UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente - PRODEMA Suellen Silva Pereira Panorama da Gestão dos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde na Cidade de Campina Grande/PB: um enfoque da percepção ambiental apresentada por profissionais da saúde. Campina Grande – PB 2009 _________________________________________________________________________Dedicatória _________________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA SUELLEN SILVA PEREIRA PANORAMA DA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇO DE SAÚDE NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB: UM ENFOQUE DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL APRESENTADA POR PROFISSIONAIS DA SAÚDE. Dissertação apresentada ao Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA, Universidade Federal da Paraíba/Universidade Estadual da Paraíba, em cumprimento às exigências para obtenção de grau de Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Profª. Drª. Aliana Fernandes Orientadora Campina Grande - PB 2009 É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL - UEPB T436p Pereira, Suellen Silva. Panorama da gestão de resíduos sólidos de serviço de saúde na cidade de Campina Grande/PB [manuscrito]: um enfoque da percepção ambiental apresentada por profissionais da saúde/ Suellen Silva Pereira, 2009. 189 f.: il. color. Digitado. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente). Universidade Estadual da Paraíba, Programa de Pós-Graduação e Pesquisa, 2009. “Orientação: Profa. Dra. Departamento de Enfermagem”. Aliana Fernandes, 1. Meio Ambiente – Resíduos Sólidos. 2. Serviços de Saúde. 3. Percepção Ambiental. I. Título. 22. ed. CDD 363.728 5 SUELLEN SILVA PEREIRA PANORAMA DA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇO DE SAÚDE NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB: UM ENFOQUE DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL APRESENTADA POR PROFISSIONAIS DA SAÚDE. Dissertação aprovada em 18/02/2009, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre no Curso de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Área de Concentração: Gerenciamento Ambiental, Sub-Área: Tecnologia Ambiental, do Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente - Sub- Programa Universidade Federal da Paraíba/Universidade Estadual da Paraíba, pela seguinte banca examinadora: ____________________________________________________ Profª. Drª. Aliana Fernandes - UEPB Orientadora ____________________________________________________________ Profº. Drº. Valderí Duarte Leite - UEPB Examinador Interno ____________________________________________________________ Profª. Drª. Luciana Lucena Lopes - FACISA Examinador Externo _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - iv Dedicatória Dedico este trabalho ao meu marido Idiléu e aos meus pais Socorro Socorr e Eduardo que ao longo de minha existência sempre se mostraram prontos a me apoiar nos momentos tranquilos, assim como nas intempéries que os seres humanos são forçados a passar ao longo de sua vida. _________________________________________________________________________Dedicatória _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - v Agradecimentos Primeiramente a Deus, por me conceder o dom da vida e a oportunidade de poder está desfrutando de todas as suas maravilhas; dando-me coragem para prosseguir minha caminhada sem desistir diante dos percalços da vida; sem Ele nada disso séria possível; Aos meus pais, que sempre me apoiaram em todos os momentos da minha vida, assim como aos meus irmãos e demais familiares; Ao meu marido José Idiléu Pereira Araújo, Araújo pela compreensão, paciência, pelas angústias e alegrias compartilhadas e por todo o incentivo recebido durante a elaboração desta dissertação. Obrigada por acreditar em mim; Ao PRODEMA, Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, pela oportunidade de realizar essa pesquisa; A todos os professores do PRODEMA, pelos saberes compartilhados; A Marilene, secretária do PRODEMA/UEPB, pela ajuda em todos os momentos dessa jornada; Ao DAAD, Deutscher Akademischer Austausch Dienst e.V. German Academic Exchande Service (Serviço Alemão de Intercâmbio – Brasil) pelo apoio financeiro, concedendo-me a bolsa de estudo para viabilizar este trabalho; A Profª. Drª. Aliana Fernandes, Fernandes pela orientação concedida; _____________________________________________________________________Agradecimentos _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - vi Aos examinadores Prof. Dr.. Valderí Valderí Duarte Leite e Profª. Drª. Luciana Lucena Lopes por aceitarem o convite de compor esta Banca Examinadora e pelas prestimosas contribuições que só vieram a engrandecer este trabalho; As companheiras de jornada, a turma mais feminina do PRODEMA: Adriana, Adriana Aretuza, Aretuza Clélia, Clélia Gabriela, Iaponira, Karine, Marina e Patrícia, Patrícia pela ajuda mútua e pela amizade construída ao longo desses dois anos de caminhada, posso dizer que somos todas vitoriosas, pois passamos por momentos de grandes atribulações, mas estamos aqui, firmes e fortes. Valeu por tudo Meninas Perdidas; As amigas e companheiras de todos os momentos Josandra Barreto Barreto e Verônica Macário, Macário pelas palavras de carinho, amizade, e ânimo nos momentos mais difíceis da minha vida, assim, como nos alegres, só vocês sabem o quanto foi difícil essa jornada e o quanto a conclusão desta dissertação significa; Aos que tornaram esta pesquisa possível: À Direção e Equipe de Enfermagem do Hospital; À Direção e Equipe de Análise Laboratorial Laboratório de Análises Clínicas; À Coordenadoria de Meio Ambiente da Secretaria de Planejamento – SEPLAN da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG); À Coordenadoria de Educação Ambiental da Secretaria de Educação, Esporte e Cultura – SEDUC/PMCG À Secretaria de Assistência Social – SEMAS/PMCG; À Secretaria de Obras e Serviços Urbanos – SOSUR/PMCG, A todos, que direta ou indiretamente, contribuíram para o sucesso deste trabalho. Se não fosse a ajuda de todos, este sonho não estaria sendo realizado. Dessa forma eu agradeço a todos de coração. _____________________________________________________________________Agradecimentos _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - vii “Ser feliz não é ter uma vida perfeita. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, perdas e frustrações. frustrações. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da sua própria história.” história.” Augusto Cury. Cury. ___________________________________________________________________________Epígrafe _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - viii Resumo PEREIRA, Suellen Silva. Panorama da Gestão dos Resíduos de Serviço de Saúde na cidade de Campina Grande/PB: um enfoque da percepção ambiental apresentada por profissionais da saúde. Campina Grande: PRODEMA/UFPB/UEPB, 2009. Sabe-se que as mudanças ambientais estão diretamente relacionadas às diferentes formas de interações que os indivíduos estabelecem com os recursos naturais, podendo, assim, gerar novos bens ou impactos ambientais. Com o processo de urbanização e industrialização vivenciado mais intensamente nos últimos 30 anos, verifica-se um aumento na demanda por atendimento médico-hospitalar e laboratorial, uma vez que a assistência à saúde é uma condição para obtenção de uma boa qualidade de vida. Neste sentido, ressalta-se a necessidade de um correto gerenciamento dos resíduos sólidos de serviço de saúde – RSSS, tendo em vista o alto grau de contaminação presente nesse material, devido à presença de organismos patogênicos transmissores de doenças, podendo ocasionar danos tanto à saúde da população, como também, propiciar a contaminação do meio ambiente. Desse modo, a presente dissertação tem por objetivo principal, diagnosticar o grau de conhecimento que apresenta a Equipe de Enfermagem e da Equipe de Analise Laboratorial de duas unidades de saúde da cidade de Campina Grande/PB, sobre a correta gestão dos RSSS, uma vez que são esses profissionais que estão no contato direto e diário com os RSSS, sendo de fundamental importância o conhecimento de todos que compõem as Equipes sobre o correto gerenciamento desses resíduos, além de traçar um panorama da situação dos resíduos e do meio ambiente urbano da cidade em estudo. Para a obtenção dos dados, o instrumento metodológico aplicado no estudo realizado foi questionário semi-estruturado com 20% dos profissionais da Equipe de Enfermagem e 100% da Equipe de Análise Laboratorial, assim como, visitas a repartições públicas municipais objetivando levantar dados sobre a gestão dos resíduos no município, bem como a preocupação dos órgãos municipais com o meio ambiente da cidade. Os dados obtidos por meio dos questionários foram mensurados e tabulados para compreender a percepção ambiental, dos profissionais alvos desse estudo, sobre a correta gestão dos resíduos de saúde. Verificou-se, que apesar dos profissionais afirmarem possui o conhecimento necessário sobre o manejo adequado dos RSSS, muitos não colocam em prática tais conhecimentos, comprometendo assim, a própria saúde, a saúde da população, bem como a qualidade ambiental. PALAVRAS-CHAVE: Meio Ambiente, Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde, Percepção Ambiental ___________________________________________________________________________Resumo _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - ix Abstract PEREIRA, Suellen Silva. Overview of the Solid Waste Management Service in Health City of Campina Grande/PB: a focus on environmental perception presented by health professionals. Campina Grande: PRODEMA/UFPB/UEPB, 2009. It is known that environmental changes are directly related to the different forms of interactions that provide individuals with resources so they can generate new goods or environmental impacts. In the process of urbanization and industrialization experienced most intensely in the last 30 years, there is an increase in demand for medical care and hospital and laboratory, since health care is a prerequisite for obtaining a good quality of life. In this regard, stresses the need for a proper management of solid waste of health service - RSSS in view the high degree of contamination present in this material, due to the presence of pathogens transmission of diseases, can damage both the health population, but also provide the contamination of the environment. Thus, this dissertation aims to principal, diagnose the extent of knowledge that gives the nursing team and laboratory analysis of two units of health of the city of Campina Grande/PB, on the correct management of RSSS, since are those who are in direct and daily contact with the RSSS, being crucial the knowledge of all the teams that make the correct management of these wastes, and draw a picture of the situation of the waste and the urban environment of the city under study. To obtain the data, the methodological tool applied in the study was semi-structured questionnaire with 20% of professional nursing staff and 100% Team Analysis Laboratory, as well as visits to local offices aiming to raise data management waste in the municipality and the municipal bodies concerned with the environment of the city. The data obtained through the questionnaires were tabulated and measured to understand the environmental perception of the professional goals of this study, the correct management of waste from health. It was found that despite the claim has the professional knowledge needed on the appropriate management of RSSS, many do not put such knowledge into practice, thereby jeopardizing the very health, population health, and environmental quality. KEYWORDS: Environment, Solid Waste Service of Health, Environmental Perception ___________________________________________________________________________Abstract _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - x Lista de Abreviaturas e Siglas Abreviaturas COMDEMA – Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente COMEA – Coordenadoria de Meio Ambiente DULUR – Diretoria de Limpeza Urbana EA – Educação Ambiental EPC - Equipamento de proteção coletiva EPI – Equipamento de proteção individual PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde PMCG – Prefeitura Municipal de Campina Grande RSSS – Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde RSU – Resíduos Sólidos Urbanos SEDUC – Secretaria de Educação, Cultura e Esporte SEMAS – Secretaria de Assistências Social SEPLAN – Secretaria de Planejamento SOSUR – Secretaria de Obras e Serviços Urbanos Siglas ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente FNS – Fundo Nacional de Saúde IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística NBR – Norma Brasileira Registrada NR – Normas Regulamentadoras PNSB – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico RDC – Resolução de Diretoria Colegiada SUS – Sistema Único de Saúde UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância __________________________________________________________Lista de Abreviaturas e Siglas _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - xi Lista de Figuras Figura 01: Figura 02: Figura 03: Figura 04: Figura 05: Figura 06: Figura 07: Figura 08: Figura 09: Figura 10: Figura 11: Figura 12: Figura 13: Figura 14: Figura 15: Figura 16: Figura 17: Figura 18: Figura 19: Figura 20: Figura 21: Figura 22: Figura 23: Figura 24: Figura 25: Composição Gravimétrica dos Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil em 33 percentual (%) Destino dos resíduos domiciliares não coletados nas Regiões do Brasil 36 (2000) Etapas do manejo correto dos resíduos de serviço de saúde 45 Sacos plásticos para os resíduos de serviço de saúde 48 Exemplos de equipamentos de proteção individual – EPI´s 51 Volume de resíduos de serviço de saúde coletados por região do Brasil 51 (em t/dia) Desenho esquemático de um aterro sanitário 55 Esquematização de uma Vala Séptica 56 Localização do Estado da Paraíba, destacando a cidade de Campina 72 Grande no contexto de sua Microrregião Composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos de Campina 75 Grande em (%) Destinação dos resíduos domiciliares da cidade de Campina Grande/PB 76 em porcentagem (%) Localização do “lixão” Municipal de Campina Grande, PB 76 Coleta de lixo séptico do Brasil – 2000 com destaque para o Estado da 78 Paraíba Recipientes para RSSS sendo mal utilizados no centro da cidade de 79 Campina Grande/PB Tratamento de lixo séptico do Brasil – 2000 com destaque para o Estado 80 da Paraíba Destinação final dos resíduos de serviço de saúde no Brasil – 2000, com 81 destaque para o Estado da Paraíba. Ocupação do espaço do Lixão, Campina Grande/PB 86 Diagrama das vias de acesso de agentes patogênicos para o homem, 87 através dos resíduos dispostos inadequadamente. Presença de catadores sem material de proteção na área do “lixão” 88 municipal de Campina Grande/PB. Catadores na atividade de segregação e separação dos recicláveis no 91 lixão de Campina Grande/PB Níveis de risco dos RSSS 92 Locais de segregação dos RSSS no Hospital 100 Segregação incorreta dos resíduos no Hospital 101 Depósitos de acondicionamento dos resíduos de acordo com o tipo no 101 Hospital Recipientes para deposição dos RSSS recicláveis existentes no hospital 102 _____________________________________________________________________Lista de Figuras _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - Figura 26: Figura 27: Figura 28: Figura 29: Figura 30: Figura 31: Figura 32: Figura 33: Figura 34: Figura 35: Figura 36: Figura 37: Figura 38: Figura 39: Figura 40: Figura 41: Figura 42: Figura 43: Figura 44: Figura 45: Figura 46: Figura 47: Figura 48: Figura 49: Transporte interno dos RSSS no Hospital Armazenamento temporário dos RSSS no Hospital Visão da área externa do local de armazenamento dos RSSS no Hospital Entrada do local de armazenamento externo dos RSSS no Hospital Visão da área interna do local de armazenamento dos RSSS no Hospital Funcionário da limpeza do Hospital sem os EPI´s recomendados Faixa Etária da Equipe de Enfermagem do Hospital Nível de Escolaridade da Equipe de Enfermagem do Hospital Tempo total de Atuação Profissional da Equipe de Enfermagem do Hospital Meios de Conhecimentos sobre os RSSS da Equipe de Enfermagem do Hospital Conhecimentos da Equipe de Enfermagem quanto à forma de transporte externo dos RSSS do Hospital Conhecimentos da Equipe de Enfermagem do Hospital quanto ao serviço de gestão dos RSSS prestados pela PMCG Equipamentos de Proteção Individual - EPI´s utilizados durante a rotina profissional da Equipe de Enfermagem do Hospital Resíduos gerados diariamente no Laboratório Local de disposição dos RSSS descartáveis (seringas) pelo Laboratório Local de disposição dos resíduos perfurocortantes (agulhas e lâminas) pelo Laboratório Local de disposição de resíduos comuns (à esquerda) e dos resíduos infectantes (à direita) pelo Laboratório Tipos de bombonas para armazenamento de RSSS Etapas dos processos de tratamento aplicados aos materiais reutilizáveis no laboratório Local de armazenamento externo do Laboratório, com destaque para a empresa que realiza o transporte Veículo para transporte de RSSS Meios de Conhecimentos sobre os RSSS da Equipe de Análise Laboratorial do Laboratório Conhecimentos da Equipe de Análise Laboratorial quanto à forma de acondicionamento interno dos RSSS do Laboratório Equipamentos de Proteção Individual - EPI´s utilizados durante a rotina profissional da Equipe de Análise Laboratorial do Laboratório xii 103 104 105 105 106 108 110 110 111 112 115 117 117 121 122 122 122 123 125 126 126 129 131 132 _____________________________________________________________________Lista de Figuras _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - xiii Lista de Tabelas Tabela 01: Estimativa de Geração de Resíduos Sólidos no Brasil. 32 Tabela 02: Tipo de destinação final dos resíduos sólidos urbanos em percentual (%) 35 Tabela 03: Demografia da População de Campina Grande/PB. 71 Tabela 04: Tipos de resíduos sólidos coletados em Campina Grande/PB 77 Tabela 05: Transporte dos RSSS gerados nos Hospitais de Campina Grande/PB 79 Tabela 06: Principais doenças adquiridas pelos catadores 89 Tabela 07: Material separado pelos catadores e o preço correspondente 96 Tabela 08: Forma de Tratamento e destinação dos RSSS produzidos pelo laboratório 127 _____________________________________________________________________Lista de Tabelas _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - xiv Lista de Quadros Quadro 01: Características dos Sistemas de Classificação de Resíduos de Serviço de Saúde 39 Quadro 02: Relação das principais normas técnicas da ABNT sobre os resíduos de serviço de saúde 41 Quadro 03: Cores dos sacos plásticos para acondicionamento dos resíduos de serviço de saúde conforme a NBR 9.190 e 9.191 da ABNT 48 Quadro 04: Símbolos de identificação dos grupos de resíduos de serviço de saúde 49 Quadro 05: Resumo de Projetos do Poder Legislativo de Campina Grande/PB sobre as temáticas dos resíduos sólidos e problemática ambiental urbana 83 Quadro 06: Escolas da rede municipal de ensino que desenvolvem a coleta seletiva e suas respectivas localizações 85 Quadro 07: Enfermidades relacionadas com os resíduos, transmitidas por macrovetores e reservatórios. 