MARINA GOMES MURTA AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAIS NO TRABALHO EM UMA EMPRESA DO SETOR DE MINERAÇÃO NO ESTADO DE MINAS GERAIS Trabalho apresentado ao Departamento Engenharia Elétrica e de Produção Universidade Federal de Viçosa como parte exigências para a conclusão do curso Engenharia de Produção. Orientador Prof. Luciano José Minette VIÇOSA MINAS GERAIS - BRASIL 2006 de da das de Ao meu Tio Beto, grande motivo de inspiração para a realização desta pesquisa. A ele dedico todo o meu esforço pela busca de informações que contribuíssem para a melhoria da saúde e segurança na mineração. “Dai-nos forças, Senhor, para aceitar com serenidade tudo o que não possa ser mudado... e dai-nos coragem para mudar o que pode e deve ser mudado.”(Almirante Hart) ii AGRADECIMENTOS Ao Professor Minette, pela orientação e incentivo no período de desenvolvimento desta pesquisa. Ao Departamento de Engenharia e Segurança do Trabalho da SAMARCO, pelo acolhimento no período de coleta de dados, em especial à Welligton, Alexandre, Patrícia, André e João Bernardes. Ao Senhor Custódio, pela disposição e preciosa ajuda, imprescindíveis para a realização desta pesquisa. À Minha Família pelo apoio, em especial ao Meu Pai, pela influência e gosto pela Mineração, e aos Meus Irmãos, pela ajuda. A Thiago, pelo carinho. A Todos, muito obrigada! iii SUMÁRIO LISTA DE QUADROS............................................................................................... vii RESUMO.................................................................................................................... viii 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1 1.1 Importância e Caracterização do Problema........................................................... 1 1.2 Objetivos............................................................................................................... 1 1.2.1 Objetivo geral.................................................................................................... 1 1.2.2 Objetivos específicos......................................................................................... 2 1.3. Justificativa........................................................................................................... 2 2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 3 2.1 Minério de Ferro.................................................................................................... 3 2.2 Trabalho e Operação de Mina............................................................................... 3 2.3 Segurança, Saúde e Acidentes do Trabalho.......................................................... 4 2.4 Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança................................................ 6 3. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 7 3.1. Caracterização do Local de Estudo...................................................................... 8 3.2 Atividades Desenvolvidas..................................................................................... 8 3.2.1 Extração de minério............................................................................................ 8 3.1.2 Britagem e concentração.................................................................................... 8 3.2 População.............................................................................................................. 9 3.3 Coleta de Dados..................................................................................................... 10 3.3.1 Avaliação das estatísticas de acidentes e dos procedimentos relacionados à segurança e saúde ocupacionais.................................................................................. 3.3.2 Avaliação das condições de trabalho na extração de minério............................ 10 10 iv 3.3.2.1 Coleta de dados do perfil................................................................................. 10 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................ 11 4.1 Caracterização da Empresa................................................................................... 11 4.2 Histórico de Acidentes.......................................................................................... 11 4.2.1 Gestão da segurança e saúde ocupacionais........................................................ 13 4.3 Procedimentos Adotados em Relação a Segurança e Saúde no Departamento de Mineração.................................................................................................................... 4.4 Segurança e Condições de Trabalho no Setor de Mineração................................ 14 15 4.4.1 Segurança e saúde ............................................................................................. 15 4.4.2 Organização dos locais de trabalho.................................................................... 16 4.4.3 Exigências de produção...................................................................................... 16 4.4.4 Equipamentos utilizados..................................................................................... 17 4.4.5 Jornada de trabalho............................................................................................. 17 4.4.6 Exposição a agentes ambientais......................................................................... 18 5. CONCLUSÕES....................................................................................................... 18 6. RECOMENDAÇÕES............................................................................................. 20 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 21 ANEXOS..................................................................................................................... 23 APÊNDICES............................................................................................................... 26 v LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Classificação de acidentes......................................................................... 4 Quadro 2 - Número de acidentes típicos, de trajeto e doenças do trabalho no setor de mineração (CNAE 1310), registrados nos anos de 2001 a 2003............................ 5 Quadro 3 - Equipamentos utilizados na extração de minério...................................... 8 Quadro 4 - Descrição dos programas de saúde e segurança (ano 2004)..................... 13 Quadro 5 - Gestão da segurança e saúde no departamento de mineração................... 14 vi MURTA, Marina Gomes. Avaliação da Segurança e Saúde Ocupacionais no Trabalho em uma Empresa do Setor de Mineração no Estado de Minas Gerais. 