LUCIANO CARSTENS O PAPEL DA GESTÃO DA MANUTENÇÃO NA ESTRATÉGIA DE OPERAÇÕES Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção e Sistemas. CURITIBA 2007 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. ii LUCIANO CARSTENS O PAPEL DA GESTÃO DA MANUTENÇÃO NA ESTRATÉGIA DE OPERAÇÕES Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Católica do Paraná como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção e Sistemas. Área de Concentração: Gerência de Produção e Logística Orientador: Prof. Dr. Sérgio E. Gouvêa da Costa Co-orientador: Prof. Dr. Edson Pinheiro de Lima CURITIBA 2007 O PAPEL DA GESTÃO DA MANUTENÇÃO NA ESTRATÉGIA DE OPERAÇÕES iv Sumário SUMÁRIO.......................................................................................................................... IV LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... VII LISTA DE QUADROS ........................................................................................................ IX LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................ X RESUMO........................................................................................................................... XI ABSTRACT ...................................................................................................................... XII 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13 1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E DIRETRIZ DA PESQUISA ............................................... 15 1.2 JUSTIFICATIVA...................................................................................................... 17 1.3 ESCOPO DO TRABALHO ......................................................................................... 18 1.4 BASE CONCEITUAL ............................................................................................... 18 1.5 OBJETIVOS .......................................................................................................... 18 1.5.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 18 1.5.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 19 1.6 2 3 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 20 METODOLOGIA ........................................................................................................ 21 2.1 METODOLOGIA CIENTÍFICA ..................................................................................... 21 2.2 VISÃO G ERAL DOS M ÉTODOS DE P ESQUISA .............................................................. 22 2.3 PROCEDIMENTO A DOTADO ..................................................................................... 24 2.4 ESTRATÉGIA DE P ESQUISA ..................................................................................... 26 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................... 29 3.1 D EFINIÇÃO DE ESTRATÉGIA .................................................................................... 29 3.2 O PROCESSO DE FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIA ........................................................ 34 3.3 ESTRATÉGIA DE O PERAÇÕES ................................................................................. 40 3.3.1 Estratégia de Operações em Serviços ............................................................. 45 3.4 FUNÇÃO MANUTENÇÃO ......................................................................................... 47 3.5 A EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO .............................................................................. 48 3.6 TIPOS DE MANUTENÇÃO ........................................................................................ 52 3.6.1 Manutenção Corretiva (RM - Reactive Maintenance) ........................................ 52 3.6.2 Manutenção Preventiva (PM – Periodic Maintenance) ...................................... 53 3.6.3 Manutenção Preditiva (PdM – Predictive Maintenance)..................................... 54 3.6.4 Manutenção Detectiva .................................................................................... 55 3.6.5 Manutenção Baseada em Condições – (CBM – Condition-Based-Maintenance) . 55 v 3.6.6 3.7 4 FERRAMENTAS DE Q UALIDADE APLICADAS A MANUTENÇÃO ......................................... 56 3.7.1 Ferramentas de Qualidade na manutenção ...................................................... 57 3.7.2 TPM – Manutenção Produtiva Total ................................................................. 62 3.7.3 Manutenção Centrada em Confiabilidade – RCM ............................................. 67 3.7.4 FMEA ............................................................................................................ 68 3.7.5 Six-Sigma – SS .............................................................................................. 70 3.8 GESTÃO ESTRATÉGICA DA MANUTENÇÃO ................................................................. 72 3.9 FRAMEWORK P RELIMINAR...................................................................................... 74 ENTREVISTAS E ESTUDOS DE CASO...................................................................... 75 4.1 5 Engenharia de Manutenção ............................................................................ 56 ENTREVISTAS ...................................................................................................... 76 4.1.1 Entrevista E1.................................................................................................. 77 4.1.2 Entrevista E2.................................................................................................. 78 4.1.3 Entrevista E3.................................................................................................. 80 4.1.4 Entrevista E4.................................................................................................. 82 4.2 VISÃO DOS ESPECIALISTAS .................................................................................... 85 4.3 ESTUDOS DE CASO ............................................................................................... 87 4.3.1 Estudo de Caso “A” ........................................................................................ 89 4.3.2 Estudo de Caso “B” ........................................................................................ 96 4.3.3 Estudo de Caso “C” ...................................................................................... 100 4.3.4 Estudo de caso “D” ....................................................................................... 103 ANÁLISE DOS DADOS............................................................................................ 108 5.1 ANÁLISE DOS CASOS ........................................................................................... 109 5.1.1 Análise dos resultados do caso A. ................................................................. 109 5.1.2 Análise dos resultados do caso B .................................................................. 112 5.1.3 Análise dos Resultados do Caso C................................................................ 115 5.1.4 Análise dos Resultados do Caso D................................................................ 118 5.2 COMPARAÇÃO DA ANÁLISE DOS CASOS .................................................................. 121 5.2.1 Estratégia Organizacional versus o papel das operações ................................ 121 5.2.2 Papel da Manutenção versus Posicionamento Hierárquico.............................. 122 5.2.3 Tipos de Manutenção versus Ferramentas de Qualidade................................ 122 6 DESENVOLVIMENTO DO FRAMEWORK................................................................. 124 7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .............................. 124 7.1 LIMITAÇÕES ....................................................................................................... 128 7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................ 129 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 129 9 APÊNDICE 1 – PROTOCOLO DE PESQUISA .......................................................... 136 vi 9.1 VISÃO G ERAL DO PROJETO DE ESTUDO DE CASO .................................................... 136 9.2 PROCEDIMENTOS DE CAMPO ................................................................................ 141 9.2.1 Entrevistas semi-estruturadas guiadas pela lógica das questões gerais previamente apresentadas. ....................................................................................... 143 9.2.2 Observação direta. ....................................................................................... 144 9.2.3 Questionários com questões objetivas e descritivas........................................ 145 9.3 ROTEIRO PARA ENTREVISTAS COM ESPECIALISTAS ................................................... 147 9.4 ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA DIRETORES, GERENTES OU SUPERVISORES . ................. 150 PLANILHA DE OBSERVAÇÃO DIRETA ........................................................................... 159 9.5 ESTRUTURA DE ANÁLISE E R ECUPERAÇÃO DOS DADOS. ............................................ 160 9.6 SÍNTESE E A PRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ......................................................... 160 9.7 R EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA S ............................................................................ 160 APÊNDICE 2 – ROTEIRO PARA REDAÇÃO DOS RELATÓRIOS ..................................... 161 Lista de Figuras Figura 1-1: Lógica e Estrutura da Dissertação ...................................................................... 20 Figura 2-1: Projeto de Pesquisa .......................................................................................... 28 Figura 3-1 Modelo de Processo de Desenvolvimento Estratégico .......................................... 36 Figura 3-2 Sub-Modelo 01 - Sistema Simples de Controle..................................................... 37 Figura 3-3 Sub–Modelo 02 Medição de Desempenho e Desenvolvimento Estratégico ............ 38 Figura 3-4 Sub-Modelo 03 – Avaliação das Iniciativas Estratégicas ....................................... 39 Figura 3-5 Iceberg da Manutenção ...................................................................................... 49 Figura 3-6 Grau de Maturidade da manutenção Organizacional ............................................ 51 Figura 3-7 Fontes de Desperdício de acordo com o método TPM .......................................... 64 Figura 3-8 Fases e Etapas de Implantação do TPM.............................................................. 65 Figura 3-9 DMAIC............................................................................................................... 71 Figura 3-10 Framework Preliminar para adoção estratégica da Manutenção .......................... 75 Figura 4-1 Visão dos Especialistas ...................................................................................... 87 Figura 4-2 Posicionamento da Manutenção em relação às Operações Caso A....................... 93 Figura 4-3 Níveis hierárquicos da manutenção Caso A ......................................................... 94 Figura 4-4 Posicionamento da Manutenção em relação às Operações Caso A....................... 97 Figura 4-5 Posicionamento da Manutenção em relação às Operações Caso D .................... 106 Figura 4-6 Níveis hierárquicos da manutenção Caso D....................................................... 107 Figura 5-1 Papel das operações versus estratégia operacional caso A ................................ 109 Figura 5-2 Papel da manutenção versus posicionamento hierárquico Caso A ...................... 110 Figura 5-3 Tipos de Manutenção versus ferramentas de qualidade Caso A.......................... 111 Figura 5-4Contribuição da Manutenção Caso A para o framework proposto. ........................ 112 Figura 5-5 Papel das operações versus estratégia operacional caso B ................................ 113 Figura 5-6 Papel da manutenção versus posicionamento hierárquico Caso B ...................... 113 Figura 5-7 Tipos de Manutenção versus ferramentas de qualidade Caso B.......................... 114 Figura 5-8 Contribuição da Manutenção Caso B para o framework proposto........................ 115 Figura 5-9 Papel das operações versus estratégia operacional caso C ................................ 116 Figura 5-10 Papel da manutenção versus posicionamento hierárquico Caso C .................... 117 Figura 5-11 Tipos de Manutenção versus ferramentas de qualidade Caso C........................ 117 Figura 5-12 Contribuição da Manutenção Caso C para o framework proposto...................... 118 Figura 5-13 Papel das operações versus estratégia operacional caso D .............................. 119 Figura 5-14 Papel da manutenção versus posicionamento hierárquico Caso D .................... 119 Figura 5-15 Tipos de Manutenção versus Ferramentas de Qualidade Caso D...................... 120 Figura 5-16 Contribuição da Manutenção Caso D para o framework proposto...................... 121 Figura 6-1 Framework para adoção estratégica da manutenção em operações .................... 124 Figura 9-1 Gestão estratégica da manutenção ................................................................... 139 Figura 9-2 Lógica de Investigação ..................................................................................... 141 viii Figura 9-3 Projeto de Pesquisa ......................................................................................... 142 Lista de Quadros Quadro 3-1 Escolas x Processos de Formulação da Estratégia ............................................. 34 Quadro 3-2 Exigências do mercado..................................................................................... 43 Quadro 3-3 Evolução da Manutenção com os Anos .............................................................. 50 Quadro 4-1: Perfil dos Especialistas .................................................................................... 76 Quadro 4-2 Instrumentos e fontes de coletas de dados do caso “A”....................................... 89 Quadro 4-3 Instrumentos e fontes de coletas de dados do caso “B”....................................... 96 Quadro 4-4 Instrumentos e fontes de coletas de dados do caso “C”..................................... 100 Quadro 4-5 Instrumentos e fontes de coletas de dados do caso “D”..................................... 103 Quadro 9-1 Cronograma de execução do trabalho.............................................................. 143 Lista de Abreviaturas AE Availability Equipment – Disponibilidade do Equipamento ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações AO Availability Overall – Disponibilidade Global / Sistema CCQ Círculos de Controle da Qualidade FMEA Failure modes and effects analysis – Análise de Modo e Efeito de Falha GMG Grupo Motor Gerador GQT Gestão pela Qualidade Total HQ Head-Quarter KPI Key Performance Indicador – Indicador Chave de Desempenho LPU´s Lista de Preços Unitários PCM Planejamento e Controle da Manutenção PDCA Plan, Do, Check and Act / (Planejar, Fazer, Checar e Agir) PM Periodic Maintenance – Manutenção Preventiva ou periódica PdM Predictive Maintenance / Manutenção Preditiva MTBF Mean Time Between Failure / Tempo médio entre falhas MTBI Mean Time Between Interruptions – Tempo médio entre interrupções MTTR Mean Time to Repair – (Tempo médio para reparos) OEE Overall Effectiveness Equipment – (Efetividade Global do Equipamento ) RCFA Root Cause Failure Analyses – (Análise de causa raiz) RCM / MCC Reliability Centered Maintenance – (Manutenção Centrada em Confiabilidade) RM Reactive Maintenance – Manutenção Corretiva TPM Total Productive Maintenance – (Manutenção Produtiva Total) SS Six Sigma – (Seis Sigma) STP Sistema Toyota de Produção UPS Uninterruptible Power System – Sistema de Energia Ininterrupta Abstract This work shows a study about the maintenance area in service enterprises of telecommunications sector observing and analyzing the impacts and contributions that would be possible to the operations in that companies. The operational strategies and the influences in all the organizations are difficulty to be supplanted. And the maintenance sector contributes directly to these results. That could be observed between studies in the showing cases. The quality tools adopted for whole organization are having theirs contributions on the maintenance area, and some times developed and used exclusively in the sector, helping with a constant development of continuous improvement tools. As a result of these studies is presented a framework that will help the strategic adoption of the maintenance best practices on the operational and organizational management. 13 1 Introdução Desde o final do século XX e na recente década a sobrevivência das empresas tem se tornado mais difícil, um mercado em constante mudança preserva apenas organizações competentes, ágeis, inovadoras e principalmente conectadas com esta nova realidade. A competição entre as empresas aumentou e ocorre de maneira globalizada, da mesma forma o nível de exigência dos clientes, e os critérios de escolha entre os diversos fornecedores aumentaram muito, com isto o mercado consumidor está se tornando dia a dia mais exigente. Saber interpretar e agir rapidamente com informações estratégicas das empresas tanto de mercado quanto operacionais é fundamental para preservar esta competitividade. A sobrevivência de qualquer negócio, empresa ou organização depende da habilidade de se competir efetivamente (MADU, 2000). Em ambientes dinâmicos, desenvolver bem produtos e processos inovadores e eficientes tem-se tornado quase uma condição de permanência, mas aquelas empresas que atingem excelência na gestão deste desenvolvimento são as que de fato obterão as vantagens competitivas mais sustentáveis (CÔRREA & CÔRREA, 2002). Todas as diferenças entre companhias em custos ou preços derivam de centenas de atividades requeridas, como criar, produzir, vender, e entregar produtos ou serviços. Os custos são gerados através do desempenho das atividades, e vantagens de custos chegam através de desempenhos melhores que os competidores (PORTER, 1996). BOLWIJN & KUMPE, (1990) apresentam que os critérios decisivos para o comportamento do mercado se deram da seguinte maneira: 01) Até 1960, o único fator avaliado pelos clientes era o preço; 02) A partir da década de 1970 o critério preço passa a ser acompanhado pela qualidade; 03) Durante a década de 1980 com as várias linhas de produto oferecidas o mercado passa a exigir flexibilidade e rapidez nas respostas, soluções e desenvolvimentos; 14 04) E finalmente a partir da década de 1990 para as empresas sobreviverem e atenderem as exigências mercadológicas elas devem possuir, preços competitivos, eficiência e qualidade em seus produtos e serviços, flexibilidade para acompanhar as mudanças e necessidades e finalmente inovação para estarem sempre à frente de seus concorrentes. Neste cenário, melhorias de desempenho nas empresas se tornam inevitáveis, novos métodos de gestão e a adoção de novas tecnologias multiplicam-se velozmente, com tudo isto a área de operações adquire importância cada vez maior e estratégica. Aumentar a qualidade e confiabilidade dos sistemas, equipamentos e serviços tornaram-se um diferencial competitivo que é muito difícil de ser superado quando bem conduzido, através da gestão correta das informações, e as atitudes tomadas pela área operacional devem estar alinhadas as estratégias da organização como um todo. Com a crescente dependência em tecnologias para a maioria das operações, é muito importante desenvolver estratégias de manutenabilidade e confiabilidade apropriada para assegurar que as organizações estejam aptas a entregar alta qualidade e serviços seguros aos clientes (MADU, 2000). As melhores práticas ajudam a aumentar o desempenho operacional, e por implicação aumenta -se a competitividade que formam um fator de contribuição chave para o desempenho do negócio como um todo (VOSS & BLACKMON, 1993). Portanto o planejamento operacional das empresas deve ser muito bem conduzido e dentro da área de operações a manutenção passa a exercer um papel de fundamental importância, mantendo e melhorando os níveis de qualidade e desempenho. Para entender melhor os impactos das operações e da manutenção em empresas de serviços, este trabalho realizou estudos de caso em empresas do setor de telecomunicações. As tecnologias em telecomunicações tiveram um enorme desenvolvimento na década de 90 e deram origem a inúmeros serviços agregados às telecomunicações. Também o advento da sociedade baseada em informações 15 fez com que os serviços de telecomunicações sejam importantes na gestão de recursos para as companhias, e as companhias reconheceram que a utilização de vários serviços de telecomunicações seria a maior força na criação de novos valores na gestão do futuro (LEE e AHN, 2005). Na mesma linha da tendência mundial, o setor de telecomunicações brasileiro vem passando, nos últimos dez anos por substanciais modificações em suas estruturas funcionais e operacionais. A evolução tecnológica, a globalização e principalmente a quebra do monopólio estatal para o privado levaram o setor a repensar seu futuro. Esta abertura do mercado e o dinamismo dos investimentos tornam claro esta necessidade de planejamento operacional, pois as evoluções são constantes e rápidas e com diversidade de tecnologias as empresas precisam ter muita agilidade na sua área operacional a fim de preservar os clientes mantendo a qualidade dos serviços durante este universo de mudanças. Neste cenário a atuação da área de manutenção, torna-se mais importante ainda, e seus impactos na estratégia operacional crescem ainda mais, pois sua disponibilidade afeta diretamente a qualidade do produto entregue ao cliente, não sendo possível à compensação a partir de estoques, ou seja, o serviço não entregue é um serviço perdido, e que jamais será recuperado. E por estas razões foi à área escolhida para os estudos de caso deste trabalho. 1.1 Formulação do problema e diretriz da pesquisa O setor de serviços representa a cada dia que passa uma parcela mais significativa do PIB mundial, com isto a gestão de serviços passa a representar grande importância. Hoje nos Estados Unidos o número de trabalhadores neste setor representa mais de 80%, e esta proporção se reflete em todas as nações industrializadas ao redor do mundo (BRETHAUER, 2004). Exatamente por isto estudar estratégias de operações em empresas de serviços é muito importante. Os mercados vêm agregando muito valor e importância aos serviços, e um serviço não entregue torna-se perecível, diferente de um produto, pois é inestocável e intangível. 16 Neste cenário formular a estratégia de operações como suporte efetivo para se alcançar os objetivos visados pela estratégia geral da empresa depende da definição de dois elementos centrais. O primeiro deles refere-se à missão da área de operações, compreendendo os atributos competitivos que esta deve estar capacitada a atender e que normalmente, incluem qualidade, custo, agilidade de entrega, flexibilidade e inovação (LOWSON, 2003). Outro elemento da estratégia de operações corresponde às escolhas estratégicas que a empresa faz no sentido de capacitar-se para a entrega de produtos e serviços, satisfazendo aos atributos priorizados. Para preservar os clientes, e manter a qualidade dos serviços contribuindo de forma efetiva na estratégia operacional a manutenção desenvolve um papel de fundamental importância. Existem muitos autores que destacam a importância do desenvolvimento de estratégias operacionais, para auxiliar a competitividade das empresas, porém a maioria destes modelos tem como característica comum terem sido desenvolvidos para a aplicação em indústrias, estando muitas vezes inadequados para utilização nos setores de serviços (SUM, KOW e CHEM, 2004). Assim como em atividades do setor industrial, a formulação de estratégias de operações em empresas prestadoras de serviços tem por finalidade ampliar o poder de competitividade das empresas através de decisões tomadas na área de operações (CORRÊA e GIANESI, 1994). O presente trabalho busca compreender as implicações da manutenção na estratégia operacional em empresas prestadoras de serviços de telecomunicações, e para isto apresenta -se o problema de pesquisa na forma da seguinte questão: “Qual o papel da gestão da Manutenção na Estratégia de Operações em empresas fornecedoras de serviços?” Como resposta provisória apresenta-se à diretriz de pesquisa na forma do seguinte argumento lógico: 17 P: A qualidade dos serviços entregue aos clientes depende dos equipamentos e processos controlados pela área de manutenção. P: O desempenho do setor de manutenção influencia nos resultados operacionais da organização. P: A manutenção é parte do processo de formulação estratégica operacional para a organização. C: Então, a manutenção pode ser utilizada como fator competitivo na estratégia organizacional. 1.2 Justificativa As necessidades dos clientes determinam os atributos de valor dos produtos e serviços que as organizações devem atender, e desse modo, podem ser usados como indicações para o desenvolvimento de competências na área de operações (KASH, 2002). O investimento no desenvolvimento articulado dos diversos recursos e capacidades dos sistemas de operações, tais como a tecnologia, os sistemas, os procedimentos, bem como a localização e a disposição das instalações cria inter-relações de funções e competências específicas difíceis de copiar por outras empresas (XAVIER, 2005). As vantagens competitivas baseadas em operações são ancoradas nas capacidades das pessoas e processos operacionais da organização, estas vantagens dificilmente são percebidas pelos concorrentes, e sua efetividade ou potencial passa muitas vezes despercebido, sendo que inovações em operações são difíceis para serem replicadas e lentas para se difundirem (HAYES & UPTON, 1998). Sendo a manutenção parte das operações esta visão de Hayes e Upton corrobora com a necessidade de estudar formas de adoção estratégias para a manutenção como base para se obter vantagens competitivas. 18 1.3 Escopo do Trabalho O escopo do trabalho é a gestão estratégica da manutenção. Neste trabalho a área de manutenção está enquadrada como parte da área das operações e estudam-se seus impactos no setor de infra-estrutura de empresas de telecomunicações. A gestão estratégica da manutenção garante a correção de maneira sistêmica das ações, auxilia no acúmulo de conhecimentos sobre os equipamentos e indicadores mais importantes ao processo, utiliza as ferramentas de qualidade mais apropriadas, e utiliza as ferramentas de qualidade mais apropriadas ao setor. SKINNER (1969) a manufatura e as operações por abrangência podem e devem ser utilizadas como armas competitivas para as empresas. 1.4 Base Conceitual Este trabalho se desenvolverá sobre duas bases teóricas da área de Engenharia de Produção: Engenharia Organizacional, Estratégia e Desenvolvimento Sistemas e Operações. 1.5 Objetivos 1.5.1 Objetivo Geral Investigar a influência da Gestão da Manutenção em Infra-Estrutura de Telecomunicações, na Estratégia de Operações. Para atender ao objetivo desta investigação serão realizados sete estudos de caso. Considerando o objetivo proposto e a estratégia de pesquisa empregada, têm-se os objetivos específicos a seguir. 19 1.5.2 Objetivos Específicos Os seguintes objetivos específicos apresentam-se da seguinte maneira: - Identificar a Estratégia de Operações da Organização através de seus objetivos; - Identificar a função manutenção; - Identificar de que maneiras as atividades de manutenção contribuem para a função de operações, reconhecendo seu papel estratégico no aumento da competitividade e nos resultados; - Identificar quais são as técnicas ou ferramentas de qualidade utilizadas pela manutenção; - Identificar as aplicações das ferramentas de qualidade nas diversas funções do setor de manutenção; - Descrever a gestão estratégica da manutenção; - Identificar a função da Manutenção na estratégia de operações e serviços; - Formulação de um framework para adoção estratégica da manutenção na operação e serviços. 20 1.6 Estrutura do Trabalho Este trabalho foi estruturado em 07 capítulos: CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO, DIRETRIZES E OBJETIVOS CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA CAPÍTULO 3 – REVISÃO DA LITERATURA CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO DOS CASOS E ENTREVISTAS CAPÍTULO 5 – ANÁLISES DOS DADOS CAPÍTULO 6 – DESENVOLVIMENTO DO FRAMEWORK CAPÍTULO 7 – CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES E TRABALHOS FUTUROS Fonte: Elaborada pelo autor Figura 1-1: Lógica e Estrutura da Dissertação • O primeiro capítulo será composto pela introdução, definição do problema e diretriz da pesquisa, justificativa da pesquisa, escopo do trabalho e objetivos; • O segundo capítulo abordará a metodologia adotada para realização deste trabalho, os critérios adotados; • O terceiro capítulo apresentará a revisão bibliográfica que dará embasamento teórico para o desenvolvimento do trabalho; 21 • O quarto capítulo apresentará um resumo das entrevistas realizadas com profissionais da área bem como os sete estudos de caso realizados nas empresas; • O quinto capítulo consiste da análise dos resultados obtidos nos estudos de caso referenciados no quarto capítulo; • O sexto capítulo apresentará uma contribuição teórica através do desenvolvimento de um framework para adoção estratégica da manutenção nas Operações; • O capítulo final apresentará as conclusões do trabalho, bem como limitações e trabalhos futuros. 