89 Quadro 08: Componentes industriais potencialmente perigosos presentes nos resíduos sólidos urbanos 89 Quadro 09: Números sobre a reciclagem no Brasil 95 Quadro 10: Descrição dos tipos de RSSS por atividades assistenciais existente no Hospital 99 Quadro 11: Modo como a separação dos RSSS é realizada pela Equipe de Enfermagem do Hospital. 113 Quadro 12: Separação dos RSS de acordo com a RDC n° 306 da ANVISA 114 Quadro 13: Sugestões sobre os RSSS fornecidas pela Equipe de Enfermagem do Hospital 119 Quadro 14: Separação dos RSSS realizada pela Equipe de Análise Laboratorial do Laboratório 130 Quadro 15: Forma como os RSSS devem ser acondicionados com o grupo pertencente 136 ____________________________________________________________________Lista de Quadros _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - xv Sumário Dedicatória ............................................................................................................................................ iv Agradecimentos...................................................................................................................................... v Epígrafe ............................................................................................................................................... vii Resumo................................................................................................................................................ viii Abstract ................................................................................................................................................ ix Lista de Abreviaturas e Siglas ............................................................................................................... x Lista de Figuras ..................................................................................................................................... xi Lista de Tabelas................................................................................................................................... xiii Lista de Quadros ................................................................................................................................. xiv Sumário ............................................................................................................................................... xv CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ...........................................................................................17 CAPÍTULO 2: MARCO TEÓRICO: a relação entre população e meio ambiente .......23 2.1.O processo de urbanização das cidades: transformação do espaço natural ..............23 2.2. Meio ambiente urbano e degradação ambiental .........................................................25 2.2.1. O meio ambiente na ciência Geográfica ....................................................................28 2.3. A situação dos resíduos sólidos e seus desafios ............................................................31 2.4. O gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde .....................................................37 2.4.1. Definição dos resíduos de serviço de saúde - RSSS ...................................................37 2.4.2. Classificação dos resíduos de serviço de saúde ..........................................................38 2.4.3. Normas e legislações referentes aos resíduos sólidos de serviço de saúde ................43 2.4.4. Gerenciamento dos resíduos sólidos de serviço de saúde ...........................................44 2.4.4.1. Segregação e acondicionamento dos resíduos sólidos de serviço de saúde ..........47 2.4.4.2. Coleta, transporte e armazenamento interno dos resíduos sólidos dos serviços de saúde ...................................................................................................................................49 2.4.4.3. Coleta e transporte externo dos resíduos sólidos de serviço de saúde...................49 2.4.4.4. Tecnologias de tratamento e destinação final dos resíduos sólidos de serviço de saúde ...................................................................................................................................52 2.4.4.5. Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde – PGRSS .................56 2.5. Surgimento da Educação Ambiental ............................................................................58 CAPÍTULO 3: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................61 3.1. Área da Pesquisa...............................................................................................................61 3.2. Escolha do Método ..........................................................................................................62 3.3. Caracterização Metodológica da Pesquisa ......................................................................62 3.4. População e Amostra Alvo do Estudo..............................................................................64 3.5. Instrumentos de coleta de dados.......................................................................................65 3.6. Instrumento de Análise de Dados.....................................................................................67 ___________________________________________________________________________________________Sumário _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - xv 3.7. Dificuldades e Limitações da Pesquisa ...........................................................................67 3.8. Considerações Éticas da Pesquisa ...................................................................................68 CAPÍTULO 4: RESULTADOS E DISCUSSÕES ..............................................................69 4.1. Panorama da gestão dos resíduos na cidade de Campina Grande/PB .....................69 4.1.1. A evolução urbana da cidade de Campina Grande/PB: aspectos históricos, geográficos e socioeconômicos .............................................................................................................. 70 4.1.2. O serviço de limpeza urbana .......................................................................................73 4.1.3. Ausência de gestão de resíduos sólidos urbanos ........................................................74 4.1.4. A questão dos resíduos sólidos de serviço de saúde – RSSS .....................................77 4.1.5. Instrumentos de gestão do meio ambiente urbano em Campina Grande/PB ..............81 4.1.6. A educação ambiental e os resíduos: um caminho viável...........................................84 4.2. Impactos decorrentes da má disposição dos resíduos ................................................85 4.2.1. Impactos ambientais: degradação ambiental ..............................................................85 4.2.2. Impactos sanitários: risco para a saúde ......................................................................87 4.2.3. Impactos sociais: a presença dos catadores ................................................................93 4.2.4. Impactos econômicos: o material reciclável ..............................................................94 4.3. Gestão dos RSS em duas unidades de saúde de Campina Grande/PB: conhecimento dos profissionais de saúde sobre os RSS .............................................................................97 4.3.1. Unidade de saúde de grande porte: Hospital ..............................................................97 4.3.1.1. Aspectos administrativos ......................................................................................97 4.3.1.2. Gestão dos resíduos sólidos de serviço de saúde – RSSS .....................................98 4.3.1.3. Conhecimento da equipe de enfermagem sobre os RSS .....................................109 4.3.2. Unidade de saúde de pequeno porte: Laboratório de Análises Clínicas ..................119 4.3.2.1. Aspectos administrativos ....................................................................................119 4.3.2.2. Gestão dos resíduos sólidos de serviço de saúde – RSSS ...................................120 4.3.2.3. Conhecimento da equipe de análise laboratorial sobre os RSSS ........................128 4.3.3. Discussão dos resultados obtidos através das análises das unidades de saúde pesquisadas .........................................................................................................................133 CAPÍTULO 5: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...............................................146 5.1. Conclusões da pesquisa ...............................................................................................146 5.2. Recomendações para a Gestão ....................................................................................149 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................151 APÊNDICES .......................................................................................................................163 ANEXOS .............................................................................................................................179 ___________________________________________________________________________________________Sumário 1. Introdução Suellen Silva Pereira PRODEMA 2009 _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 17 - CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO: U m dos grandes desafios da atualidade é o gerenciamento dos resíduos sólidos gerados nas diversas atividades humanas: industrial, residencial, comercial, pública e serviços de saúde. Conforme a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE (2002), são coletadas no Brasil 228.413 toneladas de resíduo urbano por dia e, desse total, 22,49% tem destinação sanitariamente incorreta em lixões, áreas alagadas, e locais não fixos; 37,03% são destinados em aterro controlado. Nas regiões Norte e Nordeste, que concentram aproximadamente 37% da população brasileira, cerca de 50% dos resíduos coletados são depositados em lixões, causando impacto nos recursos hídricos, no ar e no solo, além do impacto na saúde pública. Dessa estatística fazem parte os resíduos sólidos de serviços de saúde (RSSS), gerados em ambiente hospitalar, clínicas prestadoras de serviços de saúde, clínicas odontológicas e veterinárias, laboratórios de análises clínicas, dentre outros. De acordo com o IBGE (2002), é importante salientar que das 228.413 toneladas de resíduos residenciais e comerciais geradas diariamente no Brasil apenas uma fração inferior a 2% é composta por RSSS e, destes, apenas 10 a 25% necessitam de cuidados especiais. Portanto, a implantação de processos de segregação dos diferentes tipos de resíduos em sua fonte, e no momento de sua geração, conduz certamente à minimização de resíduos, em especial, àqueles que requerem um tratamento prévio à disposição final. Nos resíduos onde predominam os riscos biológicos, deve-se considerar o conceito de cadeia de transmissibilidade de doenças, que envolve características do agente agressor, tais como capacidade de sobrevivência, virulência, concentração e resistência, da porta de entrada do agente às condições de defesas naturais do receptor (BRASIL, 2006). Para Domenéch (1993), resíduo é tudo o que é gerado como consequência indesejada em decorrência de uma atividade humana e, em geral, de qualquer ser vivo. No caso dos resíduos sólidos de serviço de saúde – RSSS, eles são gerados das atividades que envolvem o tratamento da saúde, o grande volume é o resultado da decorrente evolução econômico-social na qual a sociedade está inserida. A responsabilidade desses resíduos é da administração de _________________________________________________________________________________________Introdução _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 18 - cada unidade de saúde e deve atender as normas legais desde o momento de sua geração até o seu destino final (KÜEMMERER, 2004). Os RSSS possuem composição variada conforme as suas características biológicas, físicas, químicas e de acordo com a origem de sua geração. Em ambiente hospitalar, destacam-se os resíduos biológicos contaminados, objetos perfurocortantes, peças anatômicas, produtos químicos, tóxicos e materiais perigosos (solventes, quimioterápicos, produtos químicos fotográficos, formaldeídos, radionuclídeos, mercúrio, vidros vazios, caixas de papelão, papéis de escritório, plásticos descartáveis e resíduos alimentares e outros). O manejo sanitariamente adequado dos resíduos sólidos de serviços de saúde é fundamental para a manutenção da qualidade ambiental e da saúde dos profissionais que trabalham em locais geradores desses resíduos. Os serviços de saúde, apesar de serem imprescindíveis ao desenvolvimento humano, apresentaram, nas últimas décadas, uma grande inserção de materiais descartáveis nas várias etapas dos procedimentos médicos-hospitalares, objetivando um menor grau de contaminação dos pacientes por organismos patogênicos. Dessa forma, associado com o elevado volume de materiais descartáveis gerados diariamente nas unidades de saúde, encontrasse a ausência de um correto gerenciamento dos resíduos sólidos de saúde por parte dos profissionais que lidam diretamente com os RSSS em suas atividades cotidianas, fato que compromete a autosustentabilidade do meio ambiente, tendo em vista, conforme destacado pelo IBGE, que a maior parcela dos RSSS gerados no Brasil possuem destinação final inadequada, o que põe em risco tanto o meio ambiente como também a saúde pública. Os resíduos sólidos de serviços de saúde são parte importante do total de resíduos sólidos urbanos, não necessariamente pela quantidade gerada (cerca de 1% a 3% do total), mas pelo potencial de risco que representam à saúde e ao meio ambiente. Os RSSS são classificados em função de suas características e conseqüentes riscos que podem acarretar ao meio ambiente e à saúde. Na concepção de Schneider et al (2004), os RSSS representam maior ameaça à saúde pública e ao meio ambiente não somente pela sua quantidade, mas pelo alto potencial de risco de propagação de doenças e, sendo assim, o seu gerenciamento necessita de maior segurança no manejo, proporcionando, ao mesmo tempo, a melhor qualidade dos serviços prestados e incentivando a redução do volume de resíduos produzidos. O Brasil ainda não conta com uma lei que disciplina de forma abrangente a gestão de resíduos sólidos no território nacional. No entanto, a questão de resíduos sólidos vem sendo exercida pela atuação dos órgãos regulatórios por meio de resoluções do Conselho Nacional _________________________________________________________________________________________Introdução _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 19 - de Meio Ambiente - CONAMA e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, no caso de resíduos sólidos do serviço de saúde (RSSS). Visando atender a necessidade de normatização da gestão dos resíduos sólidos de serviço de saúde, a RDC nº. 306 da ANVISA, de 07 de Dezembro de 2004, estabelece um regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de saúde a ser aplicado em 2005. Mas, para a implantação do Sistema de Gerenciamento Ambiental é preciso identificar e avaliar a atual situação em que se encontram estes estabelecimentos prestadores de serviços de saúde para, posteriormente, traçar o plano de ação em prol dos benefícios desejados a qualidade dos serviços prestados e necessários ao desenvolvimento sustentável. Apesar da relevância de se estudar e buscar alternativas para a problemática de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde, esta ainda vem sendo pouco trabalhada, ganhando destaque legal na década de 1990, o que reforça a importância da pesquisa ora apresentada, cujo objetivo foi elaborar um estudo de como a gestão dos RSSS é concebida em duas unidades de saúde da cidade de Campina Grande/PB, além de abordar o conhecimento do profissional da saúde, especificamente, da Equipe de Enfermagem e da Equipe de Análise Laboratorial dos estabelecimentos pesquisados, sobre os riscos dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde – RSSS no cotidiano profissional e a sua relação com o meio ambiente. Os profissionais da área da saúde em estudo correspondem aos Enfermeiros, Técnicos em Enfermagem, Auxiliares de Enfermagem, Bioquímicos e Farmacêuticos, atuantes em contato estreito com o paciente na assistência direta e, consequentemente, em contato com os RSSS que são gerados durante a realização dos procedimentos por esses profissionais, tais como: curativos, administração de soluções parenterais, enterais, conteúdo de coletores, cateteres, drenos, fezes e urina, dentre outras. As unidades de saúde a serem pesquisadas, bem como os respectivos profissionais, se encontram instaladas na cidade de Campina Grande/PB, que de acordo com a última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, realizada em 01 de julho de 2005, possui uma população de 376.132 habitantes, sendo, portanto, considerada uma cidade de médio porte, além de ser um pólo de saúde para a população das cidades circunvizinhas que necessitam de atendimento mais especializado. Levando em consideração esse contexto, pode-se concluir que a geração de RSSS é proporcional ao número de pessoas que buscam por atendimento médico-hospitalar, fato que reforça a importância do correto gerenciamento de tais resíduos. Os serviços de coleta e destinação dos resíduos gerados na cidade em estudo são realizados pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos – SOSUR, 03 (três) vezes _________________________________________________________________________________________Introdução _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 20 - por semana, sendo estes em dias alternados, com exceção do centro comercial, que é realizado diariamente