RISKbank®
coloca um viés negativo na classificação de risco do Banco
Indusval&Partners (25 de agosto de 2015)
Indusval&Partners: resultado do 1S15.
Há cerca de quatro anos o Banco Indusval&Partners iniciou uma relação comercial com a Ceagro Agrícola
Ltda., empresa de comercialização de soja e milho, desenvolvendo, em 2013, a C&BI Agropartners (que
já está desativada) para a originação para o banco de Cédulas de Produto Rural (CPRs). No 1S15, diante
do agravamento da condição financeira da Ceagro, o BI&P constituiu provisão de R$ 210 milhões, dos
quais R$ 131 milhões estão constituídos de forma adicional, para cobrir as possíveis perdas decorrentes
da exposição junto à Ceagro e às CPRs originadas pela mesma. O Banco tem expectativas de recuperar
os créditos por meio das vias negociais e judiciais, já acionadas. Em paralelo, foi convocada uma AGE
para o dia 31.08.15 para deliberar sobre um aumento de capital no valor de R$ 80 milhões, que será
garantido pelos atuais acionistas controladores, sendo que o WP Brasil Fundo de Investimento que hoje
detém 32% do capital total não acompanhará o aporte e terá sua participação dentro do Banco reduzida
para 19%.
Após os investimentos que vinha realizando ao longo dos últimos anos no desenvolvimento das
plataformas relacionadas as atividades de prestação de serviço, o BI&P decidiu reforçar ainda mais o fo co
nas atividades de banco de investimento, que oferecem menor risco, bem como na distribuição e gestão
de ativos, por meio da Guide Investimentos. Esta conta com 8.500 clientes e R$ 4,0 bilhões de ativos sob
custódia e/ou gestão, considerando os ativos adquiridos que ainda serão migrados. Ademais, em
31.07.15 o Banco realizou um aumento de capital de R$ 10 milhões na Guide, para suportar sua
estratégia de crescimento. Neste contexto, a carteira de crédito expandida do BI&P apresentou redução
de 23% no 2T15, resultado da redução das operações do banco comercial. Apesar de uma inadimplência
maior em 18% no período, seu IQC se manteve em adequado patamar, fechando jun.15 com um volume
emprestado de R$ 3,0 bilhões. Esta estava representada 61% por “corporate” e o restante por “upper
middle”, com 87% classificada nas faixas AA-B. Seu índice de cobertura era de 10% do total da carteira e
as operações classificadas nas faixas D-H representavam 6,9%. Neste sentido, o RISKbank continua
observando com cautela a deterioração do risco de alguns setores e empresas, o que poderia redundar
em necessidade de mais reforço de PDD para o BI&P, que possui 8% de sua carteira nos setores de
biocombustível e açúcar.
Seu passivo divide -se em CDBs, DPGEs e LCAs, e , em menor escala , LFs e LCIs. Vale comentar que as
linhas de LCA, que vinham aumentando consideravelmente nos últimos dois anos, sofreram retração no
1S15, em especial por conta da menor disponibilidade de lastros, dada a decisão do Banco de reduzir sua
carteira de crédito.
Quanto ao seu resultado, nos últimos dois anos vem registrando prejuízo acumulado e o 1S15, em
especial, fechou com elevado prejuízo de R$ 141 milhões, impactado principalmente pelo evento da
Ceagro, que exigiu elevadas provisões, prejudicando ainda mais em seus indicadores de Rentabilidade e
Eficiência. A Basileia fechou em 12,36%, lembrando que o total de intangíveis e crédito tributário (exceto
PDD) passaram a representar 39% do PL, dependendo de resultados futuros para realização.
O RISKbank acompanha o desenrolar do “Caso Ceagro” e seus efeitos no desempenho do Banco. Por
enquanto, manteremos sua classificação de Baixo Risco para Curto Prazo, dada adequada liquidez e
caixa, além da expertise dos profissionais. Porém, diante do exposto acima somado ao ambiente mais
restrito e desafiador para os bancos médios, além da necessidade de gerar resultados mais consistentes,
e melhorar a qualidade de seu capital, estamos acrescentando um viés negativo na classificação do BI&P.
LOPES FILHO & ASSOCIADOS, Consultores de Investimentos - Rua Araújo Porto Alegre, 36/8º andar - Rio de Janeiro-RJ
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RISKbank revisa rating do Banco BI&P