2 Metodologia Neste capítulo será abordado o método, o tipo de abordagem, seus objetivos, e o procedimento técnico adotado. 2.1 Metodologia Científica A busca do saber, ou seja, a busca do conhecimento tem sido a preocupação maior do ser humano. O avanço técnico / científico depende de um trabalho desenvolvido mediante a utilização de métodos que permitam separar sempre o verdadeiro do falso (SANTOS e PARRA FILHO, 1998). Um trabalho científico pode ser avaliado sob duas óticas, segundo Demo (1996), através de sua qualidade política e qualidade formal. • Qualidade política diz respeito aos conteúdos, aos fins e à substância do trabalho científico. • Qualidade formal refere-se aos meios e formas adotados na produção do trabalho e ao domínio de técnicas de coleta e interpretação de dados, manipulação de fontes de informação, conhecimento demonstrado na apresentação do referencial teórico e apresentação escrita ou oral em conformidade com os ritos acadêmicos. 22 Segundo DEMO (1996) metodologia, na origem do termo, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos usados para se fazer ciência. A metodologia tem com meta esclarecer sobre qual das diversas possibilidades de análise do fenômeno em estudo esta pesquisa foi realizada. Assim, para verificação do problema exposto, é fundamental o detalhamento dos aspectos relacionados à especificação do problema, ao delineamento e à delimitação da pesquisa, bem como os procedimentos de coleta e tratamento dos dados, elaborados nesta seção. De acordo com GIL (1999) a metodologia científica depende de um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos para que seus objetivos consigam ser atingidos. O método científico é muito importante para o desenvolvimento correto do trabalho, é ele o responsável por buscar elucidar a verdade ou a realidade dos fatos, entretanto precisa-se entender que o método representa apenas uma ferramenta, e que sem a reflexão de maneira inteligente não se descobre o que os fenômenos se referem. Segundo COHEN e NAGEL (1971) em suma método científico é a lógica geral, tácita ou explicitamente empregada para apreciar os méritos de uma pesquisa. Tanto os métodos de pesquisa, quanto os instrumentos utilizados para a coleta dos dados devem ser escolhidos e organizados de acordo com o propósito de cada investigação (BERTO e NAKANO, 1998). 2.2 Visão Geral dos Métodos de Pesquisa Através da revisão bibliográfica de diversos autores, verificou-se que as pesquisas podem ser classificadas de diversas maneiras, de acordo com o ponto de vista de sua natureza, abordagem do problema, de seus objetivos e de seus procedimentos técnicos. Do ponto de vista da natureza KERLINER (1980), classifica as pesquisas em pura ou básica e aplicada: • Básica – presta-se para testar a teoria, compreendendo-a, explicando-a e relacionando fenômenos. Objetiva gerar conhecimentos novos úteis 23 para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve Verdades e Interesses Universais. • Aplicada – é responsável busca transformar conhecimentos préexistentes para solução de problemas específicos. Envolve verdades e Interesses locais. Do ponto de vista da abordagem SILVA e MENEZES (2001), classificam-se as pesquisas em: • Quantitativa – onde tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Utiliza-se de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.). • Qualitativa - admite uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem. Do ponto de vista do objetivo, GIL (1996 p. 45) classifica as pesquisas em: • Exploratória - têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. O planejamento de pesquisas exploratórias é bastante flexível, sendo que na maioria dos casos, assume a forma de pesquisa bibliográfica ou estudo de caso; • Descritiva - têm como objetivo primordial à descrição das características de determinada população ou fenômeno, podendo também estabelecer relações entre variáveis. Assume em geral a forma de Levantamento; 24 • Explicativa - têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Assume, em geral, as formas de Pesquisa Experimental e Pesquisa Expo-facto. Quanto aos métodos de procedimentos técnicos, as pesquisas são classificadas por GIL (1996 p48): • Bibliográfica - é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. • Documental / Teórica - Vale-se de materiais que não receberam ainda tratamento analítico, tais como arquivos de órgãos públicos e instituições privadas. • Experimental / Empírica - É o produto de reflexões através de um experimento controlado. Selecionando-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. Codifica a face mensurável da realidade social. • Levantamento - caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. • Estudo de Caso - é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento. • Expo-Facto - quando o “experimento” se realiza depois dos fatos. • Pesquisa-ação - quando concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. • Participante – Quando se desenvolve a partir da interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas. 2.3 Procedimento Adotado A diretriz central desta pesquisa consiste em validar um sistema de gestão estratégica da manutenção identificando seu papel na estratégia de operações de serviços, por meio de análise teórica comparativa dos impactos 25 nos diversos sistemas de qualidade aplicados à manutenção a partir do desenvolvimento de um framework que auxilie nesta metodologia. Toda investigação científica depende de um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos, para que os objetivos definidos possam ser atingidos, estes objetivos são os métodos científicos (GIL, 1999, p 26). De acordo com a abordagem do problema esta pesquisa será realizada de forma qualitativa e descritiva, pois os dados serão coletados a partir de observações em campo e analisados pelo método indutivo. O método indutivo é um processo mental, em que se partindo de dados particulares suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Neste raciocínio a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. As constatações particulares levam à elaboração de generalizações (GIL, 1999; LAKATOS e MARKONI, 2001). Do ponto de vista do objetivo esta pesquisa é descritiva no que diz respeito à investigação do comportamento e exploratório no sentido que será realizada através de estudos de caso. Quanto aos métodos de procedimentos técnicos o adotado será o estudo de caso. Este procedimento permite uma investigação empírica que estuda um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos (YIN, 1994). A pesquisa será projetada para um estudo de caso múltiplo por utilizar sete casos. Ainda contará com a realização de quatro entrevistas para obter conhecimento prévio em torno do problema e completar a elaboração do protocolo de pesquisa (YIN, 1994). Os dados serão analisados seguindo as proposições que deram origem ao projeto de pesquisa, as revisões feitas na literatura e as novas interpretações que possam aparecer a partir do estudo de caso piloto. As proposições que darão forma ao plano de coleta de dados conseqüentemente estabelecerão as prioridades para as estratégias de análise dos dados coletados. A análise deve ser realizada com os dados coletados em fontes diferentes que no passo seguinte deve-se realizar a triang ulação para promover a validade interna da investigação. Já a validade externa fica por conta da lógica de replicação feita nos sete casos (YIN, 1994). 26 No apêndice 01 encontra-se um protocolo, formado por um conjunto de procedimentos e regras para guiar o trabalho de campo, construído para esta investigação científica, pois este trabalho trata de um projeto de múltiplos estudos de caso e também para assegurar a replicabilidade. O protocolo em conjunto com o banco de dados da pesquisa garante a confiabilidade da pesquisa. Formulado nas intenções da pesquisa, o protocolo pode ser corrigido com informações obtidas com a aplicação de um estudo de caso piloto que auxilia no esclarecimento de conceitos úteis à realização da investigação (YIN, 1994). 2.4 Estratégia de Pesquisa Como estratégia para a presente pesquisa pretende-se desenvolver uma revisão bibliográfica explorando os temas Estratégia de Operações e mais especificamente como se pode planejar a função Operações de forma a conectar a área operacional aos objetivos estratégicos das empresas prestadoras de serviços. Também será estudada a função Manutenção e dentro da área operacional serão as formas de como a manutenção pode contribuir para a função operações, melhorando o seu rendimento e sua qualidade nos serviços e produtos ofertados ou reproduzidos. Para ajudar na construção do framework foram estudadas as diversas ferramentas de qualidade existentes e aplicadas à manutenção estas ferramentas serão analisadas através de uma matriz de relacionamentos com o intuito de se descobrir à relevância das mesmas perante as funções da manutenção na estratégia de operações. A pesquisa envolveu um estudo de caso múltiplo por utilizar, sete casos, sendo um piloto mais três para refinamento e três para validação em empresas com atuação na área de serviços de telecomunicações. Ainda contará com a realização de entrevistas para auxiliar na complementação do protocolo de pesquisa (YIN, 2001). Os critérios de escolha para as empresas de Telecomunicações foram à atuação profissional do autor dentro da área, relevância com o projeto de 27 pesquisa, facilidade de acesso às informações e às áreas de operação e manutenção. Entre as empresas escolhidas para realização dos casos, foi definida como mais adequado para a realização do caso piloto, a empresa que está representando o caso “A”, por ser uma empresa que possui uma grande atuação ampla da área de manutenção e que como foi averiguado antes, é reconhecida como área importante dentro das operações dessa empresa. A importância foi definida por ser comandada por um gerente como as demais áreas, dentro da diretoria de Operações e por ter atuação nacional centralizada, formalizado suas ferramentas de gestão, indicadores de medição, ferramentas de melhorias e os canais de comunicação. Estes detalhes foram decisivos para encontrar novidades que pudessem ser úteis na correção do protocolo de pesquisa. Os dados devem ser analisados seguindo as proposições que deram origem ao projeto de pesquisa, as revisões literárias e as novas interpretações que porventura possam surgir a partir do estudo de caso piloto. As informações mais relevantes identificadas durante a formulação do framework conseqüentemente estabelecerão as prioridades para as estratégias de análise dos dados coletados. A análise deve ser realizada com os dados coletados em fontes diferentes que no passo seguinte deve-se realizar a triangulação para promover a validade interna da investigação. Já a validade externa fica por conta da lógica de replicação feita nos quatro casos (YIN, 2001). 28 Diretriz da Pesquisa Construção de um modelo teórico de referência Operacionalização da pesquisa Aplicação da pesquisa Análise de resultados Síntese de resultados Atividade Objetivo Revisão Bibliográfica, conceituação, sistematização e formulação de um framework preliminar para adoção estratégica da manutenção nas operações. Modelar a gestão estratégica da manutenção e posicioná-la em relação à área de operações de forma que possa explicar e explorar a relação entre a manutenção seu papel na área de operações. Elaborar e definir os instrumentos de pesquisa a serem aplicados no estudo de caso (Individualmente). Seleção dos casos Elaboração dos roteiros de entrevistas, questionários e planilhas de verificação. Elaborar uma estratégia para aplicação da pesquisa Escolha de técnicas, elaboração e aplicação de procedimentos de análise através da análise de conteúdo e outras técnicas de natureza qualitativa aplicáveis. Refinamento e Validação do framework de referência Justificativa da diretriz levantada. e definição de trabalhos futuros Fonte: elaborada pelo autor Figura 2-1: Projeto de Pesquisa Preparar os envolvidos para o desenvolvimento da pesquisa através da elucidação de sua finalidade e objetivos. Elaborar, definir e aplicar instrumentos de análise ao estudo de caso, (Individualmente). Conclusão do trabalho e identificação de oportunidades para a continuidade do estudo. 29 3 Revisão da Literatura Neste capítulo serão discutidos os conceitos de estratégia, estratégia de operações e de serviços. Também serão apresentados os temas de manutenção, abordando seus conceitos, tipos de manutenções praticadas, sua evolução, estratégia de manutenção e estratégia de manutenção aplicada para a área de operações. 3.1 Definição de Estratégia A palavra estratégia é de origem grega. Strategus, para os gregos antigos significava o general superior, ou generalíssimo e strategia significava a arte deste general (ALBUQUERQUE, 1983). A concepção de estratégia é bastante ampla e possui muitas vertentes dependendo do contexto, da época e do autor. Para SKINNER (1969), estratégia é um conjunto de planos e políticas que cada companhia planeja para ganhar vantagens sobre seus competidores. Segundo SLACK et all, (2002 p. 87) estratégia é o padrão global de decisões e ações que posicionam a organização em seu ambiente e têm a missão de fazê-la atingir seus objetivos de longo prazo. As estratégias, independentemente do seu nível hierárquico, são formadas por conteúdo e processo e, embora conteúdo e processo sejam interligados entre si, podem ser analisados de maneira separada. O conteúdo trata do que está decidido, ou seja, as questões “o que” da estratégia, enquanto o processo é o método para produzir o fluxo de decisões e ações, ou seja, trata as questões “como” da estratégia (SLACK et all, 2002). O que se observa como estratégia é, na verdade, o conteúdo da estratégia, ou seja, o padrão de decisão que a compõe. O processo para definir esse padrão de decisão, às vezes oculto para a maioria das pessoas da organização, pode ser um processo “de cima para baixo,” top-down , resultante de um desdobramento estratégico, ou “de baixo para cima,” bottom-up, resultante da aprendizagem “capacitações” (SLACK et all, 2002). 30 Assim como a manufatura é desdobrada em um conjunto de áreas de decisão e norteada por critérios de desempenho, da mesma forma, a estratégia de manufatura está associada com as escolhas feitas dentro destas áreas de decisão, para que a estratégia de manufatura seja alinhada com as metas de negócio e corporativas. Dessa forma se chega a uma perspectiva “de cima para baixo” top-down de estratégia da manufatura (SKINNER 1969; WHEELWRITGHT 1978). Por sua vez, Mintzberg observa que as estratégias emergem mais do que são deliberadas e introduz a definição de estratégia realizada como um fluxo de ações deliberadas e emergentes. Para Mintzberg, as estratégias realizadas não só são deliberadas como também emergem de um padrão de comportamento dos colaboradores. Este conjunto de ações e decisões padronizadas que formam tal comportamento, ocorre nas áreas de decisão e fornecem uma perspectiva “bottom-up”, de baixo para cima de estratégia da manufatura (MINTZBERG, 1978). Segundo PORTER (1996 p. 63), estratégia é criar uma posição exclusiva e valiosa, envolvendo um diferente conjunto de atividades. PORTER (1986) argumenta que a estratégia de uma organização é formada por uma série de ações ofensivas ou defensivas cujos objetivos estão direcionados em proporcionar uma posição sólida no mercado em que atua, face à concorrência. Para tal, a organização dispõe de cinco forças competitivas: • Ameaça de novos entrantes; • Poder de barganha dos fornecedores; • Poder de barganha dos compradores; • Ameaça de produtos/serviços substitutos; • Rivalidade entre os concorrentes. A soma destas forças resulta na adoção, por parte da organização, daquilo que o autor denomina estratégias genéricas: liderança no custo total (buscando um custo mais baixo), diferenciação (buscando fortalecimento da marca e lealdade do consumidor) ou enfoque (buscando segmentos específicos); PORTER (1986) destaca ainda que as estratégias possam ser implantadas de forma isolada ou pela combinação entre elas. Porém, a organização deve 31 priorizar a adoção de uma estratégia em particular, face à avaliação do potencial da empresa, das condições do ambiente, bem como os aspetos de variedade, necessidade e acessibilidade. Para HATCH (1997) estratégia diz respeito à condução de uma organização em seu ambiente competitivo, envolvendo a seleção das metas ou objetivos que traçam ações para manter ou conquistar posições de mercado, a reunião de recursos disponíveis e avaliação do contexto ambiental. A definição de estratégia como uma opção formulada a partir da visão conjunta dos ambientes organizacionais internos e externos da empresa se torna comum para alguns autores que trabalham este tema. Segundo GIMENEZ (1999) a estratégia competitiva pode ser definida como um padrão de decisões que leva a um comprometimento de ações e de recursos organizacionais com vistas a explorar as oportunidades de mercado. A confusão em torno da estratégia se dá em grande parte devido ao uso contraditório e parcial do termo estratégia, acreditando que o uso de várias definições poderia ajudar no entendimento deste problema (MINTZBERG e QUINN, 2001). A estratégia não é apenas uma idéia de como lidar com o inimigo num ambiente de concorrência de mercado. Grande parte da confusão nesse campo advém de usos contraditórios e indevidos do termo estratégia (MINTZBERG, AHLSTRAND, LAMPEL, 2000). Estratégia é um padrão ou plano que integra as principais metas, políticas e seqüência de ações de uma organização num todo coerente. Uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma organização para uma postura singular e viável, com base em suas competências e deficiências internas relativas, mudanças no ambiente antecipada e providências contingentes realizadas por oponentes inteligentes (MINTZBERG; AHLSTRAND, LAMPEL, 2000). Segundo MINTZBERG, AHLSTRAND e LAMPEL (2000), a conceituação do termo estratégia requer uma série de definições das quais se destacam cinco tratamentos distintos, estratégia como um plano, significando uma direção, um guia ou um curso de ação para o futuro, um roteiro para alterar a 32 situação da empresa de uma determinada posição percebida para uma posição pretendida. Em outra vertente, os autores apresentam estratégia como um padrão, consistência em comportamento ao longo do tempo. Deste modo, as organizações tanto desenvolvem planos para seu futuro quanto extraem padrões de seu passado. A terceira forma de abordar estratégia é considerá-la como um processo ou manobra, específica para despistar os concorrentes. Neste caso, a empresa toma decisões que tornam públicas, no sentido de esconder a sua real intenção de agir de uma determinada forma. A quarta definição aborda estratégia como uma posição ocupada em determinado mercado, corroborando com o conceito de PORTER (1996) de que a estratégia é a criação de uma posição única e valiosa, envolvendo um diferente conjunto de atividades. A quinta definição aborda estratégia, como uma perspectiva, isto é a maneira fundamental de uma organização fazer as coisas, representando a teoria vigente no negócio que leva à consecução da visão de futuro da empresa. Porém, qualquer que seja a definição adotada, sempre haverá pontos positivos e negativos. Conquanto existam vários relacionamentos entre as várias definições, nenhum relacionamento isolado nem qualquer definição única no que diz respeito ao assunto assumem precedência sobre os demais. Essas definições competem (no sentido de que podem se revezar entre si), mas, talvez de maneira mais importante, elas se complementam (MINTZBERG; AHLSTRAND, LAMPEL, 2000). Uma questão fundamental no campo da gestão estratégica é como as empresas alcançam e mantém sua vantagem competitiva. TEECE e PISANO (1997) apresentam as capacidades dinâmicas da organização, que representam à prática da exploração das competências internas e externas da organização, através de modelos estratégicos que enfatizam a exploração de poder do mercado, e modelos estratégicos que enfatizam a eficiência. Ainda segundo TEECE e PISANO (1997), estes modelos estratégicos são apresentados através quatro paradigmas de gestão estratégica sendo que os dois primeiros defendem que a visão dos fluxos de rendimentos é privilegiada pela posição ocupada no mercado. O primeiro paradigma é o paradigma das forças competitivas, dominante na década de 80 este paradigma enfatiza as ações que uma empresa pode adotar para criar 33 posições defensivas contra forças competitivas. Neste modelo são apresentadas cinco maneiras de bloqueio dos competidores, através de barreiras de entrada, ameaça de substituição, poder de barganha dos compradores, poder de barganha dos fornecedores, rivalidade entre industriais. O segundo paradigma é o dos conflitos estratégicos, onde a idéia principal sugere que manipulando o mercado, uma empresa pode estar apta a aumentar seus lucros. Este paradigma enfatiza ações que uma empresa pode tomar contra as forças competitivas, utiliza ferramentas da teoria de jogos, sinalização, controle da informação, política de preços e Estratégia para Investimentos. Este paradigma prega o seguinte lema, “faça aos outros, antes que façam a você”. Os outros dois paradigmas apresentam modelos estratégicos que enfatizam a eficiência, são eles, paradigma da perspectiva baseada em recursos, que apresenta as empresas como estruturas lucrativas superiores porque possuem notadamente baixos custos e alta qualidade de seus produtos alta eficiência e efetividade. Para se adotar este método sugere que sejam identificados os recursos únicos de sua empresa, decidindo em quais mercados estes recursos podem obter altos rendimentos, e onde estes recursos podem ser efetivamente utilizados. O outro paradigma é o paradigma da aproximação por capacidades dinâmicas, que explica como a combinação de competências e recursos podem ser desenvolvidos, desdobrados e protegidos, enfatizando a necessidade do desenvolvimento de capacidades gerenciais, auxiliando a compreensão e reconhecimento de novas fontes de vantagem competitivas, sendo que as capacidades não podem ser compradas devem ser construídas. Do ponto de vista de mercado segundo HAMEL e PRAHALAD (1989), a intenção estratégica deve ser clara quanto aos fins e flexível quanto aos meios, onde intenção representa o desejo, propósito e plano, e a estratégia representa o ato de arquitetar e conceber. A intenção estratégica é mais ampla que o planejamento estratégico, pois visa ações de longo prazo. Para isso devem ser definidos objetivos que mereçam esforço pessoal e dedicação, em vez de objetivos baseados em lucro ou preço. 34 3.2 O Processo de Formulação de Estratégia De acordo com MINTZBERG et all (2000, p. 13), existem dez escolas conceituais para analisar o processo de formulação da estratégia conforme mostra o quadro. Quadro 3-1 Escolas x Processos de Formulação da Estratégia ESCOLA FORMAÇÃO DA ESTRATÉGIA Design Processo Conceitual Posicionamento Processo Analítico Planejamento Processo Formal Poder Processo de Negociação Ambiental Processo Reativo Empreendedora Processo Visionário Cognitiva Processo Mental Aprendizagem Processo Emergente Cultural Processo Coletivo Configuração Processo de Transformação Fonte: MINTZBERG et all (2000) HOFER E SCHENDEL (1978) apresentam uma perspectiva tradicional TopDown para formação de estratégia, composta por sete Steps (passos) que são incluídos implícita ou explicitamente na maioria dos modelos de formulação de estratégia são eles: • Step 01 - Identificação da estratégia: avaliação de estratégia atual; • Step 02 - Análise do ambiente: identificação de oportunidades e ameaças; 35 • Step 03 - Análise de recurso: avaliação de habilidades principais e recursos disponíveis para fechar os espaços identificados nos próximos passos; • Step 04 - Análise dos espaços: comparação dos objetivos da organização, estratégia e recurso contra as oportunidades de ambiente e ameaças para determinar a extensão de mudança requerida na estratégia atual; • Step 05 - Alternativas estratégicas: identificação das opções nas quais uma nova estratégia pode ser construída; • Step 06 - Avaliação de estratégia: avaliação das opções estratégicas para identificar esses que melhor conhecem os valores e objetivos de todos os stakeholders, enquanto levando em conta, as oportunidades ambientais e ameaças e os recursos disponíveis; DYSON (2000) desenvolveu um modelo do processo de desenvolvimento estratégico que destaca a importância da medição de desempenho e metas nas ações da organização, e particularmente sua influência no desenvolvimento de novas estratégias. Seu modelo apresenta primeiramente as noções de feedback e desempenho, e em seguida a noção de elementos essenciais para o controle de um sistema. Este modelo completo desenvolvido por DYSON (2000) e que apresenta um processo de desenvolvimento estratégico de uma organização pode ser observado na figura 3.1. 36 Desempenho, Medição e Metas Objetivos Controle Estratégico Entradas não Controladas Implementação Iniciativa Estratégica de Desempenho Modelo de Sistema / Avaliação Nível de Incerteza Missão Medição de Desempenho Fonte: DYSON, 2000 Figura 3-1 Modelo de Processo de Desenvolvimento Estratégico O modelo apresentado na figura 3.1 foi desenvolvido a partir de três submodelos: O primeiro sub-modelo representado pela figura 3.2 mostra que para este sistema permanecer em controle, isto é na meta, são essenciais para o sistema de medição, os elementos de medição de desempenho, uma meta, um sistema de feedback, um procedimento de controle e um recurso apropriado, tudo deve estar no lugar. Se qualquer parâmetro for deficiente então o sistema estará fora de controle. O sistema simples de controle demonstra ser um sistema essencialmente reativo, logo ele por si só é inadequado para um desenvolvimento estratégico onde a pró-atividade é essencial. Devido à dimensão tempo dos sistemas estratégicos. 37 Escolha estratégica: seleção das opções para implantação. Entradas / Saídas Descontroladas Recursos Procedimento de Controle Meta Sistema Medição de Desempenho Fonte: DYSON, 2000 Figura 3-2 Sub-Modelo 01 - Sistema Simples de Controle A maior parte das iniciativas estratégicas deve ser adotada invariavelmente a tempo de causarem um impacto positivo nos sistemas, se iniciativas estratégicas não forem tomadas a tempo de salvarem os sistemas que possam estar com desempenho ruim, geralmente a correção da situação é muito tarde. O segundo sub -modelo mostrado na figura 3.3 reconhece-se que as organizações possuem objetivos complexos que são desenhados inicialmente para um senso de direção desejado para se desenvolver a organização. Esta direção é geralmente representada pela missão ou visão da empresa. A missão, entretanto é usualmente muito ampla para direcionar uma ação e é suportada por objetivos mais específicos, como medição de desempenho e metas. Este sub -modelo pode ser pensado como se a medição de desempenho induzisse a estratégia, ele ainda tende a ser um circulo virtuoso, mas em algumas oportunidades pode levar a organização a direções erradas. 38 Direção Mudanças Organizacionais Missão Responsabilidades Comportamentais Objetivos Metas Medição de Desempenho Fonte: DYSON, 2000 Figura 3-3 Sub–Modelo 02 Medição de Desempenho e Desenvolvimento Estratégico O terceiro e último sub-modelo é o mais simples de todos e baseia-se na avaliação das iniciativas estratégicas Por definição, tentativa e erro não é uma opção para a iniciativa estratégica, enquanto os eventos não são repetidos. Os geradores de boas idéias enxergam automaticamente as oportunidades suportando estas idéias e encontrando evidências que suportam e podem ser tomadas como suficientes para prosseguir com uma nova iniciativa estratégica. Entretanto a regra para a pesquisa operacional é tomar um processo crítico para testar a iniciativa estratégica a fim de avaliar suas conseqüências sob alternativas possíveis futuras. A forma de iniciativa mais robusta de teste é a que possui a maior chance de validar uma iniciativa. 