MÍDIAS SOCIAIS E PERCEPÇÕES DA SOCIEDADE SOBRE VIOLÊNCIA
E SEGURANÇA PÚBLICA
9º ENCONTRO DO FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA
28/07 A 31/07 - FGV
MÍDIAS SOCIAIS E PERCEPÇÕES DA SOCIEDADE
SOBRE VIOLÊNCIA E SEGURANÇA PÚBLICA
PESQUISA DE REDES SOCIAIS REVELA UM AUMENTO RECENTE DAS MENÇÕES RELACIONADAS À SEGURANÇA
PÚBLICA, BEM COMO UMA CRESCENTE DESCONFIANÇA NAS INSTITUIÇÕES POLICIAIS E DE JUSTIÇA, REVELANDO
O FORTALECIMENTO DA AGENDA DE SEGURANÇA NO DEBATE PÚBLICO.
A persistência de uma situação de crise de segurança pública transformou
o tema em uma das principais preocupações dos brasileiros nos últimos
30 anos. Por outro lado, a crescente democratização do acesso à internet
conferiu novos meios para a expressão da insatisfação social com essa
realidade. As mídias sociais, em particular, tornaram-se um espaço privilegiado para manifestações acerca de diversos temas - a segurança pública, inclusive. Partindo dessa perspectiva, a FGV/DAPP desenvolveu uma
pesquisa de percepção social acerca da violência e da segurança pública
no Brasil, valendo-se de novas metodologias de análise de redes. A pesquisa revela um aumento recente das menções relacionadas à segurança
pública – indicador do agravamento do cenário crônico de crise –, bem
como a desconfiança nas instituições policiais e de Justiça. Nos últimos
meses, o volume de menções ao tema registrou um aumento expressivo,
estabilizando-se em patamar superior ao do ano passado, de acordo com
o monitoramento permanente de políticas públicas, mantido pela FGV/
DAPP. O aumento de menções revela o fortalecimento da agenda de segurança no debate público, puxado pela inclusão na pauta legislativa de
temas como a redução da maioridade penal. Esse dado é corroborado
pela série histórica da FGV/DAPP sobre serviços públicos, que indica um
aumento na insatisfação com a segurança pública. Em abril deste ano,
82% dos entrevistados disseram estar insatisfeitos ou muito insatisfeitos,
ante 76% no segundo semestre do ano passado.
A FGV/DAPP FAZ MONITORAMENTO EM TEMPO REAL DAS REDES SOCIAIS E ACOMPANHA SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA, COMO
O TIROTEIO NA FAVELA DA ROCINHA NO DIA 17/06.
MONITOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Menções relacionadas à Segurança Pública têm em média o maior volume entre os temas monitorados
1800000
1600000
1400000
Segurança
1200000
Educação
1000000
Protestos
800000
Saúde
600000
Corrupção
400000
Transporte
200000
06/07/2015
29/06/2015
22/06/2015
15/06/2015
08/06/2015
01/06/2015
25/05/2015
18/05/2015
11/05/2015
04/05/2015
27/04/2015
20/04/2015
13/04/2015
06/04/2015
30/03/2015
23/03/2015
16/03/2015
09/03/2015
02/03/2015
23/02/2015
16/02/2015
09/02/2015
02/02/2015
26/01/2015
19/01/2015
12/01/2015
05/01/2015
0
Fonte: dapp.fgv.br/politicanarede/monitor
RANKING DE MENÇÕES A CRIMES
O DEBATE SOBRE SEGURANÇA
Pesquisa indica prevalência de menções a crimes em 5 Estados e no Distrito Federal
Análise discursiva revela os termos mais associados à temática da Segurança Pública
14/06/2015 a 14/07/2015
DF
7,56%
MG
7,16%
RS
8,29%
PE
8,23%
SP
9,97%
RJ
7,79%
43,29%
10,11%
41,38%
32,70%
9,90%
25,19%
6,33%
16,37%
Sequestro
Roubo
0,00%
57,90%
39,51%
7,64%
5,04%
45,32%
55,35%
20,00%
40,00%
21,05%
31,28%
8,74%
6,78%
60,00%
5,11%
15,94%
26,07%
25,01%
80,00%
9,90%
Linchamento
Homicídio
Estupro
5,07%
100,00%
Fonte: FGV/DAPP
OS CAMPOS DO DEBATE
Análise de grafo sobre Segurança Pública revela os "campos" relacionados ao debate
Fonte: FGV/DAPP
SATISFAÇÃO COM SERVIÇOS PÚBLICOS
Pesquisa de opinião realizada pela FGV/DAPP indica aumento de insatisfação com Segurança Pública
Em relação aos serviços públicos de segurança, o Sr.(a) se sente: (%)
90
80
80
70
Muito Insatisfeito
ou Insatisfeito
82
76
60
50
40
30
20
14
11
10
Muito Satisfeito
ou Satisfeito
9
05/2015
04/2015
03/2015
02/2015
01/2015
12/2014
11/2014
09/2014
10 /2014
08/2014
07/2014
06/2014
05/2014
04/2014
0
Fonte: FGV/DAPP
O cenário do debate público sobre segurança, analisado por meio de uma
análise de grafos – metodologia de análise da formação de “clusters” entre
usuários de Twitter –, mostra que existem dois eixos principais na discussão. O
primeiro repete o padrão da discussão política polarizada das eleições de 2014
e norteia o posicionamento em relação à agenda do Congresso atual. O debate de maioridade e a divulgação de crimes de ampla repercussão dominam a
pauta de segurança. A análise foi realizada com base em amostra extraída de
228 mil menções entre 1º e 14 de julho. Os polos evidenciam que o discurso
público em redes sociais sobre a segurança pública fica restrito às agendas
políticas e ao noticiário. Quando discutida, a polícia não é vista sob o prisma
de atribuições e da legitimação da força, mas com ênfase na competência de
Fonte: FGV/DAPP
atuação e no ceticismo quanto à resolução do problema mais grave para o
cidadão – o crime que irrompe no cotidiano, como o roubo e o sequestro.
NOTA METODOLÓGICA
A Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV realiza pesquisas a partir de metodologias de monitoramento de redes sociais com o auxílio de softwares de
busca de menções on-line. Expressões e vocábulos da língua portuguesa referentes aos objetos de pesquisa são relacionados e classificados com a utilização de
técnicas de análise textual, de forma a restringir as menções à área do tema de interesse.
DIRETOR: Marco Aurelio Ruediger - [email protected]
PESQUISADORES: Roberta Novis, Amaro Grassi, Lucas Calil, Bárbara Barbosa e Humberto Ferreira
SOBRE A DAPP
A Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV/DAPP) é uma
research boutique voltada à inovação das estruturas de Estado e das relações dessa com a
sociedade civil, a partir de uma abordagem interdisciplinar das Ciências Sociais aplicadas,
conjugada com as Tecnologias da Informação e Comunicação.
Criada em outubro de 2012, a DAPP tem como missão fomentar de forma inovadora a
compreensão das políticas e seus efeitos no espaço público ou governamental, aprimorando a
transparência e o diálogo entre Estado e sociedade e promovendo o desenvolvimento nacional.
Com esse propósito, buscamos formular soluções inovadoras para a compreensão das políticas
públicas e promover o diálogo qualificado entre Estado e sociedade civil, superando deficits
na capacidade de planejamento, monitoramento, diálogo e avaliação, sob o framework da
sociedade em rede.
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