Saúde da Criança: práticas pedagógicas e governamentalidade III Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação PUCRS Lutiane de Lara, Dra Neuza Maria de Fátima Guareschi (orientadora) Pós-graduação em Psicologia, Faculdade de Psicologia, PUCRS. Resumo Nesse trabalho são discutidas as intervenções feitas à Saúde da Criança para analisar a saúde como uma prática pedagógica que se propõe educar as crianças a partir de uma noção de criança saudável. A saúde como prática pedagógica refere-se ao espaço da escola, mas também, e principalmente, a todo espaço em que circulam estas crianças desde suas próprias casas, serviços de saúde, supermercados, programas de televisão, shoppings, pracinhas e etc., pois o propósito da criança saudável está disseminado no modo como as pessoas lidam com a criança. Para isso utilizamos dois materiais para dar visibilidade às práticas de Saúde das Crianças a “Caderneta de Saúde da Criança – Passaporte de Cidadania” (MS, 2007) e a revista “A turma da Mônica: ambientes saudáveis para as crianças” (OPAS, 2003). Trata-se de documentos de domínio público e são utilizados como manuais de orientação dos cuidados que devem ser dirigidos às crianças pelos profissionais de saúde e, principalmente, pelos pais. As práticas de Saúde da Criança atravessam todos os momentos da vida da criança desde sua concepção e estende-se ao longo de sua existência de forma a constituir e transformar a experiência de si. As pessoas, e neste caso, especificamente, as crianças se tornam objeto das práticas de saúde quando a vida se torna um evento político e, por isso, torna a saúde uma prática que produz modos de existência baseadas em mecanismos de controle da população e disciplinarização dos indivíduos. As práticas de saúde instituem práticas pedagógicas direcionadas a criança que produz formas de experiências de si nas quais estas podem se tornar sujeitos de um modo particular e, portanto, tais práticas não podem ser tomadas como um espaço neutro. III Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação – PUCRS, 2008