39 Fonte: DYSON, 2000 Figura 3-4 Sub-Modelo 03 – Avaliação das Iniciativas Estratégicas Voltando para figura 3.1, onde se representa o modelo completo do 40 3.3 Estratégia de Operações Convencionalmente a área de operações é dirigida de maneira top-down , porém alguns alertas vêm sendo dados no sentido de se mostrar à importância de se rever certos conceitos administrativos frente ao setor de operações. O ambiente dinâmico da manufatura traz novas situações a cada momento. Ações estratégicas são realizadas pela empresa com a finalidade de retomar o rumo traçado, independentemente das dificuldades que possam surgir no percurso. As ações estratégicas são adaptativas, respondendo às contingências ambientais na medida em que elas ocorram, visando com isso, o alcance dos objetivos estratégicos da organização. O grande ponto a ser atingido, porém é o equilíbrio das operações (MINTZBERG, 1998). Entre as estratégias funcionais, particularmente a de manufatura, é mais dinâmica que as estratégias dos níveis superiores devido à necessidade de adaptar-se ao contexto organizacional. Para atender os objetivos da estratégia do negócio a manufatura faz suas adaptações “absorvendo os conhecimentos gerados ao longo do tempo através das suas áreas” (HOFER E SCHENDEL, 1978). A importância da área de operações foi originalmente discutida por SKINNER (1969), onde o autor alerta sobre a pequena participação da área de operações na definição da estratégia corporativa. O autor também critica aos gerentes americanos pelo apego aos princípios impostos pela visão taylorista de gestão, onde se enfatiza a padronização, redução de custos e aumento de eficiência, com detrimento muitas vezes de certos atributos competitivos mais importantes, como flexibilidade, qualidade, criatividade e inovação. Esta visão tecnicista, para SKINNER (1969), que apenas privilegia baixos custos e alta eficiência, leva a alta gerência a se afastar cada vez mais das operações formando uma lacuna entre as duas áreas. Ao decidirem estrategicamente apenas baseados nos custos os gestores deixam de utilizar a área de operações como arma competitiva, transformando-a em um pesado encargo, composto de instalações, sistemas e equipamentos gerenciais inflexíveis, difíceis de modificar e caros. 41 A partir do alerta dado por SKINNER (1969) diversos autores complementaram seu artigo criando definições para o que foi chamado de estratégia de operações. O processo clássico da época de produção em massa era selecionar cada operação e melhorá-la individualmente Taylor, porém atualmente exige-se uma abordagem totalmente diferente, adaptada à era atual com mais produtos, ciclos de produção mais curtos, mudanças mais rápidas e competição de marketing. Na mesma linha do pensamento fundamento por Skinner e observando as necessidades de mercado, KOTLER (2003) afirma que a estratégia compreende o processo de construção de valor consistente e diferenciado ao mercado-alvo. Porém para conseguir isto a empresa deve gerar a necessidade de mudança no ambiente, através da adaptação constante da sua oferta e melhorando sua forma de competir efetivamente. A gerencia deve-se esforçar para estruturar as operações criando vantagens competitivas sustentáveis, que possibilitem a empresa conseguir manter um desempenho melhor que seus concorrentes, principalmente nos atributos perceptíveis pelos consumidores. O conceito de estratégia operacional está intimamente ligado à perda de competitividade da indústria norte americana frente às indústrias japonesas, no início da década de 70. Para um entendimento profundo da estratégia de manufatura, é preciso compreender os efeitos de cada decisão e ação realizada em cada parte (áreas) que compõe a manufatura. Estas decisões e ações podem ser a adoção de uma tecnologia, a compra de um equipamento, um treinamento ou implantação de uma ferramenta (SLACK et all, 2002). A estratégia operacional exerce um impacto significante no desempenho organizacional, logo os sistemas de gestão devem dar grande ênfase para este assunto (GUPTA et all, 1998). A estratégia de operações é o conjunto dos objetivos, das políticas, e das restrições impostas que descrevem junto como a organização propõe dirigir e desenvolver todos os recursos investidos nas operações para cumprir melhor (e possivelmente redefinir) sua missão (HAYES, et all pg. 33, 2005). 42 O propósito da estratégia de operações é guiar as operações da organização em montar e alinhar os recursos que estarão aptos a implementar a estratégia competitiva nas companhias efetivamente (HAYES et all pg. 36, 2005). De acordo com HAYES & WHEELWRIGHT (1985) a mudança de atitude exigida da área operacional das companhias pode ser desenvolvida através de quatro estágios por intermédio de algumas escolhas importantes, são eles: 01) O primeiro estágio diz respeito à minimização do potencial negativo da área operacional; 02) O segundo estágio almeja alcançar paridade com os competidores; 03 O terceiro estágio é responsável por prover suporte e credibilidade para a estratégia de negócios; 04) O quarto estágio é responsável pela perseguição incessante das vantagens competitivas operacionais. Segundo BENNIGSON (1996), mudar a estratégia de Operações não requer um processo evolutivo, mas sim um processo revolucionário. Melhoria continua (evolução) é um pré-requisito de sucesso em um mundo competitivo. Mas mudanças incrementais simplesmente não são suficientes quando as condições competitivas exigem a redistribuição dos recursos de manufatura. Competidores classe mundial não diminuem o ritmo para que outros tenham o luxo de ter mais tempo para crescer. Este é um trabalho que deve ser desenvolvido por toda a organização, não é um exercício limitado à área operacional. No quadro 3.2 BENNINGSON (1996) apresenta alguns questionamentos que devem ser respondidos para auxiliar no desenvolvimento da estratégia operacional, a fim de se atender as exigências mercadológicas. 43 Quadro 3-2 Exigências do mercado Tópico Crenças Questionamentos? O que as pessoas ...necessidades dos clientes? acreditam sobre... ... padrões competitivos? ... quais políticas operacionais ou práticas são pensáveis? ... como a operação deve trabalhar? Estratégia Que recursos são ... tecnologia dura, capacidade, distribuídos para ... integração, vertical, posições regionais? Habilidades suaves, valores, capacidades organizacionais? Ações O que as pessoas fazem ... identificar prioridades e resolver dia a dia... problemas operacionais? ... relacionamentos de trabalho dentro das operações? ... relacionamentos de trabalho entre a operação e outras funções? ·Fonte: Adaptado de BENNIGSON (1996) Como se pode observar no quadro acima muitas questões precisam ser repensadas. E a área operacional deve agir de maneira rápida e responsável para atender as novas exigências mercadológicas. As vantagens baseadas nas operações representam além da sustentabilidade, um diferencial competitivo, especialmente quando ancoradas nas capacidades das pessoas e nos processos da organização (HAYES e UPTON, 1998). Usar as operações para criar uma vantagem competitiva é simplesmente executar a estratégia da manufatura de maneira mais eficiente que seus concorrentes. As habilidades somente podem ser desenvolvidas com esforço consciente, experiência e tempo. É assim que o poder competitivo das operações realmente se torna releva nte (HAYES e UPTON, 1998). Inovações em operação são difíceis de replicar e de lenta difusão. Freqüentemente necessitam uma reorganização da empresa e às vezes um 44 completo realinhamento na filosofia gerencial e na cultura corporativa. Por isso, esta vantagem é tão valiosa. A qualidade dinâmica desta vantagem também é relevante, pois as empresas em constante inovação possuem as mais eficientes operações. Estratégias baseadas nas capacitações das operações são “emergentes” e reconhecidas posteriormente como produto do planejamento estratégico tradicional. As vantagens mais sustentáveis são aquelas baseadas numa habilidade organizacional para aprender. Enquanto as empresas replicam um equipamento e as políticas de operação do concorrente dentro de poucos anos, aprender a utilizá -las efetivamente, sempre leva muito mais tempo (HAYES e UPTON, 1998). O planejamento estratégico deve ser pensado como um jogo de xadrez de alto nível, pois a estratégia raramente é evidente até que sua aplicação esteja fundamentada em toda a organização, as companhias que falharem ao explorarem completamente o potencial estratégico das operações estará dificultada em seus ataques e vulnerável aos competidores que explorarem este potencial, muitas empresas estabelecidas, com posição competitiva estável, seguindo uma estratégia clara, quando atacadas por concorrentes, perdem ambos, posição e estratégia. As companhias devem evitar se confinar em atividades de melhorias contínua e encontrar o caminho para as melhores práticas operacionais (HA YES & UPTON, 1998). De acordo com SLACK et all, (2002), existem quatro pontos de pressão sobre o conteúdo das estratégias da manufatura; • O que a empresa deseja que as operações façam; • O que as experiências diárias sugerem que as operações deveriam fazer; • O que os recursos da manufatura podem fazer; • O que o posicionamento de mercado requer que as operações façam. Estas pressões marcam o ponto de partida para definir o processo a ser utilizado para definir o conteúdo da estratégia da manufatura. Os processos organizacionais devem receber como entradas recursos e entradas do mercado, indicadores de desempenho, desenvolvendo recursos estratégicos, e criando com isto dois tipos de barreiras, as barreiras de entrada (desempenho) e as barreiras de imitação (competências). Para a área 45 operacional algumas implicações devem ser consideradas, não se deve negligenciar as características dos recursos, respeitando a combinação de recursos tangíveis e intangíveis. Para distribuir com sucesso os recursos operacionais, a gestão deve realizar mudanças em muitas dimensões, simultaneamente e usualmente sob pressão do tempo. Efetividade Operacional e Estratégia são ambas essenciais para se atingir desempenho superior. Mas elas trabalham em caminhos diferentes. Efetividade Operacional significa desempenhar diversas atividades melhor, que a concorrência. Inclui mas não se limita à eficiência. Refere-se a inúmeras práticas que permitem a companhia a utilizar melhor as entradas, por exemplo, reduzir defeitos em produtos ou desenvolver produtos de forma rápida e melhor. Melhorias constantes na efetividade operacional são necessárias para que atinjam rentabilidades superiores. Entretanto apenas isto não é suficiente. (PORTER, 1996) As diferenças em efetividade operacional foram o coração do desafio japonês contra as companhias ocidentais na década de oitenta. Os japoneses estavam muito adiante dos concorrentes em efetividade operacional e então eles puderam oferecer custos mais baixos com qualidade superior ao mesmo tempo, porém apenas recentemente se enxergou que era possível ser competitivo desta maneira (PORTER, 1996). 3.3.1 Estratégia de Operações em Serviços Em meados da década de 70 a área de serviços passou a ser considerada de maneira distinta da área de manufatura. A diferença entre produtos e serviços são mais que somente a semântica: Produtos são objetos tangíveis existentes em ambos os espaços e tempo enquanto serviços são atores e processos existentes somente no tempo. Produtos são possuídos e serviços usufruídos, participados e experimentados. Alguns pesquisadores acreditam que a gestão de serviços deveria ser reconhecida como uma disciplina com suas próprias habilidades, competências e vocabulários. Operações de serviços possuem características únicas não encontradas na 46 produção, notável influência do cliente, não ser separa a produção do consumo, e a intensidade do trabalho. Estas características únicas não encontradas na indústria põem difíceis desafios para os gerentes operações de serviços. As teorias, idéias, ferramentas, e técnicas desenvolvidas de e para a área de manufatura são geralmente inadequadas e restritivas quando aplicadas à gestão de serviços (NIE & KELOGG, 1999). Para CÔRREA e CAON (2002) o objetivo da estratégia de operações é garantir que a função de gerenciar processos de produção e entrega de valor ao cliente seja alinhada com intenção estratégica da empresa quanto aos mercados a que pretende servir. Para isso é necessário incluir no tratamento de processos decisórios em operações, elementos externos à organização, como o cliente, a concorrência, os parceiros fornecedores, o acionista e outros grupos de interesse. Para se ter uma idéia de como a estratégia em serviços é importante, PORTER (1996) explica que a essência da estratégia é escolher como desempenhar atividades ou tarefas operacionais diferentemente e melhor do que os concorrentes, posições estratégicas podem ser definidas nas necessidades dos clientes, penetração, ou variedade de produtos para a companhia ou serviços. A implantação de ajustes nos processos internos às demandas dos clientes, pressupõe a necessidade de adotar uma abordagem multifuncional, de modo a assegurar que todos os sistemas, procedimentos, atividades e a cultura empresarial sejam concebidos com a finalidade de atender a essas demandas (ALBRECHT, 2000). Fleury e Fleury (2001) em sua ótica afirmam que são considerados três tipos de estratégias competitivas por meio das quais as empresas podem relacionar-se e competir no mercado: • Excelência Operacional – Caracteriza empresas que buscam competir com base no custo, procurando oferecer aos seus clientes um produto médio com melhor preço e bom atendimento; • Inovação do Produto – caracteriza empresas que procuram oferecer aos seus clientes produtos de ponta, inovando sempre; 47 • Orientada a Serviços – caracteriza empresas voltadas a atender o que clientes específicos desejam, estas empresas especializam-se em satisfazer e até antecipar as necessidades dos clientes em função da proximidade com eles. 3.4 Função Manutenção Manutenção é o conjunto de atividades e recursos aplicados aos sistemas ou equipamentos a fim de mantê-los nas mesmas condições de desempenho de fábrica e de projeto, visando garantir a consecução de sua função dentro dos parâmetros de disponibilidade, de qualidade, de prazos, de custos e de vida úteis adequados (MIRSHAWKA e OLMEDO, 1993). A manutenção é definida como a combinação de todas as técnicas e ações, administrativas e gerenciais, durante o ciclo de vida de um produto ou item, de forma a retê-lo ou restaurá-lo a, um estado em que pode executar a função para qual foi planejado originalmente (MARQUEZ e GUPTA, 2005). A manutenção industrial até recentemente era considerada apenas como fator de custos e gastos. No passado, os aspectos mais conhecidos da manutenção caracterizavam-se como sendo repetitivos e de rotina, pura substituição de peças, poucas técnicas empregadas, muitas improvisações e emergências. Contudo, devido ao alto custo gerado pelos chamados “downtimes” tempos parados ou perdidos, durante a produção ou entrega dos serviços, a manutenção está gradativamente se tornando parte da estratégia da organização e vem sendo observada dia a dia com olhos diferentes. Manutenção é o termo usado para abordar a forma pelas quais as organizações tentam evitar as “falhas” ao cuidar de suas instalações, especialmente aqueles ativos que desempenham papel fundamental nas suas atividades de produção (SLACK et all, 2002). Dentro do contexto de manufatura, com mudanças no processo industrial e enfatizando cada vez mais a produção enxuta e a confiabilidade, a disponibilidade da planta é vitalmente crucial. Assim sendo, uma das principais áreas da indústria moderna, é a manutenção, área que vem ganhando muito destaque nos últimos anos (NAGAO, 1999). 48 O pobre desempenho das máquinas, tempos de manutenção não programados e uma manutenção ineficaz, levam a diminuição considerável nos lucros, trazem perdas de produção, perdas de mercado, perdas de oportunidades e assim por diante (NAGAO, 1999). Originalmente a manutenção consistia apenas em manter os equipamentos funcionando como foram projetados (FARIA, 1994). Porém hoje em dia além de preservar as condições operacionais a área de manutenção também é responsável, por desenvolver melhorias de desempenho, auxiliando na otimização dos processos. Uma visão mais positiva encara a manutenção como uma ciência, uma arte ou uma filosofia, pois necessita de aplicação de conhecimentos diversos oriundos de todas as ciências, de profissionais com aptidões e conhecimento técnicos, além de ser cuidadosamente planejada para a operação ou organização desenhando ou modelando a efetividade alcançada (HIGGINS, 1995). A área de manutenção tem se tornado cada vez mais importante. Mercados globalizados estão forçando as organizações a competir não só em qualidade ou preço, mas também em tecnologia, redução de lead times, inovando, confiabilidade e tecnologia da informação (MADU, 2000). 3.5 A Evolução da Manutenção Antigamente a manutenção necessitava ser apenas eficiente, pois bastava reparar os equipamentos o mais rápido possível, entretanto na nova realidade de hoje é necessário cada vez mais que a manutenção torne-se também eficaz, mantendo e preservando as funções dos equipamentos disponíveis para a operação PINTO e XAVIER (2003). Cronologicamente os critérios de desempenho para a área de manutenção segundo PINTO e XAVIER (2003) se deram em três gerações: • Primeira Geração, antes de 1940, com o Conserto após a falha; • Segunda Geração, de 1940 a 1970, Disponibilidade crescente, maior vida útil dos equipamentos, computadores grandes e lentos, sistemas 49 manuais de planejamento e controle do trabalho, monitoração por tempo; • Terceira Geração, após 1970, maior disponibilidade e confiabilidade, melhor custo-benefício, maior segurança, melhor qualidade de produtos, preservação do meio ambiente, monitoramentos por condição, projetos voltados para confiabilidade e manutenabilidade, análise de risco, computadores pequenos e rápidos, softwares potentes, análise de modos de falha (FMEA), grupos de trabalho multidisciplinares. A quebra de um equipamento é apenas a ponta de um iceberg, como se pode observar de maneira figurativa a seguir. Sempre que um defeito ocorre à falha visível que é a parada operacional da máquina ou do serviço na realidade indica que uma série de outros eventos ocorreu antes. Fonte: Adaptado de MIRSHAWKA e OLMEDO (1993) Figura 3-5 Iceberg da Manutenção A maioria destes eventos poderia ser prevenida e a falha, parada ou quebra ser desta forma 50 Quadro 3-3 Evolução da Manutenção com os Anos Períodos Antes da Anos 50 Década de 50 de Corretiva Preventiva Conceito Manutenção Reparo Corretivo Gestão Mecânica Manutenções Preventivas Visão Sistêmica Implantação de Melhorias Prevenção de Manutenção X X Anos 60 Anos 80 Sistema de Produtiva Produção Total X X Anos 90 Classe Mundial X X X X X X X X X X X X X X X X X X 51 Potencial de Crescimento Estágios 01 Incerteza Não se enxerga a manutenção como uma ferramenta de gerenciamento 02 Acordando Reconhecimento que a gestão da manutenção pode ter seu valor Solução dos Problemas Os problemas são enfrentados quando ocorrem Continua reativa, porém com sobressalentes para quando ocorrem as falhas Postura da companhia com relação à manutenção “Nós não sabemos por que temos problemas com a manutenção” “É necessário ter problemas com a manutenção” Nenhum controle utilizado O sistema contém recursos e módulos para gestão de materiais Entendendo o Gerenciamento e Atitude CMMS 03 Iluminismo Aprende mais sobre gestão da Manutenção, se torna suportável Problemas resolvidos por ações de manutenção, operações, engenharia e controle de qualidade “Nós identificamos e resolvemos os problemas” Um módulo condicional para medição de eventos é integrado ao sistema 04 Sabedoria Participativa e reconhece o seu papel 05 Certeza A manutenção é uma parte essencial para o sistema da companhia Manutenção preditiva utilizando técnicas de monitoramento Problemas são prevenidos aumentando a confiabilidade e conseqüentemente a produtividade “Produtos de qualidade não podem ser fabricados por equipamentos mantidos pobrementes, logo a manutenção de qualidade é uma rotina” Capaz de gerar calendários de manutenções preventivas, DSS é utilizado para suportar as decisões tomadas de processo “Nós não esperamos falhas ao contrário ficamos surpresos quando elas ocorrem” Automação completa desde a detecção da falha a geração de ordens e trabalho baseados em informações significativas FONTE: Adaptado de LABIB e FERNANDEZ, (2003) Figura 3-6 Grau de Maturidade da manutenção Organizacional Com a forte competitividade dos negócios de hoje e a constante busca por produtos de alta qualidade e que podem ser introduzidos rapidamente nos mercados, custos associados com falhas inesperadas nos equipamentos têm crescido consideravelmente (FONSECA, 2000). Segundo MIRSHAWKA e OLMEDO (1993) uma gerência e administração da manutenção moderna devem ter os seguintes objetivos: • Maximizar a produção (aumentando a disponibilidade dos equipamentos) com o menor custo e a mais alta qualidade sem infringir normas de segurança e causar danos ao meio ambiente; 52 • Aperfeiçoar níveis de estoque de peças; • Estabelecer a logística adequada para aquisição de materiais, peças e serviços; • Manter registros de manutenção por equipamentos, a fim de preservar o histórico dos equipamentos; O único produto que a operação deseja comprar da manutenção e da engenharia chama-se maior disponibilidade, confiabilidade e ao menor custo. E quanto maior for à disponibilidade, menor será a demanda de serviços (PINTO e XAVIER 2003). 3.6 Tipos de Manutenção Como pode ser observada no item anterior a evolução vem sofrendo um processo gradativo de evolução, e com o passar dos anos, ou evolução dos estágios em que a empresa se encontra um tipo de manutenção é adotada, a seguir descrevem-se os tipos de manutenção de acordo com a evolução observada nas últimas décadas e o grau de maturidade das empresas. 3.6.1 Manutenção Corretiva (RM - Reactive Maintenance) A manutenção corretiva é observada em todos os estágios, ou ciclos evolutivos da manutenção. Quando ocorre de maneira não planejada a manutenção corretiva baseiase em reparar os sistemas ou equipamentos quando os mesmos deixam de funcionar, sendo necessária à intervenção para o equipamento voltar a operar, isto ocasionando paradas e perdas de produção ou serviços, e a extensão dos danos aos equipamentos é maior, desta forma não existe controle sobre a manutenção. As paradas são comandadas pelos equipamentos. Manutenção corretiva é a atuação para a correção da falha ou do desempenho menor que o esperado (PINTO e XAVIER, 2003). A manutenção corretiva porém pode ocorrer de maneira planejada, desta forma ela é executada a partir de uma programação feita, e através de um 53 acompanhamento preditivo, ou detectivo, pode ainda ocorrer conforme vida útil estipulada pelo fabricante, ou algumas vezes por decisões gerenciais operar até falha completa, neste caso normalmente existem reposições rápidas para tal (SLACK et all, 2002; PINTO e XAVIER, 2003). 3.6.2 Manutenção Preventiva (PM – Periodic Maintenance) A manutenção preventiva é realizada de forma a reduzir ou evitar falhas inesperadas ou quedas no desempenho dos equipamentos a partir de um cronograma, e um check-list de verificação periódica (PINTO e XAVIER, 2003). É realizada periodicamente através de ajustes ou substituição de peças independente da real necessidade. A atividade pode ser programada de diversas maneiras, com base no tempo de ciclo, no calendário, nas horas do relógio, em contadores, em autuações, ou outras medidas (HANSEN, 2006). É composta por uma série de inspeções e ou serviços e tarefas pré-planejados que pretendem reter as capacidades funcionais de sistemas de operação de equipamentos. A principal proposta de se fazer à manutenção preventiva no ambiente de trabalho é prevenir equipamentos industriais quanto a falhas, detectando as falhas no início dos problemas e encontrando falhas escondidas. A manutenção preventiva é definida como sendo uma série de inspeções e ou serviços e tarefas pré-planejados que pretendem reter as capacidades funcionais de sistemas de operação de equipamentos. A principal proposta de se fazer à manutenção preventiva no ambiente de trabalho é prevenir equipamentos industriais quanto a falhas, detectando as falhas no início dos problemas e encontrando falhas escondidas. Com o passar do tempo, acompanhamento e histórico de manutenções realizadas podem-se melhorar a qualidade das preventivas realizadas, corrigindo-se os intervalos de realização das mesmas. Quando a manutenção encontra-se neste estágio de desenvolvimento existe a tendência dos mantenedores serem conservadores na programação das atividades, e os intervalos de manutenção praticados são menores que a necessidade real, implicando em paradas e substituição de peças de forma desnecessária (SLACK et all, 2002; PINTO e XAVIER, 2003). 54 Segundo (PINTO e XAVIER, 2003) a prática da manutenção preventiva apresenta as seguintes vantagens em comparação com a corretiva: • Assegura a continuidade do funcionamento das máquinas, só parando para conserto em horas programadas; • Facilidade em cumprir os programas de produção; • Previsibilidade de consumo de materiais e sobressalentes; 3.6.3 Manutenção Preditiva (PdM – Predictive Maintenance) Manutenção preditiva é a atuação realizada com base em modificação de parâmetro de condição ou desempenho (PINTO e XAVIER, 2003). O conceito de manutenção preditiva é bastante moderno, através dele se acompanha o comportamento de determinados elementos do equipamento ou acaba-se por identificar algum diferente do normal, e uma vez constatada a anomalia realiza -se a manutenção, por acompanhamento do nível de ruído, ou vibração do rolamento de um motor. O controle preditivo da manutenção é a determinação do melhor momento par executar a manutenção preventiva num equipamento, ou seja, o ponto a partir do qual a probabilidade do equipamento falhar assume valores indesejáveis (TAVARES, 1996). A manutenção preditiva é observada nos estágios de manutenção mais evoluídos, pode ser aplicada sempre que fo r possível um monitoramento do comportamento e desgaste dos equipamentos. Com isto os mesmos são substituídos apenas quando é realmente necessário, e as paradas são programadas, evitando trocas de peças de maneira desnecessária, e com isto reduzindo os custos de manutenção. Esta prática faz com que se aja de forma antecipada as falhas, com isto a disponibilidade operacional dos equipamentos aumenta -se cada vez mais, e os custos da área de manutenção são reduzidos. (SLACK et all, 2002; PINTO e XAVIER, 2003). 55 3.6.4 Manutenção Detectiva Manutenção detectiva: é a atuação efetuada em sistemas de proteção ou segurança operacional, buscando detectar “falhas ocultas” ou não perceptíveis ao pessoal de operação e manutenção, com isto garante-se a entrada em operação de equipamentos. Estas falhas ocultas podem aparecer mesmo se as manutenções preventivas, preditivas e corretivas planejadas forem realizadas. Um exemplo clássico é o circuito que comanda a entrada de um gerador em um hospital. Se houver falta de energia e o circuito tiver uma falha o gerador não entra. À medida que aumenta a utilização de instrumentação de comando, controle e automação nas indústrias, maior a necessidade da manutenção detectiva para garantir a confiabilidade dos sistemas e da planta (PINTO e XAVIER, 2003). A grande vantagem neste tipo de manutenção é que o sistema pode ser verificado quanto à existência de falhas ocultas sem tirá-lo de operação, e ainda de poder corrigi-las com o sistema em operação. A desvantagem é a dificuldade de conseguir profissionais treinados e com habilitação para execução do serviço. 3.6.5 Manutenção Baseada em Condições – (CBM – Condition-BasedMaintenance) Uma estratégia de manutenção na qual a tendência periódica e o monitoramento de um equipamento ou processo indica uma falha iminente do equipamento. Somente nesta situação a intervenção no equipamento é planejada e executada. Essa estratégia minimiza a “mortalidade infantil”, maximiza a vida do equipamento e dá início ações planejadas para reduzir os efeitos da falha e minimizar o tempo de reparo (HANSEN, 2006). 57 A manutenção possui um papel de fundamental importância dentro do sistema da qualidade, em virtude de sua missão que é a de garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo atender um programa de produção ou garantir a entrega de um serviço com preservação do meio ambiente, confiabilidade, segurança e custos adequados (PINTO e XAVIER, 2003). Para que as metas estipuladas pela organização possam ser alcançadas, cabe a manutenção fazer com que a operação (principal cliente interno) tenha as instalações adequadas e sempre disponíveis às necessidades da empresa, empregando os métodos e conceitos de qualidade durante a execução de suas tarefas. De acordo com PINTO e XAVIER (2003) conseguem-se obter aumentos sensíveis de produção e de atendimento a serviços, sem investir em novas instalações e sim em novos métodos de trabalho, na modernização das instalações existentes e, sem dúvida, implantando um sistema de qualidade na manute nção e em toda empresa. Existem muitas ferramentas de qualidade que podem ser adotadas pela área de manutenção, sendo que as principais citadas a seguir. 3.7.1 Ferramentas de Qualidade na manutenção Algumas das ferramentas de qualidade ou métodos adotados pela área de manutenção, para realizar analises e introduzir melhorias são: Análise de Causa Raiz (RCFA), Folhas de Verificação, PDCA, Brainstorming, Gráficos de controle (PARETO), Entrevistas com operadores, Benchmarking, MADU (2000) e PINTO e XAVIER (2003). Analise de causa raiz – RCFA A análise de causa raiz é o passo essencial para se atingir uma efetiva e eficiente manutenção e desenvolver um programa de gestão em confiabilidade. Claro que os problemas devem ser corretamente identificados antes das 58 soluções corretas serem implantadas. Este tipo de solução geralmente é utilizado em programas de melhoria continua (MADU, 2000). Neste método a falha ou defeito ocorrido é investigado, expondo a pergunta: “Por que a falha ocorreu?