MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA PÓS GRADUAÇÃO LATU SENSU DE ESPECIALIZAÇÃO EM TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE CARGAS LUÍS FELIPE MASINI SAMPAIO ANÁLISE DO CICLO DE GERENCIAMENTO DOS PROJETOS DE AMPLIAÇÃO DE PÁTIOS E DUPLICAÇÃO DE LINHAS NA MRS LOGÍSTICA S/A. Rio de Janeiro 2008 1 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA LUÍS FELIPE MASINI SAMPAIO ANÁLISE DO CICLO DO GERENCIAMENTO DOS PROJETOS DE AMPLIÇÃO DE PÁTIOS E DUPLICAÇÃO DE LINHAS NA MRS LOGÍSTICA S/A. Monografia apresentada à Pós-Graduação Latu Sensu de Especialização de Transporte Ferroviário de Cargas do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a conclusão do curso. Orientador: Prof. Álvaro Vieira. Tutor: Petrônio Foscarini Filho. Rio de Janeiro 2008 2 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA LUÍS FELIPE MASINI SAMPAIO ANÁLISE DO CICLO DO GERENCIAMENTO DOS PROJETOS DE AMPLIÇÃO DE PÁTIOS E DUPLICAÇÃO DE LINHA NA MRS LOGÍSTICA S/A. Monografia apresentada à Pós-Graduação Latu Sensu de Especialização de Transporte Ferroviário de Cargas do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a conclusão do curso. Orientador: Prof. Álvaro Vieira. Tutor: Petrônio Foscarini Filho. Aprovada em 14 de outubro de 2008 pela seguinte Banca Examinadora: _______________________________________________________________ Prof.Cel. Luiz Antônio Silveira Lopes, do IME - Presidente _______________________________________________________________ Prof. Álvaro Vieira, do IME _______________________________________________________________ Prof. Manoel Ferreira Mendes, do CEPEFER Rio de Janeiro 2008 3 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, Ruy e Josete, que durante toda minha vida se dedicaram à possibilitar a construção da minha maior herança, o aprender. À Brenna, minha futura esposa, que sempre esteve ao meu lado vencendo os desafios, me apoiando nos momentos difíceis e comemorando as conquistas, dedico a você te amo. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço a todas as pessoas que me incentivaram e apoiaram nesta conquista. Agradeço aos meus amigos de curso, a ajuda, os incentivos dados e o excelente ambiente criado ao longo desta caminhada. Agradeço a todos os mestres, que ministraram disciplinas no curso, pelo conhecimento transmitido. Agradeço ao Manoel Mendes, toda sua dedicação a qualidade do curso e os exaustivos conselhos ao longo desta jornada. Agradeço à MRS Logística mais esta oportunidade de desenvolvimento profissional e ao IME toda a infra-estrutura fornecida durante o período do curso. Agradeço aos amigos Luís Renato e Claudio Goretti, a compreensão da minha ausência no exercício das minhas atividades profissionais durante o desenvolvimento do curso. Agradeço ao meu Tutor Petrônio Foscarini pela atenção e preocupação com a qualidade do trabalho. Agradeço ao meu Professor Orientador Álvaro Vieira por sua disponibilidade, presteza e os comentários pertinentes. Agradeço ao meu pai seu esforço para melhoria do trabalho. Agradeço à Brenna Marcato Guerra Sampaio, por toda sua compreensão e carinho, ao entender o tamanho desta oportunidade. 5 SUMÁRIO DEDICATÓRIA...................................................................................................................4 AGRADECIMENTOS.........................................................................................................5 SUMÁRIO..................................................................................................................................6 LISTA DE FIGURAS.................................................................................................................7 LISTA DE TABELAS................................................................................................................8 LISTA DE GRÁFICOS..............................................................................................................9 LISTA DE SIGLAS..................................................................................................................10 RESUMO..................................................................................................................................11 ABSTRACT......................................................................................................................12 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................14 1.1 Histórico MRS Logística..............................................................................................14 1.2 O Problema em Estudo.................................................................................................15 1.3 Objetivo.........................................................................................................................17 1.4 Justificativa...................................................................................................................17 1.5 Estrutura do Trabalho....................................................................................................17 2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................................18 2.1 Histórico do Gerenciamento de Projetos......................................................................18 2.2 Plano de Negócios.........................................................................................................19 2.3 Projetos..........................................................................................................................19 2.4 Programa.......................................................................................................................20 2.5 Escritório de Projetos (PMO)........................................................................................20 2.6 Partes Interessadas no Projeto ou Stakeholders............................................................21 2.7 Estrutura Organizacional...............................................................................................21 2.8 Ciclo de Vida do Projeto...............................................................................................23 2.9 Gerenciamento de Projetos...........................................................................................25 2.10 Estrutura Analítica do Projeto – EAP.........................................................................27 6 2.11 Diagrama de Precedência............................................................................................28 2.12 Metodologia MRS de Gerenciamento de Projetos – MMGP.....................................29 2.13 Fluxo de Caixa de Projetos.........................................................................................30 2.14 Estimativas de Custos x Orçamentos..........................................................................35 2.15 Reservas de Orçamento...............................................................................................37 3. ANÁLISE DO CICLO DE GERENCIAMENTO DOS PROJETOS DE AMPLIAÇÃO DE PÁTIOS E DUPLICAÇÃO DE LINHA NA MRS..................................................................38 3.1 Introdução Programa MRS 2012..................................................................................38 3.2 Estrutura Analítica do Projeto.......................................................................................38 3.3 Diagrama de Precedências............................................................................................46 3.4 Estrutura Organizacional do Projeto.............................................................................47 3.5 Descrição dos Principais Pacotes de Trabalho..............................................................48 3.6 Análise da Aderência Física dos Projetos.....................................................................52 3.7 Análise da Aderência Financeira dos Projetos..............................................................53 4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES..............................................................................58 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................60 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 – Evolução do Volume Transportado da MRS................................................15 Figura 1.2 – Evolução dos Investimentos da MRS..........................................................15 Figura 3.1 – Estrutura Analítica do Projeto......................................................................39 Figura 3.2 – Diagrama de Precedência............................................................................45 8 LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 – Lista de Pacotes de Trabalho, Atividades e suas Relações de Precedências..............................................................................................................................38 Tabela 3.2 – Aderência Financeira dos Investimentos Realizados pelo Programa MRS 2012...........................................................................................................................................51 Tabela 3.3 – Cálculo da Perda de Possibilidade do Retorno Financeiro..................................................................................................................................54 Tabela 3.4 – Risco de Perda de Capital devido à Antecipação dos Projetos Executivos.................................................................................................................................55 9 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 3.1 – Distribuição das Atividades do Projeto nas Gerências da MRS.........................46 10 LISTA DE SIGLAS PMI Project Management Intitute PMBOK Project Management Body of Knowlege PMO Proect Management Oficce EAP Estrutura Analítica do Projeto MMGP Metodologia MRS de Gerenciamento de Projeto TMA Taxa Mínima de Atratividade VPL Valor Presente Líquido TIR Taxa Interna de Retorno MAST Meio Ambiente Segurança do Trabalho LI Licença de Instalação ASV Autorização de Supressão de Vegetação OAE Obra de Arte Especial 11 RESUMO A MRS Logística, preocupada com a capacidade operacional da sua malha, devido ao expressivo aumento do número de trens circulando em suas linhas, iniciou em 2004 um Programa de Obras de infra-estrutura e superestrutura ferroviária que tem como objetivo resolver os diversos gargalos operacionais, contribuindo assim para seu crescimento ano a ano. A equipe de projetos tem o desafio de propor e implementar soluções para as diversas questões relacionadas à necessidade de ampliação da capacidade de vazão de suas linhas. No presente trabalho, é apresentada uma análise do ciclo de gerenciamento dos projetos de ampliações de pátios e duplicações de linhas na MRS Logística. Nesta análise, verifica-se o cumprimento do cronograma físico dos projetos que compõem o programa de obras, contudo com uma baixa aderência financeira. E como proposta para aumento da aderência financeira, é sugerido antecipar em um ano a execução dos projetos executivos das obras. 12 ABSTRACT MRS Logística, concerned about the operational capacity of its railway grid due to the considerable increase in the number of trains moving on its rails, started, in 2004, a Railworks Program for railway infrastructure and superstructure whose aim is to solve the many operational constraints and, thus, contribute to its growth year after year. The project team has the challenge of proposing and implementing solutions to the several operational problems. The current paper has the objective of doing an analysis of the management cycle of the projects of enlargement of sidings and duplication of rail lines at MRS Logística. In this analysis, the fulfillment of the table of contents that compose the program of workmanship projects is verified, however with a low financial tack. As a proposal for increase of this financial tack, it is suggested to anticipate in one year the execution of the executive projects of the workmanship. 