XII Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia 25 a 28 de setembro de 2012 Porto de Galinhas – PE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL GENOTÓXICO DE TRÊS ARROIOS URBANOS DE SANTA CRUZ DO SUL, RS: ENSAIO COMETA COM Daphnia magna STRAUS Fernanda F. Zenkner 1; Camila G. Athanásio2; Daniel Prá3; Eduardo A. Lobo4; Alexandre Rieger5 1 [email protected] (Curso de Ciências Biológicas, Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, RS) 2 [email protected] (Curso de Ciências Biológicas, Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, RS) 3 [email protected] (Programa de Pós Graduação em Promoção da Saúde, Departamento de Biologia e Farmácia, Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, RS) 4 [email protected] (Laboratório de Limnologia, Departamento de Biologia e Farmácia, Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, RS) 5 [email protected] (Laboratório de Biotecnologia e Genética, Departamento de Biologia e Farmácia, Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, RS) Tradicionalmente as amostras ambientais são avaliadas através de analises físico-químicas e ecotoxicológicas, porém outros efeitos deletérios não são detectados, necessitando-se de ensaios mais sensíveis. Um dos testes mais utilizados atualmente para avaliar danos no DNA é o Ensaio Cometa (EC), que apresenta sensibilidade na detecção de lesões mesmo em organismos expostos a baixas concentrações de toxinas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a genotoxicidade de três arroios (Lajeado, Preto e Pedras) localizados na zona urbana de Santa Cruz do Sul, RS utilizando o EC com Daphnia magna. Foram coletadas duas amostras de água de cada arroio: uma superior (P1, P3, P5) e outra inferior, após o arroio passar pela zona urbana (P2, P4, P6). Os organismos-teste foram expostos à água bruta de cada ponto, controle negativo (CN) e controle positivo (CP) por 48h. As suspensões celulares foram preparadas através da dissociação mecânica com auxílio de um pipetador. As lâminas do EC foram montadas e permaneceram em solução de lise por 1h. A eletroforese foi realizada em tampão alcalino durante 15 minutos (0,8V/cm) e as lâminas foram coradas com nitrato de prata. Foram analisadas 100 células por lâmina, sendo classificadas em 5 tipos de dano, totalizando 400 células por amostra. O Índice e a Frequência de Danos (ID e FD) foram avaliados pela análise de variância (ANOVA) com pós-teste de Dunnett no programa estatístico GraphPad Prism 5.01. Durante o período de exposição não foi observada mortalidade em nenhuma das amostras sugerindo ausência de toxicidade aguda. Contudo, a FD e o ID obtidos a partir do EC estavam significativamente aumentados (p<0,01) em relação ao CN em todos os pontos, tanto superiores como inferiores, exceto no ponto superior do arroio Preto. Quando comparados os pontos superiores com os inferiores, não se encontrou diferenças significativas entre os pontos do arroio Lajeado, provavelmente pela presença de contaminantes, como agroquímicos e efluentes domésticos, antes do ponto de coleta. Diferenças significativas foram encontradas entre os pontos do arroio Preto (p<0,05), que recebe descarga de efluentes domésticos. O mesmo ocorreu para o arroio Pedras (p<0,01), onde há despejo de efluentes domésticos e industriais, sendo que o ponto inferior desse arroio apresentou o maior impacto genotóxico, evidenciado pelos altos valores de ID e FD no Ensaio Cometa. Neste contexto, destaca-se a presença de contaminação já nos pontos superiores destes arroios, agravada pela ação antrópica na zona urbana. Palavras-chave: ensaio cometa, Daphnia magna, arroios urbanos Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia (SBE) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 536