“ Normalmente, obtém-se uma resposta como “a correia quebrou”. A pergunta é repetida para gerar um segundo nível de explicação, tais como paradas freqüentes e reinicio do motor. A pergunta é formulada outras quatro a seis vezes até que se identifique a causa raiz. Por exemplo, fragmentos acumulados devido à posição incorreta da proteção de uma abertura, que leva o sistema a ficar bloqueado, que leva a freqüentes paradas e reinício de motor, que leva a correia a quebrar (HANSEN, 2006). Se ao aplicar um programa de manutenção centrada em confiabilidade encontrar falhas recorrentes, e que para elas não existam causas aparentes, indica-se a condução de uma análise de causa raiz (PINTO e XAVIER, 2003 e CREECY, 2003). Folhas de Verificação As folhas de verificação são utilizadas para gravar e organizar dados em ordem a facilitar a tabulação e memorização dos problemas. Com isto podemse fazer análises e interpretar comportamentos ou tendências (MADU, 2000). Segundo CORRÊA e CORRÊA (2004) as folhas de verificação devem conter, de forma simples, objetiva e clara, o procedimento correto a ser seguido e as verificações que deverão ser feitas no processo para evitar a re-ocorrência dos problemas. Um exemplo bastante conhecido de folha de verificação é o chamado check list que os pilotos seguem antes de decolar a aeronave. PDCA O método PDCA do inglês Plan, Do, Check e Action, que significa planejar, executar, analisar e agir, se baseia no controle de processos e foi desenvolvido na década de 30 pelo americano Shewhart. Mas foi Deming seu maior divulgador, ficando mundialmente conhecido ao ser aplicado nos conceitos de qualidade no Japão. 59 Deming, (1990, p. 101), apresenta a importância do ciclo através de um exemplo: “Uma mercearia mal dará lucro, ou mesmo fechará, se seu administrador não ajustar suas mercadorias às necessidades e ao nível de renda da comunidade, mesmo que não haja um único erro no balcão ou falta de um produto. Portanto, não é suficiente melhorar os processos. Deve haver também um constante aperfeiçoamento do projeto do produto e do serviço, juntamente com a introdução de novos produtos, serviços e novas tecnologias. E tudo isto é de responsabilidade da administração”. XENOS (1998, p. 283), afirma que “a execução da manutenção corresponde ao Do, enquanto que as atividades de gerenciamento correspondem às outras etapas – Plan, Check e Action – do ciclo PDCA”. Neste sentido a análise e medição dos processos de manutenção são relevantes para a manutenção e melhoria dos mesmos, contemplando inclusive o planejamento, padronização e a documentação destes. O uso dos mesmos pode ser assim relatado: • P (Plan = Planejar): definir o que se quer, planejar o que será feito, estabelecer metas e definir os métodos que permitirão atingir as metas propostas. No caso de desenvolvimento de uma área de manutenção, esta atividade pode corresponder ao planejamento das atividades. • D (Do = Executar): tomar iniciativa, educar, treinar, implementar, executar o planejado conforme as metas e métodos definidos. • C (Check = Verificar): verificar os resultados que se está obtendo, verificar continuamente os trabalhos para saber se estão sendo executados conforme foram planejados. TSANG et all (1999, p. 711), menciona que as medidas de manutenção são necessárias para dar aos gerentes de manutenção informações quantitativas em até que ponto, as metas de manutenção pode ser alcançadas ou que ações serão tomadas para melhorar as operações e alcançar tais metas. • A (Action = Agir): fazer correções do processo se for necessário, tomar ações corretivas ou de melhoria, caso tenha sido constatada na fase anterior a necessidade de corrigir ou melhorar os processos. 60 Brainstorming O Brainstorming, ou tempestade de idéias, necessita de todos os empregados envolvidos diretamente com os objetivos organizacionais e objetivos de manutenabilidade e confiabilidade. (MADU, 2000) Este método é usado para identificar possíveis soluções para problemas e oportunidades em potencial para a melhoria da qualidade. Gráficos de controle - Pareto Gráficos de controle estatísticos podem ser utilizados para se analisar falha nos equipamentos. O método de Pareto é importante para classificar as falhas dos equipamentos baseando-se no seu grau de importância. A análise de Pareto baseia-se no que chamamos de método 80-20, onde 80% dos problemas concentram-se em 20% dos equipamentos. (MADU, 2000) O gráfico de Pareto é um gráfico de barras que dispõe as informações de maneira que a auxiliar na determinação dos processos de melhorias, focando os esforços nos pontos que irão proporcionar maior melhoria (HANSEN, 2006). O gráfico de Pareto dispõe a informação de modo a tornar evidente e visual à priorização de problemas e projetos (PINTO e XAVIER, 2003) Método 5W´s 2H´s Este método deriva de 7 palavras em inglês, sendo que 5 iniciam com a letra W e duas com a letra H, é muito utilizado para auxiliar na elaboração de planos de ação (OLIVEIRA, 1996). What?– O que deverá ser executado em etapas; Who? – Quem realizará as tarefas (Responsável); When? –Quando cada tarefa será realizada (Tempo); Why?- Por quê deve ser executada cada uma das tarefas (justificativa); Where? – Onde cada tarefa deverá ser executada (local); How? – Como deverá ser realizada cada etapa ou tarefa (método); 61 How Much? – Quanto custa cada etapa da solução dos problemas (custo); Segundo OLIVEIRA (1996) este método auxilia na construção de planos de ação, orientando as diversas ações que deverão ser implantadas. Benchmarking Realizar benchmarking significa comparar um determinado desempenho com seu melhor concorrente. Este método pode ser utilizado para comparar um processo com os de líderes reconhecidos, identificando as oportunidades para melhoria da qualidade. Benchmarking como se conhece hoje foi desenvolvido e popularizado pela Xerox nos anos 70, tratava-se de usar técnicas como a engenharia reversa (em que se adquirem e desmontam produtos da concorrência para descobrir como são feitos) para buscar acelerar os processos de aprendizado organizacional. A principal preocupação da Xerox era com novos concorrentes no mercado de copiadoras como a japonesa Canon, que estavam apresentando desempenho superior (CORRÊA e CAON, 2002). Segundo HANSEN (2006 p.144) comparação de confiabilidade ou performance de equipamento entre dois ou mais sistemas ou áreas de trabalho em um determinado período de tempo. Sendo que boas comunicações e fontes de dados são necessários para um eficiente benchmarking. Pinto e Xavier (2003) colocam que: “Apenas uma gestão sistemática da manutenção pode não dar a idéia real do nível das suas atividades e adota o conceito de “Benchmarking” que é o processo de identificação, conhecimento e adaptação de práticas e processos excelentes de organizações, de qualquer lugar do mundo, para ajudar sua organização a melhorar seu desempenho”. Disponibilidade do Equipamento e do Sistema 62 Antes de se apresentar o conceito de disponibilidade do Equipamento e do Sistema, é necessário preparar o caminho explicando os conceitos de MTBF, MTTR e MTBI. HANSEN (2006), explica que: • MTBF – tempo médio entre falhas do equipamento, é o intervalo de calculado pela divisão do tempo total de operação do sistema pelo número de freqüências de paradas do equipamento. Esse valor é um dado estatístico de confiabilidade que pode ser especificado nas ordens de compra de um novo equipamento; • MTBI – tempo médio entre interrupções, é o intervalo de tempo calculado pela divisão do tempo total de operação do sistema pelo número de freqüências de todas as interrupções. • MTTR – tempo médio de reparo, é o intervalo de tempo calculado pela divisão do tempo total de reparo do equipamento pelo número de falhas do mesmo. Segundo HANSEN (2006) a disponibilidade do Equipamento é o percentual de tempo que o equipamento está disponível para operar ou produzir. Disponibilidade do Equipamento (AE) = MTBF/ (MTBF + MTTR) HANSEN (2006) também explica que a disponibilidade do Sistema, algumas vezes chamada de Disponibilidade Global. É similar a disponibilidade do equipamento, mas todas as interrupções e tempos médios de restauração (MTTR´s) são usados para calcular a disponibilidade do sistema e não apenas os tempos de paradas não programadas do equipamento e tempos de reparos. Disponibilidade do Sistema /Global (AO) = MTBI / (MTBI+MTTR´s) 3.7.2 TPM – Manutenção Produtiva Total Segundo CHAN et all (2005) o TPM é um sistema de manutenção definido por NAKAJIMA (1988) no Japão, que cobre toda a vida do 63 equipamento em todas as divisões incluindo planejamento, fabricação e manutenção. Ele descreve um relacionamento de grande sinergia entre todas as funções organizacionais, mas particularmente entre a área operacional e a manutenção, para melhoria contínua da qualidade do produto, eficiência operacional, garantia de capacidade e segurança. De acordo com NAKAJIMA (1988) a palavra “total” em TPM tem três significados: • Eficácia Total – indica que o TPM persegue a eficiência econômica e a rentabilidade; • Sistema de Manutenção Total – Inclui a Manutenção Preventiva e a Manutenção com melhorias. Basicamente refere-se a um projeto “livre de manutenção” através da incorporação da confiabilidade e características de suportabilidade no projeto do equipamento; • Total participação – De todos os empregados incluindo manutenção autônoma pelos operadores através de pequenos grupos de atividades. Essencialmente a manutenção é realizada por um esforço de time, com o operador cuidando de seu próprio equipamento. O TPM apareceu e se desenvolveu inicialmente na indústria automotiva e rapidamente passou a formar parte da cultura corporativa de empresas tais como Toyota, Nissan, e Mazda, e seus fornecedores e filiais. Foi introduzido posteriormente em outras indústrias como eletrodomésticos, microeletrônicas, máquinas, ferramentas, plásticos, fotografia, etc. (Suzuki, 1994). A metodologia TPM, pode ser considerada a primeira ferramenta de Qualidade desenvolvida e aplicada exclusivamente para a área de manutenção. Na verdade, não é apenas uma ferramenta, mas um conjunto de ferramentas de qualidade e ações que quando adotadas ajudam a melhorar consideravelmente o desempenho operacional dos equipamentos. Segundo TAKAHASHI e OSADA (1993) a metodologia TPM iniciou no Japão em 1971 na empresa Nippon Denso, que faz parte do grupo Toyota. O TPM busca seus resultados a partir da eliminação das seis grandes formas de desperdício, mostradas na figura 3.7, buscando sempre o melhor 64 desempenho dos equipamentos, redução das paradas de produção por quebras ou intervenções corretivas, enfim uma revisão das metas. Quebras Perdas por Paradas Preparação Regulagem Operação em Vazio Quedas de Velocidade Defeitos Perdas por Queda de Velocidade Perdas por Defeitos Perdas para entra em regime Fonte: Adaptado de MIRSHAWKA e OLMEDO (1993) Figura 3-7 Fontes de Desperdício de acordo com o método TPM A implantação da metodologia TPM não envolve apenas o setor de manutenção, e a área operacional, mas todos os funcionários da empresa, incluindo a alta direção, e todos os demais setores. Segundo, ROUP (1999), a metodologia TPM baseia-se em três conceitos: - Foco na melhoria contínua dos equipamentos; - Divisão da responsabilidade da manutenção dos equipamentos; - Formar grupos naturais de trabalho para o equipamento; “A metodologia TPM apareceu e se desenvolveu inicialmente na indústria automotiva e rapidamente passou a formar parte da cultura corporativa de empresas tais como Toyota, Nissan, e Mazda, e seus fornecedores e filiais. Foi introduzido posteriormente em outras indústrias como eletrodomésticos, microeletrônicas, máquinas, ferramentas, plásticos, fotografia, etc. (Suzuki, 1994).” Segundo SUZUKI (1994), a implantação da TPM é realizada em 12 etapas distribuídas em quatro fases distintas, conforme representado pelo mapa cognitivo da figura 3.8. 65 Fonte: Adaptado de SUZUKI, 1994 Figura 3-8 Fases e Etapas de Implantação do TPM 66 O Instituto Japonês de Manutenção de Planta e posteriormente NAKAJIMA (1989) publicou, a definição completa de TPM - Total Productive Maintenance, incluindo as cinco metas citadas a seguir: • maximização do rendimento global dos equipamentos (OEE) Overall Effectiveness Equipment - Efetividade Global do Equipamento ; • desenvolver um sistema de manutenção produtiva que leve em consideração toda a vida útil do equipamento; • envolver todos os departamentos, planejamento, projeto, utilização e manutenção, na implantação da TPM; • envolver, ativamente, todos os empregados, desde a alta gerência até os trabalhadores do chão-de-fábrica; • tornar a TPM um movimento visando à motivação gerencial, através do desenvolvimento de atividades autônomas de melhorias por pequenos grupos. NAKAJIMA (1988, p.16) diz que “sem a (TPM), o Sistema Toyota de Produção (STP) pode não funcionar”. As principais relações do subsistema de quebra zero da (TPM) e os demais subsistemas do (STP), pode ser observado pela relação entre a eliminação das seis formas de desperdício ou perdas (quebras) propostas na TPM e as características de produção enxuta do STP. Ao se reduzir às perdas por paradas melhora-se a sincronização da produção, caminha-se no sentido da produção com estoque zero, e os padrões operacionais estabelecidos (tempo de ciclo, seqüência de produção e tempos padrões de folgas) são mantidos de forma rigorosa (NAKAJIMA, 1988). No mundo ocidental a TPM tem buscado melhorar a efetividade global dos equipamentos constantemente, para isto busca um envolvimento contínuo e pró-ativo dos operadores, porém não se aplicam a todos os empregados como sugeriu NAKAJIMA (1988). No Japão, a TPM é normalmente direcionada de forma top-down , mas isto não ocorre nas plantas não japonesas (HARTMAN, 1992). 67 3.7.3 Manutenção Centrada em Confiabilidade – RCM A manutenção centrada em confiabilidade é uma metodologia originada na indústria aeronáutica para melhorar a confiabilidade das viagens aéreas. É um processo usado para determinar sistemática e cientificamente – o que deve ser feito para assegurar que os ativos físicos continuem a fazer o que os seus usuários desejam que eles façam. A RCM desenvolve estratégias de segurança e integridade do meio ambiente. Os principais benefícios são eliminação e minimização das falhas funcionais, a otimização da PM, a eliminação de tarefas de manutenção que não agregam valor, o uso apropriado dos dispositivos de segurança e o uso extensivo da PdM e da confiabilidade. Os tipos de falhas e as causas são investigadas e a facilidade de detecção da falha é avaliada (HANSEN, 2006). O objetivo principal da RCM é preservar as funções do sistema, enquanto na manutenção tradicional, o objetivo principal é preservar o equipamento (LAFRAIA, 2001). Na verdade a prática de RCM não é uma metodologia nova, ela surgiu no final da década de sessenta na indústria de aviação Norte Americana, e tem sido aplicada pelos militares Norte Americanos desde meados da década de setenta (JIA e CHRISTER, 2002). Um processo de RCM envolve diversos passos. Após identificar os objetivos do negócio, as funções e falhas funcionais, e os modos de falha e efeitos. O Próximo passo será construir as tarefas, o que ajudará na criação do programa de manutenção, a base para isto pode ser uma matriz de criticidade, verificando o impacto do equipamento no processo como um todo (CREECY, 2003). De acordo com PINTO e XAVIER, (2003) a RCM baseia-se em sete questões básicas: 01) Quais são as funções e desempenho esperados no contexto operacional atual? 2) De que forma ocorrem os defeitos, ao cumprir suas funções? 3) O que causam as falhas? 4) O que acontece quando cada falha operacional ocorre? 5) Esta falha é crítica ao desempenho operacional? 68 6) O que pode ser feito para se prever esta falha, ou prevenir esta falha? 7) O que deve ser feito se uma ação preventiva apropriada não for encontrada? A RCM requer uma avaliação contínua do trabalho, e é integral para qualquer processo de melhoria contínua. Refere-se a fazer uma mudança sustentável com a organização da manutenção. A RCM não é um projeto e sim um programa (CREECY, 2003). A diminuição das quebras não programadas, com a predição do estado dos equipamentos, aliado a utilização de recursos de lubrificação, da organização em geral, padronização das tarefas, planejamento das intervenções, e da utilização quase que obrigatória de um planejamento computadorizado de todo o sistema da manutenção, são a tônica atual dentro do trabalho de manutenção centrada em confiabilidade (TAVARES, 1996). Como a RCM para funcionar efetivamente precisa estar adaptado à cultura organizacional da empresa, resultados rápidos são difíceis de serem vistos e mensurados (CREECY, 2003). 3.7.4 FMEA A análise de modo e efeito falha (FMEA) é um grupo de atividades sistêmicas com a intenção de reconhecer e avaliar o potencial de falha de um produto ou processo, identificado ações que possam eliminar ou reduzir as falhas potenciais além de documentar todo o processo (JONHSON, 2002). O FMEA é uma ferramenta de qualidade que permite ao usuário examinar todo o processo a partir de diferentes pontos de vista verificando possibilidades de falha potencial, também pode ser uma ferramenta útil para ajudar organizações de serviços a identificar oportunidades de melhorias (MCCAIN, 2006). De acordo com JONHSON (2002) todo FMEA de produto, projeto ou processo pode seguir os 10 passos mostrados a seguir. 1. Revisar o Processo: Composto por um time de quatro ou seis pessoas (deve-se ter certeza de que foram incluídas pessoas com 69 várias responsabilidades no trabalho e níveis de experiência) e forneça a cada membro uma cópia do projeto do produto. 2. Brainstorming modos de falha potencial: Olhe para cada componente do produto e identifique formas que ele pode falhar em potencial. 3. Liste os efeitos potenciais de cada modo de falha: Se a falha tiver mais de um efeito, escreva -a em uma lista separada. 4. Classifique as falhas seguindo um grau de severidade: De para cada falha uma nota conforme o grau de severidade, onde 10 é a nota dada para as falhas mais severas. 5. Classifique um grau de ocorrência para cada falha: Utilize esta informação para classificar a freqüência com que uma falha pode ocorrer, sendo que a nota 10 deve ser atribuída para as falhas mais prováveis. 6. Classifique um grau de detecção para cada modo e efeito de falha: Liste todas as falhas potenciais a fim de prevenir a ocorrência das mesmas e classifique -as, a nota 10 deve ser atribuída para as falhas mais difíceis de serem detectadas. 7. Classifique quanto ao número de prioridade de risco (RPN) para cada efeito: Multiplique o grau de severidade, pelo grau de ocorrência pelo grau de detecção. 8. Priorize os modos de falha por ação: Decida quais itens necessitam ser trabalhados no caminho correto. Ou seja, trabalhe com mais intensidade os riscos classificados com maior RPN. 9. Adote ações para diminuir os maiores riscos de modo de falha: Defina que ação deve ser tomada para cada alto risco de falha e atribua uma pessoa para implementar a ação. 10. Calcule o novo RPN, assim que os modos de falha sejam reduzidos ou eliminados: reúna novamente o time de avaliação assim que forem completadas as ações e calculados os novos índices de RPN para cada falha. Então se pode definir se se deve tomar mais alguma ação ou trabalhar novos conjuntos de falha. 70 3.7.5 Six-Sigma – SS O método Seis Sigma teve origem em um programa de melhoria da qualidade da Motorola em 1987 e tinha por objetivo aproximar-se de zero defeitos (CÔRREA e CÔRREA, 2004). Estratégia Six-Sigma, ou Seis-Sigma, é uma extensão dos conceitos da Qualidade Total com foco na melhoria contínua dos processos, iniciando por aqueles que atingem diretamente o cliente. A estratégia Seis Sigma não é uma proposta inovadora. Ela aproveita todas as iniciativas de qualidade que estão em andamento ou que já foram implantadas na instituição, harmonizando-as e estabelecendo metas desafiadoras de redução de desperdício (BLAUTH, 2003). Segundo CORRÊA e CAON (p. 197, 2002) “A metodologia seis sigma trata-se de estabelecer, como meta de longo prazo, para dada característica do produto ou serviço, um desempenho tal que esteja sempre dentro de um intervalo de variação de + ou - 6s em torno do valor médio esperado para a característica, ou seja o dobro do conseguido com um intervalo de + ou - 3 s que já assegurava que 99,73% dos resultados operacionais estariam dentro do intervalo de variação considerado aceitável ou 2700 PPM (Partes Por Milhão) inaceitáveis. Obtendo um desempenho de + ou - 6s teríamos 3,4 PPM, aproximando de zero o número de resultados do processo considerados inaceitáveis...” A implantação da metodologia seis sigma utiliza -se de uma metodologia bastante complexa, porém completa e amplamente suportada em ferramentas estatísticas. Suas etapas são compostas pelo DMAIC. O significado do DMAIC pode ser observado na figura 3.9. Onde as letras D (define - definir), M (measure - medir), A (analyze - Analisar), I (improve – melhorar) e C (check – checar ou verificar) (DELPHI, 2002). Segundo BLAUTH (2003), o ciclo de implantação é representado pelo DMAIC que tem sua função muito parecida com o PDCA definido por Deming. 71 Fonte: Adaptado, DELPHI (2002) Figura 3-9 DMAIC 72 3.8 Gestão Estratégica da Manutenção Segundo MARQUEZ e GUPTA (2006) a gestão da manutenção é definida como todas as atividades gerenciais que determinam a manutenção objetivos ou prioridades, estratégias, e responsabilidades, e executá-los por meios tais como o planejamento da manutenção, o controle e a supervisão da manutenção, e as diversas melhorias nos métodos incluindo aspectos econômicos na organização. O objetivo da manutenção é organizar e gerenciar harmoniosamente os recursos humanos na realização de serviços, utilizando materiais, métodos, ferramentas e técnicas modernas, tendo em vista uma finalidade comum: o lucro (NEPOMUCENO, 1989). A manutenção deve existir atualmente para que não haja manutenção, o que pode ser interpretado como, o pessoal de manutenção deve ser preparado, qualificado e equipado para evitar as falhas e não para corrigi-las. É uma nova visão de investir em “soluções” de manutenção ao invés de investir em “serviços” de manutenção. Esse novo paradigma ao invés de falar de mudança de cultura, que é um processo lento e resistente, prega a cultura de mudanças. O grande número de instrumentos de gestão disponíveis para a manutenção como: CCQ, TPM, terceirização, reengenharia, entre outros tem sido utilizado de forma equivocada por gestores da área de manutenção, como se o simples uso destas ferramentas trouxessem bons resultados, porém, o resultado tem sido ruim. Estes resultados mostram claramente que o sucesso de uma gestão próspera deve definir a missão da manutenção, seus conceitos básicos, seu novo paradigma e depois disso, a aplicação das ferramentas citadas anteriormente para conduzir a manutenção a um novo nível de competitividade (PINTO e XAVIER, 2003). A gestão da manutenção deveria ser vista como parte da estratégia corporativa. O foco que se dá à satisfação do cliente com qualidade e flexibilidade está ligado diretamente com a disponibilidade e confiabilidade dos processo. Para atingir disponibilidade e confiabilidade precisa mudar a cultura organizacional para perceber a importância desta função critica que é a 73 manutenção. Desta forma a gestão estratégica da manutenção ocorre se for gerenciada em um processo de melhoria continua (MADU, 2005). Segundo NEPOMUCENO (1989), a organização da manutenção depende da definição dos objetivos, dos princípios e da filosofia a ser adotada em função das atividades que serão executadas, conforme segue: • Metas e objetivos da empresa; • Tamanho da empresa e suas instalações; • Amplitude da manutenção mais adequada (em função do dado anterior); • Existência na empresa de pessoal em número suficiente para acompanhar sua expansão; • Preparo e desempenho do pessoal da manutenção; • Padrão de qualidade, estabelecido e pretendido; PINTO e XAVIER (2003, p. 9), argumentam que: “no cenário atual não existe mais espaço para improvisos e arranjos: competência, criatividade, flexibilidade, velocidade, cultura de mudança e trabalho em equipe são as características básicas das empresas que tem a competitividade como razão de ser de sua sobrevivência. Para as pessoas estas características são essenciais para garantir a empregabilidade de cada um”. Segundo PINTO e XAVIER (2003, p. 14) “a manutenção é gerenciada estrategicamente através de um (PDCA) Plan, Do, Check and Action que significa planejar, executar, analisar e agir”. Essa forma de gestão é retro alimentada por experiências vivenciadas nas suas atividades e geram uma aprendizagem para a organização (ARGYRIS E SCHÖN, 1996) Segundo PINTO e XAVIER (2003, p. 68), é fundamental a existência de um controle da manutenção, que permitirá identificar claramente: • que serviços serão feitos; • quando os serviços serão feitos; • que recursos serão necessários para a execução dos serviços; • quanto tempo é necessário para a execução dos serviços; • quanto tempo será gasto em cada serviço; • qual será o custo de cada serviço, custo por unidade e custo global; 74 • que materiais serão aplicados; • que máquinas, dispositivos e ferramentas serão necessários. Este sistema também possibilitará: • nivelar os recursos mão-de-obra; • realizar programa de máquinas operatrizes ou de elevação de carga; • efetuar o registro para consolidação do histórico e alimentação de sistemas especialistas; • priorização adequada dos trabalhos. Segundo HIGGINS (1995) conceitos básicos de teoria para o gerenciamento da manutenção devem estar presentes ou impla ntados: • Divisão clara de responsabilidades com o mínimo possível de sobreposição de funções; • As linhas verticais de poder ou autoridade devem ser os menores possíveis; 3.9 • Cada chefe deve ter uma quantidade ótima de subordinados; • Adequar à organização de acordo com as personalidades envolvidas. Framework Preliminar Os framework são utilizados como uma forma de traduzir temas complexos em formas que possam ser estudadas e analisadas. (Pinheiro de LIMA e LEZANA, 2005). Particularmente, segundo PINHEIRO de LIMA e LEZANA, 2005 apud, SHEHABUDEEN et all (2000), empregam-se para: • Comunicar idéias e descobertas a uma ampla comunidade, entre acadêmicos ou entre academia e indústria; • Realizar comparações entre diferentes situações e abordagens; • Definir o domínio ou os limites de uma situação; • Descrever o contexto ou argumentar a validade de uma descoberta; • Suportar o desenvolvimento de procedimentos, técnicas ou métodos e ferramentas. 75 Conforme se observou existem muitas ferramentas de qualidade aplicadas e utilizadas pelo setor de manutenção. Estas técnicas podem ser melhoradas e aplicadas em conjunto. A seguir apresenta -se um framework, utilizando-se da metodologia seis-sigma para definição estratégica do plano de manutenção aliado às ferramentas de qualidade mais completa desenvolvidas para a área, que são o TPM e o RCM. Através deste framework o DMAIC da metodologia Seis Sigma foi utilizado para que o desempenho da Manutenção em Telecomunicações pudesse ser aliado ao Referencial Estratégico (Visão, Missão e Valores) da empresa, utilizando com isto um ciclo completo para melhoria contínua, e propões em que fase de controle as ferramentas de qualidade mais consagradas para a manutenção como o TPM e o RCM, por exemplo, poderão ser aplicadas de forma efetiva. Percepção da Informação Melhoria / Implementação Medição / Dados (TPM / RCM) FMEA Análise Controle BSC’s Disponibilidade Referencial Estratégico Operacional / Serviços Manutenção em Infra-Estrutura Entradas Saídas Fonte: Elaborada pelo autor Figura 3-10 Framework Preliminar para adoção estratégica da Manutenção 4 Entrevistas e Estudos de Caso Neste capítulo serão apresentadas quatro entrevistas e sete estudos de caso, organizados da seguinte maneira: primeiro as três entrevistas com 76 especialistas: E1, E2, E3 e E4, depois os sete estudos de caso: A, B, C, D, E, F e G, que foram realizados em empresas de Telecomunicações, sendo que a área da manutenção sob avaliação neste nestas empresas foi a de Infraestrutura de equipamentos, conforme descreve o protocolo de pesquisa no Apêndice 1. 