos possam ter sobre o êxito no início e estabelecimento da amamentação, muitas rotinas e procedimentos hospitalares são aceitos pelos profissionais, constituindo verdadeiros obstáculos à proteção da prática do aleitamento materno. De uma questão de sobrevivência a uma opção, de desejável e ideal, a um fardo a ser evitado, (PAMPLONA, 2002). E a História revela-nos, que os serviços de saúde e os seus profissionais também contribuíram para o declínio do aleitamento materno, ao não apoiarem e estimularem as mães a amamentar, ou ao introduzirem rotinas e procedimentos que interferiram com o início e estabelecimento da amamentação. (OMS, 1989). O aleitamento materno tem sofrido ao longo dos tempos influências sócio culturais, de moda e de filosofias médicas resultando numa variação da sua prática ao longo da história humana. (BADINTER, 1998; LOTHROP, 2000; YALOM, 1997). Decidir amamentar é o resultado de uma longa socialização materna, sendo, ainda hoje, parcialmente compreendidos os fatores envolvidos nesta decisão, geralmente, tomada antes da gravidez. (ALMEIDA, 1996). 13 Por outro lado, numa sociedade onde os valores predominantes são o hedonismo, o cômodo, o rápido e o fácil, o aleitamento materno pode apresentar-se como uma decisão que exige dedicação, gratificação não imediata e mesmo algum sacrifício por parte da mãe. (RUIZ FERRÓN et al., 2003). Amamentar é uma técnica que exige aprendizagem e prática, e nem sempre é fácil o seu início. Atraso na subida do leite, dor por ingurgitamento da mama, mamilos gretados, são situações com as quais a mãe pode-se debater. Face às dificuldades, assolada por dúvidas, insegura na sua capacidade de amamentar e com medo de prejudicar o seu filho, a mãe necessita de soluções seguras e imediatas e o biberão de ajuda surge para a mãe e familiares próximos como a solução eficaz, que assegura a nutrição infantil e descarrega a mãe de responsabilidades. (MARTÍN CALAMA; DÍAZ GÓMEZ; LASARTE VELILLAS, 2003). Culpar a dinâmica social ou as mães pelo abandono do aleitamento materno é repercutir em outros uma responsabilidade que também cabe aos profissionais de saúde envolvidos na assistência pré-natal, no parto e no pós-parto. Na ótica de Moleiro, Gomes e Nona (2004), as intervenções educativas e de sensibilização para o aleitamento materno, os inúmeros trabalhos científicos, as publicações e opiniões dos médicos e a ação constante e diária dos profissionais de saúde, entre outros meios, não têm sido suficientes para levar à prática generalizada da amamentação, de forma consistente e continuada, e cabe aos profissionais de saúde assumir uma postura de autoconfiança e de segurança, no apoio efetivo às dúvidas e dificuldades práticas da amamentação. Segundo Maia (2007), como promotores de saúde, estes profissionais devem por isso realizar um esforço consciente e sustentado nos seus locais de trabalho, para uma efetiva promoção e apoio do aleitamento materno. Segundo a OMS (1989) é importante para o êxito da amamentação o apoio ativo dado à mãe durante a gravidez e após o parto, da sua família e comunidade, mas também de todo o sistema de saúde. As Orientações técnicas do Ministério da Saúde referem que as consultas durante o período pré-natal têm como objetivo para além de outros, promover a educação para a saúde integrando o aconselhamento durante as mesmas. Um dos itens da educação para a saúde a realizar durante este período será a preparação para a amamentação. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1993). 14 No entender de Franco (2003), há necessidade de identificar as mulheres que querem e podem amamentar, aquelas que desejam mas não podem, aquelas que não querem ou que ainda não tomaram uma decisão definitiva. Prioridades e responsabilidades profissionais deverão, também, serem identificadas, bem como a história de fatores dietéticos (frequência, tipo e diversidade de alimentos), história socioeconômica (estabilidade de emprego, apoio de familiares e amigos) e história ocupacional (tipo de trabalho e local do mesmo). As grávidas deverão, ainda, serem esclarecidas sobre a legislação vigente de proteção da maternidade e paternidade. É importante desfazer mitos e ajudar as mães a estabelecerem expectativas realistas sobre o aleitamento materno. O apoio constante dado pela equipe de saúde favorece a autoconfiança da mãe e proporciona uma experiência de amamentação satisfatória e bem sucedida. (LOWDERMILK; PERRY; BOBAK, 2002). Manter um contato intermitente e prolongado com a mãe revelou-se um fator de eficácia na decisão da mãe continuar a amamentar após a alta hospitalar. (ROYAL COLLEGE OF MIDWIFE, 1994). Após a alta hospitalar a puérpera pode atravessar um período crítico, em que necessita de adquirir confiança na sua capacidade de cuidar do seu filho e na sua capacidade de amamentar. Neste momento a presença do profissional intervindo de forma adequada faz toda a diferença na continuidade da amamentação. Para Lothroph (2000), o fato de tantas mulheres fracassarem na amamentação, nada tem a ver com a incapacidade para amamentar ou com a degeneração, mas sim com a falta de autoconfiança e com erros cometidos por causa da ignorância em relação ao processo de lactação. Ter alguém que ajude no cuidado da criança e da casa, define frequentemente o êxito ou o fracasso da amamentação. Sem ajuda, geralmente há sobrecarga e estresse para a puérpera, que podem inviabilizar a lactação. (ISSLER, 2003). A confiança na capacidade da mãe prosseguir com a amamentação, depende, dos profissionais de saúde com quem a mãe se relaciona, que necessitam de conhecer a problemática da mulher-mãe trabalhadora e os seus problemas específicos. 15 Segundo Marinho e Leal (2004), o apoio que os profissionais de saúde podem prestar passa também por enquadrar o aleitamento na realidade individual de cada mãe e bebê (…). Neste sentido, o conhecimento de cada caso torna-se fundamental, para que o profissional de saúde possa apoiar a continuação da amamentação. Para Maia (2007), amamentar é um direito que a sociedade deve reconhecer às mães e crianças. Aos profissionais de saúde e nomeadamente aos enfermeiros compete defender a sua prática: informando, orientando, aconselhando e ajudando mães e famílias, para que a prática da amamentação resulte num prazer e numa conduta promotora de saúde. Compete, também, aos enfermeiros reconhecer o que não sabem e aprender, para poderem efetivamente ajudar as mães e os seus filhos. Num esforço conjunto todos terão que se envolver nesta conquista de uma cultura perdida de amamentação: através da educação da população em geral sobre o valor do Aleitamento materno, melhorando práticas dos serviços de saúde, dando suporte às mães e famílias na comunidade e nos seus locais de trabalho e restringindo a promoção inadequada de leites artificiais. Visto que há alta taxa de natividade, é de extrema relevância e importância o comprometimento do profissional frente ao aleitamento materno. Diante de todo este paradígma, indagamos: Será que os profissionais de saúde estão aptos a orientar e influenciar positivamente o aleitamento materno? Será que há interesse e compromisso destes profissionais diante desse fato? Os resultados deste trabalho proporcionarão subsídios para que os profissionais envolvidos no processo de amamentar reflitam sobre sua prática profissional almejando aprimorá-la ou mesmo transformá-la. Sabemos que todos os profissionais que tem contato com a puérpera devem se preocupar com a influência que exercem sobre ela e consequentemente preocupar-se em ter uma mesma conduta incentivando a amamentação exclusiva até os 6 meses. As mães, sob essa perspectiva, serão beneficiadas, haja vista que terão uma melhora na assistência prestada por esses profissionais no que tange ao aleitamento materno, o que proporcionará uma notável qualidade de vida dos lactentes. Embora haja muitas pesquisas sobre o aleitamento materno pela extrema relevância do tema, há poucas pesquisas sobre a influência desses profissionais 16 nesta etapa da vida da puérpera. Logo, ressaltamos a importância de mais estudos sobre este enfoque. Além disso, poderá trazer novas descobertas ou solidificar os estudos já existentes, como também subsídios para novas pesquisas. Neste contexto, para nortear o nosso estudo emergiram as questões de pesquisa: Qual a experiência dos médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem acerca do aleitamento materno? Qual a influência destes profissionais nesta prática? 1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO Este estudo tem como objetivos: x Conhecer a experiência dos médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem da cidade de Itajubá, Minas Gerais, em relação ao aleitamento materno. x Conhecer a influência destes profissionais no processo em questão. 17 2 MARCO CONCEITUAL Esta parte do estudo discorre sobre a importância do aleitamento materno, anatomia da mama e a fisiologia da lactação, abordando suas alterações na gravidez e controle hormonal da lactação. Em seguida abordam-se tópicos referentes a importância do aleitamento, desvantagens do aleitamento artificial, aos tipos de leite, o cuidado com as mamas e o papel dos profissionais de enfermagem e médico no aleitamento materno. 2.1 A IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO O leite humano apresenta-se como o alimento ideal para a nutrição infantil principalmente nos primeiros meses de vida da criança, mas as suas vantagens ultrapassam a esfera da saúde infantil, porque não é apenas a criança que beneficia com a amamentação, mas, também a mãe e a própria sociedade. Baseado em evidência científica acumulada nos últimos anos são atribuídas vantagens ao leite materno, nomeadamente, referente à saúde infantil a curto, médio e longo prazo. O leite materno beneficia a criança desde o nascimento, prolongando-se os seus efeitos durante anos após se ter produzido o desmame, pelo que não deverá ser apenas uma alternativa, mas a primeira escolha para a alimentação infantil. Conhecer os problemas ou prejuízos causados pelo aleitamento artificial e os benefícios do aleitamento materno parecem-nos o melhor argumento para que os profissionais implicados na assistência a mães e crianças se envolvam na promoção e no apoio à prática do aleitamento materno. No aleitamento materno para além de um componente instintivo da parte do recém-nascido e da mãe, há também um importante componente cultural transmitido de geração em geração: a arte feminina de amamentar, legada sabiamente de mães a filhas. Com a diminuição da prática do aleitamento materno, mães e profissionais de saúde perderam a sua habilidade na arte de amamentar. (ROYAL COLLEGE OF MIDWIFE, 1994). A arte pré-histórica traduzia assim a importância do seio materno – fonte de alimento da criança, que determinava a vida ou a morte do recém-nascido. (YALOM, 1997). 18 Procriação e lactação eram poderes femininos dignos de veneração e a arte representava esta valorização da figura feminina em estatuetas talhadas em bronze, pedra e barro, que provavelmente representariam deusas da fertilidade, deusasmães ou deusas aleitadoras. (YALOM, 1997; O´DOWD; PHILIPP, 1995). Segundo Filho (1987), os neurônios, responsáveis em última essência, por toda capacidade intelectual, teriam condições de se desenvolver e reproduzir, sobretudo nos primeiros meses de vida, nas crianças amamentadas por suas mães, muito mais do que naquelas que recebem leite de outras espécies. Esse mesmo autor relata que o recém-nascido alimentado ao seio tem a oportunidade de estimulação sensorial máxima, que começa com as percepções táteis, seguidas pela olfação, gustação e audição (conversação, canto...). Em termos nutricionais, o leite apresenta características diferentes segundo as espécies. Nas espécies animais em que existe um contato intermitente por presença das crias em esconderijos ou ninhos e que os filhos lactentes são alimentados de uma forma intermitente, a composição do leite é rica em gordura e proteínas, podendo as mamadas ser espaçadas por períodos de 2 a 15 horas. Tal não se verifica no leite de espécies que transportam continuamente as suas crias lactentes e que têm com elas um contacto quase permanente, como é o caso da espécie humana. Nestes casos, o leite apresenta-se pobre em proteínas e gordura, pelo que as mamadas têm de ser mais frequentes. (GOMES-PEDRO, 1999). Devido ao seu elevado teor em imunoglobulinas e outros fatores de proteção, o colostro pode ser considerado uma prescrição médica da natureza, sendo extremamente importante para o recém-nascido devido à imaturidade do seu sistema imunológico. No início da mamada, o leite apresenta um aspecto acinzentado e aguado, diferente do leite do final da mamada que parece mais branco. O leite inicial é rico em água para acalmar a sede da criança, e o leite final, rico em gordura, fornece mais da metade da energia do leite humano e dá à criança a sensação de saciedade (KING, 1991; ROY, 2000; ROYAL COLLEGE OF MIDWIFE; 1994). No início, era apenas o seio e durante séculos não houve substituto para o leite materno. Num tempo em que a obesidade era uma bênção, pois garantia a sobrevivência e a possibilidade de amamentar mesmo em períodos de fome, os nossos antepassados pré-históricos dotaram os seus ídolos femininos de seios enormes, representados em imagens que surgiram em lugares como Espanha, 19 Europa Central e as estepes da Rússia, isto muito antes do aparecimento da Agricultura (YALOM, 1997). No entanto, apesar das transformações realizadas para o tornar o leite artificial semelhante ao leite materno, as diferenças permanecem. Sendo a composição do leite materno e do leite de vaca qualitativa e quantitativamente diferente, as fórmulas comerciais são, majoritariamente, produzidas a partir do leite de vaca, devido à relativa facilidade na obtenção de grandes quantidades deste leite. Crianças alimentadas com fórmulas apresentam maior nível de risco cardiovascular aos 13 anos e valores mais elevados de tensão arterial na idade adulta. (SINGHAL et al., 2004; MARTIN et al., 2005). De igual modo crianças de famílias com risco de alergia, quando não amamentadas, parecem desenvolver com mais frequência dermatites atópicas, problemas respiratórios e asma (GDALEVICH et al., 2001; HANSON et al., 2003). Crianças não amamentadas desenvolvem uma resposta imunitária menor a vacinas e têm maior risco de padecer de doença celíaca, doenças autoimunes e doença inflamatória intestinal, diabetes mellitus e alguns tipos de cancro como leucemias ou esclerose múltipla na idade adulta (HAWKES; NEUMANN; GIBSON, 1999; HANSON, 2000; UK CHILDHOOD CANCER STUDY INVESTIGATORS, 2001, FREUDENHEIM. et al., 1994). Os benefícios do leite materno não se restringem apenas às crianças, beneficiando também as mães com a amamentação. Mães que não amamentam têm maior risco de hemorragia uterina pós-parto e mais tempo de hemorragia menstrual ao longo da vida dado que a amamentação proporciona longos períodos de amenorreia com importante efeito nas suas reservas férricas. Além disso, melhora da mineralização óssea com diminuição do risco de fraturas pósmenopausa. (LABBOCK , 1999). A lactação é, também, acompanhada de um efeito anticoncepcional moderado e temporário, dependendo a efetividade anticoncepcional do nível de nutrição materno, da intensidade da sucção e da extensão de alimentos suplementares ao leite materno. Cerca de 40 a 75% das mulheres que amamentam reassumem a função menstrual durante o período de amamentação. (SPEROFF; GLASS; KASE, 1991). Coloca-se assim a necessidade de um método anticoncepcional compatível com a manutenção da amamentação, dado que o uso de anticoncepcionais 20 hormonais orais diminui o volume de leite produzido. (CUNNINGHAM et al., 2003; OMS, 1994). Nestas condições, a amamentação proporciona mais de 98% de proteção contra uma gravidez nos primeiros 6 meses após o parto. Em termos demográficos, o aleitamento materno como método contraceptivo pode ter implicações importantes quer nos países industrializados quer nos países em vias de desenvolvimento. As vantagens do aleitamento materno alargam-se também ao aspecto econômico, pois é menos dispendioso alimentar uma criança com o leite da mãe, face aos custos elevados da transformação do leite de vaca em fórmulas para lactentes e crianças. (ALMEIDA, 1996). Os gastos com um recém-nascido alimentado exclusivamente com fórmulas, poderão ser cerca de 15 a 20 vezes superiores ao custo necessário para suplementar a dieta de uma mãe que amamenta exclusivamente nos primeiros 4 meses de vida. (SILVA; FONSECA, 1997). Maia (2007), ressalta que a utilização do leite de vaca para alimentação de lactentes e crianças em fórmulas implica também o consumo e desperdício de materiais e de recursos naturais. O processo de transformação do leite de vaca em