XVI Semana de História II Jornada de História Antiga e Medieval 25 a 27 de Agosto de 2015 Identidade, Diversidade e Alteridades PROGRAMA E RESUMOS UFMS, Campus de Três Lagoas Curso de História 0 XV SEMANA DE HISTÓRIA - Realização: Curso de História do Campus de Três Lagoas/UFMS Direção do Câmpus: Prof. Dr. Osmar Jesus Macedo Coordenação do Curso de História: Prof. Dra. Maria Celma Borges Coordenação Docente do Evento: Prof. Dr. Leandro Hecko Presidente da Comissão Organizadora: Profa. Dra. Maria Celma Borges COMISSÃO ORGANIZADORA Leandro Hecko UFMS/CPTL Coordenador Jaqueline Aparecida Zarbato UFMS/CPTL Vice-coordenador Maria Celma Borges UFMS/CPTL Presidente da Comissão Organizadora Vitor Wagner Neto de Oliveira UFMS/CPTL Membro da comissão organizadora Mariana Esteves de Oliveira UFMS/CPTL Membro da comissão organizadora Fortunato Pastore UFMS/CPTL Membro da comissão organizadora Rafael Athaides UFMS/CPTL Membro da comissão organizadora Caio Vinícius dos Santos Acadêmico Colaborador, aluno de graduação Caroline Cassoli Gonçalves Acadêmica Colaborador, aluno de graduação Bianca Sayuri Fialho Maeda Acadêmica Colaborador, aluno de graduação Victor Caero Bento Acadêmico Colaborador, aluno de Graduação COMITÊ TÉCNICO-CIENTÍFICO Ronaldo Amaral UFMS/CPTL Presidente do Comitê Técnico-científico Membros: Eudes Fernando Leite UFGD Paulo Roberto Cimó Queiroz UFGD Dolores Puga Alves de Sousa UFMS/CPCX Luiz Carlos Bento UFMS/CPCX Nathalia Monseff Junqueira UFMS/CPAN Organização do Caderno de Resumos Profa. Dra. Jaqueline Aparecida Martins Zarbato Prof. Dr. Leandro Hecko Nelson Chiericci Júnior (acadêmico) Cláudia Ramona Martinez Arevalos (acadêmica) Arte e material de divulgação Nelson Chiericci Junior (acadêmico) Todos os resumos que constam deste caderno são de exclusiva responsabilidade dos autores. 1 SUMÁRIO Apresentação.................................................................................................................................................03 Programação Geral........................................................................................................................................05 Minicursos......................................................................................................................................................06 Programa de Comunicações ...........................................................................................................................07 Resumos............................................................................................................................................................10 2 APRESENTAÇÃO Ao propor a realização de um Evento com o tema “Identidade, Diversidade e Alteridades”, o Curso de História do Campus de Três Lagoas, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, pretende oportunizar uma reflexão aprofundada sobre a História Antiga e Medieval, em especial uma abordagem no que concerne ao tema do Evento e em questões que envolvam também o tempo presente, ao possibilitar espaços para a exposição de comunicações livres e coordenadas, bem como a participação em minicursos que contemplem temáticas da história, em sua dinamicidade, do passado ao presente. O Curso de História, ao propiciar o desenvolvimento de projetos de extensão, com temáticas importantes para a discussão da História e de áreas afins, contribui para a aproximação e o diálogo com a comunidade acadêmica de outros cursos e externa, em especial, ao organizar os Ciclos e as Semanas de História, acrescidos neste momento da II Jornada de História Antiga e Medieval. Tais atividades possibilitam que a História se aproxime da comunidade, principalmente ao propiciar a formação continuada de professores das redes públicas, municipais e estaduais, constituindo-se, ainda, num espaço aberto para a participação de estudantes das duas últimas séries do ensino médio, assim como para os demais interessados. Desse modo, ao fazer parte do calendário do Curso e envolver a Universidade e comunidade externa, Eventos desta natureza são fundamentais para a melhoria do corpo docente e discente e de sua interação com a sociedade mais ampla. Esta ação nos motiva a dar continuidade às práticas de ensino, pesquisa e extensão, que são os eixos norteadores da Universidade. Eventos como a XVI Semana de História e a II Jornada de História Antiga e Medieval constituem, enfim, um espaço de congraçamento entre estudantes de História, de graduação e pósgraduação, entre professores de História no Ensino Fundamental e Médio e os pesquisadores ligados às universidades – o que resulta num poderoso estímulo ao desenvolvimento do ensino e da pesquisa em História no Campus da UFMS em Três Lagoas e em outras localidades do Mato Grosso do Sul, de um modo geral. 3 De fato, é importante dizer que os profissionais atuantes no ensino básico constituem sempre parcela apreciável do público que comparece às Semanas de História, desde 2002, observando que o Evento também disponibiliza vagas para os alunos das duas últimas séries do ensino médio das escolas públicas estaduais, a fim de aproximá-los ao universo da Universidade e, ao curso de História, em particular. No que concerne ao tema “Diversidade, Identidades e alteridades” estes são conceitos presentes no fazer e saber históricos. Nesse sentido, a proposta da XVI Semana acadêmica do curso de História/ CPTL/UFMS fundamenta-se nas múltiplas reflexões suscitadas por estes conceitos, que ampliam e aprofundam os processos de análise acerca das singularidades, das subjetividades e das identidades, construídas ou negadas nos diferentes contextos históricos. Desta forma, esses conceitos promovem uma multiplicidade de análises, com desafios e possibilidades de abordagens históricas sobre os caminhos percorridos pelos sujeitos históricos, em diferentes contextos Bem como do entendimento das relações histórico- culturais e sociais, da compreensão da produção de identidades, das etnias, das cidadanias, das exclusões e inclusões. Permite compreender como se estabelecem as tensões e relações de poder entre grupos, além de favorecer o entendimento sobre das diferenças culturais, as rupturas e continuidades no processo histórico. Assim, a XVI Semana acadêmica do curso de História/ CPTL/UFMS propõe um espaço de discussões históricas que congregue debates, diálogos, reflexões de estudos e pesquisas, os quais possam ser socializados e publicizados, sendo assim, profissionais da área de história e áreas afins podem participar do Evento. A organização 4 PROGRAMAÇÃO GERAL LOCAL DO EVENTO Anfiteatro da Unidade II (Bloco de História e Geografia) Salas de aula da Unidade II - CPTL/UFMS. PROGRAMAÇÃO: -Dia 25 de Agosto (terça-feira) 08:00 às 17:00 – Credenciamento 14:00 às 17:00 – Cine Semana 19:00 às 19:30 – Abertura e atividade cultural 19:30 às 22:00 – Conferência de Abertura e Debate Tema: Identidade, Diversidade e Alteridades na Roma Antiga Profa. Dra. Renata Senna Garraffoni (UFPR) -Dia 26 de Agosto de (quarta-feira) 08:00 às 11:00 – Minicursos 13:30 às 17:00 – Sessões de Comunicações Coordenadas 19:00 às 19:30 – Lançamento da Nova Edição da Revista Trilhas da História 19:30 às 22:00 – Mesa Redonda: Diversidade, Identidade e Alteridades na Antiguidade e Medievo Expositores: Profa. Dra. Natália Monseff Junqueira (UFMS) e Prof. Dr. Germano Miguel Fávaro Esteves Comentadores: Prof. Dr. Leandro Hecko (UFMS) e Prof. Dr. Ronaldo Amaral (UFMS) -Dia 27 de Agosto (quinta-feira) 08:00 às 11:00 – Minicursos 13:30 às 17:00 – Sessões de Comunicações Coordenadas 19:00 às 22:00 – Conferência de Encerramento Tema: Ensino de História e diversidade cultural (Profa. Dra. Ana Carolina Eiras Coelho Soares (UFG) 5 MINICURSOS 1) “Alteridade e Identidade nos Movimentos Sociais no campo: contribuições da História e da Geografia” Profa. Dra. Maria Celma Borges (UFMS) Profa. Dra. Rosemeire Aparecida de Almeida (UFMS) 2) “Arquivologia e História: diálogos para organização, preservação e acesso aos arquivos e centros de documentação” Gleice Carlos Nogueira Rodrigues (Arquivista – UFMS) 3) “Encontros e Desencontros dos Cristianismos Brasileiros no Século XXI: Análises Históricas e Sociais” Prof. Ms. Diógenes Braga Ramos (UFMS) 4) “Pesquisar os arquivos da repressão no Brasil: Uma abordagem a respeito das fontes em períodos autoritários durante a ditadura Vargas (1930 – 1945) e a ditadura militar (1964 – 1985)” Prof. Me. David A. Castro Netto (Doutorando em História - UFPR) Prof. Me. Márcio José Pereira (Doutorando em História – UFPR; Docente Substituto da UNESPAR, Campus de Campo Mourão). 6 PROGRAMA DE COMUNICAÇÕES OBS: - Os Coordenadores das Seções de Comunicação são responsáveis pela organização das exposições, controle do tempo de apresentação e pela entrega de Certificados. - As Comunicações devem ser apresentadas no máximo em 15 minutos para que o debate seja possível. Sessão 1 – 26/08/2015 13:30 às 17:00 Sala 1: História Antiga e Medieval: imaginários e usos do passado. 1. O Mundo Ctônico de Pã: ruralidade e festa na Grécia arcaica e clássica. Nome do autor/Titulação/Instituição: Prof. Dr. Leandro Mendonça Barbosa/Universidade Católica Dom Bosco (Campo Grande-MS) 2. Uma imagem dos cristãos segundo Justino Mártir (100-165 d.C.): a identidade de si e a identidade dos outros. Alessandro Arzani (Doutorando em História-UFRGS) 3. Grécia Antiga e Usos do Passado. Prof. Dr. Leandro Hecko – UFMS 4. Grécia Antiga e Usos do Passado: as relações entre cinema e história. Caio Alexandre Toledo de Faria/Graduando em História/UFMS-CPTL 5. Os Templários em Combate: A disciplina em ação. Éder S. Gouveia / Graduado em História / UFMS Sessão 2 – 26/08/2015 13:30 às 17:00 Sala 2: Discursos na história: impressos jornalísticos, propagandas, narrativas orais 1. Energia elétrica e desenvolvimento: a centralidade do Complexo Hidrelétrico Urubupungá nas páginas periódicas. Andrey Minin Martin/Doutorando/UNESP. 