ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ
CAROLINE HELENA DA SILVA
ALEITAMENTO MATERNO: experiência e influência dos enfermeiros, médicos
e técnicos de enfermagem
ITAJUBÁ
2012
CAROLINE HELENA DA SILVA
ALEITAMENTO MATERNO: experiência e influência dos enfermeiros, médicos
e técnicos de enfermagem
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Escola de Enfermagem
Wenceslau Braz como requisito parcial
para a obtenção do título de Enfermeira
com apoio do PROBIC/FAPEMIG.
Orientadora: Profª. M.ª Ana Maria Nassar
Cintra Soane.
Coorientadora: Profª. M.ª Aldaiza Ferreira
Antunes Fortes.
ITAJUBÁ
2012
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação elaborada pela
Bibliotecária Karina Morais Parreira CRB 6/2777 da Escola de
Enfermagem Wenceslau Braz – EEWB
S586a
Silva, Caroline Helena da.
Aleitamento materno: experiência e influência dos enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem / Caroline
Helena da. – 2012.
88 f.
Orientadora: Profª. M.ª Ana Maria Nassar Cintra S.
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Enfermagem) com apoio do Programa de Bolsa Científica –
(PROBIC/FAPEMIG) Escola de Enfermagem Wenceslau
Braz – EEWB, Itajubá, 2012.
1. Aleitamento materno. 2. Enfermagem. 3. Profissionais de saúde. I. Título.
NLM: WS 125
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus por me dar a oportunidade de buscar
sempre o conhecimento sem desanimar e por estar ao meu lado em
cada conquista e a cada dificuldade.
À Maria minha mãe que também nunca me abandona e me segura
nos momentos mais difíceis, para que eu não esmoreça.
Às minhas orientadoras Ana Maria Nassar Cintra Soane e Aldaíza
Ferreira Antunes pela dedicação e paciência, caminhando comigo em
cada etapa.
Ao Programa de Bolsa de Iniciação Científica (PROBIC)-FAPEMIG
pela oportunidade, e pelo incentivo ao conhecimento e crescimento
profissional.
Ao meu namorado André, que é tão importante na minha vida, pelo
amor, dedicação, presença e incentivo. Pois seu amor é luz que conduz
meu caminhar.
À minha família pelo apoio e amor sem limites. À minha amada mãe
Helaine que me auxiliou em cada etapa do trabalho, ao meu pai
querido Benedito Celino, pela confiança e incentivo.
Aos meus irmãos adoráveis Alisson e Lucas que acreditaram em meu
esforço e potencial.
À minha querida tia Pureza, que me auxiliou, contribuindo com
carinho.
À minha querida prima Valéria que contribuiu muito na etapa final
deste trabalho.
Às enfermeiras Amanda e Giseli que despertaram em mim o interesse
para que esse trabalho fosse realizado.
Aos meus queridos amigos Ana Cláudia, Kárla, Jaene, Iorlanda, pelo
apoio e motivação nesta caminhada. E a todos os profissionais que
aceitaram participar deste estudo permitindo o crescimento do saber.
“Há um mistério insondável
nesse encontro de olhares.
Mãe e filho.
Amamentação.
Ato de suprema entrega.
Momento de divina doação,
entrelaçando doces e infindos
desejos, sem identificação de um único.
Harmonia plena... ternura... ardor.
Inconsciente integração
do inexplicável,
que se traduz na similaridade
do Divino Amor”.
Alice Capel
RESUMO
O presente estudo teve como objetivos conhecer a experiência e a influência dos
profissionais de saúde, frente ao aleitamento materno da cidade de Itajubá-MG.
Trata-se de um estudo de abordagem do tipo qualitativa, descritiva, exploratória e
transversal. Foram entrevistados 11 profissionais entre eles: médicos, enfermeiros e
técnicos de enfermagem. A estratégia escolhida para a coleta de dados foi um
roteiro de entrevista semi–estruturada, contendo duas partes: uma referente às
características pessoais sobre a formação profissional, e outra composta de duas
questões abertas inerentes aos objetivos do estudo, após aprovação pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da EEWB. Os dados foram analisados e interpretados por meio
do método de Análise do Conteúdo de Bardin. Ao analisar as categorias originadas,
identificamos que há uma influência muito significativa dos profissionais frente ao
aleitamento materno. Porém ainda há incentivos contra, como a prescrição de
mamadeiras, e também muitas mães optam em não amamentar seu filho, por causa
da estética, retorno precoce ao trabalho e ainda por falta de orientações adequadas
entre outros. Constata-se que existem muitos profissionais empenhados na
promoção do aleitamento materno, mesmo com tantas dificuldades para assim o
fazer, e como resultado deste trabalho, é possível notar, que muitas mulheres
aderem à prática do aleitamento devido a este esforço dos profissionais e confiam
neles para qualquer esclarecimento.
Palavras-chave: Aleitamento materno. Enfermagem. Profissionais de saúde.
ABSTRACT
The study objective was to know health professionals experience and influence,
concerning maternal breastfeeding in the city of Itajuba-MG. The study had a
qualitative, descriptive, exploratory and transversal approach. Eleven health
professionals were interviewed, among them: doctors, nurses and nursing
technicians. The data collection strategy chosen was based in a semi structural
interview guide, divided in two parts: the first one is related to the personal
characteristics of the professional formation, updates/recycling in maternal
breastfeeding and the second composed by two open questions about the study’s
objective, after EEWB Research Ethical Committee approval. Data were analyzed
and interpreted using Bardin’s Content Analysis. While analyzing the originated
categories, we identified the existence of a significant influence from the
professionals concerning the maternal breastfeeding. However, it also exist stimulus
against, like the prescription of baby bottle, there are several mothers who prefer to
no breastfeed their child because of the aesthetics, premature regress at work and
because of the lack of appropriate orientation. It was find the existence of several
professional committed with the maternal breastfeeding promotion, aside all the
difficulties to do it, and as a result of this work, it is possible to notice that many
women join the breastfeeding practice due to this professional effort and trust then for
any clarification.
Key words: Maternal breastfeeding. Nursing. Health professional.
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ....................................................................................................10
1.1
INTERESSE PELO TEMA...................................................................................11
1.2
JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ............................................................................11
1.3
OBJETIVOS DO ESTUDO ..................................................................................16
2
MARCO CONCEITUAL.......................................................................................17
2.1
A IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO .............................................17
2.2
ANATOMIA DA MAMA E A FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO ..................................22
2.2.1 Hormônios..........................................................................................................24
2.3
OS TIPOS DE LEITE...........................................................................................27
2.3.1 As desvantagens do aleitamento artificial ......................................................29
2.3.2 Como amamentar - posicionamento e pega e o cuidado com as mamas ....29
2.4
O PAPEL DOS PROFISSIONAIS NA PRÁTICA DO ALEITAMENTO
MATERNO ..........................................................................................................30
2.4.1 O Papel do médico ............................................................................................31
2.4.2 Papel do profissional de enfermagem .............................................................31
3
TRAJETÓRIA METODOLÓGICA .......................................................................34
3.1
CENÁRIO DO ESTUDO ......................................................................................34
3.2
DELINEAMENTO DO ESTUDO ..........................................................................34
3.3
PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM ..............................................36
3.4
COLETA DE DADOS...........................................................................................37
3.4.1 Instrumento de coleta de dados.......................................................................37
3.4.2 Procedimentos de coleta de dados..................................................................38
3.5
PRÉ-TESTE ........................................................................................................39
3.6
ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE DOS DADOS .......................................................39
3.7
ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA..................................................................40
4
ANÁLISE, APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................42
4.1
ESULTADOS REFERENTES À QUESTÃO - EXPERIÊNCIA DO
PROFISSIONAL ACERCA DO ALEITAMENTO MATERNO...............................42
4.1.1 Temática 01 - Experiências com as mães .......................................................43
4.1.2 Temática 02 - Experiências com os profissionais de saúde..........................46
4.1.3 Temática 03 - Experiências com outros fatores .............................................49
4.2
RESULTADOS REFERENTES À QUESTÃO: VOCÊ ACHA QUE O
PROFISSIONAL DE SAÚDE INFLUENCIA A MÃE PARA O ALEITAMENTO
MATERNO? JUSTIFIQUE..................................................................................51
4.2.1 Temática 2 - Influências relacionadas aos profissionais ...............................54
5
CONCLUSÕES ...................................................................................................57
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................59
REFERÊNCIAS...................................................................................................61
APÊNDICE A – Roteiro de entrevista semi-estruturada.................................68
APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ......................69
APÊNDICE C – Extração das ideias principais ...............................................71
APÊNDICE D – Identificação uniforme, por semelhança, das ideais
principais extraídas ...........................................................................................74
APÊNDICE E – Agrupamentos das ideias semelhantes originando as
categorias ..........................................................................................................77
APÊNDICE F- Extração das ideias principais .................................................79
APÊNDICE G - Identificação uniforme, por semelhanças das ideias
principais extraídas...........................................................................................82
APÊNDICE H - Agrupamentos das ideias principais semelhantes
originando as categorias ................................................................................85
ANEXO A - Parecer Consubstanciado Nº 591/2010 ........................................87
10
1
INTRODUÇÃO
A amamentação estimula o vínculo afetivo já estabelecido entre mãe e filho.
Apesar das inúmeras vantagens do aleitamento materno é fato que muitas mães não
o fazem por vários motivos.
As vantagens do aleitamento materno, tanto no que se refere ao aspecto
nutricionais e imunológicos, quanto no estabelecimento do vínculo afetivo entre mãe
e filho, são fartamente comprovadas na literatura. O incentivo à sua prática passou a
ser enaltecido a partir do momento em que organismos nacionais e internacionais
passaram a acreditar que podem ser reduzidas as taxas de morbidade e mortalidade
infantil, principalmente nos países em desenvolvimento.
Um dos fatores atribuídos à falta de amamentação e que gostaríamos de
enfatizar é a ausência de orientação adequada, ou seja, muitas mães, deixam de
amamentar seus filhos porque não receberam instruções sobre essa prática.
A equipe de saúde deve estar apta a orientar a mãe sobre a amamentação e
técnica correta de extração do leite, evitando sofrimentos desnecessários, sempre
que possível. Não conseguir amamentar, pode significar para algumas mães,
sentimentos de frustração, culpa e impotência.
O
profissional
de
saúde
deve
identificar
durante
o
pré-natal
os
conhecimentos, a experiência prática, as crenças e a vivência social e familiar da
gestante a fim de promover educação em saúde para o aleitamento materno, assim
como, garantir vigilância e efetividade durante a assistência no pós-parto.
Para Almeida (1996), os profissionais de saúde poderão ter um papel decisivo
no sucesso da amamentação, proporcionando as condições ideais para o início da
lactação, sendo o suporte durante a amamentação indispensável para o sucesso do
aleitamento materno.
O papel do profissional da área da saúde no incentivo ao aleitamento materno
é de grande importância. Embora, atualmente, mais conscientizados do seu papel,
um número significativo de pediatras ainda hoje não se conduzem adequadamente
na sua prática diária, com dificuldades de orientar as mães a respeito do aleitamento
materno. (REGO, 2001).
Mesmo que os profissionais de saúde busquem desempenhar ações
específicas dentro de sua formação acadêmica durante a assistência de promoção,
incentivo e apoio ao aleitamento materno, políticas institucionais devem garantir o
11
exercício profissional de todos e apoiar a diversificação de suas atuações em
benefício da mulher e da criança.
Assim, queremos realizar esta pesquisa para conhecer a experiência e a
influência dos profissionais de saúde sobre o aleitamento materno.
1.1
INTERESSE PELO TEMA
O interesse pelo tema foi despertado no Centro de Atendimento de
Enfermagem (CAEnf), da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB), ao ver a
importância da experiência e a influência dos profissionais de saúde, frente ao
aleitamento materno, visto que, muitas mães não sabem como amamentar seu
bebê corretamente e várias desistem desta prática por tornar-se dolorosa e
desconfortável.
Em muitos casos, nem sabem o porquê do aleitamento materno, dos
benefícios para seu filho, como: imunidade natural, água, proteínas, e tudo que o
bebê necessita entre outros fatores. Para as mães, a prevenção de câncer de mama
e de ovário, baixo risco de desenvolver depressão, dentre outras.
Embora, diversas mães pareçam indiferentes, há a necessidade do
comprometimento dos profissionais de saúde neste processo, pois cabe a eles,
informar, conscientizar e ajudar nesta etapa.
Enfim, estes profissionais são de extrema importância no aleitamento, haja
vista que, por meio da influência deles, as mães, optam por amamentar, e isto se
torna extremamente prazeroso em poder alimentar seu filho com seu próprio leite.
1.2
JUSTIFICATIVA DO ESTUDO
O leite materno é considerado um alimento completo, possuindo vantagens
nutricionais, de ordem imunológica e psicológica que o tornam o alimento ideal para
uma criança nos primeiros anos de vida. Ainda que a evidência científica acumulada
avalie o leite humano como o ideal para a alimentação de recém nascidos e
lactentes, a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002), estima que em todo o
mundo apenas um terço dos lactentes sejam alimentados exclusivamente com leite
materno nos primeiros quatro meses de vida.
12
Diniz (2003), relata que a proteção do leite materno para o bebê contra
diarreias pode diminuir quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer
outro tipo de alimento, mesmo sendo água ou chás.
A alimentação com fórmulas aumenta o risco de morte súbita do lactente, a
mortalidade pós-neonatal durante o primeiro ano de vida nos países desenvolvidos e
a mortalidade infantil nas crianças menores de 3 anos. (CHEN; ROGAN, 2004).
De acordo com Almeida (1996), a importância do contato físico, da qualidade
e do “timing” das transações entre mãe e bebê durante a mamada, influencia a
autoestima materna e o bem-estar do bebê, proporcionando experiências
gratificantes à díade, fato este essencial para o sucesso do aleitamento materno
De acordo com o Ministério da Saúde (2007), o número de nascidos vivos no
Brasil foi de 2.891.328, sendo 259.505 no estado de Minas Gerais.
O número de nascidos vivos e residentes na cidade de Itajubá, Minas Gerais
no ano de 2009 foi de 1.164. (VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA, ITAJUBÁ, 2010).
Frequentemente orientados para uma cultura do biberão que pode ser
ensinada e supervisionada, os profissionais de saúde não possuem, por vezes, o
conhecimento, a competência e o compromisso com a promoção e apoio ao
aleitamento materno. Ignorando o aspecto negativo que alguns procedimentos
possam ter sobre o êxito no início e estabelecimento da amamentação, muitas
rotinas e procedimentos hospitalares são aceitos pelos profissionais, constituindo
verdadeiros obstáculos à proteção da prática do aleitamento materno. De uma
questão de sobrevivência a uma opção, de desejável e ideal, a um fardo a ser
evitado, (PAMPLONA, 2002).
E a História revela-nos, que os serviços de saúde e os seus profissionais
também contribuíram para o declínio do aleitamento materno, ao não apoiarem e
estimularem as mães a amamentar, ou ao introduzirem rotinas e procedimentos que
interferiram com o início e estabelecimento da amamentação. (OMS, 1989).
O aleitamento materno tem sofrido ao longo dos tempos influências sócio
culturais, de moda e de filosofias médicas resultando numa variação da sua prática
ao longo da história humana. (BADINTER, 1998; LOTHROP, 2000; YALOM, 1997).
Decidir amamentar é o resultado de uma longa socialização materna, sendo,
ainda hoje, parcialmente compreendidos os fatores envolvidos nesta decisão,
geralmente, tomada antes da gravidez. (ALMEIDA, 1996).
13
Por outro lado, numa sociedade onde os valores predominantes são o
hedonismo, o cômodo, o rápido e o fácil, o aleitamento materno pode apresentar-se
como uma decisão que exige dedicação, gratificação não imediata e mesmo algum
sacrifício por parte da mãe. (RUIZ FERRÓN et al., 2003).
Amamentar é uma técnica que exige aprendizagem e prática, e nem sempre é
fácil o seu início. Atraso na subida do leite, dor por ingurgitamento da mama,
mamilos gretados, são situações com as quais a mãe pode-se debater. Face às
dificuldades, assolada por dúvidas, insegura na sua capacidade de amamentar e
com medo de prejudicar o seu filho, a mãe necessita de soluções seguras e
imediatas e o biberão de ajuda surge para a mãe e familiares próximos como a
solução eficaz, que assegura a nutrição infantil e descarrega a mãe de
responsabilidades. (MARTÍN CALAMA; DÍAZ GÓMEZ; LASARTE VELILLAS, 2003).
Culpar a dinâmica social ou as mães pelo abandono do aleitamento materno
é repercutir em outros uma responsabilidade que também cabe aos profissionais de
saúde envolvidos na assistência pré-natal, no parto e no pós-parto.
Na ótica de Moleiro, Gomes e Nona (2004), as intervenções educativas e de
sensibilização para o aleitamento materno, os inúmeros trabalhos científicos, as
publicações e opiniões dos médicos e a ação constante e diária dos profissionais de
saúde, entre outros meios, não têm sido suficientes para levar à prática generalizada
da amamentação, de forma consistente e continuada, e cabe aos profissionais de
saúde assumir uma postura de autoconfiança e de segurança, no apoio efetivo às
dúvidas e dificuldades práticas da amamentação.
Segundo Maia (2007), como promotores de saúde, estes profissionais devem
por isso realizar um esforço consciente e sustentado nos seus locais de trabalho,
para uma efetiva promoção e apoio do aleitamento materno.
Segundo a OMS (1989) é importante para o êxito da amamentação o apoio
ativo dado à mãe durante a gravidez e após o parto, da sua família e comunidade,
mas também de todo o sistema de saúde.
As Orientações técnicas do Ministério da Saúde referem que as consultas
durante o período pré-natal têm como objetivo para além de outros, promover a
educação para a saúde integrando o aconselhamento durante as mesmas. Um dos
itens da educação para a saúde a realizar durante este período será a preparação
para a amamentação. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1993).
14
No entender de Franco (2003), há necessidade de identificar as mulheres que
querem e podem amamentar, aquelas que desejam mas não podem, aquelas que
não querem ou que ainda não tomaram uma decisão definitiva.
Prioridades e responsabilidades profissionais deverão, também, serem
identificadas, bem como a história de fatores dietéticos (frequência, tipo e
diversidade de alimentos), história socioeconômica (estabilidade de emprego, apoio
de familiares e amigos) e história ocupacional (tipo de trabalho e local do mesmo).
As grávidas deverão, ainda, serem esclarecidas sobre a legislação vigente de
proteção da maternidade e paternidade. É importante desfazer mitos e ajudar as
mães a estabelecerem expectativas realistas sobre o aleitamento materno.
O apoio constante dado pela equipe de saúde favorece a autoconfiança da
mãe e proporciona uma experiência de amamentação satisfatória e bem sucedida.
(LOWDERMILK; PERRY; BOBAK, 2002).
Manter um contato intermitente e prolongado com a mãe revelou-se um fator
de eficácia na decisão da mãe continuar a amamentar após a alta hospitalar.