fórmulas de alimentação infantil requer elevado consumo de energia (o leite necessita de ser aquecido a temperaturas que rondam os 160º). Essa mesma autora afirma que produtos como alumínio, papel, plástico, vidro e borracha usados nas latas de fórmulas, biberões e tetinhas não são totalmente recicláveis. Gastos de energia e água têm também que ser contabilizados na preparação e esterilização dos utensílios usados na alimentação artificial. Para Martins (2007), o leite materno é talvez o único alimento produzido e entregue ao consumidor sem poluir, sem provocar desperdícios e sem necessitar de embalagem, encontrando-se à temperatura ideal e sempre pronto. Maia (2007), afirma que, face ao esgotamento contínuo de recursos naturais não renováveis e os prejuízos causados em cada estágio da produção, distribuição e uso das fórmulas, a amamentação apresenta vantagens ecológicas evidentes e importantes. Investigação etiológica e comportamental recente tem demonstrado que as interações mãe-cria são reguladoras de múltiplos sistemas fisiológicos e comportamentais nas primeiras fases da vida. Geneticamente, os organismos funcionam numa organização simbiótica, em que os seus sistemas biológicos 21 funcionam tanto a níveis endócrinos e neurais como comportamentais, encontrandose os padrões alimentares de muitos seres vivos relacionados com esta organização (GOMES-PEDRO, 1999). No entender de Bowlby (1984), os bebês comportam-se de maneira especial em relação aos seres humanos, do mesmo modo que as mães também são propensas a comportar- se de modo especial em relação aos bebês. Quando a mãe aconchega o bebê ao colo para o amamentar estabelece-se um contacto visual face a face e uma oportunidade de o bebê usar a boca, as mãos e os pés para se agarrar à mãe. De uma forma recíproca inicia-se a interação entre a mãe e o seu bebê. (BOWLBY, 1984). Ao proporcionar um momento único de contato físico íntimo, a amamentação assegura não apenas a sobrevivência da criança, mas contribui para uma melhor vinculação e mais segura ligação entre mãe e filho. (MAIA, 2007). Nas primeiras duas horas após o parto, mãe e recém-nascido recuperam do esforço físico dispendido. Os órgãos maternos começam a readaptar-se ao estado não grávido e as funções maternas estabilizam. Por seu lado, o recém-nascido continua a fazer a sua transição para a vida extra-uterina, iniciada imediatamente após a primeira inspiração. Neste período, a primeira meia hora de vida apresentase excelente para iniciar a amamentação, pois o recém-nascido encontra-se no estado alerta, com reflexos de sucção e deglutição habitualmente vigorosos e a mãe, geralmente, ansiosa por estabelecer contato físico com o seu filho. (LOWDERMILK; PERRY; BOBAK, 2002; OMS, 1989). Dentre os aspectos biológicos da amamentação, os estudiosos afirmam que o aleitamento materno não deve produzir dor, sendo essa a principal causa da maioria dos problemas de amamentação, pois interfere com o reflexo de ejeção do leite. Em conseqüência de o bebê não conseguir mamar, a mãe sente-se angustiada, o que inibe ainda mais a ejeção láctea, podendo assim conduzir ao fracasso da amamentação. (SANTOS, 2005). No entanto, e ainda que a maioria das crianças beneficie com o aleitamento materno, existem situações em que a sua prática está contra indicada como exemplo: mães infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana. Situações maternas de infecção por hepatite B e hepatite C não são contra indicação absoluta para a amamentação. Existem ainda situações temporárias de contra-indicação para o aleitamento: mães com doenças infecto-contagiosas como a varicela, herpes com lesões mamárias e mães com tuberculose não tratada ou com medicação 22 imprescindível não compatível com a amamentação. Nestas últimas situações, a produção de leite deverá ser mantida, efetuado a estimulação mamária com extração de leite que será rejeitado, sendo a criança alimentada neste período com leite artificial administrado com colher ou copo. (LEVY; BÉRTOLO, 2002). Intervenções educativas e de sensibilização para o aleitamento materno deverão ser realizadas, devendo ser fornecidas informações sobre os benefícios do leite materno. (LEVY, 2002; VIEIRA, 2002). É importante que a mulher saiba que é possível manter a lactação ainda que se encontre separada do bebê, pelo que o regresso ao trabalho não resulta necessariamente no final da amamentação. Horários reduzidos ou flexíveis, a existência de infantários nas empresas ou levar a criança ao local de trabalho para amamentar podem tornar possível a continuação da amamentação, sendo possibilidades a equacionar pelo profissional de saúde com as mães. Informações sobre a forma de manter a produção de leite, sobre técnicas de extração, conservação e administração de leite materno extraído podem ser úteis e devem, também, serem fornecidas às mães. Se conseguirem continuar a amamentar após um dia de trabalho, no regresso a casa, a amamentação proporcionará uma oportunidade de intensificar uma proximidade entre mãe e filho devendo ser realçados os benefícios para ambos. (BRAZELTON, 2005). As intervenções educativas e de sensibilização para o aleitamento materno, os inúmeros trabalhos científicos, as publicações e opiniões e a ação constante e diária dos profissionais de saúde, entre outros meios, não têm sido suficientes para levar à prática generalizada da amamentação, de forma consistente e continuada, cabendo aos profissionais de saúde assumir uma postura de autoconfiança e de segurança, no apoio efetivo às dúvidas e dificuldades práticas da amamentação. (MOLEIRO et al. 2004, P. 113) 2.2 ANATOMIA DA MAMA E A FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO A mama humana é uma glândula sudorípara adaptada de origem ectodérmica, cuja função especializada é a produção de leite (SANTONJA LUCAS; SANZ DE GALDEANO, 2003). Na espécie humana as mamas estão situadas no tórax, numa posição superior à de outros mamíferos, cujas mamas se localizam habitualmente sobre o 23 abdômen. Desta forma, quando amamenta, a mulher pode também beijar, abraçar, falar e acariciar o seu filho (O´DOWD; PHILIPP, 1995). As mamas são um par de glândulas, localizadas anteriormente aos músculos da região peitoral, entre a segunda e a sexta costela (JÚNIOR; ROMUALDO, 2002). Cerca de dois terços da mama localizam-se entre o esterno e a linha axilar média. Embora de formato e tamanho aproximadamente igual, as mamas não são simétricas. A sua forma e tamanho variam em função da idade da mulher, da hereditariedade, e da nutrição (LOWDERMILK; PERRY;BOBAK, 2002). Anatomicamente, a mama adulta é composta por 15 a 25 lobos de tecido glandular dispostos radialmente e separados por gordura. Cada uma destas estruturas é formada por vários lóbulos, sendo cada lóbulo constituído por grandes quantidades de alvéolos (CUNNINGHAM et al. 2003). Segundo Maia (2007), o alvéolo é uma estrutura oca, semelhante a um saco, formado por duas camadas de células derivadas da ectoderme: uma camada contínua de células glandulares responsáveis pela secreção de leite, que se encontram na sua parte central, e uma camada periférica e descontínua de células mioepiteliais, que se contraem para expelir o leite dos alvéolos. Estruturas glandulares e ductos, encontram-se rodeados por tecido adiposo protetor e sustentados pelos ligamentos fibrosos de Cooper, que permitem o apoio e a mobilidade da mama na parede torácica (LOWDERMILK; PERRY;BOBAK, 2002). Um pequeno ducto de drenagem sai do alvéolo e converge com outros ductos de outros alvéolos para a formação de canais denominados galactóforos, que transportam através do mamilo o leite até ao exterior da mama, onde são visíveis como pequenos orifícios. Junto ao mamilo estes ductos encontram-se dilatados formando os seios galactóforos, que funcionam na mama como pequenos reservatórios de leite. O mamilo, estrutura circular pigmentada de forma e tamanho variável, encontra-se geralmente elevado acima da mama e rodeado pela aréola (área geralmente mais pigmentada que a pele da mama e visível em redor do mamilo). Mamilo e aréola auxiliarão o recém-nascido na busca de alimento. (MAIA, 2007). Mamas grandes e mamas pequenas possuem a mesma quantidade de tecido glandular, sendo a gordura e o tecido de sustentação que dão forma à mama. Tal fato, origina que a quantidade de leite produzido seja independente do tamanho da mama, podendo de igual modo uma mama pequena ou uma mama grande produzir uma grande quantidade de leite (LEVY; BÉRTOLO, 2002). 24 A mama é formada em parte por tecido glandular e em parte por tecido conjuntivo e gordura. O tecido glandular produz o leite que posteriormente é conduzido ao mamilo através de pequenos canais ou dutos. Antes de atingir o mamilo, os dutos se tornam mais largos e formam os seios lactíferos, nos quais o leite é armazenado. Aproximadamente 10-20 dutos muito finos ligam os seios lactíferos ao exterior através da ponta do mamilo. O mamilo é muito sensível pois possui várias terminações nervosas. Isso é um importante fator para o desencadeamento dos reflexos que auxiliam a “descida” do leite. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). Ao redor do mamilo há um círculo de pele mais escura chamado de aréola. Na aréola há pequenas elevações. São glândulas que produzem um líquido oleoso. Esse líquido ajuda a manter a pele do mamilo macia e em boas condições. Logo abaixo da aréola estão os seios lactíferos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001) Ressalta ainda que o leite materno é produzido pela ação de hormônios e reflexos. Durante a gravidez hormônios preparam o tecido glandular para a produção de leite. O tecido glandular se desenvolve mais e as mamas ficam maiores. Logo após o parto, os hormônios fazem com que a mama comece a produzir leite. 2.2.1 Hormônios Segundo Gyton (2002), a secreção de leite requer uma secreção basal adequada da maioria dos outros hormônios da mãe, sobretudo o hormônio do crescimento, o cortisol e o hormônio paratireóideo. Esses hormônios são indispensáveis para o suprimento de aminoácidos, ácidos graxos, glicose e cálcio necessários à formação do leite. Por sua vez, a prolactina atua sobre as mamas, mantendo-as funcionais para a próxima mamada. A secreção de prolactina cria também uma sensação de calma e relaxamento materno melhorando o descanso da mãe, mesmo que amamente durante a noite (LEVY; BÉRTOLO, 2002; KENNER, 2001). A sucção origina também a libertação de ocitocina, hormônio considerado na espécie humana imprescindível à lactação. Segregado na hipófise posterior este hormônio provoca a contração das células mioepiteliais do alvéolo, o que origina a passagem do leite do interior dos alvéolos para o sistema de ductos, e destes para os seios galactóforos com posterior saída pelas aberturas do mamilo. Cerca de 30 segundos a um minuto após o início da sucção e devido à ação da ocitocina o leite flui pelo mamilo, fenômeno denominado reflexo de ejeção ou “descida do leite”, descrito por algumas mulheres como uma sensação de latejar ou sensação de pontadas. (GUYTON, 2002). A ocitocina provoca também uma ação benéfica sobre o útero, provocando contrações uterinas pós parto, vulgarmente denominadas “dores tortas” sentidas 25 pela puérpera no início da lactação e que favorecem a involução uterina. Sendo a produção de prolactina mais lenta, pois só cerca de 30 minutos após a mamada a maior parte da prolactina segregada na hipófise se encontra no sangue materno, o bebê mama primeiro o leite que já se encontra na mama e que foi produzido na mamada anterior, originando a sucção do mamilo a produção de leite para a mamada seguinte. A síntese de leite é um processo lento, pelo que não seria possível que se realizasse no decorrer da mamada. (RESENDE, 2002). A sucção constitui um estímulo fisiológico específico e poderoso para a libertação de leite, mas o reflexo de ejeção não responde apenas a estímulos tácteis, podendo ser originado por estímulos visuais, olfativos ou auditivos. O choro do bebê, sons ou odores associados ao bebê podem também provocar o reflexo de ejeção ou descida do leite (CUNNINGHAM et al., 2003; FERRIS; REECE, 1992; GUYTON, 2002; BURROUGS, 1995; SPEROFF,GLASS, KASE, 1991; OMS, 1994; TORTAJADA MARTÍNEZ; GIRONÉS SORIANO, 2003). Por outro lado, sentimentos negativos podem inibir este reflexo. A falta de confiança da mãe, estresse, ansiedade, medo, vergonha, dor ou dúvidas relacionadas com a amamentação podem impedir que o leite seja ejetado nos ductos (CUNNINGHAM et al., 2003;BURROUGS,1995; TORTAJADA MARTÍNEZ; GIRONÉS SORIANO, 2003). A “descida do leite” é considerada como o fenômeno que marca a mudança do controle endócrino para o controle autócrino da lactação, em que a produção de leite depende da eficiência do esvaziamento da mama. Assim, a remoção de leite na presença de um meio hormonal favorável é o fator que controla a sua produção, correlacionando- se a quantidade de leite produzido com a quantidade de leite removido (OMS, 1994; ISSLER, 2003). Sendo a lactação um processo de uso intensivo de energia, na evolução da espécie humana tornaram-se necessários mecanismos que salvaguardassem a produção excessiva de leite e o seu consequente desperdício (em caso de morte fetal), ou um aumento da sua produção em caso de necessidade aumentada (nascimento de gêmeos). A produção de leite pela mama humana obedece assim a um sistema de produção por necessidade, determinado pela “oferta e procura”. Quando o leite é removido da mama a sua produção aumenta. Se pelo contrário é deixado muito leite na mama, a sua produção diminui. Este mecanismo de controle de produção torna-se também necessário, pelo fato da mama 26 humana não possuir uma grande capacidade de armazenamento de leite nos seios galactóforos que são na mama como reservatórios de leite. (MAIA, 2007). Gyton (2002), afirma que o leite é secretado continuamente nos alvéolos das mamas, porém não flui com facilidade dos alvéolos para o sistema de dutos e, portanto, não drena de modo contínuo pelos mamilos. Com efeito, o leite deve ser ejetado ou "descer" dos alvéolos para os dutos para que o bebê possa obtê-lo. Esse processo é desencadeado por um reflexo combinado neurogênico e hormonal, envolvendo o hormônio neuro-hipofisário ocitocina. Quando a criança começa a sugar, dois reflexos fazem o leite “descer” na quantidade e no momento certos. Deve-se utilizar todo o conhecimento sobre os reflexos na orientação das mães. Prolactina: o hormônio secretor de leite A glândula pituitária, localizada na base do cérebro, produz um hormônio chamado prolactina. A prolactina estimula as células glandulares da mama a produzir o leite. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). De acordo com Gyton (2002), quando o bebê suga, ele praticamente não obtém qualquer leite. Na verdade, ocorre transmissão de impulsos sensitivos por nervos somáticos dos mamilos até a medula espinhal e, daí, para o hipotálamo, ocasionando a secreção de ocitocina, bem como a de prolactina. Esse mesmo autor afirma que a ocitocina é, então, transportada pelo sangue até as mamas, onde provoca a contração das células mioepiteliais que circundam as paredes externas dos alvéolos, expelindo, assim, o leite dos alvéolos para os dutos, sob pressão de mais de 10 a 20 mm Hg. A sucção do bebê torna-se então eficiente para a obtenção do leite. Assim, dentro de 30 segundos a 1 minuto após o bebê começar a sugar, o leite passa a fluir. Esse processo é denominado ejeção ou "descida" do leite. A sucção de uma das mamas ocasiona o fluxo de leite não só daquela mama, mas também da oposta. É interessante observar que o acariciar do bebê pela mãe ou até mesmo o fato de ouvi-lo chorar quase sempre representam sinais suficientes para o hipotálamo desencadear a ejeção de leite. É muito importante entender o efeito da sucção na produção de leite. Quanto mais sucção, maior a quantidade de leite produzido. Se a criança pára completamente de sugar ou se nunca começa, as mamas param de produzir leite. Se a mulher tem gêmeos e ambos sugam, suas mamas produzirão a quantidade extra de leite de que as duas crianças precisam. Isso é chamado oferta e procura. As mamas produzem tanto leite quanto a criança precisa. Se a mãe quer aumentar a oferta de leite, deve estimular a criança a sugar um maior número de vezes e por mais tempo. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). 