13 1. INTRODUÇÃO 1.1. Histórico MRS Logística No dia 20 de setembro de 1996 foi realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro o leilão de privatização das então Malha Sudeste da Rede Ferroviária Federal S.A., que compreendia as linhas das Superintendências Regionais SR3 (Juiz de Fora) e SR4 (São Paulo), no qual o Consórcio MRS Logística tornou-se arrendatário de seus ativos e concessionária do transporte ferroviário de carga por 30 anos, renováveis por mais 30 anos. Os trechos que foram concedidos para a exploração do transporte ferroviário de cargas são aqueles que pertenceram às antigas ferrovias Estrada de Ferro Central do Brasil, nas linhas que ligam Rio de Janeiro a São Paulo e a Belo Horizonte, bem como aqueles que pertenceram à Estrada de Ferro Santos-Jundiaí excluídas, em ambos os casos, as linhas metropolitanas de transporte de passageiros no Rio de Janeiro e em São Paulo. Suas linhas abrangem a mais desenvolvida região do país, e atravessam os seus maiores centros consumidores e produtores. Sua malha é também o acesso ferroviário aos principais portos brasileiros: Rio de Janeiro, Itaguaí e Santos. Atende também o terminal marítimo privativo de embarque de minério de ferro, instalado na Ilha de Guaíba na Baía de Sepetiba. O mercado para o transporte ferroviário de cargas é extremamente favorável na área de influencia da MRS, sendo os três estados atendidos por sua malha concentradores de 65% do produto interno bruto do Brasil. Nestes estados, estão instaladas as principais siderúrgicas, cimenteiras e mineradoras do nosso país e abrange também uma área de grande produção agrícola. Este mercado está fortemente ligado a atividade portuária, sendo que grande parte dos transportes se dão entre porto e produção, seja no sentido exportação (minério, aço, graneis agrícolas e contêineres) ou importação (carvão, coque, trigo, enxofre e contêineres). No mercado interno são feitos transportes de matérias-primas (contêineres, minério, fundentes para siderúrgicas e escória para cimenteiras) e também escoamento de produtos acabados, tais como aço e cimento. Interligando-se a outras ferrovias tais como Ferrovia Centro-Atlântica, a Estrada de Ferro Vitória a Minas-EFVM e a ALL, a MRS permite uma opção de transporte intramodal para outras regiões do país. 14 1.2. O Problema em Estudo A MRS Logística S.A., em 11 anos de atividades, traçou uma trajetória de expressivo crescimento nos volumes transportados, consolidando um cenário empresarial de grande incremento de produção. Sua trajetória de investimentos pode ser divida em duas fases principais. Durante os sete primeiros anos de operação, a MRS viveu momentos de grandes desafios. Com pouco dinheiro em caixa, seus investimentos estavam voltados para modernização nos conceitos e modelos de gestão, qualificação e desenvolvimento dos colaboradores, recuperação dos ativos rodantes e melhoria nas instalações da malha existente. Nesse período, estes investimentos, somados aos ganhos com as melhorias nos processos de carga e descarga e em conjunto com a capacidade instalada de sua malha, permitiram que a MRS apresentasse grandes resultados. Contudo, em 2002, a MRS definiu seu plano de negócios para o qüinqüênio 2003-2008 e percebeu que era hora de se preparar para uma nova fase. Durante os estudos, foram avaliados os vários cenários apresentados pelos seus principais clientes que demonstraram perspectivas de um grande aumento da demanda. Assim, a MRS, preocupada em atender à demanda, organizou um grupo de especialistas para dimensionar a nova frota de material rodante necessária, simular a futura operação da malha, apresentar diversas soluções de engenharia para os possíveis gargalos operacionais identificados nos estudos, e implementar as soluções de forma sincronizada com o a perspectiva de aumento efetivo da produção de transporte ano a ano. Este grupo foi dividido por especialidades. O Departamento de Planejamento consolidou o plano de negócios da companhia e forneceu suporte na gestão dos projetos através de ferramentas, metodologias e treinamentos nesta área. A Engenharia de Vagões dimensionou o incremento necessário da frota. O Departamento de Operação Ferroviária definiu o modelo operacional e simulou os diversos cenários demonstrando os diversos gargalos operacionais da malha. O Programa MRS2008 foi criado com o escopo de propor as soluções para restrições operacionais e gerenciar a implementação das obras de infra-estrutura e superestrutura ferroviária de ampliações e instalação de novos pátios de cruzamentos e duplicações de linhas entre pátios, necessários à eliminação dos gargalos operacionais. Em 2007 a MRS novamente definiu seu plano de negócios, agora com a visão 2008 a 2012. Os novos números apontam um aumento de produção ainda mais agressivo para os 15 próximos 5 anos. Novamente, preocupada com sua capacidade operacional, a MRS prolongou o programa de expansão de capacidade, aumentando sua visão para as obras até 2012. O gráfico da Figura 1.1 mostra a evolução dos investimentos realizados ano a ano, e a projeção para os próximos quatro anos. Já o gráfico da Figura 1.2 mostra a evolução do resultado operacional ano a ano e a projeção de aumento para os próximos anos. Analisandose os gráficos, pode-se perceber o crescente aumento da produção realizada e projetada ano a ano, bem como os volumes de investimentos anuais previstos e realizados. Os valores realizados estão em azul e os projetados estão em amarelo. Transportes em Milhões de Toneladas 250 228 2 13 200 18 6 152 150 12 6 98 100 10 8 113 86 66 51 53 69 74 55 50 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Figura 1.1 - Evolução do volume transportado. Evolução do Investimento em M ilhões de Reais 1200 1. 0 8 6 9 56 1000 757 800 74 4 642 600 494 398 400 200 283 10 1 76 76 118 12 5 74 71 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Figura 1.2 - Evolução dos Investimentos 16 1.3. Objetivo O objetivo do trabalho é realizar uma análise do ciclo de gerenciamento dos projetos de ampliação de pátios e duplicação de linha na MRS. O estudo almeja identificar os primeiros níveis da estrutura analítica desses projetos, descrever os principais pacotes de trabalho, ordená-los conforme suas relações de precedências, de forma a se obter o diagrama de rede e fazer uma análise da aderência física e financeira do programa. 1.4. Justificativa Nos dois últimos anos, ocorreu um enorme aquecimento do mercado de minério de ferro, prevendo-se um grande incremento da sua produção e, conseqüentemente, um aumento expressivo da demanda de transporte ferroviário para os próximos quatro anos. Com este cenário, torna-se de grande relevância a habilidade da MRS em combater previamente os possíveis gargalos operacionais que surgirão com o aumento do número de trens circulando em sua malha, permitindo assim continuidade do seu crescimento. 1.5. Estrutura do Trabalho O presente trabalho foi dividido conforme descrito abaixo: Capítulo 1 – Introdução: apresentar o histórico da MRS, o problema em estudo, os objetivos, a justificativa e a estrutura do trabalho. Capítulo 2 – Referencial Teórico: apresentar os principais conceitos, técnicas e ferramentas de gerenciamento de projetos necessários a perfeita compreensão da análise proposta. Capítulo 3 – Análise do ciclo de gerenciamento dos projetos de ampliação de pátios e duplicação de linha na MRS: apresentar a estrutura analítica do projeto, a descrição dos principais pacotes de trabalho, às relações de precedências entre as atividades, o diagrama de rede do projeto e a análise da aderência física e financeira do programa. Capítulo 4 – Conclusão e recomendações: Apresentar a conclusão e as recomendações. 17 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. Histórico do Gerenciamento de Projetos O gerenciamento de projetos é a utilização de diversos conhecimentos, habilidades e técnicas na execução de atividades para atingir um grupo de objetivos acordados. O gerenciamento de projetos percorre a iniciação, planejamento, execução, monitoramento/ controle e encerramento de um trabalho único, temporário e com início e fim bem definidos. Os projetos são realizados pelas empresas em todo mundo por que criam novos produtos e serviços, introduzem mudanças e implementam inovações e agregam valor as companhias. No final do século XIX aconteceu um crescimento significativo na complexidade dos novos negócios em todo mundo. A Revolução Industrial modificou a estrutura econômica do mundo ocidental e teve como uma das suas principais conseqüências, o desenvolvimento do capitalismo industrial. Profundas modificações aconteceram nas relações de produção, gerando uma onda de transformações que exigiram das empresas uma nova competência. Surge, neste momento, a necessidade de sistematizar e organizar a forma de garantir estas transformações que são introduzidas através de novos projetos. Nos Estados Unidos da América, a primeira grande organização a utilizar os conceitos de gerenciamento de projetos foi a Central Pacific Railroad 3, que iniciou suas atividades por volta de 1870, com a implementação do projeto de construção da estrada de Ferro Transcontiental. Durante a execução do projeto os Gerentes depararam com a complexa tarefa de iniciar, planejar, executar, monitorar/ controlar e encerrar as inúmeras atividades desenvolvidas por milhares de trabalhadores. Na primeira metade do século XX, Frederick Taylor iniciou estudos detalhados sobre o seqüenciamento do trabalho. Antes de Taylor a única maneira de melhorar a produtividade era exigir dos trabalhadores mais horas de dedicação ao trabalho. Taylor ocupa um importante lugar na história do gerenciamento de projetos, mas foi Henry Grantt, seu sócio, que estudou minuciosamente o seqüenciamento das operações no trabalho. Grantt elaborou o diagrama com barras de tarefas e marcos que mostram a seqüência e a duração das atividades em um projeto. Este modelo de diagrama ao longo de tempo provou ser uma ferramenta analítica importante para o gerenciamento de projetos e se manteve inalterada por quase cem anos. A primeira mudança no diagrama de Grantt aconteceu na década de 90, quando foram incluídas as linhas de ligação entre as barras das tarefas que mostram suas as relações de dependências. 18 Estes estudos sobre o gerenciamento de projetos foram aplicados na construção militar durante a II Guerra Mundial, contudo apenas no auge dos projetos espaciais da NASA, um grupo de cinco profissionais de gestão de projetos se reuniu para discutir as melhores práticas de gerenciamento de projetos, fundando então o Project Mangement Institute – PMI. O PMI, atualmente, é a maior instituição internacional dedicada ao estudo, disseminação do conhecimento e aprimoramento das atividades de gestão profissional dos projetos. 2.2. Plano de Negócios Plano de negócio é um documento pelo qual as empresas formalizam os seus estudos a respeito de suas idéias sobre seus negócios. No plano de negócios estarão registrados os conceitos do negócio, os riscos, os concorrentes, o perfil dos clientes, as possíveis áreas de expansão, as estratégias de marketing, bem como todo o plano financeiro que viabilizará as estratégias para o negócio. No plano de negócio está documentada a missão, os cenários, objetivos e as metas da empresa. O plano de negócio não tem um caráter estático, mas sim, dinâmico. Na medida em que haja mudança do cenário do mercado, da economia, da tecnologia ou das ações dos competidores, deve ser feita a revisão do plano de negócio. Isso em geral requer uma revisão periódica do plano que depende do tipo de negócio e da situação do mercado, podendo, assim ser, maior ou menor o período desta revisão. Fazendo uma revisão periódica do plano de negócio a empresa estará acompanhando a evolução do mercado que pertence, de seus competidores e da sua situação econômica e tecnológica. 2.3. Projetos Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Temporário por que os projetos possuem um início um final definidos. Temporário não significa necessariamente de curta duração pois muitos projetos duram vários anos. Em todos os casos, no entanto, a duração de um projeto é finita. Projetos não são esforços contínuos. Contudo, geralmente, a maioria dos projetos é realizada para criar um resultado duradouro. (PMBOK, 2004) Um projeto cria entregas exclusivas que são produtos, serviços ou resultados. A singularidade é uma característica importante das entregas do projeto. Por exemplo, muitos 19 milhares de prédios de escritórios foram construídos, mas cada prédio em particular é único por que tem proprietário diferente, projeto executivo diferente, local diferente, construtora diferente, etc. A presença de elementos repetitivos não muda a singularidade fundamental do trabalho do projeto. (PMBOK, 2004) Um projeto tem objetivos fundamentalmente diferentes dos trabalhos operacionais. A finalidade de um projeto é atingir seu objetivo e, em seguida, terminar. Por outro lado, o objetivo de uma operação contínua é manter o negócio. Os projetos são diferentes porque terminam quando seus objetivos foram atingidos ou quando não existe mais a possibilidade de atingi-los, enquanto as operações adotam um novo conjunto de objetivos e o trabalho continua. (PMBOK, 2004) Os projetos são um meio de organizar atividades que não podem ser abordadas dentro dos limites operacionais normais da organização. Os projetos são, portanto, freqüentemente utilizados como um meio de atingir o plano estratégico de uma organização. (PMBOK, 2004) A MRS por entender a importância e a complexibilidade do gerenciamento dos projetos de expansão da sua malha ferroviária, criou em 2004 um departamento exclusivo para implementação dos projetos. 2.4. Programa Programa é um grupo de projetos relacionados que são administrados usando-se as mesmas técnicas, de modo coordenado. Quando gerenciados coletivamente, como programas, os projetos capitalizam benefícios e controle que não seriam aproveitados caso de optassem pela administração individual. (HELDMAN, 2004) Ao contrário do gerenciamento de projetos, o gerenciamento de programas é o gerenciamento centralizado e coordenado de um grupo de projetos para atingir os objetivos e benefícios estratégicos do programa. 