4.1 Entrevistas Seguindo a diretriz de pesquisa, desdobrada em questões gerais (ver protocolo de pesquisa - Apêndice 1), buscou-se nas entrevistas E1, E2, E3 e E4 responder as questões gerais C, D e E. Estas questões têm como objetivo, obter conhecimento prévio do problema, como já foi mencionado no procedimento adotado (item 2.3). As questões gerais do protocolo de pesquisa são: A - Qual é a estratégia da organização? B - Quais as funções desenvolvidas pela manutenção? C – Quais ferramentas de qualidade são adotadas pela manutenção? D - Como a manutenção contribui para o desenvolvimento da estratégia operacional e da organização como um todo? O quadro 5.1 apresenta o perfil de cada entrevistado. Quadro 4-1: Perfil dos Especialistas Formação Mestre em Engenharia de Atividade profissional Professor de Administração Área de atuação Engenharia de Produção e 77 Produção - UFSCAR da Produção da SOCIESC - Segurança do Trabalho JVE Mestre em Engenharia Gerente Industrial e Qualidade Mecânica - UNICAMP Consultor Mestre em Administração - Professora de Administração da UFPR Administração da Produção Produção e Marketing – UTP-P R Mestre em Engenharia de Coordenador curso de Manufatura Especialização em Gerência Manutenção da Manutenção - UTFPR Fonte: Elaborada pelo autor 4.1.1 Entrevista E1 Segundo o especialista entrevistado o setor de manutenção é responsável por manter de forma eficiente e eficaz a planta de equipamentos, sendo que não basta reparar rapidamente a planta de equipamentos, é necessário manter a planta disponível para operar. O setor de manutenção também é responsável por desenvolver melhorias de desempenho e por buscar alternativas de redução de custos. No setor de operações a manutenção contribui muito para preservar a disponibilidade dos serviços, logo ela é de fundamental importância para o resultado operacional. Um setor específico de engenharia de manutenção não é muito fácil de ser encontrado nas empresas de serviços, o que ocorre com maior freqüência é um setor de controle de manutenção, mas que dificilmente possui competência ou tempo para planejar de forma adequada o setor. Para este especialista o melhor organograma de manutenção seria como um departamento localizado dentro da área da diretoria de Operações. O setor de manutenção muitas vezes é responsável por atividades que não deveriam fazer parte de suas responsabilidades, como start-up, ou implantações, e que demandam grande volume de serviços do setor o que faz com que o mesmo perca o foco no controle. Quanto à terceirização dos serviços de manutenção os mesmos podem ser adotados desde que se garantam a preservação da qualidade. Porém à parte 78 de planejamento e de engenharia de manutenção não pode nem deve ser terceirizada, pois se corre o risco de se deixar de atender demandas operacionais, por se perder o link de comunicação, além de setores com amplo desenvolvimento tecnológicos serem difíceis de serem acompanhados por empresas terceirizadas. Com relação a programas de qualidade, as áreas de manutenção mais organizadas vêm adotando diversas ferramentas de para melhorar seu desempenho. Realizar o PDCA, buscar através de brainstorming, diagramas de Causa e Efeito, medir o MTBF e o MTTR dos equipamentos são premissas básicas pra se manter o controle e checar constantemente a disponibilidade operacional da planta instalada. Um programa de qualidade indicado por este especialista é o TPM, que é bastante amplo e pode funcionar como um programa de engenharia de manutenção. Os funcionários da manutenção são envolvidos momentaneamente nos programas de qualidade, por alguns fatores, devido à alta rotatividade o que prejudica a durabilidade dos programas, e a formação de uma cultura de qualidade. Quanto à abrangência dos planos ou programas de qualidade a maioria infelizmente possui abrangência apenas interna ao setor, pois faltam formalizações ou patrocínios superiores para que os mesmos aconteçam de forma efetiva por toda organização. Para os planos de qualidade mais abrangentes, apesar das iniciativas e idéias surgirem de maneira bottom-up, a implantação para ser bem sucedida deve ter sucesso um patrocínio top-down . 4.1.2 Entrevista E2 A manutenção é responsável por garantir preventivamente a disponibilidade operacional do equipamento pelo maior tempo possível. No caso de uma falha 79 inesperada, atuar corretivamente, mas de forma ágil e eficiente visando minimizar os impactos e custos. A melhor forma de contribuição da manutenção para com a operação é garantindo a continuidade da operação de forma eficaz e invisível. Pois, a melhor manutenção é aquela que não aparece. O setor de Engenharia de Manutenção raramente é encontrado nas empresas brasileiras, a mesmas dificilmente se preocupam e investem na manutenção como se deveria. Geralmente a preventiva é deixada de lado e infelizmente os recursos só são liberados após a quebra do equipamento e o custo desta corretiva é muito maior, e os impactos também. Para este especialista o melhor organograma de manutenção seria como um departamento localizado dentro da área da diretoria de Operações. Quanto às responsabilidades do setor de manutenção, o mesmo possui atividades exigidas que não sejam de sua responsabilidade, isso acontece devido à falta de definição e divulgação das responsabilidades do setor manutenção que acabam gerando distorções que o levam a absorver outras atividades. Quanto à decisão a respeito da terceirização, esta é basicamente uma decisão financeira, a empresa deve avaliar se terceirização pode baixar os custos com pessoal sem afetar a qualidade da manutenção, se este custobenefício compensar, a princípio não existe nenhum problema. Com relação aos programas e ferramentas de qualidade, eles geralmente são adotados nas empresas onde a manutenção está ligada diretamente à segurança ou onde a legislação impõe regras rígidas com multas pesadas, ex: setor de transporte aéreo. Nas demais empresas a manutenção é vista como um custo e por isso não recebe muitos investimentos que possibilitem a implantação de programas de qualidade. A grande maioria dos programas de produção também se aplica à manutenção como programas de qualidade e podem ser desenvolvidos com as devidas adaptações um bom exemplo é o 5S, que ganha um enfoque de eliminação de desperdícios. Para garantir a durabilidade e o envolvimento dos times, os programas de qualidade devem receber uma atenção especial principalmente após a implantação, que é quando passa a empolgação inicial dos envolvidos, se 80 existirem agentes motivadores para ultrapassar este período o programa se torna um hábito e entra na rotina do setor. Quanto ao envolvimento de outras áreas nos programas de qualidade este especialista raramente vê este tipo de envolvimento, esta é uma das maiores dificuldades do setor de manutenção, que geralmente não recebe o devido reconhecimento. Com relação à abrangência ela limita -se internamente a área. Para o setor de manutenção os planos de qualidade surgem e são implantados de maneira bottom-up, o também auxilia para não garantir a continuidade do plano. Dentro da manutenção ficam responsáveis pela coordenação destes programas os próprios colaboradores, que tentam conseguir a adesão de seus colegas pela simpatia, pela liderança natural e informal. Com relação a atividades que geram diferencial com relação à concorrência este especialista cita, a criação de LPU´s (Lista de Preços Unitários) para acelerar o processo de compras de peças, onde o departamento de manutenção fecha um acordo de fornecimento para agilizar o processo de e ganhar poder de negociação, montando uma espécie de licitação e flexibilizando o atendimento. Outra melhoria citada foi o pré-credenciamento de fornecedores, antes de se comprar algum equipamento. Através de auditorias na empresa fornecedora para se certificar que a mesma atende os padrões de qualidade exigidos pelo setor de manutenção, com isso se ganha em agilidade, qualidade e confiança com relação aos equipamentos fornecidos. De forma geral a maneira pela qual a manutenção mais contribui com o desenvolvimento da estratégia operacional e da organização como um todo é através da confiabilidade nos equipamentos, pois se a empresa não puder contar com a disponibilidade total da planta, não poderá se comprometer com seus clientes. Com isto pode-se dizer que a qualidade da manutenção realizada pode afetar diretamente a qualidade dos produtos ou serviços ofertados. 4.1.3 Entrevista E3 81 O setor de manutenção é responsável por manter a disponibilidade dos equipamentos em funcionamento elevadas, bem como prover recursos para atender as expectativas de seus clientes internos quanto a melhorias de processo, segurança, meio ambiente e financeiro. O setor de manutenção não deve apenas se preocupar em corrigir ou manter os equipamentos, mas principalmente em agregar valor para a empresa, seja através de pequenas mudanças nos processos ou auxiliando na busca de novas tecnologias. No setor de operações a manutenção tem um papel fundamental no que diz respeito à disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos. Também é nesta área que o setor deve coletar informações das necessidades de seus clientes, logo este é um setor estratégico para a manutenção, principalmente em empresas de serviços. O conceito de Engenharia de Manutenção é uma questão delicada, já que em muitas empresas o conceito é distorcido, ou seja, o especialista considera a existência desta área muito rara dentro das empresas. Quanto ao que ela deve desempenhar basicamente deve-se ater a analises que dêem suporte à tomada de decisão por parte da direção e da operação da empresa quanto a investimentos, novas tecnologias, e em buscar uma engenharia robusta. Dentre os organogramas sugeridos o especialista considera que a melhor opção seria da área da manutenção dentro da diretoria de operações. Existem muitas atividades da manutenção que são exigidas, porém que desviam o foco, ou que fazem com que a área perca tempo, um exemplo citado pelo especialista são processos de compras, onde a manutenção faz todo o processo e o comprador apenas imprime o pedido. A terceirização da manutenção é bem vinda se bem empregada, nunca deve ser aplicada em posições estratégicas da empresa como gerência, supervisão, ou mesmo técnicos especializados, porém não há problemas em aplicá-la em funções onde se requer uma mão de obra operacional, onde se pode obter ganhos reais de tempo e custo. Quanto às ferramentas da qualidade, elas estão começando a ser utilizadas há pouco tempo na área de manutenção, porém o especialista cita O PDCA, brainstorming, Diagrama de Causa e Efeito, Matriz 5W2H. Já os modelos de gestão avançados da manutenção que podem ser citados são o Six-Sigma e TPM. 82 O envolvimento da equipe de manutenção depende muito do foco que o seu Gestor tem do assunto, porém não faz parte da cultura da manutenção, na equipes em que o especialista gerenciou o assunto qualidade não estava bem enraizado, mas havia uma abertura muito grande para o assunto, logo as equipes iam percebendo a importância e ganhos significativos foram apresentados. Qualquer plano de qualidade só terá sucesso se tiver amplo envolvimento multidisciplinar e interdepartamental, e sua abrangência normalmente é interna, pois requer um grande esforço por parte da área em mostrar as vantagens de um bom plano de qualidade dentro da manutenção, isto ocorre infelizmente devido à questão cultural das organizações brasileiras. As implantações acontecem de forma Top-down , pois a departamentalização das empresas impede que as boas idéias que surgem no chão de fabrica tenham força, já que os sistemas de qualidade focam basicamente nos processos em que afeta o produto, ficando para segundo plano o processo/equipamento. Os responsáveis normalmente pela implantação deste programas são os gestores de manutenção (supervisores, coordenadores), e em alguns casos possui a interface com a qualidade. Um grande diferencial em relação à concorrência foi o desenvolvimento do controle de recebimento de materiais no laboratório de teste de equipamentos, auxiliando na realimentação dos contratos de manutenção. Com relação à estratégia operacional a forma mais clara de contribuição da manutenção é através da através da disponibilidade, manutenabilidade e confiabilidade dos equipamentos. A manutenção certamente exerce influência sobre a qualidade dos serviços prestados por uma organização, pois rotinas de manutenção mal realizadas impactam diretamente na disponibilidade e serviços podem deixar de ser atendidos causando danos à imagem da empresa de maneira irrecuperável. 4.1.4 Entrevista E4 83 Na visão moderna da manutenção suas responsabilidades vão além do que simplesmente arrumar equipamentos que apresentam falhas, este setor deve participar ativamente dos resultados da empresa por meio de: alta disponibilidade de máquinas, elevada confiabilidade do sistema, eliminação de retrabalhos decorrentes de ações de manutenção, acidentes de trabalho zero, agressão ao meio ambiente zero, entre outras ações. O especialista faz questão de salientar que em primeiro lugar que a produção é o resultado das ações da manutenção e operação em conjunto. A forma que a manutenção pode contribuir com a operação é muito variada e dependerá muito também da cultura organizacional da empresa. Alguns aspectos mais comuns e macros são o de fornecer a operação uma alta taxa de disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos. Para atingir este resultado são necessários: um baixo tempo de reparo (MTTR ou TMPR) que envolve treinamento da equipe, ferramental adequado, procedimentos para execução do serviço, qualidade dos sobressalentes, etc. Além destes aspectos mais técnicos é fundamental que o tratamento interpessoal entre manutenção e produção seja de forma positiva, onde ambos estejam buscando um bem comum que é a produtividade da empresa. Trabalhar com o fator humano neste relacionamento é fator vital para o sucesso da manutenção. Com relação à existência de engenharia de manutenção o especialista fala que este fato depende muito do porte da empresa, não sendo o único critério, pois existem grandes empresas que ainda não possuem este setor em sua estrutura. E naquelas que existem, em nem todas a engenharia de manutenção está realmente desempenhando seu papel que seria de análise de falhas crônicas e críticas, acompanhamento de novos projetos (evitando erros já conhecidos e evidentes dos antigos projetos), estudos para elevação da confiabilidade dos sistemas da empresa (técnicas de engenharia de confiabilidade). Segundo a experiência descrita pelo especialista decorrente de visitas a diversas empresas percebe-se que muitos setores denominados de engenharia de manutenção estão desempenhando mais o papel de supervisão do PCM, preocupados somente com os indicadores e programação de tarefas. Segundo o especialista a questão das responsabilidades dependerá da cultura da empresa, por exemplo, existem empresas em que o setor de 84 manutenção é o responsável pelo treinamento de sua equipe absorvendo parte do trabalho do RH. Com relação à terceirização, esta pode ser uma boa saída quando o setor de manutenção se encontra sem condições de se organizar por si mesmo, aí vale a pena contratar uma empresa especializada e com experiência comprovada que traga inovações para a empresa. Agora, o grande risco quando se terceiriza a manutenção está no contrato que é realizado. Quando este contrato é formulado inadequadamente problemas certamente surgirão. A melhor forma de se terceirizar é aquela em que se faz o contrato por desempenho, e não simplesmente por mão de obra ou serviço. Com relação ao nível que pode se chegar com a terceirização a princípio não há um limite desde que a empresa contratante tenha o acompanhamento das atividades da terceira (com indicadores e auditorias), ou seja, não se deve delegar integralmente a responsabilidade da manutenção da empresa para um terceiro. Com relação a um grande diferencial em relação à concorrência e que pode gerar resultados significativos o especialista cita programas de qualidade que se bem aplicados como 5S, Manutenção Autônoma, TPM ou RCM, geram excelentes resultados para empresas, aumentando a competitividade das mesmas. Estas práticas simples aplicadas sistematicamente produzem resultados significativos. As ferramentas de qualidade mais aplicadas pela área de manutenção são o 5S, PDCA, FMEA, Pareto e Ishikawa. Quanto ao envolvimento do time de manutenção geralmente no início há alguma resistência que pode ser vencida com os primeiros resultados. A maior dificuldade surge quando os programas são abreviados, mal aplicados e mesmo abandonados. Quando isto ocorre, surge um descrédito muito grande da equipe para qualquer outro projeto que se queira implementar. Portanto é necessário apoio da alta administração para que os projetos tenham sustentabilidade e sejam aplicados de forma consistente. Quando são apresentados novos projetos, ou programas de qualidade ou aumento de produtividade, seja no setor de manutenção ou não normalmente se envolvem outras áreas também, algumas com maior ou menor participação. Sendo por este motivo que se deve ter apoio da Alta Administração para que seja um programa da empresa e não somente da manutenção. 85 Os planos de qualidade adotados pela área de manutenção normalmente envolvem outras áreas além da manutenção como a operação, compras, logística e Recursos Humanos. Todo plano ou projeto de qualidade de maior abrangência deve ser implantado de maneira top-down, além de ser cobrado e monitorado de forma sistemática. O setor que deve ser responsável pela direção e coordenação dos programas de qualidade deve ser o mais ligado possível com a área operacional ou a própria manutenção, a fim de facilitar o trânsito e o fluxo de informações entre os setores. A forma com que a manutenção mais contribui para a estratégia operacional é não se omitindo, controlando e medindo suas atuações e o desempenho das máquinas e sistemas, além de estar comprometida com os resultados da empresa. Na opinião do especialista certamente a manutenção e em especial o manutentor interferem na qualidade dos serviços da empresa, pois podem afetar o desempenho de processos e equipamentos que por sua vez afetam diretamente os serviços. 4.2 Visão dos Especialistas As visões de cada especialista podem ser observadas através de uma análise das entrevistas, verificando os pontos em que cada especialista mais enfatiza de acordo com suas experiências e especialidades. Os especialistas apontaram as seguintes responsabilidades para o setor de manutenção: - Manter a disponibilidade operacional da planta de equipamentos; - Atuar corretivamente de forma ágil, quando exigido; - Desenvolver melhorias de desempenho; - Buscar alternativas para redução de custos e eventualmente novas tecnologias; - Prover recursos para atender as expectativas dos clientes internos, agregando valor aos processos. 86 Segundo os especialistas o papel da manutenção nas operações é fundamental para o resultado, ela é responsável por manter a disponibilidade e confiabilidade elevadas. Na entrevista respondida pelo especialista E3 ressaltase que a área operacional deve ser tida como o principal cliente da manutenção. Apesar de considerarem importante a existência de um setor de Engenharia de Manutenção, nas empresas todos os especialistas comentaram ser raro encontrar nas empresas brasileiras. Todos os entrevistados consideram que a manutenção deve se localizar hierarquicamente dentro da diretoria de operações especialmente nas empresas de serviços, pois é onde exerce maior influência nos resultados, logo sua contribuição é enorme. A figura 4.1 representa uma análise resumida das entrevistas, posicionando a manutenção estrategicamente, e apontando contribuições que o setor pode ofertar. 87 Contribuição Aumentar a Disponibilidade Estratégica Oferecer segurança Operações Papel da Manutenção -Disponibilidade -Agilidade -Melhorias - Reduzir custos - Agregar valor Sistema de Qualidade e melhorias Iniciativas de melhorias BottomUp c/ Suporte da alta gerência Fonte: Elaborada pelo Autor Figura 4-1 Visão dos Especialistas 4.3 Estudos de Caso Nos estudos de caso relatados a seguir, o roteiro utilizado para redação das entrevistas e questionários seguirá o apêndice 02, onde questões aos gerentes, demais subordinados e itens de observação direta são apresentados na mesma seqüência conforme o contexto em análise. 88 Objetivos específicos a serem investigados Identificar a Estratégia de Operações da Organização através de seus objetivos Identificar a função manutenção Identificar de que maneiras as atividades de manutenção contribuem para a função de operações, reconhecendo seu Identificar quais são as técnicas ou ferramentas de qualidade utilizadas pela manutenção Identificar as aplicações das ferramentas de qualidade nas diversas funções do setor de manutenção Descrever a gestão estratégica da manutenção 89 4.3.1 Estudo de Caso “A” Quadro 4-2 Instrumentos e fontes de coletas de dados do caso “A” CASO “A” Empresa de Telefonia Fixa região 02 2200 colaboradores aproximadamente – 06 anos de vida Coleta de Cargo Área Formação Gerente de Manutenção Eng. Industrial Elétrica Dados Através de: Entrevista manutenção Entrevista Diretor de Operações Operações Entrevista Gerente do Centro Eng. Eletrônica Telecomunicações Operações Eng. Industrial Elétrica de Operações NOC Questionário Manutentor Manutenção Técnico em Eletrotécnica Questionário Manutentor Manutenção Técnico em Comunicações Digitais Obs. direta Foram realizadas observações diretas durante as visitas. Fonte: Elaborada pelo autor A empresa do caso A é uma das novas empresas da fase pós abertura de mercado, com seis anos de atuação no mercado brasileiro, especialmente nos estados da região II de telecomunicações que compreende as regiões Sul, Centro Oeste e parte da Norte. Sua participação no mercado dentro da região é de aproximadamente 10%. De acordo com as opiniões colhidas à empresa se posiciona no mercado através da diferenciação tecnológica oferecendo uma ampla gama de produtos, focando principalmente os segmentos de mercado de alto valor. 90 Sua missão consiste em proporcionar, aos segmentos de mercado de alto valor, serviços de telecomunicações de qualidade superior, fortalecendo continuamente o relacionamento com sua base de clientes, garantindo assim a criação de valor aos acionistas e satisfação aos colaboradores. Tem por visão ser reconhecida como uma empresa bem sucedida, inovadora e de alta qualidade, corroborando no item diferenciação tecnológica. Seus valores são bem definidos e passam, pelo cliente, resultados financeiros, rapidez e simplicidade, autonomia e integridade. As respostas obtidas pelos entrevistados com relação à missão de seus cargos, esta fortemente alinhada com os objetivos da área de operações, que por sua vez alinham-se com a missão da empresa, que é a preservação dos indicadores de qualidade de forma a manter a empresa entre as melhores neste quesito do país. Todos os objetivos e metas derivam de indicadores de desempenho extremamente desafiadores e que são regulamentados e fiscalizados pela ANATEL. Os entrevistados também demonstraram terem bastante autonomia para tomada de decisões, sejam elas de rotina ou não, desta vez confirmando um dos valores exigidos pela empresa junto aos colaboradores que é o de autonomia. Porém as responsabilidades das ações tomadas são cobradas com muita intensidade, não sendo dado o direito à falha, o termo accountability, que traduzindo do inglês para o português significa “obrigação de dar conta”, é levado a risca, e exige muita responsabilidade por parte dos colaboradores. Nem todas as decisões tomadas são aceitas com facilidade entre os clientes internos, principalmente com relação às diretrizes repassadas pela área de operações e manutenção às regionais e cidades, que por vivenciarem realidades, muitas vezes diferentes, ou por não estarem próximas da matriz onde se é exercidas a forte pressão por resultados, não respondem a altura pelas diretrizes solicitadas. Toda ação para ser multiplicada necessita de negociações incansáveis. As decisões tomadas são amplamente discutidas dentro dos departamentos para se verificar a assertividade e corrigir rumos, porém estas discussões e avaliações são iniciativas não formalizadas e que podem se perder com a mudança de gestores. 91 Como já foi comentada a empresa dá bastante autonomia às áreas gerenciais, e normalmente os superiores acatam as decisões tomadas, sempre lembrando o conceito de accountability, mas nem por isto as questões importantes deixam de ser discutidas e idéias serem trocadas. Esta autonomia é sentida em todos os níveis hierárquicos, mesmo nos técnicos que possuem grande responsabilidade pela manutenção. As estratégias adotadas pela área de operações refletem diretamente as estratégias da organização como um todo, principalmente no que diz respeito à manutenção da alta qualidade dos serviços ofertados, porém como a empresa busca se destacar através da diferenciação tecnológica, às vezes as operações ficam distanciadas desta rápida evolução e a replicação dos conhecimentos e novas tecnologias não se dão de forma tão rápida quanto o desenvolvimento. A área de operações também possui sua missão bem definida, sendo que se resume em ser a principal aliada das unidades de negócios da empresa, focando especialmente os clientes internos, dando a estas unidades subsídios para o contínuo crescimento da empresa. Não se conseguiu identificar através das entrevistas um método formal para criar estratégias para as operações, porém percebeu-se ser uma etapa em maturação bastante avançada dentro da empresa com a adoção de um departamento de processos, responsável por identificar estas iterações entre as áreas e oficializar procedimentos. Devido à estrutura onde as ações que geram resultados serem descentralizadas, porém com um planejamento central o trabalho tende ser realizado em time, observou-se uma forte competição entre as regionais, bem como entre o HQ e as regionais, sendo que este trabalho em time existe mas nem sempre é respeitado. A informação dentro da área de operações normalmente ocorre de cima para baixo, pois os números e objetivos macros são definidos e acompanhados por uma área de qualidade e planejamento central e então replicados às bases. Com relação à concorrência a grande força observada pela empresa, talvez por ela ainda ser pequena em tamanho comparada à concorrência, seja o foco ao atendimento de resultados que a área de operações consegue dar, e também ao tratamento ágil e personalizado aos problemas, mantendo a qualidade de serviço ofertada bem superior ao concorrente. 92 As principais responsabilidades identificadas pelos entrevistados para com a área de manutenção de infra-estrutura de equipamentos foi a de preservar com total garantia de confiabilidade a disponibilidade dos serviços. Existe uma consciência formada em todas as áreas entrevistadas de que falhas na manutenção de infra-estrutura causam danos operacionais que impactam o diretamente o atendimento de todos os serviços entregues. A área de manutenção em infra-estrutura é responsável direta pela segurança operacional da empresa. A área de manutenção também é responsável promover melhorias conforme o crescimento operacional da empresa ocorre otimizando a utilização das instalações. Os métodos de manutenção praticados são a corretiva e a preventiva, sendo que existe um rígido controle de toda a planta de equipamentos quanto ao cumprimento do cronograma de manutenção preventiva. Os processos de manutenção mais específicos como de máquinas de grande porte como condicionadores de ar das centrais telefônicas, UPS´s e GMG´s são terceirizados através de contratos anuais, com uma lista já pré-determinada para aquisição de materiais necessários em casos de manutenções corretivas necessárias, com isto empresas especializadas prestam o atendimento rápido e seguro, as instalações e ampliações de planta necessárias também são contratadas através de mão de obra terceirizada, porém com supervisão próprias da empresa. A manutenção ainda não possui indicadores bem definidos para medir seu desempenho, a única forma visível e controlável é através dos números de reclamações técnicas dos clientes ocasionadas por problemas de manutenção em infra-estrutura cujo objetivo é ser inferior a 2% do total de reclamações. 93 Diretor de Operações Gerência de Gerência do Gerência de suporte Centro de Manutenção Tecnologia Operações Fonte: Elaborada pelo autor Figura 4-2 Posicionamento da Manutenção em relação às Operações Caso A Apenas os integrantes diretos da equipe de manutenção citaram atividades que exigem esforços da manutenção e que não deveriam ser de responsabilidade da mesma, por exemplo, ações de implantação ou crescimento de planta que segundo a ótica da equipe deveria fazer parte da engenharia. Estas atividades, sempre que aparecerem são prioritárias e retiram todo o foco da equipe no controle e suporte da manutenção. A grande maioria dos profissionais da equipe de manutenção é da área Elétrica ou de Telecomunicações, o setor possui três níveis hierárquicos internos. A hierarquia dentro do setor de manutenção está dividida em três níveis, gerência, coordenação e técnicos conforme pode ser observado na figura 5.2. O gerente de manutenção é um Engenheiro Eletricista bem como os coordenadores sendo que existem quatro coordenadores em atuação no país três nas regionais e um na Central. O coordenador bem como os técnicos faz parte do head-quarter central e são os responsáveis pelas implantações, suporte e treinamento dos coordenadores e técnicos regionais. As regionais também possuem subdivisões com coordenadores técnicos por cidades ou clusters de atuação, estes coordenadores, porém não atuam exclusivamente para a manutenção. 