27 Segundo esse mesmo autor, não deve perder uma mamada para “economizar” leite, isto fará com que as mamas produzam menos ocitocina: o hormônio da “descida” do leite. Quando se observa uma mulher amamentando às vezes se percebem jatos muito finos de leite saindo do mamilo. Cada jato vem de um duto. Isto é a “descida” ou ejeção (ejetar significa expelir, jogar para fora). O leite ejetado por pequenas células musculares, situadas ao redor do tecido glandular, que se contraem e jogam o leite para fora. O hormônio ocitocina provoca a contração dessas células. Muitas mulheres sentem a contração no começo da mamada. Isto faz com que percebam que o leite está começando a “descer.” Cada vez que a criança suga, estimula as terminações nervosas do mamilo. Estes nervos levam o estímulo para a parte anterior da glândula pituitária que produz a prolactina. Esta, através da circulação sanguínea, atinge as mamas que produzem o leite. A prolactina atua depois que a criança mama e produz leite para a próxima mamada. Onde essas etapas, desde a estimulação do mamilo até a secreção do leite, são chamadas reflexo de produção ou reflexos da prolactina. A glândula pituitária produz mais prolactina durante a noite do que durante o dia. Portanto, o aleitamento materno à noite ajuda a manter uma boa produção de leite. (GUYTON, 2002). Para Ministério da Saúde 2002, da mesma forma que a prolactina, a ocitocina é produzida quando os nervos do mamilo são estimulados pela sucção. A ocitocina é produzida na parte posterior da glândula pituitária e vai pela corrente sangüínea para as mamas. A ocitocina atua enquanto a criança está sugando e faz o leite “descer” para esta mamada. Essas etapas são o reflexo da ejeção do leite ou o reflexo da ocitocina. A criança não consegue quantidade suficiente de leite somente pela sucção. Precisa do reflexo de “descida” para ajudar. Se o reflexo não funcionar a criança não conseguirá leite suficiente. A ocitocina faz com que o útero se contraia o que auxilia na eliminação da placenta. O aleitamento materno pode ajudar a parar o sangramento após o parto e reduzir o tempo em que a mulher perde os lóquios. No puerpério, a mãe pode sentir a contração do útero quando amamenta. A dor pode ser bem forte e é necessário informar que isto é normal e que desaparecerá. (Ministério da saúde, 2001). 2.3 OS TIPOS DE LEITE O leite é a secreção mamária que surge após o parto com a finalidade de alimentar o recém-nascido.Todos os nutrientes estão presentes no leite materno nas quantidades adequadas, com exceção do flúor, ferro e vitaminas D e K, podendo 28 haver necessidade de suplementação destes componentes (BERHMAN; KLIEGMAN; JENSON, 2002; MAHAN; ESCOTT-STUMP, 1998). Após o parto, a secreção inicial da mama é denominada colostro, líquido branco transparente ou de cor amarelo-limão intensa já presente por vezes no último trimestre da gravidez. Considerado precursor do leite a secreção de colostro persiste durante os primeiros dias do puerpério ocorrendo num período de tempo variável, a sua substituição por leite de transição, que gradualmente assume as características do “leite maduro”, por volta da 3ª ou 4ª semana após o parto (BEHRMAN; KLIEGMAN; J HENSON, 2002). Comparado com o “leite maduro” o colostro é mais rico em proteínas e minerais e mais pobre em lactose e lipídios (ANDRADE, 2000; CUNNINGHAM et al., 2000). De aspecto mais viscoso, caracteriza-se ainda por conter resíduos de materiais celulares presentes na glândula mamária e ductos no momento do parto (CALIL; FALCÃO, 2003). Quando comparado com o leite de vaca ou com fórmulas, o “leite maduro” apresenta um aspecto que parece aguado. Por este fato, muitas mães referem que o seu leite é fraco quando o comparam com outros leites (SILVA; FONSECA, 1997; KING, 1991). No início da mamada, o leite apresenta um aspecto acinzentado e aguado, diferente do leite do final da mamada que parece mais branco. O leite inicial é rico em água para acalmar a sede da criança, e o leite final, rico em gordura, fornece mais de metade da energia do leite humano e dá à criança a sensação de saciedade (KING, 1991; ROY, 2000; ROYAL COLLEGE OF MIDWIFE, 1994). Além de água, vitaminas e sais minerais, o leite materno contém imunoglobulinas, algumas enzimas e lisozimas e muitos outros fatores que ajudam a proteger a criança contra infecções, incluindo-se anticorpos, hormônios e outros componentes que não estão presentes em outras fórmulas infantis de leite. Lactentes alimentados com fórmulas têm mais processos infecciosos e mais graves, que originam mais hospitalizações, quando comparados com crianças alimentadas exclusivamente com leite materno (LÓPEZ-ALARCÓN; VILLALPANDO; FAJARDO, 1997; REYES et al., 1997; KRAMER et al., 2001; CUSHING et al., 1998). Segundo Ministério da saúde (2001), a composição do leite muda durante a mamada. Leite do começo surge no início da mamada. Parece acinzentado e 29 aguado. É rico em proteína, lactose, vitaminas, minerais e água. Leite do fim surge no final da mamada. Parece mais branco do que o leite do começo porque contém mais gordura. A gordura torna o leite do fim mais rico em energia. Fornece mais da metade da energia do leite materno. A criança precisa tanto do leite do começo quanto do leite do fim para crescer e se desenvolver. É importante deixar que ela pare espontaneamente de mamar. A interrupção da mamada pode fazer com que receba pequena quantidade de leite do fim. 2.3.1 As desvantagens do aleitamento artificial O aleitamento artificial pode trazer muitas desvantagens. No seguinte tópico será abordado sobre o leite artificial e o uso da mamadeira, dando enfoque na contaminação e na infecção trazidas pela mamadeira e pelo próprio leite artificial. 2.3.1.1 Contaminação e infecção De acordo com o Ministério da Saúde (2001), os leites artificiais estão freqüentemente contaminados com bactérias, especialmente se a mãe usar mamadeira. Podem ser nocivos à criança muito antes do leite apresentar cheiro azedo. Mamadeiras são difíceis de limpar e precisam ser fervidas depois de cada mamada. As bactérias crescem muito rapidamente nos leites artificiais, especialmente em mamadeiras que permanecem com restos de leite. Esse mesmo autor corrobora ainda que leites artificiais não contêm fatores anti-infecciosos. Crianças alimentadas artificialmente apresentam diarreia e outras infecções com mais freqüência mesmo se as mamadeiras forem preparadas cuidadosamente. 2.3.2 Como amamentar - posicionamento e pega e o cuidado com as mamas Segundo Ministério da Saúde (2001), ao dar de mamar, a mãe deve estar calma e não apressar o bebê. Quando o peito estiver muito cheio, antes de amamentar, a mãe deve fazer uma ordenha manual para amaciar a aréola. Com os dedos indicador e polegar, ela deve espremer as regiões acima e abaixo do limite da aréola para retirar algumas gotas de leite e amaciar o bico. 30 Este mesmo autor afirma que se deve encostar o bico do peito na boca do bebê, para ele virar a cabeça e pegar o peito (reflexo da busca). Ele sozinho sabe como fazer isto. Levar o bebê ao peito e não o peito ao bebê. E ressalta que segurar o peito com o polegar da mãe acima da aréola e o indicador e a palma da mão abaixo. Isto facilita a “pega” adequada. O bebê abocanhando a maior parte da aréola suga mais leite e evita rachaduras. A mãe deve ouvir o ritmo cadenciado de sucção, deglutição e pausa. A Boca bem aberta; Lábios virados para fora; Queixo tocando o peito da mãe; Aréola mais visível na parte superior que na inferior; Bochecha redonda (“cheia”); A língua do bebê deve envolver o bico do peito. Geralmente, o bebê solta sozinho o peito. Se for preciso interromper a mamada, a mãe deve colocar a ponta do dedinho no canto da boca do bebê para que ele solte o peito sem machucar. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). Não usar cremes, pomadas, sabão ou sabonete nos mamilos. Evitar a expressão do peito durante a gestação para retirada do colostro, pois isto pode estimular contrações uterinas e observar se o mamilo fica saliente ou se retrai quando a aréola é puxada não tem importância para a amamentação A criança mama a aréola e não o bico Nenhum tipo de bico impede a amamentação se o mamilo fica saliente ou se “espicha” quando é puxado.O uso de sutiã ajuda na sustentação do peito. Pois é na gravidez que ele apresenta o primeiro aumento de volume.tipos de bicos protuso, plano , invertido. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). 2.4 O PAPEL DOS PROFISSIONAIS NA PRÁTICA DO ALEITAMENTO MATERNO A mãe detém a capacidade de sozinha alimentar o seu filho e experimenta com a amamentação uma experiência secular, que se coloca como uma insígnia de maternidade. Amamentar pode assim fascinar e ao mesmo tempo aterrorizar a mãe face à impossibilidade de falhar, porque o seu modelo de realização é o de uma mãe que nunca falha. No seu desejo de conseguir amamentar, de não falhar a experiência, a mãe encontra-se mais vulnerável às pressões que sofre da família, do marido e até dos profissionais de saúde. Interroga-se quanto à sua capacidade de amamentar, quanto à qualidade e quantidade do leite e questiona a sua capacidade de perceber o comportamento do seu filho. (BARROS; FERRARI, 2003). Não basta ao profissional de saúde ter conhecimentos básicos e habilidades em aleitamento materno. Ele precisa ter também competência para se comunicar com eficiência, o que se consegue mais facilmente usando a técnica do aconselhamento em amamentação. (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2009). 31 2.4.1 O Papel do médico Ao contrário do que ocorre com todos os demais mamíferos, a mulher não amamenta como um ato instintivo, por isso ela deve aprender como realizar o aleitamento e compete ao obstetra, que é o primeiro profissional de saúde a lidar com a gestante, participar ativamente deste ensinamento. O obstetra tem várias oportunidades de atuação desde o início do pré-natal até o final do puerpério, de modo que as suas condutas podem se constituir em poderosas armas a favor do aleitamento materno. Como chefe de equipe que naturalmente é, deveria inclusive se posicionar contra as rotinas institucionais contrárias ao sucesso da amamentação. FEBRASGO (2006). O uso de sedativos, analgésicos e anestésicos deverá ser considerado durante o trabalho de parto, pois embora sejam necessários para diminuir o desconforto da parturiente, poderão diminuir a sua capacidade de ter um parto normal, induzir sonolência e diminuir a capacidade de sucção do recém-nascido ... as experiências de uma mulher durante o trabalho de parto afetam a sua motivação em relação ao aleitamento e facilidade com que o inicia. (OMS, 1989). 2.4.2 Papel do profissional de enfermagem Ministério da Saúde (2011), afirma que uma orientação antecipada para a amamentação deverá ser fornecida pelo enfermeiro, com o objetivo de aumentar a segurança e tranquilidade da grávida, dada a sua importância para o sucesso da amamentação. A avaliação inicial da grávida permitirá assim a recolha de informação que orientará o enfermeiro para a ação: acompanhar, informar e sinalizar as situações em que a grávida manifesta vontade de amamentar. (FRANCO, 2003). O uso de chupetas ou tetinas deverá também ser evitado, explicando-se às mães e familiares a interferência negativa que estes objetos podem ter no estabelecimento da lactação. Os profissionais de enfermagem devem também assegurar-se que o conteúdo dos pacotes habitualmente oferecidos às mães nos hospitais não interfira com o aleitamento materno. Chupetas, tetinas, amostras ou publicidade a leites artificiais não devem constar destes pacotes, sendo importante que estes profissionais efetuem um controle regular do seu conteúdo. (MAIA, 2007). O planejamento de cuidados de enfermagem baseia-se na avaliação completa de mãe e recém-nascido. Informações básicas e prioridades dos cuidados devem ser estabelecidas no período de internamento hospitalar, bem como deve ser 32 aplicado um plano sistemático de ensino, dado que o excesso de informação pode originar confusão e ansiedade nos novos pais. (LOWDERMILK, PERRY, BOBAK, 2002). Aos enfermeiros exigem-se conhecimentos básicos sobre a anatomia e a fisiologia da lactação, conhecimentos sobre a forma de ajudar as mães a amamentarem e conhecimentos para intervir em problemas comuns que surjam na amamentação. Enfermeiros dos serviços de Obstetrícia, incluindo Blocos de Partos e serviços de Neonatologia e Pediatria têm especiais responsabilidades. Sua intervenção junto das mães e familiares tem um papel decisivo no sucesso da amamentação. Importa por isso que estes serviços tenham profissionais com formação avançada em aleitamento materno, capazes de efetivamente apoiar as mães. A ajuda à mãe e recém-nascido no início da amamentação inclui o ensino sobre a pega e a posição para a amamentação, os sinais de alimentação adequada, e o ensino de medidas de auto cuidado para prevenção de complicações como o ingurgitamento da mama. O enfermeiro deverá estar próximo durante e após o parto, auxiliando as mães nas primeiras mamadas do recém-nascido, para que o aleitamento materno seja iniciado o mais precoce possível, de preferência imediatamente após o parto, conforme preconiza a World Health Organization. (GIUGLIANI, 2000). Soares e Pinheiro (2012), ressaltam que este profissional deve estar disponível, observando como está sendo a pega do recém-nascido, e responder perguntas quanto ao aleitamento materno e aos cuidados com o recém-nascido. Como as atividades de prevenção e promoção para a saúde fazem parte do papel do enfermeiro, ele deve investir em atividades como visitas domiciliares, palestras, grupos de apoio e aconselhamento para incentivo e manutenção do aleitamento exclusivo, a fim de intensificar as ações promovidas durante o período puerperal hospitalar, como também, para garantir que o aleitamento materno continue após o fim da licença-maternidade. (ALMEIDA et. al 2004). Segundo essas mesmas autoras é importante evidenciar como o enfermeiro atua nesta prática, pois busca compreender que novas ações poderão ser implementadas, e que os futuros profissionais possam se posicionar de forma objetiva, efetiva e completa, evitando lacunas na assistência e com isso aumentar a adesão da puérpera ao aleitamento e reverter os índices de desmame precoce. 33 Durante as consultas de vigilância pré-natal, os enfermeiros devem usar os seus conhecimentos e habilidades de comunicação para avaliar os conhecimentos e a intenção da grávida de amamentar, sendo este um período em que a grávida/casal se encontra habitualmente receptivo à formação/informação. Com o avançar da gravidez a grávida manifesta cada vez mais interesse nas orientações sobre o aleitamento materno, o que facilita a discussão e o esclarecimento. (ISSLER, 2003). A existência de contraindicações para a prática do aleitamento materno deverá também ser identificada nesta primeira consulta pré-natal. (FRANCO 2003). 34 3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA Esta parte do estudo abordou seu cenário, ou seja, local em que foi realizado, tipo de abordagem, participantes, amostra e amostragem, a coleta de dados (instrumento e procedimentos), critérios de inclusão e exclusão, pré-teste, assim como, os aspectos éticos da pesquisa. 3.1 CENÁRIO DO ESTUDO Este estudo teve como cenário a cidade de Itajubá, localizada no Sul de Minas Gerais. Itajubá liga-se a 15 municípios vizinhos, aos quais dá apoio e cooperação na busca do desenvolvimento sustentável. Juntos formam um dos maiores PIBs do Estado de Minas Gerais. O atendimento prestado à saúde na referida cidade, relativo à rede básica, dá-se por meio de Unidades Básicas de Saúde (UBS). A atenção secundária e terciária é desenvolvida pelo Hospital Escola (HE), Santa Casa de Misericórdia de Itajubá, Saúde CEAM e o Pronto Atendimento Adulto e infantil da Unimed. Devido à sua boa malha viária, Itajubá é o núcleo urbano mais importante da região, pois permite a concentração de bens e serviços para os municípios vizinhos. Possui empresas de médio e grande porte, que geram aproximadamente 2.500 empregos, logo, é considerada um dos maiores Distritos Industriais do Sul de Minas. O comércio varejista é bem diversificado e na agropecuária, o principal produto produzido em larga escala é a banana. Do ponto de vista de educação, é reconhecida como melhor pólo de ensino da região. Conta com diversos estabelecimentos de ensino de primeiro e segundo grau, assim como escolas técnicas. Quanto às instituições de ensino superior, a cidade conta com cinco faculdades, um Centro Universitário e uma Universidade Federal, que oferecem cursos de graduação e pós-graduação nas áreas de exatas, humanas e biológicas (biomédicas), além de centros de pesquisa e desenvolvimento, incubadora de empresas de base tecnológica e institutos especializados, sendo um deles de astrofísica. (SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO, 2007). 