2.5. Escritório de Projetos (PMO) Um escritório de projeto (PMO) é uma unidade organizacional que centraliza e coordena o gerenciamento de projetos sob seu domínio. Um PMO supervisiona o gerenciamento de projetos e programas ou uma combinação dos dois. O PMO atua no monitoramento de 20 projetos e subprojetos vinculados aos objetivos estratégicos da companhia para a garantia da realização do seu plano de negócios. Os PMOs podem operar de modo contínuo, desde o fornecimento de funções de apoio ao gerenciamento de projetos na forma de treinamento, sofware, políticas, padronizações e procedimentos, até o gerenciamento direto real tendo a responsabilidade pela realização dos objetivos do projeto. 2.6. Partes Interessadas no Projeto ou Stakeholders Partes interessadas no projeto são pessoas e organizações ativamente envolvidas no projeto ou cujos interesses podem ser afetados como resultado da execução ou do término do projeto. As partes interessadas podem ter uma influência positiva ou negativa em um projeto. Partes interessadas positivas são as que normalmente se beneficiariam de um resultado bemsucedido do projeto, enquanto partes interessadas negativas são as que enxergam resultados negativos a partir do sucesso do projeto. 2.7. Estrutura Organizacional Assim como os projetos são únicos, as organizações em que os executam também o são, por que possuem estilo e cultura própria que influenciam no modo como o trabalho do projeto é conduzido. O segredo para determinar o tipo de organização é avaliar quanta autoridade a alta diretoria pretender delegar aos gerentes de projeto. Embora a singularidade seja a regra nas culturas empresariais, todas as organizações são estruturadas segundo uma destas três modalidades: funcionais, por projetos ou matricial. Existem variações e combinações das três modalidades, tal como uma estrutura por projetos dentro de uma organização funcional, ou organizações matriciais fracas, equilibradas ou sólidas. (HELDMAN, 2004) 2.7.1. Estrutura Funcional O tipo mais comum de organização é a funcional. Nestas organizações suas atividades giram em torno de especialidades e são agrupadas por função. Nelas existirá um departamento para cada especialidade como: departamento financeiro, departamento recursos humanos, departamento jurídico, departamento de engenharia, e assim por diante. O trabalho executado 21 nesses departamentos é especializado e requer que os funcionários tenha aptidões específicas e experiência nas funções para cumprir com as suas responsabilidades. Este tipo de organização é configurada de maneira hierárquica. Os funcionários são subordinados aos gerentes, que respondem aos chefes de departamentos, que se reportam aos vice-presidentes, que são subordinados aos presidentes. Em outras palavras, cada funcionário responde a um único gerente e, em ultima instância, existe um único responsável no topo. (Kim Heldman) Numa organização funcional os profissionais alocados nos diversos departamentos possuem elementos comuns. Teoricamente é mais fácil gerenciar um grupo de pessoas com habilidades e experiências semelhantes, o que torna o trabalho mais eficiente. Contudo neste tipo de estrutura o gerente de projeto enfrenta dificuldades pelo fato de ter pouca ou nenhuma autoridade sobre os recursos funcionais. (HELDMAN, 2004) 2.7.2. Estrutura por Projetos As organizações estruturadas por projetos são praticamente o oposto das organizações funcionais. Os recursos organizacionais e suas metas são direcionados aos projetos. Quase sempre, os gerentes de projetos têm total autoridade sobre o projeto e são subordinados diretamente ao presidente. As funções de apoio, como recursos humanos e contabilidade, também podem responder diretamente aos gerentes de projeto. Estes são responsáveis pelas decisões na aquisição e alocação de recursos, tendo autoridade para escolher recursos de outras áreas da companhia. Entretanto, os gerentes de projetos são limitados pelas três restrições básicas (Escopo, Cronograma, Orçamento), e assim, por exemplo, se não houver orçamento para contratar recursos adicionais, o gerente de projeto deverá apresentar alternativas para solucionar o problema. (HELDMAN, 2004) Os membros da equipe do projeto são subordinados ao gerente de projetos, e não a um gerente funcional ou departamental como nas organizações estruturadas funcionalmente. Uma desvantagem óbvia de uma organização estruturada por projetos é que a equipe do projeto pode ficar sem trabalho quando o projeto terminar. (HELDMAN, 2004) 2.7.3. Estrutura Matricial As organizações matriciais surgiram para minimizar as diferenças entre os pontos fortes e fracos das organizações funcionais e das estruturadas por projetos e para melhor 22 explorá-los. A idéia é obter o melhor dos dois mundos, combinando-os em um só. Os objetivos de projetos são atendidos, técnicas eficientes de gerenciamento de projetos são aplicadas, ao mesmo tempo em que também se mantém a estrutura hierárquica da organização. (HELDMAN, 2004) Os funcionários de uma organização matricial se reportam ao gerente funcional e a, no mínimo, um gerente de projeto – podendo ser subordinados a vários gerentes de projetos, caso trabalhem em vários projetos simultâneos. O gerente funcional responde por incumbências administrativas e aloca funcionários para os projetos, além de monitorar o trabalho de seus funcionários nos diversos projetos. O gerente do projeto, por sua vez, é responsável pela execução do projeto e distribuição das tarefas de acordo com as atividades previstas. Ambos dividem a responsabilidade pelas avaliações de desempenho dos funcionários. (HELDMAN, 2004) As organizações matriciais permitem que os gerentes de projetos se concentrem no projeto e em sua execução, exatamente como em uma organização estruturada por projetos. A equipe fica livre para se dedicar aos objetivos do projeto, sem as distrações do departamento funcional. (HELDMAN, 2004) Cabe ao gerente funcional alocar ou liberar recursos para o projeto. Se o gerente estiver contando com determinado funcionário para trabalhar em determinado horário, deverá tratar com antecedência da disponibilidade desse funcionário com o gerente funcional. (HELDMAN, 2004) 2.8. Ciclo de Vida do Projeto Os projetos e o gerenciamento de projetos são executados em um ambiente mais amplo que o do projeto propriamente dito. A equipe de gerenciamento de projetos precisa entender esse contexto para que possa dividir as fases do ciclo de vida, escolher os processos, as ferramentas e técnicas adequadas ao projeto. A organização ou os gerentes de projetos devem dividir os projetos em fases para oferecer melhor controle gerencial. Em conjunto, dessas fases são conhecidas como ciclo de vida do projeto. Muitas organizações identificam um conjunto específico de processos, ferramentas e técnicas para seu ciclo de vida que deverá ser usado em todos os seus projetos. O ciclo de vida do projeto define as fases que conectam o início de um projeto ao seu final. Por exemplo, quando uma organização identifica uma oportunidade que deseja 23 aproveitar, em geral irá autorizar um estudo de viabilidade para decidir se deve realizar o projeto. A definição de ciclo de vida do projeto pode ajudar o gerente de projeto a esclarecer se deve tratar o estudo de viabilidade como a primeira fase do projeto ou como um projeto autônimo separado. As fases do ciclo de vida de um projeto não são necessariamente iguais aos grupos de processos de gerenciamento de projetos como a iniciação, planejamento, a execução, o monitoramento e controle, e o encerramento. A transição de uma fase para a outra dentro do ciclo de vida de um projeto em geral envolve e normalmente é definida por alguma forma de transferência técnica ou entrega. As entregas de uma fase geralmente são revisadas, para garantir que estejam completas e exatas, e aprovadas antes que o trabalho seja iniciado na próxima fase. No entanto, não é incomum que uma seja iniciada uma nova fase antes da aprovação das entregas da fase anterior, isto pode ocorrer quando os riscos envolvidos são considerados aceitáveis. Essa prática de sobreposição de fases, normalmente feita sem seqüência, é um exemplo da aplicação da técnica de compressão do cronograma denominado paralelismo. Não existe uma única maneira para definir um melhor ciclo de vida para o projeto. Algumas organizações estabelecem políticas que padronizam todos os projetos com um único ciclo de vida, enquanto outras permitem que a equipe do projeto escolha o ciclo de vida mais adequado para seu próprio projeto. Além disso, as melhores práticas de um setor freqüentemente levarão ao uso de um ciclo de vida mais adequado para seus projetos. O ciclo de vida do projeto geralmente define que trabalho técnico deve ser realizado em cada fase, quem esta envolvido em cada fase e como controlar cada fase. As descrições do ciclo de vida do projeto podem ser muito genéricas ou muito detalhadas. Descrições altamente detalhadas dos ciclos de vida podem incluir formulários, gráficos e listas de verificação para oferecer estrutura e controle. A maioria dos ciclos de vida dos projetos compartilha diversas características comuns: - Os níveis de custos e de pessoal são baixos no início, atingem o valor máximo durante as fases intermediárias e caem rapidamente conforme o projeto é finalizado. - No início do projeto, o nível de incertezas é o mais alto e, portanto, o risco de não atingir os objetivos é o maior. A certeza de término geralmente se torna cada vez maior conforme o projeto continua. - A capacidade das partes interessadas de influenciarem as características finais do produto do projeto e o custo final do projeto é mais alta no início e torna-se cada vez menor 24 conforme o projeto continua. Contribui muito para esse fenômeno o fato de que o custo das mudanças e da correção de erros geralmente aumenta conforme o projeto continua. 2.9. Gerenciamento de Projetos O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramenta e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado através da aplicação e da integração dos seguintes grupos de processos de gerenciamento de projetos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento. O gerente de projetos é a pessoa responsável pela realização dos objetivos do projeto. (PMBOK, 2004) Gerenciar um projeto inclui a identificação das necessidades, o estabelecimento de objetivos claros e alcançáveis, o balanceamento das demandas conflitantes de qualidade, escopo, tempo e custo, chamada de restrição tripla. Também inclui adaptação das especificações, dos planos e da abordagem às diferentes preocupações e expectativas dos Stakeholders. (PMBOK, 2004) É importante observar que muitos dos processos que estão contidos dentro dos grupos de processos são iterativos devido à existência e necessidade de uma elaboração progressiva do projeto durante seu o ciclo vida. Isto é, conforme uma equipe de gerenciamento de projeto aprende mais sobre um projeto, poderá gerenciar com um nível maior de detalhes. (PMBOK, 2004) O gerenciamento de projetos, na visão do PMI, de acordo com o PMBOK Guide edição 2004, organiza 44 processos que estão divididos em 5 grupos de processos e que abrangem 9 áreas de conhecimentos. Os 5 grupos de processos estão divididos em iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle, encerramento. O grupo de processos iniciação como o próprio nome sugere, ocorre no início do projeto ou de fase de grandes projetos. A iniciação confirma que um projeto, ou a etapa seguinte do projeto, deve ter início, concedendo aprovação para que se comprometam os recursos da organização necessários àquele projeto ou fase. O Planejamento é o processo de formular e revisar as metas e objetivos do projeto e delinear os planos que serão usados para cumprir os propósitos que o projeto se propôs a atingir. Envolve também a determinação de vários cursos possíveis de ação e a escolha de 25 quais destes seriam as melhores alternativas para se alcançar os fins em pauta. É nesse grupo de processo que os requisitos do projeto e seus stakeholders são especificados. De todos os grupos de processos do gerenciamento de projetos, o planejamento é o que envolve o maior número de componentes. O gerente deve fazer interações freqüentes dos processos de Planejamento até a sua conclusão do projeto. Como cada projeto é único, nunca foi executado, portanto, o planejamento deve abranger todas as áreas do gerenciamento de projetos e considerar, a definição das atividades, o planejamento do escopo, estimativa de custos, desenvolvimento do cronograma, a identificação dos riscos, o recrutamento da equipe, entre outros. O grupo de processos de Execução compreende a concretização dos planos do projeto. É nesta fase, que o gerente coordena e direciona os recursos a fim de atender aos objetivos do plano do projeto. O processo de Execução mantém o plano sob controle e assegura que sua execução permaneça em sincronia com os objetivos acordados. Normalmente é neste ponto que as mudanças são implementadas. Durante a execução serão realizados os maiores esforços, absorvendo a maior parte do tempo e dos recursos do projeto, que geralmente faz com que os custos sejam mais altos nessa etapa. O Monitoramento e Controle é a fase onde são feitas e analisadas as avaliações de desempenho, para averiguar se o projeto está seguindo o planejamento. Se forem detectados desvios, será aplicada uma ação corretiva para colocar as atividades de acordo com o plano do projeto, contudo para que isto ocorra é necessário novas passagens pelo processo de planejamento. O grupo de processos de Encerramento provavelmente é o que é ignorado com mais freqüência. Este grupo é o responsável pelo término formal e ordenado das atividades de uma fase ou do projeto em si. Assim que os objetivos são alcançados, a maioria dos integrantes do projeto se prepara para migrar para um próximo projeto. Entretanto, o Encerramento é importante porque é nesse momento que todas as informações do projeto são reunidas e armazenadas para referência futura. O contrato acaba aqui, e a aceitação e aprovação formais são obtidas junto aos stakeholders. As 9 áreas de conhecimento são os Gerenciamentos: da Integração, do Escopo, do Tempo, do Custo, da Qualidade, dos Recursos Humanos, da Comunicação, dos Riscos e das Aquisições. 