Gideon dos Lakotas
SANTO DAIME
REVELADO
DROGAS, FRAUDES E MENTIRAS
©Editora Céu Nossa Senhora da Conceição
Revisão
Glaucia Martins Arná
Capa e diagramação
Leonardo Nogueira Linhares
Todo conteúdo dessa obra é de inteira responsabilidade do autor.
Editora Céu Nossa Senhora da Conceição
www.ceunossasenhoradaconceicao.com.br
Pariquera-Açu/SP
Lakota, Gideon dos, 1964 –
Santo Daime Revelado: drogas, fraudes e mentiras
/ Gideon dos Lakotas. – Pariquera-Açu:
Editora Céu Nossa Senhora da Conceição,2011
189p.: Il.: 21cm
1.Santo Daime. 2. Alucinógenos e experiência
religiosa. I. Título.
CDD(21ª ed.)
299.8
Copyright©2011 – Todos os direitos de publicação reservados.
Sumário
Prefácio.
4
Apresentação
5
I
Início da Verdade
21
II
A viagem ao Acre
41
III
Drogas e Xamanismo
63
IV
Plantas de poder X Plantas drogas
86
V
Verdades que você precisa saber
92
VI
Situação da ayahuasca no Brasil
102
VII
Aliciamento e disseminação do uso de drogas com daime na
Internet
VIII Estados alterados de consciência
118
IX
A maconha do ponto de vista científico
143
X
Como fazer ayahuasca ou daime
169
XI
A contabilidade verdadeira dos trabalhos com daime ou ayahuasca 164
XII
Quem está preparado para ser padrinho e madrinha
XIII Como aconteceu a passagem da madrinha Genecilda
139
167
172
XIV Gideon dos Lakotas e o início do Céu Nossa Senhora da Conceição 180
Apêndice
210
Prefácio
Atualmente pode-se dizer que estamos vivendo a era da sociedade da
informação.
O poder não existe mais dissociado da informação. Já não se pode mais
viver aceitando passivamente qualquer discurso, é preciso investigar,
pesquisar e analisar os fatos para escolher os melhores caminhos. Esse
livro é mais um instrumento a favor da informação sobre um tema que
ainda permanece muito obscuro para maioria das pessoas: o SANTO
DAIME, seus verdadeiros princípios e distorções sofridas ao longo das
últimas décadas.
Seguindo o ritmo veloz da sociedade da informação, esse livro não é uma
obra Convencional. Os capítulos são intercalados com testemunhos de
pessoas que viveram o FALSO SANTO DAIME, entrevistas de
personagens que representam a história viva do SANTO DAIME e ainda
com outros documentos que comprovam as informações apresentadas. A
escolha dessa estrutura tem por finalidade criar um livro dinâmico aonde
textos e fatos surgem quase que simultaneamente para reflexão do leitor.
Este livro é mais uma expressão da linguagem do ciberespaço, já
oferecendo uma opção de hipertexto ao leitor, com informações
adicionais a todo instante. Boa leitura!
Apresentação
Esse livro objetiva denunciar abertamente, bem às clara e sem meias palavras,
as drogas e o comércio dentro das falsas igrejas que usam em vão o nome do
SANTO DAIME e que vêm desde "1971 passando uma imagem podre,
totalmente distorcida e até oposta do que é o verdadeiro SANTO DAIME. Por
meio de testemunhos antigos e recentes, incluindo o meu próprio, livros e
reportagens, além de outros documentos, sobre essas falsas igrejas que se
intitulam seguidoras do SANTO DAIME, mas que não são, o leitor poderá ver
com clareza o grande mal e deturpação que o FALSO SANTO DAIME vem
causando, a começar pelos malefícios causados a tantos homens, jovens e
adolescentes que por ingenuidade foram em busca de luz, porém acabaram
totalmente viciados em drogas"poucos meses depois, tendo suas vidas
destruídas espiritual e materialmente. Os testemunhos apresentados nesse livro
foram devidamente registrados em cartório e estão à disposição de qualquer
autoridade constituída por lei. E todas as entrevistas dessa obra foram gravadas.
O nome dessa falsa corrente do SANTO DAIME, onde são usados drogas com
o daime é Cefluris (Centro Eclético da Fluente Luz Universal Raimundo lrineu
Serra) e foi fundada por Sebastião Mota de Mello após o falecimento do
iluminado mestre Raimundo lrineu Serra. Equivocadamente, porém
propositalmente, tem sido divulgada a informação de que Sebastião Mota de
Mello seria o sucessor do mestre lrineu, o que é desmentido por todos aqueles
que conviveram com ele e que pude comprovar na minha viagem em março de
2007 ao Acre, cujo relato está contido nesse livro. Nessa viagem, tive a
oportunidade de conversar pessoalmente com a viúva do mestre lrineu, a
madrinha Peregrina Gomes Serra, que é uma mulher integra e lúcida e me
recebeu com muito carinho, amor e firmeza. A madrinha Peregrina me disse
claramente: "O Sebastião queria o trono do mestre. Ele sempre desejou ser
o sucessor do mestre Irineu, mas como não conseguiu foi embora e fez
todas estas imundícies que estão aí para quem quiser ver. O mestre não
deixou sucessor. Ele dizia próximo à sua passagem: Eu não deixarei
sucessor. Quando eu me for, quem quiser falar comigo que tome daime e
converse comigo no astral". A madrinha Peregrina também afirmou: "Aqui
no Alto Santo não tem drogas, nunca teve. O mestre nunca pitou esta santa
maria, ele tirava as pessoas das drogas e dos vícios, ele não viciava ou
drogava ninguém." Neste momento da
conversa, o senhor Paulo de Assunção Serra, filho adotivo do mestre
Irineu, que também esteve presente no encontro, falou muito indignado:
"O papai sempre foi contrário às drogas e sempre pregou a caridade. Esta
tal da maconha como santa maria foi coisa do Sebastião e seguida pelo
Cefluris até hoje. Como foram capazes de pôr o nome da mãe de Jesus
numa erva maldita (para aqueles que não conhecem bem o vocabulário
do falso SANTO DAIME, a maconha é chamada de santa maria)?"
Recordei-me neste momento que a madrinha Peregrina já havia falado
sobre a maconha e o Sebastião Mota de Melo já há muitos anos atrás em
outros livros:
"O padrinho Sebastião e seus seguidores são todos maconheiros."
(Extraído do livro SANTO DAIME - Fanatismo e Lavagem Cerebral, de Alicia
Castilla, capo Sebastião Mata de Meio - pg.118)
Que coisa terrível o que o Sebastião Mota de Melo e o Cefluris fizeram
com o SANTO DAIME e a forma como sujaram o nome do mestre
Irineu. Aqui nos estados do Sul e Sudeste, até que surgisse o Céu Nossa
Senhora da Conceição, a grande maioria das pessoas achava que o mestre
lrineu também se drogava como fazia o Sebastião e seus seguidores. Usar
o nome do mestre Irineu e ainda associá-lo uso de drogas dentro do
SANTO DAIME foi à estratégia vil do Sebastião e também a maior das
traições.
Veja outras passagens de pessoas que conviveram com o padrinho
Sebastião após ele ter saído do Alto Santo e fundado o Cefluris:
"Se mestre Irineu inventou o daime, padrinho inventou a santa maria."
(Extraído do livro O consagrado defensor- pág.109)
"Cultivo próprio da santa maria."
(Extraído do livro O consagrado defensor- pág. 132)
"Era bem mais viável viver na colônia, onde daime e a santa maria
tinham presença garantida.".
(Extraído do livro O consagrado defensor- pág. 161)
"De acordo com o que a viúva do mestre Irineu manifestou no programa
levado ao ar pela rede Manchete de televisão, assim como a versão dada
por muitos outros daimistas, o que motivou o racha propiciado pelo Mota
foi a inclusão da maconha nos rituais, como planta sagrada, sob o nome
de santa maria e a pasta base de cocaína, denominada "mescla"."
(Extraído do livro SANTO DAIME - Fanatismo e Lavagem Cerebral, de Alicia
Castilla, capo Sebastião Mata de Meio - pág.120)
"Recebi do Valfredo a cota de santa maria destinada a ser usada no bom
desenvolvimento do nosso trabalho."
(Extraído do livro O consagrado defensor- pág. 177)
"Durante uma sessão de limpeza astral, padrinho dizia: daime lá dentro e
santa maria aqui fora."
(Extraído do livro O consagrado defensor- págs: 185 a 186)
"Nos dias de festas a gente era instruído a fumar a santa maria bem
discretamente para evitar que algum espião vindo do RJ nos flagrasse
naquela atitude." (Extraído do livro O consagrado defensor- pág. 109)
Portanto, leitor, também nesse livro eu alerto.a você que existe um
SANTO DAIME de LUZ recebido pelo mestre Irineu diretamente
entregue pela Nossa Senhora Conceição. Mas também existe um FALSO
SANTO DAIME envolvido com drogas e cobranças, chamado Cefluris,
que se espalhou por todo o Brasil e foi fundado pelo padrinho Sebastião.
O padrinho Sebastião, que me lembra muito o estilo dos Integrantes do
movimento hippie dos anos 70, ardilosamente usou por estratégia de
marketing o nome Raimundo Irineu Serra na sigla Cefluris para se
beneficiar do grande prestígio que sempre acompanhou o nome do
mestre. Quem deu autorização para o Sebastião Mota de MeIo colocar o
nome do mestre no Cefluris que ele fundou? Disse-me indignado o
senhor Paulo Serra. Eu, Gideon dos Lakotas, digo sempre o seguinte: O
mestre Irineu fundou o "DAIME" e o Sebastião Mota de Melo fundou o
"TIRAI-ME".
Saiba que os trabalhos sérios do SANTO DAIME edificam o espírito e o
conduzem para a LUZ, revigoram sua saúde e o seu AMOR. Mas a
combinação do daime com drogas como a maconha (santa maria) só
edifica o seu EGO, destrÓi Nua saúde e rebaixa a sua freqüência
espiritual. Você já viu viciados em drogas por mais de dois anos
prosperarem na vida ou se manterem com saúde forte?
O daime estimula o crescimento das virtudes do espírito. As drogas
estimulam o crescimento do ego. O egocentrismo dentro do Cefluris é
algo muito comum de se observar. Eu mesmo quando andei pelas igrejas
do Cefluris ouvi por diversas vezes as menções de muitas pessoas sobre o
padrinho Sebastião ser a reencarnação de João Batista, de seu filho
Alfredo Gregório ser a reencarnação do rei Salomão. De Alex Polari,
outro influente integrante do Cefluris, ser a reencarnação do rei Davi e
mais recentemente que o Glauco e a Bia, do Céu de Maria no Pico do
Jaraguá, em São Paulo, serem a reencarnação de José e Maria, padrasto e
mãe de Jesus.
Afirmo por observar, a experiência alheia, sempre que a santidade do
daime for maculada ou por drogas ou pelo comércio terá como resultado
as ilusões do ego e a fuga da realidade. Algumas pessoas vivem numa
miséria grande, não têm a menor sabedoria e nem mesmo cultura, têm
uma vida totalmente desequilibrada, estão se drogando de três a quatro
vezes por dia e ainda negando que são viciados e jurando de pés juntos
que são reencarnações de faraós, de Cleópatra, de Joana D'Arc, de Maria
Madalena,dos profetas bíblicos, dos apóstolos de Jesus e por aí vai.
Veja uma passagem sobre esse tema:
"Os argumentos do Padrinho Sebastião estavam entranhados na realidade
das viagens de Daime, entranhados num novo poder e numa nova força
que eu acabara de conhecer. Entranhados de uma forte realidade invisível
que me fora revelada naquelas circunstâncias. Não era tão simples como
ouvir a pregação de um pastor protestante que eu podia descartar
tranqüilamente, sem peso para minha consciência. Era a congruência do
destino que tinha me colocada naquela situação, na qual eu tomara parte
com liberdade de opção. Então, eu estava, de verdade, condenado a viver
naquela comunidade. Pensava: "Se a pena está estabelecida que, pelo
menos, eu seja feliz cumprindo-a."
Um dia, voltando do trabalho, Raquel, irmã de Xavier, vem conversar
conosco:
- Vocês sabem que o Padrinho está reunindo os eleitos para a salvação?
Ele é São João Batista, vai reunir todos os apóstolos novamente. São
Pedro já chegou.
Dácio surpreso, perguntou:
- Quem é São Pedro?
Raquel responde:
- É Xavier, meu irmão. O dia que ele chegou aqui com Raul e Cristiano,
Padrinho recebeu o hino avisando a chegada de São Pedro. Agora vocês
têm que descobrir quem foram em outras encarnações. Ninguém vem
aqui à toa. Aqui é uma cidade santa dos eleitos de Deus.
Padrinho Sebastião é João Batista e veio para reunir os apóstolos. Depois
que ela se foi, achamos a maior graça. "Que menina pirada. Vai ver que
somos apóstolos também". Brincávamos.
Apóstolos ou não, fomos dominados pela estrutura do contexto. A culpa
e o temor condicionavam-nos a aceitar a idéia de uma pena severa, por
outro lado, havia uma pequena esperança de sermos perdoados. Agora,
vivia em um mundo que, há pouco tempo, imaginava extinto. Justamente
este mundo velho, apresentava-me como sendo a verdadeira razão. Daí
nascia meu desespero e o desequilíbrio, no entanto a vida comunitária
representava a vanguarda".
(Extraído do livro O consagrado defensor págs. 57 e 58)
É claro que a reencarnação existe, eu me lembro de minha ultima
reencarnação. Estive como índio na tribo dos Lakotas, onde fui adentrado
ao xamanismo.
Não fui nenhuma celebridade e ainda vi minha tribo quase toda ser
dizimada pela raça branca em sua ganância. Houve momentos de alegria
e também momentos de dor. Nada tive de diferente ou especial, melhor
ou pior, maior ou menor, que ninguém. Só isso! Mas essas reencarnações
de celebridades bíblicas no Cefluris não colam, é pura ilusão. Imagine
São João Batista, o rei Davi e o Rei Salomão pitando maconha, usando
cocaína e ainda drogando homens, mulheres e adolescentes!
Você consegue conceber que a Santa Maria, mãe de Jesus, pitava
maconha e ainda deixaria que seu santo nome fosse posto em uma droga?
Toda essa historia é apenas fruto das drogas que o Cefluris vem
disseminando sob o disfarce sagrado da bandeira do SANTO DAIME. Eu
pergunto a você: A onde está a santidade em dar drogas para pais e
filhos? Você daria ao seu filho, essa maconha (santa maria) ou cocaína
(santa clara)? Dentro do FALSO SANTO DAIME do Cefluris também
ouvi por diversas vezes que o padrinho Sebastião teria morrido por
overdose. Não sei dizer se isso foi verdade. Mas não é de se duvidar, pois
sei que ele faleceu no Rio de Janeiro no Céu Rainha do Mar, onde fazem
uso de muita droga e que foi fundado pelo seu discípulo Marco Imperial,
o qual vem até pela internet incentivando a todos o uso de drogas como a
maconha (santa maria), inclusive passando por e-mails receitas de chá de
maconha, bolo de maconha, como pitara maconha com o rosário, entre
outras coisas (veja capítulo VII com e-mails).
Presenciei por diversas vezes dentro das igrejas do Cefluris o uso de
drogas e inclusive nos feitios de daime. Isto realmente é terrível, porque
toda essa energia nociva das drogas é recebida e fica contida no daime
que foi feito. Ao ingerir esse daime, a pessoa também receberá a carga
negativa das drogas.
No jargão do daime, aqueles que usam a santa maria (que é a mesma
maconha que os traficantes vendem nas esquinas) são chamados de
marianos. Eu chamo agora esses marianos à luz da razão. Eu proponho o
"teste da verdade", inclusive ao filho do Sebastião Mota de Melo, o
Alfredo Gregório, ao Alex Polari e a todos os outros padrinhos e
madrinhas do Cefluris:
Uma pessoa após que fez um ritual a noite inteira com o daime pode
fazer um exame que nenhuma droga ou alteração vai constar no
resultado. Eu mesmo já fiz esse teste e conheço várias outras pessoas que
fizeram também. Mas isso acontece na verdade porque daime não droga!
Agora, marianos, façam o mesmo com essa tal de santa maria. Peguem a
maconha de vocês, plantada ou comprada como escolherem, a consagrem
ao alto como santa maria, pitem essa maconha a noite inteira no seu ritual
da santa ma ria como vocês já vêm fazendo faz tempo, mas no dia
seguinte após o término façam um exame. Vocês vão ver que o THC da
maconha vai estar presente nos seus corpos! Com o THC presente em
vocês, como fica então toda esta historinha da consagração da maconha
em santa maria? Caiu por terra, não é? Pois o THC está cientificamente
comprovado que mata os seus neurônios, deteriora a memória e causa a
letargia mental. Resumindo: deixando-os burros!
O bom da ciência é que não existe "achismo", apenas provas
incontestáveis. Para que a ciência faça uma afirmação, uma mesma
experiência é repetida muitas vezes e todos os resultados precisam ser
idênticos. Se um for diferente, a ciência não afirma. Quando a ciência
prova, está provado! Leia nesse livro o capítulo científico sobre a
cannabis sativa (maconha ou santa maria) e inclusive veja as fotos por
tomografias computadorizadas que apresentam cérebros com buracos e
manchas, de usuários de maconha com apenas um ano de vício. Sei que
as igrejas do SANTO DAIME vão se espalhar pelo mundo todo, então
que sejam espalhadas as verdadeiras e todos estejam bem alertados sobre
as falsas. Assim só não enxergará a verdade aquele que não deseja
enxergar.
Escrever esse livro é uma questão de responsabilidade, de obrigação.
Nenhum prazer sinto em escrevê-lo. Por quatro anos venho alertando a
humanidade sobre as falsas igrejas do SANTO DAIME (Cefluris). Tudo
que afirmei, eu provei. Eu nunca minto! Fui ameaçado até de morte se eu
não parasse de expor as verdades negras sobre o Cefluris, mas deixei,
claro que aqui se encontra um leão e não um cordeirinho, que sabe muito
bem reagir, defender-se e atacar também se necessário. Aqui se encontra
um espírito já velho e um guerreiro do coração. Nem mesmo a minha
morte impedirá os objetivos a serem cumpridos pelo Céu Nossa Senhora
da Conceição. Hoje somos já em muitos milhares. Ensinei a esses a se
tornarem fortes, decididos, viverem com honra e a serem capazes de
atingir o cumprimento, de qualquer objetivo.
Para um xamã a honra é tudo. Na honra estão inseridos o amor
incondicional, a compaixão, a humildade, o bom senso, a fidelidade e a
verdade. Ser honrado e honrar a memória dos irmãos da LUZ é tudo que
importa para mim, é tudo que importa para um xamã verdadeiro. Ensino
que abaixo de DEUS somos todos irmãos e irmãs de uma grande família
celestial. Nem mais belos nem mais feios, não há distinção. Todos somos
amados pelo mesmo amor. Eu não sigo o SANTO DAIME, portanto aqui
não há conveniência ou qualquer parcialidade. Eu sigo e ensino o bom
caminho vermelho, o xamanismo. Portanto limpar o bom nome do mestre
lrineu é uma questão de honra e alertar a você é questão de obrigação.
Feliz eu posso dizer: eu não tenho discípulos, eu tenho irmãos (ir +
mãos)!
Já lhes passei instruções claras a serem cumpridas, reações tomadas pela
honra e todos os recursos financeiros necessários existem. Eu prefiro
morrer de pé a que viver de joelhos. De minha parte, com a edição e
distribuição desse livro, dou por encerrada essa situação com o Cefluris e
as drogas com o daime.
Por meio deste livro, exponho claramente a onde estão a verdade e LUZ
e a onde estão a mentira e ilusão. Portanto agora resta o seu livre arbítrio
de escolher o caminho que deseja seguir. Pretendo seguir meu caminho
ensinando a humanidade, a arte de "viver caminhando em belezas". A
menos que haja razões que impliquem esse céu santificado ou os irmãos
que têm me auxiliado nessa missão, realmente irei me esquecer do
Cefluris e do Sebastião Mota de Mello. Mas caso ocorra essas razões,
essa tribo aqui retornará à batalha com quatro vezes mais intensidade. O
maior presente que DEUS lhe deu é o
presente, o aqui e o agora. Cada atitude
sua realizada é uma ação que resulta em
reações que jamais se extinguem. O que
você faz ecoa na eternidade!
Para que não haja dúvidas logo no início
da leitura desse livro sobre o
posicionamento do mestre Raimundo
Irineu Serra com relação às drogas, coloco
abaixo uma parte do estatuto feito de
próprio punho por ele, que é o verdadeiro
daimista original, para o Centro de
Iluminação Cristã Luz Universal Rio Branco, Acre, capítulo IX:
Moral e profilaxia
Art. 19° - Capitulando pela moral e saúde da agremiação, a todos é
vedado, na forma da alínea b e art. 8° da Constituição e decreto-lei 159 e
art. 281 do Código Penal e afins, o uso ou tráfico de inebriantes,
refutando-se:
a) a morfina,
b) a heroína,
c) a cocaína,
d) a maconha,
e) a marijuana,
f) a cachaça,
g) o lsd e outros também de efeito deletério incompatível com a
dignidade humana, os quais obscurecem a consciência e os sentimentos
nobres, levando à perversão e ao fatalismo suas vítimas, na ânsia
inopitável de alegrias fortuitas e degradações.
§ único - requintar-se na insensatez da libação e tripudiar as finalidades
da alma é mergulhar o ego em panacéia de ilusões e atos que aviltam a
integridade moral e comprometem a saúde e a personalidade, levando
suas vítimas ao escravismo vicioso e ao fim contristador expresso em
1Cor 6:10 e afins, cujos viciados não entrarão no reino dos céus.
Testemunho de quem viveu o Falso Santo Daime
Depoimento: C. T. B.
Data de nascimento: 25/5/1961,
Natural e moradora de Curitiba, Paraná.
O inicio do engodo
"Eu poderia dar um testemunho longo, cheio de detalhes e nomes, porém
sinto no meu coração que não é necessário, já há irmãos fazendo isso de
uma maneira muito melhor. Espero, sinceramente, que meu testemunho
seja útil e providencial para muitas pessoas. Faço isso para o" "Mestre"
e pelo mestre lrineu, que é o responsável pelo santo daime na Terra.
É um testemunho de alerta que estou deixando para o bem da
humanidade. Eu descobri o daime há uns 10 anos. Ao lado de Nova
Gokula, que é a comunidade rural do movimento Hare Krishna em
Pindamonhangaba (interior de I São Paulo). Apareceu um ponto de
daime, na fazenda vizinha. E eu fiquei curiosa por conhecer esse
trabalho espiritual com planta de poder. Fui lá conhecer.
E esse contato foi muito bom, muito especial para mim, porque havia
muitos devotos que cantavam mantras, além do hinário é claro, isso me
fascinou. O daime me ganhou ali naquele momento. Meu Deus, isso é
espiritual!. Foi bem mágico para mim. E comecei a freqüentar, levei
minhas irmãs, minhas sobrinhas, levei todo mundo para o daime. E com
o tempo passamos a freqüentar outros centros. Passamos anos viajando
para fazer trabalhos com daime. Ficamos fascinadas pelo daime, fizemos
muitos amigos. E até chegamos a abrir um ponto, depois, uma igreja de
daime em Curitiba. Eu e minha família, minhas irmãs, filhas e sobrinhas,
ficamos muito unidas nessa época, realmente formamos um clã e tudo
ainda era muito inocente. Porém no momento em que o movimento
começou a crescer e se institucionalizar já não funcionou da mesma
forma.
Cannabis
Quando entrei no santo daime eu já usava a cannabis por longa data,
era do Tempo de comunidades alternativas. Morei no RJ onde pitava em
shows, praia, teatro, era super normal, todo mundo pitava. Só tinha a
perseguição da policia, é claro que eu achava um absurdo porque não
liberavam logo essa planta? Nunca considerei droga, muito menos me
considerava viciada, mesmo fumando todos os dias... Afinal eu era "da
paz e amor". Só fui parar de pitar quando entrei pro movimento Hare
Krishna. Aprendi que era "intoxicação", e estaria quebrando um
principio espiritual se continuasse pitando, então parei por um bom
tempo, até que conheci a "santa Maria" o "segredo" do santo daime.
Então voltei a pitar sem culpa, agora resguardada pela "santa".
Estava feliz da vida com meu pitinho, mas é claro que minha vida
familiar e profissional estava uma droga, mas eu tinha meu "pitinho"
para me consolar, e consolava mesmo, eu ficava sob um véu de um
conforto ilusório. Por nada eu deixarei de pitar a minha santinha que me
dava tanto conforto. Usei religiosamente todos os dias, plantei uma
rocinha em casa, já que o único peso era o tráfico e todo o baixo astral
disso. Mesmo assim eu comprava de traficante, pois para o meu consumo
teria que ser uma roça grande, uns vasinhos não davam conta. O
traficante me avisava quando tinha uma erva mais natural, não tão
prensada, e eu purificava colocando no sereno, fazendo Reik, untando
com mel, na verdade fIZ todo esse ritual poucas vezes, por que o que eu
queria mesmo era pitar logo; Era viciada, e usava todos os dias para
fazer qualquer coisa. Nas seções espirituais do daime, eu levava meus
pitinhos prontos no bolso, e saia pra pitar tranqüilamente; Imagina
trabalho sem pito, nem pensar! Existe trabalhos com pito dentro do
ritual, antigamente era só para fardados. Então fardei.
Usávamos a "santa Maria" com o objetivo espiritual, de cura, de
expansão da consciência. Essa era a idéia, porém com o uso
diário...Virou vicio é claro. Tinha muitos amigos de pito. Na época
achava que estava tudo bem. Só mais tarde fui perceber e viver os
perigos do vicio. O que realmente está por trás desse véu de ilusão.
Céu do Mapiá
Fiz uma viagem de férias de um mês para conhecer o Céu do Mapiá, há
uns sete anos, com minhas irmãs. Nós nos divertimos muito e foi bem
melhor do que qualquer Disneylândia. Já na canoa para chegar até o
Céu do Mapiá o barqueiro nos ofereceu um "pitinho"; Fomos pitando até
lá e tudo foi muito divertido, uma verdadeira aventura na selva, parecia
um filme de Indiana Jones multiplicado por cinco.
Chegando no Céu do Mapiá, esse barqueiro nos encaminhou para nos
hospedarmos na casa dos pais dele. E eu timidamente perguntei ao
barqueiro como poderia fazer para comprar a "santinha". E ele ficou
todo ressabiado e me disse que no Mapiá ninguém comprava ou vendia
que não tinha comércio era por meio dos amigos que quisessem
compartilhar. A partir desse dia, o pai desse barqueiro, um senhor velho
e muito querido, nos dava generosamente .três "pitinhos" por dia. E,
principalmente, quando havia trabalhos espirituais. Durante o trabalho,
no Céu do Mapiá, mal o trabalho começava e as madrinhas, senhoras
idosas, já saíam para pitar na ponta da igreja. E eu achava aquilo
incrível, achava o máximo. E todo mundo pitava a torto e a direito
dentro do trabalho, pessoas de todas as idades.
Em uma ocasião fomos visitar a madrinha Rita, esposa do Sebastião
(Sebastião Mofa de Meio), e ela me perguntou: "tu pitas?" E eu
respondi: "claro"madrinha". E pitamos juntas, Achei incrível aquela
senhora que parecia minha finada vozinha preparando um "pitinho"
para nós. Na época. foi o máximo, porque tudo que eu queria era pitar
com minha vó, meu pai, minha mãe. E claro que não podia. E nessa
família onde estava hospedada fiquei admirada de ver essa família
silenciosa que todos os dias se reunia para pitar, mãe, vó, filho, neto; eu
achava que aqui!o era uma grande união. E um dia em que ainda
estávamos hospedadas naquela família foi o aniversário de uma das
netas do dono da casa, fizeram um bolo de aniversário bem simples,
vieram os amiguinhos, cantaram parabéns, comeram bolo e as
criancinhas de 7. 8, 10 anos, só criancinhas, fizeram uma rodinha e
começou a rolar o"pitinho". Aquilo me Impressionou, me chocou um
pouco. E eu comentei com a avó das crianças: "isso na minha terra dá
cadeia", E ela respondeu: "minha filha, essas crianças já nasceram sob a
luz da "santa Maria. Então pensei:"é santa mesmo". Algo que criancinha
pode usar, que a avó da pra neto, só pode ser do bem! Lá no Céu do
Mapiá, lá na floresta, minhas irmãs se fardaram. Eu resisti porque
"tenho sempre um pé atrás"'com instituição, ainda mais que já era há 20
anos Hare Krishna. Mas meu amor pelo santo daime crescia e levei toda
a minha família com convicção de que iríamos receber muitas curas
emocionais, mentais, físicas e espirituais. Eu acabei me fardando um
tempo depois por causa daqueles trabalhos fechados só para fardados
onde se pitava santa maria abertamente. Então quis me graduar porque
não queria perder por nada trabalhos de "santa Maria". Boa parte da
minha família estava no daime, menos minha mãe, que manifestava um
incomodo com aquele nosso movimento. Mas a gente amava e foram
anos de muita alegria, muita união, muitos amigos, muita festa e, é claro,
muito pito. Eu quero esclarecer aos que lerem este testemunho que: este
"conto de fadas" inicial que parece um paraíso é justamente a ilusão que
a maconha nos faz vivenciar, enquanto este portal "negro", que é a
maconha, vai encravando suas garras até a pessoa acordar e às vezes já
tarde sem nem saber por onde sair. Por isso atenção, todo cuidado é
pouco com este portal da maconha.
A Desilusão ou: saída da ilusão
Estava indo tudo muito bem, de vento em popa. Até a inauguração da
igreja oficial. Era uma festa só. Claro que havia alguns balanços,
normais. Mas o balanço grande, ou melhor, a queda total começou no
dia da inauguração da igreja, ao menos para mim.Estava tudo lindo,
aconteceram 20 fardamentos, igreja lotada, crescendo rápido... Mas,
dentro da sessão espiritual de inauguração minha filha mais velha, que
havia passado seis meses no Céu do Mapiá e nem queria voltar, tive que
implorar para ela voltasse, começou a manifestar um comportamento
muito estranho. Zombando tudo e todos dentro do trabalho
principalmente perseguindo a mim. Eu não podia compreender o que
estava acontecendo, já que ela sempre foi uma menina tão educada e
espiritualista, sua educação e base espiritual foi de primeira linha.
Então, pela primeira vez na minha vida tive uma vidência clara e
assustadora e vi na menina muitos seres esdrúxulos, horripilantes,
sinistros, que estavam ali única e exclusivamente para zombar e destruir
a festa. Estavam ali para roubar, matar e destruir. E conseguiram.
Roubaram a alma e destruíram a vida dela, só não conseguiram matar
porque ela tem proteção da Krishna. A minha filha ficou tomada de
espíritos do mais baixo astral, ela se perdeu. E então aí começou meu
filme de terror. A menina que era uma princesa do movimento Hare
Krishna, com uma bagagem de dez anos de vida exclusiva para Deus,
acordando todos os dias às 4h da manha para adorar o Senhor Supremo,
não era mais a mesma. Ela tinha 17 anos na época e isso aconteceu em
2002.
A partir daí, foram cinco anos de lutas com as trevas. Posso dizer que
naveguei pelo vale das sombras, fui conhecer o outro lado. Eu como
mãe, e responsável, fui do paraíso ao inferno, sem escalas, em um piscar
de olhos. Entrei em contato com outro lado que eu não conhecia. A culpa
e o medo tomaram conta de mim. Só Deus para me tirar daquela
situação, pois o povo do santo daime do padrinho Sebastião ficaram
mudos, não.sabiam o que fazer nem dizer. Fiquei só. Tive a sensação
horrenda de perder a menina como um balão que estava indo para ô
espaço. Percebi que o paraíso da santa Maria era na verdade o inferno
disfarçado o inimigo tirou o e se apresentou para mim cara a cara. E se
mostrou o que tem por trás de toda aquela sedução...
Dentro dessa instituição, não encontrei apoio, nem recurso, nem
caridade, nem cura. "A menina rodou". Isso acontece com algumas
pessoas...Que talvez tenham algum problema emocional, familiar,ou
mesmo uma esquizofrenia enrustida que aflorou, ou talvez fosse muito
mediúnica e "surtou". Enfim um festival de achismo. O que me deixou
realmente triste na época foi o pessoal da minha igreja me pedir
educadamente é claro, para que eu não levasse mais a menina nos
trabalhos, pois ela atrapalhava muito, é verdade ela aterrorizava! Sendo
ela uma fardada pioneira e fundadora dessa igreja... Comecei a
questionar seriamente. Como pessoas que não estão dispostas a
compreender, aprender e ajudar um próprio integrante, irmão de
corrente, que está "sinalizando" que algo não está certo. Qual a intenção
de um grupo desses? Salvar a humanidade? Qual o real interesse? Qual
o propósito? Se não tem cura nem caridade, pra não se falar de amor,
com um irmão de corrente? Realmente eu não entendi. Mas, compreendi
que tudo era muito superficial. Não existe nenhuma responsabilidade
para com o ser humano, muito menos amor. Aquela firmeza no amor que
tanto se fala nos hinos é só pra cantar bonitinho, e a prática?
Então desiludi com esse grupo, e esse santo daime do Sebastião que foi
indiferente ao meu sofrimento. Compreendi que o meu problema era
serio mesmo. É eu e Deus, meu irmão. Então, com toda a minha Fé me
levanto e luto pela minha causa.
De lá para cá, são cinco anos de batalha com psiquiatra, psicoterapia e
muitas outras coisas. Pois a menina entrou em uma confusão e
depressão profundas. Não tinha mais amigos, nem condição de
freqüentar a escola, de trabalhar, de fazer mais nada, a vida dela parou.
E a minha também! Ela estava com alma perdida, culminando quase
com um internamento em um hospital psiquiátrico. Tomava remédios
tarja preta, e segundo a psiquiatra ela estava condenada a tomar os
medicamentos por anos.
De volta à luz
Aí foi quando Deus, com sua infinita bondade, por meio de amigos muito
amados e especiais discípulos do Mestre lrineu, aos quais serei
eternamente
e incondicionalmente grata, me levaram em outro centro para mais uma
tentativa de cura. E aí chegando lá o líder espiritual do lugar me disse
para ter fé no maior curador do universo: O Mestre Jesus Cristo.
Fizemos eu e minha irmã espiritual que me levou a esse lugar um
trabalho maravilhoso, de muita luz onde eu definitivamente consegui
romper com toda a egrégora da maconha, curei meu vicio como um
verdadeiro milagre. Foi muito lindo. Então ele disse para levar minha
filha até lá para fazer um trabalho com daime. E eu estava um pouco
insegura porque fazia tempo que ela não tomava daime e tomava
remédios controlados fiquei receosa do que poderia acontecer. Mas o
Xamã insistiu para que eu tivesse fé e fez um trabalho na linha xamânica
com santo daime. Foi a partir desse momento que minha filha deu um
salto quântico na cura dela, parou de tomar remédios psiquiátricos,
nunca mais surtou e os caminhos dela começaram a se abrir. Sou muito
grata a todas essas pessoas, mas é claro que por trás de todos está o
Criador. A vida da minha filha começou a andar, mesmo devagar, mas
para isso precisei romper com todos os meus amigos antigos, que
usavam ainda a "santa maria". Precisei romper com toda aquela
instituição profundamente. E lá no centro onde minha filha encontrou o
primeiro passo para cura fui recebida com muito amor, compaixão e
caridade, não cobraram de mim nenhum centavo. É o Céu N.S. da
Conceição em Pariquera Açu - SP. O xamã líder de lá sempre diz: "O
senhor dessa obra é o Mestre Jesus.. Eu sou apenas um servo dele. Estou
contando tudo isso porque é uma causa séria, pelo mestre lrineu, por
essa sagrada bebida, que é providência divina, mas se usada com drogas
perdem-se vidas. Depois dessa melhora da minha filha, agradeço a
Deus, ao meu amado Jesus Cristo, ao mestre lrineu, a esses irmãos de
luz que me ajudaram com tanto amor e carinho. Deus é incrível, só fui
perceber o engodo em que eu me encontrava quando o mal tocou minhas
amadas filhas, senão talvez estaria na ilusão até hoje. Na minha
concepção, minhas filhas foram geradas, nascidas e criadas para Deus e
estava vendo com meus próprios olhos elas se perdendo de Deus.
Imagine uma sensação dessa para qualquer mãe. Você que é mãe e pai
pense nisso! Percebi que havia algo de muito errado. A mais velha em
um surto psicótico e a mais nova em um mergulho na rebeldia unindo-se
a uma pessoa dessa instituição, 20 anos mais velha, de caráter duvidoso.
Reconheço que não sou uma mãe exemplar, cometi muitas faltas, porém
não vou perder o bom senso ou minhas filhas para a ilusão, para as
trevas. Depois de muito sofrimento, compreendi o preço de uma falta
grave no mundo espiritual, compreendi a falta grave para com o mestre
lrineu e sua santa doutrina. Compreendi, afinal, que o verdadeiro santo
daime estava e está sendo maculado. Só hoje, graças a Deus, sou livre
para conhecer o Mestre. Para conhecer o trabalho do Mestre, não é
possível usar outras plantas que não são autorizadas pelo Mestre, ele
mesmo fala no seu estatuto.
Hoje eu sei que a Santa maria é droga e nada tem de santificada.
Perdão
Eu peço perdão, sinceramente, a todas as pessoas que de alguma forma
encaminhei para a direção equivocada. Paguei e estou pagando um
preço alto por isso. Peço perdão à minha família, irmãs, sobrinhas e,
principalmente, peço perdão às minhas amadas filhas. Que o Supremo
Senhor Jesus Cristo, Virgem Soberana Mãe, junto com o mestre lrineu
em sua infinita bondade e misericórdia, possam perdoar as minhas falta
e me proteger das armadilhas, enganos e engodos desse mundo material.
Eu peço perdão agora, sinceramente, a todos os seres de luz. E agradeço
do fundo do meu coração a nova chance e oportunidade que estão me
dando. Obrigada. Esse testemunho é para a honra e glória de tudo o que
é sagrado, ao santo nome de Krishna, Jesus Cristo,
Maria Santíssima, e ao querido e Raimundo Irineu Serra, que é guia e
guarda desse sagrado sacramento para a cura, bênção e luz."
I - Início da Verdade.
Amados, desejo falar-Ihes sobre as virtudes da vontade, da sensibilidade,
da inteligência e da coragem. Também sobre as capacidades inatas dos
seres humanos da criatividade e da imaginação. Como o professor
Alberto Montalvão sempre ensinou o ser humano é vontade,
sensibilidade e inteligência. E isso, eu posso lhes afirmar, é a mais pura
verdade.
Quando observamos de perto o processo da vida e da evolução da
humanidade, percebemos que a intuição sempre aponta a direção correta,
o melhor caminho a seguir e traz a solução perfeita para o problema que
você está passando, inclusive neste momento. Portanto, atentar à voz da
intuição é questão de sabedoria. E é através da sensibilidade que você
perceberá a intuição que fala dentro de si.
A razão não pode e não consegue alcançar a intuição, que está em nós,
mas situa-se além da lógica racional. Ela não pertence ao mundo
tridimensional, como a razão e os pensamentos. Mas, uma vez que a
intuição já tenha lhe mostrado onde deve chegar, então é hora de você
usar a razão. Porque será através da razão que você irá planejar, traçar os
passos a serem dados para alcançar aquele ponto que a intuição lhe
mostrou. E é exatamente aí que você usará muito as capacidades da
criatividade e da imaginação, inclusive para contornar obstáculos que
possam surgir no caminho. Na maioria das vezes, graças a sua
criatividade, os obstáculos serão transpassados com muita facilidade.
Uma vez que você já traçou os passos a serem dados, o caminho a ser
percorrido então, é chegado o momento da vontade. A vontade fará você
galgar os degraus que planejou subir, caminhar passo a passo no caminho
traçado, até alcançar o objetivo que a intuição lhe mostrou. À vontade, a
sensibilidade e a inteligência são as três virtudes primordiais que já
nascem com todo.s os seres humanos, mas precisam ser trabalhadas para
se tornarem mais intensas.
Meu filho saiba que por ser filho de Deus você já nasceu como Deus
filho: imagem e semelhança do Deus pai. Sim, todas as virtudes do Deus
pai já se encontram como sementinhas dentro de você, deus filho, mas é
preciso cultivá-las com afinco e determinação. Saiba que você já nasceu
destinado a toda forma de vitória, a toda forma de sucesso. O Papai do
Céu o ama muito e não abre mão de nenhum de seus filhos, inclusive de
você que me lê agora! Você é mesmo o sal da terra e o Grande Espírito já
o considera como jóia rara do seu tesouro.
As virtudes que já se encontram dentro de você, meu filho, não podem
ser contadas pelos cabelos de sua cabeça ou mesmo pelas estrelas do céu!
Mas todas essas incontáveis virtudes, latentes em você, só irão se
manifestar a partir do desenvolvimento das virtudes mater que já
nasceram contigo: vontade, sensibilidade e inteligência. Mas é
importante você saber que, dessas três virtudes em questão, a da vontade
é o apoio e até mesmo a base das outras duas.
Quando você deixa de ser "homem passividade" e passa a ser "homem
vontade", ocorre um aumento rápido e gradativo das capacidades da
sensibilidade e da inteligência.
De todos os seres vivos da Terra, o ser humano é o único capaz de ter
criatividade. Você sabia que, de todas as criaturas já conhecidas deste
planeta, o ser humano é a única capaz de imaginar uma situação e prever
os acontecimentos resultantes? Maravilhoso, não é?
Você pode criar na sua mente uma determinada situação e ver com
clareza o resultado final do experimento, sem que tenha de concretizar tal
coisa no mundo da matéria. Se você seguir pensamentos ilógicos, que
fogem das leis da razão, você entrará no campo das fantasias, estará
canalizando mal essa capacidade e a sua energia também. Mas a
capacidade da criatividade, se usada dentro das leis da razão, dentro do
conhecimento real adquirido em experiências passadas e em estudos já
realizados, vai fazer você encontrar a solução para um determinado
problema que pode estar vivendo neste exato momento. E aí a
canalização da energia será perfeita. Abrir mão da sua capacidade de
criar é negar a si mesmo e, como conseqüência, sofrer com resultados
que poderiam ser facilmente evitados. Vou contar uma historinha que vai
elucidar muito bem o que afirmo:
Certa vez, um cachorrinho foi a um safári junto com seu dono. O
cãozinho, alegre e faceiro, se divertia muito correndo atrás das mariposas
e das libélulas. E, tal era a sua alegria, não percebeu que se afastava cada
vez mais do acampamento e adentrava a área selvagem, já de caça.
Finalmente, quando o cãozinho percebeu que estava na savana, campo
aberto de caça, território 100% selvagem, já se encontrava muito longe
da segurança do acampamento do safári.
Exatamente nesta hora, percebeu que uma grande pantera vinha em sua
direção e, claro, adivinhe só quem era o almoço da pantera? O
cachorrinho pensou: "Santo Cão, o que faço agora? Eu posso correr. Mas
certamente esta pantera peralta vai me alcançar rapidamente. Afinal de
contas, ela alcançaria até um impala. Bom, então posso brigar. Mas
certamente ela me fará em pedaços. É muito mais preparada que eu e
sozinha vale por uma matilha inteira".
Foi quando o cachorrinho, percebendo um punhado de ossos ao seu lado,
teve li ma idéia e a colocou em prática. Dando as costas para a pantera,
como se ainda não a tivesse visto, começou a roer um daqueles ossos.
Quando a pantera chegou bem perto e deu uma pequena parada para
preparar um bote melhor, o cãozinho, fingindo ainda não ter visto a
pantera, ergueu a cabeça e disse exclamando: "Hummm... que delícia
essa pantera que eu acabei de comer!" A pantera, ouvindo isso, levou um
baita susto e saiu a correr, desesperada. Ainda pensou: "Nossa, que
cãozinho bravo! Quase me almoça!"
Mas o macaco, que tudo assistira, morrendo de inveja da esperteza do
cãozinho, correu gritando atrás da pantera: "Dona pantera, então não
percebe a grande peça que este cachorrinho lhe pregou?" E contou
tudinho para a pantera. A pantera, enfurecida, disse: "Suba nas minhas
costas, senhor macaco. Irei até aquele cãozinho e agora vamos ver quem
come quem!"
Quando o cachorrinho avistou a pantera com o macaco nas costas,
correndo e bufando furiosa, logo entendeu o que havia acontecido. "Mas,
e agora, o que hei de fazer?", pensou o cachorrinho. Então, mais uma
vez, teve uma idéia e a pôs em prática. Tornou a virar de costas como se
ainda não tivesse visto a pantera e continuou a roer aquele pedaço de
osso.
Quando a pantera, com o macaco nas costas, já estava bem perto, o
cachorrinho, ainda fingindo não saber da presença da pantera, ergueu a
cabeça e exclamou muito bravo: "Maldito daquele macaco, já faz meia
hora que ficou de me trazer outra pantera para eu poder comer!" A
pantera levou um baita susto de novo e fugiu mais desesperada do que da
primeira vez, mas levando na boca o macaco morto.
Percebem, queridos, em momentos de crise só a imaginação é melhor que
o conhecimento! Esse cachorrinho, mesmo com todo o medo que teve ao
ver a enorme pantera, foi corajoso e não se deixou abater. Mesmo com
muito medo, elaborou um plano através da sua criatividade e o colocou
em prática.
Portanto, saiba você que ser corajoso não é não ter medo. Ser corajoso é
prosseguir adiante apesar do medo que sente! Ouça, meu filho, você pode
ficar aí parado, arrumando desculpas para os seus fracassos e desilusões
ou avaliar com muita atenção os ensinamentos que lhe passo. Por meio
deles, você descobrirá que também é capaz de vencer em todos os
sentidos e que na verdade já nasceu destinado à iluminação. Mas o
caminho é você quem escolhe!
Sei que às vezes você deve se perguntar: "Como é que algumas pessoas
foram mais longe do que outras e conseguiram alcançar o êxito? Como
foi que pessoas aparentemente simples, que nasceram em uma família
pobre e muitas vezes cresceram segurando em um cabo de guatambu da
enxada carpindo pastos, tornaram-se ricas e bem sucedidas na vida? E, às
vezes, pessoas que já nasceram em berço de ouro, tiveram o melhor
estudo e ainda receberam uma herança volumosa terminaram seus dias na
pobreza, pagando aluguel e muitas vezes trabalhando como empregadas
exatamente daqueles que cresceram carpindo pastos?"
Muitas vezes, ouvi pessoas com mais de 50 anos dizerem que já estavam
velhas demais para mudar. Que triste ouvir isso! Essas pessoas só
envelheceram mesmo o corpo, em espírito pouco cresceram. Elas ainda
pensam presas no tempo e no espaço. Algumas, racionalizando, dizem já
estarem velhas demais para mudar. Imagine, velhas demais para mudar
em relação a quê? Ora, um homem é quase imortal, se comparado a um
pé de alface! Mas, se for comparado a uma montanha, será menos que
um feto! Na verdade, tais pessoas apenas demonstram o medo que têm
das mudanças; ou então uma enorme preguiça espiritual que, aliás,
resultará em grandes sofrimentos.
Saiba que o êxito está ao seu alcance e para isso não importa a sua idade.
Para atingir o êxito não existe idade determinada. Idade, meu filho, só
vale mesmo é para aposentadoria! Vou contar uma história, que encontrei
na Internet, porém sem verificar sua autenticidade, mas que vai elucidar
muito bem as verdades que ensino:
Um senhor de 65 anos ainda trabalhava como vendedor em seu carrinho
de lanches. Passou praticamente sua vida adulta inteira vendendo
cachorros-quentes e outros lanches. Contudo, ele sempre criava novos
tipos de lanches e devido a isso foi muito criticado pelos outros
vendedores. "Você é louco", diziam, "fica perdendo seu tempo criando
coisas que não dão certo. Contente-se em fazer o cachorro quente que
todos nós fazemos!" Outros ainda escarneciam dele: "Ele gosta de ser
diferente gente!" E riam. O velhinho nunca lhes deu ouvidos e jamais
desanimou. Continuou a criar novos lanches e também a vender os
tradicionais.
Certa vez vendeu o ponto com o carrinho de lanches e alugou uma
garagem, onde finalmente abriu sua lanchonete. Ele sonhou com essa
lanchonete por mais de 40 anos! Um ano depois, ele havia comprado o
imóvel e não pagava mais aluguel além de ter aberto uma lanchonete
filial no bairro vizinho. Agora eu vou lhes dizer o nome desse senhor
admirável que nunca desistiu e jamais se abateu: o nome dele é Richard
McDonald!
Você pode alegar que quem atingiu o êxito já possuía um talento nato.
Mas, então, eu lhe pergunto: por que tanta gente talentosa não sai do
lugar, não progride na vida? Eu mesmo conheci um jovem que possui um
talento excepcional para pintura, mas vive nas ruas como hippie, fazendo
pulseirinhas e anéis para sobreviver. Por fim, acabou por se acomodar em
uma dessas religiões que possuem comunidades alternativa, aguardando
vencer os seus dias na Terra. Existem excelentes comunidades
alternativas nas quais todos trabalham muito e possuem, um objetivo
comum, mas comunidades sérias não aceitam pessoas que apenas
procuram um barranco morrerem encostadas. Então, talento não é a
resposta! O talento por si só não leva ao êxito.
Você pode alegar que o esforço irá coroá-lo com o êxito. Mas, então, eu
lhe pergunto: como é que tem tanta gente que trabalha pesado, dá duro na
vida, trabalha aos domingos e feriados, dorme pouco, mas não sai do
lugar? Como negar a grande determinação, a persistência e o esforço de
um homem que puxa uma carroça nas ruas recolhendo papelão, latinhas e
plásticos o dia inteiro, mas ganha quatrocentos reais por mês? Eu conheci
um homem que trabalhava como pedreiro, o nome dele é Sr. Gregório.
Ele foi uma das pessoas mais esforçadas que eu já vi na vida, gostava
mesmo de pegar no pesado. Mas já estava com 60 anos quando consegui
finalmente ter a sua própria casa.
Então, o esforço não é a resposta. O esforço por si só não o leva ao êxito.
Você pode alegar que a educação leva ao êxito. Mas eu lhe pergunto:
como é que alguns analfabetos conseguiram revolucionar um país e
alguns semi-analfabetos revolucionaram o planeta? Desejo lembrar a
você que o Sr Lula, presidente da república, não tem formação superior.
Temogim, por exemplo, escravo e analfabeto, liderou uma rebelião
reunindo outros escravos, recebeu o nome de Gengiskam e conquistou o
maior império em extensão de terras que se tem registro na história da
humanidade. O impacto que ele causou no mundo foi tão grande que até
hoje, na Mongólia, o primeiro leite do dia retirado das éguas é ofertado a
ele.
Uma das maiores fortunas da Inglaterra foi formada por um vendedor de
charutos e tabaco para cachimbo, que só aprendeu a ler depois de se
tornar milionário. O interessante é que ele era sacristão de uma igreja
católica desde a adolescência. A história é a seguinte:
Um padre morreu e foi substituído por outro bem mais jovem. Este, ao
tomar ciência de que o sacristão era analfabeto, deu-lhe um dinheiro e o
mandou embora. Revoltado, o sacristão decidiu, em um ato de rebeldia,
fumar um charuto sem se importar com que outras pessoas da igreja
poderiam falar. "Que se dane a igreja!", disse consigo próprio. Foi
quando ele percebeu como era difícil encontrar um comércio que
vendesse charutos naquela cidade. Percebeu que havia pouquíssimas
tabacarias, todas muito precárias.
Ele havia recebido dinheiro do novo padre e conhecia bem os fiscais
locais, pois eles freqüentavam a igreja onde ele ainda ontem era sacristão.
Então, pensou: "O dinheiro que tenho dá para uma pequena tabacaria e os
fiscais são meus amigos, certamente vão me dar à licença necessária".
Dito e feito ele conseguiu a licença, comprou uma dessas casinhas para
banca de jornal e montou sua tabacaria em um parque do centro. O antigo
sacristão zelou muito pela sua tabacaria, para que ela tivesse apenas
charutos de boa qualidade, como os que o antigo padre fumava. Zelou
muito também pelo tabaco para cachimbo e se aprofundou nesse ramo.
O sucesso de seu empreendimento foi tanto que, um ano depois, ele já
havia alugado um salão comercial e montado uma tabacaria de grande
porte. E só para resumir: em 15 anos, possuía uma rede de tabacarias de
grande porte espalhadas por vários países da Europa e já era um dos
milionários de destaque.
Certa vez, uma repórter, ao fazer uma matéria com o antigo sacristão,
descobriu que ele não sabia ler ou escrever e disse, muito admirada: "Se
sem saber ler o senhor se tornou tudo isso, imagine então o que o senhor
seria se soubesse ler!" E o milionário respondeu: "Seria um sacristão!".
Então, a educação também não é a resposta. A educação por si só não o
leva ao êxito. Você pode alegar, ainda, que a inteligência leva ao êxito.
Mas eu lhe pergunto: como é que, mesmo hoje em dia, tantas pessoas
brilhantes e geniais estão desempregadas, vivendo uma clara situação de
fracasso? Recordo bem o caso de um engenheiro que após os 40 anos foi
despedido e, por dois anos, não conseguiu emprego em lugar nenhum.
Revoltado, arrumou um emprego de lixeiro em Itu só para chamar a
imprensa e mostrar aos brasileiros como é que termina uma mente
brilhante quando fica velha aqui no Brasil. É fato comprovado que, em
geral, as grandes mentes geniais passam a vida trabalhando como
empregados muitas vezes de patrões não tão geniais!
Assim, a inteligência não é a resposta. A inteligência por si só não o leva
ao êxito. Mas, então, o que separa os homens que atingirão o êxito dos
homens que nada conseguiram? Eu lhes afirmo que o êxito e o fracasso
se separam por apenas uma linha tênue como um fio de cabelo. O êxito
está ao alcance de todos, inclusive ao seu. Sócrates sempre ensinou que
suas crenças determinam sua realidade e Platão dizia que toda grande
jornada se inicia com o primeiro passo. Aristóteles ensina que a
autodisciplina dos seus atos e pensamentos resulta em um você melhor.
Sêneca, um filósofo da época do império romano, sempre apregoou que,
se um homem não sabe para onde se dirige, nenhum porto lhe será
favorável. Alberto Montalvão e o Dr. Celso Charuri sempre ensinaram
que o homem é apenas o reflexo de seus pensamentos.
Todas as grandes mentes sempre chegaram à conclusão de que o homem
molda o seu destino. Você é hoje o resultado de ontem. E o seu amanhã
será o resultado de hoje. Ensino com mais simplicidade: o homem colhe
hoje os frutos das sementes que plantou ainda ontem. E o seu amanhã
será a colheita das sementes que você plantou hoje. Olhe, irmão, existe a
motivação e o incentivo. Ambos são bem diferentes! O mundo, por si só,
já lhe dão o incentivo, que são todas as condições necessárias para você
alcançar o êxito. A mãe Terra já lhe deu todas as condições necessárias
para você superar as necessidades primárias, corp.o comer, vestir e
morar. Isso já é um incentivo. E ainda há o incentivo das novas
oportunidades, o incentivo de ter lima família e muitos outros. Mas o
incentivo só é útil a pessoas já motivadas!
Entendeu, meu filho? Vou repetir: o incentivo só é útil a pessoas já
motivadas! Ficar aguardando mudanças para começar colocar seus
planos em prática é um grande erro. O grande homem está sempre em
movimento. Ele sabe bem o que quer, sabe onde quer chegar, tem seu
objetivo sempre em mente. Seu deleite é pensar no resultado que terá
com a realização do seu objetivo. Ele respira o próprio objetivo, ele se
alimenta dele. E todos os seus passos são em direção à realização desse
objetivo.
O grande homem não fica aguardando as mudanças acontecerem, mas
parte para a luta e provoca o acontecimento das mudanças. Ele persegue
o objetivo traçado, determinado a não se deixar abater. Uma pessoa assim
sabe que de nada valem as palavras e que, elas, sozinhas, não trazem o
êxito. Intuitivamente, sabe que inteligente não é quem muito sabe, mas
sim quem sempre põe em prática o pouco que sabe. Vou repetir:
inteligente não é quem muito sabe, mas sim quem não deixa de colocar
em prática o pouco que sabe.
O modo que você se posiciona em relação à vida faz a total diferença.
Esta é a motivação que lhe trará o êxito! Talento, persistência, educação,
inteligência e incentivo, unidos pelo catalisador da coragem e somados à
ação lhe trarão o êxito. Saiba que você sempre receberá da vida
exatamente aquilo que você deu. A natureza sempre favoreceu a forte,
basta você observar a história para descobrir isso.