sempre no terceiro turno de trabalho – à noite. De acordo com o Relatório Mensal da Diretoria de Limpeza Urbana (DULUR) da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos (SOSUR) de Campina Grande/PB, são geradas mensalmente 12.605,33 toneladas de resíduos, onde, deste total, 32,88 toneladas são de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde, o que corresponde a menos de 1% de RSSS. Tal valor poderia passar despercebido, se não fosse o potencial de organismos patogênicos existente nesses resíduos, fato que contribui para a contaminação da população e do meio ambiente, uma vez que os RSSS têm como destino final o “lixão” municipal da cidade em estudo. O gerenciamento inadequado dos resíduos de saúde determina impacto negativo no ambiente e disseminação de doenças. Nesse contexto, o gerenciamento dos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde torna-se um passo fundamental para minimizar os seus impactos. Entende-se como gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde, o conjunto de procedimentos de gestão planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, assim como de normas legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente (ANVISA, 2003). Além disto, o gerenciamento deve estar baseado em critérios sociais, ou seja, na participação das pessoas geradoras de resíduos, para que todos possam definir, localmente, novas regras de convivência, novas normas e novos valores para a definição de seus padrões de produção e consumo, bem como, a utilização de tecnologias mais apropriadas ao seu contexto (DIAS, 2003). Para tanto, a Educação Ambiental pode ser um instrumento no envolvimento das pessoas que trabalham em instituições geradoras de RSSS, uma vez que permite uma compreensão global do ambiente; proporciona os instrumentos para elucidar valores e desenvolver atitudes que lhes permitem adotar uma percepção crítica e participativa a respeito das questões relacionadas com a conservação e adequada utilização dos recursos naturais para melhoria da qualidade de vida, do consumismo desenfreado visando à construção de relações sociais, econômicas e culturais capazes de respeitar e incorporar as diferenças e a liberdade para decidir os caminhos alternativos para o desenvolvimento sustentável. Neste contexto, a presente pesquisa tem como Objetivo Geral diagnosticar a atual gestão dos resíduos sólidos de serviço de saúde/RSSS na cidade de Campina Grande/PB, ampliando este diagnóstico a duas unidades de saúde instaladas na cidade, visando com isto, _________________________________________________________________________________________Introdução _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 21 - evidenciar os impactos ambientais decorrente desses materiais para a população local, bem como, para o meio ambiente quando do seu mau gerenciamento. Como forma de compreender a problemática dos RSSS de forma sistêmica (pensamento com ênfase no todo integrado), uma vez que todas as nossas ações estão interligadas, formando uma verdadeira Teia da Vida como propôs Fritjof Capra (2004)1, necessitando ter conhecimento do todo para poder se chegar a um entendimento melhor da partes, evidenciase a importância da análise, não apenas das áreas alvos, como também, dos processos que contribuíram de maneira negativa para o agravamento da problemática ora evidenciada. Assim sendo, os Objetivos Específicos delineados para pesquisa são: • Descrever o processo de urbanização da cidade de Campina Grande/PB e suas implicações sobre o meio ambiente urbano da cidade, relacionando o aumento da geração de resíduos ao aumento populacional; • Analisar a gestão dos resíduos gerados na cidade, enfatizando os impactos ambientais, sanitários, econômicos e sociais decorrentes da disposição inadequada desses materiais no meio ambiente; • Destacar a importância da Educação Ambiental para a gestão dos resíduos e as Ações Governamentais do Poder Público Municipal da cidade de Campina Grande/PB em prol de um meio ambiente urbano equilibrado; • Diagnosticar a gestão dos RSSS em duas unidades de saúde da cidade de Campina Grande/PB, sendo uma de grande e outra de pequeno porte; • Identificar o conhecimento que os Profissionais da Saúde das duas unidades pesquisadas possuem sobre o correto gerenciamento dos RSSS no cotidiano de suas atividades laborais; • Observar a existência de uma Percepção Ambiental por parte dos Profissionais da Saúde, esta no que concerne aos impactos decorrentes dos RSSS quando mal gerenciados. 1 O pensamento sistêmico surge no século XX, este baseado na mudança da perspectiva holística para sistêmica, tendo como fundamento a ênfase no todo, passando este a influenciar diversas ciências. A concepção sistêmica da vida não vê as coisas como elementos isolados, mas como partes de padrões integrados, conjuntos cheio de significados, cujas características mais importantes não estão em suas partes, mas na maneira como estas partes se relacionam com o todo. A visão do mundo como uma máquina, vista na era moderna leva em consideração apenas o que pode ser medido e quantificado, sem levar em consideração as particularidades das partes que compõem o mundo (o todo), passando o mundo a ser um objeto morto segundo R.D Laing apld Capra (2006, p. 34). Nesta perspectiva, pode-se dizer que fazemos parte de um sistema integrado onde dependemos de cada parte desse sistema para nossa sobrevivência, não existimos isoladamente, estamos inter-relacionados, e dessa relação depende a harmonia do todo. _________________________________________________________________________________________Introdução _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 22 - A presente dissertação está organizada em 05 (cinco) capítulos para uma melhor compreensão do objeto de estudo, qual seja, os Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde - RSSS. Dessa forma, o Capítulo 1 apresenta a introdução e a contextualização geral da temática ora apresentada. No Capítulo 2 encontra-se o Marco Teórico, momento reservado ao levantamento do referencial necessário para subsidiar o embasamento teórico do estudo proposto. Buscou-se enfatizar a relação do homem com o meio ambiente, ressaltando os impactos decorrentes desse processo de interação homem x meio, com destaque para o processo de urbanização e o consequente aumento da geração de resíduos sólidos urbanos, evidenciando os Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde, e todos os riscos e cuidados necessários para o seu correto gerenciamento. O presente capítulo ainda faz uma abordagem de como o meio ambiente é percebido na Ciência Geográfica, ressaltando a importância da Educação Ambiental como instrumento para a conscientização da população na manutenção do meio ambiente sadio e equilibrado. Posteriormente, no Capítulo 3 encontra-se apresentada, além da área de desenvolvimento da pesquisa, todos os procedimentos metodológicos utilizados para a realização da presente dissertação. Em seguida, o Capítulo 4 abordará os resultados e discussões da pesquisa. Inicialmente, será abordado o processo de urbanização da cidade de Campina Grande/PB, fazendo uma relação do aumento populacional com o, consequente, aumento da geração de resíduos e os impactos decorrentes desses materiais, com ênfase para os resíduos sólidos de serviços de saúde/RSSS, sendo esta análise estendida a duas unidades de saúde instaladas na cidade em estudo. Na ocasião, além de diagnosticar a gestão dos RSSS nas áreas alvos do estudo, será apresentando conjuntamente, os dados obtidos através da aplicação de questionário semiestruturado junto aos profissionais da saúde dos respectivos estabelecimentos, analisando o conhecimento destes quanto ao correto gerenciamento dos RSSS e a percepção ambiental que os referidos funcionários apresentam sobre os impactos decorrentes da má gestão dos RSSS. Finalmente, no Capítulo 5, são apresentadas as conclusões da pesquisa ora apresentada, destacando a análise dos estabelecimentos de saúde pesquisados, bem como, avaliando a gestão dos resíduos na cidade de Campina Grande/PB. Após as conclusões da pesquisa, fazem-se as recomendações para um melhor gerenciamento dos resíduos sólidos de serviços de saúde nas unidades pesquisadas. _________________________________________________________________________________________Introdução 2. Marco Teórico Suellen Silva Pereira PRODEMA 2009 _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 23 - CAPÍTULO 2 - MARCO TEÓRICO: A relação entre população e meio ambiente V ivencia-se atualmente uma crise ambiental que tem suas origens nos primórdios da civilização, uma vez que para sua sobrevivência esta população tinha que fazer uso do meio ambiente e dos recursos que este tinha a oferecer. É bem verdade que este impacto de deu de forma amena, o que não significa dizer que o homem não interferia no meio ambiente em que vivia e do qual sobrevivia. Esta relação se agrava a partir da consolidação do capitalismo como sistema econômico; o qual tem como um de seus princípios a acumulação do lucro, estimulando o consumo em todo o planeta, em decorrência desse novo estilo de vida. Verificou-se, portanto, uma maior exploração, tanto dos recursos naturais como da força de trabalho. Toda esta questão incide diretamente no processo de urbanização das cidades e, consequentemente, constitui-se nas principais causas dos problemas ambientais urbanos que marcam o início do século XXI. Desse modo, este capítulo faz uma abordagem do processo de urbanização/industrialização das cidades e dos problemas ambientais decorrente da relação homem x meio ambiente, fazendo-se necessário um maior aprofundamento em um dos impactos resultante desta relação, qual seja, o aumento da geração dos resíduos, enfatizando a problemática dos resíduos sólidos de serviço de saúde, ressaltando os impactos ocasionados por estes ao meio ambiente e a sociedade. 2.1. O processo de urbanização das cidades: transformação do espaço natural As primeiras cidades fizeram seu aparecimento na esteira da Revolução Agrícola ou, também, “Revolução Neolítica”. A partir daí, se inicia a prática da agricultura, e graças a isso irão surgindo, aos poucos, assentamentos sedentários, e depois as primeiras cidades. Com a agricultura tornou-se possível alimentar populações cada vez maiores, gerando-se, inclusive, um excedente alimentar (SOUZA, 2003). _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 24 - De acordo com Santos (2005) a evolução da população brasileira, principalmente urbana, ocorreu significativamente nos últimos 60 anos. A taxa de urbanização que em 1940 era de apenas 26,35% atingiu, em 1991, 77,13%. Ainda, no período de 1940 a 1980, a população total do país triplica (de 41.326.000 para 119.099.000) ao passo que a população urbana multiplica-se por sete vezes (de 10.891.000 para 82.013.000 hab.). Esse ritmo de crescimento urbano verificado no país após 1950 é justificado por Santos (2005, p.33) quando o autor afirma que: O forte movimento de urbanização que se verifica a partir do fim da Segunda Guerra Mundial é contemporâneo de um forte crescimento demográfico, resultado de uma natalidade elevada e de uma mortalidade em descenso, cujas causas essenciais são os progressos sanitários, a melhoria relativa nos padrões de vida e a própria urbanização. Um fator impulsionador da saída do homem do campo para a cidade foi a Revolução Industrial, fato que desencadeou diversos problemas nos centros urbanos, como exemplificado por Carvalho (2004), quando o autor afirma que foi a partir da revolução industrial que se gerou uma nova disciplina de trabalho nas fábricas, a qual marcou o ritmo de formação da classe operária, enquanto as condições de vida no ambiente fabril e nas cidades iam tornando-se insuportáveis. A intensa migração campo-cidade, impulsionada pela expropriação camponesa e pelos processos de acumulação primitiva, acelerava o desordenado crescimento das cidades. O resultado disso, segundo o autor, foi à alta concentração populacional, constituída principalmente de trabalhadores pobres, expostos a um ambiente insalubre de trabalho e moradia. Sachs (1996, p. 11) realça, com muita propriedade, esta situação ao afirmar que: O preço desse modelo que comercialmente está tão bem sucedido são os refugiados do campo, que me recuso a considerar como urbanizados. Acho que o termo urbanização deveria ser reservado àqueles que estão integrados na vida urbana, porque têm acesso a uma moradia decente e um emprego decente. Porque podem exercer a sua cidadania e vêem que os seus filhos estão realmente desfrutando da igualdade de oportunidades. O processo de urbanização vivenciado no Brasil foi acompanhado com muita expectativa por grande parte da população. Pensava-se que este seria sinônimo de desenvolvimento, o que proporcionaria uma melhor qualidade de vida para todos que recorriam aos centros urbanos como única alternativa de conquistar uma estabilidade financeira e uma vida digna. Santos (2004, p. 194) caracteriza muito bem tal situação ao colocar que: _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 25 - Pensava-se que, no longo prazo, o processo de urbanização seria acompanhado pela redistribuição de rendas, tanto nas cidades como no campo. Pelo contrário, nas condições atuais, a urbanização facilita o processo capitalista que agrava as desigualdades. Desse modo, o que se observou foi um imenso abismo dentro da sociedade, onde de um lado estão os bem abastados (os quais são a minoria) e do outro, os pobres do mundo, numa situação de miséria e marginalização imposta pelo sistema econômico capitalista o qual estamos inseridos. Tamanha concentração de seres humanos, em espaços cada vez menores, fez com que desencadeasse, além dos problemas sociais, problemas ambientais decorrentes da falta de infra-estrutura dos centros urbanos, e do processo de ocupação desordenado. 2.2. Meio ambiente urbano e degradação ambiental Todo e qualquer processo de mudança, neste caso a industrialização e urbanização das cidades, gera conseqüências ao meio ambiente, as tanto positivas quanto negativas. Mas, o que se pode identificar, nesses processos de mudanças, é imensos estragos ocasionados pela ação antrópica no planeta. Fato que, faz suscitar a necessidade de reflexão sobre as relações sociedade-natureza, para que, dessa forma, os impactos resultantes desta relação sejam minimizados. As questões ambientais vêm se tornando temas centrais de discussões no Brasil e no Mundo. Até meados da década de 1980, falava-se muito em preservar a natureza, o meio ambiente, porém, tinha-se como foco central, preocupações voltadas para a denominada natureza intocada, ou seja, os biomas, as bacias hidrográficas, a fauna e a flora, as paisagens e os recursos naturais que compõem o ecossistema e a biodiversidade do Planeta. O meio urbano apresenta, há décadas, um intenso crescimento desordenado e acelerado, trazendo como conseqüência, principalmente nos países subdesenvolvidos, um ambiente degradado. Sobre esta questão, Corrêa (2001, p. 156), afirma que: A espacialidade diferencial implica que se considere o meio ambiente, de um lado, como reflexo social e, de outro, como condicionante social, isto é, reflete os processos e as características da sociedade que o criou e que ali vive, como impacta sobre o seu futuro imediato. _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 26 - Neste mesmo sentido, Menezes (1996), argumenta que se considerarmos que no início deste século XXI a maioria da população mundial estaria vivendo em cidades, então o desafio de se buscar o equilíbrio sócio-ambiental nesse novo cenário estaria, em grande parte, entregue aos governantes locais. Nessa perspectiva, a qualidade de vida nas cidades do futuro dependerá da forma como for estabelecido o padrão de desenvolvimento urbano no presente. Fato que também é justificado por Coelho (2004, p.20), quando a autora afirma que: Acredita-se, por exemplo, que os seres humanos, ao se concentrarem num determinado espaço físico, aceleram inexoravelmente os processos de degradação ambiental. Seguindo esta lógica, a degradação ambiental cresce na proporção em que a concentração populacional aumenta. Tomando por base o fragmento de texto acima exposto, pode-se dizer que, a problemática ambiental nos centros urbanos, ganha maior ênfase devido ao difícil equacionamento dos impactos gerados pelo homem no seu processo de dominação do espaço urbano. Com isso, pode-se afirmar que é na cidade que se encontram os maiores impactos ambientais e estes, por sua vez, atingem um número expressivo de pessoas, tendo em vista que, atualmente a maioria da população mundial se encontra nos centros urbanos. Da mesma forma, Maglio (1999, p. 80), também ressalta a gravidade dos problemas ambientais urbanos ao colocar que: A busca da sustentabilidade ambiental nos centros urbanos é um dos maiores desafios ambientais deste final de século, sendo amplamente reconhecido que o acúmulo de problemas ambientais não apenas afeta a produtividade das cidades mas, ainda cobra um ônus maior das populações pobres, sobre as quais recaem os impactos desse processo, dado o precário acesso das mesmas aos serviços básicos de infra-estrutura urbana, abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta e disposição adequada de lixo, transportes, drenagem e outros serviços. Para maior entendimento do que seria esta problemática ambiental, Souza (2003) a define como sendo todos aqueles problemas que afetam negativamente a qualidade de vida dos indivíduos no contexto de sua interação com o espaço seja o espaço natural, seja diretamente o espaço social. Para o referido autor, em alguns casos, aquilo que é, em certo sentido, um problema ambiental, pode converter-se em recurso ambiental e estratégia de sobrevivência. É o caso que ocorre com as pessoas que recolhem lixo pelas ruas da cidade ou em lixões para o seu próprio uso ou para revenda. Deve-se pensar, que se por um lado a massa dos excluídos aumenta a cada dia em função da globalização e do capitalismo excludente, por outro lado, as emissões de poluentes continuam crescendo, causando impactos ambientais às vezes irreversíveis. _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 27 - Neste sentido, busca-se compreender que as questões relacionadas ao meio ambiente e sua preservação devem estar integradas e correlacionadas com os processos dinâmicos urbanos. Estes, totalmente influenciados pelo modelo do sistema econômico vigente, marcado pela industrialização, alto padrões de consumo, desenvolvimento tecnológico o que reflete diretamente nos hábitos, na cultura e nos atos da