26 O Gerenciamento do Escopo do Projeto descreve os processos envolvidos na verificação de que o projeto inclui todo o trabalho necessário, e apenas o trabalho necessário, para que o projeto seja concluído com sucesso. O Gerenciamento de Tempo do Projeto descreve os processos relativos a garantia que término do projeto aconteça no prazo correto. O Gerenciamento de Custo do Projeto descreve os processos envolvidos no planejamento, estimativa, orçamentação e controle de custos, de modo que o projeto termine dentro do orçamento aprovado. O Gerenciamento da Qualidade do Projeto descreve os processos envolvidos na garantia de que o projeto irá satisfazer os objetivos para os quais foi realizado. O Gerenciamento de Recursos Humanos do Projeto descreve os processos que organizam e gerenciam a equipe do projeto. O Gerenciamento das Comunicações do Projeto descreve os processos relativos à geração, coleta, disseminação, armazenamento e destinação final das informações do projeto de forma oportuna e adequada. O Gerenciamento de Riscos do Projeto descreve os processos relativos à realização ao planejamento, identificação, análise qualitativa e quantitativa, plano de respostas e monitoramento e controle dos riscos do projeto. O Gerenciamento de Aquisições do Projeto descreve os processos relativos as compras de produtos e serviços, e gerenciamento dos contratos. 2.10. Estrutura Analítica do Projeto - EAP A estrutura analítica do projeto é uma decomposição hierárquica orientada à entrega do trabalho a ser executado pela equipe do projeto, para atingir os objetivos do projeto e criar as entregas necessárias. A EAP organiza e define o escopo total do projeto, subdividindo o trabalho do projeto em partes menores e mais facilmente gerenciáveis. Em cada nível descendente da EAP representa uma definição cada vez mais detalhada do trabalho do projeto. É possível agendar as atividades, estimar os custos, monitorar e controlar o trabalho planejado contido nos componentes de nível mais baixo da EAP, denominados pacotes de trabalho. Embora cada projeto seja único, uma EAP de um projeto anterior pode freqüentemente ser usada como um modelo para um novo projeto, pois alguns projetos se assemelham até certo 27 ponto a outro projeto anterior. Por exemplo, a maioria dos projetos dentro de uma determinada organização terá ciclos de vida do projeto semelhantes e, portanto, terá entregas iguais ou semelhantes necessárias para cada fase. A decomposição é a subdivisão das entregas do projeto em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis. O nível de pacote de trabalho é o nível mais baixo na EAP, é o ponto no qual o custo e o cronograma do trabalho podem se estimados de forma confiável. O nível de detalhe dos pacotes de trabalho irá variar de acordo com tamanho e complexidade do projeto. Entregas diferentes possuem níveis diferentes de decomposição. Para alcançar um esforço de trabalho mais facilmente gerenciável (ou seja, um pacote de trabalho), o trabalho para algumas entregas precisa ser decomposto somente até o próximo nível, enquanto outras exigem mais níveis de decomposição. A capacidade de planejar, gerenciar e controlar o trabalho aumenta à medida que o trabalho é decomposto em níveis mais baixos de detalhe. No entanto, uma decomposição excessiva pode levar a um esforço de gerenciamento improdutivo, ao uso ineficiente de recursos e a uma menor eficiência na realização do trabalho. A equipe do projeto deve procurar alcançar um equilíbrio entre a falta e o detalhamento excessivo da estrutura analítica do projeto. 2.11. Diagrama de Precedência O Método do diagrama de precedência é utilizado no gerenciamento de projetos para fazer o seqüenciamento de atividades. Os diagramas de precedência utilizam caixas ou retângulos para representar as atividades, denominadas nós. Os nós são ligados com setas, que indicam as dependências entre as atividades. Às vezes, os nós ostentam o nome da atividade, seu número, data de início e fim, prazos de entrega, entre outras informações. Contudo somente os nomes das atividades devem ser escritos nos nós. Existem quatro tipos de relacionamentos lógicos de dependências entre as atividades: Término para início é a dependência em que a iniciação da atividade sucessora depende do término da atividade predecessora. Início para término é a dependência em que a o término da atividade sucessora depende da iniciação da atividade predecessora. Término para término é a dependência em que a atividade sucessora depende do término da atividade predecessora. Início para início é a dependência em a atividade sucessora depende da iniciação da atividade predecessora. 28 2.12. Metodologia MRS de Gerenciamento de Projetos – MMGP Serão descritos os principais conceitos da metodologia MRS de gerenciamento de projetos. A metodologia esta descrita no Procedimento gerencial PG-PDE-0002 e estabelece as diretrizes que devem nortear o gerenciamento de projetos da MRS. A metodologia MRS de gerenciamento de projetos, é baseada em conceitos internacionais de gerenciamento de projetos, como por exemplo as práticas estabelecidas pelo PMI ( Project Management Institute). A metodologia MRS de gerenciamento de projetos divide o ciclo de vida do projeto nos seguintes grupos de processos gerenciais: concepção, planejamento, execução, encerramento e pós projeto. Cada grupo de processo abrange um conjunto dos diversos conhecimentos das áreas de atuação do gerente de projeto, que são: escopo, tempo, custo, qualidade, recursos humanos, comunicações, suprimentos, integração, riscos e gestão de mudanças. Juntas, estas áreas de conhecimento constituem o núcleo de atuação gerencial sobre o qual se aplicam grupos de processos. Os projetos executados na empresa devem seguir a Metodologia MRS de gerenciamento de projetos que aplica um ciclo de gestão visando à garantia da qualidade dos mesmos. Este ciclo é baseado nos processos gerenciais e estabelece uma dinâmica de acompanhamento onde a premissa básica é que os processos de gestão devem ocorrer durante todo o ciclo de vida do projeto. É importante notar que a gestão dos projetos não estabelece um ciclo estático e seqüencial. Pelo contrário, mudanças são admitidas, mas devem ser acompanhadas e controladas continuamente de forma a permitir a Garantia da Qualidade do projeto. As alterações nos projetos ocorrem devido a vários motivos, na maioria das vezes ocasionadas por fatores que não estão sob controle do Líder do Projeto e por isto mesmo, devem ser feitas de forma organizada e documentada. Ao aplicar os processos gerenciais durante todo o ciclo de vida do projeto, o Líder de Projetos está garantindo a qualidade do projeto, pois realiza as alterações necessárias ocasionadas pelas mudanças. O ciclo de vida de um projeto define as fases e etapas, desde o seu início até o seu encerramento, e os produtos gerados em cada uma delas. A maioria dos ciclos de vida de projeto compartilha características comuns. 29 A fase de concepção é formada por um conjunto de etapas previstas na MMGP para elaborar o projeto conceitual onde serão definidos: o escopo inicial do projeto e as macro atividades necessárias à implementação do mesmo, os recursos do projeto, a estimativa de duração das atividades, os custos do projeto, identificação e análise dos riscos e o estudo de viabilidade econômico/ financeiro. No final da fase de concepção o orçamento do projeto é defendido com a diretoria colegiada da MRS. Sendo aprovado o orçamento para o próximo ano o projeto percorre as fases subseqüentes. A fase de planejamento é formada por um conjunto de etapas previstas na MMGP para elaborar o planejamento do projeto. Nesta fase estão as seguintes atividades: detalhamento do escopo, cronograma, orçamento de custos, o planejamento organizacional, de qualidade, de respostas aos riscos, de comunicação e de suprimentos, além do controle geral de mudanças (atualizando a versão da fase de concepção). Na fase de execução é necessário realizar as seguintes etapas previstas: execução do projeto, realização das comunicações, desenvolvimento de equipes, processo de requisição, administração de contratos, verificação de escopo, garantia da qualidade, relato de desempenho e controle geral de mudanças. O início da execução é marcado pela aprovação da verba pela diretoria colegiada. Na fase de encerramento é formada por uma etapa que corresponde ao encerramento administrativo do projeto, onde ocorrerá o aceite formal do projeto dado pelo cliente, o fechamento do centro de custo e encerramento dos contratos. O pós projeto consiste na medição, análise dos resultados e utilidade do projeto após seu encerramento, devendo ser realizado durante a vida útil do produto. Esta etapa é realizada pelo escritório de projetos da MRS. 2.13. Fluxo de Caixa de Projetos Um projeto pode ser analisado sob diversas óticas. Pode-se considerar o projeto sob o ponto de vista do agente empreendedor, da sociedade em que ele estará funcionando e interagindo, sob o ponto de vista do agente financiador, sob o ponto de vista da nação, sob os pontos de vista individuais entre outros. Normalmente se distinguem duas óticas de análise: a social e a privada. (CURY, 2008) Sob a ótica social, consideram-se os benefícios e custos gerados pelo projeto para a sociedade como um todo. Nesse caso, os preços dos fatores de produção são avaliados em 30 função da sua abundância ou escassez na região onde será implantado o projeto e não mais em função dos preços. Sob a ótica privada, considera-se o ponto de vista do agente empreendedor, com os preços dos fatores de produção avaliados a nível de mercado. Tais fatores, tangíveis, isto é, aqueles que podem ser quantificados monetariamente, são alocados no tempo à medida que for sendo prevista a sua entrada (receitas) ou saída (custos). Essa alocação de recursos constitui o fluxo de caixa do projeto e através do mesmo será realizada a sua comparação com os demais projetos. A ótica privada não considera, em princípio, fatores ditos intangíveis em um projeto, ou seja, aqueles que não podem ser avaliados monetariamente. A consideração dos fatores intangíveis de um projeto é normalmente realizada após a análise de rentabilidade e principalmente para decidir entre alternativas que não apresentem diferenças significativas de rentabilidade. (CURY, 2008) A expressão fluxo de caixa é utilizada, indistintamente, para indicar as entradas e saídas de recursos de caixa de um projeto, ou mesmo de uma empresa, tanto a curto prazo como nas projeções de longo prazo, nas quais são reproduzidos, em cada período de tempo, os investimentos, receitas, custos, lucros e recursos gerados. (CURY, 2008) A análise econômico-fianceira e a decisão sobre a viabilidade do fluxo de caixa de um projeto de investimento isolado, ou de vários projetos, exigem o emprego de métodos, critérios e regras que devem ser obedecidas. Apesar de não existir um critério único, unanimemente aceito pelos empresários, acionistas, órgãos e instituições de financiamento e meio acadêmico ou mais utilizados são: valor presente líquido e a taxa interna de retorno. 