2. O trabalho indígena nas usinas de MS. Felipe Megeredo Correa/ Mestrando em História/ UFGD. 3. Vendendo produtos e veiculando valores: apontamentos sobre a propaganda no Brasil (19501980) David A. Castro Netto (Doutorando em História/UFPR) 4. Reflexões sobre o jornal Lampião da Esquina, fruto de uma “crise da história”. Mariana Quadros Gimenez/ Mestranda/ UFGD 5. Indivíduos de origem alemã e as medidas restritivas do projeto de nacionalização de 1938. Relações internacionais e o perigo alemã. Márcio Pereira.Doutorando em História pela UFPR/ Professor Colaborador UNESPAR – Campo Mourão 6. O Sigma na terra das Araucárias: a força da Ação Integralista no Paraná nos anos 1930. Rafael Athaides/Doutor em História/ UFMS/CPTL 7. Educação e Política nos anos 30. Prof. Ms. Luiz Carlos Bento/UFMS/Coxim Sessão 3 – 26/08/2015 13:30 às 17:00 Sala 3: História Agrária, Migrações, imigrações: documentos, memórias e narrativas 1. Da terra as migalhas: O abastecimento interno, os pobres e livres e a “brecha camponesa” na América Portuguesa nos séculos XVI - XVIII. Caio Alexandre Toledo de Faria / Acadêmico / UFMS 2. A escravidão indígena e o bandeirantismo na origem de São Paulo: breves considerações. Elenisia Maria de Oliveira/ Graduanda- UFMS-CPTL 7 3. A Brecha Camponesa: “Resistência-Acomodação”. Jorge Tertuliano Matias Gomes Neto, graduando do curso de História da UFMS CPTL 4. A história agrária no sul de Mato Grosso: entre os Cayapó, os camponeses e os senhores de terra e de escravos. Vanessa Aparecida Camperlingo Serra/graduanda/ Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 5. Vida de assentados: memórias e histórias da luta pela terra em Nova Andradina, Sul de Mato Grosso do Sul. Nome do autor/Titulação/Instituição: Claudomiro Morales Torres/ Mestrando/ PPGH/ UFGD 6. A igreja e os movimentos sociais: pelos caminhos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Nome do autor/Titulação/Instituição: Marcos Sanches da Costa/ Mestrando/ PPGH-UFGD 7. De repente a roça vai virar cidade: a formação do município de Novo Horizonte do Sul-MS (1985-1992). Nome do autor/Titulação/Instituição: Nelson de Lima Junior/ Mestrando/ PPGHUFGD 8. A história da Aldeinha no município de Anastácio, Mato Grosso do Sul e sua inserção no processo de territorialização Terena (1933-2014). Edmundo Pires/ Mestrando/PPGH- UFGD Sessão 4 – 27/08/2015 13:30 às 17:00 Sala 1: História, patrimônio cultural, religião, relação de gênero 1. Título: Al Manzul: Patrimônio e Memória de Cuiabá. Nome do autor/Titulação/Instituição: Maria Cristina Rodrigues Fernandes/ Mestre/ Universidade Federal do Paraná. 2. Título: Umbanda: práticas e representações sócio-políticas na cidade de Três Lagoas. Nome Completo/ Titulação/Instituição: Aline Alves Bertuci.GraduadaUFMS/CPTL 3. A influência das mulheres negras e a transformação da identidade religiosa no quilombo de São Miguel em Mato Grosso do Sul. Nome do autor/Titulação/Instituição: Luana Aparecida Rodrigues Muniz & Iara da Silva Souza(Bolsista PIBID). Graduandas/História/ Ufms/CPTL. 4. Título: Educação e Sociedade: A mulher brasileira no século XIX. Nome do autor/titulação/instituição: Marcelo Tette Lopes Mestre Interdisciplinar em Educação, Administração e Comunicação pela Universidade São Marcos – São Paulo – SP 5. Título: O Brasil e a busca pela modernidade na primeira metade do século XX: Permanências e Rupturas. Nome do autor/Titulação/Instituição: Fernando Lucas Garcia de Souza / Graduando / UFMS-CPTL 6. Título: A vida de um retirante ou a vida de todos nós que vagamos por estradas afins: uma experiência de história oral. Nome do autor/Titulação/Instituição: Mariely Zambianco Soares Sousa( bolsista Programa PET); Rafaely Zambianco Soares Sousa( bolsista Programa Institucional de Iniciação à docência-PIBID)/ UFMS-CPTL Sessão 5 – 27/08/2015 13:30 às 17:00 Sala 2: Narrativas coloniais, Migrações e Imigrações e a História da Exclusão, da Liberdade e da Saúde 1. A Capitânia de Mato Grosso pelo olhar dos camarários: a “civilização” colonial e sua margem retratada pelos ilustres setecentistas. Bruno Cezar Bio Augusto/Graduando do curso de História/Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – CPTL 2. Narrativas sobre incompletudes da travessia (1981-1997): Algumas considerações. Marciana Santiago de Oliveira. Mestranda/PPGH-UFGD 8 3. Memórias do processo de migração de retorno entre os estados da Amazônia Legal e o Paraná: disputas identitárias e políticas ambientais (1990- 2014) Jorge Pagliarini Junior, Mestre, Unespar, (Doutorando/PPGH- UFGD) 4. Imigração e doenças: O espaço da Exclusão. Profa. Dra. Norma Marinovic Doro UFMS/CPTL 5. Interfaces da exclusão no livro de Renato Pompeu romancista, jornalista, louco ou escritor: um ensaio sobre as memórias da loucura. Julio César Minga Tonetti/Graduado/ LEER/USP 6. Exclusão, doença, escravidão e liberdade no sul de Mato Grosso: o cotidiano e o extraordinário na vida dos escravos em Sant’Anna do Paranahyba (1829 a 1888). Maria Celma Borges, Pós-Doutora em História, UFMS 7. A aurora do mais formoso tempo: escravidão e liberdade em Santana de Paranaíba (1871-1888). Rejane Trindade Rodrigues. Mestranda/PPGH -UFGD. Sessão 6 – 27/08/2015 13:30 às 17:00 Sala 3: Ensino de História: diversidades, alteridades e formação docente. 1. As máscaras africanas como recurso para trabalhar o Multiculturalismo na escola: o povo Kuba e suas manifestações artístico-culturais. Rafaely Zambianco Soares Sousa Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/UFMS/CPTL); Mariely Zambianco Soares Sousa ( bolsista do Programa PET/História/UFMS/CPTL) 2. Formação de professores: a abordagem metodológica do PIBID (Programa Institucional de Iniciação à docência) na escola pública. Caio Vinicius dos Santos / Graduando / UFMS/CPTL. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) Jaqueline Ap. M. Zarbato(orientadora/História/CPTL) 3. Além dos muros do currículo: a disciplina de História e a construção do sujeito leitor. HELD, Helder M. (Mestre em História Social – UNESP); ROMBI, Sandra C. (Mestranda em Ciências da Educação – UNIGRAN) 4. Percepções sobre ensinar história de uma professora iniciante: a metodologia em questão. Loana C. M.NASCIMENTO. Graduada em licenciatura em História, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS, Campus de Três Lagoas CPTL. 5. A formação docente no Programa Institucional de Iniciação à Docência(PIBID): os usos dos conceitos de Patrimônio cultural, memória, interculturalidade no ensino de história. Jaqueline Ap. M. Zarbato/ Doutora/UFMS-CPTL. Julice de Farias/ Graduada/professoraSEE-MS 6. Símbolos e signos: suas distinções e contribuições para o Ensino de História. Caroline Cassoli Gonçalves: Graduanda/UFMS-História. 7. “O hip hop e a favela”: Reflexões sobre a história e cultura afro brasileira e africana na sala de aula. Renuza Dorissote Gonçalves/Graduanda/UFMS), Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID).Jefferson Rodrigo Fernandes Pereira/Graduando/História (UFMS/CPTL), Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Jaqueline Ap. M. Zarbato (orientadora/História/CPTL) 8. As consequências humanas da precarização do trabalho na SEE-SP: Sofrimento docente e resistência. Mariana Esteves de Oliveira /Mestre em História (UEM)/ Doutoranda no PPG de História da UFGD e Docente na UFMS-CCHS. 9 RESUMOS MINICURSOS: Minicurso 1 Título: ALTERIDADE E IDENTIDADE NOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO CAMPO: CONTRIBUIÇÕES DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA Profa. Dra. Maria Celma Borges (UFMS) Profa. Dra. Rosemeire Aparecida de Almeida (UFMS) Resumo: Este minicurso propõe um diálogo entre a História e a Geografia, tomando como perspectiva a análise dos movimentos sociais no campo brasileiro, com o olhar para a experiência de pesquisa dos proponentes, ou seja, do Pontal do Paranapanema-SP aos campos de Mato Grosso do Sul, entre os séculos XX e XXI. Principia pelo debate em torno da história da questão agrária brasileira e de suas matizes teóricas, voltando-se particularmente para o estudo dos homens e mulheres, pobres e livres, bem como escravizados, em meio à economia de autoconsumo e a “brecha camponesa”, em especial, a partir das roças, desde a América Portuguesa. Parte-se da colônia para chegar ao processo de luta pela terra e para nela permanecer no tempo presente. Num segundo momento, o debate volta-se para a análise dos movimentos sociais nos campos do Pontal e de Mato Grosso do Sul, particularmente para o papel dos sem-terra, dos agentes mediadores e para a situação de conflitos que permeia a ocupação da terra e a estrutura fundiária. O debate se centrará na discussão de temas que permeiam a composição da questão agrária em Mato Grosso do Sul e em São Paulo, assim como para a alteridade e a identidade vividas pelos diferentes agentes sociais na luta pela terra e para nela permanecer. Para esta discussão, partiremos de experiências de pesquisa pelos campos de ambos os estados, da análise de censos agropecuários do IBGE, bem como de discussões teóricas envoltas no tema, tais como: movimentos sociais; campesinato; economia doméstica; renda da terra; agronegócio e função social da propriedade. Palavras-chaves: questão agrária, História, Geografia. Minicurso 2 Título: ARQUIVOLOGIA E HISTÓRIA: DIÁLOGOS PARA ORGANIZAÇÃO, PRESERVAÇÃO E ACESSO AOS ARQUIVOS E CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO. Gleice Carlos Nogueira Rodrigues (Arquivista – UFMS) Resumo: Tendo em vista que os arquivos e centros de documentação são espaços fundamentais para a pesquisa histórica, bem como podem tornar-se oportunidade de trabalho para os historiadores, o minicurso pretende apresentar uma introdução à teoria e à prática da Arquivologia, relacionando-a com a História. Com referência à teoria, serão proporcionados conhecimentos sobre as funções e princípios arquivísticos, além de parte da legislação brasileira que permitirão um debate sobre o cenário atual dos arquivos nas políticas públicas e sua importância para a sociedade. Para conhecer a prática, serão apresentados os procedimentos relativos ao arranjo, descrição e preservação de documentos, utilizando para tanto, materiais do Núcleo de Documentação Histórica Honório de Souza Carneiro. Nessa perspectiva, o minicurso pretende propiciar conhecimentos que contemplem uma ampla visão dos arquivos e centros de documentação pelos historiadores: seja como pesquisadores, seja como trabalhadores, ou ainda como cidadãos que possam defender esses espaços de guarda e disseminação de informações para a promoção da cidadania e para a preservação da memória. Palavras-Chaves: Arquivologia, História, Organização, Documentação. Preservação. 