população. Esse processo ocorrido de forma acelerada, desordenada, desrespeitando os elementos naturais e a dinâmica do meio ambiente reflete também em fragilidades na infra-estrutura urbana. A história do impacto dos seres humanos sobre a natureza e os conseqüentes problemas socioambientais ocasionados ao seu próprio ambiente, está entrelaçada aos seus interesses de dominá-la, de utilizar seus conhecimentos para conquistá-la e dirigi-la segundo sua conveniência, sem se preocupar com os impactos decorrentes dessa apropriação e degradação do meio ambiente. Mas, a natureza vem dando “respostas” a sua constante exploração, em forma de grandes desastres “naturais”. Como exemplo pode-se citar o tsunami, furacão Katrina, constantes tornados e terremotos, e até mesmo no Brasil (país onde quase não se ouvia falar em desastres desse tipo), como o furacão Catarina, dentre outros. Tal constatação também é evidenciada por Leff (2004, p.56) quando o autor destaca que: A natureza se levanta de sua opressão e toma vida, revelando-se à produção de objetos mortos e à coisificação do mundo. A superexploração dos ecossistemas, que os processos produtivos mantinham em silêncio, desencadeou uma força destrutiva que em seus efeitos sinérgicos e acumulativos gera as mudanças globais que ameaçam a estabilidade e sustentabilidade do planeta: a destruição da biodiversidade, a rarefação da camada estratosférica de ozônio, o aquecimento global. O impacto dessas mudanças ambientais na ordem ambiental e social do mundo ameaça a economia como um câncer generalizado e incontrolável, mais grave ainda do que as crises cíclicas do capital. Da mesma forma, Santos B. (2001, p. 56) também realça a crise ambiental ora vivenciada, podendo esta ser chamada de crise da modernidade. O fragmento de texto que se segue, mostra a contundência, a relevância e a gravidade do impacto gerado pela crise da modernidade no planeta: A promessa de dominação da natureza, e do seu uso para o benefício comum da humanidade, conduziu a uma exploração excessiva e despreocupada dos recursos naturais, à catástrofe ecológica, à ameaça nuclear, à destruição da camada de ozônio, e à emergência da biotecnologia, da engenharia genética e da conseqüente conversão do corpo humano em mercadoria última (SANTOS B., 2001). A tomada de consciência dos riscos e da degradação ambiental em nível global ganhou impacto sobremaneira a forma de se conceber as cidades. Na medida em se constata que a _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 28 - maior parte dos problemas ambientais locais tem conseqüências globais, as cidades passam a ser vinculadas a um complexo sistema dialético que envolve os pólos locais e globais. Tratase da perspectiva de que se geralmente são as populações urbanas as principais causadoras e as primeiras a sentir os efeitos da degradação ambiental global, conseqüentemente é com base nas cidades que podem e devem ocorrer muitas das mudanças necessárias rumo a um padrão de desenvolvimento sustentável (MENEZES, 1996). Nesta perspectiva, as cidades aparecem como um dos grandes desafios do novo século, pois, são nelas que se encontram grande parte dos problemas que levaram e levam à degradação do meio ambiente, tais como: ausência de saneamento básico; água encanada; gestão dos resíduos sólidos; poluição do ar devido aos gases provenientes das fábricas e automóveis, dentre outros. Tal fato se justifica por ser este ambiente – a cidade – um produto da ação humana sobre a natureza, que buscou sobremaneira satisfazer as suas necessidades e expectativas em detrimento do bem-estar ambiental. 2.2.1. O meio ambiente na ciência geográfica Para a compreensão de como o meio ambiente é tratado pela geografia, traçaremos a história do pensamento geográfico em dois grandes momentos. O primeiro - naturalista compreende a origem da geografia como ciência no século XIX até os anos 50/60 do século XX e segundo, que vai desde então até os nossos dias (MENDONÇA, 2004). No primeiro momento, entendeu-se o meio ambiente como descrição do quadro natural do planeta, compreendido pelo clima, relevo, vegetação, hidrografia, fauna e flora. Assim, em suas descrições, o homem se encontrava dissociado do meio ambiente. Foi esta concepção de geografia: "A geografia é a ciência dos lugares e não dos homens" (LACOSTE, 1981), modelo de geografia criado por Vidal de La Blache, nos primeiros anos do século XX, na França, que dominava o ensino da época. A geografia era baseada em estudos fragmentados e propunha-se a analisar a produção do espaço detalhando características físicas dos lugares, e incluindo o homem de maneira abstrata. Nesse período, a geografia física foi compreendida como a parte da geografia que se ocupa do tratamento da temática ambiental, por estar ligada à abordagem do quadro natural do planeta. Somente a partir do século XX, é que a geografia assume o olhar diferente para tratar o meio ambiente. Segundo Mendonça (2004), “para compreender as transformações ocorridas no seio da ciência geográfica, é preciso falar sobre seis contingências que marcaram o mundo entre os anos de 40 e 60 desse século”, quais sejam: _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 29 - • A primeira delas - a Segunda Guerra Mundial (1939 -1945) - chocou a humanidade ao revelar a capacidade de destruição das armas construídas pelo homem. Terminado o conflito, a triste constatação: destruição completa de determinados lugares da Europa e Ásia. A população que sobreviveu à guerra teve que reconstruir essas áreas, até porque as condições básicas de higiene, alimentação e moradia estavam seriamente comprometidas. Assistimos também à guerra dos Estados Unidos contra o Vietnã nos anos 60. • A segunda contingência que marcou a humanidade - a globalização das economias capitalista e socialista - caracteriza-se pela formação de dois blocos internacionais de poder antagônicos: a antiga URSS (socialista) e os EUA (capitalista). Ambos desenvolveram uma política econômica imperialista, a chamada guerra fria, que marcou as quatro décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos, vitoriosos no conflito mundial, desenvolveram o sistema de internacionalização de sua economia. Superprotegeram seu mercado interno e em contra partida exploraram o mercado externo, levando até aos países não industrializados seus principais ramos industriais acompanhados de toda a forma de dominação cultural e ideológica. • A terceira contingência - a explosão demográfica nos anos 1960 e 1970 - serviu para chamar a atenção da sociedade para o fato de que a Terra e seus recursos eram finitos. Determinados recursos naturais são esgotáveis e se explorados a esmo, será impossível repô-los. • A quarta contingência - seca / fome / desertificação na África - problemas ocorridos nos anos 60 e início dos 70. Foram anos difíceis para os povos africanos das áreas que bordejam o deserto de Saara - Sahel, devido ao período de forte seca sobre essa região. Muitos seres humanos perderam a vida, principalmente, crianças, nas mais miseráveis condições de higiene e alimentação. Enquanto isso, assistia-se ao desenvolvimento das sociedades de consumo americana e européia, baseado na propriedade e no bem-estar individual. Essas contradições sociais reforçaram as lutas pela qualidade de vida e pelo ambiente sadio. • A quinta contingência - movimentos sociais gerais - emergentes nos anos 50 e 60 são ligados à ação dos jovens estudantes preocupados com o meio ambiente. O movimento hippie, cujo slogan era "paz e amor" propunha a volta do homem à _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 30 - natureza, o que representava uma sólida e eficaz contestação à sociedade eletrônica em formação, segundo o American way of life. • A última contingência - a abertura do conhecimento científico - possibilitou o salto qualitativo da geografia. A publicação do geógrafo e militante Yves Lacoste: A geografia serve antes de mais nada para fazer a guerra, marcou a aplicação de concepções ideológico-políticas aos estudos de geografia, ciência, até então, positivista. O marxismo foi amplamente empregado nos anos 60, como paradigma de análise em todas as ciências das humanidades. Surge assim, na França, uma nova abordagem geográfica do meio ambiente, liderada por Georges Bertrand, Jean Tricart e Jean Dresh (MENDONÇA, 2004). Os trabalhos desses geógrafos incorporaram o tratamento do meio ambiente de forma integrada pela geografia física, considerando, também, a ação antrópica e seus interesses. No Brasil, o tratamento da temática ambiental na geografia, adota a concepção que interrelaciona sociedade e natureza de modo bastante lento durante as décadas de 70 e 80. A geografia de cunho ambientalista, comprometida com a transformação da realidade começou a destacar-se somente a partir dos anos 80, no Brasil, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, quando a Legislação Ambiental Brasileira normatizou atividades relacionadas ao meio ambiente como exigência da elaboração das EIAs (Estudos dos Impactos Ambientais) e RIMAs (Relatórios dos Impactos Ambientais) para a implantação de atividades produtivas que causam prejuízo ao meio ambiente (MENDONÇA, 2004). Desse modo, convém ressaltar que a concepção de meio ambiente para geografia em nosso tempo é bastante diferente daquela do final do século XIX e início do século XX. Enquanto para aquela época tratava-se apenas do estudo da natureza, atualmente, de acordo com Veyert (apud MENDONÇA, 2002, p.125): [...] a noção de meio ambiente não recobre somente a natureza, ainda menos a fauna, e a flora somente. Este termo designa as relações de interdependência que existem entre o homem, as sociedades e os componentes físicos, químicos, bióticos do meio e integra também seus aspectos econômicos, sociais e culturais. Assim, para a geografia, ao estudo da natureza incorporam-se também graves problemas decorrentes da interação entre a sociedade e a natureza, à relação homem-meio, homemnatureza, físico-humano, homem-homem, etc. (MENDONÇA, 2002). No final do século XX, a geografia adota essa nova concepção de meio ambiente e propõe formas de intervir para tentar recuperar o planeta da degradação provocada pela crise ambiental, assim descrita por Leff (2001, p. 191): _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 31 - A crise ambiental é a crise de nosso tempo. O risco ecológico questiona o conhecimento do mundo. Esta crise apresenta-se a nós como um limite no real, que ressignifica e reorienta o curso da história: limite do crescimento econômico e populacional; limite dos desequilíbrios ecológicos e das capacidades de sustentação da vida; limite da pobreza e da desigualdade social. Mas também crise do pensamento ocidental. Desejando contribuir de modo consciente para a melhoria da qualidade da vida humana, incorpora-se, então, a perspectiva da Educação Ambiental à geografia. A Geografia também é uma das ciências que tem a percepção enquanto objeto de pesquisa, porque o desenvolvimento da compreensão das ligações existentes entre o indivíduo, seu comportamento e a sua percepção, nesse processo, contribuiriam para desvelar, em última instância, a sua interação com o meio (AMORIM, 1987). As percepções ambientais resgataram um significado mais veemente, no final dos anos 60, ao valorizar os cuidados a serem dispensados na exploração de lugares e paisagens terrestres. Nos anos 70, foram incluídos em um movimento denominado de geografia humanística (AMORIM, 1987). A Percepção Ambiental foi definida como aquela que inclui a percepção sensorial mais a cognição, o conhecimento e o entendimento que os indivíduos têm do meio em que vivem, com a influência dos fatores sociais e culturais, portanto, em sociedade. Portanto, a Geografia, em linhas gerais, é uma das ciências que estuda as relações entre o homem e o meio ambiente, o que lhe traz um grande compromisso e responsabilidade em devolver à sociedade respostas para a questão dos problemas sócio-ambientais, decorrentes da ação dos seres humanos no seu espaço de vivência. 2.3. A situação dos resíduos sólidos urbanos e seus desafios Pode-se dizer que os resíduos sólidos urbanos são resultantes da atividade diária do homem em sociedade e que os fatores que regem sua origem e produção são, basicamente, dois: o aumento populacional e a intensidade da industrialização. Sobre esta questão, Lima (2004, p. 9), argumenta que: O aumento populacional exige maior incremento na produção de alimentos e bens de consumo direto. A tentativa de atender esta demanda faz com que o _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 32 - homem transforme cada vez mais matérias-primas em produtos acabados, gerando, assim, maiores quantidades de resíduos que, dispostos inadequadamente, comprometem o meio ambiente. No Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, 2000), se coleta cerca de 230 toneladas de resíduos sólidos diariamente, sendo 125.258 toneladas referentes aos resíduos domiciliares. A Tabela 01 apresenta a população brasileira e sua distribuição regional, a quantidade de resíduos sólidos gerados diariamente e a geração por pessoa e por região. Em relação à geração por pessoa, observa-se uma grande discrepância de resultados por região, devido aos resíduos não domiciliares, que não têm uma relação direta com a população. Tabela 01: Estimativa de Geração de Resíduos Sólidos no Brasil. População total Valor Percentual (%) Geração de Resíduos Valor Brasil 169.799.170 228.413 Norte 12.900.704 7,6 11.067 Nordeste 47.741.711 28,1 41.558 Sudeste 72.412.411 42,6 141.617 Sul 25.107.616 14,8 19.875 Centro-Oeste 11.636.728 6,9 14.297 Fonte: PSNB (IBGE, 2000 – Grifo nosso). Organização: PEREIRA, S. S. Geração per capita (kg/hab/dia) Percentual (%) 100 4.8 18.2 62 8.7 6.3 1.35 0.86 0.87 1.96 0.79 1.23 Diante dos dados da Tabela 01, observa-se que a Região Sudeste gera 62% dos resíduos gerados no país, onde a maior parcela é composta de materiais que degradam o meio ambiente, como produtos eletrônicos, embalagens descartáveis, latas de alumínio, materiais que levam um bom tempo para ser decomposto pela natureza, o que aumenta a geração de resíduos e o acumulo dos mesmos, principalmente em locais impróprios, como terrenos baldios e vias públicas. A geração de resíduos sólidos vem tomando proporções crescentes e vem sendo reconhecida como um dos maiores problemas da humanidade. De fato, os padrões de consumo e de produção vêm, a cada dia, aumentando a gravidade de resíduos de toda a espécie. O agravante é que grande parte desses resíduos é constituído por matéria-prima que poderia estar sendo reinserida no processo produtivo, como é o caso dos materiais recicláveis, e também por matéria orgânica, basicamente alimentos, que devido às más condições de armazenamento e ao desperdício, tanto no preparo quanto no consumo, acaba por virar “lixo” ao invés de transformar-se em composto orgânico. _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 33 - A composição gravimétrica dos resíduos sólidos do Brasil esta representada na Figura 01. 70% 60% 60% 50% 40% 30% 25% 20% 10% 4% 3% 3% 5% 0% Matéria Orgânica Papel Metal Plástico Vidro Outros Figura 01: Composição Gravimétrica dos Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil em percentual (%). Fonte: IPT/CEMPRE (2000). Organização: PEREIRA, S. S. Com base nos dados acima, pode-se concluir que a maior parcela dos resíduos gerados pela população brasileira é de matéria orgânica, o que acaba por refletir a realidade do nosso País, que é composto por uma grande parcela de pobres e miseráveis, que consomem mais matéria orgânica, (o que caracteriza a falta de recursos para adquirir outros bens de consumo que não seja a alimentação) em detrimento a classe alta, que além da matéria orgânica, consome materiais industrializados, concentrando cada vez mais resíduos sólidos, que são dificilmente absorvidos pela natureza, acabando por degradar cada vez mais o meio ambiente. Vale ressaltar a produção de 35% de materiais recicláveis que poderiam ser encaminhados para postos de triagem e reciclagem, sendo assim, reinserido no processo de produção, o que resultaria numa economia de recursos naturais. Um dos grandes problemas ambientais existentes na sociedade atual é a disposição final inadequada dos resíduos sólidos, pois, além de contaminar os solos, as águas e o ar, os resíduos dispostos a céu aberto ocasionam sérios problemas de saúde pública. Sabe-se também, que tal situação tem se agravado muito nos últimos anos, resultado das mudanças no consumo da população, que gera resíduos diferenciados daquele produzido há aproximadamente 20 anos, tanto em qualidade como em quantidade. Tal realidade pode ser _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 34 - observada não somente em centros urbanos, como também em áreas rurais e municípios de pequeno porte. A destinação ou disposição final, como o próprio nome sugere, é a última fase de um sistema de limpeza urbana. Geralmente esta operação é efetuada imediatamente após a coleta. Em alguns casos, entretanto, antes de ser disposto, o resíduo é processado, isto é, sofre algum tipo de beneficiamento, visando melhores resultados econômicos, sanitários e/ou ambientais. Várias são as formas de processamento e disposição final aplicáveis ao resíduo urbano. Na maioria das vezes ocorrem associadas. As mais conhecidas, de acordo com a Cartilha da Limpeza Urbana – IBAM (BAHIA, s/d) são: - Compactação: trata-se de um processamento que reduz o volume inicial de lixo de 1/3 a 1/5, favorecendo o seu posterior transporte e disposição final; - Trituração: consiste na redução da granulometria dos resíduos através do emprego de moinhos trituradores, objetivando diminuir o seu volume e favorecer o seu tratamento e/ou destinação final; - Incineração: este processo visa à queima controlada do lixo em fornos projetados para transformar totalmente os resíduos em material inerte, propiciando também uma redução de volume e peso; - Aterros (sanitário e controlado): a rigor, é o único método de disposição final propriamente dito. Consiste em compactar os resíduos em camadas sobre o solo; - Compostagem: trata-se do método para decomposição do material orgânico existente no lixo, sob condições adequadas, de forma a se obter um composto orgânico para utilização na agricultura; - Reciclagem: este processo constitui importante forma de recuperação energética, especialmente quando associado a um sistema de compostagem. Apesar de não ser uma forma de destinação correta dos resíduos sólidos, o que se observa é que os lixões continuam sendo uma das principais, se não a