Aos olhos da natureza, a passividade é o pior dos vícios e a vontade é a
maior das virtudes. Vou reproduzir um discurso de um professor muito
querido por mim. Também esclareço que o exemplo dado por este
professor é uma das forças que me guiam.
Penso logo existo? Não!
Penso, logo estou, porque para ser é preciso fazer, uma vez que o homem
é julgado a pelas suas obras, por aquilo que faz.Você é quem monta sua
pedra filosofa!. Viva o resultado já no início do processo, porque o
conhecimento é gerador de felicidade.
Portanto, crie espaço para elaborar conhecimento, para que surja o
néctar, surja a energia resultante que faz de você um ser diferenciado.
Esta energia, além de motivar você a caminhar mais, explica a
esperança, diz que vale a pena. Ela conta segredos a você, traz segredos
a você, dá a você a serenidade, que caracteriza o estado de paz.
Sentir esse prazer é importante, porque ele é a emanação do que
alimenta você e a sua vida. Saiba que sempre é possível algo mais paia
você aumentar a sua verdade. "Quem crê em mim faz as obras que eu
faço".
(Dr.Celso Charuri, 20 de novembro de 1981).
Obs: Dr.Celso, meu querido professor iluminado, eu acreditei no senhor e
minhas obras testificam o quanto.
Estamos entrando em uma nova era: o terceiro milênio já se faz presente
e trará uma série de mudanças na humanidade. Não me refiro a mudanças
geológicas (que também acontecerão num tempo não tão distante), mas a
um reaprendizado de conceitos por toda humanidade, que resultará na
queda das antigas verdades efêmeras. Serão mudanças necessárias para
que a humanidade possa adentrar as verdades absolutas.
Para esta nova era, aquele que não estiver preparado para o
reaprendizado não sobreviverá. Tenha por certo, meu filho, que a
argamassa da reconstrução da humanidade será o planejamento, a
criatividade, a expressividade e a ação. Mais do que nunca, a tecnologia
se faz presente em nosso dia-a-dia. Portanto, aquele que fechar os olhos
para as novas metas e não acreditar, reaprender, planejar, criar e agir, não
conseguirá conciliar talento com tecnologia. Tampouco entenderá que,
para ser triunfante na vida, há de se ter fé e esperança, força de vontade e
energia, dedicação e firmeza de propósito para o novo milênio.
Os tempos estão mudando e você precisa mudar também. Abrir seus
horizontes, pensar grande, sonhar grandes sonhos e se empenhar em
grandes esforços. Acaso você já ouviu falar de Alexandre, o Pequeno?
Claro que não, ouviu falar foi de Alexandre, o Grande! Certa vez alguém
disse que grandes mentes discutem idéias; mentes medianas discutem
eventos e fatos; e mentes pequenas discutem pessoas.
E eu digo que grandes almas põem em prática as idéias que têm; almas
medianas planejam praticar os eventos e repetir fatos; e almas pequenas
invejam as pessoas que já puseram suas próprias idéias em prática.
Muito perde quem perdeu dinheiro. Mas isso se remedia. Muito mais
perde quem perdeu um amigo. Mas o tempo sempre traz a reconciliação.
Entretanto, tudo se perde quando se abandona a fé. É aí que a coisa se
complica muito! Existem muitas formas de se afastar da fé verdadeira.
Uma delas é viver na fé cega e. ficar defendendo uma verdade efêmera
ao invés de viver na verdade absoluta. Veja o exemplo de um homem que
diz ter fé, mas se refugia na ilusão da cachaça, da maconha e de outras
drogas: Onde está a fé que ele diz possuir? Não há! Onde está "sua
espiritualidade e fé, quando ele se anestesia fugindo da força, quando pita
maconha na ilusão de que está apenas consagrando santa maria? Também
não há!
Não adianta ficar falando aos outros que você é um homem de fé, meu
filho! Somente suas ações e obras irão atestar sua fé. Onde está a razão
científica, a espiritualidade e a fé das pessoas que muitas vezes
conquistaram um diploma de faculdade, às vezes ostentam o título de
doutoras, mas chamam drogas de psicoativo, tentando criar a ilusão de
que a ayahuasca e as drogas estão no mesmo patamar? Elas desprezam,
inclusive, que a ciência que provou que a ayahuasca não se enquadra nas
drogas e a liberou no Brasil e em vários outros países é a mesma ciência
que demonstrou cientificamente que a maconha é uma droga viciante,
perigosa e responsável por lesões no cérebro humano com apenas um ano
de uso.
Onde está a razão científica, a espiritualidade e a fé desses doutores que
se dizem científicos, mas desprezam as próprias comprovações
científicas, apenas porque desejam, irresponsavelmente, a liberação da
maconha? Nem ao menos levam em conta os danos que causarão nos
filhos desta nação! Não há razão científica nesses pseudodoutores, pois
eles desprezam as constatações da ciência, que é impessoal,
permanecendo no "achismo", que é totalmente pessoal. Não há
espiritualidade nesses doutores que não se importam com as
conseqüências do "achismo" dissimulado que pregam. Acham-se grandes
por ostentarem diplomas e títulos, os quais qualquer pessoa comum pode
ter se conseguir simplesmente pagar uma faculdade. Mas se dizendo
científicos desprezam as comprovações científicas sobre as drogas como
a maconha, quando o vício que os domina está em jogo.
É claro que ter ensino superior é de vital importância para a formação de
uma mente cientificamente esclarecida em fatos e não em "achismo" e
conveniências. Tanto sei disso que custeio a faculdade para um grande
número de pessoas que não tiveram pais que pudessem arcar com essa
despesa para o bem da formação de seus filhos. Minhas palavras de agora
sobre esses doutorandos do "achismo" que incentivam uso das drogas
foram pesadas, mas são verdadeiras e tenho as pesquisas científicas mais
recentes sobre as drogas e a maconha, que confirmam tudo que digo.
Mas, para você que ainda não está bem certo do que é a maconha, reflita
agora: ayahuasca eu indico aos meus filhos; Deus eu indico aos meus
filhos. Mas maconha e cocaína você indicaria aos seus filhos?
Nós vivemos em uma comunidade e isto nos impõe algumas
responsabilidades que vão além do livre arbítrio. Como se comportar ao
ver as atitudes erradas e até destrutivas de algumas pessoas? Você deve
repreendê-las ou se calar? Se decidir repreender, estará julgando? Então
como agir, como se comportar diante de uma situação dessas?
Preste bem atenção, meu filho: o simples fato de você viver em uma
sociedade já demonstra que você deve trabalhar pela felicidade e pelo
êxito de todos, pois felicidade só existe no âmbito coletivo, e nunca no
individual.
As atitudes de um indivíduo ou de um grupo podem, às vezes, ser muito
nefastas e prejudiciais para toda a sociedade! Não é proibido ver o mal
quando ele existe. Contudo, às vezes esse mal prejudicará apenas seu
malfeitor. Mas e, em outros casos, quando o mal observado atingirá
outras pessoas e não apenas o seu malfeitor? Esta questão é muito
delicada e precisamos recorrer à caridade bem compreendida. Primeiro,
esteja certo de que sua intenção não é apenas denegrir, pois isso é coisa
que não provém da luz. Depois, veja se o mal observado afeta somente o
seu malfeitor. Pois, se for este o caso, não haverá necessidade alguma de
tornar o fato público, pois isso resultaria somente em desmérito e
desabono.Agora, se o mal observado pode se estender à sociedade,
afetando inclusive pessoas inocentes e ingênuas, não seja omisso e tome
uma atitude. É sábio optar pelo sacrifício de um homem para poupar o
sacrifício de uma casa. É sábio optar pelo sacrifício de uma casa para
poupar o sacrifício de um bairro inteiro. É sábio optar pelo sacrifício de
um bairro para poupar o sacrifício de toda a aldeia. E optar pelo sacrifício
de uma aldeia para poupar o sacrifício de uma nação. As necessidades de
muitos suplantam as necessidades de um.
Conforme a circunstância, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser
um dever. É melhor que um homem ou um só grupo caia, do que muitos
outros homens e grupos serem enganados e tornarem-se vítimas ou
prisioneiros desse mal. Quero lembrar que nas leis espirituais não existe a
omissão, existe apenas a conivência. Aquele que viu o mal e nada fez
contra ele foi conivente com o mal. Porque, na pior das hipóteses, era
possível ao menos alertar os outros.
Como bem sabem, eu e minha amada esposa Genecilda (já falecida),
sempre combatemos, com muita avidez e força, o uso das drogas
principalmente dentro dos rituais do SANTO DAIME, como no caso do
Cefluris, fundado pelo padrinho Sebastião Mota de MeIo e deixado aos
cuidados de seu filho Alfredo Gregório. Graças aos rituais xamânicos
sérios, com ayahuasca ou daime, em dois anos apenas, aqui no Céu
Nossa Senhora da Conceição (CNSC) foram recuperados por completo,
aproximadamente, mais de 7.500 dependentes químicos.
Quando comecei minha jornada dentro do daime, percebi que as igrejas
do SANTO DAIME vindas do padrinho Sebastião de Mota Melo,
conhecidas como Centro Eclético da Fluente Luz Universal Raimundo
Irineu Serra, ou simplesmente Cefluris, eram o falso SANTO DAIME,
pois usavam muitas drogas nos trabalhos de daime. Principalmente
quando fabricavam o daime, que é a ayahuasca, eles pitavam muita
maconha o dia inteiro e às vezes até usavam outras drogas. Isso
realmente me chateou. Eu vi isso acontecer e muitas pessoas, que já
foram do Cefluris e hoje pertencem CNSC, também viram.
Por outro lado, foi, muito bom testemunhar tais insanidades cometidas
por aqueles lesados pela maconha, pois isto esclareceu o motivo da
presença de tanta gente de curta compreensão, tanta gente em crise
familiar e financeira, tanta gente desempregada, pessoas rudes e mal
educadas, pessoas casadas três, quatro vezes e ainda vivendo mal em
casa, tanta gente se achando cheia de sabedoria, se julgando um exemplo
de vida.
Certa vez, no Céu de Maria, eu vi um homem de uns 45 anos, vestindo
um terno branco, pitando um charuto de maconha e dizendo com muita
pose a um grupo de adolescentes iniciantes: "Olhem que absurdo, dizem
que a santa maria faz mal. Olhem para mim, eu pito há 15 anos e vejam
como estou bem!" Este homem tentava passar uma imagem de grandeza
para aqueles jovens principiantes. Ele fazia até as poses dos atores das
propagandas de cigarro na TV. Tentava mesmo passar uma imagem de
grandeza e perfeição. Pouco tempo depois fiquei sabendo que aquele
homem pomposo, na vida real, estava com a água e a luz cortada por
falta de pagamento. Acho que já por isso ele se drogava tanto. Pois,
drogadas, as pessoas se iludem, pensam que são grandes, caridosos e um
exemplo de vida, esquecendo por algumas horas a merda em que vivem.
Se o leitor acha que estou sendo radical, eu lhe pergunto com clareza:
você já observou de perto as pessoas viciadas em drogas há mais de dois
anos, o exemplo de vida que elas dão, como agem e como se comportam?
Então, gostaria que seu filho fosse como elas?
Conheci um homem que falava fluentemente três idiomas e sempre se
vangloriava dizendo ser um velho espírito, possuidor de grande
sabedoria, detentor dos mais vastos conhecimentos. Inquiri um pouco o
tal homem, com muita sutileza, e ele foi soltando a língua. O dito espírito
velho e sábio tem é um péssimo testemunho de vida e vive na mais pura
cegueira do ego. Mora de favor em uma pequena casa de fundos e está
desempregado a oito anos. É cheio de tudo saber, de tudo conhecer, mas
na prática é uma sanguessuga que não tem ânimo sequer para vender
cachorro-quente. Sua família sobrevive do salário que a esposa ganha e
da caridade alheia, que ajuda os filhos que ele tem. Gente assim termina
sozinha, abandonada inclusive pelos filhos. Também conheci um outro
rapaz apenas pela Internet, que vive num ego enorme, se achando grande.
Segue os mesmos passos profanos do padrinho Sebastião e através da
Internet incentiva mesmo as pessoas a usarem drogas. Mas que só
sobrevive queimando o que resta da herança deixada pelo avô, já que é
apenas um viciado e nem trabalhar sabe.
Fiquei estarrecido ao ver justamente padrinhos, madrinhas e fiscais,
pitando maconha com o nome de santa maria. Algumas vezes, eu mesmo
cheguei a observar pessoas usando também a cocaína, a qual eles
chamam de santa clara. Alguns, inclusive, punham a cocaína na maconha
para deixar o pito mais forte. Essas pessoas nem sequer conhecem a
diferença marcante entre plantas medicinais, plantas de poder e plantas
de poder professoras. Mas também, pelo que percebi, a maioria delas não
está em busca de verdades. Elas apenas encontraram, nas mentiras
ilusórias do padrinho Sebastião Mota de melo e no Cefluris, uma
desculpa para se manterem no mundo da ilusão das drogas e dos vícios.
Deixo aqui registrado que em diversos rituais do SANTO DAIME do
Cefluris, presenciei jovens menores de idade se drogando muito. De
manhã cedinho, dando carona a alguns deles, percebi que eles já estavam
em depressão. Entristecido, eu pensava: "Será que os pais desses
menores sabem que eles passaram a noite toda se drogando?"
Eu gostaria muito que o padrinho Alfredo Gregório, filho do padrinho
Sebastião, fundador do Cefluris, me mostrasse onde na Constituição está
escrito que é permitido pitar maconha com daime!? Será que vocês,
Alfredo e padrinhos do Cefluris sabem de fato o grande mal que estão
causando a tantas pessoas, quando as deixam viciadas nas drogas, apenas
porque elas seguem suas mentiras sobre a santa maria? Puxa vida,
ayahuasca é libertação, faz uma conexão entre a mente e o coração. Ela é
para o ser humano o que o microscópio é para a biologia. Um ritual com
ayahuasca, desde que revestido de toda seriedade e respeito, resulta em
crescimento espiritual e em muita disciplina. Mas a droga é uma droga!
São medicamentos usados da forma errada, que vão resultar em vício e
prejuízo espiritual. .
O padrinho Sebastião, fundador do Cefluris, pitava muita maconha com
pasta base de cocaína, também usava cogumelo e até caiçuma tomava
com o daime. Há muitos comentários dentro do SANTO DAIME que
dizem que ele teria morrido por overdose de drogas. Também existem
livros relatando esses pontos negros do padrinho Sebastião, que o
Cefluris pratica até hoje. Vejam o que disse a escritora Alicia Castilla
no livro "SANTO DAIME - Fanatismo e Lavagem Cerebral";
SEBASTIÃO MOTA DE MELO (Padrinho Sebastião)
Falava sem parar, abordando qualquer assunto, mudando para outros,
de forma caótica, porém cativante. Alguma coisa, que eu não entendia,
me deixava de orelha em pé. A imagem que eu tinha de como deveriam
ser os homens sábios era mais silenciosa. Imaginava que quem atingisse
determinado grau de conhecimento atingiria também equilíbrio interno.
Várias vezes ele me surpreendeu com afirmações a respeito da doutrina
espírita que, na hora, criaram grande impacto na minha consciência.
Quando mais tarde fui conferir, veio à decepção: as afirmações do
padrinho não passavam de equívocos. Seu carisma e seu magnetismo
eram tão intensos, que outorgavam ao maior disparate uma aura de
credibilidade.Perguntava a mim mesma por que ele não ficava calado,
quando não tinha certeza sobre o assunto,
em vez de jogar conversa fora.
Já naquele tempo sabia que ele pitava fumava maconha - com muita freqüência e
até algumas vezes pitei com ele. Anos mais
tarde soube que os pitos que ele preferia
eram os "incrementados", ou seja,
misturados com pasta-base de cocaína.
Outra questão polêmica era sua saúde: o
padrinho
vivia
doente.
No
meu
entendimento, a doença é sinal de desequilíbrio. Os hinos sustentavam a
mesma idéia. Acreditava que, tomando daime, chagaria a um padrão de
compreensão, onde transcenderia a doença. O padrinho tomava daime
há décadas! Era esse estágio que eu poderia almejar após anos de
daime, hinários, vômitos e sacrifícios?
E não era só ele: outras pessoas que chegavam da Amazônia
apresentavam desequilíbrios evidentes de personalidade. Não só falavam
compulsoriamente, como também comiam de forma caótica e davam
palpites a respeito de tudo. Eles pareciam intuir a falta que fazia para
essa turma de alternativos a figura do contador de histórias e tentavam
ocupar esse espaço como quem tenta vestir um sapato três números a
mais do que calça.
Assim, de mansinho, os "padrinhos" começaram o exercício do
"paternalismo benevolente", mais pela carência de figuras carismáticas
no universo dos adeptos do daime do que por mérito próprio. O Alex, em
seu hinário, tem um hino de louvação ao padrinho Sebastião, que diz:
"Padrinho é Bastião
Padrinho em todo lugar".
Achei "puxa-saquismo" institucionalizado. Culto à personalidade
misturado a lavagem cerebral. Na hora desse hino, eu não cantava.
Perguntava-me até que ponto isso formava parte de um plano maior. Os
questionamentos me torturavam cada vez mais. Enquanto o daime como
elemento expansor da consciência mostrava cada vez mais que se tratava
de um caminho válido, as atitudes das pessoas indicavam perigo. Perigo
de se perder a autonomia do pensamento, de se robotizar, de virar
embuche. As mulheres passaram a se vestir da mesma forma que as
mulheres acreanas, sem levar em consideração as diferenças climáticas.
Assim, com o frio de Mauá, que no inverno chega a zero grau, as
mulheres do Céu da Montanha usavam saias compridas feitas de panos
leves, próprias para o calor amazônico. Com os homens acontecia o
mesmo fenômeno. Começaram a falar com sotaque acreano e a conjugar
os verbos propositalmente de forma errada: "nós vai", "nós planta".
Para poder administrar sentimentos tão opostos, como a vontade de
tomar daime - o que aumentava cada vez mais a expansão da
consciência - e a rejeição que sentia pelas atitudes de fanatismo e
descontrole, tomei uma atitude que, na hora, parecia ser a mais correta
do ponto de vista ético: não teria nenhum tipo de envolvimento com as
pessoas que freqüentavam os trabalhos. E mais: seria a última a chegar
e a primeira a sair.
Em 1989 a rede Manchete de televisão levou ao ar um documentário
gravado na Amazônia sobre o SANTO DAIME. A proposta dos
realizadores do programa parecia sincera. Tentaram fazer um trabalho
de esclarecimento para a opinião pública sobre essa bebida que
ganhava, a cada dia, mais adeptos entre os artistas e pessoas famosas.
Um dos blocos do programa era sobre o padrinho sebastião. Ele falava
com jeito esquisito: me pareceu drogado, estava por demais empolgado.
De repente soltou a seguinte afirmação: "Os médicos, se quiserem
aprender a curar, vão ter que vir até aqui, cagar e comer o que cagaram
para depois começar seu aprendizado".
No bloco seguinte, dona Peregrina Gomes Serra, viúva do mestre lrineu
e chefe da igreja que ele fundou, afirmava de forma veemente: "O
padrinho sebastião e seus seguidores são todos maconheiros".
Nesse momento resolvi parar de cantar o hinário do Sebastião e
redobrar a atenção. O que tinha começado como um pequeno grupo de
bebedores de daime em Mauá, estava virando uma organização de porte
nacional. O padrinho pregava a vida em comunidades e a necessidade
de reavaliar os padrões de consumo. Esse discurso já tinha encantado a
geração anterior, nos tempos do movimento hippie. Morar entre amigos,
serem todos iguais é um sonho que a humanidade acalenta há milênios.
Mas John Lennon já tinha avisado: "O sonho acabou".
Beber a ayauhasca com freqüência leva a atenção para os mundos
internos, desestimula a luta na realidade externa. Assisti com
preocupação à transformação do céu do Mapiá (comunidade daimista na
floresta amazônica) numa espécie "Meca alucinógena". Muitos iam e
não voltavam. Os poucos que retomavam, às vezes traziam informações
preocupantes. Em janeiro de 1990 morre o padrinho sebastião. Outro
líder da mesma geração, Bagwam Shree Rajneesh, que também
trabalhou pela expansão da consciência, porém conseguida através das
práticas já citadas, como meditação, repetição de sons e movimentos
ritmados, desencarnou no mesmo dia. Para muitas pessoas a perda foi
dupla. Ele também tinha pregado a vida em comunidades e o abandono
do mundo da ilusão. A principal diferença residia no fato de Rajneesh ter
acumulado uma enorme fortuna.
Em respeito à verdade devo afirmar que, apesar de ter-se envolvido
diversas vezes com a policia, em questões que nunca foram devidamente
esclarecidas, de ter contribuído e apoiado o trabalho de lavagem
cerebral que muitos adeptos sofreram e de ter incentivado o uso de
outras substâncias junto com a ayauhasca, sebastião mota manteve as
rédeas da seita. Os piores exageros foram cometidos j1rlos seus
seguidores, ap.ós sua morte.
Os "pastores alucinógenos" que o sucederam criaram também o mito do
padrinho sebastião, atribuindo-lhe uma condição de messias. Esse
objetivo aparece bem evidente no livro de Alex Polari O Guia da
Floresta. A partir de 1992, observei nas igrejas daimistas das cidades do
Rio de Janeiro e de São Paulo a ascensão do sebastião mota de meIo à
condição de "homem santo". Seu retrato, vendido aos fieis, que o
colocam num ponto nobre da sua residência, faz lembrar a tradição do
padrinho Cícero em Juazeiro do Norte.
Na tradição xamânica não existe o conceito de padrinho. Existe o de
mestre e o de aprendiz. Quem quiser se tornar um xamã deverá aprender
com alguém, e para isto é preciso, primeiro, resolver sua própria
história, trabalhar sua própria cura. Chegando lá, começa a andar sobre
seus próprios pés. O novo xamã tem por seu mestre respeito e
consideração. A condição de padrinho imposta no Cefluris é sinônimo de
dependência psicológica, Os integrantes da seita pedem a bênção,
beijando a mão dos padrinhos.
Quem atinge o grau de padrinho fica acima do bem e do mal. Não pode
ser questionado nem criticado. Desta forma, cometem-se os mais
variados tipos de abusos e atropelos para com os apadrinhados, e estes,
aceitando, demonstram assim sua submissão à doutrina. O crescimento
das seitas já cria preocupação em outros países. As lideranças sectárias
são, sem dúvida alguma, mais perigosas que as ideológicas ou políticas.
O padrinho sebastião conheceu o daime através do mestre lrineu, na
cidade de Rio Branco. Após a morte do mestre, em 1971, houve diversas
brigas entre os seguidores por causa da liderança. A igreja naquela
época funcionava com o nome de Ceflu (Centro Eclético Fluente da Luz
Universal). Como conseqüência das brigas do mota - assim ele é
chamado em Rio Branco - com outras pessoas que disputavam a
liderança, ele se retirou, seguido por um grupo, e instalou-se num local
próximo à cidade, cujos terrenos valiam cinco mil cruzeiros cada um.
Daí a origem do nome "Colônia 5000", primeira comunidade que sediou
à igreja fundada por ele, registrada com o nome de Cefluris (Centro
Eclético Fluente da Luz Universal Raimundo Irineu Serra). .
De acordo com o que a viúva do mestre Irineu manifestou no programa
levado ao ar pela rede Manchete de televisão, assim como a versão dada
por muitos outros daimistas, o que motivou o racha propiciado pelo
mota foi a inclusão da maconha nos rituais, como planta sagrada, sob o
nome de santa maria e a pasta-base de cocaína, denominada "mescla". '"
Em Rio Branco, conheci contemporâneos do mestre. Irineu e, portanto,
do sebastião mota de meIo. Apesar de haver enormes desavenças entre
todos eles, há um ponto em comum: todos têm histórias a contar sobre as
vezes que ele foi preso por causa de drogas e outras questões de moral
duvidosa.
Essas pessoas, em Rio Branco, me perguntavam se é verdade que no sul
do país o mota é chamado de padrinho ou se era algo que acontecia só
nos livros de Alex Polari. Ante a minha confirmação, eles manifestavam
espanto. A Colônia 5000 é considerada, naquela cidade, como um
"buraco negro", a vergonha da cultura dai mista".
Durante o tempo que fiquei em Rio Branco fui continuamente procurada
por pessoas das mais diversas origens, que por motivos também diversos
fizeram questão de me relatar fatos gravíssimos acontecidos no âmbito
do Cefluris.
Embora não fosse minha intenção checar a veracidade desses
depoimentos, todos eles apresentavam coerência e semelhança com
casos que eu já conhecia. O sebastião mota de melo morreu na véspera
do dia de São Sebastião no ano de 1990, enquanto era cantado o hinário
dele na igreja de Pedra de Guaratiba, no Rio de Janeiro, fundada pelo
seu seguidor de doutrina e drogas Marcos Imperial. Naquele tempo,
motivada por questões éticas, eu não participava dos trabalhos nos quais
se cantava o hinário dele ou o do Alex Polari, porque me recusava a
aceitar os assuntos referidos a "se humilhar", "aceitar os castigos de
Deus" e outros semelhantes.
Na data mencionada -19 de janeiro de 1990 - o filho do mota, alfredo
Gregório (atual presidente do cefluris e conhecido como padrinho
alfredo), encontrava-se em Mauá para comandar uma série de trabalhos.
Devido ao fato de ele ser uma pessoa carismática, com talento musical e
conhecimento de "comando" dos trabalhos, resolvi abrir uma exceção.
Compareci ao evento junto com minha filha.
Quando o trabalho estava no fim, exatamente no último hino, chegou um
carro procedente do Rio de Janeiro trazendo a noticia da morte do
padrinho. A Verônica ouviu Alex dizer ao Alfredo: "O velho fez a
passagem". Segundo ela, alfredo girou sobre si mesmo dizendo: "O
marcos imperial (chefe da igreja de Pedra de Guaratiba) vai ter que
explicar essa história". .
Nos dias seguintes, movida por curiosidade, perguntei a várias pessoas
qual foi a causa mortis do padrinho. Dava para perceber certo mal-estar
por causa da pergunta. A resposta foi infarto fulminante, quando estava
no banheiro, e, segundo as mesmas fontes, ele teria morrido se
segurando no porta-toalhas.
(Extraído do livro SANTO DAIME - Fanatismo e Lavagem Cerebral,
Cap.8 pág. 111, de Alicia Castilla)
É importante salientar que a Alicia Castilla é ferrenha defensora da
maconha. (contudo, os registros deixados por ela nesse livro sobre o
padrinho sebastião mota de meIo e o Cefluris é que são importantes, pois
provam que eles sempre disseminaram o vício das drogas, conforme
afirmo hoje. Agora, imaginem só o tamanho da hipocrisia do SANTO
DAIME do Cefluris e seus integrantes quando negam a todos o fato de
que lá eles se drogam?
II - A Viagem ao Acre
Desde quando comecei a escrever esse livro, narrar os fatos acontecidos
por anos. e que claramente demonstram a mácula dentro do SANTO
DAIME que tem sido o Cefluris e a traição do padrinho Sebastião contra
o mestre Irineu, que percebi em, minhas reflexões diárias a necessidade
de expor depoimentos de pessoas que viveram por anos com o mestre no
Alto Santo, a instituição fundada por ele em Rio Branco, no Acre. Eu era
muito menino quando o mestre Irineu fez a passagem, ou seja, quando
ele faleceu. Então não tive a oportunidade de conviver fisicamente com o
mestre Irineu, embora espiritualmente o conheça muito bem. Não minto,
porém milhares de pessoas que nunca sequer ouviram falar de mim
estarão agora lendo uma denúncia aberta sobre as falsas igrejas que se
dizem daimistas, mas não o são. Desse modo, decidi fazer uma viagem
em março de 2007 a Rio Branco, no Acre, para buscar a história viva do
SANTO DAIME, por meio de entrevistas com contemporâneos do
mestre lrineu, a fim de desmascarar as fraudes, mentiras e dogmas
criados pelo falso SANTO DAIME.
Senti a necessidade do aval de pessoas que conviveram com o mestre
Irineu, para que nenhuma dúvida ficasse pairando no ar. A Bíblia diz que
os filhos das trevas são mais astutos que os filhos da luz. Já conheço
muito bem o Cefluris, ali reina o ego e a dissimulação, o povo de lá sabe
mesmo mentir e fingir. Eles não perderiam a oportunidade de
aproveitarem-se do fato de eu não ter convivido fisicamente com o
mestre Irineu, para alegar que eu poderia estar mentindo ou enganado.
Daí a importância dos depoimentos de pessoas ainda vivas, lúcidas e
saudáveis, que conviveram com o mestre Irineu, confirmando tudo aquilo
que venho alertando a todos há três anos.
Como chegar assim de chofre no Acre, totalmente desconhecido por lá e
ainda receber o apoio dos contemporâneos e remanescentes vivos do
mestre lrineu? Eu havia estado no Acre há aproximadamente um ano e
meio atrás, foi quando conheci o Paulo Serra, filho adotivo do mestre
Irineu. Senti grande afinidade com ele, foi fácil de perceber que se
tratava de um homem sério, honesto e que detesta o tal do "diz -que diz que" e mentiras também. Mas meu contato com ele foi de no máximo
uma hora há mais de um ano e meio atrás. Difícil essa situação, mas
precisava ir e, tentar!
A passagem já estava comprada para domingo e eu ia sozinho. Mas na
véspera, sábado, o irmão e amigo Luis Carlos vendo o grande peso que
seria essa empreitada para um homem sozinho disse: "Gideon, eu vou
contigo. Essa bandeira já é de muitos, você bem sabe. Em dois fica muito
mais fácil". Fiquei muito feliz e concordei na hora. Estávamos em uma
semana xamânica aqui no Céu N. Sra. Conceição, domingo ainda teria
um exercício lindo dentro das matas. Mas o Luis Carlos junto com esposa
e família seguiu no sábado mesmo para garantir a compra da passagem
aérea. Abençoados os homens de boas vontades!
Domingo à noite, já no aeroporto de Congonhas em São Paulo, nos
encontramos e já estávamos na fila para o check-in e rindo muito nós
dois comentávamos: "Na lista da Internet eu disse que ia fazer o possível
para gravar uma reportagem com um pessoal de muito peso para
beneficiar o livro que está quase terminado. Mas acho que quase
ninguém imagina que estamos pegando um avião para o Acre", e ríamos
ainda mais. Doce ilusão! Acho que devido a descontração com que
ríamos a TV Bandeirantes, que estava em reportagem no aeroporto, nos
filmou com destaque. Aparecemos nas TVs do Estado todo pelo menos.
Choveram telefonemas na fazenda (do Céu Nossa Senhora da Conceição)
com o pessoal perguntando: a entrevista é fora de São Paulo?
Já no avião eu comentei com o Luis Carlos que essa nossa batalha agora
seria uma batalha de fé. Que iríamos chegar com a cara e a coragem. Que
pediríamos coisas difíceis a pessoas que nunca nos viram e que já
estavam escaldados com falsas promessas de escritores que disseram uma
coisa e fizeram o oposto do que haviam dito. "O que temos nessa
empreitada de agora é a nossa fé. O que estamos fazendo, não fazemos
para proveito próprio, só queremos limpar o bom nome do mestre Irineu
que o sebastião e o Cefluris sujaram muito. Esse livro só tem dado
despesa e trabalho, mas a clareza que ele vai levar às pessoas fará tudo
valer a pena. Sei que voltaremos com a vitória em nossas mãos. O astral
superior certamente já tomou as providências necessárias e nós é que
ainda não estamos vendo isso", disse ao meu amigo.
Na segunda-feira logo cedo pegamos um táxi e fomos ver se achávamos
a casa do Paulo Serra, porque nem o endereço eu tinha. Mas foi fácil
encontrar. Batemos palma e a esposa dele veio nos atender. Eu a
reconheci de imediato. Perguntei se de estava e ela disse que havia ido
até a cidade, porém logo retomava. "E quem são os senhores?", ela
perguntou. "Não se lembra de mim, mas eu me lembro bem da senhora,
que é a D. Altina, esposa do seu Paulo. Sou aquele moço de São Paulo
que esteve aqui conversando com o seu Paulo há um ano e meio atrás, só
que eu estava de barba e cabelo comprido", me apresentei. "Ah, agora me
lembro sim, é o Emilio (era assim que eles me chamavam no Acre desde
a primeira vez que estive lá). Ó seu Emilio, vamos entrar, o Paulo não
demora chegar. Mas ele comentou que o senhor estava pra aparecer por
aqui", acrescentou. "Comentou isto, D. Altina?". Perguntei muito feliz
porque isso já era evidente ser movimento vindo do astral superior, que já
havia preparado tudo para a nossa chegada.
D. Altina respondeu: "Ele me contou que andou mirando com o senhor
uns trabalhos de daime atrás. Até me avisou, aquele homem de São
'Paulo está chegando por aí. Eu até perguntei pra ele: Paulo, mas qual é a
sua história sua com esse homem? Ele respondeu: Eu não sei ao certo,
mas sei que teremos uma história juntos.
Eu e Luis Carlos ríamos muito, porque estávamos presenciando mais
uma vez a misericórdia do GRANDE ESPÍRITO, que preparara todo o
caminho antes mesmo de iniciarmos a caminhada. Em pouco tempo
chegou o Paulo Serra. Tomamos um suco delicioso de cupuaçu, feito pela
D. Altina, e começamos a conversar. Expliquei a ele o que viemos fazer
ali e que eu contava com ele. Paulo respondeu na hora: "Emilio, tive duas
mirações com você. A primeira num"trabalho de daime eu mirava,
quando vi você na minha frente e disse: você aqui? Como anda você? E
na minha miração você respondeu: Estou aqui e sempre ando na
sinceridade. Depois você sumiu. Numa segunda vez em outro trabalho de
daime, recentemente, mirei que você estava chegando aqui em casa,
então olhei melhor e vi que haviam chegado dois. Até avisei pra minha
patroa que você estava chegando por aí. Emilio, pode contar comigo.
Ajudarei em tudo que puder", disse Paulo Serra.
Era evidente o dedinho do mestre Irineu e todas as hostes da LUZ
conosco nessa empreitada. Como é bom ser sincero, como é bom ser da
LUZ!
À tarde, já em um carro alugado, Paulo nos levou para, conhecer um
amigo dele que mora próximo a algumas igrejinhas do daime. Lá há
muitas. Aconteceu algo no caminho que marcou definitivamente essa
viagem. Foi lindo. Paramos o carro exatamente em frente à uma igrejinha
do daime. Da estrada dava para ver o interior do local. Era simples, mas
muito bonita. Foi quando uma borboleta toda branquinha com pequenos
traços verdes só na borda de suas asas entrou dentro do carro, voou em
volta de todos nós e saiu. Ficou voando do lado de fora a uns 5 metros à
nossa frente, então voou de volta para dentro do carro pela segunda vez.
Voou ao nosso redor mais uma vez e tornou a sair, ficando bailando a uns
cinco metros em nossa frente de novo. Então pela terceira vez ela voou
para dentro do carro novamente passando em frente ao rosto de cada um
de nós e saiu continuando a bailar voando na mesma distância que antes.
Todos nós sorríamos muito, entramos em êxtase. Perguntei ao Paulo
Serra: "O senhor sabe o que significa isso?" E ele também rindo muito
respondeu: "É claro que sei Emilio, é claro que sei!" Pela quarta vez, ela
retomou para dentro do carro, voou entre nós novamente e saiu. Mas
desta vez ela foi para dentro da igrejinha do lado onde estávamos
parados, voou várias vezes em volta do cruzeiro que estava no altar dessa
igreja e então pela quinta vez, voou de volta para dentro de nosso carro,
mas, dessa vez pousou sobre o coração do Paulo Serra, permaneceu ali
um pouquinho, voou para fora e foi embora entrando na mata. E ele,
emocionado também, disse: "É o mestre dando sinais". Em pensamentos
e em êxtase eu dizia para mim mesmo: Como DEUS é fiel.
Conversando com inúmeras pessoas de Rio Branco, percebi a enorme
mágoa que eles haviam no coração, pelo que o Cefluris fez ao SANTO
DAIME de LUZ, pelo que o padrinho Sebastião fez com o bom nome do
mestre Irineu. Muitos deles me contaram que no passado devido as
drogas que usavam e as besteiras grossas que fizeram o padrinho
Sebastião e o CEFLURIS, a Polícia Federal deu batidas até no Alto
Santo, porque como o padrinho sebastião se intitulava sucessor do mestre
Irineu, a Polícia Federal achou que o cefluris era só uma filial do Alto
Santo; E que o padrinho sebastião só fazia aquilo que aprendera com o
mestre Irineu!
Até a Polícia Federal entender que o Alto Santo nada tinha a ver com o
CEFURIS ou com o padrinho sebastião, o Alto Santo passou, por grande
constrangimento. A madrinha Peregrina Gomes Serra, viúva do mestre,
coitada, foi certamente quem mais sofreu com tudo isso. Ver a obra de
LUZ que seu esposo Irineu fundou, ser vista como seita de drogados e
vagabundos pela Polícia Federal e por muitos da população local, graças
apenas a insanidade do uso das drogas que o padrinho sebastião
promovia na Colônia 5000, junto com os hippies, que ele agrupou. Que
mulher forte a madrinha Peregrina precisou ser!
Que grande sofrimento e injustiça o sebastião mota e o Cefluris que ele
fundou, causaram a tanta gente que só fez praticar a caridade.
Conhecemos, vários contemporâneos do mestre Irineu. Todos eles nos
receberam com carinho; Quando souberam do intuito de nossa visita, não
hesitaram nem um minuto que fosse para dizer "sim". Foram 10 pessoas
que procuramos, apenas duas pessoas me disseram que não queriam dar
entrevistas e ainda tiveram a boa vontade de nos explicar suas razões.
Entendemos perfeitamente a posição deles e os respeitamos.
O Juarez Martins Xavier, homem plenamente lúcido em seus 83 anos de
idade e contemporâneo do mestre lrineu, me disse: "Na época eu mandei
avisar ao sebastião mota que não ficasse pondo estas coisas com o daime,
porque isso ia trazer desgraça. Ele não quis me ouvir. Não passou muito
tempo e a desgraça aconteceu. Bem que eu avisei. Eles castraram e
mataram um homem lá. Era um tal de Ceará que se dizia pai-de-santo e
que também punha porcarias com o daime. É que o pessoal da Colônia
5.000, que o Sebastião fundou, descobriu que o Ceará dizendo que ia
fazer curas com as mulheres do outros, servia um daimezinho, levava
elas de canto e "sexo". Os homens todos ficaram muito bravos quando
ficaram sabendo do que realmente acontecia. Daí seguraram o Ceará e
estirparam-Ihe de uma só vez toda a sua genitália. Castraram e mataram o
Ceará que se dizia pai-de-santo. Eu tinha avisado ao Sebastião, mas ele
queria ser grande e não escutava ninguém. Aconteceram outras desgraças
também, não foi só esse caso do Ceará não", encerrou os dizeres com um
ar chateado.
A filmadora digital que levei apresentou problemas. Então, eu e o Luis
Carlos, contratamos os serviços de um cameraman amador, um moço de
40 anos, chamado Renildo Monteiro. Quão grande foi a surpresa que
tivemos com ele! Renildo já havia assistido a vários testemunhos
conosco enquanto filmava as entrevistas quando em um certo momento,
com a cabeça baixa, disse pra mim e para o meu amigo: "Eu acho que
tenho algo para falar também. Esse livro que o senhor está escrevendo
vai ajudar muita gente, vejo isso. Então acho que não vou ficar calado,
não." Perguntei a ele do que ele estava falando e ele respondeu: "É que
eu nasci, cresci e sempre vivi aqui em Rio Branco, no Acre, sei de
algumas coisas sobre essa colônia 5000. Todo mundo aqui sabe também.
Mas mesmo aqui em Rio Branco muita gente acha que os daimistas são
todos drogados. Eles pensam que o Céu do Mapiá, a Colônia 5000 e o
Alto Santo são todos o mesmo SANTO DAIME, tudo uma coisa só. Esse
livro vai ajudar muita gente a saber da verdade. Eu também quero
contribuir. O velório do Ceará foi na frente da casa onde eu morava,
quando criança, e dos 15 aos 16 anos estive no terrível mundo das
drogas, mas consegui sair dele. Um amigo meu nesta época foi morar na
Colônia 5000 e me contou que as drogas lá eram servidas na cuia, depois
do daime havia uma rodada de baseado que vinha na cuia", relatou
Renildo Monteiro, em depoimento gravado. Muitos depoimentos,
colhidos em Rio Branco e que aparecem na forma de entrevista, estarão
disposição ao longo desse livro.
HISTÓRIA VIVA DO SANTO DAIME
Contemporâneos do Mestre Irineu
Entrevista - Março de 2007
Paulo de Assunção Serra
Filho adotivo do mestre Irineu Serra
Data de nascimento: 01/12/1939
Gideon dos Lakotas: O Sebastião Mota de Meio usava drogas antes do
daime?
Paulo Serra: Eu não sei desses detalhes, mas pessoas me disseram que
ele usava, mas depois parou quando entrou no daime. Mas quando ele se
meteu com o Ceará aí o Ceará botava bebida e depois botou a santa
maria no meio (maconha) e depois o pessoal ficava viciado. E hoje eu
estive depois disso no Centro de Mapiá e a dona Rita (viúva do
Sebastião) disse que o Sebastião pediu ao Alfredo (filho do Sebastião)
que não usasse mais isso, que continuasse só com o daime, mas ele
estava viciado de uma tal maneira que não teve mais jeito de acabar com
aquilo. Mas quando conheci o Alfredo ele era um menino bom, fora
dessa história é uma pessoa que você conversa com ele e é uma boa
pessoa, mas o erro é ele ter adotado essa história, da maconha. Foi o
Sebastião que deixou isso, mas ele não queria mais, pediu para o Alfredo
continuar a doutrina sem aquilo, nas palavras da dona Rita.
Conhecendo o trabalho no Céu do Mapiá
Paulo Serra: Em 1993 eu fui ao Mapiá. Pedi para o Alfredo que eu
queria ver um trabalho lá com a santa maria. E ele disse que não tinha
mais isso, mas tinha. E aí ele escolheu o pessoal firme para agüentar o
trabalho. E primeiro foi feito o trabalho de concentração com o daime e
depois ele falou que ia mudar para o trabalho com a santa maria para
eu ver. E eu disse que queria ver com o dai me, mas sem participa. E aí
começaram a usar aquele cigarro e tive que pegar o lenço porque não
agüentei o cheiro, senão ia participar do mesmo jeito. E quando
terminaram tudo foram cantar e eu vendo tudo aquilo como um vento
que dá aquele redemoinho em uma rua de folhas, que leva as folhas até
uma certa altura e depois falta o vento e as folhas caem no chão. Aí em
uma certa altura eu escutei uma pessoa, depois de uns 40 minutos
daquela confusão, a dizer assim: o que é que tu quer? Isso aqui é coisa
daqui, quer passar para cima, passa para tu ver. E aí quando passei a
um determinado ponto só aquele nojeira, aquela seboseira, aquela
caatinga. E então agradeceram os trabalhos, eu agradeci a gentileza do
Alfredo, ele disse que aquilo era coisa dali de dentro, mas o que não
presta é da conta de todo mundo. Mas pelo menos eu conheço isso hoje,
não vou pela cabeça de ninguém. E o Juarez também conhece essas
coisas mais do que eu. Um dia ele estava no centro dele e chegaram dois
camaradas para os trabalhos. E ele disse para aqueles camaradas:
voltem, peguem aquela porqueira que você deixaram lá no pé daquele
pau e voltem. E os camaradas saíram, um entrou no mato e pegou a
sacolinha.
Sebastião e mestre lrineu
Paulo Serra: Quando cheguei em 1969 em Belém o Sebastião Mota
estava aprendendo a fazer o daime com o papai (mestre Irineu). Ele
mandou o Francisco Granjeiro, que era o feitor do daime, ensinar o
Sebastião a conhecer as folhas, a fazer o daime. Tudo isso ele aprendeu
lá no Alto Santo com mestre Irineu e o pessoal dele. Na época, o Alfredo
era um rapazinho novo. Tínhamos uma amizade bacana, mas depois que
papai morreu ele achou que deveria implantar uma bandeira no Alto
Santo. Então juntaram-se o Sebastião Jacolte e outros membros para
fazer uma reunião para perguntar a ele sobre essa bandeira. Na reunião
ele disse que queria implantar uma bandeira lá dentro e o Sr. Leôncio
(um dos coordenadores do Alto Santo) perguntou que bandeira era essa.
E" o Sebastião disse que ia explicar depois de implantar a bandeira. Mas
ninguém queria implantar uma bandeira sem saber que "cor" era essa
bandeira. E o padrinho disse pra mim que o mestre Irineu antes de
morrer disse a ele: "Leôncio não deixe ninguém inventar moda aqui
dentro, não deixe ninguém botar um pingo no "i", uma vírgula, porque
está tudo como é pra ser. O dia que você tiver uma dúvida reúna 10
pessoas, tomem daime, pensem em mim, me chamem que eu venho dizer,
e o que você ver todos eles vão ver". O Leôncio disse isso pra ele (para o
Sebastião Mota) e ele se aborreceu e foi embora. E foi pra casa dele,
onde ele continuou e fundou o Cefluris.
Gideon dos Lakotas: Cefluris significa Centro Eclético da Fluente Luz
Universal Raimundo lrineu Serra, então o Sebastião está usando o nome
do mestre em um trabalho em que se usam drogas. Como o senhor vê
isso?
Paulo Serra: Justamente era isso que eu queria que através de uma
história dessa a gente pudesse desvincular esse nome, tirar o nome dele.
O Sebastião vendeu o daime e ainda usa o nome do mestre Irineu. Isso
tem que ser desvinculado, porque cada um manda na sua própria casa.
Fico muito magoado por as pessoas usarem o SANTO DAIME e usarem
coisas que não deveriam ser usadas dentro do SANTO DAIME.
Mestre lrineu e a cobrança de trabalhos
Gideon dos Lakotas: O mestre lrineu não se sustentava com o dinheiro
do daime?
Paulo Serra: Não, o mestre Irineu se sustentava com a agricultura,
trabalhava na roça. E nas horas de folga fazia os trabalhos. Ele era
assim: se juntassem 30 homens para dar um dia de serviço pra ele, no
roçado, quando terminavam, já era 5 horas, todo mundo tomava o café
pra ir embora, e ele chamava "fulano chega aqui", e daqueles 30 homens
ele tirava uns 5, 6 e na época em que se pagava 5 cruzeiros para uma
diária de trabalho ele dava 10. E os homens falavam "não, compadre, eu
vim lhe dar um dia de serviço". E ele respondia que eles não podiam dar
um dia de serviço, que se chegassem em casa ia faltar o café, o açúcar.
"O dia que você puder me dar um dia de serviço eu vou saber". Então ele
era assim.
História do "dedinho"
Paulo Serra: Essa história foi quando eu fui lá na casa do Alfredo,
depois daquele dia que eu pedi para ver o trabalho com a santa maria. E
o Alfredo perguntou onde eu mandava. E eu disse que eu não mandava
nada, que eu pedia. Sou pequeno, uma coisa que não me acanhei é de
pedir. E ele disse que se eu quisesse mandar tinha três igrejas para eu
mandar: no Rio, em Belo Horizonte e uma igreja em Porto Alegre, para
eu escolher. "Você só leva a transferência dos filhos e a roupa, chegando
lá tem carro; casa, escola, motorista, tudo para você". E eu disse que
não podia dar aquela resposta àquela hora que precisava conversar em
casa com minha esposa. E aí falei com a mulher e ela ficou toda
animada. E aí numa quarta-feira tomei ¾ de daime e fiquei ali em casa.
Mas depois vi que não estava bom ali, tomei mais meio copo de daime e
falei para minha mulher que ia lá no túmulo do mestre lrineu (no Alto
Santo) e falei que se eu demorasse mais de uma hora e meia era para
pedir a alguém para me chamar. Cheguei lá, deitei bem do lado do
túmulo de papai e fiquei rezando. Fiquei ali um pouco e depois me sentei
bem de frente ao túmulo, pensando na história do Alfredo, fui levantando
a vista e só vi um dedinho do mestre Irineu fazendo sinal de "não". Então
não era para eu ir. Porque ele dizia "se te acompanham os bons tu será
um deles, se te acompanham os ruins tu serás igual ou pior do que eles".
Não vou dizer que eles são ruins, mas tem a história que não me agrada.
Gideon dos Lakotas: Lá no sul e aqui também pregam muito que o
Sebastião é o sucessor do mestre Irineu.
Paulo Serra: Não. Não. Ele unicamente deixou o presidente, Sr. Leôncio
Gomes da Silva. O dia que seu Leôncio faltasse ficaria uma pessoa para
assinar os documentos, mas que não se considerasse presidente. Não tem
sucessor, tem a pessoa para administrar o trabalho, mas não sucessor.
Se o Sebastião disse para alguém essa palavra (que seria o sucessor do
mestre Irineu), ele desculpe-me dizer isso, mas se ele disse essa palavra
considero uma mentira.
Mensagem
Paulo Serra: Eu gostaria de dizer o que o mestre Irineu sempre me
dizia: a lei dos homens nós vamos sempre respeitar. É proibido andar
pela esquerda, então vou andar pela direita. É proibido beber cachaça?
Então não vamos beber. É proibido usar drogas? Então não vamos usar.
É para limpar o SANTO DAIME. Misturar o SANTO DAIME com outras
coisas não é coisa que preste. Porque você pega meio copo de óleo e
copo de água mistura bem misturadinho e fica bonito, mas dali meia
hora já está separado. Peço a todos que tomam daime que tomem daime
e não usem outras coisas. O daime eu tomo na frente do governador, do
secretário de Justiça, de qualquer um, já a maconha não tenho coragem
de fazer, nem faço. Deus não vai deixar eu fazer isso. O daime traz à luz
e a maconha traz tristeza.
Entrevista - Março 2007
Juarez Martins Xavier
Discípulo do mestre Daniel Pereira de Matos e seguidor do mestre
lrineu Serra
Data de nascimento: 17/12/1924
Juarez Xavier: Conheci o mestre Irineu e convivi com ele pouco tempo
porque pertencia a uma seita de linhagem já do mestre Irineu, que era
do mestre Daniel Pereira de Matos. Então eu tomei daime com o mestre
lrineu umas duas ou três vezes. Então conheci ele era um gigante, um
homem muito educado, recebia as pessoas com muita educação e
palavra firme. Eu tomei dai me pelas mãos dele. Eu sou da mesma
linhagem do mestre Irineu, porque Daniel de Matos recebeu essa missão
através de mestre lrineu Serra e pôs em prática. E eu sou discípulo de
Daniel e de mestre Irineu, recebi tudo espiritual através de mestre
Daniel, mas trazido por mestre lrineu.
Primeiro daime com o mestre
Juarez Xavier: A primeira vez que eu fui tomar daime com o mestre
Irineu eu saí da minha casa e fui lá tomar o daime que ficava em uma
frasqueira grande e era distribuído para todo aquele povo. E deixava o
resto na frasqueira e ele tinha um copo grande e ia tomando, porque ele
era um homem agigantado. Ele sentava lá no cantinho dele e fumava um
charuto baiano, dirigindo os trabalhos com os adeptos.
Gideon dos Lakotas: Mas era charuto mesmo, tabaco? Estou insistindo
nisso por que existe uma versão que o mestre pitava maconha.
Juarez Xavier: Em absoluto. Eu afirmo e confirmo que aqui não. O
mestre só formava o charuto dele. Esse negócio de droga e santa maria,
maconha, veio ultimamente quando surgiu o interesse monetário. O
daime é limpo, não tem essas coisas, quem usa ele desse jeito está em
uma linha completamente diferente. Eu digo e afirmo porque há 43 anos
tomo dai me e meu daime é puro e aquele que mistura não está certo,
pode ficar na certeza disso e o velho (mestre Irineu) não usava isso e
Daniel também não usava isso. O daime que eu comecei a trabalhar e
'uso é completamente diferente dessas arrumações de tóxicos. Meu
daime é feito de água, cipó, folha, fogo e orações de penitências. Aquele
que usar drogas, que eu conhecer que usa drogas no meu centro tem dois
caminhos: por água e por terra. O irmão pra me seguir não toma bebida
alcoólica, é preciso que não fume, não tenha vícios. Então essas
arrumações de santa maria é uma coisa horrível, eu não uso isso e não
admito que meus adeptos usem. Primeiro de tudo é uma coisa que é
proibida pela lei do homem. E não vou infiltrar droga em uma bebida
tão sublime como o daime. Considero como um crime.
Alto Santo (centro do mestre Irineu) e a cobrança dos trabalhos
Juarez Xavier: O mestre Irineu não cobrava os trabalhos porque ele
dizia o que digo hoje: "A mãe das florestas nos dá de graça e de graça
eu dou também". O lugar onde se toma daime com dinheiro na frente não
está certo.
Gideon dos Lakotas: Depois do falecimento do mestre lrineu é que
houve esse desvirtuamento do daime com as drogas, o que o senhor
gostaria de falar sobre isso?
Juarez Xavier: Sobre essa parte de drogas estão errados. Porque a
minha iniciação com os mestres Daniel de Matos e lrineu Serra não
tinha nada disso. Agora depois é que se arraigou tudo isso. O daime é
limpo, o daime é vida e não tem essas coisas no meio... E tudo aquilo que
é proscrito pela lei do homem o daime condena. Porque nele está a luz
de Deus, porque tenho conhecimento disso e não sou fanático. O daime é
uma força divina, é uma erva benigna, folha e cipó. Não é como a droga
que só leva o sujeito para a profanação, para o desequilíbrio moral,
para a doença. O daime é diferente, eleva o mundo, ajusta o homem,
ensina o homem a amar a Deus, ao próximo, ensina até o sujeito a se
alimentar. Esse uso que estão fazendo do daime é um crime. Eu sou um
soldado com bandeira em punho em defesa dessa bebida, porque com ela
vi coisas que nesse mundo homem nenhum mostra. Essas palavras que
estou dizendo é de um velho caminheiro que toma daime há 43 anos. Eu
comecei a tomar daime com 33 anos e ele me trouxe do desajuste para o
ajuste, me ensinou a amar a família, a amar meu próximo, me ensinou a
respeitar as autoridades constituídas, me educou. E aquele que toma
daime dentro dessa direção receberá as mesmas bênçãos. É pra tomar
daime e respeitar, não podemos misturar sujeiras, não. Espero que isso
seja esclarecido para o mundo.
Gideon dos Lakotas: O senhor conheceu o Sebastião Mota de Melo?
Juarez Xavier: Conheci e tomei daime na seita dele por um convite que
eles fizeram para mim no aniversário dele. O Sebastião Mota desviou-se
um pouco por causa da parte material, ele se engrandeceu muito e
vacilou, fez besteira, aconteceram coisas dentro do centro dele e com o
povo dele que não eram para acontecer. E eu o avisei antes, o que
poderia acontecer com aquela situação, misturando bebidas alcoólicas.
Pedi que ele me desculpasse que eu não tinha nada a ver com a vida
dele, mas que ele estava em um caminho errado. Eu falei isso para um
membro do centro dele. Depois aconteceu um incidente lá.
Gideon dos Lakotas: O senhor está falando do incidente em que
castraram o Ceará (um conhecido pai-de-santo de Rio Branco adepto do
daime no centro de Sebastião de Mota Meio que morreu nessa ocasião)?
Juarez Xavier: Exatamente. E isso aconteceu pela falta de disciplina,
porque um homem que toma daime tem que ter cuidado com o que ele
está fazendo. O Sebastião era um homem de muita luz, mas foi
corrompido, corrompido pelo dinheiro, caiu na fraqueza.
Gideon dos Lakotas: Lá no sul e aqui também prega muito que o
Sebastião é o sucessor do mestre Irineu.
Juarez Xavier: Isso é uma profanação, uma heresia. (...) Ele não tinha
nada com sucessor, senão não teria feito aquilo, não teria caído. Não
quero profanar nosso irmão, que Deus o tenha. Ele caiu e todos nós
estamos sujeitos a isso. Porque a exterioridade está sempre junto da
gente. (...) Precisamos estar sempre atentos porque sempre vem a
fantasia para querer corromper. Deixamos que luz venha a nós. Ela é
que nos traz a beleza, a verdade, o amor, os ensinamentos, a justiça, a
saúde.
Centro do padrinho Juarez e o dinheiro
Juarez Xavier: O centro a que eu pertenço é uma associação
filantrópica e trabalhamos em caridade, não cobramos nada de ninguém.