2006, 20f.. Trabalho de Graduação (Curso de Engenharia de Produção) - Universidade federal de Viçosa. RESUMO O presente trabalho foi realizado numa mineradora situada no Estado de Minas Gerais, para estudar os procedimentos de saúde e segurança, visando à melhoria da saúde, do bem-estar, da segurança e do conforto do trabalhador. Os objetivos específicos foram conhecer as estatísticas de acidentes e os procedimentos adotados relacionados à segurança e à saúde ocupacional, enfocando o trabalho primário de extração de minério de ferro, assim como caracterizar as condições de trabalho deste. O levantamento histórico dos acidentes e o levantamento dos procedimentos adotados foram realizados por intermédio de consultas a documentos e entrevistas com os membros do departamento de engenharia e segurança do trabalho. A caracterização das condições de trabalho e dos procedimentos adotados no departamento de mineração foram realizados através de observações devidamente anotadas e confrontadas com as normas regulamentadoras e da aplicação de questionário aos operadores de mina. Constatou-se que os programas de saúde e segurança adotados pela empresa mostraram-se eficientes, interferindo positivamente na redução de acidentes ao longo dos anos e que a grande maioria dos procedimentos estava em conformidade com as normas regulamentadoras. Em relação à ocorrência de acidentes na ocasião, verificou-se que o maior número era proveniente de atividades realizadas por empresas contratadas. Na atividade de extração de minério, a umidificação e o patrolamento das vias dos locais de lavra foram considerados ineficientes por alguns trabalhadores. Entre os problemas da saúde apresentados pelos trabalhadores questionados, o problema de coluna foi o mais freqüente, sendo considerados como causadores os esforços repetitivos e folgas nos assentos dos equipamentos de operação. Palavras-chave: Segurança, Saúde e Mineração. vii 1. INTRODUÇÃO 1.1 Importância e Caracterização do Problema O setor de mineração desempenha um papel importante na transformação produtiva dos recursos naturais gerando oportunidades de emprego, criando novos potenciais nas áreas de fabricação e serviços e contribuindo significativamente para o desenvolvimento econômico e industrial. No entanto, apresenta características bastante específicas quanto à presença de riscos relacionados à saúde e segurança, particularmente riscos físicos (ruído, poeira e vibrações), irritações produzidas pelo calor e problemas ergonômicos (WALLE, 2003). Sendo a segurança e a saúde no trabalho direito inerente a todo ser humano, acrescido de amparo estabelecido nos instrumentos legais, deve-se buscar meios para a redução da probabilidade da ocorrência de eventos que provoquem danos ou perdas decorrentes da execução de atividades incorretas e inseguras. Além disso, deve-se considerar que o reconhecimento crescente dado às adequações do local de trabalho a padrões mínimos de conforto, tornando-se aliadas em relação ao rendimento e a qualidade das operações, vem enfatizando a abordagem de assuntos como a ergonomia, a segurança e a saúde ocupacionais. Todavia, a não observância dessas adequações cria condições para a ocorrência de eventos inoportunos, tais como o surgimento de acidentes de trabalho. Araújo (2002) relata serem ainda elevados os índices de acidentes de trabalho no Brasil, o que leva ao questionamento sobre a real eficiência dos programas para a gestão da saúde e segurança aplicados nas empresas e/ou carência de adequações para a correta abordagem dos temas mencionados. Dada a importância da atividade de extração de minério na promoção do desenvolvimento do País, é preciso ressaltar a necessidade da execução de atividades seguras e que não representem riscos à saúde do indivíduo, o que torna a avaliação dos programas e técnicas de segurança e saúde ocupacional, ação fundamental para se alcançar melhorias das condições de trabalho e vida dos trabalhadores do referido setor. 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral Avaliar as condições de segurança e saúde ocupacionais no trabalho de extração de minério numa empresa do setor de mineração situada no Estado de Minas Gerais. 1 1.2.2 Objetivos específicos Especificamente pretendeu-se: a) interpretar as estatísticas de acidentes de trabalho na empresa de extração de minério; b) analisar os procedimentos adotados para a prevenção de acidentes e saúde ocupacional na empresa de extração de minério; c) analisar os principais procedimentos adotados em relação à segurança e à saúde no trabalho primário de extração de minério de ferro da empresa; d) caracterizar as condições de trabalho no trabalho primário de extração de minério da empresa. 1.3 Justificativa A segurança e a saúde ocupacionais são temas cada vez mais presentes nas discussões sobre os sistemas produtivos, já que a execução de atividades seguras não somente previne acidentes, como também elimina riscos e atividades dispendiosas, contribuindo assim para a otimização das operações. Além dos aspectos intrínsecos relativos ao tema, uma vez inerentes a todo ser humano, a Constituição Federal de 1988, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho e Emprego e demais instrumentos legais reforçam a importância da eficaz gestão da saúde e segurança como forma da execução correta das operações. A importância da atividade de extração de minério de ferro no cenário brasileiro, em especial ao Estado de Minas Gerais, e a quase inexistência de estudos sobre a abordagem das condições de segurança e saúde no setor, demonstram a necessidade da busca por mudanças relativas ao tema, uma vez se tratando de uma atividade de alto risco (risco 4, de acordo com Classificação Nacional de Atividades Econômicas), com conseqüências diretas no elevado índice de acidentes de trabalho ainda característicos do País. Em relação à erradicação de eventos decorrentes da execução incorreta no ambiente de trabalho de mineração, esta pode tornar-se possível com a adoção e implementação das regulamentações constantes nas legislações anteriormente descritas, assim como pela utilização de ferramentas que auxiliem na manutenção de condições seguras de trabalho, tais como a criação de programas para a gestão da saúde e segurança, a criação de comitês de segurança e ergonomia, entre outras. 2 O intuito do presente trabalho foi averiguar a importância da gestão da saúde e segurança como fator decisivo para o combate de acidentes de trabalho e os possíveis benefícios trazidos aos trabalhadores do setor de extração de minério, atentando também aos aspectos de melhoria da saúde, do bem-estar e das condições de conforto no trabalho. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Minério de Ferro Os metais aparecem na natureza em estado livre ou como compostos, normalmente concentrados em jazidas (massa de substâncias minerais ou fósseis existentes na superfície ou no interior da terra). A mina é a jazida mineral em fase da lavra, devendo ter extensão conhecida pelo governo e exploração controlada pelo código de minas, sob supervisão da divisão de fomento da produção mineral, do Ministério de Minas e Energia. O minério é uma mistura de compostos de metal e impurezas, sendo o minério de ferro apresentado sob a forma de carbonatos (siderita), óxidos (hematita, magnetita, limonita) e sulfetos (pirita) (BAUER, 1982). As reservas mundiais de minério de ferro são da ordem de 300 bilhões de toneladas, com produção mundial significativa: em 2000 foi de cerca de 1,0 bilhão de toneladas, ocupando o Brasil o 2º lugar entre os maiores produtores. Devido ao tipo de formação geológica, com significativa concentração no Estado de Minas Gerais, o Brasil possui 6,5% dessas reservas (19,2 bilhões de toneladas) e está em 6º lugar entre os países detentores dos maiores volumes de minério (QUARESMA, 2004). 