principal, forma de destinação final dos resíduos sólidos e a mais prejudicial para a saúde pública e o meio ambiente. São utilizados por aproximadamente 70% das cidades brasileiras como destinação final dos resíduos sólidos produzidos por sua população. De acordo com Pessoa e Hammes (2004, p.89): Os lixões são responsáveis pela disseminação de doenças em animais e nos homens, de onde muitos retiram sua fonte de alimento das sobras de comida desprezadas por outras pessoas. Nesse ambiente, muitas pessoas separam restos de plásticos, papéis, latas de alumínio, etc., que se tornam fonte de renda na troca em postos de reciclagem. Entretanto, essas estruturas de descarte são extremamente nocivas à saúde dessas pessoas e do ambiente como um todo. Além de disseminarem vetores _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 35 - de doenças, o odor provocado pela putrefação de restos de animais e pela decomposição de alimentos afeta também as áreas de população vizinhas, principalmente em dias mais quentes, devido à fermentação. O impacto visual na paisagem também é considerável, tanto pela ausência total da vegetação, quanto pelas montanhas de lixo ou pela presença dessa população humana que dele se torna cada vez mais dependente para sua subsistência. De acordo com os dados apresentados pela Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio/2006-2007, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a coleta de resíduos beneficia 86,6% dos moradores urbanos no território brasileiro. Quando analisada a Região Nordeste, o valor de habitantes residentes em áreas urbanas beneficiado com a coleta de resíduos é de 72,8%. Apesar da coleta de resíduos está atendendo um número cada vez maior de habitantes, o maior problema ainda continua sendo a destinação desses resíduos. Desse acordo com a Pesquisa Nacional obre Saneamento Básico (IBGE, 2000), cerca de 20% dos resíduos gerados no Brasil são dispostos de maneira inadequada em vazadouros a céu aberto, aproximadamente 3% são enviados para unidades de compostagem e a incineração é o destino de quase 0,5%. Para os aterros são destinados aproximadamente 73% do total coletado de resíduos domiciliares urbanos. A Tabela 02 apresenta os tipos de tratamento e destinação final dos resíduos sólidos por região brasileira. Tabela 02: Tipo de destinação final dos resíduos sólidos urbanos em percentual (%). DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS BRASIL NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTROOESTE 21,3 57,2 48,3 9,8 25,9 22,0 37,0 28,3 14,6 46,5 24,3 32,8 Aterro Sanitário 36,2 13,3 36,2 Estação de 2,9 0,0 0,2 Compostagem Estação de Triagem 1,0 0,0 0,2 Incineração 0,5 0,1 0,1 Locais não-fixos 0,5 0,9 0,3 Outra 0,7 0,2 0,12 Fonte: PNSB (IBGE, 2000). Organização: PEREIRA, S. S. 37,1 3,8 40,5 1,7 38,8 4,8 0,9 0,7 0,6 0,7 4,2 0,2 0,6 2,6 0,5 0,2 0,7 0,2 Vazadouro a céu aberto Aterro Controlado De acordo com a Tabela 02, pode-se verificar que a coleta e disposição final dos resíduos sólidos gerados pela população brasileira, ainda são realizados de forma bastante irregular. Os resíduos gerados não são coletados em sua totalidade e, em sua maioria, dispostos em vazadouros a céu aberto, ou seja, nos “lixões” espelhados pelos grandes centros 2 Grifo nosso _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 36 - urbanos. Toda esta problemática reflete problemas de ordem social, econômica e principalmente ambiental, já que a má disposição desses resíduos pode provocar a poluição do ar, do solo e da água, além de provocar doenças nas pessoas que manuseiam com esses detritos. Os resíduos que não são coletados, de acordo com o PNSB – 2000 são distribuídos conforme apresentado na Figura 02. Figura 02: Destino dos resíduos domiciliares não coletados nas Regiões do Brasil – 2000. Fonte: ATLAS DE SANEAMENTO AMBIENTAL (IBGE, 2000) – Adaptado. Organização: PEREIRA, S. S. De acordo com a Figura 02, pode-se verificar na Região Nordeste, que a maior parte dos resíduos domiciliares que não são coletados ou são jogados em terrenos baldios ou logradouros (18%) ou queimados (14%), o que corrobora para uma maior degradação ambiental através da contaminação do solo, da água e da vegetal através da percolação do chorume proveniente da decomposição da matéria orgânica, maior constituinte dos resíduos domiciliares, como também, compromete a qualidade do ar através da emanação de gases oriundos da queima desses resíduos. _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 37 - 2.4. O gerenciamento dos resíduos sólidos de serviço de saúde Com relação aos resíduos sólidos dos serviços de saúde, só nos últimos anos iniciou-se uma discussão mais consistente do problema. Algumas prefeituras já implantaram sistemas específicos para a coleta destes resíduos, sem, entretanto, atacar o ponto mais delicado da questão: a manipulação correta dos resíduos dentro das unidades de tratamento de saúde, de forma que se possa fazer a separação de acordo com o real potencial de contaminação, daqueles que podem ser considerado resíduos comuns. Este fato se justifica, por ser a correta manipulação, como também, destinação dos RSSS de responsabilidade do gerador, ou seja, de cada estabelecimento de saúde. Tendo em vista que algumas unidades de saúde não se comprometem com esse gerenciamento, a municipalidade termina por assumir a responsabilidade por algumas etapas da gestão dos RSSS, como por exemplo: a coleta, o transporte e a destinação dos resíduos de saúde, mesmo não sendo um problema específico do poder municipal. A forma adequada de destinação final ainda não é consensual entre os técnicos do setor, e a prática, na maioria dos municípios, é a disposição final em “lixões”. Os catadores disputam esses resíduos, tendo em vista possuírem um percentual atrativo de materiais recicláveis. 2.4.1. Definição dos resíduos sólidos de serviço de saúde – RSSS De acordo com a NBR n° 12.808 apud Ferreira (2000), os resíduos hospitalares (ou de serviços de saúde) são os resíduos produzidos pelas atividades de unidades de serviços de saúde (hospitais, ambulatórios, postos de saúde etc.). Incluem os resíduos infectantes (classe A) como culturas, vacinas vencidas, sangue e hemoderivados, tecidos, órgãos, perfurocortantes, animais contaminados, fluídos orgânicos; os resíduos especiais (classe B), rejeito radioativo, resíduos farmacêuticos e resíduos químicos; e os resíduos comuns (classe C), das áreas administrativas, das limpezas de jardins, etc. Segundo Grippi (2006) os resíduos sólidos de serviço de saúde constituem os resíduos sépticos os que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos. São produzidos em serviços de saúde, tais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde etc. Este resíduo é constituído de agulhas, seringas, gazes, _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 38 - bandagens, algodões, órgãos e tecidos removidos, meios de culturas, animais usados em teste, sangue coagulado, luvas descartáveis, filmes radiológicos, etc. De acordo com a RDC ANVISA nº 306/2004 e a Resolução CONAMA nº 358/2005, são definidos como geradores de resíduos de serviços de saúde todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de campo; laboratórios analíticos de produtos para a saúde; necrotérios, funerária e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento, serviços de medicina legal, drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, centro de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores, produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro, unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, dentre outros similares. Conforme explicitado acima por diversos autores, os resíduos sólidos de serviço de saúde (RSSS) são oriundos das diversas atividades realizadas em unidades hospitalares que atendam a seres humanos, bem como, a animais não racionais, podendo esta, serem clínicas, laboratórios, farmácias, universidades que ofereçam cursos na área de saúde, dentre outros. Estes resíduos são classificados de acordo com sua origem, uma vez que, dependendo da unidade geradora, estes resíduos poderão ser encaminhados parte para reciclagem e compostagem, como papéis, plástico, papelão, vidro, lata, restos de alimentos, etc. e parte, encaminhado para incineração (o que seria o ideal, mas na realidade este não é o meio de destino mais utilizado), devido o seu alto grau de contaminação uma vez que em contato com o meio ambiente (solo, ar, água, animais – aqui incluídos todos os animais), pode ocasionar diversas enfermidades. 2.4.2. Classificação dos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde O benefício da correta classificação dos resíduos sólidos de serviços de saúde (RSSS) está em possibilitar a manipulação adequada, por parte dos geradores, sem oferecer riscos aos trabalhadores, à saúde coletiva e ao meio ambiente De acordo com o Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (Brasil, 2006) a classificação dos resíduos de saúde vem sofrendo um processo de evolução contínuo, à medida em que são introduzidos novos tipos de resíduos nas unidades de saúde e como resultado do conhecimento do comportamento destes perante o meio ambiente e a saúde, _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 39 - como forma de estabelecer uma gestão segura com base nos princípios da avaliação e gerenciamento dos riscos envolvidos na sua manipulação. A classificação dos RSSS pode obedecer a diversos sistemas, tais como o Sistema Alemão, o Sistema da Organização Mundial de Saúde (OMS), Sistema Britânico, Sistema Environmental Protection Agency (EPA) – Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, Sistema da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT), além da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), cujas descrições estão expressas no Quadro 01. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO ALEMÃO GRUPOS Tipo A: dejetos comuns; Tipo B: dejetos potencialmente infecciosos; Tipo C: dejetos infecto-contagiosos; Tipo D: dejetos orgânicos humanos; Tipo E: dejetos perigosos OMS Resíduos Gerais Resíduos Patológicos; Resíduos Radioativos; Resíduos Químicos; Resíduos Infecciosos; Objetos perfurocortantes; Resíduos Farmacêuticos BRITÂNICO Grupo A: todos os resíduos gerados em áreas de tratamento de pacientes; materiais de pacientes portadores de doenças infecciosa e tecidos humanos; infectados ou não; • Grupo B: materiais perfurocortantes; • Grupo C: resíduos gerados por laboratórios e salas de autópsia; • Grupo D: resíduos químicos e farmacêuticos; • Grupo E: roupas de cama utilizadas, contendores de urina e recipientes para colostomia CONAMA – Resolução nº 05 de • Grupo A: Resíduos biológicos; 05/08/1993 • Grupo B: resíduos químicos; • Grupo C: rejeitos radioativos; • Grupo D: resíduos comuns EPA • Culturas e amostras armazenadas • Resíduos patológicos; • Resíduos de sangue humano e hemoderivados; • Resíduos perfurocortantes; • Resíduos de animais; • Resíduos de isolamento; • Resíduos perfurocortantes não usados ABNT – NBR 12808 de janeiro de • Tipo A: Resíduos infectantes; 1993 • Tipo B: Especial; • Tipo C: resíduos comuns Quadro 01: Características dos Sistemas de Classificação de Resíduos de Serviço de Saúde Fonte: SILVA, S. (2001). Organização: PEREIRA, S. S. • • • • • • • • • • • • • _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 40 - A classificação utilizada nesta dissertação, para os resíduos sólidos de serviço de saúde, será a classificação apresentada pela RDC ANVISA nº 306/04, que divide a geração de resíduos em cinco grupos, quais sejam: I - GRUPO A: Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Os resíduos constituintes do Grupo A podem ser subdivididos em: a) A1 1. Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética; 2. Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido; 3. Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta; 4. Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre; b) A2 1. Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica; c) A3 1. Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares; _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 41 - d) A4 1. Kits de linhas arteriais, endovenosas e dializadores, quando descartados; 2. Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares; 3. Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons. 4. Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo; 5. Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre; 6. Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação diagnóstica; 7. Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações; e 8. Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão. e) A5 1. Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons II - GRUPO B: Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. a) Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; anti-neoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações; _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 42 - b) Resíduos de saneantes, desinfetantes,; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes; c) Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores); d) Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas; e e) Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). III - GRUPO C: Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. a) Enquadram-se neste grupo quaisquer materiais resultantes de laboratórios de pesquisa e ensino na área de saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e radioterapia que contenham radionuclídeos em quantidade superior aos limites de eliminação. IV - GRUPO D: Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. a) Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1; b) Sobras de alimentos e do preparo de alimentos; c) Resto alimentar de refeitório; d) Resíduos provenientes das áreas administrativas; e) Resíduos de varrição, flores, podas e jardins; e f) resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde. V - GRUPO E: Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 43 - 2.4.3. Normas e legislações referentes aos resíduos sólidos de serviço de saúde Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, normalização é a atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto. A ABNT possui algumas normas relativas ao controle dos resíduos dos serviços de saúde. Dentre estas, cabe destacar, conforme apresentado no Quadro 02: NORMA ESTABELECE: Símbolo de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de material; NBR 7.500 Terminologia de transporte de resíduos perigosos; NBR 7.501 Ficha de emergência para transporte de produtos perigosos; NBR 7.503 Envelope para transporte de produtos perigosos NBR 7.504 Preenchimento da ficha de emergência para o transporte de resíduos perigosos; NBR 8.285 Classificação dos sacos plásticos para acondicionamento; NBR 9.190 Especificação de sacos plásticos para acondicionamento; NBR 9.191 Terminologia dos resíduos de serviço de saúde; NBR 12.807 Resíduos de serviço de saúde; NBR 12.808 Manuseio dos resíduos de serviço de saúde; NBR 12.809 Coleta dos resíduos de serviço de saúde; NBR 12.810 Coletores para os resíduos de serviço de saúde perfurocortantes e cortantes. NBR 13.853 Quadro 02: Relação das principais normas técnicas da ABNT sobre os resíduos de serviço de saúde. Fonte: FORMATAÇÃO DO AUTOR Os resíduos dos serviços de saúde ganharam destaque legal no início da década de 1990, quando foi aprovada a Resolução CONAMA nº 006 de 19/09/1991 que desobrigou a incineração ou qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde e de terminais de transportes e deu competência aos órgãos estaduais de meio ambiente para estabelecerem normas e procedimentos ao licenciamento ambiental do sistema de coleta, transporte, acondicionamento e disposição final dos resíduos, nos estados e municípios que optaram pela não incineração (BRASIL, 2006). Posteriormente, a Resolução CONAMA nº 005 de 05/08/1993, fundamentada nas diretrizes da resolução citada anteriormente, estipula que os estabelecimentos prestadores de serviço de saúde e terminais de transporte devem elaborar o gerenciamento de seus resíduos, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos. Esta resolução sofreu um processo de aprimoramento e atualização, o qual originou a Resolução CONAMA nº 283/01, publicada em 12/07/2001. A Resolução CONAMA nº 283/01 dispõe especificamente sobre o tratamento e destinação final dos resíduos de serviços de saúde, não englobando mais os resíduos de _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 44 - terminais de transporte. Modifica o termo Plano de Gerenciamento de Resíduos da Saúde para Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS. Impõe responsabilidade aos estabelecimentos de saúde em operação e àqueles a serem implantados, para implementarem o PGRSS. Define os procedimentos gerais para o manejo dos resíduos a serem adotados na ocasião da elaboração do plano, o que, desde então, não havia sido contemplado em nenhuma resolução ou norma federal. A ANVISA, cumprindo sua missão de "regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam riscos à saúde pública" (Lei nº 9.782/99, capítulo II, art. 8º), também chamou para si esta responsabilidade e passou a promover um grande debate público para orientar a publicação de uma resolução específica. Em 2003 foi promulgada a Resolução de Diretoria Colegiada, RDC ANVISA nº 33/03, que dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. A resolução passou a considerar os riscos aos trabalhadores, à saúde e ao meio ambiente. A adoção desta metodologia de análise de risco da manipulação dos resíduos gerou divergência com as orientações estabelecidas pela Resolução CONAMA nº 283/01. Esta situação levou os dois órgãos a buscarem a harmonização das regulamentações. O entendimento foi alcançado com a revogação da RDC ANVISA n° 33/03 e a publicação da RDC ANVISA nº 306 (em dezembro de 2004), e da Resolução CONAMA nº 358, em maio de 2005. A sincronização demandou um esforço de aproximação que se constituiu em avanço na definição de regras equânimes para o tratamento dos RSSS no país, com o desafio de considerar as especificidades locais de cada Estado e Município (BRASIL, 2006). 