08 Set 2014
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Mundo
Novo atlas sobre vida marinha no Antártico regista mais de nove mil espécies
Os dados fornecidos no novo atlas funcionam igualmente como um legado e, segundo os seus
autores e editores, são de “leitura obrigatória para qualquer pessoa interessada nos animais
que vivem no fim da Terra”
O novo Atlas Biogeográfico do Oceano Antártico, que acaba de ser editado, tem “mais de nove
mil espécies registadas, desde os micróbios até às baleias”, revelou hoje a Universidade de
Coimbra (UC), que colaborou na obra.
Publicado pelo Scientific Committee on Antarctic Research (SCAR), o atlas resulta de “uma
colaboração internacional sem precedentes”, envolvendo 147 cientistas, de 91 instituições de
22 países, entre os quais Portugal, sublinha a UC numa nota hoje divulgada.
Para a elaboração desta obra sobre a vida marinha no Antártico, os cientistas envolvidos no
projeto (oriundos da África do Sul, Alemanha, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile,
Dinamarca, Espanha, EUA, França, Holanda, Itália, Irlanda, Japão, Noruega, Nova Zelândia,
Polónia, Reino Unido, Rússia e Suíça, além de Portugal) “reuniram toda a informação”
existente sobre as espécies oceânicas e “partilharam a sua experiência e conhecimento”.
Para José Xavier, investigador da UC e único português que fez parte da equipa internacional
de biólogos marinhos e oceanógrafos responsável pela elaboração do atlas, este vasto
mapeamento de espécies permite “responder, pela primeira vez, a questões tão simples como
quantas espécies existem na Antártida, onde estão distribuídas, e qual é a biodiversidade
existente nesta parte do planeta”.
Com o efeito das alterações climáticas, “esta informação é vital para se tomarem medidas e
políticas de conservação nesta região”, sustenta o cientista, citado pela UC na mesma nota.
Os dados fornecidos no novo atlas funcionam igualmente como um legado e, segundo os seus
autores e editores, são de “leitura obrigatória para qualquer pessoa interessada nos animais
que vivem no fim da Terra”.
Dividida em 66 capítulos, a obra “engloba também uma incrível coleção de fotos”, adianta a
UC, referindo que esta é “a primeira vez, desde 1969” (quando a Sociedade Americana de
Geografia publicou o seu Antártida Map Folio Series), que é “compilada toda a informação que
se conhece sobre as espécies oceânicas”.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa
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