2.2 Trabalho e Operação de Mina De acordo com definições de Ferreira (1997), o trabalho está relacionado à aplicação de forças e faculdades humanas que, coordenadamente, culminam no alcance de determinado objetivo. A palavra trabalho é utilizada conforme o caso para designar as condições de trabalho, o resultado do trabalho, ou a própria atividade de trabalho (GUERIN et al., 2001). Entende-se 3 por trabalho de operador de mina aquele cujas atividades são realizadas nas áreas pertencentes à mina: exploração, extração ou testes de minerais (WALLE, 2003). As condições de trabalho incluem todos os fatores que possam influenciar na performance e satisfação dos trabalhadores na organização. Num ambiente de trabalho de uma mina de superfície, poluentes da atmosfera como pó de rocha e fumaça, barulho excessivo, vibrações, irritações produzidas pelo calor e problemas ergonômicos podem apresentar-se como fatores de riscos para a saúde dos operadores, sujeitos a freqüentes e prolongadas exposições a esses agentes (WALLE, 2003). O trabalho como forma de organização para a busca de resultados, quando deixa de ter como objetivo a produtividade e lucratividade e começa a visar a satisfação, passa a interagir com a ergonomia (MORE E SILVA, 1997). Dentro de seus conceitos e princípios, a ergonomia muito tem a colaborar com as melhorias das condições de trabalho nas indústrias do setor mineral, estas apresentando características bastante específicas quanto aos riscos presentes nos diversos setores de trabalho. Uma vez abordada a necessidade da execução de uma atividade segura e saudável, já que esta ação está diretamente relacionada à qualidade e condições de trabalho requeridos e necessários ao trabalhador, importância deve ser dada a alguns fatores condicionantes do trabalho tais como riscos biológicos, químicos, físicos e ergonômicos no ambiente de trabalho, trabalho específico desempenhado, postura e freqüência de movimentos, bem como equipamentos utilizados, organização do trabalho, alimentação e outros. A avaliação do trabalho e das condições em que é realizado têm embasamento legal na Constituição Federal de 1988, na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), nas Normas Regulamentadoras (NRs) constantes na portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego e demais instrumentos legais: leis, decretos, portarias, etc. 2.3 Segurança, Saúde e Acidentes do Trabalho Considerando ser a segurança estado ou condição de seguro FERREIRA (1997), esta deve ser buscada nas pessoas e nos meios ou elementos de um processo produtivo. Estar seguro, é estar isento de riscos, ou seja, com poucas possibilidades de se acidentar. As preocupações com o trabalhador, além de envolverem questões relacionadas à sua segurança, têm também como focos seu bem-estar e saúde, esta última definida, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), citado por Batista (1974), como um estado completo de bem-estar físico, mental e social. 4 Segurança e saúde ocupacionais são pois um conjunto de ciências e tecnologias que buscam a proteção do trabalhador em seu local de trabalho, com os objetivos básicos de prevenção de riscos, de acidentes e incidentes nas atividades de trabalho e a manutenção da saúde visando a defesa da integridade da pessoa humana (ARAÚJO, 2002). Quando determinado trabalhador, na execução de sua tarefa, não conta com condições necessárias de segurança, pode ser remetido a acontecimentos imprevistos, estes definidos como acidentes de trabalho. Considera-se como Acidente de Trabalho a doença profissional decorrente da exposição a agentes físicos, químicos e biológicos e a doença do trabalho resultante de condições especiais de trabalho (MENDES, 1995). Quadro 1 - Classificação de acidentes Tipo de Acidente Características Corresponde ao número de acidentes cuja Comunicação de Acidentes do Trabalho - CAT foi cadastrada no Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Decorrentes da característica da atividade profissional desempenhada pelo Típico acidentado Ocorridos no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado e viceDe Trajeto versa Ocasionados por qualquer tipo de doença profissional peculiar a determinado Devido a Doença do trabalho ramo de atividade constante em tabela da Previdência Social. Corresponde ao número de acidentes cujos processos foram encerrados Liquidados administrativamente pelo INSS. Corresponde aos segurados que receberam apenas atendimentos médicos para sua Assistência Médica recuperação para o exercício da atividade laborativa. Compreende os segurados que ficaram temporariamente incapacitados para o Incapacidade Temporária exercício de sua atividade laborativa incapacitados para o exercício de sua atividade laborativa. Refere-se aos segurados que ficaram permanentemente incapacitados para o Incapacidade Permanente exercício laboral. A incapacidade permanente pode ser de dois tipos: parcial e total. Corresponde a quantidade de segurados que faleceram em função do acidente de Óbito trabalho. Fonte: DATAPREV (adaptado por Marina Murta) Registrado Entende-se por acidente em mina todo dano sofrido por alguém em decorrência de trabalho de mineração na área da atividade mineradora que tenha requerido tratamento médico ou resulte em perda de consciência ou morte (WALLE, 2003). A causa dos acidentes, na maioria das vezes, é atribuída à falta de informação e conscientização dos trabalhadores a respeito dos riscos a que estão expostos e, também, à falta do uso de equipamentos de proteção individual, de treinamento adequado e orientação quanto a técnicas de segurança em relação às atividades (SILVA, 1999). 5 Para amparar a população por motivo de doença e/ou acidente de trabalho, entre outros motivos, existe o órgão da Previdência Social, administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e pelo Ministério da Previdência e Assistência Social. As ocorrências de acidentes de trabalho são comunicadas ao INSS pelo documento de registro oficial dos acidentes de trabalho no Brasil, denominado Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT). Através deste registro é montada a estatística de acidentes do país, importantes ferramentas na apresentação do diagnóstico nacional sobre os acidentes de trabalho, buscando minimizar os riscos e as condições inadequadas e incorporar a melhoria contínua das condições de trabalho. De acordo com o Ministério da Previdência Social, a OIT utiliza três indicadores para medir e comparar a periculosidade entre os diferentes setores de atividade econômica: o índice de freqüência, o índice de gravidade e a taxa de incidência. As estatísticas nacionais revelam números assustadores em relação aos acidentes de trabalho, mesmo considerando-se as deficiências das estatísticas oficiais, que incluem apenas os trabalhadores registrados em carteira: de 1970 a 2000 a quantidade de óbitos registrados pela Previdência Social (INSS), chegou a 124.804. Foram 4.026 mortes por ano, em média, ou 11 mortes todos os dias. Uma limitação desses acidentes está na quantidade de auditores que fiscalizam o local de trabalho: só 800, em todo o país (ARAÚJO, 2002). Em relação aos acidentes de trabalho no setor de mineração, as estatísticas de 2003 revelaram o registro de 380.180 acidentes, sendo os acidentes típicos os mais freqüentes, totalizando 319.903 acidentes (DATAPREV, 2005). Quadro 2 - Número de acidentes típicos, de trajeto e doenças do trabalho no setor de mineração (CNAE 1310), registrados nos anos de 2001 a 2003 Motivo Ano 2001 2002 2003 Típico 282.965 323.879 319.903 Trajeto 38.799 46.881 49.089 Doença do Trabalho 18.487 22.311 21.208 Total 340.251 383.071 380.180 Fonte: DATAPREV (adaptado por Marina Murta) Um acidente de trabalho traz transtornos à família, prejuízos à empresa e ônus incalculável ao Estado. Preveni-lo, evita-lo e eliminar a possibilidade de sua ocorrência devem ser prioridades a serem seguidas por toda empresa. 2.4 Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança 6 Normalização é definida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como a atividade que estabelece prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vista à obtenção do grau ótimo em um dado momento (COLENGHI, 2003). No Brasil, as Normas Regulamentadoras - NRs, constituem a espinha dorsal da legislação de segurança do trabalho e saúde ocupacional. Para gerir as atividades relacionadas à mineração, existe a NR22, que dita os principais procedimentos para assegurar condições mínimas de segurança e saúde ao trabalhador setor de mineração. O Ministério da Previdência e Assistência Social, através do Decreto n.