Aquilo que nos dão de livre e espontânea vontade, são doações, vivemos
disso. Não quero muito, quero pouco, não para a matéria, para o
espírito. O dinheiro nos corrompe, mas nós precisamos de dinheiro, não
resta dúvida, porque vivemos em vida de matéria e nós temos que lutar
com ele para nossa sobrevivência. Para a espiritualidade ele é bom até
certo ponto, quando se sabe lutar com ele, da outra parte ele corrompe,
nos estrago. Jesus disse: Dai, a César o que é de César e daí a Deus o
que é de Deus. Nós precisamos de dinheiro, mas não vamos nos agarrar
a ele. Vamos fazer nosso castelo de rocha não de areia, porque de areia
o vento vem e leva e a rocha é para sempre. E o nosso caminho é esse,
trabalhar e fazer a caridade. (...) Eu tive em um trabalho do mestre
Irineu e vi ele fazer uma conta entre os irmãos para comprar uma bacia
para confeccionar daime, agora cobrar daime de quem quer que seja eu
jamais vi nem ele, nem na casa de quem fui adepto.
Mensagem
Juarez Xavier: Mediante o esclarecimento que o senhor está dando, que
será ventilado para o mundo inteiro, da luz criada na pureza, eu tenho a
grata satisfação de apresentar essa mensagem. Muito antes de conhecer
essa luz, que me ensinou, que me educou, eu era um desajustado, eu
bebia, não conhecia família, desrespeitava as autoridades constituídas,
tudo isso eu fazia, depois com a idade de Jesus Cristo, aos 33 anos, ela
abriu-se pra mim corno se fosse o dia, a verdade, mostrou o que era o
fumo, a bebida, meus erros do passado, sem eu dizer nada para o mestre,
só eu e a luz clareando e mostrando a luz da verdade, me educou e
trouxe o ajuste. Não sou culto, mas tenho educação que essa luz me deu.
Ela só dá o que é bom. A droga trás o desajuste vicia, ela é má, torna
dependente, e isso a luz não faz. Haja vista que eu tomo daime cada 15
dias ou toda semana e só tomo por carência quando vou executar o
trabalho. E isso eu não vejo na humanidade, viciada, corrompida, com a
morte pela frente e essa bebida não traz isso. Eu tenho 83 anos e estou
lúcido ainda! Eu não trabalho para a carne, trabalho para o espírito.
(...) Seu livro vai ajudar muitas pessoas, vai esclarecer muita gente.
CONFRONTO DE IDÉIAS - Fatos do Passado e do Presente
Veja agora o conflito de informação, tomando por base os conceitos
apresentados por Paulo Serra e Juarez Xavier, passado à sociedade pelo
discípulo do Sebastião Mota de Melo, Alex Polari de Alvarenga, em
trechos do livro de sua autoria "O Guia da Floresta":
"- Estou esperando um povo, um povo que queira... pegar essa Doutrina e
levá-la para frente".
Ele falava assim na certeza de que, quando esse povo chegasse (e nós
éramos os primeiros indícios), haveria muito pelo que lutar, para
esclarecer os preconceitos que levam a confundir com um mero consumo
de drogas o uso ritual e doutrinário de plantas sagradas expansoras da
consciência.
- A gente não come e bebe aquilo que gosta? É preciso garantir o direito
de usar e beber, dentro da igreja e de nossas casas, aquilo que a gente
gosta. E provar que isso nos eleva espiritualmente, não é mesmo? É um
sacramento, não é um vício, e vocês, o povo das cidades, é que vão lutar
por esses direitos."
(Extraído do livro "O Guia da Floresta" - cap. I - O mago de Rio
Branco pág. 27" de Alex Polari de Alvarenga.)
Veja um trecho em que o autor compara Sebastião Mota a um
profeta:
"Um profeta é um pouco diferente de um mestre, que apenas transmite o
seu conhecimento e ajuda o discípulo a realizar aquilo que ele já
vislumbrou. Não é apenas instrutor de discípulos, mas mestre de um
povo, empenhado no cumprimento da palavra de Deus, artífice do plano
divino na realidade material, temporal e humana. O mestre pode se dar o
luxo de ser uma personalidade totalmente serena e autocontrolada. Por
ser guardião da Palavra Divina, o profeta precisa, em alguns momentos,
denunciar a rebeldia e a resistência daqueles que são inconscientes ou
que não querem ver a Palavra realizada. Nesses momentos, a figura de
Sebastião Mota se agigantava ainda mais... Clamava para que
acordássemos do nosso torpor e víssemos aquilo que ele estava vendo...
Reduzia a pó qualquer ilusão ou falsidade que quiséssemos manter em
nosso coração. Era nesses momentos que nós, seus afilhados,
reconhecíamos nele a força de São João Batista e a vibração da Justiça
Divina daquele grande ser que o próprio". Cristo disse ter sido Elias.
No final da década de 70 e começo da de 80, um novo fenômeno ocorreu.
Viajantes, buscadores, jovens mochileiros na rota de Machu Pichu faziam
circular entre os "iniciados" a notícia da existência de uma comunidade
perto de Rio Branco que usava uma misteriosa bebida mágica, de origem
inca. Foram esses ecos que me levaram até lá e, uma vez chegando, sentime em casa. O Padrinho nos esperava. Desde a década de 40, os hinos
falavam desse povo que viria de longe, até do estrangeiro, se juntar ao
povo que começou a ser colhido pelo Mestre Raimundo.
Irineu Serra. O Padrinho nunca se esquecia das palavras do Mestre: "Seu
Sebastião, esses daqui ainda não são o nosso povo, são apenas os esteios.
O nosso povo ainda vai chegar de longe".
(Extraído do livro "O Guia da Floresta -Introdução, págs.13 e 14 de
Alex Polari de Alvarenga.)".
Deturpações sobre a doutrina daimista
A doutrina daimista vem sendo descrita e relatada de forma equivocada
nas últimas décadas em trabalhos acadêmicos e também por diferentes
veículos da mídia, seguido o jornalista, psicólogo e escritor Luiz Carlos
de Carvalho Teixeira de Freitas, estudioso do tema. Em um artigo
apresentado na mesa redonda "Velhos e novo usos da Ayahuasca no
Brasil: contrastes e perspectivas", realizada durante o Primeiro
Encontro Paulista de Xamanismo, realizado em 2006 em Cotia, São
Paulo, o autor aponta essas incorreções e faz comparações com a
doutrina originária de Raimundo Irineu Serra. As informações contidas
nesse artigo são parte do trabalho do autor nos livros "O Mensageiro - o
replantio da doutrina daimista" e A Rainha da floresta - a missão
daimista de evangelização". Para demonstrar o ponto de vista do autor,
reproduziremos aqui na íntegra alguns trechos desse artigo.
"As Origens".
Para quem já leu sobre a doutrina daimista, é conhecido o fato de que
Raimundo Irineu Serra, o maranhense que viria a ser o pregador da
doutrina daimista a partir de 1931, veio para o Acre por volta dos vinte
anos de idade para arriscar a vida como seringueiro. Sabe-se também
que na divisa com Peru e Bolívia conheceu a bebida ayahuasca, habitual
entre os pajés e curandeiros da região desde tempos imemoriais. E sabese que, década e meia após, mestre. Irineu viria a denominar a bebida de
"daime", utilizando-a daí por diante como recurso para a pregação de
uma doutrina religiosa.
Quase tudo, porém, o que se escreveu sobre o processo formativo desta
doutrina, seu propósito e sua identidade, é falho enquanto informação.
Por uma compreensível razão: desde os primeiros estudos acadêmicos, a
amostra adotada como referência do que seria a doutrina daimista não
representou esta doutrina tal qual ela foi revelada a mestre Irineu e
pregada depois por ele, por ser composta de material de campo colhido
no Cefluris - Centro Eclético da Fluente Luz Universal Raimundo Irineu
Serra, uma dissidência com sistema de crenças e práticas rituais
diferentes, senão opostos, ao que, de fato, caracterizou a doutrina
daimista tal qual foi revelada e pregada. Desta forma, descreveu-se e se
analisou uma dissidência, ao invés de se descrever e analisar a forma
original, enviesando a percepção que se pudesse ter sobre a doutrina
daimista.
A Base Doutrinária
Mestre Irineu fez sua passagem (faleceu) no ano de 1971, mais
precisamente em julho. Até então, a doutrina daimista fora
exclusivamente cristã, nunca preconizara a mescla de cultos ou o uso de
outras plantas psicoativas juntamente com o daime - fosse jurema,
maconha, cogumelos ou quaisquer outras - e sempre fora pregada dentro
dos princípios de identidade e propósito expostos em seus hinos e nos
ensinamentos orais de seu pregador inicial.
Para a posteridade, mestre Irineu deixou determinado como base
doutrinária os hinos de cinco hinários, o seu e de quatro seguidores,
Germano Guilherme, João Pereira, Maria Marques Vieira "Damião" e
Antonio Gomes da Silva, em fato reconhecido até por seu principal
dissidente, Sebastião Mota de Melo, motivo pelo qual todo princípio de
crença que destoe dos expostos nos hinos da base doutrinária não pode
ser tomado como próprio da doutrina daimista, se por "doutrina
daimista" se entende, como estou entendendo aqui, o que foi revelado a
mestre Irineu e pregado nos hinários da base doutrinária.
O Viés
Alguns anos após a passagem de mestre Irineu, Sebastião Mota de Melo,
até então um de seus seguidores instaurou sua própria forma de serviço
religioso, dando início em 1974 a reuniões regulares na Colônia 5.000, o
local onde vivia nos arrabaldes da cidade de Rio Branco, e fundando em
1978 o Cefluris. A despeito da homenagem a mestre lrineu, no entanto, a
dissidência já se evidenciava: "Centro Eclético". Pois aos poucos
Sebastião Mota foi agregando ao que era doutrina daimista práticas
rituais firmemente desaconselhadas por mestre lrineu, segundo inúmeros
de seus seguidores iniciais e até mesmo quem residiu em sua própria
casa, como seu sobrinho Daniel Acelino Serra e seus filhos adotivos
Paulo de Assunção Serra e Percília Matos da Silva.
Entre tais alterações, como a gradativa ênfase em aspectos de "cura" e
na realização de "serviços bailados", a aceitação da incorporação de
entes espirituais com abolição de consciência e a adoção de práticas
vindas do candomblé, como o "beija-mão" ritual, em 1977 seria
introduzida a prática ritualizada do maconhismo, em aberta divergência
com as orientações de mestre Irineu, que ensinava que "quem quiser
seguir comigo é com daime e não com outra mistura nenhuma, nem de
linhas nem de plantas", segundo depoimento de Percília Matos da Silva
que registro no "O Mensageiro". No tocante à interdição do uso de
outras plantas, já não fosse esta declaração de Percília Matos da Silva,
a qual além de filha adotiva foi braço-direito de mestre Irineu por quase
quarenta anos, cito testemunho narrado por Paulo de Assunção Serra e
colhido por mim no ano de 1994 na cidade de Rio Branco: "de 1959 a
1969 eu estive em Belém do Pará, onde fui tentar a vida e casei com a
Altina, minha mulher. Lá, eu conheci a maconha e ‘viajei’ um pouco com
ela. Aí, ao voltar a Rio Branco, um dia fui visitar papai e levei um pouco
para ele, perguntando se era bom eu usar. Ele olhou, pensou um
bocadinho e me disse: ‘Olhe, Paulo, pegue isto e enterre lá no pé
daquela paxiúba [palmeira típica do Norte brasileiro], pois isto não é da
doutrina, não, e não vai ser bom você usar".
No período de 1977 a 1981, contudo, importantes ocorrências se deram
na Colônia 5.000: a absorção de andarilhos vindos de centros urbanos
do Sul e Sudeste e a decisão da implantação de um modelo social
comunitário - nos moldes do preconizado pelo movimento hippie,
dominante na segunda metade dos anos 60, mas prolongado no Brasil
até a década dos 70 -, a castração e morte de um homem, a prisão de um
rapaz portando daime e maconha nas ruas de Rio Branco e a invasão da
Policia Federal para erradicar o plantio na propriedade.
A seguir, naquilo que sempre foi destacado somente como ocorrência de
messianismo popular, mas bem provavelmente como alternativa para
escapar à crescente pressão social e legal, Sebastião decidiu trasladar a
população da comunidade para o interior da floresta amazônica,
abrindo o seringal "Rio do Ouro" e, adiante, o vilarejo "Céu do Mapiá",
ambos no Estado do Amazonas.
Neste exato sentido, os antropólogos Alberto Groisman e Clodomir
Monteiro da Silva respectivamente registraram que, "no final da década
de 70 (...) chegam ao local, vindos de centros urbanos, jovens andarilhos
(...) Sua inserção no grupo provoca Uma redefinição dos valores até
então praticados e inaugura uma ideologia de comunidade" e, "por falta
de condições para aquisição de tratores e outros implementos, visando
reciclar a terra cansada, por causa, ainda, do crescimento da
comunidade e, principalmente, por se sentirem constantemente
perturbados pela presença de elementos da Polícia Federal e de pessoas
não identificadas inteiramente com o Projeto, a partir de maio de 1980 o
Cefluris iniciou abertura e implantação do seringal 'Rio do ouro' ". .
Nessa época o daime ganhou visibilidade nacional pela mídia - embora
as práticas daimista já ocorressem em Rio Branco havia meio século -,
atraindo a atenção para o que passou a parecer uma "nova religião",
mesmo que os hinos da base doutrinária daimista nunca tivessem
afirmado isso e que mestre Irineu o negasse com firmeza: tratava-se da
pregação, "à moda local",da "doutrina de Jesus Cristo Redentor", em
culto devocional a Maria Santíssima e em missão evangelizadora sem
nenhuma violação aos princípios dos Evangelhos, não derivando de
sincretismo com cultos anteriores ou, então, contemporâneos, nem
tampouco surgindo como uma outra forma popular de catolicismo, por
reinterpretação de rituais católicos, como já se quis também.
Foi a partir daí que se desenvolveram no Brasil os estudos sobre o que
passou a ser chamado de "culto do SANTO DAIME" ou "religião do
SANTO DAIME". Os estudos pioneiros são a pesquisa da historiadora
Vera Fróes Fernandes (1982- 1983), a qual resultou no livro "História
do povo Juramidam - A cultura do SANTO DAIME", e a dissertação de
Mestrado do antropólogo Clodomir Monteiro da Silva, "O palácio de
Juramidam - SANTO DAIME, um ritual de transcendência e
despoluição", datada de 1983.
A eles se seguiram vários outros, e menciono apenas alguns dos
nacionais, como a pesquisa da socióloga Geovânia Barros Cunha (O
Império do beija-flor, 1986) e as dissertações de Mestrado em
Antropologia de Fernando de La Rocque Couto (Santos e xamãs, 1989),
de Sandra Lúcia Goulart (As raízes culturais do SANTO DAIME, 1996),
de Arneide Bandeira Cemin (Ordem, xamanismo e dádiva - o poder do
SANTO DAIME, 1998) e de Beatriz Caiuby Labate (A reinvenção do uso
da ayahuasca nos centros urbanos, 2000), além de livros como o do
antropólogo Edward MacRae, Guiado pela lua - xamanismo e o uso
ritual da ayahuasca no culto do SANTO DAIME (1992), os do escritor
Alex Polari de Alverga, O livro das mirações (1984), O guia da floresta
(1992) e O evangelho segundo Sebastião Mota (1998), o do antropólogo
Alberto Groisman, Eu venho da floresta - um estudo sobre o contexto
simbólico do uso do SANTO DAIME (1999), e o organizado pelos
antropólogos Beatriz Caiuby Labate e Wladimyr Sena Araújo, O uso
ritual da ayahuasca (2004).
Todos estes estudos, todos e muitos mais outros, no entanto; cometeram
o mesmo e crucial erro metodológico, falhando naquilo que se espera de
um trabalho de referência: segura informação. Pois, tomando por base o
que se passou a praticar anos após a passagem de mestre Irineu, e
aceitando por fiel testemunho da história e do perfil da doutrina daimista
os depoimentos verbais de Sebastião Mota de Melo e de seguidores seus,
duas décadas de produção acadêmica registraram princípios de crença e
aspectos doutrinários acreditados por estes como se caracterizassem de
fato o que fora um dia a doutrina daimista.
Incorporações
Quando mestre Irineu ensinava, segundo inúmeros de seus primeiros e
principais seguidores, que pode ocorrer incorporação desde que a
consciência seja preservada, para expansão do conhecimento pessoal ou
partilha de ensinamento com irmãos, em um dos aspectos mais discretos
dos ensinamentos doutrinários daimistas, ele se referia à possibilidade
de "convivência", em uma mesma pessoa, por instantes que fosse ou por
períodos mais longos, do espírito que anima a pessoa e de um ente
espiritual, em um fenômeno humano universal e nem de longe restrito
aos ensinamentos kardecistas.
É suficiente relembrar um dos principais teólogos cristãos, que
antecedeu em mais de milênio e meio a obra de Alan Kardec. Lecionou
santo Agostinho que, "quando um espírito se une a outro, é possível que
comunique a ele o que sabe, graças às imagens que possui, seja levandoo a entendê-las, seja a aceitá-las como quem aprende".
Como Percília Matos da Silva relatou, segundo depoimento colhido por
mim em 1996, "o Mestre sempre dizia: 'quem quiser seguir e aprender
alguma coisa dentro dessa doutrina é com daime, não tem esse negócio
de misturar com isso, misturar com aquilo, nem entrar em outras linhas'
(...) E por isso o Mestre não adotava, não sabe? Esse negócio de
incorporação, essas coisas ele nunca adotou, porque d,entro da linha do
daime, Se o irmão está preparado, toma o daime e vai procurar a sua
linha, o seu seguimento. O irmão recebe a mensagem que for preciso, a
entidade até vem e lhe diz, o irmão olhando a entidade, então o irmão
ouve ou tem por intuição. Mas consciente! A mensagem! Não precisa
mandar recado, não sabe? (...) O que ele falava era isso: há mais
mentira do que verdade, nessas linhas da incorporação. Onde existe uma
verdade, existem cem mentiras ".
Interessa assinalar este ponto, para que não se pense em preconceito
contra cultos de matriz africana, como já me apontaram também. Tratase do fato de que "nem toda religião contemporânea propõe um trabalho
interno, ou espera isso de seus seguidores; quer dizer, nem todas as
formas de religiosidade esperam desvelar o caminho das moradas
internas", como resume o antropólogo brasileiro José Jorge de
Carvalho.
Na dissidência estudada, porém, pela própria história pessoal de
Sebastião Mota de Melo - que incorporava, quando jovem - e, depois,
pela mescla com cultos de matriz africana, adotou-se o incentivo a
incorporações, inclusive com abolição da consciência, resultando uma
importante modificação dos rituais da doutrina daimista, interpretada
depois, pelos estudiosos e pela mídia, como representando a doutrina
daimista original.
Serviços de cura e bailados
Outro pormenor diz respeito aos "serviços de cura". Se recuarmos ao
início da doutrina daimista, nos idos dos anos trinta do século XX,
veremos que a primeira iniciativa de mestre Irineu foi implantar as
sessões de "concentração" aos sábados, nas quais os fiéis tomavam
daime e se sentavam em silêncio, como até hoje, imersos em meditação.
Meditação sobre si, seu entorno familiar ou social, a espiritualidade e o
propósito da vida, enfim. Algo após passaram a existir "serviços de
cura", se solicitados por homens ou mulheres que sofriam de algum grau
de distúrbio orgânico ou emocional e criam ali obter resolução para
seus problemas ou, ao menos, conforto.
Tais "serviços de cura", quando ocorriam, até a passagem de mestre
Irineu eram realizados em silêncio contrito (e nunca cantados, como
Sebastião Mota de Melo estabeleceu depois), com a "banca de cura"
rogando pelo "doente", por caridade, buscando fazer de sua ardente
oração apelo para que o Espírito Santo de Deus "curasse" quem fosse
merecedor.
Muitos anos mais tarde é que mestre Irineu instituiu como prática ritual
os "serviços bailados de hinário", ou festejos, inclusive acolhendo a
iniciativa de irmãos, por nada de mal identificar em celebrações de
louvor realizadas em dias por convenção consagrados a santos e, em
verdade, vislumbrando benefícios para todos, ocasiões nas quais os
hinos já recebidos por ele e irmãos ou irmãs pudessem ser cantados
festivamente: São João, na casa de Maria "Damião", em meados dos
anos trinta (o primeiro serviço bailado registrado na história da
doutrina daimista), São José, bem mais de uma década à frente, por
sugestão pessoal' de Francisco Granjeiro, e outros.
Livros na Internet
Os livros "O Mensageiro - o replantio da doutrina daimista" e "A
Rainha da floresta - a missão daimista de evangelização", de autoria de
Luiz Carlos de Carvalho Teixeira de Freitas, que contêm uma análise
mais profunda sobre a doutrina daimista, podem ser encontrados na
íntegra no site: www.juramidam.jor.br .
III - Drogas e Xamanismo
Eu temo que as drogas aqui no Brasil sejam liberadas. Os pensamentos e
desejos de vários milhões de pessoas juntas podem sim resultar na
aprovação de leis que liberem as drogas, e, é claro, em prejuízo
exclusivamente da nação inteira. Um grande número de irmãos e irmãs
do CNSC eram freqüentadores e fardados das igrejas do padrinho
Sebastião (Cefluris). Mas, hoje, eles estão totalmente recuperados, andam
na luz e ainda se esforçam muito para tirar seus antigos colegas de
SANTO DAIME das drogas. Portanto, tirar as máscaras do Cefluris é um
dever, uma obrigação. Na verdade, estou zelando inclusive por você, que
talvez eu nem conheça, mas está sendo alertado ao ler este livro.
Saiba que não há rancor em meu coração. Nem mesmo conheci
pessoalmente o padrinho Sebastião Mota de Melo e nunca estive com o
Alfredo Gregório, seu filho. Mas a ilusão das drogas que eles propagam
tem conseqüências graves e pode vir a prejudicar em muito as pessoas de
nossa sociedade. Além do mais, onde estaria minha luz se eu ficasse
neutro e omisso em relação à podridão das drogas que, insanamente, o
Cefluris espalha nas famílias do país onde nasci? Onde está a luz de um
padrinho que é dominado pelo vício?
Irmãos prestem atenção: o mundo está mudando, o mundo está bem mais
evoluído. Só se refugia nas drogas aquele que ainda não entendeu isso.
Tais mudanças trouxeram conseqüências marcantes, pois está se
fechando o espaço para a ilusão de "guerra, sombra e água fresca", "viva
e deixe viver", "paz, amor e rock 'n rol" e para a ilusão de ficar se
drogando em nome do amor, do espiritual e do místico. Todas essas
coisas foram tolices das décadas de 60 e 70.
Hoje nos são cobrados a humildade e o reconhecimento de todos sermos
iguais tanto na liberdade como na responsabilidade. Hoje um novo
aprendizado nos é cobrado. Aqueles que insistirem no erro, rejeitando as
mudanças, já estão fadados à falência moral, espiritual e material. Hoje
nos é cobrado, todos os dias, o esforço para o auto-aperfeiçoamento.
Hoje nos são cobrados o dinamismo, a vontade forte e muita
responsabilidade. Hoje a sociedade nos cobra equilíbrio emocional,
gentilezas e ações doces, sem almejar nada: em troca nas relações com
outras pessoas, principalmente colegas de trabalho e irmãos de igrejas.
Hoje nos é cobrado o fim da hipocrisia. Na nova era, ninguém terá o
direito de pensar pequeno, fazer coisas pela metade, não se envolver, não
participar, não lutar. Hoje as empresas recrutam apenas os melhores e
mais esforçados de cada área, mas não podem esquecer do equilíbrio
emocional de cada um deles. Hoje sabemos que não existe empresa
100%
com
funcionários
só
50%
equilibrados.
Aos irmãos e irmãs presos na ilusão da santa maria que almejam a
liberação das drogas, digo que não lhes quero mal. Mas não posso ser
conivente com o mal que vocês propagam a tantos. Que retenham na
memória as qualidades do padrinho Sebastião de Mota Melo, mas
aprendam também com os graves erros que ele cometeu quando
disseminou as drogas, inclusive dentro do SANTO DAIME sério que o
mestre Irineu trouxe ao mundo. Mudem enquanto é tempo a sua formas
de pensar, de agir, acreditem que o futuro será espetacular para quem
souber viver e trabalhar os novos tempos. Na minha adolescência, li um
livro muito bom e escrito com muita simplicidade, que demonstra com
exatidão o tipo de espírito inquiridor que irá habitar a nova era. O curioso
é que esse livro nada menciona do terceiro milênio e apenas conta à
história de uma gaivota. O nome desse livro é "Fernão Capelo Gaivota".
Você o encontrará com facilidade em qualquer biblioteca pública do seu
bairro ou cidade e em poucas horas já o terá lido por inteiro.
O terceiro milênio, no qual já estamos entrando, será habitado por
pessoas que não aceitarão as verdades efêmeras, mas se esforçarão e se
empenharão com afinco para atingirem as verdades absolutas. Cada vez
que você defende que a igreja é a casa de Deus, você nega a parte de
Deus que está dentro de você mesmo. Pois o homem já nasce sendo o
templo vivo de Deus e Ele não habitará em nenhum lugar feito por mãos
humanas. Cada vez que você permite que um vício sobrepuje seu
espírito, você nega a posição de Deus filho que você já ocupa. E eu não
falo apenas do vício em drogas, como maconha, cocaína e outras drogas
falo também do vício da mentira, do vício da hipocrisia, do vício da
avareza e principalmente do vício da preguiça. Saiba que quem escolhe
viver no mundo das ilusões e finge crescer, ao invés de viver na realidade
do espírito e travar as lutas do crescimento, possui o vício da covardia.
Polaridades não são inimigas, mas existe a ordem natural do valor de
cada um. Dentro de você existe o ego e o espírito, ou seja, a mente
racional e a mente espiritual. Qual delas você acha que tem maior valor?
Qual delas está comandando você?
Uma coisa eu posso lhe dizer, meu filho, qualquer forma de vício provém
apenas do ego. Qualquer forma de justificativa provém do ego. Até
aquelas historinhas sobre hostes treveiras poderosíssimas que alguns até
dizem ver, na verdade provêm apenas dos demônios internos que a
própria pessoas possui, ou seja, do ego. Ele é o pai de todo sofrimento. O
ego é o lado escuro dos seres humanos. E é também o pai da cegueira
espiritual. Exatamente as mentes racionais que se julgam grandes, às
vezes por terem feito uma faculdade, defendem, inconseqüentemente, a
liberação das drogas, não se importando com os estragos que causarão
aos filhos dos outros e à nação. Na cegueira do ego, desprezam,
inclusive, o fato de que os jovens de hoje são o alicerce do amanhã desta
nação.
A grandiosidade de uma nação é apenas o reflexo de sua cultura. Que
cultura espera ter uma nação, com seus filhos usando aquilo que
prejudica a saúde e ainda mata os neurônios? Filho, eu aqui ensino o
xamanismo. Mas o xamanismo verdadeiro, onde a ciência é unificada
com a espiritualidade. Razão e intuição, ciência e espiritualidade são
coisas que precisam andar lado a lado. Aquilo que venho ensinando é o
que a física quântica está comprovando cada vez mais.
No xamanismo, sabemos que a felicidade não existe na individualidade,
mas na coletividade. Então, desejamos muito ver você feliz também,
independentemente de quem você é, porque o xamanismo não tem povo,
não tem tribo, não tem nação e não tem planeta. Para o xamanismo não
há fronteiras. Xamanismo é universalismo!
Vocês podem observar que, no nosso estatuto, antes das palavras CNSC,
está escrito "Instituto Espiritual Xamânico". Isso porque aqui se perpetua
o bom caminho vermelho, tal qual me foi ensinado pelos Lakotas e Sioux
na minha última encarnação. Sim, eu sou um espírito Lakota dentro do
corpo de um branco e que expresso com muita honra a firmeza e o amor
dos Lakotas.
Aqui no CNSC todos os povos estão reunidos em um só povo. Aqui é um
local sagrado onde todas as egrégoras se fundem em uma só. Abaixo de
Wakan Tanka há apenas irmãos. Na verdade, todas as egrégoras de luz
do astral superior são apenas uma. Elas se moldam de acordo com a
necessidade psicológica de uma pessoa ou um povo para não serem
rejeitadas e poderem ajudar. A Mãe Divina é a representação feminina da
mente de Deus e se apresenta sob diversas personalidades, como
Yemanjá, Nossa Senhora da Conceição, Mulher Búfalo Branco, a deusa
da Wicca e outras. O Mestre Jesus (meu Senhor e de Quem apenas sou
servo) é a representação da mente crística, da rosa que desabrochou na
cruz.
Conheço muito bem as plantas de poder, a forma correta e responsável de
usá-las. É preciso entender que há uma diferença marcante entre plantas
medicinais, plantas de poder e plantas de poder professoras. Nem toda
planta de poder é uma planta mestra! Algumas tribos indígenas que
conhecem a cannabis sativa ou maconha, dão a ela um nome cuja
tradução é "planta que te prende". A palavra maconha, por si só, já
significa mau conhecimento. A cannabis sativa é uma boa planta
medicinal e possui fins curativos, mas apenas se usada da forma correta.
O uso correto, desta planta medicinal é a extração de um óleo da sua raiz,
que, aplicada sobre a pele, é muito boa para alguns problemas da mulher
e para o glaucoma. Alguns médicos afirmam que ela é boa para prevenir
o câncer. Mas, se for ingerida como chá, bolo ou ainda de outras formas,
mesmo que pitada, tragada ou fumada sob a alegação de estar
consagrando santa maria, ela vai mesmo lhe prender no ego, prejudicar
muito sua sinapse cerebral, lhe deixar letárgico, enfraquecer sua memória
e chegar inclusive a matar seus neurônios. Energeticamente, causará o
atrofiamento dos seus chacras e rebaixará sua freqüência espiritual para a
freqüência grosseira da ilusão. E esteja certo, meu filho, maconha vicia,
sim!
Saiba que existem plantas que favorecem o espírito e plantas que
favorecem a matéria. Portanto, uma favorece a libertação para as
verdades absolutas do espírito e a outra, se mal usada, prende o indivíduo
na ilusão das verdades efêmeras criadas por homens-ego e defendidas
como verdadeiras. Como toda medicação, se for utilizada da forma
errada, vai prejudicar e resultar em vícios. Mas o pior cego é aquele que
não deseja enxergar.
Imagine uma carruagem puxada livremente por um belo par de cavalos
fortes numa estrada. Os cavalos são fortes e estão acostumados a
guiarem-se sozinhos e ir onde desejam. Estão acostumados a correr por
essa estrada da forma que bem entendem. Eles realmente pensam que são
os donos da estrada.
Para total surpresa dos cavalos, há um passageiro dentro da carruagem. O
passageiro diz: "Parem!" Os cavalos fortes se assustam a princípio,
raciocinam um pouco e dizem a si mesmos: "Deve ser sol demais". O
passageiro ordena novamente e com mais força: "Parem!" Os cavalos
levam um outro susto. Desta vez, percebem que há algo a mais na
carruagem, mas oferecem grande resistência, pois pensam que são
senhores de si mesmos. O passageiro então apanha as rédeas com as duas
mãos e as puxa com força. Trava-se uma pequena batalha entre os
cavalos e o passageiro, até que os cavalos obedecem e fazem exatamente
a vontade do passageiro.
Os dois cavalos fortes são o seu cérebro e a sua mente racional, ou seja, o
seu ego. Até hoje eles vêm dominando você, são eles que têm dado as
ordens e estão acostumados a fazer apenas as próprias vontades. A
carruagem é o seu corpo, O seu aparelho. Nada mais que um veículo para
o passageiro experimentar o mundo da matéria. E o passageiro é você,
sua mente espiritual. É aquele que não precisa pensar, porque se pensou
não é você. A consciência é o passageiro, é você! Compreende agora?
Mas não se esqueça que o passageiro precisa começar a puxar as rédeas
dos cavalos.
Então, que tal usar apenas o que fortalece o passageiro e não os cavalos?
Eu disse há pouco: "se pensou não é você!" Sei que isto pode soar de
uma forma estranha, até porque você está acostumado a pensar sempre.
Então, proponho que faça uma experiência comigo neste exato momento.
Escolha um objeto e olhe fixamente para ele. Com o seu dedo indicador,
o fura bolo, aponte para o objeto escolhido. Conclusão: você está vendo
um objeto fora de você e ainda está apontando para ele com o dedo,
certo? Agora olhe para o seu corpo. Você consegue vê-lo, não por inteiro,
mas você o vê. Olhe para o seu pé e aponte o indicador para ele.
Conclusão: você está vendo o lado de fora do seu pé e ainda apontando
para ele, não é? Agora, coloque o seu indicador exatamente na frente dos
seus olhos e aponte para você. O que você vê? O seu dedo! Então, cadê
você?
Você pode até alegar que está aí dentro do corpo, mas isso não pode ser
verdade porque só enxerga fora àquele que está do lado de fora. Se você
estiver no fundo de uma caverna fechada, conseguirá enxergar o que tem
lá fora? Sabe que não. No máximo, poderá usar a faculdade da memória.
Este conceito pode lhe surpreender, mas é verdadeiro. Quer ver só?
Feche seus olhos. Veja seu coração. Consegue ver seu coração? Claro
que não! No máximo, você poderá usar a memória, relembrando da
figura de um coração que tenha visto numa revista ou vídeo. Você não
pode ver seu coração porque ele está na parte de dentro. E a parte de
dentro você não enxerga. Mas as coisas externas você enxerga, e muito
bem! Por que, então, você enxerga as coisas externas? Responda-me
agora: onde você está? Porque dentro deste corpo você não está! Você,
que é aquilo que não pensa, está sim conectado ao corpo e se manifesta
através dessa carruagem.
Conceitos como esse integrarão o terceiro milênio. Aqueles que
insistirem em permanecer na ilusão do ego e nos vícios não terão espaço
para coexistir com as verdades absolutas do povo da nova era. Já
observou como uma criança pede comida? Tão logo ela tenha aprendido
a verbalizar um pouco, como a criança pede comida a sua mãe? Acaso
ela diz: "estou com fome?" Não! Ela diz: "Joãozinho está com fome". A
mãe retruca na hora: "'Joãozinho está com fome' não, você está com
fome!" A criança estranha e ainda insiste: "Joãozinho está com fome".
Sabe por que a criança se expressa assim? Porque toda criança nasce
sabendo que aquele corpo e aquela mente pensante não é ela. A criança
nasce sabendo quem é, ela tem identidade. É natural em toda criança o
fato de que ele está muito além do corpo e da mente racional. Mas não
demora pra que os adultos comecem a recriminá-la com insistência,
impondo-lhe afirmações racionais: "'Joãozinho está com fome' não, é
você quem está com fome!" A criança ainda se encontra em um estado
frágil. De tanto o adulto se impor, termina por massacrar a identidade da
criança, que começa a aceitar essa falsa identidade que são o seu corpo e
a sua mente pensante.
Mas, então, quem é você e onde você está? Porque seu corpo é apenas
um aparelho sensorial que permite experiência r o mundo da matéria, da
ilusão. A mente é apenas um veículo. Ela é pensante e, se pensa, também
não pode ser você. É o ego que se manifesta através da razão, da lógica,
dos pensamentos. E o ego não é você. Na verdade, ele é uma ferramenta
maravilhosa que você tem mas que será o seu lado negro se você não o
dominar.
Você está muito além do corpo e da mente. Você é muito mais do que
seu corpo e sua mente. Mas, então, quem é você e onde você está? É para
a obtenção destas respostas que o xamanismo encaminha você. Na
integração cósmica você sabe essas respostas. Existem vários caminhos
que irão lhe conduzir para a integração cósmica. Na verdade, todos os
caminhos levam a Deus. Uns são rápidos e retos, como nos ensina a luz.
Outros são cheios de curvas e longos demais. Daí a expressão: "uns vão
pelo amor e outros pela dor".
A meditação e as plantas de poder, se usadas corretamente, são um
desses caminhos rápidos e retos para a integração com o cosmo, para a
integração com Deus. Ambos lhe conduzirão para os estados mentais da
consciência ampliada. A ayahuasca, em rituais de xamanismo, é um
atalho para a iluminação. Esse atalho, além de não fazer curvas, ainda é
turbinado. Plantas medicinais usadas da forma errada também lhe levarão
à integração com Deus, mas será por um caminho cheio de curvas e
muito demorado. Pelas drogas você chegará a Deus através da dor,
através do sofrimento. Drogas só geram sofrimento. E o sofrimento é
uma das formas de retomar a Deus. Mas você pode escolher ir a DEUS
pelo caminho do amor!
Deixo aqui registrado que tenho a consciência de muitas das minhas
encarnações passadas. Já fui hebreu, negro, amarelo e vermelho. Já estive
na posição de escravo e na posição de senhor de muitos escravos. Fui
membro de igrejas, mas também sacerdote nas sinagogas. Outrora fui
soldado e usava o gládio, mas também fui centurião. Julguei ter sido
muito injustiçado por alguns, mas também cometi grandes injustiças
quando nasci em família nobre. Outrora, vivi momentos de grande paz e
momentos de grandes guerras.
Um dia amadureci e, ao olhar para trás, vi o quão grande era a jornada
que eu havia caminhado. Trago dentro de mim experiências de muitas
culturas e das religiões provenientes delas. Por isso, sei que o Grande
Espírito olha para todos nós da mesma forma, com o mesmo amor.
Também é por isso que ensino o respeito a todos os povos e a todas as
igrejas. Não busco discípulos, busco irmãos. Irmãos caminhando juntos,
de mãos dadas, todos unidos pelo mesmo objetivo de um mundo bem
melhor.
Aqui não há mestres nem discípulos, porque sei que todo ser humano é
mestre e discípulo ao mesmo tempo. Mestre mesmo é o Senhor Jesus,
que comanda todo o astral superior e foi Ele quem me enviou. Por isso, o
CNSC é um solo ecumênico. Eu prego somente o amor, não prego o
poder. Poder somente a luz possui, mas os que andam na luz comungam
com o poder. Somente o amor lhe põe no caminho da luz. Portanto, só
comungam o poder da luz aqueles que amam. Não existe poder sem
amor. Mas não se iludam, há situações em que é justo o filho da luz usar
o poder. Principalmente em assuntos que envolvem honra e sacrilégios,
pois é aí que a pessoa vai descobrir que a justiça sempre virá antes da
benevolência!
Aqui recebemos irmãos de todas as religiões e de todos os povos. Aqui
freqüenta o budista, o espírita, o judeu, o umbandista, o evangélico, o
católico, o místico e o esotérico, o sábio e o ignorante, o culto e o pouco
letrado. Aqui vêm pessoas de todos os povos e de todas as denominações.
Mas todos eles encontram um contato mais íntimo com Deus.
Aprendi, ao longo de todas essas jornadas, que somente o contato mais
íntimo com a Luz Maior nos transforma para melhor. Por isso ensino o
xamanismo. Porque xamanismo não é uma religião e nem uma doutrina.
Xamanismo não é apenas um dos raios do espectro, mas sim o espectro
inteiro. Xamanismo é integração. No bom caminho vermelho se aprende
rápido que todo homem precisa encontrar seu centro. Aqui você
encontrará seu centro. Quando, nas tribulações da vida, você se distanciar
de seu centro, aqui sempre poderá encontrá-lo.
Ainda vai chegar o dia em que você também vai olhar para trás e ver o
quão grande é a jornada que já caminhou. Ainda vai chegar o dia em que
você também vai saber quem você é e onde se encontra. Ainda vai chegar
o dia em que você vai entender que as trevas fogem da luz, porque a luz
mostra para as trevas por que elas são trevas.
Eu só apregôo o amor. Na qualidade de xamã, eu apenas mostro portas
dentro de você que você desconhecia. Mas a chave que abre estas portas
é o amor. Só ensino as virtudes do espírito que todo ser humano traz
latente dentro de si. Mas o amor é à base de todas as virtudes.
Tenho ensinado sempre que devemos ser forte com os fortes e fraco com
os fracos; que em meio a lobos precisamos ser leões, não cordeiros; que
devemos ser bons e não bonzinhos. Sou grato ao Grande Espírito por ter
vivido o suficiente para ver milhares de irmãos e irmãs despertarem seu
próprio guerreiro interior e se transformarem em guerreiros do coração.
Minha missão já está quase cumprida com a publicação desse livro.
Tenho dado o testemunho vivo do desapego material, da consciência da
impermanência e do amor incondicional. Já espalhei as sementes das
boas novas a muitos e muitos milhares de irmãos e irmãs. Quando eu me
for, seguirei em paz, pois saberei que tive uma existência útil que deixei
minha singela contribuição para o surgimento de um mundo bem melhor.
Mas volto a frisar que quem não junta espalha. Espiritualmente, não
existe a omissão, apenas a conivência. O omisso em relação ao mal é, na
verdade, conivente com o mal. Ninguém é mestre. Todos são mestres. O
Cristo é o seu Mestre!
Testemunhos de quem viveu o FALSO SANTO DAIME
Meu nome é L. M. B. M. A., nasci em Santana do Livramento Rio
Grande do Sul em 28 de novembro de 1955. Sou dentista, isto é, exerci
Odontologia Preventiva - Odontopediatria por 18 anos. Depois fiz pósgraduação em Administração de Empresas e trabalhei mais 6 anos na
TV Setorial- TV educativa e regional do Vale do Paraíba.
Agradeço a Deus a oportunidade e a honra de estar lado a lado do
Gideon, meu amigo e padrinho do Céu Nossa Senhora da Conceição,
mas por mais que eu coloque aqui alguns adjetivos nunca serão
suficientes para descrever a firmeza e a garra de uma pessoa que
abraçou uma missão de peito aberto e não descansa até vê-Ia cumprida.
Como ele mesmo diz, devemos viver por algo que valha a pena dar a
vida.
Antes de contar o que sei, o que vivenciei, tenho que colocar alguns
conceitos e formas de conduta, portanto, ações que me norteiam.
Os Jargões da sociedade são frases ditas e repetidas há muito tempo que
se tornam "verdades" só porque escutamos desde que nascemos. Eles nos
enrijecem, ou "emburrecem" mesmo!
O principal jargão que não aceito é:
"Isto não é comigo" - eu "não sou responsável por isto" ou "pela
desgraça do mundo". Estas e outras frases semelhantes que podem ser
faladas em "mil e uma" circunstâncias deviam ser banidas da sociedade
porque encalham a evolução dela!
Se realmente é um assunto que eu não entendo eu posso responder: Isto é
com os marceneiros (por exemplo, porque não entendo nada de
marcenaria). Ou eu conheço um ótimo marceneiro, é o fulano. Ou, o
fulano deve conhecer um marceneiro podemos falar com ele ou o que for
possível se fazer, que se faça!
Mas pelo amor de Deus! Todos nós que estamos no mundo somos
responsáveis por ele sim e devemos mesmo fazer alguma coisa, qualquer
coisa, o que cada um puder!
Quando se trata de coisas que destroem a sociedade então, jamais
podemos nos omitir, ou apoiar. Como diz o Gideon: omissão não existe e
sim conivência.
Devemos ter envolvimento com o mundo, raciocinando e agindo assim, o
mundo muda mais rápido, a começar pelo que está a nossa volta.
A paz no mundo começa no meu interior, no interior de todos nós.
"Mas no meu interior é que tenho que dar conta primeiro e depois poder
ajudar o mundo a minha volta".
É verdade! Mas não podemos estacionar aí, neste estágio a vida toda. É
preciso sair da situação "preciso cuidar de mim" e entrar na situação
"eu posso fazer isto também, além de cuidar de mim". Este é o ponto! A
chave! O alicerce estruturado para a atividade, missão de vida.
Quando se sai desta "eu preciso de ajuda" para "eu posso ajudar" é que
a vida flui.
Ao estacionarmos no primeiro estágio estamos, de maneira muito
cômoda aceitando uma postura viciada, que faz com que as pessoas
passem a vida inteira pensando só nelas, e a hora de olhar para as
pessoas à sua volta, nunca chega. Dou conta da minha paz ao mesmo
tempo da de todos os que me cercam! Eu posso! Eu quero! Demais a
mais SOMOS UM. É só resolver.
Meu pai, M. M. M., dizia, com muita freqüência duas frases que me
marcaram e que comprovei a vida toda: RICO É AQUELE QUE DÁ E
POBRE É AQUELE QUE PEDE. Por mais necessitado que uma pessoa
seja, se ela enxergar a possibilidade de ajudar o outro, com amor,
estando inteira no ato, com a única intenção de ajudar o outro, ela muda
a situação dela mesma. A outra frase é: É IMPOSSÍVEL NÃO
BENEFICIAR A SI MESMO QUANDO SE PENSA E SE AGE NO BEM
DE TODOS.
O pensamento "primeiro cuidar de mim" tem justificado muito egoísmo e
muita omissão, multiplicando o número de Pilatos. Devemos ter sempre
em mente o bem coletivo a começar pelos mais próximos de nós. É
possível SIM, a qualquer instante, mesmo na maior das crises, ou
especialmente nelas. Não existe esse momento de pensar só em mim, sou
uma unidade importante do todo. O todo que me cerca precisa de mim e
vice-versa.
Devemos ter sempre em vista o bem da humanidade. Porque não? Somos
pequenos para isto? Não. Nós somos a unidade que compõe a
humanidade. Façamos cada um a nossa parte!
Minha parte aqui:
Quando ouvi falar sobre ayahuasca foi em um documentário no canal
Discovery Channel. Pegamos o bonde andando, meu marido e eu, mas
ficamos muito curiosos. Pouco tempo depois fiquei sabendo que em
Pindamonhangaba, local onde moramos tinha um local em que se fazia o
uso.
Fomos conhecer. Levei um choque inicial. Não sabia que era usado de
uma maneira tão ritualizada. Ou melhor, dogmática, hoje eu já sei me
colocar melhor nesta questão, não sou a favor de "dogmas nem tabus"
(dogma: ponto indiscutível de uma doutrina religiosa e tabu: proibições
convencionais impostas por costume ou tradição), mas rituais eu
respeito muito. A seriedade e a firmeza de propósitos acontecem na
seqüência de rituais (ritual: conjunto de práticas consagradas pelo uso,
que devem ser observadas em determinadas situações, são na verdade
uma metodologia eficaz de se atingir um objetivo). O Gideon, sempre
explica: Todo ritual deve ser revestido de toda seriedade e respeito, para
que se cumpra seu objetivo. Dogmas e tabus, escravizam e não tem
sentido prático, ao passo que o ritual você realiza livremente sem se
sentir constrangido. Mas só hoje, com a teoria e a prática bem
vivenciada, é que posso ter este discernimento.
Porém naquela época isto era impossível para mim e então
"mergulhamos de cabeça". Meu marido e eu passamos a freqüentar o
Santo Daime. Eu cheguei até a me fardar. Sempre lendo e estudando
tudo o que podíamos. Sempre buscando, meu marido e eu, cada vez mais,
esclarecimentos.
Embora fosse o hábito desta instituição fazer a "reunião de novos", por
mais que eu fosse a essas reuniões, elas não me esclareciam tantas
perguntas, mesmo as "respondidas". E depois, que consegui maiores
esclarecimentos, percebi que havia conhecimentos que se perderiam se
dependessem de um dia se perguntar. É que uma vez eu perguntei para
madrinha, no final de uma reunião: - Ana porque você não explica tudo,
numa ordem, numa seqüência, para não se perder. Olha, hoje, por
exemplo, você não falou da limpeza. - Ao que ela respondeu. - A gente
responde só o que perguntam. O Daime responde tudo.
Hoje entendo, muito bem, que esta postura é arriscada e desonesta. Por
tudo o que vivenciei. As explicações dadas na palestra inicial, feita em
todos os trabalhos "lá no Céu Nossa Senhora da Conceição comprovam
isto. É simplesmente uma atitude natural de respeito que o Gideon tem
com todas as pessoas que lá comparecem.
Ninguém que vai pela primeira vez participar de um ritual de ayahuasca
saberia perguntar o que é muito necessário saber para se ter uma boa
experiência com ela. E vale aqui repetir: Omissão é mentira!
Eu, empolgada e sem prudência (que "era"). Fui levando logo para lá
minha mãe, mais uma irmã (tenho outra irmã que já freqüentava) e,
também, um sobrinho. Meu marido tem uma propensão natural de não se
deixar envolver até se sentir muito seguro. Esta é uma qualidade
fortíssima nele. Eu me encantei e embora ainda continuasse a estudar, já
havia me entregado, tanto que levei mãe, irmã, etc.
Teve ocasião, que meu marido perguntou a madrinha, Porque Cefluris?
Resposta: Ah! Porque sim. Tínhamos que ter um respaldo legal e o
Cefluris é uma instituição "idônea" (na opinião dela!). Outra ocasião,
ele perguntou: Se o Daime harmoniza pessoas e grupos. Porque, justo o
mestre da Doutrina - Mestre Irineu, não cofiaria a sua esposa ou ao filho
prosseguirem. Porque ele confiaria a Doutrina a um "amigo"?!
Um dia meu marido, chegou com uma bomba. "Lá tem drogas". Eles
usam drogas, vamos lá e você vai ver. Fui e quando cheguei lá nem me
lembrei que deveria observar. Meu marido viu e começou a se revoltar.
Falava comigo e eu não queria ver. Hoje me dou conta de tudo, mas na
época, envolvida que estava, com minha mãe e irmãs junto a mim, não
queria mesmo enxergar!
Primeiro descobri que a linha que eu freqüentava não era única, tinham
outras. Depois descobri que esta linha (o CEFLURIS) é uma linha que
usa maconha, e não concordo com isto.
Eu cheguei a me fardar sem saber deste "detalhe" (omitido para variar!).
Detalhe de fundamental importância para mim. Me revoltei, mas hoje
entendo que foi o caminho que eu tinha que percorrer para entender a
minha missão.
Um dia, no meio da "crise" que meu marido e eu atravessamos por causa
da minha teimosia em não querer aceitar e de não querer ver que lá
havia drogas, falta de esclarecimento, falta de transformação, falta de
prosperidade e tudo o mais que a edificação do ego proporciona. Um dia
no meio desta crise, me vi no carro do "Padrinho Valter", junto comigo
estavam as minhas duas irmãs. Eu fui contando para eles que o Caio,
meu marido, "inventou" que lá tem drogas! Ai o padrinho Valter me
respondeu, e se as minhas irmãs tiverem firmeza vão confirmar! "Você já
viu um trabalho de Santa Maria aqui? Não (respondi) Então (ele
continuou), e durante a semana, eu vivo falando para os meninos, e só
duas vezes (que se pode usar a maconha). É que Lia... o Daime tem
destas coisas... ele tira muita gente das drogas, mas para alguns ele
apresenta!" (foi primeiro buraco no alicerce do que eu estava tentando
construir!).
O Daime que Raimundo Irineu Serra nos deixou, jamais apresenta
drogas para uma só pessoa sequer, que dirá para alguns! Depois, lá no
Céu Nossa Senhora da Conceição, eu descobri o número catastrófico
desse "alguns". Lá eu tive também muitos esclarecimentos, aliás, os
fundamentais. Na maior transparência e honestidade.
Continuo estudando_ lendo e buscando mais e mais esclarecimentos,
mas lá no Céu Nossa Senhora da Conceição eu aprendi muitas coisas
importantes, como:
. Que ayahuasca expande a consciência e você pode expandi-Ia de
outras formas. Como respirações, meditação e outras técnicas que lá são
ensinadas.
. Que a limpeza pode ocorrer e é bem vinda, quando se tem o que limpar.
. Lá eu fiz vários cursos e inclusive assisti a uma palestra com um
médico que faz um estudo científico sobre o efeito da ayahuasca
recuperando os danos causados pelas drogas no cérebro de pessoas
viciadas.
. Outra coisa muito importante que lá aprendi a fazer a separação do
ego do nosso eu centrado (eu superior). É tão maravilhoso viver este
conhecimento. Pode parecer estranho para quem não o vivenciou. Mas
só depois desta vivência é que começamos realmente nossas mudanças.
Enfim, é para lá que eu levo, muitas pessoas que buscam a luz do
entendimento na expansão da consciência. Vou levar, agora mesmo, uma
amiga, que esta sofrendo com um filho de 17 anos, que rouba da própria
casa para ter dinheiro para comprar drogas.
Aliás, sobre está história de ayahuasca com drogas preciso ainda por às
claras. No tempo em que freqüentei a instituição aqui de Pinda
(Cefluris), e me foi omitido o uso da maconha, como já contei, levei para
lá minha mãe e mais uma irmã, outra irmã já freqüentava e ainda
freqüenta junto com minha mãe. Hoje uma dessas irmãs não quer nem
ouvir falar em Ayahuasca, Santo Daime, ou Daime - mácula no nome!
Porque viu que lá usavam drogas, usaram na frente dela! - talvez uma
espécie de pressão para fazê-la usar. Sentaram-se em roda em volta da
minha irmã, após um trabalho, e começaram a pitar e passar um cigarro
de maconha, na roda estavam a madrinha e a alta diretoria da
instituição!
Mas quando comecei a freqüentar esta instituição ouvi (da madrinha),
na tal reunião de novos que os jovens usuários de drogas e os
alcoólatras perdiam, respectivamente, o gosto pelas drogas e pela
bebida. Achei maravilhoso! Fui buscar um sobrinho que sabia que era
usuário de maconha. Convidei meu sobrinho a ir comigo e eis o que
realmente aconteceu:
Na primeira vez que ele tomou o Santo Daime (lá eles usam este nome)
ele resolveu parar com as drogas e parou, durante três meses. Ai
aconteceu de haver uma caminhada para Aparecida. Ele foi sozinho, na
época eu ainda trabalhava muito e não podia estar em todos os eventos.
No meio da tal caminhada, meu sobrinho viu o padrinho e a madrinha,
do Cefluris, usando a maconha (ela tem um nome de Santa - acho que é
para sabotar a consciência), Meu sobrinho mergulhou nas drogas
novamente, por algum tempo pensou que eu apoiava àquilo.
Foi através deste sobrinho, e das suspeitas do meu marido e de tudo o
que eu vivenciei que, finalmente, descobri que estava apoiando uma
instituição que jamais apoiaria se soubesse de toda a verdade.
O Gideon deixa esta história muito bem esclarecida e, é por este motivo,
que é para lá que eu levei e levo tantas pessoas que necessitam de ajuda
e esclarecimento.
Eu mesma tive muita graças ao freqüentar este lugar. Tenho muito que
aprender ainda. Mas reconheço que meu progresso espiritual trouxe o
meu progresso profissional e financeiro e tudo o mais que já alcancei
graças a este percurso.
Tem mais algumas coisas que quero colocar aqui, como, por exemplo,
sobre o Curso de Difusão Cultural que fizemos na USP. Drogas Perspectivas em Ciências Humanas (03 de outubro a 05 de dezembro de
2006, às terças-feiras, das 19h30 às 22h30).
Verifiquei durante este curso um grande esforço de todos os integrantes,
ou melhor, a intenção muita bem declarada do movimento em si, de
encaixar a Cannabis Sativa como substância psicoativa de nenhum
malefício, ou até mesmo de muitos benefícios aos seus usuários.
As principais argumentações foram fracas e baseadas em análises que
desprezam, menosprezam ou mesmo ridicularizam a ciência e as
comprovações científicas. Não foi abordado em nenhum instante o uso
de drogas como catástrofe social que é. Houve um debate, se é que
podemos dizer que é debate, no encerramento do curso. Digo isto,
porque em um debate deve haver dois lados para debater e na verdade
houveram 4 discursos a favor da legalização da maconha. Lá foi muito
citado uma apostila da ABRAND - Associação BRASILEIRA
multidisciplinar de.Estudos sobre Drogas cujo tema da apostila é
Maconha - uma visão multidisciplinar. Esta apostila se contrapõe a uma
publicação científica da ABP - Associação Brasileira de Psiquiatria intitulada "Revisão Científica: Maconha e Saúde Mental".
Durante todo o curso houve ainda a intenção muito clara de se colocar
no mesmo caldeirão, ou na mesma prateleira a Cannabis Sativa e a
Ayahuasca, ignorando-se a diferença de ambas.
A Cannabis pegando carona nas qualidades da ayahuasca numa
tentativa de encantar e incentivar o seu uso.
A Ayahuasca foi trazida da cultura indígena para o homem branco pelo
ex-seringueiro Raimundo Irineu Serra - o mestre Irineu em 1930.
O fenômeno Mestre Irineu (mestre de nova era, como tantos mestres já
enviados para auxílio ao desenvolvimento da humanidade)
historicamente estudado e documentado, demonstra claramente que ele
foi o criador (ou quem canalizou, recebeu.) uma metodologia de uso
ritualizado da ayahuasca, hoje conhecido como Daime.
Após 1930, ou seja, após o mestre Irineu, surgiram outras instituições
como, A Barquinha - de Daniel Pereira -1945 e a Associação
Beneficente União do Vegetal hoje conhecida como UDV - de José
Gabriel da Costa - 1961
Preparando-se para sua passagem, Irineu em vida, teve a preocupação
de organizar um estatuto porque previa que após a sua morte ocorreriam
mais ramificações (as chamadas linhas). As diversas linhas são formas
de rituais variáveis que foram previstas e aceitas por mestre Irineu.
