CARACTERIZAÇÃO DO MANEJO DA DOR REALIZADO PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA. Simone Lemos; Edson Roberto Arpini Miguel2. RESUMO (INTRODUÇÃO) Avaliar e tratar a dor em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) é uma tarefa complexa mesmo quando a unidade adota conceitos de humanização, a criança permanece em seu ambiente estressante e por vezes assustador. O manejo da dor na UTIP é desafiador, uma vez que ela é um fenômeno subjetivo. Para a equipe de enfermagem avaliar e quantificar a dor na criança é importante a compreensão das características de desenvolvimento e comportamento infantil. O processo inicial da avaliação da sensação dolorosa deve incluir o histórico e o exame físico da criança, bem como os aspectos psicossociais e familiares relacionados. Pode-se optar por três métodos para a avaliação da dor em pediatria, a avaliação clinica, o relato da criança ou dos pais e a utilização de instrumentos para mensurar a dor. (OBJETIVO) O objetivo deste trabalho foi caracterizar o manejo da dor realizado pela equipe de enfermagem nas UTIPs de um Hospital Regional Universitário e um Hospital Filantrópico, no Município de Maringá, região noroeste do Estado do Paraná. (MÉTODO) é um estudo descritivo exploratório de caráter quantitativo, previamente aprovado pelo Comitê Permanente de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Centro Universitário de Maringá. Utilizamos para a coleta dos dados um questionário com dez questões objetivas, que foi aplicado de forma individual na equipe de enfermagem das UTIP pesquisadas e após esclarecimento e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. (RESULTADOS) 94,29% (n-33) responderam ser importante avaliar a dor de forma rotineira dentro da UTIP. As escalas mais conhecidas pelas equipes foram a Dor Faces (65,71%) e a Numérica (34,29%). Vinte dois (77,14%) profissionais pesquisados nunca participaram de nenhum treinamento para avaliar a dor em crianças. A maioria dos pesquisados respondeu que não existe uma padronização da avaliação da dor na UTIP em que trabalham, relataram que a dor deve ser avaliada de uma em uma hora (n-15), 80% responderam ser mais difícil avaliar a dor quando a criança esta impossibilitada de se comunicar, outro fator que dificulta é a falta de conhecimento e manejo das escalas de avaliação de dor, 77,14% dos pesquisados disseram que a presença de um acompanhante pode facilitar a avaliação da dor na UTIP, trinta e dois profissionais disseram que associam estratégias farmacológicas com não farmacológicas para o alivio da dor e 94,29% adotam em sua rotina avaliar novamente a dor após a implantação de ações para o alivio da mesma. (CONCLUSÃO) Para as equipes de enfermagem pesquisadas, o tratamento da dor na UTIP é importante, pois contribui para a estabilidade clinica do paciente e melhora da qualidade de vida, tornando-se fundamental para uma assistência de enfermagem humanizada. Porém, as equipes não estão aptas e não se sentem seguras para realizar o manejo da dor. São equipes de enfermagem, em instituições distintas, contudo o manejo da dor é realizado da mesma maneira. Concordamos ser necessário uma padronização e um treinamento contínuo das equipes de enfermagem, pois a inexistência de um protocolo para avaliação objetiva da dor constitui problema para o manejo da mesma e causa divergência entre os profissionais, motivo pelo qual sugerimos às instituições do presente estudo a adoção de programas de educação e treinamento contínuo de toda equipe de enfermagem, para melhor qualificação na avaliação da dor pediátrica, habilitando-os a realizar a avaliação e o tratamento da dor na UTIP de forma efetiva. O treinamento contínuo da equipe de enfermagem visa habilitar os profissionais para avaliar e tratar a dor na UTIP. Palavras-chave: Avaliação da dor, Pediatria, Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. _____________________________________________________________________ Enfermeira, especialisanda em Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva, Uningá, [email protected], (44) 32551634; 2 Mestre em Medicina, Pediatra intensivista do Hospital Universitário Regional de Maringá, [email protected]