3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO 35 O presente estudo foi de abordagem do tipo qualitativa, descritiva, exploratória, transversal e de campo. Segundo Minayo (2000), pode se dizer que a abordagem qualitativa se refere a uma preocupação com a realidade que não pode ser quantificada, aprofundandose nos significados das ações e relações humanas, processos e fenômenos. Godoy (1995), reafirma que a pesquisa qualitativa não enfoca a mensuração ou mensuração dos eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise dos dados, está ligado à obtenção de dados descritivos sobre pessoas, ambientes e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos participantes da situação em estudo. Gil (2004), esclarece que as pesquisas descritivas propõem descrição das características de determinada população ou fenômeno e estabelecimento de relações entre variáveis. Este mesmo autor comenta que embora as pesquisas geralmente apontem para objetivos específicos, estas podem ser classificadas em três grupos: estudos exploratórios, descritivos e explicativos. Um trabalho é de natureza exploratória quando envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram (ou têm) experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão. Possui ainda a finalidade básica de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias para a formulação de abordagens posteriores. Desta forma, este tipo de estudo visa proporcionar um maior conhecimento acerca do assunto, a fim de que esse possa formular problemas mais precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos posteriores. (Gil, 2006, p. 43). As pesquisas exploratórias, no entender de Gil (2006), visam proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo. O estudo de campo basicamente é desenvolvido por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo. (GIL, 2004). De acordo ainda, com este autor o estudo de campo apresenta algumas vantagens em relação, principalmente, aos levantamentos. Como é desenvolvido no próprio local em que ocorrem os fenômenos, seus resultados costumam ser mais confiáveis. E como o pesquisador apresenta nível maior de participação, torna-se maior a probabilidade dos sujeitos oferecerem respostas mais confiáveis. 36 3.3 PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM A população de estudo foi representada pelos profissionais de saúde: médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem tanto do gênero masculino quanto do feminino de qualquer faixa etária da cidade de Itajubá, MG. Foram onze os entrevistados dos quais dez foram do sexo feminino e somente um do sexo masculino, onde a idade foi de 27 a 62 anos e o tempo de atuação na área foi de 5 a 34 anos. Dentre eles houve quatro profissionais médicos sendo três do sexo feminino e um do sexo masculino, cinco enfermeiras e duas técnicas de enfermagem. De acordo com o Conselho Regional de Medicina CRM, há em Itajubá 23 médicos pediatras e 17 médicos que se enquadram nas especialidades de ginecologia e obstetrícia. Itajubá tem aproximadamente 82 enfermeiros que trabalham com gestantes ou neonatos. Os técnicos em enfermagem que trabalham em maternidades e em Unidades Básicas de Saúde são de aproximadamente 130, segundo a Secretaria de saúde. A amostra foi composta por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem na quantidade em que se iniciou a saturação dos dados, ou seja quando as informações começaram a se repetirem, indicando dessa forma que já pode cessar a coleta. Estes profissionais foram convidados a participar do estudo em hospitais, consultórios, UBSs e em outros locais onde eles possam ser encontrados. O tamanho da amostra na pesquisa qualitativa é determinado pela necessidade de informações. Um princípio que orienta a amostragem é a saturação de dados, isto é o ponto que não é obtida nenhuma informação nova e é atingida a redundância.(POLIT; BECK E HUNGLER;2004) Tivemos como critérios de inclusão e exclusão de todo o profissional participante do estudo: Os critérios de inclusão são: x Ter formação legal na área de atuação; 37 x Trabalhar em obstetrícia, pediatria ou neonatologia há pelo menos seis meses x Aceitar participar da pesquisa. Os critérios de exclusão são: x x Não trabalhar nas áreas acima citadas; Ser aposentado(a) ou trabalhar nas áreas mencionadas anteriormente, há menos de seis meses x Não aceitar participar da pesquisa. Para Polit, Beck e Hungler, (2004): A amostragem proposital ou intencional é baseada no pressuposto de que o conhecimento de pesquisador sobre a população pode ser usado para pinçar os casos a serem incluídos na amostra. O pesquisador pode decidir selecionar, propositalmente, a maior variedade possível de respondentes, ou escolher sujeitos que sejam considerados típicos da população em questão, ou particularmente conhecedores do assunto em estudo. A amostragem foi do tipo intencional, que para Polit, Beck e Hungler (2004, p 236). Independente de como os participantes são selecionados, o pesquisador, geralmente, procura escolher membros da amostra, propositalmente, com base nas necessidades de informação que emergem dos resultados preliminares. 3.4 COLETA DE DADOS Nesta etapa, abordaremos o instrumento de coleta de dados, a estratégia escolhida. Serão abordados também os procedimentos para realização desta coleta. 3.4.1 Instrumento de coleta de dados A estratégia escolhida para a coleta de dados foi um roteiro de entrevista semi–estruturada, contendo duas partes: uma referente às características pessoais sobre a formação profissional, e outra composta de duas questões abertas inerentes 38 aos objetivos do estudo (APÊNDICE A) que deveram ser atingidos, ou seja experiência profissional dos envolvidos no estudo e a influência desses profissionais sobre as mães, relacionados ao aleitamento materno. A coleta de dados foi realizada em horário adequado para os participantes a fim de não comprometer o atendimento das unidades escolhidas para a pesquisa, mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B) e a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz. Segundo Minayo (2000), a técnica de entrevista semi–estruturada obtém dados por meio da fala, revelando condições estruturais de sistemas de valores, normas e símbolos, e ao mesmo tempo transmite por porta–voz as representações sociais de grupos determinados, em condições históricas socioeconômicas e culturais específicas. 3.4.2 Procedimentos de coleta de dados A coleta de dados ocorreu após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, e assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido, pelos profissionais que aceitaram participar da pesquisa. A coleta foi realizada em um local privativo das unidades escolhidas para a pesquisa, agendada previamente com o entrevistado de forma individual, garantindo a privacidade ao participante. Antes de iniciar a entrevista os participantes foram informados sobre a pesquisa, seus objetivos, sobre a gravação das informações, mantendo, assim, a fidedignidade do que foi informado e também do seu anonimato. Posteriormente as gravações foram destruídas. Após as explicações e esclarecimentos o participante concordou em participar ou não e mediante sua decisão assinou o Termo de Consentimento Livre Esclarecido dando assim início a coleta dos dados propriamente dita. A entrevista foi agendada, portanto houve escolha de um horário adequado para responder as perguntas com tranqüilidade. A coleta foi feita de forma individual, garantindo a privacidade ao participante, por meio de um gravador em que as fitas após transcrição do seu conteúdo foram incineradas. 39 Após a coleta do discurso, foram analisadas todas as informações obtidas, através da comparação dos dados colhidos a fim de se obter um resultado. 3.5 PRÉ-TESTE De acordo com GIL (2006), o pré–teste é realizado mediante a aplicação de alguns questionários a elementos que pertencem à população pesquisada. Ele define o pré–teste como uma prova preliminar, cuja função é evidenciar possíveis falhas na redação do questionário, tais como: complexidade das questões, imprecisão na redação, desnecessidade da questão, constrangimento ao informante, exaustão, entre outros fatores. Lakatos; Marconi (1995) mencionam que a principal função do pré-teste é testar o instrumento de coleta de dados, permitindo a identificação de ambigüidades nas questões, existência de perguntas supérfluas e possível inadequação na ordem das questões. A realização do pré-teste permitiu possíveis alterações nas estratégias de aplicação do questionário, se foram identificadas dificuldades de compreensão das perguntas, assim, como serviu para identificar o tempo da entrevista e foi uma oportunidade de preparo e treinamento da pesquisadora para a coleta definitiva. Nessa pesquisa foi realizado o pré-teste com dois profissionais de cada área que estiveram de acordo com os critérios de elegibilidade e que não fizeram parte da amostra. Isso ocorreu para fornecer uma base à autora da pesquisa, sobre o tempo gasto para a aplicação do instrumento, analisar o nível de compreensão das perguntas, para que se necessário fossem feitas alterações, enfim, teve a finalidade de assegurar precisão e validade. Para que o pré-teste seja eficaz é necessário que os elementos selecionados sejam típicos em relação ao universo, e que aceitem se dedicar para responder em maior tempo do que aqueles que responderão o questionário definitivo. (GIL, 2006). 3.6 ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE DOS DADOS 40 Os dados analisados da caracterização pessoal e profissional dos sujeitos do estudo, referente à primeira parte do roteiro de entrevista semi-estruturada, foram apresentados em forma de tabelas e comentados estes resultados. Os dados coletados com a gravação das respostas dos (as) participantes às questões abertas, da segunda parte do roteiro de entrevista semi-estruturada, depois de transcritos, foram analisados e interpretados por meio da análise de conteúdo, que, segundo Marconi e Lakatos (2002), consiste em uma técnica para investigar o conteúdo das comunicações humanas, isto é, visa os produtos das ações humanas, voltando-se para o estudo das idéias e não das palavras em si. Os relatos serão agrupados em categorias que, Rodrigues e Leopardi (1999 apud CARANDINA, 2003, p. 95), definem como “o ato de recortar, classificar e ordenar ideias ou fatos segundo as suas semelhanças”. Para efetuarmos a análise de conteúdo dos dados que obtivemos com a nossa pesquisa utilizamos os APÊNDICES C, D e E. No APÊNDICE C organizamos o material colhido realizando a extração das idéias principais. Logo depois, utilizando o APÊNDICE D, exploramos o material codificando os dados, ou seja, efetuamos a identificação uniforme, por semelhança, das idéias principais extraídas. Em seguida, classificamos e categorizamos os dados, ou seja, no APÊNDICE E agrupamos as ideias principais semelhantes originando as categorias. 3.7 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA A coleta de dados ocorreu somente após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz. Para comprovação da autorização e do consentimento das unidades envolvidas estas receberam uma folha de rosto do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido juntamente com uma cópia do trabalho, que foi enviada à direção destas, para que fossem assinadas comprovando a liberação a fim de que a coleta de dados fosse realizada com os profissionais das unidades citadas. Os participantes tiveram autonomia para decidir se queriam ou não participar da pesquisa, após o fornecimento das informações que foi dado pela autora. Foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que foi lido, retirado quaisquer dúvidas e assinado. Foi informado aos participantes que poderiam se retirar da pesquisa quando desejassem. 41 Foram respeitados os valores morais, religiosos, culturais, sociais e éticos dos entrevistados. A imagem dos participantes, bem como as informações fornecidas por eles, foram confidencializadas, de forma a garantir a privacidade. A privacidade foi garantida através da utilização de letras seqüenciais, (ex: Profissional A, Profissional B, Profissional C,...). O presente estudo obedeceu aos preceitos estabelecidos pela resolução n°. 196/96 de 16/10/1996 do ministério da saúde, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, onde foi respeitada a autonomia do participante, o princípio ético da justiça fundamentado na equidade, na confidencialidade e privacidade, na proteção da imagem, garantindo a não utilização das informações obtidas em prejuízo das pessoas ou comunidade. Os benefícios resultantes da pesquisa, bem como em termos sociais foram assegurados aos sujeitos. Respeitando a autonomia e o anonimato destes. 42 4 ANÁLISE, APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Nesta etapa do estudo, tem-se a análise, a apresentação e a discussão dos dados obtidos pela transcrição das entrevistas. Como estratégia de análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo de Bardin, já descrita anteriormente. A análise dos dados da questão relacionada com a experiência dos profissionais acerca do aleitamento está demonstrada nos apêndices C, D, e E. A outra questão sobre a influência do profissional de saúde no aleitamento materno está descrita nos apêndices F, G e H. Antes da apresentação dos dados referentes aos objetivos descrevem-se as características pessoais e profissionais dos participantes desta pesquisa, a saber: 9 Dos 11 profissionais, dez são do sexo feminino e um do masculino; 9 A idade foi de 27 a 62 anos; 9 O tempo de atuação com puérpera foi de 5 a 34 anos; 9 Todos os profissionais incentivam o aleitamento materno. 4.1 ESULTADOS REFERENTES À QUESTÃO - EXPERIÊNCIA DO PROFISSIONAL ACERCA DO ALEITAMENTO MATERNO As categorias surgidas nesta questão foram separadas nas temáticas: Experiências com as mães, com os profissionais e com outros fatores, como mostra o Quadro 1. Em seguida a discussão de cada categoria de cada temática. 43 Quadro 1 – Temáticas e suas respectivas categorias relacionadas às experiências dos profissionais participantes do estudo acerca do aleitamento materno TEMÁTICAS 1 - Experiências com as mães 2 - Experiências com os profissionais 3 - Experiências com outros fatores CATEGORIAS DAS TEMÁTICAS Há uma preocupação das mulheres com a estética. A maioria das mulheres amamenta menos que o recomendado. Há uma diferença de condutas das mães de hoje com as de ontem. Há desinteresse das mulheres para amamentar. Há barreiras das mães jovens. Não há muito envolvimento dos profissionais. Há um estímulo dos profissionais para as mães amamentarem. Houve uma melhora da adesão da amamentação na última década. Poucos profissionais e falta de tempo para incentivar o aleitamento. O aleitamento artificial prejudica o aleitamento natural. Retorno precoce ao trabalho dificulta a amamentação. O apoio do pai facilita a amamentação. Com a amamentação no peito o RN tem mais saúde. Com o alojamento conjunto houve maior estímulo FREQUENCIA DAS CATEGORIAS 5 2 2 1 1 3 2 1 1 5 2 1 1 1 Fonte: Instrumento de pesquisa 4.1.1 Temática 01 - Experiências com as mães Nesta temática forma evidenciadas as categorias: Há uma preocupação das mulheres com a estética Dos entrevistados 41,7% ressaltam que muitas mulheres fazem a opção contrária e não aderem ao aleitamento materno por preocupação com a estética, mesmo sabendo de todos os benefícios de amamentar. 