JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO Academicos: Eliana Fávero, Elizandra K. N. da Silva, Cristine Paludo, Darliane Zucco, Gilvan Sperotto, Mauro de Brittos, Jair Dalssasso, Jakeline Moreschi, Ana Claudia Moresco, Idemar Scalssavara. Conceito Além do Lucro Líquido atribuível aos sócios e/ou acionistas, o juro sobre o Capital Próprio é uma das formas de rendimentos do capital investido pelos sócios e acionistas, sendo um direito dos investidores. Para a entidade, é por sua vez, um planejamento tributário que reduz a carga de impostos. Balanço Patrimonial - Inicio do período (em R$) Ativo Cia A Cia B Cia C Caixa 1000 1000 Passivo + PL 1000 Juros a pagar 0 0 0 Empréstimos 0 500 950 Patrimônio Líquido 1000 500 50 Capital 1000 500 50 0 0 0 1000 1000 1000 Lucros Acumulados Total 1000 1000 Cia A Cia B Cia C 1000 Total Demonstração de Resultado do Exercicio - período em (R$) Itens do Resultado Cia A Cia B Cia C Vendas 0,00 0,00 0,00 Custos das Vendas 0,00 0,00 0,00 Lucro Bruto 0,00 0,00 0,00 Despesas Financeiras 0,00 (50,00) (95,00) Lucro Líquido 0,00 (50,00) (95,00) Balanço Patrimonial - Inicio do periodo (em R$) Ativo Cia A Cia B Cia C Caixa 1000 1000 1000 Passivo + PL Cia A Cia B Cia C Juros a pagar 0 0 0 Empréstimos 0 500 950 Patrimônio Liquido 1000 450 (45) Capital 1000 500 50 0 (50) (95,) 1000 1000 1000 Lucros Acumulados Total 1000 1000 1000 Total Sócios B e C: estão descontentes com os prejuízos apresentados; Sócios A: Situação de equilíbrio, (não perderam nem ganharam nada). Visando aproximar os relatórios contábeis das supostas expectativas dos usuários, alguns estudiosos propõem o reconhecimento de juros sobre os recursos fornecidos pelos sócios. “...essa é uma das grandes falhas da Contabilidade hoje. Se alguém investe determinado valor para formar uma empresa, precisa receber primeiro a correção monetária desse valor (...) Depois, deveria ainda ser registrado um juro mínimo sobre esse valor corrigido, para se separar quanto da remuneração não é efetivamente, genuinamente, lucro.” Em aderência a esse entendimento, considerando a taxa de juros 10%, a DRE ficaria: Demonstração do Resultado do Exercício – período com juros sobre o capital próprio (em R$) Itens do Resultado Vendas Custo das vendas Lucro bruto Despesas financeiras* Lucro Líquido Cia. A 0 0 0 (100) (100) Cia. B 0 0 0 (100) (100) Cia. C 0 0 0 (100) (100) A contrapartida nos itens patrimoniais, os rendimentos geram 02 opções: 1- Contrapartida no Passível Exigível: Balanço Patrimonial - Inicio do periodo (em R$) Ativo Cia A Cia B Cia C Caixa 1000 1000 1000 Total 1000 1000 1000 Passivo + PL Cia A Cia B Cia C Juros a pagar 100 100 100 Empréstimos 0 500 950 Patrimônio Liquido 900 400 (50) Capital 1000 500 50 Lucros Acumulados (100) (100) (100) 1000 1000 1000 Total 2- Contrapartida no Patrimônio Líquido. Balanço Patrimonial - Inicio do periodo (em R$) Ativo Cia A Cia B Cia C Caixa 1000 1000 1000 Passivo + PL Cia A Cia B Cia C Juros a pagar 0 50 95 Empréstimos 0 500 950 Patrimônio Liquido 1000 450 (45) Capital 1000 500 50 Ajuste do Capital Proprio 100 50 5 (100) (100) (100) 1000 1000 1000 Lucros Acumulados Total 1000 1000 1000 Total A técnica de Juros sobre Capital Próprio pode ser entendida como uma simplificação do Custo de Oportunidade, pois, atribui uma remuneração ou um custo para todos os itens patrimoniais da empresa. Demonstração de Resultado do Exercício- Cia B - período em (R$) Itens do Resultado Custo de Oportunidade Juros s/ Capital Próprio Tradicional Vendas 0 0 0 Custos das Vendas 0 0 0 Lucro Bruto 0 0 0 (50) (50) (50) 0 (50) 0 (100) 0 0 50 0 0 (100) (100) (50) Juros s/ Capital de terceiros Juros s/ Capital Próprio Oportunidade – Caixa ($1.000X10%) Oportunidade – Empréstimos ($500X10%) Lucro Líquido TAXA DE JUROS 1 - Taxa de juros dos investimentos livres de risco; 2 – Custo do capital próprio da empresa 3 – custo do capital de terceiros da empresa; 4 – taxa média do mercado de capitais (geral ou setor) Empreendimentos em fase préoperacional Incentivos de investimentos Substituto das técnicas de correção monetária. “ a longo prazo, o relevante não é corrigir ou não corrigir estoques, imobilizado, e outro ativos, já que estes são aumentados pela atualização mas depois descarregados para despesa pelo valor corrigido, anulando-se o efeito no tempo; o relevante é corrigir o Patrimônio Liquido, para que o lucro seja, no tempo, exatamente diferença entre os valores colocados e retirados pelos sócios. Afinal, lucro é o que fez crescer, termos reais, o Patrimônio Liquido da empresa.” Cuidado com a análise do resultado e de sua carga tributária - A pessoa jurídica pode deduzir da apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados a titulo de remuneração do capital próprio. - Para obter o valor dos juros sobre o capital próprio utiliza-se a TJLP. Na DRE estes juros deverão ser sempre demonstrados de forma que assim será apurado o lucro real da empresa de maneira correta, diminuindo também sua carga tributária. - Cuidado com a análise do resultado e de sua carga tributária Limites de dedutibilidade - O montante dos juros remuneratórios do patrimônio líquido passível de dedução para efeitos de determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social limita-se ao maior dos seguintes valores: I – 50% (cinqüenta por cento) do lucro líquido do exercício antes da dedução desses juros; ou II – 50% (cinqüenta por cento) do somatório dos lucros acumulados e reserva de lucros, sem computar o resultado do período em curso. - Para os efeitos do limite referido no item I, o lucro líquido do exercício será aquele após a dedução da contribuição social sobre o lucro líquido e antes da dedução da provisão para o imposto de renda, sem computar, porém, os juros sobre o patrimônio líquido. "O capital é como água, sempre flui por onde encontra menos obstáculos." (Delfim Netto)