UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho LARA BORGES WELTER SISTEMA DE GESTÃO SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR: PROPOSTA MODELO PARA APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Ijuí/RS 2014 LARA BORGES WELTER SISTEMA DE GESTÃO SAÚDE DO TRABALHADOR, PROPOSTA MODELO PARA APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Monografia do Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro de Segurança do Trabalho Orientador: Fernando Wypyszynski Ijuí/RS 2014 2 LARA BORGES WELTER SISTEMA DE GESTÃO SAÚDE DO TRABALHADOR, PROPOSTA MODELO PARA APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Monografia defendida e aprovada em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora Banca examinadora ________________________________________ Prof. Fernando Wypyszynski, Especialista - Orientador ________________________________________ Profª. Cristina Eliza Pozzobon, Mestre em Engenharia Civil Ijuí, 19 de setembro de 2014 3 Dedico esse trabalho primeiramente a Deus pela vida e pelas oportunidades que Ele tem me proporcionado. Aos meus pais Luiz Ricardo e Regina Welter que me orientaram através de seus exemplos de trabalho, dedicação e fé. E, especialmente por seu amor incondicional. A minha irmã, sem qual seria impossível o desenvolvimento desta pesquisa, jornalista, mas minha professora de português particular. A tia Berna pelos conselhos e dicas de apoio, leituras e releituras para ver se havia coerência na monografia. Ao meu amor, Sérgio David Jaskulski Filho, pelo apoio e incentivo ao meu aperfeiçoamento profissional. 4 AGRADECIMENTOS A UNIJUÍ, pelo aprendizado e o excelente quadro de profissionais disponibilizando troca de conhecimento e experiências, conteúdo elaborado e de alta qualidade. Aos professores, pela dedicação, entusiasmo e aprendizado importante para aplicação, visando o progresso da sociedade e a preservação da saúde do trabalhador nos diversos setores. Ao meu orientador, Fernando Wypyszynski, por sua orientação e acompanhamento em cada etapa do desenvolvimento, mas especialmente por sua compreensão e apoio nas fases difíceis. E, pela amizade e troca de conhecimentos ao longo desta pesquisa, A construtora, nas pessoas de seus diretores, engenheiros, mestres, técnicos e operários, pela viabilização deste trabalho, através da disponibilidade de informações e, principalmente, pela gentil presteza em nos atender sempre que necessário. 5 “Faça hoje o que a maioria não faz, para ter amanhã o que a maioria não tem” Zig Ziglar 6 RESUMO Com o presente trabalho pretende-se demonstrar a importância dos sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, no sentido de otimizar o trabalho nas organizações e diminuir os riscos de acidentes e prejuízos. Os sistemas de gestão têm como principais objetivos melhorar o trabalho nas empresas e organizações e diminuir riscos de acidentes, além dos incômodos e inconvenientes causados por estes. Discutir-se-á, a partir da opinião de autores e de normas especificadas em lei, a relevância desses sistemas e as técnicas utilizadas em sua implementação. Neste estudo também será demonstrada a tentativa de implementação em uma empresa, tornando visível o passo a passo para esta aplicação e os benefícios trazidos pelo sistema. Palavras-chave: Gestão de Segurança; Sistemas de gestão; Riscos. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1- Elementos do SGSST 21 Figura 2 - Abrangência dos Indicadores Proativos e Reativos 33 Figura 3 - Layout canteiro de obras 40 Figura 4 - Imagens da área de vivência 41 Figura 5 - Área da Carpintaria 41 Figura 6 - Armações de aço 42 Figura 7 - Estruturas concreto armado 42 Figura 8 - Escadas e rampas 43 Figura 9 - Proteção Contra Quedas 43 Figura 10 - Movimentação de Cargas 44 Figura 11 - Andaimes em situações irregulares 44 Figura 12 - Tapume padrão das obras 45 Figura 13 - Extintor na área de vivência 45 Figura 1 - Esquema de implementação 49 8 LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS ABNT NBR – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS CIPA - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES EPI – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL EPC- EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA ISO - INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO NR – NORMA REGULAMENTADORA PCMAT - PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO RTP - REGULAMENTOS TÉCNICOS DE PROCEDIMENTOS RD – REPRESENTANTE DA DIREÇÃO SESMT - SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO SGA - SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL SGI - SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA SGSST - SISTEMA DE GESTÃO SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO SGQ - SISTEMA DE GESTÃO DE QUALIDADE 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 12 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 13 1.1 GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO 16 1.1.1 Política de Segurança e Saúde no Trabalho 21 1.1.2 Identificação, avaliação e controle de riscos 22 1.1.3 Requisitos legais e outros 27 1.1.4 Objetivos do SST 27 1.1.5 Programas de gestão 27 1.1.6 Recursos, funções, responsabilidades, atribuições e autoridades 28 1.1.7 Competência, treinamento e experiência 29 1.1.8 Comunicação 29 1.1.9 Documentação e Controle de documentos 30 1.1.10 Controle Operacional 31 10 1.1.11 Preparação e atendimento a emergências 31 1.1.12 Medição e Monitoramento de Desempenho 32 1.1.13 Identificação e análise de incidentes e acidentes, não-conformidade, ação corretiva e ação preventiva 34 1.1.14 Controle de Registro 35 1.1.15 Auditoria 36 1.1.16 Análise Crítica pela Direção 37 2. 39 METODOLOGIA 2.1 VERIFICAÇÃO DA NR 18 40 2.2 SISTEMA DE GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR 46 CONCLUSÃO 55 REFERÊNCIAS 56 ANEXO 58 11 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como principal intenção apresentar a relevância dos sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, conteúdo estudado e praticado durante a pós graduação em Segurança do Trabalho. Os sistemas de gestão têm como principais objetivos melhorar o trabalho nas empresas e organizações e minimizar riscos de acidentes, bem como os incômodos e inconvenientes causados por estes. A partir da opinião de autores demonstraremos o quão importante são esses sistemas e de que forma normas especificadas em lei às normatizam. Detalhes relacionados à abordagem técnica e legal desses sistemas nortearão o trabalho. Pretende-se ainda aplicar os conteúdos teorizados em uma análise prática em empresa do setor de construção civil. O objetivo é apresentar os riscos causados pela falta de sistemas de gestão e de que forma a empresa em estudo trabalha com estes. Além de ser um benefício para a segurança física do trabalhador, o que poucos empresários entendem, é que a demanda financeira que um acidente causa pode ser evitado com a simples implementação de sistemas que evitem ou supram com agilidade o mesmo. Enfim, abordaremos de forma simplificada um estudo relacionado aos sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho e sua aplicação real em uma empresa do interior do Rio Grande do Sul que não aceita a totalidade desses sistemas e não acredita piamente na sua eficácia. O trabalho busca justamente esse contraponto e de que forma as empresas podem melhorar o seu funcionamento com planejamento e visão. 12 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O setor de atividade mais antigo do mundo é a construção civil, pois desde os tempos das cavernas o homem já engenhava abrigos e ferramentas para sua sobrevivência. A cada dia que passa ela sofre processos de transformações, seja nos materiais, projetos, mão-de-obra e principalmente processos construtivos. Atualmente a indústria da construção está em ascensão no Brasil, dados mostram que a construção civil movimenta cerca de 60% do capital bruto do país e emprega 1/3 dos trabalhadores. Nota-se, porém que a construção civil difere-se dos demais processos industriais contemporâneos. No subsetor edificações, que onde este presente trabalho se enquadra, observa-se processos únicos, cada um com uma série de peculiaridades o que se diferencia das atividades de indústrias, que produzem produtos em série. Há uma série de divergências na indústria da construção civil: trabalho precariamente organizado, heterogeneidade do produto, alta rotatividade de mão-de-obra, muitas vezes mão de obra não qualificada, grande variedade de materiais, alto índice de desperdício, elevados índices de acidentes de trabalho. Devido ao número bastante elevado de acidentes ocorridos nesse setor, e dando sequência a um plano governamental de avaliação periódica das normas regulamentadoras, o governo resolveu nomear uma comissão tripartite, com participação de representantes do governo, dos trabalhadores e dos empresários, para reavaliar a NR-18, criada em 1978, através da Portaria nº. 3.214, com o título de Obras de construção, demolição e reparos. Essa comissão reformulou a NR-18, dando-lhe uma nova redação e um novo título: Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. O novo texto da NR-18 passou a vigorar a partir de julho de 1995, através da Portaria Nº. 4 de 04/07/1995. A NR-18, após a nova redação, passou a contar com 38 disposições e um glossário. Essas disposições abordam os seguintes itens: objetivo e campo de aplicação; comunicação prévia; programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção - PCMAT; áreas de vivência; demolição; escavações, fundações e desmonte de rochas; carpintaria; armações de aço; estruturas de concreto; estruturas metálicas; operações de soldagem e corte a quente; escadas, rampas e passarelas; medidas de proteção contra quedas de altura; movimentação e transporte de materiais e pessoas; andaimes; cabos de aço; alvenaria, revestimento e acabamentos; serviços em telhados; serviços em flutuantes; locais 13 confinados; instalações elétricas; máquinas, equipamentos e ferramentas diversas; equipamentos de proteção individual; armazenamento e estocagem de materiais; transporte de trabalhadores em veículos automotores; proteção contra incêndio; sinalização de segurança; treinamento; ordem e limpeza; tapumes e galerias; acidente fatal; dados estatísticos; comissão interna de prevenção de acidentes - CIPA nas empresas da indústria da construção; comitês permanentes sobre condições e meio ambiente do trabalho na indústria da construção; regulamentos técnicos de procedimentos - RTP; disposições gerais; disposições finais; disposições transitórias. Estabelecendo diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e organização, a NR-18 objetiva a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Estudos recentes, como os de Saurin et al. (2000), Araújo e Meira (1996, 2000), Cruz (1997), dentre outros, demonstram que, apesar dos esforços realizados pelo governo (MTE, FUNDACENTRO, DRT), sindicatos de classes (empresários e trabalhadores), especialistas em segurança e saúde no trabalho (técnicos,engenheiros e médicos) e instituições de pesquisa (universidades e centros tecnológicos), a NR-18 ainda encontra dificuldades para ser devidamente implementada nos canteiros de obras brasileiros. As principais dificuldades, apontadas nesses estudos, para implantação da NR-18 dizem respeito à falta de conhecimento do seu conteúdo e não priorização de ações voltadas para a segurança, por parte das empresas. Apesar das dificuldades apresentadas, tanto os empresários como os trabalhadores afirmam que as condições de trabalho nos canteiros de obras têm melhorado bastante, de 1996 para cá. Entretanto, também afirmam que muito ainda há por fazer, pois ainda se podem encontrar empresários que defendem que segurança do trabalho resume-se ao simples uso de EPI. Da mesma maneira a qualidade da construção vem sendo exigida cada vez mais, a partir da crescente competição do mercado, bem como o aumento da exigência pelos clientes públicos e privados. Nas últimas décadas as organizações passaram a implementar diversos tipos de sistemas de gestão como forma de administrar e comprovar essa qualidade. Hoje há Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ), Sistema de Gestão Segurança e