2.13.1. Taxa Mínima de Atratividade Conceitualmente, a taxa mínima de atratividade (TMA), também denominada de taxa de desconto ou de custo de oportunidade do capital, pode ser definida como a taxa de juros que o capital seria remunerado numa outra melhor alternativa de utilização, além do projeto em estudo. Em outras palavras, para um órgão de fomento ou instituição de financiamento, o custo de investir certo capital num projeto correspondente ao possível lucro perdido pelo fato de não serem aproveitadas outras alternativas de investimento viáveis no mercado. (CURY, 2008) 31 2.13.2. Valor Presente Líquido – VPL O Valor Presente Líquido também chamado Valor Atual Líquido, pode ser considerado um critério mais rigoroso e isento de falhas técnicas e, de maneira geral, o melhor procedimento para comparação de projetos diferentes, mas com o mesmo horizonte de tempo. Este indicador é o valor no presente (t=0) que equivale a um fluxo de caixa de um projeto, calculado a uma determinada taxa de desconto. Portanto, corresponde, à soma algébrica das receitas e custos de um projeto, atualizados a uma taxa de juros que reflita o custo de oportunidade do capital. Assim sendo, o projeto será viável se apresentar um VPL positivo e na escolha entre projetos alternativos, com mesmo horizonte de tempo, a preferência recai sobre aquele com maior VPL positivo. (CURY, 2008) O VPL de um fluxo de caixa pode ser calculado pela seguinte expressão: n Ft t t =0 ( 1 + i ) VPL = ∑ Onde Ft indica o fluxo de caixa líquido do projeto, no período t. Se o valor do VPL for positivo, então a soma na data 0 de todos os capitais dos fluxos de caixa será maior que o valor do investimento. Como se trabalha com estimativas futuras de um projeto de investimentos, pode-se dizer que o capital investido será recuperado, que será remunerado à taxa de juros que mede o custo de oportunidade do capital que o projeto irá gerar um lucro extra, na data 0, igual ao VPL. (CURY, 2008) Portanto, o critério do VPL estabelece que, enquanto o valor presente das entradas for maior que o valor presente das saídas, calculadas com a taxa mínima de atratividade (T.M.A.), que mede o custo de oportunidade do capital, o projeto deve ser aceito. • VPL > 0 o projeto deve ser aceito. • VPL = 0 é indiferente aceitar ou rejeitar o projeto. • VPL < 0 o projeto deve ser rejeitado. Talvez a única desvantagem deste indicador seja a dificuldade da escolha da taxa de desconte ou taxa mínima de atratividade. Os pontos fortes do VPL são a inclusão de todos os 32 capitais do fluxo de caixa e o custo do capital, além de informação sobre o aumento ou decréscimo do valor da empresa. O conceito de equivalência financeira é de fundamental importância no raciocínio do VPL, pois dois ou mais fluxos de caixas da mesma escala de tempo são equivalentes quando produzem idênticos valores presentes num mesmo momento, calculados à mesma taxa de juros. Em resumo, para que se possa avaliar alternativas de investimentos, propostas de compra ou venda é indispensável a comparação de todos os fatores em uma mesma data, ou seja, proceder o cálculo do VPL do fluxo de caixa em questão. (CURY, 2008) Na análise realizada com o método do VPL, todos os dados que participam do seu cálculo são estimados, pois o objetivo é a medição da potencialidade de uma idéia, na tentativa de se antecipar bons resultados no futuro. Nessa análise deve-se considerar que o valor da taxa de juros permanecerá constate durante a duração do projeto. Entretanto, esse cenário é uma simplificação da realidade que deverá operar com taxas variáveis de juros. O risco associado com a variabilidade do custo de capital pode ser analisado a partir de uma análise de sensibilidade do valor do VPL em função da taxa de juros i conforme mostrado na figura abaixo. 2.13.3. Taxa Interna de Retorno – TIR A taxa interna de retorno ou simplesmente taxa de retorno, é a taxa de desconto que equaliza o valor presente dos benefícios/receitas e dos custos/despesas de um projeto de investimento. Trata-se de um indicador de larga aceitação e um dos mais utilizados como parâmetro de decisão. (CURY, 2008) A TIR de um determinado projeto é a taxa de juros i que satisfaz a equação: n Ft ∑ (1+ i t =0 * )t =0 O grau desta equação está relacionado com o horizonte de planejamento do projeto, acarretando o aparecimento de equações com grau maior que 2, cuja solução algébrica é extremamente complexa. O problema pode ser resolvido por processos correspondente às 33 duas taxas de juros tomadas arbitrariamente. A seguir, procede-se a interpolação linear desses valores para o VPL nulo, encontrando-se, assim, a taxa interna de retorno desejada. Um projeto de investimento será considerado viável, segundo este critério, se sua TIR for igual ou maior ao custo de oportunidade dos recursos para sua implantação. Assim, quanto maior a TIR, maior a atratividade do projeto. (CURY, 2008) • TIR > TMA o projeto deve ser aceito. • TIR = TMA é indiferente aceitar ou rejeitar projeto. • TIR < TMA o projeto deve ser rejeitado. A TIR não é critério para comparação entre alternativas, embora possa parecer intuitivo que a alternativa de maior TIR remunera melhor o capital investido e, portanto, deve ser a escolhida. A maior vantagem do método da TIR é apresentar como resultado o valor de uma taxa de juros, caracterizando-se como um indicador de rentabilidade, enquanto o método do VPL pode ser considerado como um indicador de lucratividade. Um fluxo de caixa convencional, cujos investimentos antecedem as receitas líquidas, ou seja, no qual existe apenas uma inversão de sinal, existirá somente uma única TIR. No caso de fluxos de caixa não convencionais, com mais de uma inversão de sinal, poderá existir mais de uma TIR, ou seja, TIR múltiplas. (CURY, 2008) No caso de fluxos de caixas que apresentarem mais de uma TIR, não é correto se utilizar o critério de TIR, pois se perderá o sentido da análise, uma vez que pode haver divergência na indicação da viabilidade do projeto quando da comparação das várias TIR com TMA. Neste caso, recomenda-se a utilização o método do VPL. Preconiza-se que para o cálculo da TIR não há necessidade de uma taxa de desconto, ponto inicial ao método do VPL. Isto, no entanto, é totalmente ilusório. A decisão de aceitar ou rejeitar um projeto, com base na TIR, tem como critério a sua comparação com uma mínima taxa de retorno aceitável. Ora, esta taxa mínima, na realidade, é a taxa de desconto para o método do VPL, o que invalida a afirmativa da não necessidade de uma taxa de atratividade, quando do uso da TIR. Em resumo, o VPL é a quantia máxima que se poderia elevar o custo do investimento hoje, para que esse ainda continuasse viável. Já a TIR é a taxa de desconto para o qual o VPL 34 de um projeto é igual zero. Para o caso onde a TIR existe e é única, necessários fossem obtidos via empréstimo. 2.14. Estimativas de Custos x Orçamentos É prática comum confundir-se as Estimativas de Custos de um empreendimento com o seu orçamento. Entretanto, existem algumas diferenças fundamentais entre eles, tanto nos métodos e custos de execução, como nos objetivos pretendidos. 2.14.1. Estimativas de Custos: Uma estimativa incorpora experiências vividas em outros empreendimentos, por meio de analogias entre informações atuais e outras, verificadas em projetos anteriores. É com base nas estimativas de custos, de investimentos, que se determina a viabilidade econômica preliminar dos empreendimentos e a sua possível rentabilidade, elementos determinantes na análise de executar ou não o projetos propostos a uma empresa. As estimativas normalmente são elaboradas muito antes que o projeto esteja definido. Desde a decisão básica de se realizar ou não um empreendimento, ou de se executar ou não uma obra, as estimativas de custo exercem função imprescindível nas diversas fases de um projeto, constituindo-se no elemento fundamental da estrutura de todo sistema financeiro de um empreendimento. Os instrumentos de trabalho de um estimador são, na sua maior parte, resultados de um trabalho permanente de coleta e processamento de dados, trabalho esse que deve ser desenvolvido pelo próprio estimador. Assim, ele tem condições de obter e de manipular diferentes índices, de forma há se obter a estimativa de custo do projeto. Os principais objetivos das estimativas de custos são: Elaborar estudo preliminar de viabilidade econômica de projetos, auxiliar o investidor na tomada de decisão de realizar ou não o investimento, examinar oportunidades de novos negócios, programar a captação de recursos financeiros e preparar programas de expansão de empresas. O estágio que o projeto se encontrar na fase de estimativa de custo é a fase preliminar, antes da definição do projeto executivo de engenharia, o que impossibilita o conhecimento do detalhamento executivo do projeto . As principais técnicas de estimativas de custo são : a técnica análoga e a paramétrica. 35 • Estimativa Análoga Fazer uma estimativa de custo análoga significa usar o custo real dos projetos anteriores semelhantes como base para estimar os custos do projeto atual. A estimativa de custo análoga é freqüentemente usada para estimar custos quando existe uma quantidade limitada de informações detalhadas sobre o projeto por exemplo nas fases iniciais. A estimativa de custos análoga geralmente custa menos que outras técnicas, mas também é menos precisa. Ela é mais confiável quando os projetos anteriores são verdadeiramente, e não apenas aparentemente, semelhantes e ao que está sendo estimado e as pessoas ou grupos que preparam as estimativas possuem a especialização necessária. • Estimativa Paramétrica A estimativa paramétrica é uma técnica que utiliza uma relação estatística entre dados históricos das unidades de serviços tais como metro quadrado, metro linear, metros cúbicos, horas de serviços entre outros, para calcular uma estimativa de custo para o parâmetro adotado para um determinado serviço. Esta técnica pode produzir níveis mais altos de exatidão dependendo da sofisticação e também da quantidade de recursos e dos dados de custos subjacentes incorporados ao modelo paramétrico. Um exemplo de como utilizar a estimativa paramétrica envolve multiplicar a quantidade planejada de serviço a ser realizado pelo custo histórico por unidade para obter o custo estimado. Os níveis de precisão das estimativas de custos variam de 25% a 15%. 2.14.2. Orçamentação Um orçamento é uma etapa mais avançada de uma estimativa de custo. Sua elaboração se acontece quando o projeto executivo já se encontra definido, o que possibilita relacionar as unidades de serviços especificadas nos projetos com os preços praticados no mercado. Desta forma, com a utilização da técnica de orçamento os custos são calculados pelos dados mais fidedignos de levantamentos de quantidades e preços, dentro das especificações de serviços. Os procedimentos adotados na elaboração do orçamento diferem consideravelmente dos que se adotam na estimativa. O orçamentista deve realizar cotações com fornecedores para os 36 serviços que ele desconhece seu preço de mercado, esta prática é possibilitada devido à existência das quantidades unitárias e especificações dos serviços. O orçamento de custos realiza a composição de custos de cada serviço de um projeto. Isto só é possível após a conclusão do projeto executivo, por que ele especifica cada serviço e técnica de execução, permitindo assim, que seja, composto os custos de cada serviço detalhadamente. Na composição de custos é levantado cada material, ferramenta e mão de obra necessária à execução do serviço, suas taxas de utilização e de produção. Desta forma, é possível obter níveis de precisão maiores que os alcançados durantes as estimativas de custos que variam 10% a 5%. 2.15. Reservas de Orçamento Muitos avaliadores de custos incluem as reservas de custo, também denominadas provisões para contingências, devido às imprecisões das técnicas de estimativas de custos e orçamento. Isto traz o problema inerente de exagerar potencialmente nas estimativas de custos das atividades do projeto, de forma aumentar os valores financeiros previstos devido à visão pessimista dos acontecimentos durante a execução do projeto. 37 3. ANÁLISE DO CICLO DE GERENCIAMENTO DOS PROJETOS DE AMPLIAÇÃO DE PÁTIOS E DUPLICAÇÃO DE LINHA NA MRS. 3.1. Introdução Programa MRS 2012 O Programa MRS 2012 nasceu no ano de 2003, após a realização do estudo do plano de negócios 2003-2008 que projetava um grande incremento de produção no período. Depois de verificar o elevado número de obras necessárias à eliminação dos gargalos operacionais que surgiriam em sua malha, a MRS então percebeu que era necessária a criação de uma área especializada e dedicada à implementação dos projetos de infra-estrutura e superestrutura ferroviária que dariam suporte ao atendimento da demanda, preparando suas linhas de forma a eliminar as possíveis restrições operacionais que surgiriam com o aumento expressivo da quantidade de trens circulando em sua malha. Foi então estruturada uma equipe de colaboradores especializada e focada em realizar os elevados investimentos em infra-estrutura e superestrutura ferroviária, com o objetivo de garantir sua implementação e manter as equipes de manutenção e produção focadas nas atividades fins da companhia, de forma que a não haver perdas de produção. Nesse momento surgiu o programa de obras a serem realizadas até o ano de 2008, que foi denominado Programa MRS2008. O programa vem implementando um conjunto de obras de forma sincronizada com o aumento de produção, evitando assim, a antecipação de elevados investimentos. No inicio de 2008 o programa de expansão agrupou também todas as obras com a visão do plano de negócios até 2012, ganhando assim novo horizonte e um novo nome, Programa MRS2012. Para os próximos anos estão previstos investimentos ainda maiores, comparados com aqueles realizados até o momento. Desta forma, a MRS, através do programa MRS2012, vem se reestruturando para vencer os novos desafios. 