º 3.048/99, responsabiliza ainda mais os Empregadores, Engenheiros de Segurança e Médicos do Trabalho, quando se trata do acidente do trabalho e doença ocupacional. A importância do cumprimento, no que couber a cada empresa e/ou atividade, das 30 (trinta) Normas Regulamentadoras aprovadas pela Portaria n.º 3.214/78 e legislações complementares são imprescindíveis para a melhoria nas condições e ambiente do trabalho, melhoria na qualidade de vida, motivação do pessoal envolvido no processo, melhoria na produtividade, redução de custos, redução ou eliminação de processos trabalhistas e/ou cíveis, etc (ARAÚJO, 2002). A atividade de extração de minério de ferro, classificada com o código nacional de atividades econômicas CNAE 1310-2 é considerada uma atividade de alto risco (risco 4, de acordo com a Norma Regulamentadora NR4). Com isso, observa-se a grande importância da busca por mudanças neste setor relativas às condições de saúde e segurança do trabalhador. 3. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa realizada pelo presente trabalho foi, segundo classificação de Andrade (2005), do tipo descritiva, buscando-se o conhecimento e interpretação dos fenômenos relacionados à saúde e segurança no setor de mineração. Descreveu-se, inicialmente, o impacto nas estatísticas de acidentes da empresa de mineração ao longo dos anos em função da implantação de programas de segurança e saúde através da análise de documentos. Posteriormente, através de observações e inquirições, ou seja, busca metódica de informações ativa e passivamente, foram constatados os principais procedimentos atuais relacionados à segurança e à saúde no trabalho, com enfoque no trabalho de extração de minério. 7 Utilizou-se também como forma de coleta de dados a entrevista, a participação em reuniões e o levantamento de dados primários pela aplicação de questionários, sendo que esta, segundo Kotler e Armstrong (2003) melhor se adequa à coleta de informações descritivas. 3.1 Caracterização do Local de Estudo Os dados foram coletados em uma empresa de extração de minério de ferro no Complexo de Alegria, localizada no Quadrilátero Ferrífero a 20o23’28’’S e 43o30’20’’W, Estado de Minas Gerais. 3.2 Atividades Desenvolvidas As atividades desenvolvidas pela empresa envolviam a mineração, o beneficiamento, o transporte por mineroduto, a pelotização, o embarque de finos e pelotas de minério de ferro, as operações portuárias e a geração de energia elétrica. A unidade avaliada compreendeu as atividades de mineração e beneficiamento, sendo desconsideradas as atividades terceirizadas. 3.2.1 Extração de minério A extração de minério dava-se a céu aberto num conjunto de minas denominado Unidade de Germano. O minério, extraído por carregadeiras, era transportado por caminhões fora de estrada para as correias transportadoras, estas correspondendo à cerca de 70% da movimentação total de minério. Quadro 3 - Equipamentos utilizados na extração de minério Equipamento Função Utilizado na remoção de material rochoso e/ou muito consistente, permitindo à carregadeira alimentar o caminhão fora de estrada ou correias transportadoras. Pá mecânica a alimentar caminhões, sendo utilizadas também na limpeza de correias e na movimentação de componentes do sistema de correias Carregadeira transportadoras. Caminhão Fora de Estrada Utilizado para o transporte de cargas de minério e /ou estéril. Patrol Equipamento móvel utilizado para o nivelamento de estradas de rodagem Transportadores utilizados para transportar o minério, podendo ser fixos ou Correias Transportadoras móveis. O conjunto dessas correias forma o sistema de correias. Trator Tipo Esteira Fonte: Marina Murta 3.1.2 Britagem e concentração O minério, conduzido às usinas de beneficiamento (britagem a concentração) por correias transportadoras, tinha a granulometria e composição química ajustadas para a 8 constituição do concentrado final. Esse concentrado era bombeado através de um mineroduto para a Unidade de Pelotização, no Estado do Espírito Santo. Extração Transporte Caminhões Lavra Transporte Correias Britagem Concentração Moagem Flotação em Coluna Flotação em Convencional Remoagem Espessamento Estocagem Bombeamento Figura 1 – Processo produtivo / unidade de Germano 3.2 População A população para a qual foi aplicado o questionário constituiu-se de 111 trabalhadores que exerciam a função de operadores de mina, compondo quatro turnos de trabalho. Cada turno alternava o trabalho e contava com um chefe de equipe responsável por supervisionar as atividades, com jornada de 6 horas por turno. Os trabalhadores tinham direito à folga de um dia após 4 dias trabalhados. Não foram incluídos operadores em férias ou que estavam afastados. 9 3.3 Coleta de Dados 3.3.1 Avaliação das estatísticas de acidentes e dos procedimentos relacionados à segurança e saúde ocupacionais Para a coleta de dados úteis e confiáveis foram realizadas consultas a documentos técnicos e legais relacionados às atividades de saúde e segurança e troca de informações com o Departamento de Engenharia de Segurança do Trabalho por intermédio de entrevistas. As estatísticas de acidentes foram apresentadas utilizando-se o índice de freqüência de acidentes registrados: I= NT x 1.000.000 HHT Onde: I = Índice de freqüência de acidentes NT = Número total de acidentes HHT = Horas Trabalhadas Os acidentes na empresa eram registrados como Primeiros Socorros, Acidente Sem Perda de Tempo (SPT) com atividade restrita ou com tratamento médico, Acidente com Perda de Tempo (CPT), Acidente de Trajeto com e /ou sem danos materiais e Incidentes. Entravam no índice de freqüência de acidentes os acidentes do tipo CPT. A partir de 2003, os acidentes SPT de atividade restrita passaram também a ser medidos. 3.3.2 Avaliação das condições de trabalho na extração de minério Para a coleta dos dados sobre as condições de trabalho da mina foram levados em consideração os seguintes fatores: organização dos locais de trabalho, equipamentos utilizados na execução das atividades, exigências de produção, jornada de trabalho, segurança e exposição a agentes ambientais, definidos de acordo com as especificidades e riscos apresentados pela atividade, para posterior avaliação e confronto com a NR22. A avaliação se deu de forma passiva, através do acompanhamento das atividades desenvolvidas no Departamento de Mineração, com observações diretas e devidamente anotadas. 3.3.2.1 Coleta de dados do perfil Para a complementação de informações sobre as condições de trabalho na extração de minério, foi realizada a aplicação de questionário, levantando-se informações sobre horários de trabalho, satisfação no trabalho, treinamento, acidentes e saúde. Os questionários foram enviados por correio e aplicados pela empresa. 10 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Caracterização da Empresa A unidade da empresa avaliada contava com 1.286 empregados, estando incluído nesse número os empregados de empresas contratadas. As operações de extração de minério iniciaram-se em 1977, com o comércio de produtos e pelotas no mercado siderúrgico mundial, chegando à produção de 15,4 milhões de toneladas métricas secas de concentrado de minério de ferro em 2004. Pertence à empresa brasileira Companhia Vale do Rio do Doce (50%) e à empresa australiana BHP (50%), valendo mencionar ser esta última considerada a primeira do mundo em relação às questões de segurança. Desde o início de suas atividades a empresa buscou desenvolver ações em rigor com as legislações, obtendo como certificações a ISO 9001 (1994-1995), a ISO 14000 (1998) e a OHSAS 18001 (2001) 4.2 Histórico de Acidentes 40 70.05 35 27.51 25 20.14 20 15 11.59 16.10 10.78 10 10.89 10.00 5 10.76 8.89 5.19 7.23 6.45 3.81 0 77 79 81 83 85 87 89 2.67 2.46 1.39 91 93 2.62 1.09 0.71 95 2.24 1.42 97 1.20 0.71 99 0.81 0.21 2001 0.40 0.37 Fonte: www.samarco.com.br 29.24 30 2003 Figura 2 - Índice de freqüência de acidentes a) 1977 - Início das operações: riscos desconhecidos, métodos de trabalho inseguros e empregados em fase de capacitação levaram a números elevados de acidentes CPTs, ocasionando taxa de freqüência de acidentes acima de 70,00 em 1977. b) 1982 a 1984 - Crise no Mercado de Minério de Ferro: demissões e moral instável devido à crise no mercado de minério de ferro tornaram as operações ainda mais inseguras. A taxa de freqüência de acidentes começou a aumentar novamente alcançando o valor de 11,59. 