FACULDADE LUTERANA SÃO MARCOS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
LER/DORT: Como diminuir o absenteísmo relacionado à saúde dos
trabalhadores do setor de manutenção de estruturas de aeronaves na
empresa TAP M&E de Porto Alegre
JOÃO BATISTA DA SILVA GOMES
Alvorada
2013/1
FACULDADE LUTERANA SÃO MARCOS
LER/DORT: Como diminuir o absenteísmo relacionado à saúde dos
trabalhadores do setor de manutenção de estruturas de aeronaves na empresa
TAP M&E de Porto Alegre
JOÃO BATISTA DA SILVA GOMES
Projeto de pesquisa como requisito para obtenção do titulo de
Bacharel em Administração pela Faculdade Luterana São Marcos.
Professor orientador: Prof. Dr. Gláucio Francisco Simões Costa
Alvorada
2013/1
RESUMO
Na atualidade, as doenças ocupacionais oneram tanto as empresas quanto o
trabalhador e suas famílias, motivando este autor a fazer este estudo de caso
conduzido dentro da empresa TAP Manutenção e Engenharia que tem suas
atividades ligadas ao ramo de manutenção aeronáutica. Lesões por esforço
repetitivo - LER e os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho DORT são problemas que de forma silenciosa, vem sendo um dos maiores
causadores de prejuízo aos trabalhadores, que ficam limitados ao trabalho e
até mesmo as atividades de lazer, como também as empresas que perdem
com a baixa eficiência e afastamentos de seus funcionários das mais diversas
atividades que existem dentro das mesmas, devido a atual configuração do
mundo do trabalho caracterizado pela ambiguidade, imprecisão e intensificação
dos riscos à saúde do trabalhador. Assim, as ações de saúde do trabalhador
têm como foco as mudanças os processos e relacionamento
trabalhador/trabalho/empresa, que contemplem essas relações em toda a sua
complexidade, visando à melhoria da qualidade de vida no trabalho. Após
identificar na empresa que os problemas com doenças osteomusculares
relacionados ao trabalho - DORT, foram os grandes causadores do
absenteísmo, buscou-se então, verificar fatores que causaram esses e de que
forma, se pode diminuir o absenteísmo relacionado a isso, buscando preservar
a saúde dos profissionais e garantir que a empresa atinja seus objetivos, com
um quadro funcional sadio e que trabalhe com qualidade de vida. Esse trabalho
foi de grande valia para o autor, pois, proporcionou um grande conhecimento
da dinâmica entre os trabalhadores e o trabalho, os custos e fatores que
interferem
no
relacionamento
e nesse
campo dinâmico entre
trabalhador/trabalho/empresa.
Palavras Chave: Trabalho, Saúde, LER/DORT.
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1. INTRODUÇÃO
Esse artigo tem por finalidade analisar a saúde no trabalho e a influência
nos índices de absenteísmo do setor de manutenção de estruturas de
aeronaves da empresa TAP M&E Brasil, na base de manutenção em Porto
Alegre/RS.
O setor é subdividido em seis grupos de trabalho diurno e um grupo de
trabalho noturno, os quais são subordinados nessa ordem; gerência geral de
manutenção de aviões, gerência de oficinas aeronáuticas, supervisão de
estruturas de hangar.
A venda de passagens aéreas tem se mantido em alta devido à
estratégia de preços e serviços das empresas aéreas, o que vem incentivando
os consumidores pela atratividade dos preços, a viajar mais de avião, por isto,
os serviços de manutenção são cada vez mais necessários e não sazonais.
Isso cria nas empresas operadoras de linhas aéreas e de cargas, uma
necessidade, em executar, com maior frequência, as manutenções
programadas (maintenance checks), determinadas pelas montadoras e
autoridades aeronáuticas.
Partindo desse princípio, esses operadores e empresas de manutenção
de aeronaves formulam contratos de serviço, com tempos cada vez mais
reduzidos que podem influenciar e gerar problemas de saúde do profissional de
manutenção aeronáutica. Para minimizar esse problema, existe leis que
garantem o bem estar físico e emocional dos funcionários e no Brasil a função
de inspecionar os locais de trabalho é executada pelas Delegacias Regionais
do Trabalho (DRT), juntamente com a vigilância dos sindicatos dos
trabalhadores das suas diversas classes.
Nesse sentido Bohlander e Snell (2011) comentam que embora as leis
que garantam o bem estar físico e emocional dos funcionários seja um
incentivo inegável, muitas empresas são motivadas a fornecer condições de
trabalho saudáveis, em virtude de sua sensibilidade às necessidades e ao
direito dos trabalhadores.
Uma empresa mais orientada aos custos reconhece a importância de
evitar, sempre que possível, acidentes de trabalho e as doenças do trabalho,
pois, os custos associados aos afastamentos por doenças, pagamentos por
incapacidade, reposições de funcionários que sofrem lesões ou morrem,
excedem em muito os custos de manter um programa de segurança e saúde,
pois, eles podem promover o bem-estar físico e a saúde dos funcionários e até
mesmo, melhorando fatores, tanto físicos como psicológicos.
Entretanto, para Bellusci (2001, p.13) “quando esse ambiente é de
trabalho, pode oferecer riscos que agridam a integridade física, emocional ou
social do trabalhador”, ainda cita que o desenvolvimento de doenças ocorre por
meio de processos de trabalho em ambientes dinâmicos, compreender e
acompanhar tais processos, corrigindo desvios é de suma importância para
impedir que as doenças ocorram.
Neste sentido, para Oliveira (apud CARVALHO NETO E SALIM 2001,
p.101).
[...] insistir na separação entre trabalho seguro e trabalho correto é
continuar conferindo ao trabalho duas dimensões distintas - uma de
produção, outra de segurança - o que não é verdade. A primeira diz
respeito ao negócio, daí a atenção que lhe é dada; a segunda, ao
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trabalhador, que, se adoecer, tornar-se inválido ou morrer tem a
Previdência Social para zelar por ele e/ou seus dependentes.
A história da TAP Manutenção e Engenharia Brasil, inicia em meados de
1927, quatro meses antes de a VARIG ser constituída, no primeiro voo de
testes do hidroavião Atlântico, os pilotos e mecânicos já procuravam “um local
apropriado para a instalação da primeira oficina de conservação, revisões e
consertos, montagem e depósito de material”. Nessa época a companhia já
ditava os padrões de manutenção, reparos e revisão geral de aeronaves
(MRO) no Brasil, com um moderno e bem instalado Centro de Manutenção, em
Porto Alegre.
No final de 1941, o fundador da empresa, Otto Meyer, ressaltava a
excelência das operações de manutenção e ao longo do tempo, o Centro de
Manutenção de Porto Alegre foi ficando cada vez mais completo e na década
de 50 já era o melhor da América do Sul.
No início da década de 60, com a absorção da Real Aerovias, a
companhia incorporou as instalações de mais um Centro de Manutenção, em
São Paulo. Isso permitiu a ampliação dos serviços prestados a outras
companhias aéreas. Graças ao incremento da eficiência, o que era um serviço
interno virou um negócio.
Durante a década de 70, a empresa fez um grande investimento
construindo o Centro de Manutenção do Rio de Janeiro, constituído de diversas
oficinas e o maior hangar da América Latina, inaugurado em 1980, com espaço
para quatro aeronaves wide body, simultaneamente. Nos anos seguintes,
promoveu o contínuo aprimoramento de equipamentos e das instalações no
Rio de Janeiro e em Porto Alegre, para obter homologação de uma gama cada
vez maior de aeronaves.
Em 2001, o que era uma unidade de negócios da VARIG, se
transformou em uma empresa independente – a VEM Manutenção e
Engenharia S.A. – com a tarefa de prover soluções eficientes em engenharia e
manutenção aeronáutica, de acordo com as exigências das autoridades do
transporte aéreo, elevado nível de qualidade e pontualidade, prazos e preços
de mercado competitivos, buscando sempre exceder as expectativas de
clientes e acionistas.
Em novembro de 2005 o controle acionário da empresa passou para a
TAP Portugal e muitas certificações foram obtidas desde então, além de outras
conquistas. Em janeiro de 2009 à empresa foi transformada em subsidiária
sendo chamada de TAP Manutenção e Engenharia (TAP M&E), como em
Portugal.
A TAP M&E Brasil se destaca entre as maiores empresas globais de
manutenção, reparos e revisão geral de aeronaves e componentes, podendo
oferecer ao cliente a opção do conceito nose-to-tail do mundo, possui uma
estrutura de produção com cerca de 2170 funcionários em dois grandes
Centros de Manutenção (CEMAN): sendo um no Rio Grande do Sul localizado
na Rua Augusto Severo, 851 - Bairro São João – Porto Alegre/ RS, e no Rio de
Janeiro, Estrada das Canárias, 1862 - Ilha do Governador / RJ, ela possui mais
de 80 anos de reconhecimento internacional herdados de sua controladora
anterior; a VARIG.
Seus serviços são certificados pelas principais autoridades aeronáuticas
do mundo: Agencia Nacional de Aviação Civil (ANAC – Brasil), Federal Aviation
Administration (FAA - Estados Unidos), European Aviation Safety Agenci
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(EASA – Europa) e está certificada para a linha Boeing 727, 737 Classic,
737NG, 747, 757, 767, 777, BBJ, MD11 e DC10, Embraer EMB 120 (Brasília),
ERJ 135, ERJ 145, EMBRAER 170, EMBRAER 175, EMBRAER 190,
EMBRAER 195 e Legacy 600; e Airbus A300, A300-600 e A310, A320, A330 e
A340.
Suas equipes de produção realizam uma gama de serviços que atende
as mais variadas necessidades dos clientes conforme citado abaixo:
a) Serviços diários e pernoites;
b) Revisão geral de componentes;
c) Projetos de engenharia com suporte técnico;
d) Projetos e revisão de interiores;
e) Projetos e instalações de sistemas aviônicos;
f) Reparos estruturais, projetos e aperfeiçoamentos;
g) Checks de manutenção desde básicos até pesados, ou seja, do mais
simples aos mais complexos (checks A, B, C, D);
h) Treinamento Técnico.
Dentro das equipes de trabalho citadas acima, para atender as
necessidades dos clientes, quanto a reparos estruturais e projetos de
aperfeiçoamentos, está o setor de manutenção de estruturas de aeronaves,
que é objeto desse estudo.
O objetivo da TAP M&E Brasil é executar serviços de engenharia e
manutenção em aeronaves e suas partes, com elevado nível de qualidade e
pontualidade, com prazos e preços competitivos e em conformidade com os
requisitos das autoridades aeronáuticas, buscando atender as expectativas de
seus clientes e de sua controladora a TAP- Portugal.
O código de ética da TAP M&E (2011, p.9) sobre segurança e bem-estar
referente ao local de trabalho do funcionário:
O Grupo TAP procurará promover um ambiente de trabalho sadio e
seguro, que vise à valorização e o bem-estar, promovendo: a
confiança, o respeito, a justiça e o estímulo às inovações. Assim:
a) Criará condições para permitir o colaborador um ambiente
facilitador da participação ativa na prevenção dos riscos profissionais.
b) Assegurará condições para que os serviços da empresa avaliem e
informem as exigências dos postos de trabalho e dos riscos
profissionais, permitindo assim aperfeiçoar e adequar os
colaboradores à situação de trabalho e assegurar a vigilância da
saúde, em função dos riscos a que se encontram expostos no seu
local de trabalho.
c) Assegurará as condições para um adequado e responsável
funcionamento dos serviços de Segurança, Higiene e Saúde da
Empresa, com vista à eliminação/redução dos riscos profissionais,
melhoria da qualidade e aumento da produtividade.
Com o crescente aumento da demanda de transporte de passageiros
aquecida pelo turismo nacional e internacional, aumenta o tempo de horas
voadas pelas aeronaves. Dessa forma, tornando-se mais recorrentes a fadiga
dos materiais, fazendo com que os checks de manutenção das aeronaves
sejam mais curtos, aumentando a necessidade das companhias aéreas de
contratar serviços de manutenção estética e estrutural nas aeronaves, na
mesma escala, pela constante necessidade de manter a aero navegabilidade e
a beleza das mesmas, gerando oportunidade de negócios para a empresa.