94 A empresa esta dividida em equipes de planejamento e suporte que se localizam no head-quarter, responsáveis pelo controle de implantações, Engenharia de desenvolvimento e Operações, área onde manutenção se encontra, e regionais que realizam na prática os serviços de operação e manutenção em campo, a manutenção dentro da estrutura da empresa localiza -se na diretoria de operações. Gerente de Manutenção Gerente de Operações Regional Coordenador Coordenadores Central Regionais Coordenadores Técnico Técnico Técnico Técnicos Clusters Técnicos de Campo Fonte: Elaborada pelo autor Figura 4-3 Níveis hierárquicos da manutenção Caso A O setor de manutenção utiliza poucas ferramentas de qualidade, a mais utilizada é a RCFA, que auxilia na identificação de problemas e causa raiz, também existem gráficos de controle de Pareto para se determinar os principais problemas, e atuações em campo, e planos de melhoria através dos métodos dos 5W´s. Existem KPI´s de área determinados pela área de processos e que derivam diretamente das metas da ANATEL, este KPI´s são acompanhados diariamente e possuem metas de melhoria ao longo do tempo. 95 Os entrevistados citaram que apesar da manutenção estar em fase de transformação com a formulação de seus indicadores internos, a mesma contribui diretamente para estratégia operacional através do alto nível de serviço disponível ofertado, e através do pronto atendimento as solicitações trabalhando em linha com a área operacional. Todos os entrevistados foram unânimes em afirmar que a manutenção exerce forte influência sobre a qualidade dos serviços prestados, pois falhas nos sistemas sob controle da área geram impactos diretos nos clientes da empresa, podendo dependo da gravidade afetar também a imagem. O principal diferencial competitivo citado foi o acompanhamento das metas de desempenho conectadas diretamente com a base de clientes, e todos os planos de ação de melhoria derivando destes acompanhamentos. Resumo: Com uma estratégia de negócios baseada na diferenciação tecnológica a empresa, enxerga na manutenção a importância para a preservação da qualidade dos serviços ofertados. Talvez por a empresa ainda se encontrar em fase de franca expansão a manutenção não possui maturação suficiente para ter seus sistemas e processos internos bem definidos, mesmo assim nota-se que a mesma é guiada diretamente pela estratégia operacional e gerida através de números e indicadores que refletem a qualidade dos serviços nos clientes. Outra questão observada foi a da rápida resposta e muitas vezes personalizada no atendimento a problemas e soluções divulgando para todas as regiões de atuação e padronizando o nível de qualidade e de atendimento. A empresa utiliza um sistema próprio para tratamento e registro das manutenções, que auxilia na análise e gestão. Nas observações locais também se observou que grande parte das atividades é desenvolvida de maneira isolada, e que as pessoas possuem bastante autonomia para tomada de decisão, sendo constantemente desafiadas. 96 Um fato que prejudica na preservação e continuação da estratégia é o alto índice de turn-over entre os funcionários cuja média de permanência na empresa é inferior a 02 anos. 4.3.2 Estudo de Caso “B” Quadro 4-3 Instrumentos e fontes de coletas de dados do caso “B” CASO “B” Empresa Prestadora de Serviço de Telefonia 8183 colaboradores aproximadamente – 35 anos de vida Coleta de Cargo Área Formação Gerente de Manutenção Eng. Eletrônica e Dados Através de: Entrevista manutenção Entrevista Telecomunicações Engenheiro de Infra- Manutenção Eng. Industrial Elétrica Estrutura Eletrotécnica Questionário Manutentor Obs. direta Foram realizadas observações diretas durante a visita Manutenção Técnico em Eletrônica Fonte: Elaborada pelo autor A empresa do caso B é uma estatal, originalmente do ramo de energia elétrica, mas que vende serviços de telecomunicações e busca competir no mercado destacando-se pela diferenciação tecnológica, mas principalmente por qualidade. A missão da empresa é a de prestar serviços à sociedade, sendo que em segundo plano aparecem serviços correlatos como é o caso dos serviços de Telecomunicações nesta empresa. Sua visão é ser a melhor empresa do seu setor mantendo um equilíbrio entre os interesses da sociedade e dos acionistas, como valores estão presentes à ética, responsabilidade social, alianças estratégicas, comprometimento, melhoria contínua, capacidade de 97 assumir riscos, a valorização dos colaboradores, clareza dos objetivos, satisfação dos clientes, valor para os acionistas e segurança. Os funcionários entrevistados citaram como missão dos seus cargos preservar a qualidade do sistema, e dos serviços ofertados. As decisões normalmente são definidas em equipe. E nem sempre as decisões tomadas pelo gestor são respeitadas com naturalidade, havendo muitos questionamentos. Em virtude destes questionamentos toda decisão antes de ser tomada é cuidadosamente discutida internamente, o que muitas vezes atrapalha na autonomia gerencial. Todas as ocorrências sejam humanas ambientais ou materiais são registradas, discutidas e soluções são levantadas para minimizar futuras possibilidades de falhas pela equipe ou por outras equipes que realizam trabalhos similares. Superintendente de Operações Gerência de Engenharia de Gerência de Operações Telecomunicações Manutenção Manutenção em Telecomunicações Fonte: Elaborada pelo autor Figura 4-4 Posicionamento da Manutenção em relação às Operações Caso A 98 Devido ao porte e características da empresa todos os trabalhos são em equipe, e inclusive muitas decisões são tomadas pela equipe. A estrutura hierárquica da manutenção em telecomunicações na empresa encontra-se dentro da área de operações da mesma, até porque a telecomunicações da mesma se desenvolveu muito em virtude de necessidades internas de automação e monitoramento remoto. Como para desenvolver estes processos foi necessário criar toda uma base de telecomunicações com penetração em todas as cidades em que a empresa atua no estado, isto facilitou que fosse criada uma estrutura mais forte engenharia de telecomunicações e que possibilitou que a empresa agregasse valor a esta característica oferecendo ao mercado serviços de telecomunicações em cima de uma estrutura já existente. A comunicação dentro da área de operações da companhia do caso B ocorre horizontalmente entre as áreas. A principal força citada pela área de operações com relação à concorrência é a da alta qualidade do nível de serviço ofertado, com muitos equipamentos de redundância. As principais atividades da área de manutenção são: efetuar a manutenção corretiva, preventiva e preditiva nos equipamentos, realizar comissionamentos de novas instalações e ampliações, e configurar o sistema de telecomunicações com suporte do setor de engenharia. Maximizar a disponibilidade das instalações para o fornecimento da infra-estrutura adequada ao atendimento dos serviços com alta qualidade, confiabilidade, segurança e de forma econômica. Toda atividade que não seja core ou objetivo fim da área de manutenção é terceirizada, porém possui supervisão direta interna. A manutenção mede seu desempenho através de indicadores de disponibilidade operacional, controle do MTBF e MTTR dos equipamentos e a partir destes indicadores traçam-se planos de ação baseados nas ferramentas dos 5W´s, para melhoria de indicadores quando os mesmos encontram-se fora de controle ou quando é identificado algum problema sistêmico. São utilizados também indicadores de absenteísmo e satisfação da equipe de trabalho. A empresa utiliza um software de controle de manutenção que auxilia no gerenciamento. Este sistema realiza o controle das manutenções sistemáticas, 99 controle das manutenções corretivas (permite a abertura e baixa das anomalias), registro dos principais equipamentos e emissão de ordem de serviço. Foi observado através das respostas que devido ao tamanho e complexidade da empresa a área de manutenção deve estar no mesmo nível da área de operações, sendo co-responsável pelos seus resultados e auxiliando na formulação das estratégias. Apesar de que a configuração atual justifica-se considerando o histórico de como o sistema de telecomunicações foi implementado na empresa. A proporção de técnicos para engenheiros é de 75% técnicos e 25% engenheiros. Resumo: A estratégia operacional da empresa é oferecer serviços de telecomunicações a grandes clientes e te mesmo outras empresas de telecomunicações com alto valor agregado. A manutenção está integrada a área de operações e engenharia. Observou-se que devido à maturidade e porte da empresa os sistemas de controle da manutenção estão mais amadurecidos, porém esta maturidade é prejudicada pela estabilidade por se tratar de uma empresa estatal e que muitas vezes os funcionários se acomodam não sendo desafiados. Como os investimentos são grandes a estrutura e as condições gerais das equipes são melhores formadas e melhores treinadas. Infelizmente nem sempre esta melhor qualidade na estrutura reflete na qualidade dos serviços, observou-se que falta criatividade e motivação para a maioria dos colaboradores. 100 4.3.3 Estudo de Caso “C” Quadro 4-4 Instrumentos e fontes de coletas de dados do caso “C” CASO “C” Empresa Prestadora de Serviço de Telefonia 1000 colaboradores aproximadamente – 06 anos de vida Coleta de Dados Cargo Área Formação Operações Eng. Eletrônica e Através de: Entrevista Gerente de Operações Telecomunicações Fonte: Elaborada pelo autor A empresa estudada através do caso C, compete no mercado de telecomunicações através da qualidade ofertada, mas devido à característica específica da atuação, principalmente por preço. Os valores da empresa são baseados em integridade, ética, espírito de equipe, cidadania e respeito. Sua missão é prestar com qualidade e rentabilidade serviços de chamada de longa distância e oferecer produtos de qualidade diferenciada a clientes corporativos. E sua visão é ser a mais competitiva operadora de longa distância do país. A missão do cargo gerencial entrevistado é garantir o controle das operações com alta qualidade e disponibilidade para os clientes. O cargo gerencial avaliado toma diversas decisões em suas atividades de rotina, sendo que a maioria delas pode afetar diretamente o serviço ofertado pela empresa. A maioria das decisões tomadas é negociada, porém muitas decisões não possuem o tempo necessário para serem discutidas e negociadas, sendo que o gerente assume todas as responsabilidades, mesmo que certas atitudes, não tenham total aceitação dentro das equipes. 101 Antes de se tomar qualquer decisão são avaliados todos os impactos operacionais da mesma sendo que para a maioria das atividades de risco já existem planos de contingência elaborados. Todas as ações estratégicas adotadas pela operação refletem os desdobramentos estratégicos definidos pela companhia como um todo, principalmente se for levado em consideração o ramo de atuação da empresa, este tipo de ação é mandatório. Segundo o entrevistado existem missões especificas para a área de operações, e esta missão é um desdobramento direto da missão da empresa, ofertar sempre alta disponibilidade operacional com soluções criativas e de baixo custo. A empresa não adota nenhum método formal para criar estratégias operacionais. Todas as ações tomadas e problemas são divulgados por meios de lições aprendidas a organização (Lessons Learned), tentando evitar com isto a repetição dos erros além de divulgar por toda a organização as soluções adotadas. Todo trabalho desenvolvido pela empresa é executado em time, e freqüentemente são promovidos encontros, seminários técnicos, e treinamentos para nivelar este conhecimento por toda a organização, fazendo um forte trabalho de preservação das competências. A comunicação dentro da área de operações ocorre tanto de cima para baixo quanto de baixo para cima, sendo que diretrizes são repassadas constantemente de cima para baixo e realimentações são feitas da base operacional rapidamente mantendo o alinhamento das informações, isto acontece com certa facilidade, pois a empresa possui poucos níveis hierárquicos. Dentro da empresa a manutenção é responsável por manter as instalações dos equipamentos em ordem e pela disponibilidade do sistema. As manutenções mais praticadas são a corretiva, preventiva e preditiva através de controladores eletrônicos que monitoram a vida útil dos bancos de baterias, por exemplo. Apenas a manutenção das instalações prediais é terceirizada. 102 A manutenção mede seu desempenho através de indicadores como MTBF e MTTR por sistema, e por equipamento. A manutenção é uma gerência dentro da área de engenharia, paralela a área de operações. Por se tratar de um serviço que envolve alta tecnologia a empresa adota esta estratégia para manter a manutenção atualizada, a respeito dos novos equipamentos e sistemas implementados. A maioria dos profissionais da manutenção é profissional das áreas de Telecomunicações e eletroeletrônica. A proporção de técnicos e Engenheiros na empresa é de um para um (1:1). Dentro do setor de manutenção existem apenas dois níveis hierárquicos, o gerente e os especialistas por área de atuação. Segundo o gerente de operações entrevistado a manutenção é muito importante para a área de operações e exerce influência direta sobre a qualidade dos serviços prestados. Um grande diferencial em relação à concorrência é que a empresa possui várias pessoas da área operacional especializadas e aptas a realizar tarefas de manutenção, o que agiliza o suporte e atendimento de problemas. 103 4.3.4 Estudo de caso “D” Quadro 4-5 Instrumentos e fontes de coletas de dados do caso “D” CASO “D” Empresa de Telefonia Fixa região 02 12.000 colaboradores aproximadamente Coleta de Cargo Área Formação Gerente de Manutenção Eng. Elétrica enf Dados Através de: Entrevista Manutenção Eletrônica Regional Entrevista Engenheiro de Comutação Questionário Manutentor Operações Eng. Industrial Eletrônica Manutenção Técnico em Eletrotécnica Obs. direta Foram realizadas observações diretas durante as visitas. Fonte: Elaborada pelo autor A empresa observada teve origem a partir da privatização do sistema TELEBRÁS, se tornou a maior operadora de telefonia fixa em sua região de atuação, hoje conta também com outros serviços, como aluguel de datacenters, telefonia móvel, internet banda larga, entre outros. A empresa se posiciona no mercado através de preço, e qualidade, aliás, é citada em sua missão e visão. Por ser oriunda das antigas empresas estatais a empresa possui amplo domínio territorial e em muitas localidades é a única alternativa para a telefonia fixa. Porém onde a empresa passa a ser atacada pela concorrência sua estratégia de combate é através do preço, por possuir uma base instalada maior que permite esta estratégia. A missão da empresa é unir as pessoas, eliminando distâncias, com tecnologias que desenvolvam o país através da busca da excelência e da inovação em serviços de telecomunicações. Em sua visão a empresa busca 104 ser a melhor empresa de telecomunicações do Brasil. Os valores da empresa são fundamentados na integridade e no respeito aos valores sociais. A missão dos cargos entrevistados esta sempre ligada aos objetivos estratégicos da empresa com foco na manutenção da qualidade, e da manutenção do crescimento da empresa. Os entrevistados tomam decisões operacionais ou relativas à função exercida, porém todas as decisões devem estar de acordo com as normas e procedimentos internos. E todas as decisões tomadas quando mais complexas são discutidas e por estarem fundamentadas nos procedimentos da empresa são aceitas com naturalidade internamente. Antes de se tomar uma decisão são avaliados todos os impactos que mesma pode ocasionar, além de serem negociadas com as áreas envo lvidas sempre que as decisões são mais complexas. Em situações de contingência a decisão é tomada de maneira rápida e sempre que possível através de processos já mapeados e identificados. As decisões normalmente são acatadas pelos superiores, porém devido à alta hierarquia da empresa as decisões são limitadas muitas vezes ao nível hierárquico de trabalho. Todas as estratégias definidas para a área operacional são reflexos de desdobramentos da estratégia organizacional. Segundo os entrevistados não existe nenhuma missão e visão específicas definidas para a área de operações. A área de engenharia de processos e de qualidade em processos é responsável por criar as estratégias de operações, de acordo principalmente com os requisitos de qualidade do mercado e da agência regulatória ANATEL. Os erros e acertos das decisões são discutidos semanalmente nas reuniões de staff que envolve todos os gerentes e coordenadores das áreas operacionais, de engenharia e de manutenção. Todos os entrevistados confirmaram que seus trabalhos são desenvolvidos em time. A comunicação dentro da área de operações ocorre de cima para baixo na definição de diretrizes, e horizontalmente entre as áreas, principalmente na divulgação das lições aprendidas devido à abrangência de atuação da 105 companhia que possui centros de gerência na capital de todos os estados de atuação e um centro de gerenciamento central em Brasília. A maior força das operações em relação à concorrência é a descentralização. Esta descentralização das operações já vem desde antes da privatização o grande trabalho da companhia foi o de padronizar processos e procedimentos. Outra grande vantagem para as operações é o nível de redundância dos equipamentos instalados, principalmente dos mais essenciais N+1. A manutenção é responsável pela realização das tarefas de manutenção preventivas, além da rápida recomposição dos sistemas através das corretivas, de forma que o serviço seja afetado sempre o mínimo possível. Isto é conseguido na maioria das vezes graças à redundância de muitos equipamentos. As manutenções são realizadas a partir da metodologia RCM, que entre seus desdobramentos aparecem à utilização da manutenção corretiva, preventiva e preditiva. Pode-se dizer que 50% das manutenções realizadas são efetuadas por mão de obra terceirizada. Estas manutenções ocorrem através de contratos de manutenção preventiva periódica em equipamentos como Grupos Motor Gerador, No-Breaks, Inversores, e Sistemas de Ar Condicionado. Quando ocorrem problemas nestes sistemas são abertos chamados que devem ser atendidos conforme um SLA pré-definido em contrato, isto é possível mais uma vez graças à política de equipamentos de redundância, principalmente para sistemas vitais. A manutenção mede seu desempenho através do número de ocorrências abertas por equipamentos, tempo de reparo das mesmas, e através do número de defeitos que afetaram diretamente a disponibilidade operacional dos serviços. Para auxiliar na gestão da manutenção existe um software de gerenciamento de atividades integrado ao sistema de gestão de materiais e recursos. A manutenção de maneira geral funciona hierarquicamente dentro das operações, porém com estrutura matricial que faz com que a mesma responda para a Engenharia Central, desta forma toda nova tecnologia e treinamento é repassado pela engenharia à manutenção e a manutenção repassa 106 informações relativas a problemas e soluções adotadas à Engenharia Central, esta por sua vez tem o papel de padronizar as ações por toda a companhia e divulgar as lições para outras unidades. Fonte: Elaborada pelo autor Figura 4-5 Posicionamento da Manutenção em relação às Operações Caso D 107 Diretoria de Diretoria de Operações Engenharia Gerente de Manutenção Estado 01 Coordenador Estado X de Manutenção Técnico Técnico Técnico Mecânica Eletrônica Eletrotécnica Terceiras Fonte: Elaborada pelo autor Figura 4-6 Níveis hierárquicos da manutenção Caso D Tanto nas entrevistas quanto nas observações pôde ser constatado que a manutenção utiliza diversas ferramentas de qualidade, existe um programa forte internamente de RCM, onde a partir dele aparecem outros desdobramentos, como análise de causa raiz dos problemas, diagramas de Ishikawa ou espinha de peixe, planos de ação no formato de 5W´s, enfim principalmente um grande trabalho para aumento da confiabilidade da manutenção, tudo isto para tentar aumentar a qualidade dos serviços ofertados, que é um desafio da empresa e fim de preservar clientes e até mesmo conquistar novos mercados. Este plano de qualidade envolve toda a empresa, pois os processos de qualidade devem ser pensados desde a fase de planejamento, implantação e operação. 108 Na opinião dos entrevistados a manutenção contribui para a estratégia operacional através da qualidade de seus serviços, dos planos de melhoria e da preservação da disponibilidade dos equipamentos. Como diferencial competitivo à empresa possui um ótimo nível de terceirização em relação à concorrência e também a administração da área de forma matricial o que auxilia a preservar as competências adquiridas pela área além de difundir os conceitos por toda a organização. 5 Análise dos Dados Apesar dos diferentes objetivos estratégicos entre algumas das empresas estudadas, houve uma constatação unânime com relação ao principal papel da manutenção com relação às operações das empresas. Este papel pode ser definido em preservar a disponibilidade operacional dos equipamentos aumentando com isto qualidade dos serviços ofertados. De acordo com o tamanho da empresa a manutenção representa um papel e uma força sobre as operações, tendo da mesma forma seus processos e procedimentos mais elaborados à medida que as empresas crescem e adquirem maior maturidade. Foram observados em todos os casos estudados algumas funções comuns à manutenção, que além de preservar a disponibilidade operacional, é a de realizar as tarefas de Manutenção corretiva e preventiva, que também evoluem conforme a maturidade da empresa. Com relação à terceirização da manutenção ela ocorre com maior presença nas empresas de maior porte, mostrando que com o crescimento e a padronização das atividades este processo também é possível sem que ocorra perda de controle e qualidade. A manutenção também adota diversas ferramentas de qualidade, e assim como os outros aspectos comentados este também sofre interferência do porte da empresa e da hierarquia da manutenção em relação às operações. Para esclarecer melhor serão apresentadas algumas análises dos casos avaliados nas empresas através do confronto de informações. São elas: 109 • Estratégia das organizações versus papel da operação; • O papel da manutenção versus o posicionamento hierárquico; • Os tipos de manutenção versus as ferramentas de qualidade; • As ações da manutenção que contribuem para a estratégia operacional; 5.1 Análise dos casos Neste item são apresentadas as análises dos casos conforme a proposta apresentada. 5.1.1 Análise dos resultados do caso A. A empresa do caso “A” adota a estratégia de posicionamento no mercado por diferenciação tecnológica, este posicionamento justifica-se por se tratar de uma empresa relativamente nova no mercado brasileiro e também por representar uma das poucas alternativas de competição à empresa de maior porte que foi privatizada, e que possui atualmente a maior base de clientes. Este posicionamento também justifica a escolha de nicho de mercado de alto valor agregado o que permite retornos mais rápidos aos investimentos. Estratégia Organizacional Papel das Operações -Posicionamento no Mercado por A área de operações é responsável por Diferenciação Tecnológica; efetuar -Atuação em Mercados de Alto Valor equipamentos, agregado; disponibilidade operacional, e atua como - Alto nível na qualidade dos serviços principal ofertados; negócios suportando o crescimento da o controle aliada da planta preservando das unidades empresa. Fonte: Elaborada pelo autor Figura 5-1 Papel das operações versus estratégia operacional caso A de a de 110 Devido à idade da empresa e a agilidade empregada para seu crescimento, sustentável existe uma forte política de responsabilidades que é tratada por accountability, o que significa obrigação de dar conta, dos deveres e responsabilidades dos colaboradores, esta política alinha-se a um dos valores da empresa que é autonomia dada aos colaboradores para tomada de decisões. Com relação à missão da empresa a mesma é refletida no pensamento dos colaboradores estratégicos com relação à missão de seus cargos, que é a de posicionar a empresa com o melhor nível de qualidade ofertado no mercado. A manutenção exerce importante papel na estratégia de operações da empresa, pois é reconhecida por todos internamente, que seu mau desempenho pode afetar a qualidade dos serviços ofertados, causando indisponibilidades indesejáveis aos sistemas. Um grande diferencial da manutenção nesta empresa é que mesmo no head-quarter a empresa consegue tratar os problemas de maneira personalizada divulgando internamente por meio de lições aprendidas e evitando com isto que problemas semelhantes ocorram. Como o foco da empresa está voltado a segmentos de mercado de alto valor agregado, estes tipos de falhas e indisponibilidade, são inaceitáveis e quando ocorrem certamente ocasionam a perda de clientes diretos da empresa. O principal papel da manutenção é controlar a disponibilidade dos equipamentos de forma a manter o nível de serviço da empresa dentro da meta elaborada pela agência regulatória nacional do setor a ANATEL, sendo que as metas internas possuem desafios superiores as da agência regulatória. Papel da Manutenção: Posicionamento Hierárquico: - Disponibilidade Operacional A área de manutenção encontra-se - Confiabilidade do Sistema dentro da diretoria de operações, e nas - Promover melhorias nos sistemas diretorias regionais, onde na verdade existem departamentos de operação. Fonte: Elaborada pelo autor Figura 5-2 Papel da manutenção versus posicionamento hierárquico Caso A 111 O posicionamento da manutenção hierarquicamente encontra-se dentro da diretoria de operações conforme indicado como ideal pela maioria dos especialistas entrevistados. A manutenção adota sistemas de manutenção corretiva e preventiva com acionamentos e coordenação das atividades centralizadas, além de atividades preventivas e preditivas terceirizadas, como manutenção dos quadros de energia, e de sistemas específicos como GMG´s, No-Breaks, e Sistemas de climatização. Tipos de Manutenção Ferramentas de qualidade Equipe Própria: - Manutenção Corretiva; - RCFA; - Manutenção Preventiva; - Análise de Pareto; Equipe Terceirizada: - Planos de Ação 5W; -Manutenção Corretiva; - Manutenção Preventiva; Manutenção Preditiva; Fonte: Elaborada pelo autor Figura 5-3 Tipos de Manutenção versus ferramentas de qualidade Caso A Todo problema que impacta diretamente os clientes é tratado de maneira personalizada e através de planos de ação que são divulgados pela companhia, com isto evitam-se muitos casos de problemas recorrentes e atuam-se preventivamente em locais onde o defeito ainda não havia ocorrido. As ações da manutenção que contribuem para a estratégia operacional podem ser visualizadas através da figura 5.4, onde se representa o framework elaborado a partir do DMAIC, já alimentado a partir das informações obtidas no estudo de Caso A. Sendo que a maior contribuição da manutenção com a estratégia operacional é através da disponibilidade operacional elevada. 112 Percepção da Informação Melhoria / Implementação Medição / Dados Lições Aprendidas KPI´s Planos de Ação 5W Análise Controle Disponibilidade BSC’s Referencial Operacional / Estratégico Confiabilidade nos (Diferenciação Serviços Tecnológica) Manutenção em Infra-Estrutura Corretiva Entradas Saídas Preventiva Preditiva Terceirizada Fonte: Elaborada pelo Autor Figura 5-4Contribuição da Manutenção Caso A para o framework proposto. 5.1.2 Análise dos resultados do caso B A empresa estudada no caso B, devido a sua configuração possuir penetração em todas as cidades do estado onde atua, optou por utilizar parte da estrutura já existente para agregar valor e montou a área de Telecomunicações que atualmente funciona como uma empresa à parte dentro da companhia original, vendendo serviços de telecomunicações a outras empresas do ramo, e também grandes clientes corporativo. Esta estratégia ajuda a amortizar muitos investimentos da companhia que são necessários independentemente da atuação em telecomunicações. Também adota diferenciação posicionamento a estratégia tecnológica, justifica-se mas por de posicionamento principalmente se tratar de por uma no mercado qualidade, empresa por este estatal concessionária de energia e que aproveitou a infra-estrutura existente para seu negócio principal resolvendo problemas internos na área de comunicações e possibilitando com que a mesma ingressasse neste mercado ofertando a 113 capacidade ociosa disponível. Este posicionamento também justifica a escolha de nicho de mercado oferecendo serviços a outras empresas de Telecomunicações ou clientes corporativos de grande porte, como bancos e data-centers. A empresa possui um elevado nível se segurança operacional, pois seus sistemas de telecomunicações são base para sua segurança técnica interna e todos os sistemas possuem equipamentos de redundância N+1. Este diferencial também foi uma vantagem identificada que permitiu que a empresa pudesse ofertar serviços de telecomunicações ao mercado. Estratégia Organizacional Papel das Operações - Oferecer Serviços o Mercado com Alta - Existe qualidade, e que empresas normais empresa como um todo que monitor o exclusivas de TELECOM, não conseguem desempenho destes sistemas e que em virtude do alto investimento; aciona a equipe técnica responsável - Diferenciação Tecnológica quando necessário, neste caso por ser - Qualidade um serviço de valor agregado dentro do a área de operações da contexto original s operações ainda estão um pouco desconexas. Fonte: Elaborada pelo autor Figura 5-5 Papel das operações versus estratégia operacional caso B O principal papel identificado para a manutenção é o de manter a planta de equipamentos e o sistema em operação através de alta disponibilidade operacional, suportar o crescimento, auxiliando nas implantações e configurações do sistema, além de prover toda a infra-estrutura necessária para o crescimento e segurança operacional da empresa no setor. Papel da Manutenção: Posicionamento Hierárquico: A área de manutenção encontra-se - Disponibilidade Operacional dentro da superintendência de - Efetuar configurações e implantações operações. - Promover melhorias nos sistemas Fonte: Elaborada pelo autor Figura 5-6 Papel da manutenção versus posicionamento hierárquico Caso B 114 A manutenção acompanha seu desempenho e através de indicadores de disponibilidade operacional que são calculados partir de um software de acompanhamento do MTBF e MTTR dos equipamentos. Tipos de Manutenção Ferramentas de qualidade Equipe Própria: - Manutenção Corretiva; - Disponibilidade Operacional através do - Manutenção Preventiva; MTBF e MTTR; - Manutenção Preditiva; - Planos de ação baseados na Equipe Terceirizada: metodologia de 5W2H; -Manutenção Corretiva mais simples e que não tenham impactos diretos com o objetivo principal da empresa Fonte: Elaborada pelo Autor Figura 5-7 Tipos de Manutenção versus ferramentas de qualidade Caso B Todo problema operacional que afete aos clientes, sejam internos ou externos é tratado prontamente pela equipe de manutenção, que para auxiliar na gestão das informações, e acompanhamento do desempenho dos equipamentos possui um software de controle da manutenção, este software auxilia na emissão das ordens de serviços, montagem de um banco de dados para análise dos principais problemas, controle das manutenções corretivas, preventivas e preditivas. As ações da manutenção que contribuem para a estratégia operacional no caso B podem ser visualizadas através do framework representado através da figura 5.8 a seguir. 