Os livros poéticos II – O livro de Eclesiastes
O quarto livro dos cinco livros poéticos da Bíblia
(Um dos livros sapienciais da Palavra de Deus)
Introdução
O título do livro vem de
uma expressão hebraica
que quer dizer “pregador”
ou orador de assembléia,
que foi traduzido para a
Septuaginta no grego, por
“ecclesiastes” que quer
dizer basicamente
assembléia. Este termo é
originado da palavra grega
“ekklesia”, de onde se
originou para o latim e
para o português a nossa
palavra “igreja”.
Segundo os historiadores
o texto se compõe de um
discurso que deve ter sido
apresentado por Salomão
em uma assembléia para a
qual teriam sido
convidados os sábios e
entendidos da época, para
ouvirem o que teria a
dizer a eles o homem mais
sábio do mundo. O tema
do discurso seria a busca
pela sabedoria, como a
coisa suprema na vida do
homem.
Os comentaristas
atribuem a Salomão o
livro, embora não haja
similar para ele na
tradição judaica. Sua
linguagem filosófica se
volta mais para a cultura
grega com a influência
que os epicuristas iriam
desenvolver depois,
sobre a vida austera,
pessimista até, relegando
a plano secundário os
prazeres físicos para
enaltecer os prazeres
mentais.
Alguns historiadores
questionam a unicidade da
autoria, afirmando que o
livro deve ter sido escrito
por 2, 4, ou até mesmo 8
mãos diferentes. Alguns
mesmos chegam a
mencionar que sua
influência cultural grega
indica que o livro deva ter
sido escrito no período
interbíblico (Epícuro,
viveu entre 341/270 a.C.
Sua vida foi marcada pelo
ascetismo, pela
serenidade e pela doçura)
Eclesiastes começa por mostrar que a busca pelos
bens terrenos não é causa básica para a felicidade.
Para o autor tudo isto é vaidade. Podem trazer algum
benefício que são em geral passageiros.
Para o autor prazeres
e riquezas não são
sinônimos de felicidade
mas, sim, a busca pela
sabedoria no viver, isto
sim, seria o essencial e
fundamental.
O livro nos ensina que vicissitudes e bênçãos, atingem
a todos os seres humanos indistintamente, que a vida
tem uma realidade imutável, que a fugacidade dos
bens terrenos é presente e que a devemos ter
consciência de que Deus é o Senhor do tempo.
Este será então o terceiro livro dos chamados poéticos
(II) que estudaremos neste 1T12, conforme podemos
ver no Suplemento acima: o livro de Eclesiastes.
Os livros poéticos II
O livro de Eclesiastes
Estudo 11
“Tudo tem a sua ocasião
própria”
Há tempo para todo o
propósito na vida
Texto bíblico
Eclesiastes 1 a 6
Texto áureo: Eclesiastes 3.1:
“Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para
todo propósito debaixo do céu.”
Alguns destaques do capítulo 1
1. QUANTO À FUGACIDADE DAS COISAS TERRENAS:
[2] Vaidade de vaidades, diz o pregador;
vaidade de vaidades, tudo é vaidade.
2. QUANTO À AMBIÇÃO DESMEDIDA:
[3] Que proveito tem o homem, de todo o
seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?
3. QUANTO À ANSIEDADE PELO FUTURO:
[4] Uma geração vai-se, e outra geração vem, mas a terra permanece
para sempre.
4. QUANTO A QUERER MUDAR O MUNDO:
[9-10]: O que tem sido, isso é o que há de ser; e o que se tem feito,
isso se tornará a fazer; nada há que seja novo debaixo do sol. Há
alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? ela já existiu nos
séculos que foram antes de nós.
5. QUANTO À LIMITAÇÃO DA SABEDORIA:
[13] E apliquei o meu coração a inquirir e a investigar com sabedoria a
respeito de tudo quanto se faz debaixo do céu.. [14] Atentei para todas
as obras que se fazem debaixo do sol; e eis que tudo era vaidade e
desejo vão. [15] O que é torto não se pode endireitar; o que falta não
se pode enumerar.
Alguns destaques do Capítulo 2
1. QUANTO À ALEGRIA FUGIDIA:
[1-3] Disse eu a mim mesmo: Ora vem, eu te
provarei com a alegria; portanto goza o
prazer; mas eis que também isso era vaidade.
2. QUANTO AO SENTIMENTO DE AFIRMAÇÃO:
[4-11] Fiz para mim obras magníficas:
edifiquei casas; plantei vinhas; fiz hortas e
jardins; e plantei neles árvores; fiz tanques de águas; comprei servos e
servas; ajuntei também para mim prata e ouro; provi-me de cantores e
cantoras; concubinas em grande número. Assim me engrandeci, e me
tornei mais rico do que todos; tudo quanto desejaram os meus olhos
não lho neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma. Então olhei
eu para todas as obras que as minhas mãos haviam feito, como também
para o trabalho que eu aplicara em fazê-las; e eis que tudo era vaidade
e desejo vão, e proveito nenhum havia debaixo do sol.