Saúde do Trabalho (SGSST) e também Sistema de Gestão Ambiental (SGA). As empresas estão cada vez mais se adaptando ao Sistema de Gestão Integrada (SGI) que engloba os três sistemas acima descritos. Ferreira (1986) define gestão como o ato de gerir. Cardella (1999) identifica gestão como o ato de coordenar esforços de pessoas para atingir os objetivos da organização. A gestão eficiente e eficaz é realizada de modo que as necessidades e os objetivos das pessoas 14 sejam consistentes e complementares aos objetivos da organização a que estão vinculadas. Um sistema de gestão pode ser deliberado como um conjunto de instrumentos interrelacionados, interatuantes e interdependentes de que uma organização ou entidade faz uso para planejar, operar e controlar suas atividades com o intuito de alcançar suas metas. Cardella (1999) define como instrumentos do sistema de gestão: Princípio: é a base sobre a qual o sistema de gestão é construído. Resulta da filosofia, do paradigma dominante. Objetivo: é um estado futuro que se deseja atingir. Estratégia: é um caminho para atingir o objetivo. Política: é uma regra ou conjunto de regras comportamentais. Diretriz: é uma orientação. Pode restringir os caminhos possíveis ou dar indicações de caráter geral. É mais específica que a política e serve, inclusive, para explicitá-la. Sistema organizacional: é um sistema no qual as relações entre pessoas predominam sobre as relações entre equipamentos. Sistema operacional: é um sistema no qual as relações entre equipamentos predominam sobre as relações entre pessoas. Por extensão, é operacional o sistema que, mesmo apresentando intensa rede de relações pessoais, apresente características repetitivas e mecânicas de trabalho. Programa: é um conjunto de ações desenvolvidas dentro de determinado campo de ação. Promove a evolução da organização rumo aos objetivos. São constituídos por objetivos específicos, diretrizes, estratégias, metas, projetos, atividades e planos de ação. Meta: é um ponto intermediário na trajetória que leva ao objetivo. Projeto: é a menor unidade de ação ou atividade que se pode planejar e avaliar em separado e, administrativamente, implantar. Tem característica não repetitiva de trabalho. Atividade: é um conjunto de ações com características repetitivas, utilizadas para atingir e/ou manter metas e objetivos. Método: é um caminho geral para resolver problemas. Cabe à cada empresa, adotar e implementar um sistema de gestão, de acordo com as suas necessidades e objetivos. Os sistemas de gestão são tidos como instrumentos eficazes no sentido de melhorar as condições do ambiente de trabalho. Eles representam ainda possíveis alternativas para a evolução da gestão nas empresas construtoras, as quais historicamente apresentam baixo desempenho nessa área. Nos últimos anos, tem havido um crescente interesse das empresas brasileiras pela busca da qualidade e melhoria da produtividade. Atualmente, fabricar um produto ou prestar 15 um serviço com alto nível de qualidade significa postura de liderança empresarial, representando uma poderosa vantagem competitiva. A corrida pela obtenção do certificado ISO (International Organization for Standardization) 9000 retrata bem esse cenário marcado pela concorrência e rivalidade. Segundo dados fornecidos pelo Comitê Brasileiro de Qualidade, o Brasil ocupa o segundo lugar em velocidade de certificação entre os 92 países que adotaram a certificação ISO 9000. A situação atual das normas considera certificáveis apenas a IS0 9001 e ISO 14001e as não certificáveis, a ISO 9000/9004, ISO 14004, BS 8800 e a OHSAS 18001, para os Sistemas de Gestão da Qualidade, Gestão Ambiental e da Segurança e Saúde no Trabalho. Já as normas ISO série 14000 são um conjunto de normas que fornecem ferramentas e estabelecem um padrão de sistema de gestão ambiental, propiciando, à empresa, sistematizar a sua gestão mediante uma política ambiental que vise à melhoria contínua em suas ações no quesito sustentabilidade ecológica. A OHSAS 18001, não é considerada como norma nacional ou internacional, ela é uma especificação que objetiva prover às organizações os elementos de um Sistema de Gestão de SST (Segurança e Saúde no Trabalho) eficaz, auxiliando-as a alcançar suas metas de segurança e saúde ocupacional, de forma integrada com outros requisitos de gestão. Baseada na OSHAS 18001 foi criada a norma brasileira NBR 18.801 que especifica requisitos para um Sistema de Gestão de SST, com o intuito de permitir a uma organização desenvolver e executar uma política e definir seus objetivos levando em conta os requisitos legais e informação sobre os riscos de SST. Pretende-se que esta Norma seja aplicável a todos os tipos e áreas de atuação de organizações e que se considere as diversas circunstâncias geográficas, culturais e sociais. 1.1 GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO As empresas devem estar livres de riscos de danos nos ambientes de trabalho, garantindo o bem estar físico, mental, e social dos trabalhadores. Para minimizar ou eliminar os prejuízos causados por um possível dano ou acidente de trabalho, muitas organizações desenvolvem e implementam sistemas de gestão voltados para a segurança e saúde ocupacional. Os principais motivos para as empresas investirem nesse tipo de sistema são custo e responsabilidade social. Da combinação dessas perspectivas as empresas percebem as vantagens competitivas que as motivam a continuarem na promoção SST. 16 Qualquer acidente que ocorre, resultando ou não em lesões aos trabalhadores, gera um prejuízo econômico significativo, pois todos os custos diretos e indiretos resultantes são creditados no custo de produção, revertendo em ônus para a empresa e consequentemente para todas as partes interessadas. Segundo Hinze (1997), um fato muito importante a ser considerado é que a maioria dos empresários ainda visualiza somente os custos diretos relacionados aos acidentes, enquanto que os custos indiretos podem ser de 3 a 10 vezes maiores que o custo direto. Para avaliar a abrangência desses custos, deve-se notar que sempre que ocorre algum acidente, por mais simples que seja, dá-se início à geração de uma série de despesas diretas e indiretas, que em geral, não são claramente percebidas e avaliadas pelas organizações. A Tabela 01 exemplifica os custos com a não-segurança sendo que principais custos envolvidos com os acidentes, tanto diretos como indiretos, e que podem possuir maior ou menor abrangência dadas as características do acidente; e o custo da segurança, exemplifica alguns dos principais custos da segurança sendo que esses custos podem ser maiores ou menores, pois são função do tipo de obra, duração, número de funcionários e da eficácia da gestão da SST na empresa. Tabela 1 - A diferenças do custo com a não segurança e a segurança CUSTOS DA NÃO-SEGURANÇA X CUSTOS DA SEGURANÇA Tempo Custos do transporte e atendimento médico; dos trabalhadores utilizado Pagamento de benefícios e indenizações aos durante as atividades de treinamento. acidentados e suas famílias; Custos dos Pagamento de multa e penalizações; conscientização e treinamentos, capacitação dos Tratamento de pendências jurídicas, tais como trabalhadores. processos criminais por lesões corporais, Custos com exames indenizatórias e previdenciárias. monitoramento de saúde. médicos de Tempo não trabalhado pelo acidentado durante Manutenção de equipes de SST e o atendimento e no período em que fica respectivos encargos sociais. Aquisição de equipamento de proteção afastado. Tempo despendido pelos supervisores, equipes individual. de SST e médica durante o atendimento. Tempo para desenvolvimento de Baixa moral dos trabalhadores, perda de projetos e instalação de proteções motivação e produtividade. consequente queda de coletivas. Placas de identificação e orientativas de 17 Tempo de paralisação das atividades pelo SST. poder público e consequente prejuízo à Manutenção produção. da infra-estrutura nos canteiros (áreas de vivência, refeitórios, Tempo para a limpeza e recuperação da área e alojamento, sanitários). Custos com realização de medições de reinício das atividades. Tempo dos supervisores para investigar os condições acidentes, preparar relatórios e ambientais (ruído, prestar iluminação, vapores etc.). esclarecimentos às partes interessadas: clientes, sindicatos, MTE, imprensa etc. Tempo de recrutamento e capacitação de um novo funcionário na função do acidentado, durante o seu afastamento. Fonte: própria autora, 2014 O simples conhecimento da existência e abrangência dos custos da não-segurança e da segurança é de fundamental importância para diretores e gerentes, pois o seu desconhecimento pode ser considerado um dos fatores que fazem as empresas negligenciarem a SST, assunto que normalmente é tratado como meras obrigações legais. Dessa forma, podese concluir que a avaliação dos investimentos em segurança pelas organizações, como a decisão de se implementar SGSST e outras decisões operacionais, deve ser feita por meio de uma análise da abrangência, mesmo que de maneira subjetiva, dos custos da não-segurança e dos custos da segurança. No contexto da responsabilidade social surge a importância da atuação socialmente responsável por parte das empresas, visto que cada uma deve possuir um processo contínuo de reavaliação do ambiente organizacional interno e externo, identificando como sua atuação direta e indiretamente pode afetar a qualidade de vida de seus funcionários, comunidades vizinhas, organizações com as quais se relaciona e a sociedade, e dessa forma possibilitar um desempenho que propicie as mudanças necessárias. Empresas devem ser consideradas como sistemas sociais cujos membros compartilham valores e uma cultura comum, formando a base de uma consciência corporativa. Assim, pode-se dizer que as empresas têm consciência e podem ser responsabilizadas moralmente por suas ações. Desse modo, a questão dos acidentes de trabalho é considerada como um dos elementos que integram a responsabilidade social das organizações. 18 Os Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho devem ser vistos como ferramentas gerenciais que contribuam para a melhoria no desempenho das empresas construtoras em relação às questões de SST, o que é uma necessidade fundamental para a organização, trabalhadores e para a sociedade. No entanto, há uma grande quantidade de empresas construtoras que desconhecem os SGSSTs, os conceitos envolvidos, seus elementos e que resultados e benefícios podem ser obtidos com a sua implementação. Para a correta implantação do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho é importante conhecer os níveis de desempenho em relação à Segurança e Saúde no Trabalho que as organizações podem apresentar, visto que o propósito básico do sistema é atuar sobre esse desempenho. Estes sistemas de gestão podem contribuir para que empresas obtenham um nível de melhoria contínua com mecanismos sistêmicos, fundamentando-se em uma atuação pró-ativos. Alguns conceitos básicos precisam ser conhecidos por essas organizações, tais como: Acidente: evento ou sequência de eventos de ocorrências anormais, ou qualquer interferência no processo normal de trabalho, que resultem em consequências que possam causar lesões ao trabalhador (NBR 18.001); na definição de acidente apresentada pelas normas BSI-OHSAS-18001 e BS8800: “evento indesejável que resulta em morte, problemas de saúde, ferimentos, danos e outros prejuízos”. Quase-acidente: um evento não previsto que tinha potencial de gerar acidentes. (BSI-OHSAS-18001 e BS-8800). O conhecimento dos quase-acidentes fornece informações para as organizações identificarem deficiências e estabelecerem as devidas medidas de controle, permitindo eliminar ou reduzir a probabilidade de que se tornem acidentes reais em uma situação futura. Incidente: uma ocorrência insegura que surge do trabalho ou ao longo deste, em que não são gerados danos pessoais ou segundo a NBR 18.801, qualquer ocorrência não programada que por circunstância possa resultar em lesões, danos materiais ou econômicos à organização ou anormalidade no processo operacional e/ou administrativo. Atos inseguros: são os fatores pessoais dependentes das ações dos homens que são fontes causadoras de acidentes. Exemplos: permanecer sobre cargas suspensas, operar máquinas sem estar habilitado ou autorizado, deixar de usar os equipamentos de proteção individual, remover proteções de máquinas, entrar em áreas não permitidas, entre outros. 