2.4.4. Gerenciamento dos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde Além de reunir um grande e variado número de portadores de doenças, o hospital gera um volume de resíduos que são considerados perigosos à saúde e ao meio ambiente, portanto, a implantação de ações que minimizem estes impactos é fundamental. A realização de procedimentos, executados pela equipe de saúde nos usuários que buscam essa assistência, implica na produção de resíduos, que deve ser incluído no gerenciamento organizacional desses serviços. Ao normalizar e coordenar a cadeia de eventos que envolvem as atividades com os RSSS, tal como acondicionamento, armazenamento, transporte e destino final, o hospital estará buscando o máximo de eficiência e de qualidade na assistência, com um mínimo de risco para os pacientes, os funcionários, os visitantes e para o meio ambiente, reforça Bezerra (1995), conforme determinação da Resolução n° 005, _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 45 - de 1993, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) que ressalta a responsabilidade dos estabelecimentos de saúde, cabendo aos mesmos, o gerenciamento dos seus resíduos desde a geração até a disposição final. De acordo com a RDC n° 306 da ANVISA, o gerenciamento dos serviços de saúde pode ser assim definido: Constitui-se em um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. De um modo geral, o manejo correto dos RSSS, dentro de um gerenciamento adequado, abrange várias atividades que vão desde a segregação até a disposição final dos RSSS, conforme a Figura 03 a seguir: Figura 03: Etapas do manejo correto dos resíduos de serviço de saúde. Fonte: OLIVEIRA (2001) Dessa forma, entende-se que o manuseio de tais resíduos deve ser efetuado com destreza e segurança, objetivando, dentre outros aspectos, a prevenção de acidentes e a qualidade de vida dos funcionários envolvidos nessa atividade. De acordo com alguns autores, a quantidade média de resíduos sólidos de serviço de saúde gerados em estabelecimentos de saúde é variável, dependendo do tipo de estabelecimento, com a quantidade de material descartável utilizado no processo, e com o _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 46 - nível de segregação utilizado no estabelecimento, Campos (apud CONFORTIM, 2001) considera 1,5 kg/paciente/dia; Naime et al (2004a) cita uma média de 2,5 kg/paciente/dia, enquanto Claude et al (2004) em uma pesquisa realizada com 70 estabelecimentos verificou uma média de 3,0 kg/paciente/dia. Tal variação, como coloca Naime et al (2008), na geração de resíduos, deve-se ao fato de que, em serviços de saúde, especificamente, o grande aumento de demanda verificado desde a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, não foi acompanhado por dotações orçamentárias do mesmo porte, e, portanto, geraram uma defasagem na administração global do sistema. Além disso, a crescente utilização de materiais descartáveis como forma de controle mais eficiente das infecções e outros fatores associados, também tem contribuído decisivamente para o aumento da geração de resíduos. Para Cussiol et al (2000), entre os fatores que contribuem para agravar o problema dos resíduos em hospitais estão o uso de materiais descartáveis, falta de capacitação para o descarte adequado dos profissionais da saúde e a inexistência do plano de gerenciamento de resíduos. Para Petranovich (1991 apud NAIME 2008), o volume dos resíduos dos serviços de saúde tem crescido a uma taxa de 3% por ano, devido ao fato de que o uso de descartáveis aumentou de 5% para 8% ao ano, em função das doenças infecto-contagiosas e da busca de melhores condições nos serviços de saúde. Armond e Amaral (2001) referem uma estimativa da Associação Paulista de Estudos de Controle de Infecção Hospitalar, onde 10% dos casos mais comuns de ocorrência de infecção hospitalar são contaminações pelos RSSS, fato que justifica a utilização dos materiais descartáveis por parte das unidades de saúde. A população brasileira tem se concentrado, cada vez mais nas áreas urbanas e a expectativa de vida média do brasileiro vem crescendo. Estes fatores também se somam aos anteriores nas justificativas para o aumento da geração de resíduos dos serviços de saúde. Também influem na natureza e na quantidade dos resíduos produzidos, fatores culturais regionais e procedimentos adotados, que dependem de fatores sazonais e até do tipo de alimentação adotado (FORMAGGIA, 1995). A importância de se mensurar os resíduos gerados reside na necessidade de dimensionar o sistema de manejo que deve estar preparado para funcionar com um determinado volume de resíduos, fato que viabiliza o gerenciamento dos mesmos. Outro aspecto de extrema relevância, conforme colocado por Bencko et al (apud NAIME, 2008), diz respeito à necessidade de mudança comportamental, onde se é sugerido abandonar a filosofia anterior de que todos os resíduos hospitalares devem ser tratados como infecciosos. Deve haver promoção de um sistema para separar material contaminado do não _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 47 - contaminado. A recomendação crucial da Conferência de Copenhagen em maio de 1991: Separar resíduos perigosos dos não perigosos que não requerem nenhuma manipulação e eliminação especial. 2.4.4.1. Segregação e acondicionamento dos resíduos sólidos de serviço de saúde A segregação é uma das operações fundamentais para permitir o cumprimento dos objetivos de um sistema eficiente de manuseio de resíduos e consiste em separar ou selecionar apropriadamente os resíduos segundo a classificação adotada. Essa operação deve ser realizada na fonte de geração, condicionada à prévia capacitação do pessoal de serviço. Em cada um dos serviços especializados, os responsáveis por sua prestação (médicos, enfermeiros, técnicos de laboratório, auxiliares, dentre outros.) geram dejetos (algodões, seringas usadas, papéis, amostras de sangue, entre outros.). Tais materiais devem ser classificados e separados em recipientes para cada tipo de resíduo. No entanto, por razões de segurança, recomenda-se realizar uma avaliação inicial dos serviços. Caso a porcentagem maior de resíduos seja infecciosa, é preferível contar com apenas um recipiente e tratar todos os resíduos como se fossem infecciosos. Caso contrário, se os resíduos gerados pelo serviço são especiais e comuns, é recomendável contar com dois recipientes com a finalidade de separar tais resíduos (OPAS, 1997 apud BRASIL, 2001). De acordo com Monteiro et al (2001, p. 63) existem regras a seguir em relação à segregação (separação) de resíduos infectantes do resíduo comum, nas unidades de serviços de saúde, quais sejam: • Todo resíduo infectante, no momento de sua geração, tem que ser disposto em recipiente próximo ao local de sua geração; • Os resíduos infectantes devem ser acondicionados em sacos plásticos brancos leitosos, em conformidade com as normas técnicas da ABNT, devidamente fechados; • Os resíduos perfurocortantes (agulhas, vidros etc.) devem ser acondicionados em recipientes especiais para este fim; • Os resíduos procedentes de análises clínicas, hemoterapia e pesquisa microbiológica têm que ser submetidos à esterilização no próprio local de geração; • Os resíduos infectantes compostos por membros, órgãos e tecidos de origem humana têm que ser dispostos, em separado, em sacos plásticos brancos leitosos, devidamente fechados. O acondicionamento dos RSSS serve como barreira física, reduzindo os riscos de contaminação, facilitando a coleta, o armazenamento e o transporte. O acondicionamento _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 48 - deve observar regras e recomendações específicas e ser supervisionado de forma rigorosa obedecendo cada tipo de resíduo gerado pela unidade de saúde. Os resíduos sólidos de serviços de saúde devem ser acondicionados diretamente nos sacos plásticos regulamentados pelas normas NBR 9.190 e 9.191 da ABNT, sustentados por suportes metálicos. Para que não haja contato direto dos funcionários com os resíduos, os suportes são operados por pedais. Os sacos plásticos devem obedecer à seguinte especificação de cores, conforme demonstrado no Quadro 03. COR TIPO DE RESÍDUO Lixo comum, reciclável Transparente Lixo comum, não reciclável Coloridos opacos Lixo infectante ou especial (exceto o radioativo) Branco leitoso Quadro 03: Cores dos sacos plásticos para acondicionamento dos resíduos de serviço de saúde conforme a NBR 9.190 e 9.191 da ABNT Fonte: MONTEIRO et al (2001). Organização: PEREIRA, S. S. A Figura 04 exemplifica como os sacos podem ser dispostos em unidades de saúde para melhor acondicionamento dos resíduos sólidos de serviço de saúde. Figura 04: Sacos plásticos para os resíduos de serviço de saúde. Fonte: MONTEIRO et al (2001) Posteriormente, os sacos plásticos devem ser colocados em contêineres que permitam o fácil deslocamento dos resíduos para abrigos temporários. Esses contêineres devem ser brancos para o transporte do lixo infectante e de qualquer outra cor para o transporte do lixo comum. É importante ressaltar a necessidade de identificação dos recipientes onde os resíduos serão dispostos, esta prática consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contido nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 49 - RSSS, de acordo com os parâmetros referenciados na norma NBR n° 7.500 da ABNT, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao risco específico de cada grupo de resíduos, conforme demonstrado através do Quadro 04. SÍMBOLOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS GRUPOS DE RESÍDUOS Resíduos do Grupo A são identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulo de fundo branco, desenho e contornos prestos. Os resíduos do Grupo B são identificados através do símbolo de risco associado e com discriminação de substância química e frases de risco. Os rejeitos do Grupo C são representados pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulo de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão MATERIAL RADIOATIVO. Os resíduos do Grupo D podem ser destinados à reciclagem ou à reutilização. Quando adotada a reciclagem, sua identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, usando código de cores e suas correspondentes nomeações, baseadas na Resolução CONAMA nº 275/01, e símbolos de tipo de material reciclável. Para os demais resíduos do Grupo D deve ser utilizada a cor cinza ou preta nos recipientes. Pode ser seguida de cor determinada pela Prefeitura. Caso não exista processo de segregação para reciclagem, não há exigência para a padronização de cor destes recipientes. Os produtos do Grupo E são identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulo de fundo branco, desenho e contornos prestos, acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo. Quadro 04: Símbolos de identificação dos grupos de resíduos de serviço de saúde Fonte: BRASIL (2006). Organização: PEREIRA, S. S. 2.4.4.2. Coleta, transporte e armazenamento interno dos resíduos sólidos de serviço de saúde A coleta e transporte interno dos RSSS consistem no traslado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo, com a finalidade de disponibilização para a coleta. Tais atividades devem atender ao roteiro previamente definido e devem ser feitos em horários, sempre que factível, não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades. A coleta _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 50 - deve ser feita separadamente, de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos (BRASIL, 2006). A coleta interna de RSSS deve ser planejada com base no tipo de RSSS, volume gerado, roteiros (itinerários), dimensionamento dos abrigos, regularidade, freqüência de horários de coleta externa. O transporte interno dos RSSS deve ser executado em rotas específicas e planejadas, utilizando o itinerário de menor percurso entre as fontes geradoras. Deve-se evitar o rompimento dos sacos plásticos, além de esforço excessivo e de acidentes. Os resíduos devem ser transportados devidamente acondicionados em seus recipientes, em carrinhos de coleta exclusivos para esse fim (BRASIL, 2002). Ainda de acordo com Brasil (2002) o armazenamento consiste na estocagem dos resíduos de forma segura em locais apropriados do estabelecimento. O armazenamento dos resíduos pode ser dividido em armazenamento temporário e armazenamento externo. O objetivo do armazenamento temporário é manter os resíduos em condições seguras até o momento mais adequado para a realização da coleta interna II. É recomendado que cada unidade geradora de um estabelecimento de saúde tenha ao menos um local interno apropriado para armazenamento temporário dos resíduos. A partir dessas salas, os resíduos devem ser recolhidos, em horários estabelecidos, e levados para o local de armazenamento externo, onde aguardarão a coleta externa (BRASIL, 2006). O armazenamento externo consiste na guarda dos RSSS em locais específicos no próprio estabelecimento até a coleta externa. No local de armazenamento externo, os resíduos devem estar separados de acordo com o grupo a que pertencem, para evitar mistura e focos de contaminação. È importante ressaltar a necessidade e a importância de se fazer uso dos Equipamentos de Proteção Individual EPI´s durante todo e qualquer procedimento que se esteja realizando durante as atividades laborais de cada funcionário, tendo em vista, que tais equipamentos previnem contra contaminação e acidente com um provável contato direto com os RSSS. A Figura 05 detalha equipamentos de proteção individual que são considerados indispensáveis para a segurança dos funcionários que lidam diretamente com os resíduos de serviço de saúde. _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 51 - Figura 05: Exemplos de equipamentos de proteção individual – EPI´s. Fonte: BRASIL (2006) 2.4.4.3. Coleta e transporte externo dos resíduos sólidos de serviço de saúde A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB 2000), do IBGE, mostra que a maioria dos municípios brasileiros não utiliza um sistema apropriado para efetuar a coleta, o tratamento e a disposição final dos RSSS. De um total de 5.507 municípios brasileiros pesquisados, somente 63% realizam a coleta dos RSSS. Dentre as regiões brasileiras, a região sudeste é a que mais realiza a coleta dos RSSS em todo o Brasil, perfazendo cerca de 3.130 toneladas por dia, conforme demonstrado na Figura 06. Figura 06: Volume de resíduos de serviço de saúde coletados por região do Brasil (em t/dia). Fonte: PNSB (IBGE, 2000). Organização: PEREIRA, S. S. _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 52 - O pessoal envolvido na coleta e transporte dos RSSS deve observar rigorosamente a utilização dos EPI´s e EPC´s adequados. No transporte dos RSSS podem ser utilizados diferentes tipos de veículos, de pequeno até grande porte, dependendo das definições técnicas dos sistemas municipais. Geralmente para esses resíduos são utilizados dois tipos de carrocerias: montadas sobre chassi de veículos e do tipo furgão, ambas sem ou com baixa compactação, para evitar que os sacos se rompam. Os sacos nunca devem ser retirados do suporte durante o transporte, também para evitar ruptura (BRASIL, 2006). Ao final de cada turno de trabalho, o veículo coletor deve sofrer limpeza e desinfecção simultânea, mediante o uso de jato de água, preferencialmente quente e sob pressão. Esses veículos não podem ser lavados em postos de abastecimento comuns. O método de desinfecção do veículo deve ser alvo de avaliação por parte do órgão que licencia o veículo coletor (BRASIL, 2006). 2.4.4.4. Tecnologias de tratamento e destinação final dos resíduos sólidos de serviço de saúde Entende-se por tratamento dos resíduos sólidos, de forma genérica, quaisquer processos manuais, mecânicos, físicos, químicos ou biológicos que alterem as características dos resíduos, visando à minimização do risco à saúde, a preservação da qualidade do meio ambiente, a segurança e a saúde do trabalhador (BRASIL, 2006). As estratégias de tratamento devem ser precedidas, sempre que possível, de procedimentos de redução na fonte dos resíduos gerados, com o uso de tecnologias associadas à prevenção de poluição (tecnologias limpas), à redução do desperdício de matérias-primas e à modificação de processos existentes de forma a minimizar riscos. Além disso, o estabelecimento de saúde deve valorizar seus resíduos, encontrando formas de aproveitamento, através da reutilização ou reciclagem (BRASIL, 2002). O tratamento pode ser feito no estabelecimento gerador ou em outro local, observadas, nestes casos, as condições de segurança para o transporte entre o estabelecimento gerador e o local do tratamento. Os sistemas para tratamento de RSSS devem ser objeto de licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97 e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente. Conforme pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), em 2005, o Brasil apresenta o seguinte panorama _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 53 - no tratamento dos resíduos de saúde no Brasil, na Macrorregião Norte: não existia tratamento dos RSSS gerados; Macrorregião Nordeste: apenas 15% dos RSSS gerados eram tratados; Macrorregião Centro-Oeste: tratava 34,8% dos resíduos de serviços de saúde; Macrorregião Sudeste: observava-se o melhor índice de tratamento do Brasil – 40,6% do total gerado – com destaque para o estado de São Paulo que tratava 79% do total gerado; Macrorregião Sul: apenas 19,8% dos RSSS gerados eram tratados (NAIME, 2006). No que se refere às formas de tratamento adotadas pelos municípios, os resultados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB 2000), do IBGE mostram o predomínio da queima a céu aberto (cerca de 20%), seguida da incineração (11%). As tecnologias de microondas e autoclave para desinfecção dos RSSS são adotadas somente por 0,8% dos municípios. Cerca de 22% dos municípios não tratam de forma alguma seus RSSS. Há várias formas de se proceder ao tratamento dos resíduos de serviço de saúde, tais como: desinfecção química ou térmica (autoclavagem, microondas, incineração), detalhados a seguir. Estes têm por finalidade a desinfecção dos RSSS, fato que irá minimizar os impactos negativos tanto a saúde pública quanto ao meio ambiente: a) Vapor autoclave: A esterilização em autoclave é o método preferido para todos os processos de desinfecção. Trata-se de um aparelho que funciona à base de vapor a alta pressão e alta temperatura. b) Tratamento químico: A desinfecção química segundo Oda e Ávila (2000) possui pontos positivos, como a facilidade para tratamento de materiais líquidos, tais como sangue, hemoderivados, dentre outros e por não exigir grandes investimentos. Os pontos negativos relacionam-se à contra-indicação para animais infectados e resíduos anátomo-patológicos, por não eliminar o resíduo, além de o próprio agente químico se tornar um poluidor, na presença de material orgânico ou em diluições inadequadas. c) Microondas: É uma tecnologia relativamente