115 Percepção da Informação Melhoria / Implementação Medição / Dados MTBF, MTTR, Planos de Ação 5W Análise Disponibilidade Software de Controle Controle BSC’s Disponibilidade Operacional / Serviços Referencial Estratégico Alta Qualidade Diferenciação Tecnológica Manutenção em Infra-Estrutura Corretiva Preventiva Preditiva Entradas Terceirizada Saídas Fonte: Elaborada pelo Autor Figura 5-8 Contribuição da Manutenção Caso B para o framework proposto 5.1.3 Análise dos Resultados do Caso C A empresa do caso C adota a estratégia de posicionamento no mercado por o critério preço como principal característica para posicionamento no mercado. Este critério se justifica por se tratar de uma empresa de telecomunicações que oferece como principal serviço chamados de telefonia de longa distância, neste caso a maioria dos clientes buscam na operadora vantagens que lhes permitam falar por mais tempo e com menor custo. Esta estratégia também se justifica em virtude da facilidade de comunicação de longa distância através da utilização de plataformas VOIP instaladas nos computadores. Outra estratégia também adotada, mas que não é a principal para este mercado é a de qualidade operacional, por oferecer serviços de cone xo avançadas a grandes clientes corporativos e outras operadoras de telefonia. 116 Estratégia Organizacional Papel das Operações -Posicionamento no Mercado por Preço; A área de operações é responsável por -Atuação em Mercados de Alto Valor efetuar agregado; equipamentos, - Alto nível na qualidade dos serviços disponibilidade operacional, e atua como ofertados; principal o controle aliada da planta preservando das unidades de a de negócios suportando o crescimento da empresa. Fonte: Elaborada pelo autor Figura 5-9 Papel das operações versus estratégia operacional caso C Como foi observado nas entrevistas a empresa tem como grande foco na área operacional desdobramentos da estratégia corporativa, que é a de oferecer aos clientes internos e externos alto índice de disponibilidade operacional com soluções criativas e de baixo custo. Com a configuração atual da empresa a área de Manutenção posicionase dentro da área de engenharia de telecomunicações e é a manutenção a responsável pelo controle operacional do sistema, além da configuração, implantação, e a própria manutenção. Por ser uma empresa bastante enxuta e com muita tecnologia a configuração adotada justifica-se para melhorar a sinergia interna com a engenharia, talvez com o crescimento da companhia esta hierarquia necessite ser revista. A manutenção exerce um papel muito importante para as operações que também é de desenvolver idéias criativas e de baixo custo, e principalmente manter a disponibilidade operacional dos sistemas. 117 Papel da Manutenção: Posicionamento Hierárquico: A área de manutenção encontra-se - Disponibilidade Operacional dentro da diretoria de Engenharia e - Efetuar configurações e implantações funciona de maneira paralela as diretoria - Promover melhorias de Baixo Custo de operações. Fonte: Elaborada pelo autor Figura 5-10 Papel da manutenção versus posicionamento hierárquico Caso C As manutenções mais praticadas são a corretiva, preventiva e preditiva através de controladores eletrônicos, a utilização destes controladores integrados a sistemas de gerência na área de manutenção com vistas para a área de operações permite grande agilidade na manutenção dos sistemas agindo de forma pró-ativa e antecipando-se aos problemas. Tipos de Manutenção Ferramentas de qualidade Equipe Própria: - Manutenção Corretiva; - Disponibilidade Operacional através do - Manutenção Preventiva; MTBF e MTTR; - Manutenção Preditiva Equipe Terceirizada: -Equipamentos não essenciais à operação. Fonte: Elaborada pelo autor Figura 5-11 Tipos de Manutenção versus ferramentas de qualidade Caso C As ferramentas de qualidade adotadas para medição do desempenho operacional como um todo e que servem de avaliação da manutenção são a de acompanhamento do MTBF e MTTR. Um resumo da configuração estratégica adotada pelo caso C pode ser visualizado através do framework elaborado a partir do DMAIC, e que esta representado na figura 5.12. 118 Percepção da Informação Melhoria / Implementação Medição / Dados Criatividade e Baixo Custo MTBF, MTTR, Monitoramento Disponibilidade On-Line de Controle Desempenho BSC’s Disponibilidade Operacional / Serviços Referencial Estratégico Alta Qualidade Preço Manutenção em Infra-Estrutura Corretiva Preventiva Preditiva Entradas Saídas Fonte: Elaborada pelo autor Figura 5-12 Contribuição da Manutenção Caso C para o framework proposto 5.1.4 Análise dos Resultados do Caso D O caso D representa uma grande empresa de telecomunicações, líder em sua região de atuação, bastante complexa, porém estruturada através dos tempos. Esta empresa originou-se de empresas estatais que foram privatizadas formando uma gigante brasileira em seu segmento. Sua estratégia operacional para manter mercado baseia-se em qualidade, e disponibilidade operacional. Outro fator estratégico e que vem sendo adotado com maior freqüência é a preservação de clientes através de preço, dificultando com isto a entrada de novas companhias competidoras no mercado. Esta estratégia é permitida, pois toda a estrutura de equipamentos já está implantada em sua região de atuação, sendo que a grande maioria dos clientes foi absorvida das empresas privatizadas. O grande papel das operações é padronizar o nível de informação entre toda a companhia, preservando a disponibilidade do sistema, aumentando a qualidade, isto é feito através da área de Engenharia de Processos. 119 Estratégia Organizacional Papel das Operações -Posicionamento no Mercado por e Preço; A área de operações é responsável por - Alto nível na qualidade dos serviços manter a disponibilidade operacional dos ofertados; equipamentos, - Evitar a perda de mercado para novas processos companhias; organização de padronizando controle por toda os a Fonte: Elaborada pelo autor Figura 5-13 Papel das operações versus estratégia operacional caso D Na configuração atual da empresa a área de manutenção encontra-se dentro da diretoria de operações, porém respondendo matricialmente a Engenharia que é responsável pelos desenvolvimentos. Esta estrutura descentralizada das operações garante o controle da planta tendo em vista que cada estado de atuação possui uma gerência de operações com a Manutenção fazendo parte da mesma o que faz com que a manutenção tenha alto foco na disponibilidade, garantindo o fluxo de informações e nivelando o conhecimento. Papel da Manutenção: Posicionamento Hierárquico: A área de manutenção encontra-se - Disponibilidade Operacional dentro da diretoria de Engenharia e - Auxiliar nas implantações funciona de maneira paralela as diretoria - Promover Melhorias de operações. Fonte: Elaborada pelo autor Figura 5-14 Papel da manutenção versus posicionamento hierárquico Caso D Todos os sistemas que exigem grande confiabilidade possuem redundância operacional, isto permite a empresa oferecer uma excelente segurança e confiabilidade nos serviços ofertados e para a operação como um todo. Este nível de redundância permite adotar na manutenção práticas de terceirização, a adoção da terceirização também se faz necessária em virtude do tamanho da empresa. Esta prática ajuda a padronizar definições desenvolvendo contratos similares para atendimento em toda a planta de 120 equipamentos, porém este talvez seja o ponto de maior conflito interno, pois ao mesmo tempo em que se terceirizam atividades agilizando o atendimento e suporte, muitas vezes não se consegue manter um mesmo padrão de em todas as regiões. O acompanhamento da manutenção central regionalizada é fundamental para este sucesso. Tipos de Manutenção Ferramentas de qualidade Equipe Própria: - Manutenção Corretiva; - - Manutenção Preventiva; - Manutenção Preditiva; Disponibilidade Operacional através do MTBF e MTTR; - RCM Manutenção Centrada em Equipe Terceirizada: confiabilidade (RCFA, Ishikawa, -Manutenção Corretiva; 5W2H) -Manutenção Preventiva; -Manutenção Preditiva Fonte: Elaborada pelo autor Figura 5-15 Tipos de Manutenção versus Ferramentas de Qualidade Caso D Por ser uma empresa mais madura, e que absorveu empresas já existentes, a empresa do Caso D desenvolveu um projeto para padronizar o nível de informações em toda a organização, absorvendo e disseminando as melhores práticas. A infra-estrutura existente teve apenas que ser mantida, pois já possuía um excelente nível de qualidade e controle, com redundância para todos os equipamentos essenciais. A maturidade da empresa permitiu melhorar a utilização de ferramentas de qualidade, e produtividade da empresa principalmente da manutenção aplicando um programa de qualidade baseado em RCM. Para auxiliar no controle deste sistema existe um software de gestão da manutenção integrado ao sistema de gerenciamento de materiais e spare-parts. As ações da manutenção que contribuem para a estratégia operacional podem ser visualizadas através para o caso D podem ser visualizados através do framework representado pela figura 5.16. 121 Melhoria / Implementação RCM 5W2H Percepção da Informação Medição / Dados RCFA MTBF, MTTR, Ishikawa Software de Disponibilidade Gestão da Controle Manutenção BSC’s Disponibilidade Operacional / Serviços Referencial Estratégico Preço Alta Qualidade Manutenção em Infra-Estrutura Corretiva Preventiva Preditiva Entradas Terceirizada Saídas Fonte: Elaborada pelo autor Figura 5-16 Contribuição da Manutenção Caso D para o framework proposto 5.2 Comparação da Análise dos Casos Como conclusões deste capítulo serão apresentadas às análises de cada caso. Comparando as questões relevantes levantadas. 5.2.1 Estratégia Organizacional versus o papel das operações As empresas mais novas buscam se posicionar no mercado principalmente pelos aspectos de Diferenciação Tecnológica, fato observado com grande enfoque no Caso A, e também com enfoque mais forte que as concorrentes em qualidade, buscando através destes dois pontos ganhar posições no mercado buscando clientes descontentes das companhias mais antigas. A empresa do caso B apesar de ser bastante antiga possui atuação no ramo de Telecomunicações bem recente e também se enquadra no perfil da empresa ª 122 As empresas mais experientes Casos C e D posicionam-se no mercado através de qualidade, mas muitas vezes devido ao porte e a amplitude de atuação perdem um pouco o enfoque, não conseguindo preservar a qualidade, por isto também adotam a estratégia de preço para manutenção da base de clientes e evitar a concorrência de novos entrantes. Todas as empresas dos casos A, B, C e D buscam nas operações o controle profundo da disponibilidade operacional dos equipamentos, preservando com isto a qualidade dos serviços ofertados. 5.2.2 Papel da Manutenção versus Posicionamento Hierárquico Em todas as empresas dos casos A, B, C e D o papel da manutenção dentro das operações foi bem similar e poderia ser resumido em: • Manter a Disponibilidade Operacional da planta de equipamentos instalados; • Desenvolver melhorias nos sistemas, através dos planos de ação, padronizando sempre que possível às instalações; • Efetuar ou auxiliar na configuração e implantação de novos equipamentos e sistemas; Quanto ao posicionamento hierárquico, assim como indicado pelos especialistas a manutenção na maioria das empresas, casos A, B e D encontram-se dentro da diretoria ou superintendência de operações, apenas na empresa C que por ser bastante enxuta a manutenção encontra-se em uma área paralela as operações, porém nesta empresa foi verificada uma forte sinergia entre a engenharia de manutenção e as operações. 5.2.3 Tipos de Manutenção versus Ferramentas de Qualidade Em todas as empresas, e especialmente as mais experientes (Casos B e D) a área de manutenção é responsável por controlar e realizar as 123 manutenções corretivas, preventivas e preditivas, sendo que nestas empresas a terceirização também é bastante desenvolvida. No caso da terceirização observo u-se que quanto maior a empresa (casos B e D) e sua área de atuação, maior é a necessidade de padronização dos processos e planta de equipamentos, facilitando o controle da manutenção, isto também permite que a empresa consiga ampliar o nível de terceirização, desenvolvendo contratos uniformes em todas as cidades de atuação. As manutenções preditivas normalmente são periódicas e contratadas com empresas terceirizadas por exigir equipamentos específicos para a realização das mesmas. As ferramentas de qualidade, assim como observado pelos especialistas, são pouco utilizadas, e em muitos casos ela é utilizada apenas de um modo prático para o resultado operacional, ou seja mede-se a disponibilidade operacional a partir do MTBF e MTTR dos equipamentos, porém as empresas não possuem habilidade para promover programas mais consistentes (Casos, A, B e C). Apenas a empresa do caso D por ser mais estruturada possui um programa de qualidade mais completo e voltado para a área de manutenção. Outro fator que contribui bastante para o acompanhamento e controle da manutenção é a utilização de softwares de controle, que auxiliam na gestão de recursos, materiais e emissão de ordens de serviço para todos os tipos de manutenção sejam elas corretivas, preventivas, preditiva ou te rceirizada. Em nenhum dos casos foi observada a adoção de FMEA´s seja na implantação seja na manutenção dos sistemas já em operação, a fim de auxiliar na identificação dos processos críticos, adotando o mesmo como método para correção de disfunções de projeto e auxiliando no planejamento da manutenção, dos spare-parts e das redundâncias. 124 6 Desenvolvimento do Framework Com base nas contribuições fornecidas pelos estudos de caso e nas opiniões colhidas pelos especialistas, tem-se a seguir um aprimoramento do framework desenvolvido e proposto no item 3.9. Melhoria / Implementação RCM / TPM 5W2H – Planos de Ação RCFA Medição / Dados Ishikawa Lições aprendidas FMEA Percepção da Informação Criatividade e Redução de Custo KPI´s MTBF, MTTR, Análise Disponibilidade Monitoramento On-Line Controle de Desempenho BSC’s Software de Gestão da Disponibilidade Manutenção Operacional / Serviços Referencial Estratégico Preço Alta Qualidade Diferenciação Tecnológica Confiabilidade nos Manutenção em Infra-Estrutura Serviços Corretiva Preventiva Preditiva Entradas Terceirizada Saídas Fonte: Elaborada pelo autor Figura 6-1 Framework para adoção estratégica da manutenção em operações 7 Conclusões e sugestões para trabalhos futuros A investigação deste estudo foi desenvolvida, buscando responder a seguinte questão elaborada no capítulo 01. “Qual o papel da gestão da Manutenção na Estratégia de Operações em empresas fornecedoras de serviços?” 125 Verificou-se que a gestão estratégica das operações auxilia na criação de conhecimentos e procedimentos dentro da área de manutenção, mas que muitas vezes estes procedimentos são específicos e elaborados exclusivamente para atender problemas operacionais de maneira corretiva. Faltando para a maioria das empresas brasileiras maturidade para realizar planejamentos de longo prazo. A manutenção dentro das empresas das operações é extremamente estratégica, os resultados operacionais são diretamente influenciados, sendo que o principal papel da manutenção consiste em trabalhar pela disponibilidade operacional dos equipamentos, que é obtida de maneira mais simples através dos índices de MTBF e MTTR. Os programas de qualidade apesar de existirem na maioria das empresas pesquisadas assim como apontado por alguns dos especialistas ainda não se encontram maduros, sendo que para sucesso efetivo dos mesmos faz-se necessário à colaboração top-down da gestão das empresas, pois a base operacional e a própria manutenção muitas vezes possuem excelentes idéias que se perdem devido à falta de apoio e planejamento para continuidade para os programas. Os objetivos específicos foram respondidos da seguinte forma: • Identificar a Estratégia de Operações da Organização através de seus objetivos; A estratégia de operações da organização foi identificada durante a revisão bibliográfica no item 3.3.1 sendo que uma das melhores definições foi à apresentada por PORTER (1996) que ressalta que a essência da estratégia consiste em desempenhar as tarefas operacionais diferentemente e melhor que os concorrentes. Estes benefícios são muito difíceis de serem superados ou copiados pela concorrência. Todo este desdobramento pôde ser comprovado nas empresas a partir dos estudos de caso onde a missão e visão organizacionais são redirecionados e redesenhados de maneira alinhada para dentro da área de operações, um exemplo disto são os requisitos de qualidade dos serviços prestados, identificado em todos os casos como um diferencial competitivo que todas as 126 empresas buscam seja com maior ou menor enfoque, desta forma as operações são responsáveis diretas por este resultado de satisfação qualitativo. • Identificar a função manutenção; A função da manutenção identificada através do estudo é a de ser responsável por realizar e gerenciar as manutenções corretivas, preventivas e preditivas na planta de equipamentos antecipando-se aos problemas sempre que possível, fornecendo rápida resposta e solução para os mesmos, e auxiliando no planejamento das operações com treinamentos durante as implantações e desenvolvendo processos de melhoria contínua, nos procedimentos adotadas e na planta instalada, buscando com isto aumento de confiabilidade. • Identificar de que maneiras as atividades de manutenção contribuem para a função de operações, reconhecendo seu papel estratégico no aumento da competitividade e nos resultados; A principal maneira com que a manutenção contribui para a função operação foi mapeada através da revisão bibliográfica no item 3.8 e comprovada nas entrevistas item 4.1 e estudos de caso item 4.3, sendo que sua principal contribuição para o aumento da competitividade e dos resultados é atuar de forma efetiva no aumento da disponibilidade operacional dos equipamentos, evitando falhas não programadas e descontentamento dos clientes. • Identificar quais são as técnicas ou ferramentas de qualidade utilizadas pela manutenção; No item 3.7 foram identificadas as ferramentas da qualidade que podem ser utilizadas pela manutenção, sendo algumas delas citadas pelos especialistas no item 4.1. • Identificar as aplicações das ferramentas de qualidade nas diversas funções do setor de manutenção; 127 Nos estudos de caso foram identificadas as principais ferramentas adotadas na prática pelas empresas sendo que a maioria delas possui certa limitação quanto aos programas de qualidades desenvolvidos, apenas a empresa do caso D, mais experiente e organizada possuía métodos robustos de controle de qualidade e utilização das ferramentas como auxílio na análise e solução dos problemas. • Descrever a gestão estratégica da manutenção; Para um melhor funcionamento e sinergia a gestão estratégica da manutenção deve estar posicionada hierarquicamente dentro da área de operações, com isto as respostas dadas pela manutenção são mais rápidas, e estão em sintonia com as reais necessidades da operação. Conforme apresentado no item 3.8, verificado nas entrevistas com especialistas e comprovado nos estudos de caso, o planejamento e gestão da manutenção deve ser configurado em conjunto com as diretrizes operacionais, e monitorados por indicadores que reflitam seus impactos nas operações. A gestão da manutenção deve ser vista como parte da estratégia corporativa. O foco que se dá à satisfação do cliente com qualidade e flexibilidade está ligado diretamente com a disponibilidade e confiabilidade dos processos. • Identificar a função da Manutenção na estratégia de operações e serviços; A função identificada para a manutenção na estratégia de Operações e serviços é manter a disponibilidade operacional da planta de equipamentos instalados, desenvolver melhorias nos sistemas, através dos planos de ação, padronizando sempre que possível às instalações, efetuar ou auxiliar na configuração e implantação de novos equipamentos e sistemas. • Formulação de um framework para adoção estratégica da manutenção na operação e serviços. O framework foi elaborado a partir dos conceitos do DMAIC conforme apresentado no item 3.9 de maneira preliminar e revisado e proposto a partir da análise dos estudos de caso conforme apresentado no capítulo 6. 128 7.1 Limitações Este trabalho telecomunicações, foi sendo desenvolvido que a em área de empresas do manutenção setor de pesquisada principalmente foi à parte de infra-estrutura, pois em todas as empresas este setor caracteriza-se de maneira mais formal como manutenção, sendo que os suportes dos demais equipamentos de telecomunicações muitas vezes estão dentro das operações, ou da engenharia, mas com características não formais de manutenção. Observou-se excelente receptividade em auxiliar na pesquisa por parte dos especialistas, receptividade, porém esta mesma facilidade não foi encontrada nas empresas que ainda não estão sensibilizadas para o desenvolvimento deste tipo de pesquisa. As entrevistas com as empresas e os casos foram conseguidas graças a contatos internos na empresa de atuação do autor, porém como já foi comentado nem todas as pessoas se viam dispostas a colaborar, o que obrigou a agendamentos pessoais com maior freqüência do que seria necessário a fim de aproximar o contato com os entrevistados para motivá-los a colaborar. Para execução desta pesquisa foram percorridos para esta pesquisa aproximadamente 4.750 km e realizadas entrevistas nas cidades de Brasília, Cuiabá, Rio de Janeiro, Joinville e Curitiba. Em trabalhos futuros viagens e contatos com os entrevistados são fundamentais para o sucesso da pesquisa, principalmente porque o meio estudado é bastante regionalizado e apesar das companhias competirem entre si suas sedes ficam em diferentes cidades. Apesar de o estudo ter sido desenvolvido em empresas que atuam no ramo de telecomunicações, dentro deste ramos existem nichos distintos de mercado e empresas bastante diversificadas, por exemplo, existem empresas que atuam exclusivamente como operadoras de telefonia de longa distância, algumas apenas em celular, outras em celular e fixo, estas diferenças trazem características distintas em alguns casos operacionais. 129 7.2 Sugestões para trabalhos futuros Para a realização de trabalhos futuros seria interessante a realização de estudos de caso dentro dos departamentos de operações das empresas identificando de maneira mais ampla as estratégias e ações operacionais e relacionando-as com a organização. Avaliar a necessidade de desenvolvimento das capacitações da manutenção com relação ao seu envolvimento e participação na estratégia de operações em empresas de serviços. Ampliar quantidade de empresas para realização de estudos de caso, possibilitando comparações entre duas empresas com mesmo porte e características de atuação semelhantes, permitindo a comparação de empresas de mesmo tipo de atuação, comparando operadoras de longa distância entre si, telefonia celular entre si, e outras de mesma característica. 8 Referências Bibliográficas 1. ALBRECHT, K. Revolução nos serviços: como as empresas podem revolucionar a maneira de tratar seus clientes. São Paulo: Editora Pioneira, 2000. 2. ALBUQUERQUE, Adão Eunes. Planejamento das Relações Públicas. 2º ed. Porto Alegre: Sulina, 1983. 3. ARGYRIS, Chris; SCHÖN, D. A. Organizational Learning II: theory, method and practice. Reading : Addison-Wesley. 305 p. 1996 4. BENNIGSON, L. A. Changing Manufacturing Strategy. Production and Operations Management. Vol. 5 no 1 USA, 1996 5. BERTO, R.; NAKANO, D. Metodologia da pesquisa e a engenharia de produção. 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Salvador: Casa da Qualidade Editora Ltda., 1996. 71. TEECE, D.; PISANO, G.; SHUEN, A. Dynamic capabilities and strategic management, Strategic Management Journal, v.18, n.7, p. 509-533, 1997. 72. TSANG, A.H.C.; JARDINE, A.K.S.; KOLODNY, H. “Measuring maintenance performance: a holistic approach”, International Journal of Operations & Production Management, Vol. 19 No. 7, 1999. 73. VOSS, C. A.; BLACKMON, K. Practice Performance Relationships in UK Manufacturing Industry. London Business School, 1993. 74. WHEELWRIGHT, S. C. Reflecting corporate strategy in manufacturing decisions. Business Horizons, February, 1978. 75. XAVIER, F. M. A formulação da estratégia de operações como fator de melhoria da competitividade do varejo, PPGEP-UFSC, Florianópolis, 2005. 76. XENOS, Harilaus G. D'Philippos. Gerenciando a manutenção produtiva: o caminho para eliminar falhas nos equipamentos e aumentar a produtividade. Belo Horizonte: EDG. 1998. 135 77. YIN, Robert K. Case Study Research. New Delhi: Sage, 1994. 