6. Plantas vasculares sem semente (Prepare a sua aula prática lendo, antes da aula, o capítulo “Seedless vascular plants”do livro Biology of Plants (Raven, Evert & Eichhorn, Freeman and Company Worth Publishers). As plantas vasculares, diferentemente dos briófitos, são caracterizadas pela dominância da geração esporófita e pela existência de tecidos vasculares: xilema e floema. Podem ser distribuídas por dois grandes grupos, sem qualquer valor taxonómico: • Plantas vasculares sem semente • Plantas vasculares com semente As plantas vasculares sem semente, incluem as plantas vulgarmente designadas por licopódios, cavalinhas e fetos, entre outros. São normalmente reconhecidas quatro divisões/filos: • Psilotophyta • Lycophyta • Sphenophyta • Pterophyta As três primeiras divisões (Psilotophyta, Lycophyta e Sphenophyta) possuem actualmente poucos representantes, embora estejam bem documentadas no registo fóssil. Psilotophyta, Lycophyta e Sphenophyta possuem micrófilos, enquanto Pterophyta possui macrófilos. Todas as plantas vasculares sem semente possuem ciclos de vida muito semelhantes. Tal como nos briófitos o seu ciclo de vida possui duas gerações alternas: a gametófita e a esporófita. MAS o esporófito é sempre a geração dominante e de vida livre. O gametófito, de vida livre, sempre de dimensões reduzidas, toma o nome de protalo e possui uma duração variável dependente das espécies. Nos Psilotophyta, Lycophyta e Sphenophyta o protalo consiste frequentemente num talo subterrâneo não fotossintético ao qual se associam muitas vezes micorrizas. Em Pterophyta é normalmente fotossintético e desenvolve-se à superfície do solo ou na sua proximidade. No protalo (monóico ou dióico, dependendo da espécie) originam-se os anterídeos e os arquegónios e a fecundação só é possível na presença de água, tal como nos briófitos. Os esporângios produzem-se nas folhas, nas suas axilas e, em alguns casos em ramos modificados. Existem espécies -iso- e heteroespóricas. No primeiro caso, apenas existe um tipo de esporos que ao germinarem dão origem a protalos onde se formam simultaneamente anterídeos e arquegónios. No segundo caso, existem dois tipos de esporos: os macro- e os microsporos que ao germinarem dão origem respectivamente a protalos femininos onde se formam arquegónios, e a protalos masculinos onde se formam anterídeos. PSILOTOPHYTA Actualmente esta divisão é representada por dois géneros: Psilotum e Tmesipteris. Na aula prática iremos observar apenas um exemplar de Psilotum nudum. O género Psilotum é considerado um fóssil vivo. A peculiaridade destas plantas reside no facto de não possuírem folhas nem raízes. A parte aérea exibe um padrão de ramificação dicotómica. A parte subterrânea é constituída por um rizoma onde se podem observar vários rizóides para absorção de água. Estas plantas têm ampla distribuição nas regiões tropicais e sub-tropicais dos dois hemisférios. Observação de Psilotum nudum Divisão: Psilotophyta Ordem: Psilotales Família: Psilotaceae Género: Psilotum Espécie: Psilotum nudum O Psilotum nudum pode ter um hábito epifitico, quando se desenvolve sobre fetos arbóreos, mas pode também viver sobre o solo ou em fendas. O exemplar que está a observar provém das estufas do Jardim Botânico do Museu de História Natural da Universidade de Lisboa. Observe o exemplar que lhe foi distribuido: Esquema de Psilotum nudum Faça a legenda da figura: - Tipo de observação - Com base no exemplar que observa, indique a escala a que está feito o esquema. a - Caules aéreos b - Rizoma c - Esporângios Observe o padrão de ramificação dicotómica da parte aérea. Examine os apêndices laterais, escamiformes, dispostos espiraladamente - enações. Identifique os esporângios que se desenvolvem terminalmente em pequenos ramos laterais. O Psilotum nudum produz só um tipo de esporos portanto é _______________, os esporos originam gametófitos bi-sexuais, ou seja, tanto arquegónios como anterídeos são produzidos no mesmo gametófito. Detalhe dos ramos aéreos de Psilotum nudum evidenciando os esporângios Legende: a - Ramos aéreos b - Esporângios c - Enações LYCOPHYTA Os Lycophyta actuais são plantas