3.2. Estrutura Analítica do Projeto A estrutura analítica do projeto decompõe todos os pacotes de trabalho necessários à execução dos projetos de ampliação de pátios e duplicação de linha em níveis mais baixos ou em suas atividades. Seu nível de decomposição termina onde é possível gerenciar plenamente todo o projeto. Com a EAP podemos prever os custos e desenvolver o cronograma de forma 38 confiável e também utilizá-la no controle das atividades, sendo então uma ferramenta de grande importância gerencial. Devido aos projetos serem de mesma natureza, têm características semelhantes, o que permite a utilização de uma estrutura analítica, de forma padrão para todos os projetos. Apesar de serem executados em ambientes diferentes e terem entregas mais ou menos complexas, os projetos percorrem o mesmo ciclo, podendo então haver um maior ou menor número de pacotes de trabalho a serem entregues. A figura 3.1 mostra os primeiros níveis de decomposição da estrutura analítica padrão utilizado nos projetos de ampliação de pátios e duplicação de linha na MRS Logística. Os demais níveis não serão decompostos devido ao grande número de pacotes de trabalhos e atividades. Contudo, todas as atividades estão relacionadas na tabela 3.1 abaixo. Figura 3.1 – Estrutura Analítica do Projeto 39 Tabela 3.1 – Lista de Pacotes de Trabalho, Atividades e suas Relações de Precedências Número Código da da Pacotes de Trabalhos e Atividades Precedências Predecessora WBS Atividade 1 1 WBS PROJETOS 2012 Sucessora 2 1.1 INÍCIO DO PROJETO 3 1.2 PRODUTO DO PROJETO 4 1.2.1 ESTUDO PRELIMINAR 5 1.2.1.1 ELEVANTAMENTOS PRELIMINARES 2 6 6 1.2.1.2 VISITA DE CAMPO PARA ESTUDO PRELIMINAR 5 7 7 1.2.1.3 ESTIMATIVA PRELIMINAR DE CUSTO 6 8 8 1.2.1.4 ESTUDO PRELIMINAR DE VIABILIDADE DO PROJETO 7 43 9 1.2.2 PROJETOS EXECUTIVOS 10 1.2.2.1 COLETA DE PREÇOS (CP) PROJETOS EXECUTIVOS 11 1.2.2.1.1 CP LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO 12 1.2.2.1.1.1 CONFECÇÃO DO EDITAL PARA CP LEV. TOPOG. 2 13 13 1.2.2.1.1.2 12 14 13 15 14 16 15 43 2 19 18 20 19 21 20 22 21 49 2 25 24 26 25 27 26 28 27 54 2 31 5;12;18;24;30;36;84;102;117;168;174 EMISSÃO DA SOLICITAÇÃO DE CONTRATAÇÃO PARA CP LEV. TOPOG. 14 1.2.2.1.1.3 15 1.2.2.1.1.4 VISITA TECNICA DE CAMPO PARA CP LEV. TOPOG. NEGOCIAÇÃO COM AS PROPONENTES PARA CP LEV. TOPOG. 16 1.2.2.1.1.5 ASSINATURA DO CONTRATO DO LEV. TOPOG. 17 1.2.2.1.2 CP PROJETO GEOMÉTRICO 18 1.2.2.1.2.1 CONFECÇÃO DO EDITAL PARA CP PORJ. GEOM. 19 1.2.2.1.2.2 EMISSÃO DA SOLICITAÇÃO DE CONTRATAÇÃO CP PORJ. GEOM. 20 1.2.2.1.2.3 21 1.2.2.1.2.4 VISITA TECNICA DE CAMPO PARA CP PROJ. GEOM. NEGOCIAÇÃO COM AS PROPONENTES CP PROJ. GEOM. 22 1.2.2.1.2.5 ASSINATURA DO CONTRATO DO PROJ. GEOM. 23 1.2.2.1.3 CP PROJETO TERRAPLANAGEM/ DRENAGEM 24 1.2.2.1.3.1 CONFECÇÃO DO EDITAL PARA CP PROJ. TERR/ DRENAG. EMISSÃO DA SOLICITAÇÃO DE CONTRATAÇÃO PARA 25 1.2.2.1.3.2 CP PROJ. TERR/ DRENAG. VISITA TECNICA DE CAMPO PARA CP PROJ. TERR/ 26 1.2.2.1.3.3 DRENAG. NEGOCIAÇÃO COM AS PROPONENTES PARA CP 27 1.2.2.1.3.4 PROJ. TERR./ DRENAG. ASSINATURA DO CONTRATO DO PROJ. TERR./ 28 1.2.2.1.3.5 DRENAG. 29 1.2.2.1.4 CP PROJETOS OAE´S (PONTES, VIADUTOS E TÚNEIS) 30 1.2.2.1.4.1 CONFECÇÃO DO EDITAL PARA CP PROJ. OAE´S 40 EMISSÃO DA SOLICITAÇÃO DE CONTRATAÇÃO PARA 31 1.2.2.1.4.2 30 32 31 33 32 34 33 59 2 37 36 38 37 39 38 40 39 64 CP PROJ. OAE´S 32 1.2.2.1.4.3 VISITA TECNICA DE CAMPO PARA CP PROJ. OAE´S NEGOCIAÇÃO COM AS PROPONENTES PARA CP 33 1.2.2.1.4.4 PROJ. OAE´S 34 1.2.2.1.4.5 ASSINATURA DO CONTRATO DOS PROJ. OAE´S 35 1.2.2.1.5 CP PROJETOS DE SINALIZAÇÃO 36 1.2.2.1.5.1 CONFECÇÃO DO EDITAL PARA CP PROJ. SINALIZ. 37 1.2.2.1.5.2 EMISSÃO DA SOLICITAÇÃO DE CONTRATAÇÃO PARA CP PROJ. SINALIZ. 38 1.2.2.1.5.3 VISITA TECNICA DE CAMPO PARA CP PROJ. SINALIZ. NEGOCIAÇÃO COM AS PROPONENTES PARA CP 39 1.2.2.1.5.4 PROJ. SINALIZ. 40 1.2.2.1.5.5 ASSINATURA DO CONTRATO DO PROJ. SINALIZ. 41 1.2.2.2 EXECUTAR PROJETOS EXECUTIVOS 42 1.2.2.2.1 EXECUÇÃO LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO 43 1.2.2.2.1.1 VISITA DE CAMPO PARA EXECUÇÃO LEV. TOPOG. 16;8 44 44 1.2.2.2.1.2 LEVANTAMENTOS DE CAMPO DO LEV. TOPOG. 43 45 45 1.2.2.2.1.3 ATIVIDADES DE ESCRITÓRIO DO LEV. TOPOG. 44 46 46 1.2.2.2.1.4 FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DO LEV. TOPOG. 45 47 47 1.2.2.2.1.5 ENTREGA DO LEVANTAMENTO TOGRÁFICO 46 50 48 1.2.2.2.2 EXECUÇÃO PROJETO GEOMÉTRICO 49 1.2.2.2.2.1 22 50 VISITA DE CAMPO PARA EXECUÇÃO DO PORJ. GEOM. 50 1.2.2.2.2.2 EXECUÇÃO DO PORJ. GEOM. 47;49 51 51 1.2.2.2.2.3 FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DO PORJ. GEOM. 50 52 52 1.2.2.2.2.4 ENTREGA DO PROJETO GEOMÉTRICO 51 55;60;65;69;71;157 53 1.2.2.2.3 28 55 52;54 56 55 57 56 92;129;137;121;168;88;106 34 60 EXECUÇÃO PROJETO TERRAPLANAGEM/ DRENAGEM VISITA DE CAMPO PARA EXECUÇÃO DO PROJ. TERR/ 54 1.2.2.2.3.1 DRENAG. 55 1.2.2.2.3.2 EXECUÇÃO DO PROJ. TERR/ DRENAG. FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DO PROJ. TERR/ 56 1.2.2.2.3.3 DRENAG. ENTREGA 57 DO PROJETO TERRAPLANAGEM/ 1.2.2.2.3.4 DRENAGEM EXECUÇÃO PROJETO OAE´S (PONTES, VIADUTOS E 58 1.2.2.2.4 TÚNEIS) VISITA DE CAMPO PARA EXECUÇÃO DOS PROJ. 59 1.2.2.2.4.1 OAE´S 60 1.2.2.2.4.2 EXECUÇÃO DOS PROJ. OAE´S 52;59 61 61 1.2.2.2.4.3 FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DOS PROJ. OAE´S 60 62 62 1.2.2.2.4.4 61 92;129;143;109;168 ENTREGA DO PROJETO OAE´S (PONTES, VIADUTOS E TÚNEIS) 41 63 1.2.2.2.5 64 1.2.2.2.5.1 EXECUÇÃO PROJETO DE SINALIZAÇÃO VISITA DE CAMPO PARA EXECUÇÃO DO PROJ. 40 65 SINALIZ. 65 1.2.2.2.5.2 EXECUÇÃO DO PROJ. SINALIZ. 52;64 66 66 1.2.2.2.5.3 FISCALIZAÇÃO DO SERVIÇOS DO PROJ. SINALIZ. 65 67 67 1.2.2.2.5.4 ENTREGA DO PROJETO SINALIZAÇÃO 66 168;174 68 1.2.3 REINTEGRAÇÃO DE FAIXA DE DOMÍNIO 69 1.2.3.1 VISITAR ÁREAS A SEREM REINTEGRADAS 52 76 70 1.2.3.2 COLETA DE PREÇO RELATÓRIO PERICIAL 71 1.2.3.2.1 CONFECÇÃO DO EDITAL PARA RELAT. PERICIAL 52 72 72 1.2.3.2.2 71 73 72 74 73 75 EMISSÃO DA SOLICITAÇÃO DE CONTRATAÇÃO PARA RELAT. PERICIAL 73 1.2.3.2.3 74 1.2.3.2.4 VISITA TECNICA DE CAMPO PARA RELAT. PERICIAL NEGOCIAÇÃO COM AS PROPONENTES PARA RELAT. PERICIAL 75 1.2.3.2.5 ASSINATURA DO CONTRATO DO RELAT. PERICIAL 74 76 76 1.2.3.3 PERICIAR ÁREAS A SEREM REINTEGRADAS 69;75 77 77 1.2.3.4 EXECUÇÃO DO RELATÓRIO PERICIAL 76 78 78 1.2.3.5 NEGOCIAR PAGAMENTO DAS BENFEITORIAS 77 79 79 1.2.3.6 EFETUAR PAGAMENTO DAS BENFEITORIAS 78 80 80 1.2.3.7 REINTEGRAÇÃO CONCLUÍDA 79 94 81 1.2.4 LICENÇA AMBIENTAL 82 1.2.4.1 LICENÇA IBAMA 83 1.2.4.1.1 2 85 84 86 85 87 86 91 57 89 88 90 INSTALAÇÃO (LI) E DE AUTORIZAÇÃO DE SUPRESSÃO 89 94 COLETA DE PREÇOS RELATÓRIOS AMBIENTAIS IBAMA CONFECÇÃO DO EDITAL PARA CP RELAT. AMB. 84 1.2.4.1.1.1 IBAMA EMISSÃO DA SOLICITAÇÃO DE CONTRATAÇÃO PARA 85 1.2.4.1.1.2 CP RELAT. AMB. IBAMA NEGOCIAÇÃO COM AS PROPONENTES PARA CP 86 1.2.4.1.1.3 RELAT. AMB. IBAMA ASSINATURA DO CONTRATO DO RELAT. AMB. 87 1.2.4.1.1.4 IBAMA PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO DE ABERTURA 88 1.2.4.1.2 DE PROCESSO DO IBAMA 89 1.2.4.1.3 ENVIO DO FAP IBAMA PUBLICAÇÃO DA SOLICITAÇÃO DA LICENÇA DE 90 1.2.4.1.4 DE VEGETAÇÃO (ASV) VISITA TECNICA DE CAMPO COM EXECUTORA 91 1.2.4.1.5 87 92 RELAT. AMB. IBAMA 92 1.2.4.1.6 EXECUTAR RELATÓRIOS DE LI E ASV 57;62;91 93 93 1.2.4.1.7 VISITA DE CAMPO COM OS TÉCNICOS DO IBAMA 92 95 94 1.2.4.1.8 ANÁLISE DO IBAMA DOS RELATÓRIOS LI E ASV 80;90 96 95 1.2.4.1.9 FISCALIZAÇÃO DO PROCESSO DE LI E ASV 93 99 42 96 1.2.4.1.10 PAGAMENTOS DE TAXAS DA LI E ASV 94 97 97 1.2.4.1.11 PUBLICAÇÃO DA LI E ASV 96 98 98 1.2.4.1.12 RECEBIMENTO DA LI E ASV 97 127;99 98;95 186 2 103 102 104 103 105 104 108 57 107 106 110 105 109 108;62 110 109;107 112;111 110 114 REALIZAR O ATENDIMENTO DAS CONDICIONANTES 99 1.2.4.1.13 DAS LI E ASV LICENÇA AMBIENTAL DE OUTORGAS DE ÁGUAS - 100 1.2.4.2 ORGÃOS ESTADUAIS (SERLA, IGAM, CETESB) COLETA DE PREÇO RELATÓRIOS AMBIENTAIS 101 1.2.4.2.1 ORGÃOS ESTADUAIS (SERLA, IGAM, CETESB) CONFECÇÃO DO EDITAL PARA RELAT. AMB. ORG. 102 1.2.4.2.1.1 ESTADUAIS EMISSÃO DA SOLICITAÇÃO DE CONTRATAÇÃO PARA 103 1.2.4.2.1.2 RELAT. AMB. ORG. ESTADUAIS NEGOCIAÇÃO COM AS PROPONENTES PARA RELAT. 104 1.2.4.2.1.3 AMB. ORG. ESTADUAIS ASSINATURA DO CONTRATO PARA RELAT. AMB. 105 1.2.4.2.1.4 ORG. ESTADUAIS PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO DE ABERTURA 106 1.2.4.2.2 DE PROCESSO (FAP) LIC. AMB. ORG. ESTADUAIS 107 1.2.4.2.3 108 1.2.4.2.4 ENVIO DO FAP LIC. AMB. ORG. ESTADUAIS VISITA TECNICA DE CAMPO COM EXECUTORA RELAT. AMB. ORG. ESTADUAIS EXECUTAR 109 RELATÓRIOS RELAT. AMB. ORG. 1.2.4.2.5 ESTADUAIS 110 1.2.4.2.6 111 1.2.4.2.7 ANÁLISE DO ORGÃO ESTADUAL DO RELAT. AMB. FISCALIZAÇÃO DO PROCESSO DE LIC. AMB. ORG. ESTADUAIS 112 1.2.4.2.8 PAGAMENTO DE TAXAS ESTADUAIS 110 113 113 1.2.4.2.9 RECEBIMENTO DAS LICENÇAS 112 127;114 114 1.2.4.2.10 113;111 187 2 118 117 119 118 120 REALIZAR O ATENDIMENTO DAS CONDICIONANTES LIC. AMB. ORG. ESTADUAIS LICENÇA 115 AMBIENTEAL DEPARTAMETO DE 1.2.4.3 PRODUÇAO MINERAL (DNPM) COLETA DE PREÇOS RELATÓRIOS AMBIENTAIS 116 1.2.4.3.1 DNPM 117 1.2.4.3.1.1 118 1.2.4.3.1.2 CONFECÇÃO DO EDITAL PARA RELAT. DNPM EMISSÃO DA SOLICITAÇÃO DE CONTRATAÇÃO PARA RELAT. DNPM NEGOCIAÇÃO COM AS PROPONENTES PARA RELAT. 119 1.2.4.3.1.3 DNPM 120 1.2.4.3.1.4 ASSINATURA DO CONTRATO DO RELAT. DNPM 119 121 121 1.2.4.3.2 EXECUÇÃO RELATÓRIO DNPM 120;57 122 122 1.2.4.3.3 ENVIO DO RELATÓRIO AO DNPM 121 123 123 1.2.4.3.4 PAGAMENTO DE TAXAS DNPM 122 124 124 1.2.4.3.5 ENVIO DO RELATÓRIO A PREFEITURA MUNICIPAL 123 125 43 125 1.2.4.3.6 RECEBIMENTO DA LICENÇA DNPM 124 127 126 1.2.4.3.7 PAGAMEMTO DO RELATÓRIO ANUAL DE LARVA 154 187 127 1.2.4.4 LICENÇA AMBIENTAL CONCLUÍDA 98;113;125 149;150;152;153;132 128 1.2.5 LICENÇAS MUNICIPAIS ENTREGA 129 1.2.5.1 DOS PROJETOS A PREFEITURA E PROTOCOLAMENTO DA SOLICITAÇÃO DO ALVARÁ 57;62 130 DE EXECUÇÃO ANÁLISE 130 DA PREFEITURA DOS PROJETOS 1.2.5.2 129 131 EXECUTIVOS 131 1.2.5.3 PAGAMENTO DE TAXAS MUNICIPAIS 130 132 132 1.2.5.4 ENTREGA DO ALVARÁ MUNICIPAL. 127;131 149;150;152;153 133 1.2.6 SERVIÇOS 134 1.2.6.1 SERVIÇOS DE INFRA-ESTRUTURA 135 1.2.6.1.1 COLETA DE PREÇOS SERVIÇOS DE INFRA- ESTRUTURA COLETA DE PREÇOS SERVIÇOS TERRAPLANAGEM/ 136 1.2.6.1.1.1 DRENAGEM 137 1.2.6.1.1.1.1 CONFECÇÃO DO EDITAL PARA SERV. TERR/ DRENAG. 57 138 1.2.6.1.1.1.2 138 EMISSÃO DA SOLICITAÇÃO DE CONTRATAÇÃO PARA 137 139 138 140 139 141 140 149;152 62 144 143 145 144 146 145 147 146 150;153 SERV. TERR/ DRENAG. VISITA TECNICA DE CAMPO PARA SERV. TERR/ 139 1.2.6.1.1.1.3 DRENAG. NEGOCIAÇÃO COM AS PROPONENTES DO SERV. 140 1.2.6.1.1.1.4 TERR/ DRENAG. 141 1.2.6.1.1.1.5 ASSINATURA DO CONTRATO SERV. TERR/ DRENAG. 142 1.2.6.1.1.2 COLETA DE PREÇOS SERVIÇOS OAE´S (PONTES, VIADUTOS E TÚNEIS) 143 1.2.6.1.1.2.1 CONFECÇÃO DO EDITAL PARA SERV. OAE´S 144 1.2.6.1.1.2.2 EMISSÃO DA SOLICITAÇÃO DE CONTRATAÇÃO PARA SERV. OAE´S 145 1.2.6.1.1.2.3 VISITA TECNICA DE CAMPO PARA SERV. OAE´S 146 1.2.6.1.1.2.4 NEGOCIAÇÃO COM AS PROPONENTES DOS SERV. OAE´S 147 1.2.6.1.1.2.5 ASSINATURA DO CONTRATO SERV. OAE´S 148 1.2.6.1.2 149 1.2.6.1.2.1 EXECUTAR SERVIÇOS DE INFRA-ESTRUTURA EXECUÇÃO SERVIÇOS TERRAPLANAGEM/ 127;132;141;180;183 154 DRENAGEM EXECUÇÃO SERVIÇOS OAE´S (PONTES, VIADUTOS E 150 1.2.6.1.2.2 127;132;147;180;183 154 TÚNEIS) FISCALIZAÇÃO 151 DOS SERVIÇOS DE INFRA- 1.2.6.1.2.3 ESTRUTURA FICALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS TERRAPLANAGEM/ 152 1.2.6.1.2.3.1 127;132;141;180;183 154 DRENAGEM 153 1.2.6.1.2.3.2 FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE OAE´S (PONTES, 127;132;147 44 154 VIADUTOS E TÚNEIS) 154 1.2.6.1.2.4 ENTREGA DA INFRA-ESTRUTURA 155 1.2.6.2 SERVIÇOS DE SUPERESTRUTURA 156 1.2.6.2.1 COLETA DE PREÇOS SERVICOS SUPERESTRUTURA 157 1.2.6.2.1.1 CONFECÇÃO DO EDITAL PARA SERV. SUPERESTR. 158 1.2.6.2.1.2 149;150;152;153 126;162;163 52 158 157 159 158 160 159 161 EMISSÃO DA SOLICITAÇÃO DE CONTRATAÇÃO SERV. SUPERESTR. 159 1.2.6.2.1.3 160 1.2.6.2.1.4 VISITA TECNICA DE CAMPO PARA SERV. SUPERESTR. NEGOCIAÇÃO COM AS PROPONENTES DOS SERV. SUPERESTR. 161 1.2.6.2.1.5 ASSINATURA DO CONTRATO DOS SERV. SUPERESTR. 160 162;163 162 1.2.6.2.2 EXECUTAR SERVIÇOS SUPERESTRUTURA 154;161 164 163 1.2.6.2.3 FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SUPERESTRUTURA 154;161 164 164 1.2.6.2.4 ENTREGA SERV. SUPERESTRUTURA 162;163 181 165 1.2.6.3 166 1.2.6.3.1 167 1.2.6.3.1.1 SERVIÇOS DE RETIRADA DE INTERFERÊNCIA E SINALIZAÇÃO COLETA DE PREÇOS SERVIÇOS DE SINALIZAÇÃO COLETA DE PREÇOS SERV. RETIRADA DE INTERFERÊNCIA 168 1.2.6.3.1.1.1 CONFECÇÃO DO EDITAL PARA SER. RETIRAD. INTERF. 2;67;57;62 169 EMISSÃO DA SOLICITAÇÃO DE CONTRATAÇÃO PARA 169 1.2.6.3.1.1.2 168 170 169 171 170 172 171 180;183 2;67 175 174 176 175 177 176 178 177 181;184 SER. RETIRAD. INTERF. VISITA TECNICA DE CAMPO PARA SER. RETIRAD. 170 1.2.6.3.1.1.3 INTERF. NEGOCIAÇÃO COM AS PROPONENTES DOS SER. 171 1.2.6.3.1.1.4 RETIRAD. INTERF. ASSINATURA DO CONTRATO DOS SER. RETIRAD. 172 1.2.6.3.1.1.5 INTERF. 173 1.2.6.3.1.2 COLETA DE PREÇOS SERV. SINALIZAÇÃO 174 1.2.6.3.1.2.1 CONFECÇÃO DO EDITAL PARA SERV. SINALIZ. 175 1.2.6.3.1.2.2 EMISSÃO DA SOLICITAÇÃO DE CONTRATAÇÃO PARA SERV. SINALIZ. 176 1.2.6.3.1.2.3 VISITA TECNICA DE CAMPO PARA SERV. SINALIZ. 177 1.2.6.3.1.2.4 NEGOCIAÇÃO COM AS PROPONENTES DOS SERV. SINALIZ. 178 1.2.6.3.1.2.5 ASSINATURA DO CONTRATO DOS SERV. SINALIZ. 