10 Minicurso 3 Título: ENCONTROS E DESENCONTROS DOS CRISTIANISMOS BRASILEIROS NO SÉCULO XXI: ANÁLISES HISTÓRICAS E SOCIAIS. Prof. Ms. Diógenes Braga Ramos (UFMS) Resumo: Este minicurso tem o objetivo de discutir elementos da formação histórica do cristianismo brasileiro. Observando-se aspectos do cristianismo católico romano, protestante/evangélico, pentecostal e neopentecostal no século XXI, com o desafio de buscar a partir da gênese histórica desses cristianismos como os mesmos se estruturam e intercruzam. Para isso verificarmos se é possível este intercruzamento através da construção teórica de Pierre Bourdieu, com a sistematização das trocas simbólicas. Palavras-chaves: Cristianismo, Trocas Simbólicas, Estrutura. Minicurso 4 Título: PESQUISAR OS ARQUIVOS DA REPRESSÃO NO BRASIL: UMA ABORDAGEM A RESPEITO DAS FONTES EM PERÍODOS AUTORITÁRIOS DURANTE A DITADURA VARGAS (1930 – 1945) E A DITADURA MILITAR (1964 – 1985). Prof. Me. David A. Castro Netto (Doutorando em História - Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná) Prof. Me. Márcio José Pereira (Doutorando em História - Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná) Resumo: O objetivo principal deste minicurso será apresentar para os ouvintes um mapeamento inicial sobre as fontes para a pesquisa dos dois períodos autoritários vividos pela sociedade brasileira. Nossa abordagem tem por objetivo apontar a lógica do aparato repressivo, no caso da ditadura de Vargas, a criação e organicidade da Delegacia de Ordem Política e Social e, no caso da ditadura militar iniciada em 1964, a organização do sistema repressivo a partir da criação do Sistema Nacional de Informações (SNI), assim como a organização dos CODI-DOI e a ramificação para outros centros de repressão no interior das forças armadas, como o CIEX, CISA e CENIMAR. Além do reconhecimento da organização dos acervos referentes aos períodos destacados, buscaremos oferecer ao publico ouvinte a possibilidade de localizar outras fontes além das “oficiais” possíveis para a realização de pesquisas, tais como: jornais, revistas e materiais audiovisuais. Palavras-chaves: arquivos, repressão, história, ditaduras. 11 COMUNICAÇÕES COORDENADAS Sessão 1: História Antiga e Medieval: imaginários e usos do passado. 1. O Mundo Ctônico de Pã: ruralidade e festa na Grécia arcaica e clássica. Prof. Dr. Leandro Mendonça Barbosa/Universidade Católica Dom Bosco (Campo Grande-MS) Quando falamos em religião grega, logo somos remetidos a um vasto panteão com uma pluralidade de divindades, todas com aspectos e acepções variadas. Entretanto, ainda há pouca discussão quanto à especificidade social e a formação do imaginário destas deidades. O que pretendemos com este trabalho é trabalhar um conceito sócio religioso formulado pelos próprios gregos – o ctonismo – e aplica-lo a representatividade de um ser divino em específico: Pã. Pã está entre as criaturas que acompanham Dioniso em seu cortejo; deidade das florestas e pastagens, possui uma veia telúrica latente, bem como um sentimento festivo aflorado. Nesta pesquisa trabalhamos com documentação textual – desde hinos homéricos até peças de teatro – e também com um corpus imagético de imagens em cerâmica, no intuito de compreender como o caráter ctônico de Pã foi percebido pelos próprios gregos, e das variadas formas de representação desta divindade no imaginário helênico, desde o caráter rural e bestializado até a concepção festiva do ser. Palavras-chaves: ctonismo, Pã, religião grega, períodos arcaico e clássico 2. Uma imagem dos cristãos segundo Justino Mártir (100-165 d.C.): a identidade de si e a identidade dos outros. Alessandro Arzani (Doutorando em História-UFRGS) Em meados do II século, Justino se empenhava em defender as crenças cristãs tanto da oposição judaica quanto da resistência pagã. Em suas Apologias e em seu Diálogo com Trifão o “filósofo” procura rebater as críticas contra os fiéis e assim acaba criando uma imagem dos cristãos, retratando o que acreditavam, a relação com o Império Romano e com o judaísmo, bem como as características que diferenciavam os cristãos de outros grupos que reivindicavam o mesmo nome. Tendo em vista a dinâmica dos processos identitários, pretende-se por meio desta pesquisa analisar a construção da identidade cristã a partir da simultaneidade da emergência da identidade do “outro”. Desse modo é possível compreender um pouco mais sobre os desdobramentos da relação do cristianismo com o mundo da época e como se deu a elaboração de uma imagem de si mesmos a partir desta segmentação. Palavras-chaves: Identidade; Justino Mártir; História do Cristianismo; Império Romano 3. Grécia Antiga e Usos do Passado. Prof. Dr. Leandro Hecko – UFMS 12 Aqui pretende-se trazer à tona a discussão sobre os usos do passado, este entendido como uma necessidade humana de se relacionar com o passado, consumi-lo e, de alguma forma, torna-lo mais próximo do tempo presente. Para isto, toma-se como eixo a Grécia Antiga e os usos que são feitos, contemporaneamente, desta antiga civilização, tornando-a de certa forma mais próxima temporal e espacialmente. Neste caminho, serão exploradas questões sobre cinema, arquitetura, literatura, jogos eletrônicos, charges, desenhos animados, histórias em quadrinhos, entre outras possibilidades. Palavras-chaves: grécia antiga, helenomania, usos do passado 4. Grécia Antiga e Usos do Passado: as relações entre cinema e história. Caio Alexandre Toledo de Faria/Graduando em História/UFMS-CPTL A pesquisa que se apresenta articula-se ao projeto de pesquisa 'Grécia Antiga e Usos do Passado', do Prof. Dr. Leandro Hecko (orientador), que busca compreender justamente uma das facetas dos chamados usos do passado: o Cinema. Compreendendo este como uma fonte histórica, uma forma de narrativa e também uma ferramenta didática e ideológica, buscaremos compreender a partir de alguns recortes sobre a história da Grécia Antiga como são feitos usos, releituras e/ou apropriações desse passado grego na atualidade, privilegiando o olhar nas relações entre passado e presente. Palavras-chaves: Cinema, História, Grécia Antiga, Usos do Passado, Presente 5. Os Templários em Combate: A disciplina em ação. Éder S. Gouveia / Graduado em História / UFMS O período Medieval é um terreno fértil para a imaginação. Qualquer conteúdo que aborde essa conjuntura traz uma carga de especulação, “mistério” e esoterismo. Muito se especula sobre os sujeitos desse contexto e os seus feitos. A Ordem dos Cavaleiros Templários não fogem a essa análise. Mas, quais foram as práticas que fizeram esses diletos se tornarem célebres ao longo da História? Partindo dessa indagação, procuro, através deste texto, destacar quais foram as principais características, sobretudo a disciplina em combate, que transformaram os Cavaleiros Templários uma Ordem monástica diferenciada em seu campo de atuação. Essa análise abordará precisamente a “Batalha de Arsuf”, ocorrida durante a 3ª Cruzada. Palavras-chaves: Templários, Cruzadas, Arsuf. Sessão 2: Discursos na história: impressos jornalísticos, propagandas, narrativas orais 1. Energia elétrica e desenvolvimento: a centralidade do Complexo Hidrelétrico Urubupungá nas páginas periódicas. Andrey Minin Martin/Doutorando/UNESP. As décadas de 1950 e 1960 marcam no Brasil o gestar de um discurso de modernização, desenvolvimentismo e progresso industrial, idealizado em distribuir a economia e unificar o país. Objetiva-se neste trabalho analisar como o setor energético, a partir da instalação do Complexo Hidrelétrico Urubupungá, localizado na região de fronteira entre os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, foi articulado pela mídia impressa como elemento desta expansão e integração 13 econômica no país. Por meio de uma gama de periódicos (O Estado de São Paulo, Revista Visão (Paulistas), Correio do Estado, Brasil-Oeste (Matogrossense), percebemos como fato e memórias são apropriados e reelaborados pelo poder, passando a “se constituir num agente ativo de organização da memória” (Vesentini ,1997). Desta forma, compreender como se difundiu um pensamento e linguagem de um “Brasil para frente” colabora para averiguar como a construção da memória foi articulada e difundida ao longo do projeto hidrelétrico, estabelecendo ligações com marcos de memória do passado e deixando desdobramentos para o futuro. Palavras-chaves: Hidrelétricas, Imprensa, Memória, Desenvolvimento. 2. O trabalho indígena nas usinas de MS. Felipe Megeredo Correa/ Mestrando em História/ UFGD. Nas décadas de 1980 e 1990, vários grupos indígenas do estado de Mato Grosso do Sul foram recrutados para trabalhar no trato canavieiro, sobremaneira na região da Grande Dourados. Pretendo destacar como se deu o processo que levou os índios a trabalharem nas usinas de cana de açúcar, a (des) importância desse trabalho, os efeitos do longo período longe das aldeias, suas peculiaridades como mão de obra e a desumanização que sofreram nos canaviais. A precarização do local de trabalho somado ao trabalho degradante tornam a desumanização do obreiro fato constatável. Vale ressaltar que, historicamente, os grupos localizados no estado de MS sofreram sucessivos processos de colonização e redução do seu território tradicional, fato que tem consequências até a atualidade. Palavras-chaves: Trabalho; índio; usina de cana de açúcar. 