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Segundo Oliveira (2010), estratégia de análise e diagnóstico dos fatores
internos e externos à empresa é o processo que proporciona as mesmas
sustentar e estabelecer um direcionamento que vise à otimização pela
interação desses fatores a fim de que possam atuar de forma inovadora e
diferenciada. A análise SWOT que nos termos em ingleses quer dizer;
Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e
Threads (Ameaças), representam avaliação dos fatores internos e externos de
uma organização, setor ou atividade, busca equilibrar os pontos fortes e fracos
internos de uma organização com as oportunidades e as ameaças que o
ambiente externo apresenta.
A análise SWOT do setor de manutenção de estruturas de aeronaves da
empresa TAPM&E de Porto Alegre/RS, permite criar condições para formular
estratégias que representam o ajuste entre a organização e o ambiente interno
da mesma, e a análise de diferentes dimensões do ambiente externo que
possam influenciar a organização às melhores decisões junto aos setores
competitivos para a conclusão da visão da organização e de seus objetivos,
Como forças destacam-se:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
Estruturação e Integração entre os diversos grupos de trabalho com
as oficinas, laboratórios e logística, proporcionando um atendimento
mais rápido e eficaz;
Serviços homologados pelas principais autoridades aeronáuticas com
as certificações FAA, EASA e ANAC;
Equipe homologada pela para trabalhar nas aeronaves dos principais
fabricantes mundiais;
Alto nível de conhecimento e qualificação da mão de obra são forças
competitivas do setor de estruturas de aeronaves;
Centro Autorizado de Reparação (Authorized Repair Center) das
principais fabricantes de aeronaves;
A facilidade de acesso aos hangares junto ao aeroporto, as
instalações e a mão de obra qualificada, são forças competitivas do
setor de estruturas de aeronaves da TAP M&E de Porto Alegre.
São fraquezas:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
Preparação e capacitação dos funcionários para o desempenho das
funções demandam um tempo médio de cinco anos devido à
complexidade dos reparos estruturais;
A especialização na atividade limita a utilização da mão de obra em
outras especialidades internas;
Alta rotatividade de pessoal para outras especialidades de
manutenção;
Alto índice de afastamentos devido a lesões por esforço repetitivo e
doenças osteomusculares;
Participação competitiva fraca em relação ao mercado de venda de
mão de obra;
Estratégia da empresa direcionada a serviços relacionados aos
checks de hangar;
8
g)
h)
Baixo investimento em projetos de modificação estrutural de
aeronaves;
Os clientes têm livre acesso aos serviços e ao pessoal da produção,
gerando conflitos de informação constantes.
Têm-se como oportunidades:
a) Estímulo à formação de parcerias com fornecedores e concorrentes
para facilitar a aquisição de tecnologias e produtos de consumo;
b) Contratos de total care com as empresas de linhas aéreas que não
possuem centros de manutenção;
c) Venda e locação de mão de obra especializada para serviços fora
dos centros de manutenção;
d) Contrato de prestação de serviços de garantia para montadoras de
aeronaves;
e) Mercado em franco crescimento e com grande potencial de
lucratividade;
f) O Mercado de MRO não possui produtos substitutos.
São ameaças:
a) Os principais concorrentes estão mais próximos dos centros de
distribuição de materiais de consumo, seus leads times (prazos de
recebimento dos materiais) e TAT’s (tempo de conclusão dos
serviços) são menores;
b) Modernização das frotas de aeronaves e novas tecnologias em
equipamentos e materiais podem reduzir a necessidade de serviços
da especialidade;
c) Recessão econômica mundial;
d) Mudança nas regulamentações aeronáuticas nos países;
e) Grande poder de barganha dos fornecedores e clientes;
f) Localização geográfica faz com que os materiais de consumo tenham
lead times muito longos.
O foco desse estudo e projeto piloto dentro da empresa foi o setor de
estruturas de aeronaves que esta subordinada à gerência de oficinas
aeronáuticas de Porto Alegre. A população de estudo foi composta por 45
funcionários, distribuídos em sete grupos de trabalho alocados nos cinco
hangares de serviços da base de manutenção. Destes sete grupos, seis
trabalham no turno diurno e um trabalha no turno noturno.
O setor de estruturas de aeronaves é responsável pela manutenção
preventiva e corretiva que compreende inspeção, substituição de partes
estruturais primárias como longarinas de asas, vigas de piso, frames, cavernas
stringers e fittings e secundárias como cantoneiras de reforços, perfis na
fuselagem reforços de áreas e partes determinadas pelo fabricante devido a
históricos de outras aeronaves. Também, são feitos reparos estruturais em
decorrência de danos, rachaduras, e corrosão, reparos em superfícies de
comandos como flaps, estabilizadores, elevators, ailerons, slats, abertura e
fechamento de áreas para inspeções, aplicação de inibidores de corrosão,
tratamentos em chapas de ligas de alumínio e tratamento térmico em rebites.
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Dentro do setor de manutenção de estruturas de aeronaves, existem
dois cargos de mecânicos de aeronaves citados no plano de cargos, os
mecânicos de manutenção de aeronaves e os mecânicos assistentes.
No plano de cargos da TAP M&E Brasil (2011, p. 33), está escrito que o
mecânico de manutenção de aeronaves:
É o profissional que possui conhecimentos teóricos e práticos de
manutenção aeronáuticos comprovados e reconhecidos pela entidade
aeronáutica através do respectivo certificado de habilitação técnica
(CHT) e que efetua a manutenção preventiva e corretiva do avião,
estrutura, sistemas, reatores e componentes, procedendo à detecção
e correção de avarias ou anomalias, bem como à operação,
reparação, regulagem e ensaio do avião, seus sistemas mecânicos,
hidráulicos e pneumáticos, elétricos e eletrônicos, seus reatores e
partes constituintes, sua estrutura e elementos estruturais, seus
componentes e partes constituintes.
Cita o plano de cargos da TAP M&E Brasil (2011, p.56), está escrito que
o mecânico assistente:
É o profissional que manufatura, repara, monta e desmonta estruturas
coladas de avião, bem como estruturas compostas de fibra de
carbono e suas variações, elementos das estruturas dos aviões e/ou
peças de trem e reator, utilizando desenhos técnicos, especificações
dos fabricantes e da engenharia.
Esse estudo de caso visou analisar o seguinte problema: como diminuir
o absenteísmo relacionado à saúde dos trabalhadores do setor de manutenção
de estruturas de aeronaves na empresa TAP M&E de Porto Alegre?
O objetivo geral deste estudo foi:
Propor ações para melhorias da saúde no trabalho visando diminuir o
absenteísmo, do setor de manutenção de estruturas de aeronaves.
Foram objetivos específicos:
a) Identificar através de análise documental, dentro do período de
janeiro a dezembro de 2012, quantos dias produtivos foram perdidos
em 2012 e quais regiões do corpo sofreram maior incidência de
doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho;
b) Identificar as atividades críticas do setor de manutenção de estruturas
de aeronaves através do questionário aplicado;
c) Analisar o impacto das atividades críticas de manutenção, dentro das
faixas etárias de 21 a 30 anos, 31 a 40 anos e 41 a 55 anos, nos
mecânicos do setor de manutenção de estruturas de aeronaves;
d) Propor ações para diminuir os problemas de saúde e absenteísmo no
setor de manutenção de estruturas de aeronaves.
A necessidade desse estudo surgiu devido ao grande índice de
afastamentos dos trabalhadores do setor, por doenças osteomusculares
ocorridos no ano de 2012. Para Justificar este estudo destaca-se que no
período de 01/01/2012 até 31/12/2012, as (DORT) doenças osteomusculares
relacionadas ao trabalho, no setor de manutenção de estruturas de aeronaves,
produziram um grande número de afastamentos dos profissionais deste setor
de suas atividades laborais. A justificativa e importância desse tema, que
poderá ser utilizado como projeto piloto, e para outros setores da TAP M&E de
Porto Alegre, tem por base a utilização da mão de obra que gera riqueza,
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através de uma diversidade de produtos e serviços, bem como a manutenção
da saúde dos trabalhadores. A presença desses nos postos de trabalho é
essencial, para que a empresa atinja seus objetivos atenda as demandas de
seus clientes, dos próprios funcionários e acionistas.
Por isto, gerenciar a saúde dos trabalhadores é fundamental de acordo
com Carvalho Neto e Salim (2001, p.103):
[...] o gerenciamento das questões ligadas à segurança e à saúde dos
trabalhadores não é uma tarefa especifica de um determinado setor
da empresa, - o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança
e em Medicina do trabalho (SESMT) - mas parte integrante do ato de
gerenciar a produção ou serviços. Por conseguinte, deve compor as
demais atribuições daqueles que, em ultima instância, são os
criadores e gerenciadores das condições de trabalho.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Saúde e doença no trabalho
Cita Brasil (2001a), que entre os determinantes da saúde do trabalhador
estão compreendidos os condicionantes sociais, econômicos, tecnológicos e
organizacionais responsáveis pelas condições de vida e os fatores de risco
ocupacionais – físicos, químicos, biológicos, mecânicos e aqueles decorrentes
da organização laboral – presentes nos processos de trabalho. Assim, as
ações de saúde do trabalhador têm como foco as mudanças nos processos de
trabalho que contemplem as relações saúde-trabalho, em toda a sua
complexidade, por meio de uma atuação multiprofissional, interdisciplinar e
inter setorial.
Para Bolander, Snell e Sherman (2011), saúde no trabalho são a
promoção e manutenção no mais alto grau do bem-estar físico, mental e social
dos trabalhadores em todas as ocupações; a prevenção entre os trabalhadores
de doenças ocupacionais causadas por suas condições de trabalho; a proteção
dos trabalhadores em seus labores, dos riscos resultantes de fatores adversos
à saúde; a colocação e conservação dos trabalhadores nos ambientes
ocupacionais adaptados as suas aptidoes fisiológicas e psicológicas.
É uma visão ampla da saúde e incluem os aspectos emocionais e físicos
da vida de uma pessoa, tais como: problemas emocionais, crises pessoais,
alcoolismo e uso de drogas, que são considerados problemas pessoais, se
tornam problemas da empresa, quando afetam o comportamento e interferem
no desempenho do trabalho.
Cita Dejours (2005) que a atividade real contém reajustes dos modos
operacionais na tentativa de se aproximar das exigências impostas pela tarefa.
Assim, tanto o trabalho prescrito como a atividade real veiculam de maneira
implícita um “custo” humano do trabalho, que é abordado pela ergonomia em
termos de carga de trabalho. O conceito de carga de trabalho é marcado por
controvérsias, ambiguidade e imprecisão.
De acordo com Dejours (apud MENDES, 2007) existem quatro
categorias de patologias do trabalho:
a) Na primeira estão as patologias de sobrecarga, pois ao contrário do
que se imaginava o progresso técnico, a automação e, sobretudo, a
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robotização, não levaram a uma diminuição considerável da carga de
trabalho. Dentre as patologias de sobrecarga pode-se destacar:
distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento
físico e mental intenso (Burns out), morte por sobrecarga de trabalho
(karôshi), disfunções musculoesqueléticas, ou seja, as lesões por
esforço repetitivo (LER) e doenças osteomusculares relacionadas ao
trabalho (DORT);
b) Na segunda, constam às patologias pós-traumáticas que se dão em
consequência das agressões verbais e físicas, que os trabalhadores
são vítimas, no exercício de sua atividade laboral. Como por
exemplo: o que ocorre com professores, caixas de supermercado,
motoristas de ônibus etc.;
c) Na terceira estão as patologias do assédio, que estão associadas à
fragilização das pessoas, relacionadas à desestruturação emocional;
d) Na quarta categoria: estão às patologias que referem às depressões,
distúrbios mentais e às tentativas de suicídio.
Abordam Leite, Silva e Merighi (2007), que a saúde do trabalhador pode
ser afetada tanto por aspectos relacionados às condições ou aspectos da
organização do trabalho. As relações de trabalho evidenciadas pela grande
competitividade, pelos níveis de exigência e produtividade são fatores que,
consequentemente, promovem alterações no processo saúde-doença do ser
humano.
Para Hennington (2008), nenhum trabalho é mera execução, repetição
de movimentos, gestos, sequências de atividades ou operações previstas
antecipadamente. Desse modo, a gestão do trabalho em saúde deve
reconhecer o espaço do trabalho como aquele de transgressão, do debate
entre a norma e sua dinâmica.