(ROYAL COLLEGE OF MIDWIFE, 1994).
Após a alta hospitalar a puérpera pode atravessar um período crítico, em que
necessita de adquirir confiança na sua capacidade de cuidar do seu filho e na sua
capacidade de amamentar. Neste momento a presença do profissional intervindo de
forma adequada faz toda a diferença na continuidade da amamentação.
Para Lothroph (2000), o fato de tantas mulheres fracassarem na
amamentação, nada tem a ver com a incapacidade para amamentar ou com a
degeneração, mas sim com a falta de autoconfiança e com erros cometidos por
causa da ignorância em relação ao processo de lactação.
Ter alguém que ajude no cuidado da criança e da casa, define
frequentemente o êxito ou o fracasso da amamentação. Sem ajuda, geralmente há
sobrecarga e estresse para a puérpera, que podem inviabilizar a lactação. (ISSLER,
2003).
A confiança na capacidade da mãe prosseguir com a amamentação,
depende, dos profissionais de saúde com quem a mãe se relaciona, que necessitam
de conhecer a problemática da mulher-mãe trabalhadora e os seus problemas
específicos.
15
Segundo Marinho e Leal (2004), o apoio que os profissionais de saúde podem
prestar passa também por enquadrar o aleitamento na realidade individual de cada
mãe e bebê (…).
Neste sentido, o conhecimento de cada caso torna-se fundamental, para que
o profissional de saúde possa apoiar a continuação da amamentação.
Para Maia (2007), amamentar é um direito que a sociedade deve reconhecer
às mães e crianças. Aos profissionais de saúde e nomeadamente aos enfermeiros
compete defender a sua prática: informando, orientando, aconselhando e ajudando
mães e famílias, para que a prática da amamentação resulte num prazer e numa
conduta promotora de saúde. Compete, também, aos enfermeiros reconhecer o que
não sabem e aprender, para poderem efetivamente ajudar as mães e os seus filhos.
Num esforço conjunto todos terão que se envolver nesta conquista de uma
cultura perdida de amamentação: através da educação da população em geral sobre
o valor do Aleitamento materno, melhorando práticas dos serviços de saúde, dando
suporte às mães e famílias na comunidade e nos seus locais de trabalho e
restringindo a promoção inadequada de leites artificiais.
Visto que há alta taxa de natividade, é de extrema relevância e importância o
comprometimento do profissional frente ao aleitamento materno.
Diante de todo este paradígma, indagamos: Será que os profissionais de
saúde estão aptos a orientar e influenciar positivamente o aleitamento materno?
Será que há interesse e compromisso destes profissionais diante desse fato?
Os resultados deste trabalho proporcionarão subsídios para que os
profissionais envolvidos no processo de amamentar reflitam sobre sua prática
profissional almejando aprimorá-la ou mesmo transformá-la. Sabemos que todos os
profissionais que tem contato com a puérpera devem se preocupar com a influência
que exercem sobre ela e consequentemente preocupar-se em ter uma mesma
conduta incentivando a amamentação exclusiva até os 6 meses.
As mães, sob essa perspectiva, serão beneficiadas, haja vista que terão uma
melhora na assistência prestada por esses profissionais no que tange ao
aleitamento materno, o que proporcionará uma notável qualidade de vida dos
lactentes.
Embora haja muitas pesquisas sobre o aleitamento materno pela extrema
relevância do tema, há poucas pesquisas sobre a influência desses profissionais
16
nesta etapa da vida da puérpera. Logo, ressaltamos a importância de mais estudos
sobre este enfoque.
Além disso, poderá trazer novas descobertas ou solidificar os estudos já
existentes, como também subsídios para novas pesquisas.
Neste contexto, para nortear o nosso estudo emergiram as questões de
pesquisa: Qual a experiência dos médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem
acerca do aleitamento materno? Qual a influência destes profissionais nesta prática?
1.3
OBJETIVOS DO ESTUDO
Este estudo tem como objetivos:
x
Conhecer a experiência dos médicos, enfermeiros e técnicos de
enfermagem da cidade de Itajubá, Minas Gerais, em relação ao
aleitamento materno.
x
Conhecer a influência destes profissionais no processo em questão.
17
2
MARCO CONCEITUAL
Esta parte do estudo discorre sobre a importância do aleitamento materno,
anatomia da mama e a fisiologia da lactação, abordando suas alterações na
gravidez e controle hormonal da lactação. Em seguida abordam-se tópicos
referentes a importância do aleitamento, desvantagens do aleitamento artificial, aos
tipos de leite, o cuidado com as mamas e o papel dos profissionais de enfermagem e
médico no aleitamento materno.
2.1
A IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO
O leite humano apresenta-se como o alimento ideal para a nutrição infantil
principalmente nos primeiros meses de vida da criança, mas as suas vantagens
ultrapassam a esfera da saúde infantil, porque não é apenas a criança que beneficia
com a amamentação, mas, também a mãe e a própria sociedade.
Baseado em evidência científica acumulada nos últimos anos são atribuídas
vantagens ao leite materno, nomeadamente, referente à saúde infantil a curto, médio
e longo prazo.
O leite materno beneficia a criança desde o nascimento, prolongando-se os
seus efeitos durante anos após se ter produzido o desmame, pelo que não deverá
ser apenas uma alternativa, mas a primeira escolha para a alimentação infantil.
Conhecer os problemas ou prejuízos causados pelo aleitamento artificial e os
benefícios do aleitamento materno parecem-nos o melhor argumento para que os
profissionais implicados na assistência a mães e crianças se envolvam na promoção
e no apoio à prática do aleitamento materno.
No aleitamento materno para além de um componente instintivo da parte do
recém-nascido e da mãe, há também um importante componente cultural transmitido
de geração em geração: a arte feminina de amamentar, legada sabiamente de mães
a filhas. Com a diminuição da prática do aleitamento materno, mães e profissionais
de saúde perderam a sua habilidade na arte de amamentar. (ROYAL COLLEGE OF
MIDWIFE, 1994).
A arte pré-histórica traduzia assim a importância do seio materno – fonte de
alimento da criança, que determinava a vida ou a morte do recém-nascido. (YALOM,
1997).
18
Procriação e lactação eram poderes femininos dignos de veneração e a arte
representava esta valorização da figura feminina em estatuetas talhadas em bronze,
pedra e barro, que provavelmente representariam deusas da fertilidade, deusasmães ou deusas aleitadoras. (YALOM, 1997; O´DOWD; PHILIPP, 1995).
Segundo Filho (1987), os neurônios, responsáveis em última essência, por
toda capacidade intelectual, teriam condições de se desenvolver e reproduzir,
sobretudo nos primeiros meses de vida, nas crianças amamentadas por suas mães,
muito mais do que naquelas que recebem leite de outras espécies.
Esse mesmo autor relata que o recém-nascido alimentado ao seio tem a
oportunidade de estimulação sensorial máxima, que começa com as percepções
táteis, seguidas pela olfação, gustação e audição (conversação, canto...).
Em termos nutricionais, o leite apresenta características diferentes segundo
as espécies. Nas espécies animais em que existe um contato intermitente por
presença das crias em esconderijos ou ninhos e que os filhos lactentes são
alimentados de uma forma intermitente, a composição do leite é rica em gordura e
proteínas, podendo as mamadas ser espaçadas por períodos de 2 a 15 horas. Tal
não se verifica no leite de espécies que transportam continuamente as suas crias
lactentes e que têm com elas um contacto quase permanente, como é o caso da
espécie humana. Nestes casos, o leite apresenta-se pobre em proteínas e gordura,
pelo que as mamadas têm de ser mais frequentes. (GOMES-PEDRO, 1999).
Devido ao seu elevado teor em imunoglobulinas e outros fatores de proteção,
o colostro pode ser considerado uma prescrição médica da natureza, sendo
extremamente importante para o recém-nascido devido à imaturidade do seu
sistema imunológico. No início da mamada, o leite apresenta um aspecto
acinzentado e aguado, diferente do leite do final da mamada que parece mais
branco. O leite inicial é rico em água para acalmar a sede da criança, e o leite final,
rico em gordura, fornece mais da metade da energia do leite humano e dá à criança
a sensação de saciedade (KING, 1991; ROY, 2000; ROYAL COLLEGE OF
MIDWIFE; 1994).
No início, era apenas o seio e durante séculos não houve substituto para o
leite materno. Num tempo em que a obesidade era uma bênção, pois garantia a
sobrevivência e a possibilidade de amamentar mesmo em períodos de fome, os
nossos antepassados pré-históricos dotaram os seus ídolos femininos de seios
enormes, representados em imagens que surgiram em lugares como Espanha,
19
Europa Central e as estepes da Rússia, isto muito antes do aparecimento da
Agricultura (YALOM, 1997).
No entanto, apesar das transformações realizadas para o tornar o leite
artificial semelhante ao leite materno, as diferenças permanecem. Sendo a
composição do leite materno e do leite de vaca qualitativa e quantitativamente
diferente, as fórmulas comerciais são, majoritariamente, produzidas a partir do leite
de vaca, devido à relativa facilidade na obtenção de grandes quantidades deste leite.
Crianças alimentadas com fórmulas apresentam maior nível de risco
cardiovascular aos 13 anos e valores mais elevados de tensão arterial na idade
adulta. (SINGHAL et al., 2004; MARTIN et al., 2005).
De igual modo crianças de famílias com risco de alergia, quando não
amamentadas, parecem desenvolver com mais frequência dermatites atópicas,
problemas respiratórios e asma (GDALEVICH et al., 2001; HANSON et al., 2003).
Crianças não amamentadas desenvolvem uma resposta imunitária menor a
vacinas e têm maior risco de padecer de doença celíaca, doenças autoimunes e
doença inflamatória intestinal, diabetes mellitus e alguns tipos de cancro como
leucemias ou esclerose múltipla na idade adulta (HAWKES; NEUMANN; GIBSON,
1999; HANSON, 2000; UK CHILDHOOD CANCER STUDY INVESTIGATORS, 2001,
FREUDENHEIM. et al., 1994).
Os benefícios do leite materno não se restringem apenas às crianças,
beneficiando também as mães com a amamentação. Mães que não amamentam
têm maior risco de hemorragia uterina pós-parto e mais tempo de hemorragia
menstrual ao longo da vida dado que a amamentação proporciona longos períodos
de amenorreia com importante efeito nas suas reservas férricas. Além disso,
melhora da mineralização óssea com diminuição do risco de fraturas pósmenopausa. (LABBOCK , 1999).
A lactação é, também, acompanhada de um efeito anticoncepcional
moderado e temporário, dependendo a efetividade anticoncepcional do nível de
nutrição materno, da intensidade da sucção e da extensão de alimentos
suplementares ao leite materno. Cerca de 40 a 75% das mulheres que amamentam
reassumem a função menstrual durante o período de amamentação. (SPEROFF;
GLASS; KASE, 1991).
Coloca-se assim a necessidade de um método anticoncepcional compatível
com a manutenção da amamentação, dado que o uso de anticoncepcionais
20
hormonais orais diminui o volume de leite produzido. (CUNNINGHAM et al., 2003;
OMS, 1994).
Nestas condições, a amamentação proporciona mais de 98% de proteção
contra uma gravidez nos primeiros 6 meses após o parto. Em termos demográficos,
o aleitamento materno como método contraceptivo pode ter implicações importantes
quer nos países industrializados quer nos países em vias de desenvolvimento. As
vantagens do aleitamento materno alargam-se também ao aspecto econômico, pois
é menos dispendioso alimentar uma criança com o leite da mãe, face aos custos
elevados da transformação do leite de vaca em fórmulas para lactentes e crianças.
(ALMEIDA, 1996).
Os gastos com um recém-nascido alimentado exclusivamente com fórmulas,
poderão ser cerca de 15 a 20 vezes superiores ao custo necessário para
suplementar a dieta de uma mãe que amamenta exclusivamente nos primeiros 4
meses de vida. (SILVA; FONSECA, 1997).
Maia (2007), ressalta que a utilização do leite de vaca para alimentação de
lactentes e crianças em fórmulas implica também o consumo e desperdício de
materiais e de recursos naturais. O processo de transformação do leite de vaca em
fórmulas de alimentação infantil requer elevado consumo de energia (o leite
necessita de ser aquecido a temperaturas que rondam os 160º).
Essa mesma autora afirma que produtos como alumínio, papel, plástico, vidro
e borracha usados nas latas de fórmulas, biberões e tetinhas não são totalmente
recicláveis. Gastos de energia e água têm também que ser contabilizados na
preparação e esterilização dos utensílios usados na alimentação artificial.
Para Martins (2007), o leite materno é talvez o único alimento produzido e
entregue ao consumidor sem poluir, sem provocar desperdícios e sem necessitar de
embalagem, encontrando-se à temperatura ideal e sempre pronto.
Maia (2007), afirma que, face ao esgotamento contínuo de recursos naturais
não renováveis e os prejuízos causados em cada estágio da produção, distribuição e
uso das fórmulas, a amamentação apresenta vantagens ecológicas evidentes e
importantes.
Investigação etiológica e comportamental recente tem demonstrado que as
interações
mãe-cria são reguladoras de múltiplos sistemas fisiológicos e
comportamentais nas primeiras fases da vida. Geneticamente, os organismos
funcionam numa organização simbiótica, em que os seus sistemas biológicos
21
funcionam tanto a níveis endócrinos e neurais como comportamentais, encontrandose os padrões alimentares de muitos seres vivos relacionados com esta organização
(GOMES-PEDRO, 1999).
No entender de Bowlby (1984), os bebês comportam-se de maneira especial
em relação aos seres humanos, do mesmo modo que as mães também são
propensas a comportar- se de modo especial em relação aos bebês.
Quando a mãe aconchega o bebê ao colo para o amamentar estabelece-se
um contacto visual face a face e uma oportunidade de o bebê usar a boca, as mãos
e os pés para se agarrar à mãe. De uma forma recíproca inicia-se a interação entre
a mãe e o seu bebê. (BOWLBY, 1984).
Ao proporcionar um momento único de contato físico íntimo, a amamentação
assegura não apenas a sobrevivência da criança, mas contribui para uma melhor
vinculação e mais segura ligação entre mãe e filho. (MAIA, 2007).
Nas primeiras duas horas após o parto, mãe e recém-nascido recuperam do
esforço físico dispendido. Os órgãos maternos começam a readaptar-se ao estado
não grávido e as funções maternas estabilizam. Por seu lado, o recém-nascido
continua a fazer a sua transição para a vida extra-uterina, iniciada imediatamente
após a primeira inspiração. Neste período, a primeira meia hora de vida apresentase excelente para iniciar a amamentação, pois o recém-nascido encontra-se no
estado alerta, com reflexos de sucção e deglutição habitualmente vigorosos e a mãe,
geralmente, ansiosa por estabelecer contato físico com o seu filho. (LOWDERMILK;
PERRY; BOBAK, 2002; OMS, 1989).
Dentre os aspectos biológicos da amamentação, os estudiosos afirmam que
o aleitamento materno não deve produzir dor, sendo essa a principal causa
da maioria dos problemas de amamentação, pois interfere com o reflexo de
ejeção do leite. Em conseqüência de o bebê não conseguir mamar, a mãe
sente-se angustiada, o que inibe ainda mais a ejeção láctea, podendo assim
conduzir ao fracasso da amamentação. (SANTOS, 2005).
No entanto, e ainda que a maioria das crianças beneficie com o aleitamento
materno, existem situações em que a sua prática está contra indicada como
exemplo: mães infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana. Situações
maternas de infecção por hepatite B e hepatite C não são contra indicação absoluta
para a amamentação. Existem ainda situações temporárias de contra-indicação para
o aleitamento: mães com doenças infecto-contagiosas como a varicela, herpes com
lesões mamárias e mães com tuberculose não tratada ou com medicação
22
imprescindível não compatível com a amamentação. Nestas últimas situações, a
produção de leite deverá ser mantida, efetuado a estimulação mamária com
extração de leite que será rejeitado, sendo a criança alimentada neste período com
leite artificial administrado com colher ou copo. (LEVY; BÉRTOLO, 2002).
Intervenções educativas e de sensibilização para o aleitamento materno
deverão ser realizadas, devendo ser fornecidas informações sobre os benefícios do
leite materno. (LEVY, 2002; VIEIRA, 2002).
É importante que a mulher saiba que é possível manter a lactação ainda que
se encontre separada do bebê, pelo que o regresso ao trabalho não resulta
necessariamente no final da amamentação. Horários reduzidos ou flexíveis, a
existência de infantários nas empresas ou levar a criança ao local de trabalho para
amamentar podem tornar possível a continuação da amamentação, sendo
possibilidades a equacionar pelo profissional de saúde com as mães. Informações
sobre a forma de manter a produção de leite, sobre técnicas de extração,
conservação e administração de leite materno extraído podem ser úteis e devem,
também, serem fornecidas às mães.
Se conseguirem continuar a amamentar após um dia de trabalho, no regresso
a casa, a amamentação proporcionará uma oportunidade de intensificar uma
proximidade entre mãe e filho devendo ser realçados os benefícios para ambos.
(BRAZELTON, 2005).
As intervenções educativas e de sensibilização para o aleitamento materno,
os inúmeros trabalhos científicos, as publicações e opiniões e a ação
constante e diária dos profissionais de saúde, entre outros meios, não têm
sido suficientes para levar à prática generalizada da amamentação, de
forma consistente e continuada, cabendo aos profissionais de saúde
assumir uma postura de autoconfiança e de segurança, no apoio efetivo às
dúvidas e dificuldades práticas da amamentação. (MOLEIRO et al. 2004, P.
113)
2.2
ANATOMIA DA MAMA E A FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO
A mama humana é uma glândula sudorípara adaptada de origem
ectodérmica, cuja função especializada é a produção de leite (SANTONJA LUCAS;
SANZ DE GALDEANO, 2003).
Na espécie humana as mamas estão situadas no tórax, numa posição
superior à de outros mamíferos, cujas mamas se localizam habitualmente sobre o
23
abdômen. Desta forma, quando amamenta, a mulher pode também beijar, abraçar,
falar e acariciar o seu filho (O´DOWD; PHILIPP, 1995).
As mamas são um par de glândulas, localizadas anteriormente aos músculos
da região peitoral, entre a segunda e a sexta costela (JÚNIOR; ROMUALDO, 2002).
Cerca de dois terços da mama localizam-se entre o esterno e a linha axilar média.
Embora de formato e tamanho aproximadamente igual, as mamas não são
simétricas. A sua forma e tamanho variam em função da idade da mulher, da
hereditariedade, e da nutrição (LOWDERMILK; PERRY;BOBAK, 2002).
Anatomicamente, a mama adulta é composta por 15 a 25 lobos de tecido
glandular dispostos radialmente e separados por gordura. Cada uma destas
estruturas é formada por vários lóbulos, sendo cada lóbulo constituído por grandes
quantidades de alvéolos (CUNNINGHAM et al. 2003).