3. Vendendo produtos e veiculando valores: apontamentos sobre a propaganda no Brasil (19501980) David A. Castro Netto (Doutorando em História/UFPR) O objetivo deste trabalho é discutir a relação entre a propaganda brasileira e a modernização ocorrida no Brasil, sobretudo, a partir de 1950. Nosso objetivo é mostrar a relação entre a propaganda e as várias correntes políticas que se faziam presentes na sociedade brasileira do período. Sumariamente, podemos apontar a possibilidade de analisar, pelo menos, dois vieses que a propaganda brasileira assume em diversos períodos: 1) uma propaganda “nacionalista” (1950 – 1960), que vende produtos que “ajudam o Brasil” a se desenvolver e 2) uma propaganda que veicula valores do liberalismo econômico (1970-1980) e, em diversos momentos, fazendo ponte com alguns “valores” da ditadura – militar. A partir destes pressupostos, tal como sugere René Remond, acreditamos ser possível construir uma análise política que, embora tenha ligações com a esfera do Estado e dos seus atores principais, também contempla as “pequenas” relações políticas do cotidiano e da formação de uma consciência política alinhada com aquelas promovidas pelos partidos/lideranças hegemônicas. Palavras Chave: Modernização; propaganda; ditadura – militar; História Política. 4. Reflexões sobre o jornal Lampião da Esquina, fruto de uma “crise da história”. Mariana Quadros Gimenez/ Mestranda/ UFGD 14 Esta presente comunicação pretende abordar questões que envolvem a inquietude que povoa e questiona a História enquanto saber legítimo para a compreensão da sociedade durante o tempo e espaço. Esta discussão se faz necessária, haja vista os inúmeros debates acerca da “crise da história”. Seguiremos o debate abordando a virada epistemológica da historiografia pós 1970, suas contribuições para a construção do conhecimento histórico e sua influência para a nova geração de historiadores no século XXI, onde darei ênfase ao um jornal chamado Lampião da Esquina. Este periódico foi um dos meios de comunicação mais importantes do movimento homossexual brasileiro no final da ditadura militar, entre os anos de 1978-1981. Palavras-chaves: Nova História – Meios de Comunicação – Lampião da Esquina. 5. Indivíduos de origem alemã e as medidas restritivas do projeto de nacionalização de 1938. Relações internacionais e o perigo alemã. Márcio Pereira.Doutorando em História pela UFPR/ Professor Colaborador UNESPAR – Campo Mourão Instituída em nome da unidade nacional, a campanha de nacionalização do Estado Novo, iniciada em 1937 com a pretensão de forçar a assimilação dos imigrantes, produziu a maior crise enfrentada por alemães e seus descendentes em solo brasileiro, depois da perseguição política durante a Segunda Guerra Mundial. A construção do “mito da nação” e do “mito da nacionalidade”, a exemplo das ditaduras europeias, realizava-se por mecanismos de persuasão, mas, acima de tudo, pela violência garantida pela polícia política que perseguia e identificava os imigrantes que se opunham às medidas. Estes eram identificados como antibrasileiros, mal aculturados, verdadeiros “cânceres” inseridos em um território onde se estava por colocar em prática um projeto de “brasilidade”, que foi oficializado através do Decreto-lei n° 406, de 06 de maio de 1938, popularmente conhecido como Projeto de Nacionalização. A partir da análise da documentação oficial (decretos-lei, ementas e da Constituição Nacional), embasados dos estudos vinculados ao campo das Relações Internacionais e História, procuraremos discutir questões que perpassam sobre o impacto das proibições ao idioma alemão no Brasil, sobre a repercussão dessas proibições nos consulados de países parceiros, como Itália, EUA e Alemanha, e ainda, discutir as questões da formação do outro e do fomento da existência real do Perigo Alemão. Palavras-chave: Alemães, Projeto de Nacionalização, imigrantes, Perigo Alemão. 6. O Sigma na terra das Araucárias: a força da Ação Integralista no Paraná nos anos 1930. Rafael Athaides/Doutor em História/ UFMS/CPTL Fundado menos de dois anos após o lançamento oficial do Integralismo no Brasil, o braço paranaense do movimento fascista brasileiro, no seu auge, chegou a congregar cerca de 40.000 mil militantes, elegeu prefeitos, vereadores e se tornou a segunda maior força eleitoral do Estado. Essa comunicação pretende apresentar, brevemente, a história da AIB no Paraná nos anos 1930 (da fundação do movimento à repressão governamental), enfatizando seu alcance geográfico e eleitoral, assim como seu perfil socioprofissional. Palavras-chaves: Integralismo, estado do Paraná, década de 1930. 7. Educação e Política nos anos 30. 15 Prof. Ms. Luiz Carlos Bento/UFMS/Coxim Este artigo busca analisar as disputas ideológicas entorno das questões educacionais na era Vargas visando situar num primeiro momento o processo de institucionalização do poder, ocorrido no país a partir da crise do liberalismo no final do século XIX, objetivando compreender a ação dos intelectuais neste processo. Dessa forma, buscamos demonstrar que as disputas intelectuais da década de 20 culminaram no desenvolvimento de um projeto político de cunho centralizador e autoritário que permeava os campos político e educacional, dando as condições de possibilidade para a implantação e a sustentabilidade do poder de Getúlio Vargas na década de 30. Ao longo do texto serão traçados alguns desdobramentos da relação entre educação e política, intelectuais e poder, bem como autoritarismo e estado neste período, buscando caracterizar os bastidores e as origens de questões que se tornaram centrais para a elite política e intelectual na década de 30. Palavras-chaves: Educação, Política, Intelectuais e Poder. Sessão 3: História Agrária, Migrações, imigrações: documentos, memórias e narrativas 1. Da terra as migalhas: O abastecimento interno, os pobres e livres e a “brecha camponesa” na América Portuguesa nos séculos XVI - XVIII. Caio Alexandre Toledo de Faria / Acadêmico / UFMS Pretendo nesse trabalho apresentar alguns aspectos da história rural na América portuguesa, a fim de discutir o abastecimento interno nos séculos XVI ao XVIII, partindo da referência à importância da mandioca e de seus subprodutos para o cotidiano da Colônia. Também abordarei de forma breve a “brecha camponesa” e a relevância dos pobres e livres para o fortalecimento do mercado interno e, em especial, para a subsistência, tal como para o fornecimento de alimento aos colonos e outros habitantes dessas terras. Palavras-chaves: abastecimento interno; mandioca; América portuguesa; pobres livres; brecha camponesa. 2. A escravidão indígena e o bandeirantismo na origem de São Paulo: breves considerações. Elenisia Maria de Oliveira/ Graduanda- UFMS-CPTL A apresentação que versa sobre a “Escravidão indígena e o bandeirantismo na origem da cidade de São Paulo: breves considerações” trata-se de um trabalho de graduação que busca problematizar a mística, expressas em livros escolares, sobre a origem da cidade de São Paulo, vista, pelo olhar do colonizador, como um empreendimento geopolítico, que consagrou a figura do bandeirante como “desbravador de territórios” e os Jesuítas como “salvadores de almas pagãs”. Por meio de diálogo com os teóricos como Fernandes (1989), Prado Jr. (1953); Schwazrtz (1998); Souza (2005); Monteiro (1994); entre outros, esse estudo discorre desde os primeiros contatos com os diversos grupos étnicos, passando pelo processo de dominação e resistência imprimidas pelos nativos, até a decadência desse tipo de sistema escravista. Observa-se que a origem e formação da Capitania de São Vicente e, posteriormente, a Vila de São Paulo se deu em decorrência de um movimento, de um caminho resultante das ações dos bandeirantes em suas incursões pelos sertões, apoiados pela metrópole, em busca de cativos, mas ainda das ações desses últimos na defesa de seu território e do seu modo de vida. 16 Palavras-chaves: Escravidão indígena; Bandeirantísmo; Resistências; Origem de São Paulo. 3. A Brecha Camponesa: “Resistência-Acomodação”. Jorge Tertuliano Matias Gomes Neto, graduando do curso de História da UFMS CPTL Dentro do contexto de “resistência-acomodação” e negociações entre senhores e escravos é que venho apresentar o seguinte trabalho, resgatando os mesmos como sujeitos históricos e fundamentais dentro do cenário da América Portuguesa, perpassando pelos pobres livres, como estes eram essenciais para o abastecimento interno da colônia dentro do cenário da “brecha camponesa”, à luz de uma historiografia recente, tendo como referência autores como o renomado Ciro Flamarion Cardoso, defensor do caráter estrutural e comercial das atividades autônomas dos escravos: o cultivo feito por estes para si próprios em lotes concedidos pelos senhores; Stuart Schwartz; Manoela Pedroza; Reis e Silva, etc. Proponho uma breve introdução sobre um debate historiográfico de momentos distintos, tomando como base Suely Robles de Queiróz para que possamos compreender um pouco do ponto de vista de alguns historiadores acerca da escravidão negra desde Gilberto Freyre, patriarcalista que docilizava a escravidão, à corrente historiográfica dos anos 80, Sílvia Hunold Lara; Laura de Mello e Souza, etc., que defende a autonomia do escravo; a escola paulista das décadas de 50 e 60 que inclui nomes como Fernando Henrique Cardoso; Octávio Ianni; Emília Viotti da Costa; Clóvis Moura; Jacob Gorender, etc. que defendiam a tese da violência e acúmulo de capital, ou seja, a própria desumanização do escravo. Palavras-chaves: Brecha camponesa. Resistência. Escravidão Negra. 