11 c) 1984 a 1991 - Treinamentos: com a exibição de slides de segurança no trabalho e com o Programa Zero Acidente, a empresa buscou uma administração estratégica voltada à obtenção de melhores resultados em relação à segurança na empresa. A taxa de freqüência de acidentes começou a declinar significantemente. d) 1991 a 1994 - Ações mais sistematizadas: primeira política de segurança participativa feita com empregados e início da participação dos empregados na melhoria da segurança da empresa, levando a empresa a alcançar o baixo índice de freqüência de acidentes de 1,39. e) 1994 a 1995 - Controle de condições inseguras, com participação dos empregados: introdução de padrões gerais tais como Programa Anual de Treinamento de Segurança e Reuniões de Segurança. Em 1995, com a certificação ISO 9001, a moral da empresa em alta levou à taxa de freqüência mais baixa até então: 1,09. Nesse período, a empresa lançou como meta o alcance de taxa de freqüência de acidentes de 0,5 para o ano de 2000. Outras ações implementadas foram os treinamentos anuais de segurança. f) 1996 a 1998 - Inclusão de contratadas nas estatísticas: empregados de contratadas começaram a compartilhar o mesmo programa de segurança e treinamentos de segurança elevando a taxa de freqüência de 0,70 para 2,62. O maior número de acidentes ainda ocorriam em empresas contratadas: no ano de 2004, entre 9 acidentes classificados registrados, 8 foram de contratadas. Outras atividades implantadas foram à análise da segurança no trabalho, inspeções de segurança e formação de grupos de segurança. g) 1998 a 2000 - Criação do Manual de Saúde, Segurança e Higiene e Inspeções Internas de Segurança: na fase de treinamento para a obtenção da certificação de saúde e segurança OSHAS 18001, a dificuldade para a consulta às normas regulamentadoras levou a empresa a criar o Manual de Saúde, Segurança e Higiene contendo instruções técnicas voltadas às boas práticas de saúde e segurança e demais procedimentos constantes na norma regulamentadora NR22. Ainda no mesmo período, a empresa iniciou o planejamento da Análise de Riscos para a elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), requisito importante a ser cumprido de acordo com NR9 e NR22 (diz respeito ao levantamento e avaliação dos aspectos ambientais e riscos de saúde e segurança), com o armazenamento de dados em sistema informatizado. Outras ações implementadas foram as inspeções de segurança nas áreas, medidas estas adotadas a partir de 2000, realizadas mensalmente. h) 2001 a 2002 - Implantação das Observações de Trabalho Seguro – OTS e criação dos Comitês de Segurança e Ergonomia: em 2002, a OTS passou a ser adotada pela empresa 12 visando trabalhar o comportamento dos empregados na execução das atividades de forma a reduzir a probabilidade da ocorrência de acidentes. Neste mesmo período, cada setor passou a ter um Comitê de Segurança para coordenar a segurança do trabalho. O Comitê de Ergonomia, com implantação em 2001, englobaria a ação de um gerente higienista e outros componentes do Serviço Especializado em Saúde e Medicina do Trabalho (SESMT) e com o objetivo de adequar o ambiente de trabalho às condições psicofisiológicas dos empregados, ou seja, identificar formas de melhorar os postos de trabalho, aumentando as condições de saúde, de conforto e de segurança. Entretanto suas ações não observadas. Em relação à média brasileira de acidentes, os números podem ser considerados bem baixos. De acordo com o Relatório Anual de 2001 da empresa brasileira Companhia Vale do Rio Doce - CVRD, maior empresa de exportadora de minério de ferro do mundo, os números de acidentes chegaram, em 2001, a 21 acidentes CPTs, e ainda, com 3 acidentes fatais (estes números equivalem a um índice de freqüência de acidentes superior a 3,5). 4.2.1 Gestão da segurança e saúde ocupacionais Quadro 4 - Descrição dos programas de saúde e segurança Programas SESMT CIPAMIN Manual Plano de Emergência Gerenciamento de contratadas Inspeções de Segurança PCSMO Ações Serviços Especializados em Saúde e em Medicina do trabalho: Consultoria técnica e Treinamentos: Treinamento Introdutório de Segurança e Meio Ambiente (2 horas), Treinamento de Segurança e Meio Ambiente (20 horas), Treinamento no MHST, Programa Anual de Treinamento, Treinamento conforme demanda. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração: Relato de incidentes; campanha de trânsito; campanha contra AIDS; guardião da segurança; ações de segurança junto às empresas fornecedoras de serviço e demais ações constantes na NR5. Manual de Saúde, Segurança e Higiene: Manual de Instruções Técnicas consideradas as melhores práticas para a realização das atividades com segurança. Ações para situações de emergência priorizadas pela análise da significância de riscos das atividades Mesmos critérios de gerenciamento da empresa, de acordo com item 22.3.5 da NR22 Mensais: realizadas pela própria área ou empresa fornecedora de serviço. Trimestral/Semestral: realizada pela Engenharia de Segurança e CIPAMIN. Anual: realizada pela Presidência/Diretoria da empresa mais um Grupo Técnico. Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional 13 Principal Legislação cumprida NR4 NR5/NR22 NR4 NR9/R22 NR22 NR5/NR22 NR7 Quadro 4 - Descrição dos programas de saúde e segurança (Continuação) PGR Programa de Gerenciamento de Riscos: Avaliação dos fatores de risco; estabelecimento de prioridades, metas e cronograma e outros requisitos descritos em NR22. NR9/NR22 Programa de Proteção Respiratória Programa de Conservação Auditiva NR15/NR22 NR6/NR22 NR15 NR9/NR15 NR22 - PPR PPA PCRQ Programa de Comunicação de Riscos Químicos Programa de Rendimento de Lucro: Resultados de Saúde e Segurança compõem metas de todos os empregados DDS Diálogo Diário de Segurança Programa para o incentivo de criação de idéias pelos Campo de Idéias empregados Comitês Comitê de Segurança, Comitê de Ergonomia Observação do Trabalho Seguro OTS SSS, SiA4 Programas Informatizados Programa de Ginástica Laboral, Programa de Apoio ao Dependente Químico, Programa de Apoio ao Tabagista, Programa Bem Viver Assistência médica suplementar, Medicina Preventiva, Política preventiva de uso indevido do álcool e droga. Fonte: Marina Murta PRL NR4 NR4 NR4 NR4 NR7 Em relação ao cumprimento desses programas, pôde-se observar que o Programa Anual de Treinamento e o Programa de Ginástica Laboral não eram realizados uniformemente pelos departamentos da empresa. Constatou-se também que, em relação ao PRL, apesar dos resultados de saúde e segurança contribuírem para a participação dos lucros na empresa, e ainda, as estatísticas serem realizadas considerando-se as atividades desenvolvidas também por trabalhadores de empresas contratadas, estes não tinham direito à participação nos lucros da empresa. Em relação aos Programas Informatizados, constatou-se restrição quanto à adição de informações e/ou modificações (somente os cargos mais elevados tinham acesso), o que podia contribuir para o atraso da atualização de dados sobre os acidentes. 