recente de tratamento de resíduo de serviços de saúde e consiste na descontaminação dos resíduos com emissão de ondas de alta ou de baixa freqüência, a uma temperatura elevada (entre 95 e 105ºC). Os resíduos devem ser submetidos previamente a processo de trituração e umidificação. d) Incineração: A incineração possui pontos positivos e negativos. Como ponto positivo, a incineração é um método eficaz no sentido de aplicar-se a qualquer tipo de resíduo infectante, como também, a alguns tipos de resíduos químicos. Reduz o volume e o peso e elimina características repugnantes dos resíduos patológicos e de animais. Os pontos negativos se encontram na dificuldade de controle de efluentes gasosos e na necessidade de transporte para fora da instituição. Também se menciona o agravamento da poluição do ar _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 54 - com a queima de PVC e outros plásticos comuns nos resíduos dos serviços de saúde (Sugerese, por esta razão, a separação prévia desses materiais). Finalmente cabe mencionar a dificuldade para queima de resíduos com maior quantidade de líquidos, como sangue e hemoderivados (ODA e ÁVILA, 2000). Segundo a ABNT 12807-12809, o ideal seria haver unidades centralizadas para a incineração, já que os equipamentos necessários para tal atividade produzem poluição atmosférica e sonora. Deveria situar-se em locais afastados de centros urbanos, onde se localizam as unidades de serviço de saúde. Para a ABNT, estas unidades centralizadas possuem dois fatores econômicos relevantes. Apresentam menor custo total se comparado com a soma dos custos das unidades descentralizadas para a mesma capacidade e sensível redução nos custos de fiscalização e monitoramento. Segundo a ANBT a implantação deve ser gradual, mas considerada como prioritária pelas administrações de unidades de serviço de saúde, tanto públicas quanto privadas. e) Ionização: Neste processo, os resíduos são submetidos à ação de raios gama, utilizando-se uma fonte radioativa que destrói os microorganismos. A ionização é mais utilizada na esterilização de produtos farmacêuticos e alimentos, sendo ainda pouco utilizada como tratamento de RSSS. Não há registro no Brasil, até hoje, de sua utilização para este fim. Devido ao rigor técnico necessário e aos requisitos de estrutura e tecnologia para sua utilização, a ionização não tem sido empregada para o tratamento dos RSSS. A destinação final consiste na disposição definitiva de resíduos no solo ou em locais previamente preparados para recebê-los. Pela legislação brasileira a disposição deve obedecer a critérios técnicos de construção e operação, para as quais é exigido licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97. O projeto deve seguir as normas da ABNT (BRASIL, 2006). De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB 2000), do IBGE, no que se refere à destinação final, cerca de 56% dos municípios dispõem seus RSSS no solo, sendo que 30% deste total correspondem aos lixões. As formas de disposição final dos RSSS atualmente utilizadas são: a) Aterro sanitário - O aterro sanitário é uma técnica de disposição final dos resíduos sólidos no solo, que permite o controle da poluição e a proteção da saúde pública. O lixo é disposto em células compactadas com um trator e recobertas diariamente com terra, o fundo é impermeabilizado, são implantados sistemas de coleta e tratamento do chorume, drenagem das águas superficiais, coleta e queima do biogás (D´ALMEIDA e VILHENA, 2000). A Figura 07 mostra a representação de um aterro sanitário. _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 55 - Figura 07: Desenho esquemático de um aterro sanitário. Fonte: ALTAS DE SANEAMENTO AMBIENTAL (IBGE, 2000) b) Aterro de resíduos perigosos - classe I - aterro industrial - Técnica de disposição final de resíduos químicos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública, minimizando os impactos ambientais e utilizando procedimentos específicos de engenharia para o confinamento destes. c) Lixão ou vazadouro - Este é considerado um método inadequado de disposição de resíduos sólidos e se caracteriza pela simples descarga de resíduos sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde. É altamente prejudicial à saúde e ao meio ambiente, devido a aparecimento de vetores indesejáveis, mau cheiro, contaminação das águas superficiais e subterrâneas, presença de catadores, risco de explosões, devido à geração de gases (CH4) oriundos da degradação do lixo. d) Aterro controlado - Trata-se de um lixão melhorado. Neste sistema os resíduos são descarregados no solo, com recobrimento de camada de material inerte, diariamente. Esta forma não evita os problemas de poluição, pois é carente de sistemas de drenagem, tratamento de líquidos, gases, impermeabilização etc. e) Valas sépticas - Esta técnica, com a impermeabilização do solo de acordo com a norma da ABNT, é chamada de Célula Especial de RSSS e é empregada em pequenos municípios. Consiste no preenchimento de valas escavadas impermeabilizadas, com largura e profundidade proporcionais à quantidade de lixo a ser aterrada, conforme demonstrado na Figura 08. A terra é retirada com retro-escavadeira ou trator que deve ficar próxima às valas e, posteriormente, ser usada na cobertura diária dos resíduos. Os veículos de coleta depositam os _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 56 - resíduos sem compactação diretamente no interior da vala e, no final do dia, é efetuada sua cobertura com terra, podendo ser feita manualmente ou por meio de máquina. Figura 08: Esquematização de uma Vala Séptica. Fonte: BRASIL (2006) Sendo assim, o gerador (unidades de serviço de saúde) deve se preocupar com os resíduos que produz, a fim de evitar que os mesmos causem danos à saúde das pessoas e ao meio ambiente. Isto pode ser conseguido, se logo quando chegarem ao destino, os resíduos forem imediatamente enterrados, evitando o contato com animais e catadores. 2.4.4.5. Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde – PGRSS Em 2006, a ANVISA e o Ministério do Meio Ambiente criaram o manual do PGRSS, o o ancorados na RDC ANVISA n 306/04 e na Resolução CONAMA n 358/05, com objetivo de minimizar os problemas decorrentes do manejo dos RSSS, favorecendo a reciclagem, redução dos riscos na área de saneamento ambiental e da saúde pública. O PGRSS deve ser formulado de acordo com as características particulares de cada estabelecimento, observando as normas e regulamentações, contemplando as alternativas e o gerenciamento variável, os recursos indispensáveis e o pessoal necessário e responsável pela implantação a fim de ser eficaz e produzir os benefícios desejados. Os critérios para a elaboração do plano de ação são estabelecidos pelos órgãos da vigilância sanitária e meio ambientes federais, estaduais e municipais baseados nas características e no volume dos resíduos gerados estabelecendo as diretrizes de manejo, que corresponde às etapas de: 1) Segregação – consiste na separação do resíduo no momento e local de sua geração, _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 57 - de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, a sua espécie, estado físico e classificação; 2) Acondicionamento – embalar os resíduos segregados, de acordo com as suas características, em sacos e/ou recipientes impermeáveis à punctura, ruptura e vazamentos; 3) Identificação – fornece informações ao correto manejo dos RSSS; 4) Transporte Interno – traslado dos resíduos dos pontos de geração até o local destinado ao armazenamento temporário ou para coleta externa; 5) Armazenamento temporário – guarda temporária dos recipientes em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento, e otimizar o traslado entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa; 6) Tratamento – aplicação de método, técnica ou processo que leve à redução ou eliminação do risco de causar doença; 7) Armazenamento externo – guarda dos recipientes até a realização da coleta externa. 8) Coleta e Transporte Externo – remoção do RSSS do abrigo de resíduos até a unidade de tratamento ou destinação final; 9) Destino Final – disposição de resíduos no solo obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e licenciamento em órgão ambiental competente. Estas etapas são atividades típicas do processo logístico reverso e constituem-se em um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar, aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando a proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde, dos recursos naturais e do meio ambiente. O Brasil tem uma Legislação Ambiental, bastante avançada no contexto dos países em desenvolvimento, segundo Motta (2004) traduz uma crescente preocupação com o meio ambiente e a percepção de que o crescimento futuro dependerá das condições ecológicas preservadas. E, no que se refere ao Sistema de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, conforme a RDC nº 306, de 07 de Dezembro de 2004, o estabelecimento que não estiver adequado ao que esta norma determina estará incorrendo em infração sanitária e sujeitando o infrator às penalidades previstas na Lei nº 6.437, de 20 de Agosto de 1977. _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 58 - 2.5. O surgimento da Educação Ambiental Nos últimos trinta anos a questão ambiental vem se configurando no âmbito das grandes questões contemporâneas. As relações de interdependência entre a sociedade e o meio ambiente, negligenciadas pela modernidade industrial, colocam-se hoje como um dos grandes dilemas do mundo contemporâneo. Para Sato (2003), a Educação Ambiental deve gerar, com urgência, mudanças na qualidade de vida e maior consciência de conduta pessoal, assim como harmonia entre os seres humanos e destes com outras formas de vida. Tal afirmação pode ser reforçada por Wisnik apud Sato e Passos (2006, p. 24) quando diz que: A educadora ou o educador ambiental situa-se, assim, num enigmático mundo de descobertas, com dúvidas sobre por onde caminhar ou sobre qual itinerário seguir. O que move a educação ambiental não são suas temáticas abrangentes, mas o enredo que se trama para que o mundo se mostre extraordinário, relevando que “o mundo não cabe no mundo e o real não cabe no concebível. Destacam-se neste campo um conjunto de atores, práticas e políticas que nele se inscrevem a partir de uma estratégia específica para o enfraquecimento da crise ambiental e que consiste na associação entre educação e meio ambiente. A profundidade e o estreitamento destas relações tem qualificado a própria educação como educação ambiental e os seus atores como educadores ambientais (SÃO PAULO, 2003). Será pela identificação de situações-problema, das mais diversificadas situações da realidade, que os professores terão elementos para formular estratégias pedagógicas. Ao tentar formular hipóteses para compreensão de um diversificado conjunto de questões, que caracterizem de forma plural os elementos observáveis da realidade, no que tange às questões ambientais em seus aspectos de especificidades locais e de referencias globais, é que o professor dará sua contribuição enquanto detentor de um saber (OLIVEIRA, E., 2000). De acordo com o Programa Conjunto de Educação Ambiental e Participação Comunitária3, elaborado em 1983, a educação ambiental significa além de uma especialidade, de uma dimensão, uma ampliação, ou melhor, um aprimoramento do próprio conceito de educação. Através da educação ambiental surge uma oportunidade de restituir à educação uma função ética muitas vezes perdida, podendo contribuir de maneira decisiva na renovação do 3 Superintendência de Educação e Divulgação Ambiental/Gerência de Educação Ambiental e Participação Comunitária. Programa Conjunto de Educação Ambiental e Participação Comunitária. Ago./1983. _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 59 - sistema educativo, pois a ciência do meio ambiente tem uma amplitude holística, abarcando o meio natural e artificial em sua totalidade. Isso significa que a Educação Ambiental está relacionada com todas as áreas, isto é, está relacionada com os sistemas criados pelo homem; social, cultural, político, econômico, estético, legislativo, e com os sistemas naturais; atmosférico, geológico, biológico e hidrológico. Ela está interessada nas diversas formas de interação entre o homem e a natureza, assim como na melhoria da existência de todas as coisas vivas. A educação ambiental é necessária para o gerenciamento criterioso deste binômio totalmente interdependente: economia/ambiente. Sociedade e natureza, de fato, interagem afetando-se mútua e equitativamente, porem, ambas são vitalmente importantes; crescem ou desaparecem juntas. Os seres humanos não são vítimas, nem senhores da natureza, mas guardiões de algo que não deve ser explorado irracionalmente, nem permanecer totalmente intocado. Compreender isso é necessário para promover as ações, invenções e organizações sociais que respeitem a viabilidade, estabilidade e produtividade, tanto da sociedade humana como dos sistemas naturais nas suas milhares de interações (SÃO PAULO, 1999). A Carta de Belgrado, escrita em 1975 (apud SÃO PAULO, 1999, p. 09) por vinte especialistas em educação ambiental de todo o mundo, declara que a meta da Educação Ambiental é: Desenvolver um cidadão consciente do ambiente total, preocupado com os problemas associados a esse ambiente e que tenha o conhecimento, as atitudes, motivações, envolvimento e habilidades para trabalhar individual e coletivamente em busca de soluções para desenvolver os problemas atuais e prevenir os futuros. De acordo com a Política Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais4, elaborada em 1984, pelo Governo do Estado de São Paulo, Acredita-se que a educação ambiental, como ação conscientizadora, é um dos caminhos mais seguros para formar uma mentalidade conservacionista e comunitariamente abrangente para a defesa do meio ambiente e dos recursos naturais, e para a gestão desses recursos, tendo em vista a harmonização dos objetivos econômicos e sociais (p. 06). Sancionada pelo Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, em 27 de abril de 1999, a Lei Nº 9795 dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências, reconhecendo enfim, a Educação Ambiental 4 Política Estadual do Meio Ambiente e dos recursos Naturais. Governo do Estado de São Paulo, 1984. _____________________________________________________________________________________Marco Teórico _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 60 - como sendo um componente urgente, essencial e permanente em todo o processo educativo, tanto na rede pública como privada. De acordo com a referida Lei, no seu Capítulo I, Art. 1., Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999). A Lei Nº 9795 tem por objetivo: Art. 5. São os objetivos fundamentais da educação ambiental: I – o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; II – a garantia de democratização das informações ambientais; III – o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social; IV – o incentivo a participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania; V – o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macro regionais, com vistas a construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; VI – o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; VII – o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade (BRASIL, 1999). Nesta perspectiva, a educação ambiental torna-se um instrumento indispensável no processo de gestão dos resíduos, pois, necessário se faz, além dos procedimentos técnicos indispensáveis para se obter um gerenciamento considerado adequado, de uma população que seja conhecedora da sua responsabilidade para com a manutenção do meio ambiente, uma vez que, um ambiente sadio e equilibrado são condições indispensáveis para a obtenção de uma boa qualidade de vida. _____________________________________________________________________________________Marco Teórico 3. Procedimentos Metodológicos Suellen Silva Pereira PRODEMA 2009 _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 61 - CAPÍTULO 3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: O ato de pesquisar parte geralmente de uma indagação, de uma inquietação e desta forma da necessidade de buscar respostas e soluções. Para Demo (1996, p.34), pesquisa é um “questionamento sistemático crítico e criativo, mais a intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a realidade em sentido teórico e prático”. Gil (1999, p.42), por sua vez ressalta que a pesquisa é um “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. 3.1. Área da Pesquisa Como forma de ter compreensão da problemática dos resíduos sólidos de forma integrada, a pesquisa foi desenvolvida na cidade de Campina Grande, PB, como um todo, buscando enfatizar a gestão dos resíduos, bem como, as políticas públicas voltadas para a gestão e manutenção do meio ambiente urbano da cidade em foco. Esta análise de forma integrada justifica-se pelo fato da problemática dos resíduos não ser um fato isolado das unidades de saúde alvos desde estudo, mas sim, um problema de toda a municipalidade, o que respalda a necessidade de se conhecer os procedimentos gerenciais dispensados ao objeto de estudo, os resíduos. Para realização dos objetivos específico da presente pesquisa, recorreu-se a duas unidades de saúde existentes na cidade de Campina Grande/PB, com o intuito de verificar o gerenciamento dos resíduos sólidos de serviços de saúde – RSSS, tendo em vista, como já abordado anteriormente, os impactos ocasionados por estes. Dessa forma, vislumbrou-se a análise de unidades com características distintas, sendo a primeira uma unidade de grande porte, caracterizada por um Hospital, que realiza diversos tipos de procedimentos médico-hospitalares, recebendo diariamente pessoas vindas não apenas da cidade em estudo, como também, de cidades circunvizinhas, sendo a produção de resíduos acentuada devido à demanda do atendimento. ______________________________________________________________________Procedimentos Metodológicos _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 62 - A segunda unidade é de pequeno porte, sendo caracterizada por ser um Laboratório de Análises Clínicas, onde a geração de resíduos é percebida em menor quantidade, fato que não dispensa a utilização de cuidados especiais, tendo em vista que, os resíduos de risco biológicos e perfurocortantes somam quase 50% da geração diária de resíduos produzidos no referido estabelecimento. 