Quando lhe perguntaram, com qual linha ele ficaria, respondeu: eu fico
com todas. É natural que estivesse se referindo as linhas que seguiram
com o uso de ayahuasca, só e somente só, de formas variadas de rituais.
O acréscimo de outra substância - a Maconha - ao ritual do Daime em
uma das "linhas" foi trazido por Sebastião Mota de Melo - o Padrinho
Sebastião, como é conhecido, e está "linha" que segue o Padrinho
Sebastião é o CEFLURIS.
Se olharmos para o artigo 19 do estatuto deixado pelo Mestre Irineu,
veremos que esta "linha" nem pode ser considerada uma linha. Ela é em
sua essência um grave desvio, um engano de conseqüências que podem
ser comprovadas de muitas maneiras.
Hoje persistem e aparecem as ramificações, as linhas que foram
surgindo após a passagem do mestre Irineu. Podemos considerar válidas
e linhas de fato as que seguem o preceito básico deixado pelo estatuto e
pela vontade de Mestre Irineu.
I
A Ayahuasca teve seu percurso de perseguições e comprovações, é
legalizada e só causa benefícios aos seres humanos de forma
comprovada cientificamente e de qualquer outra forma de observação
que não a ciência. A verdade é o que é dado a ver.
A USP é uma instituição muito séria e não sabe o que ocorre lá dentro.
Mas é assim, também, que são levados para o "daime" desvirtuado com
drogas, que não I é daime coisa nenhuma, uma porção de jovens
desavisados, cujos pais não fazem: idéia que lá, dentro de uma
instituição de ensino, os filhos estão "aprendendo" a menosprezar as
comprovações científicas e a desrespeitar as leis e a própria instituição
de ensino.
É interessante notar, que os organizadores deste curso tiveram
oportunidade de realizá-lo, justamente por dominarem uma ciência.
Estão dentro de uma instituição de ensino em nome da ciência que
professam, mas menosprezam e ridicularizam outras áreas da ciência,
para atingir seus objetivos de desfazer, desorganizar e mesmo
desrespeitar outras ciências que comprovam o que eles não querem
enxergar. Total falta de ética!
Para Concluir vou contar um pouco da experiência que estamos
vivenciando agora:
Estamos dando trabalho com ayahuasca, somos responsáveis por um
ponto de luz saído do Céu Nossa Senhora da Conceição. Caio, meu
marido, e eu aceitamos esta missão, entendemos que poderíamos servir,
entendemos que seria, e é, uma grande honra e uma grande
responsabilidade.
Nos preparamos através de um curso de "Padrinhos e Madrinhas"
recebemos autorização ou fomos "aprovados" já no primeiro curso que
fizemos, mas mesmo assim resolvemos fazer mais dois cursos que já
ocorreram depois do primeiro. Acho que vamos fazer todos os que
tiverem e também vamos continuar a estudar de todas as formas para
permanecermos bem preparados para esta missão. Nunca vamos parar
de estudar e aprender.
Tem um detalhe que é muito importante. Por mais que nós nos
preparemos nunca vamos passar de "enfermeiros". O Gideon, o Xamã
nosso padrinho, sempre se diz "simples enfermeiro" explicando que
quem dá o trabalho é o alto, a espiritualidade, os seres de luz. Digo isto
só para que fique claro que devemos trabalhar com muita, seriedade,
lucidez e muita humildade.
Nestes cursos (o primeiro foi de 9 dias e os dois outros foram de 5 dias
cada um) nós ficamos todos estes dias em jejum de palavras (silêncio
absoluto) e comendo papa de arroz sem sal e as vezes mandioca sem sal.
E, é claro tomando muita ayahuasca. Aprendemos muito. O silêncio, a
dieta e os dias seguidos com trabalhos de ayahuasca, as palestras e
orientações do Gideon, os cursos e técnicas = apresentação de
ferramentas, provocam uma profunda interiorização e uma grande
mudança. Para melhor é claro!
As ferramentas são cursos de: "Tela mental", "Animais, de força",
"Viagem astral", "Quebra da Ilusão da Realidade", etc. Tudo isto nos
fortalece nos transforma e depois nos transporta para um viver mais
consciente. Aprendemos que é uma coisa só, não há separação entre vida
espiritual e vida material. A vida material é um reflexo da vida
espiritual.
Outra coisa muito importante que aprendemos lá, como já foi citado, é a
separação do ego do nosso eu centrado (eu superior). Com o auxilio da
expansão da consciência facilitada pelo Daime ou ayahuasca bem
orientada, nós nos vemos por dentro. Mas logo depois da expansão da
consciência que um trabalho dê ayahuasca proporciona, com os dias que
se seguem, o ego pode voltar a assumir com força o comando de nossas
vidas. No dia a dia devemos ficar atentos para não perder aquela lucidez
que a consciência expandida, proporciona. Caso contrário o ego, que
sempre reinou soberano, volta a dominar e se permitirmos, se não
estivermos atentos, ele sabota a nossa consciência. Então inventamos
mecanismos de defesa, inventamos histórias e justificativas para que
tudo volte a ser como antes e é justamente ai que mora o perigo. Quando
a pessoa toma Daime sem ter tido a experiência da separação do ego ou
sem maiores esclarecimentos, ela cai nas suas fraquezas novamente e
acaba fortalecendo o ego.
Vamos assumir a responsabilidade de Mudança! SOMOS NÓS
Somos nós que mudamos o mundo para melhor. Podemos viver assim
clareando a vida das pessoas enquanto clareamos a nossa vida!
Assumo toda a responsabilidade por tudo que aqui contei:
L. M. B. M.A.
Depoimento do policial F.
Caro Irmão Emiliano Dias Linhares, Gideon dos Lakotas
Através da presente Carta venho dar testemunho do que vivenciei nas
Igrejas Conveniadas ao CEFLURIS, durante o período em que lá estive.
Nos idos de 1990 tive uma companheira que freqüentava a Igreja Céu do
Mar, que fica na Estrada das Canoas n° 3036, São Conrado, Rio de
Janeiro, RJ.  Face aos constantes convites por parte dela, eu
finalmente cedi e fui conhecer o que ela chamava Santo Daime. Antes,
porém tendo ainda certa dúvida quanto o Santo Daime ser droga ou não,
pois eu nunca tive experiência com drogas e inclusive não sou de beber e
fumar, tomei o cuidado de pesquisar um pouco e descobri que o Santo
Daime não estava relacionado como droga, então decidi ir conhecer.
Chegando lá no Céu do Mar ao ingerir o Santo Daime tive uma
revelação, na qual a presença que vi e que se denominava Virgem da
Conceição, me disse que necessitaria de minha ajuda para uma missão.
Continuando a freqüentar os trabalhos espirituais, fui recebendo mais
alguns esclarecimentos, sempre que ingeria o Santo Daime e finalmente
percebi que havia realmente alguma coisa estranha na forma como as
coisas eram conduzidas, percebi que o hálito de várias das pessoas
tinham o cheiro parecido com o da maconha, que seus olhos ficavam
muito vermelhos, indícios característico de pessoas que fazem uso dessa
droga.; Isto é fácil perceber, pois quase todos já passaram por alguma
situação na vida em que se depararam com um viciado; Finalmente em
um determinado trabalho espiritual na Igreja Céu do Mar a figura que
se apresentava nas visões espirituais disse que precisava de meu auxílio
para limpar sua casa, ou seja, a Igreja, o que depois fiquei sabendo ser
um problema ainda maior, estava em todas as Igrejas de Santo Daime
que veneravam Sebastião Mota de Melo conhecido como padrinho
Sebastião.Quando comecei a freqüentar os trabalhos espirituais o
padrinho Sebastião havia falecido faziam poucos meses e todos
mencionavam seu nome com grande respeito. Quando tentei sondar
sobre os fatos revelados pela Visão, fui descobrindo que realmente havia
uma doutrina paralela nas Igrejas que idolatravam Sebastião Mota de
Melo, que a doutrina paralela era a comunhão com a maconha que eles
a chamavam de "Santa Maria" e que para participar do culto apenas
eram convidadas pessoas de confiança e os integrantes da Igreja que são
denominados de "Fardados".
Depois de tentar por algumas vezes conversar com o dirigente de lá cujo
nome é Paulo Roberto, e não ter logrado êxito em conseguir solução
para os fatos em uma entrevista pessoal, finalmente em um dos trabalhos
a mesma entidade que me havia aparecido me deu uma solução para a
questão, então segui as orientações e comecei o processo de iniciação,
que lá chamam de "fardamento". Após o "fardamento" comecei a ter
mais espaço dentro daquela irmandade, porém não me permitiam saber
sobre a doutrina da "Santa Maria" e seus pormenores. Só depois quando
alguns participantes fardados e ex-fardados que tomaram conhecimento
de minha proposta, de que o Santo Daime fosse praticado de maneira
Legal, ou seja, sem que fossem praticados outros cultos parasitários
concomitantes com o Santo Daime, como, por exemplo, a "Santa Maria"
que é o uso da maconha, é que comecei a ter informações sobre o uso da
maconha com o nome de "Santa Maria", que haviam locais determinados
fora do salão de trabalhos espirituais que chamam de Igreja, que estes
locais são denominados de "casa de pito", que o ato de pitar ou
comungar a "Santa Maria" era utilizar a maconha como planta de
poder, que apenas poderiam ir até a " casinha do pito" durante o culto
ou fora dele as pessoas que estivessem comprometidas a não revelar o
segredo, de que foi Sebastião Mota de Melo quem introduziu o "Culto à
Santa Maria", que este culto teve início no período após o falecimento do
Mestre Raimundo Irineu Serra em 1971, quando Sebastião Mota de MeIo
se arvorou no direito de ser seu sucessor natural, saindo da Igreja
fundada por Mestre Irineu que se chama Alto Santo e fundado sua
própria linha espiritual juntamente com seus filhos e atuais sucessores
de nome Alfredo e Valdete. Na época muitos "'hippies" freqüentavam
seus trabalhos espirituais, que tempos depois Alex Polari e um psicólogo
de nome Paulo Roberto, que se tornou seu genro casando-se com sua
filha de nome Nonata, que daí graças aos conhecimentos de Alex.
Polari e Paulo Roberto foi se estruturando o que foi denominado de
CEFLURIS - Centro da Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra, e
que todos aproveitando-se do bom nome do Mestre Irineu, pessoa de
grade índole moral, material e espiritual, começaram a desenvolver uma
rede de Igrejas que usam o Santo Daime e o bom nome do Mestre Irineu
como fachada para encobrir seus trabalhos ilegais com a utilização da
maconha, e que este é o verdadeiro motivo da grande expansão
numérica de Igrejas que idolatram a pessoa e a Doutrina criada por
padrinho Sebastião, um culto dirigido por pessoas gananciosas, que
existem filiais com representatividade em várias cidades de todos os
estados brasileiros, inclusive em diversos países, que a grande fonte de
riqueza é a venda e distribuição do chá Santo Daime, que o responsável
pela venda e distribuição é um integrante da seita de nome Caparelli,
que Caparelli também tem uma;Igreja que fica no Pontal da Barra no
Rio de Janeiro e que se chama Jardim Praia da Beira Mar, que Alfredo e
Alex Polari estão à frente do CEFLUR e que Paulo Roberto por
ganância tem sua própria rede de Igrejas com o mesmo ,princípio tanto
em todo o Brasil quanto em diversos países, que isto é facilmente
constatado vendo como estas pessoas tem enriquecido tão
vertiginosamente desde que passaram a integrar este tipo de atividade,
que se forem pesquisados existem,ocorrências envolvendo essas pessoas
em algum tema relacionado a entorpecentes, que Sebastião é
reconhecido na Doutrina que fundou como a reencarnação de João
Batista, que Alfredo é conhecido como reencarnação do Rei Salomão,
que Alex Polari é reconhecido como a reencarnação do Rei David, que
os seguidores muitos realmente sabem que estão praticando coisas
erradas mas segundo a instrução de,seus Dirigentes "o mundo ainda não
está preparado para que seja revelado em público a profundidade das
práticas deixadas por Sebastião Mota de Melo". Durante o período em
que freqüentei me foi dito por ex-fardados que Sebastião teria como
causa de sua morte o uso demasiado de "Santa Maria", que quando
morreu Sebastião havia deixado uma fita gravada dizendo que havia
falhado nas suas convicções e quem quisesse levar a bandeira da "Santa
Maria" o fizesse com o seu próprio nome, depois do falecimento do
padrinho Sebastião foi criado em torno de sua pessoa um mito e que foi
ainda mais popularizado e difundido sua Doutrina da "Santa Maria".
Então, com o decorrer do tempo fui observando e tentei por diversas
maneiras conversar com alguns dos representantes, que ao invés de
sanarem todas as distorções por mim apontadas, ao contrário,
procuraram cada vez mais aumentar a segurança quanto a divulgação
destas informações, para que ninguém viesse ate mim para fazer relatos
similares. A liberação sua e abertamente defende comunidade Janeiro
Rio Mar Rainha dirigente Imperial Marcos nome CEFLURIS filiada
também pessoa uma Orkut no Maria"< "Santa à Culto do existência a
comprova que o redor, ao plantados maconha de pés vários tem drogas,
uso proibir não país Holanda, na fica Igreja da filial.
No Brasil locais onde são plantados os pés de maconha são guardados
em segredo, porém acredito que será fácil constatar desde que a Polícia
Federal passe a fazer operações para averiguar e constatar tais fatos.
Acredito que em todo o Brasil e no estrangeiro devem existir diversos
relatos tristes que envolveram e envolvem até hoje diversas pessoas, que
todos tem medo de se expor e serem perseguidos, pois os dirigentes
alegam ser amigos de pessoas influentes e poderosas...
Crianças participam de trabalhos com Santo Daime e mães com
crianças de colo participam também, existe dia especial para culto
apenas de crianças, que desde pequenas aprendem a idolatrar o
padrinho Sebastião, que na fase a adolescência muitos são iniciados no
culto a "Santa Maria", segundo me relataram.
Durante o tempo que convivi com toda essa situação, no período de 1990
a 2000, fui convidado por uma pessoa da Doutrina, chamada
carinhosamente de Baixinha, dirigente espiritual da Igreja Céu da
Montanha em Nova Friburgo, e juntos tentamos por diversas vezes
conscientizar a todos do problema da "Santa Maria", inclusive a
Baixinha por diversas vezes propôs que fossem realizados trabalhos para
a cura do vício e a exclusão da prática do uso da "Santa Maria".
Estive no período que freqüentei percebi que por diversas vezes em que
eram empregadas as palavras "Santa Maria" e "Santa Clara" nos
cânticos e nas preleções tanto nas Igrejas associadas quanto nas filiadas
ao CEFLURIS que estas palavras fazem menção a maconha e a cocaína
respectivamente.
Constatei ainda através de estudo espiritual com a ingestão de Santo
Daime, que no Hinário do Mestre Irineu em nenhum dos Hinos, ou seja,
Cânticos, tem juntas as palavras "Santa Maria". Pode-se ler o Hinário
do princípio até o fim e constatar a veracidade do fato que afirmo, isto é,
para se concluir que não é a toa que Raimundo Irineu Serra é
reconhecido como Mestre. Ele jamais permitiu uso de drogas em seus
trabalhos espirituais deixando inclusive bem explícito no Estatuto de
Fundação do Alto Santo quanto aos procedimentos a serem tomados,
assim jamais permitindo que seu nome seja associado a coisas
ilegais.Por mais que tentem envolver seu nome, sua figura está ilesa
tanto por suas palavras, quanto por seus escritos e seus atos.
O CEFLURIS e o Céu do Mar mantém sites na Internet divulgado a
pessoa do padrinho Sebastião, é só qualquer pessoa que realmente
quiser averiguar os fatos começar a freqüentar os trabalhos espirituais
para em pouco tempo testemunhar tudo aquilo que estou afirmando.
Espero que este relato sirva para que outros neste momento se
sensibilizem e passem a remeter mais cartas divulgando suas vivências
com as Igrejas associadas ao CEFLURIS que disseminam a doutrina da
"Santa Maria" a Emiliano Dias Linhares, cujo nome espiritual é Gideon
dos Lakotas, responsável pelo Instituto Xamânico Céu Nossa Senhora da
Conceição a utilizada da forma que quiser, quer seja para reproduzi-Ia
ou divulga-Ia por qualquer meio.
Fraternalmente
F.
IV Plantas de poder X Plantas drogas
Primeiramente, desejo explicar que xamanismo é universalismo.
Portanto, um xamã não se atém nas âncoras das verdades efêmeras dos
pré-conceitos de homens ou tribos, dogmas e tabus, que na verdade têm
origem apenas no apego. Nós sabemos que somente as verdades
absolutas promovem um acelerado crescimento espiritual. Então, nós,
xamãs, sabemos que intuição e razão precisam andar em paralelo.
Ciência e espiritualidade devem fazer parte de todos os dias de sua vida
para que você possa adentrar as maravilhas do reino dos céus. A intuição
lhe dá a direção, a razão traça o caminho, e pela vontade você alcança.
No mundo existe a luz e a ausência de luz. Na verdade, não há sombra,
mas ausência da luz. E na ausência da realidade. Pensa demais,
racionaliza demais. Assim, enxerga como se houvesse fumaça diante dos
olhos e se perde.
Mas quando você se encontra na luz, com a firme coragem de enfrentar e
dominar as paixões do coração, silenciar o próprio cérebro e vencer os
vícios de uma ver por todas, então sua luz fica ainda maior porque o
grande espírito sorri para o filho obediente. Portanto, não concordar com
as coisas que lhe desviam da luz é sábio; E enxergá-las é uma grande
necessidade da evolução.
Todas as plantas provêm do Grande Espírito, todas são bênçãos. Não há
planta_ ruins, e todas foram criadas com funções distintas. Existem as
plantas medicinais as plantas de poder e, ainda, as plantas de poder
professoras:
Plantas medicinais: criadas exclusivamente para fins de cura, medicinais.
Agem pela química que têm e são geralmente voltadas à ação em um
órgão especifico, com rara exceção. Mas medicação usada de forma
errada prejudica e causa dependência.
Plantas de poder: possuem a capacidade de promover a ampliação da
consciência e a conexão com o mundo espiritual. Mas elas não lhe
guiam. Apenas lhe colocam lá, daí você precisa se valer da bagagem
espiritual que já possui para poder caminhar. Infelizmente, a grande
maioria da humanidade está apenas engatinhando no que se refere ao
mundo invisível.
Plantas de poder professoras: têm a capacidade de promover a ampliação
da consciência, a conexão com o mundo espiritual e ainda lhe guiam por
este mundo e lhes ensinam muito. Por isso são professoras! A ayahuasca
é a rainha das plantas de poder nesta era em que vivemos.
A PLANTA DE PODER
A planta de poder se caracteriza pela capacidade de causar alterações de
consciência de a quem a utiliza. Ela não causa qualquer dano físico ao
usuário e, ainda, pode chegar a reativar por completo órgãos danificados
ou mesmo, em certos casos, reativar totalmente órgãos que não
funcionavam mais.
Outra característica importante é que a planta de poder possui elementais
masculinos e femininos igualmente. Por isso ela causa o equilíbrio!
Assim ela age no homem mais no lado masculino e menos no feminino,
pois a natureza do homem e' maior no lado masculino e menor no
feminino. Energia masculina é criação e circula principalmente nos
braços e tórax. Por isso o kambô, nos homens, é aplicado nos braços. Na
mulher ela age mais no lado feminino e menos no masculino, pois a
natureza da mulher é maior no lado feminino e menor no masculino.
Energia feminina é recepção e circula principalmente nas pernas. Por
isso, nas mulheres, o kambô é aplicado nas pernas.
Uma característica importantíssima é o fato de uma planta de poder
jamais causar dependência em quem dela faz uso. Ela jamais viciará
ninguém, pois age pela energia que tem e não pela química que possui.
Tanto que mesmo as leis cientificas não conseguem enquadrar uma
planta de poder na classe das drogas! Esta é a razão pela qual o
organismo jamais oferece resistência a uma planta de poder, ou seja, os
efeitos que lhe causam 50ml de ayahuasca hoje serão os mesmos efeitos
que lhe causarão 50ml da mesma ayahuasca depois de 20 anos! O que
muda é apenas o nível de experiências espirituais, jamais os efeitos.
Outro detalhe é o fato de toda planta de poder promover, sempre que
houver necessidade, a limpeza física e energética do canal ou corpo que a
usa, pois a luz não habita em templo sujo. A planta de poder conecta
quem a usa com a sensitividade e com as energias do espírito. Ela
promove, cada vez mais, a abertura e o alinhamento dos chacras. Assim,
seu usuário começa a aumentar muito o SENTIR. Começa a compreender
pela intuição e basear suas certezas na luz em que passa a viver... Ele
sabe o caminho que deve seguir porque SENTE, não porque a razão
assim definiu. Nos trabalhos de consciência ampliada com ayahuasca,
você sempre tenderá a manter contato direto com o seu eu interior, com a
sua essência. Verá a si mesmo por dentro, com todas as mazelas e
qualidades que possui. Adentrará o mundo das causas e quebrará os véus
da ilusão, o que lhe manterá na verdade (ver + dado = dado à visão).
Há muitas plantas de poder, mas cito como exemplos seguros: ayahuasca,
peiote e watchuma. Além das plantas, há também alguns tipos de
cogumelos, mas a grande maioria é apenas medicinal. Se utilizados da
forma errada, prejudicam muito. Um cogumelo poderoso, muito forte
mesmo, é o que nasce no guano (nome dado às fezes dos morcegos).
Mas, ao contrário da ayahuasca, ele não guia nem ensina.
As PLANTAS MEDICINAIS
Toda planta é natural, provém de Deus. Mas a ciência do correto
manuseio também é natural e provem do mesmo Deus. As plantas
medicinais também têm por característica o fato de serem capazes de
alterar a consciência do usuário, mas ás custas de donos físicos e seqüelas
em médio prazo. Essas conseqüências danosas já foram comprovadas
cientificamente pela medicina comum, mas principalmente pela medicina
espiritual.
Outra característica de uma planta medicinal é que ela possui apenas um
tipo de elemental ou energia, masculino ou feminino. Pois,
espiritualmente falando, nós, xamãs, sabemos que mesmo a energia das
doenças tem características masculinas ou femininas. Essa é uma das
razões pelas quais um curador precisa conhecer bem as plantas de
energias masculinas e femininas. Utilizadas forma inadequada, as plantas
medicinais causam sérios danos no corpo energético de quem as usa.
Veja, por exemplo, a cannabis sativa, também conhecida como maconha
ou santa maria, que possui elemental apenas feminino. O uso correto
dessa planta medicinal é a extração do óleo de sua raiz e sua aplicação,
como uma pomada, na superfície da pele. Apenas em caso de glaucoma
ela poderá ser pitada, mas no máximo, três vezes. Se a maconha for
tragada (pitada), ingerida como chá ou bolo, ela irá lhe causar, em curto
prazo, graves danos fisiológicos.
A maconha afeta com muito mais rapidez o homem que a mulher. Ela
causa, rapidamente, graves danos ao chacra sacral, provocando cada vez
mais no homem usuário um desinteresse pelo sexo feminino e pode, sim,
levar à impotência sexual. Podem observar que as mulheres que fazem
uso incorreto da maconha ou santa maria sofrem os efeitos danosos mais
vagarosamente, ao passo que os homens usuários se sucumbem com
muito mais rapidez. Já a cocaína possui apenas energia masculina.
Mesmo sendo apurada em laboratório, sua energia em nada se altera.
Observem que as mulheres que usam incorretamente a cocaína sofrem os
efeitos danosos com muito mais rapidez que os homens usuários. Por ser
a coca uma planta de energia exclusivamente masculina, ela causa, de
imediato, uma espécie de curto circuito no campo energético feminino,
chegando a fechar por completo os chacras de uma mulher.
Mas, tanto no homem como na mulher, o THC da maconha mata os
neurônios, causando letargia cerebral e lapsos de memória (veja capítulo
científico nesse livro sobre a maconha e seus efeitos). Esta planta
medicinal, quando utilizada inadequadamente, promove uma conexão
cada vez mais intensa com o estado de beta, com a lógica, com o
raciocínio cru, pois devido ao atrofiamento dos chacras, ela diminui a
sensitividade ou mediunidade de quem a usa. Neste aspecto a maconha
ou santa maria é implacável. Como eu já disse, em algumas línguas
indígenas, maconha significa "planta que te prende". Quanto mais você a
usar, mais ficará sujeito às freqüências terrenas ou baixas. Lembre-se,
leitor: tudo no universo é freqüência, tudo vibra. Se a sua freqüência
abaixar, ficar grosseira, que tipo de entidades do mundo invisível
poderão acessar você?
Outra característica é que o uso incorreto da planta medicinal causa
dependência ou vício, coisa que uma planta de poder jamais causará.
Aquela idéia de que a cannabis sativa é uma droga leve é apenas uma
justificativa mentirosa criada pelas mentes já viciadas. A maconha causa
fortes seqüelas já no primeiro ano de uso, vicia com rapidez e é
atualmente a principal porta de entrada para as drogas mais fortes. Ela
danifica a parte do cérebro responsável pela manifestação da vontade em
ambos os sexos, deixando o usuário letárgico, com o raciocínio lento e,
principalmente com tendências acentuadas para a preguiça.
A maconha é natural, mas seu uso incorreto é antinatural e desrespeita os
princípios da criação. Tanto que o corpo do usuário sabe disso, e em
pouco tempo começa a rejeitar o THC da maconha, oferecendo grande
resistência à droga. Mas a mente usuária geralmente despreza o aviso que
o corpo dá, insistindo em doses cada vez maiores para ter alguma
alteração de consciência. O usuário chega inclusive a optar por substituíIa por drogas mais fortes! Entre as plantas medicinais muito utilizadas de
forma errada na atualidade, cito: maconha (santa maria) e cocaína. Deixo
claro que os verdadeiros xamãs utilizam somente plantas de poder ou
plantas de poder professoras para exercícios de consciência ampliada.
Plantas medicinais são apenas para uso medicinal. Sabemos que o uso
incorreto de tais plantas sujas e denigre tanto o corpo como o espírito do
homem. E isso é muito grave porque temos a consciência de que o
homem é o templo vivo de Deus, mas Deus não habita em templo sujo.
ALGUMAS CONSTATAÇÕES SOBRE AYAHUASCA.
A dose letal (DL) é a quantidade de uma substância que, uma vez
ingerida, leva ao óbito. A DL da água é 10 litros: se você ingerir de uma
só vez 10 litros de água pura, o risco de óbito é quase 100%. A DL da
ayahuasca é 7,8 litros, ou seja, uma pessoa precisa ingerir de uma só vez
7,8 litros de ayahuasca para que ocorra o risco de óbito. Percebe a
similaridade entre a água e a ayahuasca? Contudo, aqui no Instituto
Espiritual Xamânico Céu Nossa Senhora da Conceição, você vai ingerir,
para um trabalho de consciência alterada de 12 horas, no máximo 200ml
de ayahuasca. A dose letal da ayahuasca é muito similar à dose letal da
água! A DL do suco de maracujá puro é 8 litros. E, finalmente e mais
impressionante, a DL do uísque, que tanta gente bebe, é de apenas 1 litro.
Se você ingerir de uma só vez 1 litro de uísque, você corre risco de óbito.
A nossa cachacinha brasileira é muito similar ao uísque! Entendem o que
isto significa? Um litro de uísque tem mais toxinas que 7,8 litros de
ayahuasca.
Outra forma de estabelecer cientificamente o grau de toxidade de uma
substancia é ministrá-la em 5 cobaias em doses de 1 grama por quilo. A
substância é considerada inócua se não causar danos fisiopatológicos na
quantidade de até 5 gramas. Para a ayahuasca, essa marca foi
consideravelmente ultrapassada, pois chegou a 5,8 gramas por quilo, sem
qualquer tipo de efeito danoso.
Foram também aplicados os testes psiquiátricos recomendados pela
ortodoxia científica: o CIDI (Composite International Diagnostic
Interview) com os critérios do CID 10 e DSM IIIR.c; e o TPQ
(Tridimensional Personality Questionnaire). Constatou-se, em relação
aos dos dois grupos separados para esta pesquisa científica (o grupo dos
"usuários de ayahuasca» e o grupo dos "não usuários de ayahuasca»), que
os usuários de ayahuasca mostravam-se mais reflexivos, resistentes, leais,
estóicos, calmos, frugais, ordeiros e persistentes. E, ainda, mais
confiantes, otimistas, desinibidos, despreocupados, dispostos e enérgicos.
Exibiam também alegria, determinação e confiança elevada em si
mesmos. E, contrariando as especulações de que a ayahuasca enfraquece
a memória, os testes neuropsicológicos constataram cientificamente que a
memória do grupo dos "usuários da ayahuasca» teve um desempenho
significativamente melhor que a do grupo dos "não usuários de
ayahuasca».
V - Verdades que você precisa saber
Graças a uma lei recentemente aprovada, agora se tornou quase
impossível retirar as drogas de dentro do SANTO DAIME. Quase
impossível devolver o SANTO DAIME à originalidade e à seriedade da
forma em que ele foi entregue ao mestre Irineu. O povo sempre tem o
governo que merece, isso é uma verdade. Quiseram assim, assim
aconteceu.
Dois terços da população do planeta cairá durante a colheita universal
devido às muitas formas de manifestação do apego. O apego é a grande
provação de todos que encarnam neste planeta. Ao menos metade desses
dois terços cairá pelo apego materializado no vício em drogas. O vício
em drogas é a mais intensa forma da manifestação do apego dos dias de
hoje. Então, a lei recém aprovada, que abranda muito a situação do
usuário, em nada me surpreendeu. Entristeceu, sim, mas não
surpreendeu.
Uma triste sina dentro do celeiro do mundo está por vir. E esse a povo
enxergara tarde demais. Durante um trabalho de consciência ampliada
que fiz em meio aos pinheiros, derramei lágrimas de encher minha
botina. Foi um choro sentido pela escolha que fizeram. Enxergo longe,
triste foi essa escolha dentro do celeiro do mundo. Mas esta lei será
revertida no futuro, graças ao peso político que este movimento de luz
está alcançando.
As drogas são um dos principais manjares da matéria e da freqüência
grosseira. E exatamente esse manjar está sendo entregue à humanidade
agora. Assim, aqueles que estão ainda em cima do muro, não resistindo a
esse manjar, irão se decidir. Uma coisa é certa: Deus não julga e não
condena. O homem julga a si próprio. São as suas atitudes que decidem o
que é joio e o que é trigo. O manjar da luz também será entregue à
humanidade e isto acontecerá aqui no celeiro do mundo. Podem
aguardar, sei bem o que digo. Cada homem optará o lado que deseja
ficar, assim joio e trigo se separam naturalmente. Nesse dia não haverá o
famoso jeitinho e cada um responderá por si, segundo seus feitos e suas
obras. E então vocês verão o quanto eram verdadeiros os meus
ensinamentos e quão grande foi meu amor por vocês. Tudo fiz para
alertá-los.
De minha parte e da parte do Céu Nossa Senhora da Conceição,
continuaremos a distribuir gratuitamente mudas de jagube e chacrona em
centenas de milhares, como já temos feito. Também continuaremos
abertos aos milhares pontos de luz que não visam qualquer forma de
lucro e não se misturam com as drogas. Pontos de luz irmãos do CNSC
que também caminham com a mesma seriedade e nobreza do mestre
Raimundo Irineu Serra. A honra é algo que você precisa conquistar por si
próprio. De que vale falar das glórias de seu avô, se você mesmo não
conquistou nenhuma?
Paz e amor com muita droga é apenas ilusão e não lhe trarão honra!
Saiba que a luz engrandece ainda mais aqueles que buscam a honra e se
esforçam por conquistá-la. A honra provém do amor como a luz provém
do sol. A nobreza está na alma e a honra está na bondade. Onde está a
honra e a caridade daqueles que ajudam a disseminar os vícios? Onde
está a nobreza daquele que busca a ilusão das drogas?
Firmeza e ponderação acompanham a nobreza do espírito. Então, é sábio
tê-las por companheiras. Você, que ambiciona a fama e o
engrandecimento, e para alcançá-los escolheu o movimento das drogas e
a sua liberação, por este assunto atrair a tantos, verá que com o tempo
toda a verdade virá à tona e a repulsa estará no semblante daqueles que se
lembrarem de você. O ambicioso sabe ser dissimulado e se aprimora na
arte de enganar. Assim, por algum tempo, será bem visto nas multidões.
Mas a ambição está presente em todos os homens, pois ela faz parte da
natureza humana. Bem ou mal conduzida, será uma bênção ou uma
maldição.
Tolo é aquele que vive na ambição e despreza a modéstia. É como tentar
matar a sede bebendo água do mar. A ambição vive na alma do traidor e
a hipocrisia o acompanha todos os dias. Com atos calculistas seguidos
por palavras macias, distribui seu veneno àqueles que lhe derem ouvidos.
Em busca dos aplausos que ambiciona, promove a apologia daquilo que
prejudicará milhões. Despreza o karma pesado que adquire com isso,
como se pudesse escapar das leis da justiça do alto. Mas esteja certo:
antes da benevolência vem a justiça.
Quem anda na luz almeja as virtudes do espírito e despreza a fama que a
ambição deseja. Quem vive o amor incondicional não anda à procura de
aplausos, então jamais se ofende. Não há vitória senão no amor
incondicional e no desapego que dele resulta. Quanto maior o amor
incondicional, menor será a necessidade de aplausos, Contudo, maior a
luz que irá irradiar e maior a honraria que irá receber pelos méritos
conquistados.
Nesta minha jornada, vi inúmeras pessoas encararem o daime apenas
como uma fonte de renda, desprezando a santidade que nele habita.
Desprezando que daime e droga são coisas bem diferentes. Desprezando,
inclusive, a gigantesca diferença entre nosso sóbrio e luzente mestre
Irineu e Sebastião Mota de Melo, que trouxe as drogas, que tanto usava, e
o comércio para dentro do SANTO DAIME. Vi pessoas que, se
intitulando padrinhos de igrejas daimistas, se mantiveram como políticos,
acendendo velas para dois senhores na tentativa de serem bem vistos por
todos, sem sequer se importar com o que é certo e o que é errado diante
das leis de Deus. Como esperam receber as bênçãos da luz se, até no
pouco que receberam, demonstraram ser infiéis? Quem é infiel no pouco
também será infiel no muito! Fiquei triste ao ver um desses padrinhos de
igreja daimista afundar como um martelo sem cabo. Tanto o alertei que
adiante das leis do Criador não existe a tal da diplomacia, mas apenas o
correto. Se ele tivesse ouvido meus avisos, a luz do Senhor não teria se
afastado dele.
Eu e minha falecida esposa Genecilda jamais nos vendemos ou
arredamos os pés daquilo que é verdadeiro. Sempre nos mantivemos
firmes nos ensinamentos da mãe divina, nos ensinamentos espirituais do
astral superior. Posso, sim, afirmar em voz alta: "Eu honrei os grandes
mestres, com ações e firmeza e me sinto honrado por ter feito isso". É
pelo carinho da madrinha e pelos ensinamentos do padrinho que o CNSC
tem hoje dezenas de milhares de filhos adotivos. Houve a passagem da
madrinha e nem mesmo a viuvez alterou essa situação.
Minha parte eu fiz bem feita. Tenho passado com muita clareza os
ensinamentos que vêm do alto e nada tenho pedido em troca. Tenho dado
vivo exemplo de amor incondicional e sobriedade espiritual. Tenho
demonstrado firmeza de caráter e a coragem espiritual de um filho da luz
por fazer aquilo que é certo, apenas por ser o certo, sem olhar se vai
agradar a fulano ou a sicrano e, decididamente, recusando tudo aquilo
que é meio certo, porque o meio certo é também meio errado. Na luz
nada pode ser manchado.
HISTÓRIA VIVA DO SANTO DAIME
Contemporâneos do Mestre Irineu
Entrevista - Março 2007'
Adália de Castro Granjeiro
Uma das devotas mais antigas do mestre Raimundo Irineu Serra
Data de nascimento: 18/11/1933
Adália Granjeiro: Eu conheci o mestre lrineu com 5 anos de idade e
convivi com ele por uns 30 e tantos anos. O meu pai, Antonio Gomes da
Silva, era um homem de confiança do mestre Irineu. O mestre Irineu era
muito caridoso, alegre, só nos ensinava coisas boas, para ser humilde,
trabalhar pela humanidade, a tratar os irmãos com amor, carinho e
respeito. Ele nos ensinou a cantar hinos, rezar, bailar, tudo isso
aprendemos com ele. Para mim, foram apenas coisas boas.
Gideon dos Lakotas: O mestre Irineu alguma vez cobrou pelos
trabalhos?
Adália Granjeiro: Ele nunca cobrou, poderia haver contribuições, mas
nunca cobrava nada e até recusava o dinheiro que algumas pessoas
davam para ele. Só usava para caridade.
Gideon dos Lakotas: A senhora sabe qual era a opinião do mestre Irineu
sobre o uso de drogas?
Adália Granjeiro: Ele era contra. Nunca ouvi ele falar que tenha usado
ou aconselhar alguém a usar. Alguns que usavam iam lá atrás de ajuda e
ele ajudava a pessoa a sair. Com o daime nem pensar, porque o daime é
puro, não se mistura com nada. Então hoje existe essa mistura por conta
do mundo lá fora, porque ele nunca ensinou isso pra ninguém.
Gideon dos Lakotas: A senhora conheceu no Alto Santo o Sebastião
Mota de MeIo?
Adália Granjeiro: Sim. E eu tinha pra mim que ele era uma pessoa muito
boa. Nunca pensei que ele fosse se transformar assim. Quando ele
convivia com a gente era uma pessoa muito boa. Ele já até nos ajudou
bastante naquela época. Depois que ele separou, quando houve essa
divisão no Alto Santo, aí é que mudou tudo. Não consegui nem acreditar
pela pessoa que ele era. A gente tinha tanta consideração por ele,
trabalhava no daime junto com meu esposo, que ensinou ele a fazer
daime. Como é que a pessoa muda de repente para outro lado?
Aprendeu direito, tudo direitinho, e depois foi fazer tudo errado. O
mestre Irineu dizia para a gente não se apavorar que chegaria uma
época que aconteceriam coisas que a gente ia duvidar. (...) Eu entrego
para Deus, que só ele que sabe resolver. Nos meus pensamentos peço a
Deus que lhe dê mais força, coragem, para esse trabalho.
Gideon dos Lakotas: Qual é o conselho que a senhora deixa para a
juventude, sobre o daime, sobre a experiência que a senhora tem?
Adália Granjeiro: Eu desejo que todos se voltem para essa luz, para
enxergar onde está a verdade, o poder, a misericórdia de Deus, através
dessa doutrina é que a gente consegue a felicidade, a salvação, o bemestar e a juventude toda precisa pensar. Eu não sei falar muito.
Gideon dos Lakotas: O daime precisa ser usado com responsabilidade?
Adália Granjeiro: Quem não tiver responsabilidade não tem direito nem
a uma gota de daime, é o que o mestre dizia. A pessoa que não respeitar
o daime, na casa que não tem harmonia, não tem paz, o daime não entra.
O mestre dizia: "quem tiver sua boca porca não tome do meu daime".
(...) O daime só é as três misturas, cipó, folha e água. Agora o "apuro", o
resultado dele, quem dá é Deus. São algumas coisas que ouvi o mestre
falar.
Gideon dos Lakotas: A senhora tem mais alguma história para nos
contar?
Adália Granjeiro: O Sebastião Mota convidou uma vez meu marido para
ir lá trabalhar com eles, mas ele não quis por causa desses negócios, de
drogas, aí acabou a amizade. Porque meu marido não se iludia com
conversa. (...) Eu ouvi dizer que o Sebastião Mota falava que o mestre
Irineu que tinha mostrado a maconha para ele, que ele viu no espiritual
que ele chegou com as folhas, com as ramas, e mostrou para ele, pra
fazer uso, curar todo mundo com aquilo.
Mensagem
Adália Granjeiro: Tudo o que o mestre fazia era com a ajuda de Deus, o
dinheiro não dá força. Ele queria a força de Deus para ajudar ele não o
dinheiro: Ele sempre dizia que depois que não estivesse aqui era para
tomarmos daime e pedirmos a ajuda dele, que ele viria.
Entrevista - Março 2007
Família Carioca
Conviveram estreitamente com mestre Raimundo lrineu Serra
Júlio Carioca Filho
Data de nascimento: 24/9/1956
Maria de Lourdes Carioca
Data de nascimento: 16/2/1936
Jane Maria da Silva Carioca
Data de nascimento: 3/4/1959
Gideon dos Lakotas: O que trouxe a senhora ao mestre lrineu?
Maria de Lourdes Carioca: Eu estava muito doente, com apêndice
aguda, estava dias em repouso e estava tudo certo que eu devia me
operar. E aí fui até o mestre Irineu, ainda nem tinha sede, era na casa dele
o trabalho, e ele deu o daime para umas 30 pessoas. Nós não
conversamos nada sobre o que eu sentia. Tomei o daime, todos
começaram a mirar e eu também. E na minha miração eu vi um hospital e
aí fiquei curada. E eu não falei nada para ele.
Gideon dos Lakotas: A senhora sabe se o mestre lrineu usava alguma
droga?
Maria de Lourdes Carioca: Ele nunca fez isso. A gente não ouvia nem
falar disso, de droga, maconha, nada, de 1975 para cá no Acre que
começou com isso. E ficamos sabendo que estavam dando maconha até
para criança.
Gideon dos Lakotas: Vocês que conviveram com o mestre Irineu
acreditam que existe algum sucessor dele?
Maria de Lourdes Carioca: Não existe sucessor dele porque ele era um
homem puro, do natural. Ele era e é da natureza. Ele sempre falava que
era para nós nos reunirmos e trabalharmos que ele estaria com a gente. E
ele disse que seria difícil conseguir chegar no daime verdadeiro. E que
aqueles que aprenderam a fazer daime com ele deveriam reunir os outros
no seu próprio quintal e fazer da forma que ele ensinou porque ia ficar
muito difícil chegar ao daime puro e verdadeiro como ele deixou.
Gideon dos Lakotas: As pessoas comentam que o Sebastião Mota de
Meio almejava ser mestre?
Jane Carioca: Até o tempo que ele estava por aqui nós não sabíamos
disso.
Júlio Carioca: Quando soubemos que ele tinha ido embora daqui já
estava com um centro bem formado lá no Mapiá, bem adiantado. E ele já
andava como padrinho Sebastião Mota.
Jane Carioca: Ele levou alguns componentes para lá, alguns que eram
amigos do mestre.
Júlio Carioca: Ele levou os componentes que visavam lucro.
Jane Carioca: Não sei bem se era isso, porque logo que ele foi pra lá
não tinha "santa maria" (maconha). Só depois de uns dois, três anos é que
a gente ficou sabendo que ele tinha adotado a "santa maria", através de
uma visão que ele teve. E por esse motivo nós fomos até agredidos aqui
pela Polícia Federal.
Júlio Carioca: A madrinha Peregrina ainda sente seqüelas disso tudo,
por isso ela sempre se fecha quando têm qualquer documentário, essas
coisas.
Jane Carioca: Você não vê um livro que fale do daime que tenha a
nossa imagem, todos têm a imagem passada pelo Mapiá, por isso ela
(madrinha Peregrina) nos preserva.
Dinheiro e drogas
Jane Carioca: O mestre Irineu nunca deu valor a dinheiro. Ele preferia
recusar qualquer coisa dessa natureza. O foco dele era servir à
humanidade.
Júlio Carioca: A gente já viu várias pessoas que vêm do Mapiá pedir
ajuda para tentar ficarem boas.
Gideon dos Lakotas: O que vocês acham que o mestre Irineu falaria
sobre tudo isso?
Jane Carioca: Ele iria ficar na dele, calado, vendo o que queríamos.
Júlio Carioca: Estávamos vendo hoje o que ele avisou que ia acontecer.
Jane Carioca: O mestre Irineu na verdade é o poder.
Júlio Carioca: Nunca existiu droga com o mestre Irineu e nem deve
existir com quem quer seguir ele. (...) E o Sebastião Mota vai tentar
infiltrar as drogas no mundo com o daime por trás. E dou esse
depoimento colaborando para isso não acontecer. (...) Para quem
conserva essa doutrina descarte Sebastião Mota. Isso é uma coisa que
existe na colônia inteira. O que o mestre Irineu deixou para nós cultivar
foi a doutrina. E o Sebastião Mota já foi e deixou semente de que? Do
mal. A semente que ele deixou no mundo foi do mal. E infelizmente os
filhos dele acham que isso está servindo não sei para quê. Agora querer
usar o nome do mestre Irineu?
Gideon dos Lakotas: E Cefluris é Centro da Fluente Luz Universal
Raimundo Irineu Serra, vocês acham isso justo?
Jane Carioca: Não, foi um pecado. (...) Ele nunca veio aqui combinar
nada aqui com a madrinha Peregrina falando que ia usar o nome do
mestre nos trabalhos. (...) E os nossos trabalhos aqui são como o mestre
deixou, não existe incorporação ou desincorporação. É tudo bonito,
usando as frases que ele deixou, todo mundo sai mais feliz, melhor do
que chegou. Mas é puro porque tomou só água, chá e daime, lúcido, nem
cigarro a madrinha fuma mais. E ela não pede nada, é a comunidade que
colabora.
Júlio Carioca: Até que ponto vai o pessoal do Sebastião Mota, até onde a
justiça vai ser cega? Vamos ter que acabar com isso, não podemos deixar
isso ir para frente.
Jane Carioca: Eu acho que o que aconteceu com essa mistura venenosa
no cérebro da pessoa foi essa falta de pudor, falta de amor dentro dos
seres humanos. O daime é o centro, é o divino, é o poder. Isso vai tirar o
amor próprio das pessoas, o amor ao próximo, à natureza. De 1975 pra cá
é morte, é guerra. Onde estava o daime puro era tudo calmo até 1975, de
1975 pra cá isso veio tudo, veio a mistura da cocaína com a maconha,
com incorporação, e nada disso tinha antes. Nada dessa mentira.
Gideon dos Lakotas: Houve até um assassinato, uma castração do Ceará
aqui, não foi?
Jane Carioca: Foi uma castração do curador, o Ceará. É que com as
mulheres durante o ato da cura aconteceram outras coisas e os maridos se
juntaram e fizeram um trabalho ali. Mas tudo isso veio depois da
maconha, das drogas. E ele (mestre Irineu) avisou para a gente antes de ir
que iria ter muita coisa feia.
Mensagem
Júlio Carioca: É para a pessoa que quiser conhecer o que é a doutrina
procurar sempre o verdadeiro, não deixar se levar por ilusões. Drogas
jamais. Esse negócio do Cefluris com drogas, isso não existe, essas são
palavras de pessoas que conheceram o daime verdadeiro. Um conselho
que dou e até peço a vocês: para conhecer essa doutrina procurem
conhecer pessoas que conheceram essa doutrina de verdade, que
conheceram e conviveram com o mestre Irineu. E essas são palavras de
quem conheceu o mestre Irineu e o Sebastião Mota.
Maria de Lourdes Carioca: Meu recado é idêntico. Pra deixarem de
lado o Sebastião Mota, que eles estão totalmente iludidos, para
procurarem a verdade.
Jane Carioca: Eu tenho dó das pessoas que misturam um poder divino
com uma ilusão, que te leva a fazer o mal. O mestre Raimundo Irineu
Serra com Sebastião Mota não combina nunca, é água e óleo, é luz e
sombra. A verdade que eu conheço, aos meus 48 anos, é a verdade das
três coisas: folha, a água e o cipó, fogo e a oração. E as palavras que
vieram dele (mestre Irineu). Tenha certeza que a droga é ilusão, é tóxico.
Cante os hinos que você já sabe. Quem for jovem e ler esse livro já
procure a perceber que se misturar o daime com a maconha você está
dentro de uma grande ilusão. Ficará sempre no plano de pessoas que não
sabe qual é a verdade.
VI Situação da ayahuasca no Brasil
No Brasil, existem quatro linhas daimistas ou ayahuasqueiras tradicionais
que formaram a base de todas as outras igrejas ayahuasqueiras
independentes:
. Alto Santo: fundada pelo mestre Raimundo Irineu Serra. Ele é o
pioneiro e foi através dele que o daime surgiu. Esta obra é muito séria, de
pura luz e amor. Não usa e nunca usou qualquer tipo de droga nos rituais
com o daime. Está em conformidade com a nossa Constituição.
. Barquinha: fundada pelo mestre Daniel Pereira de Matos. Ele é seguidor
do mestre Raimundo Irineu. É também uma obra muito séria, que não usa
e nunca usou drogas nos rituais com o daime. Está em conformidade com
a nossa Constituição.
. União do Vegetal (UDV): fundada pelo mestre José Gabriel da Costa.
Essa obra é muito séria, de muita luz, não usa e nunca usou drogas nos
rituais com ayahuasca. Também está em conformidade com as leis
vigentes em nossa Constituição.
. E, infelizmente, há o Cefluris: esta obra é a mancha negra do daime, que
faz tudo aquilo que o próprio mestre Raimundo Irineu Serra dizia,
inclusive em seu estatuto, para nunca ninguém fazer.
Existem outras linhas que são independentes, como o Céu Nossa Senhora
da Conceição (CNSC). São obras sérias e de luz, sem fins lucrativos, que
não usam e nunca usaram drogas com a ayahuasca, ou de qualquer outra
forma. Entretanto, há outras linhas independentes fundadas por
discípulos do padrinho Sebastião que, embora não sejam filiadas ao
Cefluris, também usam muitas drogas. Elas também disseminam um
grande incentivo ao uso dessas drogas, alegando estarem consagrando a
santa maria e besteiras desse tipo.
Aqui no CNSC, nos últimos dois anos, pela graça e misericórdia do
Grande Pai, nos trabalhos de xamanismo com ayahuasca foram
recuperados por completo mais de 7.500 dependentes químicos, viciados
em drogas como a maconha (santa maria) e a cocaína (santa clara).
Um número considerável desses dependentes químicos que aqui vieram
buscar ajuda eram fardados e assíduos freqüentadores das igrejas do
Cefluris. Fiquei ainda mais aborrecido quando ouvi os relatos e
testemunhos de alguns deles. Eles contavam que nunca haviam usado
drogas de qualquer tipo, até começarem a participar dos rituais do
SANTO DAIME das igrejas do Cefluris. Lá, acreditando na história de
que consagrando a maconha a Deus ela deixa de ser a cannabis sativa
que é e passa a ser a santa maria, em poucos meses eles estavam
totalmente viciados. Não demorou nada para eles passarem para drogas
ainda mais fortes.
O irmão Sebastião tinha amor no coração quando começou. Em sua
trajetória, cometeu o erro terrível de se viciar em drogas e foi exatamente
isso que o desviou da luz. Mas as coisas ficaram mais sérias quando ele
deixou um grande número de discípulos que acreditavam no mito
"padrinho Sebastião, homem iluminado pelas drogas". Portanto, é
necessário quebrar este mito para que o daime retome a sua origem
santificada. E, dessa forma, até o karma do padrinho Sebastião, que é
pesado devido às seqüelas que deixou, vai também se amenizando.
Assim, o CNSC também o está ajudando.
Vocês nem imaginam a alegria que sinto quando vejo as pessoas do
Cefluris chegando aqui e acordando para a vida, para a realidade
libertadora do mundo espiritual. Há apenas dois anos atrás, havia uma
grande fila de daimistas que me odiavam de morte devido às verdades
que demonstro e provo inclusive cientificamente. Hoje apenas 30% dessa
fila existe, pois ao menos 70% deles já acordaram e perceberam o quanto
eram verdadeiras as minhas palavras. A colheita universal já bate às
portas! Você acha que o Hercólubus é conto da carochinha? Que o
apocalipse bíblico não se cumprirá? Pois saiba que até as vírgulas se
cumpriram à risca! Dois terços da população da terra vai cair. E metade
desses dois terços cairá pelo vício em drogas. Saiba que o vício é um
problema espiritual. Ele tem sua parcela
no físico, mas é no espírito que ele acontece. Você desencarna e ele te
acompanha Consegue imaginar um espírito sofrendo por necessidade da
matéria?
Ainda tenho a esperança de vê-los corrigidos, felizes e libertos, somando
força no caminho da luz para a iluminação de toda a irmandade do
planeta, incondicionalmente! Amados, o crescimento espiritual acontece
ora pela rosa, ora pelo chicote. Ninguém neste mundo vai conseguir fugir
disso. Quando se colocam as cartas na mesa, quando se mostra a verdade
às claras, é necessário expor tanto os mérito como os erros. Não se trata
de críticas, ma sim de mostrar a falha e explicar por que ela é uma falha.
Mostrando-se a ilusão dos dogmas e também a realidade da verdade, só
não enxergará aquele que deseja se manter na cegueira da ilusão. E não
há nada que valha a pena levar deste mundo!
Testemunhos de quem viveu o
FALSO SANTO DAIME
A quem possa interessar:
Eu B_____ D_____R____RG:_____residente em São Paulo -Capital,
dou agora meu o meu testemunho com muita satisfação e alegria porque
fui tão abençoada e presenciei tantos serem abençoados, que é mínimo
que posso fazer é falar a outros das muitas bênçãos e libertações que tive
e que presenciei muitos outros terem também. Assim, estou levando um
pouco de luz a eles também, porque eles ficam conhecendo este caminho.
Sempre procurei em vida pessoas que como eu, estivessem dispostas a
fazer um mundo melhor.Até então, eu apenas havia me decepcionado
com pessoas desiludidas e egoístas.
Perdi-me nas drogas e na bebida, durante sete anos, me revoltei contra o
mundo, prejudicando a mim e a minha família.
O mundo parecia uma escuridão sem fim, onde as pessoas andavam
perdidas, sem enxergar, tropeçando, caindo, chorando.
Até que eu conheci o Instituto Espiritual Xamãnico "Céu Nossa Senhora
da Conceição", até que conheci o Daime Xamanismo ensinado com tanta
seriedade e carinho pelo Xamã Gideon, até que conheci a Divina
Ayahuasca.
É graças ao daime/xamanismo e da ayahuasca é que fui liberta e curada
dos vícios das drogas e da minha desilusão interna. Essa planta de poder
abriu uma nova visão, um novo sentido em minha vida (para muitas
pessoas também), ela mostrou o caminho para eu me reencontrar, ela
mostrou que eu sou muito mais n do que eu pensava ser. Aqui neste Céu
(Céu Nossa Senhora da Conceição) nos podemos amar de peito aberto,
com coragem, porque todos mantêm a mesma harmonia e o mesmo
objetivo: um mundo melhor para todos.E é neste Instituto Espiritual
Xamãnico, o nosso Céu, o lugar perfeito para eu ajudar os irmãos que
chegam em busca da cura e do amor Divino, porque aqui se encontra um
grande número de irmãos e irmãs com o mesmo objetivo!
A Ayahuasca trás luz para a vida das pessoas e andando na luz ninguém
se perde porque é tudo muito claro.
Presenciei um grande número de pessoas que eram viciadas em drogas
que iam desde a maconha e o craque, a cocaína e ao êxtase já se
libertarem de vez das drogas e dos vícios já nos primeiros trabalhos de
daime/xamanismo do Céu Nossa Senhora da Conceição. Foi assim
comigo e foi assim com tantos e tantos outros que nem consigo
enumerar.
Ouvi o Xamã Gideon muitas vezes falar sobre as igrejas falsas que
falsamente usam o nome do Santo Daime . Ele disse: Este povo que
mistura o daime com drogas, ta fazendo um grande mal a muita gente e
maculando o divino Santo Daime verdadeiro, aquele que o irmão Irineu
deixou pra raça branca. Com esta história de que santa Maria não é
maconha e de que santa clara não é cocaína, estão se drogando e se
viciando cada vez mais, tanto a eles quanto a outros que vão lá
inocentemente. Eles precisam mudar!
Mas eu mesma conheci muita gente viciada em maconha principalmente,
que vieram de muitas destas falsas igrejas do santo daime que o nosso
xamã falou. Um número grande de pessoas, que começaram com aquela
historinha enganada de que estava apenas consagrando a santa Maria (
maconha) e a santa clara ( cocaína) , e que se viciaram e chegaram no
fundo do poço, perdendo tudo que tinham inclusive a família e a
dignidade.
Vieram aqui no Céu Nossa Senhora da Conceição desesperados em
busca de libertação e luz, em busca de um caminho de verdades. A
maioria deles já no primeiro trabalho espiritual de daime/xamanismo se
libertaram por completo, largaram a dependência das drogas e do
álcool, se fortaleceram e hoje andam na luz. Presenciei muito destes exviciados em drogas, recuperarem em pouco tempo a família, os bens
materiais e principalmente a autoconfiança e a dignidade. Hoje eles vêm
em seus próprios carros e ainda trazem aqueles antigos companheiros
das drogas para se curarem também.