Segundo Maia (2007), o alvéolo é uma estrutura oca, semelhante a um saco,
formado por duas camadas de células derivadas da ectoderme: uma camada
contínua de células glandulares responsáveis pela secreção de leite, que se
encontram na sua parte central, e uma camada periférica e descontínua de células
mioepiteliais, que se contraem para expelir o leite dos alvéolos.
Estruturas glandulares e ductos, encontram-se rodeados por tecido adiposo
protetor e sustentados pelos ligamentos fibrosos de Cooper, que permitem o apoio e
a mobilidade da mama na parede torácica (LOWDERMILK; PERRY;BOBAK, 2002).
Um pequeno ducto de drenagem sai do alvéolo e converge com outros
ductos de outros alvéolos para a formação de canais denominados
galactóforos, que transportam através do mamilo o leite até ao exterior da
mama, onde são visíveis como pequenos orifícios. Junto ao mamilo estes
ductos encontram-se dilatados formando os seios galactóforos, que
funcionam na mama como pequenos reservatórios de leite. O mamilo,
estrutura circular pigmentada de forma e tamanho variável, encontra-se
geralmente elevado acima da mama e rodeado pela aréola (área
geralmente mais pigmentada que a pele da mama e visível em redor do
mamilo). Mamilo e aréola auxiliarão o recém-nascido na busca de alimento.
(MAIA, 2007).
Mamas grandes e mamas pequenas possuem a mesma quantidade de tecido
glandular, sendo a gordura e o tecido de sustentação que dão forma à mama. Tal
fato, origina que a quantidade de leite produzido seja independente do tamanho da
mama, podendo de igual modo uma mama pequena ou uma mama grande produzir
uma grande quantidade de leite (LEVY; BÉRTOLO, 2002).
24
A mama é formada em parte por tecido glandular e em parte por tecido
conjuntivo e gordura. O tecido glandular produz o leite que posteriormente é
conduzido ao mamilo através de pequenos canais ou dutos. Antes de atingir
o mamilo, os dutos se tornam mais largos e formam os seios lactíferos, nos
quais o leite é armazenado. Aproximadamente 10-20 dutos muito finos ligam
os seios lactíferos ao exterior através da ponta do mamilo. O mamilo é muito
sensível pois possui várias terminações nervosas. Isso é um importante
fator para o desencadeamento dos reflexos que auxiliam a “descida” do
leite. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).
Ao redor do mamilo há um círculo de pele mais escura chamado de aréola.
Na aréola há pequenas elevações. São glândulas que produzem um líquido oleoso.
Esse líquido ajuda a manter a pele do mamilo macia e em boas condições. Logo
abaixo da aréola estão os seios lactíferos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001)
Ressalta ainda que o leite materno é produzido pela ação de hormônios e
reflexos. Durante a gravidez hormônios preparam o tecido glandular para a produção
de leite. O tecido glandular se desenvolve mais e as mamas ficam maiores. Logo
após o parto, os hormônios fazem com que a mama comece a produzir leite.
2.2.1 Hormônios
Segundo Gyton (2002), a secreção de leite requer uma secreção basal
adequada da maioria dos outros hormônios da mãe, sobretudo o hormônio do
crescimento, o cortisol e o hormônio paratireóideo. Esses hormônios são
indispensáveis para o suprimento de aminoácidos, ácidos graxos, glicose e cálcio
necessários à formação do leite. Por sua vez, a prolactina atua sobre as mamas,
mantendo-as funcionais para a próxima mamada.
A secreção de prolactina cria também uma sensação de calma e relaxamento
materno melhorando o descanso da mãe, mesmo que amamente durante a noite
(LEVY; BÉRTOLO, 2002; KENNER, 2001).
A sucção origina também a libertação de ocitocina, hormônio considerado
na espécie humana imprescindível à lactação. Segregado na hipófise
posterior este hormônio provoca a contração das células mioepiteliais do
alvéolo, o que origina a passagem do leite do interior dos alvéolos para o
sistema de ductos, e destes para os seios galactóforos com posterior saída
pelas aberturas do mamilo. Cerca de 30 segundos a um minuto após o
início da sucção e devido à ação da ocitocina o leite flui pelo mamilo,
fenômeno denominado reflexo de ejeção ou “descida do leite”, descrito por
algumas mulheres como uma sensação de latejar ou sensação de
pontadas. (GUYTON, 2002).
A ocitocina provoca também uma ação benéfica sobre o útero, provocando
contrações uterinas pós parto, vulgarmente denominadas “dores tortas” sentidas
25
pela puérpera no início da lactação e que favorecem a involução uterina. Sendo a
produção de prolactina mais lenta, pois só cerca de 30 minutos após a mamada a
maior parte da prolactina segregada na hipófise se encontra no sangue materno, o
bebê mama primeiro o leite que já se encontra na mama e que foi produzido na
mamada anterior, originando a sucção do mamilo a produção de leite para a
mamada seguinte. A síntese de leite é um processo lento, pelo que não seria
possível que se realizasse no decorrer da mamada. (RESENDE, 2002).
A sucção constitui um estímulo fisiológico específico e poderoso para a
libertação de leite, mas o reflexo de ejeção não responde apenas a estímulos
tácteis, podendo ser originado por estímulos visuais, olfativos ou auditivos. O choro
do bebê, sons ou odores associados ao bebê podem também provocar o reflexo de
ejeção ou descida do leite (CUNNINGHAM et al., 2003; FERRIS; REECE, 1992;
GUYTON, 2002; BURROUGS, 1995; SPEROFF,GLASS, KASE, 1991; OMS, 1994;
TORTAJADA MARTÍNEZ; GIRONÉS SORIANO, 2003).
Por outro lado, sentimentos negativos podem inibir este reflexo. A falta de
confiança da mãe, estresse, ansiedade, medo, vergonha, dor ou dúvidas
relacionadas com a amamentação podem impedir que o leite seja ejetado nos
ductos (CUNNINGHAM et al., 2003;BURROUGS,1995; TORTAJADA MARTÍNEZ;
GIRONÉS SORIANO, 2003).
A “descida do leite” é considerada como o fenômeno que marca a mudança
do controle endócrino para o controle autócrino da lactação, em que a produção de
leite depende da eficiência do esvaziamento da mama. Assim, a remoção de leite na
presença de um meio hormonal favorável é o fator que controla a sua produção,
correlacionando- se a quantidade de leite produzido com a quantidade de leite
removido (OMS, 1994; ISSLER, 2003).
Sendo a lactação um processo de uso intensivo de energia, na evolução da
espécie humana tornaram-se necessários mecanismos que salvaguardassem a
produção excessiva de leite e o seu consequente desperdício (em caso de morte
fetal), ou um aumento da sua produção em caso de necessidade aumentada
(nascimento de gêmeos).
A produção de leite pela mama humana obedece assim a um sistema de
produção por necessidade, determinado pela “oferta e procura”. Quando o
leite é removido da mama a sua produção aumenta. Se pelo contrário é
deixado muito leite na mama, a sua produção diminui. Este mecanismo de
controle de produção torna-se também necessário, pelo fato da mama
26
humana não possuir uma grande capacidade de armazenamento de leite
nos seios galactóforos que são na mama como reservatórios de leite.
(MAIA, 2007).
Gyton (2002), afirma que o leite é secretado continuamente nos alvéolos das
mamas, porém não flui com facilidade dos alvéolos para o sistema de dutos e,
portanto, não drena de modo contínuo pelos mamilos. Com efeito, o leite deve ser
ejetado ou "descer" dos alvéolos para os dutos para que o bebê possa obtê-lo. Esse
processo é desencadeado por um reflexo combinado neurogênico e hormonal,
envolvendo o hormônio neuro-hipofisário ocitocina.
Quando a criança começa a sugar, dois reflexos fazem o leite “descer” na
quantidade e no momento certos. Deve-se utilizar todo o conhecimento
sobre os reflexos na orientação das mães. Prolactina: o hormônio secretor
de leite A glândula pituitária, localizada na base do cérebro, produz um
hormônio chamado prolactina. A prolactina estimula as células glandulares
da mama a produzir o leite. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
De acordo com Gyton (2002), quando o bebê suga, ele praticamente não
obtém qualquer leite. Na verdade, ocorre transmissão de impulsos sensitivos por
nervos somáticos dos mamilos até a medula espinhal e, daí, para o hipotálamo,
ocasionando a secreção de ocitocina, bem como a de prolactina.
Esse mesmo autor afirma que a ocitocina é, então, transportada pelo sangue
até as mamas, onde provoca a contração das células mioepiteliais que circundam as
paredes externas dos alvéolos, expelindo, assim, o leite dos alvéolos para os dutos,
sob pressão de mais de 10 a 20 mm Hg. A sucção do bebê torna-se então eficiente
para a obtenção do leite. Assim, dentro de 30 segundos a 1 minuto após o bebê
começar a sugar, o leite passa a fluir. Esse processo é denominado ejeção ou
"descida" do leite. A sucção de uma das mamas ocasiona o fluxo de leite não só
daquela mama, mas também da oposta. É interessante observar que o acariciar do
bebê pela mãe ou até mesmo o fato de ouvi-lo chorar quase sempre representam
sinais suficientes para o hipotálamo desencadear a ejeção de leite.
É muito importante entender o efeito da sucção na produção de leite.
Quanto mais sucção, maior a quantidade de leite produzido. Se a criança
pára completamente de sugar ou se nunca começa, as mamas param de
produzir leite. Se a mulher tem gêmeos e ambos sugam, suas mamas
produzirão a quantidade extra de leite de que as duas crianças precisam.
Isso é chamado oferta e procura. As mamas produzem tanto leite quanto a
criança precisa. Se a mãe quer aumentar a oferta de leite, deve estimular a
criança a sugar um maior número de vezes e por mais tempo. (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2002).
27
Segundo esse mesmo autor, não deve perder uma mamada para
“economizar” leite, isto fará com que as mamas produzam menos ocitocina: o
hormônio da “descida” do leite. Quando se observa uma mulher amamentando às
vezes se percebem jatos muito finos de leite saindo do mamilo. Cada jato vem de
um duto. Isto é a “descida” ou ejeção (ejetar significa expelir, jogar para fora). O leite
ejetado por pequenas células musculares, situadas ao redor do tecido glandular, que
se contraem e jogam o leite para fora. O hormônio ocitocina provoca a contração
dessas células. Muitas mulheres sentem a contração no começo da mamada. Isto
faz com que percebam que o leite está começando a “descer.”
Cada vez que a criança suga, estimula as terminações nervosas do mamilo.
Estes nervos levam o estímulo para a parte anterior da glândula pituitária
que produz a prolactina. Esta, através da circulação sanguínea, atinge as
mamas que produzem o leite. A prolactina atua depois que a criança mama
e produz leite para a próxima mamada. Onde essas etapas, desde a
estimulação do mamilo até a secreção do leite, são chamadas reflexo de
produção ou reflexos da prolactina. A glândula pituitária produz mais
prolactina durante a noite do que durante o dia. Portanto, o aleitamento
materno à noite ajuda a manter uma boa produção de leite. (GUYTON,
2002).
Para Ministério da Saúde 2002, da mesma forma que a prolactina, a ocitocina
é produzida quando os nervos do mamilo são estimulados pela sucção. A ocitocina é
produzida na parte posterior da glândula pituitária e vai pela corrente sangüínea para
as mamas. A ocitocina atua enquanto a criança está sugando e faz o leite “descer”
para esta mamada.
Essas etapas são o reflexo da ejeção do leite ou o reflexo da ocitocina. A
criança não consegue quantidade suficiente de leite somente pela sucção. Precisa
do reflexo de “descida” para ajudar. Se o reflexo não funcionar a criança não
conseguirá leite suficiente.
A ocitocina faz com que o útero se contraia o que auxilia na eliminação da
placenta. O aleitamento materno pode ajudar a parar o sangramento após o
parto e reduzir o tempo em que a mulher perde os lóquios. No puerpério, a
mãe pode sentir a contração do útero quando amamenta. A dor pode ser
bem forte e é necessário informar que isto é normal e que desaparecerá.
(Ministério da saúde, 2001).
2.3
OS TIPOS DE LEITE
O leite é a secreção mamária que surge após o parto com a finalidade de
alimentar o recém-nascido.Todos os nutrientes estão presentes no leite materno nas
quantidades adequadas, com exceção do flúor, ferro e vitaminas D e K, podendo
28
haver
necessidade
de
suplementação
destes
componentes
(BERHMAN;
KLIEGMAN; JENSON, 2002; MAHAN; ESCOTT-STUMP, 1998).
Após o parto, a secreção inicial da mama é denominada colostro, líquido
branco transparente ou de cor amarelo-limão intensa já presente por vezes no último
trimestre da gravidez. Considerado precursor do leite a secreção de colostro persiste
durante os primeiros dias do puerpério ocorrendo num período de tempo variável, a
sua substituição por leite de transição, que gradualmente assume as características
do “leite maduro”, por volta da 3ª ou 4ª semana após o parto (BEHRMAN;
KLIEGMAN; J HENSON, 2002).
Comparado com o “leite maduro” o colostro é mais rico em proteínas e
minerais e mais pobre em lactose e lipídios (ANDRADE, 2000; CUNNINGHAM et al.,
2000).
De aspecto mais viscoso, caracteriza-se ainda por conter resíduos de
materiais celulares presentes na glândula mamária e ductos no momento do parto
(CALIL; FALCÃO, 2003).
Quando comparado com o leite de vaca ou com fórmulas, o “leite maduro”
apresenta um aspecto que parece aguado. Por este fato, muitas mães referem que o
seu leite é fraco quando o comparam com outros leites (SILVA; FONSECA, 1997;
KING, 1991).
No início da mamada, o leite apresenta um aspecto acinzentado e aguado,
diferente do leite do final da mamada que parece mais branco. O leite inicial é rico
em água para acalmar a sede da criança, e o leite final, rico em gordura, fornece
mais de metade da energia do leite humano e dá à criança a sensação de saciedade
(KING, 1991; ROY, 2000; ROYAL COLLEGE OF MIDWIFE, 1994).
Além de água, vitaminas e sais minerais, o leite materno contém
imunoglobulinas, algumas enzimas e lisozimas e muitos outros fatores que ajudam a
proteger a criança contra infecções, incluindo-se anticorpos, hormônios e outros
componentes que não estão presentes em outras fórmulas infantis de leite.
Lactentes alimentados com fórmulas têm mais processos infecciosos e mais
graves, que originam mais hospitalizações, quando comparados com crianças
alimentadas exclusivamente com leite materno (LÓPEZ-ALARCÓN; VILLALPANDO;
FAJARDO, 1997; REYES et al., 1997; KRAMER et al., 2001; CUSHING et al., 1998).
Segundo Ministério da saúde (2001), a composição do leite muda durante a
mamada. Leite do começo surge no início da mamada. Parece acinzentado e
29
aguado. É rico em proteína, lactose, vitaminas, minerais e água. Leite do fim surge
no final da mamada. Parece mais branco do que o leite do começo porque contém
mais gordura. A gordura torna o leite do fim mais rico em energia. Fornece mais da
metade da energia do leite materno. A criança precisa tanto do leite do começo
quanto do leite do fim para crescer e se desenvolver. É importante deixar que ela
pare espontaneamente de mamar. A interrupção da mamada pode fazer com que
receba pequena quantidade de leite do fim.
2.3.1 As desvantagens do aleitamento artificial
O aleitamento artificial pode trazer muitas desvantagens. No seguinte tópico
será abordado sobre o leite artificial e o uso da mamadeira, dando enfoque na
contaminação e na infecção trazidas pela mamadeira e pelo próprio leite artificial.
2.3.1.1 Contaminação e infecção
De acordo com o Ministério da Saúde (2001), os leites artificiais estão
freqüentemente contaminados com bactérias, especialmente se a mãe usar
mamadeira. Podem ser nocivos à criança muito antes do leite apresentar cheiro
azedo. Mamadeiras são difíceis de limpar e precisam ser fervidas depois de cada
mamada.
As
bactérias
crescem
muito
rapidamente
nos
leites
artificiais,
especialmente em mamadeiras que permanecem com restos de leite.
Esse mesmo autor corrobora ainda que leites artificiais não contêm fatores
anti-infecciosos. Crianças alimentadas artificialmente apresentam diarreia e outras
infecções com mais freqüência mesmo se as mamadeiras forem preparadas
cuidadosamente.
2.3.2
Como amamentar - posicionamento e pega e o cuidado com as mamas
Segundo Ministério da Saúde (2001), ao dar de mamar, a mãe deve estar
calma e não apressar o bebê.
Quando o peito estiver muito cheio, antes de
amamentar, a mãe deve fazer uma ordenha manual para amaciar a aréola. Com os
dedos indicador e polegar, ela deve espremer as regiões acima e abaixo do limite da
aréola para retirar algumas gotas de leite e amaciar o bico.
30
Este mesmo autor afirma que se deve encostar o bico do peito na boca do
bebê, para ele virar a cabeça e pegar o peito (reflexo da busca). Ele sozinho sabe
como fazer isto. Levar o bebê ao peito e não o peito ao bebê.
E ressalta que segurar o peito com o polegar da mãe acima da aréola e o
indicador e a palma da mão abaixo. Isto facilita a “pega” adequada. O bebê
abocanhando a maior parte da aréola suga mais leite e evita rachaduras. A mãe
deve ouvir o ritmo cadenciado de sucção, deglutição e pausa.
A Boca bem aberta; Lábios virados para fora; Queixo tocando o peito da
mãe; Aréola mais visível na parte superior que na inferior; Bochecha
redonda (“cheia”); A língua do bebê deve envolver o bico do peito.
Geralmente, o bebê solta sozinho o peito. Se for preciso interromper a
mamada, a mãe deve colocar a ponta do dedinho no canto da boca do bebê
para que ele solte o peito sem machucar. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
Não usar cremes, pomadas, sabão ou sabonete nos mamilos. Evitar a
expressão do peito durante a gestação para retirada do colostro, pois isto
pode estimular contrações uterinas e observar se o mamilo fica saliente ou
se retrai quando a aréola é puxada não tem importância para a
amamentação A criança mama a aréola e não o bico Nenhum tipo de bico
impede a amamentação se o mamilo fica saliente ou se “espicha” quando é
puxado.O uso de sutiã ajuda na sustentação do peito. Pois é na gravidez
que ele apresenta o primeiro aumento de volume.tipos de bicos protuso,
plano , invertido. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
2.4
O PAPEL DOS PROFISSIONAIS NA PRÁTICA DO ALEITAMENTO
MATERNO
A mãe detém a capacidade de sozinha alimentar o seu filho e experimenta
com a amamentação uma experiência secular, que se coloca como uma insígnia de
maternidade. Amamentar pode assim fascinar e ao mesmo tempo aterrorizar a mãe
face à impossibilidade de falhar, porque o seu modelo de realização é o de uma mãe
que nunca falha. No seu desejo de conseguir amamentar, de não falhar a
experiência, a mãe encontra-se mais vulnerável às pressões que sofre da família, do
marido e até dos profissionais de saúde. Interroga-se quanto à sua capacidade de
amamentar, quanto à qualidade e quantidade do leite e questiona a sua capacidade
de perceber o comportamento do seu filho. (BARROS; FERRARI, 2003).