relativamente pequenas com raízes, caules e folhas verdadeiras, mas sem crescimento secundário. Observação de Selaginella sp. Divisão: Lycophyta Ordem: Selaginellales Família: Selaginellaceae Género: Selaginella Selaginella tem distribuição cosmopolita, mas a maior parte das espécies são tropicais. Os esporófitos de Selaginella têm um porte rastejante, com um caule ramificado, no qual se inserem fiadas de micrófilos que dependendo das espécies, podem ser iguais ou diferentes (dimorfismo foliar). Na base de cada micrófilo, existe geralmente uma pequena lígula. Ao longo do caule diferenciam-se raízes adventícias. Os esporófitos são heterospóricos. Os esporângios são de dois tipos distintos: macro- e microsporângios, assim designados por encerrarem os macrósporos e os micrósporos, respectivamente. Conforme a natureza dos esporângios, as folhas que os suportam (esporófilos) denominam-se macrosporófilos e microsporófilos. Os esporófilos têm uma estrutura idêntica à das folhas vegetativas e cada um tem uma lígula na base, diferenciam-se geralmente em ramos terminais, designando-se o conjunto por estróbilo. Faça uma representação esquemática do esporófito de Selaginella sp. Evidencie e legende: 1 - O padrão de ramificação do caule. Trata-se de um caule aéreo ou subterrâneo? 2 - O tamanho, forma e arranjo dos micrófilos. 3 - As raízes e sua relação com caules e folhas. A figura representa um estróbilo de Selaginella sp. Identifique: a- Microsporófilos b - Macrosporófilos c - Microsporângios d - Macrosporângios e - Lígula f – Macrósporos g – Micrósporos Caso seja possível observar um estróbilo no material que lhe foi distribuído, faça um esquema no seu caderno. O esporângio está ligado à página abaxial ou adaxial do esporófilo?___________________ Quantos esporângios encontra por esporófilo? ___________________________________ Os esporângios são todos iguais? _____________________________________________ Esmague um esporângio amarelo e outro cor de laranja. Observe o número, forma e tamanho dos esporos. Que diferenças pode encontrar em relação ao estróbilo que está a observar e ao esquema da figura anterior? _____________________________________ ________________________________________________________________________ SPHENOPHYTA Embora tenham sido um grupo muito diversificado de plantas, actualmente a divisão Sphenophyta encontra-se representada por um único género de plantas herbáceas Equisetum. O Equisetum é um género com cerca de 25 espécies, tem distribuição cosmopolita com excepção da Austrália, as várias espécies crescem geralmente em locais húmidos e ensombrados. Observação de Equisetum sp. Divisão: Sphenophyta Ordem: Equisetales Família: Equisetaceae Género: Equisetum O esporófito do Equisetum tem um rizoma subterrâneo horizontal, nitidamente diferenciado em nós e entre-nós, ramificado, perene e que com frequência penetra a mais de 1 m abaixo da superfície do solo. A parte aérea do esporófito, é constituída por um caule principal, diferenciado em nós e entre-nós. Em cada nó existe um verticilo de folhas escamiformes, pequenas e delgadas, mais ou menos concrescentes, formando uma bainha castanha, em torno do nó. Em cada nó, diferenciam-se ainda numerosos ramos laterais clorofilinos (ramificação verticilada), também com nós e entre-nós. Faça uma representação esquemática do ramo vegetativo do esporófito de Equisetum sp. Evidencie e legende: a - Nós b - Entre-nós. c – Folhas. d – Ramos. Qual lhe parece ser o orgão (raiz, caule ou folha) com maior actividade fotossintética? ____ ______________________________________________________________________ Toque nos caules de Equisetum sp. Como descreveria a sua textura?___________________ A que se deve? ____________________________________________________________ Em Equisetum os esporângios diferenciam-se em ramos férteis distintos dos vegetativos, os quais possuem na extremidade apical os estróbilos. Os estróbilos de Equisetum são formados por um eixo onde se inserem vários verticilos, de apêndices peltados que suportam os esporângios (esporangióforos). Cada esporangióforo pode suportar 5 a 10 esporângios. Cada esporângio quando maduro, abre por uma única linha de deiscência longitudinal. Faça um esquema do estróbilo de Equisetum sp. Evidencie e legende: a - Esporangióforo b - Esporângios c - Folhas. d – Caule. Com base na observação feita diria que o Equisetum é isospórico ou heterospórico? ______ _________________________________________________________________________ A parede do esporo de Equisetum possui uma camada externa diferenciada em quatro faixas enroladas em espiral. Na maturação do esporo, essas faixas destacam-se do resto da parede, excepto num ponto de ligação. Estas faixas permanecem densamente enroladas em torno do esporo até que o esporângio abra. As faixas são higroscópicas, enrolam e desenrolam consoante o ar está __________________ ou ______________, respectivamente. Estas faixas denominam-se ____________________________________ . Faça o esquema do esporo de Equisetum sp. Evidencie e legende: a - Elatérios Esquematize o esporo de Equisetum sp. Qual o tamanho do esporo? ___________________________________________________ Poderá o esporo conter cloroplastos? ___________________________________________ PTEROPHYTA Os fetos pertencentes à divisão Pterophyta diferem de todas as outras plantas vasculares sem semente por possuirem megáfilos. Os Pterophyta são de longe o maior grupo de plantas vasculares sem semente, cerca de 2/3 das 11 000 espécies actualmente existentes encontram-se nos trópicos. Observação de Pterophyta Divisão: Pterophyta Ordem: Filicales Família: Polypodiacea Género: Polypodium, Adiantum, Davallia Observe o esporófito de feto que tem à sua disposição. Identifique a fronde (folha), rizoma (caule subterrâneo) e as raízes (se presentes). A maioria das frondes é composta, ou seja a lâmina foliar está dividida em folíolos ou pínulas que se encontram ligadas ao ráquis. O ráquis é uma extensão do pecíolo. Faça uma observação detalhada do exemplar que lhe foi distribuído e registe as suas características, que lhe for possível observar: Faça o esquema do esporófito de Polypodium sp./ Adiantum sp./ Davallia sp. Evidencie e legende: a – rizoma b – escamas c – raízes d – Fronde e – pecíolo f – lâmina foliar g – página superior/adaxial h – página inferior/abaxial i – pínula j – soros k– presença de indúsio Observe novamente o exemplar de Polypodium sp., como se desenrolam as folhas jovens? Como se denomina esse desenvolvimento? _______________________________________ _________________________________________________________________________ Observação de esporângios de Polypodium sp. Com o auxílio de uma agulha raspe a região correspondente a um soro para uma gota de água colocada numa lâmina de microscópio. Ao microscópio observe os esporângios pedunculados, revestidos por uma camada especial de células com espessamentos em U, que está associada à dispersão dos esporos, o anel. Faça o esquema do esporângio de Polypodium sp. Evidencie e legende: a - Esporângio b - Pedúnculo c - Parede d - Anel Explique o mecanismo de dispersão dos esporos em Polypodium.______________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Obervação de gametófitos de Polypodium sp. A maioria dos Pteridophyta é isospórica. Depois da germinação o esporo, a primeira célula da geração gametófita, origina um protálo cordiforme, bi-sexual. Que tipo de divisão nuclear produz um gametófito pluricelular a partir de um esporo? _________________________________________________________________ . Observe os gametófitos de fetos a desenvolverem-se no meio de agar. Alguns destes gametófitos têm esporófitos associados? __________________________________ . Monte porções dos gametófitos em lâmina e lamela. Observe os rizóides que se diferenciam na face ventral. Entre os rizóides poderá observar os anterídios, alguns dos quais podem conter células espermáticas. Os arquegónios têm uma posição mais central. Esquema do gametófito de Polypodium sp. Identifique: a - Rizóides b - Anterídios c - Arquegónios Pressione a lamela com a ponta de uma borracha. Desta forma força a libertação dos anterozóides. Qual a estrutura locomotora presente nos anterozóides? ___________________________ Em que estádio