FÍSICA Prof. Raphael Fracalossi 1. (Ita 2014) Considere uma esfera maciça de raio r, massa m, coeficiente de dilatação volumétrica á, feita de um material com calor específico a volume constante c V . A esfera, sujeita à pressão atmosférica p, repousa sobre uma superfície horizontal isolante térmica e está inicialmente a uma temperatura T alta o suficiente para garantir que a sua energia interna não se altera em processos isotérmicos. Determine a temperatura final da esfera após receber uma quantidade de calor Q, sem perdas para o ambiente. Dê sua resposta em função de g e dos outros parâmetros explicitados. 2. (Ita 2010) Um quadro quadrado de lado ℓ e massa m, feito de um material de coeficiente de dilatação superficial â, e pendurado no pino O por uma corda inextensível, de massa desprezível, com as extremidades fixadas no meio das arestas laterais do quadro, conforme a figura. A força de tração máxima que a corda pode suportar é F. A seguir, o quadro e submetido a uma variação de temperatura ÄT, dilatando. Considerando desprezível a variação no comprimento da corda devida à dilatação, podemos afirmar que o comprimento mínimo da corda para que o quadro possa ser pendurado com segurança é dado por a) 2 F β T . mg b) 2 F(1 β T . mg c) 2 F(1 β T) 4F2 m2g2 ) . d) 2 F (1 β T) . (2F mg) e) 2 F (1 β T) (4F2 m2 g2 ) 3. (Ufg 2010) Têm-se atribuído o avanço dos oceanos sobre a costa terrestre ao aquecimento global. Um modelo para estimar a contribuição da dilatação térmica é considerar apenas a dilatação superficial da água dos oceanos, onde toda a superfície terrestre está agrupada numa calota de área igual a 25% da superfície do planeta e o restante é ocupada pelos oceanos, conforme ilustra a figura. De acordo com o exposto, calcule a variação de temperatura dos oceanos responsável por um avanço médio de L = 6,4 m sobre superfície terrestre. 1 GABARITO: Resposta da questão 1: 4 Sendo V π r 3 o volume inicial da esfera, as dilatações linear do raio e volumétrica da esfera são: 3 α Δr r ΔT 3 4 ΔV V α ΔT π r 3α ΔT 3 Devido ao aquecimento ocorrem aumento da energia interna da esfera (ΔU) e dilatação. Na dilatação há trabalho realizado contra o meio (W) e ganho de energia potencial (ΔEP ), conforme ilustra a figura. Então o calor recebido (Q) é igual a soma dessas quantidades. Equacionando: ΔU m c V ΔT W p ΔV 4 π r 3α ΔT 3 α m g Δr m g r ΔT 3 ΔEP Q m cV p 4 p π r 3α 3 m gr 3 m cV 3 4p π r α 3 m cV 4p π r 3α TF m g rα . Resposta da questão 2: [E] 2 ΔEP 3 m cV Q m g rα 3Q T ΔU W α ΔT 3 3Q ΔT TF Q 4 p π r 3α 3 m g rα 3Q T 3 m cV 4p π r 3α m g rα ΔT Nas figuras acima: ℓ: lado inicial do quadrado; ℓ’: lado do quadrado depois do aquecimento; L: comprimento da corda; h: distância OB . Na Fig 1, no triângulo ABO, aplicando o teorema de Pitágoras, temos: ' 2 h2 h 2 L 2 1 2 L 2 2 L2 4 h2 '2 4 '2 . (equação 1) Na Fig 2, como o quadro está em equilíbrio, a resultante das forças é nula. Assim: 2 Fy = P 2 Fy = m g mg . (equação 2) Fy 2 O triângulo ABO da Fig 1 é semelhante ao triângulo das forças na Fig 3. Então: Fy F . Substituindo nessa expressão as equações (1) e (2), temos: h L 2 mg 2F mg 2F 2 2 1 2 2 2 L L L ' L ' 2 mgL 2 2F L2 ' . Quadrando os dois membros: m2 g2L2 m2g2L2 4F2L2 4F2 ' 2 4F2 L2 ' 2 2 Colocando L em evidência, vem: L2 4F2 m2 g2 4F2 2 ' . (equação 3) Da expressão da dilatação superficial: A’ = A(1 + Mas: A’ = ' 2 2 ' 1 2 eA= 2 T). . Então, substituindo na expressão acima, vem: 2 T . Voltando à equação (3) e isolando L temos: L2 4F2 2 1 T 4F2 m2 g2 L= 2 F 1 4F2 T m2 g2 Resposta da questão 3: 6 Dados: R = 6.400 km = 6,4 10 m; L = 6,4 m; = 3 4 10 4 °C-1; Aagua = 75%ATerra = 4 R2 3 4 r r = R sen R O comprimento da base da área de avanço do oceano ( A) é b = 2 r e a altura é L. Assim: A = (2 r) L = (2 R sen )L. Mas: A = Aagua T. Igualando essas duas expressões: (2 R sen )L = 3 R 2 T. fazendo os cancelamentos e isolando T, vem: 2 Lsen T= . Substituindo os valores dados, temos: 3 R 1 0,86 2 (6,4)(0,86) T= T= . 4 2 102 3 4 6 10 6,4 10 3 –3 T = 4,3 10 °C. Da figura dada: sen = 3 3 R2 .