4. A história agrária no sul de Mato Grosso: entre os Cayapó, os camponeses e os senhores de terra e de escravos. Vanessa Aparecida Camperlingo Serra/graduanda/ Universidade Federal de Mato Grosso do Sul O trabalho desenvolvido refere-se à análise da história agrária no sul de Mato Grosso, em especial ao estudo das ações dos povos que habitavam a costa leste desta localidade no contexto do Brasil Império, com o olhar para as práticas dos Cayapó e de outros pobres da terra, em vista dos embates vivenciados face aos senhores de terras e de escravos. O foco se centrará no leste de Sul de Mato Grosso, nos meados do século XIX, mas sem perder de vista o cenário das monções e a presença dos Cayapó pelos caminhos monçoeiros a ligar o sul e o norte de Mato Grosso no cenário do século XVIII. Num primeiro momento, visamos o trabalho de sistematização das fontes, já coletadas, que tratam da temática da história agrária no sul de Mato Grosso, a fim de compreender a cultura, o trabalho e a resistência dos povos da terra frente às ações dos chamados “pioneiros”. Sendo assim, além do uso de fontes primárias, como Correspondências oficiais e documentos avulsos, coletados no Arquivo Público de Cuiabá, será necessário trabalharmos outros documentos como os relatos de viajantes e sertanistas, a exemplo dos “Relatos Monçoeiros”, “Diário de Navegação de Teotônio José Juzarte”, “Derrotas”, de Joaquim Francisco Lopes, somando-se aos processos criminais e aos inventários coletados no Arquivo do Tribunal de Justiça, em Mato Grosso do Sul. Observa-se ainda a importância no qual se deu o diálogo com referenciais teóricos e metodológicos que discorram sobre o sul de Mato Grosso na historiografia regional e brasileira, norteando as indagações para o entendimento de como se dava a vida dos povos originários e dos camponeses nos meados do XIX. Palavras-chaves: história agrária; Cayapó; sul de Mato Grosso; camponeses. 17 5. Vida de assentados: memórias e histórias da luta pela terra em Nova Andradina, Sul de Mato Grosso do Sul. Claudomiro Morales Torres/ Mestrando/ PPGH/ UFGD O presente trabalho visa trazer algumas considerações sobre o projeto de assentamento Casa Verde, criado pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em 1987 e tendo como agentes mediadores os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de vários municípios do estado de Mato Grosso do Sul e a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Após anos de acampamento, algumas famílias que se encontravam acampadas no município de Dois Irmãos do Buriti, na gleba Santo Inácio, hoje assentamento Ministro Marcos Freire, optaram pela contemplação de seus lotes de terras no município de Nova Andradina- MS, no assentamento Casa Verde. Da gleba Santo Inácio, vieram um total de 80 famílias. Essas famílias já vinham de um longo período de até quatros anos em barracos de lona preta. As outras famílias que se somaram a elas no assentamento Casa Verde, totalizando 471 famílias vieram através dos vários Sindicatos dos Trabalhadores Rurais dos municípios de Mato Grosso do Sul. Ao adentrarem em seus lotes terra enfrentaram várias dificuldades como a falta de apoio governamental com financiamento bancário e a falta de água potável. Dentre as maiores dificuldades desses assentados para permanecerem em suas terras esta a fertilidade do solo, pois é um solo arenoso e com alto taxa de acidez, dificultando o cultivo da agricultura, que era o desejo de uma maioria desses assentados. Palavras-chaves: Assentamento; Nova Andradina; dificuldades. 6. A igreja e os movimentos sociais: pelos caminhos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Marcos Sanches da Costa/ Mestrando/ PPGH-UFGD Nesse artigo será trabalhado o envolvimento de parte da Igreja com os movimentos sociais, agindo de maneira auxiliar a diversos grupos no contexto da Ditadura Civil-Militar (1964-1985), além de estudar como esses grupos fundamentavam suas ações a partir da Teologia da Libertação. Na busca de analisar a dupla participação, entre Igreja e movimentos sociais, faremos o estudo voltado para as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na luta pela conquista da terra e de melhores condições de vida no campo. Palavras-chaves: Teologia da Libertação; MST; movimentos sociais do campo. 7. De repente a roça vai virar cidade: a formação do município de Novo Horizonte do Sul-MS (1985-1992). Nelson de Lima Junior/ Mestrando/ PPGH-UFGD A comunicação busca fazer uma breve análise acerca do desmembramento político-administrativo do município de Novo Horizonte do Sul. Pretende-se abordar três momentos que compõem a formação deste município, que tem como marco inicial a ocupação da Gleba Santa Idalina, em Ivinhema (MS) pelos brasiguaios em 1985 e a formação de um acampamento no local. No ano de 1986, a luta foi intensificada e os acampados conseguiram a posse das terras, formando na Gleba um assentamento, que deram o nome de Projeto de Assentamento Novo Horizonte. Com o aumento da população entorno do assentamento e a intensificação da produção agrícola, iniciou-se um 18 movimento de luta pela emancipação política do assentamento, que se concretizou no ano de 1992, onde ficou criado o município de Novo Horizonte do Sul, um dos primeiros assentamentos a ser elevado à categoria de município no Brasil. Palavras-chave: Brasiguaios, Terra, Emancipação, Novo Horizonte do Sul. 8. A história da Aldeinha no município de Anastácio, Mato Grosso do Sul e sua inserção no processo de territorialização Terena (1933-2014). Edmundo Pires/ Mestrando/PPGH- UFGD A proposta desse trabalho é analisar a territorialização dos índios Terena de Aldeinha no espaço rural/urbano dos municípios de Aquidauana e Anastácio realçando algumas situações de territorialização/territorialidade ocorridas em contexto Rural/urbano onde serão analisadas oito décadas que apresentam diferentes situações relacionais entre os Terena e os não indígenas, bem como entre os próprios Terena. Essas décadas foram divididas em três contextos. O primeiro contexto ocorre da década de 1933 até o ano de 1965, ocasião em que o índio terena conhecido como José Coreiro efetua a compra de uma área de 32 hectares de terra, localizada às margens esquerda do rio Aquidauana. O segundo contexto, se da com a emancipação política de Anastácio (1965) antiga margem esquerda de Aquidauana, iniciando-se o processo de loteamento e urbanização do novo município e indo até o ano de 1980. O terceiro e último contexto, foi o de organização dos Terena agregados de Aldeinha que simultaneamente ao crescente movimento dos povos indígenas do Brasil, na luta em prol da demarcação e homologação de seus territórios e outras demandas, organizam-se à partir da década de 1980, formando os conselhos tribais e também associações indígenas passando então a utilizarem a denominação aldeia em uma situação de contato interétnico, para reivindicar da FUNAI o reconhecimento de seus direitos territoriais de parte da área de Aldeinha. Pretende-se, desta forma, identificar o contexto histórico em que os Terena, de Aldeinha, desenvolveram o processo de territorialização na margem esquerda de Aquidauana, posteriormente município de Anastácio apresentando as diferentes estratégias de convívio e resistência étnica utilizadas por eles. Palavras-chaves: Territorialização; Terena; Aldeia. Sessão 4: História, patrimônio cultural, religião, relação de gênero 1. Título: Al Manzul: Patrimônio e Memória de Cuiabá. Maria Cristina Rodrigues Fernandes/ Mestre/ Universidade Federal do Paraná. Este estudo pretende apresentar e discutir a história do restaurante Al Manzul, localizado na cidade de Cuiabá, capital mato-grossense. Cumpre destacar que o Restaurante Al Manzul, objeto da pesquisa, é hoje conhecido em nível nacional e internacional, constituindo uma rica expressão da milenar cozinha árabe, de forte presença transnacional. Desta forma, sem perder suas qualidades específicas , o referido restaurante vem se destacando no universo gastronômico , recebendo prêmios pela qualidade de sua comida . Assim , pretende-se evidenciar como o sucesso do Restaurante Al Manzul de Cuiabá , além da boa alimentação oferecida , constituiu-se num verdadeiro patrimônio local , uma vez que o Al Manzul criou espaços de encontros e de acolhimentos , que por meio dos gostos e das preferências permitem a identificação e a valorização da comida árabe. 19 Palavras-chaves: História da Alimentação, Comida Árabe, Patrimônio , Memória. 2. Título: Umbanda: práticas e representações sócio-políticas na cidade de Três Lagoas. Aline Alves Bertuci.GraduadaUFMS/CPTL Através da religião, o negro pode reafirmar-se étnica e culturalmente no Brasil. Com o surgimento da Umbanda, muitos estudiosos a classificaram como uma coleção de resquícios de outras religiões. Na verdade, partindo por meio da interpretação de Manuela Carneiro da Cunha quanto à questão cultural, o negro urbano adepto dos dogmas religiosos da Umbanda não havia perdido a sua cultura, e nem mesmo a Umbanda havia colecionado “os restos” de outras religiões. Sendo assim, essa apresentação vem a retratar justamente a singularidade umbandista, demonstrando o quão ricamente evidencia-se essa cultura, sobretudo a partir de alguns terreiros situados em Três Lagoas. Palavras-chaves: Umbanda, religião, cultura. 