disciplina: Manutenção cursos: Engenharia de Produção; Engenharia Mecânica. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 1 Gestão estratégica da manutenção Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 2 A Função Manutenção • Definição clássica: É o conjunto de atividades paralelas à fabricação e/ou às operações de uma atividade empresarial, cujo objetivo é garantir os compromissos de produção e o cumprimento da missão da empresa; – Se a missão está associada à fabricação de um produto ou prestação de um serviço, tem-se a Manutenção Industrial; – Se a missão está associada ao projeto e ao uso de um produto ou serviço, tem-se a Assistência Técnica. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 3 A Função Manutenção • Definição mais recente: É o conjunto de atividades integradas à função produção que dá suporte tecnológico ao cumprimento da missão. Este suporte se dá ao menos: (i) na definição do uso ótimo dos ativos produtivos existentes, (ii) no gerenciamento da vida útil; e (iii) na evolução tecnológica destes ativos; – Função Produção = Compras + Fabricação/Prestação + Vendas. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 4 A Função Manutenção: três níveis de gestão • Operacional: corrigir os problemas, sanar os defeitos, otimizar o uso dos recursos produtivos; • Tático: antecipar os problemas previsíveis, sanar ou ao menos prevenir os defeitos antes que aconteçam, otimizar o uso dos recursos necessários; • Estratégico: transformar o contexto produtivo de modo a otimizar o cumprimento da missão. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 5 A não-qualidade na manutenção serviço falha conseqüência Transportes aéreos Colapsos em aeronaves ou equipamentos de terra Atrasos, perda de negócios, acidentes Médicos e de saúde Colapsos em equipamentos médicos ou de transporte Diagnósticos errados, perda de vidas Saneamento Colapsos em equipamentos ou dutos Desperdícios, saúde pública Energia elétrica Colapsos em equipamentos de geração e transmissão Segurança, produtividade Obras viárias Colapsos em equipamentos de produção ou transporte Acidentes, produtividade, desperdícios Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 6 Relação da Função Manutenção com outras funções na organização Logística RH de Manutenção Materiais reposição, Industrial ferramentas Assistência Técnica Materiais de reposição, ferramentas deslocamentos e entregas Recrutamento, seleção, treinamento de profissionais Engenharia/P & D Fabricação Marketing Arranjos industriais, novos processos, erros de projeto Plano de produção, rendimentos, modificações em processos Cumprimento de prazos; programação de entregas Erros de fabricação Possibilidade de novos negócios, modificações em produtos Modificações Novos produtos, erros de projeto e de funcionamento Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 7 A Função Produção: visão de processo Recursos variáveis: Materiais; Informação; e Energia. Recursos fixos: Processos de transformação clientes Instalações; e Pessoal. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 8 Gestão do processo de produção Recursos variáveis: materiais; informação; e energia. Recursos fixos: Processos de transformação clientes instalações; e pessoal. Logística integrada Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 9 Gestão do processo de produção Marketing e assistência técnica Manutenção e engenharia industrial Recursos variáveis: materiais; informação; e energia. Recursos fixos: Processos de transformação clientes instalações; e pessoal. Logística integrada Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 10 Estudo de caso • Formar grupos de trabalho; • Escolher uma empresa e um processo; • Desenhar o esquema de gestão do processo de produção, localizar e individualizar a gestão da manutenção e da assistência técnica, se houver; • Apresentar ao grande grupo e colher críticas. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 11 Considerações sobre estratégias • Não existe estratégia certa ou errada: toda estratégia é mais ou menos válida para uma organização em um dado momento; – A estratégia é situacional: pode variar de acordo com as alternâncias do ambiente de negócios; – A estratégia é dinâmica: uma dada estratégia pode variar ao longo do tempo; – A estratégia não é monolítica: uma organização pode ao mesmo tempo ter mais de uma estratégia, dependendo das particularidades dos processos. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 12 Intervenções, estratégias, metaestratégias de manutenção • Uma estratégia é formada por objetivos e cursos de ação sobre os quais um decisor pode optar; – A estratégia é descrita pelo tipo de intervenção principal que o curso de ação escolhido prescreve; – Para cada diagnóstico possível e recursos disponíveis, um curso de ação é mais indicado: a estratégia é um jogo de encaixes (puzzle-game); – Meta-estratégias são definições maiores tomadas antes do diagnóstico e definirão como o diagnóstico será feito para se chegar às estratégias. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 13 Tipologia das intervenções de manutenção • Defeito: há uma perda em alguma característica de qualidade do equipamento, tal como a produtividade, a segurança ou a qualidade do produto. É possível produzir, mas com ritmo, segurança ou qualidade reduzida; • Quebra: o defeito é de tal monta que impede qualquer tipo de produção; – A quebra se origina de um defeito, mas um defeito não necessariamente se torna uma quebra; – Sempre é possível prever redundâncias e poka-yokes. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 14 Tipologia das intervenções de manutenção • Ao menos duas escolas de gestão de manutenção influenciam a escola brasileira e oferecem definições com algumas divergências entre si: as escolas nipo-americana e européia; • A definição tipológica afeta a estratégia: a tipificação das intervenções é relevante para o planejamento dos recursos e da estratégia de ação. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 15 Escola nipo-americana • Emergência (breakdown ou shutdown): há perda total dos requisitos de qualidade da produção ou do serviço, o serviço de manutenção não pode ser programado; • Corretiva: há perda parcial dos requisitos de qualidade da produção ou do serviço, o serviço de manutenção pode ser programado; • Preventiva: intervenção originada de um plano pré-agendado. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 16 Escola nipo-americana • Preditiva: intervenção originada de um diagnóstico, construído a partir de: – Inspeção (check-list) ou medição; – Modelos numéricos alimentados por medições; – Modelos puramente teóricos (confiabilidade); – Reforma (overhaul): intervenção com troca significativa de partes; – Modernização (retrofitting): reforma com troca de tecnologia; Fonte: Maintenance Engineering Handbook, Higgins; Nippon Steel Corporation, Muroran Works. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 17 Escola européia • Corretiva: Opera até quebrar, a intervenção ocorre de forma não-planejada; • Preventiva: intervenção originada de um plano pré-agendado; • Preditiva: intervenção originada de um diagnóstico; • Detectiva: intervenção em falhas ocultas; • Engenharia de manutenção: identifica a causa da falha e modifica o projeto. Fonte: Monchy, 1989 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 18 Comparação entre as escolas Nipo- americana Européia Emergência Corretiva Corretiva Eng. Manutenção Preventiva Preventiva Preditiva Preditiva Detectiva Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 19 Estratégias de manutenção segundo a escola nipo-americana • O tipo de estratégia de manutenção é determinado pela classe do fenômeno que cerca a intervenção; • A tipificação da estratégia permite especificar com mais precisão que recursos materiais e humanos são requeridos; • A tipificação da estratégia torna possível inserir uma abordagem científica na gestão da manutenção. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 20 Estratégias de manutenção segundo a escola nipo-americana • Quebra consentida associada à emergência: – Ações ocorrem após as quebras, admitindo apenas reparos imediatos (troca a peça A pela peça A); – Não exige tempo para investigações nem melhorias; – Adequada a equipamentos sem redundância ou sobra de capacidade; – Alta disponibilidade, baixo custo, alta degradação do equipamento, antecipando a reforma. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 21 Estratégias de manutenção segundo a escola nipo-americana • Quebra consentida associada à corretiva: – Ações ocorrem após as quebras, mas admite a correção de erros de projeto; – Requer tempo para preparação, análise da falha e planejamento da melhoria; – Adequada a equipamentos com redundância ou sobra de capacidade; – Menor disponibilidade, maior custo, menor degradação do equipamento em relação à emergência. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 22 Estratégias de manutenção segundo a escola nipo-americana • Manutenção sistemática incondicional, associada à preventiva: – Admite planejamento prévio e incondicional de serviços; – Requer tempo para preparação; – Adequada a equipamentos de alta importância ou com falta de capacidade; – Alta disponibilidade, alto custo, baixa degradação do equipamento, postergando a reforma. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 23 Estratégias de manutenção segundo a escola nipo-americana • Manutenção sistemática condicional, associada à preditiva: – Admite planejamento condicional de serviços por inspeções, monitorações e modelos de confiabilidade; – Requer pouco tempo para preparação; – Adequada a equipamentos de média importância ou com falta de capacidade apenas eventual; – Menor disponibilidade, menor custo, maior degradação do equipamento em relação à preventiva. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 24 Estratégias de manutenção segundo a escola nipo-americana • Reforma (overhaul): – Corrige a degradação do equipamento; – Exige muito tempo para o planejamento; • Modernização (retrofitting): – Corrige a inadequação da tecnologia ao objetivo da empresa e envolve troca de sub-sistemas; – Exige muito tempo para o planejamento. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 25 Meta-estratégias • Três cenários meta-estratégicos primitivos são observados na gestão da manutenção: – manutenção centrada no equipamento: as decisões de manutenção são tomadas tendo em mente o que é bom para a máquina; – manutenção centrada no processo: as decisões de manutenção são tomadas tendo em mente o que é bom para o processo; e – meta-modelos de manutenção: as decisões de manutenção são tomadas tendo em mente modelos já propostos por especialistas. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 26 Meta-estratégias • Manutenção centrada no equipamento; – As necessidades dos equipamentos são atendidas, mesmo com risco para a missão. O processo cede espaço para a manutenção; • Manutenção centrada no processo; – As necessidades da missão são atendidas, mesmo com risco para os equipamentos. A manutenção aproveita as oportunidades cedidas pelo processo; e • Meta-modelos de manutenção; – As ações são baseadas em prescrições de boas práticas formuladas por especialistas e fabricantes. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 27 Meta-estratégias • Manutenção centrada no equipamento; – Ocorre quando a perda da quebra é superior ao valor do processo e não vale a pena assumir o risco. Ex.: ônibus e aeronaves; • Manutenção centrada no processo; – Ocorre quando a perda por quebra é inferior ao valor do processo e vale a pena assumir o risco. Ex.: máquinas operatrizes; e • Meta-modelos de manutenção – A manutenção adota um programa geral já testado em outras situações. Ex. TPM; CBM; RCM; MCN. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 28 Alguns meta-modelos de manutenção – Manutenção produtiva: a intervenção é gerada por uma inadequação do desempenho ou da situação do equipamento em relação aos objetivos de produção. Corrige falhas de instalação e de projeto e interage e acompanha a evolução da operação, com equipes integradas operação-manutenção; – Manutenção baseada em condição: a intervenção é gerada pela existência de um diagnóstico que aponta que há um processo de falha em andamento e uma data mais provável de ocorrência da falha. Há pouco tempo para a preparação. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 29 Alguns meta-modelos de manutenção – Manutenção centrada em confiabilidade: a intervenção é gerada pela existência de um modelo teórico, com data mais provável de ocorrência de uma falha ou com a curva de perda de confiabilidade da operação. Há muito tempo para a intervenção; – Manutenção centrada no negócio: a intervenção é gerada pela existência de uma necessidade negocial. Se determinada característica de desempenho for necessária para a estratégia do negócio (custo, qualidade, novos produtos), as ações de manutenção devem ser direcionadas para esta característica. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 30 Estratégias mistas Equipamento restringido emergência preventiva X X Produto de alto valor X X X X X X reforma modernização Produto de baixo valor X corretiva preditiva Equipamento nãorestringido X X Prof. Dr. Miguel A. Sellitto X 31 Cenários estratégicos mistos Centrada no equipamento Centrada no processo Centrada no negócio X emergência corretiva X preventiva X X preditiva X reforma X modernização TPM, RCM X X Prof. Dr. Miguel A. Sellitto X 32 Estudos de caso: em grupos • Escolha uma área de sua empresa e liste os equipamentos mais importantes; • Preencha a matriz estratégica e faça um diagnóstico; • Que estratégias a empresa usa? Que estratégias poderia usar? O que é possível propor de modificação para a empresa? • Apresente ao grande grupo e receba suas críticas. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 33 Matriz estratégica É restrição permanente? É restrição eventual ? Produto de baixo valor? estratégia atual estratégia indicada Equip. 1 Equip. 2 Equip. 3 Equip. 4 Equip. 5 Equip. 6 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 34 Ligação com a estratégia de produção • A estratégia de produção persegue os seguintes objetivos: – Redução de custo; – Aumento de qualidade; – Aumento na confiabilidade no prazo de entrega: preventiva; – Aumento de flexibilidade; e – Promoção da inovação. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 35 Ligação com a estratégia de produção • Para cada objetivo de produção, é mais adequada uma estratégia de manutenção: – Redução de custo: emergência; – Aumento de qualidade: preditiva; – Aumento na confiabilidade no prazo de entrega: preventiva; – Aumento de flexibilidade: corretiva; e – Promoção da inovação: modernização. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 36 Prática individual • Para sua empresa: − Coloque em ordem de importância (1 = menos; 5 = mais) os cinco objetivos estratégicos de produção; − Coloque em ordem de freqüência (1 = menos executada; 5 = mais executada) as cinco estratégias de manutenção citadas; − Calcule a distância absoluta total entre as importâncias e as freqüências (0 = alinhamento total entre as estratégias de manutenção e de produção). Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 37 Exemplo: indústria siderúrgica japonesa Até 1954 1954 - 63 1963 - 75 1976 - 80 1981 - 87 após 87 Emergência Preventiva Produtiva Corretiva Preditiva TPM Mudanças principais no gerenciamento Não há tarefas de inspeção e preventivas Manutenção faz inspeções, preventivas e controla terceiros Inspeção, melhorias pela operação, controles centralizados Melhorias, terceiros e controles na operação, reformas centralizadas Diagnóstico (CBM), controles do CBM e EM centralizados Transferên cia total para operação, só reformas centralizadas Quebras Alta Média Média Baixa Muito Baixa Muito Baixa Degradação Alta Baixa Baixa Baixa Muito Baixa Muito Baixa Custos Baixo Alto Médio Baixo Muito Baixo Tende a zero Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 38 Gestão de recursos de manutenção Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 39 Gestão de recursos de manutenção • A gestão dos recursos inclui: – Recursos humanos: formação profissional, liderança e comando; – Recursos materiais: equipamentos, materiais e peças-reservas; e – Recursos de informação: apoio à análise e decisão. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 40 Estrutura de comando de manutenção • Gerência de manutenção: – Assessoria e apoio administrativo; • Engenharia de manutenção; – Planejamento e controle de manutenção; – Melhorias em equipamentos existentes; – Novos equipamentos; • Mecânica e elétrica de campo; – Emergência; – Planejada; – Terceiros e externos. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 41 Estrutura de comando de manutenção • Oficinas internas e externas; – Ferramentaria; – Caldeiraria; – Usinagem; – Predial, refratários; – Bobinagem e reparos em motores; – Operações elétricas; – Metrologia; – Transportes e veículos. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 42 Estrutura de comando de manutenção • Utilidades; – Refrigeração industrial e predial; – Administração de energéticos: geração e distribuição de vapor, de ar comprimido, da energia elétrica e gases industriais; e – UPS´s: Uninterrupted Power Systems. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 43 Recursos materiais • Manutenção de campo: – ferramentas, instrumentos, desenhos, EPI´s; • Oficinas: – equipamentos fixos (tornos, fresas, etc.); – equipamentos móveis (máquinas de solda, materiais de lubrificação e graxa, etc.); – ferramentas e suprimentos (eletrodos, cabos, etc.); – instrumentos (metrologia); – EPI´s. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 44 Recursos materiais • Engenharia de manutenção: – redes de micros com AutoCad, para revisão e atualização de desenhos; – mapoteca e biblioteca com documentação técnica; – redes de micros e base de dados com sistema de apoio à decisão; e – acesso aos sistemas de materiais, pessoal e produção. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 45 Sistemas de informação • Sistemas transacionais: – consulta ao almoxarifado; – consulta à situação de pessoal; – consulta ao plano de fabricação/operações; • Sistemas de informações gerenciais (SIG): – gestão por indicadores de desempenho; – gestão por tomada de decisão pontual; Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 46 Sistema de apoio à decisão de manutenção Pendências dos planos anteriores Histórico Back-log Intervenções Preventivas: vêm do sistema Plano Mestre de manutenção Resultados Intervenções preditivas e de confiabilidade Programação das equipes Corretivas pendentes: vêm das áreas Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 47 Estudos de caso: em grupos • Escolha uma área de sua empresa e liste os recursos mais importantes de manutenção; – Recursos humanos: quantidade, formação, estrutura de comando; – Recursos materiais: equipamentos, materiais, peças-reserva, almoxarifados; – Sistema de informação; • Apresente ao grande grupo e receba suas críticas. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 48 Gestão de custos de manutenção e políticas permanentes Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 49 Gestão dos custos de manutenção • Os custos de manutenção podem ser agrupados em duas categorias: – Mão-de-obra: própria, terceiros com alguma regularidade, terceiros eventuais, serviços específicos de terceiros; e – Materiais: materiais de consumo permanente, de consumo eventual, peças-reserva e energéticos. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 50 Custos com mão-de-obra • Própria: empregados e estagiários da empresa; • Terceiros com alguma regularidade: contratos temporários, periódicos ou com escopo variável, tais como assistência técnica, serviços de usinagem, soldagem, bobinagem, etc.; • Terceiros eventuais: contratações sob demanda, tais como mão-de-obra por hora ou por escopo para atividades de manutenção local ou de equipamento, instalação ou montagem, • Serviços específicos de terceiros, tais como projeto, assessoria, consultoria, treinamento. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 51 Custos com materiais • Consumo permanente: materiais de baixo valor que são usados em grande quantidade, tais como tintas, graxas, eletrodos, lâmpadas; • Consumo eventual: componentes de baixo valor, requisitados eventualmente, e que podem ser usados em várias posições, tais como rolamentos, engrenamentos, disjuntores, cabos; • Peças-reservas: componentes e sub-sistemas de alto valor, que podem ou não ser usados, em poucas posições, mas que garantem segurança operacional, tais como transformadores, motores, caixas de transmissão, válvulas direcionais; • Energéticos, tais como eletricidade, vapor, gases. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 52 Apropriação de custos de manutenção • Ao menos dois métodos são observados nas empresas para a apropriação dos custos de manutenção: ─ Centros de custos da empresa; ─ Controle por tags dos equipamentos; • Apurado o custo de manutenção, este é apropriado ao custo de produção. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 53 Apropriação de custos de manutenção • Centros de custos: − Toda contratação de mão-de-obra externa, requisição de material ao almoxarifado e requisição de compra deve informar o centro de custo destinatário da contratação; − Se a contratação envolver mais de um centro de custo, o valor deve ser rateado segundo um critério; − Toda mão-de-obra própria deve ser alocada ao centro de custo que recebeu o serviço; − Mão-de-obra administrativa ou que envolve mais de um centro de custo deve ser rateada. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 54 Apropriação de custos de manutenção • Controle por tags: – Atribuem-se tag’s aos equipamentos na forma XXnnXXnnXXnn (área, equipamento, componente); – P. ex.: Z03J01M02 representa: motor n° 2 do elevador n°1 da moagem n°3; – Toda contratação deve conter o tag destinatário; – Ao fim, o sistema de custos apropria o custo de manutenção de cada equipamento e o sistema de custos de produção os distribui aos produtos, segundo um critério de uso de equipamento. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 55 Políticas permanentes na manutenção • Treinamento: – conforme as inovações tecnológicas da empresa; – conforme as inovações científicas e tecnológicas do meio ambiente da empresa: benchmarking; • Racionalização do trabalho: – tarefas inúteis: eliminam-se; – tarefas úteis: racionalizam-se; – tarefas racionalizadas: automatizam-se. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 56 Políticas permanentes na manutenção • Segurança no trabalho e patrimonial: – campanha permanente de prevenção de acidentes, uso dos EPI´s, saúde ocupacional, cidadania; – mapeamento e redução dos riscos de acidentes pessoais, patrimoniais e ambientais; – ergonomia e ergonomia ambiental; – brigadas de incêndio e primeiros socorros; Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 57 Políticas permanentes na manutenção • Preservação ambiental: – campanha permanente de valorização dos espaços de trabalho, do meio-ambiente; – conservação energética através da CICE; e – apoio a comunidades vizinhas às instalações fabris e de serviços; – Integração com a comunidade. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 58 Estudos de caso: em grupos • Identifique o método pelo qual sua empresa apura e controla os custos de manutenção; • Cite as políticas permanentes da sua empresa em relação a: – Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos; – Produtividade; – Preservação ambiental; e – Segurança pessoal e patrimonial; • Apresente ao grande grupo e receba suas críticas. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 59 A terceirização na manutenção: o caso japonês Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 60 Manutenção e terceirização • A terceirização na manutenção surgiu no Japão no fim dos anos 1970: – O Japão iniciava um período de alta competitividade; – As indústrias japonesas receberam um número excessivo de encomendas e encontraram dificuldades, devido à falta de mão-de-obra; – A alternativa que as empresas enxergavam era a imigração de trabalhadores, vetada pelo governo, devido à superpopulação; – Como alternativa, foi proposta a criação de empresas especializadas em serviços específicos. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 61 Manutenção e terceirização • A lógica por trás da proposta é: – Dificilmente uma empresa ocupa todos os seus trabalhadores o tempo todo na sua máxima habilidade; – Dificilmente funcionários ociosos são dispensados ou tem a remuneração reduzida; – Como não será reduzida em uma eventual ociosidade, a remuneração típica de um funcionário expressa a média e não o máximo serviço prestado; – Devido à complexidade do ambiente empresarial, pode haver casos em que as habilidades faltantes em uma região estão sobrando em outra. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 62 Manutenção e terceirização • A alternativa foi a criação de empresas especializadas em um tipo de serviço, reunindo trabalhadores com uma dada habilidade; • A nova empresa passa a prestar serviços às empresas que cederam trabalhadores: • Como as empresas-mãe não usavam na totalidade as habilidades em questão, contratarão um número menor de horas do que cederam; • A sobra de horas é oferecida às empresas da mesma região que requereram imigrantes. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 63 Exemplo: a indústria siderúrgica • Em uma usina siderúrgica há habilidades específicas que não são usadas todo o tempo: – Mecânico de ponte rolante, pintor de equipamentos industriais, instrumentista; – Um profissional usa uma parte do tempo em outras habilidades: reparo e transporte de peças, lubrificação, pintura de prédios, troca de lâmpadas, etc; • Agrupando os profissionais em uma única habilidade, a produtividade geral cresce por aprendizado e especialização da mão-de-obra. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 64 Requisitos para o funcionamento do modelo • Densidade industrial; – Ganho de escala em materiais e equipamentos: o custo baixa se a nova empresa crescer; • Foco, especialização e expertise reconhecível; – Ganho de produtividade na mão-de-obra; • Mercado em expansão moderada; – Se o mercado recua, a empresa-mãe tende a usar mais sua mão-de-obra própria. Se o mercado cresce muito, a empresa-mãe recontrata os funcionários, pois teme ficar sem o serviço. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 65 Situações em que o modelo se aplica mal • Baixa densidade industrial; – Baixa ocupação em materiais e equipamentos; • Empresas generalistas; – O serviço prestado pela nova empresa não é melhor do que o serviço original da empresa-mãe; • Mercado recessivo e desemprego; – Se a terceirização for usada como “quebra-galho” para desempregados ou redução de custos em tempo de recessão, a nova empresa não será reconhecida como uma alternativa permanente. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 66 Relação do modelo com as estratégias de manutenção estratégia resultado da empresa-mãe resultado da nova empresa oportunidade emergência muito bom muito ruim péssima corretiva bom ruim ruim preditiva médio médio média TPM, RCM ruim bom boa preventiva muito ruim muito bom excelente Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 67 Evolução do modelo • O gerenciamento da manutenção também se tornou um produto; – A empresa-mãe pode transferir a integralidade do gerenciamento da manutenção para a nova empresa; – As empresas gerenciadoras de manutenção tornamse novas empresas-mãe, contratando empresas especializadas para o atendimento de seus clientes; – O gerenciamento das empresas gerenciadoras de manutenção está se tornando tão complexo quanto o gerenciamento das empresas-mãe; – Estratégias de TPM e RCM podem vir a ser boas oportunidades de negócio para estas empresas. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 68 Estudos de caso: em grupos • Enumere as terceirizações de serviços em manutenção que sua empresa executa; • Compare com a tabela anterior e conclua: – As terceirizações são satisfatórias? – O que foi terceirizado e não deveria ter sido? – O que não foi terceirizado e poderia ter sido? • Apresente ao grande grupo e receba suas críticas. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 69 TPM: Manutenção Produtiva Total 70 Manutenção Produtiva Total • Surgiu no Japão nos anos 1960 e foi modificada nos anos 1980; • Foi trazida ao Brasil pelo Dr. Seiichi Nakajima; • Busca da eficiência máxima no sistema de produção, com a participação de todos os funcionários; • Um fundamento da TPM é a responsabilidade do operador na manutenção dos sistemas de produção: “Da minha máquina cuido eu”; • A TPM busca construir no local de trabalho (gemba) mecanismos de prevenção de perdas baseados no ciclo de vida útil do sistema de produção. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 71 Objetivo geral da TPM • Formalmente, o objetivo principal da TPM é coordenar ações entre manutenção, operação e engenharia, buscando aumentar manutenibilidade, confiabilidade e disponibilidade de sistemas produtivos. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 72 Objetivos específicos da TPM • Pessoal: – Operador: deve ser capaz de desempenhar múltiplas funções, inclusive de manutenção; – Manutentor: deve aprender a operar o processo e adquirir versatilidade, realizando tarefas mais nobres e acumulando funções; – Inspetor de qualidade: deve ser capaz de resolver problemas operacionais, não apenas separar o que passa do que não passa; – Projetista: deve ser capaz de resolver problemas de manutenção antes da construção da máquina. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 73 Objetivos específicos da TPM • Equipamento: – Altas confiabilidade e manutenibilidade; – Alta qualidade no produto final; – Alta competitividade no produto: desempenho elevado, entrega ágil, baixo custo. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 74 Metas específicas da TPM 1. Eficiência global dos sistemas produtivos: – Operar na velocidade nominal e produzir na taxa de projeto; – Em sistemas antigos ou reformados, já não se conhece mais a taxa de projeto e, chegando-se a operar em até 50% da capacidade produtiva; Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 75 Metas específicas da TPM 2. Gerenciar o ciclo de vida de equipamentos: – Criação de estratégia de manutenção; – Gerenciar a substituição e obsolescência de equipamentos; – O operador recebe o encargo de limpeza, lubrificação e intervenções básicas e preventivas: a manutenção só faz reformas e modernizações; Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 76 Metas específicas da TPM 3. Integração dos setores tecnológicos: – Total cooperação para elevação da produtividade com a mesma capacidade instalada: decisões conjuntas entre operação, manutenção, engenharia, logística; – Padronização reduz estoques, exigências de treinamento e tempo de posta-em-marcha; – Gestão da armazenagem pode reduzir tempos entre falhas e até o reparo; – Programas estruturados de sugestões e criação de times de trabalho de alta eficiência. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 77 Indicadores que podem ser perseguidos pela TPM • Disponibilidade de equipamentos; • Produtividade; • Refugos e retrabalhos; • Giro de estoques; • Tempo até a entrega de pedidos; • Reclamações de clientes; • Custo de produção. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 78 Indicador global: OEE • Eficiência global do equipamento: [Disponibilidade] x [Produtividade] x [Qualidade] = m1 x m2 x m3 m1 = [tempo disponível / tempo programado]; m2 = [produção real / produção nominal]; m3 = [produção aprovada / produção real]. • Classe mundial: OEE >75%. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 79 12 etapas para a TPM (Nagajima, 1993) 1. Declaração da Diretoria; 2. Educação e treinamento generalizado sobre o programa; 3. Construção da estrutura formal para gerenciar o programa; 4. Formulação das diretrizes e das metas objetivas do programa; 5. Formulação de plano para alcançar as metas; 6. Início formal: o dia D. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 80 12 etapas para a TPM (Nagajima) 7. Aumento da eficiência produtiva; 1. Formação dos times; 2. Manutenção autônoma; 3. Estratégia de Manutenção; 8. Controle inicial de equipamentos (EEC); 9. Manutenção do nível adquirido; 10. Extensão aos níveis administrativos; 11. Extensão a saúde, segurança e ambiente; 12. Começar de novo, em patamar mais alto. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 81 Tipologia de perdas perseguidas pela TPM 1. Falhas e erros em equipamentos; 2. Set-up’s e ajustes em equipamentos; 3. Perda de tempo em partidas; 4. Pequenas e inesperadas paradas; 5. Queda de velocidade; 6. Defeitos e retrabalhos. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 82 Fatores que podem estar por detrás das perdas perseguidas pela TPM • Falhas crônicas em equipamentos; – – – Decorrem de causas diversificadas e de difícil detecção: a relação entre a causa e efeito pode não ser óbvia, demandando investigação de causas complexas; As causas podem envolver mau uso do equipamento ou ambinete inadequado para a operação; As ações necessárias geralmente envolvem modificações importantes em equipamentos; Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 83 Fatores que podem estar por detrás das perdas perseguidas pela TPM • Falhas aparentemente ínfimas em equipamentos; – – – Há uma tendência a negligenciá-las, mas podem assumir proporções de vulto: manchas, folgas, ruídos, aquecimento; Causam perda de rendimento e geram a longo prazo os defeitos crônicos; Pequenos desvios aparentemente têm pouco potencial para gerar quebras, mas lançam a semente da perda de confiabilidade do equipamento. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 84 Fatores que podem estar por detrás das perdas perseguidas pela TPM • Falhas logísticas na operação; – – – – – Perda de tempo esperando peças ou liberações administrativas; Desorganização da linha de produção, resultando em excesso de transporte e movimentação de peças; Eficiência energética baixa; Baixo rendimento em operações; Erros humanos em operações; Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 85 Considerações sobre quebras • A quebra ou falha é a interrupção das funções de um equipamento; • Um dos fatores que causam quebras são os erros humanos: quebras diminuem quando ocorrem mudanças de atitudes de operadores; • Deve-se abandonar a crença que quebras são inevitáveis e proteger os equipamentos; • Muitas vezes, as causas das quebras só aparecem após as mesmas: – um caminho para a redução de quebras é identificar as causas possíveis e prevení-las por modificações em equipamentos; – Outro é a completa remoção das falhas ínfimas, antes que cresçam e originem quebras. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 86 Considerações sobre quebras • Cinco tipos de diretrizes podem ser adotadas: – Manutenção das condições básicas que o equipamento exige (aperto, lubrificação); – Manutenção das condições básicas de operação (matéria-prima, ambiente); – Dado um desvio, restauração imediata das condições nominais; – Correção das fragilidades do equipamento; e – Capacitação permanente do pessoal. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 87 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto ECO-TPM TPM Administrativo Controle Inicial Manutenção da Qualidade Educação e Treinamento Melhorias Específicas Manutenção Planejada Manutenção Autônoma Pilares de sustentação da TPM TPM 88 Primeiro e segundo pilares • Manutenção autônoma: – O principal objetivo do pilar é alcançar a máxima eficiência dos equipamentos, transferindo para os operadores a execução de reparos e inspeções, estabelecendo e mantendo rotinas de trabalho e antecipando problemas potenciais. • Manutenção planejada: – O principal objetivo do pilar é formular uma estratégia de manutenção, que seja capaz de aumentar a disponibilidade de equipamento e reduzir custo. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 89 Terceiro e quarto pilares • Melhorias específicas: – O principal objetivo do pilar é combater e erradicar as oito perdas, melhorando a eficiência global do equipamento; • Educação e treinamento: – O principal objetivo do pilar é desenvolver novas habilidades em operadores, manutentores e projetistas, voltadas principalmente ao pilar anterior. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 90 Quinto e sexto pilares • Manutenção da qualidade: – O principal objetivo do pilar é agregar atributos aos equipamentos que elevem sua capabilidade e aumentem o nível de qualidade do produto final; • Controle inicial: – O principal objetivo do pilar é tratar dos problemas que surgem em início de operação e causam a mortalidade infantil. Também incorpora a novos projetos soluções bem sucedidas em condições similares. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 91 Sétimo e oitavo pilares • ECO-TPM: saúde, segurança, ambiente: – O principal objetivo do pilar é alcançar a marca de zero acidente. Também objetiva construir um sistema de gerenciamento que garanta a preservação da saúde e do ambiente. • Administrativo: – O principal objetivo do pilar é identificar e remover desperdícios em atividades de gestão; Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 92 Estudos de caso: em grupos • Escolha uma área de sua empresa e faça uma análise com vistas à TPM: – Qual a situação das seis perdas? – Qual a situação dos oito pilares? – É possível estimar o OEE? • Apresente ao grande grupo e receba suas críticas. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 93 Manutenção Autônoma • A manutenção autônoma talvez seja o aspecto da TPM mais visível no ocidente; • A cultura ocidental foi receptiva a idéias do tipo: da minha máquina cuido eu; • Manutenção planejada, melhorias específicas, controle inicial e demais pilares não chegam a ser novidade no ocidente; • Um pré-requisito importante são os cinco sensos de organização, os 5S. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 94 Manutenção Autônoma • Operadores selecionados para MA devem ter (Nakagima, 1993): – Capacidade para identificar anormalidades; – Capacidade de tratamento e recuperação de anormalidades; – Capacidade para definir se as condições de momento do equipamento são ou não satisfatórias; – Capacidade de cumprir e fazer cumprir normas e procedimentos de manutenção (limpeza, lubrificação e inspeção). Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 95 Sinalização visual de anomalias • Operadores selecionados para MA devem ter (Nakagima, 1993): – Capacidade para identificar anormalidades; – Capacidade de tratamento e recuperação de anormalidades; – Capacidade para definir se as condições de momento do equipamento são ou não satisfatórias; – Capacidade de cumprir e fazer cumprir normas e procedimentos de manutenção (limpeza, lubrificação e inspeção). Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 96 Manutenção Autônoma • A manutenção autônoma pode exigir oito passos para sua implantação (Nakagima, 1993): – Preparação do ambiente e das pessoas; – Limpeza e inspeção pelos operadores; – Bloqueio de fontes de sujeira e acesso a locais escondidos; – Montar padrão de limpeza, inspeção e lubrificação; – Montar padrão de inspeção geral; – Autorizar a inspeção autônoma; – Padronizar a inspeção autônoma; e – Autorizar o controle autônomo. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 97 Manutenção Autônoma • O papel da área de manutenção é dar suporte inicial aos operadores para a implementação da MA; • À medida que a operação avança, a manutenção sai de cena; • Os operadores encontram defeitos e os etiquetam; – Etiquetas vermelhas: defeitos encontrados pelo operador e que devem ser resolvidos pela manutenção; – Etiquetas azuis: defeitos encontrados e resolvidos pelo operador; • A evolução da atividade pode ser medida pela proporção das etiquetas. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 98 Sinalização visual de anomalias TPM Etiqueta de Anomalias Nº OPERADOR Etapas 1 2 3 4 5 6 7 Prioridade A B C TPM Etiqueta de Anomalias Nº MANUTENÇÃO Etapas 1 2 3 4 5 6 7 Prioridade A B C Anomalia Detectada Anomalia Detectada Equipamento ___________________ Encontrada por: ______Data __/__/__ Equipamento _________________ Encontrada por: _____Data __/__/__ Descrição da Anomalia Descrição da Anomalia Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 99 Ações dos operadores • Eliminação de sujeira, pontos de acúmulo de resíduos e pontos de vazamento crônico; • Lubrificação, reaperto de porcas e parafusos; • Detecção e análise de anomalias; • Realização de reparos apontados pela inspeção; • Identificar e eliminar defeitos latentes, ou seja, perigos potenciais mas que ainda não se materializaram; • Melhorar a acessibilidade. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 100 Ações dos operadores • Desenvolver habilidades para melhorias e sentir-se gratificado por elas; • Uso dos sentidos na detecção de problemas; • Operadores devem sentir os equipamentos, combater a deterioração e usar controle sensorial na detecção de defeitos; – Tato: aquecimento, vibração; – Visão: desbalanceamentos, falta de componentes; – Olfato: reações ou sobrecargas em andamento; – Audição: sobrecargas e cargas em locais errados. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 101 Padrões de limpeza, lubrificação e inspeção • Cronometragem dos procedimentos de limpeza; • Programação de atividades de modo a otimizar o tempo do operador; • Melhorar o acesso às áreas mais difíceis; • Definir check-lists com os itens a inspecionar; • Diagnosticar as causas das sujeiras e encontrar mais de uma solução para os problemas; • Definir intervalo entre limpezas, lubrificações e inspeções. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 102 Padrões de limpeza, lubrificação e inspeção local requisito método materiais periodicidade D S M visor de nível bomba manômetro termômetro tubulação pressostato fluxostato tanque de óleo juntas respiro retorno área em torno Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 103 Padrões de inspeção geral • Feita em parte com máquina parada; • O planejamento deve se valer de dados históricos de desempenho; • Deve restaurar a máquina e aumentar a confiabilidade, retornando o mais próximo possível ao estado AGAN (as good as new); • Se possível, deve incorporar melhorias de processo e tecnológicas. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 104 Inspeção autônoma • São separadas as atribuições da manutenção e da operação; • São realizadas em períodos definidos ao longo do dia (por ex: etapas de 5 min.); • A localização e os itens inspecionados devem ser claramente indicados. • A inspeção deve ser baseada em checklist; • Operadores são previamente treinados para inspeção autônoma e para a tomada de decisão perante anomalias; • A prevenção da deterioração deve receber ênfase maior do que a inspeção; • Reparos possíveis são feitos na hora; • A detecção precoce de problemas deve ser ressaltada. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 105 Controle autônomo • Nesta etapa, a operação assume o controle definitivo sobre a manutenção dos equipamentos; • Controle significa: – Estabelecer periodicidades; – Estabelecer prioridades; – Estabelecer procedimentos; – Controlar produtividade de mão-de-obra e de peças-reserva; – Manter sistema de informação sobre o equipamento; • Para a manutenção, resta o controle das reformas. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 106 Duas práticas em ambiente TPM • TPM story: – Documento que relata a evolução de uma máquina ou de parte segundo as atividades de TPM; – Deve usar informação gráfica e visual e conter uma informação final objetiva (número de interrupções caiu de 12 para 2 por mês); • Lições ponto-a-ponto: – Transmite conhecimento em pequenas quantidades de informação transmitida de modo a que todos possam entender e aplicar, usando desenhos, figuras, fotos; – Devem conter pequenas partes da máquina e abordar defeitos encontrados e idéias implantadas. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 107 Práticas que decidem em ambiente TPM • Treinamento introdutório; • Trabalho em equipe; • Autonomia das equipes; • Medição objetiva de resultados; • Continuidade e firmeza de propósitos; e • Respeito ao ambiente, saúde e segurança. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 108 Estudo de caso: em grupos • Faça uma análise em sua empresa e apresente ao grande grupo: – Qual a situação atual em relação à manutenção autônoma? – Formule um plano de ação para implantar ou aprofundar ações de manutenção autônoma em uma área de sua empresa; – Considere: seleção e treinamento de operadores, definição de tarefas, planos de inspeção e apresente ao menos um checklist de atividades; – Relate uma TPM story. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 109 Estratégias de Manutenção Baseadas na Confiabilidade de Equipamentos e Sistemas de Produção Industriais Prof. Dr. Miguel Afonso Sellitto 110 Integração com a RCM: 12 passos • Passo 1: Preparação do estudo; • Passo 2: Definição e seleção do sistema; • Passo 3: Análise funcional de falhas (FTA); • Passo 4: Seleção de itens críticos; • Passo 5: Coleta e análise de dados; • Passo 6: Análise dos modos, efeitos e criticidade de falhas; • Passo 7: Seleção de ações de manutenção; • Passo 8: Determinação de intervalos de manutenção; • Passo 9: Análise comparada de intervenções de manutenção; • Passo 10: Tratamento de itens não-críticos; • Passo 11: Implementação das ações; e • Passo 12: Coleta de dados e atualização dos modelos. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 111 A natureza complexa da falha • A análise de falhas em manutenção tem se valido de um conceito estudado na filosofia da ciência, a causação; • A causação pode ser linear: – Uma causa, um efeito, tratáveis isoladamente; • Também pode ser não-linear: – Muitas causas identificáveis e separáveis para o mesmo efeito, tratáveis por métodos numéricos; – Muitas causas mutuamente dependentes, com relações imbricadas, tratáveis por métodos estatísticos. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 112 A natureza complexa da falha • A causação não-linear tem características: – Algumas vezes, é difícil separar o que é causa do que é efeito, o que é causado externamente, pelo ambiente, ou internamente, por falhas intrínsecas; – Pode não ser necessária esta separação: pode ser suficiente conhecer como as relações se manifestam; – Por exemplo, um eixo excêntrico é causa ou conseqüência de um mancal ou rolamento danificado? – Como a variação da condição de carga, de ambiente e de uso afeta o comportamento do equipamento? – Um modo de expressar esta mistura de relações é pela função taxa de falhas ou ROCOF do sistema produtivo. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 113 Seis padrões de taxas de falhas • Padrão A: a curva da banheira; • Padrão B: falhas por idade; • Padrão C: acréscimos lineares nas falhas; • Padrão D: degeneração inicial; • Padrão E: taxa de falhas constante; e • Padrão F: falhas iniciais. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 114 Seis padrões de taxas de falhas Fonte: Moubray, 1996 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 115 Análise da taxa de falhas: exemplo instantes em que um equipamento falhou, em horas 100 350 640 1.040 2.810 4.280 5.640 7.510 9.080 10.430 11.740 12.600 120 380 680 1.190 2.820 4.370 5.830 7.560 9.110 10.500 11.830 12.660 130 430 690 1.380 2.900 4.450 6.020 7.840 9.150 10.580 11.970 12.720 200 460 720 1.440 3.060 5.040 6.370 7.920 9.210 10.650 12.060 12.770 240 420 830 1.560 3.240 5.120 6.460 8.410 9.790 11.070 12.100 12.840 290 480 870 1.620 3.300 5.200 6.530 8.600 10.080 11.260 12.290 12.920 300 520 920 1.700 3.530 5.330 6.620 8.790 10.260 11.350 12.330 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 310 540 980 1.750 3.610 5.420 7.010 8.840 10.320 11.480 12.450 330 590 1.020 1.920 4.010 5.560 7.100 8.990 10.400 11.510 12.580 116 Análise da taxa de falhas: exemplo intervalo nº falhas 0 - 1.000 h 26 1.000 - 2.000 h 10 3 2.000 - 3.000 h 5 3.000 - 4.000 h 4 4.000 - 5.000 h 8 5.000 - 6.000 h 5 6.000 - 7.000 h 6 7.000 - 8.000 h 5 8.000 - 9.000 h 5 9.000 - 10.000 h 8 10.000 - 11.000 h 8 11.000 - 12.000 h 12.000 - 13.000 h 12 30 25 20 15 10 5 0 1 2 3 4 5 6 7 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 8 9 10 11 12 13 117 Análise da taxa de falha: exercício Levante a curva de taxa de falha para os tempos Há mortalidade infantil? Qual a periodicidade da manutenção preventiva? 30 60 80 105 155 180 280 320 360 395 460 510 750 980 1.050 1.180 1.350 1.450 1.820 1.900 1.950 1.980 2.040 2.070 2.140 2.150 2.170 2.210 2.260 2.280 2.360 2.380 2.390 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto de falhas. 190 540 1.560 2.090 2.320 250 590 1.700 2.130 2.330 118 Padrão A: a curva da banheira l (t) tempo mortalidade infantil maturidade Prof. Dr. Miguel A. Sellitto mortalidade senil 119 Padrão A: a curva da banheira • Mortalidade infantil: – erros de projeto, de instalação, de especificação, de fabricação de peças, de montagem; • Maturidade: – variabilidade excessiva e fatores de segurança insuficientes, cargas excessivas, erros de operação; • Mortalidade senil: – degradação, fadiga, escoamento, corrosão. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 120 Padrão B: falhas por idade • A capacidade inicia alta e decai com o tempo, até que não é mais suficiente para o serviço. l (t) tempo Vida útil Prof. Dr. Miguel A. Sellitto idade das falhas 121 Padrão C: acréscimos lineares • O equipamento acumula fadiga e falha após n ciclos, n cada vez menor a cada falha. l (t) tempo Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 122 Padrão C: acréscimos lineares S (stress) varia com o ambiente Curva S x N para o instante da falha varia com a carga N (ciclos) Distribuição de freqüência de falhas Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 123 Padrão D: degeneração inicial • Resistência inicial aumenta se a curva normal do stress está abaixo das curvas S x N. l (t) tempo Resistência inicial Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 124 Padrão E: taxa de falhas constante • Processo de falha não tem memória, falhas são mutuamente independentes; a próxima falha não é afetada pela mais recente. l (t) tempo Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 125 Padrão F: falhas iniciais • Erros de projeto, de fabricação ou procedimentos de montagem e instalação. l (t) tempo Mortalidade infantil Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 126 Síntese dos padrões • Taxa de falhas é relacionada à idade do equipamento: – A, B e C; – Existe um intervalo ótimo de intervenção; • Taxa de falhas é independente da idade do equipamento: – D, E e F; – Inexiste um intervalo ótimo de intervenção. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 127 Diferença entre vida útil e vida média Distribuição de freqüência de falhas Vida média tempo Vida útil Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 128 Confiabilidade quantitativa: análise de Weibull Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 129 Confiabilidade • A confiabilidade tenta dar respostas a perguntas, tais como: – Qual é a disponibilidade do sistema? – Como podem-se prevenir as falhas? intervindo no projeto, materiais, manutenção; – Qual é o custo do ciclo de vida? – Quais são os maiores riscos? as piores conseqüências e as maiores freqüências. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 130 Modificações no projeto Projeto inicial Informações de uso Uso Fornecedores de componentes Inspeção de entrada Distribuição Fabricação, montagem, inspeção final Testes na fabricação Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 131 Modificações no projeto Projeto inicial Informações de uso Uso Fornecedores de componentes Confiabilidade Inspeção de entrada Distribuição Fabricação, montagem, inspeção final Testes na fabricação Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 132 A função confiabilidade R(t) • A confiabilidade se vale das populações de tempos até a falha (não-reparável) ou intervalos entre falhas de um item; • Exemplo: – Seja um parque de 30 máquinas com uma expectativa de uso de 20 anos e um ritmo de falhas de uma falha por mês; – A população dos tempos até a falha é de 30 x 20 x 12 = 7.200 tempos; – Uma amostra de 50 tempos até a falha exige a observação de uma máquina por 50 meses ou dez máquinas por cinco meses. Prof.de Dr. equipamentos Miguel A. Sellitto industriais Confiabilidade 133 Funções de confiabilidade • R(t): função de confiabilidade; – Probabilidade de não haver falha entre 0 e t; • F(t) = 1 - R(t): função de falhas acumuladas; – Probabilidade de haver falha entre 0 e t; • f(t): densidade acumulada de falhas; – Probabilidade de haver uma falha entre [t + Dt]; • h(t): função taxa de risco; – Probabilidade de, dado que não houve falhas até t, haja uma falha em [t + Dt]. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 134 Relações entre as funções • Para um dado componente basta descobrir uma das 4 funções; • As outras são deduzíveis teoricamente das relações de confiabilidade; t h ( ) d R(t ) e 0 f (t ) h(t ) R(t ) Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 135 R(t) e f(t) para diversas h(t) h(t) = l = constante: componentes eletrônicos; R(t) = e-lt; f(t) = le-lt, modelo exponencial negativo; h(t) = lt = linear: componentes mecânicos; R(t) = e-l(t2/2); f(t) = lte-l(t2/2), modelo de Rayleigh; h(t) = c1tc2 = exponencial: componentes submetidos à fadiga; g R(t) = e-(t/q) ; f(t) = (g/q).(t/q)(g-1). e-(t/q)g, modelo de Weibull. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 136 Confiabilidade de um item • Os tempos até a falha (equipamentos nãoreparáveis) ou entre falhas (equipamentos nãoreparáveis) são variáveis aleatórias (life data); • Mesmo que se mantenham as condições de trabalho (ambiente, carga, etc.), o tempo até a próxima falha é aleatório e poderá seguirá uma distribuição de probabilidade; – Weibull (primeiro a falhar, ocorre a falha), gamma (último a falhar, ocorre a falha), normal (falha se origina de uma soma de fatores), lognormal (falha se origina de uma multiplicação de fatores) e exponencial (falhas são independentes). Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 137 Cálculo da confiabilidade • É possível calcular a R(t) de: – Um componente ou item, que tem um função de projeto, por exemplo, uma lâmpada; – Um arranjo de vários exemplares de um mesmo item, que podem ser ligados em: • Série, paralelo, ligação mista, redundância, stand-by; – Um arranjo funcional, no qual grupos de diferentes funções são ligados em: • Série, paralelo, ligação mista. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 138 R(t) de um item • Coleta-se um conjunto suficiente de tempos até a falha ou tempos entre falhas; • Separam-se os dados pelo modo de falha ou juntam-se todos os dados para construir: – Histograma dos tempos e papéis de probabilidades, cujos resultados indicam as distribuições candidatas; e – Testes estatísticos de máxima verossimilhança, por software, que indicam a(s) distribuição(ões) mais verossímil(eis) e calculam a significância do ajuste; – Para verificação, consulta a tabelas ou base de dados de fabricantes, tais como (http://www.barringer1.com/wdbase.htm) Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 139 R(t) de um item e testes de vida (life data tests) • Dois tipos de dados, originados de dois tipos de testes: – Amostras completas: o teste se completa quando o último item falha; – Amostras censuradas: o teste se completa quando r itens, em n itens testados, falham ou quando um tempo t é alcançado; • Recomenda-se o uso de software específico. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 140 A distribuição de Weibull • Será a distribuição mais usada nesta atividade: – É uma expressão semi-empírica obtida por Weibull em 1937 para os tempos até a falha de diversos materiais; – Possui três parâmetros: t0 (tempo isento de falha), gama (g = fator de forma) e theta (q = fator de escala); – As distribuições exponencial (g = 1), Rayleigh (g = 2) e normal (g = 3,2) são casos particulares da distribuição de Weibull; – A distribuição de Weibull é a distribuição limite para a soma de distribuições limitadas à esquerda, tais como os tempos entre falhas; – Se um item tem modos de falha com distribuições diversas, os mínimos tempos até a falha de todos os modos de falha seguem uma distribuição de Weibull. O tempo até a falha de um circuito série segue uma distribuição de Weibull. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 141 Análise de Weibull • Técnica concebida por Weibull, físico sueco, em 1937 e publicada em 1951; – Coleta de amostras de tempos até a falha do objeto; – Plotagem dos tempos em papel de probabilidade ou uso de software para verificação de aderência à distribuição de Weibull e estimativa de parâmetros. Havendo curvaturas ou R2 (coeficiente de determinação) distante de 1, tem-se contaminação de dados; – Uso dos parâmetros da distribuição para definição do ciclo de vida do item, previsão de falhas e estratégia de manutenção; – Uso de cálculos envolvendo custos e riscos para gerar ações como políticas de inspeção, reparos ou trocas. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 142 Distribuição de Weibull R(t ) e ( t t0 q )g t0 = parâmetro de localização (tempo isento de falhas); q = parâmetro de escala (intervalo de tempo a partir de t0 no qual ocorrem 63,2% das falhas); g = fator de forma (classifica o modo de falha em estudo): – g < 1: mortalidade infantil do item; – g = 1: falhas aleatórias, zona de vida útil do item; – g > 1: falhas por fadiga ou mortalidade senil do item. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 143 Função densidade de probabilidade de falhas f(t) de Weibull 0.0250 0.0200 0.0150 0.0100 0.0050 0.0000 g 0,5 g1 g2 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto g 3 g5 144 Função taxa de risco h(t) de Weibull 0.0400 0.0300 0.0200 0.0100 g 0,5 g1 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 49 45 41 37 33 29 25 21 17 13 9 5 1 0.0000 g5 145 Curva da banheira Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 146 Curva da banheira: relação com estratégias de manutenção g 1, Maturidade: preditiva g < 1 Mortalidade infantil: g >> 1 Mortalidade senil: corretiva preventiva mais reforma Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 147 A curva da banheira • Representa como a taxa de falha de um equipamento evolui ao longo do ciclo de vida; – 1ª etapa, mortalidade infantil: o equipamento tem erros de projeto ou de aplicação que são corrigidos, o intervalo entre as falhas vai ficando cada vez maior; – 2ª etapa, maturidade: o equipamento é robusto, as falhas são aleatórias, causadas por agentes externos ao equipamento, o intervalo entre falhas oscila ao redor de uma média; e – 3ª etapa, mortalidade senil: o equipamento entrou na fase de desgaste ou fadiga, o intervalo entre as falhas vai ficando cada vez menor. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 148 A curva da banheira • O modo de identificar em que ponto do ciclo de vida (curva da banheira) o equipamento está é modelar o tempo entre falhas pela distribuição de Weibull; – 1ª etapa, mortalidade infantil: fator de forma << 1; – 2ª etapa, maturidade: fator de forma ao redor de 1; e – 3ª etapa, mortalidade senil: fator de forma >> 1; • Para cada etapa da vida, uma estratégia de manutenção. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 149 Estratégia de manutenção • Conforme a posição que o equipamento ocupa no ciclo de vida, na curva da banheira, escolhe-se uma estratégia de manutenção: – Mortalidade infantil: estratégia corretiva, que identifica e sana falhas de projeto, de especificação ou de instalação; – Maturidade: estratégia preditiva, para identificar o início do desgaste; e – Mortalidade senil: estratégia preventiva, seguida de reforma, que repõe o item e recompõe o equipamento. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 150 Exemplo: tempo entre falhas de mandíbulas de britadores Data da falha Intervalo entre falhas Data da falha Intervalo entre falhas 8/5 - 10/2 117 28/8 112 23/6 133 22/10 58 30/8 68 3/3 132 29/11 91 1/6 90 16/2 79 16/10 137 13/6 121 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 151 Tempo entre falhas de mandíbulas de britadores: histograma Histograma 6 Freqüência 5 4 3 2 1 0 75 105 135 165 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto Mais 152 1 ( Tempo entre falhas de mandíbulas de britadores: papel de probabilidade Weibull 1 0 ln 1 - 0 . 0 1 . 0 1 1 1 t : 0 1 t Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 0 e 01 m 0 0 p 0 o 153 iá V a r Tempo entre falhas de mandíbulas de britadores: papel de probabilidade lognormal 3 2 ( 1 Z 0 - 1 - 2 - 3 1 t 0 0 : Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 1 t 0 e 0 0 m p 154 [ / Tempo entre falhas de mandíbulas de britadores: papel de probabilidade exponencial 1 0 0 1 1 0 1 0 1 t 0 : 0 2 t Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 0 e 0 3 m 0 0 p o 155 Teste da verossimilhança Weibull TESTES DE ADERÊNCIA Teste do Qui-Quadrado: c2 = 0,72 com 1 graus de liberdade Nível de Significância = 0,3968 Teste de Kolmogorov-Smirnov: DN = 0,2023 Nível de Significância = 0,1766 A hipótese de que a população segue o modelo Weibull não pode ser rejeitada. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 156 Teste da verossimilhança lognormal TESTES DE ADERÊNCIA Teste do Qui-Quadrado: c2 = 0,84 com 1 graus de liberdade Nível de Significância = 0,3596 Teste de Kolmogorov-Smirnov: DN = 0,2067 Nível de Significância = 0,2216 A hipótese de que a população segue o modelo lognormal não pode ser rejeitada. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 157 Teste da verossimilhança exponencial TESTES DE ADERÊNCIA Teste do Qui-Quadrado: c2 = 2,74 com 2 graus de liberdade Nível de Significância = 0,2546 Teste de Kolmogorov-Smirnov: DN = 0,2703 Nível de Significância = 0,024 A hipótese de que a população segue o modelo exponencial é rejeitada. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 158 Modelo Weibull para os britadores • Parâmetro de Localização (t0) = 42,56; • Estimativas não tendenciosas da Verossimilhança Máxima: – Gamma = 2,24 (mortalidade senil, a próxima falha ocorrerá em um intervalo menor do que esta, sugerindo manutenção preventiva); – Theta = 67,8697; • 95% do Intervalo de Confiança: – para Gamma = 1,10 até 3,12; – para Theta = 48,78 até 93,79; • t10 = 67,44, t50 = 100,19; • MTTF = 102,67; média = 103,5 dias. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 159 0 . 0 1 5 0 . 0 1 0 0 . 0 0 5 0 . 0 0 10 0 10 f ( t ) Distribuição de probabilidade da falha das mandíbulas dos britadores 4 60 80 t 120 : 140 160 t 280 e 0 00 m MTBF: 102,6 dias, Média: 103,5 dias Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 160 ) Comparação entre o histograma e a distribuição de probabilidades t Histograma 0 . 0 1 5 0 . 0 1 0 0 . 0 0 5 0 . 0 ( 6 4 f Freqüência 5 3 2 1 4 60 0 75 105 135 165 Mais Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 0 80 1 0 0 10 t 120 140 160 280 : t 00 e m 161 0 . 1 0 0 . 0 8 0 . 0 6 0 . 0 4 0 . 0 2 0 . 0 0 10 h ( t ) Taxa de risco de falha das mandíbulas dos britadores (padrão C) 4 60 80 120 10 t : Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 140 160 t 280 e 0 00 m 162 Estratégia: intervenção preventiva • Solução de compromisso: – Se a mandíbula for trocada antes da hora, desperdiça-se sua vida; – Se quebrar, há perda de produção não-planejada; – Para o modelo for Weibull, calcula-se um intervalo ótimo para a troca, que minimiza a soma entre a perda de vida útil da peça e a perda de produção; – É necessário que se conheçam os parâmetros de Weibull (t0, gamma e theta) e os custos da troca programada da peça e da emergência (troca da peça mais perda de produção). Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 163 Aplicação do modelo: 1º caso t0 = q g = MTBF = t 10 = 42,6 68 2,24 103 67 t 50 = 100 teste de preventiva Custo prev = 1 Custo corr = 3,15 1º termo 0,32 é viável D prev = 2º termo 0,39 inserir parâmetros da distribuição de Weibull para os tempos até a falha parâmetros calculados da distribuição de Weibull para os tempos até a falha inserir dados para o teste cálculos internos op gama = 0,89 variância = 806,22 desvpad = 28,39 coef var = 0,47 1/ g 0,45 g -1 1,24 1+2/ g 1,89 op Gama 0,96 Ler a resposta ao teste 1+1/ g 1,45 0,89 0,78 0,17 4.610 1/g 0,45 quadrado menos q 2 80 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 164 Aplicação do modelo: 2º caso t0 = q g = MTBF = t 10 = 42,6 68 2,24 103 67 t 50 = 100 teste de preventiva Custo prev = 1 Custo corr = 1,8 1º termo 0,56 não é viável D prev = 2º termo 0,39 inserir parâmetros da distribuição de Weibull para os tempos até a falha parâmetros calculados da distribuição de Weibull para os tempos até a falha inserir dados para o teste cálculos internos op gama = 0,89 variância = 806,22 desvpad = 28,39 coef var = 0,47 1/ g 0,45 g -1 1,24 1+2/ g 1,89 op Gama 0,96 Ler a resposta ao teste 1+1/ g 1,45 0,89 0,78 0,17 4.610 1/g 0,45 quadrado menos q 2 ### Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 165 Observações sobre o método • Sobre os dados: – Os dados devem ser exclusivamente de falha: dados de perda de produção por outros motivos devem ser retirados da amostra; – Os dados atuais se referem a um único britador, mas poderiam se referir a diversos britadores, desde que de mesmo modelo; • Sobre as distribuições: – Se Weibull explicar os dados, a não ser que haja uma justificativa teórica, não é necessário testar outras. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 166 Testes censurados • 40 rolamentos foram instalados e acompanhados durante 140 dias; • 30 falharam e 10 sobreviveram a 140 dias; • Os tempos até a falha, em dias, são: – 62; 65; 79; 82; 83; 85; 87; 90; 92; 95; 95; 95; 98; 99; 99; 101; 103; 105; 106; 108; 109; 109; 119; 120; 125; 126; 131; 132; 134; 139; 140+; 140+; 140+; 140+; 140+; 140+; 140+; 140+; 140+; 140+; – O sinal + indica censura. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 167 t 0 . 0 2 0 ( 0 . 0 1 5 f ) Histograma das falhas nos rolamentos 0 . 0 1 0 0 . 0 0 5 0 . 6 0 0 70 80 90 0 10 t 10 : Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 1 10 12 0 t 130 e 40 0 m 168 1 ( Papel de probabilidade Weibull para os rolamentos 1 0 ln 1 - 0 . 0 1 . 0 1 1 1 t : 0 1 t Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 0 e 01 m 0 0 p o 169 Teste da verossimilhança Weibull para os rolamentos TESTES DE ADERÊNCIA Teste do Qui-Quadrado: c2 = 2 com 3 graus de liberdade Nível de Significância = 0,5716 Teste de Kolmogorov-Smirnov: DN = 0,095 Nível de Significância = 0,2876 A hipótese de que a população segue o modelo Weibull não pode ser rejeitada. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 170 Modelo Weibull para os rolamentos: • Parâmetro de Localização (t0) = 58,52 • Estimativas não tendenciosas da Verossimilhança Máxima: – Gamma = 1,73 (mortalidade senil, a próxima falha ocorrerá em um intervalo menor do que esta, sugerindo reposição preventiva); – Theta = 67,3 dias; • 95% do Intervalo de Confiança: – para Gamma = 1,16 até 2,24; – para Theta = 54,9 até 85,5; • t10 = 76,9; • t50 = 113; • MTTF = 118,5. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 171 0 . 0 1 5 0 . 0 1 0 0 . 0 0 5 0 . f ( t ) Densidade de probabilidade de falha nos rolamentos 4 0 0 0 6 0 8 0 1 0 1 0 1 2 01 4 0 1 6 02 8 0 2 0 02 2 0 4 0 t : Prof. Dr. Miguel A. Sellitto t e 0 m 172 0 . 0 6 0 . 0 5 0 . 0 4 0 . 0 3 0 . 0 2 0 . 0 1 0 . h ( t ) Taxa de risco para os rolamentos (Padrão D) 4 0 0 6 0 8 0 1 0 1 0 1 2 01 4 01 6 02 8 02 0 02 2 0 4 0 t : Prof. Dr. Miguel A. Sellitto t e 0 m 173 Estudo de caso: ônibus, item frágil embreagens, kms até a falha 1.375 18.924 30.017 36.204 43.682 53.308 69.983 86.645 1.383 21.494 30.914 37.301 48.765 54.549 71.523 88.134 1.597 21.994 31.236 37.926 49.404 59.551 72.075 94.288 3.104 25.205 31.317 38.040 51.050 59.602 75.061 97.396 4.034 26.009 31.553 38.588 51.459 62.072 75.886 98.942 4.602 26.242 33.236 38.729 51.594 64.105 75.924 99.405 7.258 26.484 33.871 39.371 51.664 66.901 78.724 100.106 8.555 27.910 34.243 39.453 52.252 69.382 82.235 110.713 16.729 28.569 35.748 40.772 52.861 69.621 82.631 114.224 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 128.679 130.823 174 Histograma 0.000020 f(t) 0.000015 0.000010 0.000005 0.000000 0 50000 100000 t: tempo Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 175 Papel de probabilidade 10 -ln (1 - F(t)) 1 0.1 0.01 0.001 1000 10000 100000 1000000 t: tempo Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 176 Parâmetros da distribuição t0 0 g D confian ça 1,526 1,24 <g< 1,78 q 55.613 MTBF t10 e t50 50.104 12.727 e 43.739 Estratégia de manutenção: intervenção preventiva Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 177 Intervalos ótimos de intervenção e riscos associados às quilometragens Relação de custos corretiva/preventiva Intervalo ótimo de intervenção Quilometragem Risco ($) para o modo de falha < 3,7 Inviável 10.000 7,03% x dano econ. 3,7 36.110 20.000 18,9% x dano econ. 4 34.133 30.000 32,3% x dano econ. 5 29.643 40.000 45,4% x dano econ. 6 26.304 50.000 57,3% x dano econ. 7,5 22.726 75.000 79,4% x dano econ. 10 18.821 100.000 91,4% x dano econ. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 178 Conclusões do caso • A resposta foi coerente (g de referência em tabelas = 1,4); • O maior problema encontrado foi a mistura de dados: a base de dados não foi preparada para modelos de confiabilidade (360 análises de falhas, 74 aproveitadas); • Equipamentos com maior risco podem ser deslocados para operações de menor dano econômico. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 179 Cálculo da disponibilidade de equipamentos Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 180 Disponibilidade • Um sistema produtivo é um conjunto de componentes interligados conforme uma disciplina e que cumpre uma dada função; • Um sistema produtivo deve estar disponível para uso: a qualidade de seu projeto pode ser medida pela disponibilidade; – Disponibilidade é a probabilidade de que um sistema esteja disponível no momento em que for requisitado pela operação; – A disponibilidade considera o tempo até a falha e o tempo até o reparo, representados pelos MTBF e MTTR. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 181 Métodos para aumento da disponibilidade • Av(t) = MTBF/(MTBF + MTTR); • Para melhorar a Av(t), duas abordagens são possíveis e complementares: – Aceita-se que haverá falhas e reduz-se o MTTR através do projeto voltado à manutenibilidade; – Reduz-se o número de falhas, o que aumenta o MTBF, através do projeto voltado à confiabilidade. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 182 Aumento da manutenibilidade • A manutebilidade de um sistema é afetada pela facilidade com que seus componentes são repostos em caso de falha; • A manutebilidade pode ser aumentada por: – Arranjos físicos: chegar fácil ao local do reparo; – Arranjos lógicos: método fácil para o reparo; • A manutenibilidade é medida pelos modelos normal e lognormal para o TTR. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 183 Arranjos físicos para reduzir os TTR • Acesso universal: – Menores distâncias, menores alturas, menos obstáculos, menos esforços para abrir o equipamento; • Reserva instalada: – Ferramentas, equipamentos de movimentação e peças no local de uso; • Diagnóstico remoto, via modem; e • Redundância automática. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 184 Cálculo do número de peças-reserva • Para formatos tipo E (distribuição exponencial), vale o modelo de Poisson homogêneo; x = número de quebras no intervalo t; l = taxa de quebras; K = [0; 1; 2; ...]. e .(lt ) Px k k! lt k Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 185 Exemplo: rolamento l = taxa de quebras = 5 quebras por ano; t = tempo de ressuprimento = 3 meses; - Com 3 peças-reserva, a segurança é maior do que 95%, com 4, maior do que 99%. P [X P [X P [X P [X P [X P [X P [X = = = = = = = 0] 1] 2] 3] 4] 5] 6] = = = = = = = 0,287 0,358 0,224 0,093 0,029 0,007 0,002 P [X > 6] = P [X <= 3] = P [X <= 4] = 0 96,10% 99,10% Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 186 Cálculo do número de peças-reserva • Para formatos tipo A (distribuição de Weibull), vale o modelo de Poisson não-homogêneo; x = número de quebras no intervalo t; g = fator de forma; q = fator de escala; K = [0; 1; 2; ...]. gk t q g t e Px k . k! q Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 187 Exemplo: ventiladores g = 1,25; q = 120 dias; t = 60 dias - Com 2 peças-reserva, a segurança é maior do que 95%, com 3, maior do que 99%. P [X P [X P [X P [X = = = = 0] 1] 2] 3] = = = = 0,66 0,27 0,06 0,008 P [X <= 0] = P [X <= 1] = P [X <= 2] = 66% 96,40% 99,00% Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 188 Exercícios • Calcular o número de peças-reserva para 95% de segurança para os itens a seguir; • item A: Formato E; taxa de falhas = 0,1 falha/1.000 horas; tempo de ressuprimento = 3 meses; • item B: Formato F; fator de forma = 2,4; fator de escala = 150 dias; tempo de ressuprimento = 90 dias. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 189 Modelagem dos TTR • Tal como o tempo entre falhas (TBF), o tempo até o reparo (TTR) de um equipamento é uma variável aleatória; • É possível modelar o tempo até o reparo através de funções de distribuição de probabilidade; • Há uma teoria que relaciona o tempo até o reparo a tarefas intelectivas (lognormal) ou a atividades seqüenciais (normal). Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 190 Exemplo: assistência técnica em um sistema de condicionamento de ar Data Tempo de deslocamento (min) Tempo do serviço (min) 20/11 26/02 22/10 23/10 25/10 04/12 14/01 06/02 22/06 22/08 23/08 29/08 13/01 27/07 28/07 25/01 30 45 50 15 12 20 32 25 38 45 30 40 25 18 30 20 225 155 355 210 90 90 50 260 50 180 210 135 60 95 225 60 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 191 t 0 . 0 4 ( 0 . 0 3 f ) Histograma do transporte 0 . 0 2 0 . 0 1 0 . 0 0 2 0 3 0 t : Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 4 0 t 0 5 e m 192 t 0 . 0 4 ( 0 . 0 3 f ) Distribuição de probabilidade do transporte: normal 0 . 0 2 0 . 0 1 0 . 0 0 30 0 1 20 40 t 50 : Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 60 70 t 80 0 e m 193 Histograma do serviço Histograma 8 7 Freqüência 6 5 4 3 2 1 0 50 160 270 380 490 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto Mais 194 t 0 . 0 0 8 ( 0 . 0 0 6 f ) Distribuição de probabilidade do serviço: lognormal 0 . 0 0 4 0 . 0 0 2 0 . 0 0 0 003 0 1 02 t 004 : Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 005 006 t 00 e m 195 Indicadores de processo minutos t 10 t 50 Valor esperado transporte serviço 14,5 58,2 29 128 28,9 155 t 10 t 50 MTTR 83,14 160,74 183,47 total Significância do ajuste para o modelo lognormal = 12,3% Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 196 Cálculo da disponibilidade • Para o cálculo da disponibilidade de um equipamento é necessário modelar os intervalos entre falhas e os tempos até o reparo; • Obtêm-se o MTBF e MTTR; e • Calcula-se a Av = MTBF / (MTBF + MTTR) Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 197 Exemplo: estação de forjamento falha correção freio fixar tampa cilindro vazamento troca varão ajuste válvula troca gaxetas correção freio corrigir cilindro corrigir martelo correção freio troca vedação TBF TTR falha TBF TTR 43 117 22 114 22,75 49,58 20,13 49,5 67,5 19,75 6,87 2 2 2 2 0,17 0,5 3,62 0,75 1,75 1,5 correção freio gaxeta e válvula trocar pedal limpar válvula regular martelo regular freio regular freio ajuste válvula trocar casquilhos corrigir martelo trocar válvula 19,58 108,58 25 12 9,17 70,83 10,42 3,25 6,67 12,25 5,5 1,17 0,42 1 1 0,33 2,67 4,25 1,08 1,25 0,5 1,86 Tempos em horas Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 198 Modelagens dos TBF e TTR • TBF: A hipótese de que a população segue o modelo Weibull não pode ser rejeitada; – Nível de Significância = 0,1068; – Parâmetro de Localização = 0,9814; g = 0,9793; q = 37,1939; MTTF = 38,5144 horas; • TTR: A hipótese de que a população segue o modelo Lognormal não pode ser rejeitada; – Nível de Significância = 0,2475; – MTTR = 1,8211 horas; • Av = 38,5144/ [38,5144 + 1,8244] = 95,47%. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 199 t 0 . 0 2 9 ( 0 . 0 2 8 h ) Formato da taxa de falha ajustada por Weibull: padrão F 0 . 0 2 7 0 . 0 2 6 0 . 0 2 0 2 5 4 0 6 0 8 01 01 0 1 2 10 4 10 6 20 8 20 0 0 2 0 t : Prof. Dr. Miguel A. Sellitto t e 0 m 200 0 . 0 2 7 0 . 0 2 6 4 0 6 0 8 0 1 0 1 0 1 2 01 4 0 1 6 02 8 0 0 0 h ( t ) Formato da taxa de falha ajustada pela exponencial: padrão E 0 2 t : Prof. Dr. Miguel A. Sellitto t e 0 m 201 Confiabilidade de sistemas de produção Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 202 Confiabilidade sistêmica • Um sistema é um conjunto de componentes interligados conforme uma disciplina e que cumpre uma dada função; • Para que o sistema cumpra sua função, cada componente deve cumprir uma missão de hierarquia progressivamente inferior; • A confiabilidade de um sistema depende da confiabilidade de cada componente e do modo como estes são conectados. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 203 Confiabilidade sistêmica • A confiabilidade de um sistema é afetada pela confiabilidade dos seus componentes e pelo tipo de interligação; • A interligação entre componentes pode ser serial, paralela, k entre n ou outra, nãoclassificável; • Para que se saiba qual componente reforçar, é necessário medir a importância de cada componente do sistema: o mais importante é prioritário para receber o reforço. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 204 Confiabilidade sistêmica • Inicia-se desenhando o RDB: diagrama em blocos da confiabilidade; • No RDB, um sistema é dividido em blocos lógicos, cada um cumprindo uma função; • Os blocos são conectados conforme a lógica que interliga suas funções; – Nem sempre a conexão física é igual à conexão lógica; – Define-se um tempo, por exemplo, 1 ano, e se calcula a confiabilidade de cada bloco em 1 ano. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 205 Conexão série • Um arranjo é conectado em série se o arranjo falha quando o primeiro bloco falha; • A probabilidade de falha do arranjo série é a união entre as probabilidades de falha do primeiro bloco e do segundo bloco; • A confiabilidade do arranjo série é a interseção das confiabilidades dos blocos; – P falha série = P1 P2; – R série = R1 R2 = R1 x R2; – Para n blocos, R série = P Ri Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 206 Exemplo simplificado • Seja um automóvel Gol 95; • O RDB é um arranjo série contendo: – Comando e sinalização, motor, tração, habitáculo; • O proprietário usou o veículo 300 vezes nos últimos 12 meses, com o seguinte histórico de falhas: – Quatro falhas de comando e sinalização, duas falhas de motor, duas falhas na tração, sem falhas no habitáculo. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 207 Exemplo simplificado: cálculos • R comando e sinalização = (1- 4/300) = 0,986; • R motor = (1-2/300) = 0,993; • R tração = (1-2/300) = 0,993; • R habitáculo = 1; • R veículo (1 ano) = 0,986 x 0,993 x 0,993 x 1 = 0,972 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 208 Conexão paralela • Um arranjo é conectado em paralelo se o arranjo falha quando o último bloco falha; • A probabilidade de falha do arranjo paralelo é a interseção entre as probabilidades de falha do primeiro bloco e do segundo bloco; • A confiabilidade do arranjo paralelo é a união das confiabilidades dos blocos; – P falha paralela = P1 P2; – R paralela = R1 R2 = 1 - {(1- R1) x (1 - R2)}; – Para n blocos, R paralela = 1 - P (1 – Ri). Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 209 Exemplo simplificado • Um avião contém quatro turbinas. Basta que uma turbina opere para que a missão seja cumprida; • O RDB é um arranjo paralelo de quatro blocos: tb1, tb2, tb3 e tb4, com o seguinte histórico de falhas em 1000 decolagens em 2 anos: – Tb 1 = 4 falhas, tb 2 = 12 falhas, tb 3 = 8 falhas e tb 4 = 1 falha. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 210 Exemplo simplificado: cálculos • R tb 1 = (1 - 4/1000) = 0,996; • R tb 2 = (1 - 12/1000) = 0,988; • R tb 3 = (1 - 8/1000) = 0,992; • R tb 4 = (1 - 1/1000) = 0,999; • R turbinas (2 anos) = = 1- [(1-0,996) x (1- 0,988) x (1-0,992) x (1-0,999)] = 0.999999999616 1 Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 211 Conexão combinada • Um arranjo combinado pode ser dividido em sub-arranjos série e paralelos; • A confiabilidade do arranjo é a união das confiabilidades dos sub-arranjos em série; ou; • A intersecção das confiabilidades dos subarranjos em paralelo. – R série = P Ai; ou – R paralela = 1 - P (1 – Ai). Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 212 Exemplo numérico R1 R5 R3 R4 R2 R6 R1 0,98 R2 0,96 R3 0,90 0,90 R4 0,93 0,93 R5 0,85 R6 0,91 0,992 0,9865 0,819 Em que bloco aumentar 1 ponto percentual na confiabilidade, de modo a obter o máximo aumento possível na confiabilidade total? Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 213 Tomógrafo computadorizado R1 R2 R3 R4 item MTTR Ri (1 ano) fonte radiativa alto 0,995 espelho rotativo alto 0,996 detectores alto 0,994 interface baixo 0,980 computador baixo 0,965 arquivos baixo 0,975 R total (1 ano) 0,908 R5 R6 Porque os itens de mais baixo MTTR tem mais baixa confiabilidade? E porque os itens a quem foi conferida alta confiabilidade tem MTTR alto? Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 214 Conexão k entre n • Um arranjo k entre n falha quando o k-ésimo bloco falha; • A confiabilidade do arranjo k entre n é a união entre as confiabilidades dos arranjos dos n blocos k a k; • Quando a confiabilidade individual dos n blocos é diferente, o cálculo é de pouco interesse prático: – Um caso particular de interesse é quando os n blocos possuem a mesma confiabilidade p; – A confiabilidade do arranjo k entre n é a união das probabilidades de k dos n blocos não falharem; n r nr R(k , n, p) p (1 p) r k r n Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 215 Conexão k entre n: exemplo • Sejam quatro linhas de transmissão elétrica; – São necessárias ao menos duas linhas para que a transmissão de energia cumpra sua missão; – A confiabilidade individual é p = 0,95; • A confiabilidade do arranjo 2 entre 4 é: R(2;4;0,95) 0,999519 n n! k k!(n k )! Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 216 Aumento de confiabilidade • Algumas configurações aumentam intrinsecamente a confiabilidade: – Paralelismo: o último componente a falhar causa a falha; – Redundância: dois componentes tem a mesma função, porém um deles está apenas ativado, não está operacional; – Residente ou stand-by: dois componentes tem a mesma função, porém um deles só é ativado quando o outro falha; • Exemplos: – Lâmpadas: são ligadas em paralelo; – Alimentação elétrica e no-break são redundantes: o no-break está ativo, mas só entra em operação se a alimentação falha; – Alimentação elétrica e gerador: o gerador só é ativado e só entra em operação se a alimentação elétrica falha. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 217 Curvas de confiabilidade R(t) conjunto componente tempo Configuração paralela: ambos os componentes têm a mesma R(t) Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 218 Curvas de confiabilidade R(t) Componente redundante conjunto Componente ativo tempo Configuração redundante: um dos componentes têm a sua R(t) retardada, pois a ativação contribui menos do que a operação para a queda na confiabilidade. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 219 Curvas de confiabilidade R(t) Componente stand-by conjunto Componente ativo tempo Configuração residente: um dos componentes têm a sua R(t) retardada, pois só se degrada quando entra em operação. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 220 Cálculo de confiabilidade de configurações aumentantes • Paralelismo: – R total = {1 – (1 – R1).(1 – R2)}; • Redundância: – R total = {1 – (1 – R1).(1 – R2 red.)}; • Residente ou stand-by: – R total = {1 – (1 – R1).(1 – R2 res.)}. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 221 Exemplos e cálculos Dados: R1 (1 ano) = 0,95; R2 (1 ano) = 0,9; R2 (1 ano redundante) = 0,95; R2 (1 ano residente) = 0,99; 1. R1 em paralelo com R2: R total = 1 – (1-0,95).(1-0,9) = 0,995; 2. R1 em redundância com R2: R total = 1 – (1-0,95).(1-0,95) = 0,9975; 3. R1 com R2 residente: R total = 1 – (1-0,95).(1-0,99) = 0,9995. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 222 Estudo de caso • Escolha um equipamento relevante para o resultado da empresa; • Para o equipamento escolhido, colete os tempos entre falhas e os tempos até o reparo; • Coloque no software ProConf e faça a análise de Weibull e a análise do reparo; – Qual o ponto no ciclo de vida em que o equipamento se encontra? Qual a estratégia de manutenção indicada? – Calcule o intervalo entre intervenções preventivas e/ou o prazo de garantia do equipamento; – Calcule a disponibilidade do equipamento. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 223 Referências bibliográficas Higgins, R. Maintenance engineering handbook, Mc Graw Hill, N. York, 1995. Lafraia, J. Manual de confiabilidade, mantenabilidade e disponibilidade, Qualitymark, R. Janeiro, 2001. Monchy, F. A função manutenção. Durban, S. Paulo, 1989. Moubray. Reliability-centred maintenance. Oxford: Butterworth Heinemann, 1997. Nepomuceno, L. Técnicas de manutenção preditiva – v. I e II, Edgard Blücher, S. Paulo, 1989. Oliveira, L.; Sellitto, M.; Verdi, R. Gerenciando estrategicamente a manutenção de uma organização de transportes com base em um sistema de informações. Revista Análise, v.13, n.1, p.103-118, 2002. Rausand, M.; Hoyland, A. System reliability theory. N. York: Wiley Interscience, 2004. Sellitto, M.; Borchadt, M.; Araújo, D. Manutenção centrada em confiabilidade: uma abordagem quantitativa. Anais do XXIIº ENEGEP. Curitiba: 2002. Sellitto, M. Formulação estratégica da manutenção industrial com base na confiabilidade dos equipamentos. Revista Produção, v.15 n.1, p. 44-59, 2005. Siqueira, I. Manutenção centrada em confiabilidade. R. Janeiro: Qualitymark, 2005. Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 224 Boa sorte e conquistas em suas estratégias de manutenção Prof. Dr. Miguel A. Sellitto 225