44 “A crença popular de que amamentar faz ‘cair o peito’ leva alguns homens e mulheres a desestimular o aleitamento por medo de alterar a estética da mama.” (FEBRASGO, 2006 p. 107). Segundo Lana (2001) as sensações corporais e as práticas que se passam no corpo materno são determinadas por representações culturais de maternidade e imprimem maneiras socialmente reconhecidas de perceber e agir frente a situações que se apresentam na amamentação, podendo ser vivenciadas pelas mulheres em consonância ou em conflito com as determinações sociais, deixando emergir seus limites. A mulher vive numa sociedade que valoriza muito a aparência física e que absurdamente, menospreza as pessoas que têm um corpo que se desvia do padrão estabelecido. De qualquer forma, engravide ou não, acontecerá a chamada involução lipomatosa da mama, que fisiologicamente é inevitável. Se a amamentação modifica os seios, é para a melhor, impedindo que haja uma redução súbita o que poderia prejudicar a firmeza deles. (LANA, 2001, p. 232). Este mesmo autor afirma que: “a mãe pode pensar que seu corpo não retornará ao que era antes imediatamente após o parto faz baixar sua autoestima.” (LANA, 2001, p. 33). [...] Noto que muitas mulheres têm medo de ficarem feias [...] Profissional D [...] O culto ao corpo, as plásticas e a estética prejudicam a amamentação [...] Profissional E [...] Outras estão preocupadas com a estética. [...] Profissional G [...] Muitas mulheres não aderem ao aleitamento devido à estética, por medo de ficarem feias. [...] Profissional I [...] Muitas mães sabendo de todos os benefícios do aleitamento, deixam de amamentar simplesmente por medo de estragar o corpo. [...] Profissional K A maioria das mulheres amamenta menos que o recomendado As falas indicam que 9% dos profissionais entrevistados observaram que a maioria das mulheres amamenta menos de dois meses. Segundo Parizotto e Zorzi (2011) apud Giugliani (2004), as mães que têm essas dificuldades e não são bem orientadas para superá-las acabam desistindo de amamentar seu filho, por impaciência e dor. [...] Muitas amamentam menos de um mês, devido querer dar conta dos serviços de casa e o leite seca mais rápido [...] Profissional A. 45 [...] Mais de 50% das pacientes não amamentam além de dois meses, talvez pela falta de paciência principalmente quando se trata de adolescentes. [...] Profissional B. Há uma diferença de condutas das mães de hoje com as de ontem Dos entrevistados 18,2% concluíram que houve mudanças na conduta das mães dos dias atuais com as mães do passado, dizendo que estas tinham consciência dos benefícios do aleitamento e faziam desta prática uma promoção da saúde de seu filho, e as mães da atualidade surpreendem ao aderir com facilidade ao aleitamento visto que a adolescência é uma idade de muitas mudanças. Almeida e Novak (2004) apontam como um dos fatores do declínio do aleitamento materno as mudanças da estrutura familiar na sociedade moderna urbana. Reforçando esse pensamento, o autor argumenta que a jovem mãe não tem mais o apoio, a ajuda e o incentivo dos parentes mais velhos (avós, tias, irmãs, dentre outros), elementos facilitadores do aleitamento materno. No ontem as mulheres eram orientadas pela família e tinham consciência que amamentar era o melhor para ela e para o bebê. Profissional E Mães adolescentes surpreendem ao aceitar e aderir ao aleitamento [...] Profissional F Há desinteresse das mulheres para amamentar Dos entrevistados, 9% ressaltam que ainda são poucas as mulheres que têm interesse em amamentar seu filho: São poucas as mulheres que tem interesse. Profissional G Cerca de metade das mães abandonam o aleitamento materno no primeiro mês de vida do bebê, motivado por falsos conceitos, relacionados com problemas técnicos, insegurança, receios e stress. (NATAL; MARTINS, 2011 apud GALVÃO, 2006). Há barreiras das mães jovens 46 Mães jovens são resistentes ao aleitamento, e muitas delas não aceitam essa prática, de acordo com 9% dos entrevistados: [...] Encontramos barreiras como mães jovens e resistentes [...] Profissional H Para Durhand (2004) apud Wambach et al. (2000) é difícil encontrar na literatura publicações com dados representativos e descritivos das taxas de amamentação em mães adolescentes. Estudos realizados nos Estados Unidos, no Canadá e na Inglaterra entre 1980 e 1995 reportam o início do aleitamento materno entre 9,5% e 58% das mulheres com menos de 20 anos. Em comparação, o índice de aleitamento materno em mulheres com mais de 20 anos ficou entre 45% e 70% no mesmo período. Estes autores salientam que, considerando-se a situação de risco na qual se encontram estas jovens mães, por sua condição de adolescentes, faz-se necessário o trabalho consciente e particularizado dos profissionais de saúde que lidam com esta população em função da promoção e do apoio à amamentação. 4.1.2 Temática 02 - Experiências com os profissionais de saúde As categorias surgidas nesta temática podem ser analisadas como experiências de dimensões positivas e negativas. Nesta temática adotaremos como critério de apresentação demonstrar primeiramente as categorias de dimensões positivas e em seguida as negativas: Categorias de dimensões positivas Há um estímulo dos profissionais para as mães amamentarem 18,2% dos entrevistados disseram que há um estímulo por parte dos profissionais na prática de amamentar, onde orientam e mostram a técnica correta de armazenamento do leite. 47 Bertolozzi et al. (2002), informa que é possível compreender por que os profissionais de saúde podem ser chamados pessoas significativas, pois elas são aquelas que exercem influência marcante sobre a vida dos outros. [...] Para as mães que trabalham, ensino a técnica de conservação do leite. [...] Profissional D [...] Estimulo, ensino e oriento todas as puérperas sobre a necessidade e a importância do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês. [...] Profissional I Houve uma melhora da adesão da amamentação na última década Para 9% dos entrevistados, houve um aumento da prática do aleitamento materno na última década e reforça dizendo, também, que aumentou o número de mães que amamentam até os seis meses exclusivamente: Noto que, está sendo bem valorizado na última década, consegue-se uma boa média de mães que amamentam exclusivamente até os seis meses. Profissional J De acordo com Cruz (2001), um evidente aumento na duração da amamentação tem sido verificado em todo o mundo, a partir da década de 80. No Brasil, segundo o relatório: A Infância Brasileira nos anos 90 (UNICEF 1998), a média de duração do aleitamento materno na última década aumentou de 5 para 7,5 meses. Esta mesma autora ressalta que esse aumento se deu pelo resultado dos esforços desenvolvidos por profissionais de saúde em conjunto com a sociedade, através de organizações governamentais e não governamentais em implementarem a prática da amamentação. Reforça ainda que as pesquisas realizadas no sentido de redescobrir as técnicas da amamentação têm sido fundamentais para que amamentar seja cada vez mais um ato que, além de saudável, seja agradável e viável no contexto da vida das mulheres, das famílias e da sociedade. Categorias de dimensões negativas Não há muito envolvimento dos profissionais 48 27% dos entrevistados dizem que falta mais envolvimento por parte dos profissionais de saúde frente à amamentação. E ainda comentam que falta uma orientação correta durante a gravidez. De acordo com Parizotto e Zorze (2008), o profissional pediatra, que deveria ser um sujeito defensor do aleitamento materno exclusivo, também atua muitas vezes como precursor do desmame precoce. Essas mesmas autoras consideraram que, “na maioria dos casos, foi o pediatra quem orientou as entrevistadas a introduzirem frutas e/ou suco na dieta do bebê antes que as mães retornassem ao trabalho”. (OSIS et al.; 2004). E lembram ainda, que há necessidade da intensificação das ações de incentivo e apoio ao aleitamento materno em hospitais e unidades de saúde, levando o profissional a um papel educativo e mais decisivo na prática da amamentação. De acordo com Nunes e Oliveira, (2009), os profissionais de saúde devem ter uma visão humanística, valorizando as crenças e valores culturais das mães das crianças em período de amamentação, com o objetivo de incentivar o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida da criança. “O obstetra tem várias oportunidades de atuação desde o início do pré-natal até o final do puerpério, de modo que as suas condutas podem se instituir em poderosas armas a favor do aleitamento materno”. (FEBRASGO, 2006, p.22). Não encontramos ainda um bom incentivo ao aleitamento materno; falta de interesse de muitos profissionais” (Profissional C) Falta de interesse de muitos profissionais; (Profissional H) [...] dificulta o aleitamento materno uma orientação incorreta durante a gravidez e nas primeiras semanas de vida (Profissional J) Poucos profissionais e falta de tempo para incentivar o aleitamento 9% dos entrevistados afirmam que não há um número adequado de profissionais, e ainda reforça que há falta de tempo dos mesmos para agirem em relação ao incentivo ao aleitamento: [...] Trabalhamos com um número reduzido de profissionais [...]. (Profissional C) Falta de tempo dos profissionais, para incentivar. (Profissional C) 49 De acordo com Almeida et al. (2004), é de responsabilidade de todos os profissionais a promoção, incentivo e apoio ao aleitamento materno, portanto deve dispor de tempo para isso. 4.1.3 Temática 03 - Experiências com outros fatores Nesta temática também se adotou para apresentar as categorias emergidas a divisão em experiências positivas e depois as negativas, sendo que primeiramente estão descritas as categorias positivas seguidas das negativas. Categorias das experiências positivas Com o alojamento conjunto houve maior estímulo Nove por cento dos entrevistados apontam que o alojamento conjunto é uma prática que favoreceu o aleitamento: [...] Com o alojamento conjunto, houve... uma melhora no aleitamento materno. [...] Profissional C De acordo com Febrasgo (2006), é no alojamento conjunto que se concretiza o laço afetivo e se começa a firmar a amamentação. Este mesmo autor relata que, os benefícios do alojamento conjunto são muito conhecidos e são inúmeras evidências científicas que demonstram as vantagens desse sistema sobre as rotinas de separação convencionalmente usadas nas maternidades até a década de 70. O apoio do pai facilita a amamentação Para 9% dos entrevistados o apoio do pai é fundamental na prática do aleitamento: O apoio do pai é de extrema importância para a mulher amamentar. Profissional H A mulher que se sente amada e apoiada pelo parceiro tende ao sucesso durante o aleitamento materno. (FEBRASGO, 2006, p.107). 50 Para Lana (2001) o êxito do aleitamento materno é altamente provável quando o pai é favorável a esta prática. Almeida et al. (2004) destacam que considera-se que o apoio do marido/companheiro talvez seja a fonte mais significativa de estímulo à amamentação que uma mulher recebe. Uma das melhores pessoas para auxiliar a nutriz é, sem dúvida, seu marido, se tiver disponibilidade. Ele pode ajudar de muitas maneiras. Pode dizer que quer que ela amamente e que sabe que o leite dela é o melhor alimento para a criança. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). Com a amamentação no peito o Recém Nascido tem mais saúde Dos profissionais entrevistados, 9% mencionam que o bebê que mama no peito tem mais saúde: Noto que o bebe que mama no peito tem mais saúde. Profissional K A amamentação exclusiva tem sido reconhecida por oferecer maior proteção contra infecções, diarreias entre outras doenças. (GUIA ALIMENTAR... 2006). O leite materno é fundamental para a saúde do recém-nascido por ser um alimento completo, fornecendo inclusive água com fatores de proteção contra infecções comuns da infância, isento de contaminação e perfeitamente adaptado ao metabolismo da criança. (GUIA ALIMENTAR, 2006). O leite materno é facilmente digerido e observado. A criança em aleitamento materno pode querer uma nova mamada em intervalo menor do que aquela em aleitamento artificial. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). O Ministério da Saúde (2001) enfatiza que, crianças em aleitamento materno, têm menos diarreia que as alimentadas artificialmente. Têm também menos infecções respiratórias e de ouvido médio. A criança que continua em aleitamento materno durante uma infecção se recupera mais rapidamente. O leite materno continua ajudando a evitar doenças e facilitando a recuperação durante o segundo e terceiro anos de vida. Categorias das experiências negativas Retorno precoce ao trabalho dificulta a amamentação 51 Esta categoria mostra que o retorno precoce ao mercado de trabalho corresponde a um fator contrário à amamentação, e que a licença maternidade pelo curto período dificulta as orientações visto que, as mães têm muitas dúvidas que não são sanadas e isto levaria consequentemente ao desmame precoce 18,2 % dos entrevistados apontam este retorno como prejudicial. A volta ao trabalho, com seu horário rígido, com a dificuldade para amamentar, sem dúvida determina ansiedade materna pela dificuldade em solucionar o problema, e muitas vezes esta ansiedade pode ser causa de desmame. (FILHO, 1987 p.108). [...]. A licença maternidade, às vezes dificulta a orientação. Profissional E [...] O retorno precoce ao trabalho, [...] desmame precoce. Profissional J O aleitamento artificial prejudica o aleitamento natural O aleitamento artificial no entender de 41% dos entrevistados prejudica o ato de amamentar, pois, muitas mães introduzem a mamadeira por não quererem amamentar ou pela praticidade que esta oferece. Chianca et al. (2001), salientam que o apelo das indústrias de leite artificial através da mídia é bem maior que o incentivo aos programas de aleitamento materno. O aleitamento artificial é um fator contraditório ao aleitamento materno. Profissional E Mães maduras não amamentam ou não querem, pela facilidade da mamadeira. Profissional F Algumas gestantes acham mais prático o aleitamento artificial. Profissional G A facilidade do leite artificial. Profissional J Preferem dar o leite artificial para seu filho. Profissional K 4.2 RESULTADOS REFERENTES À QUESTÃO: VOCÊ ACHA QUE O PROFISSIONAL DE SAÚDE INFLUENCIA A MÃE PARA O ALEITAMENTO MATERNO? JUSTIFIQUE Todos os participantes responderam afirmativamente a esta pergunta e as justificativas depois de analisadas destacaram as temáticas e suas categorias dispostas no Quadro 2. 52 Quadro 2 - As temáticas e suas respectivas categorias sobre a influência dos profissionais em relação ao aleitamento materno TEMÁTICAS CATEGORIAS REFERENTES ÀS TEMÁTICAS x Orientações adequadas às mães. x As 1 - Relacionadas às mães vantagens do FREGUENCIA DAS CATEGORIAS aleitamento materno. x Participação de grupos de gestantes. x Conhecimento científico. x Vínculo entre mãe e profissional. 2 - Relacionadas aos profissionais x Estimula o uso de mamadeira e complementos alimentares. x Acreditar na amamentação. Fonte: Instrumento de pesquisa Em seguida a discussão de cada categoria de cada temática. 4.2.1 Temática 1 – Influências relacionadas às mães ¾ Orientações adequadas às mães As falas de 36,37% dos entrevistados indicam que as orientações corretas às mães, colaboram com a prática de amamentar, visto que muitas mulheres tiram suas dúvidas neste momento. “A puérpera tem que sair da maternidade amamentando. Isso depende da orientação e conscientização do profissional de saúde.” Profissional A 53 “Uma boa orientação cabe ao profissional de saúde orientar as mães sobre como amamentar.” Profissional H “Profissional de saúde deve orientar a nutriz sobre a melhor forma de amamentar” Profissional J “Orientando a dar somente leite materno até os seis K meses” Profissional Para Parizotto e Zorzi, (2008) apud Valdés, Lablokv (1996), um dos fatores atribuídos à falta de amamentação é a ausência de orientação adequada, ou seja, muitas mães deixam de amamentar seus filhos porque não receberam instruções sobre essa prática. Acredita-se que a orientação acerca do aleitamento materno contribui significativamente para a diminuição do índice de desmame precoce e consequentemente para redução da mortalidade infantil. (CHIANCA et.al. 2001). Rego (2002) considera que a amamentação deve ser individual ou coletiva, a preparação para o aleitamento deve conter basicamente um conjunto de informações sobre o manejo da amamentação. ¾ As vantagens do aleitamento materno Segundo 54,5% dos entrevistados o profissional deve mostrar as vantagens do aleitamento para a mulher, pois assim, é possível garantir segurança para ela e uma boa aceitação. “[...] O sucesso da amamentação está no profissional mostrar todas as vantagens do aleitamento para que a mulher compreenda, sente-se segura e aceite a prática do aleitamento. [...]” Profissional B “[...] Quando o profissional mostra os pontos positivos do aleitamento materno há um interesse da mãe na saúde de seu filho. [...]”Profissional C “[...] No pré-natal, o obstetra desde o início, na primeira consulta já pode mostrar a importância do aleitamento materno; [...]” Profissional E “[...] Explicando, aconselhando e mostrando a importância do aleitamento (benefícios que traz para a mãe, o elo que os une nesse momento) [...]” Profissional F “[...] É de total responsabilidade do profissional garantir que a mãe possa amamentar sem complicações para não influenciar o desmame precoce.