Também presenciei muitas curas físicas maravilhosas, pessoas que
chegaram aqui doentes, passando muito mal e que saíram daqui curadas
e com um bem estar maravilhoso.
O que mais me encantou e sei que encantou aos que aqui vem sempre, é
o fato de que neste Instituto Xamânico, os trabalhos com a ayahuasca
não visam lucros. Aqui não faz comércio. É somente sete reais por
pessoa, que é o preço de custo da ayahuasca usada nos rituais xamãnico.
Mas como aqui vem muitos ripis e mendigos também, muitas vezes o
nosso amado Xamã paga por eles.
Agradeço ao nosso querido Xamã Gideon que, com muita seriedade e
muito amor administra os maravilhosos trabalhos espirituais xamãnicos,
e que com muito esforço e compaixão fez nascer o abençoado Céu Nossa
Senhora da Conceição com um único objetivo: um mundo melhor para
todos os irmãos. Ele nos ensina os ensinamentos do SENHOR JESUS e
nos falados grandes segredos do um universo.
Agradeço também a madrinha Genecilda e a todos os irmãos da fazenda
que dedicam suas vidas a obra, aos irmãos e aos ensinamentos do
Mestre Jesus. Agradeço a Deus por ter criado essa ferramenta Divina
que é a Ayahuasca que nos faz evoluir em horas, o que demoraríamos
anos, nos curando, tanto fisicamente, quanto àquelas mágoas existentes
no fundo do coração, nos fortalecendo para continuarmos a caminhada,
Ao instituto Xamãnico "Céu Nossa Senhora da Conceição".
Sempre tive uma vida muito agitada, conhecia e vivia uma vida movida a
drogas, dinheiro fácil, usei todos os tipos de drogas, para terem, idéia o
que era minha vida, as drogas mais fracas que usei foi maconha cocaína
que foi quando comecei nessa vida, passando para o L.S.D., extasy,
M.D.M.A., cristal, Ketamina, crack, Anfetaminas, em fim se colocar aqui
todas que já usei escreverei uma enciclopédia famacéutica. Passei por
uma vida de promiscuidade com tudo de errado que possa existir. Desci
no fundo do poço. Até que um dia não agüentando mais essa vida resolvi
mudar, e com a ajuda de uma amiga tive a oportunidade de conhecer o
"Céu Nossa Senhora da Conceição", um lugar divino, abençoado por
"Deus", onde fui recebido dignamente, lá me fizeram sentir uma pessoa
de verdade me receberam com muito Amor e me ensinaram o verdadeiro
sentido da vida.
Cheguei um dia uma pessoa, dois dias depois com um tratamento com
ervas, (Plantas de poder) e espiritual era outra pessoa, me transformei
em um homem digno e novo com bons pensamentos, limpo não só o
corpo, mais o espírito e o coração também.
Hoje penso nas pessoas que prejudiquei e sei que a partir de hoje vou
poder
Ajudar muitas outras pessoas que estão nesse mundo a se curarem e as
que prejudiquei também.
Devo tudo isso ao nosso pai lá de cima, meu padrinho Gideon e ao "Céu
nossa Senhora da Conceição", e digo que "Ayahuasca" é o começo de
uma nova vida.
M.A.M.P.S., 30 anos, curado e agradecido.Amor, Paz e Luz.
SÃO PAULO 23 DE AGOSTO DE 2004-08-22
A QUEM INTERESSAR
PREZADOS SENHORES, (A) VENHO A TRAVES DESTA RELATAR AS
MINHAS PASSAGENS PELO CENTRO "CEU NOSSA SENHORA
DACONCEIÇÃO
DESDE DEZEMBRO DE 2003 PARTICIPO DOS TRABALHOS QUE
ESTA ENTIDADE PROMOVE E TENHO OS SEGUINTES RELATOS A
DECLARAR.
JÁ NA PRIMEIRA VEZ QUE ESTIVE NAQUELA ENTIDADE: E
PRECISO RELATAR QUE SOU ESTUDIOSO DAS ERVAS NATURAIS
(ESTUDANTE DE PHITOTERAPIA) CONSTATEI A PRESENÇA DE
PESSOAS VINDAS DE LUGARES DIFERENTES BUSCANDO A CURA
E LIBERTAÇÃO DAS DROGAS,VINDAS TAMBÉM DE OUTRAS
IGREJAS E INSTITUIÇÕES E APÓS JÁ UM SO TRABALHO UMA
GRANDE PARTE DESTAS PESSOAS HAVIAM ABANDONADO O
VÍCIO. E APÓS TER VOLTADO LÁ OUTRAS VEZES EM CONTATO
COM ESTAS PESSOAS REALMENTE ELES HAVIAM ABANDONADO
O VICIO E , MUITOS COMEÇARAM A TRABALHAR, SE
RELACIONAR NOVAMENTE NO CONTESTO SOCIAL,VOLTANDO A
TER UMA VIDA NATURAL E SAUDÁVEL. MUITOS ATÉ TROXERAM
SEUS FAMILIARES POIS OS MESMOS QUERIAM CONHECER O
LUGAR QUE OS TORNARAM SAUDÁVEIS NOVAMENTE.
EU MESMO POSSO RELATAR QUE ESTAVA SOFRENDO DE UMA
DOENÇA BEM CONHECIDA NA MODERNIDADE O STRESS E APÓS
UM MÊS DE TRATAMENTO NÃO PRECISEI MAIS TOMAR OS
MEDICAMENTOS ANTI STRESS, VIVO DESDE ENTÃO COM SAUDE
MENTAL E FÍSICA.
APÓS TER CONHECIDO E FREQUENTADO ESTA ENTIDADE
OBSERVEI A CADA VEZ O AUMENTO DO NÚMERO DE
PARTICIPANTES E DOENTES SENDO CURADOS E ABENÇOADOS
COM ESTE REMÉDIO.
ESTE SENHOR QUE ESTÉ A FRENTE DESTA ENTIDADE TEM TIDO
UMA DEDICAÇÃO MUITO HONROZA E SEU TRABALHO VEM
SENDO NOS MEIOS ESPIRITUAIS CADA VEZ MAIS ADMIRADO.
LENDO PESQUISAS A RESPEITO DA AYAHUASKA EXISTEM PAISES
NA EUROPA QUE AUTORIZARAM O SEU USO PARA FINS
RELIGIOSOS,SENDO OS MESMOS PORTADORES DE LEIS ANTI
DROGAS MUITO SEVERAS.
Á SIMPLES DIZER MAS NÃO É SÓ A PESSOA QUE UTILIZA-SE
DESTE REMEDIO E QUE PODE CONSTATAR OS BENEFICIOS
FISICOS ,PSICOLOGICOS, MENTAIS E SOCIAIS QUE O MESMO
NOS PROPORCIONA. É IMPORTANTE SALIENTAR QUE EM
NENHUM MOMENTO SENTI UMA DEPENDÊNCIA EM
RELAÇÃO AO USO, POIS A IDA PARA ESTE EVENTO É
RELACIONADA A UM CULTO RELIGIOSO COMO UMA IGREJA.E
NÃO ME CONSTA EU TER FICADO COM ABSTNÊNCIA EM
NENHUMA DAS VEZES EM QUE ME DECIDI PARTICIPAR. E
ENTENDO A PREOCUPAÇÃO DAS AUTORIDADES TENDO EM
VISTA OS PROBLEMAS QUE AS DROGAS VEM CAUSANDO A
SOCIEDADE, MAS ME COLOCO PARA A DISPOSIÇÃO DOS
SENHORES SE FOR O CASO PARA FAZER UM ESTUDO MAIS
DETALHADO PARA SER CONSTATADO O MEU RELATO.
NUNCA TIVE EXPERIÊNCIAS COM DROGAS MAS AS REAÇÕES E
SENSAÇÕES DE UMA PESSOA QUE USA DROGAS SÃO
TOTALMENTE DIFERENTES SEGUNDO O QUE FOI INFORMADO
POR PESSOAS
COMPETENTES NO ASSUNTO.(MÉDICOS)
É VERDADE E DOU FÉ
N.F.G.
Pensando hoje sobre a minha vida, nas mudanças constantes e radicais
que têm ocorrido desde dezembro do ano passado até aqui, tenho a
nítida sensação de estar no meio de um furacão onde todas as coisas a
minha volta estão sendo arrancadas, transformadas e passam voando
por mim que permaneço simplesmente presa num só ponto, centrada,
visualizando e caminhando suavemente por este novo caminho que se
abre a minha frente e pelo qual sou levada como um pena que flutua ao
sabor do vento. Sabendo exatamente o porquê de cada coisa que
acontece, consciente de cada passo e para onde este caminho está me
levando...
Durante muito tempo estive em busca de algo que faltava em minha
vida... Na verdade sentia que faltava algo dentro de mim, pois eu tinha
tudo: família, amigos, saúde, trabalho... Mas realmente nada preenchia
aquele vazio constante...
Minha alegria era sempre momentânea; me sentia feliz em estar ao lado
das pessoas que eu gostava, assim como em estar ao lado dos meus
"amigos", de poder ajudá-los de alguma forma, mas sempre me sentia
diferente, pois já não via graça naquela "curtição" que as pessoas
queriam estar constantemente, pois o que sempre "rolava" pra
proporcionar aquele "estado de felicidade" era exatamente as coisas que
eu sempre procurei me manter afastada: drogas (maconha rolava ali
com naturalidade), álcool, fumo, etc... Das baladas até que eu gostava,
de estar perto dos meus "amigos", mas muitas vezes me sentia mesmo
deslocada no meio daquele monte de gente pulando, gritando, xingando,
tirando um barato de outra pessoa pelo simples fato de se vestir
diferente... Não... Eu não agüentava mais aquela vida vazia... Então aos
poucos fui me distanciando, distanciando, o pessoal falando que eu já
estava mesmo era ficando velha, não agüentava mais curtir as coisas
boas da vida e assim fui ficando meio isolada. O que se acentuou quando
em busca deste "que" que faltava na minha vida comecei a freqüentar
uma determinada "religião" quando as pessoas passaram a se afastar de
mim, pois achavam que eu estava virando bruxa, feiticeira ou algo
assim... Mas quando passavam por algum problema que não achavam
solução sempre vinham me procurar pedindo ajuda.
Bem, então eu já estava me sentindo bem melhor comigo mesma, pois
não me preocupava com o que as pessoas iriam pensar ou dizer...
Importava que eu estava fazendo a minha parte, achava que estava
fazendo a coisa certa... Embora tivesse "algumas coisas" com a quais eu
não concordava neste caminho, eu procurava praticar aquilo que era
bom, puxando para mim somente aqueles ensinamentos com os quais eu
me identificava...
Na verdade eu já conhecia o grande ensinamento que diz "onde há luz
não há trevas", mas houveram algumas explicações, colocações que me
fizeram permanecer por ali, até porque já havia freqüentado diversos
lugares e em nenhum deles eu tinha me identificado tanto... Mas quando
a gente sabe e conhece a verdade, nosso espírito pode até aceitar certas
coisas até certo ponto, até que a gente retire daquela experiência o
aprendizado necessário, mas uma vez que vimos da luz e para a luz
voltaremos, temos que voltar melhores, mais puros do que chegamos
aqui e isto não acontece se permanecermos no erro e então uma hora
nossa alma emite "um grito de socorro" quando começamos a busca
novamente...
Permaneci neste caminho por quatro anos, achando que estava trilhando
o caminho da verdade, mas não percebia que tudo que eu ganhava se ia,
que até o vinho, única bebida que eu realmente gostava e a principio eu
saboreava, degustava de vez em quando, passei a ter cm casa como uma
necessidade, sendo que uma taça já não era suficiente, tinha que ser uma
garrafa sempre... Acrescentando que se estivesse com um pessoal, de vez
em quando dava vontade de pegar um cigarrinho.
Namorados então, eu nem me preocupava... Sentia-me só ficava com um,
com outro e já não conseguia viver sem sexo...
Tudo na minha vida estava tomando proporções de exagero, assim os
vícios iam chegando e ficando: sapatos eu tinha que ter muitos, assim
como roupas, bolsas, etc... O materialismo cada vez tomando mais conta
de mim e eu sem perceber que as más influências estavam me dominando
a cada dia.
No trabalho não tinha como conversar com o meu chefe, as brigas eram
constantes... Com os outros funcionários havia atrito constante, pois era
um terrível clima de inveja, insegurança, fofocas... Isto já me provocava
dores de estômago, cabeça, garganta e estava ficando afastada direto...
Quando eu vi que as coisas estavam indo de mal a pior, não agüentava
mais viver nesta loucura e não via uma saída pra resolver tudo isto, pois
me sentia já numa prisão, uma porta imensa se abriu e uma mão de luz
me puxou e direcionou à fazenda Céu Nossa Senhora da Conceição...
Dez/O3 onde pela primeira vez eu participei de um trabalho xamânico
utilizando o Santo Daime, conhecido como ayahuasca (ou vinho das
almas), esta santa bebida que me proporcionou tanta limpeza, tanto de
corpo físico como espiritual e me trouxe de volta à realidade da vida, me
fez perceber quão momentânea é a nossa existência e eu ali sem cumprir
um nada daquilo para o qual somos predestinados, a praticar o bem e
evoluir espiritualmente. Este chá tão puro e sagrado me trouxe de volta
ao encontro comigo mesma, me fez perceber que tudo aquilo que eu
buscava em outros lugares ou pessoas estava na verdade guardadinho
dentro de mim, como um presente envolto em uma embalagem apenas
esperando a hora que eu me dispusesse a soltar as amarras e acessar
tudo aquilo que me foi presenteado desde o meu nascimento.
A partir de então, nada na minha vida foi mais como antes, a felicidade e
o amor incondicional passaram a fazer parte da minha vida e do meu
vocabulário diário.
O trabalho que me prejudicava foi afastado, as pessoas que me
prejudicavam se afastaram, hoje eu vivo radiante e feliz, pois aprendi
que basta, apenas termos fé para conseguirmos tudo aquilo de que
necessitamos. Doenças não tive mais... Até o óculo que eu usava por
quase dez anos para controle de miopia e astigmatismo foi banido da
minha vida... Se às vezes dou uma vacilada e me afasto um pouco do
contato com o astral superior (Deus) e as doenças querem me rondar, já
conheço as armas para lutar contra elas e me manter íntegra, firme e
forte no propósito que me foi predeterminado.
Minha consciência ecológica aflorou de uma maneira como eu nunca
tinha percebido antes... Hoje eu consigo perceber que existe um sol
nascendo e se pondo todos os dias, que há estrelas e uma lua linda
brilhando no céu, que o vento sopra e acariciam meu corpo todos os
dias, que a terra que se esconde sob nossos pés está cheia de vida e
embora os homens tentem a cada dia apenas poluí-la e extingui-la,
esquecendo-se da sua grandiosidade e importância, ela continua
gerando vida e recursos para a nossa subsistência...
Assim surge a necessidade de pararmos de remar contra a maré e
procurarmos meios (e existem vários) de continuarmos nosso processo
de crescimento e evolução sem agredir a natureza, pois mais grandioso
que simplesmente percebê-la é aprender que eu sou parte dela e que ela
é parte de mim e assim precisamos nos harmonizar para continuarmos o
doce ciclo da vida.
Eu sou grata! Imensamente grata a Deus por ter me aberto a visão para
este doce caminho de luz que é o Xamanismo, a reintegração do homem
à natureza - em especial à sua própria natureza, e principalmente por
ser na fazenda Céu Nossa Senhora da Conceição onde a luz divina
brilha com uma intensidade jamais vista, aonde as pessoas chegam tão
mal, viciadas até mesmo em drogas pesadas como cocaína, crack e
outras (como eu tive a oportunidade de conhecer várias pessoas que
chegaram lá assim) e desde o primeiro trabalho com daime/xamanismo
receberam a libertação total. Pessoas que por anos e anos eram viciadas
em álcool, cigarro, etc. e foram libertas desde o primeiro contato com o
santo-daime, este chá sagrado... ISTO É MARAVILHOSO!
Fora que ainda ganhamos uma nova família (literalmente), pessoas que
andam de mãos unidas, uma ajudando a outra, de mãos dadas em
verdade e espírito, pois sabemos que o sucesso de um é o sucesso de
todos, a felicidade de um é a felicidade do outro... e claro, eu não
poderia finalizar sem agradecer à santíssima trindade, Deus e Jesus
Cristo, Pai, Filho e Espírito Santo por ser tão maravilhoso e nos ter
presenteado com esta grande obra. À mãezinha amorosa, Nossa Senhora
da Conceição que é a nossa guardiã e protetora e ao nosso amado e
iluminado Xamã Gideon dos Lakotas, que está à frente deste trabalho,
por nos dar sempre tanto amor e passar com tanta clareza os
ensinamentos recebidos direto da mão do nosso Mestre Jesus.
QUE O AMOR, A PAZ E A LUZ DIVINA SEJAM NOSSO PRESENTES E
GUIAS NESTA BUSCA DIÁRIA PELO CONHECIMENTO DA
VONTADE DO ASTRAL SUPERIOR EM NOSSAS VIDAS!!!
Meu nome é T. C.da S. N., RG xx.xxx.xxx Moro na cidade de
Cruzeiro-Sp.
Freqüento os trabalhos de daime/xamanismo do Instituo Espiritual
Xamânico Céu Nossa Senhora da Conceição há pouco mais de um ano,
Neste tempo, devido aos trabalhos espirituais xamânicos um grande
número de irmãos que lá chegaram, muitos deles pessoas cultas,
médicos, advogados, engenheiros, muitos comerciantes , pessoas de
todas as linhas religiosas, ricos e pobres, letrados e analfabetos, Mas em
comum todos eles assim como eu também, tínhamos a busca da luz, da
cura de nossos males, da sabedoria, da compreensão do mundo
espiritual para um crescimento espiritual.
Lá não visa lucros com a ayahuasca, lá não se comercializa a
espiritualidade. Um trabalho xamânico com ayahuasca de 12 horas de
duração custa só SETE REAIS.
Mas muito destes irmãos chegaram lá com doenças e traumas, mas o que
mais me chamou a atenção foi o grande numero de pessoas viciados em
drogas como a maconha, cocaína, craque, êxtase, álcool e outras coisas.
Fiquei muito admirado ao conversar com muito destes irmãos viciados
em drogas, porque eles mesmo contavam que freqüentavam igrejas que
se intitulavam do santo daime mas que foi lá que se viciaram em drogas!
A grande maioria destes irmãos viciados e drogados, foram libertados
por completo dos traumas e das drogas logo no primeiro trabalho de
daime/xamanismo.
Eram pessoas já desesperadas, que não conseguiam se libertar e que
hoje vivem normalmente. O Céu Nossa Senhora da Conceição tem sido
uma U.T.I. espiritual para libertação de vícios de todos os tipos e curas
completas de qualquer doença .
Eu posso falar porque eu mesmo fui curado e posso provar isto por
laudo médico pra quem quiser ver!
Em agosto do ano passado, eu tive fortes dores no abdome, dores que só
passavam com altas doses de buscopam na veia, ainda assim não
resolviam por completo. Procurei um especialista na Santa Casa de
Cruzeiro aonde moro e depois de muitas chapas de raios-X e uma
bateria de exames foi diagnosticado que eu estava com pedra na
vesícula. O diagnóstico foi dado numa quarta-feira após as 16:00h e
guardo comigo os exames e os raios X caso alguém duvide de mim.
Foi marcada uma cirurgia para a sexta-feira às 5:00h para a retirada da
vesícula. Não me contentei com o resultado e procurei o Céu Nossa
Senhora da Conceição, aonde o nosso amado Xamã Gideon se
prontificou de imediato a realização de um trabalho espiritual de cura.
Este ritual xamânico de cura que envolve ayahuasca durou pouco mais
de quatro horas, a dor passou já no inicio do trabalho e eu amanheci na
quinta feira como se nunca tivesse acontecido nada. Eu estava curado!
Marquei uma consulta com o mesmo especialista para desmarcar a
cirurgia, ele não acreditou no que estava vendo e me ouvindo dizer. Ele
me disse: "Milagre não existe, daqui um mês você vai voltar aqui com
todo o abdome inflamado e terá que fazer uma cirurgia de emergência
correndo risco de vida".
Mas ficou ainda mais surpreso quando eu disse a ele que havia aqui um
grande número de médicos se tratando dos mais diversos males.
Com a graça de Deus e em nosso Senhor Jesus, nunca mais tive
problemas na vesícula e nem em nenhum outro órgão do meu corpo.
Eu só tenho a agradecer à todos do Céu Nossa Senhora da Conceição,
aos trabalhos de daime/xamanismo que vem curando e libertando de
vícios cada vez mais irmãos, especialmente os que se viciaram nas
igrejas que se dizem do santo daime mas que misturam drogas com o
daime , que chegam desesperados sem saber mais o que fazer e que aqui,
logo nos primeiros trabalhos se libertam das drogas e encontram um
novo sentido a vida, tanto moral como financeira, cada vez mais o Céu
Nossa Senhora da Conceição vem ajudando maior número de irmãos
necessitados.
Obrigado à todos deste Céu que em nome de nosso Senhor Jesus vem
ajudando à todos que necessitam.
DECLARAÇÃO
Eu, A.M.D., portadora da Carteira residente e domiciliada na Rua
de Identidade RG n° DECLARO, para os devidos fins, que sou
freqüentadora do Centro Espiritual Xamânico Céu Nossa Senhora da
Conceição, localizado na Cidade de Pariquera-Açu, desde julho/2004.
Quando da minha visita à Fazenda Céu Nossa Senhora da Conceição, o
objetivo era apenas o de conhecer o local e a seita, que libertaram meu
filho do uso de drogas.
Qual não foi minha surpresa em lá chegando, ao conhecer e ter a
oportunidade de testemunhar, a presença de tantas outras pessoas,
vindas de outras igrejas e seitas, que através do Xamanismo e do Vinho
das Almas, usado na Fazenda Céu Nossa Senhora da Conceição,
encontraram sua libertação espiritual e principalmente sua libertação do
uso de drogas.
Na bastasse o meu espanto com tantos testemunhos e relatos de
libertação, tive oportunidade de participar dos trabalhos, no qual obtive
a cura para um problema de saúde que me afligia, qual seja,
endometriose. Desde então, não tomei um único comprimido para dor.
O que me deixa maravilhada e fascinada em relação a "Fazendinha", é a
freqüência de um grande número de jovens e a maioria com suas
famílias, o que caracteriza o sentido familiar do local. Além da
valorização do "instituto" família, temos a valorização do jovem, seu
trabalho, o ser em si.
Também já me acostumei a ver igrejas, templos, etc., que em algum dado
momento, passa-se a "sacolinha". Lá não existe nada disso.
Ademais em visita ao site da Fazenda Céu Nossa Senhora da Conceição,
pude constatar o seguinte: "se você irmão ou irmã, obteve uma cura, doe
uma cesta básica à alguma família necessitada". Ora, claro está que a
Fazenda não busca nada para si, apenas prega a caridade.
Outra coisa impressionante é pessoas alcançam sua libertação do uso de
drogas. A maioria com quem conversei, estava liberta logo nos primeiros
trabalhos.
As mudanças na vida pessoal de cada freqüentador são visíveis logo nas
primeiras idas à Fazenda. Meu filho, por exemplo, parece ter encontrado
objetivo de vida, não é mais aquela pessoa agressiva em casa, se
interessa pelos problemas da família, vive cantando músicas religiosas,
tive oportunidade de presenciá-lo ajudando outras pessoas, como, por
exemplo, carregar sacolas de uma idosa, o que em outras épocas
certamente ele não o faria.
Reitero, que todas as graças acima mencionadas, só foram alcançadas
através do uso do Vinho das Almas, administrado de forma competente e
responsável na Fazenda Céu Nossa Senhora da Conceição.
VII Aliciamento e disseminação do uso de drogas com daime na
Internet
Neste capítulo, você encontrará a comprovação das ações de discípulos
do FALSO SANTO DAIME que buscam por meio da internet disseminar
o uso das drogas, manipulando informações e tentando transformar o
vício em algo sagrado. Na maioria dos e-mails, a maconha é chamada de
santa maria. Além disso, muitas vezes proferem mentiras a respeito do
mestre Irineu na tentativa de legitimar o uso das drogas com o daime.
Neste exato momento, seus filhos podem estar entrando no mundo das
drogas pela porta do falso SANTO DAIME, que se espalha como uma
praga por meio de e-mails e discussões em grupos da Internet. Leia
abaixo algum desses e-mails.
Tentativa de convencer usuários que o mestre Irineu usava maconha
From: naiara
To: [email protected]
Sent: Sunday, January 09, 2005 3:23 PM
Subject: [plantassagradas] Re: Re: Polícia Federal invade 5 Mil
Gostei desta pergunta por acaso tb tinha essa dúvida, aliás, tenho muitas
dúvidas sobre a santa maria.
Z <[email protected]> wrote:
Olá Marco.
Sei que o texto não é seu, mas gostaria de saber se existem registros
(orais, gravações, escritos) qualquer coisa que possa comprovar que o
Mestre Irineu fez uso da Santa Maria. Entrevistei no ano passado um
contemporâneo do Mestre Irineu e ele chegou a ficar um pouco irritado
com a pergunta que fiz sobre a ligação do Mestre com a Santa Maria. Os
outros contemporâneos do Mestre, o que dizem?
De:
"Marco
Antônio
<[email protected]>
Gracie
Côrte
Imp"
Para: [email protected]
Assunto: [plantassagradas] Mestre e a Santa Maria
Data: Mon, 10 Jan 2005 17:15:14 -0200
Um som Crybaby, pra fazer o pensamento viajar nas possibilidades.
Bom, na verdade eu sempre soube que o Mestre usava as escondidas, e
lógico que dá para entender o porque.
Mas conversar sobre isto é um tabu e uma guerra, pois dizem que de
maneira nenhuma e se ofendem com esta possibilidade.
No caso do Mestre Irineu a coisa fica meio que às avessas se declaramos
que ele não conhecia ou desmerecia o seu uso. Se ele teve passagem pelo
Tambor de Mina que é conhecida como Casa de Mina, e lá se cultua e
bem cultuado o uso da Cannabis.
Mestre Irineu era Maranhense e negro, no Maranhão especialmente na
parte onde os negros mais dominam, sempre foi cultivada a planta. Nada
mais do que normal, pois o uso da Cannabis era de comum nas tribos
africanas."Ma Konia " Mãe Divina
Padrinho me disse que o Mestre usava, Padrinho Wilson também me
disse que o Mestre usava, eu ouvi vários relatos lá em Rio Branco de que
o Mestre usava sim, mas ai é que é a questão, muitos vão dizer que não e
outros vão dizer que sim, mas é meio impossível agora querer descobrir
se realmente o Mestre usava.
A questão maior é sobre o que cada um quer para si. Eu Marco abraço a
Santa Maria como Doutrina e sei que isto pode ser bom para quem
realmente sabe da Doutrina.
Em maior conceito, também acho que as pessoas devem ser livres para
pitar o seu baseado sem estas de prisão e perseguição.
A Doutrina da Santa Maria está ai para quem quiser segui-Ia, para quem
não quer, não siga. Mas esta polêmica é muito ruim. Pois surgem
medonhos seres com raiva e baba.
Temos relatos de parentes que apresentaram a maconha para o Mestre e
este disse ser uma planta de muita ciência, e por ai vai.
Mas não acho que se o Mestre usava ou não usava pode influir na
vontade de alguém. Mestre Irineu comia 12 ovos por dia segundo alguns
historiadores, comiam carne de porco. Este exemplo eu nunca seguirei,
pois acho horrível a carne de porco e ovo também não como. Mestre
morreu doente e sua circulação sanguínea era péssima, então algumas
coisas que o Mestre fazia, eu acho detestável, como comer carne,
principalmente de porco.
Nem por isto, eu desmereço o Mestre e sua missão que também é minha
e de quem quiser seguir os passos de atender os doentes, distribuir Daime
e Doutrinar o Mundo Inteiro. Ser educado, alegre e amoroso, seguir
sempre a verdade e a justiça.
Na verdade, a Santa para uns é boa, e para outros não é boa.
Uns precisam e outros devem é manter distância, já vi muitos casos de a
pessoa não agüentar os trabalhos espirituais, com Santa Maria, muita
gente não agüenta, eu acho que os trabalhos de Santa Maria podem ser
mais fortes do que com Daime.
Aqui na Rainha do Mar volta e meia eu suspendo a Santa Maria e ai
muitos vem se queixar e eu coloco para fora, pois Doutrina não é fazer o
que se quer e quando quer, doutrina é doutrinar-se. Fumar a toa é bom,
mas usar em Doutrina é bem melhor. Três em três dias, sete em sete,
quinze em quinze trinta em trinta, fazer jejuns, diminuir o uso, eis a
Doutrina da Santa Maria. Como o Daime a Santa Maria também pode
levar o camarada para as profundezas. Daime faz a mesma coisa, a
pessoa ta ali tomando Daime e pensa que ta subindo e na verdade esta
descendo. Isto acontece quando a pessoa está iludidíssima com as suas
descobertas e acha que ela é que detém o poder.
Padrinho dizia que o Daime vai dando escada e mais escada para a
pessoa subir e depois tira a escada, quem souber se segurar no pincel se
salva.
Mas pitar na Doutrina tem que ser macho, pois já vi muitos tremerem e
nunca mais nem passar perto do cheiro.
Já vi um cabra chegar com um kilo de fumo, traficante e depois do
trabalho com a Santa Maria, nunca mais pitar e deu todo o fumo que
tinha, nem se atreveu a vender nada da planta.
A Doutrina é muito boa, só tem a dar coisas boas para este país e para
este mundo.
No caso de ser liberada para consumo próprio, de imediato acaba com
um grande financiamento que estes bandidos tem. As prisões esvaziam
em um terço da sua população.
A corrupção diminui em muito.
Os problemas familiares de pais e filhos diminuiriam, pois ao país sem
estudos e movidos pela propaganda da sociedade e governo fazem
barbaridade com seus filhos.
Há uns meses atrás um jovem de 14 anos, um garoto super estudioso,
gente fina, tranqüila, uma pessoa admirável, foi colocado para fora de
casa por causa de um baseado que o pai achou no seu bolso. Bom, o
camarada acabou na rua e sem nada de auxílio. Ai vemos que isto é
praxe, meu pai me colocou pra fora de casa com 12 anos de idade porque
me viu fumando um baseado.
Dormi meses na rua, passei o pão que o diabo amassou só porque o
governo a sociedade resolveram sem bases cientificas nenhuma e nem
em bases morais, pois o fato da pessoa usar um baseado, não a torna
capaz de fazer atos amorais, e muito pelo contrário, é um sedador, um
calmante, um relaxante muscular recitado desde os primeiros escritos
médicos consideráveis e que adotam como Pai da Medicina. Para uso na
hora do parto, hora sagrada que temos na nossa vida. A crisma era feita
com maconha, isto é fato comprovado e ai?
Bom, muita coisa ainda vai ser revelada, como muita coisa foi escondida
na luz da noite. Mas nada como a luz do Sol, brilhante e feliz, revelando
o que estava escondido pela negra escuridão.
Vejamos o mal que esta lei faz ao país e então podemos dizer que a sua
proibição gera mais injustiças e pobreza do que o seu possível mal à
saúde, sim possível pode causar, pode fazer, mas nunca ouve provas de
que fizesse. Uma lei que se comparada ao uso do cigarro podemos
encarar logo a injustiça existente.
O injusto é ainda mais os que dizem coisas a respeito sem ter o
conhecimento sagrado e do conhecimento real da sociedade, em relação
ao que acontece mesmo, pois não se pode admitir que ainda tenhamos
leis tão perversas e de cunho segregacionista, Confederalista do Sul dos
EUA em atuação aqui. Algodão, Algodão, e nem doce e nem salgado.
O importante é a pessoa saber o que é bom para si e deixar a regra para se
acomodar com a realidade de cada um.
No meu ver, parece que o Mestre usava.
Marco Gracie Imperial
"Marconheiro" e a morte do padrinho Sebastião Mota de Meio
Email
De: Marco Antônio Gracie Côrte Imp <[email protected]>
Para:
[email protected]
[email protected]
Assunto: [plantassagradas] cruz credo!!!
Data: [email protected]
Tinha um camarada aqui em Pedra que fazia esta coisa, só que estava
com raiva de mim. Falou isto prum monte de meninas e ai a namorada
dele veio atrás, para saber se era verdade. Mas eu acho bem legal, não
tenho problema nenhum de ser chamado de marconheiro, nesta Terra
onde muitas injustiças foram feitas, eu que comecei desde os 12 anos de
idade, só sinto é feliz, feliz com Deus.Uma vez eu ia chegando na casa do
meu pai, e lá pelas tantas ele teve que sair apressado, ai lá estavam várias
meninas que enquanto o papai tava em casa, mal falavam comigo. Mas
bastou ele sair que elas me rodearam e eu sem entender nada, porque elas
eram super frias comigo na frente do papai, fiquei ali no meio e elas
começaram, Marquinho, você fuma maconha? E todas olhando para mim
e eu disse que sim, e elas me pediram pra fumar comigo. Bom, fumamos
e me contaram, que papai antes de eu chegar, fizera a minha caveira com
as meninas, disse que eu era drogado, que nem falassem comigo. Mas o
que aconteceu foi ao contrário, elas vieram todas felizes me pedir um
baseado.
A vida é assim, imagine, agora todo mundo tá sabendo de como eu fui
tratado, na época da morte do Padrinho, na verdade esta mentira de que o
Padrinho morreu de overdose, foi criada pelo pessoal do CEFLURIS,
para me desmerecer perante ao ocorrido na época onde o Padrinho
Sebastião exigiu, debaixo de maldições contra aqueles que não queriam
deixa-Ia vir para a Rainha do Mar. Padrinho aqui sempre foi muito bem
tratado, estava sofrido, e só reclamava do ramramram do povo. Aqui na
Rainha ele foi tratado como eu tratei o meu pai nos seus últimos dias aqui
na Terra. Recebi-o e o tratei, sempre contra o povo que o cercava. Sofri o
pão que o diabo amassou, e eram coisas deste tipo. O Alfredo dizendo
uma barbaridade desta, e foi assim mesmo. Como se eu fosse culpado da
morte do Padrinho, assim eu fui tratado e ainda volta e meia alguém vem
com estas coisas. Se o velho tivesse morrido de overdose, eu mesmo
diria, mas não foi, tenho aqui até hoje o porta toalha, quebrado onde ele
se agarrou e caiu. Padrinho morreu depois de um ataque fulminante, pois
ele tinha mal de chagas uma doença que deixa o coração imenso e ele
fica mais propício a ter este tipo de ataque fulminante. Mas padrinho
chegou quase morto aqui em casa. Fui buscá-lo a seu pedido no Céu do
Mar e de lá o retirei, fui chegando e ele amaldiçoava a todos ali, e eu
Marco, fui e o abracei e disse pra ele que ele ficasse mais tranqüilo que
eu tinha chegado e já o ia levar para a nossa casa. Na verdade eu parei as
maldições que eram veementes e inesquecível para quem viu o Padrinho
abençoar, o tempo todo, mas amaldiçoar, eu raríssimamente poderia ver o
que vi. Mas depois da morte dele, foi só o que eu recebi do filho e de
muitos. Na morte dele eu levei o corpo para o Céu do Mar e lá estendi a
mão para um dirigente e este me virou as costa, procurei saber e fui
informado, que eu tinha matado o Padrinho de overdose. Esta coisa eu
soube no dia da morte do velho no Céu do Mar e nasceu ali, a troco de
que só posso pensar que é maldade pura, uma indecência a troco de nada,
ou seja a troco de me desmerecer. Porque esta coisa contra mim? Tem
tiro que sai pela culatra. Hoje a mentira cresceu e está pegando todo
mundo, daqui a pouco o raciocínio começa a ser este. Estão acusando a
todos e eu nem ligo, mas tem gente que vai ficar sem dormir. O camarada
ta é fazendo a minha fama. Ainda mais eu filho de Carlos Imperial, o
homem que dizia: "Falem mal, mas falem de mim", e eu depois de
aprender a apanhar na Academia Gracie desde infância, hoje sou o
próprio pão-de-ló, quanto mais bate, mais eu cresço, cresço em estudos,
cresço em família, cresço em amigos, cresço no amor.
To mais preparado do que nunca, para trabalhar no astral, "tenho as
armas na mão" e me sinto feliz, e muito feliz com o avanço da Rainha do
Mar que está de vento em popa em três municípios trabalhando com
produção e sendo auto sustentável. "As linhas do bem estão presentes
aqui na Rainha do Mar, salve as crianças encarnadas, salve todos os
orixás" e Salve a Rainha do Mar"
E Santa, gosto que me enrosco. Já comi com chocolate é uma delícia.
Apesar de ter uma rapaziada aqui que queria me matar só de ver eu
comer o bãozão que apareceu aqui, só o cheiro dá vontade de comer.
Outra coisa, se querem aumentar o Daime é falarem mal dele, uma vez a
Veja fez uma reportagem horrorosa sobre o Daime, e ai não parou o
telefone, aqui em Pedra vieram mais de 10 pessoas só por conta da
reportagem. Falou mal do Daime é aumento na certa.
Marconheiro é bem legal. Hoje eu digo que sou um Mariano do Uso
Sacramental. Ficou chic!
Um abração
Marco Gracie Imperial
Reconhecimento dos efeitos negativos da cannabis
Email
]From: valerialuanova
To: [email protected] Sent: Thursday,
January 13, 2005 5:09 PM
Subject: [plantassagradas] Re: Cannabis X Ayahuasca
Que maravilha!!!!!! quer dizer então que estamos no caminho certo...
Viva o santo Daime!!! viva a santa Maria!!! ...Obrigado irmão pelas
informações...Abraços..Valeria
Lamat Ka <[email protected]> wrote:
Esqueci de dizer que os efeitos negativos da cannabis são diminuídos e
quase revertidos com infusões de 5-HT(serotonina), ou análogos como o
DMT. Já que este efeito de perda da memória parece ser relacionado a
uma diminuição da 5-HT no hipocampo, que é a região responsável pelo
armazenamento da memória e aprendizado.
Com isso posso afirmar com certeza que o Daime ajuda a inibir os efeitos
negativos a memória relacionados com a ingesta de THC.
Em attach o artigo onde estes dados são revelados
beijos e abraços
Lamat Ka- Estrela Lunar 28 7:7::7:7
In Lak'ech
Felipe F. Hess, M.Sc.
Jaboratório de Fisiologia da Cognição
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Dúvidas e perseguição
Email
From:"Marco
Antônio
Gracie
<[email protected]>
[email protected]
Côrte
Imp"
To:
Sent: Tue, 16 Nov 2004 02:23:11 "0200
Subject: [plantassagradas] Ao irmão Marco Imperial
Bom, sobre a perseguição é realmente uma barra, muitos perseguem e ai
a coisa fica difícil, por isto é que se deva ter segredo, não conversar com
quem não usa, nem dar chance de alguém falar nada, pois quem
persegue, não sabe o que diz, e nem o que faz.
Eu fui perseguido desde os meus 12 anos e imagine hoje estou com 47 e
ainda vejo perseguição, quando for liberado o uso, ai as perseguições
diminuirão.
mas o segredo é ter segredo, e viver numa boa, sem mostrar para
ninguém, e fazer os seus intentos sem alarde, para que diminua a pressão
dos que são contra.
Com tanta gente falando besteira, acabamos por ter esta dúvida sobre se
estamos fazendo o certo, e acabamos por achar que podemos estar
errados.
Mas este caminho ainda é de perseguição, quem entrar nele é também
para enfrentar estas coisas.
Não espere compreensão de ninguém, e descubra você mesmo se é este o
seu caminho. Mas de ante-mão pode esperar perseguição, pois ainda é
considerado crime, pela legislação brasileira, um dia isto acaba.
Um abração
Marco Gracie Imperial
Boa Noite, irmão Marco Imperial
Estou com uma coisa na minha cabeça e preciso conversar com alguém
como vc, que é solícito e tenho certeza de que me compreenderá. Faço
uso da maconha, que recentemente descobri ser uma planta de poder e ser
chamada Sta Maria, mas tenho recebido duras criticas sobre essa prática.
Estou fazendo mesmo algo de errado? Esta erva não deve ser utilizada
desta forma? Estou aqui para aprender e confio em seu julgamento!!
Obrigada por se mostrar atencioso comigo!
um abraço,Cris.
Email
From: Marco Antônio Gracie Côrte Imp
To: [email protected] Sent: Saturday,
March 26, 2005 8:58 AM Subject: [plantassagradas] Santa Maria
Olá criei uma comunidade sobre a legalização da Cannabis
Coloquei uns textos bons para debate
Cannabis Legalização Brasil
http://www.orkut.com/CommTopics.aspx?cmm=1515024Amor. Alegria
e
Educação, são as bases da Doutrina do Santo Daime
Endereço desta página:
http://www.grupos.com.br/grupos/santodaimeplantassagradas
E-mail do grupo:[email protected]
Assinar: [email protected]
Cancelar assinatura: [email protected]
Fundador do Grupo: [email protected]
Moderadores do Grupo: [email protected]
Administradores do Grupo: [email protected]
Amor, Alegria e Educação, são as bases da Doutrina do Santo Daime
Endereço desta página:
http://www.grupos.com.br/grupos/santodaimeplantassagradas
E-mail dogrupo:[email protected]
Assinar: [email protected]
Cancelar assinatura: [email protected]
Fundador do Grupo: [email protected]
Moderadores do Grupo: [email protected]
Administradores do Grupo: [email protected]
From: Antonio Garcia <[email protected] To:
[email protected] Sent: domingo, 27 de
março
de
200511:51
Subject: [plantassagradas] Re: Re: Santa Maria
Marco,
Não quero de forma alguma questionar o valor de Santa Maria para quem
dela faz um uso de respeito e sabedoria... Mas fico me perguntando se
essa naturalidade em se falar, em meios públicos como Orkut, de seu uso
dentro da Doutrina do Daime não seria um tanto quanto arriscado para o
livre desenvolvimento de nossos trabalhos... I
Quando fiz meus primeiros trabalhos o "pito" tinha um ar meio restrito,
secreto, que só se falava entre fardados... E o que vejo hoje é uma
escancaração de tal forma que aqueles que já eram preconceituosos com
o chá se tornam ainda mais defensores de seus pequenos juízos, já que a
canabbis há muito vem sendo profanada de todas as formas por nossa
sociedade...
Mas de fato o que mais me preocupa é o lado da justiça humana, das leis,
do papel... Falar abertamente do uso de uma substância proibida (por
mais que já estejamos carecas de saber da verdade) é, ao meu ver, uma
maneira de dar respaldo jurídico à raposa...
Deus queira que não chegue a época que tenhamos que nos tornar
clandestinos- para tomar Daime...
E só pra reforçar o que disse no inicio, "não quero de forma alguma
questionar o valor de Santa Maria para quem dela faz um uso de respeito
e sabedoria"...
Enfim, só um desabafo.
Boa Páscoa a todos.
[]s Antonio Garcia
Disseminação de receitas com a maconha
From: "Z" <[email protected]>
To: [email protected] Senti Sun, 28 Nov
200411:45:31 -0300 (ART) Subject:[plantassagradas]Re: Chá de
Santa Maria
olá galera
*olha, sempre tive essa idéia de que a santa era lipossolúvel e por isso o
chá de nada serviria... Nunca fiz, mas tão logo tenha um pito de primeira
eu vou fazer o teste...
O bolo a minha esposa às vezes e o efeito demora um pouco, uma meia
hora ou menos um pouco, mas quando vem é muito bom... Dá pra fazer
tb um patêzinho muito gostoso...
um abraço a todos
From: [email protected]
To: [email protected]
Senti Fri, 26 Nov 2004 17:46:48 -0200
Subject:[plantassagradas] Re:Chá de Santa Maria
Ola Marco, Sérgio e demais irmãos da lista...
Minha caixa de entrada é um pouquinho pequena e acaba enchendo logo,
enfim gostaria de te pedir a gentileza de me passar como se prepara o
Chá de Santa Maria, pois acabei de receber uns pezinhos de Santa que
tinha em casa e acho que eles seriam apropriados para fazer Um
chazinho..
Por favor se possível passar para [email protected]
Muito grato e bom final de semana..
Ricardo.
From: "Marco Antônio Gracie Côrte Imp"
<[email protected]>
To: [email protected]
Sent: Fri, 26 Nov 2004 09:39:10 -0200
Subject: [plantassagradas] Chá de Santa Maria
acredito que seria um desperdício fazê-lo, isto porque o THC (substância
ativa da santa) não é hidrossolúvel, isto é, ele praticamente não se dilui
em água.
Veja só Alex, eu não sei se o THC é ou não é hidrossolúvel, mas deve
sair alguma coisa ou então o THC não é a única propriedade a dar o
efeito, mas o chá é muito bom, ele leva uns 10 minutos para fazer efeito,
é bem mais tranqüilo e menos ofensivo a garganta.
Eu sou a favor do chá, ou do bolo, ou de comer, já comi várias vezes e é
muito bom.
Um tempo atrás apareceu um soltinho de ouro por aqui e eu comi tudo,
para revolta geral do pessoal da Rainha do Mar, quiseram me matar, por
causa de eu comer quase tudo.
Eu colocava para destrinchar para fazer o pito e ai ao destrinchar, eu ia
comendo, comendo e quando eu via já tinha comido tudo. O pessoal
ficava batendo com a cabeça, diziam que era desperdício e coisa e tal, eu
sei que o pessoal que não conseguia comer tava certo em parte, mas é
muito gostoso.
O THC é lipossolúvel, isto é, ele se dilui facilmente em gordura, como
por exemplo, na manteiga. Derrete-se a manteiga suficiente para fazer
um bolo numa frigideira em fogo baixo, coloca a santa já "dichavada" até
virar uma pasta preta, cuidado para não queimar.
Depois usa esta "pasta" para fazer um bolo normalmente.
Além de ficar uma delícia, a força bate de uma maneira incrível.
Mas se for fazer, procure uma santa mais pura e de qualidade, para evitar
alergias, intoxicações, etc
Sim as plantas cultivadas dentro da Doutrina da Santa Maria, ou por
pessoas que tem a ligação com a invocação do espírito que ali habita,
trazem mais pureza.
Agora eu digo que ai tem coisa nesta história de princípios ativos.
Ex, É provado que os princípios ativos não sobrevivem por muito tempo
em extração aquosa quente, Aqui com temperatura ambiente, eu garanto
que estão preservadas. A minha extração a temperatura ambiente, não
estraga e fica anos a fio sem estragar.
Mas é o que eu digo, que muitos acham que os tais conceitos sobre
princípios ativos explicam o mundo espiritual.
Mas estão muito longe de poderem ser um prumo para o estudo do
mundo espiritual. Vai ser um dia, quando colocarem outro conceito de
principio ativo de uma planta em relação aos que a usam. Vejam que o
metabolismo de cada um é diferente do outro
Pois eu tenho experiência nesta área e vejo que o mais importante é o
entendimento da pessoa com o que ela invoca.
Claro que os tais princípios ativos devem ser importantes, mas a minha
observação diz que nem tanto.'
Dizem que o Daime fervido produz Metanol, que de várias amostras
todas mostraram metanol na sua composição. Segundo a Ana Vitória que
mandou analisar o Daime feito pelo Pedro Dário e outros.
Abraços,
Marco Gracie Imperial
Veja como mesmo atualmente é perpetuada a disseminação da santa
maria (maconha) em um e-mail de um Encontro de Mulheres
marcado para julho de 2007
Email
Mensagem encaminhada de [email protected] - - - From:Palloma Caroline <[email protected]>
To: Ceu de maria <[email protected]>, Reino do Sol
<[email protected]>, Grupo Cheia
<[email protected]> Sent: Wed, 2 May 2007
14:02:35 -0300 (ART)
Subject: [reino_do_sol] mensagem de Maria Alice sobre o Encontro
das
Mulheres
Reply-To: [email protected]
ENCONTRO DE MULHERES NA FLORESTA CÉU DO MAPIÁ AMAZONAS
De 15 a 25 de julho de 2007
ÁS QUERIDAS IRMÃS DA DOUTRINA DO SANTO DAIME
Durante o terço de abertura do trabalho de São Sebastião, ao som das
muitas Ave-Marias, entrei numa meditação sobre o feminino, sobre a
origem e propósito de organizar um "Encontro de Mulheres" no Céu do
Mapiá. Viajei no tempo, chegando ao Mestre Irineu e ao Padrinho
Sebastião, mestres iluminados que, na Terra, sempre valorizaram o
feminino.
Mestre Irineu recebeu a doutrina do Santo Daime das mãos de Nossa
Senhora, que se apresentou na lua branca. Com esta força feminina
desenvolveu a doutrina.
Padrinho Sebastião, ao criar o comunitário, sempre contou e valorizou o
serviço feminino, dando com isso maior liberdade à mulher, igualando-a
ao homem, tantos nos trabalhos espirituais como materiais: trabalhar nos
feitios do Daime, administrar centros comunitários, sentar-se à mesa nos
trabalhos espirituais, trabalhar nos roçados plantando e colhendo. Na
história do Padrinho Sebastião, o feminino esteve sempre presente e
alimentado pela força de Santa Maria. E nesta força, como mulheres da
Bandeira do Padrinho Sebastião, vimos à necessidade de criar este
Encontro, e convidar as mulheres de todas as igrejas do Santo Daime
para participar. É um desafio para cada uma de nós e ao mesmo tempo a
oportunidade de estarmos reunidas nesta linda Floresta Amazônica,
trocando conhecimento. Certamente trará muita alegria em nossos
corações, vê-lo realizar-se.
Para este importante evento contamos com o apoio e as bênçãos de nossa
querida Madrinha Rita, exemplo feminino de amor e sabedoria.
Neste novo tempo vêm surgindo à Nova Jerusalém com as mulheres da
Nova Era, que vão despertar e libertar a mente, criando esse grande elo
espiritual. É o tempo da realização do ser, o grande ser que está dentro de
cada uma de nós clamando por liberdade interior. É tempo de união que
gera a força.
Vivamos este tempo! Sejamos estas novas mulheres!
O encontro tem por objetivo criar um elo feminino de intercâmbio e
doutrina.
Assinado: Regina Pereira e Mulheres do Céu do Mapiá.
Descriminalização da maconha
From: iranildo correia
To: [email protected] Sent: Wednesd<:iY,
November 24, 2004 5:12 PM
Subject: Re: [hinodasemana] VÍCIOS
ha fla serio vão tomar na peida fumo tb e não me culpo por isso agora
fica esse bando de fanáticos falando ai meu deus isso ai meu deus a kilo
assumam quem vcs são e o que fazem e sejam feliz sem culpa ke fazem
luz ou escuridão caminhemos que só deus julga o que fazemos' certo ou
errado acho que vou sair dessa sala o povo vive na nos tempos em que
medo do inferno impewrava koleh galera para com issoh porrrr.
cansei dessa sala e tanto fanatismo barato nem parece que tomam daime
,e enxergam bem alem!!!!!
fala serio que carolice!!!! e depois do trabalho aquele bando de gente
como eu fumando seu cigarrinho e não como eu se culpando...
HA VAO, SER FELIZAES PRA CANABIS
QUE SACO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!1
Email
From: marciorogeriomarques
TO: [email protected]
Sent: Tuesday, May 10, 2005 8:31 PM
Subject: [hinodasemana] Re: na Argentina, 23 mil pessoas se
manifestaram pró-legalização Cannabis]!
Pois é, entendo que tenhamos errado na preparação do ato mais uma vez.
Naquela oportunidade da passeata em que a polícia espalhou jogando
água nos participantes entendo que quando da organização do ato, nos
atos preparativos deveríamos ter enviado oficio às autoridades policiais,
requerendo proteção policial ao ato publico, cuja realização é assegurada
pela constituição, desde que sem violência é claro. Outro fator que
devemos deixar bem marcado é que a luta antiproibicionista segundo
seus diversos segmentos, é geral, ou seja, relaciona drogas em geral, que
mesmo as famigeradas drogas químicas e seus viviados, não é uma
questão de polícia e sim de saúde pública, porém: devemos nessas lutas
ressaltar deixar claro, que não obstante, a luta antiproibicionista
generalizar, existem as diferenças entre drogas e plantas de poder. Isso
devemos sempre ressaltar bem. Por outro lado, não podemos confundir
descriminalização com liberação ou favorecimento de uso, incentivo ou
apologia ao uso de drogas ou mesmo das plantas professoras.
Devemos considerar que não há necessidade de se utilizar drogas ou
plantas para ser um bom ser humano, por outro lado, não é por que o
cidadão faz uso dessas substâncias que o "mesmo seja uma má pessoa,
precisa mesmo é sempre nos respeitar. Quem usa e quem não usa "tratarse respeitosamente.
Por fim, peço que enviem ou reenviem pra mim essa mensagem em pvt,
por gentileza, quero, ver os anexos.
há braços
Márcio
Veja como a maconha é até cultuada em hinos como santa maria
E-mail
From: "Vinicius, Viana" <[email protected]>
To: hinodasemana@yahôogrupos.com.br
Sent: Fri, 24 Dec 2004 13:10:24 -0300 (ART)
Subject: [hinodasemana] Santa Maria
108. Santa Maria
Quem não conhece Santa Maria
E faz uso dela todo dia
Vive sempre em agonia
Mas agora chegou como eu queria
Meu Senhor São João Batista
Jesus Cristo ê São José
Agora chegou como eu queria
Agora chegou como Deus quer
Chegando como Deus quer Daí, tudo fica bem
Chegando como meu Pai quer
Chegou como eu quero também
Na vontade da Virgem Maria
Ela agora vai vigorar
Ela é do meu comando
E manda eu comandar
Eu comando aquele que crê
Em Jesus Cristo e São João
Que esta a verdade
Que temos em nossa união
Vou dizendo assim para todos
E quero cumprir o que digo
Quem não for me ajudando
Não prova que é meu amigo
Para todos nos manda esta ordem
Agora respeita quem quer
Mas aqui eu digo a todos
Vamos ser todos como Deus quer
Olhem todos bem para o Sol
E todos olhem bem para mim
Sê ainda tem confusão
Mas meu Pai não pratica assim
Deus Pai e Espírito Santo
Na nossa Mãe se encerra
Vamos todos afirmar paz
Deixa quem quiser afirmar guerra
from: "Vinicius Viana" <[email protected]>
To: [email protected]
Sent: Sun, 14 Nov 2004 13:36:44 -0300 (ART)
Subject: [hinodasemana] Santa Maria
Quando voltei de Petrópolis
Fiz um voto de fé
Joguei uma pedra de Santa Maria fora
E prometi não usar mais
Até que liberasse
Esperava liberar até o fim do ano
Mas eu tenho Pai e não padrasto
Agora estou convencido
De que o que vai libertar
Não vai ser a erva que faz ouvir
Mas a verdadeira, aquela que nos fala aos ouvidos
Viva a liberdade decretada de Santa Maria!
Que se rompam as correntes!
Ameaçaram-me para que eu me calasse,
mas subestimaram a verdade que me alicerça:
hinodasemana : Mensagem: ALE FELICIANO Página 1 de 2
Bom, eu recebi muitos e-mails de vindas destes viciados drogados que
fazem parte destas lista da Internet, dizendo que deveriam me processar,
que eu me escondo por detrás de falsas identidades, que poderiam fazer a
lei confiscar minhas extensas terras e blá blá blá.......... então é para este
povinho que tanto fala sobre leis, que escrevo o resumo abaixo que estou
dando de novo:
"Eu, Emiliano Dias Linhares nome de batismo desta encarnação e
Gideon meu nome espiritual sob minha única e total responsabilidade e
nas minhas mais perfeitas faculdades mentais estou dizendo;
Que as falsas igrejas de daime incluindo as do CEFLURIS USAM
DROGAS em teus rituais com daime................ FUI CLARO COM
VOCES!!!??? Alfredo mostre pra mim aonde na constituição está
dizendo ser permitido usar drogas com o daime????
Que o padrinho Sebastião foi apenas um homem viciado em drogas e
traiu os ensinamentos verdadeiros do daime do irmão Raimundo Irineu
Serra. Ele nunca se iluminou exatamente por que #9; usava maconha com
pasta de cocaína !!!!!
"ME PROCESSEM!" EU TOPO IR A UM RIBUNAL........................
Que tal envolvermos a polícia federal nesta história, a Secretaria Anti
Drogas do Brasil, a imprensa as redes televisivas, os pais das famílias
cujo filhos estão se drogando com a maconha ai com vocês!!!!!
Que tal vocês explicarem para um juiz em um tribunal que vocês estão
apenas consagrando a santa Maria e a santa clara quando pitam a
maconha e cheiram a cocaína !!!!!