Não basta ao profissional de saúde ter conhecimentos básicos e habilidades
em aleitamento materno. Ele precisa ter também competência para se
comunicar com eficiência, o que se consegue mais facilmente usando a
técnica do aconselhamento em amamentação. (MINISTÉRIO DA SAÚDE
2009).
31
2.4.1 O Papel do médico
Ao contrário do que ocorre com todos os demais mamíferos, a mulher não
amamenta como um ato instintivo, por isso ela deve aprender como realizar o
aleitamento e compete ao obstetra, que é o primeiro profissional de saúde a lidar
com a gestante, participar ativamente deste ensinamento. O obstetra tem várias
oportunidades de atuação desde o início do pré-natal até o final do puerpério, de
modo que as suas condutas podem se constituir em poderosas armas a favor do
aleitamento materno. Como chefe de equipe que naturalmente é, deveria inclusive
se
posicionar
contra
as
rotinas
institucionais
contrárias
ao
sucesso
da
amamentação. FEBRASGO (2006).
O uso de sedativos, analgésicos e anestésicos deverá ser considerado
durante o trabalho de parto, pois embora sejam necessários para diminuir o
desconforto da parturiente, poderão diminuir a sua capacidade de ter um
parto normal, induzir sonolência e diminuir a capacidade de sucção do
recém-nascido ... as experiências de uma mulher durante o trabalho de
parto afetam a sua motivação em relação ao aleitamento e facilidade com
que o inicia. (OMS, 1989).
2.4.2 Papel do profissional de enfermagem
Ministério da Saúde (2011), afirma que uma orientação antecipada para a
amamentação deverá ser fornecida pelo enfermeiro, com o objetivo de aumentar a
segurança e tranquilidade da grávida, dada a sua importância para o sucesso da
amamentação.
A avaliação inicial da grávida permitirá assim a recolha de informação que
orientará o enfermeiro para a ação: acompanhar, informar e sinalizar as situações
em que a grávida manifesta vontade de amamentar. (FRANCO, 2003).
O uso de chupetas ou tetinas deverá também ser evitado, explicando-se às
mães e familiares a interferência negativa que estes objetos podem ter no
estabelecimento da lactação. Os profissionais de enfermagem devem
também assegurar-se que o conteúdo dos pacotes habitualmente
oferecidos às mães nos hospitais não interfira com o aleitamento materno.
Chupetas, tetinas, amostras ou publicidade a leites artificiais não devem
constar destes pacotes, sendo importante que estes profissionais efetuem
um controle regular do seu conteúdo. (MAIA, 2007).
O planejamento de cuidados de enfermagem baseia-se na avaliação
completa de mãe e recém-nascido. Informações básicas e prioridades dos cuidados
devem ser estabelecidas no período de internamento hospitalar, bem como deve ser
32
aplicado um plano sistemático de ensino, dado que o excesso de informação pode
originar confusão e ansiedade nos novos pais. (LOWDERMILK, PERRY, BOBAK,
2002).
Aos enfermeiros exigem-se conhecimentos básicos sobre a anatomia e a
fisiologia da lactação, conhecimentos sobre a forma de ajudar as mães a
amamentarem e conhecimentos para intervir em problemas comuns que surjam na
amamentação. Enfermeiros dos serviços de Obstetrícia, incluindo Blocos de Partos e
serviços de Neonatologia e Pediatria têm especiais responsabilidades. Sua
intervenção junto das mães e familiares tem um papel decisivo no sucesso da
amamentação. Importa por isso que estes serviços tenham profissionais com
formação avançada em aleitamento materno, capazes de efetivamente apoiar as
mães. A ajuda à mãe e recém-nascido no início da amamentação inclui o ensino
sobre a pega e a posição para a amamentação, os sinais de alimentação adequada,
e o ensino de medidas de auto cuidado para prevenção de complicações como o
ingurgitamento da mama.
O enfermeiro deverá estar próximo durante e após o parto, auxiliando as
mães nas primeiras mamadas do recém-nascido, para que o aleitamento materno
seja iniciado o mais precoce possível, de preferência imediatamente após o parto,
conforme preconiza a World Health Organization. (GIUGLIANI, 2000).
Soares e Pinheiro (2012), ressaltam que este profissional deve estar
disponível, observando como está sendo a pega do recém-nascido, e responder
perguntas quanto ao aleitamento materno e aos cuidados com o recém-nascido.
Como as atividades de prevenção e promoção para a saúde fazem parte do
papel do enfermeiro, ele deve investir em atividades como visitas domiciliares,
palestras, grupos de apoio e aconselhamento para incentivo e manutenção do
aleitamento exclusivo, a fim de intensificar as ações promovidas durante o período
puerperal hospitalar, como também, para garantir que o aleitamento materno
continue após o fim da licença-maternidade. (ALMEIDA et. al 2004).
Segundo essas mesmas autoras é importante evidenciar como o enfermeiro
atua nesta prática, pois busca compreender que novas ações poderão ser
implementadas, e que os futuros profissionais possam se posicionar de forma
objetiva, efetiva e completa, evitando lacunas na assistência e com isso aumentar a
adesão da puérpera ao aleitamento e reverter os índices de desmame precoce.
33
Durante as consultas de vigilância pré-natal, os enfermeiros devem usar os
seus conhecimentos e habilidades de comunicação para avaliar os conhecimentos e
a intenção da grávida de amamentar, sendo este um período em que a grávida/casal
se encontra habitualmente receptivo à formação/informação. Com o avançar da
gravidez a grávida manifesta cada vez mais interesse nas orientações sobre o
aleitamento materno, o que facilita a discussão e o esclarecimento. (ISSLER, 2003).
A existência de contraindicações para a prática do aleitamento materno
deverá também ser identificada nesta primeira consulta pré-natal. (FRANCO 2003).
34
3
TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
Esta parte do estudo abordou seu cenário, ou seja, local em que foi realizado,
tipo de abordagem, participantes, amostra e amostragem, a coleta de dados
(instrumento e procedimentos), critérios de inclusão e exclusão, pré-teste, assim
como, os aspectos éticos da pesquisa.
3.1
CENÁRIO DO ESTUDO
Este estudo teve como cenário a cidade de Itajubá, localizada no Sul de
Minas Gerais. Itajubá liga-se a 15 municípios vizinhos, aos quais dá apoio e
cooperação na busca do desenvolvimento sustentável. Juntos formam um dos
maiores PIBs do Estado de Minas Gerais.
O atendimento prestado à saúde na referida cidade, relativo à rede básica,
dá-se por meio de Unidades Básicas de Saúde (UBS). A atenção secundária e
terciária é desenvolvida pelo Hospital Escola (HE), Santa Casa de Misericórdia de
Itajubá, Saúde CEAM e o Pronto Atendimento Adulto e infantil da Unimed.
Devido à sua boa malha viária, Itajubá é o núcleo urbano mais importante da
região, pois permite a concentração de bens e serviços para os municípios vizinhos.
Possui empresas de médio e grande porte, que geram aproximadamente 2.500
empregos, logo, é considerada um dos maiores Distritos Industriais do Sul de Minas.
O comércio varejista é bem diversificado e na agropecuária, o principal produto
produzido em larga escala é a banana.
Do ponto de vista de educação, é reconhecida como melhor pólo de ensino
da região. Conta com diversos estabelecimentos de ensino de primeiro e segundo
grau, assim como escolas técnicas. Quanto às instituições de ensino superior, a
cidade conta com cinco faculdades, um Centro Universitário e uma Universidade
Federal, que oferecem cursos de graduação e pós-graduação nas áreas de exatas,
humanas
e
biológicas
(biomédicas),
além
de
centros
de
pesquisa
e
desenvolvimento, incubadora de empresas de base tecnológica e institutos
especializados, sendo um deles de astrofísica. (SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO,
2007).
3.2
DELINEAMENTO DO ESTUDO
35
O presente estudo foi de abordagem do tipo qualitativa, descritiva,
exploratória, transversal e de campo.
Segundo Minayo (2000), pode se dizer que a abordagem qualitativa se refere
a uma preocupação com a realidade que não pode ser quantificada, aprofundandose nos significados das ações e relações humanas, processos e fenômenos.
Godoy (1995), reafirma que a pesquisa qualitativa não enfoca a mensuração
ou mensuração dos eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na
análise dos dados, está ligado à obtenção de dados descritivos sobre pessoas,
ambientes e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação
estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos
participantes da situação em estudo.
Gil (2004), esclarece que as pesquisas descritivas propõem descrição das
características de determinada população ou fenômeno e estabelecimento de
relações entre variáveis.
Este mesmo autor comenta que embora as pesquisas geralmente apontem
para objetivos específicos, estas podem ser classificadas em três grupos: estudos
exploratórios, descritivos e explicativos.
Um trabalho é de natureza exploratória quando envolver levantamento
bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram (ou têm) experiências
práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem
a compreensão. Possui ainda a finalidade básica de desenvolver, esclarecer
e modificar conceitos e idéias para a formulação de abordagens posteriores.
Desta forma, este tipo de estudo visa proporcionar um maior conhecimento
acerca do assunto, a fim de que esse possa formular problemas mais
precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos
posteriores. (Gil, 2006, p. 43).
As pesquisas exploratórias, no entender de Gil (2006), visam proporcionar
uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo.
O estudo de campo basicamente é desenvolvido por meio da observação
direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para
captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo. (GIL, 2004).
De acordo ainda, com este autor o estudo de campo apresenta algumas
vantagens em relação, principalmente, aos levantamentos. Como é desenvolvido no
próprio local em que ocorrem os fenômenos, seus resultados costumam ser mais
confiáveis. E como o pesquisador apresenta nível maior de participação, torna-se
maior a probabilidade dos sujeitos oferecerem respostas mais confiáveis.
36
3.3
PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM
A população de estudo foi representada pelos profissionais de saúde:
médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem tanto do gênero masculino quanto
do feminino de qualquer faixa etária da cidade de Itajubá, MG.
Foram onze os entrevistados dos quais dez foram do sexo feminino e
somente um do sexo masculino, onde a idade foi de 27 a 62 anos e o tempo de
atuação na área foi de 5 a 34 anos. Dentre eles houve quatro profissionais médicos
sendo três do sexo feminino e um do sexo masculino, cinco enfermeiras e duas
técnicas de enfermagem.
De acordo com o Conselho Regional de Medicina CRM, há em Itajubá 23
médicos pediatras e 17 médicos que se enquadram nas especialidades de
ginecologia e obstetrícia.
Itajubá tem aproximadamente 82 enfermeiros que trabalham com gestantes
ou neonatos. Os técnicos em enfermagem que trabalham em maternidades e em
Unidades Básicas de Saúde são de aproximadamente 130, segundo a Secretaria de
saúde.
A amostra foi composta por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem
na quantidade em que se iniciou a saturação dos dados, ou seja quando as
informações começaram a se repetirem, indicando dessa forma que já pode cessar a
coleta. Estes profissionais foram convidados a participar do estudo em hospitais,
consultórios, UBSs e em outros locais onde eles possam ser encontrados.
O tamanho da amostra na pesquisa qualitativa é determinado pela
necessidade de informações. Um princípio que orienta a amostragem é a saturação
de dados, isto é o ponto que não é obtida nenhuma informação nova e é atingida a
redundância.(POLIT; BECK E HUNGLER;2004)
Tivemos como critérios de inclusão e exclusão de todo o profissional
participante do estudo:
Os critérios de inclusão são:
x
Ter formação legal na área de atuação;
37
x
Trabalhar em obstetrícia, pediatria ou neonatologia há pelo menos seis
meses
x
Aceitar participar da pesquisa.
Os critérios de exclusão são:
x
x
Não trabalhar nas áreas acima citadas;
Ser aposentado(a) ou trabalhar nas áreas mencionadas anteriormente, há
menos de seis meses
x
Não aceitar participar da pesquisa.
Para Polit, Beck e Hungler, (2004):
A amostragem proposital ou intencional é baseada no pressuposto de que o
conhecimento de pesquisador sobre a população pode ser usado para pinçar os
casos a serem incluídos na amostra. O pesquisador pode decidir selecionar,
propositalmente, a maior variedade possível de respondentes, ou escolher sujeitos
que sejam considerados típicos da população em questão, ou particularmente
conhecedores do assunto em estudo.
A amostragem foi do tipo intencional, que para Polit, Beck e Hungler (2004, p
236).
Independente de como os participantes são selecionados, o pesquisador,
geralmente, procura escolher membros da amostra, propositalmente, com base nas
necessidades de informação que emergem dos resultados preliminares.
3.4
COLETA DE DADOS
Nesta etapa, abordaremos o instrumento de coleta de dados, a estratégia
escolhida. Serão abordados também os procedimentos para realização desta coleta.
3.4.1 Instrumento de coleta de dados
A estratégia escolhida para a coleta de dados foi um roteiro de entrevista
semi–estruturada, contendo duas partes: uma referente às características pessoais
sobre a formação profissional, e outra composta de duas questões abertas inerentes
38
aos objetivos do estudo (APÊNDICE A) que deveram ser atingidos, ou seja
experiência profissional dos envolvidos no estudo e a influência desses profissionais
sobre as mães, relacionados ao aleitamento materno.
A coleta de dados foi realizada em horário adequado para os participantes a
fim de não comprometer o atendimento das unidades escolhidas para a pesquisa,
mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE
B) e a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Escola de Enfermagem
Wenceslau Braz.
Segundo Minayo (2000), a técnica de entrevista semi–estruturada obtém
dados por meio da fala, revelando condições estruturais de sistemas de valores,
normas e símbolos, e ao mesmo tempo transmite por porta–voz as representações
sociais de grupos determinados, em condições históricas socioeconômicas e
culturais específicas.
3.4.2 Procedimentos de coleta de dados
A coleta de dados ocorreu após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa
da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, e assinatura do Termo de
Consentimento Livre Esclarecido, pelos profissionais que aceitaram participar da
pesquisa.
A coleta foi realizada em um local privativo das unidades escolhidas para a
pesquisa, agendada previamente com o entrevistado de forma individual, garantindo
a privacidade ao participante. Antes de iniciar a entrevista os participantes foram
informados sobre a pesquisa, seus objetivos, sobre a gravação das informações,
mantendo, assim, a fidedignidade do que foi informado e também do seu anonimato.
Posteriormente as gravações foram destruídas.
Após as explicações e esclarecimentos o participante concordou em participar
ou não e mediante sua decisão assinou o Termo de Consentimento Livre
Esclarecido dando assim início a coleta dos dados propriamente dita.
A entrevista foi agendada, portanto houve escolha de um horário adequado
para responder as perguntas com tranqüilidade. A coleta foi feita de forma individual,
garantindo a privacidade ao participante, por meio de um gravador em que as fitas
após transcrição do seu conteúdo foram incineradas.
39
Após a coleta do discurso, foram analisadas todas as informações obtidas,
através da comparação dos dados colhidos a fim de se obter um resultado.
3.5
PRÉ-TESTE
De acordo com GIL (2006), o pré–teste é realizado mediante a aplicação de
alguns questionários a elementos que pertencem à população pesquisada. Ele
define o pré–teste como uma prova preliminar, cuja função é evidenciar possíveis
falhas na redação do questionário, tais como: complexidade das questões,
imprecisão na redação, desnecessidade da questão, constrangimento ao informante,
exaustão, entre outros fatores.
Lakatos; Marconi (1995) mencionam que a principal função do pré-teste é
testar o instrumento de coleta de dados, permitindo a identificação de ambigüidades
nas questões, existência de perguntas supérfluas e possível inadequação na ordem
das questões.
A realização do pré-teste permitiu possíveis alterações nas estratégias de
aplicação do questionário, se foram identificadas dificuldades de compreensão das
perguntas, assim, como serviu para identificar o tempo da entrevista e foi uma
oportunidade de preparo e treinamento da pesquisadora para a coleta definitiva.
Nessa pesquisa foi realizado o pré-teste com dois profissionais de cada área
que estiveram de acordo com os critérios de elegibilidade e que não fizeram parte da
amostra.
Isso ocorreu para fornecer uma base à autora da pesquisa, sobre o tempo
gasto para a aplicação do instrumento, analisar o nível de compreensão das
perguntas, para que se necessário fossem feitas alterações, enfim, teve a finalidade
de assegurar precisão e validade.
Para que o pré-teste seja eficaz é necessário que os elementos selecionados
sejam típicos em relação ao universo, e que aceitem se dedicar para responder em
maior tempo do que aqueles que responderão o questionário definitivo. (GIL, 2006).
3.6
ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE DOS DADOS
40
Os dados analisados da caracterização pessoal e profissional dos sujeitos do
estudo, referente à primeira parte do roteiro de entrevista semi-estruturada, foram
apresentados em forma de tabelas e comentados estes resultados.
Os dados coletados com a gravação das respostas dos (as) participantes às
questões abertas, da segunda parte do roteiro de entrevista semi-estruturada,
depois de transcritos, foram analisados e interpretados por meio da análise de
conteúdo, que, segundo Marconi e Lakatos (2002), consiste em uma técnica para
investigar o conteúdo das comunicações humanas, isto é, visa os produtos das
ações humanas, voltando-se para o estudo das idéias e não das palavras em si.
Os relatos serão agrupados em categorias que, Rodrigues e Leopardi (1999
apud CARANDINA, 2003, p. 95), definem como “o ato de recortar, classificar e
ordenar ideias ou fatos segundo as suas semelhanças”.
Para efetuarmos a análise de conteúdo dos dados que obtivemos com a
nossa pesquisa utilizamos os APÊNDICES C, D e E. No APÊNDICE C organizamos
o material colhido realizando a extração das idéias principais. Logo depois, utilizando
o APÊNDICE D, exploramos o material codificando os dados, ou seja, efetuamos a
identificação uniforme, por semelhança, das idéias principais extraídas. Em seguida,
classificamos e categorizamos os dados, ou seja, no APÊNDICE E agrupamos as
ideias principais semelhantes originando as categorias.
3.7
ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA
A coleta de dados ocorreu somente após a aprovação do Comitê de Ética e
Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz.
Para comprovação da autorização e do consentimento das unidades
envolvidas estas receberam uma folha de rosto do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido juntamente com uma cópia do trabalho, que foi enviada à direção
destas, para que fossem assinadas comprovando a liberação a fim de que a coleta
de dados fosse realizada com os profissionais das unidades citadas.
Os participantes tiveram autonomia para decidir se queriam ou não participar
da pesquisa, após o fornecimento das informações que foi dado pela autora.
Foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que foi lido,
retirado quaisquer dúvidas e assinado. Foi informado aos participantes que
poderiam se retirar da pesquisa quando desejassem.
41
Foram respeitados os valores morais, religiosos, culturais, sociais e éticos dos
entrevistados.
A imagem dos participantes, bem como as informações fornecidas por eles,
foram confidencializadas, de forma a garantir a privacidade. A privacidade foi
garantida através da utilização de letras seqüenciais, (ex: Profissional A, Profissional
B, Profissional C,...).