[...]” Profissional B Bertolozzi et. al. (2002), destacam que a medida que os profissionais respondem dúvidas presentes, abrangem uma ampla gama de conhecimentos sobre 54 a produção e composição do leite, a técnica da amamentação propriamente dita e seus benefícios para a saúde do bebê e da mãe. ¾ Participação de grupos de gestantes Dos entrevistados, 9% comentam que é importante a participação das mulheres em grupos de gestantes, visto que, a troca de experiência é um momento propício para a retirada de dúvidas. A importância de realizar as práticas coletivas é por apresentarem várias vantagens: englobam um número maior de mulheres, criam um clima mais favorável de desinibição das participantes, permitem a troca de informações e o relato de experiências, disponibilizam os profissionais para outras atividades afins. REGO (2002). “[...] Devemos incentivá-la a participar dos grupos de gestantes onde poderá trocar experiências e sanar muitas dúvidas e ainda contar com apoio do profissional. [...]” Profissional B 4.2.1 Temática 2 - Influências relacionadas aos profissionais Para os profissionais de saúde há influências positivas para as mães em relação ao aleitamento materno, se os próprios profissionais demonstram conhecimento científico, vínculo com a mãe e acreditam na amamentação mas, há também a influência negativa, quando estimulam o uso de mamadeiras. Conhecimento científico “[...] Amenizando complicações para a mulher e garantindo o aleitamento exclusivo, com conhecimento científico e técnica adequada. [...]” Profissional D Para 9% dos entrevistados o conhecimento científico é essencial para a orientação das mães. Para cumprir o papel de apoio ao aleitamento materno é necessário que os profissionais de saúde tenham conhecimento e habilidades específicas para assistir adequadamente a amamentação. (FEBRASGO, 2006, p. 81) 55 Amorim e Andrade (2009) destacam que o enfermeiro tem compromisso de atuar não apenas em função de seu conhecimento científico ou habilidades técnicas que possui, mas principalmente pela arte e sensibilidade que pode desenvolver nas mães os sentimentos, vontades e que induzem ao aleitamento materno. De acordo com Almeida e Novak (2004), é possível observar que o conhecimento científico oferece respostas de amplo espectro, que vão desde as propriedades biológicas ímpares do leite humano até as questões de cunho econômico, capazes de causar impacto tanto à família quanto ao Estado. Vínculo entre mãe e profissional Dos profissionais entrevistados 41,9%, destacam a importância de se criar um vínculo com a mulher, pois segundo estes profissionais, quando se ganha a confiança da mãe é possível garantir um aleitamento sem grandes dificuldades da mãe. “[...] O profissional ganha a confiança da mãe [...]” Profissional D “[...] Bom acolhimento [...]” Profissional E “[...] Uma boa orientação [...]” Profissional G “[...] Criar um vínculo de confiança e segurança entre o profissional de saúde e a nutriz garante um bom aleitamento materno sem grandes dificuldades [...]” Profissional J “[...] Esse profissional deve ter um vínculo de afeto e confiança com a mãe [...]” Profissional K Febrasgo (2002), constata que quando a mãe estabelece uma relação de empatia com os profissionais e sente que está sendo compreendida, fica mais aberta para verbalizar suas queixas, ouvir e acatar as sugestões. Bertolozzi et. al. (2002) corroboram dizendo que é possível compreender que o enfermeiro pode ser chamado pessoa significativa, aquela que exerce influência marcante sobre a vida dos outros. O profissional de enfermagem que faz o elo entre as mulheres gestantes e puérperas com outros profissionais [...] pensa-se que a mesma possa realizar seu cuidado de forma humanizada e individualizada. (ZORZI, 2005). Acreditar na amamentação 56 “[...] É fundamental e de suma importância que o profissional de saúde acredite na amamentação.” Profissional J Dos entrevistados, 9% afirmam que o profissional necessita acreditar no aleitamento. [...] o profissional de saúde pode auxiliar a nutriz inclui, por exemplo, a ênfase ao conceito de que toda mulher pode amamentar e que seu leite é o alimento ideal para a criança, ou seja ele deve acreditar no que fala à mulher. (MARQUES, 2012). Dentre as categorias relacionadas aos profissionais, todas foram experiências positivas, com exceção desta que segue. Estimula o uso de mamadeira e complementos alimentares 18,2% dos profissionais denotam que a orientação incorreta é um fator que prejudica o aleitamento, o estímulo de mamadeiras, o oferecimento de complementos ao leite e favorece ao desmame. A utilização da mamadeira encontra-se entre as principais causas do desmame precoce, pois, a partir do momento em que o bebê conhece a mamadeira, não vai querer sugar o seio da mãe pela facilidade em fazê-lo no bico da mamadeira. (PARIZOTTO; ZORZI, 2008). “[...] Desmame antes dos seis meses, ocorre na maioria dos casos, por falta de orientação [...]” Profissional I “[...] Estimular mamadeiras, chuquinhas, chupetas, além de chá, e água até o sexto mês prejudica sem dúvida o aleitamento [...]” Profissional K De acordo com a análise e resultados deste estudo, verifica-se que muitos profissionais estão comprometidos em auxiliar as mães na prática do aleitamento materno e que a influência deles é fundamental neste processo. 57 5 CONCLUSÕES Conclui-se com esta pesquisa que: 1. Em relação às características pessoais e profissionais dos participantes: 9 Dez são do sexo feminino e um do masculino; 9 A idade foi de 27 a 62 anos; 9 O tempo de atuação com puérpera foi de 5 a 34 anos; 9 Todos os profissionais incentivam o aleitamento materno. 2. Quanto às experiências dos profissionais participantes do estudo acerca do aleitamento materno evidenciaram três temáticas as suas categorias: Experiências com as mães Há uma preocupação das mulheres com a estética. A maioria das mulheres amamenta menos que o recomendado. Há uma diferença de condutas das mães de hoje com a de ontem. Há desinteresse das mulheres para amamentar. Há barreiras das mães jovens. Experiências com os profissionais Não há muito envolvimento dos profissionais. Há um estímulo dos profissionais para as mães amamentarem. Houve uma melhora da adesão da amamentação na última década. Poucos profissionais e falta de tempo para incentivar o aleitamento. Experiências com outros fatores O aleitamento artificial prejudica o aleitamento natural. Retorno precoce ao trabalho dificulta a amamentação. O apoio do pai facilita a amamentação. Com a amamentação no peito o RN tem mais saúde. Com o alojamento conjunto houve maior estímulo 58 3. Sobre a influência do profissional de saúde no aleitamento materno todos os participantes responderam positivamente esta pergunta e as justificativas emergidas foram agrupadas em duas temáticas: Influências relacionadas às mães Orientações adequadas as mães Vantagens do aleitamento materno Participação de grupos de gestantes Influências relacionadas aos profissionais Conhecimento científico Vínculo entre mãe profissional Estimula o uso de mamadeira e complementos alimentares Acreditar na amamentação 59 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com os objetivos propostos, os resultados do presente trabalho permitem concluir, que a maioria dos profissionais de saúde deste estudo, estão envolvidos na prática do aleitamento materno, mesmo tendo que enfrentar algumas barreiras, como falta de interesse de algumas mães e de alguns profissionais, o incentivo no uso de mamadeiras, o retorno precoce ao trabalho, entre outras. A realização deste estudo permitiu compreender que o profissional de saúde tem grande influência no aleitamento materno, conscientizando as pessoas dos benefícios que ele pode proporcionar para a mãe e para a criança. O aleitamento materno não deve ser visto como responsabilidade exclusiva da mulher, os profissionais da saúde devem fornecer suporte nas questões biológicas, psicológicas e técnicas. Visto que, o marido tem influência no aleitamento, além de outros membros da família, verifica-se a importância de tratar desta prática em família, pois todos devem estar envolvidos para que a mulher sinta segurança, apoio e prazer em amamentar seu filho. Desse modo, para que aconteça cada vez mais um progresso na prática de amamentar é necessário que as mulheres sejam muito bem orientadas e que nenhuma dúvida fique sem esclarecimento. Embora o número de mulheres que amamentam esteja cada vez maior, devem-se intensificar ainda mais o incentivo e estímulo a esta prática, devido ao estilo de vida moderno de hoje, em que muitas facilidades estão ao alcance das mulheres desviando-as da amamentação de forma adequada. Foi verificado que muitas mães mesmo conhecendo a importância do aleitamento materno para seu filho e para si própria ainda são muito relutantes em aderir ao aleitamento. Apesar das dificuldades, o empenho dos profissionais em incentivar a prática do aleitamento é também expressado. Os profissionais entrevistados tem consciência da importância do aleitamento materno, visto que incentivam essa prática com muita dedicação. Enfim, é imprescindível o apoio do profissional de saúde, no aleitamento materno, pois, é de responsabilidade dele, garantir à mulher, orientações corretas, 60 esclarecimento de dúvidas surgidas, incentivo ao aleitamento exclusivo, para que o sucesso do aleitamento seja cada vez maior. Após refletir os resultados deste trabalho pode–se constatar que os profissionais de saúde muitas vezes têm influência sobre as mães, e que muitos deles estão empenhados no progresso do aleitamento, assim como existem profissionais não empenhados. E a maioria destes profissionais têm experiências positivas frente ao aleitamento materno, porém alguns profissionais relutam contra o aleitamento e incentivam o desmame através de práticas contrárias à amamentação como o aconselhamento do uso da mamadeira, entre outras. Sugere-se que novos estudos sejam realizados dentro deste assunto, visto que há a necessidade de explorar mais este assunto contribuindo assim com novas fontes bibliográficas. Este estudo, poderá contribuir para o surgimento de novas pesquisas que auxiliarão na ampliação e solidificação dos conhecimentos sobre aleitamento materno. 61 REFERÊNCIAS AKRÉ. J. Alimentação Infantil: bases fisiológicas. São Paulo: 1994. ALMEIDA, A. M.; et. al. 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Tempo que trabalha com gestante: _____________________________________ 2ª PARTE: QUESTÕES INERENTES AOS OBJETIVOS 6. Você incentiva o aleitamento materno?___________________________________ 7. Comente a sua experiência com o aleitamento materno?_____________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 8. Você acha que o profissional de saúde influencia a mãe para o aleitamento materno?__________________________________________________________ Justifique: _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 69 APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Nós, Caroline Helena da Silva, acadêmica do Curso de Enfermagem, juntamente com Ana Maria Nassar Cintra Soane e Aldaiza Ferreira Antunes Fortes, professoras da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, estamos realizando uma pesquisa intitulada “ALEITAMENTO MATERNO: experiência e influência de enfermeiros, médicos e técnicos em enfermagem.” Este trabalho tem como finalidade saber a experiência e influência dos médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem a respeito do aleitamento materno, uma vez que este traz muitos benefícios tanto para o bebê quanto para a mãe e que o não aleitamento pode trazer graves conseqüências para ambos. Os objetivos deste trabalho são conhecer a experiência e influência dos profissionais médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem em relação ao aleitamento materno. Os resultados deste trabalho proporcionarão subsídios para que os profissionais envolvidos no processo de amamentar reflitam sobre sua prática profissional almejando aprimorá-la ou mesmo transformá-la. Sabemos que todas os profissionais que tem contato com a puérpera deve se preocupar com a influência que exercem sobre ela e consequentemente preocupar-se em ter uma mesma conduta incentivando a amamentação exclusiva até os 6 meses. As mães, sob essa perspectiva, serão beneficiadas, haja vista que terão uma melhora na assistência prestada por esses profissionais no que tange ao aleitamento materno, o que proporcionará uma notável qualidade de vida dos lactentes. Embora haja muitas pesquisas sobre o aleitamento materno pela extrema relevância do tema, há poucas pesquisas sobre a influência desses profissionais nesta etapa da vida da puérpera. Logo, ressaltamos a importância de mais estudos sobre este enfoque. Para isto precisamos que o (a) senhor (a) concorde em participar de uma entrevista, respondendo a questionamentos sobre si e a sua experiência e influência no aleitamento materno. Esclareço que as informações obtidas serão mantidas em sigilo e que o (a) senhor (a), em momento algum, será identificado (a) pelo nome. Todas as informações obtidas por meio desta entrevista gravada ficarão sob nossa responsabilidade e trabalharei com elas de forma global, isto é, reunindo os dados 70 de todos os participantes do estudo. É importante informar também, que a participação é estritamente voluntária, ou seja, o (a) senhor (a) é livre de aceitar ou não o convite que te faço e mesmo tendo aceitado, a qualquer momento deste estudo, poderá desistir e pedir para retirar sua participação. Este termo de consentimento é o documento que comprova a permissão do(a) senhor (a). Preciso da sua assinatura para oficializar o seu consentimento. Para outras informações e retirar dúvidas que possam futuramente surgir, o (a) senhor (a) poderá utilizar o telefone do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, desta cidade: (035) 3622-0930, ramal 323. O horário de funcionamento do Comitê de Ética em Pesquisa é de segunda a sexta feira, no horário das 7h às 11h e das 13h às 17h. Agradeço desde já sua valorosa colaboração e coloco-me à disposição, para outros esclarecimentos que se fizerem necessários. A seguir, será apresentada uma Declaração e, se o (a) senhor (a) estiver de acordo com o conteúdo dela, após sua leitura e concordância, deverá assiná-la. DECLARAÇÃO Declaro para os devidos fins, que entendi tudo que me foi explicado a respeito desta pesquisa, estou ciente do seu objetivo, assim como do seu desenvolvimento, a entrevista a qual serei submetido (a). Diante disso confirmo minha participação nesta pesquisa e, para isto lavro a minha assinatura abaixo. Itajubá,___/___/___ Nome do participante:___________________________________________________ Assinatura do (a) participante:____________________________________________ Assinatura da pesquisadora:______________________________________________ 71 APÊNDICE C – Extração das ideias principais QUESTÃO 7: COMENTE SUA EXPERIÊNCIA COM O ALEITAMENTO MATERNO SUJEITOS DEPOIMENTOS IDEIAS PRINCIPAIS EXTRAÍDAS “Percebo... que muitas mulheres amamentam muito Muitas amamentam menos de um mês, pouco, ou seja... muitas amamentam menos de um devido querer dar Profissional mês, devido querer dar conta dos serviços de casa, com isso o leite seca rápido. Além do mais isso se torna conta dos serviços A de casa. Assim o um vício em partos subseqüentes. E o RN não tem os leite seca rápido benefícios do leite materno...” “Sempre incentivo a puérpera ao aleitamento materno, Mais de 50% das norteando a elas as vantagens do aleitamento materno. pacientes não Porém mais de 50% das pacientes não amamentam amamentam além de Profissional além de dois meses, talvez pela falta de paciência dois meses, talvez B principalmente quando se trata de adolescentes.” pela falta de paciência principalmente quando se trata de adolescentes. “Na vida profissional não encontramos ainda um bom Não encontramos incentivo ao aleitamento materno. Trabalhamos com um ainda um bom número reduzido de profissionais e nos deparamos com incentivo ao a falta de tempo dos profissionais para que aconteça o aleitamento materno; incentivo ao aleitamento materno. Porém com o Trabalhamos com alojamento conjunto, houve ... uma melhora no um número reduzido Profissional aleitamento materno e maior estímulo na de profissionais; C amamentação. É importante lembrar que o aleitamento Falta de tempo dos materno aumenta o vínculo entre mãe e filho.” profissionais para o incentivo; Com o alojamento conjunto, houve uma melhora no aleitamento materno e maior estímulo na amamentação “Em grupos operativos de gestantes, onde tenho a Noto que muitas oportunidade de orientar, estimulando as gestantes a mulheres têm medo preparar o mamilo para a amamentação noto que de ficarem feias; Profissional muitas mulheres têm medo de ficarem feias, o auto Mostro que é D cuidado, juntamente com isso mostro os seus possível as mães benefícios, mostro que é possível as mães que que trabalham trabalham amamentar seus filhos. Para elas ensino a amamentar seus técnica de conservação do leite...” filhos, ensinando a técnica de conservação do leite...” “O ontem: as mulheres eram orientadas pela família, O ontem: pela observação das multíparas. Desde adolescentes As mulheres eram elas já tinham consciência que amamentar era o melhor orientadas pela para ela e para o bebê. As famílias numerosas e sem família, pela observação das conhecer o método LAM, era o que as estimulavam multíparas. mais. O hoje: as mulheres engravidam nas Profissional extremidades da vida fértil(menor de 18 anos e maior Desde adolescentes E elas já tinham de 35 anos), trabalham, a licença maternidade de 120 consciência que dias as vezes dificulta na orientação para a amamentar era o amamentação. melhor para ela e para o bebê. 72 O culto ao corpo, às plásticas, cada vez mais freqüente, a