Tolos vocês que acham que vou me esconder por detrás de e-mails com
outros nomes, Amo com coragem e confio na luz do Grande Espírito que
me guia. Aqui ha um espírito já velho e um guerreiro da luz. Encontrarão
aqui um leão e não um carneirinho. Vim para unificar e não separar, até
hoje apenas tenho combatido as drogas com o daime e a cobrança
fariseista aos trabalhos espirituais, mas. daqui pra frente, é vocês quem
decidirão o rumo tudo isto vai tomar.
Assinado:
Emiliano Dias Linhares ou
Gideon dos lakotas.
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ALE FELIClANO Emiliano Dias 4 de Jun de 2005 12:58 am
Então Ale Feliciano, não era você que dizia que
achava que deviam tomar providencia legais contra
minha pessoa?Então menino, aproveite agora........
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Mensagem.................. OK buscar.........................OK avançado
VIII - Estados alterados de consciência
Amados, explicarei com muita simplicidade e sem misticismo ou
dogmas, sob n luz da ciência e do espírito, o que são os estados alterados
de consciência e qual sua relação com o vinho das almas ou com as
plantas de poder verdadeiras. Mas, para isso, será necessário adentrar um
pouco a parapsicologia moderna e a ciência médica. Será possível, então,
compreender na íntegra o que são estados alterado de consciência.
O primeiro passo é compreender o que é o sentir. Como já devem saber,
amados, tudo no universo vibra, tudo no universo possui freqüência e as
freqüências caminham. Portanto, sentir é apenas a capacidade de
perceber as freqüências. É o choque de auras, simples assim! O segundo
passo é ter consciência dos níveis cerebrais. Nosso cérebro pulsa, tem
freqüências. O homem definiu, pela ciência médica, quatro níveis de
pulsação cerebral que qualquer eletroencefalograma demonstra
claramente: beta, alfa, teta e delta.
No nível beta, o cérebro humano pulsa entre 14 e 28 ciclos por segundo.
Este é o estado da vigília, que se dá quando o está homem acordado, com
freqüência acelerada. Nele, o homem está preparado para perceber o
mundo da terceira dimensão, para perceber a matéria mais grosseira com
rapidez. Pode realizar atos como desviar de um obstáculo quando está
dirigindo ou agir sobre reflexos motores, realizar serviços mais brutais e
até guerrear fisicamente. No estado beta, o sentir do ser humano é
pequeno, limitado, se atém apenas à parte grosseira das freqüências da
matéria e da sobrevivência física. É no estado beta que existem para nós
o tempo e o espaço.
No nível alfa, o cérebro pulsa numa freqüência que oscila entre 7 e 14
ciclos por segundo. É um estado de grande paz. Nele, seu sentir se faz
muito maior e é capaz de perceber freqüências tão sutis e refinadas, que
no estado de beta você nem imaginava existir. Amados, sabem quando
vocês estão quase dormindo, ainda não dormiram, mas também não estão
despertos? Isso é alfa! Aquele estado gostoso que precede o sono, no qual
parece não existir o tempo e nem as perturbações? É alfa!
Alfa é o estado perfeito para programações mentais e é nele que acontece
a recepção das freqüências telepáticas e alguns outros fenômenos
parapsicológicos como clariaudiência, clarividência, psicografia,
radiestesia e energização. Em alfa o homem fica com pelo menos o dobro
da capacidade cerebral de beta e, ainda possui uma memória quase
perfeita. Esse é o estado mental perfeito para as projeções mentais dos
seus desejos e para a meditação também.
Neste estado, o tempo e o espaço não existem mais. Mantendo sua mente
acesa, consciente, em alfa profundo, você tem acesso às suas freqüências
e facilmente percebe a quarta dimensão, podendo entrar em contato
íntimo com os seres de lá. Com um pouco de treinamento, qualquer ser
humano pode entrar e permanecer, em alfa por períodos longos com
muita facilidade, mesmo que esteja no meio de um campo de batalha.
Nos cursos de xamanismo e magia real, ministrados gratuitamente aqui
no Céu Nossa Senhora da Conceição, os irmãos e irmãs aprendem isso na
prática com extrema facilidade.
Em teta, o cérebro humano pulsa na freqüência que oscila entre 3 e 7
ciclos por segundo. O tempo e o espaço não existem. Nesse estado, o ser
humano tem acesso a ferramentas como telecinésia ou psicocinésia, saída
do corpo astral com materialização e até bilocação. No entanto, para
realizar a bilocação, a pessoa tem mesmo que ser muito boa no que faz.
Em toda a História conhecida, há apenas meia dúzia de casos
constatados.
O grau de percepção da mente quando o homem se mantém consciente
em teta é algo maravilhoso. É possível ter acesso á memória DNA
registrada em cada uma de nossas células, assim como à memória
espiritual. Então, você pode acrescentar sua memória espiritual, que é
eterna, à memória DNA de seu corpo desta encarnação, enriquecendo-a
muito! Quando se está em teta profundo, pode-se sentir um ancestral seu
ser você. O conhecimento e a consciência dele são você, claramente! Mas
isso não é uma incorporação, é apenas você tendo acesso à memória
DNA das suas células.
É também em teta que temos acesso fácil aos arquétipos, tanto coletivos
como individuais. E, exatamente na passagem de alfa profundo para teta
ocorrem os sonhos. Como nesse estado cerebral não existe tempo e
espaço, os microssegundos de cada passagem podem parecer uma
eternidade nos sonhos.
Com um pouco mais de treinamento, autodisciplina e autodomínio,
qualquer irmão ou irmã pode facilmente atingir conscientemente o estado
teta e desfrutar muito das vantagens deste estado mental. Nos cursos de
xamanismo e magia real, ministrados gratuitamente no CNSC, ensina-se
rápido a fazer isso.
No estado delta, o cérebro pulsa entre zero vírgula alguma coisa e 3
ciclos por segundo. Zero vírgula alguma coisa, porque o zero absoluto
ocorre no caso de morte do cérebro. É em delta que o ser humano se
refaz em energias para o dia todo. Pesquisas demonstram que a somatória
da freqüência delta durante o sono de uma noite inteira de um homem
gira em torno de apenas 4 minutos. Eu não conheço nenhum ser humano
que conseguiu constatadamente atingir consciência em delta.
Mas qual a relação entre plantas de poder e estados alterados da
consciência? A planta de poder, como o vinho das almas (ayahuasca), faz
com que você se mantenha "conscientemente" no estado cerebral teta e
ainda abre seus chacras. Abrir um chacra do ser humano é algo demorado
e não é tão simples como muitos alegam, Através da meditação, é
possível abrir os chacras e atingir o estado teta profundo com
consciência, mas isso leva às vezes meio século de um forte treino. Já
quando se usa a planta de poder dentro dos rituais corretos, isso acontece
em apenas alguns minutos. Assim, através do uso correto da planta de
poder, qualquer ser humano, mesmo sem qualquer treino, pode ter acesso
às ferramentas da mediunidade, da sensitividade total. Terá acesso ao
interior de si mesmo. Amados, o vinho das almas abre uma conexão entre
o cérebro e o coração, revigora sua saúde e seu amor!
A planta de poder pode ser um grande auxílio para o irmão conseguir
abrir seus canais com Deus, com o cosmo. Saibam que há passagens na
Bíblia que falam sobre grandes profetas de Deus com um cálice de vinho
dourado e espumante nas mãos! Por acaso vinho de uvas é dourado? Que
vinho dourado e espumante vocês acham que era este, meus queridos?
Através das batidas de um tambor também é possível atingir alfa ou teta
profundos. Por isso, o tambor é uma das ferramentas sagradas do xamã.
Há mantras que, quando entoados por longos períodos, também levam o
homem à teta. Os irmãos tibetanos usam muito esses mantras.
Um homem com a consciência ampliada pode compreender facilmente as
razões reais de seus traumas, ter acesso às soluções e aprender a colocá-
las em, pratica. Pode receber com facilidade as orientações dos mentores
de luz sob a regência do senhor Jesus e da Virgem Mãe soberana. Um
homem em beta observa uma rosa e sente ou vê algo muito diferente do
que verá ou sentirá quando estiver em alfa profundo ou teta. Com a
consciência ampliada, um amado tem acesso fácil à quarta dimensão, que
foge por completo do conhecimento da "ciência dos homens brancos".
Passa a lidar com conhecimentos e dados que extrapolam em muito seus
limites. Percebe cores que não conhecia antes. Consegue respostas
rápidas para perguntas que a humanidade vem se fazendo há milhares de
anos, como: "Quem sou?", "Onde estou?", "De onde vim?", "Para onde
vou?"
É muito interessante lembrar que a planta de poder é apenas uma
ferramenta espiritual entregue à humanidade pela graça e misericórdia do
Grande Espírito. Ela lhe eleva rápido a um alto grau de luz, consciência,
autodomínio e sensibilidade. A planta de poder nos rituais corretos retira
o homem do degrau do racional e o eleva ao degrau do espiritual, depois
disto você não usa mais a planta de poder porque está apto a caminhar
por si mesmo neste grande jardim. No universo da ayahuasca está cheio
de pessoas que alegam saber de tudo e " falam e falam muito". Mas, após
breve pesquisa, você descobre se tratar de uma pessoa que sempre ficou
"achando e achando" como deve ser um movimento altruísta e uma obra
de luz, mas na hora de "obrar e obrar", ou seja, realizar um ato altruísta e
de luz, ele tirou o corpo fora dando uma desculpa furada e simplesmente
nunca fá nada de concreto! Mas serão as suas obras que irão definir
vocês. Quem não junta espalha! Se você observar Hitler, Napoleão, Átila,
o Uno e até o Temogin, verá que todos eles fizeram grandes obras, mas
obras sem luz. Assim, as obras deles apenas atestaram o tamanho do ego
que possuíam! Por outro lado, observe Gandhi, Francisco de Assis, os
Lamas e monges tibetanos, Francisco Cândido Xavier, DI'. Celso
Charuri, Alberto Montalvão, alguns xamãs e muitos outros que tiveram
grandes obras de luz. As obras deles atestaram o tamanho do espírito que
possuem! Como dizem os ditados, "o pior cego é aquele que não deseja
ver" e "mostra-me suas obras que conhecerei sua
fé".
IX - A maconha do ponto de vista científico
OBS:Apresenta fotos tomográficas do cérebro humano de usuários
(Pesquisas atuais).
Introdução
Consideramos importante esta atual abordagem sobre o controvertido
tema da maconha porque ainda persiste no mundo médico-científico uma
divergência grande de opiniões, talvez por ignorarem os danos psiconeuro-sociais em toda a sua abrangência. Graças aos avanços recentes
dos recursos tecnológicos (ressonância nuclear magnética, tomografias
computadorizadas-CAT, PET, SPECT, mapeamentos cerebrais eletroencefalogramas digitais, polissonografias e exames laboratoriais na
área de psiconeuroendocrinologia) é que se pode esclarecer todas estas
dúvidas que rondam o meio médico e, conseqüentemente, a população
leiga.
A maconha é única do ponto de vista farmacológico. Não se assemelha a
nenhuma outra droga conhecida. Suas ações clínicas são únicas, assim
como as sustâncias químicas que contém em sua estrutura molecular
(WEIL, 1986). A Cannabis sativa é a maconha cultivada no Hemisfério
Ocidental, enquanto que a Cannabis indica é a maconha cultivada no
hemisfério
Oriental
(SEYMOUR
e
SMITH,
1987).
Ao contrário do que se pensa a planta não é brasileira. Na realidade, foi
trazida pelos escravos africanos da África Ocidental, que era lá usada
para fins intoxicantes. Porém, a África já havia recebido a planta da Ásia,
onde nasce espontaneamente ao pé das montanhas além do lago Baikal
(DÓ RIA, 1986). Um imperador chinês de 2.200 a.C. já descreveu o uso
da maconha (LEAVITT, 1995).
Os chineses reconheceram as propriedades psicoativas potentes da
maconha há 4000 anos atrás, mas a sociedade Ocidental reconheceu suas
propriedades intoxicantes apenas no século XIX, quando as tropas de
Napoleão III retornaram à França com haxixe Egípcio. Um membro da
Comissão de Ciências e Artes reportou em 1810 que a maconha cultivada
no Egito era realmente intoxicante e narcótica (BEAR et aI., 2007).
A maconha foi descrita por vários pesquisadores como a droga 'que é a
"porta de entrada"; um estudo relata que 98% dos usuários da cocaína
começaram com a maconha. Mas, apesar disso, existem lugares onde a
maconha é permitida como medicamento o que faz com que a percepção
de que a maconha é perigosa deixe de existir. À medida que a percepção
do perigo da droga cai, seu uso sobe (AMEN,2000).
A planta cânhamo (Cannabis sativa), fonte da maconha, cresce em todo o
mundo e floresce nas regiões temperadas e tropicais. É uma das plantas
não comestíveis mais cultivadas no mundo. Seu principal componente
psicoativo é o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), que é um alcalóide
encontrado na resina que recobre os brotos fêmeos do cânhamo. Além do
THC, a resina contém cerca de 60 compostos canabinóides, como o
canabidiol e o canabino1. Todos eles bem menos ativos que o THC.
(Cannabis and the brain Leslie Iversen Department of Pharmacology University of Oxford Brain 2003; 126: 1252 - 70.)
Os produtos da Cannabis incluem a maconha, haxixe, bang, ganja e
sinsemilla. Haxixe (charas), que consiste do exudato resinoso das
inflorescências fêmeas, é a preparação mais potente, contendo cerca de
10 a 20 % de THC. Ganja e sinsemilla são produtos secos das flores das
plantas fêmeas e contêm entre 5 a 8% de THC. Maconha e Bhang também pode ser preparado em forma líquida - são as preparações mais
fracas retiradas das folhas e às vezes das flores secas da planta e seu
conteúdo de THC é de cerca de 2 a 5 %.
A planta maconha sintetiza pelo menos 400 substâncias químicas. Destas,
mais de 60, incluindo o delta-9-tetrahidrocanabinol são canabinóides
(LEAVITT, 1995). A estrutura química do THC é única, diferindo tanto
da estrutura dos sedativos quanto da dos psicodélicos.
Composição
SÁ descreve 421 constituintes da maconha, sendo eles:
- Canabinóides (61 conhecidos), entre eles do tipo canabigerol,
canabicromeno, canabidiol, delta-9-THC, delta-8-THC, canabiciclol,
canabielsoin, canabinol, canabinodiol, canabitriol, miscelanio e outros;
- Compostos nitrogenados (20 conhecidos), entre
quaternárias, amidas, aminas e alcalóides espermidina;
- Aminoácidos (18 conhecidos);
- Proteínas, Glicoproteínas e Enzimas (9 conhecidos);
eles:
bases
- Açúcar e compostos relacionados (34 conhecidos), entre eles:
monossacarídeos, dissacarídeos, polissacarídeos, ciclitóis e aminoaçúcar;
- Hidrocarbonetos (50 conhecidos);
- Álcool simples (7 conhecidos);
- Aldeídos simples (12 conhecidos); - Acetonas simples (13 conhecidos);
- Ácidos simples (20 conhecidos);
- Ácidos graxos (12 conhecidos);
- Ésteres simples e lactonas (13 conhecidos);
- Esteróides (11 conhecidos);
- Terpenos (103 conhecidos), entre eles: monoterpenos, sesquiterpenos,
diterpenos, triterpenos, miscelânea de compostos de origem terpenóide;
- Fenóis não canabinóides (16 conhecidos);
- Glicosídeos flavonóides (19 conhecidos);
- Vitaminas (1 conhecida);
- Pigmentos (2 conhecidos).
Estatísticas
A maconha é a droga ilícita mais consumida no mundo e o número de
usuários vem crescendo a cada ano. Em 10 anos (1991 a 2001) houve um
aumento de 5,4% do número de usuários nos EUA e também do teor de
THC na maconha - 2,1%.
O uso na vida aumenta a cada ano, com início aos 12 (1%) e pico aos 19
(18%).
Aos 25 anos esta freqüência cai para 8 % e chega novamente em 1%
entre 50 e 54 anos.
4 milhões de usuários jovens entre 18 e 24 anos (14%) são usuários
freqüentes, a maioria homens (17%) seguido das mulheres (11%).
22% dos adultos jovens desempregados são usuários, sendo menor este
uso por aqueles que estão empregados (13%) e também entre aqueles que
trabalham meio período (15%).
Segundo pesquisa realizada com alunos do Ensino Médio e Fundamental,
da rede pública de ensino, pelo Centro Brasileiro de Informações sobre
Drogas Psicotrópicas - CEBRID (1997) a maconha é a droga ilícita mais
usada no Brasil.
No levantamento de 1997, as capitais que apresentaram maior consumo
foram Curitiba (11,9%) e Porto Alegre (14,4%). Constatou-se que 7,6%
dos estudantes relataram já ter experimentado maconha uma vez na vida.
No estudo realizado por Saibro e Ramos (2003), com 1586 estudantes,
em 14 escolas públicas e privadas do ensino médio e fundamental de
Porto Alegre, verificou-se que o uso de maconha teve seu pico de
experimentação na faixa etária dos 14 aos 16 anos (72,5%), sendo a
prevalência de uso na vida (uso experimental) de 21% nesta população.
(Rigoni, M.; Oliveira, M; e Andretta, I. (2006). Conseqüências
neuropsicológicas do uso da maconha em adolescentes e adultos jovens:
uma revisão da literatura cientifica recente. Ciências & Cognição; Ano
03 Vol 08.)
Foi observado um aumento de registros de acidentes de automóveis,
motos, trens e até caminhões, envolvendo motoristas consumidores de
maconha. Um experimento com pilotos de aviação avaliou que a
maconha é mais perigosa que o álcool e a mistura de ambas. Existem
informações que o THC é 4000 vezes mais potente que o álcool ao
produzir uma diminuição no desempenho de um motorista em condições
adequadamente controladas (KALINA, 1997).
Em 1993, foram estudadas 175 pessoas detidas por dirigir
"temerariamente", sob a influência de cocaína ou maconha. Destes, 68
motoristas tinham teste de detecção da maconha positivo. 88% (60
pessoas) oscilaram entre estados moderados ou de extrema intoxicação e
12% (98 pessoas) não mostraram sinais de alteração. Em 18 casos,
também foi detectada cocaína. Foram classificados 3 tipos de conduta de
acordo com o estado de ânimo: 19% (8 pessoas) foram classificados
como paranóides, briguentos e arrogantes, 62% (26 pessoas) como
cooperativos, despreparados e felizes, e 19% (8 pessoas) como lentos e
sonolentos (KALINA, 1997).
Sistema endocanabinóide
Sabe-se atualmente que o sistema nervoso central produz substâncias
semelhantes ao THC - são os canabinóides endógenos - anandamida (Naracdonil-etanolamina), o 2-aracdonilglicerol (2-AG) e o 2aracdonilgliceril éter. Estes, juntamente com os receptores canabinóides e
as enzimas de síntese e degradação, formam o sistema endocanabinóide.
A anandamida é a mais conhecida e estudada, mas o 2-aracdonilglicerol é
o mais abundante. São sintetizados a partir de ácidos graxos de cadeia
longa, principalmente o ácido aracdônico. Os canabinóides endógenos
são secretados localmente, enquanto que o THC (principal psicoativo da
maconha) atinge de uma vez sÓ todos os receptores CEl do cérebro. A
ação dos canabinóides dura alguns segundos e o THC permanece horas
no sistema nervoso central; por fim, a anandamida é cerca de 4 a 20
vezes menos potente que o THC.
Engeli e colegas mostraram que os endocanabinóides anandamida e 2AG estão aumentados no plasma de humanos obesos e seus níveis estão
inversamente relacionados com a atividade da FAAH (fofolipase-Nacilfosfatidiletanolamina-seletiva). Já foi demonstrado que o jejum
aumenta os níveis de anandamida no intestino delgado, o que se
relacionaria ao estímulo da ingesta alimentar (fome - "larica" na gíria).
O SNC também possui receptores específicos para os endocanabinóides e
o THC. Há dois tipos de receptores conhecidos: o CB1, presente em todo
o cérebro (próximo às terminações nervosas de neurônios pertencentes a
outros sistemas) l' o CB2, localizado em tecidos periféricos,
principalmente no sistema imunológico.
Site: Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas) /
Programa Álcool e Drogas (PAD) do Hospital Israelita Albert Einstein.
As áreas do SNC com maior densidade de receptores são as seguintes,
com as respectivas funções:
Córtex frontal - raciocínio, abstração, planejamento.
Núcleos da base - motricidade
Cerebelo - equilíbrio e coordenação
Sistema límbico - elaboração e expressão de fenômenos
emocionais
a. Hipotálamo - coordenação das manifestações
emocionais
b. Hipocampo - memória emocional e inibição da
agressividade
c. Giro do cíngulo - controle dos impulsos
Os receptores canabinóides CB1 estão localizados nas membranas présinápticas de diversos sistemas de neurotransmissão. Os receptores présinápticos é que determinam a quantidade de neurotransmissores que será
liberada nas sinapses. Portanto, o sistema canabinóide modula a ação de
outros sistemas sobre o cérebro.
O sistema GABA é considerado o sistema de inibição do cérebro
enquanto o sistema glutamato é considerado o sistema excitatório.
Ambos trabalham em sintonia. O sistema GABA prevalece nos
momentos de relaxamento, despreocupação e sono e o sistema glutamato
prevalece nos momentos que requerem atenção e vigília.
A atividade do sistema canabinóide parece inibir tanto o sistema GABA
quanto o sistema glutamato. Em momentos de maior atividade (trabalho,
estudo, jogos, etc) inibem o sistema GABA e em momentos de menor
atividade inibem o sistema glutamato.
Os sistemas GABA e glutamato estão espalhados difusamente por todo o
cérebro. Já o sistema canabinóide se concentra mais no córtex frontal,
núcleos da base, cerebelo e sistema límbico.
Os núcleos da base e cerebelo são responsáveis pela coordenação da
motricidade e do equilíbrio e o sistema canabinóide é o "maestro" da
sinfonia inibitória / excitatória nestas regiões. Havendo um desequilíbrio
deste sistema, há prejuízo da função motor a e do equilíbrio.
O hipocampo, responsável pelo armazenamento da memória, faz parte do
sistema límbico, que é rico em receptores CBl. A presença de
anandamida e THC inibem de forma retrógrada tanto o sistema GABA
(inibitório) quanto o sistema glutamato (excitatório) - este com maior
intensidade - tornando esta estrutura incapaz de armazenar informações
provenientes das diversas situações, devido ao déficit de processamento
das informações sensoriais. Experimentalmente, no hipocampo os
neurônios ficam atrofiados e com menor número de conexões entre si
após meros três meses de exposição dos ratos ao THC.
Efeitos farmacológicos
Farmacologia
Apesar das pesquisas com maconha terem começado há cerca de 150
anos, só em 1964 foi isolada uma substância ativa chamada delta-9tetrahidrocanabinóide (∆9-THC) e apenas em 1970 chegou-se à
conclusão de que este é o principal componente psicoativo da maconha,
sendo alguns outros canabinóides também ativos - menos potentes - e até
mesmo agonistas do THC
(site http://qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/maconha/thc.html)
A distribuição do THC, que é solúvel em gorduras, é rápida e completa.
Os efeitos farmacológicos ocorrem cerca de 10 a 15 minutos após o uso
do cigarro, permanecendo por cerca de 3 a 4 horas, se outra dose não for
administrada. A substancia pode ser detectada no corpo até 12 horas após
o uso de um único cigarro. A absorção oral é lenta e incompleta e os
efeitos surgem em % a 1 hora, podendo persistir por até 5 horas.
Sabe-se que o efeito da Cannabis é três vezes mais potente quando
fumado que quando ingerido pela boca, mesmo na forma natural (chá ou
resina), embora a absorção gastrointestinal seja satisfatória.
Um cigarro médio de maconha tem cerca de 0,5 a 1 grama da planta. Se
considerarmos como 5% o percentual de THC, teremos
aproximadamente 50 mg de THC por cigarro. Em geral, cerca de 1,4 a
1,2 do THC presente no cigarro é disponível na fumaça. Então, em um
cigarro com 50 mg de THC, cerca de 12 a 25 mg são disponíveis na
fumaça. Na prática, a quantidade de THC na corrente sangüínea após o
uso de 1 cigarro de maconha está entre 0,4 a 10 mg.
Uma vez absorvido, o THC é distribuído aos vários órgãos do corpo,
principalmente aqueles ricos em gordura. Portanto, penetra rapidamente
no cérebro - rico em gorduras - sem ser bloqueado pela barreira hematoencefálica. O THC também atravessa a barreira placentária e alcança o
feto rapidamente. É quase completamente metabolizado no fígado a um
metabólito ativo (1l-hidroxi-delta-9-TEIC) que é subseqüentemente
convertido em metabólitos inativos e então excretado_ pela urina e fezes.
O metabolismo do THC é bastante lento: uma meia vida de 30 horas é
aceita pela maior parte dos pesquisadores, mas alguns reportam uma
meia vida de 4 dias. Portanto, o THC pode permanecer no corpo por
vários dias ou semanas e o uso subseqüente de novas doses de maconha
podem ser intensificados ou prolongados.
Pelo fato de apenas mínimas quantidades de THC serem encontradas na
urino de usuários, os testes isolam principalmente seus metabólitos. Em
usuários agu dos ou ocasionais os metabólitos podem ser identificados
por 1 a 3 dias na urina. Já em usuários crônicos (mesmo 2 ou 3 vezes por
semana) os testes permanecem constantemente positivos. Um usuário
pesado que para de fumar pode ter testes de urina positivos por cerca de
30 dias. Portanto, um único exame positivo não esclarece se o usuário é
agudo ou crônico. Múltiplas amostras podem ser necessárias para
diferenciar os resultados.
A maconha pode se tornar extremamente tóxica quando está intoxicada
com paraquat, um herbicida químico muito venenoso usado para matar
plantas indesejáveis. Ele afeta os pulmões e outros órgãos. O pior
problema é que muitas vezes este herbicida é dificilmente identificado na
maconha (WEIL e ROSEN, 1993).
Efeitos farmacológicos em animais
O THC e outros canabinóides produzem efeitos comportamentais
semelhantes numa grande variedade de espécies animais. Em baixas
doses produzem um misto de efeitos depressivos e excitatórios e em altas
doses, predominantemente efeitos depressores do sistema nervoso central
(SNC). THC e anandamida são sedativos e analgésicos (tanto na medula
quanto no cérebro), deprimem a atividade motora, deprimem a
temperatura
corporal,
acalmam
comportamentos
agressivos,
potencializam efeitos de barbituratos e outros sedativos, bloqueiam
convulsões e diminuem reflexos.
Em primatas, diminui a habilidade para tarefas complexas, parecem
induzir alucinações e distorções do tempo. Também aumentam as
interações sociais. Altas doses também parecem diminuir a concentração
de hormônios sexuais femininos, diminuir a ovulação e também a
espermatogênese.
Efeitos farmacológicos no homem
Para uma droga tão bem estudada como a maconha, ainda existem
muitas controvérsias sobre os seus efeitos agudos e crônicos no homem,
talvez pela falta de trabalhos que estudem o uso da maconha na "vida
real". Veremos a seguir o que a literatura atual, baseada nas novas
descobertas da psiconeuroendocrinoimunologia, tem a nos dizer:
Efeitos neuropsicológicos
Quatro pesquisadores da Universidade de Washington publicaram um
estudo na respeitada revista Journal of Neuroscience mostrando o que
ninguém queria acreditar: maconha mata neurônios. O uso crônico da
maconha pode levar a déficits cognitivos e perda de tecido cerebral
como demonstram inequivocamente os estudos de Daniel Amen.
Imagens (SPECT) 3D de um cérebro normal
Imagens de cérebros de usuários de maconha
Sistema cardiovascular
Conforme descrito por Huestis e cols. (1992), o aumento da freqüência
cardíaca e da pressão arterial são efeitos comumente observados após o
fumo da maconha e são proporcionais à dose. Estes efeitos se devem à
ação vagolítica da planta. As veias da córnea se dilatam, provocando a
hiperemia observada logo após o uso da substância.
Sistema pulmonar
Em um estudo clássico, Hoffman e cols. (1975) fizeram uma análise dos
componentes do tabaco e da maconha e notaram que, com exceção da
nicotina no tabaco e do THC na maconha, os outros inalantes eram
muito semelhantes.
Tashkin e cols. (1995) encontraram evidências de irritação e inflamação
brônquica em usuário de maconha, mas não puderam demonstrar um
declínio da função pulmonar a longo prazo, como nos estudo com
tabaco.
Também ainda não se pode associar o uso da maconha com o
desenvolvimento do câncer de pulmão, mas os cientistas também não
podem afirmar que o uso crônico da maconha seja seguro para o tecido
pulmonar. Ressalta-se ainda a presença do benzopireno, carcinogênico
altamente poderoso, e o benzotraceno, encontrado em uma proporção
50% superior na maconha com relação ao cigarro comum.
Sistema imune
Fora do SNC, existem receptores canabinóides específicos no sistema
imune.
O uso prolongado da maconha é associado com vários graus de
imunossupressão, que pode desencadear infecções e outras doenças. As
evidências a este respeito ainda são inconclusivas, mas deve-se ressaltar
que outras drogas depressivas como álcool, harbitúricos,
benzodiazepínicos e anticonvulsivantes compartilham esta ação
imunossupressora.
O baço e os linfócitos, por sua importância no sistema imune, foram
estudados quanto a sua relação com os canabinóides. Kaminski e cols.
(1992) identificaram os mesmos receptores de canabinóides em células
do baço e Diaz, Specter e Coffey (1993) identificaram os mesmos
receptores nos linfócitos. Quando ativados pelo THC estes receptores
inibem a resposta imune destas células. Cabral e cols. (1995)
reportaram que tanto o THC quanto a anandamida inibem a função de
células matadoras de tumores.
Sistema reprodutor
As evidências sobre os danos ao sistema reprodutor e hormônios sexuais
estão cada vez mais fortes, em usuários crônicos de maconha. Já se sabe
que diminuem os níveis de testosterona e a espermogênese em homens.
Em mulheres, os níveis de LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio
folículo estimulante) estão diminuídos e podem ocorrer ciclos
anovulatórios e irregulares. Todos estes efeitos são reversíveis com a
interrupção do uso da droga.
Gestação
Já se sabe que a maconha atravessa a barreira placentária livremente.
Fried
(1995) pesquisou o efeito do uso de maconha na prole de usuárias e não
encontrou dados significativos em crianças de 1 a 3 anos, mas com 4
anos houve aumento dos problemas de comportamento, diminuição da
performance visual e cognitiva. A posição pré-natal altera funções de
execução e, portanto afeta o lobo pré-frontal da criança em formação.
Estudos recentes relacionam o uso de maconha por mulheres grávidas
ao desenvolvimento de leucemia linfoblástica na criança. O THC parece
produzir aborto espontâneo, baixo peso ao nascer e deformidades físicas
quando dado em períodos específicos da gestação (ZIMMER e
MORGAN, 1997).
Alguns estudos revelaram que filhos de mães que fumavam maconha
durante a gestação eram menores, ou tinham menor peso (ZIMMER e
MORGAN, 1997).
Efeitos da intoxicação
Aguda
Os efeitos da intoxicação aguda pela Cannabis aparecem após alguns
minuto do uso do cigarro e dependem de alguns fatores como a
qualidade e quantidade de substância usada bem como do humor,
personalidade e experiências prévias com a substância. Estudos
demonstram que diferentes efeitos ocorrem em usuários " novos "e
"veteranos". Parece que com a repetição o usuário aprende a antecipar,
reconhecer e aproveitar mais os efeitos, enquanto um usuário "novo"
pode se sentir confuso e tonto. O ambiente e as companhias também
influenciam a experiência.
Efeitos psíquicos
. Euforia e/ou bem estar geral
. Risos sem motivo
. Aumento da sociabilidade e comunicação verbal
. Aumento da percepção de cores, sons, texturas, paladar
. Aumento da energia mental e criatividade
. Mudanças de consciência
. Distorção do tempo e espaço
. Aumento do apetite ("larica")
. Prejuízo da concentração e memória
. Paranóia - geralmente ligada ao fato de saber que está infringindo a lei
.Ansiedade e confusão
. Letargia e sonolência
Físicos
. Hiperemia das conjuntivas
. Taquicardia
. Boca seca
. Retardo e falta de coordenação motora
. Broncodilatação
. Tosse
Efeitos Crônicos
O uso crônico da maconha pode levar a danos neuropsicológicos,
infertilidade, impotência, problemas respiratórios, deficiência
imunológica, agravar problemas
cardíacos e também pode ser a droga precursora para o uso de drogas
cada vez, mais fortes.
Efeitos no campo bioelétrico
Pacientes usuários
Pacientes usuários
Pacientes Usuários
Pacientes usuários
Pacientes usuários
Mecanismo de dependência
A busca constante por estímulos prazerosos, como alimentos saborosos,
uma cerveja geladinha e a relação sexual excitante, está associada a um
"sistema cerebral de recompensa", assim denominado pelo neurobiólogo
americano James Olds nos anos 60. Trata-se de uma complexa rede de
neurônios que é ativada quando fazemos atividades que causam prazer.
Este sistema nos fornece uma recompensa sempre que fazemos
determinadas atividades, levando-nos, portanto, a repetir aqueles atos.
Biologicamente, ele tem uma função específica e essencial: garantir n
sobrevivência do indivíduo e da espécie, ao dar motivação para
comportamentos como comer, beber e reproduzir-se.
Infelizmente, não somente as funções fisiológicas normais estimulam este
sistema - relacionado à liberação de dopamina, mas também o fazem o
álcool e outras drogas de abuso, e às vezes gerando um prazer muito
mais
intenso
do
que
as
funções
naturais
(www.adroga.casadia.org/news/sistemaprazer.htm).
A
dopamina
circulante no sistema de recompensa pode ser 10 vezes maior que a
encontrado durante prazeres cotidianos, "internos". Diante de tal
estimulação, o sistema reduz sua sensibilidade e a pessoa precisa de
cada vez mais drogas para produzir os mesmos efeitos. A droga muda o
"ponto zero" do sistema de recompensa de ta I forma que nunca mais,
com ou sem droga, o mesmo grau de prazer ou recompensa será
atingido.
Síndrome de abstinência
A síndrome de abstinência do cannabis não está incluída no DSM-IV
pois "os sintomas da abstinência do cannabis... foram descritos... mas
suas significâncias clínicas são incertas". Uma revisão realizada em
2002 por Smith concluiu que os estudos não apresentavam forte
evidência para a existência da síndrome de abstinência do Cannabis.
Esta revisão precedeu a descoberta cientifica dos receptores
canabinóides, fato que permitiu estudos mais consistentes e bem
controlados. Por tanto, em revisões mais recentes não há mais dúvidas
sobre a existência da síndrome de abstinência da maconha.
Sendo o tetrahidrocanabinol (THC) altamente lipofílico (solúvel em
gorduras), demora muitos dias para ser eliminado e apenas 20, 25 e, às
vezes, 30 dias após último uso é que ocorrem os sintomas de abstinência,
incluindo irritabilidade inquietação, angústia, tremores, alterações de
sono e de apetite, agressividade além da busca de substância
dopaminérgicas como cigarros e/ou café que atuam como o THC, de
preferência nos receptores DA2 no núcleo do septo acumbente na área
límbica do cérebro (KALINA, 1997). Também por esta propriedade
lipofílica, tem sido difícil estudar o THC e os canabinóides relacionados,
inclusive fazendo com que alguns pesquisadores sugiram que o efeito se
dê através de ação direta n membrana e não mediada por receptor
(NESTLER et al., 2001).
Os sintomas são primeiramente emocionais e comportamentais - humor
negativo: irritabilidade, ansiedade, depressão; insônia - muito embora a
mudança de apetite, perda de peso e desconforto físico sejam
freqüentemente citados. O início e curso dos sintomas se mostraram
semelhantes àqueles encontrados em síndromes de abstinência
provocadas por outras substâncias psicoativas. A magnitude (gravidade
destes sintomas foram consistentes e os achados encontrados sugere que
a síndrome de abstinência do cannabis tem considerável importância
clínica.
O tratamento do ex-usuário de maconha deve incluir o suporte durante a
síndrome de abstinência e posteriormente a reabilitação
neuropsicoimunendocrinológica deste indivíduo, pois como já foi dito
nos itens anteriores, o dano atinge outros órgãos e sistemas além do
cérebro.
X - Como fazer ayahuasca ou daime
Para uma ayahuasca de primeiro grau, você usa um saco de farinha
(desses de padaria) de 60 kg de jagube e 1/2 saco de folhas, sendo a
proporção dois para um. Prepare uma panela de mais ou menos 70 litros,
sendo a primeira camada de jagube e a outra de folhas, sucessivamente,
totalizando 4 camadas de jagube e 3 de folhas. Note que as folhas devem
ficar entre o jagube. Faça 4 cozimentos, em 4 panelas, com fogo de
fornalha ou de fogão de alta pressão. O elemento fogo é muito importante
para a ayahuasca pegar força, senão fica aquela ayahuasca crua sem força
nem luz ou com força e luz que duram pouco.
Depois, junte todos os cozimentos. Tire 30 litros da primeira panela, 15
litros da segunda, 10 litros da terceira e 5 da última. Pegue esses 60 litros
e monte outra panela, reduzindo tudo isso a 20 litros apenas, sempre
terminando um processo de feitio, retirando e colocando o cozimento
sucessivamente por 4 vezes. Quando a mistura virar o vinho das almas,
ela formará um tipo de verniz e terá cheiro de melado. Os verdadeiros
feitores, que possuem a consciência de que nada mais são do que
instrumentos do poder superior, sabem bem o "ponto de luz" do vinho
das almas, pois, quando ele fica pronto tudo fica cintilante, mágico e
maravilhoso. Aí é tirar e ter o vinho de primeiro grau.
Abstenha-se do sexo por 3 dias antes e 3 depois. As mulheres não
participam, mas podem juntar as folhas e entregar ao feitor. Dobre seus
joelhos em nome do mestre Jesus, ore ao Grande Espírito e lhe entregue
o feitio em mãos. Escolha um bom jagube, de no mínimo sete anos e que
já tenha florescido. Dizem que a ayahuasca de rama dá certo e dá mesmo,
mas não tem a mesma força de um jagube maduro. Quanto à folha use a
folha de rainha ou chacrona "cabocla", pois a orelha-de-onça dá ânsia de
vômito, o que muitos ainda acham que é limpeza espiritual, mas, na
verdade, é uma reação química no organismo. Evite um feitio com
tagarelices e palpites. Ouça hinos que não idolatram falsas divindades e
que não elogiem drogas como, por exemplo, a santa maria (maconha).
O irmão Irineu Serra fazia somente ayahuasca de primeiro grau e retirava
somente 12 litros por saco, mas como os tempos mudaram, eu sou a favor
de utilizar bem o material... Naquele tempo, cipó era praga de quintal.
Vinho das almas mais apurado
Normal ou de primeiro grau
Use um saco de jagube e 1/2 saco de folha, sendo 4 camadas de jagube e
3 de folhas (entres as camadas colocar 2 de pó de jagube) para 60 litros
de cozimento (repassado várias vezes). Reduza para 10 litros.
Concentrado: pegar 30 litros de cozimento mais 30 litros de ayahuasca
de primeiro grau e reduzir para 20 litros.
Dobrado: 60 litros de ayahuasca mais 1 saco de jagube e 1/2 saco de
folha. Reduzir para 30 litros.
Apurado
Apure 60 litros de ayahuasca de primeiro grau mais 30 litros de
cozimento de primeira e segunda passadas em 1/2 saco de jagube e 1
saco de folha. Quando levantar fervura, apure por 2 horas e reduza para
15 litros.
Mel
Cozinhe 1/2 saco de rainha em 60 litros de água. Quando estiver bem
cozida em 40 litros, entre com 20 litros de ayahuasca de primeiro grau.
Durante uma hora ou mais, reduza para 6 litros.
XI - A contabilidade verdadeira dos trabalhos com
daime ou ayahuasca
Vou agora mostrar ao leitor como o falso xamanismo e o FALSO
SANTO DAIME fizeram dos rituais sagrados um meio fácil de vida
apenas explorando comercialmente a busca espiritual do homem por
DEUS. Hoje nós produzimos quase todo o daime que usamos em nossos
rituais de daime xamanismo. Mas no início desta grande obra, nós
comprávamos o daime de outros estados como Acre, Rondônia e
Amazonas. Portanto, sei exatamente quanto custa um litro de daime
nestes lugares e quanto sai o frete por litro para chegar aqui em São
Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Um litro de daime quarto grau (o que é muito forte) vai custar nesses
estados cerca de R$ 25, mas terá cerca de R$ 2 de acréscimo por litro
devido ao frete até São Paulo, então um litro deste forte daime de quarto
grau vai chegar em São Paulo ao custo de R$ 27. Uso por cada
participante de 150 a 200 ml desse forte daime quarto grau para que
tenha um trabalho forte de consciência ampliada por 10 horas ou mais. É
o equivalente a quatro copinhos de cafezinho, mas em geral as pessoas
ingerem apenas três copinhos, recusando o quarto, ou seja, consomem só
150 ml. Mas 200 ml desse forte daime tem o custo de R$ 5,40 apenas,
como damos os trabalhos espirituais a R$ 7 por pessoa, ainda sobra R$
1,60 por cada participante, o que custeia facilmente o papel higiênico, a
água e a luz, que consomem cada participante.
Em um ritual com nove horas de duração, para 100 pessoas, o papel
higiênico, a água e a luz que gastamos aqui, não chega a se quer a R$
100. Então pergunto: se aqui nós cobrimos todas as despesas com os
rituais de daime xamanismo a R$ 7, o que leva outros locais se dizendo
espirituais e desapegado a cobrarem R$ 20, R$ 30, R$ 80 e às vezes
ainda mais? RESPOSTA: Fazem essa insanidade por dinheiro, devido ao
alto índice de lucro que é de mais de 300% que eles têm,
comercializando trabalhos com o daime ou ayahuasca a R$ 25. Imagine
então os que cobram ainda mais! Portanto cobrar vinte reais ou ainda
mais, por trabalho de daime, é visar lucro e alto. Saiu do espiritual e
entrou no comercial. Todas as bênçãos provêm de DEUS e de graça, que
direito tem o homem de negociar com tais coisas? "O que recebeste de
graça também dê de graça, disse o Senhor Jesus".
Portanto se seu trabalho for mesmo espiritual repasse aos participantes
apenas a despesa que teve.
O mestre Jesus sempre diz: Cuida de meus pequeninos na Terra, que te
faço grande entre os homens. Isto é o que fazemos aqui neste Céu
santificado. O amor e a compaixão, o carinho e a seriedade são a nossa
recepção. A palavra pelo ESPÍRITO SANTO e a prática destes
ensinamentos, o nosso lema. Nas nossas ações e atitudes, a demonstração
clara de que a fé sem obras é fé morta e que houve um dia em que
acreditei em palavras. Os resultados maravilhosos que os participantes
vêm alcançando através dos trabalhos espirituais de daime/xamanismo
que aqui acontecem, como a libertação completa das drogas ou vícios.
Curas das doenças físicas, a quebra rápida dos karmas não vencidos, o
rápido crescimento espiritual e a prosperidade inclusive no mundo da
matéria, que experimentam todos aqueles que aqui têm freqüentado é a
testificação e prova das verdades que aqui ensinamos. Você reconhecerá
o FALSO SANTO DAIME e os falsos xamãs pelos sinais da cobrança
que fazem e pelas drogas que usam.
Vou mostrar agora como era o quadro da exploração comercial da fome e
da sede de integração com DEUS, há três anos quando inauguramos o
Céu Nossa Senhora da Conceição. Aqui nós ministramos inúmeros
cursos de xamanismo e esotéricos a preços ao alcance de todos e eles
ainda nos ajudam na realização de obras sociais, na formação de às vezes
até 90 cestas básicas por mês, sem precisar estar explorando as
necessidades espirituais dos buscadores. Há três anos para um curso de
Reiki, os três níveis em outros locais custariam ao menos R$ 1.500, mas
aqui neste instituto de xamanismo o custo é R$ 30 os três níveis juntos.
Rituais com o daime cm falsas igrejas que cobram já com lucro de 300%
o valor é de R$ 25, mas aqui neste instituto de xamanismo é de R$ 7 e
vamos abaixar ainda mais, é apenas uma questão de tempo!
Tenda do suor em outros locais gira em torno de R$ 350 ou 2 X R$ 190 e
nem uma ayahuasca é servida, mas aqui o valor é de R$ 15 e com
ayahuasca se você desejar. Curso de fabricação de tambores, o mais em
conta que vi lá fora foi R$ 190 e não havia nem sequer uma consagração,
mas aqui no xamanismo verdadeiro o valor é R$ 40, já incluso um ritual
xamânico de consagração na fogueira e com ayahuasca se desejar e você
ainda leva o tambor para casa, porque ele é seu! Para invocação e
reconhecimento dos animais de força, um curso muito procurado, o falso
xamanismo cobra R$ 450 ou 3 X R$ 175, mas aqui onde habita a verdade
é R$ 20 e com um ritual lindo! Eu, xamã Gideon, demonstro isso de peito
aberto para que vocês vejam com clareza como as falsas igrejas de
daime, falsos xamãs e outros oportunistas exploram impiedosamente a
necessidade espiritual da humanidade de buscar a integração com DEUS.
XII - Quem está preparado para ser padrinho e
madrinha
Quem está preparado para abrir seu ponto de luz, ser o padrinho e a
madrinha de sua própria igrejinha de luz... Acaso já se perguntaram isso?
Para ajudar a quem está se afogando, primeiro precisa saber nadar ou
corre o risco de se afogar junto! Não se iludam, meus amados, estar à
frente de uma obra de luz exige grande responsabilidade, dedicação,
esforço e muita autodisciplina. Dar trabalhos de luz sem que se ande na
luz, é ilusão pura. Cego guiando cego, ambos caem no precipício!
Reflitam com sinceridade sobre as perguntas que faço agora aos
aspirantes a padrinho e madrinha de seus próprios pontos luz:
. Como anda sua compaixão? Porque o homem sem compaixão é como a
candeeiro sem óleo...
. Acaso tem dobrado seus joelhos a Deus em nome do mestre Jesus ao
menos três vezes ao dia? Porque a oração ao grande espírito é feita de
joelhos postada ao chão com humildade, em nome do Senhor Jesus, é o
óleo que mantém a luz do candeeiro!
. Tem refreado sua língua? Porque o insensato fala a esmo e se embaraça
na própria língua. Que condição tem um homem de aconselhar e mostrar
o caminho a ser seguido por outros se nem domina a própria boca? Saiba
que nada que entra pela sua boca pode contaminá-lo, mas somente o que
sai dela!
. E o objetivo que o leva ao desejo de abrir seu próprio ponto de luz:
altruísmo ou egoísmo?
. Acaso não tem olhado com desejo o status que paira sobre o padrinho e
a madrinha de uma obra, se esquecendo da grande responsabilidade que
eles assumiram com Deus?
Obteve-se a confiança de Deus, mas permitiu em seu coração que a
ambição falasse mais alto que o altruísmo, o raciocínio mais alto que o
espírito, o desejo da carne mais alto que o dever para com a luz, a fúria
mais alta que a compaixão, o vício maior que sua vontade, o "ter" mais
alto que o "ser", saiba traiu a si próprio e traiu o Deus que habita em
você! De que adianta dizer que lê uma passagem da Bíblia todas as
manhãs, e o restante do dia fica a meditar no que leu, se ao realizar um
trabalho espiritual o faz cobrando com lucro?
De que adianta você tanto falar de paz e das leis universais se quando
olham as suas ações percebem que você é apenas um viciado em drogas
como a maconha, por exemplo? É pelo fruto que se conhece a árvore e
tais obras revelam claramente quem você é de fato!
Como vai sua sinceridade ao menos consigo próprio? Por que você
afirma ser o m daimista? Saiba que a mentira é o espinho que mais fundo
se crava na alma do homem! Porque se veio ao daime em busca de amor,
paz, luz e crescimento espiritual para si mesmo e para os que lhe cercam,
então aleluia! Veio ao lugar certo, sim, Deus será consigo e prosperará
em todos os sentidos! Ou será que tem vindo para o daime para curtir um
"barato e viagens" que droga alguma pode dar?
Lamentável, irmão, o vinho das almas não é droga e só vale para quem
deseja crescer! Ele é divino e o faz crescer. Enxerga você além da
máscara zen que tenta mostrar, veja com clareza seus impulsos primitivos
e a língua ferina que ainda cultua. Um viciado e um insensato andam na
mesma canga. Ambos se encontram desqualificados adiante da luz, então
como poderiam liderar um povo? Bons frutos não provêm de má árvore,
o mestre ensinou!
Veja aqui mesmo no CNSC, achar que aqui parece um quartel militar por
impedirmos a sua rebeldia persistente de após tomar o vinho das almas
querer permanecer fora da igreja e dos rituais, ir passear no platô ou
achar que a sua vontade é que deve prevalecer durante os trabalhos, como
a de fumar e pitar maconha, ficar conversando alto e outras coisas
erradas, mesmo contrariando as normas de luz desta igreja daqui, são
atitudes que representam a ignorância sombria que ainda está dentro de
si, saiba disso!
Daqui mesmo de nosso céu sagrado: reconheça de coração o grande
esforço e o suor derramado, que aqui acontecem todos os dias para que as
obras, plantios e prioridades sejam realizados. Ou, sem nada fazendo a
favor, tem simplesmente criticado e julgado pelo seu ego e ignorância,
sem nem ao menos se dar conta de que ainda desconhece as prioridades
que nos são passadas do Alto? Quem não ajunta espalha, e são as suas
obras e palavras que demonstrarão isso, padrinho ou madrinha de uma
obra. Sacrificado, não é?
Como vai seu agradecimento a Deus após receber as bênçãos que
desejava, se manteve no caminho da luz de Jesus? Olhando com
sinceridade as atitudes que vem tendo e o refrão constante de sua língua,
saberá! Até para ser fraco no caminho da luz, há limites. Errar é muito
humano e por isso Deus muito perdoa. Mas errar sempre o mesmo erro é
se afirmar nas sombras, é recusar a luz, é deixar claro o caminho que
escolheu trilhar!
De que adianta vir aos trabalhos de luz daqui, me dizer mentiras quando
fala que largou as drogas, a mentira e a falsidade, a língua ferina e a
maldade, que anda agora na luz, se após os trabalhos suas atitudes
mostram claramente que ainda insiste em errar diante da luz? Embora
sejam poucos, ainda há alguns fazem isso! Aprendam a lição que nos dá
a toupeira, porque ela anda na escuridão pensando estar segura, mas por
engano sai para a luz com lama sobre sua cabeça. Então o dedo do
ridículo lhe aponta.
Como dizer que continua freqüentando as falsas igrejas de daime mas
que não compactua com o joio? Ora, diga-me com quem tu andas que lhe
direi quem és... ressaltou o Mestre Jesus! Canarinho que anda com
morcegos dorme de cabeça para baixo e quem anda com porcos aprende
a comer lavagem, ressalto eu!
Você conhece verdadeiras obras de luz? Eu conheço algumas! Dou meus
parabéns ao Alto Santo, a Barquinha, a União do Vegetal, fundada com
muita sabedoria pelo irmão Gabriel, que é de muita luz e que gosto
muito. Parabenizo a todas as igrejas independentes daimistas sérias e de
luz porque combatem as drogas e evitam lucros com os trabalhos
espirituais, tal qual ensinou o nosso estimado irmão Raimundo Irineu
Serra. Estas igrejas que acabei de citar são igrejas sérias e de luz, fazem
jus à divindade do dai me ou vegetal. Há muitas falsas igrejas daimista.
Na verdade, a grande maioria delas são falsas e enganadoras, visam o
lucro financeiro e trabalham de modo a enfraquecer o espírito de quem lá
freqüenta. Citam o nome de irmãos sérios e de luz como o irmão Irineu
Serra e até fotos dele colocam nos cultos que fazem, mas em verdade
maculam com drogas, como a maconha, a divindade do daime. Esses são
como sepulcros caiados, que embora bonitos por fora escondem a
podridão do lado de dentro. Mas os karmas que adquirem são terríveis e
crescem a cada um que eles encaminham para o vício e para as drogas.
Que alto preço lhes será cobrado, padrinhos e madrinhas dessas falsas
igrejas. O plantio é de sua livre escolha, mas a colheita do que plantou é
obrigatória!
Com falso pretexto de que santa maria não é maconha e santa clara não é
cocaína, se drogam e são viciados agora. Insistem neste vício mórbido e
ainda levam para o abismo que se encontram outros que por engano ou
fraqueza lhes procuram para ter ajuda. Naquele dia, falso padrinho irá
preferir a punição de 1000 foragidos da justiça do que encarar o seu
próprio karma. Assumir um trabalho de luz, com a luz e pela luz é uma
decisão difícil, exige muita disposição, altruísmo e coragem. Mas vale a
pena, queridos, pois enquanto forem fiéis à luz suas bênçãos serão
muitas, aonde colocar sua mão o mestre colocará a dele. O que disser,
será.
De minha parte, eu, Gideon dos Lakotas, que carrego no coração o selo
de meu Senhor Jesus, tudo farei para auxiliar os novos padrinhos e
madrinhas das novas igrejas a serem construídas. Nada pedirei ou
cobrarei de vocês, porque vivemos o limar incondicional. Nosso Único
desejo é que vocês vivam a luz, espalhem a luz, derramem a luz. Nos
sentimos realizados em ver vocês realizados, se vocês estão felizes,
também ficamos felizes! Não há necessidade nenhuma de serem filial
daqui, pois o vínculo que nos unirá é o vínculo de sermos servos da luz, é
o vínculo de aspirarmos por um mundo bem melhor, o que nos manterá
unidos é o vínculo da luz do mestre Jesus, dentro de nossos corações.
Portanto, queridos, usem o bom senso espiritual e o amor de vossos
corações e escolham a denominação de
seu ponto de luz! Uma obra de luz provém de Deus, que diferença faz
que nome lhe dá? Tenham plena certeza de que para os que forem fiéis a
luz, oferecemos:
. O vinho das almas que precisarem para seus rituais, ao preço de
custo/despesa apenas e ainda parcelado se preciso for;
. Apoio judicial para a legalização de seus pontos de luz;
. Acervo musical que necessitarão, compartilharei o que tenho;
. Em qualquer problema que por ventura possam passar, estaremos
sempre aqui para o que possível for.
Mas lembrando a você, que é você o responsável pela sua igreja, sendo
assim podemos no máximo auxiliar você em algum problema que possa
estar passando, mas essa cruz é a sua e o que fizer ou se passar em sua
igreja é sua responsabilidade, portanto, pés no chão! Temos por objetivo
tornar as novas igrejas de luz 100% independentes.
Para os novos padrinhos e madrinhas das novas igrejas eu digo o
seguinte: amados (as), vale a pena seguirem na trilha da luz, vale a pena
assumir e ser fiel aos compromissos vindos da luz. Suas bênçãos serão
inúmeras e fartas. Mas lembrem-se novos padrinhos e madrinhas:
. Jamais façam comércio com as plantas de poder ou com o vinho das
almas;
. O que recebestes de graça também dê de graça, ensinou o Senhor Jesus;
. Repasse apenas o custo / despesa do vinho usado, aos participantes, tal
qual tenho dado o exemplo;
. O vinho das almas é uma ferramenta divina, portanto macular,
vilipendiar, desrespeitar este vinho divino e sagrado, misturando ele com
drogas, álcool e outras coisas, é desrespeitar a divindade.
Eu pergunto: você está mesmo preparado? A resposta sendo sim, estou
aqui!
XIII - Como aconteceu a passagem da madrinha
Genecilda
Faço questão de expor neste livro como foi a passagem da madrinha
Genecilda, a única mulher que amei nessa vida. Aqui você, leitor, vai
poder ver claramente O falta de luz deste povo que compõe o Cefluris. O
quanto esse povo que fica defendendo e difundindo as drogas é baixo,
medíocre. Neste capítulo, você saberá como eles agiram durante o
falecimento de minha esposa, inclusive durante o velório dela. Mesmo
em uma batalha, precisa existir honra. Posso compreender o fato do
Cefluris e seus componentes terem uma grande aversão à minha pessoa,
afinal sou eu quem começou a desmascarar a fraude que eles vêm sendo
e as enganações que vêm pregando. Contudo nunca inventei história
nenhuma para denegrir o Cefluris ou o padrinho Sebastião. Eu fui atrás
dos fatos e só falei a verdade. Tudo que falo sobre o Cefluris e o
Sebastião provo adiante de qualquer tribunal. Eu com, bato a mentira
mostrando a verdade. Mas esse povinho defensor das drogas e do
Cefluris, esse povinho da santa maria, é mesmo dissimulado e vive em
mentiras. Agora vou mostrar a você como eles são e como eles agem.
Minha amada esposa Genecilda fez a passagem de uma forma brusca.
Foi assassinato e doeu demais. Somente com um espírito guerreiro e o
senso de responsabilidade com as obras que vêm do Alto para nos
manter firme neste momento tão atribulado. Mas DEUS nos dá o frio de
acordo com o cobertor, sei que posso superar e vencer mais esta vez.