19 Condições inseguras: estão ligadas às condições do ambiente de trabalho que são fontes causadoras de acidentes. Exemplos: máquinas sem proteções adequadas, iluminação e ventilação inadequadas, ferramentas em mau estado de conservação, piso escorregadio, temperatura elevada etc. Perigo: fonte ou situação com potencial de provocar lesões pessoais, problemas de saúde, danos à propriedade, ao ambiente de trabalho, ou uma combinação desses fatores. Identificamos que o conceito de perigo é igual a soma dos atos inseguros e condições inseguras. Risco: combinação da probabilidade e das consequências de ocorrer um evento não desejado que pode se transformar em dano à saúde, integridade das pessoas, materiais e ambiente do trabalho. Assim, o termo “risco” deve ser entendido como sendo um adjetivo que caracteriza os perigos, ou seja, um perigo pode ter um risco alto ou baixo. Segurança: o estado de estar livre de riscos inaceitáveis de danos. Saúde: estado de bem estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doenças ou enfermidades. Segurança e Saúde no Trabalho: é o estado de estar livre de riscos inaceitáveis de danos nos ambientes de trabalho, garantindo o bem estar físico, mental e social dos trabalhadores. Não-conformidade: é não-atendimento a um requisito legal, norma técnica, diretriz ou procedimento interno da organização, ou seja, qualquer desvio em relação às normas de trabalho, práticas, procedimentos, regulamentos, desempenho do sistema de gestão etc., que podem direta ou indiretamente levar a lesões ou doenças, danos à propriedade, prejuízo ao ambiente de trabalho, ou à combinação desses. Correção: segundo a ISO-9000, é a ação tomada para eliminar uma nãoconformidade definida para transformar uma situação não-conforme em conforme; ação corretiva, segundo a ISO-9000, é para eliminar a causa de uma não–conformidade identificada, ou outra situação indesejável. Ação preventiva: segundo a ISO-9000, é a tomada para eliminar a causa de uma potencial não-conformidade, ou outra situação potencialmente indesejável. Melhoria contínua: processo recorrente de se avançar com o sistema de gestão de SST e aperfeiçoamento tecnológico, com o propósito de atingir o 20 aprimoramento do desempenho da SST geral, coerente com a política de SST da organização. Os elementos de um sistema de saúde e segurança ocupacional exigem um processo contínuo de revisão e avaliação, dentro do conceito de melhoria contínua. Deve-se sempre levar em conta o aperfeiçoamento e a minimização de todas as não-conformidades em saúde e segurança. Segundo Tavares Jr. (2001) nesta avaliação, a identificação de um elemento com alto percentual ou indicador elevado em uma não-conformidade, pode ser usado como indicador de prioridade para eliminar a não-conformidade ou reduzi-la a padrões estabelecidos nas Normas Regulamentadoras. A construção do conceito de Sistema de Gestão da SST deve partir da teoria dos sistemas e do pensamento sistêmico para se estabelecer uma visão global sobre os SGSSTs, necessária às organizações que almejam sua implementação. Os elementos básicos de um SGSST, considerando os requisitos propostos pela norma NBR-18.801, e subdivide-os de forma sistemática em itens básicos conforme apresentados na Figura 1. Figura 2- Elementos do SGSST Fonte: própria autora, 2014 Para cada item são apresentados a análise crítica do requisito em relação aos seus objetivos específicos e ao entendimento do seu conteúdo, por meio de uma revisão bibliográfica do assunto das explicações dadas pelas normas e guias relacionadas aos SGSSTs, baseado nos requisitos da NBR 18.801. 21 1.1.1 Política de Segurança e Saúde no Trabalho O objetivo deste requisito é definir um direcionamento geral para a empresa e as diretrizes de atuação em relação à segurança e saúde do trabalho. Estas diretrizes devem ser compostas por elementos que efetivamente sejam cumpridos pela empresa e que sejam evidenciados de maneira clara. A política dever ser autorizada pela alta administração, que claramente estabeleça os objetivos gerais de segurança e saúde e o comprometimento com a melhoria do desempenho em segurança e saúde. A empresa deve fundamentar com base em sua política os objetivos e os respectivos programas de gestão da segurança e saúde no trabalho. O desdobramento da política e missão da empresa em objetivos quantificados feito sucessivamente ao longo de todos os níveis da organização, de maneira a permitir que cada pessoa saiba exatamente de que forma contribui, faz com que a empresa seja facilmente manobrável, tornando-se mais ágil e dinâmica. Em resumo, a política de SST é uma carta de intenções, devendo ser composta por pontos que efetivamente sejam cumpridos pela empresa e que possam ser evidenciados de maneira clara. Segundo Cruz (1998), o grau de comprometimento da diretoria com a segurança pode ser demonstrado de muitas formas. Embora possam ser estabelecidas políticas, é na área de assuntos não políticos que a diretoria pode fazer sua declaração mais forte sobre seu compromisso com a segurança, isto é, nas demonstrações não formais de comprometimento. O compromisso para a implementação da política de segurança dever ser primeiramente da diretoria, não se deve deixar apenas a cargo dos trabalhadores. Alguns autores sugerem medidas para serem adotadas para uma efetiva implementação, tais como: participar ativamente dos esforços para implementar as políticas de segurança; reconhecer os trabalhadores que implementam as políticas; demonstrar continuamente o seu apoio às políticas de segurança. A política deve ser informada a todos os funcionários da empresa de modo que todos entendam e compreendam, sendo desnecessário decorá-la. A divulgação pode ser feita através de cartazes, murais, palestras e até durante reuniões de treinamento. 1.1.2 Identificação, avaliação e controle de riscos A empresa deve estabelecer e manter procedimentos para a contínua identificação de perigos, avaliação de riscos e a implementação das medidas de controle necessária, devendo 22 documentar e manter tais informações atualizadas. Deve-se buscar o total conhecimento dos perigos e riscos existentes em seus ambientes de trabalho, estabelecendo uma sistemática que permita a criação de um inventário destes, contemplando a avaliação dos riscos envolvidos, devendo ser pró-ativo e ter como objetivo garantir que todos os perigos atuais e futuros sejam identificados e tratados adequadamente. No Brasil, essa tendência pode ser percebida na indústria da construção civil por meio das normas regulamentadoras NR-18 e NR-9 do MTE, pois estas estabelecem respectivamente os programas PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) e o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), que devem ser implementados pelas empresas de modo que contemplem obrigatoriamente um processo de identificação prévia de perigos e riscos existentes nos ambientes de trabalho. Apesar disso, a maioria das empresas, em especial as construtoras, ainda realiza a identificação de perigos e riscos de maneira informal, mal planejada, baseando-se exclusivamente na experiência de seu corpo técnico de SST e com o intuito exclusivo de obedecer a uma imposição legal, muitas vezes sem preocupar-se com os riscos reais oferecidos. De Cicco (1996) afirma que a identificação de perigos e riscos sem planejamento, e efetuada apenas para obedecer a uma imposição burocrática, resulta em um desperdício de tempo, não traz resultados positivos em relação à SST e pode levar a empresa a se perder em detalhes, o que é maléfico para a própria empresa e para os trabalhadores que atuam nela, uma vez que esses ficam descobertos de segurança. O gerenciamento de riscos é de fundamental importância, pois auxilia a tomada de decisão na área de Segurança e Saúde e permite melhor alocação de recursos, além de subsidiar o processo de definição de medidas de controle, podendo avaliar quais riscos são toleráveis e quais devem e poderão, futuramente, ser controlados. Estes dados também devem subsidiar o estabelecimento dos objetivos e programas, direcionando os recursos para as áreas mais importantes, o que resulta em uma melhoria na relação custo-benefício. Deve-se notar a importância deste requisito, uma vez que o desempenho de segurança e saúde está diretamente ligado à eficácia de sua implementação, ou seja, se os perigos e riscos forem mal identificados, todas as ações decorrentes serão realizadas de forma inadequada, visto que o planejamento não acontecerá adequadamente. É de suma importância salientar que não há probabilidade de se eliminar todos os riscos e perigos existentes nos ambientes de trabalho, Por isso, é fundamental um eficiente e 23 bem feito gerenciamento de riscos. Esse procedimento deve buscar de forma intensa e contínua minimizar os existentes. Nesse sentido, Brauer (1994) destaca que não existe risco zero. A empresa, baseando-se na identificação de perigos e avaliação de riscos, deve procurar os processos que possam contribuir para a eliminação ou para a redução destes e estabelecer os controles necessários para esse processo. Nesse aspecto, é válido considerar diversos fatores, como: o nível de risco existente, os custos, a praticidade do controle e a possibilidade de se introduzir novos perigos, a fonte (perigo), o meio e o homem, e quanto mais próximos os controles estiverem das fontes mais eficientes e efetivos eles serão. Os controles operacionais na fonte devem dar prioridade à eliminação dos perigos ou evitar que eles existam, pois uma vez que não existe, não haverá o acidente, nem danos ao trabalhador. Deve-se destacar que essa forma de controle pode demandar a aplicação de novas tecnologias, mudanças significativas nos processos e consequentemente maiores investimentos para se obter resultados mais significativos que intensifiquem a proteção e o melhor desempenho profissional dos trabalhadores. Os controles nos meios baseiam-se na criação de barreiras para prevenir que o trabalhador fique exposto a um determinado perigo, sem que este seja eliminado. Uma vez aplicadas, operando corretamente e com as devidas manutenções, as barreiras não demandam ações por parte das pessoas. Uma das maiores dificuldades em relação a esse tipo de controle é que, muitas vezes, as barreiras são removidas ou tornadas inoperantes, expondo as pessoas ao risco. Esse tipo de controle, em alguns casos, pode criar uma falsa sensação de segurança, podendo gerar graves acidentes. O controle sobre as pessoas baseia-se no estabelecimento de parâmetros para a forma de pensar e agir dos trabalhadores, como intuito de que os processos ocorram de maneira segura. Este deve ser utilizado como último recurso, somente nos casos em que não é possível conseguir uma forma praticável de tornar o ambiente de trabalho intrinsecamente seguro. Para o eficaz atendimento desse requisito, faz-se necessário um gerenciamento de riscos que seja sistemático, pró-ativo e tenha como intenção garantir que todos os perigos atuais e futuros sejam identificados antecipadamente e com segurança para que uma probabilidade de planejamento seja vislumbrada. As etapas de identificação dos perigos nas origens e avaliação dos riscos não são tarefas fáceis, uma vez que estamos constantemente passando pelos perigos de forma despercebida. Assim, é necessário treinamento e experiência para perceber condições inseguras e prever atos inseguros, já que não é tão simples e direto perceber como a 24 combinação de fatos e a complexidade das operações e equipamentos podem conduzir a um evento indesejável. Em virtude disso, a identificação dos perigos e a avaliação dos riscos devem ser realizadas por meio de uma abordagem estruturada, que é possível pela aplicação de técnicas analíticas estruturadas, tais como: APR – Análise Preliminar de Riscos: é uma metodologia indutiva estruturada para identificar os potenciais perigos decorrentes da instalação de novas unidades e sistemas ou da própria operação da planta que opera com materiais perigosos. Esta