facilidade com o aleitamento artificial, são fatores contraditórios, que vão contra o aleitamento materno. ” Profissional F Profissional G Profissional H “No dia-a-dia de nossa profissão, deparamos com diversas situações em relação ao aleitamento materno. Adolescentes de 14 a 18 anos, muitas vezes ao nosso ver ...inexperientes para a vida, chegam a nos deixar perplexos pela facilidade em aceitar e aderir o aleitamento. Por outro lado puérperas que já tem filhos, consideradas maduras, não amamentam e não querem amamentar, pois a mamadeira se torna mais fácil, pois ao ver da mãe o RN dorme mais tempo e fica mais satisfeito.” “Não há muito interesse de algumas gestantes sobre o aleitamento materno, acham mais prático o leite artificial, as chupetas e chuquinhas, outras estão preocupadas com a estética. São poucas aquelas que realmente se interessam pelo preparo das mamas e sobre o aleitamento materno. Cabe a nós profissionais de saúde orientá-las... sobre a importância e necessidade do tema. Tentamos abordá-las no curso de gestantes.” “Sempre incentivei o aleitamento materno. Às vezes encontramos barreiras, mães jovens e resistentes, falta de interesse de muitos profissionais. Porém se vê que o vínculo entre mãe e filho aumenta no ato de amamentar, e... é muito gratificante ver o sucesso e a satisfação de muitas mães que querem amamentar e buscam nossa ajuda para conseguir isto e alcançam o sucesso com nossa ajuda. Vemos também que o apoio O hoje: As mulheres engravidam nas extremidades da vida fértil (menor de 18 anos e maior de 35 anos), Trabalham, a licença maternidade de 120 dias às vezes dificulta na orientação. O culto ao corpo, às plásticas, cada vez mais freqüentes. A facilidade com o aleitamento artificial são fatores contraditórios, que vão contra o aleitamento materno. Adolescentes de 14 a 18 anos tem facilidade em aceitar e aderir o aleitamento. Puérperas maduras, não amamentam e não querem amamentar, pois a mamadeira se torna mais fácil, pois ao ver da mãe o RN dorme mais tempo e fica mais satisfeito. Algumas gestantes acham mais prático o leite artificial, as chupetas e chuquinhas; Outras estão preocupadas com a estética. Tem poucas mulheres que tem interesse. Às vezes, encontramos barreiras de mães jovens e resistentes; Falta de interesse de muitos profissionais; O vínculo entre mãe e filho aumenta no 73 do pai é de extrema importância para a mulher amamentar, isso se chama parceria...” Profissional I Profissional J Profissional k “Estimulo, ensino e oriento todas as puérperas sobre a necessidade e a importância do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês. Oriento também sobre o preparo dos mamilos a fim de evitar fissuras e consequentemente, mastite puerperal. Porém, muitas mulheres não aderem ao aleitamento devido a estética, por medo de ficarem feias, mesmo depois de tanta orientação, elas não aceitam mesmo... o que é lamentável, pois, o aleitamento aproxima afetivamente mãe e filho sem contar nos vários benefícios para ela e para o bebê.” “Na minha experiência com o aleitamento materno, noto que, está sendo bem valorizado na última década e... tem aumentado gradativamente nesse período, consegue-se uma boa média de mães que amamentam exclusivamente até os seis meses de idade do RN. É... maior a porcentagem de mães que amamentam até um ano de idade, já um bom número amamentam até dois anos de idade. Porém dificulta o aleitamento materno uma orientação incorreta durante a gravidez e nas primeiras semanas de vida. A influência externa, como o retorno precoce ao trabalho, o grande número de mães adolescentes que temos, o desmame precoce, a facilidade do leite artificial... tudo isso é uma grande dificuldade para o aleitamento materno.” “Noto em minha profissão que o bebê que mama no peito tem mais saúde, adoece menos, mas mesmo muitas mães sabendo de todos os benefícios do aleitamento, deixam de amamentar simplesmente por medo de estragar o corpo... e ... preferem dar o leite artificial para seu filho, mesmo sabendo que o leite materno é essencial para a saúde de seu filho.” ato de amamentar; Vemos que o apoio do pai é de extrema importância para a mulher amamentar; Estimulo, ensino e oriento todas as puérperas sobre a necessidade e a importância do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês. Muitas mulheres não aderem ao aleitamento devido à estética por medo de ficarem feias; Noto que, está sendo bem valorizado na última década, consegue-se uma boa média de mães que amamentam exclusivamente até os seis meses Dificulta o aleitamento materno uma orientação incorreta durante a gravidez; O retorno precoce ao trabalho; O grande número de mães adolescentes O desmame precoce; A facilidade do leite artificial; Noto que o bebe que mama no peito tem mais saúde. Muitas mães. sabendo de todos os benefícios do aleitamento, deixam de amamentar simplesmente por medo de estragar o corpo... Preferem dar o leite artificial; 74 APÊNDICE D – Identificação uniforme, por semelhança, das ideais principais extraídas QUESTÃO 7: COMENTE SUA EXPERIÊNCIA COM O ALEITAMENTO MATERNO SUJEITOS DEPOIMENTOS IDEIAS PRINCIPAIS IDENTIFICADAS POR SEMELHANÇA “Percebo... que muitas mulheres amamentam muito A - Muitas amamentam pouco, ou seja... muitas amamentam menos de um menos de um mês, Profissional mês, devido querer dar conta dos serviços de casa, devido querer dar A com isso o leite seca rápido. Além do mais isso se conta dos serviços de torna um vício em partos subseqüentes. E o RN não casa e o leite seca tem os benefícios do leite materno...” mais rápido. “Sempre incentivo a puérpera ao aleitamento A - Mais de 50% das materno, norteando a elas as vantagens do pacientes não Profissional aleitamento materno. Porém mais de 50% das amamentam além de B pacientes não amamentam além de dois meses, dois meses, talvez talvez pela falta de paciência principalmente quando pela falta de se trata de adolescentes.” paciência principalmente quando se trata de adolescentes. “Na vida profissional não encontramos ainda um B - Não encontramos ainda bom incentivo ao aleitamento materno. um bom incentivo ao aleitamento materno Trabalhamos com um número reduzido de profissionais e nos deparamos com a falta de tempo dos profissionais; dos profissionais para que aconteça o incentivo ao C - Trabalhamos com um número reduzido de aleitamento materno. Porém com o alojamento conjunto, houve ... uma melhora no aleitamento profissionais. materno e maior estímulo na amamentação. É C – Falta de tempo dos Profissional importante lembrar que o aleitamento materno profissionais, para C aumenta o vínculo entre mãe e filho.” incentivar. D - com o alojamento conjunto, houve... uma melhora no aleitamento materno e maior estímulo na amamentação. “Em grupos operativos de gestantes, onde tenho a E - Noto que muitas oportunidade de orientar, estimulando as gestantes mulheres têm medo de a preparar o mamilo para a amamentação noto que ficarem feias; Profissional muitas mulheres têm medo de ficarem feias, o auto F - Para as mães que D cuidado, juntamente com isso mostro os seus trabalham, ensino a benefícios, mostro que é possível as mães que técnica de trabalham amamentar seus filhos. Para elas ensino conservação do leite. a técnica de conservação do leite...” “O ontem: G - No ontem as mulheres eram orientadas pela x as mulheres eram orientadas pela família, pela família e tinham observação das multíparas. Desde adolescentes consciência que elas já tinham consciência que amamentar era o amamentar era o melhor para ela e para o bebê. As famílias Profissional melhor para ela e para numerosas e sem conhecer o método LAM, era E o bebê. o que as estimulavam mais. H - A licença maternidade, O hoje: às vezes dificulta a x as mulheres engravidam nas extremidades da orientação. vida fértil(menor de 18 anos e maior de 35 anos), trabalham, a licença maternidade de 120 dias às E - O culto ao corpo, as plásticas e a estética vezes dificulta na orientação para a 75 amamentação. O culto ao corpo, às plásticas, cada vez mais freqüente, a facilidade com o aleitamento artificial, são fatores contraditórios, que vão contra o aleitamento materno. ” Profissional F Profissional G Profissional H Profissional I Profissional J “No dia-a-dia de nossa profissão, deparamos com diversas situações em relação ao aleitamento materno. Adolescentes de 14 a 18 anos, muitas vezes, ao nosso ver... inexperientes para a vida, chegam a nos deixar perplexos pela facilidade em aceitar e aderir o aleitamento. Por outro lado puérperas que já tem filhos, consideradas maduras, não amamentam e não querem amamentar, pois a mamadeira se torna mais fácil, pois ao ver da mãe o RN dorme mais tempo e fica mais satisfeito.” “Não há muito interesse de algumas gestantes sobre o aleitamento materno, acham mais prático o leite artificial, as chupetas e chuquinhas, outras estão preocupadas com a estética. São poucas aquelas que realmente se interessam pelo preparo das mamas e sobre o aleitamento materno. Cabe a nós profissionais de saúde orientá-las... sobre a importância e necessidade do tema. Tentamos abordá-las no curso de gestantes.” “Sempre incentivei o aleitamento materno. As vezes encontramos barreiras, mães jovens e resistentes, falta de interesse de muitos profissionais. Porém se vê que o vínculo entre mãe e filho aumenta no ato de amamentar, e... é muito gratificante ver o sucesso e a satisfação de muitas mães que querem amamentar e buscam nossa ajuda para conseguir isto e alcançam o sucesso com nossa ajuda. Vemos também que o apoio do pai é de extrema importância para a mulher amamentar, isso se chama parceria...” “Estimulo, ensino e oriento todas as puérperas sobre a necessidade e a importância do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês. Oriento também sobre o preparo dos mamilos a fim de evitar fissuras e consequentemente, mastite puerperal. Porém muitas mulheres não aderem ao aleitamento devido a estética, por medo de ficarem feias, mesmo depois de tanta orientação, elas não aceitam mesmo... o que é lamentável, pois, o aleitamento aproxima afetivamente mãe e filho sem contar nos vários benefícios para ela e para o bebê.” “Na minha experiência com o aleitamento materno, noto que, está sendo bem valorizado na última década e... tem aumentado gradativamente nesse período, consegue-se uma boa média de mães que amamentam exclusivamente até os seis meses de idade do RN. É... maior a porcentagem de mães que amamentam até um ano de idade, já um bom número amamentam até dois anos de idade. Porém dificulta o aleitamento materno uma orientação incorreta durante a gravidez e nas primeiras semanas de vida. A influência externa, como o retorno precoce ao trabalho, o grande número de prejudica a amamentação I - O aleitamento artificial é um fator contraditório ao aleitamento materno. G - Mães adolescentes surpreendem ao aceitar e aderir ao aleitamento, I - Mães maduras não amamentam ou não querem, pela facilidade da mamadeira. I - Algumas gestantes acham mais prático o aleitamento artificial E Outras estão preocupadas com a estética. J – São poucas as mulheres que tem interesse. L - Encontramos barreiras como mães jovens e resistentes B - Falta de interesse de muitos profissionais M - O apoio do pai é de extrema importância para a mulher amamentar. F – Estimulo, ensino e oriento todas as puérperas sobre a necessidade e a importância do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês. E - Muitas mulheres não aderem ao aleitamento devido a estética, por medo de ficarem feias N - Noto que, está sendo bem valorizado na última década, consegue-se uma boa média de mães que amamentam exclusivamente até os seis meses. B - Dificulta o aleitamento materno uma orientação incorreta durante a gravidez e 76 mães adolescentes que temos, o desmame precoce, a facilidade do leite artificial... tudo isso é uma grande dificuldade para o aleitamento materno.” Profissional K “Noto em minha profissão que o bebê que mama no peito tem mais saúde, adoece menos, mas mesmo muitas mães sabendo de todos os benefícios do aleitamento, deixam de amamentar simplesmente por medo de estragar o corpo... e... preferem dar o leite artificial para seu filho, mesmo sabendo que o leite materno é essencial para a saúde de seu filho.” nas primeiras semanas de vida H - O retorno precoce ao trabalho, H - O desmame precoce I - A facilidade do leite artificial O – Noto que o bebe que mama no peito tem mais saúde. E - Muitas mães sabendo de todos os benefícios do aleitamento, deixam de amamentar simplesmente por medo de estragar o corpo I - Preferem dar o leite artificial para seu filho. 77 APÊNDICE E – Agrupamentos das ideias semelhantes originando as categorias QUESTÃO 7: COMENTE SUA EXPERIÊNCIA COM O ALEITAMENTO MATERNO SUJEITOS IDEIAS PRINCIPAIS SEMELHANTES CATEGORIAS ORIGINADAS A MAIORIA DAS A - Muitas amamentam menos de um mês, devido MULHERES querer dar conta dos serviços de casa e o leite AMAMENTAM MENOS Profissional A seca mais rápido. QUE DOIS MESES eB A - Mais de 50% das pacientes não amamentam além de dois meses, talvez pela falta de paciência principalmente quando se trata de adolescentes. B - Não encontramos ainda um bom incentivo ao aleitamento materno dos profissionais; NÃO HÁ MUITO Profissional B - Falta de interesse de muitos profissionais ENVOLVIMENTO DOS C, H e J B - dificulta o aleitamento materno uma orientação PROFISSINAIS incorreta durante a gravidez e nas primeiras semanas de vida C - Trabalhamos com um número reduzido de POUCO Profissional C profissionais. PROFISSIONAIS E C – Falta de tempo dos profissionais, para FALTA DE TEMPO incentivar. PARA INCENTIVAR O ALEITAMENTO D - com o alojamento conjunto, houve... uma COM O ALOJAMENTO Profissional C melhora no aleitamento materno e maior CONJUNTO HOUVE estímulo na amamentação. MAIOR ESTÍMULO E - Noto que muitas mulheres têm medo de ficarem feias; E - O culto ao corpo, as plásticas e a estética HÁ UMA prejudica a amamentação PREOCUPAÇÃO DAS Profissional E - Outras estão preocupadas com a estética D, E, G, I e K E - Muitas mulheres não aderem ao aleitamento MULHERES COM A devido a estética, por medo de ficarem feias ESTÉTICA E - Muitas mães sabendo de todos os benefícios do aleitamento, deixam de amamentar simplesmente por medo de estragar o corpo F - Para as mães que trabalham, ensino a técnica HÁ UM ESTÍMULO DOS de conservação do leite. Profissional D F – Estimulo, ensino e oriento todas as puérperas PROFISSIONAIS PARA eI sobre a necessidade e a importância do AS MÃES aleitamento materno exclusivo até o sexto mês. AMAMENTAREM Profissional E eF Profissional E eJ Profissional E, F, G, J e K G - No ontem as mulheres eram orientadas pela família e tinham consciência que amamentar era o melhor para ela e para o bebê. G - Mães adolescentes surpreendem ao aceitar e aderir ao aleitamento, H - A licença maternidade, às vezes dificulta a orientação. H - O retorno precoce ao trabalho, H - O desmame precoce I - O aleitamento artificial é um fator contraditório ao aleitamento materno. I - Mães maduras não amamentam ou não querem, pela facilidade da mamadeira. I - Algumas gestantes acham mais prático o aleitamento artificial HÁ UMA DIFERENÇA DE CONDUTAS DAS MÃES DE HOJE COM A DE ONTEM RETORNO PRECOCE AO TRABALHO DIFICULTA A AMAMENTAÇÃO O ALEITAMENTO ARTIFICIAL PREJUDICA O ALEITAMENTO 78 I - A facilidade do leite artificial I - Preferem dar o leite artificial para seu filho. J – São poucas as mulheres que tem interesse. Profissional G Profissional H Profissional H Profissional J Profissional K L - Encontramos barreiras como mães jovens e resistentes M - O apoio do pai é de extrema importância para a mulher amamentar. N - Noto que, está sendo bem valorizado na última década, consegue-se uma boa média de mães que amamentam exclusivamente até os seis meses. O – Noto que o bebe que mama no peito tem mais saúde. NATURAL HÁ DESINTERESSE DAS MULHERES PARA AMAMENTAR HÁ BARREIRAS DAS MÃES JOVENS O APOIO DO PAI FACILITA A AMAMENTAÇÃO HOUVE UMA MELHORA DA ADESÃO DA AMAMENTAÇÃO NA ÚLTIMA DÉCADA COM A AMAMENTAÇÃO NO PEITO O RN TEM MAIS SAÚDE 79 APÊNDICE F- Extração das ideias principais QUESTÃO 8: VOCÊ ACHA QUE O PROFISSIONAL DE SAÚDE INFLUENCIA A MÃE PARA O ALEITAMENTO MATERNO? JUSTIFIQUE SUJEITOS DEPOIMENTOS IDEIAS PRINCIPAIS EXTRAÍDAS Sim. “A puérpera tem que sair da maternidade A puérpera tem que sair amamentando. Isso depende da orientação e da maternidade Profissional conscientização do profissional de saúde.” amamentando, isso A depende da orientação e conscientização do profissional de saúde. Sim. “Para ter sucesso no aleitamento materno, a O sucesso da mulher precisa sentir-se segura e acreditar que é amamentação está no capaz de realizar esta tarefa. O principal, é no profissional mostrar momento propício que o profissional mostre todas todas as