4.3 Procedimentos Adotados em Relação a Segurança e Saúde no Departamento de Mineração Através de entrevistas com o gerente de operação constatou-se que o controle da saúde e segurança do Departamento de Mineração teve início em 1982. Entre os procedimentos de medidas pró-ativas, de combate a acidentes, havia o Monitoramento de Saúde e Segurança, com enfoque em quatro fatores de risco: poeira, ruído, vibração e ergonomia, e era realizado, segundo gerência, nos equipamentos móveis e correias transportadoras, por empresas especializadas. Outra medida pró-ativa, o Manual de Segurança, Operação e Meio Ambiente, 14 descrevia os principais procedimentos necessários para a execução das atividades de operação de mina de forma segura e saudável. As medidas reativas envolviam o trabalho de brigadistas, a confecção de Relatório Preliminar e a Análise de Falha, esta reunindo membros da CIPAMIN, gerentes da mineração e chefes de equipe. Quadro 5 - Gestão da saúde e segurança no departamento de mineração Ações Pró-Ativas Ações Reativas 1. Inspeções 1. Informações de Acidentes comunicada via rádio 2. Auditorias 2. Presença de operadores intitulados socorristas e 3. Monitoramento de Poeira, Ruído, Vibração e brigadistas em cada turno, para agirem em caso de Ergonômico acidente 4. OTS, desde 2005 3. Para cada acidente: Relato Preliminar e 5. Registro e Tratamento de Condições Inseguras Análise de Falha (utilização de espinha de peixe ou ICAN) 6. Treinamentos de Segurança 7. Reuniões Mensais de Segurança 8. DDS 9. Análise Preliminar de Riscos 10. Permissão para Trabalho Perigoso 11. Manual de Segurança, Operação e Meio Ambiente Fonte: Marina Murta 4.4 Segurança e Condições de Trabalho no Setor de Mineração 4.4.1 Segurança e saúde Através da interpretação dos questionários constatou-se que apesar de 57,7% dos operadores terem considerado a atividade de operação de mina cansativa, 92,8% mostraramse satisfeitos com a função desempenhada. 13,5% consideraram o tempo de sono insuficiente para o descanso e, ainda, 31,5% responderam sentir muito cansaço físico após jornada de trabalho. Uma porcentagem de 19,8% dos operadores respondeu apresentar problemas de saúde na ocasião, estando entre os mais freqüentes, problemas de coluna, num total de 36,5%. Em pergunta a respeito do surgimento de problemas na coluna nos últimos 12 meses, 36,9% dos operadores responderam ter apresentado este tipo de problema. 23,5% atribuíram o problema à folga no assento, outros 23,5% atribuíram aos esforços repetitivos e 11,8% à atividade física em função do trabalho. Uma porcentagem de 5,9% considerou como possíveis origens deste, a exposição prolongada do operador em uma única posição e, apesar da alternação na utilização dos equipamentos móveis ser estratégia adotada pela empresa para a redução de esforços físicos, outros 5,9% consideraram a escala de revesamento de trabalho mal definida como culpada. 15 A respeito dos problemas de esforços físicos, comuns entre os operadores da mina, para solucionar estes problemas, a empresa também vinha adotando medidas tais como a implantação de câmeras de vídeo, facilitando a visibilidade dos operadores e diminuindo os esforços repetitivos. A atividade de extração de minério foi considerada por 82,0% dos operadores como uma atividade perigosa. Em relação à ocorrência de acidentes, 13,5% dos operadores responderam já terem sofrido algum tipo de acidente na empresa. 98,2% dos operadores responderam ter recebido treinamento para exercer a atividade de operador de mina e, quanto aos procedimentos de segurança, 100% dos operadores responderam receber treinamento periódico de segurança. Em relação às ferramentas utilizadas pela empresa para o combate a acidentes, 85,6% responderam realizar os diálogos de segurança (DDS). Em relação às outras ferramentas de segurança utilizadas pelos operadores, pôde-se constatar ainda a realização de Observações de Trabalho Seguro - OTS, Permissão para o Trabalho Seguro e Registros de Condições Inseguras, procedimentos esses não exigidos pela NR22. 4.4.2 Organização dos locais de trabalho Foi possível constatar o cumprimento dos seguintes requisitos estabelecidos pela NR22: áreas em atividades operacionais com entradas identificadas, estradas sinalizadas, largura mínima das estradas respeitada, veículos de pequeno porte que transitavam nas áreas de mineração mantinham farol e giroflex ligados, as frentes de lavra eram representadas em mapas e atualizadas, existência de sistema de comunicação por rádio, o transporte de trabalhadores em áreas das minas era realizado em veículo adequado para transporte de pessoas, a largura mínima das vias de trânsito era respeitada, as instalações sanitárias eram adequadas. 4.4.3 Exigências de produção Através de visitas aos locais de trabalho, acompanhamento do SESMT e contatos com a Gerência do Departamento de Mineração, pôde-se observar uma maior pressão temporal da produção em relação aos demais setores, uma vez ser a extração de minério atividade a ditar o ritmo da produção da empresa. Através do acompanhamento de reuniões e palestras de segurança, constatou-se competição entre alguns turnos no que diz respeito à produção. 0,9% dos operadores consideraram a formação de grupos competitivos riscos à segurança pois acabava levando alguns dos operadores a não interromperem suas atividades em evidências de riscos graves e 16 iminentes para a sua segurança e saúde, ação essa que deve ser cumprida de acordo com NR22. 4.4.4 Equipamentos utilizados O trabalho de extração de minério, trabalho este realizado pela operação de equipamentos de grande porte, requer operadores bem treinados e equipamentos em bom estado. 65,8% dos operadores questionados responderam estarem os veículos em bom estado de limpeza e 70,3% responderam estarem os veículos em bom estado de conservação. Em relação ao acesso aos veículos, 77,5% responderam conseguir descer dos veículos sem risco de escorregar e 87,4% responderam conseguirem sair facilmente em caso de emergência. Em relação à dimensão das cabines e assentos, os resultados positivos abrangeram 94,6% e 87,4% das respostas, respectivamente. Entretanto, 23,5% dos operadores que responderam sobre as origens dos problemas de coluna consideraram que os bancos deveriam ser melhor projetados para diminuir folgas no assento. Em relação à proteção dos veículos, observou-se existência de sistema de bloqueio, emissão de sinal sonoro, indicação de capacidade máxima em local visível e inspeção periódica, conforme especificações da NR22. Para este item, em pergunta relativa à inspeção de veículos todas as vezes de sua utilização, 96,4% dos operadores responderam assim agirem. As correias transportadoras possuíam dispositivo para interrupção de seu funcionamento, e os trabalhos de limpeza e manutenção eram realizados através de jato d’água. 99,1% consideraram o manual de operação, ferramenta eficaz para a realização segura das atividades e 100% dos operadores responderam utiliza-lo. 4.4.5 Jornada de trabalho Através da analisa dos questionários, 5,4% dos operadores responderam não estarem satisfeitos com os horários e carga horária de trabalho. Em participação de reunião com operadores da mina, alguns consideraram que a jornada de trabalho com duração de 6 horas, durante quatro dias, tornava o trabalho bastante cansativo, além das reclamações a respeito da alimentação, já que eram oferecidos lanches com duração de apenas quinze minutos. Antigamente eram estabelecidas jornadas de 12 horas de quatro e cinco dias, com