metodologia procura examinar as maneiras pelas quais a energia ou o material de processo pode ser liberado de forma descontrolada, levantando, para cada um dos perigos identificados, as suas causas, os métodos de detecção disponíveis e os efeitos sobre os trabalhadores, a população circunvizinha e sobre o meio ambiente. Após, é feita uma Avaliação Qualitativa dos riscos associados, identificando-se, desta forma, aqueles que requerem priorização. Além disso, são sugeridas medidas preventivas e/ou mitigadoras dos riscos a fim de eliminar as causas ou reduzir as consequências dos cenários de acidente identificados. What / IF: Esta é uma técnica de análise qualitativa, com aplicação bastante simples e útil na detecção de riscos, tanto na fase de processo, projeto ou préoperacional, e pode ser utilizada em qualquer estágio da vida de um processo. O objeto do What-If é proceder à identificação e tratamento de riscos que pode ser testado possíveis omissões no sistema. (CARDELLA, 1999).Da aplicação do What-if resultam a elaboração de questões sobre a possibilidade de ocorrência de eventos indesejáveis, bem como a geração de soluções para as possíveis ocorrências de eventos indesejáveis levantados. O conceito da análise What-if estimula a equipe de análise de risco a refletir sobre questões que começam com ¨E se...”;” O que aconteceria se...”; “O que acontece se...” HAZOP – Hazard and Operability Studies: é uma metodologia estruturada para identificar desvios operacionais, pode ser usada na fase de projeto de novos sistemas/unidades de processo quando já se dispõe dos fluxogramas de engenharia e de processo da instalação ou durante modificações ou ampliações de sistemas/unidades de processo já em operação. Pode também ser usada 25 como revisão geral de segurança de unidades de processos já em operação. Portanto, esta técnica pode ser utilizada em qualquer estágio da vida de uma instalação. A análise por HAZOP foi desenvolvida originalmente para ser aplicada a processos de operação continua. FMEA – Failure Mode and Effect Analysis: A Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE), também conhecida pela sigla FMEA (Failure Modes and Effects Analysis), é uma técnica de análise de riscos de uso geral, detalhada, qualitativa ou quantitativa. Segundo De Cicco (1994), esta técnica permite analisar as maneiras pelas quais um equipamento, componente ou sistema podem falhar. Permite também, estimar as taxas de falhas e os efeitos que poderão advir, e, estabelecer as mudanças que deverão ser feitas para aumentar a probabilidade de que o sistema ou equipamento funcione satisfatoriamente (DE CICCO e FANTAZZINI 1994). AAF – Análise de Árvore de Falhas: é uma técnica dedutiva que permite aos analistas de riscos focar em um acidente particular e fornece um método para determinar as causas deste acidente. A Árvore de Falhas é um modelo gráfico, baseado na aplicação de princípios da Álgebra Booleana (utilização de portas lógicas do tipo “E” ou “OU”), que exibe as várias combinações de falhas de equipamentos e erros humanos que podem resultar na principal falha do sistema de interesse, chamado de evento Topo (ou Top). As combinações sequenciais destes eventos formam os diversos ramos da árvore. De Cicco e Fantazzini (1994) Identificando os perigos e avaliando os riscos, as empresas podem avaliar quais são toleráveis e quais podem ser controlados e como realizar esse controle. Cabe destacar que este processo deve ser realizado no início da implementação do SGSST, em intervalos regulares definidos, ou quando requerido, uma vez que suas condicionantes não são estáticas e podem surgir novos perigos a qualquer momento, seja por fatores de mudança internos ou externos, inclusive no que se referem a novas obras, introdução de novos materiais, equipamentos e serviços. O SGSST é um processo mutante dependendo do teor estrutural da empresa. É preciso levar em consideração mudança, atualizações e, em especial, obras. 26 1.1.3 Requisitos legais e outros Antes de buscar a implementação de um SGSST deve se sempre procurar e conhecer as normas pertinentes relacionados à SST. A empresa deve estabelecer e manter procedimento para identificar e acessar a legislação e outras exigências de Segurança e Saúde no Trabalho que lhe são aplicáveis. As leis, normas e demais informações devem sempre estar atualizadas. É necessário comunicar informações relevantes sobre legislação e outras exigências aos seus empregados e a outras partes interessadas e participantes desse processo. A falta de um processo adequado para identificação e aplicação de legislações e normas nas empresas pode contribuir para o seu descumprimento e as consequentes multas, embargos e acidentes. O ideal seria a empresa ter um arquivo com os originais e dispor cópias atualizadas para consulta dos interessados, é recomendado que no caso de construtoras cada obra tenha seu acervo de documentos bem como o controle de utilização. 1.1.4 Objetivos do SST Os objetivos devem ser planejados antecipadamente e de forma clara para que seja possível atingi-los. A empresa deve fundamentar os mesmos, baseados na política do SST, pois dessa maneira enquanto a política estabelece os compromissos assumidos, os objetivos estabelecem as metas a serem alcançadas. A partir daí pode-se estabelecer um termômetro de análise das ações. Cada objetivo está ligado a um Programa de Sistema de Gestão da SST, e para cada programa definem-se metas e indicadores para que seja possível mensurar os objetivos e analisar se estão sendo realizados com êxito. Desse modo, é possível que a diretoria faça a análise crítica, possibilitando avaliar o desempenho do SGSST de maneira eficaz e baseada nos fatos apurados. Isso possibilita um trabalho mais organizado e eficaz. 1.1.5 Programas de gestão Os Programas de Gestão do SST devem ser estabelecidos e documentados para que possibilitem a comunicação de todos os envolvidos, durante sua aplicação. O programa deve contemplar alguns itens básicos, tais como: identificação de forma clara e objetiva das 27 responsabilidades de cada funcionário, em todos os setores da empresa; a identificação das atividades, dos recursos necessários e dos prazos para o desenvolvimento das mesmas. 1.1.6 Recursos, funções, responsabilidades, atribuições e autoridades O SGSST depende da ação de cada funcionário da empresa, para uma efetiva implementação e manutenção do mesmo é necessário que todos os níveis organizacionais estejam cientes de suas respectivas responsabilidades e atribuições. Para isso recomenda-se que seja composto um comitê de SST, com a seguinte estrutura: Representante da Alta Administração: deve ser representada Diretor Técnico ou pelo responsável pelo Departamento de Recursos Humanos da empresa, devido a sua formação. Dentre suas responsabilidades as principais são gerenciar toda e qualquer ação relativa à SST; presidir as reuniões do Sistema de Gestão. Responsável pela implementação do Sistema de Gestão:profissional da área de Segurança do Trabalho (Engenheiro, Médico ou Técnico) do quadro funcional da empresa. Recomenda-se que o profissional visite as obras alternadamente. Esses profissionais, preferencialmente, devem ser os responsáveis pelo PCMAT e pelo PCMSO, respectivamente, de forma a facilitar a implementação e acompanhamento dos respectivos programas. Engenheiro responsável pela obra: é o responsável pelo SGSST seja executado corretamente dentro do canteiro de obra. Mestre de obras: é o contato intermediário do engenheiro e os operários, sua responsabilidade maior é cumprir e fazer cumprir as ações relativas à SST definidas no SGSST. Representante da CIPA: recomenda-se que a empresa possua CIPA por estabelecimento ou centralizada, de acordo com o efetivo de cada obra. A responsabilidade da CIPA é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Representante dos funcionários da obra para os assuntos de SST: funcionário deve ser escolhido pelos seus colegas de trabalho,através de aclamação ou eleição, e tem como responsabilidade representar seus colegas no SGSST, devendo participar das discussões oriundas da implementação do sistema de gerenciamento. Outra 28 responsabilidade desse funcionário diz respeito à comunicação de medidas tomadas e/ou a serem implementadas, relativas à SST. A definição das responsabilidades pode ser formalizada por meio de manual de descrição de funções, organogramas das empresas, procedimentos de trabalho e matrizes de responsabilidades. 1.1.7 Competência, treinamento e experiência Deverá ser estabelecido um procedimento para identificar e prover as competências necessárias para exercer cada um dos cargos existentes na empresa. Podendo considerar as seguintes fontes: demandas relacionadas aos objetivos e programas de gestão da SST, requisitos legais e outras exigências, procedimentos e instruções de segurança, resultados de avaliações de desempenho de equipes, resultados dos indicadores de desempenho de SST, identificação dos perigos e avaliação dos riscos. As competências devem ser estabelecidas e documentadas minimamente em relação a formação escolar, cursos teóricos e práticos realizados e tempo de experiência em determinada função. As determinações precisam ser claras e direcionadas aos seus trabalhadores. Os documentos são utilizados como base para a realização de novas contratações, mudanças de funções e para a identificação de necessidades de novos treinamentos, para a garantia de que não haja pessoas inabilitadas realizando atividades. Na construção civil existe uma grande dificuldade quanto às mãos-de-obra operacional e gerencial, pois na maioria das vezes não apresentam qualificação necessária. Weeks (1998) cita, especificamente para o setor da construção civil, que os treinamentos práticos que demonstram práticas seguras são muito melhores para incutir um comportamento seguro do que as instruções em salas de aula com provas escritas. Este mesmo autor afirma que a educação e treinamento dos trabalhadores e supervisores são elementos essenciais em quaisquer programas de segurança e saúde do trabalhador. Os treinamentos devem contemplar os princípios gerais de SST, de forma integrada aos treinamentos das tarefas, específicos para cada canteiro de obras, cobrindo os procedimentos a serem tomados no caso de um acidente. 1.1.8 Comunicação 29 Este requisito deve ser desenvolvido por meio de um procedimento que proporcione uma sistemática confiável, o mesmo deve estabelecer uma boa comunicação entre gerência e trabalhadores e vice-versa, entre a empresa e todas as partes interessadas. O estímulo à comunicação entre os diferentes cargos é uma forma relevante de melhorar o funcionamento da empresa. Recomenda-se que a empresa estimule os funcionários a participar das boas práticas de SST e apoiar a sua política de SST. Como meios de comunicação, sugere-se que sejam elaboradas instruções de serviços, a serem utilizadas pelos funcionários da empresa e/ou partes interessadas (contratados e visitantes, por exemplo), de acordo com o serviço e as partes envolvidas na execução do mesmo. Outros meios que também podem ser utilizados são: quadros de aviso, contendo dados sobre o desempenho da SST, distribuição de cópias de procedimentos do SGSST, cartas de advertências entre outras. Essas ações devem ser todas documentadas. O SGSST não pode ser constituído apenas por formulários e procedimentos se os funcionários não tiverem uma comunicação eficiente, de fácil acesso e aprendizado. É necessário que uma política de comunicação atenda os diferentes cargos e funções e esteja acessível para ser eficaz. 1.1.9 Documentação e Controle de documentos Como forma de atender as necessidades da empresa e estar compatível com suas características, a documentação deve ser desenvolvida com um formato específico, em virtude de ser o elemento chave para a realização de qualquer processo que envolva comunicação permitindo que o conhecimento existente relativo à SST seja mantido e aperfeiçoado de forma contínua. Entre os itens mínimos a serem exigidos estão os registros que devem estar legíveis, identificáveis e rastreáveis às atividades envolvidas. Os registros de segurança e saúde no trabalho devem ser arquivados e mantidos de maneira que possam ser recuperados tanto sob condições rotineiras como sob condições não rotineiras, incluindo emergências. Os documentos desenvolvidos para o sistema de gestão devem ser controlados por meio de um procedimento que assegure que eles sejam criados e distribuídos de uma forma organizada, permitindo uma correta organização. Deve-se também ser desenvolvido um manual que contemple informações relevantes explicando o funcionamento do Sistema de 30 Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em linhas gerais e em linguagem acessível aos diferentes níveis escolares que a empresa contempla. 