vantagens do aleitamento para que a as vantagens do aleitamento para que a mulher compreenda e aceite a prática do aleitamento. mulher compreenda, Profissional Devemos incentivá-la a participar dos grupos de sente-se segura e aceite B a prática do aleitamento; gestantes onde poderá trocar experiências e sanar muitas dúvidas e ainda contar com apoio do Devemos incentivá-la a participar dos grupos de profissional.” gestantes onde poderá trocar experiências e sanar muitas dúvidas e ainda contar com apoio do profissional. Sim. “Quando o profissional mostra os pontos Quando o profissional mostra os pontos positivos do aleitamento materno e os benefícios Profissional para o bebê, com certeza há um interesse da mãe positivos do aleitamento C na saúde de seu filho.” materno, há um interesse da mãe. Sim. “Devido ao conhecimento científico e também Amenizando a técnica adequada, amenizando complicações complicações para a para a mulher e garantindo o aleitamento exclusivo mulher e garantindo o que auxilia muito no desenvolvimento do RN, o aleitamento exclusivo, Profissional profissional ganha a confiança da mãe, o que com conhecimento D influencia na prática do aleitamento materno.” científico e técnica adequada; O profissional ganha a confiança da mãe. Sim. “No pré- natal, o obstetra desde o início, na No pré- natal, o obstetra primeira consulta já pode mostrar a importância do desde o início, na aleitamento materno como o preparo das mamas. primeira consulta já No puerpério, o pediatra também pode estimular e pode mostrar a muito, mostrando a importância e valores importância do Profissional nutricionais do leite materno para o recém nato. E ... aleitamento materno; E a convivência com este profissional se torna mais Ganhar a confiança da freqüente do que com o próprio obstetra. Ganhar a mulher garante o confiança da mulher garante o sucesso do sucesso do aleitamento. aleitamento.” Sim. “Explicando, aconselhando, mostrando a Explicando, importância do aleitamento materno para a saúde aconselhando Profissional do recém nascido nos primeiros 6 meses de vida, mostrando a importância F benefícios que traz para a mãe e o elo que os une do aleitamento nesse momento tão sagrado. OBS: o Save – Milk, (benefícios que traz para para puérperas com mamilos invertidos ou planos, a mãe, o elo que os une tem sido uma conquista inédita. Sempre que nesse momento). percebo isso, incentivo-as a adquirir e ... é com 80 Profissional G Profissional H Profissional I Profissional J grande satisfação que elas aderem.” Sim. “Com um bom acolhimento, uma boa orientação cria-se um vínculo de confiança e segurança entre o profissional de saúde e a nutriz, o que garante um bom aleitamento materno sem grandes dificuldades.” Sim. “O profissional de saúde tem muita influência sobre a mãe, por isso deve ser feita uma boa orientação, pois, uma orientação mal dada ou mal entendida leva a grande erros no processo de amamentar. E ... é de total responsabilidade do profissional garantir que a mãe possa amamentar sem complicações para não influenciar o desmame precoce.” Sim. “Os casos de desmame antes dos seis meses, ocorre na maioria dos casos, por falta de orientação e por ignorar a importância do aleitamento em relação aos profissionais de saúde. E ... estimular mamadeiras, chuquinhas, chupetas, além de chá, e água até o sexto mês prejudica sem dúvida o aleitamento. ” Sim. “Cabe ao profissional de saúde orientar as mães sobre como amamentar, a importância do aleitamento materno e seus benefícios, a maneira correta, as dificuldades e soluções encontradas. Esse profissional deve ter um vínculo de afeto e confiança com a mãe que vai acatar suas orientações. A recepção da nutriz no serviço de saúde deve obedecer livre demanda para que nenhuma dúvida demore a ser resolvida porque nesse período a primeira opção é a mamadeira em caso de dificuldade, e ... uma vez instituída dificilmente será abandonada. Em uma unidade onde todos os profissionais são orientados para o aleitamento materno em todas as fases que o envolve, grupos de adolescentes, curso de gestantes, planejamento familiar, puericultura e saúde da criança, entre outros, o sucesso do aleitamento materno é maior. O profissional de saúde deve orientar a nutriz sobre a melhor forma de amamentar seu filho fornecendo à ela soluções para problemas surgidos e montando esquemas de dieta que possibilitem a mãe à continuar amamentando dentro do possível mesmo quando necessária a inclusão de outros tipos de dieta. Fazer a mãe se sentir bem, na criação de seu filho sem culpas é... um fator importante para que as mães voltem a amamentar seus próximos filhos. É fundamental e de suma importância que o profissional de saúde acredite na amamentação.” Sim. “É orientando a dar somente leite materno até os seis meses, ela não deve oferecer complementos ao leite materno, mamadeiras, pois, Bom acolhimento; Uma boa orientação; Criar um vínculo de confiança e segurança entre o profissional de saúde e a nutriz garante um bom aleitamento materno sem grandes dificuldades. Uma boa orientação; É de total responsabilidade do profissional garantir que a mãe possa amamentar sem complicações para não influenciar o desmame precoce Desmame antes dos seis meses, ocorre na maioria dos casos, por falta de orientação; Estimular mamadeiras, chuquinhas, chupetas, além de chá, e água até o sexto mês prejudica sem dúvida o aleitamento. Cabe ao profissional de saúde orientar as mães sobre como amamentar; Esse profissional deve ter um vínculo de afeto e confiança com a mãe; Recepção da nutriz no serviço de saúde deve ser rápido e resolver o problema (a mamadeira em caso de dificuldade, for instituída dificilmente será abandonada); Profissional de saúde deve orientar a nutriz sobre a melhor forma de amamentar; Fazer a mãe se sentir bem; É fundamental e de suma importância que o profissional de saúde acredite na amamentação. Orientando a dar somente leite materno até os seis meses; 81 Profissional k ele é tudo que a criança precisa. Para que o aleitamento exclusivo seja bem sucedido é importante que... além de da mãe estar motivada, o profissional de saúde saiba orientá-la e apresentar propostas para resolver os problemas mais comuns enfrentados por ela durante a amamentação.” Não deve oferecer complementos ao leite materno, mamadeiras; Além de a mãe estar motivada, o profissional de saúde saiba orientála e apresente propostas para resolver os problemas mais comuns. 82 APÊNDICE G- Identificação uniforme, por semelhanças das ideias principais extraídas QUESTÃO 8: VOCÊ ACHA QUE O PROFISSIONAL DE SAÚDE INFLUENCIA A MÃE PARA O ALEITAMENTO MATERNO? JUSTIFIQUE SUJEITOS DEPOIMENTOS IDEIAS PRINCIPAIS IDENTIFICADAS POR SEMELHANÇA Sim. “A puérpera tem que sair da maternidade A - A puérpera tem que amamentando. Isso depende da orientação e sair da maternidade Profissional conscientização do profissional de saúde.” amamentando, isso A depende da orientação e conscientização do profissional de saúde. Sim. “Para ter sucesso no aleitamento materno, a B - O sucesso da mulher precisa sentir-se segura e acreditar que é amamentação está no capaz de realizar esta tarefa. O principal, é no profissional mostrar momento propício que o profissional mostre todas todas as vantagens do as vantagens do aleitamento para que a mulher aleitamento para que a compreenda e aceite a prática do aleitamento. mulher compreenda, Devemos incentivá-la a participar dos grupos de sente-se segura e aceite Profissional gestantes onde poderá trocar experiências e sanar a prática do aleitamento; B muitas dúvidas e ainda contar com apoio do C - Devemos incentivá-la a profissional.” participar dos grupos de gestantes onde poderá trocar experiências e sanar muitas dúvidas e ainda contar com apoio do profissional. Sim. “Quando o profissional mostra os pontos B - Quando o profissional positivos do aleitamento materno e os benefícios mostra os pontos Profissional para o bebê, com certeza há um interesse da mãe positivos do aleitamento C na saúde de seu filho.” materno, há um interesse da mãe. Sim. “Devido ao conhecimento científico e também D Amenizando complicações para a a técnica adequada, amenizando complicações para a mulher e garantindo o aleitamento exclusivo mulher e garantindo o Profissional que auxilia muito no desenvolvimento do RN, o aleitamento exclusivo, D profissional ganha a confiança da mãe, o que com conhecimento influencia na prática do aleitamento materno.” científico e técnica adequada; E - O profissional ganha a confiança da mãe. Sim. “No pré- natal, o obstetra desde o início, na B - No pré- natal, o primeira consulta já pode mostrar a importância do obstetra desde o início, aleitamento materno como o preparo das mamas. na primeira consulta já pode mostrar a No puerpério, o pediatra também pode estimular e importância do Profissional muito, mostrando a importância e valores E nutricionais do leite materno para o recém nato. E ... aleitamento materno; a convivência com este profissional se torna mais E - Ganhar a confiança da freqüente do que com o próprio obstetra. Ganhar a mulher garante o confiança da mulher garante o sucesso do sucesso do aleitamento. aleitamento.” Sim. “Explicando, aconselhando, mostrando a B Explicando, Profissional importância do aleitamento materno para a saúde aconselhando F do recém nascido nos primeiros 6 meses de vida, mostrando a importância benefícios que traz para a mãe e o elo que os une do aleitamento 83 Profissional G Profissional H Profissional I Profissional J nesse momento tão sagrado. OBS: o Save – Milk, para puérperas com mamilos invertidos ou planos, tem sido uma conquista inédita. Sempre que percebo isso, incentivo-as a adquirir e ... é com grande satisfação que elas aderem.” Sim. “Com um bom acolhimento, uma boa orientação cria-se um vínculo de confiança e segurança entre o profissional de saúde e a nutriz, o que garante um bom aleitamento materno sem grandes dificuldades.” Sim. “O profissional de saúde tem muita influência sobre a mãe, por isso deve ser feita uma boa orientação, pois, uma orientação mal dada ou mal entendida leva a grandes erros no processo de amamentar. E... é de total responsabilidade do profissional garantir que a mãe possa amamentar sem complicações para não influenciar o desmame precoce.” Sim. “Os casos de desmame antes dos seis meses, ocorre na maioria dos casos, por falta de orientação e por ignorar a importância do aleitamento em relação aos profissionais de saúde. E ... estimular mamadeiras, chuquinhas, chupetas, além de chá, e água até o sexto mês prejudica sem dúvida o aleitamento. ” Sim. “Cabe ao profissional de saúde orientar as mães sobre como amamentar, a importância do aleitamento materno e seus benefícios, a maneira correta, as dificuldades e soluções encontradas. Esse profissional deve ter um vínculo de afeto e confiança com a mãe que vai acatar suas orientações. A recepção da nutriz no serviço de saúde deve obedecer livre demanda para que nenhuma dúvida demore a ser resolvida porque nesse período a primeira opção é a mamadeira em caso de dificuldade, e ... uma vez instituída dificilmente será abandonada. Em uma unidade onde todos os profissionais são orientados para o aleitamento materno em todas as fases que o envolve, grupos de adolescentes, curso de gestantes, planejamento familiar, puericultura e saúde da criança, entre outros, o sucesso do aleitamento materno é maior. O profissional de saúde deve orientar a nutriz sobre a melhor forma de amamentar seu filho fornecendo à ela soluções para problemas surgidos e montando esquemas de dieta que possibilitem a mãe à continuar amamentando dentro do possível mesmo quando necessária a inclusão de outros tipos de dieta. Fazer a mãe se sentir bem, na criação de seu filho sem culpas é... um fator importante para que as mães voltem a amamentar seus próximos filhos. É fundamental e de suma importância que o (benefícios que traz para a mãe, o elo que os une nesse momento). E - Bom acolhimento; E - Uma boa orientação; E - Criar um vínculo de confiança e segurança entre o profissional de saúde e a nutriz garante um bom aleitamento materno sem grandes dificuldades. A - Uma boa orientação; B É de total responsabilidade do profissional garantir que a mãe possa amamentar sem complicações para não influenciar o desmame precoce F - Desmame antes dos seis meses, ocorre na maioria dos casos, por falta de orientação; F - Estimular mamadeiras, chuquinhas, chupetas, além de chá, e água até o sexto mês prejudica sem dúvida o aleitamento. A - Cabe ao profissional de saúde orientar as mães sobre como amamentar; E - Esse profissional deve ter um vínculo de afeto e confiança com a mãe; E - Recepção da nutriz no serviço de saúde deve ser rápido e resolver o problema (a mamadeira em caso de dificuldade, for instituída dificilmente será abandonada); A - Profissional de saúde deve orientar a nutriz sobre a melhor forma de amamentar; E - Fazer a mãe se sentir bem; G - É fundamental e de suma importância que o profissional de saúde acredite na amamentação. 84 Profissional k profissional de saúde acredite na amamentação.” Sim. “É orientando a dar somente leite materno até os seis meses, ela não deve oferecer complementos ao leite materno, mamadeiras, pois, ele é tudo que a criança precisa. Para que o aleitamento exclusivo seja bem sucedido é importante que... além de da mãe estar motivada, o profissional de saúde saiba orientá-la e apresentar propostas para resolver os problemas mais comuns enfrentados por ela durante a amamentação.” A - Orientando a dar somente leite materno até os seis meses; F - Não deve oferecer complementos ao leite materno, mamadeiras; E - Além de a mãe estar motivada, o profissional de saúde saiba orientála e apresente propostas para resolver os problemas mais comuns. 85 APÊNDICE H - Agrupamentos das ideias principais semelhantes originando as categorias QUESTÃO 8: VOCÊ ACHA QUE O PROFISSIONAL DE SAÚDE INFLUENCIA A MÃE PARA O ALEITAMENTO MATERNO? JUSTIFIQUE SUJEITOS IDEIAS PRINCIPAIS SEMELHANTES CATEGORIAS ORIGINADAS A - A puérpera tem que sair da maternidade amamentando, isso depende da orientação e conscientização do profissional de saúde. A - Uma boa orientação Profissional A - Cabe ao profissional de saúde orientar as mães ORIENTAÇÕES A, H, J e K sobre como amamentar; ADEQUADAS ÀS MÃES A - Profissional de saúde deve orientar a nutriz sobre a melhor forma de amamentar; A - Orientando a dar somente leite materno até os seis meses; B - O sucesso da amamentação está no profissional mostrar todas as vantagens do aleitamento para que a mulher compreenda, sente-se segura e aceite a prática do aleitamento; B - Quando o profissional mostra os pontos positivos do aleitamento materno, há um interesse da mãe; AS VANTAGENS DO Profissional B - No pré- natal, o obstetra desde o início, na ALEITAMENTO B, C, E, F, H primeira consulta já pode mostrar a importância MATERNO eB do aleitamento materno; B - Explicando, aconselhando mostrando a importância do aleitamento (benefícios que traz para a mãe, o elo que os une nesse momento); B - É de total responsabilidade do profissional garantir que a mãe possa amamentar sem complicações para não influenciar o desmame precoce. C - Devemos incentivá-la a participar dos grupos de PARTICPAÇÃO DE GRUPOS DE gestantes onde poderá trocar experiências e Profissional sanar muitas dúvidas e ainda contar com apoio GESTANTES B do profissional. Profissional D Profissional D, E, G, J e K D - Amenizando complicações para a mulher e garantindo o aleitamento exclusivo, com conhecimento científico e técnica adequada. E - O profissional ganha a confiança da mãe; E - Bom acolhimento; E - Uma boa orientação; E - Criar um vínculo de confiança e segurança entre o profissional de saúde e a nutriz garante um bom aleitamento materno sem grandes dificuldades; E - Esse profissional deve ter um vínculo de afeto e confiança com a mãe; E - Fazer a mãe se sentir bem; E - Recepção da nutriz no serviço de saúde deve ser rápido e resolver o problema (a mamadeira em caso de dificuldade, for instituída dificilmente será abandonada); E - Além de a mãe estar motivada, o profissional de CONHECIMENTO CIENTÍFICO VÍNCULO ENTRE MÃE E PROFISSIONAL 86 F Profissional I eK F F Profissional J G saúde saiba orientá-la e apresente propostas para resolver os problemas mais comuns. - Desmame antes dos seis meses, ocorre na maioria dos casos, por falta de orientação; - Estimular mamadeiras, chuquinhas, chupetas, além de chá, e água até o sexto mês prejudica sem dúvida o aleitamento; - Não deve oferecer complementos ao leite materno, mamadeiras. - É fundamental e de suma importância que o profissional de saúde acredite na amamentação. ESTIMULA O USO DE MAMADEIRA E COMPLEMENTOS ALIMENTARES ACREDITAR NA AMAMENTAÇÃO 87 ANEXO A - Parecer Consubstanciado Nº 591/2010 88