Apresentação
do livro
Serviço
Nacional de
Saúde – para
uma
conversação
construtiva
10 | Outubro | 2014
Texto:
Carlos Gamito
[email protected]
Fotografia:
João Pedro Jesus e Fundação SNS
Paginação e Grafismo:
Marisa Cristino
[email protected]
A apresentação do livro – Serviço Nacional de Saúde-para uma conversação construtiva –, decorreu sob a gerência
do Prof. Doutor Constantino Sakellarides, na foto ladeado à esquerda pelo Dr. Pedro Noguês, representante da
editora Diário de Bordo, e à direita pela Senhora D. Guilhermina Pereira, finalista do curso de Medicina, e Dra.
Patrícia Barbosa, doutoranda na Escola Nacional de Saúde Pública/Universidade Nova de Lisboa
O Serviço Nacional de Saúde é um dos mais notáveis feitos trazido pela democracia portuguesa
instalada com o 25 de Abril de 1974.
A Fundação para a Saúde, actualmente presidida pelo Prof. Doutor Constantino Sakellarides, à
passagem do quadragésimo ano da implantação da democracia em Portugal, apresentou, pela
pessoa do seu Presidente, o livro intitulado Serviço Nacional de Saúde – para uma conversação
construtiva, editado pela Diário de Bordo.
A sessão de apresentação da obra – que integra cinco partes amplamente descritas por distintas
figuras do sector da saúde – decorreu em Lisboa no passado dia 10 de Outubro de 2014.
O Professor Constantino Sakellarides, que tomou assento na mesa dos apresentadores, ladeado
respectivamente pelo Dr. Pedro Noguês, representante pelas edições Diário de Bordo; D. Maria
Guilhermina Pereira, sextanista do curso de Medicina, e Dra. Patrícia Barbosa, investigadora e
doutoranda na Escola Nacional de Saúde Pública/Universidade Nova de Lisboa, num primeiro
momento fez uso da palavra para exaltar o empenho dos jovens que abraçam os projectos que
envolvem a assistência na saúde, não só na carreira médica como em tantas outras áreas que
culminam em especializações integradas no exercício de funções nos estabelecimentos
prestadores de cuidados de saúde, mas paralelamente lamentou o desinteresse e até o
desconhecimento de muitos outros jovens sobre as políticas de saúde no seu próprio País, e
frisou que, inexplicavelmente, ainda existem cidadãos de todas as faixas etárias que não sabem
o que é o Serviço Nacional de Saúde.
Com o fim da primeira e curta alocução do Presidente da Fundação para a Saúde, foi dada a
palavra à D. Guilhermina Pereira que, num olhar retrospectivo, recordou que no ano lectivo
transacto ocupou o cargo de Presidente da Associação de Estudantes, condição que a
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catapultou para actividades de vários níveis, nomeadamente reuniões na Fundação para a
Saúde.
A Dra. Patrícia Barbosa, mergulhada no seu papel de investigadora em políticas e serviços de
saúde e doutoranda em cuidados de saúde primários, fez uma intervenção pautada pela
assertividade e, a dado momento, sublinhou que um serviço de saúde que se baseie na
centralidade do cidadão deve apostar na continuidade dos serviços e em organizações em rede.
E a este propósito destacou ainda que as organizações onde o cidadão é de facto o centro e
onde tem o acesso facilitado para quando necessita de cuidados, devem ser preservadas e
defendidas, cabendo por isso a todos, profissionais e utentes, proteger e salvaguardar o que é
das pessoas e para as pessoas, o Serviço Nacional de Saúde.
A EXCELENTE PRELECÇÃO PROFERIDA PELO PROFESSOR CONSTANTINO SAKELLARIDES
O Professor Constantino Sakellarides propiciou à assistência uma excelente prelecção onde focou momentos, feitos
e factos que ficarão para sempre abrigados na História da Humanidade
A segunda parte desta participada sessão foi preenchida com uma excelente prelecção proferida
pelo Professor Constantino Sakellarides, na qual o Professor se debruçou sobre acontecimentos
e conjunturas históricas, mas também olhou atentamente para alguns factos que marcam a
actualidade.
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O PROFESSOR CONSTANTINO SAKELLARIDES QUESTIONA-SE SOBRE O INTERESSE DE GRUPOS
ECONÓMICOS ESTRANGEIROS A PRETENDEREM INVESTIR NO SECTOR DA SAÚDE EM PORTUGAL
O Professor, em declarações à nossa reportagem, não escondeu a sua perplexidade ante o interesse manifestado
por grupos económicos estrangeiros a pretenderem investir no sector da saúde em Portugal, o que, na opinião do
docente, vai acarretar avultadas e negativas consequências para o já debilitado Serviço Nacional de Saúde
O Professor Constantino Sakellarides, sempre solícito, aceitou conversar com a nossa
reportagem sobre o caminho que se perspectiva para o futuro do Serviço Nacional de Saúde.
Atentemos às palavras do Professor: «Não devemos ter quaisquer dúvidas que o Serviço
Nacional de Saúde está, actualmente, sob um elevado nível de risco. Naturalmente que eu, no
sentido de tranquilizar as pessoas, podia dizer outra coisa, mas como defendo que é nas
verdades que se centra o eixo da vida, não iria responder à sua pergunta com fantasias». E
adiantou: «Tenho duas considerações a tecer e que no meu ponto de vista são extremamente
significativas. A primeira é a importância do capital humano. O Serviço Nacional de Saúde tem
valor pelas pessoas que lá exercem as suas actividades, e esses profissionais têm que se sentir
motivados e com condições de trabalho, mas hoje, lamentavelmente, estamos a assistir à saída
maciça desses profissionais, e não são só saídas para a reforma como também para o
estrangeiro, e estou a referir-me a quadros muito importantes não só na prestação de cuidados
de saúde, mas também nas áreas da investigação e ensino, que são pilares fundamentais para o
Serviço Nacional de Saúde. Quem possa dizer que o Serviço Nacional de Saúde está bem, é
porque ainda não entendeu a essência do SNS.» E o Professor fez questão de frisar: «É um
dever dos responsáveis recuperar todo o capital humano e oferecer-lhe condições de trabalho e
perspectivas de futuro. Como todos sabemos e sentimos, os cortes nas remunerações são
constantes e chegam a atingir o dramatismo nalgumas famílias e até a própria reforma das
pessoas está ameaçada, o que me leva a afirmar-lhe que se não for dada uma resposta
contundente no sentido de reverter esta onda, dificilmente poderemos considerar um futuro para
o Serviço Nacional de Saúde. Esta foi a primeira consideração, agora a segunda: repare na
excitação dos mercados com a venda da Espírito Santo Saúde. Esta agitação reflecte que existe
uma faixa da sociedade portuguesa com conhecimento que a expansão do sector da saúde
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privada vai alcançar proporções enormíssimas e que o Serviço Nacional de Saúde vai sofrer
quebras muito acentuadas, e todos esses sinais têm que ser lidos com objectividade. Com isto
não pretendo dizer que o País não deva dispor de sistemas de saúde privados, não é de maneira
nenhuma essa a minha posição, até porque todos os serviços de saúde do mundo em geral são
mistos, agora estarmos a assistir ao interesse de grupos económicos estrangeiros – mexicanos,
brasileiros e chineses – a pretenderem investir no sector da saúde em Portugal?!»
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Apresentação do livro Serviço Nacional de Saúde – para