Não é possível controle e antecipação da totalidade de circunstâncias e
peculiaridades de um trabalho sem a atenção em saúde em todos os aspectos.
As brechas das normas de execução do trabalho colocam em evidência que
sempre haverá a possibilidade da transgressão, a possibilidade de se tomar
uma decisão, própria, pessoal e livre.
No entender de Mendes, Ghizoni e Arujo (2011), as doenças e acidentes
causam sofrimento aos trabalhadores e suas famílias, mas também afetam os
aparatos produtivos, onerando os trabalhadores, empresas, impactando na
produção de riquezas e no bem estar social.
Problemas de saúde também representam despesas para entes públicos
e privados responsáveis pelo atendimento à saúde, pela assistência e
seguridade social. Assim, além dos aspectos humanos, a saúde dos
trabalhadores é importante para a sociedade e para a sua produção econômica
e o adoecimento é o que demonstra à experiência sentida, vivida, que anuncia
algo que não vai bem nesta relação sócio profissional.
Para Mendes e Dias, (apud Brasil 2001a) os trabalhadores podem
adoecer ou morrer por causas relacionadas ao trabalho, como consequência
da profissão atual ou que exerceram, ou pelas condições adversas em que seu
trabalho é ou foi realizado. Assim, o perfil de adoecimento e morte dos
trabalhadores resultará da amalgamação desses fatores, que podem ser
sintetizados em quatro grupos de causas:
a) Doenças comuns, aparentemente sem qualquer relação com o
trabalho;
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b) Doenças comuns (crônico-degenerativas, infecciosas, neoplásicas,
traumáticas, etc.) eventualmente, modificadas no aumento da
frequência de sua ocorrência ou na precocidade de seu surgimento
em trabalhadores, sob determinadas condições de trabalho;
c) Doenças comuns que têm o espectro de sua etiologia ampliado ou
tornado mais complexo pelo trabalho. Asma brônquica, a dermatite
de contato alérgica, a perda auditiva induzida pelo ruído
(ocupacional), doenças musculoesqueléticas e alguns transtornos
mentais exemplificam esta possibilidade, na qual, em decorrência do
trabalho, somam-se (efeito aditivo) ou multiplicam-se (efeito
sinérgico) as condições provocadoras ou desencadeadoras destes
quadros nosológicos;
d) Agravos à saúde específicos, tipificados pelos acidentes do trabalho
e pelas doenças profissionais.
Cita Brasil (2001a), que os três últimos grupos referidos acima,
constituem a família das doenças relacionadas ao trabalho e a natureza dessa
relação é sutilmente distinta em cada grupo de causas:
a) GRUPO I: doenças em que o trabalho é causa necessária, tipificada
pelas doenças profissionais, stricto sensu, e pelas intoxicações
agudas de origem ocupacional;
b) GRUPO II: doenças em que o trabalho pode ser um fator de risco,
contributivo, mas não necessariamente exemplificadas pelas doenças
comuns, mais frequentes ou mais precoces, em determinados grupos
ocupacionais e para as quais o nexo causal é de natureza
eminentemente
epidemiológica,
associada
a
determinadas
profissões;
c) GRUPO III: doenças em que o trabalho é provocador de um distúrbio
latente, ou agravador de doença já estabelecida ou pré-existente,
como doenças alérgicas de pele e respiratórias, distúrbios mentais,
em determinados grupos ocupacionais ou profissões;
Ainda, para Brasil (2001a, p.30), referente aos grupos de doenças
relacionadas ao trabalho:
[...] de acordo com a situação específica, a exploração das condições
de exposição a fatores de risco para a saúde presentes nos
ambientes e condições de trabalho, levantadas a partir da entrevista
com o paciente/trabalhador, poderá ser complementada por meio da
literatura técnica especializada, da observação direta do posto de
trabalho, da análise ergonômica da atividade, da descrição dos
produtos químicos utilizados no processo de trabalho e da respectiva
ficha toxicológica obtida diretamente dos responsáveis pelo processo,
junto aos próprios trabalhadores.
Conclui Brasil (2001, p.30) que deve haver uma investigação mais
abrangente nessa relação trabalhador–trabalho e saúde-trabalho-doença:
Ouvir o trabalhador falando de seu trabalho, de suas impressões e
sentimentos em relação ao trabalho, de como seu corpo reage no
trabalho e fora dele, é de fundamental importância para a
identificação das relações saúde-trabalho-doença. É a tradução
prática da recomendação feita em 1700, pelo médico italiano
Bernardino Ramazzini de que todos os médicos deveriam perguntar a
seus pacientes: Qual é a sua profissão?
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2.2. Qualidade de vida no trabalho – QVT
Os trabalhadores em todos os ramos de atividades estão sujeitos a
fatores desgastantes e potencializadores nos seus locais de trabalho, que
podem ser determinantes dos processos saúde-doença e que influenciam
diretamente na sua qualidade de vida.
Entende Dolan (2006, p. 03) que:
Qualidade de vida no trabalho (QVT) é um método pelo qual todos os
membros do estabelecimento por meio dos canais de comunicação
abertos e apropriados, preparam‐se para tal fim, têm vozes nas
decisões que afetam sua função, em especial, e o ambiente de
trabalho, em geral, o que resulta em maior envolvimento e satisfação
no trabalho, e menos stress e exaustão.
O conceito de QTV para Rodrigues (2009, p.81) é.
[...] compensação adequada e justa, condições de segurança e saúde
do trabalho, oportunidade imediata para a utilização e
desenvolvimento da capacidade humana, oportunidade futura para
crescimento contínuo e segurança, interação social na organização
de trabalho, o constitucionalismo na organização do trabalho, o
trabalho e o espaço total da vida e a relevância social da vida do
trabalhador.
Uma competência específica identifica a QVT e para França (2009,
p.178):
[...] está associada a questões de saúde, lazer e nutrição – nessa
ordem. Também estão contidas nessa nova competência as
habilidades relacionadas à responsabilidade social e relações do
trabalho, as quais são interfaces pertencentes às esferas psicossocial
e organizacional, estão, também, contidas nessa nova competência.
Na visão de Dolan (2006, p. 211).
As condições de trabalho não devem ser definidas só pelos critérios
impostos pelo mercado, pelo processo produtivo, pela tecnologia etc.,
mas também por certas necessidades (segurança, afiliação,
sensação de adequação ao ambiente e status), expectativas e
aspirações legítimas dos colaboradores.
A QVT sofre influência de questões comportamentais que a visão de
França (2009, p.34) “dizem respeito às necessidades humanas e aos tipos de
comportamentos individuais no ambiente de trabalho, de alta importância,
como, entre outros, variedade, identidade de tarefa e retro informação”.
Existem vários fatores psicossociais negativos no trabalho que podem
ter um grande impacto na sua saúde, um deles é a grande demanda: ter muito
trabalho a executar em pouco tempo, durante longo período, por isto, a QVT
deve procurar a melhoria de saúde, por meio de novas formas de organizar e
executar o trabalho.
Assim a QVT, na opinião de França (2009) engloba não só o
gerenciamento de riscos à saúde, na sua dimensão física, mas também as
condições de trabalho (ambiente e as relações interpessoais), além da
14
segurança, motivação e adaptação das expectativas de realização pessoal de
todos os funcionários e a produtividade visando alcançar os resultados
pessoais e da organização.
Deve ser considerada, segundo Rodrigues (2009), a estreita interação
entre empresa e trabalhador para a promoção de um programa de QVT que
precisa envolver responsabilidade institucional, responsabilidade social,
comprometimento de dirigentes em todos os níveis hierárquicos, de parcerias
inter setoriais e da participação efetiva dos empregados.
Para alavancar ações de QVT, na visão de Dolan (2008), a política de
comunicação interna deve proporcionar o fortalecendo os canais existentes,
criar canais alternativos, disseminando informações que propiciem o clima
organizacional positivo e incremente a integração dos empregados e com os
programas de QVT.
2.3. O absenteísmo no trabalho
Citam Bohlander e Snell (2010, p.82) que,
O Ministério do Trabalho define absenteísmo como falha dos
empregados em comparecer ao trabalho quando seus horários de
trabalho assim o exigem, quer essa falha seja justificada ou não.
Férias ou feriados programados, assim como ausências previamente
autorizadas, não são considerados como falta ao trabalho.
Comentam Bohlander e Snell (2010, p.80) que,
Quando os empregados faltam ao trabalho, a organização precisa
arcar com os custos diretos referentes à perda de salários pagos e a
diminuição de produtividade [...] Naturalmente, uma determinada
quantidade de faltas é inevitável. Sempre ocorre de alguém faltar ao
trabalho por motivo de doença, por acidente, por problemas familiares
ou outras razões legitimas. Contudo o absenteísmo crônico pode ser
um sinal de problemas mais sérios no ambiente de trabalho
Para Bellusci (2001) o absenteísmo por doença pode ser considerado o
principal motivo das faltas imprevistas às atividades laborais, gerando
dificuldades de planejamento da utilização da mão de obra, oscilação na
produção, na qualidade e sobrecarga de trabalho aos presentes. Dentre todos
os fatores de afastamentos nas empresas, muitos são motivados por pequenas
doenças e mal-estar como gripes, dores nas costas, nos ombros e membros
inferiores, entorses, fatores psicológicos e LER/DORT.
Comentam Mendes, Ghizoni e Arujo (2011), que as doenças e acidentes
causam sofrimento aos trabalhadores e suas famílias, mas também as
ausências afetam os aparatos produtivos, onerando os trabalhadores e as
empresas, impactando na produção de riquezas e no bem estar social.
Além dos aspectos humanos a saúde dos trabalhadores é importante
para a sociedade e para a sua produção econômica e para a saúde econômica
da empresa, O adoecimento é o que demonstra à experiência sentida, vivida,
que anuncia algo que não vai bem nesta relação sócio profissional.
15
2.4 LER e DORT
Cita Brasil (2001b) que a primeira referência oficial a esse grupo de
afecções do sistema musculoesquelético, foi feita pela Previdência Social, com
a terminologia tenossinovite do digitador, através da portaria nº 4.062, de
06/08/87.
Em 1992, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo publicou a
resolução SS 197/92, já introduzindo oficialmente a terminologia Lesões por
Esforços Repetitivos (LER).
Em 1993, o INSS publicou sua Norma Técnica para Avaliação de
Incapacidade para LER, baseada nas resoluções anteriormente citadas.
Em 1998, na revisão de sua Norma Técnica, a Previdência Social
substituiu LER por Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
(DORT).
De acordo com Bueno, Kalinowski e Santos (apud HELFENSTEIN
JUNIOR, 2000), as mudanças na organização do trabalho foram precursoras
dos DORT, que são as doenças ocupacionais em maior evidência no mundo e
consideradas, situação epidêmica, constituindo um grave problema de saúde
de difícil abordagem, reabilitação e prevenção.
Os sintomas que expressam a DORT são variados, como: sensação de
peso e cansaço do membro afetado, dores crônicas, formigamento, inchaço,
perda de força muscular, perda de velocidade de execução do trabalho, etc.
Busca-se evitar que na própria denominação já se apontem causas e
efeitos definidos, como em lesões, que indicam efeito cumulativo que indicam
causalidade.
Além disso, o termo DORT abrange outras doenças que não aquelas
relacionadas com repetições ou traumas cumulativos.
Ainda, citado em Brasil (2001b, p. 8) sobre DORT, que:
Vários autores preferem essa nomenclatura DORT, por permitir o
reconhecimento de maior variedade de entidades mórbidas, bem
definidas ou não, causadas pela interação de fatores laborais os mais
diversos, retirando a falsa ideia de que o quadro clínico se deve a
apenas um fator de risco, ou que haja necessariamente uma lesão
orgânica, ou que se restrinja a uma só localização.
Comenta Bellusci (2001) que Ler ou DORT não é uma doença, mas um
nome para designar um grupo de doenças que são provocadas por condições
inadequadas no trabalho, que também levam o trabalhador a submeter-se a
posições estáticas e a repetir o mesmo padrão de movimentos, em curto
espaço de tempo, sem intervalos para recuperação das regiões do corpo que
estão sendo utilizadas.
