06/06/2012 NOÇÕES DE HIDROSSEDIMENTOLOGIA APLICADA AO ESTUDO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS AUTOR: JOÃO BATISTA PEREIRA CABRAL Lic em Geografia - FIC Dr. Geologia Ambiental – UFPR Prof. Adj 3 – GEO/CAJ/UFG Hidrossedimentologia • Análises hidrossedimentológica deve fazer parte das atividades dos projetos que utilizam rios e lagos, sendo indispensável uma correta colocação dos órgãos de tomada de água, para prevenir eventuais dificuldades de operação e desastres ambientais. Sedimentação do Córrego da Onça Brasil 1 06/06/2012 Por que estudar os sedimentos? • Qualidade de Água; • Assoreamento de rios e reservatórios; • Exploração mineral • Compreender os processos erosivos da bacia • Redução da qualidade do habitat Evolução dos modelos hidrossedimentológicos Sedimentologia X Engenharia meio ambiente navegação portos geologia agricultura hidrologia geração de energia construção de estradas irrigação mecânica dos solos 2 06/06/2012 Granulometria Seixo Areia Silte Argila Os sedimentos são classificados com base no tamanho das partículas. Tipos de sedimentos: Granulometria Classe diâmetro aprox. (mm) Matacões >300 Cascalho / seixo 3 a 300 Areia grossa 0,5 a 3 Areia média 0,25 a 0,5 Areia fina 0,0625 a 0,25 Silte 0,0039 a 0,0625 Argila < 0,0039 3 06/06/2012 Mistura de sedimentos Praias normalmente tem sedimentos bastante uniformes Arredondamento ou fator de forma Grau de arredondamento Esferas: SF=1,0 Areia: SF=0,7 4 06/06/2012 Início do movimento - Hjulstrom FORMAS DE TRANSPORTE DE SEDIMENTOS •Rolamento •Arrasto •Saltação •Suspensão 5 06/06/2012 Visão geral do rio Variação das variáveis ao longo do caminho desde a cabeceira até a foz Idealizado, porém serve de base para todos os casos. Nível de base •O rio ajusta seu perfil, erodindo as áreas continentais. •Erosão é limitada pelo nível de base. •Nível de base geral é o oceano. •Nível do oceano pode variar em escala geológica. •Níveis de base locais podem ser rios, lagos ou reservatório. 6 06/06/2012 PRODUÇÃO DE SEDIMENTOS DISTRIBUIÇÃO DE SEDIMENTOS NO CURSO D’ÁGUA 1- DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DE SEDIMENTOS 7 06/06/2012 ESTUDO PRELIMINAR DA DESCARGA DE SEDIMENTOS DO RIO BEBERIBE / PERNAMBUCO Distribuição de sedimentos na seção transversal Distribuição de sedimentos ao longo do curso d’água Monitora a vazão de alguns rios não é simples 8 06/06/2012 Medição do nível do rio A medida do nível do rio pode ser feita usando: •Escalas graduadas, instaladas em estruturas como pontes, beiras de rio, etc. •Sensores, instalados em estações hidrológicas automáticas. Ref.: Porto et al. (2003) Postos fluviométricos, fluviômetros ou limnímetros Posto fluviométrico ou fluviômetro consiste em vários lances de réguas (escalas) instaladas em uma seção de um curso d´água, que permite a leitura dos seus níveis d´água. Normalmente, dá-se ao posto o nome do município ou cidade onde ele é instalado e identifica-se por um prefixo. A leitura do nível d´água é feita duas vezes ao dia, às 7 h e 17 h (ou 18 h), e seus valores são anotados em uma caderneta. 9 06/06/2012 Escalas graduadas Escalas graduadas, réguas ou limnímetros Elementos verticais de 1m graduados em cm Aço inoxidável ou madeira O observador faz leitura das cotas diariamente Ref.: Porto et al. (2003) Postos fluviométricos 10 06/06/2012 Cadereneta de campo Postos fluviográficos, fluviógrafos ou limnígrafos Chama-se de posto fluviográfico o posto que registra continuamente a variação do nível d´água. O aparelho utilizado para registrar o N.A. chama-se limnígrafo ou fluviógrafo e o gráfico resultante é denominado limnigrama ou fluviograma 11 06/06/2012 Limnígrafo grava as variações de nível continuamente no tempo Permite registrar eventos significativos, de curta duração, ocorrendo essencialmente em pequenas bacias Limnígrafo de bóia Ref.: Porto et al. (2003) Posto fluviográfico ou limnígrafo 12 06/06/2012 Postos fluviográficos Limnígrafo de bóia Postos fluviográficos Limnígrafo com tubulão instalado em curso d’água 13 06/06/2012 Postos fluviográficos Eixo do registrador com Rosca sem-fim Limnígrafo com registro em papel Postos fluviográficos Limnígrafo com data logger 14 06/06/2012 Sensor de Nível Curva chave A determinação de vazões é um processo demorado e oneroso, principalmente em grandes rios Toda medida de vazão é referida a um nível, altura ou uma cota de referência. A vazão medida é função dessa cota. Experimentalmente, determina-se a relação entre a altura e a vazão. Essa relação denomina-se curva chave, que é específica de cada seção do rio. A curva chave se justifica porque é muito mais fácil medir o nível do rio do que sua vazão 15 06/06/2012 Curva-chave Se conhecermos a variação de nível do rio ao logo do tempo, a curva chave nos permite obter a série de vazões. Igarapé Ponta Verde - Seção Cabo Frio 70 65 Altura (cm) 60 55 50 45 40 ago-06 ago-06 ago-06 set-06 set-06 set-06 set-06 set-06 set-06 out-06 out-06 Igarapé Ponta Verde - Seção Cabo Frio Stage-discharge curves for Cabo Frio (secondary forest) 0.18 80 0.16 70 0.14 Vazão (m3/seg) Altura (cm) 60 50 40 30 20 0.12 0.1 0.08 0.06 0.04 10 0.02 0 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 Vazão (m 3s-1) 0 ago-06 ago-06 ago-06 set-06 set-06 set-06 set-06 set-06 set-06 out-06 out-06 A escolha do método depende: •Do volume da vazão da água; •Das condicões locais; •Do custo (equipamentos); •Da precisão 16 06/06/2012 Vazão ou descarga Volume de água que passa através de uma determinada seção em um dado intervalo de tempo Q v. A As unidades comuns são: mais •Litros por segundos (l.s-1), •Metros cúbicos por segundo (m3.s-1). POR QUE MEDIR VAZÕES? Criar séries históricas Análise de vazões mínimas Autodepuração de esgotos Calado para navegação Análise de vazões médias Cálculo do volume de reservatórios 17 06/06/2012 Medição por método área-velocidades A vazão é obtida aplicando-se a equação da continuidade: Q = V.A A área é determinada por batimetria, medindo-se várias verticais e respectivas distâncias e profundidades. Posto de Medição de Vazão • Requisitos para uma Boa Seção − Lugar de fácil acesso − Forma regular da seção − Trecho retilíneo − Margem e leito não erodíveis − Controle por regime uniforme ou crítico 18 06/06/2012 Número de verticais de medição Procura pela representatividade do perfil de velocidades Fonte : Anuário Fluviométrico n. 2 Ministério da Agricultura - DNPM 1941 Largura Espaçamento Do rio (m) Máx (m) Até 3 0.30 3a6 0.50 6 a 15 1.00 15 a 30 2.00 30 a 50 3.00 50 a 80 4.00 80 a 150 6.00 150 a 250 8.00 250 a 400 12.00 Recomendações método detalhado Pontos Posição na vertical Velocidade média Profundidad e do rio 1 0,6 P Vm=V(0,6) 0,15 a 0,6 m 2 0,2 e 0,8 P Vm=[V(0,2)+V(0,8)]/2 0,6 a 1,2 m 3 0,2; 0,6 e 0,8 P Vm=[V(0,2)+2.V(0,6)+V(0,8)]/4 1,2 a 2,0 m 4 0,2; 0,4; 0,6 e 0,8 P Vm=[V(0,2)+2.V(0,4)+2.V(0,6)+V(0,8)]/6 2,0 a 4,0 m 6 Sup; 0,2; 0,4; 0,6; 0,8 e Fundo Vm=[Vs+2(V(0,2)+V(0,4)+V(0,6)+V(0,8))+Vf]/10 > 4,0 m 19 06/06/2012 Método Simplificado Pontos Posição na vertical Velocidade média Profundidade do rio 1 0,6 P Vm=V(0,6) < 0,6 m 2 0,2 e 0,8 P Vm=[V(0,2)+V(0,8)]/2 > 0,6 m Números Verticais Largura do rio (m) Distância entre verticais (m) Número de verticais 3 3a6 6 a 15 15 a 30 0,3 0,5 1 2 10 6 a 12 6 a 15 7 a 15 30 a 50 50 a 80 80 a 150 150 a 250 250 3 4 6 8 12 10 a 16 12 a 20 13 a 25 18 a 30 > 20 20 06/06/2012 Números Verticais Largura do rio (m) Distância entre verticais (m) 3 0,3 Número de verticais 10 3a6 6 a 15 15 a 30 30 a 50 50 a 80 80 a 150 0,5 1 2 3 4 6 6 a 12 6 a 15 7 a 15 10 a 16 12 a 20 13 a 25 150 a 250 250 8 12 18 a 30 > 20 MÉTODO DO FLUTUADOR 21 06/06/2012 Utilizando um flutuador Escolher um trecho retilíneo do rio que tenha seção constante; Marcar uma distância de no mínimo 10m; Medir a área da seção do rio; Lançar o flutuador e contar o tempo para percorrer a distância demarcada. Calcular a vazão com a fórmula. Medição a vau 22 06/06/2012 MOLINETE •São pás ou hélices que giram impulsionadas pela velocidade de escoamento; •Estabelece-se uma proporcionalidade entre o número de voltas por unidade de tempo e velocidade de escoamento; •É necessário a determinação da área da seção de escoamento para a determinação da vazão (Q = A.V); •Podem ser utilizados “livres” ou “forçados” ; em condutos Molinetes Aparelhos dotados basicamente de uma hélice e um “conta giros”, medindo a velocidade de fluxo que passa por ele Quando posicionados em diversos pontos da seção do rio, determinam o perfil de velocidades desta seção Cônicos (concha) de hélice 23 06/06/2012 Medição a vau Cursos d água de pouca profundidade (< 1,20m) O correntômetro é fixado a uma barra Mantém-se uma distância mínima do leito (> 20 cm) vi Ai Q viAi Velocidade média em cada seção 24 06/06/2012 Molinetes 11:11 Molinete preso à haste ( medição a vau) 11:11 25 06/06/2012 Medição sobre ponte Facilita, em alguns casos, a medição da velocidade Pilares apoiados no leito alteram a velocidade Determinação da geometria da seção é complicada Escolher uma seção menos influenciada Medição com teleférico Usado em rios não muito largos Necessidade de cabos nas margens fixação dos 26 06/06/2012 Medição com barco Barco margens fixo nas Barco móvel – o barco se movimenta com velocidade constante de uma margem a outra Medição com barco fixo 27 06/06/2012 Medição com equipamentos doppler Efeito Doppler Um fonte emissora tem freqüência constante f f é percebida maior quando a fonte aproxima-se do observador f é percebida menor quando a fonte afasta-se do observador Medidores ultrasom Doppler 28 06/06/2012 Medidores ultrasom Doppler ADCP (Acoustic Doppler Current Profiler) 29 06/06/2012 ADCP (Acoustic Doppler Current Profiler) Método direto Mede a velocidade de fluxo a partir da velocidade das partículas em suspensão Transmite ondas de som na água e recebe o reflexo (eco) proveniente do fundo e das partículas suspensas na água (ecobatímetro) Mede a velocidade da vertical de uma só vez (não é pontual como os molinetes) Efeito Doppler: mudança na freqüência de uma onda sonora causada pelo movimento relativo entre o aparelho transmissor de som (transdutor) e o material em suspensão na água Princípio ADCP 30 06/06/2012 perfiladores não mede muito próximo do aparelho 11:11 não mede muito próximo ao fundo 11:11 31 06/06/2012 rio Amazonas em Manacapuru 11:11 MENSURAÇÃO DO MATERIAL SEDIMENTADO 1) Ecossonda 1) GPS e Transdutor 32 7951843,07 7951808,85 7951807,80 7951804,96 7951798,41 7951793,68 7951798,19 7951799,02 7951799,88 7951797,00 7951797,79 7951807,81 7951808,65 7951809,43 7951812,04 7951812,87 7951811,84 7951820,04 7951824,57 7951830,90 7951840,93 7951845,41 7951848,06 7951856,19 7951856,94 7951859,43 cotas 06/06/2012 Batimetria da UHE Cachoeira Dourada - Brasil 435 430 425 420 415 Batimetria 410 405 cotas 400 395 390 Latitude AMOSTRAGEM DE SEDIMENTOS EM SUSPENSÃO DH-48 Garrafa de van dorn DH-59 33 06/06/2012 EQUIPAMENTOS Filtro Balança de Precisão EQUIPAMENTOS Forno de Mufla Estufa de Secagem 34 06/06/2012 Sólidos suspenso período úmido Sólidos suspenso período seco no no AMOSTRAGEM DE SEDIMENTOS DE FUNDO Estudo da camada superficial do material sedimentado Draga de Peterson 35 06/06/2012 EQUIPAMENTOS Provetas - Pipetagem Peneiras - Peneiramento Granulometria de fundo no período úmido Granulometria de fundo no período seco 36 06/06/2012 Equipamento Piston Core Estudo das camadas material sedimentado Análise dos testemunhos 37 06/06/2012 Modelos deposicionais Deposito de Leito Deposito de corrente 38 06/06/2012 Deposito de delta Croqui dos depósitos existente na UHE Cachoeira Dourada - Brasil 39 06/06/2012 • Considere o trecho de rio do desenho abaixo. Qual é o local mais aconselhável para medir vazão? Rápidos 40