179 1.2.6.3.2 EXECUTAR SERVIÇOS DE RETIRADA DE INTERFERÊNCIA E SINALIZAÇÃO 180 1.2.6.3.2.1 EXEC. SERV. RETIRADA INTERFERÊNCIA 172 149;150;152 181 1.2.6.3.2.2 EXEC. SERV. SINALIZAÇÃO 178;164 185 182 1.2.6.3.2.3 172 149;150;152 FICALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE RETIRADA DE INTERFERÊNCIA E SINALIZAÇÃO FICALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE RETIRADA DE 183 1.2.6.3.2.3.1 INTERFERÊNCIA 45 184 1.2.6.3.2.3.2 FICALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SINALIZAÇÃO 185 1.2.6.3.2.4 178 185 184;181 186 187 ENTREGA SERV. DE RETIRADA DE INTERFERÊNCIA E SINALIZAÇÃO 186 1.2.7 ENTREGA DO PRODUTO A OPERAÇÃO 185;99 187 1.3 TÉMINO DO PROJETO 186;126;114 3.3. Diagrama de Precedências O diagrama de precedências mostra a seqüência necessária para a execução das atividades do projeto. Com ele é possível identificar quais são os tipos de relacionamento das atividades, quais atividades devem ser iniciadas primeiro e quais dependem da conclusão de outras atividades para terem seu início. Um diagrama de rede bem elaborado é a base sólida para a elaboração do cronograma do projeto. Devido ao grande número de atividades e pacotes de trabalhos que compõem os projetos de ampliação de pátios e duplicação de linhas na MRS Logística, a figura 3.2 mostra apenas as relações de precedências dos principais pacotes de trabalho. Contudo a tabela 3.1 relaciona todas as atividades e pacotes de trabalhos com suas relações de precedências. Figura 3.2 – Diagrama de Precedências 46 3.4. Estrutura Organizacional do Projeto Os projetos de ampliação de pátios e duplicação de linha são compostos por 40 pacotes de trabalho que agrupam 146 diferentes atividades, conforme mostrado na tabela 3.1 . Todas as atividades são gerenciadas pela equipe do projeto. Entretanto, algumas atividades têm como responsável pela sua execução equipes de outras gerências da empresa. Durante a execução destas atividades prevalece a visão processos, sendo a equipe do projeto o cliente interno da gerência responsável pela execução da atividade que é a fornecedora dos serviços. Isto acontece pela grande complexidade e especificidade de algumas atividades do projeto, que podem exigir conhecimentos técnicos específicos que a equipe do projeto não possuem, mas que outras gerências da empresa detêm. Esta estrutura organizacional diminui o custo gerencial do projeto por que reduz o número de profissionais necessários para o gerenciamento das atividades utilizando, então, os colaboradores das áreas funcionais da empresa não ligadas diretamente à produção como recursos do projeto na sua execução e/ou seu gerenciamento. O gráfico 3.1 mostra como a responsabilidade de execução das atividades dos projetos está divida nas gerências da empresa. Gráfico 3.1 – Distribuição das Atividades do Projeto nas Gerências da MRS 19,18% 19,86% MASST 3,42% ENGENHARIA DE OAE´S PATRIMÔNIO 6,85% PROGRAMA MRS 2012 SUPRIMENTOS 50,68% Conforme mostrado no gráfico 3.1 acima, as gerências de Suprimentos e do Meio Ambiente e Segurança do Trabalho (Masst) somam quase 40% das atividades do projeto. Esta estrutura requer grande atenção gerencial da equipe do projeto pois o gerente do projeto não possui nenhuma autoridade sobre os colaboradores destas áreas. 47 Isto acontece por que a MRS Logística adota, como estrutura organizacional, uma estrutura matricial. Neste tipo de estrutura os gerentes de projeto têm pouco ou nenhuma autoridade sobre equipes funcionais da empresa, o que aumenta o risco de atrasos no cronograma físico do projeto. 3.5. Descrição dos Principais Pacotes de Trabalho Serão descritos abaixo os principais pacotes de trabalho que compõem a estrutura analítica do programa MRS2012. 3.5.1. Estudo Preliminar O Estudo Preliminar é a determinação, por meio de levantamento expedito de todas as condicionantes do projeto que serão detalhadas pelo projeto executivo. Durante esta fase são coletadas informações iniciais sobre os serviços do projeto, tais como: a referência quilométrica do local que sofrerá intervenção, a extensão de linha a se construir, número de aparelhos de mudança de via necessários, a existência de obra de artes especiais e passagens de níveis, superiores ou inferiores, além do tipo de sinalização adotada no trecho. É realizada visita de campo para verificação e aferição dos dados colhidos no levantamento preliminar e cadastro de novos dados, como: estimativa do volumes de cortes e aterros existentes, afloramentos de rocha, dimensões das obras de arte especiais e correntes, a existência de cabos de telecomunicação, fibra óptica e rede de energia, o tipo de passagem de nível, a existência de gabarito vertical e horizontal nas passagens superiores e a dimensão das passagens inferiores, a extensão da faixa de domínio, a necessidade de reintegração de posse da faixa de domínio e a existência de áreas de preservação permanente no trecho estudado. Com os dados levantados preliminarmente e colhidos durante a visita de campo é realizada uma estimativa preliminar de custo paramétrica. Os parâmetros são ajustados com coeficientes de aumento ou redução que trazem os valores históricos a realidade do projeto. Após a estimativa preliminar, serão levantados os custos e as receitas incrementais para elaboração do fluxo de caixa estimado, que servirá de subsídio para análise preliminar do investimento, onde serão utilizadas as técnicas de Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno. 48 3.5.2. Projetos Executivos As atividades do pacote de trabalho dos projetos executivos estão dividas em dois grandes pacotes de trabalho: coleta de preços e execução dos projetos executivos. Os projetos executivos são o conjunto de projetos de engenharia que possibilitam a execução das obras de infra-estrutura e superestrutura ferroviária de forma segura e dentro dos padrões e normas técnicas. Os projetos executivos freqüentemente necessários são: Levantamento Topográfico, Projeto Geométrico, Projeto de Terraplanagem, Estudos Hidrológicos, Projeto Hidráulico, Projeto de Drenagem, Projetos OAE´s (Pontes, Viadutos e Túneis) e Projeto de Sinalização. Os projetos executivos possibilitam realização de um planejamento físico e financeiro do empreendimento de maneira detalhada por que nele estão relacionados os quantitativos de materiais, equipamentos e serviços necessários à execução de todas as atividades que compõem a obra. Neles estão descritos todas as normas e especificações técnicas que deverão ser respeitadas durante a execução dos serviços de forma se obter, como resultado da obra, um empreendimento econômico e seguro. Para realização dos projetos executivos é necessária a contratação de mão de obra especializada, em virtude da MRS não contar com colaboradores destas áreas de conhecimento. Para isso é necessário realizar coleta de preços com as empresas especializadas no diversos tipos de projetos. 3.5.3. Reintegração de Faixa de Domínio As atividades de reintegração de faixa de domínio são necessárias quando alguma edificação ou propriedade, que esteja dentro dos limites da faixa de domínio ferroviária, apresente alguma interferência física ou ambiental com o projeto executivo. Quando é necessária a reintegração de áreas invadidas é realizada uma visita de campo com a uma equipe da Gerencia de Patrimônio da MRS, a qual é responsável pelas questões que envolvem a comunidade. 3.5.4. Licença Ambiental 49 O pacote de trabalho da licença ambiental corresponde todas as atividades necessárias ao licenciamento ambiental do empreendimento, desde os estudos iniciais, passando pelo acompanhamento do licenciamento, até a fiscalização dos serviços executados e do cumprimento das exigências apresentadas através das condicionantes da licença de instalação (LI) e da autorização de supressão de vegetação (ASV). 3.5.5. Licença Municipal Com o projeto executivo desenvolvido, é solicitado ao município o alvará de obras, documento que é emitido após a comprovação do licenciamento ambiental ou da sua anuência. O licenciamento municipal é realizado em todos os municípios pertinentes ao projeto, independentemente da porcentagem que a obra apresenta em cada município. 3.5.6. Coleta de Preços dos Serviços A coleta de preços dos serviços a serem executados é de grande importância ao andamento do projeto. Todos os serviços necessários a execução devem ser contratados junto a empresas terceirizadas. Os processos de contratação podem levar meses, tendo grande atenção gerencial da equipe do projeto, por que eventuais atrasos nas entregas dos contratos assinados refletem imediatamente no cronograma do projeto. Durante a coleta de preços todo o suporte técnico ou suprimentos é dado pela equipe do projeto, mas contudo, todos dos procedimentos pertinentes a contratação são de responsabilidade gerencial do suprimento da MRS. Os principais serviços do projeto que tem necessidade de serem contratados são: retirada de interferências, serviços de infra-estrutura, serviços de superestrutura e serviços de sinalização. 3.5.7. Execução dos Serviços de Retirada de Interferências Os serviços de retirada de interferências compreendem todos os serviços executados previamente com objetivo de permitir a execução do projeto sem riscos à operação da empresa. Esta atividade abrange o remanejamento dos cabos subterrâneos, a realocação das caixas e dispositivos de sinalização, a transposição dos postes de rede aérea e aumento das passarelas entre outros. 50 3.5.8. Execução dos Serviços de Infra-Estrutura Os serviços de infra-estrutura são o conjunto de atividades que preparam o leito ferroviário para a construção da superestrutura ferroviária. Dentre eles temos os serviços de terraplanagem, drenagem e OAE´s (pontes, viadutos e túneis). A execução dos serviços terraplanagem envolve os serviços de corte, transporte e compactação do aterro dos materiais de primeira, segunda e terceira categorias para obtenção das seções de projeto para implantação da plataforma ferroviária. Com o acabamento da terraplanagem faz-se o revestimento vegetal dos taludes de corte e aterro, alem da construção ou recomposição da cercas divisórias da faixa de domínio. Já os serviços de drenagem compreendem a execução dos berços, corpos, alas, caixas do prolongamento diversos tipos de bueiros existentes e a execução dos novos bueiros projetados. Serão realizados os vários tipos de drenos, canaletas de corte, aterro e plataforma. Nos serviços de OAE´s serão executados todas as obras de pontes, viadutos ou túneis previstos no projeto. 3.5.9. Execução dos Serviços de Superestrutura Os serviços de superestrutura abrangem a montagem da grade ferroviária e dos Amv´s, nivelamento e alinhamento da linha e dos Amv´s conforme o projeto geométrico, socaria da linha e dos Amv´s e execução das soldas necessárias. 3.5.10. Execução dos Serviços de Sinalização Os serviços de sinalização compreendem todas as atividades necessárias à adequação dos sistemas de sinalização existentes à condição imposta pelo novo Plano de Via. Nele estão a montagem e instalação dos componentes de sistemas definidos no projeto executivo, tanto no campo quanto no Centro de Controle Operacional e em alguns casos nos veículos ferroviários. E também a execução dos testes operacionais para detectar possíveis falhas de projeto ou de instalação. 51 3.6. Análise da aderência Física dos Projetos Desde 2004, o Programa MRS2008 vem implementado os investimentos na malha da MRS, necessários ao atendimento do aumento crescente da demanda. O planejamento inicial das obras previa a construção de aproximadamente 110 quilômetros de novas linhas e a instalação de 180 aparelhos de mudança de via até o final de 2008. Estes investimentos compunham o Programa de obras de infra-estrutura e superestrutura ferroviária para suportar o aumento da demanda previsto no plano de negócios 2003-2008. O conjunto das obras recebeu o nome de Programa MRS2008. Este programa foi dividido em projetos de ampliação dos pátios existentes, construção de novos pátios e duplicação de vários trechos, totalizando um total de 44 diferentes projetos. Nos últimos quatros anos foram concluídos 22 destes projetos e ainda este ano serão entregues mais 5 projetos, somando um total de 27 projetos finalizados. Com isso, o programa MRS2008 encerra o ciclo de investimentos 2004-2008, somando 66 quilômetros de novas linhas e mais 110 aparelhos de mudança de via construído. Durante estes quatro , foi realizado um exaustivo planejamento das obras, o que permitiu, desta forma, que não ocorressem antecipações nos investimentos. Por isso, alguns projetos foram postergados para os próximos anos e outros deixaram de existir em função das mudanças geradas devido a modificações nos planos de expansão dos principais clientes da MRS. Neste ano o Programa de obras infra-estrutura e superestrutura ferroviária da MRS incorporou as obras para o atendimento do plano de negócios até 2012, recebendo então, o nome de Programa MRS2012. O desafio para os próximos anos é realizar um numero ainda maior de obras devido ao aumento da intensidade do crescimento previsto dos principais clientes para os próximos 4 anos. 3.7. Análise da aderência Financeira dos Projetos Ao comparar os valores financeiros orçados e realizados pelo programa MRS 2012 desde 2004, conforme mostrado na tabela 1, verifica-se uma baixa aderência financeira. Entretanto, este resultado não retrata os resultados físicos alcançados, apresentados acima. Tabela 3.2 – Aderência Financeira dos Investimentos Realizados pelo Programa MRS 2012 52 Anos Projetos (Valores MM) Total dos Projetos 2004 2005 2006 2007 Orçado 16,97 41,51 60,68 70,29 Realizado 11,29 17,92 33,36 26,66 Aderência 66,53% 43,17% 54,98% 37,93% Para entendermos os motivos da baixa aderência financeira do programa é necessário compreender o ciclo que os projetos percorrem desde sua proposta até a entrega a operação da empresa. Este ciclo foi dividido em 6 principais fases, para o melhor entendimento, eles serão descritos abaixo. 