3. QUANTO À MELHOR CONSTATAÇÃO PARA O VIVER:
[15] Pelo que eu disse no meu coração: Como acontece ao estulto, assim
me sucederá a mim; por que então busquei eu mais a sabedoria? Então
respondi a mim mesmo que também isso era vaidade. [24]: Não há nada
melhor para o homem do que comer e beber, e fazer que a sua alma
goze do bem do seu trabalho. Vi que também isso vem da mão de Deus.
Alguns destaques do Capítulo 3
1. QUANTO ÀO TEMPO PRÓPRIO:
[1-8] Tudo tem a sua ocasião própria, e há
tempo para todo propósito debaixo do céu. Há
tempo de nascer; morrer; plantar; colher;
matar; curar; edificar; derribar; chorar; rir;
prantear; dançar; espalhar; ajuntar; abraçar; afastar; buscar; perder;
guardar; lançar; rasgar; coser; calar; falar; amar; odiar; guerra; paz.
2. QUANTO AO MELHOR PROVEITO NA VIDA:
[9-13] Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha? Sei
que não há coisa melhor para eles do que se regozijarem e fazerem o
bem enquanto viverem; e também que todo homem coma e beba, e goze
do bem de todo o seu trabalho é dom de Deus.
3. QUANTO AOS DESÍGNIOS DE DEUS:
[14-22] Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se
lhe pode acrescentar e nada se lhe pode tirar; o que é já existiu, e o
que há de ser, também já existiu; e Deus procura de novo o que já se
passou; Deus julgará o justo e o ímpio; Todos vão para um lugar; todos
são pó e ao pó voltarão; Pelo que tenho visto não há coisa melhor do
que alegrar-se o homem nas suas obras; porque esse é o seu quinhão
pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?.
Alguns destaques do Capítulo 4
1. QUANTO AOS MALES E
TRIBULAÇÕES DA VIDA:
[2] Pelo que julguei mais felizes os que já
morreram, do que os que vivem ainda .
[3] E melhor do que uns e outros é aquele que
Ainda não é, e que não viu as más obras que se fazem debaixo do sol.
[4] Também vi eu que todo trabalho e destreza em obras provêm da
inveja que o homem tem do seu próximo. Também isso é vaidade e
desejo vão.
[6] Melhor é um punhado com tranquilidade do que ambas as mãos
cheias com trabalho e vão desejo.
[9] Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu
trabalho.
[10] Pois se cairem, um levantará o seu companheiro, mas ai do que
estiver só, pois caindo, não haverá outro que o levante.
[13] Melhor é o mancebo pobre e sábio do que o rei velho e insensato,
que não se deixa mais admoestar
Alguns destaques do Capítulo 5
[1.
1. QUANTO A VÁRIOS CONSELHOS:
[1] Guarda o teu pé quando entrares à casa de
Deus, porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios
de tolos; pois não sabem que fazem o mal.
[2] Não te precipites com a tua boca,nem o teu coração se apresse a
pronunciar palavra alguma na presença de Deus; porque Deus está no
céu e tu estás sobre a terra; portanto sejam poucas as tuas palavras.
[4] Quando a Deus fizerss algum voto não tardes em cumpri-lo,
porque ele não se agrada de tolos. O que votares, paga-o.
[5] Melhor é que não votes, do que votares e não pagares.
[9] O proveito da terra é para todos. Até o rei se serve do campo.
[12] Doce é o sono do trabalhador, quer coma muito ou pouco; mas a
saciedade do rico não o deixa dormir.
[18] Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: alguém comer e beber;
e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, com que se afadiga
debaixo do sol, todos os dias da vida que Deus lhe deu, pois esse é o
seu quinhão.
Alguns destaques do Capítulo 6
1. QUANTO AO DESFRUTAR
DAS BÊNÇÃOS DE DEUS:
[7] Todo o trabalho do homem é para a sua
boca e contudo não se satisfaz o seu apetite.
[8] Pois que vantagem tem o sábio sobre o
tolo? E que tem o pobre que sabe andar
perante os vivos?
[11] Visto que as muitas palavras aumentam a vaidade, que
vantagem tira delas o homem?
[12] Por que quem sabe o que é bom nesta vida para o homem,
durante os poucos dias da sua vida vã, os quais gasta como
sombra? Pois quem declarará ao homem o que será depois dele
debaixo do sol.
CONCLUSÃO
Um livro com este conteúdo
é para ser lido e estudado
com um espírito crítico bem
apurado, para que possamos
retirar dos ensinamentos nele
contidos as verdades que o
Senhor quer nos mostrar.
Leia versículo a versículo, pare
um pouco e feche os olhos.
Indague-se então: O que este
texto quer me dizer?
Isto chama-se reflexão!
E é a isto que nos convida o
livro de Eclesiastes!!!
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