Aborda Bellusci (2001, p.81) que:
Além do uso da força, que nesse caso nem sempre é utilizada para a
tarefa em si, mas para segurar um determinado membro do corpo ou
o corpo inteiro em um determinado membro que está tenso devido às
condições psicológicas ou ambientais.
Ainda para Bellusci, (2001), as LER representam uma síndrome de dor
nos membros superiores que podem causar lesões no sistema tendíneo,
16
muscular e ligamentar, causadas principalmente por atividades que exigem
movimentos repetitivos, em alta frequência e em postura forçada.
Neste sentido para Brasil (2012, p. 8):
A alta prevalência de LER/DORT tem sido explicada por
transformações do trabalho e das empresas cuja organização tem se
caracterizado pelo estabelecimento de metas e produtividade,
considerando suas necessidades, particularmente de qualidade dos
produtos e serviços e aumento da competitividade de mercado, sem
levar em conta os trabalhadores e seus limites físicos e psicossociais.
Exige-se a adequação dos trabalhadores às características
organizacionais das empresas, pautadas por intensificação do
trabalho, aumento real das jornadas e prescrição rígida de
procedimentos, impossibilitando manifestações de criatividade e
flexibilidade. Às exigências psicossociais não compatíveis com
características humanas, nas áreas operacionais e executivas,
adiciona-se o aspecto físico-motor, com alta demanda de movimentos
repetitivos, ausência e impossibilidade de pausas espontâneas,
necessidade de permanência em determinadas posições por tempo
prolongado, atenção para se evitar erros e submissão ao
monitoramento de cada etapa dos procedimentos, além de mobiliário,
equipamentos e instrumentos que não propiciam conforto.
Assim, pode-se constatar que LER/DORT são caracterizadas por
esforços repetitivos e são alterações que se manifestam principalmente no
pescoço, braços, punhos e demais membros superiores em decorrência do
trabalho, e podem ser citadas como:
a) Síndrome do túnel do carpo: inflamação do tecido onde reveste os
tendões;
b) Tendinite: inflamação dos tendões;
c) Epicondinite: inflamação das estruturas do cotovelo;
d) Bursite: inflamação da articulação dos ombros;
e) Lombalgia: dor localizada na região lombar da coluna;
f) Hérnia de disco: se caracteriza pela saída do disco invertebral do
centro da coluna, atingindo raízes nervosas.
2.5. Fatores de favorecimento das LER/DORT
Para Couto et al. (1998), LER/DORT são ocasionados pela utilização
biomecanicamente incorreta dos membros superiores, que resultam em fadiga,
queda do desempenho no trabalho, incapacidade temporária e, conforme o
caso pode evoluir para uma síndrome dolorosa, nessa fase agravada por todos
os fatores psíquicos (inerentes ao trabalho ou não) capazes de reduzir o limiar
de sensibilidade dolorosa do indivíduo.
Para Bellusci (2001), as más condições psicossociais no trabalho
facilitam o desenvolvimento de LER/DORT, como, por exemplo, trabalho
pobremente organizado, falta de influência no próprio trabalho, pouca
variedade no conteúdo das tarefas, pressão continua de tempo, falta de
solidariedade no grupo, conflitos intra e extra grupo, pressão permanente da
chefia/colegas, falta de reconhecimento profissional, temor de fracasso e erro,
entre outros.
17
De acordo com Bueno, Kalinowski e Santos, (apud HELFENSTEIN
JUNIOR 2000), além da sobrecarga dinâmica, a sobre carga estática, o
excesso de força para execução de tarefas, os trabalhos sob temperatura,
umidade e ventilação inadequadas e o uso prolongado de instrumentos com
vibração excessiva podem, também, contribuir para o aparecimento de
enfermidades musculoesquelético. As condições de trabalho incluem aspectos
relacionados a levantamento, descarga transporte de materiais, aos
equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e a própria
organização do trabalho.
Essas condições confirmam a multicausalidade das lesões e definem
alguns fatores de risco que as envolvem direta ou indiretamente:
a) Grau de adequação do posto de trabalho à zona de atenção e à
visão;
b) Frio, vibração e pressões locais sobre os tecidos;
c) Posturas inadequadas;
d) Cargas osteomuscular;
e) Carga estática;
f) Invariabilidade da tarefa;
g) Exigência cognitiva;
h) Fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho.
As DORT são resultantes da organização do trabalho. Para preveni-las é
preciso conhecer a fundo o processo de trabalho, o local, suas particularidades
e detalhes de cada função, bem como adequar a forma como ele seria mais
bem executado.
Para Bueno, Kalinowski e Santos (apud HELFENSTEIN JUNIOR, 2000,
p. 7),
[...] tudo isso somado a um adequado estilo de vida, com boa
qualidade do sono, condicionamento físico e manutenção da saúde
geral, proporcionará a qualquer trabalhador condições de executar
suas tarefas laborativas com riscos mínimos de desenvolver algum
distúrbio osteomuscular.
Assim, o trabalhador, deverá receber treinamento ou instruções
satisfatórias quanto à maneira de realizar seu trabalho para preservar sua
saúde e evitar acidentes.
3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
Apresenta-se, neste capítulo, a metodologia utilizada para o alcance dos
objetivos propostos no estudo. Inicialmente, explana-se sobre a escolha do
método e o caráter da pesquisa.
Para Laurell e Noriega (1989), a metodologia que orienta esse estudo
estabelece a análise dos impactos dos ambientes e das formas de organização
e gestão do trabalho na vida dos trabalhadores a partir da determinação
histórica e social dos processos de saúde e doença.
Para Stake, (apud ROESCH, 2010, p.204),
O estudo de caso não é um método, mas a escolha de um objeto a
ser estudado, pode ser único ou múltiplo e a unidade de análise
18
pode ser um ou mais individuo, grupos, organizações, eventos,
países, ou regiões.
Enfatiza Hartley (apud ROESCH, 2010, p.201) que, ”o ponto forte dos
estudos de caso reside em sua capacidade de explorar processos sociais á
medida que eles se desenrolam nas organizações”.
Para Yin, (apud ROESCH, 2010 p.204),
[...] um estudo de caso explicativo é aquele que consiste em: (a)
uma interpretação cuidadosa dos fatos; (b) algum tipo de
consideração sobre as explicações alternativas a respeito desses
fatos; (c) uma conclusão baseada naquela explicação que parece
mais congruente com os fatos.
Nesse sentido, quanto ao método, foi utilizado, neste estudo de caso o
dedutivo, que de acordo com Andrade (2010, pg.119),
[...] a dedução é o caminho das consequências, pois uma cadeia de
raciocínio em conexão descendente, isto é, do geral para o
particular, leva a conclusão. E segundo esse método, partindo-se de
teorias e leis gerais, pode-se chegar à determinação ou previsão de
fenômenos particulares.
Dados os motivos desse estudo, quanto aos fins, de acordo com
Vergara (2010), foi investigação por acessibilidade, explicativa. Explicativa por
ter por objetivo tornar a mesma algo compreensível, e justificar- lhe os motivos,
visando, portanto, esclarecer quais fatores contribui de alguma forma, para a
ocorrência de determinado fenômeno.
Segundo Gil (2010), a pesquisa explicativa tem como propósito
identificar os fatores e fenômenos que determinam ou contribuem para a
ocorrência de determinado fenômeno e são as que se aprofundam mais da
realidade pela facilidade de explicar a razão e o porquê das coisas.
Nesse sentido, ainda, segundo Gil (2010), a pesquisa fenomenológica se
propõe a uma descrição da experiência e trata descrever e interpretar os
fenômenos que se apresentam a percepção e seu objetivo é chegar à
contemplação das essências e ao conteúdo inteligível dos fenômenos.
Quanto aos meios, tratou-se de pesquisa documental porque foi feito
uso de documentos, dados e relatórios concedidos pela empresa foco e
também através de questionário respondido pelos funcionários, além de um
questionário respondido pelo médico do trabalho da empresa.
Para Vergara (2010), trata-se do universo não ao total da população ou
numero de pesquisados, mas, um conjunto de elementos (como pessoas,
empresas, produtos, por exemplo), que possuem as características que foram
objeto de estudo. O universo deste estudo então foram todos os funcionários
do cargo de mecânicos assistentes e mecânicos de manutenção de aeronaves,
todos do sexo masculino, alocados, no setor de manutenção de estruturas de
aeronaves e o médico do trabalho da empresa TAP M&E de Porto Alegre,
Dada às características desse estudo, a amostra foi do tipo censitária,
devido participação de todos os indivíduos do setor de estruturas de
aeronaves, em atividade até 31/12/2012. De acordo com Vergara (2010), foi
por acessibilidade e não probabilístico pela facilidade de acesso aos mecânicos
de manutenção de aeronaves, não necessitando de qualquer tratamento
estatístico, assim, definido pelo critério de acessibilidade.
19
A pesquisa foi realizada de forma presencial, o médico respondeu a um
questionário especifico (Apêndice A), e os funcionários ao Questionário Nórdico
de Sintomas Osteomusculares (QNSO) (Apêndice B), entre os dias 02/01/2013
a 11/012013 e 01/02/2013 a 05/02/2013.
4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
A análise dos dados foi através de tabulação dos resultados no
programa Microsoft Excel e a apresentação dos mesmos, através de tabelas e
gráficos, a fim de facilitar a interpretação dos resultados.
4.1. Método
A entrevista com o médico serviu de base, para completar com
informações diretas e objetivas sobre LER/DORT, objetivando desenvolver
conclusões e sugestões mais assertivas sobre o assunto.
Este estudo de caso foi feito de modo transversal com amostra
censitária de 45 mecânicos do setor de estruturas de aeronaves da empresa
TAP M&E, filial Porto Alegre, todos do sexo masculino, com idades entre 21 e
55 anos, em atividade. Divididos em três faixas etárias como segue: faixa 1 (21
a 30 anos), faixa 2 (31 a 40 anos) e faixa 3 (41 a 55 anos), utilizando como
fonte de pesquisa o QNSO, para a coleta de dados sobre sintomas de doenças
osteomusculares, que acometeram os profissionais, durante o ano de 2012.
Por se tratar de amostra censitária e com participação de 100% do
universo, as análises dos dados são mostradas em forma de percentual,
utilizando tabelas e gráficos para demonstrar os resultados.
Para as considerações de análise dos dados do universo dos
participantes, foi escolhida a divisão por faixa etária supracitada. Por saber-se
que existe um processo natural de enrijecimento e perda de tônus muscular do
corpo, que com o tempo vai se modificando e degenerando gradativamente.
É entre a fase adulta e a velhice que está toda a etapa de desgaste
físico e formação profissional, que dependendo da atividade profissional, laser
e outras atividades físicas. Dentro desta fase, o corpo vai modificando e
sentindo mais ou menos este esforço, bem como o processo natural de
envelhecimento corporal. Assim, se adaptando ou sofrendo as consequências
desses esforços.
A primeira parte do questionário pesquisou dados da população como
idade, cargo e tempo de serviço, e uma figura humana, desmembrada em 9
regiões anatômicas do corpo, onde o respondente indicou a presença de
problemas, como: dor, desconforto ou dormência, durante os últimos 12 meses.
Sobre a percepção do entrevistado de quais as regiões acima citadas são mais
afetadas pelo trabalho, onde o mesmo pode escolher entre 10 itens e assinalar
mais de uma alternativa.
A segunda parte do questionário foi elaborada para a verificação das
atividades criticas ou de sobrecarga de trabalho, postura ergonômica nas
atividades, sobrecarga muscular, preocupação com a saúde, e conhecimento
dos entrevistados sobre LER/DORT.
20
4.2. Análise de Dados
4.2.1. Entrevista com o médico do trabalho da empresa.
A entrevista foi elaborada com cunho elucidativo para suprir com
informações diretas e objetivas sobre LER/DORT, a fim de que se torne mais
fácil desenvolver conclusões mais assertivas sobre o assunto.
O médico do trabalho exerce essa atividade na empresa, a mais de 15
anos e relato que à ordem de incidência dos locais do corpo que os mecânicos
de manutenção de estruturas mais fizeram queixa de dor foi: ombros, pescoço
e cervical, punhos/mãos/dedos, cotovelos, região lombar, região dorsal,
antebraços e que existem vários fatores que colaboram para o surgimento das
LER/DORT, como a força necessária para executar a tarefa, postura
inadequada, vibração, repetitividade de movimentos, compressão de partes
moles dos membros.