1.1.10 Controle Operacional No presente requisito é necessária a avaliação dos riscos e identificação dos perigos para a aplicação de medidas de controle. Para isso, devem ser elaborados procedimentos para controlar as ações, tais como lista de verificação de EPI, de EPC, de Máquinas e Equipamentos, entre outras. Segundo Brauer (1994) para selecionar os controles operacionais devem ser considerados diversos fatores, entre eles: o nível de risco existente, os custos, a praticidade do controle e a possibilidade de se introduzir novos perigos. Esse autor destaca que a implementação de um controle operacional pode resultar na introdução de novos perigos, ou seja, podem surgir efeitos colaterais. Um exemplo dessa situação é o caso da substituição do transporte manual de tambores por um transporte mecanizado, no qual se reduz a probabilidade de lesões musculares, mas surge a possibilidade de atropelamento de transeuntes pelo equipamento mecânico. Distintos autores afirmam que deve-se levar em consideração a fonte (perigo), o meio e o homem para o processo de definição de controles. E, estabelecem a regra geral que quanto mais próximos os controles estiverem das fontes mais eficientes e efetivos eles serão. Dessa maneira, que o controle operacional deve dar prioridade à eliminação do perigo ou caso não seja possível deve-se buscar a redução dos seus riscos, ou seja, reduzir a gravidade dos danos que podem gerar ou a probabilidade de sua ocorrência. 1.1.11 Preparação e atendimento a emergências Com base nos perigos existentes, a empresa deve identificar todas as hipóteses possíveis de emergências, ponderando novos riscos e situações de emergência que possam ocorrer com a instalação de novos equipamentos, novos serviços e materiais. Uma vez que nenhuma atividade pode ser realizada de maneira totalmente segura, assim toda a situação se emergência deve ser pensada, planejada, praticada e implementada pela empresa. Desse modo, este requisito estabelece que a empresa deve ter planos ou procedimentos de emergência, onde deve ser definido como agir em eventual situação de emergência, devendo ser considerado a hipótese de emergência, a preparação (recursos disponíveis para 31 uma eventual situação de emergência) e atendimento (como é feita a detecção, comunicação, avaliação e mobilização dos recursos para controlar a emergência). O procedimento deve conter itens básicos tais como: sinalização das rotas de fuga e saídas de emergências, sistemas de iluminação de emergência, responsabilidade desempenhada por cada um em situação de emergência (coordenar evacuação, prestar primeiros socorros, combater o incêndio, acionar agentes externos), treinamentos e qualificações necessários, mapas e plantas com a rotas de fuga identificadas, localização dos equipamentos de emergências, método de identificação dos brigadistas e socorristas (braceletes, coletes reflexivos ou identificação nos capacetes), como visitantes e subcontratados são orientados para atuar nas situações de emergência. No caso de construtoras, os planos de emergências devem ser elaborados individualmente para cada obra, visto que existem particularidades que impossibilitam a criação de um plano único, devido a quantidade de trabalhadores, aos agentes externos, layout do local e estruturas organizacionais diferentes. Portanto, pode-se afirmar que a eficácia durante as emergências se dá em função a quantidade e qualidade do planejamento, dos treinamentos e simulados utilizados. 1.1.12 Medição e Monitoramento de Desempenho Os autores estudados definem desempenho como um elemento vital em qualquer sistema de questão, porém só é possível gerenciar aquilo que se pode medir. Krause (1995) define três razões básicas para se medir e monitorar o desempenho em SST, são elas: Prestação de contas: a medição possibilita a prestação de contas por todos os envolvidos; Indicadores: as empresas querem saber se estão evoluindo ou não, e, em geral, demandam ferramentas para realização de benchmarking, o que possibilita a comparação de desempenho entre empresas (externo) ou entre obras e setores de uma mesma empresa (interno); Retroalimentação: criação de um mecanismo de retroalimentação que possua grande valor, pois reforça o bom desempenho e corrige os desempenhos que apresentam falhas. Os resultados obtidos dos monitoramentos são empregados para determinar se os objetivos de SST, preestabelecidos na elaboração do manual do SGSST, foram alcançados e que sejam incorporados ao ciclo de melhoria contínua. Existem diversos métodos de 32 monitoramento, entre eles, indicadores de desempenho para avaliar o atendimento dos objetivos e metas de SST, lista de verificações (check list), levantamentos de segurança por amostragem entre outros. A obtenção de indicadores que possam corresponder a perspectivas requer um esforço planejado, a fim de avaliar o sistema de gestão da SST e mobilizar as pessoas em torno da importância dos resultados dessa atividade para a promoção da melhoria do desempenho da SST. Os indicadores devem ser considerados proativos quanto reativos, considerando-se suas respectivas abrangências. Hopkins (1994) denomina indicadores proativos aqueles que são capazes de detectar ou medir resultados ou impactos negativos em fases, suficientemente, precoces a fim de gerar informações que levem a ações que permitam, ou que possibilitem interromper o curso evolutivo, reverter o processo, e evitar o fato ou asua ocorrência. Segundo esse autor, denominam-se indicadores reativos aqueles que são capazes de detectar ou medir resultados ou impactos após a ocorrência de eventos cuja análise, ainda que post factum auxiliem com informações para realimentar o processo de melhoria contínua.A figura 2 apresenta os indicadores com base no diagrama causa-efeito, explicitando que os indicadores proativos estão ligados às causa das ocorrências enquanto os indicadores reativos estão ligados aos efeitos decorrentes. Figura 3 - Abrangência dos Indicadores Proativos e Reativos Tradicionalmente a avaliação de desempenho em SST é realizada através das medidas e frequências de acidentes, porém nos dias atuais não satisfazem mais os preceitos atuais de 33 SGSST que requerem uma avaliação mais sistemática que priorize indicadores proativos, proporcionando informações para que se possa agir preventivamente sobre perigos e riscos existentes nos locais de trabalhos. Os dois tipos de indicadores devem ser empregados de forma conjunta, visto que a análise de ambos possibilita a intervenção no SGSST de forma mais precisa do que isoladamente. A política de se prever e agir antes de que um acidente aconteça é mais eficaz e proporciona melhores resultados. 1.1.13 Identificação e análise de incidentes e acidentes, não-conformidade, ação corretiva e ação preventiva O presente requisito exige que a empresa estabeleça um procedimento com sistemática para identificação e para análise as não conformidades, acidentes e quase-acidentes e para subsequente tomada de ações corretivas e preventivas. Deve-se destacar que a ação preventiva é executada para prevenir a ocorrência, enquanto que a ação corretiva é executada para prevenir a repetição de ocorrências já registradas. Esses procedimentos devem incluir: definição de responsabilidades e autoridades dos envolvidos na implementação, notificação, investigação, acompanhamento e monitoramento das ações corretivas e preventivas; obrigatoriedade de notificação de todas as não-conformidades, acidentes, incidentes e perigos; aplicação extensiva a todos os funcionários com vínculo empregatício, contratados, temporários, visitantes e qualquer outra pessoa no local de trabalho; garantia de que nenhum funcionário sofrerá qualquer tipo de repressão por notificar uma não-conformidade, um acidente ou um incidente; definição clara do rumo da ação a ser tomada, a partir das não- conformidades identificadas no SGSST. Inicialmente deve-se investigar as causas, tanto para ações corretivas quanto para ações preventivas, pois somente depois de conhecê-las é presumível impedir a ocorrência ou reincidência de não-conformidades e acidentes. Algumas informações provenientes dos processos de medição e monitoramento do desempenho apoiam a tomada de ações corretivas, preventivas e realização de correções, 34 entre elas, estão por exemplos relatórios de auditorias, relatórios de inspeções de segurança em obras, ocorrência de acidentes e quase-acidentes, entre outras. Para a investigação das não-conformidades, acidentes e quase-acidentes existem diversos métodos utilizados, dos mais complexos ao mais simples, dependo da gravidade do problema identificado.Entre eles, podem ser adotados Métodos de Análises e Solução de Problemas (MASP) consagrados, tais como análise de Árvore de Falhas (AAF); diagrama de Causa-Efeito; brainstorming. 1.1.14 Controle de Registro O presente requisito tem como objetivo assegurar que todos os registros devem ser mantidos a fim de demonstrar que o SGSST está operando de maneira eficiente e que os procedimentos da obra estão realizados sob condições seguras. Durante o desenvolvimento da documentação, principalmente no caso de formulários, deve-se tomar os devidos cuidados em sua formatação, para que após o seu preenchimento (registros), não existam dúvidas em relação à exata situação em que este foi gerado (processo, local, data, horário etc.). Ponderando o requisito, pode-se dizer que os parâmetros obrigatórios a serem definidos e formalizados para cada registro são: Identificação: os registros devem apresentar títulos e/ou códigos atribuídos. Legibilidade: não são admitidos registros que não sejam legíveis para os usuários. Também pode ser incluída a questão da falta de inteligibilidade que pode ocorrer nos casos em que são utilizadas línguas estrangeiras, ou representações gráficas desconhecidas pelos usuários. Recuperação: o processo de busca de qualquer registro deve ser fácil e rápido. Assim, é necessário para cada registro gerado a definição do seu local de arquivo (andar, sala, número da gaveta, endereço físico ou eletrônico etc.), e a sua forma de indexação (ordem alfabética, por data, por obra etc.). Proteção: a forma de arquivamento deve evitar a deterioração ou perda dos registros, podendo ser feita a proteção por meio da utilização de pastas suspensas, pastas tipo AZ, caixa arquivo, realização de back-ups de registros eletrônicos, entre outros. 35 Tempo de Retenção: deve ser definido por quanto tempo cada registro deve ser guardado antes do seu descarte, devendo-se considerar as exigências legais para tal definição. 