Estávamos em um ritual de xamanismo com inúmeras pessoas. Já era de
madrugada do mês de julho de 2006 e,minha esposa pegando um carro
foi comprar um analgésico na farmácia 24 horas do posto Petropen, que
fica no município. Horas depois chegou uma viatura policial e nos deu a
notícia de que ela havia sofrido um acidente e havia falecido. Passado
um tempo a polícia falou o que realmente havia acontecido: ela fora
assassinada. O choque foi intenso e por alguns minutos me deu um
branco, fiquei sem reação. Mas me recuperei em seguida. Conheço
minha esposa, dominar aquela mulher não é nada fácil, ela sempre foi
uma leoa. Acredito que aconteceu um assalto seguido de morte, já que
dela desaparecera dinheiro, carteira e jóias. Muitos crimes vêm
acontecendo aqui neste vale, recentemente assassinaram em Registro um
policial civil com muitos tiros. Um dia saberemos da verdade. Não foi
fácil, tive que esquecer da própria dor e me lembrar daqueles que
estavam participando do ritual. As filhas de minha amada esposa, Isis e
Tatiana, também estavam presentes no ritual. Que momento difícil! Mas
eu já havia sentido o mesmo sentimento séculos atrás no grande
massacre. Não desejo isso a ninguém.
Usando a mesma forma de agir que os policiais usaram, orientei aos
fiscais da casa que dissessem aos demais que ocorrera um acidente de
carro e que a madrinha falecera, assim seriam poupados aqueles que
estavam se iniciando no caminho. Amanhecendo procurei saber de fato o
que havia acontecido. Constatamos que desapareceu dela um colar de
ouro, um anel de ouro com dois diamantes e um rubi, a carteira com
dinheiro e que havia um pneu furado de forma estranha. Talvez tenha
sido vítima de um latrocínio, talvez não. Aqui ainda é mundo de provas.
O fato de andar na luz não o livra de passar por tais coisas. O próprio
Mestre Jesus passou por isso. Seus apóstolos e todas as grandes mentes
de LUZ que vieram pregar o amor neste mundo também se sujeitaram a
tais coisas. A vida neste mundo ainda é assim. Poderia ter sido comigo,
com você ou com outro ainda. Mas isso não importa agora. Os caminhos
do DEUS PAI são estranhos aos olhos dos homens, mas tudo sempre
ocorre da forma certa independentemente de nós entendermos ou não.
Então pedirei ao GRANDE ESPÍRITO que a fúria não tome conta de
meu espírito, que o rancor não ache casa em meu coração, que minhas
mãos não estejam manchadas com sangue inocente quando a verdade
vier à tona. Conheço os limites de minhas forças e sei bem do que sou
capaz. Me manterei na retidão e na humildade como sempre fiz.
Enfrentarei toda a situação com a coragem e bravura que sempre tive e
que são típicas dos filhos da luz. Aguardarei no SENHOR, pois é nesta
rocha que descanso.
Informei ao delegado de Pariquera-Açu que conheço os procedimentos
legais quando no caso de assassinato e que cooperaria de todas as
formas. Forneci eu mesmo a relação de todas as pessoas presentes
durante o ritual no dia do ocorrido, com nomes, telefones e endereços de
todos. Também pessoalmente informei ao delegado que minha esposa e
eu sempre pagamos seguro de vida, mesmo antes de nos conhecermos já
fazíamos assim pela segurança da família. Que aproximadamente há
dois anos nós resolvemos fazer novos seguros de vida onde nossos filhos
e enteados estariam como beneficiários. O meu seguro de vida é de
quase dois milhões de reais e o de minha esposa é de um milhão. Mas em
ambos os seguros os beneficiários eram nossos filhos. Aos poucos fomos
informando as pessoas que não se tratou de um acidente, mas sim de um
assassinato. Deixamos a lei seguir o seu curso, mas segundo minha
opinião, houve falhas na investigação policial desde o princípio. Coisas
que talvez tivessem feito grande diferença.
Alguns parentes que durante estes três anos ao menos nunca sequer
telefonaram para a minha amada esposa Genecilda, nem sequer para
dar um bom dia assim que ficaram sabendo do óbito já conversaram
sobre se haveria herança com a morte dela. Pessoas mesquinhas não
respeitaram nem mesmo a nossa dor e já olhavam se lhes sobraria algum
dinheiro com isso. Como que pessoas assim conseguiram ser parente de
uma alma de tanta luz como a minha amada esposa Genecilda? Quão
grande missão minha amada já nasceu!
As próprias filhas da Genecilda, que moram aqui neste Céu e que
estavam presentes no dia da passagem, Tatiana e Isis (minhas enteadas),
indignadas, responderam a eles lhes chamando a atenção e dizendo
algumas verdades bem às claras. Mas pelo menos este povo foi
autêntico, assinava embaixo.
Mas agora é que começarei a narrar as atitudes do povinho do Cefluris e
com agiram. No orkut, algumas pessoas indignadas com as verdades
sobre o padrinho Sebastião Mota de Melo, as drogas e o comércio
existente dentro do FALSO SANTO DAIME Cefluris, que venho, expondo
com tanta clareza há três anos, pessoas que defendem o uso e liberação
das drogas ou o comércio com trabalhos espirituais em beneficio
próprio, criando e-mails falsos para que não fossem responsabilizados
ou encontrados, postaram na internet boatos mentirosos inventados por
pura maldade, como "Gideon suspeito de assassinato de sua esposa".
Infelizmente nos grupos do IG e do Yahoo, e também no próprio orkut,
você pode criar um monte de e-mails como se fossem outras pessoas.
Eles não exigem sequer o CPF da pessoa e não há nenhuma verificação
da autenticidade das informações fornecidas pela pessoa que está
criando um e-mail novo. Então, escondido por trás de uma identidade
falsa, se passando por alguém que na verdade não existe, qualquer um
poder ir a um cibercafé e enviar falsas denúncias e mentiras sobre
pessoas ou entidades. É a mesma tática que usaram os concorrentes da
Coca-Cola quando lançaram aquele boato de que uma pessoa que estava
tomando uma coca geladinha em uma lanchonete encontrou o pedaço de
um dedo humano dentro do refrigerante.
Assim eles conseguem caluniar, difamar e mentir à vontade, sem que
possam ser responsabilizados pelas mentiras, calúnias e difamações que
pregaram. Mentirosamente eles colocaram na internet que eu era o
suspeito do assassinato de minha esposa e que o seguro dela estava
inclusive no meu nome. Que golpe baixo, que povo ardiloso. Esse
povinho desconhece de fato o significado da palavra honra. Todas essas
personalidades fantasmas e calúnias foram criadas apenas para ver se
conseguiam manchar minha imagem e a imagem do Céu Nossa Senhora
da Conceição que tanta milhares de pessoas vêm ajudando ao longo
destes três anos. O intuito das calúnias e mentiras ditas anonimamente
por este povinho das drogas é que eu parasse de alertar ao mundo sobre
o Cefluris que usa drogas dentro e fora dos rituais de SANTO DAIME,
queriam que eu parasse de demonstrar as verdades sobre o padrinho
Sebastião Mota de Melo ter sido apenas um viciado em drogas e que
ainda sujou o nome do SANTO DAIME, traindo o mestre Irineu.
Pensaram que eu ia desanimar, me abater, desistir da missão espiritual
que assumi. Mas vendo toda esta podridão vinda deste povinho tudo isso
só me fez ainda mais decidido em combater as drogas dentro do SANTO
DAIME. Aqui tem um espírito velho, um guerreiro do coração. A grande
quantidade de energia que foi liberada pela emoção do ódio que senti
por esta situação, eu canalizei para realizações construtivas, de forma
que as obras que iríamos realizar em cinco anos, agora serão realizadas
em ,dois anos e meio.
A concretização destas obras é o presente que ofereço a minha falecida,
mas muito amada esposa Genecilda. A única mulher que realmente amei
nessa vida. Esta atitude também será uma das minhas repostas a estas
falsas personalidades por detrás dos falsos e-mails, vindos deste povinho
medíocre e desonrado, que desconhecem por completo as virtudes do
espírito e os benefícios da luz. De agora em diante, estarei muito
empenhado nas novas construções e no cumprimento das metas
determinadas. Então deixei este povinho falar sem lhes dar qualquer
importância, que é o correto. Mas para toda ação existe uma ou mais
reações, para esses que falaram de minha esposa, da idoneidade de
nosso casamento e ainda tentaram criar uma situação onde eu estaria
como suspeito de sua morte, alegando mentirosamente inclusive que o
seguro dela estava no meu nome e não no nome de nossos filhos.
Portanto agora é questão de honra, coisa que eles desconhecem. A coisa
foi muito longe, apoiando-se no anonimato, nas mentiras e na hipocrisia,
eles transpassaram todos os limites do permitido, pois acreditavam que
estavam escondidos no anonimato, mas sei quem são, aonde moram e o
que fazem, cada um deles. Foi muito fácil saber. Em relação a estas
pessoas, 2007 será um ano justo. Sei que meu tempo aqui pode ser
pequeno, pode estar no fim. Pois com a publicação deste livro e a
aquisição das novas e gigantescas terras, terei cumprido 100% a minha
missão. Mas isto não faz diferença, isto não me afeta. A ausência de um
corpo físico me faz ainda mais forte.
No momento, preciso cuidar que sejam cumpridas as metas que tracei
para os próximos anos e vou olhar para estas pessoas com toda a
atenção e farei destas um exemplo a olhos vistos. Armas das trevas são
fofocas e picuinhas, pois não passam de borra-botas e firmas falidas.
Mas eu ando com a luz e o poder está apenas na luz. Existe algo que este
povo sórdido desconhece, este algo se chama "honra". A honra é do
espírito, não pertence a carne. A partir de junho de 2007, verão II peso
da honra de um espírito xamã. Os vermes que vivem no lodo têm muito
que aprender com este povo. Sei bem das implicações do que aqui acabei
de escrever. Mas faço questão de deixar aqui registrado as minhas
palavras e por isto eu as escrevi de forma que em nada poderão afirmar,
mas entenderam muito bem a mensagem. Fazer destes um exemplo a
todos é a palavra final do Leão Dourado, do Búfalo Branco, do Dragão
Branco, da Baleia Azul, do Urso Pardo e do Lobo. Também sobre a
passagem da madrinha Genecilda, minha amada esposa, há o
acontecimento citado abaixo:
Esta história envolve dois homens, os quais eu e minha esposa
recebemos com carinho e inclusive ajudamos muito até materialmente
sem nada pedir em troca. Um chama-se Francisco, que mora em Santos
e, segundo ele mesmo, freqüentava o Cefluris. Apareceu aqui trazendo
uns cogumelos e se dizendo já ser um espírito muitíssimo velho
remanescente do continente de Atlântida. Eu e minha esposa
desconsideramos tais besteiras vindas de um ego muito forte e lhe
estendemos as mãos, na esperança de que ele acordasse. Já o outro
homem, Paulo, músico de São Paulo, eu realmente tive esperança de que
ele se firmasse na LUZ, mas se entregou ao ego infelizmente. Escolheu
continuar na ilusão de que é um profeta, vidente, falando muito da vida
de todo mundo, mas, o que é pior, andou explorando comercialmente os
trabalhos espirituais, querendo se enriquecer através da ayahuasca. Que
pena, pois eu realmente gostava deste Paulo. Mas ambos tiveram seus
intentos materialistas e egoísticos totalmente frustrados, devido à
seriedade e ao zelo dos princípios da luz que mantêm o Céu Nossa
Senhora da Conceição, onde não se admite comércio com o sagrado ou
drogas com as plantas de poder.
Então se aproveitaram maldosamente do momento difícil para todos nós,
que foi o falecimento de minha amada esposa Genecilda, madrinha desta
obra, em julho de 2006, para inventar uma profecia. Eles profetizaram,
às escondidas, a várias pessoas que freqüentam este Céu e aqui estavam
para o velório, que "as trevas haviam entrado no CNSC e que até o final
de dezembro de 2006 aqui não mais haveria trabalhos espirituais e nem
igreja, pois até as terras já seriam de outro dono?", Esses dois, que se
julgam "espíritos evoluidíssimos", disseram isso a muitas pessoas, que
inclusive confirmam o que estou dizendo exatamente do jeitinho que
estou escrevendo, até adiante da lei. Foi uma atitude sórdida, muito
baixa e eles só tiveram essa oportunidade porque nós (Gideon e
Genecilda) os amamos e os ajudamos como irmãos. Deus sabe quanto
ajudamos esses dois sem nada pedir em troca. Bom, após a profecia
desses "dois iluminados" e "mensageiros supremos da luz", nós, meros
mortais do CNSC, com humildade, muito trabalho e pouca conversa,
pela graça e misericórdia do Grande Espírito apenas, prosperamos da
seguinte forma de julho a dezembro de 2006:
Aumentamos nossas igrejas irmãs de 11 para 57 até dezembro
e já estamos agora em 6 estados do Brasil. Acredito que
terminaremos o ano de 2007 com mais de 100 igrejas irmãs;
Construímos um salão ritualístico xamânico para 2.000
pessoas em pé e que já foi utilizado na passagem do ano em
um ritual maravilhoso;
O número de participantes em nossos trabalhos espirituais
aumentou tanto, mas tanto, que teremos de iniciar logo a
construção da nova igreja com capacidade para 1.000 pessoas
sentadas, a qual iríamos construir somente em 2008;
Em julho nós distribuíamos aproximadamente umas 30 cestas
básicas por mês. Mas daí para dezembro isto aumentou para
60 cestas básicas por mês. Há meses em que chegamos a
distribuir 90 cestas básicas às famílias necessitadas da região;
Realizamos o que acredito ser o maior batizado da história do
SANTO DAIME, do qual foram batizadas de uma só vez, 126
pessoas, sem contar às crianças que não assinaram o livro. Já
temos uma fila ainda maior aguardando o próximo batismo;
Conseguimos repassar a ayahuasca produzida aqui e muito
concentrada para as igrejas irmãs, não só a R$ 27 o litro,
como sempre fizemos, mas agora também cm três vezes sem
juros;
. Estamos com mais de 350 pedidos para o próximo
fardamento deste Céu santificado;
Ampliamos e melhoramos os banheiros daqui com pisos no
chão e paredes, 20 vasos sanitários, 6 chuveiros, 8 pias e 1
mictório;
Pessoas de todo os estados do Brasil e até de outros países
ligaram tentando participar do curso para padrinhos e
madrinhas ocorrido em no final de dezembro de 2006, que teve
grande número de inscritos;
Nosso site foi traduzido para espanhol e inglês. Agora está na
internet em três idiomas. Também foram acrescidos em nosso
site vídeos de nossas palestras, rituais e cursos para serem
assistidos por você em casa;
Olhe só quanta prosperidade realizada poucos meses após as profecias
egóicas de Paulo e Francisco. Em relação ao Paulo, vi ganância e
ingenuidade, pois ele chegou mesmo a estipular uma meta financeira de
ganhar dois mil reais por mês com os trabalhos espirituais com
ayahuasca, desconsiderando as conseqüências desta atitude. Já em
relação ao Francisco de Santos, vi maldade e hipocrisia, pois ele inveja
o sucesso e a vitória daqueles que se esforçam até alcançarem o êxito,
ao invés de se esforçar para sair da derrota em que vive. Francisco de
Santos, você está tão preocupado em ficar afirmando para os outros que
você já é um evoluído antigo espírito de Atlântida, que desconsidera a
realidade de estar desempregado a oito anos viver em crises. A sua
realidade mostra exatamente quem é você. Assim como a realidade deste
Céu santificado mostra exatamente quem somos! Afirmo em alto e bom
tom: muito cuidado com aqueles que gostam de ficar profetizando e
demonstrando vidência. Em geral, são pilantras e fracassados, pessoas
com grandes frustrações pessoais e profissionais, pessoas puramente
ligadas à matéria. Em verdade, são apenas vítimas do próprio ego
enorme, que os domina completamente.
OBS: Hoje, 21 de abril de 2007, o livro já está entregue na editora e
juntamente com mais dois irmãos, aumentamos as terras da fazenda
Céu Nossa Senhora da Conceição, de 150 alqueires para 40.000
alqueires.
BREVE BIOGRAFIA
XIV - Gideon dos Lakotas e o início do Céu Nossa
Senhora da Conceição
MINHA INFÂNCIA
Nasci às 16hs de 7 de março de 1964 em uma cidade pequenina que fica
aos pés de muitas serras da Zona da Mata em Minas Gerais. Quando
criança, eu não gostava muito de estudar. Esse negócio de ficar
raciocinando era difícil pra mim. Minhas notas não eram lá aquelas
coisas. Preferia andar a cavalo que ficar com os livros. Tive uma infância
normal, como a de qualquer menino sadio e astuto. Uma característica
minha é que sempre fui muito obediente e sempre manifestei profundo
amor pela natureza e todas as coisas vivas. Gostava de conhecer as
plantas e observar os animais. Gostava de cuidar da horta e conversava
muito com as árvores e animais. Também soltava às escondidas os
passarinhos que meu irmão mais velho pegava no alçapão e prendia em
gaiolas. Algumas vezes apanhei por isso.
Tive um grande amigo desde o jardim de infância, seu nome é Paulo
Roberto e seu pai era o dono do açougue da cidade. Crescemos juntos e
por muitas vezes eu ia com ele receber contas atrasadas de alguns
clientes do açougue. Era uma forma de ganharmos um dinheirinho extra.
Os pais do Beto, Amauri e Lourdes, sempre foram como pais pra mim.
Desde que me conheço por gente, eu já comentava com as pessoas,
embora de forma infantil, que um dia eu compraria uma fazenda grande e
lá eu poderia acolher os animais machucados. Dizia que lá soltaria um
milhão de cavalos, um milhão de aves, um milhão de bois, um milhão de
cães, um milhão de gatos etc, para eles viverem livres e morrerem de
velhice. Na mente de uma criança um milhão parece ser um bom número.
Talvez cuidar sempre da horta e perceber a fartura que saía dali me levou
a perceber que a terra era agradecida e sempre retribuía com muito. Essa
era uma das razões de eu sempre perguntar aos adultos como é que
pessoas passavam fome se o Brasil tinha tanta terra? Lembro muito bem
que eu sempre levantava de madrugada, às quatro horas, trocava minha
roupa e ia para frente da casa do Sr. Zeli Pereira esperar ele sair para a
sua fazenda, onde lidava 'com gado de leite. Isso eu fiz por anos a fio.
Através do sentir, eu sempre soube que precisaria ter grandes terras para
cumprir a missão que vim realizar, embora ainda não tivesse consciência
plena do que era exatamente essa missão. Então, eu sabia que indo para a
fazenda do Sr. Zeli (que era como um avô para mim) todos os dias, de
certa forma eu já estaria dando início a alguma coisa.
Meus Deus, como eu falava! Eu não parava de fazer perguntas ao Sr. Zeli
sobre os animais. Perguntava tudo sobre os cavalos, sobre o gado, sobre
os cabritos, sobre as galinhas e patos, sobre os peixes, sobre as hortas e
sobre os pastos. O Sr. Zeli, pacientemente, sempre me respondia tudo.
Certa vez, ele, encontrando o meu pai na padaria do Prachedes, onde se
reuniam para jogar umas partidas de buraco, disse sorrindo: "Você
precisa me dar um quilo de bala". Meu pai perguntou: "Por que?" E o Sr.
Zeli respondeu: "Para eu dar ao seu menino para ele ficar com a boca
ocupada e me dar um tempo com as perguntas". E ambos riram muito.
Eu estudava no primário da escola pública, onde eram comuns as
visitações do padre João. Co mo eu simpatizava com o padre João!
Aquele holandês enorme, meio calvo e dos olhos azuis que fumava
constantemente um grande charuto de cheiro forte. Muitas vezes nós
sabíamos que o padre estava próximo devido ao cheiro do charuto, que
chegava primeiro. Eu sempre sonhava com uma santa pretinha
circundada por um manto de estrelas que sempre me confortava quando
eu passava por momentos difíceis. A vovó Bijuca, que teve formação
católica, costumava contar para nós, os netinhos, as histórias da santa
Corrêa. Isso era outra coisa que eu adorava.
Mas o interessante é que, apesar de todos esses fatores positivos, eu
sempre tive verdadeira ojeriza pela igreja católica romana. Da igreja
católica romana, o que mais gostava era a distância! Aquela historinha de
me confessar, mesmo que fosse com o padre João, que eu tanto
simpatizava, jamais me agradou e era uma briga feroz tentar me obrigar a
confessar daquela forma. Por diversas vezes a professora, a vovó Bijuca e
até minha mãe, perguntavam:
- Por que você não gosta da igreja católica?
- Eu sinto não ser a coisa certa.
- Mas como então você gosta do padre João?
- Eu sinto que ele é bom.
Após muitas brigas, nas quais eu estava numa visível desvantagem,
precisei começar a articular planos. Sabia que a tal da confissão na escola
acontecia só duas vezes por ano. Eu poderia fingir que havia me
confessado e nenhuma briga aconteceria. Aí ficaria muito mais fácil.
Então veio a primeira comunhão e as coisas se complicaram de novo. Eu
era apenas uma criança e sofria a maior pressão por parte da minha mãe e
das mães dos amigos também. Mas sentia que ali não era o caminho,
embora eu ainda não pudesse explicar. Não teve jeito, me obrigaram na
marra a fazer a primeira comunhão. Como odiei ser ainda pequeno nesse
dia!
Aos 7 anos, a sensitividade que eu manifestava já era forte. Também já
sabia ler comecei a estudar a Bíblia. Sempre guiado pela intuição, eu
encontrava as passagens que iam de encontro com as atitudes da igreja
católica. Trechos que falavam sobre imagens e reverências, sobre a fé
sem obras e o suor de todos nós. Falavam também que "a árvore se
conhece pelos frutos que dá" e tantas outras coisas. Embora eu não
gostasse de estudar, havia uma forte razão que me motivava a ler a
Bíblia. Em pouco tempo nenhuma das mães, minha e dos meus amigos,
tentavam me obrigar a seguir a doutrina católica romana, porque agora eu
tinha argumentos que as punham em cheque. Pouco tempo depois, minha
mãe começou a freqüentar um centro espírita Kardecista e ali sim eu me
sentia em casa. Sentia ser a coisa certa.
Certa vez, uma médium maravilhosa de nome Floripes ficou me
observando na rua enquanto eu andava com a minha mãe e, se
aproximando, disse: "Seu filho é um médium de traços fortes, precisa se
desenvolver". Essas palavras entraram em minha mente como uma
flecha. Aos 10 anos, no quarto ano de grupo escolar, me tornei muito
amigo de um rapaz da mesma idade e começamos a estudar na mesma
sala. Um crioulo muito simpático e inteligente e muito alto que muitas
vezes me deu aulas nas vésperas de provas. O nome dele é Jerônimo.
Vinha de uma família humilde, de berço Kardecista. Seus pais, Sr. João e
D. Isaura, foram como pais para mim e foi através deles que eu entrei, de
fato, no mundo do Kardecismo. Por diversas vezes, participava da
semana espírita que acontecia no asilo da rua de cima e dessa forma pude
presenciar os verdadeiros exemplos de amor incondicional. Também
nessa época, eu, o Paulo Roberto e o Jerônimo, costumávamos acampar
nas montanhas. Éramos astutos e nadávamos bem, então nossos pais
permitiam. Tempos dourados aqueles!
Quando fiz 12 anos, já na sexta série ginasial, chegara a época das
confissões, mas aconteceu algo que mudaria muito as coisas pra mim: a
presença de um bispo e de um outro padre. Não sei por que o simpático
padre João não foi. Por amor a ele eu até teria ficado quieto. Eu
enxergara uma forma de lutar, resolver de vez aquele problema e o
estimado padre João estava ausente. Aquele era o momento perfeito, eu
estava afiado na bíblia e há mais de um ano vinha aprendendo com os
espíritas muito sobre as verdades não contadas na história. Enchi o bispo
e o padre com perguntas bíblicas que põem em cheque muitas das
atitudes da igreja católica romana. O interessante é que até então eu não
sabia que podia me sair tão bem. E ainda, tirando proveito sobre as
histórias da santa inquisição que muito, perguntei ao bispo se o Senhor
Jesus aprovaria os assassinatos e torturas acontecidas por ordem do papa
da época? O bispo e o padre se entreolharam, tossiram, fizeram "ham
ham" com a garganta. Tanto o bispo quanto o padre novo já estavam
exaltados pela situação que os coloquei diante de 40 estudantes e, antes
que pensassem em uma desculpa, fiz mais uma indagação: "Senhor
bispo, o senhor pode, me explicar o que é hipocrisia? É que ouço tanta
gente usar esta palavra quando o assunto é a igreja católica que eu quero
saber o que significa".
O padre novo, já com a voz visivelmente alterada respondeu com
energia, que eu tivesse educação e respeito, que perguntasse essas coisas
para minha mãe e dentro de minha casa. Então eu soube, aquele era o
momento certo: "Seu padre, será que hipocrisia tem há ver com o fato do
senhor andar numa Brasília novinha, mas nunca pagar as contas que faz
no açougue do pai do Beto?" Aos berros, me expulsaram da sala de aula,
graças a Deus! Aquele martírio escolar de tantos anos se encerrara com
aquele confronto. Mas algo aconteceu nesse dia que me deixou
maravilhado: descobri o poder da inteligência seguida pela ação. Mas um
outro acontecimento é que viria consumar de vez esta lição, nesse mesmo
ano. Eu vadiei demais e levei bomba, repeti o ano. Nunca vou me
esquecer do que senti quando percebi que meus antigos amigos seguiram
adiante, e eu fiquei para trás. Eu me senti como se tivesse desistido de
continuar a caminhar com eles. Isso me causou tamanho repúdio e gerou
uma tão grande energia que me acordou para a vida de uma só vez. Eu
me senti tão derrotado naquele dia, que tomei a decisão de nunca, mas
nunca, nunca mesmo, desistir de nada que eu começasse enquanto não
alcançasse a vitória. Eu jamais seria derrotado novamente. Eu morreria
de pé, mas não viveria de joelhos!
E isso realmente me mudou, porque foi quando eu descobri o poder da
vontade e da inteligência. No ano que se seguiu comecei a estudar em
uma sala com pessoas estranhas a mim e ao entrar na sala fui recebido
com uma vaia enorme. Senti-me o pior dos homens naquele momento.
Mas o espírito de luta da decisão que já havia tomado me sustentou.
Tornei-me um estudante assíduo. Passei inclusive a dar aulas para os
meus colegas nas vésperas de provas. Descobri o quanto eu gostava de
ciências. Havia descoberto a força da "cri atividade". Passei a competir e
a vencer as feiras de ciências da minha escola e das escolas da minha e da
região também. Travei grandes amizades com o Wilson e seu primo
Bruno, o Regis dd Guido e o Reginaldo do Pedro Capixaba, o Flávio
Bichinho de Luz e o Naldo seu irmão, o João Almada e seu irmão
Rogério, o qual chamávamos de padre. Aquilo que começou como um
martírio se transformou em anos dourados.
Alguns anos depois, junto com meu amigo Flávio do Juquinha, cheguei
mesmo a ir competir em Belo Horizonte, representando a Secretaria de
Ensino daquela região de MG. Havíamos vencido todas as escolas
daquela Delegacia de Ensino e agora estávamos em belo Horizonte.
Ficamos hospedados no hotel Gontijo e um diretor, de uma empresa de
nome Nordberg, ficou emocionado com o projeto que nos havíamos
desenvolvido e nos deu 100 dólares de presente.
Comecei a praticar capoeira e me saí muito bem. Depois de um ano
passei para artes marciais mais fortes, com o professor William. Junto
também estavam meu inseparável amigo Jerônimo e o Lala, filho do
Orlando soldado, de quem sempre gostei muito. As artes marciais me
auto disciplinaram ainda mais. Descobri o quanto, uma vontade forte e
bem canalizada fazia meu corpo forte e minha mente obediente. Nadava
muito no açude da usina Paraíso e no rio Pomba também. Correndo
acelerado eu fazia todas as tardes a volta do "O", que tem 8 km. Aprendi
a fazer malabarismo em cima de cavalos e gostava do desafio de montar
de vez em quando em garrotes no curral do Sr. Zeli. Ser forte e atlético
resultava em muitos elogios e me fez muito popular entre os amigos. Mas
acabou por me deixar "convencido" e houve um tempo em que eu me
achava "o máximo". Havia muito ego comigo. Antes de repetir o ano, eu
estava numa extremidade. Depois, através da vontade e da inteligência,
caminhei sentido ao centro. Então, forcei demais e agora estava na outra
extremidade.
Foi quando eu recebi uma lição que me marcou muito. Havia um rodeio
na cidade e os verdadeiros peões que viviam disso já tinham se recusado
montar o touro araçá daquele rodeio. Eu, me achando muito grande, quis
fazer bonito e disse que montaria aquele touro. Quase morri neste dia! Eu
vi a viola em cacos! Aquele tanque de guerra que mugia me arremessou
para mais de 10 metros no chão e passou por cima de mim como se fosse
uma locomotiva. Num ato desesperado de tentar sair da frente daquele
monstro, eu me arrastei rápido no meio da bosta com palha de milho e
passei por debaixo da cerca. Mas isso não antes de ter minha perna
direita pisoteada por aquela locomotiva de chifres. Além de machucado,
ainda levei uma vaia daquelas da platéia do rodeio. Naquele momento,
todo lambuzado e machucado, enquanto alguns peões me socorriam,
pude perceber claramente o alto preço que cobra a vaidade, enquanto a
platéia, rindo, gritava por mais diversão. A vaidade nada lhe dá e tudo
exige em troca. Minha perna não quebrou graças a Deus, mas o músculo
da barriga da perna inchou e ela ficou tão grossa quanto a coxa. Levei
mais de um mês para me recuperar por completo. Esse acontecimento me
fez retomar ao caminho do meio, ao meu centro. Quanto ao touro araçá,
observo que sua decisão de nunca se deixar domar era fascinante. Aquele
touro foi magnífico.
Quase todas as tardes eu ia para a casa do Jerônimo. O fato de nós
estudarmos em salas diferentes em nada atrapalhou nossa amizade. Mas
aquela tarde havia algo no ar. Tanto eu como o Jerônimo percebíamos
uma brisa diferente, um calor diferente. Embora o céu estivesse todo azul
e ensolarado, e o vento estivesse calmo, uma sensação de que havia algo
de diferente se fazia presente. O comportamento dos animais não era o
mesmo. Naquela tarde, não houve a revoada costumeira de algumas aves
e nem o canto do sabiá. Até os pardais, que se aninhavam no final de
tarde nas árvores da praça, fizeram isso nervosos. Naquela noite, uma
grande massa de nuvens carregadas tomou a região. Eram umas nove
horas da noite quando começou a chover muito. De vez em quando, a
escuridão da noite era anulada pelos flashes fortes dos relâmpagos que
corriam pelo céu. O estampido dos trovões ecoava seguindo a claridade
dos raios.
A chuva estava muito forte e não parava. No começo da madrugada, os
trovões se fizeram ainda mais fortes e a chuva aumentara ainda mais. Já
madrugada adiantada, quando a chuva já havia diminuído muito, quando
ouvimos algumas pessoas passarem na rua avisando alto a toda a cidade:
"O rio está subindo, o rio está subindo!" Pensei comigo: todos os anos o
rio Pomba cresce. Já havia presenciado aquele rio subir uns três metros
de altura, por que agora pessoas anunciavam a enchente que chegava? A
noite estava terminando e a manhã começava a romper o dia. O céu
estava novamente limpo e teríamos, mais uma vez, um dia bem
ensolarado. Mas havia um barulho diferente: um som como de um ronco
era contínuo naquela manhã.
Eram umas cinco e meia da manhã quando troquei minhas roupas e fui
ver o que era. Ao chegar do outro lado da pracinha, vi algo que me gelou
o estômago, O rio Pomba havia subido mais de 10 metros. A ponte alta,
que toda as manhãs eu atravessava para ir à escola, agora estava meio
metro abaixo da água que continuava subindo. Lembrei-me de imediato
do Jerônimo. Embora sua casa não fosse na beira do rio, pela altura da
enchente, certamente sua morada teria sido atingida. Fui correndo e, ao
me aproximar, me deparei com um grande número de casas dentro da
água. Por sorte, naquela parte a água fizera volume, mas não havia
qualquer correnteza, pois era um terreno meio que plano mas longe do
leito original do rio.
A água nas casas já estava com mais de um metro e meio e ainda subia
mais. Na outra extremidade da rua, em meio a uma multidão, vi a D.
Isaura e o Jerônimo sentado em um banquinho velho. Atravessei nadando
e, chegando até eles, senti o Jerônimo totalmente desanimado. A
D.Isaura, em silêncio, mantinha uma expressão preocupada enquanto
olhava sua casa agora na água. Perguntei a D. Isaura onde estavam as
coisas da casa. Ela respondeu que a água subiu depressa demais e quase
nada eles conseguiram tirar de dentro. E disse que cada família precisou
se ocupar com a própria casa, de forma que não puderam se ajudar
mutuamente, D. Isaura contou que nem mesmo a compra do mês feita no
dia anterior eles conseguiram retirar. Perguntei ao Jerônimo se ele sabia
onde estava guardada a compra do mês. Ele disse que sim, mas do que
adiantava perguntar isso agora?
Era hora de ação e não de palavras. Segurei forte a mão do meu tão
estimado amigo e literalmente o puxei águas adentro. Então ele se
animou. Ao entrarmos na sua casa, uma caixa grande que continha toda a
compra do mês estava no alto, em cima das paredes do quarto da Nancy
sua irmã, sobre um suporte de madeira feito por dois caibros e ainda
estava sequinha. Tiramos a compra do mês, toda a roupa restante e quase
todos os móveis da casa. A água estava muito alta e tivemos que parar,
mas quase nada restava lá. Uma hora depois, a água subira demais e
apenas o telhado aparecia. Lamentavelmente, vimos o telhado se mover e
a casa ruir. Não houve vítima e nem feridos, graças a Deus. O Sr. João e
D. Isaura ficaram na casa do Sr. Beazino. Já o Jerônimo aceitou passar
uns dias na minha casa. Então, tudo começou a voltar ao lugar
novamente. Naquela noite, de madrugada, o Jerônimo leve um pesadelo e
acordou gritando. Demos todos muitas risadas por isso.
Dois dias depois houve uma outra enchente ainda maior. Desta vez o rio
Pomba havia subido um metro a mais do que a primeira vez. Lembro-me
bem do Jerônimo me dizendo: "O estrago que a enchente podia me fazer,
ela já fez. Então agora eu vou é admirar esta segunda enchente". E eu
achei isso maravilhoso, porque tanto eu como o Jerônimo havia
aprendido a olhar o lado bom de todas as coisas.De bicicleta, nós
andamos muito pelo município admirados com a força que a natureza
podia ter. Dois meses depois, Jerônimo e sua família estavam morando
em uma nova casa com um grande quintal, no morro do Cabibó, um
bairro alto da cidade. Tudo havia se ajeitado e a paz voltava a reinar.
Já no segundo grau, eu estudava à noite e as manifestações mediúnicas se
faziam mais fortes e mais visíveis. Eu tinha uma namorada de Dona
Euzébia, uma cidade vizinha chamada Leninha. Eu e ela e suas muitas
colegas do vilarejo do Jacaré estudávamos juntos. Foi quando eu percebi
o quanto podia ajudar as pessoas com meus dons mediúnicos, mesmo
sem que elas soubessem disso. Descobri que podia conversar com a
mente das pessoas enquanto elas dormiam. E, ainda melhor, no dia
seguinte, quando elas acordavam, a idéia que eu havia posto na mente
delas estava lá. Elas, sem saberem do acontecido, pensavam que a idéia
era delas e ficavam muito empolgadas e animadas para colocá-la logo em
ação.
Então, comecei a compreender a responsabilidade que eu tinha nas mãos
e que precisaria de orientação. Foi nessa fase que uma entidade espiritual,
um preto velho muito amável, começou a me instruir sobre o mundo
espiritual. Era uma entidade de muita luz e de extremo amor. Tinha
profundo conhecimento sobre as coisas. Fui orientado a subir as
montanhas por diversas vezes em retiro espiritual, onde aprendi muito
sobre o mundo espiritual, os segredos da floresta e o podei espiritual e
curativo das plantas. Também foi nessa época que descobri que podia
com muita facilidade, invocar os espíritos animais. Foi também quando
aprendi a silenciar a mente para escutar a voz do Grande Espírito que está
em todas as coisas.
Por diversas vezes, subi as montanhas em caminhadas junto com muitos
dos meus amigos, pois eu tentava compartilhar com eles as maravilhas
que via. Impotente, assisti um grande número de meus amigos e
conhecidos, pessoas que eu amava, cair no vício das drogas. Eles
começavam com a maconha. Diziam que aquilo era uma maravilha e
defendiam seu uso dizendo que estavam numa boa. Começavam a ter
explicações para tudo e viviam em uma cegueira racional completa. Seis
meses depois, já se tornava visível os sinais de degeneração na
personalidade deles. Eles tinham depressão, pitavam todos os dias e não
admitiam que já estavam viciados. A maioria deles passou para drogas
mais fortes, talvez em busca de uma solução para o vazio que os corroia
por dentro. Grandes amigos meus foram prejudicados pelas drogas.
Malditas sejam as drogas!
Certa vez, um rapaz já maior de idade, da cidade de Ubá, durante as
comemorações da semana portuense, junto de um outro rapaz que sempre
gostei muito, veio me oferecer drogas para comprar. Surpreso, perguntei
a eles porque me ofereciam essas coisas já que eu não usava drogas e
nem precisava destas coisas. O rapaz de Ubá, indignado com a minha
resposta, rebateu dizendo: "Aí careta, fica dando uma de gostosão, mas
até seu irmão compra o meu bagulho". Maldito foi esse momento, pois
quebrei os dentes da frente e o braço direito desse rapaz. Ele estava
inconsciente no chão quando retirei do bolso dele um saco plástico com
maconha e muitos vidrinhos de lança perfume caseiro que na época
chamávamos de loló. Joguei tudo de cima da ponte dentro do rio.
Naquela época a polícia não brincava em serviço, era o final da ditadura.
Então, não houve queixa na polícia devido ao grande número de
testemunhas que me viram tirar as drogas do bolso dele. Sendo assim, ele
escolheu ficar quieto e ainda se manter escondido, pois o molho poderia
lhe sair mais caro que o peixe. Atribuo minha reação à impulsividade da
juventude. Até hoje me arrependo disso.
Sempre houve aqueles que me ofereciam um cigarro dessa droga, mas eu
sempre recusei porque meu sentir acusava não ser isto a coisa certa. Tive
todas as oportunidades possíveis de usar drogas, mas nunca usei qualquer
tipo delas. Quando fiquei sabendo que um irmão meu havia se envolvido
com tais coisas, entendi que não era hora de passividade. Deixo aqui
relatado que desde criancinha eu sempre soube que vim para dar início a
uma obra sagrada que ajudaria a humanidade. As vezes, o ego inflava e
eu me sentia grande com isso, mas então me recordava da lição do touro
araçá e me mantinha na humildade.
Em 1984, senti que meus dias em MG haviam terminado. Eu andava
sempre duro. Não tinha dinheiro nem para namorar. A passagem para
Dona Euzébia era cinqüenta centavos e houve uma vez que tive de voltar
a pé por que nem isso eu tinha no bolso. Minha família vivia uma crise
financeira devido à Souza Cruz e os seus cigarros já prontos. Dois de
meus tios donos de confecção, por razões que nada tinha haver comigo,
me negaram um emprego modesto para que eu pudesse fazer a faculdade.
Minha intuição me apontava São Paulo. Foi quando procurei um homem
de nome Ailton, que era um dos dirigentes do Bradesco e morava na
minha cidade. Pedi a ele uma oportunidade de emprego, pois eu
precisava começar minha vida. Mesmo com pouca roupa e quase sem
dinheiro, eu vim para São Paulo. Cheguei numa segunda-feira e em uma
semana já estava empregado no banco Bradesco da Cidade de Deus. Nos
exames escritos eu me saí muito bem, mas no exame de datilografia sei
que foi o Ailton quem deu uma força. Uma das poucas pessoas na vida
que me ajudou de verdade foi o Sr. Ailton. Tenho por ele profundo
respeito e gratidão. Hoje sou um homem muito abençoado no mundo da
matéria e, de bom grado, pago a faculdade para um número considerável
de jovens. Mas tudo começou com o apoio que ele me deu. Eu agora
estava empregado, quanta bênção!
No ambulatório da Cidade de Deus, conheci um fisioterapeuta espírita e
místico cujo nome é Cláudio. Embora bem mais velho do que eu e já com
família formada, tínhamos grande afinidade. Nos tornamos grande
amigos e através dele adentrei a Rosa Cruz, o que foi muito bom. Certa
manhã, antes de acordar, eu tive uma visão: vi um homem branco alto,
com cabelos escuros partidos para o lado e costeletas. Ele me olhava nos
olhos com muita seriedade. Esse homem apenas me olhava e nada dizia.
A sua enorme luz se fazia visível e senti fortemente que ele tinha o
universo dentro do peito. Nesse mesmo dia, me encontrei com o Cláudio
e ele me contou sobre uma escola de parapsicologia, a Pró-vida. Eu
soube na hora que havia encontrado o que vim buscar. Ele me passou o
telefone, eu telefonei e peguei o endereço. No dia seguinte, eu já estava
lá sendo entrevistado pelo senhor Fausto. Foi quando eu vi uma
fotografia grande do homem da minha visão. Era o Df. Celso Charuri,
fundador e idealizador da Pró-vida, falecido em 1981. Sabia que eu seria
preparado por um tempo até estar pronto para dar o início à grande obra
que vim para apenas iniciar.
Desta parte até eu completar 38 anos de idade, me ocupei em continuar o
aprendizado, mas também em juntar dinheiro para quando chegasse o
momento de dar início a grande obra. Procurei um emprego estadual,
onde eu teria estabilidade, não dependesse de produção. Dessa forma,
entrei no Corpo de Bombeiros. A minha escala era 24 por 48 horas, ou
seja, eu trabalhava um dia e folgava dois, o salário era pouco, mas
garantido. Além do mais, eu tinha 20 dias livres por mês à minha
disposição. Eu sempre costumava dizer aos outros: "O arroz e o feijão o
Corpo de Bombeiros garante, a mistura eu busco fora!"
Comecei a vender mel puro que trazia de MG. Certa vez eu vendi, em um
só mês, mil e quinhentos quilos de mel só no panelão da PM, que é um
prédio redondo azul próximo à estação Armênia. Fiquei muito conhecido
como o "bombeiro do mel". No final das vendas daquela semana, um
major descendente de japonês, cujo nome é Hitil, que chefiava uma
pequena sala no quinto andar, me comunicou administrativamente
alegando que eu não tinha uma autorização por escrito para vender mel
ali. Que homem mau humorado e quanta prepotência! O coronel que
comandava aquele prédio todo me disse para ficar tranqüilo. Ele não iria
quebrar a comunicação administrativa daquele major, mas telefonaria
para o meu comandante e eu não teria a punição.
Mas tudo bem, eu já havia vendido todo mel que tinha e estava com um
bom dinheiro em mãos. Foi assim que dei entrada na minha primeira
casinha e me mudei para o interior do Estado, de forma a poder educar
melhor meus filhos. Na capital as drogas já faziam grandes estragos!
Sempre gostei de juntar dinheiro em silêncio. Como nunca confiei no
governo ou nos bancos, eu comprava dólares, O Sr. Collor de Mello em
nada me afetou no seu governo quando confiscou as poupanças dos
brasileiros. Mas presenciei pessoas morrerem de enfarte devido a esse
plano do governo.
Assim toquei minha vida e criei minha família. Meus filhos cresceram
fortes, sadios e com muita responsabilidade. Já no interior, resolvi fazer a
faculdade de Teologia, coisa de que muito gostei. Também costumava
passear na fazenda Nova Gocula dos Hare Krishnas, que fica em
Pindamonhangaba, no bairro Ribeirão Grande. Lá conheci um devoto que
cuidava da cozinha de lá, seu nome é Haracanta. Este sim era um bom
devoto. Era sempre um dos últimos a se deitar e um dos primeiros a se
levantar. Certa vez eu lhe dei um pote de mel puro. Ele, sem qualquer
hesitação disse na hora: "Que bom, vou pôr este mel no bolo que farei à
tarde para servir a todos", A sinceridade e o senso de solidariedade desse
homem me fascinaram.
Para aprimorar ainda mais meus estudos, certa vez eu resolvi passar uma
semana com eles e estudá-los melhor. Eles ensinavam que nossa
alimentação é sagrada e que tomar um banho de rio todas as madrugadas
assim que se levantavam, era uma forma de começar o dia se limpando
das impurezas. Durante à noite, no alojamento, um jovem devoto moreno
me contava a história de que existia um oceano branco como leite e nele
havia peixes tão grandes que comiam cardumes de baleias todos os dias.
No final, me perguntou se eu tinha a capacidade de acreditar nele.
Respondi, sorrindo muito: "Conheço apenas o oceano da terra que é azul
esverdeado, onde as baleias são os maiores víveres do planeta todo. Acho
que as baleias de lá se reproduzem como os coelhos ou já estariam
extintas. Haja baleias nesse oceano, né, moreno! Ele ficou sem graça e
parou com as historinhas. Então, fomos dormir. Às três e meia da manhã,
eles tocaram um trombeta que era uma concha. O som era bonito".
Era o sinal para todos se levantarem, e tomar o seu banho matinal e irem
para o templo dançar. Era mês de julho, mês de inverno e ali é a Serra da
Mantiqueira, próximo a Campos do Jordão. O frio era mesmo intenso e a
serração vinha fazendo ondas no ar. Mas quem sai na chuva é para se
molhar. Coloquei um short, desci ao córrego até onde ele formava uma
piscina natural, molhei primeiro a fronte e os pulsos, criei coragem e
mergulhei na água. Um minuto depois eu não sentia mais frio, mas
também não sentia as mãos, o rosto, os pés, eu não sentia mais nada!
Como não apareceu nenhum dos devotos Hare Krishnas, eu subi de volta.
Pensei talvez que tivesse descido no local errado. Ao me aproximar do
alojamento, um jovem descendente de japonês, cabeludo e muito
simpático, de nome Paulo, me olhando espantado disse, visivelmente
admirado: "O senhor tem uma mente muito forte, porque convencer o
corpo a entrar no rio com todo este frio não é nada fácil". Daí quem ficou
surpreso fui eu. Perguntei a ele há quanto tempo ele já se encontrava
naquela fazenda e ele me respondeu: "Amanhã faz trinta dias. Amanhã
irão cortar o meu cabelo e eu serei aceito como devoto". Caramba, ele
estava ali já há 30 dias e estava surpreso de eu ter entrado no rio de
madrugada? Algo estava muito errado! Segui para o alojamento e me
deparei com todos os devotos tomando um belo banho de chuveiro. O
único trouxa pelo jeito fui eu.
Segui com todos para o templo e os observei dançarem músicas lindas
tocadas por instrumentos maravilhosos. Foi muito bonito. Assim que
amanheceu e após todos nós nos alimentarmos bem, resolvi andar a
divisa dos 62 alqueires daquela fazenda. Foi outra surpresa. Do alto da
serra se via a fazenda quase inteira e eu não vi uma única horta, nem
mesmo um canteirinho ao menos. Mas nem mesmo um pé de mexerica
que fosse. Mas então aquela história toda de se alimentar com cuidado,
de plantar e colher o próprio alimento, como ficava?
Quando retomava, parei em uma casa velha, onde eles guardavam livros,
que tinha uma grande piscina rachada e abandonada. Eu estava ali a
pensar, quando passou por mim um devoto muito velhinho. Era tão
velhinho que, para andar, ele movia os pés sem tirá-los do chão. Ele
arrastava seus pezinhos delicados pouquinho a pouquinho. Esse velhinho
tinha muita luz e transmitia muita paz. Ali permanecendo um pouco
mais, percebi um galhinho de laranjeira, com rala folhagem bem no
meio, acima de um capinzal de colonião com uns dois metros de altura.
Isto sim me chamou muito a atenção.
Entrei no capinzal e descobri vários pés de frutas ali abandonados e
muitos deles já mortos. Então, descendo até o alojamento, disse a um
rapaz moreno, o dos peixes que comiam bandos inteiros de baleias:
"Encontrei um pomar inteiro abandonado no meio de uma capinzal. Não
acha isso estranho?" Ele me respondeu que aquele pomar havia sido
formado por um devoto antigo dali. Mas que agora estava muito velhinho
e não tinha mais força para cuidar das fruteiras. Qual foi minha surpresa,
o velhinho que arrastava os pés era quem havia formado o pomar.
Perguntei ao moreno por que ele não cuidava do pomar. Então, ele
respondeu que não nasceu para fazer essas coisas. Prefiro nem escrever
aqui o que pensei nessa hora! Então me dirigi ao Harakanta e lhe disse
com muita seriedade: "Andei toda a divisa desta fazenda, não vi nenhuma
horta. Encontrei um pomar morrendo as mínguas por falta de cuidados,
no meio do colonião. De onde vem o alimento que vocês cozinham,
Harakanta?" Ele olhou, me observou por um milésimo de segundo e em
seguida me levou para detrás da cozinha onde havia um monte de caixas
do Ceasa e disse: "Nós nos preocupamos mais em vender os livros e os
incensos. Nem sempre se é possível conciliar a teoria com a realidade,
Emiliano. Precisamos nos adaptar sempre." Então compreendi.
Nada havia de errado ali. Eles faziam aquilo que era necessário para
sobreviverem da melhor forma possível e ainda disseminarem a filosofia
que viviam. Quanto ao moreno das historias fantásticas, entendi as
necessidades dele de crer em tais coisas. Aprendi muito com os Hare
Krishinas e nutro por eles um profundo respeito. Só quem não os conhece
como eu os conheci, é que fala mal deles ou da filosofia que seguem. Ali
não é o meu caminho, mas afirmo a todos que é um bom caminho. Sei
que chegará o dia em que eles terão hortas e pomares próprios.
Lá dentro há boas pessoas. Há também aqueles que apenas se escondem
por detrás desse movimento. Mas aí o problema é a pessoa e não a
filosofia. Comentei com o Paulo japonês que em breve eu iria montar
uma comunidade semelhante àquela, só que com muito mais magia. Ele,
me olhando feliz, disse que gostaria muito de vir conhecer quando eu a
montasse. Neste ano de 2007 irei atrás dele.
Alguns anos depois, eu, com uma outra pessoa, havia arrendado um sitio
pequeno. Começamos a retirar das ruas os bêbados e mendigos e levá-los
para morar naquele sítio. À noite acendíamos uma fogueira grande e
sempre vinha nos visitar o Lanterninha, que era um vaga-lume muito
grande. Podíamos vê-lo de longe, quando ele saía da mata, porque ele se
destacava dos demais vaga-lumes. As entidades espirituais sempre nos
visitavam, mas nem todos ali podiam perceber isto. Por diversas vezes os
habitantes magros e esguios da cidade subterrânea de Aurora vinham nos
dizer um olá. São eles irmãos maravilhosos.
A VISÃO
Com 38 anos de idade, eu retornara à Osasco. Minha família já estava
formada, meus filhos já estavam bem crescidos e capazes. Poderia ter
comprado ou alugado qualquer casa daquele bairro, mas escolhi morar
em uma pequena casinha nos fundos da casa do meu sogro, pois ali
moravam muitos primos e parentes, então a segurança era maior e era por
isso que eu zelava. Agora eu até tinha a internet em minha casa. Que
coisa maravilhosa é a tecnologia a favor do sagrado! Numa manhã de
domingo, eu tive uma visão que novamente mudaria a minha vida. Nessa
visão, eu havia levantado de minha cama e ia até a janela do quarto.
Então vi que no quintal havia um grande pé de ipê amarelo todo florido e
em seus galhos estava pousada uma arara vermelha linda. Eu olhava a
arara vermelha e ela ficava também me olhando com um olhar diferente,
como uma mescla de profundidade espiritual e tristeza.
Então acordei e havia em minha mente uma palavra impressa que eu
nunca na vida havia ouvido: "Xamanismo"! Liguei o computador e
acessei a internet. Entrei na busca do UOL e digitei a palavra
"xamanismo". O resultado foram inúmeras páginas. Havia, só na primeira
página, um grande número de links de sites xamânicos. Houve um entre
os demais que minha intuição acusou na hora. Então eu cliquei nele. Foi
a primeira vez que eu havia entrado em um site de xamanismo. Foi a
primeira vez que tomei conhecimento da palavra xamanismo ou planta de
poder. Caí num site de um índio que falava sobre plantas de poder e
ayahuasca. Eu nunca havia ouvido falar também nesta tal de ayahuasca.
Achei tudo aquilo muito estranho. Tinha boa cultura e profundo
conhecimento espiritual sobre os segredos da floresta, como nunca ouvi
falar neste tal de xamanismo e nesta tal ayahuasca? Essa pergunta me
martirizou por algumas horas.
Mas como no site do índio havia telefone para contato, eu telefonei.
Atendeu o tal índio, chamado Romã. Contei a ele sobre a visão que eu
havia tido e tudo que acontecera desde então. Ele, rindo, me disse que
estava tudo certo. Haveria um ritual na sua casa naquele mesmo domingo
durante à noite e ele estaria me esperando. Seria um ritual com ayahuasca
e eu deveria participar sem falta. A despesa com o ritual era de oitenta
reais por participante. Fiquei muito feliz porque percebi que entraria em
um novo ciclo de minha vida. Anotei o endereço do índio Romã. Estava
muito feliz e com aquele sentimento de "encontrei". Continuei na
Internet, em vários sites de xamanismo. Fui lendo e começando a saber
um pouco sobre a ayahuasca, bem como sobre o tal xamanismo. Quanto
mais eu lia mais apreensivo eu ficava. O xamanismo era tudo o que eu já
praticava há muito tempo. Nada do que eu lera ali era novidade pra mim,
com exceção da tal da ayahuasca. Conhecia na prática tudo aquilo que
sabia que a maioria das pessoas apenas teorizava. Mas por que então eu
nunca havia ouvido sequer a palavra xamã ou xamanismo?
Havia algo errado. Minha mente estava tomada por uma grande sensação
de que o mundo espiritual havia se escondido de mim, propositalmente:
todos os livros e manuscritos, qualquer forma de literatura que fosse
relativa a ayahuasca e ao xamanismo. Conheço minha intuição e nunca
duvido dela. Mas, então, o que o astral superior não queria que eu
soubesse? Por que eu não deveria saber, seja lá o que fosse? Fosse o que
fosse, sabia que naquela noite tudo ficaria às claras.
Convidei o meu filho Júnior para participar também, caso desejasse.
Como sempre, ele topou na hora e à noite fomos para a casa do índio
Romã participar do ritual. Lá chegando, percebi uma boa energia. Um
garotinho de nome Tomas foi quem atendeu. Ele é filho da Cristina,
esposa do Romã. Fiquei conhecendo a Cristina e o Romã. Muito me
simpatizei com eles. Senti no Romã havia um conhecimento ancestral
grande, mas também senti nele certa energia nociva de dinheiro.
Em pouco tempo, chegaram algumas pessoas também para o ritual.
Foram estendidos alguns cochonetes e cobertores no chão. Nos foi
servido em um copinho de café, um fundinho da tal ayahuasca. Nada
aconteceu. Nos foi servido novamente um outro fundinho. Nada de novo.
Pela terceira vez, um outro fundinho de ayahuasca e o Romã me disse
que eu devia estar ansioso. Respondi que não. Seja lá o que fosse, eu
sabia que não era comigo. Mas voltei a deitar e dei uma mãozinha
rebaixando meu cérebro conscientemente para o nível de teta, tal qual
aprendi na Pró-vida. Foi então que aconteceu. A princípio havia uma
grande luz. Em seguida, eu havia voltado à minha última encarnação. Eu
estava na tribo dos Lakotas novamente, eu estava em casa. Junto com
milhares de irmãos e irmãs e a Grande Paz se fazia presente. Mitakue
Oasin reinava. Me conheciam pelo meu nome espiritual Gideon, mas
havia um outro nome que me chamavam desde criança. Tive o privilégio
de nascer filho de um grande xamã, que na tradução seria algo assim
como homem sagrado ou xamã de branco.
Nessa tribo, quando ainda bem menino fui iniciado na arte das curas e
dos espíritos pelos xamãs mais velhos e me aprofundei muito nesta
esfera. Dentre os curadores, cheguei a ocupar a posição de curado r
consagrado, após severos testes. Esta foi um encarnação de muitas
provas.