Quanto à possibilidade de identificar a veracidade da queixa somente
pelo exame fisiológico do paciente, na maioria dos casos, através do exame de
clinico e pelo conhecimento cientifico que um profissional da especialidade tem,
é possível identificar a veracidade na consulta clinica.
Indagado se acreditava que o individuo exerce esforço maior que o seu
corpo, ou algum membro pode suportar, por desconhecimento de suas
capacidades físicas, ou por quais motivos externos a sua vontade, disse que as
pessoas exercem esforço físico além de sua capacidade física não por
desconhecimento, mas porque muitas vezes, não dispõem de equipamentos ou
ferramentas adequadas para facilitar a realização das tarefas.
Arguido sobre como uma doença pode ser caracterizada como
LER/DORT e como identificá-las, disse que podem ser através dos riscos
ergonômicos das tarefas que a pessoa executa, pelas queixas do paciente,
exame físico e exames subsidiários, quando necessários e que hoje, existem
vários tratamentos eficazes, porém, o tempo de recuperação é variável de
individuo para individuo, devido a sua estrutura física e da gravidade da lesão.
Respondeu também que a melhor forma de evitar a doença é a
educação, agir com assertividade funcional e a informação. Saber sobre os
sintomas e sinais que a doença dá e procurar imediatamente atendimento
médico.
Inquerido sobre o que ele acredita que a empresa e o próprio funcionário
possam fazer para evitar a LER/DORT, afirmou que o empregado deve saber
os riscos a que esta sendo exposto e tomar os devidos cuidados, assim como,
a empresa deve oferecer condições ergonômicas adequadas para execução
das tarefas.
4.2.2. Entrevista com os mecânicos do setor de manutenção de estruturas
de aeronaves
Para atender o primeiro objetivo especifico proposto, foi efetuada
pesquisa documental dentro da empresa e identificado 509 dias perdidos
(Quadro 1) com DORT, somente no setor de manutenção de estruturas de
21
aeronaves e quais as regiões do corpo foram as mais atingidas. Aprofundando
um pouco mais na pesquisa documental, foi identificado que em toda TAP M&E
Porto Alegre, foram perdidos 2504 dias somente com DORT, durante o ano de
2012.
Quadro 1: Dias perdidos com DORT 2012, no setor de manutenção de estruturas de
aeronaves.
Fonte: TAP M&E
Os outros três objetivos específicos foram atendidos através do
questionário aplicado como segue nas análises e conclusões a seguir.
As questões 1, 2 e 3 permitiram chegar a seguinte conclusão, conforme
quadro 2 abaixo:
Quadro 2: Representatividade do quadro funcional
Fonte: TAP M&E
A questão 4 (tabela 1) visou saber entre todos os profissionais com que
frequência eles sentiram dor, dormência ou formigamento, nas regiões do
corpo como, pescoço/cervical, ombros, braço, cotovelo, antebraço,
punhos/mão/dedos, região dorsal, região lombar, quadril e membros inferiores
no ano de 2012.
A faixa 1 apresentou maior incidência, que variou de 22% a 44%. Nesta
faixa, são feitas as tarefas de menor complexidade, maior repetitividade e baixa
ergonomia. Este resultado é preocupante, por ser a faixa onde se têm a menor
idade e a maior capacidade física e tônus muscular.
Inferem-se algumas ideias sobre o motivo de tal resultado, entre eles:
menor experiência, baixa rotatividade nas tarefas e pouco tempo de serviço,
evidenciando assim, alta existência de desconforto por quem executa as
tarefas.
Foi importante verificar que mesmo as respostas da faixa 2 serem em
escalas menores, entre 6% e 27%, a incidência de dor “com frequência” é bem
significativa, em todas as partes do corpo citadas, demonstrado a existência de
desconforto por quem executa tarefas mais técnicas, menos repetitivas e que
ascendem da faixa 1.
Na faixa 3, os índices estão entre 16 e 50%, que indicou existir uma
distribuição de queixa de dor ”com frequência” muito alta. Nesta faixa estão os
profissionais de maior experiência e tempo de serviço e são de extrema
necessidade à empresa por deterem muito conhecimento e qualificação
técnica. Esse resultado mostra também a alta existência de desconforto por
quem executa tarefas de alta complexidade e baixa repetitividade.
22
Na análise geral das três faixas, pode-se observar, pelas respostas
obtidas, que na faixa 1 (entre 22% e 45%) e na faixa 3 (entre 16% e 50%),
concentram-se o maior numero de colaboradores atingidos por dor, dormência
e formigamento nos membros do corpo, tanto por quem executa tarefas de
baixa complexidade e baixa rotatividade, como por quem executa tarefas de
alta complexidade e alta rotatividade.
A faixa 1, naturalmente composta de pessoas jovens e de baixa rigidez
muscular, concentra uma alta tendência ao envelhecimento muscular e
adoecimento precoce, devido ao grande número de queixas citadas.
Em termos produtivos, nas três faixas, isso representa para a empresa,
um decréscimo de produtividade, atrasos nas entregas e crescentes
reclamações de clientes, como consequência são geradas horas extras, para
compensar essas perdas causadas por: aumento do absenteísmo, diminuição
do rendimento, perda de qualidade, rotatividade elevada de mão de obra e
efeito negativo na saúde mental e física dos trabalhadores, que apesar de todo
avanço tecnológico, cada vez mais, são afetados pelas rotinas do trabalho e
sofrem as consequências disso.
Para os funcionários, a perda de eficiência no trabalho e o crescimento
do desconforto podem levar a lesões e impedir a ascensão profissional, devido
a afastamentos e restrições às tarefas; redução das potencialidades físicas,
devido aos desconfortos e lesões; insatisfação com o próprio trabalho e baixa
autoestima; problemas de relacionamento interpessoal, interferindo não
somente na atividade profissional, mas também, na vida pessoal e familiar;
aposentadorias precoces e a perda de qualidade de vida.
Nesse sentido, Mendes, Ghizoni e Arujo (2011), afirmam que as
doenças e acidentes de trabalho, causam sofrimento aos trabalhadores e suas
famílias, e também afetam os aparatos produtivos, dessa forma, onerando os
trabalhadores e empresas, consequentemente impactando na produção de
riquezas e no bem estar social.
A questão 5 (tabela 2) teve por fim, conhecer a percepção dos
respondentes e se sintomas de dor, dormência e formigamento estão
relacionados ao trabalho que realizam. A análise dos dados mostrou uma maior
incidência de respostas na faixa 1, evidenciando uma maior concentração
destas, no pescoço e cervical, ombros, punhos/mão/dedos, lombar e quadris e
membros inferiores.
Também evidenciou que em todas as três faixas etárias existem, uma
relação bem próxima entre pescoço/cervical, ombros, punhos/mãos/dedos,
lombar e quadris/membros inferiores, pois, as totalidades das respostas
ficaram acima dos 10% do total.
Constatou-se que, pela percepção dos funcionários, os sintomas de dor,
dormência e formigamento, são relacionados ao trabalho e estão presentes em
todas as faixas etárias, ocorrendo com mais frequência nas partes como
pescoço e cervical, ombros, punhos/mão/dedos, lombar e quadris/membros
inferiores.
Infere-se uma grande possibilidade de tarefas repetitivas estarem sendo
desenvolvida pelos mecânicos das três faixas, mesmo podendo existir uma
melhor distribuição de tarefas repetitivas entre as faixas 2 e 3.
Analisando os totais respondidos, somente uma pessoa citou que
nenhum dos sintomas de dor, dormência e formigamento relacionados estão
ligados ao trabalho que ela realiza.
23
Em todas as faixas, pescoço, ombros, punhos/mão e dedos, lombar,
quadris/membros inferiores, notoriamente, são pela percepção dos
respondentes, as regiões mais afetadas pelo trabalho.
Pela percepção dos trabalhadores, de alguma forma, em menor ou
maior escala todas as partes do corpo citadas, que são exigidos esforços
físicos, postura inadequada, baixa ergonomia e repetitividade de movimentos,
são atingidas pelas atividades laborais.
A questão 6 (tabelas 3, 4 e 5) procurou saber sobre problemas como
dor, desconforto e dormência em 10 partes do corpo nos últimos 12 meses, 7
dias, e se o trabalhador evitou atividades normais no trabalho, atividades
domésticas e passatempo, nos últimos 12 meses.
Nos últimos 12 meses (tabela 3), existiram grandes cargas de
desconforto e dor distribuída na faixa 1, evidenciada pela totalidade de
respostas positivas para dor, desconforto e dormência nas 10 partes do corpo.
Destacam-se locais como: pescoço, ombros, punhos/mão/dedos, dorsal,
lombar, e joelhos. Neste sentido, Dejours, (apud Mendes 2007) afirma que
entre as patologias de sobrecarga podem-se destacar as lesões por esforço
repetitivo (LER) e doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT).
As relações de trabalho evidenciadas pela grande competitividade e
pelos níveis de exigência e produtividade são fatores que, consequentemente,
promovem alterações no processo saúde/doença do ser humano. Seguindo
este raciocínio lógico, os trabalhadores podem ter sido submetidos a atividades
repetitivas, de baixa ergonomia e alto esforço físico, nas altas demandas de
serviços.
Contudo, há de se ressaltar que nas faixas 2 e 3 o índice de desconforto,
dor e dormência apesar de estar nivelado, ainda, foi muito alto, levando-se em
consideração que nestas faixas estão os profissionais de melhor conhecimento,
desempenho e qualidade na execução das tarefas.
Pode-se concluir então, que todas as faixas foram afetadas pelas altas
demandas de serviços, baixa ergonomia e alto esforço físico, que fez com que
tais desconfortos fossem sentidos durante todo ano de 2012.
A análise da tabela 4 veio reforçar e evidenciar, que existiu uma alta
demanda de serviços para que se justifiquem os altos índices de queixa
apontados pelos profissionais. Os problemas como dor, desconforto e
dormências nas partes do corpo nos últimos sete dias foram gerados por essas
grandes cargas de esforços e repetição de tarefas.
Os sintomas se mantem altos na faixa 1 em relação aos dados de
desconforto nos últimos 12 meses, apontados na mesma faixa, e suavizados
nas faixas 2 e 3.
Mesmo que a incidência nas faixas 2 e 3 sejam mais distribuídas e todas
as tarefas dessas faixas sejam mais complexas. Em todas as tarefas de
manutenção aeronáutica é exigida a mais alta qualidade e de forma que os
prazos contratados sejam atendidos. Esse fator prazo influencia muito
diretamente e significativamente no excesso de esforço, estresse e sobrecarga
física e psicológica dos colaboradores, que se manifestam instantaneamente.
Os dados da tabela 5 indicam que mesmo sendo o trabalho, a base da
dignidade humana, os profissionais ao longo da carreira se submetem as mais
diversas situações de desconforto, em diversas regiões do corpo, que poderá
levar os mesmos a adquirirem vários tipos de problemas que diminuirão sua
saúde. É preocupante saber que a população de colaboradores mais jovens,
24
pertencentes às faixas 1 e 2, estão interrompendo suas atividades normais e
de lazer, quase que, com a mesma intensidade da faixa 3, devido aos fatores
de repetição, esforços e estresse.
Da questão 7 até a 15 (gráfico 1), foi elaborada para atender ao segundo
e terceiro objetivos específicos deste trabalho, onde se buscou conhecer,
quanto ao posicionamento e ergonômica corpórea, local de execução, tempo e
esforço físico desprendido nas tarefas rotineiras. Reproduzindo assim,
informações sobre se os mecânicos estão sujeitos a trabalhar, em
determinados locais que requerem uma postura ergonômica incorreta e espaço
de mobilidade muito baixo, juntamente, com posicionamento inadequado de 4
partes do corpo (pescoço, coluna, braços e pernas) nas atividades e tarefas
rotineiras de manutenção de estruturas de aeronaves, onde os mecânicos
necessitam estar com estas partes do corpo em determinadas posições, que
trazem, inicialmente, desconforto e depois de algum tempo, dor, dormência e
outros sintomas a estas partes.