do ciclo de vida são os fetos dependentes da água? ___________________ Observação de Azolla Divisão: Pterophyta Ordem: Filicales Família: Parkeriaceae Género: Azolla A Azolla é um feto aquático cujos esporófitos crescem à superfície da água de charcos ou lagoas permanentes e zonas protegidas de linhas de água com caudais reduzidos. A repetida multiplicação vegetativa, leva com frequência à formação de um tapete de pequenas plantas suficientemente denso para esconder a água. Tais massas de Azolla podem ser reconhecidas pela sua cor verde-avermelhada característica. Azolla diferencia caules de ramificação pinada. Folhas alternas e sobrepostas, cada uma dividida em dois lobos de tamanho quase igual. O espaço delimitado pelo arqueado das folhas novas de cada extremidade é ocupado com Anabaena azollae. Poderá esta ligação entre Azolla e Anabaena ser considerada uma simbiose?_______ ______________________________________________________________________ Esquematize o esporófito de Azolla sp. Identifique: a - Folha b - Raízes Na Azolla todos os esporocarpos têm desenvolvimento semelhante até à fase de formação dos macrósporos. A sua história subsequente depende do comportamento do macrosporângio. Um macrósporo novo, dentro de um macrosporângio, pode começar a aumentar de tamanho para se transformar num macrósporo funcional. Este aumento do tamanho do macrósporo funcional é acompanhado da formação de 4 corpos alveolados e dispostos em quadrantes (mássulas). Quando o macrósporo está maduro, dá-se uma rotura transversal do macrosporângio. Em vez do desenvolvimento de um macrósporo num macrósporo funcional pode darse a degenerescencia de todos os macrósporos. Quando isto acontece, as inciais microsporangiais originam os microsporângios. Assim, consoante o destino do _________________________, todos os esporocarpos de uma folha podem ser ______________________, ________________________ ou dos dois tipos. Depois de formados os microsporângios originam 4 ou mais massas alveolares dispostas em quadrantes, cada uma das quais encerra vários micrósporos inclusos na parte periférica e as mássulas iniciam a formação de ganchos (gloquídios) nas suas superfícies. Observe e identifique de acordo com o quadro seguinte: Corte longitudinal do Macrosporângio com macrosporângio de Azolla microsporângios aderidos Identifique: a - Indúzio b - Mássulas c - Macrósporo Identifique: a - Indúzio b - Macrósporo c - Microsporângios d - Gloquídios Macrósporo com 3 mássulas aderidas Identifique: a- Indúzio b- Mássulas c - Macrósporo d - Microsporângios Observação de Marsilea Divisão: Pterophyta Ordem: Marsileales Família: Marsileaceae Género: Marsilea A Marsilea é um feto aquático que se desenvolve em locais temporariamente inundados ou em margens de cursos de água. O esporófito é constituído por um caule fino e pouco ramificado, a partir do qual se desenvolvem folhas solitárias ou em pequenos tufos mais ou menos afastados. Cada folha é constituída por um pecíolo fino e longo e por um limbo composto por dois pares de folíolos, flabeliformes e inteiros ou levemente ondulados. Esquematize o esporófito de Marsilea sp. Identifique: a – Folha (pecíolo e limbo) b – Caule c – Raízes d – Esporocarpo Na base dos pecíolos diferenciam-se esporocarpos (estruturas reprodutoras) ovóides e pediculados. Cada esporocarpo é constituído por diversos soros dispostos em série, sendo cada um formado por um macrosporângio e por vários microsporângios. Na maturação, cada esporocarpo liberta os soros como resultado do aumento de volume de um anel gelatinoso. A germinação dos soros decorre em meio aquático e dá origem a um microprotalo, que permanece no interior do micrósporo, diferenciando apenas dois anterídeos, ou a um macroprotalo que diferencia um único arquegónio. Observe as preparações definitivas de cortes longitudinais em esporocarpos de Marsilea. Por comparação com os esquemas apresentados, identifique as seguintes estruturas: Esporocarpo de Marsilea sp. Esporocarpo maduro Identifique: a – Parede do esporocarpo b - Anel gelatinoso c – Soro d – Macrosporângio e – Microsporângio Soro Macrosporângio Microsporângio