1.1.15 Auditoria A auditoria do SGSST é um exame sistemático que determina se as atividades e os resultados relacionados estão de acordo às disposições planejadas e se as disposições estão implementadas efetivamente de forma a atender à política e aos objetivos de SST. Recomenda-se que a empresa tenha um programa de auditoria interna do SGSST, com o objetivo de permitir à empresa uma análise crítica do seu sistema de gestão. Essas auditorias devem ser realizadas por pessoas que pertençam à empresa ou por pessoas externas, a fim de estabelecer o grau de conformidade com os procedimentos documentados de SST e avaliar se o sistema é ou não eficiente no atendimento aos objetivos de SST da empresa. As pessoas responsáveis pela auditoria devem estar em uma posição que lhes permita agir de forma imparcial e objetiva. As avaliações da auditoria devem ser detalhadas quanto à eficácia dos procedimentos de SST, de conformidade com procedimentos e práticas, e identificar as ações corretivas, devendo estas informações serem registradas e relatadas à Direção da empresa em momento oportuno. Barreiros (2002) cita que a avaliação do SGSST é uma etapa essencial para dar consistência ao ciclo de melhoria contínua e contribuir para a aprendizagem organizacional. A regularidade desse processo é decisiva para o aprimoramento das estratégias para assegurar a correção dessa rota. O autor cita que essa avaliação destina-se a contribuir para: Obter informações sobre o estágio de desempenho da SST atual e tendências ou evoluções desses resultados ao longo do tempo; Julgar a funcionalidade e a eficácia do SGSST para identificar oportunidades de melhorias que satisfaçam às partes interessadas; Obter informações para a retroação sobre o SGSST, visando à melhoria contínua do desempenho em SST e ao aprendizado organizacional; Preparar a empresa para a certificação do SGSST; Obter informações adicionais para justificar a priorização das inovações e melhorias necessárias diante das circunstâncias existentes; 36 Proporcionar informações aos tomadores de decisão sobre a necessidade de introduzir novas tecnologias a fim de assegurar a consolidação do processo de melhoria contínua; Compreender como essas melhorias podem ser alcançadas frente às restrições de recursos existentes; Gerar informações para se realizar o balanço social, a fim de que possam demonstrar às partes interessadas o cumprimento de sua responsabilidade social quanto à SST; Dar transparência às partes interessadas sobre como a gestão da SST é realizada e justificar o seu desempenho ao longo do tempo frente aos objetivos estabelecidos; Melhorar a imagem corporativa junto às partes interessadas através da demonstração da existência na melhoria do desempenho em SST; Reivindicar ao Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) a redução do seguro acidente de trabalho, quando existir a melhoria no desempenho da SST ao longo do tempo; Candidatar-se a prêmios de excelência em decorrência da melhoria do desempenho em SST; Auxiliar os gerentes e os trabalhadores a compreenderem como e quais alternativas existem para solucionar os problemas da SST identificados, a fim de promover a melhoria do desempenho em SST; Proporcionar os elementos para análise crítica do sistema de gestão pela diretoria, e a oportunidade para a revisão de valores, crenças e pressupostos equivocados existentes na empresa; Construir as bases para o aprendizado organizacional e novas competências que possam agregar valor ao SGSST. 1.1.16 Análise Crítica pela Direção A alta administração da empresa deve analisar criticamente os relatórios provenientes do Sistema de Gestão de SST implementado. A análise deve ser efetuada em reunião mensal, normalmente, na primeira semana do mês, e contar com a participação da alta administração (diretor técnico, por exemplo), engenheiro(s) da obra, responsáveis pelo Sistema de Gestão da SST (engenheiro de segurança, médico do trabalho e/ou técnico de segurança, sendo estes do quadro funcional da empresa ou não), mestre de obras, representante da CIPA, se houver, e um representante dos trabalhadores para as questões de SST (esse representante deve ser 37 escolhido pelos próprios trabalhadores). As reuniões devem ser documentadas através de atas para que dúvidas ou decisões tomadas possam ser verificadas posteriormente. Essa análise visa avaliar se o SGSST está sendo totalmente implementado, se a política está sendo cumprida e os objetivos atingidos. Recomenda-se que a análise crítica considere, ainda, se a política de SST continua apropriada. Caso não esteja, os objetivos devem ser atualizados ou modificados, de forma que permaneçam adequados às necessidades da empresa, podendo, também, haver alterações em outros itens que compõem o SGSST. Nos relatórios da auditoria devem constar, estatísticas de acidentes, estatísticas de embargos e interdições pelo responsável pela implementação do SGSST ou por auditores fiscais da DRT, não-conformidades anotadas no período em questão. 38 2. METODOLOGIA Segundo Marconi e Lakatos (2006), toda pesquisa implica levantamento de dados de várias fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregadas, e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Os dois processos pelos quais se podem obter os dados são a documentação direta e a indireta. A primeira constitui-se, em geral, no levantamento de dados no próprio local onde os fenômenos ocorrem. Esses dados podem ser conseguidos de duas maneiras: através da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratório. Ambas se utilizam das técnicas de observação direta extensiva (questionário, formulário, medidas de opinião e atitudes técnicas mercadológicas). A segunda serve-se de fontes de dados coletados por outras pessoas, podendo constituir-se de material já elaborado ou não. No presente caso usou-se do primeiro processo, sendo feita pesquisa de campo em uma construtora que tem seu ramo na construção de edificações verticais residenciais, foi elaborado um check-list, conforme segue anexo A, onde se avaliou a estrutura da empresa, aplicação de segurança e saúde do trabalho, gestão de qualidade e gestão ambiental. Atuando há mais de 20 anos na área de construção civil, é uma empresa que busca oferecer aos seus clientes serviços na área de incorporação e execução de obras residenciais, sub-setor de edificações. Apresenta como sócio proprietário, um engenheiro civil, sendo a empresa atualmente possui mais de 20 funcionários, tendo como responsável pelas uma engenheira civil. A construtora já construiu mais de 30.000 metros quadrados em 9 edifícios residenciais com um sistema construtivo racionalizado e já consolidado na empresa ao longo dos anos, que é a alvenaria convencional. Atualmente, está em execução um edifício tem outros na fase de projeto. Quase a totalidade dos trabalhadores da obra eram funcionários da empresa, ou seja, mão-de-obra própria, sendo que apenas alguns serviços específicos, como fundações especiais e terraplanagem são subcontratados. Na área de segurança e saúde do trabalhador a empresa possui PPRA, PCMAT e PCMSO, isto é, somente o que é obrigatório pela legislação. No quadro funcional da empresa não há nenhum profissional na área de segurança, assim como não a nenhum programa de gestão. Porém, a empresa ofereceu dois treinamentos: trabalho em altura e primeiros socorros. Relativo a acidentes de trabalho, a engenheira responsável informou que há registrado apenas um. 39 2.1 VERIFICAÇÃO DA NR 18 A NR 18 foi aplicada em um dos canteiros de obra da construtora já mencionada, a figura 03 apresenta o layout do canteiro e após aponta-se o que diz a norma e o que se constatou na visita feita. Figura 4 - Layout canteiro de obras Fonte: própria autora, 2014 Área de vivência: A partir do esquema acima e das fotos abaixo podemos perceber que todas as obras apresentam no próprio canteiro um espaço destinado a sanitário, vestiário, local de refeições e escritório/estoque de materiais. Confeccionados de placas de MDF, cobertos com telhas de fibrocimento e um contrapiso de concreto e na área externa uma camada de brita. Sendo que na NR dispõe que deve haver ventilação natural efetiva de no mínimo 15% da área do piso, composta por no mínimo duas aberturas adequadamente dispostas, porém como o espaço normalmente encontra-se localizado sobre a divisa de fundo do lote, não é possível as duas aberturas, mas uma delas já preenche o requisito dos 15%. Possui também pé direito de 2,50 metros sendo acima do estabelecido pela norma. As instalações elétricas possuem aterramento. O vestiário não apresenta armários individuais dotados de fechadura, na figura abaixo podemos verificar como é o vestiário. 40 Figura 5 - Imagens da área de vivência Fonte: própria autora, 2014 Carpintaria: neste setor observamos inúmeras irregularidades, na serra circular o motor não está aterrado eletricamente, as transmissões de força não são protegidas, não há coletor de serragem, na operações não são utilizados dispositivos de empurrador e guia de alinhamento, o setor de carpintaria é realizado no meio do canteiro de obras e no pedaço de espaço coberto as lâmpadas estão desprotegidas. A figura 5 mostra a localização da serra circular. Figura 6 - Área da Carpintaria Fonte: própria autora, 2014 Armações de aço: assim como a carpintaria apresenta irregularidades, não está localizada numa área muito afastada da circulação dos trabalhadores, não possui uma cobertura residente e não há lâmpadas muito menos protegidas. Porém todos os pontilhões de aço estão 41 protegidos. Na figura 6 observamos do lado esquerdo local onde são feito as armaduras e do lado direito os vergalhões protegidos. Figura 7 - Armações de aço Fonte: própria autora, 2014 Estruturas de concreto: neste requisito pelo que o técnico nos informou a empresa está em acordo com a legislação, não foi possível visualizar pois não foi feita concretagem nos dias de visita. Porém conforme mostra a figura 7 é possível visualizar o responsável verificando as armaduras e as formas todas escoradas. Figura 8 - Estruturas concreto armado Fonte: própria autora, 2014 42 Escadas, rampas e passarelas: é usual da empresar ir construindo a escada definitiva ao mesmo tempo que a próxima laje, sendo assim é pouco usado escadas de mão e escadas provisórias, na obra constatamos uma rampa provisória mas como diz a norma Nas rampas provisórias, com inclinação superior a 18º (dezoito graus), devem ser fixadas peças transversais, espaçadas em 0,40m (quarenta centímetros), no máximo, para apoio dos pés e isto podemos constar no lado direito da figura 8, nota-se que tanto a foto da direita como a da esquerda possui corrimão, entretanto na foto da esquerda não possui rodapé, sendo que é exigido pela norma. Figura 9 - Escadas e rampas Fonte: própria autora, 2014 Medidas de proteção contra queda em altura: na maioria dos lugares onde há risco de queda de trabalhadores ou de projeção e materiais existe proteção coletiva, porém nas paradas do elevador de carga não há nenhuma barreira física e nem sinalização. O elevador de carga possui uma proteção externa para evitar o caimento de materiais. As plataformas estão corretamente dimensionadas e fixadas. A construtora possui um sistema primitivo de Sistema de Queda em Altura, sendo que está em fase de transformação após o curso de Trabalhos em Altura. 43 Figura 10 - Proteção Contra Quedas Fonte: própria autora, 2014 Movimentação e transporte de materiais e pessoas: a empresa está em total desacordo com este item, não há nenhuma norma interna e os elevadores de carga não sofrem manutenção periodicamente. A norma preconiza que as áreas de carga ou descarga devem ser isoladas somente sendo permitido o acesso às mesmas ao pessoal envolvido na operação, mas como podemos observar a área de carga, a direita da figura 10 está cheia de entulho e a área de descarga, a esquerda da figura, é uma janela totalmente inapropriada. Figura 11 - Movimentação de Cargas Fonte: própria autora, 2014 Andaimes e plataformas de trabalho: assim como o item anterior, este requisito apresenta muitas irregularidades, na visita podemos ver alguns andaimes pela obra, alguns serviam de 44 mesa e suporte de materiais, outros de maneira bem insegura, e outros improvisos também, na figura xx analisamos as situações acima descritas. Figura 12 - Andaimes em situações irregulares Fonte: própria autora, 2014 Equipamentos de proteção individual (EPI) como já foi visto em algumas fotos anteriores a empresa fornece todos os equipamentos de proteção individual. Sendo que este item está em acordo com a legislação. Tapumes e galerias o presente item também está de apropriado para a legislação vigente, na figura 12 podemos ver o tapume em uma das obras. Figura 13 - Tapume padrão das obras Fonte: própria autora, 2014 Proteção contra incêndio no canteiro você encontra alguns extintores, mas a empresa não possui brigada de incêndio, na figura 13 observa-se um extintor na área de vivência. 45 Figura 14 - Extintor na área de vivência Fonte: própria autora, 2014 Treinamentos a empresa hoje possui treinamento sobre o uso correto de EPI, EPC, primeiros socorros e trabalho em altura, porém os mesmos não são realizados regularmente, apenas quando o funcionário é admitido. Ordem e limpeza dependendo do local do canteiro, você encontra áreas organizadas, mas também encontra áreas com bastante acúmulo de restos de materiais e desorganizados. 