136 9 APÊNDICE 1 – PROTOCOLO DE PESQUISA 9.1 Visão Geral do projeto de Estudo de Caso INSTITUIÇÃO: Pontifícia Universidade Católica do Paraná ALUNO: Luciano Carstens E-mail: [email protected] Telefone: (041) 8848-2130 CURSO: Mestrado - Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção e Sistema TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA: O Papel da Gestão da Manutenção na Estratégia de Operações em Telecomunicações NOME DO ORIENTADOR: Sérgio Eduardo Gouvêa da Costa Neste protocolo apresenta-se em seqüência o tema, problema e a técnica de investigação a ser seguida. O protocolo de pesquisa tem por objetivo garantir a replicabilidade dos casos que serão investigados, guiando de forma padronizada cada uma das etapas do estudo de caso, bem como cada uma de suas replicações, com isto aumentam-se à confiabilidade dos resultados obtidos neste projeto de estudo. Este trabalho pretende estudar “O Papel da Gestão da Manutenção na Estratégia de Operações”, estudo desenvolvido dentro do programa de PósGraduação em Engenharia de Produção e Sistemas (PPGEPS) da linha de pesquisa “Estratégia, tecnologia, e organizações” da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Este trabalho busca identificar de que maneiras as ações adotadas pela área operacional podem afetar ou contribuir para com a estratégia organizacional da empresa. Para isto será pesquisado o papel da manutenção na estratégia de operações e como foco deste estudo teremos empresas prestadoras de serviço do setor de telecomunicações, sendo que a área de manutenção avaliada dentro destas empresas é a de Infra-estrutura de equipamentos. No setor de telecomunicações brasileiro a abertura do mercado e o dinamismo dos investimentos tornam claro esta necessidade de planejamento 137 operacional, pois as evoluções são constantes e rápidas e com diversidade de tecnologias as empresas precisam ter muita agilidade na sua área operacional a fim de preservar os clientes mantendo a qualidade dos serviços durante este universo de mudanças. Neste cenário a atuação da área de manutenção, torna-se mais importante ainda, e seus impactos na estratégia operacional crescem ainda mais, pois o que o estudo pretende comprova é que sua disponibilidade afeta diretamente a qualidade do produto entregue ao cliente, ou seja neste caso o serviço, não sendo possível à compensação a partir de estoques, o serviço não entregue é um serviço perdido, e que jamais será recuperado. De acordo com o modelo de SKINNER, (1969) este trabalho busca comprovar que ações tomadas nas áreas operacionais afetam a estratégia corporativa, e que dentro das operações a manutenção possui seu papel relevante. Além disto, busca compreender as implicações da manutenção na estratégia operacional em empresas prestadoras de serviços de telecomunicações, e para isto apresenta -se o problema de pesquisa na forma da seguinte q uestão: “Qual o papel da gestão da Manutenção na Estratégia de Operações em empresas fornecedoras de serviços?” Como resposta provisória apresenta-se à diretriz de pesquisa na forma do seguinte argumento lógico: P: A qualidade dos serviços entregues aos clientes depende dos equipamentos e processos controlados pela área de manutenção. P: O desempenho do setor de manutenção influencia nos resultados operacionais da organização. P: A manutenção é parte do processo de formulação estratégica operacional para a organização. C: Então, a manutenção pode ser utilizada como fator competitivo na estratégia organizacional. Como resposta ao problema apresentado e ao resultado provisório apresentam-se os seguintes objetivos específicos a serem investigados: 138 • Identificar a Estratégia de Operações da Organização através de seus objetivos. • Identificar a função manutenção; • Identificar quais são as técnicas ou ferramentas de qualidade utilizadas pela manutenção. • Identificar as aplicações das ferramentas de qualidade nas diversas funções do setor de manutenção. • Descrever a gestão estratégica da manutenção; • Identificar de que maneiras as atividades de manutenção contribuem para a função de operações, reconhecendo seu papel estratégico no aumento da competitividade e nos resultados. • Identificar a função da Manutenção na estratégia de operações e serviços. • Formulação de um manutenção na operação framework e para serviços adoção de estratégica da infra-estrutura de telecomunicações. O objeto de análise será a unidade de negócio onde cada unidade tem sua função manufatura e como setor de apoio cada manufatura tem sua manutenção estes casos serão acompanhados das entrevistas com especialistas. PINTO e XAVIER (2003, p. 12), colocam que: “apenas uma gestão sistemática da manutenção pode não dar a idéia real do nível das suas atividades e adota o conceito de “Benchmarking” que é o processo de identificação, conhecimento e adaptação de práticas e processos excelentes de organizações, de qualquer lugar do mundo, para ajudar sua organização a melhorar sua performance”. De acordo com o esquema da figura 7.1, a linha pontilhada separa o processo de benchmarking que começa pelo levantamento de dados, comparação com os melhores concorrentes, análise e finaliza com a proposta de melhorias (PINTO e XAVIER, 2003). 139 Comparação Análise Internacional * Planejamento estratégico Levantamento Proposta de de dados melhorias Operar * Metas Acompanhar Avaliar desempenho * Orçamento Fonte: adaptado de PINTO e XAVIER (2003, p. 14). Figura 9-1 Gestão estratégica da manutenção O trabalho segue a linha que o único produto que a operação deseja comprar da manutenção e da engenharia chama-se maior disponibilidade, confiabilidade e ao menor custo. E quanto maior for à disponibilidade, menor será a demanda de serviços (PINTO e XAVIER, 2003). O trabalho segue ainda as idéias de SKINNER que pregam que as atitudes tomadas na área operacional geram resultados efetivos na organização como um todo. Na linha do pensamento de SKINNER (1969), MADU (2000) fala que com a adoção de ferramentas de qualidade adequadas à manutenção pode colaborar e se alinhar para contribuir efetivamente as estratégias operacionais e da organização. A manutenção pode adotar diversas ferramentas para análise e solução de problemas que auxiliam as empresas a competir de forma estratégica a partir da manutenção e desenvolverem um programa de gestão baseado em confiabilidade. A gestão da manutenção deveria ser vista como parte da estratégia corporativa. O foco que se dá à satisfação do cliente com qualidade e flexibilidade está ligado diretamente com a disponibilidade e confiabilidade dos 140 processo. Para atingir disponibilidade e confiabilidade precisa mudar a cultura organizacional para perceber a importância desta função critica que é a manutenção. Desta forma a gestão estratégica da manutenção ocorre se for gerenciada em um processo de melhoria continua (MADU, 2005). Fleury e Fleury (2001) afirmam que são considerados três tipos de estratégias competitivas por meio das quais as empresas podem relacionar-se e competir no mercado: • Excelência Operacional – Caracteriza empresas que buscam competir com base no custo, procurando oferecer a seus clientes um produto médio com melhor preço e bom atendimento; • Inovação do Produto – caracteriza empresas que procuram oferecer a seus clientes produtos de ponta, inovando sempre; • Orientada a Serviços – caracteriza empresas voltada a atender o que clientes específicos desejam, estas empresas especializam-se em satisfazer e até antecipar as necessidades dos clientes em função da proximidade com eles. Outro ponto importante é reconhecer que este trabalho vai se apoiar em resultados colhidos da opinião de pessoas envolvidas nos processos de manutenção das organizações, que tem uma visão sobre tudo que o cerca dentro deste contexto e que é resultante de seus aprendizados. Para o trabalhador o local de trabalho é progressivamente reconhecido como um local pessoal. Através de múltiplas atitudes, o individuo traduz uma tendência de habitar o local onde ele está, familiarizando-se com ele e transformando-o. Assim, ele cria em seu ambiente, procedimentos que lhe facilitam as tarefas, reagem à intrusão dos outros por uma defesa característica de seu território, cria para si mesmo sistemas de adaptação e dominação (SETTE TÔRRES, 1994). 141 9.2 Procedimentos de Campo Com base na diretriz de pesquisa anteriormente citada para a investigação em campo enumeram-se as seguintes questões gerais: A) Qual é a estratégia de operações da organização? B) Quais as funções desenvolvidas pela manutenção? C) Existe um plano ou programa de qualidade adotado de maneira sistêmica pela manutenção? D) Como a manutenção contribui para o desenvolvimento da estratégia operacional e da organização como um todo? As respostas para este conjunto de questões serão obtidos através de três fontes de coletas de dados: Entrevista semi-estruturada, observação direta, e questionário. Os questionários, as entrevistas coletadas, e o detalhamento da forma de observação serão projetados sobre as questões gerais e testadas no estudo de caso piloto “A”. A figura 6.2 demonstra a lógica de investigação seguida para o problema de pesquisa. Estratégia da Desdobramento para a Organização: Missão, Visão e Valores Estratégia de Operações e Serviços Contribuições da Estratégias adotadas Manutenção pela manutenção Fonte: O Autor Figura 9-2 Lógica de Investigação Função Manutenção 142 Diretriz da Pesquisa Construção de um modelo teórico de referência Operacionalização da pesquisa Aplicação da pesquisa Análise de resultados Síntese de resultados e definição de Atividade Objetivo Revisão Bibliográfica, conceituação, sistematização e formulação de um framework preliminar para adoção estratégica da manutenção nas operações. Modelar a gestão estratégica da manutenção e posicioná-la em relação à área de operações de forma que possa explicar e explorar a relação entre a manutenção seu papel na área de operações. Elaborar e definir os instrumentos de pesquisa a serem aplicados no estudo de caso (Individualmente). Seleção dos casos Elaboração dos roteiros de entrevistas, questionários e planilhas de verificação. Elaborar uma estratégia para aplicação da pesquisa Escolha de técnicas, elaboração e aplicação de procedimentos de análise através da análise de conteúdo e outras técnicas de natureza qualitativa aplicáveis. Refinamento e Validação do framework de referência Justificativa da diretriz levantada. trabalhos futuros Fonte: Elaborado pelo Autor Figura 9-3 Projeto de Pesquisa Preparar os envolvidos para o desenvolvimento da pesquisa através da elucidação de sua finalidade e objetivos. Elaborar, definir e aplicar instrumentos de análise ao estudo de caso, (Individualmente). Conclusão do trabalho e identificação de oportunidades para a continuidade do estudo. 143 Os estudos de caso contribuirão para explicar as relações da gestão da manutenção com à estratégia de operações e serviços. Podem-se trabalhar as atividades descritas na figura 6.3, através de um cronograma de execução do trabalho, conforme apresentado no quadro Quadro 9-1 Cronograma de execução do trabalho Operacionalização do trabalho Aplicação da pesquisa Tab. e análise/dados Redação do trabalho Apresentação Set/06 Out/06 Nov/06 Dez/06 Jan/07 Fev/07 Mar/07 Detalhamento das vantagens e desvantagens dos instrumentos adotados durante a coleta de dados: 9.2.1 Entrevistas semi-estruturadas guiadas pela lógica das questões gerais previamente apresentadas. Vantagens da entrevista segundo (GIL, 1999): • Possibilita a obtenção de dados referentes aos mais diversos aspectos da vida social; • É uma técnica muito eficiente para a obtenção de dados em profundidade acerca do comportamento humano; • Os dados obtidos são suscetíveis de classificação e de quantificação; Comparado com questionários leva ainda as seguintes vantagens: • Não exige que a pessoa entrevistada saiba ler e escrever; • Possibilita o maior número de resposta pela facilidade de responder; • Oferece flexibilidade muito maior, posto que o entrevistador possa esclarecer o significado das perguntas e se adaptar mais facilmente as pessoas e as circunstâncias em que se desenvolve a entrevista; 144 • Possibilita captar a expressão corporal do entrevistado bem como a tonalidade de voz e ênfase nas respostas. Desvantagens da entrevista segundo (GIL, 1999): • Falta de motivação do entrevistado para responder as perguntas que lhes são feitas; • Inadequada compreensão do significado das perguntas; • Fornecimento de respostas falsas, determinadas por razões conscientes ou inconscientes; • Inabilidade ou incapacidade do entrevistado para responder adequadamente; • A influência exercida pelo aspecto pessoal do entrevistador sobre o entrevistado; • A influência das opiniões pessoais do entrevistador sobre as respostas do entrevistado; • Custos com treinamento de pessoal para a aplicação das entrevistas. 9.2.2 Observação direta. As observações diretas no ambiente durante cada visita, devem ser anotadas seguindo uma lista de verificações que terá como foco o comportamento da manutenção nas decisões de suas rotinas com a estratégia da manufatura. A principal vantagem em relação a outras técnicas é que os fatos são percebidos diretamente pelo investigador sem qualquer intermediação. Assim, a subjetividade que permeia todo o processo de investigação social tende a ser reduzida. É importante tomar o cuidado para que a presença do observador seja feita discretamente minimizando as alterações do comportamento dos entrevistados (GIL, 1999). 145 9.2.3 Questionários com questões objetivas e descritivas. Vantagens da aplicação de questionários segundo (GIL , 1999): • Possibilita atingir um grande número de pessoas mesmo que estas estejam dispersas; • Implica menos gastos com pessoal por não utilizar entrevistador nem observador; • Garante o anonimato das respostas; • Permite que as pessoas o respondam no momento em que julgarem mais conveniente; • Não expõe os pesquisados á influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado. Desvantagens da aplicação dos questionários segundo (GIL, 1999): • Exclui pessoas que não sabem ler nem escrever; • Impede o auxílio ao informante quando este não entende corretamente a pergunta; • Impede o conhecimento das circunstâncias em que foi respondido; • Não garante que as pessoas devolvam completamente respondido; • Envolve economizar perguntas para não desmotivar o respondente; • Proporciona resultados bastante críticos em relação á objetividade, pois os itens podem ter significado diferente para cada sujeito pesquisado. A implementação da pesquisa busca identificar o conjunto de decisões e ferramentas de qualidade que são praticados pela manutenção, descrever e explicar o relacionamento entre a gestão estratégica da manutenção com a estratégia de operações e serviços, observando seus impactos e influências, além de identificar as oportunidades de melhoria que podem existir de forma que a manutenção atue de maneira mais pró-ativa, contribuindo e alinhando-se com a estratégia organizacional. A abordagem utilizada na implementação será de natureza qualitativa, baseada em múltiplos estudos de caso, que contribuirão para a “robustez” das generalizações analíticas que devem resultar do estudo. As técnicas, que 146 parecem ser apropriadas ao tipo de estudo e a abordagem qualitativa, são a entrevistas semi-estruturadas, observação direta e questionários. O detalhe de não poder interferir no contexto onde está inserido o objeto de pesquisa e o fato da pesquisa estar apoiada em proposições teóricas justifica a utilização do método qualitativo de estudo de caso (YIN, 1994). Com a estratégia da pesquisa definida e as técnicas e procedimentos adotados, se apontam os elementos que contribuem para a avaliação da validade científica do estudo que se pretende desenvolver: • Validade do constructo: é resultado da criação de um modelo teórico que apontará as relações entre a manutenção e as operações. As fontes de evidências apresentadas, de certa forma, garantem uma triangulação dos dados, desde que convergentes. • Validade interna: não há uma preocupação com este teste por se tratar de uma pesquisa descritiva e exploratória; • Validade externa: tem como pilar a replicabilidade do estudo, que será garantida através da construção de uma base de dados e do próprio protocolo de pesquisa; • Confiabilidade: A criação desse protocolo servirá para garantir a confiabilidade de uma nova realização desse mesmo estudo de caso futuramente. 147 9.3 Roteiro para entrevistas com especialistas Seguindo a ordem das questões gerais apresentadas no item anterior pode-se desmembrá-las em questões orientativas para operacionalizar a pesquisa: B – Quais as funções desenvolvidas pela manutenção? 01) Qual é a sua opinião a respeito das responsabilidades do setor de manutenção? 02) Em sua opinião como a manutenção contribui para as atividades de operações? 03) Normalmente há engenharia de manutenção nas empresas? No que elas se dedicam principalmente? 04) Em sua opinião qual dos modelos abaixo representa o nível hierárquico da manutenção em relação às operações nas empresa por onde passou, assinale com um “X”, escolhendo 1, 2, 3 ou 4? Manutenção “dentro” da área operacional (____) Diretor Administrativo Operações Engenharia Financeiro Qualidade Suporte Eng. de operacional Processo Manutenção 148 Manute nção “fora” da área operacional (____) Diretor Administrativo Operações Engenharia Financeiro Suporte Eng. de operacional Processo Qualidade Manutenção Manutenção no “mesmo nível” da área operacional (____) Diretor Superintendência Superintendência Superintendência Superintendência Administrativa de de de Operações Engenharia Manutenção Se for outro o represente: (____) 05) Em sua opinião existem atividades exigidas da manutenção, e que não seja de sua real responsabilidade? Quais? 06) Qual a sua opinião com relação à terceirização de algumas atividades da manutenção, e até que nível ela pode ocorrer sem comprometer a qualidade dos serviços? 07) Você lembra de algum diferencial em relação à concorrência das empresas por onde passou, e que tenha sido criado ou aprimorado pela manutenção?Qual? 149 C – Quais ferramentas de qualidade são adotadas pela manutenção? 01) Qual o tipo ou os tipos, de ferramentas de qualidade adotadas pela área de manutenção? 02) Existe algum plano ou projeto de qualidade empregada na área de manutenção? 03) Como o time de manutenção está envolvido nos programas de qualidade, que o senhor (a) já observou? 04) Outros colaboradores também são envolvidos? Quem? 05) Qual a abrangência dos planos de qualidade adotados pelo setor de manutenção? Eles são adotados apenas internamente, ou possuem repercussões e desdobramentos externos? 06) Os planos de qualidade mais abrangentes são implementados de maneira top-down , ou botton-up? 07) Quem normalmente é responsável pela direção e coordenação destes programas de qualidade? D – Como a manutenção contribui para o desenvolvimento da estratégia operacional e da organização como um todo? 01) Em sua opinião de que forma a manutenção contribui para a estratégia operacional? 02) Em sua opinião a manutenção exerce influência direta sobre a qualidade dos serviços prestados? 150 9.4 Roteiro de entrevista para diretores, gerentes ou supervisores. Seguindo a ordem das questões gerais apresentadas no item anterior pode-se desmembrá-las em questões orientativas para operacionalizar a pesquisa: A - Qual é a estratégia de operações da organização? 01) Em sua opinião como a sua empresa se posiciona no mercado que disputa? Assinale com um “X”. Preço (____) Qualidade (____) Diferenciação Tecnológica (____) 02) Qual a missão, visão e valores da organização? 03) Qual é a missão do seu cargo? 04) Você toma algum tipo de decisão em suas atividades de rotina? Quais? 05) As decisões que você toma são aceitas com naturalidade pelos seus subordinados ou clientes internos? 06) No momento de tomar uma decisão qual é o seu principal cuidado? 07) Existem situações em que esse cuidado é substituído por outra prioridade? Você pode dar um exemplo? 08) Seus superiores geralmente acatam suas decisões? Por quê? 09) As estratégias nas operações refletem desdobramentos da estratégia da organização como um todo? 151 10) Existe uma missão e visão específicas definidas formalmente para a área de operações? 11) Existe um método formal para criar as estratégias de operações? 12) Quais são as normas ou diretrizes para criar as estratégias, independentemente de serem formalizadas ou não? 13) Os erros e acertos das decisões tomadas por você, são registrados e discutidos formalmente para que sirvam de exemplo em decisões futuras? Com quem são discutidos? 14) Você trabalha em time ou seu trabalho é mais individualizado? 15) Em sua opinião, a comunicação dentro da área de operações ocorre: (obs.: marcar quantas alternativas forem necessário). De cima para baixo (____) De baixo para cima (____) Horizontalmente entre as áreas (____) 16) Quais são as forças da área de operações em relação à concorrência? B - Quais as funções desenvolvidas pela manutenção? 01) Quais são as responsabilidades da manutenção? 02) Quais os tipos de manutenção praticados nos equipamentos? (obs.: marcar quantas alternativas forem necessário). (____) Corretiva (____) Preventiva (____) Preditiva (____) TPM (____) RCM Outras?_________________________________________________________ 152 03) Existe terceirização nos processos de manutenção? 04) Como a manutenção mede seu desempenho? 05) Em sua opinião qual dos modelos abaixo representa o nível hierárquico da manutenção em relação às operações nas empresa por onde passou, assinale com um “X”, escolhendo 1, 2, 3 ou 4? Manutenção “dentro” da área operacional (____) Diretor Administrativo Operações Engenharia Financeiro Qualidade Suporte Eng. de operacional Processo Manutenção Manutenção “fora” da á rea operacional (____) Diretor Administrativo Operações Engenharia Financeiro Qualidade Suporte Eng. de operacional Processo Manutenção Manutenção no “mesmo nível” da área operacional (____) 153 Diretor Superintendência Superintendência Superintendência Superintendência Administrativa de de de Operações Engenharia Manutenção Se for outro o represente: (____) 06) Na tua opinião existem esforços exigidos da manutenção que não seja de sua real responsabilidade? Quais? 07) Qual a formação dos profissionais que compõem a equipe de manutenção? (____) Elétrica (____) Mecânica (____) Eletrônica (____) Telecomunicações (____) Outra, Qual? 08) Qual a proporção de técnicos, tecnólogos e engenheiros? 09) Expliquem quantos níveis hierárquicos existem no setor de manutenção de cima para baixo? C – Quais ferramentas de qualidade são adotadas pela manutenção? 01) Quais ferramentas de qualidade são adotadas pela manutenção? 02) Como são implementadas as ferramentas de qualidade na manutenção e qual sua abrangência? 154 03) Existe algum programa ou plano de melhoria, continuado? Qual o grau de envolvimento deste plano com a empresa, limita-se a área de manutenção ou possui maior abrangência? Explique. D – Como a manutenção contribui para o desenvolvimento da estratégia operacional e da organização como um todo? 01) Em sua opinião de que forma a manutenção contribui para a estratégia operacional? 02) Em sua opinião a manutenção exerce influência direta sobre a qualidade dos serviços prestados? 03) Existe algum diferencial competitivo que a empresa possui em relação à concorrência que tenha sido sugerido ou desenvolvido pela manutenção? Qual? 155 QUESTIONÁRIO Seguindo a ordem das questões gerais foram desmembradas em questões orientativas para operacionalizar a pesquisa. A - Qual é a estratégia da organização, missão, visão e valores? 01) Em sua opinião como a sua empresa se posiciona no mercado que disputa? Assinale com um “X”. Preço (____) Qualidade (____) Diferenciação Tecnológica (____) 02) Qual a missão, visão e valores da organização? 03) Qual a missão do seu cargo? 04) Você toma algum tipo de decisão em suas atividades de rotina? Quais? 05) As decisões que você toma são aceitas com naturalidade pelos seus subordinados ou clientes internos? 06) Seus superiores geralmente acatam suas decisões? Por quê? 07) Você enxerga ações adotadas na área de operações e que estejam diretamente ligadas com as estratégias definidas pela organização em geral? 08) Existe uma missão e visão específicas definidas formalmente para a área de operações? 156 09) Os erros e acertos das decisões tomadas por você, são registrados e discutidos formalmente para que sirvam de exemplo em decisões futuras? Com quem são discutidos? 10) Você trabalha em time ou seu trabalho é mais individualizado? 11) Em sua opinião, a comunicação dentro da área de operações ocorre: (obs.: marcar quantas alternativas forem necessário). De cima para baixo (____) De baixo para cima (____) Horizontalmente entre as áreas (____) 12) Qual é o principal diferencial das operações em sua empresa com relação à concorrência? B - Quais as funções desenvolvidas pela manutenção? 01) Quais são as responsabilidades da manutenção? 02) Quais os tipos de manutenção praticados nos equipamentos? (obs.: marcar quantas alternativas forem necessário). (____) Corretiva (____) Preventiva (____) Preditiva (____) Perceptiva (____) TPM (____) RCM Outras?_______________________________________________ 03) Existe terceirização nos processos de manutenção? 04) Como a manutenção mede seu desempenho? 157 05) Em sua opinião qual dos modelos abaixo representa o nível hierárquico da manutenção em relação às operações nas empresa por onde passou, assinale com um “X”, escolhendo 1, 2, 3 ou 4? Manutenção “dentro” da área operacional (____) Diretor Administrativo Operações Engenharia Financeiro Qualidade Suporte Eng. de operacional Processo Manutenção Manutenção “fora” da área operacional (____) Diretor Administrativo Operações Engenharia Financeiro Qualidade Suporte Eng. de operacional Processo Manutenção 158 Manutenção no “mesmo nível” da área operacional (____) Diretor Superintendência Superintendência Superintendência Superintendência Administrativa de de de Operações Manutenção Manutenção Se for outro o represente: (____) 06) Na tua opinião existem esforços exigidos da manutenção que não seja de sua real responsabilidade? Quais? C - Existe um plano ou programa de qualidade adotado de maneira sistêmica pela manutenção? 01) Quais ferramentas de qualidade são adotadas pela manutenção? 02) Existe algum programa ou plano de melhoria, continuado? Qual o grau de envolvimento deste plano com a empresa, limita-se a área de manutenção ou possui maior abrangência? Explique. D – Como a manutenção contribui para o desenvolvimento da estratégia operacional e da organização como um todo? 01) Em sua opinião de que forma a manutenção contribui para a estratégia operacional? 02) Em sua opinião a manutenção exerce influência direta sobre a qualidade dos serviços prestados? 159 03) Existe algum diferencial competitivo que a empresa possui em relação à concorrência que tenha sido sugerido ou desenvolvido pela manutenção? Qual? PLANILHA DE OBSERVAÇÃO DIRETA Caso: ___________ 01) Existem quadros de comunicação? (____) SIM (____) NÃO 02) Existe um programa de sugestão? (____) SIM (____) NÃO 03) Existe disposição das pessoas em passar a informação? (____) SIM (____) NÃO 04) Quais são os indicadores expostos na área? 05) Qual é o posicionamento da manutenção no organograma? 06) Quais as ferramentas e programas de gestão utilizados? 07) Quem é o controlador dos indicadores? 08) Existe algum software ou sistema que auxilie na gestão da manutenção? 09) Existe co-relação entre os resultados da manutenção com as operações? (____) sim, (____) não. 160 9.5 Estrutura de Análise e Recuperação dos dados. Os dados obtidos através das entrevistas, questionários e observação direta quando aplicável, devem seguir uma forma de recuperação de dados seguindo uma estrutura analítica linear iniciando com: as variáveis, o problema, a revisão da literatura existente, procedimentos de coleta e análise dos dados, resultados obtidos e conclusões feita a partir das descobertas (YIN, 1994). • Variáveis – Estratégia de Operações na organização, funções desenvolvidas pela manutenção, ferramentas da qualidade adotadas pela manutenção e contribuição da manutenção para o desenvolvimento da estratégia operacional e da organização como um todo; • Temas – Estratégia de Operações, Manutenção e ferramentas de qualidade da manutenção; • Estrutura dos enunciados – Deve seguir a lógica analítica linear citada acima; 9.6 Síntese e Apresentação dos resultados O modelo de síntese adotado deve obedecer a uma estrutura de construção teórica, seguindo o argumento lógico que serve como diretriz da pesquisa no item 1.1. Destaque também deve ser dado ao modelo teórico, seu desenvolvimento e integração aos resultados obtidos. Também devem ser descritos a metodologia empregada, bem como os procedimentos de análise e síntese. 9.7 Referências Bibliográficas 01.FLEURY, A.; FLEURY, M. T. L. Estratégias empresariais e formação de competências: um quebra-cabeça caleidoscópio da indústria brasileira, 2 ed. São Paulo, Editora Atlas, 2001. 161 02.GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Editora Atlas, 1999. 03.MADU, C. N. Competing through maintenance strategies. The International Journal of Quality & Reliability Management, Vol. 17 pg 937, 2000. 04.MADU, Christian N. Strategic value of reliability and maintainability management. International Journal of Quality & Reliability Management Vol. 22 N. 3, pp. 317-328, 2005. 05.PINTO, Alan Kardec; XAVIER, Júlio A. Nascif. Manutenção: função estratégica. Ed. 2, Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2003. 06.SETTE TÔRRES, Ofélia Lanna. O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. São Paulo: Atlas, 1993. 07.SKINNER, W. Manufacturing the Missing Link in corporate strategy. Harvard Business Review, Jan 1969. 08.YIN, Robert K. Case Study Research. New Delhi: Sage, 1994. APÊNDICE 2 – Roteiro para Redação dos Relatórios 1. Posicionamento da Empresa no mercado: Fonte Entrevista Questionário Observação direta Questões 1 1 _ Questão geral A A _ 2. Os métodos de formação da Estratégia da organização Fonte Entrevista Questões 2,3 Questão geral A Questionário Observação direta - A - 3. Processos de Tomada de Decisão Fonte Entrevista Questionário Observação direta Questões 4,5,6,7 e 8 4,5,6 - Questão geral A A - 162 4. Estratégias de Operação em relação à organização Fonte Entrevista Questionário Observação direta Questões 9,10,11, 12 7,8 - Questão geral A A - 5. Processos de Tomada de Decisão nas Operações Fonte Entrevista Questionário Observação direta Questões 13, 14 9, 10 - Questão geral A A - 6. Formas de Comunicação nas Operações Fonte Entrevista Questionário Observação direta Questões 15 11 1, 2, 3 Questão geral A A 7. Forças das operações Fonte Entrevista Questionário Questões 16 12 Questão geral A A Observação direta 8. Responsabilidades e atividades da manutenção Fonte Entrevista Questionário Observação direta Questões 1, 6 1, 6 9 Questão geral B B 9. Tipos de manutenção praticadas Fonte Entrevista Questionário Observação direta Questões 2, 3 2, 3 6, 8 Questão geral B B 163 10. Indicadores de desempenho da manutenção Fonte Entrevista Questionário Observação direta Questões 4 4 4, 7 Questão geral B B 11. Hierarquia da manutenção e o perfil profissional Fonte Entrevista Questionário Observação direta Questões 5, 9, 7, 8 5 5 Questão geral B B 12. Ferramentas e Métodos de Qualidade adotados pela Manutenção Fonte Entrevista Questionário Questões 1, 2, 3 1, 2 Questão geral C C Observação direta 13. Posicionamentos da manutenção em relação às operações Fonte Entrevista Questionário Questões 1, 2 1, 2 Questão geral D D Observação direta 14. Contribuições efetivas da manutenção Fonte Entrevista Questionário Questões 3 3 Questão geral D D Observação direta Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo