ANÁLISE LITERÁRIA ANTOLOGIA POÉTICA-VINÍCIUS DE MORAES DOM JUAN DE MARCO O FILME TÍTULO: Don Juan DeMarco GÊNERO:Romance ANO:1995 DIREÇÃO:Jeremy Leven A LENDA A maioria dos estudiosos afirmam que o primeiro conto a registrar a história de Don Juan foi “O conquistador de Sevilha e o convidado de pedra". As datas para esta publicação, entretanto, variam, em torno de 1620 até 1635, dependendo da fonte. Segundo este conto, Don Juan é um mulherengo inveterado, que seduzia as mulheres disfarçando-se de seus amantes, ou lhes prometendo o matrimônio. Atrás de si deixa um rastro de corações partidos, até que finalmente acaba matando um certo Don Gonzalo. As visões acerca da lenda variam de acordo com as opiniões sobre o caráter de Don Juan, apresentado dentro de duas perspectivas básicas. De acordo com uns, era um mulherengo barato, concupiscente, cruel sedutor que buscava apenas a conquista e o sexo. Outros pretendem que ele efetivamente amava as mulheres que conquistava, e que era verdadeiramente capaz de encontrar a beleza interior da mulher. PERSONAGENS Don Juan DeMarco Dr. Jack Mickler Marilyn Mickler Donna Ana Dona Inez Dona Julia TEMÁTICA Romantismo (sentimentalismo e idealização do amor); Análise da alma feminina (idealização da mulher); Razão vs. Sensibilidade; Mundo Real vs. Mundo Irreal (Neoplatonismo); A OBRA TÍTULO: Antologia Poética de Vinícius de Moraes AUTOR: Vinícius de Moraes PUBLICAÇÃO: Poemas escritos entre 1933 e 1959 ESCOLA LITERÁRIA: Modernismo O AUTOR Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes(1913/1980) Poeta essencialmente lírico, o poetinha (como ficou conhecido) notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida. Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra. ANTOLOGIA POÉTICA A PRIMEIRA FASE: Tanto no tom exaltado, cheio de ressonâncias, como no tema e forma, a poesia inicial (1ª fase) de Vinícius de Moraes está impregnada de religiosidade e misticismo neo-simbolistas. Em oposição, talvez, às liberdades formais da primeira fase do Modernismo, o poeta parece querer recuperar o espiritualismo na poesia. Essa primeira fase ,transcendental, frequentemente mística, resultante de sua fase cristã, termina com o poema "Ariana, a mulher", editado em 1936. PRIMEIRA FASE Correspondendo à sua formação religiosa, os dois primeiros livros inserem-se numa linha que poderia ser designada como neo-simbolista. Intensas conotações místicas, desejo de transcendência, busca do mistério e um confronto entre as solicitações da alma e as do corpo impregnam estes textos de um fervor espiritual nebuloso e rebuscado. O romancista católico Octávio de Faria disse que o poeta oscilava entre "a impossível pureza e a inaceitável impureza". POEMA AUSÊNCIA Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto. No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz. Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado. Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada. SEGUNDA FASE A partir de Cinco Elegias, sua poesia se transforma. Não tão longa, revela uma maior liberdade de escolha e de expressão. Os temas desse poeta lírico são, por excelência, agora concretos e do cotidiano: canta a mulher, o amor, o dia-a-dia e a valorização do momento. O eixo temático de sua obra se desloca para a intimidade dos afetos e para um sensualismo erótico, contrastivo com sua educação religiosa; o poeta está sempre hesitando entre os prazeres da carne e as angústias do pecador. SONETO DE FIDELIDADE De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa lhe dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure ESCOLA LITERÁRIA Modernismo (geração de 45): - Rompimento com o passado (quebra de padrões); - Popularização da literatura (literatura para todos); - Liberdade de expressão e de criação; TEMÁTICA A Idealização da mulher e do amor; O sentimento levado ao extremo; Mundo Espiritual vs. Mundo Carnal. INTERTEXTUALIDADE Romantismo; Mundo Idealizado vs. Mundo Real; Sentimento levado ao extremo; Idealização da Mulher e do Amor.