2.2 SISTEMA DE GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Para início do projeto de implementação do sistema de gestão da segurança e saúde do trabalhador (SST) na empresa é importante que a alta direção e os gestores de processo tenham conhecimento sobre o tema, através de cursos especializados nas normas de referência anteriormente citadas ou pela participação de palestra ministrada por especialistas, visando a apresentação de conhecimentos básicos, dos requisitos do sistema e as principais atividades a serem desenvolvidas. Depois de feito este estudo sobre a legislação pertinente e esclarecidas maiores dúvidas, é necessário formar o comitê do SST, indicando os membros. Para uma formação apropriada é imprescindível a participação de membros de cada área relacionada e do SESMT. Na ausência desses membros, deverá a empresa contratar um consultor 46 especializado para instruir e capacitar colaboradores indicados pela alta direção. O consultor fornecerá conhecimentos saúde e segurança no trabalho aplicado na área de construção civil. Após comitê devidamente formado será responsabilidade do mesmo formar grupos de trabalho, para a elaboração de procedimentos, e promover discussão e análise crítica dos mesmos juntamente com o Representante da Direção. O mesmo deverá ser nomeado pela alta direção, pois terá como atribuições assegurar todos os processos sejam estabelecidos, implementados e mantidos, liderar o comitê e relatar o desempenho do sistema para a alta direção. Em seguida ao comitê e representante escolhidos, devem-se começar a ser planejadas atividades a serem desenvolvidas na concepção e implementação, tais como: reuniões, entrevistas, treinamentos, dinâmicas, palestras, pesquisas e visitas em outras empresas. Inicialmente monta-se um cronograma para ser seguido contendo as ordens de atividades, data, assunto, objetivos, pessoas envolvidas e prazos limites. O comitê, o representante da direção e conceitos e terminologias básicas envolvidas no sistema devem ser apresentados aos colaboradores, explicando suas funções, atribuições e responsabilidades e, principalmente, como serão desenvolvidas as atividades, demonstrando o planejamento inicial. O primeiro procedimento a ser criado deverá descrever a sistemática de aprovação, análise crítica de documentos, controle de revisões, controle de distribuição, de forma que estejam disponíveis nos locais de uso evitando, ainda, o uso acidental de procedimentos e formulários obsoletos. Convém que todos os documentos sejam controlados. Outro procedimento que precisará ser criado é sobre a forma de controle, identificação, armazenamento, proteção, recuperação, tempo de retenção e descarte dos registros. Deverão permanecer todos controlados e legíveis, identificados e de fácil recuperação para evidenciar a conformidade do processo com os requisitos do SST. O comitê deve realizar o levantamento de todos os requisitos necessários para o estabelecimento da estratégia de implantação, do escopo do sistema, da política da empresa e dos procedimentos e controles operacionais. Compreende-se em atividades de mapeamento da estrutura organizacional e dos processos da empresa, diagnóstico sobre práticas existentes relacionadas aos requisitos do sistema, identificação dos serviços e materiais críticos para qualidade e produtividade, identificação das partes interessadas, levantamento e análise de aspectos e impactos ambientais, perigos e riscos resultantes das atividades da empresa e análise de atendimento da legislação e requisitos aplicáveis. 47 Os processos, bem como os respectivos fluxos e interações entre eles, podem ser representados por um fluxograma. A realização do diagnóstico tem propósito de verificar a existência de práticas na empresa relacionadas aos requisitos das normas de referência do SST e de promover a discussão dessas exigências pelos membros do comitê, possibilitando seu entendimento para posterior aplicação na empresa. Essa análise é feita através de um formulário, contendo a lista de exigências de cada requisito por norma e o campo para registro da análise respectiva podendo ser adotado um critério básico de atendimento, no caso da construtora anteriormente citada, a análise só será não será feita, pois ela não possui nenhum sistema de gestão da saúde do trabalhador, porém pode se basear para o início do sistema, os documentos do sistema de gestão da qualidade, já que a empresa está no nível D se aprimorando para o nível C. A partir do diagnóstico, são identificados os serviços que possuem maior importância e relevância no caminho crítico da obra, pois esses terão procedimentos de execução, monitoramento e inspeção, e os seus principais materiais relacionados, que terão critérios de especificação para aquisição e controle no seu recebimento da obra. Para a criação dos procedimentos, solicita-se que sejam criados grupos de trabalho, levando em conta a identificação perigos e riscos à saúde e segurança no trabalho, sendo que os mesmos serão coordenados pelo comitê e orientados por um especialista em SST. O presente grupo deve envolver o SESMT, engenheiro da obra, mestre de obras e demais encarregados. Faz-se o levantamento de análise de riscos por área, devendo ser considerada todas as atividades desenvolvidas, rotinas, operação de máquinas, manuseio e armazenamento de materiais, atividades de limpeza, entrada e permanência de visitantes na empresa, reforma e ampliação das instalações, entre outras. Para confecção de planilhas é necessário consultar funcionários relacionados as atividades, além desses devem se consultados especialistas e quando houver serviços terceirizados também deverão ser consultados. No momento que houver uma mudança de equipamento, rotina de trabalho ou algum incidente que seja identificado um novo risco ou situação de perigo deve ser comunicado o RD, sendo esse responsável por comunicar o comitê para que seja revisto a planilha da presente atividade. Usualmente, mesmo quando não há alteração nas planilhas as mesmas são revistas semestralmente. 48 Além dos dados acima solicitados na planilha, usualmente é solicitado mais uma coluna para a avaliação dos riscos, considerando a probabilidade de ocorrência de cada evento e a gravidade das consequências e de seus impactos nas partes interessadas. Da mesma maneira deve fazer um levantamento de todos os requisitos legais e normas técnicas relacionadas às atividades da empresa, das obras e ao trabalhador, sendo recomendável que todas sejam registradas em planilhas específicas, contendo informações como origem, requisito legal, tema, assunto, fonte, data de atualização. É necessário também relacionar as normas técnicas, aplicáveis aos materiais e serviços controlados. Em seguida, a alta direção deve estabelecer estratégias para a implantação do SST, com definição do escopo de atuação, normas e referências do sistema de gestão, prazo e ordem de implantação, identificando prioridade de processos. O esquema abaixo apresenta de forma resumida os passos para a devida implementação do sistema: Figura 15 - Esquema de implementação Fonte: própria autora, 2014 De modo sistemático a tabela 2 apresentada nas próximas páginas, nos mostrar todos os procedimentos que devem ser feitos em conformidade com a norma, visto que não foi possível a implementação, foi elaborado com os passos mínimos e analisando que alguns procedimentos já criados para o sistema de gestão da qualidade, tem que apenas ser aperfeiçoados para o sistema de gestão de segurança e saúde do trabalhador. 49 ITEM 3.3 3.4 ASSUNTO Política de SST AÇÃO Criar Política Deverá ser documentada no Sistema de Gestão da empresa. Requisitos gerais Elaborar procedimentos A empresa deve estabelecer, documentar, manter e melhorar continuamente o SGSST. 3.5.1 Identificação, avaliação e controle de riscos Identificar riscos por meio de: APR; What/if; HAZOP; FMEA; AAF. 3.5.3 Requisitos legais Criar procedimento de controle de legislação Deverá manter procedimento para identificar, acessar e determinar a legislação e outras exigências aplicáveis a SGSST. 3.5.4 Objetivos de SST Criar objetivos Deverão ser coerentes com a política de SST, serem mensuráveis, terem comprometimento com a prevenção de lesões e doenças ocupacionais, com a melhoria continua e atendimento a requisitos legais. Os objetivos devem considerar o levantamento de perigos e os requisitos legais e serem desdobrados em indicadores, metas e programas. PROCEDIMENTOS, PLANOS E INSTRUÇÕES POLÍTICA DA EMPRESA MANUAL DE GESTÃO APR CONTROLE DE RECEBIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE DOCUMENTOS MANUAL DE GESTÃO 3.5.5 Programas Elaborar programas Devem ser estabelecidos programas, designando responsabilidades, autoridades, meios e prazos pelos quais os objetivos do programa sejam atingidos. PLANOS DE AÇÕES 3.6.1 Recursos, funções, responsabilidades e atribuições Organizar CIPA Deverá será composta de representantes do empregador e dos empregados contendo no mínimo: 2 membros efetivos e 2 suplentes. Organizar comitê de gestão Deverá ser composto por membros de diversos setores da empresa, este terá responsabilidade de elaborar e planejar as ativadades a serem implementadas. MANUAL DE GESTÃO 3.6.2 Competência, treinamento e experiência Criar procedimento para identificar competências necessárias Deverá ser estabelecido critérios para exercer cada um dos cargos existentes na empresa. Desenvolver treinamentos nas áreas onde forem identificadas necessidades. PLANO DE TREINAMENTO DDS – DIALOGO DIÁRIO DE SEGURANÇA 3.6.3 Procedimentos SST PROCEDIMENTOS (POP) 3.6.4 Comunicação Elaborar procedimentos Deverá ser criado, para todos os itens acima, procedimentos sendo eles de forma clara e objetiva, deve-se passar a todos os colaboradores envolvidos. Desenvolver métodos de comunicação Instruções de serviço Quadros de avisos Cartas de advertências COMUNICAÇÃO, PARTICIPAÇÃO E CONSULTA 51 3.6.5 Documentação Criar Manual de gestão Procedimentos Instruções Formulários e Registros CONTROLE DE RECEBIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE DOCUMENTOS 3.6.6 Controle de documentos Elaborar procedimento de controle Deverá ser estabelecido indicando responsabilidades, sistemática para aprovação, distribuição e controle dos documentos, padrão de identificação e a forma de proteção (pastas, backup diários etc) CONTROLE DE DOCUMENTOS INTERNOS E EXTERNOS 3.6.7 Controle operacional Determinar medidas de controle Deverá ser criado um procedimento controlando as ações e identificando riscos. Lista de verificação EPI; Lista de verificação EPC; Lista de máquinas e equipamentos. CONTROLE DE DISPOSITIVOS DE MEDIÇÃO E MONITORAMENTO 3.6.8 Preparação e resposta de emergência Desenvolver procedimento para situações de emergência Sinalização de rotas de fuga; Saídas de emergência; Sistema de iluminação e emergência; Responsabilidade de cada colaborador; Treinamentos. PLANO DE ATENDIMENTO AS EMERGÊNCIAS 52 3.7.1 Monitoramento e medição de desempenho Determinar metas Deverá criar indicadores de desempenho através de lista de verificações, levantamento ou amostragem. CONTROLE DE DISPOSITIVOS DE MEDIÇÃO E MONITORAMENTO 3.7.2 Avaliação de conformidade Avaliar periodicamente o sistema Deverá manter procedimento para avaliar, periodicamente, o atendimento a legislação e a outras exigências do sistema, identificadas e aplicáveis à empresa. TRATATIVAS DE NÃO CONFORMIDADES, AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS 3.7.3 Identificação e análise de incidentes e acidentes, não conformidade, ação corretiva e ação preventiva Elaborar procedimento para identificação Deverá apresentar responsabilidade e autoridade para registrar, investigar e analisar a causa de incidentes e de não-conformidades, com a finalidade de aplicar ações corretivas na causa e identificar oportunidades para ações preventivas e para melhoria no sistema. TRATATIVAS DE NÃO CONFORMIDADES, AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS 3.7.4 Controle dos registros Elaborar procedimento de controle Deverá ser estabelecido indicando a sistemática de controle dos registros do SGSST, forma de proteção e tempo de retenção. CONTROLE DE REGISTROS 