O presente estudo obedeceu aos preceitos estabelecidos pela resolução n°.
196/96 de 16/10/1996 do ministério da saúde, que trata de pesquisa envolvendo
seres humanos, onde foi respeitada a autonomia do participante, o princípio ético da
justiça fundamentado na equidade, na confidencialidade e privacidade, na proteção
da imagem, garantindo a não utilização das informações obtidas em prejuízo das
pessoas ou comunidade.
Os benefícios resultantes da pesquisa, bem como em termos sociais foram
assegurados aos sujeitos. Respeitando a autonomia e o anonimato destes.
42
4
ANÁLISE, APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta etapa do estudo, tem-se a análise, a apresentação e a discussão dos
dados obtidos pela transcrição das entrevistas.
Como estratégia de análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo de
Bardin, já descrita anteriormente.
A análise dos dados da questão relacionada com a experiência dos
profissionais acerca do aleitamento está demonstrada nos apêndices C, D, e E. A
outra questão sobre a influência do profissional de saúde no aleitamento materno
está descrita nos apêndices F, G e H.
Antes da apresentação dos dados referentes aos objetivos descrevem-se as
características pessoais e profissionais dos participantes desta pesquisa, a saber:
9 Dos 11 profissionais, dez são do sexo feminino e um do masculino;
9 A idade foi de 27 a 62 anos;
9 O tempo de atuação com puérpera foi de 5 a 34 anos;
9 Todos os profissionais incentivam o aleitamento materno.
4.1
ESULTADOS REFERENTES À QUESTÃO - EXPERIÊNCIA DO
PROFISSIONAL ACERCA DO ALEITAMENTO MATERNO
As categorias surgidas nesta questão foram separadas nas temáticas:
Experiências com as mães, com os profissionais e com outros fatores, como mostra
o Quadro 1. Em seguida a discussão de cada categoria de cada temática.
43
Quadro 1 – Temáticas e suas respectivas categorias relacionadas às experiências dos
profissionais participantes do estudo acerca do aleitamento materno
TEMÁTICAS
1 - Experiências com as
mães
2 - Experiências com os
profissionais
3 - Experiências com
outros fatores
CATEGORIAS DAS TEMÁTICAS
ƒ Há
uma
preocupação
das
mulheres com a estética.
ƒ A maioria das mulheres amamenta
menos que o recomendado.
ƒ Há uma diferença de condutas das
mães de hoje com as de ontem.
ƒ Há desinteresse das mulheres
para amamentar.
ƒ Há barreiras das mães jovens.
ƒ Não há muito envolvimento dos
profissionais.
ƒ Há um estímulo dos profissionais
para as mães amamentarem.
ƒ Houve uma melhora da adesão da
amamentação na última década.
ƒ Poucos profissionais e falta de
tempo
para
incentivar
o
aleitamento.
ƒ O aleitamento artificial prejudica o
aleitamento natural.
ƒ Retorno precoce ao trabalho
dificulta a amamentação.
ƒ O apoio do pai facilita a
amamentação.
ƒ Com a amamentação no peito o
RN tem mais saúde.
ƒ Com o alojamento conjunto houve
maior estímulo
FREQUENCIA DAS
CATEGORIAS
5
2
2
1
1
3
2
1
1
5
2
1
1
1
Fonte: Instrumento de pesquisa
4.1.1 Temática 01 - Experiências com as mães
Nesta temática forma evidenciadas as categorias:
™
Há uma preocupação das mulheres com a estética
Dos entrevistados 41,7% ressaltam que muitas mulheres fazem a opção
contrária e não aderem ao aleitamento materno por preocupação com a estética,
mesmo sabendo de todos os benefícios de amamentar.
44
“A crença popular de que amamentar faz ‘cair o peito’ leva alguns homens e
mulheres a desestimular o aleitamento por medo de alterar a estética da mama.”
(FEBRASGO, 2006 p. 107).
Segundo Lana (2001) as sensações corporais e as práticas que se passam
no corpo materno são determinadas por representações culturais de maternidade e
imprimem maneiras socialmente reconhecidas de perceber e agir frente a situações
que se apresentam na amamentação, podendo ser vivenciadas pelas mulheres em
consonância ou em conflito com as determinações sociais, deixando emergir seus
limites.
A mulher vive numa sociedade que valoriza muito a aparência física e que
absurdamente, menospreza as pessoas que têm um corpo que se desvia do
padrão estabelecido. De qualquer forma, engravide ou não, acontecerá a
chamada involução lipomatosa da mama, que fisiologicamente é inevitável.
Se a amamentação modifica os seios, é para a melhor, impedindo que haja
uma redução súbita o que poderia prejudicar a firmeza deles. (LANA, 2001,
p. 232).
Este mesmo autor afirma que: “a mãe pode pensar que seu corpo não
retornará ao que era antes imediatamente após o parto faz baixar sua autoestima.”
(LANA, 2001, p. 33).
[...] Noto que muitas mulheres têm medo de ficarem feias [...] Profissional D
[...] O culto ao corpo, as plásticas e a estética prejudicam a amamentação
[...] Profissional E
[...] Outras estão preocupadas com a estética. [...] Profissional G
[...] Muitas mulheres não aderem ao aleitamento devido à estética, por medo
de ficarem feias. [...] Profissional I
™
[...] Muitas mães sabendo de todos os benefícios do aleitamento, deixam de
amamentar simplesmente por medo de estragar o corpo. [...] Profissional K
A maioria das mulheres amamenta menos que o recomendado
As falas indicam que 9% dos profissionais entrevistados observaram que a
maioria das mulheres amamenta menos de dois meses.
Segundo Parizotto e Zorzi (2011) apud Giugliani (2004), as mães que têm
essas dificuldades e não são bem orientadas para superá-las acabam desistindo de
amamentar seu filho, por impaciência e dor.
[...] Muitas amamentam menos de um mês, devido querer dar conta dos
serviços de casa e o leite seca mais rápido [...] Profissional A.
45
[...] Mais de 50% das pacientes não amamentam além de dois meses, talvez
pela falta de paciência principalmente quando se trata de adolescentes. [...]
Profissional B.
™ Há uma diferença de condutas das mães de hoje com as de ontem
Dos entrevistados 18,2% concluíram que houve mudanças na conduta das
mães dos dias atuais com as mães do passado, dizendo que estas tinham
consciência dos benefícios do aleitamento e faziam desta prática uma promoção da
saúde de seu filho, e as mães da atualidade surpreendem ao aderir com facilidade
ao aleitamento visto que a adolescência é uma idade de muitas mudanças.
Almeida e Novak (2004) apontam como um dos fatores do declínio do
aleitamento materno as mudanças da estrutura familiar na sociedade moderna
urbana. Reforçando esse pensamento, o autor argumenta que a jovem mãe não tem
mais o apoio, a ajuda e o incentivo dos parentes mais velhos (avós, tias, irmãs,
dentre outros), elementos facilitadores do aleitamento materno.
No ontem as mulheres eram orientadas pela família e tinham consciência
que amamentar era o melhor para ela e para o bebê. Profissional E
Mães adolescentes surpreendem ao aceitar e aderir ao aleitamento [...]
Profissional F
™ Há desinteresse das mulheres para amamentar
Dos entrevistados, 9% ressaltam que ainda são poucas as mulheres que têm
interesse em amamentar seu filho:
São poucas as mulheres que tem interesse. Profissional G
Cerca de metade das mães abandonam o aleitamento materno no primeiro
mês de vida do bebê, motivado por falsos conceitos, relacionados com problemas
técnicos, insegurança, receios e stress. (NATAL; MARTINS, 2011 apud GALVÃO,
2006).
™ Há barreiras das mães jovens
46
Mães jovens são resistentes ao aleitamento, e muitas delas não aceitam essa
prática, de acordo com 9% dos entrevistados:
[...] Encontramos barreiras como mães jovens e resistentes [...]
Profissional H
Para Durhand (2004) apud Wambach et al. (2000) é difícil encontrar na
literatura publicações com dados representativos e descritivos das taxas de
amamentação em mães adolescentes. Estudos realizados nos Estados Unidos, no
Canadá e na Inglaterra entre 1980 e 1995 reportam o início do aleitamento materno
entre 9,5% e 58% das mulheres com menos de 20 anos. Em comparação, o índice
de aleitamento materno em mulheres com mais de 20 anos ficou entre 45% e 70%
no mesmo período.
Estes autores salientam que, considerando-se a situação de risco na qual se
encontram estas jovens mães, por sua condição de adolescentes, faz-se necessário
o trabalho consciente e particularizado dos profissionais de saúde que lidam com
esta população em função da promoção e do apoio à amamentação.
4.1.2 Temática 02 - Experiências com os profissionais de saúde
As categorias surgidas nesta temática podem ser analisadas como
experiências de dimensões positivas e negativas. Nesta temática adotaremos como
critério de apresentação demonstrar primeiramente as categorias de dimensões
positivas e em seguida as negativas:
Categorias de dimensões positivas
’ Há um estímulo dos profissionais para as mães amamentarem
18,2% dos entrevistados disseram que há um estímulo por parte dos
profissionais na prática de amamentar, onde orientam e mostram a técnica correta
de armazenamento do leite.
47
Bertolozzi et al. (2002), informa que é possível compreender por que os
profissionais de saúde podem ser chamados pessoas significativas, pois elas são
aquelas que exercem influência marcante sobre a vida dos outros.
[...] Para as mães que trabalham, ensino a técnica de conservação do leite.
[...] Profissional D
[...] Estimulo, ensino e oriento todas as puérperas sobre a necessidade e a
importância do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês. [...]
Profissional I
’ Houve uma melhora da adesão da amamentação na última década
Para 9% dos entrevistados, houve um aumento da prática do aleitamento
materno na última década e reforça dizendo, também, que aumentou o número de
mães que amamentam até os seis meses exclusivamente:
Noto que, está sendo bem valorizado na última década, consegue-se uma
boa média de mães que amamentam exclusivamente até os seis meses.
Profissional J
De acordo com Cruz (2001), um evidente aumento na duração da
amamentação tem sido verificado em todo o mundo, a partir da década de 80. No
Brasil, segundo o relatório: A Infância Brasileira nos anos 90 (UNICEF 1998), a
média de duração do aleitamento materno na última década aumentou de 5 para 7,5
meses.
Esta mesma autora ressalta que esse aumento se deu pelo resultado dos
esforços desenvolvidos por profissionais de saúde em conjunto com a sociedade,
através de organizações governamentais e não governamentais em implementarem
a prática da amamentação.
Reforça ainda que as pesquisas realizadas no sentido de redescobrir as
técnicas da amamentação têm sido fundamentais para que amamentar seja cada
vez mais um ato que, além de saudável, seja agradável e viável no contexto da vida
das mulheres, das famílias e da sociedade.
Categorias de dimensões negativas
’ Não há muito envolvimento dos profissionais
48
27% dos entrevistados dizem que falta mais envolvimento por parte dos
profissionais de saúde frente à amamentação. E ainda comentam que falta uma
orientação correta durante a gravidez.
De acordo com Parizotto e Zorze (2008), o profissional pediatra, que deveria
ser um sujeito defensor do aleitamento materno exclusivo, também atua muitas
vezes como precursor do desmame precoce.
Essas mesmas autoras consideraram que, “na maioria dos casos, foi o
pediatra quem orientou as entrevistadas a introduzirem frutas e/ou suco na dieta do
bebê antes que as mães retornassem ao trabalho”. (OSIS et al.; 2004).
E lembram ainda, que há necessidade da intensificação das ações de
incentivo e apoio ao aleitamento materno em hospitais e unidades de saúde,
levando o profissional a um papel educativo e mais decisivo na prática da
amamentação.
De acordo com Nunes e Oliveira, (2009), os profissionais de saúde devem ter
uma visão humanística, valorizando as crenças e valores culturais das mães das
crianças em período de amamentação, com o objetivo de incentivar o aleitamento
materno exclusivo até o sexto mês de vida da criança.
“O obstetra tem várias oportunidades de atuação desde o início do pré-natal
até o final do puerpério, de modo que as suas condutas podem se instituir em
poderosas armas a favor do aleitamento materno”. (FEBRASGO, 2006, p.22).
Não encontramos ainda um bom incentivo ao aleitamento materno; falta de
interesse de muitos profissionais” (Profissional C)
Falta de interesse de muitos profissionais; (Profissional H)
[...] dificulta o aleitamento materno uma orientação incorreta durante a
gravidez e nas primeiras semanas de vida (Profissional J)
’ Poucos profissionais e falta de tempo para incentivar o aleitamento
9% dos entrevistados afirmam que não há um número adequado de
profissionais, e ainda reforça que há falta de tempo dos mesmos para agirem em
relação ao incentivo ao aleitamento:
[...] Trabalhamos com um número reduzido de profissionais [...].
(Profissional C)
Falta de tempo dos profissionais, para incentivar. (Profissional C)
49
De acordo com Almeida et al. (2004), é de responsabilidade de todos os
profissionais a promoção, incentivo e apoio ao aleitamento materno, portanto deve
dispor de tempo para isso.
4.1.3 Temática 03 - Experiências com outros fatores
Nesta temática também se adotou para apresentar as categorias emergidas a
divisão em experiências positivas e depois as negativas, sendo que primeiramente
estão descritas as categorias positivas seguidas das negativas.
Categorias das experiências positivas
 Com o alojamento conjunto houve maior estímulo
Nove por cento dos entrevistados apontam que o alojamento conjunto é uma
prática que favoreceu o aleitamento:
[...] Com o alojamento conjunto, houve... uma melhora no aleitamento
materno. [...] Profissional C
De acordo com Febrasgo (2006), é no alojamento conjunto que se concretiza
o laço afetivo e se começa a firmar a amamentação.
Este mesmo autor relata que, os benefícios do alojamento conjunto são muito
conhecidos e são inúmeras evidências científicas que demonstram as vantagens
desse sistema sobre as rotinas de separação convencionalmente usadas nas
maternidades até a década de 70.
 O apoio do pai facilita a amamentação
Para 9% dos entrevistados o apoio do pai é fundamental na prática do
aleitamento:
O apoio do pai é de extrema importância para a mulher amamentar.
Profissional H
A mulher que se sente amada e apoiada pelo parceiro tende ao sucesso
durante o aleitamento materno. (FEBRASGO, 2006, p.107).
50
Para Lana (2001) o êxito do aleitamento materno é altamente provável
quando o pai é favorável a esta prática.
Almeida et al. (2004) destacam que considera-se que o apoio do
marido/companheiro talvez seja a fonte mais significativa de estímulo à
amamentação que uma mulher recebe.
Uma das melhores pessoas para auxiliar a nutriz é, sem dúvida, seu marido,
se tiver disponibilidade. Ele pode ajudar de muitas maneiras. Pode dizer que
quer que ela amamente e que sabe que o leite dela é o melhor alimento
para a criança. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
 Com a amamentação no peito o Recém Nascido tem mais saúde
Dos profissionais entrevistados, 9% mencionam que o bebê que mama no
peito tem mais saúde:
Noto que o bebe que mama no peito tem mais saúde. Profissional K
A amamentação exclusiva tem sido reconhecida por oferecer maior proteção
contra infecções, diarreias entre outras doenças. (GUIA ALIMENTAR... 2006).
O leite materno é fundamental para a saúde do recém-nascido por ser um
alimento completo, fornecendo inclusive água com fatores de proteção
contra infecções comuns da infância, isento de contaminação e
perfeitamente adaptado ao metabolismo da criança. (GUIA ALIMENTAR,
2006).
O leite materno é facilmente digerido e observado. A criança em aleitamento
materno pode querer uma nova mamada em intervalo menor do que aquela em
aleitamento artificial. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
O Ministério da Saúde (2001) enfatiza que, crianças em aleitamento materno,
têm menos diarreia que as alimentadas artificialmente. Têm também menos
infecções respiratórias e de ouvido médio. A criança que continua em aleitamento
materno durante uma infecção se recupera mais rapidamente. O leite materno
continua ajudando a evitar doenças e facilitando a recuperação durante o segundo e
terceiro anos de vida.
Categorias das experiências negativas
 Retorno precoce ao trabalho dificulta a amamentação
51
Esta categoria mostra que o retorno precoce ao mercado de trabalho
corresponde a um fator contrário à amamentação, e que a licença maternidade pelo
curto período dificulta as orientações visto que, as mães têm muitas dúvidas que não
são sanadas e isto levaria consequentemente ao desmame precoce 18,2 % dos
entrevistados apontam este retorno como prejudicial.
A volta ao trabalho, com seu horário rígido, com a dificuldade para
amamentar, sem dúvida determina ansiedade materna pela dificuldade em
solucionar o problema, e muitas vezes esta ansiedade pode ser causa de desmame.
(FILHO, 1987 p.108).
[...]. A licença maternidade, às vezes dificulta a orientação. Profissional E
[...] O retorno precoce ao trabalho, [...] desmame precoce. Profissional J
 O aleitamento artificial prejudica o aleitamento natural
O aleitamento artificial no entender de 41% dos entrevistados prejudica o ato
de amamentar, pois, muitas mães introduzem a mamadeira por não quererem
amamentar ou pela praticidade que esta oferece.
Chianca et al. (2001), salientam que o apelo das indústrias de leite artificial
através da mídia é bem maior que o incentivo aos programas de aleitamento
materno.
O aleitamento artificial é um fator contraditório ao aleitamento materno.
Profissional E
Mães maduras não amamentam ou não querem, pela facilidade da
mamadeira. Profissional F
Algumas gestantes acham mais prático o aleitamento artificial. Profissional
G
A facilidade do leite artificial. Profissional J
Preferem dar o leite artificial para seu filho. Profissional K
4.2
RESULTADOS REFERENTES À QUESTÃO: VOCÊ ACHA QUE O
PROFISSIONAL DE SAÚDE INFLUENCIA A MÃE PARA O ALEITAMENTO
MATERNO? JUSTIFIQUE
Todos os participantes responderam afirmativamente a esta pergunta e as
justificativas depois de analisadas destacaram as temáticas e suas categorias
dispostas no Quadro 2.
52
Quadro 2 - As temáticas e suas respectivas categorias sobre a influência dos profissionais em
relação ao aleitamento materno
TEMÁTICAS
CATEGORIAS REFERENTES ÀS
TEMÁTICAS
x Orientações adequadas às mães.
x As
1 - Relacionadas às
mães
vantagens
do
FREGUENCIA DAS
CATEGORIAS
aleitamento
materno.
x Participação
de
grupos
de
gestantes.
x Conhecimento científico.
x Vínculo entre mãe e profissional.
2 - Relacionadas
aos profissionais
x Estimula o uso de mamadeira e
complementos alimentares.
x Acreditar na amamentação.
Fonte: Instrumento de pesquisa
Em seguida a discussão de cada categoria de cada temática.
4.2.1 Temática 1 – Influências relacionadas às mães
¾ Orientações adequadas às mães
As falas de 36,37% dos entrevistados indicam que as orientações corretas às
mães, colaboram com a prática de amamentar, visto que muitas mulheres tiram suas
dúvidas neste momento.