Nós, homens, estávamos fora em um ritual quando sentimos dores em
nosso plexo solar e a tristeza era visível no avô sol e nas nuvens de
elementais que chegavam a nós. Quando chegamos, nos deparamos com
algo que, mesmo agora, me é difícil descrever. Então revivi toda a
intensa dor de minha última encarnação. Revivi o grande massacre e todo
o sofrimento que foi gerado a nós. Compreendi porque o astral superior
havia retirado de mim toda a consciência daquela vida. Eu, juntamente
com vários outros xamãs, havíamos jurado vingança contra a raça branca
séculos atrás. E isso é algo muito sério quando parte de espíritos que já
ocupam a posição de xamãs. Somos fiéis à palavra empenhada e o tempo
não afeta nossas decisões. Por séculos, em silêncio, mantive esse fogo
dentro de mim e por esta mesma razão levei séculos para poder
reencarnar. Quando estava para reencarnar, prometi ao meu povo que
levantaria a bandeira do bom caminho vermelho entre todos os povos e
deixaria bem demonstrado a firmeza e o amor dos Lakotas. Contudo,
escondido dentro de mim, ainda havia o intuito de dominar a ciência dos
brancos e provocar um grande extermínio. De todos nós xamãs, que
fizemos o juramento, somente eu ainda insistia em cumprir aquele
intento. Mas o Grande Pai que tudo vê sabia da mágoa que ardia em meu
coração.
Então, retornei. Agora estava ali, sentado ao lado de uma fogueira feita
pelo índio Romã, com meu filho e outras pessoas em volta. As lágrimas
rolavam, toda as dores de antes estavam ali novamente. Mas desta vez eu
precisava perdoar. Precisava perdoar principalmente a mim próprio por
não ter conseguido fazer nada em relação ao grande massacre. O Romã
me perguntou por que eu chorava. Respondi que era por meus irmãos
mortos. Ele perguntou se eles haviam morrido em São Paulo. Então vi
que ele não sabia o que se passava e apenas balancei a cabeça.
Finalmente, após um período de choro, encontrei forças para perdoar, e
séculos de magoas se foram junto de minhas lágrimas naquela fogueira.
Vou tentar pôr em palavras toda a consciência que me foi devolvida
naquele trabalho inclusive, sobre o grande massacre que eu e muitos
irmãos presenciamos ainda ontem, quando o irmão Tatanka era nos
campos como as estrelas são céu.
Vivíamos em paz e livres. O Grande Espírito se fez ao nosso redor. O
trovão era sua voz e nas asas do vento ele caminhava e passeava com
nossos espíritos. A mãe Terra cuidava de nós, o avô Sol sorria feliz e a
irmã Lua, sempre irradiando suas bênçãos ao nosso povo, dizia-nos:
"Amo vocês, irmãos. Mitakue Oasin."
Mitakue Oasin significa "Somos todos irmãos". Temos a consciência do
real significado desta frase. O grande irmão búfalo era a nossa força e
nossa raiz. Dele provinha nosso sustento e seu couro nos dava roupagens
e tendas, "tatanka" em minha língua. Nos tornamos um portal do céu em
um planeta, nossa vida andava na luz e nos conformes do astral superior.
Por isso, minha tribo Lakota sempre foi conhecida como a tribo do pai
dos xamãs, pois fizemos da integração com o universo um meio de vida.
Estávamos fora, em ritual com os espíritos da natureza, e pela primeira
vez vimos o irmão vento anunciar desgraça. O olhar do avô Sol estava
triste, a mãe Terra parou. Em grandes nuvens, os amados elementais
sobrevoam as planícies em clara demonstração de desgosto. Paramos os
rituais e retomamos com os nossos cardíacos pesados e nossos plexos
solares com dores. Ao retornarmos a nossa tribo, uma cena indescritível
por palavras humanas nos aguardava: eram milhares ao todo, mulheres,
velhos e crianças foram massacrados e mortos! Vimos nossas famílias,
mulheres, pais, filhos e filhas estirados em um chão manchado de
vermelho com o sangue daqueles que amávamos. A raça branca havia
chegado e junto deles a ganância e o insaciável desejo do TER.
Ó, Grande Espírito, por quê? Nada sabíamos ou entendíamos. Apenas a
dor quase que insuportável se fazia presente... Mas nossa natureza
guerreira em espírito nos mantinha firmes. Chegaram nossos irmãos de
muitas outras tribos, incluindo a nossa tribo mãe, os Sioux. Um grande
ritual xamânico voltado à guerra aconteceu. Usando de todo
conhecimento real de xamanismo e magias, despertamos os animais de
força na forma física em centenas de irmãos... O vento, o trovão e a força
estavam em nós Partimos para a batalha contra o algoz de nosso povo,
um povo com pés diferentes dos nossos. Com os corpos transformados,
os atacamos em campo aberto e chance alguma eles tiveram tal qual
fizeram com os nossos amados já velhos ou nenéns. A batalha foi rápida
e impiedosa. Não houve prisioneiro ou feridos da raça branca e nenhum
deles permaneceu com o coração no peito. O que podiam eles contra a
magia do xamanismo voltada para guerrear? Raça cruel e insana, como
lhes chamar de irmãos? Os vermes imundos do limo têm muito que
aprender com vocês!
Grande Espírito, por quê? Por que, ó Misericordioso!? O que fizemos de
errado, Grande Espírito, para que tal mal assolasse agora nossa alma?
Presenciei meus irmãos morrerem em batalha porque desejavam morrer,
ou se matarem após o último daqueles com pés estranhos ter o coração
arrancado. Senti o peso do meu povo em minhas costas. Vi os ainda
vivos e com seus corpos ainda transformados lançarem um olhar de
agradecimento ao ritual realizado, então se matavam e partiam para o
encontro da Grande Luz. Para onde ir, o quer fazer, como suportar aquela
tristeza e, ainda pior, como compreender o que havia se passado? Três
dias depois desencarnei por desgosto.
Raça branca, de que adiantou? Nós voltamos, estamos aqui! Embora
agora em corpos de brancos permanecemos ainda Lakotas em espírito e
estamos nos reunindo de novo. Muitos de nós juntos já nos encontramos,
nossa tribo se reúne. Raça branca, dominamos a sua ciência e
entendemos como vocês pensam, raciocinam. Aprendemos a usar o lado
esquerdo do cérebro e nos tornamos guerreiros ainda melhores, ficamos
mais fortes. O tempo não nos afetou, raça branca, e retomamos para a
grande vingança espiritual: "Trazer luz aos corações dos brancos!" Raça
branca, vocês não tem escolha. Agora vão se iluminar ou terão que partir.
Repararem todo mal que causaram à Mãe Natureza e aos filhos da Terra.
Trazer luz ao coração da raça branca é a grande vingança Lakota, e ainda
lhes chamaremos de irmãos. Somos todos irmãos. Mitakue Oasin voltará
a reinar.
Após terminar, já de madrugada, o Romã me disse: "Você tomou uma
dose cavalar de ayahuasca". Fiquei admirado com o que ele havia dito,
afinal toda a ayahuasca que ele me dera não dava sequer 50ml. Depois,
ele me disse que ayahuasca era o mesmo SANTO DAIME. Nem mesmo
a palavra SANTO DAIME eu ainda havia ouvido falar. Mas é assim
mesmo, o astral superior nada faz mal feito. Paguei ao Romã cento e
sessenta reais pelos trabalhos meu e do Juninho. Nos despedimos e
fomos embora.
Quando acordei fui direto para a internet. Agora eu iria pesquisar muito
sobre a ayahuasca ou SANTO DAIME. Descobri que haviam várias
igrejas do SANTO DAIME ali mesmo na capital de SP e proximidades.
O Céu de Maria, no Pico do Jaraguá (Glauco e Bia); o Céu da Lua Cheia,
em Itapecerica da Serra (Leo Artese); o Céu Nova Era, em São Lourenço;
o Céu da Mantiqueira, em Camanducaia (Chico); o Céu de Midan, em
Sorocaba e muitos outros. Descobri que os dirigentes das igrejas
recebiam o nome de padrinho e madrinha. Dessa parte eu gostei muito,
porque onde eu nasci, para o batismo, nossos pais convidavam sempre
duas pessoas que eles consideravam amigos, para se tornarem padrinho e
madrinha da criança batizada.
Então, resolvi ir ao Céu da Lua Cheia, em Itapecerica da Serra, onde o
padrinho era um homem de nome Leo Artese. Consegui o número do
telefone e liguei. Me atendeu um rapaz de nome Caio. O telefone era de
um restaurante na cidade. Fui até lá e conversei com eles. Nenhuma
entrevista aconteceu. Nenhuma palestra foi dada. Eles apenas me
disseram o preço, que era 20 reais por pessoa, e que haveria um ritual de
lua cheia no próximo sábado. Eu disse que queria ir e eles me explicaram
como chegar lá. No sábado de lua cheia, eu e meu filho Junior fomos ao
Céu da Lua Cheia. Como o bom mineiro não perde o trem, procurei
chegar muito mais cedo do que haviam me orientado. E isso foi muito
bom porque não foi tão simples, achar o local, mas com a ajuda de
moradores locais na beira da estrada de ferro conseguimos.
A princípio, fiquei observando muito e havia poucas pessoas. A energia
do local que vinha da mata era muito boa, mas a energia que vinha dos
participantes era pesada. Havia ali algumas pessoas com as quais eu me
identificava. Mas, mesmo assim, percebia nelas uma energia densa.
Também percebia muita arrogância em muitas das pessoas que
freqüentavam ali há mais tempo. Havia um certo ar de autoridade
imposta. Uma mulher dizendo ser médica estava nervosa porque havia
enfiado seu carro dentro de um buraco, quando fora encher um galão de
20 litro com água potável. Aquela mulher estava visivelmente fora de
sintonia e chegava inclusive a ser agressiva com os demais. Procurei me
aproximar e ela se afastava.
Havia lá um rapaz que morava próximo e treinava corrida que foi tirar o
carro dela do buraco. O rapaz me pareceu uma boa pessoa e eu me
ofereci para ir junto, Andamos por uns 20 minutos no máximo e nos
deparamos com o carro da médica. Era um carro bem velho. Um
Chevette antigo, marrom e em péssimo estado. Não havia caído em
buraco algum, apenas estava atravessado na estradinha de chão de tal
forma que bastou uma pequena manobra para tudo resolver. Isso me fez
ficar muito pensativo. Ou aquela mulher era mesmo uma péssima
motorista ou havia algo de muito errado com ela. Teria ela bebido?
Estaria ela drogada? Aliás, seria mesmo uma médica? Ao retomar,
entreguei as chaves do carro a ela e pude perceber que ela não cheirava a
álcool, mas chupava sem parar balas de hortelã. Sabia o que geralmente
isso significava. Percebi que havia chegado uma espiritualidade
semelhante às que acompanhavam a umbanda, mas definitivamente eram
de pouca luz e demonstravam muita ansiedade. Lidar com a
espiritualidade nunca me foi difícil e o domínio no manuseio das energias
é coisa que já trago de outras vidas. Apenas me mantive firme e em paz,
mas cobri com um manto energético de proteção o Juninho e a todos que
estavam ali pela primeira vez.
Então, chegou à hora do ritual e já havia ali, acredito, umas 25 pessoas.
Disseram que eu fosse até uma cabana de madeira. Eu e meu filho nos
dirigimos para lá achando que agora haveria alguma explicação sobre o
daime e sobre como aconteceria o ritual. Mas, que nada, apenas assinei
um livro e paguei vinte reais que cobravam. Não houve nenhuma
explicação ou palestra. Não houve qualquer orientação ou explicações
nem a mim, nem ao meu filho e nem a outros que ali também estavam
pela primeira vez. Fomos para dentro da igreja sem ao menos ter noção
do que lá aconteceria. Não precisa ser uma pessoa muito experiente para
perceber que as coisas certas não são assim.
O RITUAL
Dentro da igreja do Céu da Lua Cheia, observei que homens e
mulheres ficavam separados, um de cada lado da igrejinha. Disso eu
gostei muito. As mulheres usavam saias brancas compridas e os homens
calças brancas. No centro havia uma mesa redonda com a forma de uma
estrela. Alguns músicos estavam sentados. Os membros de lá tinham um
hinário na mão. Em seguida foi aberta a sessão e começaram a servir o
daime ou ayahuasca. Vi que o moço do restaurante, o Caio, era quem
servia o daime a todos, sempre no mesmo copo. Questionei a mim
mesmo o porquê deles não usarem copos descartáveis, assim seria
higiênico e não haveria o risco de transmissão de alguma doença como a
hepatite, por exemplo.
Enfim, provei do tal SANTO DAIME. Deram-me um copo americano
cheio. O gosto era forte e ácido. O cheiro me lembrava um pouco o
vinagre. Então, me lembrei do Romã dizendo que no ritual dele que eu
havia tomado uma dose cavalar. Que história furada aquela! Todo o
daime que tomei com ele durante todo o trabalho não chegou sequer a 50
ml. Esse foi o primeiro contato com o comércio que tive dentro do
SANTO DAIME ou com a ayahuasca.
Após todos terem ingerido o daime, os músicos começaram a tocar e
todos começaram a cantar. Em vinte minutos comecei a ver uma
infinidade de cores. Houve uma explosão de cores maravilhosas e depois
aconteceram às visões que eles denominam de mirações. À medida que
todos cantavam os hinos, as mirações começavam e, conforme o cântico
terminava as mirações acabavam. Eu estava maravilhado. Nunca havia
passado por uma experiência assim tão intensa. O tempo e o espaço
deixaram de existir, coisa que eu já estava acostumado, pois sempre ia
para a quarta dimensão durante os exercícios de meditação que fazia com
freqüência. Mas com ayahuasca era muito mais intenso e maravilhoso.
Eu estive consciente o tempo todo. Embora eu estivesse em pleno contato
com o mundo espiritual, também me mantinha em contato com o mundo
da matéria. A minha percepção havia se ampliado muitas vezes e isso era
fantástico. Podia ouvir e ver de uma forma que nunca antes eu havia
ouvido ou enxergado. A clarividência e a clariaudiência eram plenas.
Depois de um tempo, todos nós tomamos mais um copo americano de
daime. Aquilo que já era intenso se tornou ainda mais. Eu estava
encantado. Pensei mesmo ter encontrado o paraíso, a pedra filosofal. Um
tempo depois senti náuseas. Saí da igreja procurando um banheiro e um
dos fiscais me disse para seguir uma trilha que daria no banheiro. Assim
eu fiz. Segui aquela trilha para dentro da mata acredito que por mais de
50 metros e por fim achei uma barraca de lona onde dentro havia uma
fossa coberta por uma tábua furada que servia de privada. Vomitei um
pouco. Quando retornava, me deparei com um rapaz que também
procurava o banheiro, mas estava visivelmente confuso. Ele não sabia se
estava indo ou voltando. Conversei com ele, o segurei pelo braço e o
levei ao banheiro. Vendo o estado daquele moço e o fato de que até então
ele estava sozinho, fiquei um pouco preocupado com o meu filho. Ele
vomitou também e depois eu o acompanhei de volta até a igrejinha. Foi
então que vi que havia muita gente vomitando ali mesmo próximo a
igreja. Eram tanto as pessoas mais antigas quanto as que iam pela
primeira vez.
Entrei na igrejinha e não vi o meu filho. Voltei, perguntei aos fiscais que
estavam ali fora e eles não souberam me dizer nada de concreto. Ainda
vieram com uma história de que eu não me preocupasse com o meu filho
porque tudo estava bem. Então perguntei a eles: "Se podem afirmar que
está tudo bem, me digam onde o meu filho está". Eles ficaram com um
sorriso amarelo, sem saber o que falar e dei as costas para eles e fui
procurá-lo em volta da igreja. De irresponsáveis sorridentes o inferno
está cheio. Achei o Juninho se apoiando em uma árvore vomitando
também. Conversando com ele vi que ele estava bem e tão lúcido quanto
eu. Orientei a ele que evitasse sair de dentro da igreja e eu também fiz o
mesmo. Contudo, era claro que os fiscais deveriam acompanhar os
iniciantes. Na maior parte dos iniciantes falta à firmeza necessária. O
ritual continuou e tudo foi lindo. Depois, deram um intervalo e
acenderam uma fogueira, mas tanto eu quanto o Junior permanecemos
dentro da igrejinha. Havia alguns rapazes que comiam bananas e nos
ofereceram. Meu Deus, que delícia! Eu nunca havia comido uma banana
tão gostosa. Até o paladar a ayahuasca havia ampliado.
Uma moça muito simpática, de nome Daniela, se aproximou e perguntou
meu nome. Depois me perguntou como eu estava. Respondi que muito
feliz e que durante o ritual eu havia reencontrado antigos conhecidos de
jornadas. Senti por está moça uma profunda ternura. Desde esse dia eu
guardo essa moça no meu coração e tenho por ela um carinho de irmão.
Percebi que esta moça passava por problemas financeiros, pois, quando
lhe dei um pote de mel puro e ela disse que o usaria fazendo um ritual
dentro da floresta, para conseguir uma solução financeira. Sei que as
coisas da matéria não se resolvem assim e que aquele ritual não ia
resolver de verdade. Pensei em auxiliar Daniela financeiramente, mas
minha intuição me disse que não. Mesmo hoje eu às vezes me lembro
dessa irmãzinha. Como será que ela se encontra e que caminho terá
tomado? Será que, assim como muitos que ali conheci, também se perdeu
nas drogas? Será que ela hoje é mais um daqueles que, em defesa da
maconha santa maria, praguejam contra meu nome devido às verdades
que exponho a todos e que a ciência inclusive confirma? Às vezes penso
em procurá-la e ver como ela está. Por diversas vezes eu lhe presenteei
com vidros de mel puro. Na época ela tinha uma filhinha e sérios
problemas com o aluguel. Muitos anos se passaram, mas às vezes me
recordo dela e penso em lhe dar uma casa de presente se ela ainda pagar
aluguel. Quem sabe se eu a encontrarei novamente.
Algum tempo depois começou novamente o ritual. O coral começou a
cantar hinos para Yemanjá. Senti quando uma grande luz amarela
esverdeada adentrou naquela igrejinha e me deu um abraço enorme.
Entrei em um êxtase ainda muito maior do que o que eu já me
encontrava. Senti ser um abraço de uma mãe para um filho. Como sorri,
como fiquei feliz. É impossível colocar tais coisas em palavras. A noite
seguia em cores e mirações e de vez em quando passava um trem na
ferrovia próxima à igrejinha, mas que em nada me atrapalhava. Foi a
experiência mais incrível que eu já vivenciei nesta vida. Pude ver com
clareza o poder que a ayahuasca contém. Ao final do hinário se encerrou
o ritual.
Conversamos com muitas pessoas, inclusive com os mais antigos que
tinham o nome de fardados. Pude perceber que eles estavam aéreos,
pensei que talvez fosse cansaço. Procurei não falar do meu trabalho e
continuando a conversa, com muito jeitinho, consegui que eles me
contassem um pouco do trabalho deles. Definitivamente eles não haviam
entrado no êxtase e nem mesmo percebidos a presença da Yemanjá. Isto
me fez ficar muito pensativo, pois já conhecia bem as leis da causa e
efeito, e a lei do merecimento. Percebi também que muitos grupinhos
com homens e mulheres entravam floresta adentro. Pensei: "Acho que
eles vão ver o sol nascer em algum local mais alto". Muito, mas muito
felizes, eu e meu filho entramos em nosso Gurgel e fomos embora.
Naquele mesmo domingo, durante à tarde, eu já ansiava por um próximo
trabalho. Recordando todo o acontecido, eu mantinha um sorriso largo no
rosto.
Na segunda-feira à tarde, entrei na Internet e intensifiquei em muito as
pesquisas que queria fazer. Queria saber como era aquele cipó e o arbusto
da rainha da floresta. Queria saber como cultivá-los e, principalmente,
como é que se produzia o daime. Queria saber a história do SANTO
DAIME, de onde ele veio e como ele surgiu. Eu tinha muito tempo livre
naquela semana e aproveitei para ir o mais fundo quanto possível. Na
terça-feira à tarde, eu telefonei para o Romã. Disse a ele que eu havia
participado de um ritual no Céu da Lua Cheia. Conversamos um pouco e
então combinamos de nos encontrar à noite na casa dele. Contudo, já
estava muito claro para mim que o Romã comercializava com a
ayahuasca, com o que é sagrado. Retornei ao Céu da Lua Cheia do Leo
Artese por diversas vezes. O uso de drogas é comum entre eles.
CÉU DE MARIA
Pela internet fiquei sabendo o telefone do Céu de Maria, que fica no Pico
do Jaraguá. Telefonando lá, me confirmaram que haveria trabalho no
sábado seguinte, às 20h. Cheguei lá às 18h. A igreja era grande e bonita,
acredito que tem capacidade ali dentro para umas 300 pessoas. Observei
as pessoas que iam chegando. Pessoas mais antigas, fiscais e as novatas
também. Não eram bem recepcionadas, havia um mau humor e certo ar
de prepotência nos fardados de lá. Ouvi-os mencionarem, por diversas
vezes, o nome do padrinho Sebastião e do padrinho Alfredo, tanto que
resolvi me informar melhor. Foi quando alguns deles me disseram que o
padrinho Sebastião era o sucessor do mestre lrineu e que ele era a
reencarnação do profeta João Batista. Um homem iluminadíssimo que
trouxe a doutrina da floresta, o SANTO DAIME, para o sul e para o
mundo. Afirmaram inclusive que o padrinho Sebastião era o patrono do
SANTO DAIME. Esta afirmação eu já comecei a questionar, com base
em todo material que eu havia estudado na Internet. Lá, a história
mostrava o mestre Irineu Serra como o primeiro daimista, então como
poderia ser o padrinho Sebastião o patrono do SANTO DAIME? E
quanto ao Sebastião Mota ser a reencarnação de João o Batista (aquele
que prega no deserto), nem precisei questionar, pois era evidente se tratar
de uma grande mentira e fanatismo.
Assinei o livro de presença e paguei na época o valor de vinte reais.
Sempre tive bom tirocínio comercial, sempre soube avaliar o valor real
de qualquer coisa, se está havendo exploração ou não, baseado no custo
do produto. Por isto eu pensava: Quanto será que custa um litro de
daime? Trezentas pessoas, que é o que imagino que comporta a igreja,
vezes vinte reais, são seis mil reais! O litro de daime deve ser muito caro.
Mas se é assim tão caro e provém apenas de duas plantas, por que eles
não fazem plantios aqui em São Paulo e produzem o próprio daime?
O ritual começou com um grupo de pessoas em pé dentro da igreja
rezando a Ave Maria e o Pai Nosso. Eles rezavam, rezavam e rezavam
estas duas rezas. Perguntei a um rapaz na entrada da igreja se eles
oravam sempre. O rapaz me disse que sempre se abre o trabalho com
aquelas orações. Percebi que eles não conheciam a diferença marcante
entre o que é uma reza e o que é uma oração, coisa que qualquer pessoa
com um pouco de luz ao menos, conhece! Depois esse rapaz me mostrou
a fotografia do padrinho Sebastião. Olhei de perto a fotografia,
observando atentamente os traços físicos do padrinho Sebastião. Em
estudos da alta magia eu já havia aprendido a reconhecer a situação real
do espírito encarnado, pelos traços físicos do seu corpo, principalmente
os traços que possui no rosto. É a lei da causa e do efeito, a qual atinge o
ser humano em todos os aspectos. Definitivamente se tratava de uma
pessoa sem luz.
Havia um rapaz no Céu de Maria, cujo nome é Luís. Ele é magro e tem
um filho de nome Acauã. Como gostei deste moço! Lamentei muito por
vê-lo perdido na maconha, nas drogas. Ele acendia um baseado novo com
o final do anterior. Depois ele me contou que estava desempregado fazia
tempo, a esposa o tinha largado. Contou que vinha aos feitios para ajudar
em qualquer coisa para poder fazer os trabalhos depois. Contou também
que o padrinho Valter Dias estava abrindo um novo céu do Cefluris em
Pindamonhangaba, próximo aos Hare Krishnas. Eu disse a ele que
conhecia bem a região. Passados uns dez dias, junto de um outro rapaz,
eu resolvi ir lá para ver de perto como que era o surgimento de uma nova
igreja. Cheguei lá e de cara percebi que as drogas já rolavam soltas o dia
todo, mesmo ainda sendo apenas a construção. Me surpreendi quando lá
vi o Luís do Céu de Maria. Ele tinha um facão na mão e cortava um
caibro, mas na boca mantinha um cigarro de maconha. Puxa vida, que
tristeza me deu, aquele céu seria mais um ponto de drogas!
Numa outra ocasião, durante um trabalho no Céu de Maria, um homem
desmaiou. Caiu tremendo de cara no chão, machucando o rosto. Era
apenas um ataque de epilepsia, nada mais. Mas os fiscais ficaram em
volta, dizendo para deixarem ele porque era caso de incorporação. Isto
não foi o cúmulo. Pedi aos fiscais que se afastassem e comecei os
procedimentos de socorro daquele homem. Um rapaz branquinho do
cabelo arrepiado se ressentido por eu não acatar as orientações dos
fiscais, com estupidez disse para eu parar, porque era uma incorporação
problemática e ele ia chamar lá uma outra pessoa da igreja que lidava
com estas coisas. Respondi com energia, devido à necessidade da
situação: "Moço, já trabalhei como enfermeiro de uma UTI por muitos
anos. Isso aqui é apenas epilepsia". O senhor moreno alto que estava do
lado, nada sutil, disse: "Se não vai ajudar também não atrapalhe, seu
moleque". E ainda mandou o rapaz procurar sua turma. Graças a Deus
aquele senhor moreno abaixou e começou a ajudar, porque logo em
seguida outras pessoas também ajudaram e levamos o paciente para fora
do salão de trabalho, onde foram realizados os procedimentos padrões
para o caso. Quando tudo passou e o senhor se encontrava apenas na
ressaca epilética, um fiscal chegou e disse que haviam preparado um
colchão com cobertas num cantinho da igreja. Lá o colocamos e ele ali
permaneceu em paz até de manhã.
Deixo aqui registrado que continuei a freqüentar o Céu da Lua Cheia do
Leo Artese e o Céu de Maria do Glauco e da Bia, por diversas vezes
ainda. E tanto em um como no outro o uso de drogas era bem intenso,
mas no Céu de Maria a coisa é muito pior.
A APARIÇÃO
Numa outra ocasião, havia um feitio, que é o nome que eles dão quando
produzem o daime. Eu participei junto dos meus dois filhos, Juninho e
Leonardo, Lá conheci muita gente. Com alguns deles caminhamos juntos
até hoje. Durante o feitio também se serve daime a quem desejar. Fiquei
impressionado com a quantidade de gente que pitava maconha durante o
feitio. Nossa, como se drogavam! Será que eles não sabiam que aquela
energia pesada das drogas que tanto usavam era absorvida pelo daime e
que ela passaria a quem o ingerisse depois?
Mas estávamos ali para observar e aprender, então apenas colaboramos
com a mão de obra, lavando manivas de jagube, rachando lenha para a
fornalha, lavando panos e vasilhas, carregando panelas e ajudando na
bateção do jagube. Por vários dias eu participei. Chegava cedinho e ia
embora entre as 22h e 1h da madrugada. De um grupo que limpava o
jagube, quase todos ficavam um pouco e saíam. Somente eu e um outro
homem estávamos firmes ali trabalhando há mais de oito horas. Então,
perguntei o nome dele para puxar assunto. Ele me disse que seu nome era
Eugênio e que morava em Piedade. Perguntei o que ele sentiu durante
àquelas horas de serviço. Ele disse: "Estou aqui no mesmo serviço desde
de manhã, que foi quando você chegou. Comunguei o daime e me
mantive aqui, como você. Mas as experiências são diferentes para cada
um. Passei por diversos estágios. Houve momentos em que senti vontade
de parar; vontade de ir embora; vontade de relaxa; vontade de comer e
beber. Mas me mantive na firmeza do daime e agora eu posso só parar
com alegria no coração". Fiquei muito admirado com as palavras desse
moço. Ele me pareceu uma boa pessoa.
A grande parte das pessoas dali era boa, apenas cometiam o erro de se
refugiar na ilusão das drogas, fugindo das obrigações e responsabilidades
da realidade que todos nós temos que lidar todos os dias. Durante a noite,
o uso das drogas se intensificava ainda mais. Na bateção noturna eles
passavam de mão em mão a maconha, a qual denominavam de santa
maria. Quando veio para mim eu simplesmente a passei a quem estava do
meu lado. Um rapaz de nome Pedro que eu já o conhecia do Céu da Lua
Cheia do Leo Artese, me indagou: "Você não faz uso da santa maria?"
Respondi que não. Então ele me disse que ao menos quando eu a pegasse
na mão fizesse o sinal da cruz com ela antes de repassá-la a quem estava
do meu lado. Olhei para ele com firmeza e também respondi que não.
Rapidamente, ele desviou o olhar e não tocou mais no assunto. Aquele
feitio teria sido lindo, se não fosse pelas drogas que tanto usavam.
Mas num certo domingo, durante a noite desse feitio, senti algo diferente,
A intuição me avisava que era para me afastar um pouco para ficar a sós.
Eu havia conhecido um homem com quem travei uma grande amizade,
seu nome é Rafael Soriano. É muito esforçado, estava ali desde o início
do feitio e se alojava em uma barraca. Juntos, assumíamos a bateção do
jagube por horas a fio. Dirigi-me a ele dizendo que iria me afastar um
pouco, mas depois voltaria para continuar o trabalho. Fui para uma parte
do Pico do Jaraguá onde se enxerga a cidade lá embaixo. Eu havia
comungado um pouco de daime umas horas atrás. De repente olhei para o
céu e vi a santa pretinha que sempre me consolava quando eu era criança.
Era linda e estava cercada por um manto de estrelas. Só que desta vez o
contato era muito mais intenso e me eram passadas mensagens claras.
Lembrei dos santos da igreja católica, coisa que nunca gostei. Neste
momento o Mestre Jesus também apareceu e me disse: "Gideon, é com a
minha autorização".
Então tudo ficou certinho, se era da vontade do meu Mestre nada podia
ter mesmo de errado. Fui tomado por uma felicidade e um êxtase que não
é possível pôr em palavras. Ali aquela santa pretinha me disse que havia
chegado a hora de eu realizar a obra que vim para fazer. Que agora meus
recursos materiais (que já eram abundantes) seriam acrescidos inúmeras
vezes. Que as terras que haviam sido prometidas a mim, agora seriam
entregues e neste momento, mirando, vi as terras sagradas. Um sol
amarelado veio e as folhas das árvores ficaram mais verdes, então escutei
o canto de uma araponga. Muito mais coisas me foram ditas, mas uma foi
frisada mais dos que as outras: "Que eu devolvesse o daime para a
seriedade com que Irineu caminha". Depois de tudo que vi, retornei ao
feitio apenas para me despedir do Rafael Soriano e de alguns outros. Fui
para casa.
A COMPRA DAS TERRAS SAGRADAS
No dia seguinte, de manhã cedinho, eu estava com três enfermeiros
amigos meu, pelos quais tenho profundo carinho: Gomes, Aluísio e
Marquinhos. Tempos atrás eu já havia comentado com eles que minha
intuição apontava o Vale do Ribeira, que acreditava que seria ali onde eu
compraria as terras.
Nesta manhã de segunda-feira, nós quatro conversávamos e ríamos
muito, quando o Marquinhos abriu, do meu lado, um jornal, bem na
página dos classificados... Minha intuição acusou na hora um ponto
pequenininho do jornal, algo não maior que uma unha. Ali dizia apenas
"vende-se fazenda boa" e dava o número de telefone. Eu disse, feliz, que
havia achado as terras. Os três ficaram surpresos.
O Marquinhos, sempre muito cético e brincalhão disse após olhar no
jornal o que eu havia apontado: "Mas você não tinha nos dito que sentia
que as terras seriam no Vale do Ribeira? Este telefone é da capital!"
Então, telefonamos. Atendeu um senhor de nome Sebastião. Perguntei
sobre o anúncio e ele ficou surpreso do jornal ainda tê-lo publicado,
porque já tinham publicado no sábado. Perguntei onde eram as terras. Ele
me respondeu "Em Pariquera-Açu". Neste momento, o Marquinhos bateu
a palma da mão na testa e disse: "É no Vale do Ribeira, eu nasci lá!" Eu
disse ao Sr. Sebastião que queria ver a fazenda. Na terça de madrugada,
viajamos de São Paulo a Pariquera-Açu, no Vale do Ribeira. Chegamos
de manhãzinha. Desci do carro e pedi ao Sr. Sebastião que ficasse em
silêncio por um instante e assim fiquei a contemplar um pouco a beleza
do lugar. Neste instante um sol amarelo desceu e as folhas das árvores
ficaram mais vívidas, então uma araponga pousou e cantou forte. Era a
mesma visão que a minha Mãe pretinha tinha me mostrado na miração.
Perguntei ao Sr. Sebastião o preço que ele queria. Fechamos negócio e
foi nesse lugar que começou todo o trabalho abençoado do Céu Nossa
Senhora de Conceição
www.ceunossasenhoradaconceicao.com.br
APÊNDICE
Algumas matérias veiculadas na mídia que retratam o lado negro do
SANTO DAIME:
REVISTA Veja - DATA: 10/01/1996 EDIÇÃO: 1426 PÂG.: 40-44
A SEITA DO BARATO
Engrossam as acusações de que há algo de podre no reino do SANTO
DAIME e seus cultos embalados a chá alucinógeno
Okky de Souza, de Boca do Acre
Até poucos meses antes de se matar com um tiro de carabina na testa, há
dois anos, Laudelino Geraldino de Souza confundia-se com os milhares
de trabalhadores rurais que vivem no município de Boca do Acre, no sul
do Amazonas. Aos 30 anos, casado e com três filhos, ele dizia aos
amigos que era feliz. Tinha um único problema: era epiléptico e de
tempo em tempo sofria ataques. Um dia, Laudelino ouviu falar que a
cura para sua doença, que na verdade é incurável, poderia estar perto,
no município de Pauini, a um dia e meio de canoa pelo Rio Purus. Lá
funciona a comunidade de Céu do Mapiá, quartel-general da seita do
Santo Daime, aquela em que os adeptos tomam um chá alucinógeno em
seus cultos religiosos e também nas sessões de cura que promovem com
doentes. Laudelino partiu para lá sem demora.O Santo Daime, que
surgiu nos anos 20 no interior do Acre, ficou conhecido no final da
década de 80 por atrair artistas conhecidos para suas fileiras. Lucélia
Santos, Ney Matogrosso, Maitê Proença, Eduardo Dusek, Raul Gazolla
todos eles participaram de rituais num dos trinta centros que a seita
mantém no país e que hoje se multiplicam em ritmo equivalente ao da
Igreja Universal de Edir Macedo. O agricultor Laudelino não conhecia
esse lado glamouroso do Santo Daime.
Queria apenas se curar e passou dois períodos seguidos no Céu do
Mapiá. Quando voltou para casa pela segunda vez, sua saúde e sua
personalidade haviam mudado - para pior. Os ataques epilépticos
tornaram-se mais freqüentes. Ele ficou violento, a ponto de a mulher e os
filhos abandoná-lo. Foi ao Daime pela terceira vez, voltou para casa
carregando uma garrafa do chá alucinógeno, consumiu-a e, terminada a
última gota, suicidou-se. "A cada vez que ia para o Daime ele ficava
mais perturbado", chora a mãe do agricultor, Lindalva de Souza. O
suicídio de Laudelino é um dos muitos episódios que, nos últimos tempos,
vêm levantando suspeitas acerca das atividades do Santo Daime. Para os
fiéis, que hoje somam cerca de 5.000 em todo o país, a seita representa
uma forma de ajuda através da espiritualidade. O chá, conhecido como
ayauhasca, obtido pelo cozimento de um cipó e uma planta, ambos
nativos da Amazônia, teria poderes de desvendarem novos mundos a
seus consumidores. Ele os faria mergulhar na consciência, levando a
uma reavaliação da própria vida e a uma aproximação com Deus. Os
daimistas acreditam tanto nos poderes da beberagem que, nas
cerimônias, administram-na até em crianças pequenas. Chegam a
misturá-la às mamadeiras dos bebês. Ao mesmo tempo em que a seita
floresce, engordam as denúncias de que seus rituais podem levar à
loucura e à morte, de que seus adeptos são submetidos a lavagens
cerebrais e de que drogas como a maconha e a cocaína são moeda
corrente nas cerimônias.
MORTE NA FOGUEIRA
Dois livros lançados nas últimas semanas reúnem o mais grave pacote
de acusações até hoje levantado contra os daimistas. No primeiro deles,
Santo Daime - Fanatismo e lavagem Cerebral, a terapeuta Alicia
Castilla relata o penoso caminho que tem percorrido para recuperar sua
filha, Verônica. Em 1990, então com 13 anos, Verônica começou a
freqüentar o Daime no templo que a seita mantém em Visconde de Mauá,
uma cidade turística na Serra da Mantiqueira, no Estado do Rio de
Janeiro. Mudou-se para lá, nunca mais voltou para casa e hoje mora na
Colônia 5000, núcleo da seita em Rio Branco, no Acre. Alicia arrola
uma série de argumentos para provar que Verônica foi vítima de uma
manobra do Daime para seqüestrá-la e aliciá-la. No segundo livro,
Tragédia na Seita do Daime, o jornalista Jorge Mourão relata o suicídio
de seu filho adotivo, Jambo, ocorrido há três anos na colônia do Céu do
Mapiá. Num acesso de loucura, Jambo, na época com 20anos, armou
uma fogueira, acendeu-a e atirou-se sobre ela. Mourão está processando
a seita. Em torno do relato desses dois dramas familiares, tanto Alicia
quanto Mourão costuram um rosário de denúncias contra o Centro
Eclético da Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra, conhecido
pela sigla Cefluris, a maior entre as várias correntes do Santo Daime. O
integrante mais conhecido do Cefluris, que ocupa o cargo de secretário-
geral e principal administrador, é Alex Polari, ex-terrorista que na
década de 70 militava nas organizações clandestinas de esquerda e por
isso passou vários anos na cadeia. [Polari ganhou certa notoriedade por
ter sido a última pessoa a ver vivo o colega de luta armada Stuart Angel
Jones, filho da estilista Zuzu Angel, morto nos porões do DOI-Codi. Há
14 anos, abandonando o ateísmo marxista, Polari ingressou no Santo
Daime, transformando-se em sua principal autoridade e porta-voz. Hoje,
usa até a longa barba branca de Matusalém que caracteriza os
"padrinhos" - líderes religiosos da seita - e tem dois livros publicados
sobre o Daime. Para Alicia Castilla e Jorge Mourão, Polari é uma
espécie de Jim Jones amazônico que comanda uma organização
inescrupulosa. Em seu livro, Alicia conta as diversas etapas de sua luta
para recuperar a filha junto aos membros do Cefluris e à Justiça. Em
junho de 1990, os daimistas conseguiram a guarda de Verônica junto a
um juiz de Resende, no Estado do Rio de Janeiro, alegando que em casa
ela era maltratada pela mãe. Alicia recorreu à promotoria e, em
outubro, um outro juiz determinou que Verônica voltasse para casa.
Como ela relutasse em acatar a decisão, a promotora deu-lhe uma
alternativa: "A única chance, não sendo a casa da tua mãe, é a casa do
menor de rua". Verônica preferiu a segunda opção. Depois de dividir o
mesmo teto com menores delinqüentes, nos dois anos seguintes ela foi
acolhida por diversas famílias de Resende e morou um tempo na casa do
ator Carlos Augusto Strazzer, também adepto do Daime e morto pela
Aids em 1993. Foi para São Paulo e se abrigou com o cartunista Glauco,
autor das tiras do Geraldão, também daimista. Finalmente, tomou
dinheiro emprestado de Glauco e comprou uma passagem de ônibus
para Rio Branco, onde se instalou na comunidade da Colônia 5000.
Alicia nega que maltratasse a filha. Verônica diz apenas que "sofreu
muito" com as brigas na Justiça e com a constante troca de lares.
ARTISTAS
Jorge Mourão, em seu livro, acusa o Cefluris de ter submetido Jambo a
torturas psicológicas que o teriam levado ao suicídio. Em 1991, Jambo
deixou Porto Seguro, na Bahia, onde morava com a família, e mudou-se
para Visconde de Mauá, passando a freqüentar o centro daimista local.
Lá trabalhava como aprendiz de marceneiro. Segundo o relato de
Mourão, um ano depois ligou para a família, aflito. Considerava o
trabalho insalubre por ter de respirar pó de serragem e agüentar o
barulho da motosserra horas seguidas. Fez as malas e tentou deixar a
comunidade, mas foi impedido. Teriam dito que ele estava
desequilibrado mentalmente e que poderia até ser amarrado se tentasse
deixar o local. Jambo fugiu, abrigando-se na casa de parentes no Rio, e
pouca semana depois seguiu para o Acre, certo de que no Céu do Mapiá
encontraria melhores condições de vida dentro da comunidade daimista.
Acabou se matando.O Cefluris procura minimizar os casos de Verônica e
de Jambo. Para Alex Polari, Verônica optou, por conta própria, viver na
Colônia 5.000, e o livro de sua mãe é "fruto de uma mente transtornada,
danificada" Quanto a Jambo, Polari afirma que ele foi para o Céu do
Mapiá contrariando a própria orientação da comunidade, e que ele era
viciado em cocaína. "Casos como o de Verônica e de Jambo, de jovens
que abandonam a família ou se suicidam, acontecem entre gente de
qualquer credo, católicos, protestantes ou umbandistas, mas ninguém
culpa essas religiões pelas fatalidades", pondera Alex Polari. "Por que
então responsabilizar o Daime nesses dois episódios?", ele pergunta.
Polaris tem razão. É impossível avaliar até que ponto a convivência com
os daimistas teria influenciado a fuga de Verônica ou o suicídio de
Jambo. Mas não há como negar que o Santo Daime é uma seita com
características muito peculiares. Sua maior concentração de fiéis vive
num local da selva amazônica acessível apenas a barcos pequenos.
Embora vivam quase como índios muitos deles são egressos da classe
média das grandes capitais brasileiras. Há também filhos de famílias
ricas. Embalam sua fé com uma droga alucinógena, consumida
fartamente até pelas crianças, Atraem artistas de sucesso e turistas
estrangeiros. São comandados por um ex-terrorista transformado em
líder espiritual. Finalmente, concorre para a estranheza da seita o fato
de que muitos de seus adeptos a abandonam com denúncias sobre o que
acontece no dia-a-dia do Céu do Mapiá.Tanto as acusações de Alicia
quanto às de Mourão devem ser encaradas com certa reserva - ambos
têm sua parcela de responsabilidade pelo que aconteceu a seus filhos.
Alicia foi adepta do Santo Daime durante vários anos - ela mesma levou
Verônica à seita, em Mauá, pela primeira vez, permitindo que
consumisse a ayauhasca. Jambo foi parar no Céu do Mapiá com a
anuência de Mourão, que chegou a ajudá-lo na viagem. Se a experiência
do garoto em Mauá fora tão assustadora, é estranho que ele logo a
seguir se tenha mudado para o QG dos daimistas, e mais estranho ainda
que seu pai adotivo o tenha ajudado na mudança. Mourão, que no
prefácio do livro se orgulha de ter vivido uma juventude aventureira,
com longas peregrinações pelo mundo e mergulhos fundos em todas as
drogas, alega que Jambo apenas seguiu o caminho que escolheu.
SOTAOUE CABOCLO
Por trás dos casos de Verônica e de Jambo, o que existe é o
comportamento típico dos fanáticos religiosos, dos adeptos de seitas
exóticas que prometem mundos ilusórios a seus fiéis. Muitos deles se dão
por satisfeitos e seguem em frente sem transtornos aparentes. Alguns,
mais suscetíveis a danos mentais nessas experiências, acabam como
vítimas. Verônica, que teve uma infância confortável, hoje mora de favor
no casebre de uma colega de seita da Colônia 5.000. Passa o tempo
fazendo serviços domésticos nas casas das catorze famílias que compõem
a comunidade. Tem o olhar perdido de quem vive em outra dimensão.
Fala pouco, em português errado, e sempre num carregado sotaque
caboclo - o sotaque urbano e o português polido não são bem-vistos
pelos daimistas. Verônica diz que não volta para casa de jeito nenhum e
que sua vida, agora, "é só o Daime". Basta assistir a uma cerimônia do
Santo Daime para verificar como seus rituais podem facilmente induzir
ao fanatismo. Portando as obrigatórias roupas cerimoniais, chamadas
de "fardas", eles se reúnem no templo e chegam a passar doze horas
seguidas dançando e cantando hinos religiosos. O ritmo da cerimônia é
frenético, obsessivo. O combustível, tanto para empreender o mergulho
espiritual quanto para suportar a maratona física, é a ayauhasca, o chá
alucinógeno, consumido repetidamente durante o culto. Em pouco tempo
estão tomados pelo que chamam de "mirações" - algo parecido com as
"sacações" dos hippies que tomavam LSD. A ayauhasca é usada
tradicionalmente por vários grupos indígenas da Amazônia. Ela entrou
no Santo Daime através do criador da seita, o agricultor Irineu Serra,
morto em 1971 aos 79 anos. Ele próprio escreveu as centenas de hinos
entoados nos cultos. Os hinos, que misturam o cristianismo e o
espiritismo, falam de Deus e do amor, das virtudes do trabalho e da
justiça. Juntos, formam um livro de mais de 300 páginas, cujos
exemplares hoje costumam ser impressos na gráfica do Senado Federal
como uma homenagem dos políticos do Acre aos eleitores daimistas.
ENZIMA
A ayauhasca é uma dessas criações espantosas da medicina indígena,
uma combinação química feita intuitivamente pelos nativos a partir de
dois vegetais que nem sequer crescem um perto do outro. O
psicobiologista Elisaldo Carlini, da Escola Paulista de Medicina e atual
secretário de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, explica que o
cipó, conhecido como jagupe, contém dimetiltriptamina, ou DMT, uma
substância que, quando ingerida, produz fortes alterações mentais.
Ocorre que uma das enzimas presentes no intestino humano impede a
absorção do DMT. A função do segundo ingrediente da ayauhasca, a
planta conhecida como rainha, é neutralizar essa enzima."O DMT pode
levar a vários estados de alteração mental", explica o médico Carlini. "A
pessoa pode entrar em delírio, ter alucinações ou apenas ilusões
visuais." Desde 1961, o DMT, em sua forma sintética, é proscrito para
uso humano pelo International Narcotics Control Board, órgão da ONU
que estuda as substâncias químicas e aconselha os países membros da
entidade quanto à sua regulamentação. A ONU, porém, nunca se
manifestou sobre a ayauhasca. No Brasil, o Conselho Federal de
Entorpecentes, Confen, encomendou estudos sobre a ayauhasca em 1992
e entendeu que não deveria proibi-la. "Na época, constatou-se que sua
utilização era ritualística e que não havia motivos para o Estado intervir
no assunto, mas é possível que essa posição mude no futuro", diz Luiz
Matias Flach, presidente do Confen. "A ayauhasca sem dúvida tem
propriedades alucinógenas", ele completa. No início do ano passado, o
Confen determinou que o chá não seja ministrado a menores de idade
nem a portadores de qualquer forma de distúrbio mental. A primeira
determinação é solenemente ignorada pelos daimistas. Quanto à
segunda, não há nenhum controle a respeito da saúde mental dos que
consomem o chá.
MERCADO NEGRO
Os médicos concordam que a ayauhasca, quando tomada apenas
durante a cerimônia, para atingir o transe espiritual, é inofensiva.
Acontece que cada vez mais ela vem sendo usada indiscriminadamente.
Os grandes centros daimistas fabricam cerca de 8 000 litros de chá por
ano. É impossível exercer um controle rígido sobre a utilização do
produto. Nos últimos tempos, até em centros de candomblé de Rio
Branco pode-se ver gente consumindo ayauhasca. "Muitas pessoas estão
pirando com o daime, largando a família, o trabalho, porque tomam a
bebida sem acompanhamento espiritual", diz um veterano daimista de
Rio Branco. Parte do chá produzido no país é exportada para os dez
centros daimistas que hoje funcionam no exterior, na França, Espanha,
Holanda e Finlândia. Teoricamente, ele deveria chegar a esses países de
graça, ou em troca das pequenas doações mensais de 5 ou 10 reais que
os adeptos do daime costumam destinar aos centros para cobrir os
custos de produção. Sabe-se, no entanto, que a ayauhasca no exterior já
é comercializada no mercado negro, a 30 dólares o litro, suficiente para
meia dúzia de doses. Por coincidência ou não, as pessoas que acabam se
indispondo com a seita depois de freqüentá-la são egressas na maioria
dos casos justamente do Céu do Mapiá, o principal centro do Cefluris. A
aldeia do Céu do Mapiá reúne hoje cerca de 800 pessoas que vivem em
regime comunitário. Está instalada dentro da Floresta Nacional MapiáInauini, criada pelo governo Sarney em 1989 numa área de 311.000
hectares no sul do Amazonas. Nessa área, o Ibama delimitou oito
territórios para o desenvolvimento de projetos-modelo de ocupação e
manejo sustentado da floresta. Um deles foi entregue ao Cefluris. Nele,
os daimistas dedicam-se a atividades extrativistas, beneficiam frutas e
castanhas, realizam seus cultos e, no dia-a-dia da comunidade, praticam
o escambo com alimentos e serviços.
"MESSIANISMO"
Não faltam testemunhos, porém, de que o Céu do Mapiá está longe de
ser um paraíso. Um publicitário paulista que passou três anos no local
diz que o espírito comunitário do Cefluris vale apenas para os habitantes
mais humildes. "Os mais esclarecidos formam uma classe dominante,
que come melhor e tem acomodações mais confortáveis" , afirma ele. "O
Mapiá tem também um ditador, o Polari, que se perdeu no messianismo
e no despotismo", diz o publicitário, que prefere ficar no anonimato. Um
estudante gaúcho que há pouco tempo passou um período no Mapiá
também voltou com má impressão. "Há muita gente que está lá apenas
para ficar doidona, e quem tem dinheiro vive muito melhor", ele diz. O
carioca Carlos Alberto Macedo, sócio de uma firma de produção de
vídeos, passou três anos entre os daimistas do Cefluris, no Rio e no
Mapiá, e não gosta de lembrar o que passou. "Quando se começa a
freqüentar o Santo Daime, entra-se numa microssociedade que tem todos
os defeitos das sociedades grandes: corrupção, privilégios etc".
E é muito difícil sair dela, pela própria pressão dos fiéis. Tem muito mais
gente pirando lá dentro do que se noticia. Quando alguém não agüenta a
barra, começa a ouvir que não está agüentando 'a luz', e que isso é muito
grave. As pessoas acabam desvitalizadas, amorfas."
CRIME PASSIONAL
O pai de Carlos Alberto, Luiz Macedo, publicitário e vice-presidente do
Jockey Club do Rio de Janeiro, conta que passou por um sufoco para
tentar tirar o filho do Santo Daime. "Ele estava à beira do fanatismo,
sofreu uma lavagem cerebral, foi explorado. Quando vi a situação,
resolvi resgatá-lo. Fui falar com o padrinho Sebastião Mota, um pobre
caboclo que se achava enviado de Deus. Não adiantou - havia um cerco
em volta do meu filho. Duvido que algum pai cujo filho tenha
freqüentado o Santo Daime tenha alguma palavra de simpatia pela
seita."O padrinho Sebastião Mota a que Macedo se refere, morto há
cinco anos, era o principal discípulo de Irineu Serra, o fundador do
Santo Daime. Mota criou o Cefluris e
foi também o responsável pela introdução na seita do hábito, hoje
teoricamente abandonado, de acompanhar a beberagem da ayauhasca
com cigarros de maconha. Batizada de "santa maria" pelos daimistas, a
maconha fazia parte dos rituais do Cefluris até 1992, quando a Polícia
Federal resolveu acabar com a festa. Numa visita à Colônia 5000, os
policiais queimaram uma enorme plantação de maconha e receberam a
promessa do padrinho Raimundo Nonato, neto de Mota, de que a
partir daquele momento a erva estaria fora dos cultos. Nonato já
recebera outras visitas da polícia. Pouco antes do episódio da maconha,
seu ex-sócio no comércio de secos e molhados foi preso por tráfico de
cocaína. E há vinte anos ele foi indiciado num processo de crime
passional por ter matado e cortado os órgãos sexuais de um desafeto que
andava tentando seduzir as mulheres da colônia. No julgamento, foi
absolvido sob a tese de legítima defesa da honra. O Céu do Mapiá é hoje
freqüentado por turistas brasileiros e estrangeiros que buscam conforto
espiritual ou apenas uma aventura exótica. Quem não tem dado as caras
pm lá são os artistas, que transformaram o Santo Daime na seita da
moda nos anos 80. Muitos deles são reticentes ao falar sobre o assunto,
o que indica que suas experiências não teriam sido tão positivas quanto
eles alardeavam na época. O cantor Eduardo Dusek guarda boas
lembranças: "O Daime é uma terapia natural, se parece com as viagens
de regressão conduzidas pelos psiquiatras" , diz. Ney Matogrosso acha
que o Daime "proporciona uma experiência diferente para cada pessoa".
Já a atriz Maitê Proença, que tomou ayauhasca até o sexto mês de
gravidez de sua filha Maria, simplesmente se recusa a falar no assunto.
Sua colega Lucélia Santos, que chegou a ser a garota-propaganda do
Santo Daime, também não abre a boca pé\ra avaliar sua passagem pela
seita. O ator Raul Gazolla, porém, que na época era casado com
Lucélia, tem reclamações a fazer. "Eles passaram a perna na Lucélia,
que arrecadou 30.000 dólares para a seita e, quando foi ver, o dinheiro
havia sumido", acusa Gazolla. "O Santo Daime tem muita gente com fé,
mas os que administram a seita só têm má-fé. Onde já se viu gente criada
na Zona Sul do Rio falar com sotaque caboclo de uma hora para
outra?", questiona Gazolla. Funciona em Rio Branco, meia dúzia de
outras correntes daimistas, como o Barquinho e o Alto Santo,
freqüentadas e administradas por gente simples e humilde, que busca
preservar as tradições primitivas da seita. Nesses centros não há
turistas, projetos comunitários ou líderes messiânicos. Mas é outra a
situação do grupo instalado no Céu do Mapiá. Tanto em Rio Branco
quanto em Boca do Acre - cidadezinha que funciona como base para
tomar as embarcações até o Mapiá - todos parece ter uma história para
contar de um parente ou amigo que teve uma experiência ruim com o
Santo Daime. Histórias assim já fazem parte do folclore das duas
cidades. Invariavelmente, o personagem em questão freqüentava algum
dos centros ligados ao Cefluris. Agora, com as denúncias de Alicia
Castilla e Jorge Mourão transformadas em livros, o coro de ataques a
essa corrente da seita torna-se ainda mais carregado.
TRAGÉDIA POR MEMBRO DA SEITA "SANTO DAIME"
Data: 07 de Janeiro de 2004 às 16:47:31
Tópico: Notícias
Braçal que matou amigo é levado à Penal
A Polícia Civil já concluiu o inquérito que apura a morte do trabalhador
Arnoldo da Silva Franquino, ocorrido dia 20 de novembro deste ano. Na
manhã de ontem, o juiz da Vara do Tribunal do Júri determinou a prisão
preventiva do trabalhador braçal Alessandro Arruda dos Santos.
De acordo com o inquérito policial presidido pelo diretor da polícia
Civil, Walter Prado, Alessandro é acusado de crime de homicídio
qualificado e ocultação de cadáver, com agravante do crime haver sido
cometido com requinte de extrema crueldade.
Após matar o colega, Alessandro usou um machado para esquartejar o
corpo dividindo em várias partes. Em seguida ateou fogo nos restos
mortais e enterrou em uma cova rasa nas proximidades do acampamento
onde trabalhavam.
Alessandro, que confessou o crime, relatou que estavam num casebre na
fazenda do senhor Hermítlio, localizada em território boliviano, onde
ingeriam daime."O santo daime". Ele conta que Amoldo teria
incorporado um espírito maligno e tentado lhe matar, depois de misturar
o chá com bebida alcoólica. Após luta corporal, Alessandro matou
Arnoldo e temendo que o espírito o ressuscitasse, esquartejou a vítima a
golpes de machado e facão.
O crime só foi descoberto porque o próprio criminoso, após consultar
seu o patrão e guia espiritual, Hermínio Feitosa do Nascimento,
procurou a polícia para se entregar e contar sua versão sobre o crime.
Conforme resultado do exame produzido pelo Instituto de Criminalística,
no local não houve luta e conclui que a vítima foi atacada de surpresa
quando dormia.
O inquérito será entregue a Justiça dentro do prazo legal. O preso já
cumpre prisão preventiva e vai aguardar decisão da Justiça no complexo
penitenciário Dr. Francisco D' Oliveira Conde.
(Fonte: Jornal A Gazeta, em 12.12.2003.)
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SANTO DAIME REVELADO - Céu Nossa Senhora da Conceição