3.7.5 Auditoria interna Desenvolver procedimento de auditoria Deverá ser feito um procedimento documentado, indicando responsabilidades no planejamento das auditorias, competências necessárias para seleção do auditor e determinação de método, frequência, escopo e critérios para realização da auditoria. AUDITORIAS INTERNAS 53 3.7.6 Análise crítica pela direção Criar procedimento para análise crítica Deverá analisar criticamente, em intervalos planejados, o desempenho do SGSST da empresa, por meio da análise dos indicadores de desempenho, dos objetivos, metas e política de SST; dos resultados das auditorias internas, das avaliações do atendimento aos requisitos legais, da participação e consulta, das comunicações pertinentes provenientes das partes interessadas (inclusive reclamações), da situação das investigações de incidentes, ações corretivas e preventivas e das possíveis mudanças no sistema. ANÁLISE CRÍTICA DO SISTEMA PELA ALTA DIREÇÃO 54 CONCLUSÃO Conforme exposto a partir da análise feita, a empresa em estudo possui na fase de planejamento um sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. Em consideração a NR 18, os itens básicos estão sendo obedecidos; contudo observa-se resistência a acreditar na importância que os sistemas possuem e que poderiam minimizar riscos e futuros prejuízos. A partir desse estudo e de toda a pesquisa feita no sentido de teorizar os sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho e tornar claro o quão preventivo é para trabalhadores e empresários é notória a falta de informação acerca destes. Segundo a pesquisa feita, qualquer acidente que ocorre, com consequências relacionadas a lesão física aos trabalhadores ou não, gera um gasto financeiro significativo, uma vez que todos os custos diretos e indiretos resultantes são creditados no custo de produção, revertendo em ônus para a empresa. O que foi possível perceber na confecção desse trabalho é que ainda grande parte dos empresários ainda visualiza somente os custos diretos relacionados aos acidentes, enquanto que os custos indiretos podem ser de 3 a 10 vezes maiores que o custo direto. Enfim, o que se pode concluir foi de que apesar da relevância dos sistemas, da importância do seu planejamento e implementação em grandes, médias e pequenas empresas, muitos empresários ainda não dão o devido valor à segurança de seus funcionários e ao planejamento financeiro de sua empresa. 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 18.801: Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho — Requisitos: Rio de Janeiro, 2011. 23 p. BARREIROS, D. Gestão da segurança e saúde no trabalho : estudo de um modelo sistêmico para as organizações do setor mineral. 317p. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2002. BENITE, A. G, Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho para empresas construtoras, 2004. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2004. BRAUER. R. L. Safety and Health for engineers. New York: Van Nonstrand Reinhold, 1994. BRITISH STANDARDS INSTITUTION, BSI OHSAS 18001 - Sistema de Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho - Requisitos, 2007. CARDELLA, B. Segurança no trabalho e prevenção de acidentes: uma abordagem holística: segurança integrada à missão organizacional com produtividade, qualidade, preservação ambiental e desenvolvimento de pessoas. São Paulo: Atlas, 1999 DE CICCO, F. Manual sobre Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. São Paulo: Risk Tecnologia, 1996 Vol. II. DE CICCO, Francesco. & FANTAZINNI, Mário Luiz. Introdução à engenharia de segurança de sistemas. 2.ed. São Paulo, FUNDACENTRO, 1982. DE CICCO, Francesco. & FANTAZINNI, Mário Luiz. Gerencia de Riscos: A identificação 56 e análise de rriscos III. Revista Proteção. Caderno gerência de risco nº4, Novo Hamburgo, n.30,1994. LIMA JÚNIOR, J.M.; VALCÁRCEL, A.L.; DIAS, L.A. Segurança e saúde no trabalho da construção: experiência brasileira e panorama internacional. Brasília : OIT - Secretaria Internacional do Trabalho, 2005. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO - MTE. Normas Regulamentadoras NR, 2014, Brasília. Disponível em: < http://www.mtb.gov.br/legislacao/normas_ regulnmentadnras/default, asp>. Acesso em 20 jul. 2013. TAVARES Jr., J. M. Metodologia para Avaliação do Sistema Integrado de Gestão: Ambiental, da Qualidade e da Saúde e Segurança. Tese apresentada a Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis, 2001. 57 ANEXO A 58 QUESTIONÁRIO DE PESQUISA Santo Ângelo, 11 de junho de 2013. Prezado Senhor, Como parte do desenvolvimento da minha monografia do curso de Pós Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho, pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, estou realizando uma pesquisa sobre o tema “Ssistema de gestão saúde do trabalhador, proposta modelo para aplicação na construção civil”, sob orientação do professor Fernando Wypyszynki. Esta pesquisa tem como objetivo verificar se o procedimento proposto no trabalho para implementação de um Sistema de Gestão Integrada (SGI) com foco na qualidade, meio ambiente, saúde e segurança do trabalhador, baseadas nas normas NBR ISSO 9001, NBR ISO 14001 e NBR 18001 e se as mesmas estão coerentes com práticas de mercados, identificar oportunidades e dificuldades na implementação deste sistema. Solicito por gentileza da sua resposta, pois será de grande importância em minha pesquisa e comprometo-me manter total sigilo à fonte de informações, bem como compartilhar os resultados obtidos neste trabalho. Agradeço a sua participação e cooperação nesta etapa e coloco-me à disposição para quaisquer esclarecimentos. Lara Borges Welter Aluna da Especialização Engenharia Segurança do Trabalho 59 DADOS PRELIMINARES Razão social da empresa: Endereço: Entrevistado – cargo: Há quantos anos atende no subsetor de edificações? Qual a área construída pela empresa? Qual a área de atuação? A empresa atua em outros subsetores, além do subsetor de edificações? Qual o número de funcionários da empresa? Quantas obras em andamento na cidade a empresa possui? CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ( ) menos de 5 anos; ( ) entre 5 e 10 anos; ( ) entre 10 a 20 anos; ( ) acima de 20 anos; ( ) menos de 10.000 m²; ( ) entre 10.000 e 30.000 m²; ( ) acima de 30.000 m²; ( ) Local; ( ) Regional; ( ) Estadual; ( ) Nacional; ( ) Sim; ( ) Não; Se sim, quais? ( ) Obras viárias; ( )Obras hidráulicas; ( ) Obras industriais; ( ) Obras de urbanização; ( ) ____________________ ( ) até 19; ( ) de 20 a 99; de ( ) 100 a 400; ( ) 500 ou mais; SEGURANÇA DO TRABALHO ) Sim; ( ) Não; A empresa possui, em seu ( quadro funcional, profissionais da área de segurança do trabalho? Sendo a resposta afirmativa, ( ) Técnico segurança do trabalho – Quantos? ____ quais? ( ) Engenheiro segurança do trabalho - Quantos? ____ ( ) Auxiliar de enfermagem no trabalho - Quantos? ____ ( ) Enfermeiro do trabalho - Quantos? ____ ( ) Médico do trabalho - Quantos? ____ A empresa conhece as ( ) Sim; ( ) Não; normas regulamentadoras (NRs) aprovadas pela Portaria N° 3.214 de 8 de junho de 1978? Sendo a resposta afirmativa, ( ) Ajudam na prevenção de acidentes; qual sua opinião sobre as ( ) Não ajudam na prevenção de acidentes; NRs? ( ) São muito complexas, por isso não são cumpridas; ( ) Outros, especifique: ______________________________ ________________________________________________ A empresa vê vantagem (ns) ( ) Sim; ( ) Não; no cumprimento das NRs? Sendo a resposta afirmativa, ( ) Aumento da produtividade; quais as principais ( ) Diminuição do absenteísmo; vantagens? Indicar ordem de ( ) Diminuição do número de acidentes; prioridade 1-2-3, etc. ( ) Maior motivação para o trabalho; ( ) Maior segurança para o operário; Quais os fatores levam ou ( ) Exigência da DRT; levariam a empresa ao uso ( ) Retorno financeiro; de uma NR? ( ) Satisfação dos operários; ( ) Segurança ( ) Outro, especifique: _____________________________ Existe na empresa algum ( ) Sim; ( ) Não; programa de segurança? A empresa tem CIPA? ( ) Sim; ( ) Não; Sendo a resposta afirmativa, ( ) Centralizada; qual a modalidade adotada? ( ) Descentralizada (uma para cada canteiro de obra); A empresa fornece ( ) Sim; ( ) Não; gratuitamente EPIs aos seus operários? Na compra dos(s) EPI(s), ( ) Existência de CA (certificado de aprovação) quais os critérios que são ( ) A disponibilidade no mercado levados em consideração? ( ) A finalidade de uso Indicar ordem de prioridade ( ) A qualidade (1,2,3, etc) ( ) O menor preço A empresa realiza ( ) Sim; ( ) Não; treinamento dos operários? Sendo a resposta afirmativa, quais? EPI, NR 10, trabalho em altura, combate ao incêndio, primeiros socorros ou outros... Há na empresa um controle ( ) Sim; ( ) Não; estatístico dos acidentes? Já houve acidentes de ( ) Sim; ( ) Não; trabalho na empresa? Sendo a resposta afirmativa, ( ) Apenas 1; ( ) Entre 2 e 5; ( ) Entre 6 e 10; ( ) Acima de quantos? 10; A identificação de perigos e ( ) Da própria empresa. avaliação e controle de riscos ( ) Terceirizados são efetuadas por ( ) Outros profissional (is): Essas ações são efetuadas ( ) PPRA; ( ) PCMAT; ( )PCMSO; ( ) Relatórios; através de: A empresa possui objetivos ( ) Sim; ( ) Não; explícitos quanto à Segurança Saúde do Trabalho (SST)? Existe na empresa programa ( ) Sim; ( ) Não; (s) de gestão SST específicos que não sejam PPRA, PCMAT e PCMSO? Se a resposta afirmativa, ( ) Atribue(m) responsabilidade e autoridade para cada função e esse(s) programa(s): nível da empresa; ( ) Especifica (m) os meios e os prazos dentro dos quais os objetivos devem ser atingido. ( ) É (são) revisado(s) periodicamente; ( ) Foi(ram) elaborado(s) por profissional (is) habilitado (s) 61 A empresa possui planos ou ( procedimentos para atender a incidentes e situações de emergência? ) Sim; ( ) Não; GESTÃO DE QUALIDADE A empresa tem, em quadro ( ) Sim; ( ) Não; funcional, profissionais da qualidade? Sendo a resposta afirmativa, ( ) Técnicos – Quantos? _____ qual (is)? ( ) Engenheiros – Quantos? _____ ( ) Administradores – Quantos? _____ ( ) Outros, especifique: _________________– Quantos? ____ A empresa conhece a série ( ) Sim; ( ) Não; de normas ISSO 9000? A empresa possui algum tipo ( ) Sim; ( ) Não; de programa de gestão de qualidade implantado? Se sim, qual? Se não, a empresa pretende ( ) Sim; ( ) Não; implantar algum? A empresa vê vantagem (ns) ( ) Sim; ( ) Não; na implantação de programas de qualidade? Sendo afirmativa, quais as ( ) Ajudam na melhoria da qualidade dos produtos/serviços principais vantagens? Indicar ( ) Aumentam a competitividade ordem de prioridade (1,2,3, ( ) Criam um diferencial de marketing etc) ( ) Aumentam a produtividade ( ) Aumentam a credibilidade da empresa perante clientes e fornecedores; A empresa vê alguma(s) ( ) Sim; ( ) Não; dificuldade(s) na implantação de programas de qualidade? Sendo a resposta afirmativa, ( ) Operacionalização das rotinas impostas pelo programa quais as principais ( ) Falta de comprometimento das pessoas dificuldades? Indicar em ( ) Burocracia excessiva ordem de prioridade (1,2,3, ( ) Custo elevado etc) ( ) Adequação dos requisitos da norma ISSO à realidade da construção civil Que fatores levam ou ( ) Exigências de clientes/contratos levariam a empresa à ( ) Retorno financeiro maior implantação de um programa ( ) Aumento da competitividade de gestão de qualidade? ( ) Melhoria da qualidade dos produtos/serviços Indicar em ordem de ( ) Outros, especifique:______________________________ prioridade (1,2,3, etc) _________________________________________________ GESTÃO AMBIENTAL ) Sim; ( ) Não; A empresa possui sistema de ( gestão ambiental? Se sim, qual a política _________________________________________________ 62 ambiental? _________________________________________________ _________________________________________________ Qual a quantidade de resíduos gerados pela empresa? Ou por empreendimento específico? Há segregação dos resíduos? Há disposição de resíduos? Qual a destinação dos resíduos? Existe um plano de redução dos resíduos gerados? Há algum tipo de reciclagem ou reaproveitamento dos resíduos? A empresa possui um plano de gerenciamento dos resíduos sólidos? A empresa conhece a série ( de normas ISSO 14000? ) Sim; ( ) Não; 63