“A puérpera tem que sair da maternidade amamentando. Isso depende da
orientação e conscientização do profissional de saúde.” Profissional A
53
“Uma boa orientação cabe ao profissional de saúde orientar as mães sobre
como amamentar.” Profissional H
“Profissional de saúde deve orientar a nutriz sobre a melhor forma de
amamentar” Profissional J
“Orientando a dar somente leite materno até os seis
K
meses” Profissional
Para Parizotto e Zorzi, (2008) apud Valdés, Lablokv (1996), um dos fatores
atribuídos à falta de amamentação é a ausência de orientação adequada, ou seja,
muitas mães deixam de amamentar seus filhos porque não receberam instruções
sobre essa prática.
Acredita-se que a orientação acerca do aleitamento materno contribui
significativamente
para
a
diminuição
do
índice
de
desmame
precoce
e
consequentemente para redução da mortalidade infantil. (CHIANCA et.al. 2001).
Rego (2002) considera que a amamentação deve ser individual ou coletiva, a
preparação para o aleitamento deve conter basicamente um conjunto de
informações sobre o manejo da amamentação.
¾ As vantagens do aleitamento materno
Segundo 54,5% dos entrevistados o profissional deve mostrar as vantagens
do aleitamento para a mulher, pois assim, é possível garantir segurança para ela e
uma boa aceitação.
“[...] O sucesso da amamentação está no profissional mostrar todas as
vantagens do aleitamento para que a mulher compreenda, sente-se segura
e aceite a prática do aleitamento. [...]” Profissional B
“[...] Quando o profissional mostra os pontos positivos do aleitamento
materno há um interesse da mãe na saúde de seu filho. [...]”Profissional C
“[...] No pré-natal, o obstetra desde o início, na primeira consulta já pode
mostrar a importância do aleitamento materno; [...]” Profissional E
“[...] Explicando, aconselhando e mostrando a importância do aleitamento
(benefícios que traz para a mãe, o elo que os une nesse momento) [...]”
Profissional F
“[...] É de total responsabilidade do profissional garantir que a mãe possa
amamentar sem complicações para não influenciar o desmame precoce.[...]”
Profissional B
Bertolozzi et. al. (2002), destacam que a medida que os profissionais
respondem dúvidas presentes, abrangem uma ampla gama de conhecimentos sobre
54
a produção e composição do leite, a técnica da amamentação propriamente dita e
seus benefícios para a saúde do bebê e da mãe.
¾ Participação de grupos de gestantes
Dos entrevistados, 9% comentam que é importante a participação das
mulheres em grupos de gestantes, visto que, a troca de experiência é um momento
propício para a retirada de dúvidas.
A importância de realizar as práticas coletivas é por apresentarem várias
vantagens: englobam um número maior de mulheres, criam um clima mais favorável
de desinibição das participantes, permitem a troca de informações e o relato de
experiências, disponibilizam os profissionais para outras atividades afins. REGO
(2002).
“[...] Devemos incentivá-la a participar dos grupos de gestantes onde
poderá trocar experiências e sanar muitas dúvidas e ainda contar com apoio
do profissional. [...]” Profissional B
4.2.1 Temática 2 - Influências relacionadas aos profissionais
Para os profissionais de saúde há influências positivas para as mães em
relação ao aleitamento materno, se
os
próprios
profissionais
demonstram
conhecimento científico, vínculo com a mãe e acreditam na amamentação mas, há
também a influência negativa, quando estimulam o uso de mamadeiras.
™ Conhecimento científico
“[...] Amenizando complicações para a mulher e garantindo o aleitamento
exclusivo, com conhecimento científico e técnica adequada. [...]”
Profissional D
Para 9% dos entrevistados o conhecimento científico é essencial para a
orientação das mães.
Para cumprir o papel de apoio ao aleitamento materno é necessário que os
profissionais de saúde tenham conhecimento e habilidades específicas para assistir
adequadamente a amamentação. (FEBRASGO, 2006, p. 81)
55
Amorim e Andrade (2009) destacam que o enfermeiro tem compromisso de
atuar não apenas em função de seu conhecimento científico ou habilidades técnicas
que possui, mas principalmente pela arte e sensibilidade que pode desenvolver nas
mães os sentimentos, vontades e que induzem ao aleitamento materno.
De acordo com Almeida e Novak (2004), é possível observar que o
conhecimento científico oferece respostas de amplo espectro, que vão desde as
propriedades biológicas ímpares do leite humano até as questões de cunho
econômico, capazes de causar impacto tanto à família quanto ao Estado.
™ Vínculo entre mãe e profissional
Dos profissionais entrevistados 41,9%, destacam a importância de se criar um
vínculo com a mulher, pois segundo estes profissionais, quando se ganha a
confiança da mãe é possível garantir um aleitamento sem grandes dificuldades da
mãe.
“[...] O profissional ganha a confiança da mãe [...]” Profissional D
“[...] Bom acolhimento [...]” Profissional E
“[...] Uma boa orientação [...]” Profissional G
“[...] Criar um vínculo de confiança e segurança entre o profissional de
saúde e a nutriz garante um bom aleitamento materno sem grandes
dificuldades [...]” Profissional J
“[...] Esse profissional deve ter um vínculo de afeto e confiança com a mãe
[...]” Profissional K
Febrasgo (2002), constata que quando a mãe estabelece uma relação de
empatia com os profissionais e sente que está sendo compreendida, fica mais aberta
para verbalizar suas queixas, ouvir e acatar as sugestões.
Bertolozzi et. al. (2002) corroboram dizendo que é possível compreender que
o enfermeiro pode ser chamado pessoa significativa, aquela que exerce influência
marcante sobre a vida dos outros.
O profissional de enfermagem que faz o elo entre as mulheres gestantes e
puérperas com outros profissionais [...] pensa-se que a mesma possa realizar seu
cuidado de forma humanizada e individualizada. (ZORZI, 2005).
™ Acreditar na amamentação
56
“[...] É fundamental e de suma importância que o profissional de saúde
acredite na amamentação.” Profissional J
Dos entrevistados, 9% afirmam que o profissional necessita acreditar no
aleitamento.
[...] o profissional de saúde pode auxiliar a nutriz inclui, por exemplo, a
ênfase ao conceito de que toda mulher pode amamentar e que seu leite é o
alimento ideal para a criança, ou seja ele deve acreditar no que fala à
mulher. (MARQUES, 2012).
Dentre as categorias relacionadas aos profissionais, todas foram experiências
positivas, com exceção desta que segue.
™ Estimula o uso de mamadeira e complementos alimentares
18,2% dos profissionais denotam que a orientação incorreta é um fator que
prejudica
o
aleitamento,
o
estímulo
de
mamadeiras,
o
oferecimento
de
complementos ao leite e favorece ao desmame.
A utilização da mamadeira encontra-se entre as principais causas do
desmame precoce, pois, a partir do momento em que o bebê conhece a
mamadeira, não vai querer sugar o seio da mãe pela facilidade em fazê-lo
no bico da mamadeira. (PARIZOTTO; ZORZI, 2008).
“[...] Desmame antes dos seis meses, ocorre na maioria dos casos, por falta
de orientação [...]” Profissional I
“[...] Estimular mamadeiras, chuquinhas, chupetas, além de chá, e água até
o sexto mês prejudica sem dúvida o aleitamento [...]” Profissional K
De acordo com a análise e resultados deste estudo, verifica-se que muitos
profissionais estão comprometidos em auxiliar as mães na prática do aleitamento
materno e que a influência deles é fundamental neste processo.
57
5
CONCLUSÕES
Conclui-se com esta pesquisa que:
1. Em relação às características pessoais e profissionais dos participantes:
9 Dez são do sexo feminino e um do masculino;
9 A idade foi de 27 a 62 anos;
9 O tempo de atuação com puérpera foi de 5 a 34 anos;
9 Todos os profissionais incentivam o aleitamento materno.
2. Quanto às experiências dos profissionais participantes do estudo acerca do
aleitamento materno evidenciaram três temáticas as suas categorias:
™ Experiências com as mães
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
Há uma preocupação das mulheres com a estética.
A maioria das mulheres amamenta menos que o recomendado.
Há uma diferença de condutas das mães de hoje com a de ontem.
Há desinteresse das mulheres para amamentar.
Há barreiras das mães jovens.
™ Experiências com os profissionais
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
Não há muito envolvimento dos profissionais.
Há um estímulo dos profissionais para as mães amamentarem.
Houve uma melhora da adesão da amamentação na última década.
Poucos profissionais e falta de tempo para incentivar o aleitamento.
™ Experiências com outros fatores
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
O aleitamento artificial prejudica o aleitamento natural.
Retorno precoce ao trabalho dificulta a amamentação.
O apoio do pai facilita a amamentação.
Com a amamentação no peito o RN tem mais saúde.
Com o alojamento conjunto houve maior estímulo
58
3. Sobre a influência do profissional de saúde no aleitamento materno todos os
participantes responderam positivamente esta pergunta e as justificativas
emergidas foram agrupadas em duas temáticas:
’ Influências relacionadas às mães
ƒ Orientações adequadas as mães
ƒ Vantagens do aleitamento materno
ƒ Participação de grupos de gestantes
’ Influências relacionadas aos profissionais
ƒ Conhecimento científico
ƒ Vínculo entre mãe profissional
ƒ Estimula o uso de mamadeira e complementos alimentares
ƒ Acreditar na amamentação
59
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os objetivos propostos, os resultados do presente trabalho
permitem concluir, que a maioria dos profissionais de saúde deste estudo, estão
envolvidos na prática do aleitamento materno, mesmo tendo que enfrentar algumas
barreiras, como falta de interesse de algumas mães e de alguns profissionais, o
incentivo no uso de mamadeiras, o retorno precoce ao trabalho, entre outras.
A realização deste estudo permitiu compreender que o profissional de saúde
tem grande influência no aleitamento materno, conscientizando as pessoas dos
benefícios que ele pode proporcionar para a mãe e para a criança. O aleitamento
materno não deve ser visto como responsabilidade exclusiva da mulher, os
profissionais da saúde devem fornecer suporte nas questões biológicas, psicológicas
e técnicas.
Visto que, o marido tem influência no aleitamento, além de outros membros
da família, verifica-se a importância de tratar desta prática em família, pois todos
devem estar envolvidos para que a mulher sinta segurança, apoio e prazer em
amamentar seu filho.
Desse modo, para que aconteça cada vez mais um progresso na prática de
amamentar é necessário que as mulheres sejam muito bem orientadas e que
nenhuma dúvida fique sem esclarecimento.
Embora o número de mulheres que amamentam esteja cada vez maior,
devem-se intensificar ainda mais o incentivo e estímulo a esta prática, devido ao
estilo de vida moderno de hoje, em que muitas facilidades estão ao alcance das
mulheres desviando-as da amamentação de forma adequada.
Foi verificado que muitas mães mesmo conhecendo a importância do
aleitamento materno para seu filho e para si própria ainda são muito relutantes em
aderir ao aleitamento.
Apesar das dificuldades, o empenho dos profissionais em incentivar a prática
do aleitamento é também expressado.
Os profissionais entrevistados tem consciência da importância do aleitamento
materno, visto que incentivam essa prática com muita dedicação.
Enfim, é imprescindível o apoio do profissional de saúde, no aleitamento
materno, pois, é de responsabilidade dele, garantir à mulher, orientações corretas,
60
esclarecimento de dúvidas surgidas, incentivo ao aleitamento exclusivo, para que o
sucesso do aleitamento seja cada vez maior.
Após refletir os resultados deste trabalho pode–se constatar que os
profissionais de saúde muitas vezes têm influência sobre as mães, e que muitos
deles estão empenhados no progresso do aleitamento, assim como existem
profissionais não empenhados. E a maioria destes profissionais têm experiências
positivas frente ao aleitamento materno, porém alguns profissionais relutam contra o
aleitamento e incentivam o desmame através de práticas contrárias à amamentação
como o aconselhamento do uso da mamadeira, entre outras.
Sugere-se que novos estudos sejam realizados dentro deste assunto, visto
que há a necessidade de explorar mais este assunto contribuindo assim com novas
fontes bibliográficas.
Este estudo, poderá contribuir para o surgimento de novas pesquisas que
auxiliarão na ampliação e solidificação dos conhecimentos sobre aleitamento
materno.
61
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68
APÊNDICE A – Roteiro de entrevista semi-estruturada
1ª PARTE: DADOS PESSOAIS
1. Idade: _______________________ 2.
Gênero:____________________________
3. Profissão: _________________________ 4. Tempo de profissão:
____________
5. Tempo que trabalha com gestante: _____________________________________
2ª PARTE: QUESTÕES INERENTES AOS OBJETIVOS
6. Você incentiva o aleitamento
materno?___________________________________
7. Comente a sua experiência com o aleitamento
materno?_____________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
8. Você acha que o profissional de saúde influencia a mãe para o aleitamento
materno?__________________________________________________________
Justifique:
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
69
APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Nós, Caroline Helena da Silva, acadêmica do Curso de Enfermagem,
juntamente com Ana Maria Nassar Cintra Soane e Aldaiza Ferreira Antunes Fortes,
professoras da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, estamos realizando uma
pesquisa intitulada “ALEITAMENTO MATERNO: experiência e influência de
enfermeiros, médicos e técnicos em enfermagem.”
Este trabalho tem como finalidade saber a experiência e influência dos
médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem a respeito do aleitamento materno,
uma vez que este traz muitos benefícios tanto para o bebê quanto para a mãe e que
o não aleitamento pode trazer graves conseqüências para ambos. Os objetivos
deste trabalho são conhecer a experiência e influência dos profissionais médicos,
enfermeiros e técnicos de enfermagem em relação ao aleitamento materno.
Os resultados deste trabalho proporcionarão subsídios para que os
profissionais envolvidos no processo de amamentar reflitam sobre sua prática
profissional almejando aprimorá-la ou mesmo transformá-la. Sabemos que todas os
profissionais que tem contato com a puérpera deve se preocupar com a influência
que exercem sobre ela e consequentemente preocupar-se em ter uma mesma
conduta incentivando a amamentação exclusiva até os 6 meses.
As mães, sob essa perspectiva, serão beneficiadas, haja vista que terão uma
melhora na assistência prestada por esses profissionais no que tange ao
aleitamento materno, o que proporcionará uma notável qualidade de vida dos
lactentes.
Embora haja muitas pesquisas sobre o aleitamento materno pela extrema
relevância do tema, há poucas pesquisas sobre a influência desses profissionais
nesta etapa da vida da puérpera. Logo, ressaltamos a importância de mais estudos
sobre este enfoque.
Para isto precisamos que o (a) senhor (a) concorde em participar de uma
entrevista, respondendo a questionamentos sobre si e a sua experiência e influência
no aleitamento materno.
Esclareço que as informações obtidas serão mantidas em sigilo e que o (a)
senhor (a), em momento algum, será identificado (a) pelo nome. Todas as
informações obtidas por meio desta entrevista gravada ficarão sob nossa
responsabilidade e trabalharei com elas de forma global, isto é, reunindo os dados
70
de todos os participantes do estudo. É importante informar também, que a
participação é estritamente voluntária, ou seja, o (a) senhor (a) é livre de aceitar ou
não o convite que te faço e mesmo tendo aceitado, a qualquer momento deste
estudo, poderá desistir e pedir para retirar sua participação. Este termo de
consentimento é o documento que comprova a permissão do(a) senhor (a). Preciso
da sua assinatura para oficializar o seu consentimento.
Para outras informações e retirar dúvidas que possam futuramente surgir, o
(a) senhor (a) poderá utilizar o telefone do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola
de Enfermagem Wenceslau Braz, desta cidade: (035) 3622-0930, ramal 323. O
horário de funcionamento do Comitê de Ética em Pesquisa é de segunda a sexta
feira, no horário das 7h às 11h e das 13h às 17h.
Agradeço desde já sua valorosa colaboração e coloco-me à disposição, para
outros esclarecimentos que se fizerem necessários.
A seguir, será apresentada uma Declaração e, se o (a) senhor (a) estiver de
acordo com o conteúdo dela, após sua leitura e concordância, deverá assiná-la.
DECLARAÇÃO
Declaro para os devidos fins, que entendi tudo que me foi explicado a respeito
desta pesquisa, estou ciente do seu objetivo, assim como do seu desenvolvimento, a
entrevista a qual serei submetido (a).
Diante disso confirmo minha participação nesta pesquisa e, para isto lavro a
minha assinatura abaixo.
Itajubá,___/___/___
Nome do
participante:___________________________________________________
Assinatura do (a)
participante:____________________________________________
Assinatura da
pesquisadora:______________________________________________
71
APÊNDICE C – Extração das ideias principais
QUESTÃO 7: COMENTE SUA EXPERIÊNCIA COM O ALEITAMENTO MATERNO
SUJEITOS
DEPOIMENTOS
IDEIAS PRINCIPAIS
EXTRAÍDAS
“Percebo... que muitas mulheres amamentam muito ™Muitas amamentam
menos de um mês,
pouco, ou seja... muitas amamentam menos de um
devido querer dar
Profissional mês, devido querer dar conta dos serviços de casa,
com isso o leite seca rápido. Além do mais isso se torna
conta dos serviços
A
de casa. Assim o
um vício em partos subseqüentes. E o RN não tem os
leite seca rápido
benefícios do leite materno...”
“Sempre incentivo a puérpera ao aleitamento materno, ™Mais de 50% das
norteando a elas as vantagens do aleitamento materno.
pacientes
não
Porém mais de 50% das pacientes não amamentam
amamentam além de
Profissional além de dois meses, talvez pela falta de paciência
dois meses, talvez
B
principalmente quando se trata de adolescentes.”
pela
falta
de
paciência
principalmente
quando se trata de
adolescentes.
“Na vida profissional não encontramos ainda um bom ™Não
encontramos
incentivo ao aleitamento materno. Trabalhamos com um
ainda
um
bom
número reduzido de profissionais e nos deparamos com
incentivo
ao
a falta de tempo dos profissionais para que aconteça o
aleitamento materno;
incentivo ao aleitamento materno. Porém com o ™Trabalhamos
com
alojamento conjunto, houve ... uma melhora no
um número reduzido
Profissional aleitamento
materno
e
maior
estímulo
na
de profissionais;
C
amamentação. É importante lembrar que o aleitamento ™Falta de tempo dos
materno aumenta o vínculo entre mãe e filho.”
profissionais para o
incentivo;
™Com o alojamento
conjunto, houve uma
melhora
no
aleitamento materno
e maior estímulo na
amamentação
“Em grupos operativos de gestantes, onde tenho a ™Noto que muitas
oportunidade de orientar, estimulando as gestantes a
mulheres têm medo
preparar o mamilo para a amamentação noto que
de ficarem feias;
Profissional
muitas mulheres têm medo de ficarem feias, o auto ™Mostro
que
é
D
cuidado, juntamente com isso mostro os seus
possível as mães
benefícios, mostro que é possível as mães que
que
trabalham
trabalham amamentar seus filhos. Para elas ensino a
amamentar
seus
técnica de conservação do leite...”
filhos, ensinando a
técnica
de
conservação
do
leite...”