3.7.1. Captação do aumento da demanda. Desde 2004, todos os anos a área comercial da MRS estuda exaustivamente o mercado externo, buscando oportunidades com novos clientes e o aumento da produção dos parceiros atuais. Este estudo reúne todas as possíveis demandas na área de influencia da MRS para o transporte ferroviário de carga, com perspectivas de acréscimos em até cinco anos. 3.7.2. Estudo do Plano de Negócios. Após a conclusão do estudo do mercado externo realizado pela Diretoria Comercial, onde é definido o volume anual necessários a ser realizado pela MRS, para o atendimento dos clientes, o Planejamento Estratégico estuda e formaliza o plano de negócio da MRS. Nele estão registrados os conceitos do negócio ferroviário, os riscos que o envolve, os principais concorrentes, os sonhos da MRS, o perfil dos clientes, os possíveis novos clientes, as estratégias de expansão, bem como os principais projetos que viabilizarão o atendimento da demanda, dos objetivos e a realização dos sonhos da empresa. O plano de negócios da MRS divide a demanda em três cenários, o conservador, base e o agressivo para projeção dos próximos cinco anos de produção. 3.7.3. Dimensionamento do aumento da Frota de Materiais Rodantes. 53 Após a conclusão do estudo do plano de negócios, que define o volume anual necessário ao atendimento dos clientes da MRS, as engenharias de vagões e locomotivas dimensionam a necessidade do incremento da frota para o cumprimento da produção planejada para os próximos anos. 3.7.4. Simulação operacional da Malha. Com o número de vagões e locomotivas que serão acrescidas, a engenharia operacional simula a nova dinâmica da operacional da malha. Está simulação aponta aonde sugiram às restrições operacionais nas linhas da MRS. 3.7.5. Estudos das soluções para os gargalos. Com o relatório operacional que demonstra os prováveis gargalos, a equipe técnica do programa MRS2012 estuda as diversas possibilidades para eliminação das possíveis restrições operacionais, de forma a escolher as soluções que agreguem maior valor a companhia. Todos os estudos acima mencionados são realizados de maio a setembro, todos os anos, por que no mês de outubro ocorre o exercício orçamentário para o próximo ano. 3.7.6. Orçamento dos projetos. Todos os anos a MRS realiza em outubro à defesa do orçamento para o ano subseqüente. Conforme apresentado anteriormente, em setembro a equipe do programa MRS2012 apresenta as soluções para as prováveis restrições operacionais. Após a aprovação das soluções pela diretoria, a equipe técnica do programa trabalha para realizar as estimativas de custos das obras. Contudo, em função do projeto estar na fase de estudo preliminar e por isso a equipe não ter o projeto executivo das obras, são adotadas as técnicas análoga e paramétrica para realização das estimativas de custo. A utilização das técnicas análoga e paramétrica para estimativas de custos deve ser adotada para realização da análise preliminar do investimento, necessária para a tomada de decisão de iniciar ou não o desembolso financeiro com o projeto executivo. Quando utilizadas as técnicas de estimativa de custos para o orçamento definitivo, conforme acontece com a maioria dos investimentos de infra-estrutura e superestrutura 54 ferroviária da MRS, é necessário que a equipe técnica do projeto adote uma visão pessimista para a execução das obras devido ao desconhecimento do detalhamento executivo dos serviços, o que gera assim reserva de orçamento necessário, para cobrir a imprecisão da técnica utilizada. Estas reservas de orçamentos elevam os valores das estimativas de custos das obras, sendo uma das causas da baixa aderência financeira das obras. Outros fatores contribuem para o para baixo resultado financeiro, tais como atrasos nos licenciamentos ambientais gerados pelo aumento das regras nesta área, monitoramento do plano de negócios que resultam em postergações do início de alguns investimentos e no descolamento do planejado em relação ao realizado e da baixa aderência física do planejado em comparação ao realizado da execução das obras geradas pela falta do detalhamento executivo dos projetos no momento do planejamento físico/financeiro. Além da baixa aderência financeira dos projetos, outro impacto negativo do modelo atual adotado para o ciclo dos projetos de infra-estrutura e superestrutura ferroviária na MRS é o gerado no momento da defesa do orçamento, quando a empresa utiliza critérios de priorização dos investimentos e decide investir nos projetos de infra-estrutura e superestrutura, destinando para estes investimentos parte do orçamento total da companhia para o próximo ano. Ao não realizar parte do orçamento aprovado para o ano subseqüente, a MRS deixa de obter o retorno esperado para essa diferença de capital. Com isso a MRS perde, no mínimo, o valor do retorno dado pela remuneração obtida com a taxa de atratividade adotada para o cálculo do valor presente líquido dos projetos. Isso se comprova, pelo fato da companhia adotar a premissa de realizar somente investimentos que apresente valores presentes líquidos positivos. Para quantificar as perdas financeiras devido à utilização do modelo atual, será adotado na análise 12% como taxa mínima de atratividade para o cálculo do valor presente liquido, o que qualifica os projetos como possíveis de serem defendidos junto aos diretores para realização no próximo ano. A tabela 3.3 quantifica a perda da possibilidade de obter o retorno financeiro com a taxa adotada para o cálculo do VPL devido à não realização dos investimentos na infraestrutura e superestrutura ferroviária orçados. Esta perda financeira acontece por que no momento da escolha dos projetos que irão compor o portfólio da MRS para o próximo ano, os projetos do Programa MRS2012 eliminam outros projetos por apresentarem maiores índices de retorno. Para análise foram utilizados valores de investimentos que correspondem há aproximadamente 32 quilômetros de construção de novas linhas. Tabela 3.3 – Cálculo da Perda de Possibilidade do Retorno Financeiro 55 Projetos (Valores MM) 2005 2006 2007 Total dos Projetos Orçado 23,3 43,07 32,83 Realizado 7,77 26,05 22,98 Diferença 15,53 17,02 Perda do retorno 1,86 2,04 9,85 1,18 Financeiro mínimo esperado para o investimento. Para aumentar a aderência financeira das obras deve-se antecipar em um ano os investimentos com os projetos executivos das obras. Isto permitirá que no ano seguinte quando o projeto for orçado em sua maior magnitude, o detalhamento das obras fornecido pelo projeto executivo estará disponível, sendo então, possível a utilização da técnica de orçamentação, o que diminui a imprecisão do planejamento físico/financeiro das obras e eleva aderência dos projetos. Com o devido conhecimento dos quantitativos dos serviços das obras e dos métodos de execução dos serviços, é admissível a diminuição das reservas de orçamento ao nível de precisão do método de orçamentação. Libera-se assim, o valor financeiro gerado pela diferença de precisão entre os métodos de estimativa de custo e de orçamentação, dinheiro este que poderá ser destinado a outros investimentos. Contudo a antecipação do desembolso do projeto aumenta o risco da perda dos valores gastos com a execução dos projetos executivos. Isso pode acontecer se houver mudanças nas intenções dos clientes, que são mapeados pela conteste atualização do plano de negócios da empresa. Para quantificar as possíveis perdas com a antecipação dos investimentos com projeto executivo foram pesquisados os valores realizados na execução dos projetos executivos de 32 quilômetros das obras utilizadas como referência à análise anterior. Também foi estudado o quanto a produção realizada pela MRS diferiu em porcentagem dos valores estimados no cenário base do plano de negócios da companhia, planejado com três anos de antecedência em relação à expectativa de realização da demanda, entre os anos de 2005 a 2007. O pior resultado encontrado foi 10% de diferença para menos em relação ao valor de produção realizada, sendo esta então a taxa que será adotada para mensurar o risco de antecipar a realização dos projetos executivos. A tabela 3.4 quantifica em valores monetários do risco de perda de capital devido à antecipação dos projetos executivos em um ano. 56 Tabela 3.4 – Risco de Perda de Capital devido à Antecipação dos Projetos Executivos Valores em R$ 2005 2006 2007 Total Gasto em Projetos Executivos 317.821,54 640.460,65 315.740,38 31.782,15 64.046,07 31.574,04 Risco de perda Financeira por antecipar os Projetos Executivos 4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES. Ao término deste trabalho, verifica-se a importância estratégica do Programa de obras para a continuidade do crescimento da MRS. Isto se comprova por que suas ações estão diretamente ligadas ao aumento da capacidade de vazão da malha da empresa. Foi também, identificada a utilização das mais modernas técnicas de gerenciamento de projetos na implementação do programa, onde foi possível verificar a estrutura analítica padrão para os projetos, as relações de precedência das atividades, o diagrama de rede do projeto e a descrição dos principais pacotes de trabalho. Ao analisar o programa de obras, foi verificada a boa efetividade na execução dos projetos previstos, contudo, com uma baixa aderência previsto/realizado dos orçamentos anuais aprovados. 57 Nos últimos 4 anos foram entregues 22 projetos e outros 5 serão concluídos ainda em 2008, correspondendo a um total 27 projetos dos 44 previstos em 2003. Cabe ressaltar que ao longo destes quase 5 anos o constante monitoramento da demanda dos clientes, postergou a necessidade de realização de alguns projetos e outros foram cancelados por não fazer mais sentido a sua implementação. Contudo, na análise financeira, o programa não obteve os mesmos resultados, sendo que 66,56% foi melhor resultado de aderência (orçada/ realizada) alcançado pelo o programa ao longo dos últimos 4 anos. Os dois principais motivos que levam a estes baixos resultados financeiros são os constantes atrasos nos licenciamentos ambientais e a não realização dos projetos executivos previamente à defesa do orçamento anual da companhia. O principal impacto do ciclo de gerenciamento adotado é a possível perda financeira gerada caso não se consiga realizar todo o orçamento anual aprovado para o programa de obras, e nem disponibilizá-lo para realização de outros investimentos, o que inibe a obtenção de parte do retorno previsto para investimentos relacionados no orçamento total da companhia. Para melhoria dos resultados sugere-se a antecipação em um ano dos investimentos em projetos executivos de forma que, no momento do orçamento das obras, a equipe de colaboradores tenha todo o conhecimento executivo do projeto e possa utilizar a técnica de orçamentação. Contudo este novo modelo gera o risco de perda deste investimento caso o projeto saia do plano de negócio da companhia. Ao se comparar as perdas de resultado financeiro geradas pela não realização dos investimentos previstos no orçamento anual, com o risco de perda dos investimentos antecipados para execução dos projetos executivos, verifica-se ser viável a possibilidade de execução prévia dos referidos projetos. Esta ação possivelmente aumentará a aderência financeira do programa de obras e permitirá a redução das reservas de orçamentos necessárias. Com isso será possível a realização de um maior número de projetos de investimento todos aos anos. Caso não ocorra antecipação da realização dos projetos executivos propõe-se que seja revisadas as estimativas de custos das obras após sua conclusão para que sejam feitos os ajustes necessários nos seus orçamentos. Este trabalho termina, como o primeiro estudo sobre o programa de implementação das obras de expansão ferroviária realizada na MRS e abre outras oportunidades para novos estudos tanto na área gerencial quanto área técnica. 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HELDMAN, Kim, Gerência de Projetos, 3 ed., Rio de Janeiro, Campus, 2004 CONFORTO, Sérgio, SPRANGER, Mônica, Estimativa de Custos de Investimentos para Empreendimentos Industriais, Rio de Janeiro, Taba Cultural, 2002 CURY, Marcus Vinicius Quintella, Análise de Projetos. Apostila Curso de Especialização em Transporte Ferroviário de Carga – IME 2008 59 Project Management Institute, Inc. In:” Project Management Body of Knowledge - PMBOK”. Newtown Square Pensylvania, EUA, 2004 MULCAHY, Rita, PMP Exam Prep, 3ª Ed, RMC Publications, 2005 MRS Logística S/A – Metodologia MRS de Gerenciamento de Projetos, Revisão 2008, Juiz de Fora, 2008. 38p. 60