direito à folga de 72 e 96 horas, respectivamente. Ainda em relação à jornada de trabalho, por serem contínuas as atividades desenvolvidas na mina, estas acabavam privando seus trabalhadores da participarem de alguns eventos internos da empresa, realidade esta também questionada pelos operadores de mina. 17 4.4.6 Exposição a agentes ambientais Para combater os riscos ambientais - clima, poeira, e outras intempéries, o setor de mineração adotava veículos com cabines climatizadas, permitindo temperatura ideal ao operador do veículo e proteção contra exposição ao sol e chuva. As operações eram realizadas por processos umidificados para evitar a dispersão da poeira. Entre os operadores questionados, 1,8% relataram ineficiência da umidificação das vias de circulação e 2,7% indicaram necessidade de melhoramentos do patrolamento na atividade de extração de minério. De acordo com a NR22, as atividades que expusessem os trabalhadores a condições de risco grave e iminente deveriam ser interrompidas. Apesar de certa resistência de alguns operadores, fatos estes devido às exigências de produção e competição entre turnos, 97,3% dos operadores responderam em questionário, interromperem as atividades em situação de risco grave e iminente. 5. CONCLUSÕES O estudo realizado buscou a descrição dos principais procedimentos de saúde e segurança de forma a contribuir para a melhoria do trabalho no setor de mineração. Limitouse por caracterizar as condições de trabalho da atividade de extração de minério, sendo excluídas atividades tais como explosão de rochas, eliminação de rejeitos, e outros fatores identificados em NR22 relacionados ao processo de lavra de minério, desconsiderando também estudos detalhados sobre os procedimentos de segurança e condições de trabalho das atividades nos demais departamentos da empresa, tais como os de britagem e concentração, o que abre oportunidades para a realização de novos trabalhos que abordem as questões acima mencionadas. A complementação de informações sobre as condições de trabalho de extração de minério foi realizada pela aplicação de questionário enviado por correio, possibilitando a não influência do pesquisador nas respostas do entrevistado. Através dos resultados obtidos, pôde-se concluir que os programas de saúde e segurança adotados pela empresa mostraram-se eficientes, interferindo positivamente na redução de acidentes e que a grande maioria dos procedimentos estava em conformidade com as normas regulamentadoras do Ministério de Trabalho e Emprego, e ainda, pode-se constatar baixo índice de freqüência de acidentes em relação ao setor de mineração. Entre os fatores 18 contribuintes para o bom desempenho da empresa na área de segurança quando comparada ao cenário brasileiro, pode-se mencionar a influência de sua acionista BHP, primeira mundialmente em conceitos de segurança. Algumas conclusões mais específicas encontramse a seguir: a) através da descrição do histórico de acidentes constatou-se que à medida que foram sendo implantados ações e programas voltados à segurança e saúde ocupacionais, a taxa de freqüência de acidentes foi-se reduzindo. Com a introdução de novas ferramentas e, principalmente com o envolvimento dos empregados na gerência de segurança, a redução da taxa foi ainda mais discriminadora, mudando de 70,0 em 1977, para 1,39 em 1994; b) ainda em relação ao histórico de acidentes, constatou-se a elevação na taxa de acidentes em 1996, com a entrada das empresas contratadas nas estatísticas de acidentes, o que se justificou pelo aumento de atividades envolvidas, e que a grande maioria dos acidentes registrados na ocasião (2004), ainda eram provenientes das atividades das empresas contratadas; c) em relação ao cumprimento dos programas de saúde e segurança, verificou-se a não atuação do Comitê de Ergonomia e ainda que o Programa de Treinamento Anual de Segurança e o Programa de Ginástica Laboral não eram realizados uniformemente em toda a empresa; d) a atividade de extração de minério foi considerada pela maioria dos operadores (82%) como uma atividade perigosa, o que demonstra a grande importância da adoção de ferramentas para o combate de acidentes; e) apesar do trabalho de operador de mina ter sido considerado cansativo por 57,7% dos entrevistados, a maioria o considerou satisfatório; f) dos 19,8% operadores que afirmaram apresentar problemas de saúde na ocasião, a maioria apresentava como principal doença o problema de coluna; g) em relação ao aparecimento de problemas de coluna nos últimos 12 meses, 36,9% dos operadores responderam apresentar o sintoma, apontando como principais causas assentos com folga nos equipamentos móveis e esforços repetitivos, demonstrando a necessidade de melhor atuação do Comitê de Ergonomia; h) em relação a abordagem dos aspectos ergonômicos presentes na NR 22, pode-se observar carência de informações quanto a procedimentos específicos a serem adotados, o que pode estar contribuindo negativamente para o surgimento de problemas ergonômicos; 19 i) em geral, os operadores consideraram os programas de saúde e segurança importantes ferramentas para a realização correta e segura das atividades, afirmando receber treinamentos sobre o assunto; j) em relação às condições de trabalho na extração de minério, a maioria dos procedimentos mostrou-se conforme com a NR22, apesar do relato por parte de alguns operadores de mina sobre a ineficiência de umidificação das vias, falta de patrolamento e folga no assento de alguns equipamentos móveis; k) a jornada de trabalho foi considerada satisfatória pela maioria dos operadores, mas por envolver atividades contínuas, acabava privando seus trabalhadores da participarem de alguns eventos internos da empresa; l) A maioria dos operadores afirmou interromper as atividades em situação de risco grave e iminente à sua saúde e segurança, conforme prescrito na NR22. 6. RECOMENDAÇÕES Com base nos dados levantados, são feitas as devidas recomendações: a) tornar o Treinamento Anual de Segurança e realização da Ginástica Laboral ações uniformes em toda a empresa, inclusive tornar a ginástica laboral obrigatória a todos os operadores de mina; b) propor aos órgãos regulamentadores possíveis modificações na Norma Regulamentadora NR22, de forma que os aspectos ergonômicos sejam corretamente abordados; c) realizar Análise Ergonômica do posto de trabalho do operador de mina, de forma a diagnosticar as possíveis causas do surgimento dos problemas de coluna apresentados por parte significativa dos operadores de mina; d) efetivar a atuação do Comitê de Ergonomia; e) melhorar o acompanhamento dos procedimentos de segurança nas empresas contratadas; f) melhorar o processo de umidificação e patrolamento; g) estudar sobre a possibilidade de mudanças de horário na jornada de trabalho e alimentação. 20 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico: Elaboração de trabalhos na graduação. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2001. BARBOSA FILHO, Antônio Nunes. Segurança do Trabalho & Gestão Ambiental. São Paulo: Atlas, 2001. CARDELLA, Benedito. Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes: Uma Visão Holistica; Segurança Integrada a Missão Organizacional com Produtividade, Qualidade, Prevenção Ambiental e Desenvolvimento de Pessoas. São Paulo: Atlas, 1999. COLENGHI, Vitor Mature. O & M e Qualidade Total: Uma Interpretação Perfeita. 2ed. Rio de Janeiro: Quality Mark Editora, 2003. COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia Aplicada ao Trabalho: Manual Técnico da Máquina Humana. Belo Horizonte: ERGO Editora, 1995.Vol 1. DELA COLETA, José Augusto. Acidentes com o Trabalhador: Fator Humano, Contribuições da Psicologia do Trabalho, Atividades de Prevenção. São Paulo: Atlas, 1991. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2 Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. FONSECA, Albino. Biologia. São Paulo: Ática, 1979. GUERIN F.et.al. Compreender o Trabalho para Transformá-lo. São Paulo: Edgard Blucher, 2001. IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo, Ed. Edgard Blucher Ltda, 1990. LARA, Edson José. Higiene e Segurança do Trabalho.Viçosa: Oficina Gráfica da Imprensa UFV, 1982. MENDES, René. Maquinas e Acidentes de Trabalho. Brasilia: Met / Sit: Mpas, 2001. MENDES, René. Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro: Editora Ateneu, 1995. MINETTI, L.J. Apostila de Ergonomia da Disciplina ENF412. 1OSEMESTRE 2004 MUNDIN, Paulo Prazeres. Dicionário de Termos de Qualidade. São Paulo: Atlas, 1996. OLIVEIRA, Marcos Antônio Lima de. Qualidade e o Desafio da Pequena e Média Empresa. Rio de Janeiro: Quality Mark Ed Fortaleza, Sebrae: 1994. OLIVEIRA, Candido de. Modelo Causal para Danos ao Trabalho, 2002. PAIXÃO, Floriceno. Segurança e Higiene do Trabalho. Porto Alegre: Editora Síntese, 1977. 21 SANTANA, A. M. C.. A abordagem Ergonômica como Proposta para Melhoria do Trabalho e Produtividade em Serviços de Alimentação. Florianópolis, SC. UFSC. p. 370. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina. WALLE, Manfred e Jennings. Manual de Segurança e Saúde em Minas de Superfície de Pequeno Porte. Brasília: Copyright Organização Internacional do Trabalho, 2003. Sítios: DATAPREV/TABELA.Disponível em: <http://www.previdenciasocial.gov.br/docs/2Act01_01.xls>. Acesso em: 8 de junho de 2005. ÍNDICE DE FREQÜÊNCIA DE ACIDENTES. Disponível em: <http://www.federativo.bndes.gov.br>. Acesso em: 18 de agosto de 2006. QUARESMA, LUIZ FELIPE - DNPM/MG. Disponível em: <http://planeta.terra.com.br/educacao/br_recursosminerais/1808_1889.html>. Acesso em: 9 de abril de 2005. RELATÓRIO ANUAL DA CVRD. Disponível em: <htpp://www.cvrd.com.Br/crvd/hotsites/br>. Acesso em 10 de agosto de 2006. SAMARCO MINERA ÇÃO S/A. Disponível em: <http://www.samarco.com/port/operação/mineração.asp>. Acesso em: 2 de julho de 2004. 22 ANEXOS 23 ANEXO A QUESTIONÁRIO APLICADO AOS OPERADORES DE MINA 1 - DADOS DO OPERADOR Nome: 1.1Carteira Nacional de Habilitação: 1.2-Trabalhou em outras empresas? 1.3-Você gosta de exercer a atividade de operador? 1.4-Você acha a atividade difícil? 1.5-Você acha a atividade perigosa? 1.6-Você acha a atividade cansativa? 1.7-Na sua opinião o período de sono é suficiente para o descanso? 1.8-Você sente muito cansaço físico após o dia de trabalho? 1.9-Você está satisfeito com os horários e carga horária dos turnos de trabalho? 1.10-Como é o seu relacionamento com o chefe imediato? 2- TREINAMENTO 2.1-Você recebeu algum treinamento para exercer esta função? 2.2-Você recebe periodicamente treinamentos da empresa? 2.3-Você acha o treinamento importante para realizar seu trabalho? 2.4-Você participa dos treinamentos sobre segurança no trabalho? 2.5-O seu turno realiza DDS- Diálogos Diários de Segurança? 3- SAÚDE, HIGIENE E ERGONOMIA 3.1-Você tem algum problema de saúde atualmente? Se sim, quais? Categoria: ( )Excelente ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Bom ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) Não ) Não ) Não ) Não ) Não ) Não ) Não ) Não )Regular ( ( ( ( ( ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ( ( ( ( ( ) Não ) Não ) Não ) Não ) Não ( ) Sim ( ) Não 3.1.1- SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO Perguntas para todos Perguntas para aqueles que tiveram algum problema Impediu a realização Nos últimos 12 meses, você teve E nos últimos 7 dias? normal do trabalho, nos últimos 12 qualquer problema como dor ou meses? desconforto na: Coluna Coluna Coluna ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não 3.1.2.Na sua opinião, quais as causas deste problema? Espaço para responder: 3.2.-A cabine é sempre mantida limpa? 3.3-O veículo se encontra em bom estado de conservação? 3.4-O veículo possui cabine climatizada? 3.5-Você inspeciona o veículo toda vez que vai utiliza-lo? 3.6-Você já sofreu acidentes trabalhando nesta empresa? 3.7 – ACESSO AO VEÍCULO 3.7.1-Você pode com segurança subir e descer sem riscos de escorregar? ( ) Sim 3.7.2-Você pode sair rapidamente numa emergência? ( ) Sim ( ( ( ( ( ( ) Não ( ) Não 24 ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ( ( ( ( ( ) Não ) Não ) Não ) Não ) Não 3.8 – POSIÇÃO DE TRABALHO 3.8.1.-A posição de trabalho é confortável? ( ) Sim 3.8.2-A cabine é de tamanho confortável? ( ) Não ( ) Sim ( ) Não 3.9 – ASSENTO 3.9.1-O assento é confortável e tem regulagem? ( ) Sim ( ) Não 3.10 EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES 3.10.1. Você sempre pára as atividades numa situação de risco grave e iminente? ( ) Sim ( ) Não 3.10.2. Você cosidera o Manual de Operação uma boa ferramenta para realizar com segurança as atividades? ( ) Sim ( ) Não 3.10.3. Você utiliza o Manual de Operação? ( ) Sim ( ) Não Você gostaria de fazer algum comentário complementar sobre a segurança na MINA? \ ANEXO B GRÁFICO DE ACIDENTE DE TRABALHO CVRD 25 APÊNDICES 26 APÊNDICE A 100 100 80 80 60 60 40 40 20 20 Percent Percent INTERPRETAÇÃO ESTATÍSTICA DE ALGUMAS PERGUNTAS DO QUESTIONÁRIO APLICADO 0 sim 0 nao sim Você gosta de exercer a atividade de operador? nao Você acha a atividade perigosa? 60 100 50 80 40 60 30 40 20 10 Percent Percent 20 0 sim 0 nao sim o período de sono é suficiente para o descanso? 60 120 50 100 40 80 30 60 20 40 100 120 80 10 120 70 100 20 100 0 80 70 excelente 60 Percent Percent Você acha a atividade cansativa? nao bom 63 60 100 0 80 regular sim 50 80 80 Como é o seu relacionamento com o chefe imediato? 60 60 40 60 40 60 40 40 30 nao Você recebeu algum treinamento para exercer esta função? 37 30 40 27 00 sim sim nao nao ercent Percent Count Percent 40 20 20 20 20 20 20 10 0 0 sim nao 100 80 80 60 60 40 40 20 20 Percent Percent 100 0 sim 0 nao sim Você pode subir e descer sem riscos de escorregar? nao Você pode sair rapidamente numa emergência? 100 120 100 80 80 60 60 40 40 Percent 0 sim 20 0 nao sim A posição de trabalho é confortável nao . Você sempre pára as atividades numa situação de risco? 120 100 80 60 40 Percent Percent 20 20 0 sim nao Você cosidera o Manual de Operação uma boa ferramenta para realizar com 28 APÊNDICE B INTERPRETAÇÃO DETALHADA SOBRE DOENÇAS DOS OPERADORES DE MINA Operadores de Mina com problemas de saúde e respectivas doenças 18,3% Coluna Lombalgias 36,5% Dores no Joelho Dores Musculares 4,5% Dores de Cabeça Sinozite 4,5% Presssão Alta 4,5% Reposição de Hormônios Não responderam 4,5% 4,5% 9,1% 13,6% 29 APÊNDICE C INTERPRETAÇÃO DETALHADA SOBRE OPINIÃO DOS OPERADORES DE MINA SOBRE POSSÍVEIS CAUSAS DO SURGIMENTO DOS PROBLEMAS DE COLUNA NOS ÚLTIMOS 12 MESES Opinião dos Operadores quanto às causas do surgimento de Problemas de Coluna nos últimos 12 meses Bancos com folga Atividade Física 5,9% Esforços Repetitivos 5,9% 23,5% 5,9% 5,9% Exposição Prolongada em única posição Mau descanso Função Exercida 5,9% 11,7% 5,9% Trando do Trator Escala de Trabalho mal definida Segurança 5,9% 23,5% Chuva excessiva 30 APÊNDICE D OPINIÕES FINAIS DOS OPERADORES DE MINA Opiniões Finais Total de operadores que responderam 12 Patrol deveria funcionar mais tempo 3 Muita poeira na Mina 2 Revisão em equipamentos Móveis 1 Continuidade de Treinamentos 1 Organizar equipe específica para realizar sobre os equipamentos móveis 1 Realizar revisão nos equipamentos 1 Melhorar o acompanhamento do SESMT na Mina 1 Sobre a posição de trabalho, deve-se avaliar os diferentes equipamentos 1 Desacato à Normas de Segurança leva á ocorrência de acidentes 1 31