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O Estado do Maranhão - São Luís, 1º de abril de 2015 - quarta-feira
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A magia na tela de Cinderela
Adaptação de Cinderela, novo live-action da Disney, mantém-se fiel à animação de 1950 e capta a magia do conto
de fadas que conquistou gerações; em São Luís, o filme está em cartaz no Cinépolis, CineSystem e UCI Kinoplex
Fotos/Divulgação
Ítalo Stauffenberg
Da equipe de O Estado
T
odo mundo já ouviu algum dia histórias de contos de fadas. Os dramas
encarados pelas princesas que
aguardam ansiosamente a chegada dos seus príncipes encantados conquistam públicos de
todas as idades há gerações. Seja em animação, teatro, ballet,
ópera, televisão ou cinema, é impossível não se encantar com esses clássicos da literatura infantil. Prometendo atrair grande número de expectadores para as
salas de cinema, está em cartaz
Cinderela, novo live-action da
Disney. Em São Luís, o filme está em exibição no Cinépolis (São
Luís Shopping), CineSystem (Rio
Anil Shopping) e UCI Kinoplex
(Shopping da Ilha).
De todos os grandes clássicos da literatura infantil, Cinderela é a história mais adaptada
para o cinema. Em 1997, o diretor Robert Iscove e o roteirista
Oscar Hammerstein II recontaram a história trazendo em musical uma Cinderela negra, interpretada por Brandy Norwood, Whiteney Houston como
a fada madrinha e Whoopi
Goldberg como a Rainha.
Um ano depois, no filme Para Sempre Cinderela, Drew
Barrymore deu vida a Danielle,
uma garota geniosa e esperta
que conquista o príncipe antes
do baile de noivado. Já em A nova Cinderela (2004), Hilary Duff
viveu Samantha Montgomery,
uma adolescente órfã que era
humilhada pela madrasta e suas
filhas, além de ser obrigada a trabalhar em uma lanchonete para poder sobreviver. Aproveitando o sucesso na Disney Chan-
A atriz britânica Lily James, interpreta a doce e sofredora Cinderela, enquanto a madrasta é personagem da atriz Cate Blanchett
nel, em Outro Conto da Nova
Cinderela (2008), Selena Gomez
deu sequência ao filme estrelado por Duff dando vida a Mary
Santiago, uma menina órfã que
passa a viver com Dominque
Blatt (Jane Lynch), uma cantora
que caiu no esquecimento.
No novo live-action da Disney, o desafio do diretor Kenneth Branagh era manter-se fiel
ao conto original de Perrault e
da animação de 1950. Fugindo
do fracasso de bilheterias de outras adaptações, como Espelho,
Espelho Meu (2012) e A Bela e a
Fera (2014) e ousando, mas nem
tanto, no roteiro como fez Angelina Jolie em Malévola (2014), recontando a fatídica história da
princesa Aurora, mais conhecida como Bela Adormecida, Branagh apresenta uma Cinderela
que não foge a tradição.
Meiga, serenae sofredora, ela
é interpretada por Lily James,
atriz britânica, pouco conhecida do grande público. O príncipe (Richard Madden), chamado
de Kit, é mais um rostinho bonito. Ele foge completamente a linha dos príncipes encantados
loiros, altos, encorpados e de olhos azuis. Tudo bem que Madden (o Robb Stark, da série Game of Thrones) tem um belo par
de olhos azuis, mas é só.
Diante de tantas vilãs épicas,
como Julia Roberts (Espelho, Espelho Meu) e Angelina Jolie
(Malévola) era de se esperar
uma madrasta ruim de Cate
Blanchett. Fiel ao conto original, Blanchett fez o que se espera de toda madrasta ruim: humilhações diárias e ar de superioridade. Ela se diferencia das
outras vilãs por sua elegância e
vestidos deslumbrantes. As irmãs postiças, Anastasia e Dri-
sella (Holliday Grainger e Sophie McShera, respectivamente) são tontas, fúteis e lembram,
e muito, Tweedledee e Tweedledum, os gêmeos gordinhos de
Alice no País das Maravilhas.
Acostumada a interpretar
personagens excêntricas e
que beiram a maldade, como
Belatrix Lestrange, arquirrival
do bruxinho Harry Potter (saga Harry Potter) ou a Rainha
Vermelha/Copas, de Alice no
País das Maravilhas (2010),
Helena Bonham Carter personifica, em Cinderela, a típica
fada atrapalhada e cômica,
que realiza o desejo da pobre
menina órfã que não pode ir
ao baile real.
Figurino –Algo que chama
atenção são os figurinos bastante luxuosos e o cenário deslumbrante. Assinado por Sandy Po-
well (três vezes vencedora do
Oscar nessa categoria), as indumentárias são impecáveis.
Durante grande parte do filme, Lily James aparece com um
vestidinho azul bem maltrapilho. A intenção do diretor é justamente fixar no expectador toda a áurea da menina órfã, que
é gentil e corajosa. Aliás, gentileza e coragem são os ensinamentos mais disseminados por
todo o filme, já que ao morrer, a
mãe de Cinderela pediu a filha
que fosse gentil e corajosa o
tempo todo.
Os conceitos de todos os figurinos são baseados no século XIX por ser um período cheio
de fábulas. Segundo a figurinista, o vestido do baile tinha que
ser espetacular, mas sem muitos exageros, como excessos de
adornos, brilhos, pedrarias,
jóias, penduricalhos, tiaras e ou-
tras coisas. Não é à toa que em
sua confecção foram usados
mais de 250 metros de tecido e
10 mil cristais Swarovski, inúmeras anáguas e mais de cinco
quilômetros de costura.
Para enfatizar a comicidade
da fada madrinha, Powell ousou
e abusou. Cheio de brilho, o vestido, que tem 400 lâmpadas de
LED, precisou de quase 120 metros de tecido e milhares de cristais Swarovski. Quando usado
pela atriz, ele chegava a mais de
1,2 metros de largura.
Cate Blanchett foi a mais
agraciada pelas mãos de Sandy
Powell. Em todas as cenas a madrasta má se destaca pelos vestidos pomposos e cheios de detalhes riquíssimos em alta costura. Magra, ruiva e belíssima,
Blanchett aparece na primeira
cena com um gigante chapéu
sob a cabeça com véu de poá
em um traje preto com dourado com flores aplicadas ou bordadas sobressaindo tanto na
parte superior quanto na barra
da longa saia.
No melhor estilo “vilã rica”,
apesar de falida, o vestido de
baile da madrasta má tem uma
força arrebatadora com seus
drapeados e curvas, sua gola
posterior, a pena alta aplicada
no cabelo que aumenta a estatura, o contraste do verde do
vestido com o cabelo ruivo, as
luvas douradas e a composição
com as joias.
Não há como negar: tudo em
Cinderela é mágico. Um filme
que apresenta direção, fotografia, roteiro e cenários em total
sintonia. É, sem dúvidas, um
convite para a família se encantar com a clássica história da menina que superou os vários obstáculos impostos pela vida até
encontrar seu grande amor.
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