Cita Brasil (2001), que classicamente, os fatores de risco para a saúde e
segurança dos trabalhadores, presentes ou relacionados ao trabalho, podem
ser classificados como: físicos, dividem-se em ruído e vibração; ergonômicos e
psicossociais decorrem da organização e gestão do trabalho, como, por
exemplo: da utilização de equipamentos, máquinas e mobiliário inadequados,
levando a posturas e posições incorretas, monotonia ou ritmo de trabalho
excessivo e exigências de produtividade.
Para atender ao segundo objetivo especifico, verificou-se que entre 92%
e 95% dos trabalhadores das três faixas etárias trabalham em local confinado,
que por sua natureza, oferece baixa ergonomia e mobilidade.
Destes locais, nas perguntas 7, 8, 9, 10 e 12 foi permitido aos mecânicos
relatar estes locais e atividades mais críticas, que foram: porões e tanques de
combustíveis e as tarefas inerentes a estes locais de trabalho.
Em porões e tanques de combustível de aeronaves, os mecânicos
trabalham com as pernas tencionadas, pescoço e coluna tortos e braços
levantados acima dos ombros e muito pouca mobilidade corporal, como se
pode ver de forma mais detalhada a seguir:
a) Porões das aeronaves: É executada desmontagem geral,
reparações de partes estruturais, remoção de corrosão, montagem
de paredes, e carenagens de acabamento, pisos e redes de
retenção de carga;
b) Tanques de combustível das aeronaves: São executadas tarefas de
reparação, para eliminar danos ou rupturas na selagem de junções
entre chapas e rachaduras que produzem vazamentos de
combustível dos tanques.
Para atender ao terceiro objetivo especifico, foi constatado que, dos 45
mecânicos do setor, 43 que trabalham em espaço confinado (porões e tanques
de combustível) como mostrado no quadro 3 a seguir.
Quadro 3: Trabalho em espaço confinado.
Fonte: Autor.
25
Pôde-se então constatar: que as atividades desenvolvidas nos locais
citados, são as que impactam no desenvolvimento das doenças
osteomusculares que acometem os funcionários deste setor, pois, trazem
problemas nas mais diversas partes do corpo como joelhos, coluna, pescoço,
braços, pela baixa ergonomia e mobilidade que os trabalhadores estão
expostos nestas áreas.
Nas questões 9, e 12 também foi relatado que os reparos internos e
externos, no revestimento da barriga da fuselagem das aeronaves, é mais uma
tarefa critica, que requer trabalhar com a coluna e pescoço tortos e os braços
levantados, por um determinado tempo que traz inicialmente desconforto e
depois de algum tempo, formigamento, dormência e dor nestas partes.
Pode-se, assim, entender que dos altos índices do gráfico 1, trabalhar
com: “pescoço na mesma posição” está entre 67% e 89%, “coluna torta” esta
entre 75% e 83% e “pernas tencionadas” com 83% e “braços erguidos” entre
50% e 78% nas três faixas, são provenientes das tarefas executadas nos três
locais como; porões, tanques de combustível e reparos da barriga das
aeronaves, apontadas pelos respondentes, como as tarefas criticas da
atividade de manutenção de estruturas de aeronaves. Devido à alta
repetitividade de tarefas nesses locais, infere-se então, ideias sobre as queixas
de desconforto citadas nas questões anteriores, que se traduziram em
problemas à saúde dos trabalhadores, bem como o afastamento desses do
trabalho, aumento dos custos de produção, remanejamento de pessoal e
aumento da rotatividade dentro do quadro funcional.
Na questão 11, com relação ao desconforto com a utilização de
ferramentas, foi verificado que nas faixas 1, 2 e 3, respectivamente, 14
mecânicos (78%), 9 mecânicos (60%) e 7 mecânicos (58%) tem desconforto
com o uso de ferramentas como: furadeiras pneumáticas, parafusadeiras,
lixadeiras e martelete de impacto. Infere-se a ideia de que a frequência no uso
dessas ferramentas é a causadora desse desconforto.
A questão 13 relaciona-se ao carregamento de peso por parte dos
colaboradores e foi relatado como objeto mais pesado carregado pelos
mecânicos, à caixa de ferramentas, com índice de incidência de 17% a 38%
entre as três faixas, denotando que as tarefas executadas pelos respondentes
na grande maioria não requerem extremo esforço físico mecânico, porém,
como o transporte ou levantamento da caixa de ferramentas é necessário em
diversos deslocamentos dentro e fora dos hangares de manutenção e a
mesma, possui uma quantidade de 62 peças dentro da caixa, com
aproximadamente 15 kg, isso traz aos mecânicos, desconforto físico nos
membros superiores.
Na questão 14, sobre o tempo de execução das tarefas, os índices
ficaram entre 61% e 67% para “satisfatório” entre as 3 faixas. Requer atenção,
pois, mostra que há uma tendência à indecisão ou insatisfação com o tempo de
execução das tarefas, que pode causar uma elevação de estresse quando
houver uma demanda emergencial de serviços.
Na questão 15, sobre a ajuda de colegas para execução das tarefas, o
índice de colaboração ficou entre 75% e 83% entre as 3 faixas. Isso denota um
nível bom de entrosamento e ajuda espontânea dentro da equipe.
A questão 16 (tabela 6) visou saber se os respondentes já teriam sentido
alguma dor que não sabiam identificar a sua origem, respectivamente às
respostas foram positivas na, faixa 1 (22%), faixa 2 (13%) e faixa 3 (16%),
26
observou-se, que isso ocorre em todas as três faixas e com maior incidência
nas regiões lombar, ombro e dorsal.
A questão 17 (quadro 4) teve a finalidade de conhecer frequência que os
respondentes procuraram o médico do trabalho para investigar alguma dor, as
respostas foram as seguintes:
Quadro 4: Procura por médico do trabalho.
Fonte: Autor.
Os dados coletados mostraram que, mais da metade do contingente de
cada faixa procurou o médico do trabalho somente uma vez. Isso demonstra
que o funcionário pode estar trabalhando com um quadro progressivo de
doença e não tem conhecimento, podendo assim, adoecer a qualquer
momento, afastar-se das atividades laborais e por consequência disso, afastarse do trabalho e aumentar o absenteísmo do setor.
A empresa, talvez descubra doenças no seu quadro funcional, somente
no exame periódico anual de saúde ocupacional. Podendo assim, estar com
esse quadro doente devido às atividades laborais, se traduzindo em gastos
desnecessários horas não produzidas, horas extras, reabilitações e passivos
trabalhistas.
A questão 18 (tabela 8) procurou saber se algum dos respondentes já
tinha recebido diagnostico de LER/DORT, as respostas foram as seguintes:
Na faixa 1: 6 respostas (33%).
Na faixa 2: 6 respostas (44%).
Na faixa 2: 2 respostas (17%).
Os dados coletados mostram que existe uma relação direta entre as
faixas 1 e 2 e que a faixa 1 esta adoecendo mais rapidamente.
Analisando as questões 16, 17 e 18, o cruzamento dos dados nos
forneceu informação para inferir-se a ideia de que o diagnóstico de LER/DORT
foi muito baixo, levando em consideração que os respondentes não têm o
habito de procurar o médico do trabalho para investigar dor de origem
desconhecida.
A questão 19 (tabela 9) visou conhecer sobre a existência de dificuldade
de marcação de consulta com médico do trabalho, foi observado que 67% dos
respondentes não tiveram dificuldade para marcar consulta com o médico do
trabalho, porém, há de se observar com atenção, 15 mecânicos (33%), mesmo
que não sejam da mesma faixa, tiveram algum tipo de dificuldade para
marcação de consulta com o médico do trabalho e a isso deve ser dada
atenção particular.
A questão 20 (tabela 10) pesquisou sobre qual especialidade médica
mais consultada, foi observado que das sete especialidades apontadas pelos
próprios respondentes, as mais procuradas foram traumatologia e clínico geral
com 27% das três faixas, ortopedia com 16% das três faixas e 20%
responderam que não consultam nenhuma especialidade da medicina.
Nenhum dos respondentes apontou a medicina do trabalho como especialidade
consultada.
27
Isso demostra que, como foi citado na questão 19, em algum caso os
mesmos tiveram dificuldade para consultar com o médico do trabalho da
empresa, esta especialidade esta disponível em outros locais e inclusive pelo
sindicato dos aeroviários, mostrando assim, que o próprio trabalhador não tem
a devida preocupação com a própria saúde e com os sinais que seu corpo esta
dando.
A questão 21 (tabela 11) teve por finalidade apurar com qual intervalo de
tempo os respondentes fazem um check-up de saúde, as respostas foram às
seguintes:
Nota-se que somente 53% dos integrantes da faixa 3, faz check-up de
saúde uma vez ao ano, o que, é muito preocupante e perigoso, pois,
demonstra baixa preocupação dos respondentes com a própria saúde, não
dando a importância necessária ao exame periódico ocupacional que a
empresa faz anualmente em todos os funcionários, solicitando
encaminhamento para outras especialidades e investigando desconfortos que
podem se transformar em doenças mais graves.
A questão 22 (tabela 12) visou saber quando foi a ultima vez que os
respondentes procuraram um médico para consultar, em uma semana, um
mês, seis meses e não tem certeza:
Pode-se constatar que não existe a preocupação por parte dos
funcionários da faixa 1 e 2, em fazer exames periódicos particulares, que
possam mostrar algo que não está muito bem na sua saúde e que
possivelmente, vão aparecer somente no exame periódico de saúde
ocupacional que a empresa executa anualmente em todos os funcionários. O
que pode significar os mesmos estarem desenvolvendo alguma LER/DORT e
não dão a devida importância.
As questões 23, 24 e 25 (tabelas 13, 14, 15) procurou conhecer se os
respondentes fazem intervalos, alongamento entre as tarefas e qual opinião
sobre a ginastica laboral.
Na questão 23 (tabela 13) foi observado que em todas as faixas existe
um grande percentual entre 80% e 89% que responderam fazer intervalos entre
as atividades. Isso demostra uma ótima conduta tanto dos trabalhadores
quanto da empresa, haja vista, que são permitidos pela empresa, intervalos
não controlados entre as atividades laborais.
Na questão 24 (tabela 14) foi observado que entre 91% e 94% das 3
faixas etárias não fazem alongamento, antes, durante ou após executar alguma
tarefa ou rotina de trabalho. Isso pode ser prejudicial aos trabalhadores no
momento em que estes vão fazer alguma atividade que exija uma sobrecarga
muscular elevada e não estão com a musculatura aquecida, podendo causar
lesões de baixa a alta gravidade, como distensões e rompimentos.
Na questão 25 (tabela 15) foi observado que entre 58% e 83% das 3
faixas etárias responderam ser eficiente à ginástica laboral para prevenir
doenças osteomusculares no trabalho.
A questão 26 visou saber por quanto tempo os respondentes ficaram
afastados do trabalho por LER/DORT no ano de 2012 e somente 8 respostas
foram obtida conforme descritas abaixo:
a) Faixa 1: foram 4 respostas - 1 por 20 dias, 1 por 7 dias, 1 por 17 dias
e 1 sim, mas não lembro quantos dias;
b) Faixa 2: foram 2 respostas - 1 por 2 dias, 1 por 1 dia;
c) Faixa 3: foi 1 resposta - por 4 ou5 meses.
28
Pode-se observar nas respostas que a grande maioria dos mecânicos
não tem conhecimento sobre as doenças osteomusculares e não associam as
mesmas a LER e DORT. Tal fato é prejudicial tanto para a empresa como ao
próprio funcionário, pois, leva a ambos a desgastes desnecessários e danos
irreversíveis que afetam a vida pessoal e profissional do trabalhador, afetam
empresas, que além de perder produtividade, aumentam as despesas com a
saúde do trabalhador, renovação desnecessária de quadro funcional, custos
com treinamento e desenvolvimento de funcionários novos.
A questão 27 (tabela 16) pesquisou se nos anos anteriores a 2012 os
respondentes foram afastados do trabalho por LER/DORT e foram obtidas 11
respostas positivas para afastamento anterior ao ano de 2012, Denotando já
terem existido afastamentos nos anos anteriores relacionado a LER/DORT
dentro das três faixas etárias.