“O ontem: as mulheres eram orientadas pela família, O ontem:
pela observação das multíparas. Desde adolescentes ™As mulheres eram
elas já tinham consciência que amamentar era o melhor
orientadas
pela
para ela e para o bebê. As famílias numerosas e sem
família,
pela
observação
das
conhecer o método LAM, era o que as estimulavam
multíparas.
mais. O hoje: as mulheres engravidam nas
Profissional extremidades da vida fértil(menor de 18 anos e maior ™Desde adolescentes
E
elas
já
tinham
de 35 anos), trabalham, a licença maternidade de 120
consciência
que
dias as vezes dificulta na orientação para a
amamentar era o
amamentação.
melhor para ela e
para o bebê.
72
O culto ao corpo, às plásticas, cada vez mais freqüente,
a facilidade com o aleitamento artificial, são fatores
contraditórios, que vão contra o aleitamento materno. ”
Profissional
F
Profissional
G
Profissional
H
“No dia-a-dia de nossa profissão, deparamos com
diversas situações em relação ao aleitamento materno.
Adolescentes de 14 a 18 anos, muitas vezes ao nosso
ver ...inexperientes para a vida, chegam a nos deixar
perplexos pela facilidade em aceitar e aderir o
aleitamento. Por outro lado puérperas que já tem filhos,
consideradas maduras, não amamentam e não querem
amamentar, pois a mamadeira se torna mais fácil, pois
ao ver da mãe o RN dorme mais tempo e fica mais
satisfeito.”
“Não há muito interesse de algumas gestantes sobre o
aleitamento materno, acham mais prático o leite
artificial, as chupetas e chuquinhas, outras estão
preocupadas com a estética. São poucas aquelas que
realmente se interessam pelo preparo das mamas e
sobre o aleitamento materno. Cabe a nós profissionais
de saúde orientá-las... sobre a importância e
necessidade do tema. Tentamos abordá-las no curso
de gestantes.”
“Sempre incentivei o aleitamento materno. Às vezes
encontramos barreiras, mães jovens e resistentes, falta
de interesse de muitos profissionais. Porém se vê que o
vínculo entre mãe e filho aumenta no ato de
amamentar, e... é muito gratificante ver o sucesso e a
satisfação de muitas mães que querem amamentar e
buscam nossa ajuda para conseguir isto e alcançam o
sucesso com nossa ajuda. Vemos também que o apoio
O hoje:
™As
mulheres
engravidam
nas
extremidades da vida
fértil (menor de 18
anos e maior de 35
anos),
™Trabalham, a licença
maternidade de 120
dias
às
vezes
dificulta
na
orientação.
™O culto ao corpo, às
plásticas, cada vez
mais freqüentes.
™A facilidade com o
aleitamento artificial
são
fatores
contraditórios,
que
vão
contra
o
aleitamento materno.
™Adolescentes de 14
a 18 anos tem
facilidade em aceitar
e
aderir
o
aleitamento.
™Puérperas maduras,
não amamentam e
não
querem
amamentar, pois a
mamadeira se torna
mais fácil, pois ao
ver da mãe o RN
dorme mais tempo e
fica mais satisfeito.
™ Algumas gestantes
acham mais prático o
leite artificial, as
chupetas
e
chuquinhas;
™ Outras
estão
preocupadas com a
estética.
™ Tem
poucas
mulheres que tem
interesse.
™ Às
vezes,
encontramos
barreiras de mães
jovens e resistentes;
™ Falta de interesse de
muitos profissionais;
™ O vínculo entre mãe
e filho aumenta no
73
do pai é de extrema importância para a mulher
amamentar, isso se chama parceria...”
Profissional I
Profissional J
Profissional k
“Estimulo, ensino e oriento todas as puérperas sobre a
necessidade e a importância do aleitamento materno
exclusivo até o sexto mês. Oriento também sobre o
preparo dos mamilos a fim de evitar fissuras e
consequentemente, mastite puerperal. Porém, muitas
mulheres não aderem ao aleitamento devido a estética,
por medo de ficarem feias, mesmo depois de tanta
orientação, elas não aceitam mesmo... o que é
lamentável, pois, o aleitamento aproxima afetivamente
mãe e filho sem contar nos vários benefícios para ela e
para o bebê.”
“Na minha experiência com o aleitamento materno, noto
que, está sendo bem valorizado na última década e...
tem aumentado gradativamente nesse período,
consegue-se uma boa média de mães que amamentam
exclusivamente até os seis meses de idade do RN. É...
maior a porcentagem de mães que amamentam até um
ano de idade, já um bom número amamentam até dois
anos de idade. Porém dificulta o aleitamento materno
uma orientação incorreta durante a gravidez e nas
primeiras semanas de vida. A influência externa, como
o retorno precoce ao trabalho, o grande número de
mães adolescentes que temos, o desmame precoce, a
facilidade do leite artificial... tudo isso é uma grande
dificuldade para o aleitamento materno.”
“Noto em minha profissão que o bebê que mama no
peito tem mais saúde, adoece menos, mas mesmo
muitas mães sabendo de todos os benefícios do
aleitamento, deixam de amamentar simplesmente por
medo de estragar o corpo... e ... preferem dar o leite
artificial para seu filho, mesmo sabendo que o leite
materno é essencial para a saúde de seu filho.”
ato de amamentar;
™ Vemos que o apoio
do pai é de extrema
importância para a
mulher amamentar;
™Estimulo, ensino e
oriento todas as
puérperas sobre a
necessidade e a
importância
do
aleitamento materno
exclusivo até o sexto
mês.
™Muitas mulheres não
aderem
ao
aleitamento devido à
estética por medo de
ficarem feias;
™Noto que, está sendo
bem valorizado na
última
década,
consegue-se
uma
boa média de mães
que
amamentam
exclusivamente até
os seis meses
™Dificulta
o
aleitamento materno
uma
orientação
incorreta durante a
gravidez;
™O retorno precoce ao
trabalho;
™O grande número de
mães adolescentes
™O
desmame
precoce;
™A facilidade do leite
artificial;
™ Noto que o bebe que
mama no peito tem
mais saúde.
™ Muitas
mães.
sabendo de todos os
benefícios
do
aleitamento, deixam
de
amamentar
simplesmente
por
medo de estragar o
corpo...
™ Preferem dar o leite
artificial;
74
APÊNDICE D – Identificação uniforme, por semelhança, das ideais principais
extraídas
QUESTÃO 7: COMENTE SUA EXPERIÊNCIA COM O ALEITAMENTO MATERNO
SUJEITOS
DEPOIMENTOS
IDEIAS PRINCIPAIS
IDENTIFICADAS POR
SEMELHANÇA
“Percebo... que muitas mulheres amamentam muito A - Muitas amamentam
pouco, ou seja... muitas amamentam menos de um
menos de um mês,
Profissional mês, devido querer dar conta dos serviços de casa,
devido
querer
dar
A
com isso o leite seca rápido. Além do mais isso se
conta dos serviços de
torna um vício em partos subseqüentes. E o RN não
casa e o leite seca
tem os benefícios do leite materno...”
mais rápido.
“Sempre incentivo a puérpera ao aleitamento A - Mais de 50% das
materno, norteando a elas as vantagens do
pacientes
não
Profissional
aleitamento materno. Porém mais de 50% das
amamentam além de
B
pacientes não amamentam além de dois meses,
dois meses, talvez
talvez pela falta de paciência principalmente quando
pela
falta
de
se trata de adolescentes.”
paciência
principalmente
quando se trata de
adolescentes.
“Na vida profissional não encontramos ainda um B - Não encontramos ainda
bom
incentivo
ao
aleitamento
materno.
um bom incentivo ao
aleitamento
materno
Trabalhamos com um número reduzido de
profissionais e nos deparamos com a falta de tempo
dos profissionais;
dos profissionais para que aconteça o incentivo ao C - Trabalhamos com um
número reduzido de
aleitamento materno. Porém com o alojamento
conjunto, houve ... uma melhora no aleitamento
profissionais.
materno e maior estímulo na amamentação. É C – Falta de tempo dos
Profissional
importante lembrar que o aleitamento materno
profissionais,
para
C
aumenta o vínculo entre mãe e filho.”
incentivar.
D - com o alojamento
conjunto, houve... uma
melhora
no
aleitamento materno e
maior
estímulo
na
amamentação.
“Em grupos operativos de gestantes, onde tenho a E - Noto que muitas
oportunidade de orientar, estimulando as gestantes
mulheres têm medo de
a preparar o mamilo para a amamentação noto que
ficarem feias;
Profissional
muitas mulheres têm medo de ficarem feias, o auto F - Para as mães que
D
cuidado, juntamente com isso mostro os seus
trabalham, ensino a
benefícios, mostro que é possível as mães que
técnica
de
trabalham amamentar seus filhos. Para elas ensino
conservação do leite.
a técnica de conservação do leite...”
“O ontem:
G - No ontem as mulheres
eram orientadas pela
x as mulheres eram orientadas pela família, pela
família
e
tinham
observação das multíparas. Desde adolescentes
consciência
que
elas já tinham consciência que amamentar era o
amamentar
era
o
melhor para ela e para o bebê. As famílias
Profissional
melhor para ela e para
numerosas e sem conhecer o método LAM, era
E
o bebê.
o que as estimulavam mais.
H - A licença maternidade,
O hoje:
às vezes dificulta a
x as mulheres engravidam nas extremidades da
orientação.
vida fértil(menor de 18 anos e maior de 35 anos),
trabalham, a licença maternidade de 120 dias às E - O culto ao corpo, as
plásticas e a estética
vezes
dificulta
na
orientação para
a
75
amamentação. O culto ao corpo, às plásticas,
cada vez mais freqüente, a facilidade com o
aleitamento artificial, são fatores contraditórios,
que vão contra o aleitamento materno. ”
Profissional
F
Profissional
G
Profissional
H
Profissional I
Profissional J
“No dia-a-dia de nossa profissão, deparamos com
diversas situações em relação ao aleitamento
materno. Adolescentes de 14 a 18 anos, muitas
vezes, ao nosso ver... inexperientes para a vida,
chegam a nos deixar perplexos pela facilidade em
aceitar e aderir o aleitamento. Por outro lado
puérperas que já tem filhos, consideradas maduras,
não amamentam e não querem amamentar, pois a
mamadeira se torna mais fácil, pois ao ver da mãe o
RN dorme mais tempo e fica mais satisfeito.”
“Não há muito interesse de algumas gestantes
sobre o aleitamento materno, acham mais prático o
leite artificial, as chupetas e chuquinhas, outras
estão preocupadas com a estética. São poucas
aquelas que realmente se interessam pelo preparo
das mamas e sobre o aleitamento materno. Cabe a
nós profissionais de saúde orientá-las... sobre a
importância e necessidade do tema. Tentamos
abordá-las no curso de gestantes.”
“Sempre incentivei o aleitamento materno. As vezes
encontramos barreiras, mães jovens e resistentes,
falta de interesse de muitos profissionais. Porém se
vê que o vínculo entre mãe e filho aumenta no ato
de amamentar, e... é muito gratificante ver o
sucesso e a satisfação de muitas mães que querem
amamentar e buscam nossa ajuda para conseguir
isto e alcançam o sucesso com nossa ajuda. Vemos
também que o apoio do pai é de extrema
importância para a mulher amamentar, isso se
chama parceria...”
“Estimulo, ensino e oriento todas as puérperas
sobre a necessidade e a importância do aleitamento
materno exclusivo até o sexto mês. Oriento também
sobre o preparo dos mamilos a fim de evitar fissuras
e consequentemente, mastite puerperal. Porém
muitas mulheres não aderem ao aleitamento devido
a estética, por medo de ficarem feias, mesmo
depois de tanta orientação, elas não aceitam
mesmo... o que é lamentável, pois, o aleitamento
aproxima afetivamente mãe e filho sem contar nos
vários benefícios para ela e para o bebê.”
“Na minha experiência com o aleitamento materno,
noto que, está sendo bem valorizado na última
década e... tem aumentado gradativamente nesse
período, consegue-se uma boa média de mães que
amamentam exclusivamente até os seis meses de
idade do RN. É... maior a porcentagem de mães
que amamentam até um ano de idade, já um bom
número amamentam até dois anos de idade. Porém
dificulta o aleitamento materno uma orientação
incorreta durante a gravidez e nas primeiras
semanas de vida. A influência externa, como o
retorno precoce ao trabalho, o grande número de
prejudica
a
amamentação
I - O aleitamento artificial é
um fator contraditório
ao
aleitamento
materno.
G - Mães adolescentes
surpreendem
ao
aceitar e aderir ao
aleitamento,
I - Mães maduras não
amamentam ou não
querem, pela facilidade
da mamadeira.
I
-
Algumas gestantes
acham mais prático o
aleitamento artificial
E
Outras
estão
preocupadas com a
estética.
J – São poucas as
mulheres que tem
interesse.
L - Encontramos barreiras
como mães jovens e
resistentes
B - Falta de interesse de
muitos profissionais
M - O apoio do pai é de
extrema
importância
para
a
mulher
amamentar.
F – Estimulo, ensino e
oriento todas as
puérperas sobre a
necessidade e a
importância
do
aleitamento materno
exclusivo até o sexto
mês.
E - Muitas mulheres não
aderem ao aleitamento
devido a estética, por
medo de ficarem feias
N - Noto que, está sendo
bem valorizado na
última
década,
consegue-se uma boa
média de mães que
amamentam
exclusivamente até os
seis meses.
B - Dificulta o aleitamento
materno
uma
orientação
incorreta
durante a gravidez e
76
mães adolescentes que temos, o desmame
precoce, a facilidade do leite artificial... tudo isso é
uma grande dificuldade para o aleitamento
materno.”
Profissional
K
“Noto em minha profissão que o bebê que mama no
peito tem mais saúde, adoece menos, mas mesmo
muitas mães sabendo de todos os benefícios do
aleitamento, deixam de amamentar simplesmente
por medo de estragar o corpo... e... preferem dar o
leite artificial para seu filho, mesmo sabendo que o
leite materno é essencial para a saúde de seu filho.”
nas primeiras semanas
de vida
H - O retorno precoce ao
trabalho,
H - O desmame precoce
I - A facilidade do leite
artificial
O – Noto que o bebe que
mama no peito tem
mais saúde.
E - Muitas mães sabendo
de todos os benefícios
do aleitamento, deixam
de
amamentar
simplesmente
por
medo de estragar o
corpo
I - Preferem dar o leite
artificial para seu filho.
77
APÊNDICE E – Agrupamentos das ideias semelhantes originando as
categorias
QUESTÃO 7: COMENTE SUA EXPERIÊNCIA COM O ALEITAMENTO MATERNO
SUJEITOS
IDEIAS PRINCIPAIS SEMELHANTES
CATEGORIAS
ORIGINADAS
A
MAIORIA
DAS
A - Muitas amamentam menos de um mês, devido
MULHERES
querer dar conta dos serviços de casa e o leite
AMAMENTAM MENOS
Profissional A
seca mais rápido.
QUE DOIS MESES
eB
A - Mais de 50% das pacientes não amamentam
além de dois meses, talvez pela falta de
paciência principalmente quando se trata de
adolescentes.
B - Não encontramos ainda um bom incentivo ao
aleitamento materno dos profissionais;
NÃO
HÁ
MUITO
Profissional
B - Falta de interesse de muitos profissionais
ENVOLVIMENTO DOS
C, H e J
B - dificulta o aleitamento materno uma orientação
PROFISSINAIS
incorreta durante a gravidez e nas primeiras
semanas de vida
C - Trabalhamos com um número reduzido de
POUCO
Profissional C
profissionais.
PROFISSIONAIS
E
C – Falta de tempo dos profissionais, para
FALTA
DE
TEMPO
incentivar.
PARA INCENTIVAR O
ALEITAMENTO
D - com o alojamento conjunto, houve... uma
COM O ALOJAMENTO
Profissional C
melhora no aleitamento materno e maior
CONJUNTO
HOUVE
estímulo na amamentação.
MAIOR ESTÍMULO
E - Noto que muitas mulheres têm medo de ficarem
feias;
E - O culto ao corpo, as plásticas e a estética
HÁ
UMA
prejudica a amamentação
PREOCUPAÇÃO DAS
Profissional
E - Outras estão preocupadas com a estética
D, E, G, I e K E - Muitas mulheres não aderem ao aleitamento
MULHERES COM A
devido a estética, por medo de ficarem feias
ESTÉTICA
E - Muitas mães sabendo de todos os benefícios do
aleitamento,
deixam
de
amamentar
simplesmente por medo de estragar o corpo
F - Para as mães que trabalham, ensino a técnica
HÁ UM ESTÍMULO DOS
de conservação do leite.
Profissional D F – Estimulo, ensino e oriento todas as puérperas
PROFISSIONAIS PARA
eI
sobre a necessidade e a importância do
AS
MÃES
aleitamento materno exclusivo até o sexto mês.
AMAMENTAREM
Profissional E
eF
Profissional E
eJ
Profissional
E, F, G, J e K
G - No ontem as mulheres eram orientadas pela
família e tinham consciência que amamentar
era o melhor para ela e para o bebê.
G - Mães adolescentes surpreendem ao aceitar e
aderir ao aleitamento,
H - A licença maternidade, às vezes dificulta a
orientação.
H - O retorno precoce ao trabalho,
H - O desmame precoce
I - O aleitamento artificial é um fator contraditório ao
aleitamento materno.
I - Mães maduras não amamentam ou não querem,
pela facilidade da mamadeira.
I - Algumas gestantes acham mais prático o
aleitamento artificial
HÁ UMA DIFERENÇA
DE CONDUTAS DAS
MÃES DE HOJE COM A
DE ONTEM
RETORNO PRECOCE
AO
TRABALHO
DIFICULTA
A
AMAMENTAÇÃO
O
ALEITAMENTO
ARTIFICIAL
PREJUDICA
O
ALEITAMENTO
78
I - A facilidade do leite artificial
I - Preferem dar o leite artificial para seu filho.
J – São poucas as mulheres que tem interesse.
Profissional G
Profissional H
Profissional H
Profissional J
Profissional K
L - Encontramos barreiras como mães jovens e
resistentes
M - O apoio do pai é de extrema importância para a
mulher amamentar.
N - Noto que, está sendo bem valorizado na última
década, consegue-se uma boa média de mães
que amamentam exclusivamente até os seis
meses.
O – Noto que o bebe que mama no peito tem mais
saúde.
