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A EXPERIÊNCIA DO PACIENTE COM TUMOR CEREBRAL FRENTE À
HOSPITALIZAÇÃO
SILVA, Antonia Irineide Teixeira da 1
OLIVEIRA, Regina Célia de2
ACIOLI, Moab Duarte3
Introdução: O adoecimento se constitui em um momento crítico na vida do
sujeito, especialmente quando se trata de uma doença neurológica como um
tumor cerebral em que o tratamento exige a estadia no hospital e esta é marcada
por uma mudança brusca no cotidiano do indivíduo. A incidência de tumores
cerebrais parece ter aumentado nas últimas décadas. Contudo, os dados
epidemiológicos sugerem que isso se deve mais ao diagnóstico agressivo e exato
do que a um aumento real na incidência. Eles são lesões intracranianas de
natureza benigna ou maligna que causam efeitos devido à compressão e
infiltração tecidual. Objetivo: Esta pesquisa tem como objetivo descrever a
experiência de pacientes diante do diagnóstico e tratamento de tumor cerebral.
Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório e descritivo,
baseado no método fenomenológico, realizado na clínica de neurocirurgia em um
hospital público na cidade de Recife-PE. Foi utilizado um roteiro de entrevista
semiestruturado para quatro pacientes adultos de ambos os sexos. Os dados
foram analisados utilizando a análise temática, componente da análise de
conteúdo. Resultados e Discussão: Foram extraídos e classificados temas e
subtemas através das unidades de registro relativos aos sentimentos diante do
diagnóstico,
experiência
de
hospitalização,
atitudes
dos
familiares
pós-
diagnóstico, relação com profissionais de saúde e reorganização dos projetos de
vida. O grupo estudado apontou que a experiência da doença estudada possibilita
ao indivíduo um contato com a finitude, e isso causa sentimentos de medo e
revela uma necessidade de cuidados, de maior aproximação de Deus e das
1
¹ Graduada em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças da
Universidade de Pernambuco
2
Doutora, Enfermeira, Professora da Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças da
Universidade de Pernambuco.
3
Doutor, Médico Psiquiatra, Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de
Pernambuco.
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pessoas queridas e de projetar um futuro melhor para si e para os outros. O
estudo desse grupo revelou que se trata de uma experiência relacionada a
sentimento de “nervosismo” por conta do medo da morte e desejo de saber, de
lutar e de ficar curado. A hospitalização revela uma demanda subjetiva de ajuda
de Deus e da família, medo de morrer e das consequências da cirurgia,
necessidade de mudança do serviço de saúde, e o paciente se sente mal pelo
que vê acontecendo aos outros. A percepção das atitudes dos familiares
encontradas foi de ceticismo do tratamento, afastamento, aproximação e
preocupação. Na relação com os profissionais de saúde, especialmente a equipe
médica e de enfermagem há uma percepção de segurança, confiança e cuidado e
também de falhas no cuidar principalmente devido a problemas na comunicação.
Os projetos de vida para o futuro dos pacientes são de trabalhar, cuidar melhor de
si e dos outros. Considerações Finais: O estudo revela ainda que no
adoecimento o indivíduo se vê diante da finitude, o que lhe causa sentimentos de
medo e necessidade de cuidados, de maior aproximação de Deus e das pessoas
queridas e de projetar um futuro melhor.
Descritores: Acontecimentos que mudam a vida, Cuidados de Enfermagem,
Neurocirurgia.
BIBLIOGRAFIA
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70; 1977.
BOFF, L. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. 14ª ed.
Petrópolis: Vozes; 2008.
BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10ª ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005.
CASTRO, D. S. P de, et al. Existência e saúde. São Bernardo do Campo:
UMESP; 2002.
HELMAN, C. G. Cultura, saúde & doença. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2003.
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