AFIRMAÇÃO 1 de novembro de 2014 Página 1 de 2 Dia Internacional Das Pessoas Que Usam Drogas 2014 1 de novembro ‘Comunidade. Solidariedade. Força.’ Os danos do estigma, da discriminação, e a “guerra contra as drogas” Por todo o mundo, as pessoas que usam drogas são demonizadas e estereotipadas. Carregam o estigma de serem doentes e perigosas, e são vilificadas, infantilizadas e tuteladas como se fossem incapazes de tomar conta de si mesmas ou de seus entes queridos. A estigmatização das pessoas que usam drogas resulta em discriminação e exclusão social, gerando impactos em sua saúde e bem-estar. Estigma e estereótipos são as justificativas para a chamada “guerra às drogas”, que por sua vez acarreta graves violações de seus direitos humanos, violações que em sua grande maioria não são contestadas. Violações dos direitos humanos das pessoas que usam drogas tornaram-se por demais corriqueiras. Elas são muitas vezes detidas e confinadas em locais para trabalhos forçados, sem que tenham havido devidos processos judiciais. E em muitos países, estão sujeitas à tortura e morte, como também lhes são negados serviços sociais e acesso ao sistema de saúde e à redução de danos. As pessoas que usam drogas são molestadas e atacadas pela polícia. A “guerra às drogas”, esse conflito armado que estimula essas violações de direitos, tem sido um abjeto fracasso (mesmo levando-se em conta seus equivocados objetivos): fracassou em seu intento de reduzir o uso de drogas e causou imensos danos à vida das pessoas que usam drogas e das comunidades onde vivem. Neste Dia Internacional das Pessoas que Usam Drogas de2014, afirmamos que para acabar com a guerra às drogas - a guerra contra as pessoas que usam drogas devemos nos afastar das ideias que fomentam proibição e criminalização. Um fim para a guerra contra as drogas em nossos termos: É preciso acabar com a guerra às drogas, mas levando em consideração os nossos termos. No último Dia Internacional das Pessoas que Usam Drogas, reivindicamos o direito de pessoas adultas usarem as drogas que escolheram usar, quer para o seu prazer, para se automedicar, aumentar seu desempenho, alterar sua consciência ou proporcionar alívio para uma vida dura ou difícil. Defendemos o direito de pessoas adultas usarem suas drogas de escolha em seus lares, sem causar danos ou aborrecimentos aos outros, e de as portarem consigo em público sem medo de assédio, abuso ou intimidação de parte da polícia. AFIRMAÇÃO 1 de novembro de 2014 Página 1 de 2 Neste Dia Internacional das Pessoas que Usam Drogas de2014, afirmamos que para acabar com a guerra às drogas - a guerra contra as pessoas que usam drogas - devemos nos afastar das ideias que fomentam proibição e criminalização: devemos desafiar e rejeitar o estigma e a fobia relativa ao uso de drogas em todas as suas formas; rejeitar preconceitos que nos infantilizam, tutelam e demonizam; e rejeitar a generalizada patologização das pessoas que usam drogas, a ideia de que quem faz uso delas é doente, perigoso ou imoral. Está na hora de nos livrarmos de linguajares e rótulos cruéis, pejorativos e discriminatórios. De uma vez por todas, está na hora de rejeitarmos grosseiras generalizações e estereótipos sobre as pessoas que usam drogas, reconhecendo a diversidade de nossa comunidade. E assim, neste Dia Internacional das Pessoas que Usam Drogas, celebramos e ressaltamos a diversidade e a força de nossa comunidade. Em todas as regiões do mundo, um vasto número de pessoas vindas de todos os setores da sociedade usam drogas ilícitas. Elas usam drogas por diversos motivos, de diversos modos, em diferentes contextos. Embora sejamos frequentemente silenciados e alijados do debate e da elaboração de políticas e de legislações que nos dizem respeito, afirmamos nossa diversidade, capacidade e direito de exercermos auto-determinação e representação. Reivindicamos o direito de sermos respeitados como especialistas de nossas vidas, motivações e experiências. Não permaneceremos em silêncio enquanto decisões são tomadas por nós em vez de conosco. Ao reafirmarmos “Nada sobre Nós sem Nossa Participação”, referimo-nos à inclusão de nossa comunidade como um todo. Nós, a Rede Internacional de Pessoas que Usam Drogas, lutaremos juntos e solidariamente para defender nossos direitos humanos, promover nossa saúde, e acabar com essa absurda guerra às drogas. Reconhecemos as lutas de nossos pares como sendo as nossas, diante dessa estigmatização, exclusão social, discriminação, silêncio e criminalização generalizados. Em 2014, celebramos a força de nossa comunidade, nossa solidariedade e nosso empoderamento. Nós celebramos a força de nossa comunidade, nossa solidariedade e nosso empoderamento