NATURAL
HÁ
DESINTERESSE
DAS MULHERES PARA
AMAMENTAR
HÁ BARREIRAS DAS
MÃES JOVENS
O APOIO DO PAI
FACILITA
A
AMAMENTAÇÃO
HOUVE UMA MELHORA
DA
ADESÃO
DA
AMAMENTAÇÃO
NA
ÚLTIMA DÉCADA
COM
A
AMAMENTAÇÃO
NO
PEITO O RN TEM MAIS
SAÚDE
79
APÊNDICE F- Extração das ideias principais
QUESTÃO 8: VOCÊ ACHA QUE O PROFISSIONAL DE SAÚDE INFLUENCIA A MÃE PARA O
ALEITAMENTO MATERNO? JUSTIFIQUE
SUJEITOS
DEPOIMENTOS
IDEIAS PRINCIPAIS
EXTRAÍDAS
Sim. “A puérpera tem que sair da maternidade ™ A puérpera tem que sair
amamentando. Isso depende da orientação e
da maternidade
Profissional conscientização do profissional de saúde.”
amamentando, isso
A
depende da orientação e
conscientização do
profissional de saúde.
Sim. “Para ter sucesso no aleitamento materno, a ™ O sucesso da
mulher precisa sentir-se segura e acreditar que é
amamentação está no
capaz de realizar esta tarefa. O principal, é no
profissional mostrar
momento propício que o profissional mostre todas
todas as vantagens do
aleitamento para que a
as vantagens do aleitamento para que a mulher
compreenda e aceite a prática do aleitamento.
mulher compreenda,
Profissional Devemos incentivá-la a participar dos grupos de
sente-se segura e aceite
B
a prática do aleitamento;
gestantes onde poderá trocar experiências e sanar
muitas dúvidas e ainda contar com apoio do ™ Devemos incentivá-la a
participar dos grupos de
profissional.”
gestantes onde poderá
trocar experiências e
sanar muitas dúvidas e
ainda contar com apoio
do profissional.
Sim. “Quando o profissional mostra os pontos ™ Quando o profissional
mostra os pontos
positivos do aleitamento materno e os benefícios
Profissional para o bebê, com certeza há um interesse da mãe
positivos do aleitamento
C
na saúde de seu filho.”
materno, há um
interesse da mãe.
Sim. “Devido ao conhecimento científico e também ™ Amenizando
a técnica adequada, amenizando complicações
complicações para a
para a mulher e garantindo o aleitamento exclusivo
mulher e garantindo o
que auxilia muito no desenvolvimento do RN, o
aleitamento exclusivo,
Profissional profissional ganha a confiança da mãe, o que
com conhecimento
D
influencia na prática do aleitamento materno.”
científico e técnica
adequada;
™ O profissional ganha a
confiança da mãe.
Sim. “No pré- natal, o obstetra desde o início, na ™ No pré- natal, o obstetra
primeira consulta já pode mostrar a importância do
desde o início, na
aleitamento materno como o preparo das mamas.
primeira consulta já
No puerpério, o pediatra também pode estimular e
pode mostrar a
muito, mostrando a importância e valores
importância do
Profissional nutricionais do leite materno para o recém nato. E ...
aleitamento materno;
E
a convivência com este profissional se torna mais ™ Ganhar a confiança da
freqüente do que com o próprio obstetra. Ganhar a
mulher garante o
confiança da mulher garante o sucesso do
sucesso do aleitamento.
aleitamento.”
Sim. “Explicando, aconselhando, mostrando a ™ Explicando,
importância do aleitamento materno para a saúde
aconselhando
Profissional do recém nascido nos primeiros 6 meses de vida,
mostrando a importância
F
benefícios que traz para a mãe e o elo que os une
do aleitamento
nesse momento tão sagrado. OBS: o Save – Milk,
(benefícios que traz para
para puérperas com mamilos invertidos ou planos,
a mãe, o elo que os une
tem sido uma conquista inédita. Sempre que
nesse momento).
percebo isso, incentivo-as a adquirir e ... é com
80
Profissional
G
Profissional
H
Profissional I
Profissional J
grande satisfação que elas aderem.”
Sim. “Com um bom acolhimento, uma boa
orientação cria-se um vínculo de confiança e
segurança entre o profissional de saúde e a nutriz, o
que garante um bom aleitamento materno sem
grandes dificuldades.”
Sim. “O profissional de saúde tem muita influência
sobre a mãe, por isso deve ser feita uma boa
orientação, pois, uma orientação mal dada ou mal
entendida leva a grande erros no processo de
amamentar. E ... é de total responsabilidade do
profissional garantir que a mãe possa amamentar
sem complicações para não influenciar o desmame
precoce.”
Sim. “Os casos de desmame antes dos seis meses,
ocorre na maioria dos casos, por falta de orientação
e por ignorar a importância do aleitamento em
relação aos profissionais de saúde. E ... estimular
mamadeiras, chuquinhas, chupetas, além de chá, e
água até o sexto mês prejudica sem dúvida o
aleitamento. ”
Sim. “Cabe ao profissional de saúde orientar as
mães sobre como amamentar, a importância do
aleitamento materno e seus benefícios, a maneira
correta, as dificuldades e soluções encontradas.
Esse profissional deve ter um vínculo de afeto e
confiança com a mãe que vai acatar suas
orientações. A recepção da nutriz no serviço de
saúde deve obedecer livre demanda para que
nenhuma dúvida demore a ser resolvida porque
nesse período a primeira opção é a mamadeira em
caso de dificuldade, e ... uma vez instituída
dificilmente será abandonada. Em uma unidade
onde todos os profissionais são orientados para o
aleitamento materno em todas as fases que o
envolve, grupos de adolescentes, curso de
gestantes, planejamento familiar, puericultura e
saúde da criança, entre outros, o sucesso do
aleitamento materno é maior.
O profissional de saúde deve orientar a nutriz sobre
a melhor forma de amamentar seu filho fornecendo
à ela soluções para problemas surgidos e montando
esquemas de dieta que possibilitem a mãe à
continuar amamentando dentro do possível mesmo
quando necessária a inclusão de outros tipos de
dieta. Fazer a mãe se sentir bem, na criação de seu
filho sem culpas é... um fator importante para que
as mães voltem a amamentar seus próximos filhos.
É fundamental e de suma importância que o
profissional de saúde acredite na amamentação.”
Sim. “É orientando a dar somente leite materno até
os seis meses, ela não deve oferecer
complementos ao leite materno, mamadeiras, pois,
™ Bom acolhimento;
™ Uma boa orientação;
™ Criar um vínculo de
confiança e segurança
entre o profissional de
saúde e a nutriz garante
um bom aleitamento
materno sem grandes
dificuldades.
™ Uma boa orientação;
™ É de total
responsabilidade do
profissional garantir que
a mãe possa amamentar
sem complicações para
não influenciar o
desmame precoce
™ Desmame antes dos
seis meses, ocorre na
maioria dos casos, por
falta de orientação;
™ Estimular mamadeiras,
chuquinhas, chupetas,
além de chá, e água até
o sexto mês prejudica
sem dúvida o
aleitamento.
™ Cabe ao profissional de
saúde orientar as mães
sobre como amamentar;
™ Esse profissional deve
ter um vínculo de afeto e
confiança com a mãe;
™ Recepção da nutriz no
serviço de saúde deve
ser rápido e resolver o
problema (a mamadeira
em caso de dificuldade,
for instituída dificilmente
será abandonada);
™ Profissional de saúde
deve orientar a nutriz
sobre a melhor forma de
amamentar;
™ Fazer a mãe se sentir
bem;
™ É fundamental e de
suma importância que o
profissional de saúde
acredite na
amamentação.
™ Orientando a dar
somente leite materno
até os seis meses;
81
Profissional k
ele é tudo que a criança precisa. Para que o
aleitamento exclusivo seja bem sucedido é
importante que... além de da mãe estar motivada, o
profissional de saúde saiba orientá-la e apresentar
propostas para resolver os problemas mais comuns
enfrentados por ela durante a amamentação.”
™ Não deve oferecer
complementos ao leite
materno, mamadeiras;
™ Além de a mãe estar
motivada, o profissional
de saúde saiba orientála e apresente propostas
para resolver os
problemas mais
comuns.
82
APÊNDICE G- Identificação uniforme, por semelhanças das ideias principais
extraídas
QUESTÃO 8: VOCÊ ACHA QUE O PROFISSIONAL DE SAÚDE INFLUENCIA A MÃE PARA O
ALEITAMENTO MATERNO? JUSTIFIQUE
SUJEITOS
DEPOIMENTOS
IDEIAS PRINCIPAIS
IDENTIFICADAS POR
SEMELHANÇA
Sim. “A puérpera tem que sair da maternidade A - A puérpera tem que
amamentando. Isso depende da orientação e
sair da maternidade
Profissional conscientização do profissional de saúde.”
amamentando,
isso
A
depende da orientação e
conscientização
do
profissional de saúde.
Sim. “Para ter sucesso no aleitamento materno, a B - O sucesso da
mulher precisa sentir-se segura e acreditar que é
amamentação está no
capaz de realizar esta tarefa. O principal, é no
profissional
mostrar
momento propício que o profissional mostre todas
todas as vantagens do
as vantagens do aleitamento para que a mulher
aleitamento para que a
compreenda e aceite a prática do aleitamento.
mulher
compreenda,
Devemos incentivá-la a participar dos grupos de
sente-se segura e aceite
Profissional gestantes onde poderá trocar experiências e sanar
a prática do aleitamento;
B
muitas dúvidas e ainda contar com apoio do C - Devemos incentivá-la a
profissional.”
participar dos grupos
de gestantes onde
poderá
trocar
experiências e sanar
muitas dúvidas e ainda
contar com apoio do
profissional.
Sim. “Quando o profissional mostra os pontos B - Quando o profissional
positivos do aleitamento materno e os benefícios
mostra
os
pontos
Profissional para o bebê, com certeza há um interesse da mãe
positivos do aleitamento
C
na saúde de seu filho.”
materno,
há
um
interesse da mãe.
Sim. “Devido ao conhecimento científico e também D
Amenizando
complicações para a
a técnica adequada, amenizando complicações
para a mulher e garantindo o aleitamento exclusivo
mulher e garantindo o
Profissional que auxilia muito no desenvolvimento do RN, o
aleitamento
exclusivo,
D
profissional ganha a confiança da mãe, o que
com
conhecimento
influencia na prática do aleitamento materno.”
científico
e
técnica
adequada;
E - O profissional ganha a
confiança da mãe.
Sim. “No pré- natal, o obstetra desde o início, na B - No pré- natal, o
primeira consulta já pode mostrar a importância do
obstetra desde o início,
aleitamento materno como o preparo das mamas.
na primeira consulta já
pode
mostrar
a
No puerpério, o pediatra também pode estimular e
importância
do
Profissional muito, mostrando a importância e valores
E
nutricionais do leite materno para o recém nato. E ...
aleitamento materno;
a convivência com este profissional se torna mais E - Ganhar a confiança da
freqüente do que com o próprio obstetra. Ganhar a
mulher
garante
o
confiança da mulher garante o sucesso do
sucesso do aleitamento.
aleitamento.”
Sim. “Explicando, aconselhando, mostrando a B
Explicando,
Profissional importância do aleitamento materno para a saúde
aconselhando
F
do recém nascido nos primeiros 6 meses de vida,
mostrando a importância
benefícios que traz para a mãe e o elo que os une
do
aleitamento
83
Profissional
G
Profissional
H
Profissional I
Profissional J
nesse momento tão sagrado. OBS: o Save – Milk,
para puérperas com mamilos invertidos ou planos,
tem sido uma conquista inédita. Sempre que
percebo isso, incentivo-as a adquirir e ... é com
grande satisfação que elas aderem.”
Sim. “Com um bom acolhimento, uma boa
orientação cria-se um vínculo de confiança e
segurança entre o profissional de saúde e a nutriz, o
que garante um bom aleitamento materno sem
grandes dificuldades.”
Sim. “O profissional de saúde tem muita influência
sobre a mãe, por isso deve ser feita uma boa
orientação, pois, uma orientação mal dada ou mal
entendida leva a grandes erros no processo de
amamentar. E... é de total responsabilidade do
profissional garantir que a mãe possa amamentar
sem complicações para não influenciar o desmame
precoce.”
Sim. “Os casos de desmame antes dos seis meses,
ocorre na maioria dos casos, por falta de orientação
e por ignorar a importância do aleitamento em
relação aos profissionais de saúde. E ... estimular
mamadeiras, chuquinhas, chupetas, além de chá, e
água até o sexto mês prejudica sem dúvida o
aleitamento. ”
Sim. “Cabe ao profissional de saúde orientar as
mães sobre como amamentar, a importância do
aleitamento materno e seus benefícios, a maneira
correta, as dificuldades e soluções encontradas.
Esse profissional deve ter um vínculo de afeto e
confiança com a mãe que vai acatar suas
orientações. A recepção da nutriz no serviço de
saúde deve obedecer livre demanda para que
nenhuma dúvida demore a ser resolvida porque
nesse período a primeira opção é a mamadeira em
caso de dificuldade, e ... uma vez instituída
dificilmente será abandonada. Em uma unidade
onde todos os profissionais são orientados para o
aleitamento materno em todas as fases que o
envolve, grupos de adolescentes, curso de
gestantes, planejamento familiar, puericultura e
saúde da criança, entre outros, o sucesso do
aleitamento materno é maior.
O profissional de saúde deve orientar a nutriz sobre
a melhor forma de amamentar seu filho fornecendo
à ela soluções para problemas surgidos e montando
esquemas de dieta que possibilitem a mãe à
continuar amamentando dentro do possível mesmo
quando necessária a inclusão de outros tipos de
dieta. Fazer a mãe se sentir bem, na criação de seu
filho sem culpas é... um fator importante para que
as mães voltem a amamentar seus próximos filhos.
É fundamental e de suma importância que o
(benefícios que traz para
a mãe, o elo que os une
nesse momento).
E - Bom acolhimento;
E - Uma boa orientação;
E - Criar um vínculo de
confiança e segurança
entre o profissional de
saúde e a nutriz garante
um bom aleitamento
materno sem grandes
dificuldades.
A - Uma boa orientação;
B
É
de
total
responsabilidade
do
profissional garantir que
a mãe possa amamentar
sem complicações para
não
influenciar
o
desmame precoce
F - Desmame antes dos
seis meses, ocorre na
maioria dos casos, por
falta de orientação;
F - Estimular mamadeiras,
chuquinhas, chupetas,
além de chá, e água até
o sexto mês prejudica
sem
dúvida
o
aleitamento.
A - Cabe ao profissional de
saúde orientar as mães
sobre como amamentar;
E - Esse profissional deve
ter um vínculo de afeto e
confiança com a mãe;
E - Recepção da nutriz no
serviço de saúde deve
ser rápido e resolver o
problema (a mamadeira
em caso de dificuldade,
for instituída dificilmente
será abandonada);
A - Profissional de saúde
deve orientar a nutriz
sobre a melhor forma de
amamentar;
E - Fazer a mãe se sentir
bem;
G - É fundamental e de
suma importância que o
profissional de saúde
acredite
na
amamentação.
84
Profissional k
profissional de saúde acredite na amamentação.”
Sim. “É orientando a dar somente leite materno até
os seis meses, ela não deve oferecer
complementos ao leite materno, mamadeiras, pois,
ele é tudo que a criança precisa. Para que o
aleitamento exclusivo seja bem sucedido é
importante que... além de da mãe estar motivada, o
profissional de saúde saiba orientá-la e apresentar
propostas para resolver os problemas mais comuns
enfrentados por ela durante a amamentação.”
A
- Orientando a dar
somente leite materno
até os seis meses;
F - Não deve oferecer
complementos ao leite
materno, mamadeiras;
E - Além de a mãe estar
motivada, o profissional
de saúde saiba orientála e apresente propostas
para
resolver
os
problemas
mais
comuns.
85
APÊNDICE H - Agrupamentos das ideias principais semelhantes originando as
categorias
QUESTÃO 8: VOCÊ ACHA QUE O PROFISSIONAL DE SAÚDE INFLUENCIA A MÃE PARA O
ALEITAMENTO MATERNO? JUSTIFIQUE
SUJEITOS
IDEIAS PRINCIPAIS SEMELHANTES
CATEGORIAS
ORIGINADAS
A - A puérpera tem que sair da maternidade
amamentando, isso depende da orientação e
conscientização do profissional de saúde.
A - Uma boa orientação
Profissional A - Cabe ao profissional de saúde orientar as mães
ORIENTAÇÕES
A, H, J e K
sobre como amamentar;
ADEQUADAS ÀS MÃES
A - Profissional de saúde deve orientar a nutriz
sobre a melhor forma de amamentar;
A - Orientando a dar somente leite materno até os
seis meses;
B - O sucesso da amamentação está no profissional
mostrar todas as vantagens do aleitamento para
que a mulher compreenda, sente-se segura e
aceite a prática do aleitamento;
B - Quando o profissional mostra os pontos
positivos do aleitamento materno, há um
interesse da mãe;
AS VANTAGENS DO
Profissional B - No pré- natal, o obstetra desde o início, na
ALEITAMENTO
B, C, E, F, H
primeira consulta já pode mostrar a importância
MATERNO
eB
do aleitamento materno;
B - Explicando, aconselhando mostrando a
importância do aleitamento (benefícios que traz
para a mãe, o elo que os une nesse momento);
B - É de total responsabilidade do profissional
garantir que a mãe possa amamentar sem
complicações para não influenciar o desmame
precoce.
C - Devemos incentivá-la a participar dos grupos de
PARTICPAÇÃO DE
GRUPOS DE
gestantes onde poderá trocar experiências e
Profissional
sanar muitas dúvidas e ainda contar com apoio
GESTANTES
B
do profissional.
Profissional
D
Profissional
D, E, G, J e
K
D - Amenizando complicações para a mulher e
garantindo o aleitamento exclusivo, com
conhecimento científico e técnica adequada.
E - O profissional ganha a confiança da mãe;
E - Bom acolhimento;
E - Uma boa orientação;
E - Criar um vínculo de confiança e segurança entre
o profissional de saúde e a nutriz garante um
bom aleitamento materno sem grandes
dificuldades;
E - Esse profissional deve ter um vínculo de afeto e
confiança com a mãe;
E - Fazer a mãe se sentir bem;
E - Recepção da nutriz no serviço de saúde deve
ser rápido e resolver o problema (a mamadeira
em caso de dificuldade, for instituída dificilmente
será abandonada);
E - Além de a mãe estar motivada, o profissional de
CONHECIMENTO
CIENTÍFICO
VÍNCULO ENTRE MÃE E
PROFISSIONAL
86
F
Profissional I
eK
F
F
Profissional
J
G
saúde saiba orientá-la e apresente propostas
para resolver os problemas mais comuns.
- Desmame antes dos seis meses, ocorre na
maioria dos casos, por falta de orientação;
- Estimular mamadeiras, chuquinhas, chupetas,
além de chá, e água até o sexto mês prejudica
sem dúvida o aleitamento;
- Não deve oferecer complementos ao leite
materno, mamadeiras.
- É fundamental e de suma importância que o
profissional de saúde acredite na amamentação.
ESTIMULA O USO DE
MAMADEIRA E
COMPLEMENTOS
ALIMENTARES
ACREDITAR NA
AMAMENTAÇÃO
87
ANEXO A - Parecer Consubstanciado Nº 591/2010
88
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ALEITAMENTO MATERNO