3. A influência das mulheres negras e a transformação da identidade religiosa no quilombo de São Miguel em Mato Grosso do Sul. Luana Aparecida Rodrigues Muniz & Iara da Silva Souza(Bolsista PIBID). Graduandas/História/ Ufms/CPTL. Este trabalho tem por objetivo investigar, por intermédio de História Oral de vida, a participação feminina na Comunidade quilombola de São Miguel, analisando o contexto social no qual estas mulheres estão inseridas além de evidenciar suas experiências em defesa do fortalecimento das organizações políticas e religiosas da comunidade. A Comunidade Quilombola São Miguel está localizada no Município de Maracaju no estado do Mato Grosso do Sul. Tem sido o local onde realizamos o levantamento dos dados necessários para o desenvolvimento da pesquisa. Antes da decisão de investigar a comunidade em questão, foram visitadas outras comunidades dentre elas, Furnas de Dionísio (Jaraguari) e Chácara Buritis (Campo Grande), onde observamos que lideranças femininas também têm destaque tanto em seu caráter civil como religioso. A escolha por São Miguel foi influenciada pela possibilidade de nos hospedarmos na comunidade e por se tratar de comunidade mais isolada que as demais, o que a torna mais peculiar do que as outras em função do distanciamento de áreas urbanas como as outras duas citadas. O foco da pesquisa é analisar de que maneira se sobressaem as lideranças femininas observando de que forma essas mulheres, através de suas ações na comunidade, conseguiram modificar a percepção da identidade feminina dentro do seu meio social ampliando seu espaço e estabelecendo influência enquanto mulheres negras e líderes ativas voltadas para as questões da identidade política e religiosa da comunidade, buscando o fortalecimento dos laços sociais e afetivos entre os membros além de tentarem traçar novas estratégias de integração e organização social nestas comunidades. Palavras chaves: Lideranças femininas quilombolas; negritude e identidade; história de negros em Mato Grosso do Sul. 4. Título: Educação e Sociedade: A mulher brasileira no século XIX. Marcelo Tette Lopes Mestre Interdisciplinar em Educação, Administração e Comunicação pela Universidade São Marcos – São Paulo – SP 20 Este trabalho tem por objetivo demonstrar que foi a partir da presença da corte portuguesa no Brasil, que possibilitou que a mulher brasileira passasse a adquirir uma nova posição na sociedade e, demonstrar, ainda, que a lei de 15 de outubro de 1827, já no Brasil independente, oficializou a profissão de mestra e deu início na criação de escola destinada as meninas. Para atingir o objetivo, o trabalho foi dividido em três partes, onde na primeira faz uma retrospectiva histórica da educação brasileira, partindo do início da colonização portuguesa até a presença da corte portuguesa no Brasil, na segunda busca-se interpretar as legislações educacionais instituídas após a Independência do Brasil e por fim, busca-se analisar a situação da educação da mulher na sociedade brasileira e a criação de escolas específicas para as meninas que, dará início a uma nova perspectiva, no final do século XIX. Palavras-chave: 1. Mulher Brasileira. 2. História da Educação. 3. Legislação Educacional. 4. Mestra. 5. Título: O Brasil e a busca pela modernidade na primeira metade do século XX: Permanências e Rupturas. Fernando Lucas Garcia de Souza / Graduando / UFMS-CPTL Pensar a história do Brasil República, sobretudo na primeira metade do século XX, é inevitavelmente pensar a dicotomia entre modernidade e o tradicionalismo, entre o conservadorismo e o liberalismo, entre o público e o privado, entre o personalismo político e a democracia liberal. Este artigo pretende discutir essas dicotomias, uma vez que parto do entendimento que o Brasil República foi formado dentro destas contradições e embates. Num olhar mais atento, é possível ainda hoje encontrar vestígios nada sutis dessas características presentes em nossa organização política, econômica e social, e discutir as origens destas características e suas implicações na sociedade atual é o objetivo principal deste artigo. Palavras-chaves: Modernização, Democracia, Público e Privado. 6. Título: A vida de um retirante ou a vida de todos nós que vagamos por estradas afins: uma experiência de história oral Mariely Zambianco Soares Sousa (bolsista Programa PET); Rafaely Zambianco Soares Sousa (bolsista Programa Institucional de Iniciação à docência-PIBID) / UFMS-CPTL A presente comunicação é fruto de uma entrevista realizada com Humberto Luís Soares Sousa para a disciplina História Oral, com o objetivo de conhecer a trajetória de um retirante que saiu da cidade de Condeúba-BA para Valparaíso-SP, passando por Três Lagoas-MS. A partir de sua fala selecionaremos as principais temáticas como os motivos – para além de questões financeiras – da migração do entrevistado e sua família. Vale ressaltar que o conhecimento que se tinha do entrevistado possibilitou reconhecer minúcias em sua fala e provocou-nos a pensar o que Alberti (2004) denomina como “o fascínio do vivido”. Trata-se de uma tentativa de compreender por meio da História Oral, parte da vida de Humberto, ao propiciar a compreensão de que sua história nada mais é do que um fazer-se contínuo, individual e coletivo. É por meio dos significados que o entrevistado foi atribuindo a vida e suas manifestações que reconhecemos a história como uma construção em grande medida subjetiva; e percebemos que com as palavras e o silêncio podemos construir o caminho da alteridade, requisito essencial para o ofício do historiador. Para discutir tais questões baseamo-nos em Motta (2012), Ferreira (2012), Neves (2000) e Hobsbawm (1995), que apontam as novas abordagens e problemáticas referentes à História Oral e à história do tempo presente. Utilizamos como Alberti (2004), Pollack (1969), Halbwachs (1990), 21 Bósi (1994) e também Oliveira (2006) que problematizam a legitimidade da memória na contemporaneidade, apontando, entre outras questões, para a existência do “narrador”, a qual reconhecemos em Humberto. Palavras-chaves: Retirante; História do Tempo Presente; Memória; História Oral. Sessão 5: Narrativas coloniais, Migrações e Imigrações e a História da Exclusão, da Liberdade e da Saúde 1. A Capitânia de Mato Grosso pelo olhar dos camarários: a “civilização” colonial e sua margem retratada pelos ilustres setecentistas. Bruno Cezar Bio Augusto/Graduando do curso de História/Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – CPTL Nesta comunicação apresentaremos uma análise dos modelos civilizatórios e progressistas correlatos que constam na crônica Relações das povoações do Cuiabá e Mato Grosso, de seus princípios até os presentes tempos de José Barbosa de Sá, escrita no ano de 1769, utilizada onomasticamente por Joaquim da Costa Silveira para escrever os Annaes do Sennado da Câmara do Cuyabá: 1719-1830, no ano de 1786. De acordo com Jesus (2012) há outros notórios cronistas que remeteram suas obras para a descrição ficcional da região do rio Cuiabá em capitânia de Mato Grosso naquele contexto, entre outros pontos dos “sertões à desbravar”. Assim, as narrativas “merecem ser analisadas, já que revelam modos de pensar e conceber o mundo do século XVIII” (p.95). José Barbosa de Sá foi sertanista, observador oficial da Coroa portuguesa dos aglomerados hispânicos na região do Guaporé; nas terras do ouro cuiabano foi advogado licenciado, migrando para o arraial do Senhor Bom Jesus do Cuiabá à época da elevação dessa localidade como vila em 1727 (JESUS, 2012). Iremos utilizar ainda um documento de 1745 encontrado no Arquivo Público de Mato Grosso, que se refere à uma correspondência entre o rei de Portugal, Dom João, e o Capitão General da Capitânia de São Paulo, a fim de analisar as questões religiosas que acompanham o “progresso” pelo interior da colônia. O nosso olhar sobre estes documentos oficiais será de indagação do sujeito esquecido pela história oficial, buscando apreender as práticas de agentes sociais que possivelmente são marginalizados pelas descrições dos ilustres homens régios do século XVIII. Palavras-chaves: capitânia; colonial; civilizatório; Mato Grosso. 2. Narrativas sobre incompletudes da travessia (1981-1997): Algumas considerações. Marciana Santiago de Oliveira. Mestranda/PPGH-UFGD Pretende-se compartilhar alguns dos resultados de pesquisa de mestrado, a qual buscou analisar os sentidos atribuídos às migrações expressos nas cartas escritas por homens e mulheres migrantes e publicadas no Boletim das Migrações Vai Vem, no período entre 1981 e 1997. Apontamos que as experiências migratórias dos/as migrantes se devem a múltiplas causas, com implicações espaçotemporais, socioculturais, políticas e econômicas. Assim, pontuamos que as cartas escritas pelos/as migrantes são organizadoras de sentidos e que, por meio de suas múltiplas experiências migratórias, possibilitaram: a) traçar novas redes de contatos, sociabilidade, fraternidade e solidariedade entre familiares, equipe editorial e leitores do periódico; b) criar estratégias contra xenofobias, preconceitos e estigmas relacionados aos/às migrantes; c) suscitar, entre os órgãos de assistências e 22 proteção aos/às migrantes, a identificação dos distintos movimentos migratórios; d) denunciar situações de violações dos direitos humanos dos/as migrantes; e) fomentar organização popular entre os/as migrantes; f) ampliar o fazer-se migrante em luta; g) aproximar pessoas, lugares e espaços distanciados pelas migrações; h) fazer o ausente presente, tanto para quem partiu quanto para quem ficou; i) atuar para prevenir um possível retorno; j) possibilitar trocas de experiências migratórias. Conclui-se também que as histórias de migrações estudadas no decorrer da pesquisa são cheias de sonhos, ousadias, frustrações e reivindicações daqueles e daquelas que se dispuseram à incompletude da travessia. Palavras-chaves: Migrações; experiências migratórias; Boletim Vai Vem; cartas. 