5. AÇÕES PROPOSTAS
A pesquisa serviu ao autor para ter um maior conhecimento da dinâmica
entre, trabalho e trabalhador e com base na pesquisa feita, pode-se observar
que, sempre haverá espaço para as mudanças, sejam de âmbito pessoal,
praticas coletivas, conhecimento para fazer certo com mais segurança física
pessoal e psicológica. Concorda-se com Oliveira, (apud CARVALHO NETO E
SALIM 2001, p.101), “insistir na separação entre trabalho seguro e trabalho
correto é continuar conferindo ao trabalho duas dimensões distintas; uma de
produção, outra de segurança”. A primeira diz respeito somente ao negócio e a
segunda, somente ao trabalhador, o que não é verdade. Sendo assim, para
atender ao quarto objetivo especifico desse trabalho, visando ações para
melhorias da saúde no trabalho, com a finalidade de diminuir o absenteísmo,
do setor de manutenção de estruturas de aeronaves na TAP M&E filial Porto
Alegre sugere-se:
a) Criar um comitê com os representantes da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA) e do Serviço de Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e pessoas ligadas à
saúde no trabalho, para estudarem os problemas levantados e as
sugestões abaixo, visando à diminuição das LER/DORT e a melhoria
da QVT;
b) Contratar profissionais de fisioterapia e educação física, para
juntamente com o comitê citado anteriormente, mapear as regiões
do corpo atingidas pelos desconfortos e criar um protocolo de
exercícios e aplicar tratamento preventivo de ginastica laboral
através de exercícios específicos elaborados, como: relaxamento
muscular, coordenação motora, alongamento antes e após a
execução das tarefas, sem causar danos à saúde,
consequentemente, diminuindo o absenteísmo causado por doenças
osteomusculares intrínsecas às atividades em questão. Capacitando
os mesmos a dar sugestões sobre novos manejos na execução de
tarefas, melhorando a qualidade de vida, minimizando riscos e
melhorando o desempenho no trabalho com habilidades para
ajustar-se adequadamente ao posto de trabalho, obtendo
29
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
oportunidades justas de carreira, igualdade nas recompensas,
promoção/ manutenção do relacionamento interpessoal harmônico;
Fazer um estudo mais aprofundado nos tempos de execução das
tarefas, para que se tenha mais certeza com relação ao tempo
disponibilizado aos mecânicos para execução das mesmas, a fim de
evitar o estresse físico e emocional dos trabalhadores;
Implantar um formulário (Apêndice D) entregue aos mecânicos, com
o objetivo de obter informações que indiquem semanalmente os
locais do corpo que estão com algum desconforto como dor,
dormência ou formigamento em escalas baixas, médias e altas e
quais tarefas exigem posições de baixa ergonomia, bem como, os
serviços de desmontagem, reparações e montagem de porões de
aeronaves, reparos em tanques de combustível, reparos e trocas de
revestimento e estruturas da fuselagem na parte inferior das
aeronaves (barriga) que foram citados como sendo às atividades
criticas que os mecânicos executam em posições de baixa
ergonomia e repetitividade de movimentos;
Realizar um estudo sobre os afastamentos por doenças
osteomusculares, na faixa etária de 21 a 30 anos de idade, para
aumentar o contingente do quadro funcional desta faixa, objetivando
que seja minimizada a sobrecarga de trabalho, e a repetitividade de
movimentos nas tarefas em curtos espaços de tempo, a fim de evitar
as LER/DORT e o envelhecimento muscular e os afastamentos do
trabalho;
Realizar um estudo sobre as horas não trabalhadas, seus motivos e
seu custos e o que elas representaram em horas extras e quem
executou estas tarefas e se estes executantes das horas extras
tiveram problemas de LER/DORT;
Programar um calendário obrigatório de entrevistas de anamnese e
exames de físicos e de mobilidade, em todas as regiões do corpo
que estão sujeitas a doenças osteomusculares em todos os
funcionários da mão de obra direta do setor de manutenção
estruturas de aeronaves. Este exame deve ser aplicado com
periodicidade quadrimestral, a fim de garantir uma constante
verificação destes fatores. Os exames são importantes e
imprescindíveis por traçar o perfil epidemiológico dos trabalhadores
e encaminhar o tratamento preventivo ou corretivo. Desta forma,
objetivando a redução do estresse laboral, redução o absenteísmo,
identificação e prevenção de doenças osteomusculares e todos os
problemas futuros na saúde dos trabalhadores, buscando a
qualidade de vida no trabalho e eficácia organizacional;
Criar um Programa de Promoção da Saúde do Trabalhador (PPST),
com a finalidade da valorização profissional e da viabilização de um
posto de trabalho mais ergonômico. Deste PPST serão
desenvolvidos diagnósticos médicos, exames de saúde e
diagnósticos médicos visando à avaliação da capacidade funcional
dos trabalhadores e das exigências do trabalho;
SESMT/CIPA - Organizar uma Semana da Saúde, por semestre,
com destaque para a prevenção das LER/DORT;
30
j)
Realizar um estudo sobre o perfil e estatura física para novas
contratações de mão de obra, devido aos locais de espaço
confinado nas aeronaves citados como de atividades criticas, serem
compactos e de difícil postura corporal. O objetivo desse estudo é
adequar a pessoa ao local de trabalho, visto a restrição de espaço
que este oferece. Assim, devido a essas características físicas
escolhidas, o RH da empresa, terá mais informações para traçar o
perfil físico de novos contratados;
k) Determinar à área de recursos humanos, treinamento e
desenvolvimento; cursos e palestras sobre trabalho em equipe, a fim
de desenvolver nos funcionários, o senso de ajuda espontânea entre
as equipes, para aumentar o índice de colaboração que esta de 75%
e 83% entre as 3 faixas, buscando patamares mais altos, a fim de
que a ajuda mutue e espontânea se torne uma pratica normal entre
as equipes, minimizando os riscos de lesões ao trabalhador, que
também se traduzirá em melhor comunicação entre as equipes,
diminuição do estresse, melhora na relação interpessoal e a
diminuição do absenteísmo por doenças osteomusculares;
l) Analisar a necessidade de 62 peças na caixa de ferramentas para
diminuir o peso de 15 kg transportado pelos mecânicos e colocar as
mesmas no almoxarifado de ferramentas, disposto nos 5 hangares
de manutenção na base de Porto Alegre. Em caso de não ser
possível à retirada de algumas ferramentas da caixa, sugere-se
instalar base com rodas nas mesmas, para que não seja mais
necessário o seu levantamento por parte do colaborador, diminuindo
assim o esforço físico empregado nessa atividade, tornando-o
desnecessário, com isso reduzindo significativamente a
possibilidade de lesões e agravos de dor nos membros superiores.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi identificado através de analise documental, e pesquisa de campo no
período de janeiro a dezembro de 2012, 509 dias de afastamentos motivados
por doenças osteomusculares, e as regiões do corpo que foram afetadas por
essas doenças. Com esses dados ficou mais claro traçar um perfil
epidemiológico e checar a veracidade das respostas obtidas no questionário
aplicado.
O cruzamento das informações do questionário com as fornecidas pelo
médico e as da empresa, como ocorridas no ano de 2012, pode-se constatar
que as regiões como ombro, lombar e joelhos, foram as mais acometidas por
desconforto, dores e lesões osteomusculares causadoras do alto índice de
absenteísmo do setor de manutenção de estruturas de aeronaves. Desta
forma, corrobora-se com o conceito de Mendes, Ghizoni e Arujo (2011), que: O
adoecimento é o que demonstra à experiência sentida, vivida, que anuncia algo
que não vai bem nesta relação sócio profissional. Com base neste raciocínio
fica claro que a produtividade da empresa é afetada e com isso onera os
trabalhadores e a empresa, impactando no bem estar social e na lucratividade
do negócio.
31
Como existe uma variação muito grande de idade entre os 45
empregados, optou-se, por agrupá-los em faixas etárias, para que os
resultados pudessem ser mais fidedignos, e pudessem servir de parâmetro
para futuros estudos e para a implantação das sugestões propostas.
Para identificar, com apoio do questionário aplicado, os locais e as
atividades criticas que mais produzem desconforto aos trabalhadores dentro
das três faixas etárias, verificou-se que as atividades em porões de carga,
tanques de combustíveis e reparos na barriga da fuselagem das aeronaves,
são as mais críticas. Nestes locais, os mecânicos trabalham com as pernas
tencionadas, pescoço e coluna tortos e braços levantados acima dos ombros,
ajoelhados e de cócoras, por muitas horas e executando ações repetitivas de
rebitagem, furação de peças, remoção de corrosão etc. Somando tudo isso,
com aos locais de acesso limitado, não há uma forma ergonômica correta de
executar as tarefas até o presente momento, necessitando assim, ações para
diminuir essa distancia que separa o ideal de ergonomia e o que realmente
acontece quando os trabalhadores executam suas atividades, associado ao
fato de que não existe o hábito de fazer alongamentos antes, durante e depois
da execução das tarefas.
Os mesmos, também, não procuram um médico do trabalho com
frequência para fazer consultas de rotina ou mesmo fazer check up de saúde
por conta própria. Isso demonstra deve ser dada atenção, haja vista os altos
índices de afastamentos, sendo que, é responsabilidade da empresa, tomar
ações para melhorar os processos de trabalho e preservar a saúde dos
trabalhadores, conhecendo seus hábitos e as condições de trabalho das
equipes.
Há necessidade de a TAP M&E ampliar sua visão estratégica para
enxergar a QVT, como viés de alcance de uma maior produtividade e
lucratividade, por meio da motivação, comprometimento, responsabilidade e da
própria identificação do trabalhador com a organização. A implementação de
ações de QVT devem abranger toda a empresa, incluindo trabalhadores
terceirizados, estagiários e aprendizes, com base nos princípios de equidade e
corresponsabilidade e na legislação vigente. A produtividade é fundamental,
mas, também, é imprescindível que se assegurem a promoção de melhorias
nas condições de trabalho, propiciando, assim, o melhor desempenho dos
trabalhadores nas suas atividades, sem causar-lhes danos físicos.
Complementando, compartilha-se com Dejours (2005) que a atividade
real contém reajustes dos modos operacionais na tentativa de se aproximar
das exigências impostas pela tarefa. Assim, tanto o trabalho prescrito como a
atividade real veiculam de maneira implícita um “custo” humano do trabalho,
que é abordado pela ergonomia em termos de carga de trabalho que é
marcado por controvérsias, ambiguidade e imprecisão.
Existe um campo muito grande para ser desvendado entre o ideal de
ergonomia e o campo da incerteza e imprecisão que é o trabalho. Assim como
mudam as tecnologias as empresas devem transformar e adequar os
ambientes de trabalho, a fim de que o mesmo seja o mais próximo possível
desse ideal, a fim de priorizar o capital mais importante que uma empresa tem:
O ser humano.
32
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2012.
35
APÊNDICE A - Questões para entrevista com o médico do trabalho
Prezado Dr., meu nome é João Batista da Silva Gomes, aluno do curso
de administração de empresas da faculdade são marcos e venho solicitar a sua
colaboração à pesquisa necessária para fechamento do meu trabalho de
conclusão de curso, cujo objetivo é ter uma avaliação sobre o grau de saúde
dos funcionários do setor de manutenção de estruturas de aeronaves, visando
sugerir à empresa mudanças e melhorias no desenvolvimento do trabalho para
melhorar a saúde dos funcionários do setor.
1- Há quanto tempo você é medico do trabalho da empresa?
2-Considerando as queixas dos trabalhadores do setor de manutenção
de estruturas de aeronaves, classifique por ordem de incidência as doenças
abaixo relacionadas:
( ) Problemas no pescoço/região cervical
( ) Problemas nos ombros
( ) Problemas nos braços
( ) Problemas nos cotovelos
( ) Problemas nos antebraços
( ) Problemas nos punhos/mãos/dedos
( ) Problemas na região dorsal
( ) Problemas na região lombar
( ) Problemas no quadril/membros inferiores
3-Considerando sua experiência em medicina ocupacional e do trabalho,
quais os fatores que mais influenciam no surgimento da LER/DORT?
4-É possível identificar a veracidade da queixa somente pelo exame
fisiológico do paciente? ( ) sim ( ) não
5-O senhor acha que o individuo exerce esforço maior que o seu corpo
ou que algum membro pode suportar por desconhecimento de suas
capacidades físicas, ou por quais motivos externos a sua vontade isso
acontece?