3. Memórias do processo de migração de retorno entre os estados da Amazônia Legal e o Paraná: disputas identitárias e políticas ambientais (1990- 2014) Jorge Pagliarini Junior, Mestre, Unespar, (Doutorando/PPGH- UFGD) Esta pesquisa volta-se ao estudo da trajetória de sujeitos que vivenciaram em diferentes momentos o fenômeno migratório- Sul- Norte- Sul (especificamente Paraná-Amazônia Legal - Paraná) demarcado no período de 1970 a 2014 com ênfase nas dinâmicas que envolveram o processo de retorno, ou seja, o fluxo ocorrido a partir da década de 1990. Para tanto, o estudo de memórias foi norteado pelo mapeamento de discursos e políticas que influenciaram nos deslocamentos populacionais e na construção de territorialidades resinificadas diante das novas fronteiras materiais e simbólicas vivenciadas por esses sujeitos. Palavras-chaves: Migração de Retorno; Memória; Identidade; Sociedade e natureza; História Oral. 4. Imigração e doenças: O espaço da Exclusão. Profa. Dra. Norma Marinovic Doro UFMS/CPTL Nesta comunicação pretendemos refletir sobre o espaço de exclusão que o movimento migratório do final do século XVI até a primeira metade do século XX criou no Brasil, para controlar e segregar os imigrantes considerados doentes do ponto de vista da legislação sobre saúde e doença aplicada aos estrangeiros. Os movimentos migratórios desse período buscavam europeus e asiáticos para o trabalho principalmente nas lavouras em substituição ao trabalho escravo. Para tal atividade, era necessário que o imigrante fosse saudável. A inspeção médica no desembarque determinava se o imigrante era “desejável” ou “indesejável”. Nesta reflexão buscaremos entender quais os mecanismos que a legislação criou no aspecto médico para determinar se as pessoas estavam aptas a permanecerem no Brasil. Como um exemplo, analisaremos o espaço da Ilha das Flores localizada no litoral do Rio de Janeiro. Os imigrantes aos desembarcarem após a inspeção médica se não estivessem bem de saúde eram levados para este local para tratamento e observação. Esse período determinava sua fixação no Brasil ou sua repatriação. Palavras-Chaves: Espaço- Exclusão- Imigração- Doença Legislação. 5. Interfaces da exclusão no livro de Renato Pompeu romancista, jornalista, louco ou escritor: um ensaio sobre as memórias da loucura. 23 Julio César Minga Tonetti/Graduado/ LEER/USP A proposta inicial deste trabalho é a análise do livro “Memórias da Exclusão” do Jornalista, escritor, e Romancista Renato Pompeu. De acordo com algumas fontes consultadas sabemos que Renato Pompeu nasceu em Campinas-SP em1941, mas sempre morou em São Paulo. Em 1960 entrou no curso de Ciências Sociais da USP e no mesmo ano começou a trabalhar como jornalista, tendo atuado na Folha de S.Paulo, na revista Veja, no Jornal da Tarde, além de outras publicações. Como escritor tem 22 livros publicados, entre ficção e não ficção. Renato tornou-se conhecido no meio acadêmico através de diversos trabalhos de analises dos seus romances nos quais ele mesmo afirmava serem proveniente de seus delírios e encontros com o surreal. Pesquisas variadas na área da psicologia e da linguística enfatizam sua facilidade de escrita, como a utilização de seus delírios como forma de inspiração para a prática escritora. Ele mesmo em uma de suas obras dizia: “Aprendi com os loucos- aprendi a conviver com a loucura”. Enfatiza isso de forma bem clara e nos intriga a enveredar um caminho, passar por uma teia, por um labirinto expondo as suas “Memórias” ou melhor as suas “Memórias da Loucura”. Propomos neste Ensaio uma discussão sintática e objetiva baseada nas relações de memória e História, ou seja, uma construção interdisciplinar. Desde que novas concepções de estudos passaram a fazer parte das Ciências Humanas o “louco” tornou-se tema recorrente nos estudos históricos, permanecendo ao lado dos silenciados ou “excluídos sociais”. Palavras-chaves: 1-História 2- Memória 3- Loucura. 6. Exclusão, doença, escravidão e liberdade no sul de Mato Grosso: o cotidiano e o extraordinário na vida dos escravos em Sant’Anna do Paranahyba (1829 a 1888). Maria Celma Borges, Pós-Doutora em História, UFMS Objetivo estudar a escravidão e a liberdade no sul de Mato Grosso, especificamente em Sant' Anna do Paranahyba, com o intuito de aprofundar a análise da exclusão da liberdade de homens e mulheres em seu interior e arredores. O olhar se voltará para as relações de poder estabelecidas entre senhores de terras e de gente e os negros e negras escravizados no segundo reinado. Em meio ao cotidiano e ao extraordinário, busco entender como a saúde e a doença se manifestavam no interior desta sociedade, indagando de que modo os escravizados reinventavam modos de vida e de cura, na tentativa de viver em meio às intempéries da escravidão. A luta pela liberdade torna-se o foco para se apreender as formas de resistência - de acomodamento e de embates - vivenciadas neste universo, interpretado costumeiramente como periférico na produção acadêmica. Esta abordagem implica o estudo de experiências que podem ser encontradas em variadas fontes, como: processos criminais, memórias e Correspondências Oficiais do governo provincial e local no cenário do sul de Mato Grosso do século XIX. Para este estudo viso analisar onde os homens e mulheres escravizados poderiam ser encontrados; quais os trabalhos realizavam pelas terras de Sant’Anna: da vila e arredores; como viviam e sobreviviam; como resistiam aos mandos e desmandos do poder político e econômico, local e provincial; indagando, por fim, que lugar lhes foi destinado e qual fora conquistado em uma paisagem que parece se resumir, no presente, ao boi e ao pioneiro. 7. A aurora do mais formoso tempo: escravidão e liberdade em Santana de Paranaíba (1871-1888). Rejane Trindade Rodrigues. Mestranda/PPGH -UFGD. 24 A comunicação apresentará parte da pesquisa em construção que tem por objetivo estudar a história da liberdade e da escravidão nas últimas décadas do Império na Província de Mato Grosso, especialmente em Santana de Paranaíba, por meio da análise dos processos criminais, inventários e correspondências oficiais, coletadas no Arquivo Público do Estado de Mato Grosso em Cuiabá e do Arquivo do Tribunal da Justiça de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande. O intuito é o de analisar os impactos e modus operandi dos marcos jurídicos que fundamentaram, no período, mudanças nas relações econômicas, sociais, pessoais e morais envolvendo a escravidão e liberdade no contexto que se estende de 1871-1888. Neste sentido, a pesquisa também discute a noção de fontes, apontando, sobretudo, para as possibilidades de utilização dos documentos oficiais na análise tanto do cotidiano quanto do extraordinário em ações vividas pelos diversos sujeitos, escravizados e livres. Palavras-chaves: Escravidão, liberdade, documentos oficiais. Sessão 6: Ensino de História: diversidades, alteridades e formação docente. 1. As máscaras africanas como recurso para trabalhar o Multiculturalismo na escola: o povo Kuba e suas manifestações artístico-culturais. Rafaely Zambianco Soares Sousa Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/UFMS/CPTL); Mariely Zambianco Soares Sousa (bolsista do Programa PET/História/UFMS/CPTL) O presente trabalho trata de uma análise das experiências obtidas no Estágio Obrigatório II do Curso de Licenciatura em História do CPTL/UFMS feito em dois momentos, no ano de 2014 e em 2015, em que aplicamos sequências didáticas (ZABALA, 1998) na turma do 3º ano do Ensino Médio e 9º ano B do Ensino Fundamental, consecutivamente na Escola Estadual João Dantas Filgueiras e E.E. Padre João Thomes, localizadas no município de Três Lagoas – MS, com o tema máscaras africanas, mais especificamente as máscaras dos povos do Reino Kuba, localizado no sudoeste da República Democrática do Congo (antigo Zaire). O objetivo era possibilitar aos alunos compreender os papeis das máscaras na tradição dos povos africanos, como manifestações artísticas e culturais, e também possibilitar a valorização da produção cultural e de conhecimento no continente. Tencionamos ao escrever esse texto, mostrar como nosso trabalho com educação etnicorracial tem um papel importante na formação dos alunos, assim como os demais projetos de pibidianos e estagiários do curso de História que lá atuaram/atuam, procurando responder às demandas das leis que requerem o ensino da cultura afro-brasileira e africana. Palavras-chave: Estágio; História; Máscaras Africanas; Educação Etnicorracial. 2. Formação de professores: a abordagem metodológica do PIBID (Programa Institucional de Iniciação à docência) na escola pública. Caio Vinicius dos Santos / Graduando / UFMS/CPTL. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) Jaqueline Ap. M. Zarbato(orientadora/História/CPTL) Ao analisarmos os planos curriculares e materiais didáticos referentes à educação básica, observamos algo em comum para as disciplinas de humanas: a metodologia empregada aos conteúdos. Exercícios repetidos, análise de mapas, infográficos, imagens. Enfim, percebemos que as 25 alterações ocorrem apenas no que se refere ao conteúdo teórico. Especialistas na área de Ensino de História mantêm debates e produções sobre os caminhos que o ensino de história tem rumado. Neste trabalho, visamos argumentar a importância do Pibid (Programa institucional de bolsas de iniciação à docência) História da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, campus de Três Lagoas, (UFMS/CPTL), no que tange as possibilidades metodológicas propostas para a formação de professores de história e, consequentemente, sua prática enquanto tal. Palavras-chaves: Pibid História; Formação de professores; metodologia. 