6-Como uma doença pode ser caracterizada como LER/DORT e como
identificá-las?
7-Existe tratamento para LER/DORT,
recuperação?
qual o tempo médio de
8-De que forma o individuo pode evitar a LER/DORT?
9-O que o senhor acredita que a empresa e o próprio funcionário
possam fazer para evitar a LER/DORT?
36
APÊNDICE B - Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares
Prezado Sr. meu nome é João Batista da Silva Gomes, aluno do curso
de administração de empresas da faculdade são marcos e venho solicitar a sua
colaboração à pesquisa necessária para fechamento do meu trabalho de
conclusão decurso, cujo objetivo é ter uma avaliação sobre o grau de saúde
dos funcionários do setor de manutenção d estruturas de aeronaves, visando
sugerir a empresa mudanças e melhorias no desenvolvimento do trabalho para
melhorar a saúde dos funcionários do setor.
1- Qual a sua idade?________________________________________
2- Qual o seu cargo:
( ) Mecânico Assistente ( ) Mecânico de manutenção de aeronave.
3- Há quantos anos você exerce a mesma atividade?_______________
4- Com base na figura humana ilustrada abaixo, você deverá registrar a
frequência em que tem sentido dor, dormência, formigamento ou desconforto
nas regiões do corpo.
Suas opções de resposta são as exibidas na escala a seguir:
( 0 ) Não ( 1 ) Raramente ( 2 ) Com frequência ( 3 ) Sempre
Exemplo: Considerando os últimos 12 meses, você tem tido algum
problema (tal como dor, desconforto ou dormência) nas seguintes regiões: Se
você tem tido dores no pescoço com frequência você deverá assinalar o
número.
0------------------------------1--------------------------2---------------------------3
2
Colocar os últimos 12 meses, você tem tido algum problema (tal como
dor, desconforto ou dormência) nas seguintes regiões:
37
1. Pescoço/Região cervical?
2. Ombros?
3. Braços?
4. Cotovelos?
5. Antebraços?
6. Punhos/Mãos/Dedos?
7. Região dorsal?
8. Região lombar?
9. Quadril/Membros inferiores?
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
2
2
2
2
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
3
3
3
Fonte: adaptado de Rasia, 2004; (apud BACHIEGA, 2009).
5- Considerando suas respostas ao quadro anterior, em que caso(s)
você acha que os sintomas estão relacionados ao trabalho que realiza? (é
possível assinalar mais que um item).
1. ( ) Nenhum deles
2. ( ) Problemas no pescoço/região cervical
3. ( ) Problemas nos ombros
4. ( ) Problemas nos braços
5. ( ) Problemas nos cotovelos
6. ( ) Problemas nos antebraços
7. ( ) Problemas nos punhos/mãos/dedos
8. ( ) Problemas na região dorsal
9. ( ) Problemas na região lombar
10. ( ) Problemas no quadril/membros inferiores
6- Para responder essa questão considere as regiões do corpo conforme
ilustra a figura acima.
INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO
Por favor, responda a cada questão assinalando um “x” na caixa
apropriada.
Marque apenas um “x” em cada questão. Não deixe nenhuma questão
em branco, mesmo que você não tenha nenhum problema.
Considerando os últimos
12 meses, você tem tido
algum problema (tal como
dor,
desconforto
ou
dormência) nas seguintes
regiões:
Você
tem
tido
algum
problema nos últimos 7
dias, nas seguintes regiões:
1. Pescoço?
1-( ) sim 2-( ) não
4. Ombros?
1-( ) Não
2-( ) Sim, no ombro direito.
3-(
) Sim, no ombro
esquerdo.
4-( ) em ambos
7. Cotovelo?
1-( )Não
2-(
) Sim, no cotovelo
direito.
2. Pescoço?
1-( ) sim 2-( ) não
5. Ombros?
1-( ) Não
2-( ) Sim, no ombro direito.
3-( ) no ombro esquerdo
4-( ) em ambos
Durante os Últimos 12
meses você teve que evitar
suas
atividades
normais
(trabalho, serviço doméstico
ou passatempos) por causa
de problemas nas seguintes
regiões:
3. Pescoço?
1-( ) sim 2-( ) não
6. Ombros?
1-( ) Não
2-( ) Sim, no ombro direito.
3-( ) no ombro esquerdo
4-( ) em ambos
8. Cotovelo?
1-( )Não
2-(
) Sim, no cotovelo
direito.
9. Cotovelo?
1-( )Não
2-( ) Sim, no cotovelo direito.
3-( ) no cotovelo
38
3-( ) no cotovelo
Esquerdo.
4-( ) em ambos
10. Antebraço?
1-( ) Não
2-( ) Sim, no antebraço.
direito
3-( ) no antebraço esquerdo
4-( ) em ambos
13. Punhos/Mãos/
Dedos?
1-( ) Não
2- Sim, no punho/mão/
dedos direitos.
3-( ) no punho/mão/dedos
Esquerdos.
4-( ) em ambos.
16. Região dorsal
1-( ) Não
2-( ) Sim
19. Região lombar
1-( ) Não
2-( ) Sim
22. Quadris e/ou coxas
1-( ) Não
2-( ) Sim
25. Joelhos
1-( ) Não
2-( ) Sim
28. Tornozelos e/ou pés
1-( ) Não
2-( ) Sim
3-( ) no cotovelo
Esquerdo.
4-( ) em ambos
11. Antebraço?
1-( ) Não
2-( ) Sim, no antebraço.
direito
3-( ) no antebraço esquerdo
4-( ) em ambos
14. Punhos/Mãos/
Dedos?
1-( ) Não
2- Sim, no punho/mão/
dedos direitos.
3-( ) no punho/mão/dedos
Esquerdos.
4-( ) em ambos.
17. Região dorsal
1-( ) Não
2-( ) Sim
20. Região lombar
1-( ) Não
2-( ) Sim
23. Quadris e/ou coxas
1-( ) Não
2-( ) Sim
26. Joelhos
1-( ) Não
2-( ) Sim
29. Tornozelos e/ou pés
1-( ) Não
2-( ) Sim
Esquerdo.
4-( ) em ambos
12. Antebraço?
1-( ) Não
2-( ) Sim, no antebraço.
direito
3-( ) no antebraço esquerdo
4-( ) em ambos
15. Punhos/Mãos/
Dedos?
1-( ) Não
2- Sim, no punho/mão/
dedos direitos.
3-( ) no punho/mão/dedos
Esquerdos.
4-( ) em ambos.
18. Região dorsal
1-( ) Não
2- ( ) Sim
21. Região lombar
1-( ) Não
2-( ) Sim
24. Quadris e/ou coxas
1-( ) Não
2-( ) Sim
27. Joelhos
1-( ) Não
2-( ) Sim
30. Tornozelos e/ou pés
1-( ) Não
2-( ) Sim
Fonte: adaptado de Rasia, 2004; (apud BACHIEGA, 2009).
7- Quando você faz suas tarefas laborais, mantém o pescoço na mesma
posição por muito tempo?. ( ) Sim ( ) Não
8- Suas atividades laborais incluem atividades em espaço confinado?
( ) sim não ( )
9- Em suas atividades laborais, na maioria das vezes, você trabalha com
sua coluna torta por muito tempo? ( ) Sim Qual? __________________( ) Não
10- Nas suas atividades laborais você trabalha com as pernas
tencionadas por muito tempo? ( ) Sim Qual? _____________________ ( )Não
11- Sente algum desconforto quando utiliza em suas atividades laborais
ferramenta vibratória, de impacto, de furar ou outras?
( ) Sim Qual?_________________________________________( ) Não
12- Costuma trabalhar por muito tempo com os braços levantados?
( ) Sim Qual?_________________________________________( ) Não
39
13- Durante suas atividades laborais, você costuma carregar muito
peso?
( ) Sim Qual?_________________________________________( ) Não
14- Quando executa as suas atividades laborais, o tempo determinado
para execução é satisfatório ou inferior ao necessário?
( ) Sim Qual? ________________________________________( ) Não
15- Sempre recebe ajuda de colegas para fazer alguma atividade
urgente?
( ) Sim Qual? ________________________________________ ( ) Não
16- Alguma vez você já sentiu alguma dor em alguma parte do corpo da
qual não sabia identificar a origem?
( ) Sim Qual? _________________________________________( ) Não
17- Quantas vezes você já procurou o médico do trabalho para
investigar alguma dor em alguma parte do corpo?
( ) uma vez ( ) entre duas e cinco vezes ( ) mais de cinco vezes
18- Você já recebeu um diagnóstico de LER/DORT?
Quantas e qual?_____________________________________________
19- Você alguma vez teve dificuldade para marcar uma consulta com
médico do trabalho? ( )Sim ( )Não
20- Qual especialidade da medicina você mais consulta?
__________________________________________________________
21- Com qual intervalo de tempo você procura um médico para fazer um
check up de saúde? ( )de seis em seis meses ( )de ano em ano ( )não faz
22- Quando foi à última vez que você procurou um médico para
consultar?
( )uma semana ( )um mês ( )seis meses ( )não tem certeza.
23- Você faz intervalos entre assuas atividades?( )Sim ( )Não, qual a
sua opinião?_____________________________________________________
24- Você faz alongamento ao executar uma rotina de trabalho:
( )antes, ( )após, ( )não faz,
25- Qual sua opinião sobre ginástica laboral?______________________
26- Por quanto tempo você já ficou afastado por LER/DORT durante o
ano de 2012?____________________________________________________
27- Nos anos anteriores a 2012 você esteve afastado por
LER/DORT?_____________________________________________________
40
APÊNDICE C – Tabelas representativas do questionário respondido pelos
mecânicos do setor de manutenção de estruturas de aeronaves
Tabela 1: Frequência de dor, dormência e formigamento no ano de 2012.
Fonte: Autor
Tabela 2: Percepção de sintomas relacionados ao trabalho
Fonte: Autor
Tabela 3: Desconforto nos últimos 12 meses
Fonte: Autor
41
Tabela 4: Desconforto nos últimos 7 dias.
Fonte: Autor
Tabela 5: Evitou atividades normais e de lazer durante últimos 12 meses.
Fonte: Autor
Tabela 6: Identificação de origem de dor
Fonte: Autor
42
Tabela 7: Recebimento de diagnostico de LER?DORT
Fonte: Autor
Tabela 8: Dificuldade de marcação de consulta médico do trabalho.
Fonte: Autor
Tabela 9: Especialidade médica mais consultada.
Fonte: Autor
43
Tabela 10: Intervalos de tempo para check up.
Fonte: Autor
Tabela 11: Procura por consulta com médico
Fonte: Autor
Tabela 12: Intervalos entre as tarefas
Fonte: Autor
44
Tabela 13: Alongamento após execução de tarefas.
Fonte: Autor
Tabela 14: Opinião sobre ginastica laboral.
Fonte: Autor
Tabela 15: Afastamentos anteriores a 2012
Fonte: Autor
45
Gráfico 1: Posicionamento, local de execução, esforço físico, tempo e ajuda.
Fonte: Autor.
46
APENDICE D - Questionário Semanal de Sintomas Osteomusculares
Nome: ______________________
Matrícula:____________
Setor: ______________________
Data: _______________
Com base na figura humana ilustrada abaixo, você deverá registrar a
frequência em que tem sentido dor, dormência, formigamento ou desconforto
nas regiões do corpo.
Suas opções de resposta são as exibidas na escala a seguir:
( 0 ) Não ( 1 ) Raramente ( 2 ) Com frequência ( 3 ) Sempre
Exemplo: Considerando os últimos 5 dias, você tem tido algum problema
(tal como dor, desconforto ou dormência) nas seguintes regiões:
0---------------------------1--------------------------2------------------------3
Colocar nos últimos 5 dias, se você tem tido algum problema (tal como
dor, desconforto ou dormência) nas seguintes regiões:
1. Pescoço/Região cervical?
0
1
2
2. Ombros?
0
1
2
3. Braços?
0
1
2
4. Cotovelos?
0
1
2
5. Antebraços?
0
1
2
6. Punhos/Mãos/Dedos?
0
1
2
7. Região dorsal?
0
1
2
8. Região lombar?
0
1
2
9. Quadril/Membros inferiores? 0
1
2
Fonte: adaptado de Rasia, 2004; (apud BACHIEGA, 2009).
3
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