3. Além dos muros do currículo: a disciplina de História e a construção do sujeito leitor. HELD, Helder M. (Mestre em História Social – UNESP); ROMBI, Sandra C. (Mestranda em Ciências da Educação – UNIGRAN) No ano de 2008 uma nova proposta foi lançada pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo a professores e alunos da rede. Hoje Currículo oficial, a Secretaria o compreende como uma das ferramentas que conseguirá aumentar os índices da educação paulista nos próximos anos. Apresentado à Rede como inovador e ousado, trouxe para a prática ideias até então debatidas por pedagogos, como o fortalecimento do protagonismo juvenil e da necessidade de se pensar a escola e o corpo docente como aprendentes. Colocou novos desafios aos professores ao trazer para a discussão um Currículo pensado a partir de habilidades e competências e que a articulação das mesmas, nas diferentes disciplinas, traria a excelência acadêmica para seus alunos. Neste modelo pedagógico então instaurado, a todos os docentes da rede foi dada a preocupação e a responsabilidade de criar sequências didáticas que fortalecessem as competências leitora e escritora, como forma de preparar os alunos para as atividade sociais. Nesta comunicação será apresentado o trabalho realizado pelos docentes da Área de Ciências Humanas, em especial da disciplina de História, da Escola Estadual Prof. David Golia, no processo de fortalecimento destas competências e daquelas inerentes ao currículo específico da disciplina. Metodologia que, além de proporcionar a construção do pensamento crítico e reflexivo, se orquestra em sequências didáticas para auxiliar na aprendizagem curricular e a formação de sujeitos leitores e escritores. Palavras chave: Ensino de História, Currículo, Competência leitora. 4. Percepções sobre ensinar história de uma professora iniciante: a metodologia em questão. Loana C. M.NASCIMENTO. Graduada em licenciatura em História, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS, Campus de Três Lagoas CPTL. O presente trabalho tem por finalidade discutir as contradições existentes nas redes de ensino público, tomando por base as vivencias no âmbito escolar. Objetiva-se discutir a respeito do individualismo dos educadores mediante as dificuldades de orientação dos alunos ao conhecimento, em vista do surgimento de novos valores da geração e de novos recursos tecnológicos informática que exigem do professor “metodologias diferenciadas” para enfrentar a resistência da cultura educacional tradicionalista, do século passado que, conforme Pedro Demo (2015) ainda está presente na sociedade. Percebe-se que a preocupação exacerbada das instituições de ensino e do Estado são com índices satisfatórios, que podem esconder o analfabetismo dos alunos à construção de opiniões, para a formação de cidadãos críticos (Sacristã 1986). O passar muito conteúdo, manter os alunos calados e 26 quietos em suas cadeiras, num processo de vigilância, como sugere Foucault (1999), parece ser o “domínio de sala” para as escolas. Muitas intuições vivem ilusoriamente o sonho militarista de ver uma geração considerada “perdida”, “disciplinados”, “absorvendo e copiando” matéria da lousa, facilmente encontrados no “google”. Partimos da premissa de que a escola para muitos alunos já não faz sentido, quando a acessibilidade à informática permite encontrar qualquer informação. Interessa analisar estas questões a fim de apreender, como trabalhar novas metodologias em sala, a fim de atender o ritmo de aprendizagem de cada aluno. Sobretudo lidar com o individualismo de profissionais da educação, que se recusam a deixar metodologias do século passado, Pedro Demo (2015). 5. A formação docente no Programa Institucional de Iniciação à Docência(PIBID): os usos dos conceitos de Patrimônio cultural, memória, interculturalidade no ensino de história. Jaqueline Ap. M. Zarbato/ Doutora/UFMS-CPTL. Julice de Farias/ Graduada/professoraSEE-MS Este artigo visa problematizar as discussões que iniciaram no ano de 2014 e ainda estão em andamento no PIDID/História/UFMS, em que vislumbramos abordar com os estudantes as dimensões da formação inicial de professores. Neste pressuposto de formação, utilizamos as concepções meta-teóricas da interculturalidade,( Castro, 2007) patrimônio cultural( Mendes, 2009) e multiculturalismo( Zarbato, 2013) para fundamentar as práticas realizadas na sala de aula. Assim, durante o período analisado, realizamos reuniões acerca da formação (teórica e prática)dos estudantes envolvidos no projeto, com leitura e aprofundamento teórico sobre os temas a serem abordados na aula de história. A fundamentação metodológica e a prática pedagógica foram inseridas com as sequências didáticas( Zabala, 1998) na Escola Estadual Padre João Tomes. Pretende-se apresentar neste artigo, a relação da formação inicial de professores, o aprofundamento meta-teórico e algumas sequências didáticas que foram desenvolvidas no Ensino Fundamental II e Ensino Médio. 6. Símbolos e signos: suas distinções e contribuições para o Ensino de História. Caroline Cassoli Gonçalves: Graduanda/UFMS-História. Símbolos e signos, apesar de exercerem funções semelhantes e a priori partirem de uma mesma natureza, recebem e atuam com significações distintas. Para a psicologia, o funcionamento do psiquismo é dado pelo processo de significação o qual se sustenta em sinais e signos. Sinais são toda e qualquer alteração na natureza, não dependendo da influência humana; já os signos são marcas externas que representam algo ou ela mesma. Portanto, todo sinal natural que tiver qualquer intervenção humana se torna um signo. Entretanto, o símbolo implica algo além do seu significado explicito. Neste sentido, ambos deixariam de cumprir suas funções sempre que não interpretados de acordo com a devida significação e contextualização, já que de certa forma, são parte da comunicação e da passagem de legados históricos a futuras gerações. Para tal, o processo de ensino e conscientização 27 por meio do acréscimo de símbolos vitais para a compreensão histórica de eras, o ensino de história tem a estrutura perfeita para que este trabalho seja desenvolvido com êxito. A História não é feita apenas de relatos e fontes; nos símbolos podemos descobrir influencias que iniciaram guerras e coroaram reis, por isso a sua abordagem em sala de aula é tão significativa. Neste artigo, busco evidenciar minuciosamente as diferenças de ambos e por meio de uma análise histórica e sociocultural abordar as suas contribuições para com o ensino da história. Palavras-chaves: simbologia, psicologia, ensino de história. 7. “O hip hop e a favela”: Reflexões sobre a história e cultura afro brasileira e africana na sala de aula. Renuza Dorissote Gonçalves/Graduanda/UFMS), Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) Jefferson Rodrigo Fernandes Pereira/Graduando/História (UFMS/CPTL), Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Jaqueline Ap. M. Zarbato (orientadora/História/CPTL) A proposta deste trabalho é relatar uma experiência realizada em sala de aula com alunos do 2º Ano A – turma de 2015, do Ensino Médio, da Escola Estadual Padre João Tomes, localizada em Três Lagoas – Mato Grosso do Sul. Nosso trabalho orbita as concepções de um ensino antirracista que foi formalizado em 2003 com a Lei 10.639/03 que tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira e africana nos locais de ensino fundamental e médio. Assim, baseando-se nas concepções da lei, pensamos em desenvolver uma sequência didática que denuncie o racismo em nossa sociedade, como também valorize a cultura dos afrodescendentes. Desta maneira, desenvolvemos a reflexão, utilizando como tema central o Hip Hop e o contexto de sua chegada ao Brasil, dando enfoque para seu espaço de maior adaptação no país, as favelas. O Hip Hop surge nos Estados Unidos, na década de 1970, no Bronx, um bairro de periferia. Têm como principal característica a denúncia às desigualdades enfrentadas pelas populações negras daquele país. A metodologia utilizada para a reflexão e as atividades em sala de aula, basearam-se em teóricos que abordam a questão da cultura afro no Brasil, bem como do Hip Hop, nos Estados Unidos e no Brasil. Além disso, utilizamos os elementos que compõem a concepção do Hip Hop, como a dança, a expressão artística, entre outros. Desta forma, pretendemos neste artigo, apresentar os resultados da sequência didática realizada na sala de aula, com as atividades (produtos didáticos) confeccionados pelos próprios alunos, a partir de sua interpretação da questão do racismo, do preconceito com as expressões que advém do Hip Hop. Palavras-chaves: Ensino Antirracista; Racismo; Cultura Hip Hop. 8. As consequências humanas da precarização do trabalho na SEE-SP: Sofrimento docente e resistência. Mariana Esteves de Oliveira /Mestre em História (UEM)/ Doutoranda no PPG de História da UFGD e Docente na UFMS-CCHS. Na presente comunicação, objetivamos socializar perspectivas, resultados e desafios da pesquisa histórica acerca da precarização do trabalho docente na Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (SEE-SP). Sob o olhar materialista da História, analisamos a constituição do cenário 28 neoliberal de precarização docente e seus impactos junto aos sujeitos da pesquisa. Do ponto de vista empírico metodológico, a pesquisa se desenvolve com cerca de 130 docentes vinculados às seis escolas públicas estaduais de Andradina-SP, por meio de questionários estruturados com perguntas objetivas e abertas, privilegiando análises qualitativas em perspectiva dialética. Ainda no processo de investigação, já é possível depreender, de um lado, as intenções políticas do projeto neoliberal paulista, afinado ao capital internacional e que se materializou, nas últimas duas décadas, em arrocho salarial, intensificação do trabalho, fragmentação contratual da categoria, programas meritocráticos avaliacionistas e retirada de direitos outrora conquistados. Por outro lado, vislumbramos as experiências docentes a oscilar entre a tradição e a resistência, ora suscitando nostalgicamente a deferência e o reconhecimento docente da origem burguesa da categoria, ora aproximando-se do movimento operário no fazer-se de greves e manifestações. As vozes docentes apontam para um quadro crônico de sofrimento dos sujeitos em vista do trabalho, mas suas brechas teimam em deixar transparecer algum tipo de esperança a alimentar a esquálida educação pública paulista. Palavras-chaves: História Social do Trabalho, Precarização do trabalho docente; Resistência e sofrimento docente. 29