3.2. Escolha do Método A presente dissertação está fundamentada no Método Dialético, que é um método de interpretação da realidade onde os fatos não podem ser entendidos quando considerados isoladamente, ou seja, diversos fatores exercem influência sobre um mesmo objeto, podendo esta ser tanto de ordem política, econômica, cultural, social e ambiental. De acordo com Hegel, no universo nada está isolado, tudo é movimento e mudança, tudo depende de tudo (LAKATOS & MARCONI, 2007). Como é o caso do presente estudo, que levou em consideração, no estudo da gestão e percepção ambiental dos resíduos sólidos de serviços de saúde, os aspectos sócio-econômicos e ambientais da gestão dos resíduos na cidade de Campina Grande/PB, bem como, a evolução do processo de urbanização da referida cidade, tendo em vista, a complementaridade destes fatores para uma compreensão dinâmica e totalizante da realidade, uma vez que ambos estão inter-relacionados, seja qualitativamente ou quantitativamente. 3.3. Caracterização Metodológica da Pesquisa a) Do ponto de vista de sua natureza Do ponto de vista da sua natureza, pode-se classificar o presente trabalho como sendo uma Pesquisa Aplicada, tendo em vista que o referido trabalho objetiva gerar conhecimentos para a aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais (SILVA E MENEZES, 2001). ______________________________________________________________________Procedimentos Metodológicos _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 63 - b) Do ponto de vista da forma de abordagem do problema A presente dissertação é uma pesquisa quantitativa, pois traduz em números as informações coletadas e utiliza de técnicas estatísticas para sua análise. Mas, também é uma pesquisa qualitativa, pois, em alguns questionamentos, leva a análise de dados de maneira indutiva. c) Do ponto de vista de seus objetivos No que concerne aos seus objetivos, pode-se classificar a pesquisa realizada como uma Pesquisa Descritiva, pois, de acordo com Gil (2007), esta tem como objetivo primordial a descrição de características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Utilizando-se para este fim, do questionário como ferramenta para obtenção de dados dos estabelecimentos de saúde pesquisados. d) Do ponto de vista dos procedimentos técnicos Em se tratando dos procedimentos técnicos adotados, serão utilizados 03 (três) procedimentos considerados importantes para o resultado da pesquisa ora apresentada, quais sejam respectivamente: Pesquisa Bibliográfica - que Para Gil (2007) e Silva e Menezes (2001), pesquisa bibliográfica é aquela baseada na análise da literatura já publicada, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos, revistas, publicações avulsas, imprensa escrita e atualmente com material disponibilizado na Internet. “A pesquisa bibliográfica contribuirá para obter informações sobre a situação atual do tema pesquisado; conhecer publicações existentes sobre o tema e os aspectos que já foram abordados; verificar as opiniões similares e diferentes a respeito do tema ou de aspectos relacionados ao tema da pesquisa” (SILVA e MENEZES, 2001, p. 38). Pesquisa Documental – esta pesquisa assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente de contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental utiliza materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa (GIL, 2007, p. 45). ______________________________________________________________________Procedimentos Metodológicos _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 64 - Estudo de Caso - que, de acordo com Gil (idem, p. 54), “é um estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento.” Ainda de acordo com Gil (idem) os propósitos do estudo de caso não são os de proporcionar o conhecimento preciso das características de uma determinada população, mas sim o de proporcionar uma visão global do problema ou de identificar possíveis fatores que o influenciam ou são por ele influenciado. De acordo com Stake (2000) apud Gil (idem, p. 138/139) é possível identificar três modalidades de estudos de casos: intrínseco, instrumental e coletivo. Assim sendo, o estudo de caso aqui abordado pode ser classificado como coletivo, uma vez, que seu propósito é o de estudar características de uma determinada população. Eles são selecionados porque se acredita que, por meio deles, torna-se possível aprimorar o conhecimento acerca do universo a que pertencem. 3.4. População e Amostra Alvo do Estudo No período em que foi aplicado questionário, a Equipe de Enfermagem da unidade de saúde de grande porte era composta por um quadro de 164 profissionais, distribuídos nas três categorias, quais sejam: 19 Enfermeiros, 62 Técnicos de Enfermagem e 83 Auxiliares de Enfermagem. Os questionários foram aplicados a 33 pessoas, sendo estas escolhidas aleatoriamente no seu local de trabalho, no período de novembro a dezembro de 2008. O tamanho da amostra utilizada para execução da pesquisa, no estabelecimento caracterizado como Hospital, foi dimensionada em 20% dos profissionais que compõem a Equipe de Enfermagem, para uma efetiva representatividade do total da população pesquisada. Dentro do universo analisado pode-se ainda dividir os indivíduos questionados por categorias, perfazendo um total de 22,2% de Enfermeiros; 27,8% de Auxiliar de Enfermagem e 50% de Técnicos em Enfermagem. Quando da aplicação dos questionários na unidade de saúde de pequeno porte, a Equipe responsável pelas Análises Clínicas era composta por 04 profissionais. Tendo em vista a quantidade reduzida de funcionários, optou-se por fazer o levantamento de 100% dos funcionários do laboratório em estudo. ______________________________________________________________________Procedimentos Metodológicos _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 65 - A escolha dessa população (Equipe de Enfermagem e Equipe Laboratorial) deve-se ao fato do contato direto e diário que as referidas equipes dedicam aos resíduos sólidos de serviço de saúde – RSSS durante suas atividades cotidianas. A amostra foi do tipo Amostragem Aleatória Simples, também é conhecida por amostragem casual, randômica, acidental etc. consiste basicamente em atribuir a cada elemento do universo um número único para, depois, selecionar alguns desses elementos de maneira casual (GIL, 2007, p. 121). 3.5. Instrumento de coleta de dados De acordo com Gil (2007, p. 141) nos Estudos de Casos os dados podem ser obtidos mediante análise de documentos, entrevistas, depoimentos pessoais, observação espontânea, observação participante e análise de artefatos físicos. Para realização da presente pesquisa, foram utilizados os seguintes instrumentos metodológicos para a coleta de dados: a) Observação A observação foi o ponto inicial da presente pesquisa, sendo possível, ao pesquisador, conhecer uma nova realidade, viabilizando, desse modo, uma maior interação com a problemática em estudo. A importância deste instrumente consiste no fato de que nem todas as informações são fornecidas apenas quando da realização de entrevista e/ou aplicação de questionários aos sujeitos da pesquisa, tornando-se a observação, neste caso, um instrumento rico para a interpretação da realidade nas áreas alvos do presente estudo. De acordo com Gil (idem) pode-se classificar este procedimento como observação assistemática ou espontânea, uma vez que esta teve por finalidade registrar os fatos da realidade cotidiana das unidades de saúde pesquisadas sem que, fosse necessário, se utilizar de meios técnicos especiais ou realizar perguntas diretas aos pesquisados, tampouco, exigiu a elaboração de um planejamento prévio ou roteiros previamente elaborados. ______________________________________________________________________Procedimentos Metodológicos _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 66 - b) Aplicação de Questionários De acordo com Gil (2007, p. 116) “a elaboração de questionário consiste basicamente em traduzir os objetivos específicos da pesquisa em itens bem redigidos”. Dessa forma, buscou-se a elaboração desse instrumento, que teve por finalidade fazer um levantamento, dentro da cidade em estudo, tanto sobre a questão ambiental, como também, da problemática dos resíduos sólidos de serviço de saúde. A escolha do questionário semi-estruturado como instrumento de coleta de dados, conforme colocado por Naime et al (2008) justifica-se pela praticidade, considerando que parte dos sujeitos pesquisados (Equipe de Enfermagem e Equipe de Análise Laboratorial) trabalham na área assistencial com grande demanda de atendimento, o que torna complexa uma abordagem de entrevista. O referido instrumento contém questões abertas e fechadas. Muitas das questões refletem o dia-a-dia dos pesquisados, levando em consideração aspectos ligados ao cotidiano das rotinas e à percepção em relação ao assunto, e podem ser facilmente percebidos e avaliados para subsidiar as ações futuras. Sendo este, aplicado nos meses de novembro e dezembro de 2008, sendo os referidos funcionários escolhidos de forma aleatória e de acordo com a disponibilidade dos mesmos. Foram aplicados questionários distintos obedecendo à especificidade de cada órgão como se segue: • Secretaria de Obras e Serviços Urbanos (SOSUR) – Apêndice I • Secretaria de Assistência Social (SEMAS) – Apêndice II • Secretaria de Educação, Esporte e Cultura (SEDUC)/Coordenadoria de Educação Ambiental – Apêndice III • Secretaria de Planejamento (SEPLAN)/Coordenadoria de Meio Ambiente – Apêndice IV • Diretoria da unidade de saúde de grande porte (Hospital) – Apêndice V • Diretoria da unidade de saúde de pequeno porte (Laboratório) – Apêndice V • Equipe de Enfermagem do Hospital – Apêndice VI • Equipe de Analise Laboratorial do Laboratório – VI A aplicação de questionários distintos aos diversos órgãos pesquisados deveu-se a necessidade de verificar como a gestão dos resíduos sólidos produzidos na cidade vem sendo conduzida pelos diversos setores que são responsáveis pela prestação de tal serviço à ______________________________________________________________________Procedimentos Metodológicos _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 67 - municipalidade, objetivando, dessa forma, obter uma compreensão de todos os procedimentos adotados para que assim, se possa analisar como os RSSS vêm sendo gerenciados tanto nos estabelecimentos pesquisados, bem como, na cidade de Campina Grande/PB. c) Registro Visual O registro visual utilizado na presente dissertação limitou-se ao registro fotográfico, este realizado, como complementação metodológica, no período da aplicação dos questionários nas unidades de saúde objetos deste estudo. Tal instrumento tem por finalidade o enriquecimento da pesquisa ora apresentada, tendo em vista a importância da fotografia na pesquisa qualitativa, haja vista, que nem tudo está redigido no discurso direto, além de enfatizar os dados quantitativos referentes ao presente estudo. 3.6. Instrumento de Análise de Dados A análise dos dados obtidos através dos questionários fez uso de técnicas estatísticas para sua interpretação, sendo estes analisados pelo método estatístico simples e cálculo médio, através da utilização do Software Windows “Excel 2003”, os resultados foram organizados em gráficos, de acordo com categorias, para uma melhor visualização e compreensão dos mesmos. 3.7. Dificuldades e Limitações da Pesquisa a) Unidade de saúde de grande porte A escolha da unidade de saúde de grande porte deve-se primeiramente, por ser a referida unidade, um hospital público, que tem como seu público alvo, o atendimento a mulheres, crianças e adolescente. Uma vez que o hospital é referência em atendimento de alto risco, deve-se redobrar a atenção a ser dispensada para com a gestão dos RSSS. ______________________________________________________________________Procedimentos Metodológicos _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 68 - Afora os itens acima relacionados, cabe destacar, a total acessibilidade e cooperação do referido hospital no estudo ora apresentado devido ao interesse do estabelecimento, bem como, ao desenvolvimento de pesquisas relacionada à temática ora abordada, fato que não ocorreu em outras unidades de saúde que foram visitadas. b) Unidade de saúde de pequeno porte Para a avaliação de uma unidade de saúde de pequeno porte, optou-se pela escolha de um Laboratório, pelo fato deste tipo de estabelecimento realizar um grande número de procedimentos de análises clínicas, trabalhando, dessa forma, com líquidos orgânicos, no intuito de se identificar algum organismo patogênico causador de doenças ou outras enfermidades. O estabelecimento em questão, foi escolhido pelo fato do laboratório já ter implementado o seu PGRSS a cerca de 03 (três) anos, o que incutiu a necessidade de verificar se o mesmo está sendo executado corretamente por partes dos seus gestores, como também, pelos funcionários que compõem a Equipe Laboratorial, além da cooperação e participação de todos que compõem o corpo de funcionários da unidade de saúde em questão para a realização da pesquisa ora apresentada. 3.8. Considerações Éticas da Pesquisa Do ponto de vista da ética na pesquisa, ressalta-se que as unidades de saúde objetos de estudo da presente pesquisa, bem como, os funcionários das respectivas unidades, foram informados que a sua participação seria voluntária, podendo estes retirar o seu consentimento para a participação do referido estudo, a qualquer momento, caso desejasse. No que concerne aos profissionais de saúde questionados, foi respaldado o seu anonimato, preservando, dessa forma, sua identidade. Os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido da Pesquisa, assim como, o Termo de Aceitação, se encontram em Apêndice. ______________________________________________________________________Procedimentos Metodológicos 4. Resultados e Discussões Suellen Silva Pereira PRODEMA 2009 _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 69 - CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES: O s resíduos sólidos de serviço de saúde são todos os resíduos que são produzidos em unidades de saúde, quer sejam elas: hospitais, clínicas, consultórios odontológicos, clínicas veterinárias, laboratórios, cursos na área de saúde, dentre outras. Estes resíduos podem ser ou não contaminados, dependendo do seu contato direto com organismos patogênicos presentes nos RSSS. Desse modo, o presente capítulo versará sobre os impactos ambientais oriundos do processo de urbanização da cidade de Campina Grande/PB, no que concerne especificamente, neste caso, a gestão dos resíduos na cidade em estudo nas diversas esferas que compõem o Poder Público Municipal, responsável pela prestação de tais serviços; este levantamento inicial tem por finalidade fornecer subsídios para a análise e compreensão dos principais aspectos relacionados à gestão dos resíduos sólidos de serviço de saúde – RSSS, sendo esta em âmbito municipal, bem como, em duas unidades de saúde localizadas na cidade de Campina Grande/PB, sendo uma de grande e outra de pequeno porte, enfatizando, além do gerenciamento dos resíduos nos respectivos estabelecimentos, o conhecimento que os profissionais das Equipes de Enfermagem e Analise Laboratorial possuem sobre a correta gestão dos RSSS. Neste sentido, almejou-se realizar uma análise entre as unidades de saúde pesquisadas, relacionando o grau de aprofundamento desses profissionais, que lidam diretamente com os resíduos (equipes de enfermagem e análise laboratorial), possuem a respeito da temática proposta. 4.1. Panorama da gestão dos resíduos na cidade de Campina Grande/ PB Tendo em vista que um dos fatores que influenciam a geração dos resíduos sólidos são, respectivamente, o processo de industrialização e a urbanização de uma cidade, necessário se faz, portanto, realizar um retrospecto da evolução urbana da cidade em estudo para que, dessa forma, se possa obter subsídios que leve a uma compreensão da totalidade da problemática ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 70 - ora evidenciada, qual seja, os resíduos sólidos, com ênfase para os Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde/RSSS. 4.1.1. A evolução urbana da cidade de Campina Grande/PB: aspectos históricos, geográficos e socioeconômicos A cidade de Campina Grande é uma das mais antigas cidades do Estado da Paraíba. Teve seu núcleo inicial em aldeamento de índios Ariús, fixados pelo Capitão-Mor Teodósio de Oliveira Ledo, em 1697. O aldeamento logo se converteu em próspero povoado em virtude da sua privilegiada situação geográfica. Em 1790 o povoado torna-se vila, sob a denominação de Vila Nova da Rainha, através de edital publicado em 06 de abril daquele ano, em conformidade à Carta Régia de 22 de julho de 1766. Campina Grande conquista sua independência política em 11 de outubro de 1864, pela Lei Provincial Nº 137, elevando-se à categoria de cidade. Em 1888, Campina Grande foi considerada a mais populosa e próspera localidade do interior paraibano, com cerca de 4.000 habitantes. Em 1892, possuía aproximadamente 400 prédios; no final do século, cerca de 500, continuando seu crescimento vagaroso até atingir 731 prédios em 1907, quando o primeiro trem chega. Apesar do desenvolvimento econômico apresentado pela cidade, principalmente em 1907, com a chegada da estrada de ferro, dando a mesma a posição de império comercial, o crescimento populacional até a primeira metade do século XX foi lento e a expansão urbana deu-se de maneira espontânea, ou seja, não houve um disciplinamento da urbanização. Em 1920, com uma população de 70.806 habitantes, é inaugurada a iluminação pública das principais áreas da cidade. Em 1936, Campina Grande já era a principal cidade do interior nordestino, contando com uma população de cerca de 100.000 habitantes (GURJÃO et al, 2000). Na década de 1960, o crescimento populacional da cidade aumentou e com ele, vieram às mudanças na organização do espaço urbano, só que desta vez, foi feito levando em consideração o plano Diretor Físico da Cidade, elaborado na época para que, desta forma, fosse dinamizado e melhorado o espaço urbano (SÁ, idem). A cidade de Campina Grande/PB, de acordo com a última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, realizada em 01 de julho de 2005 (IBGE, 2005), tem uma população de 376.132 habitantes, sendo o segundo município em população do Estado, exercendo grande influência política e econômica sobre as cidades circunvizinhas. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 71 - Esta evolução da urbanização pode ser percebida na Tabela 03 que mostra a demografia da cidade de Campina Grande/PB, bem como, na Figura 09, que traz a taxa de urbanização da referida cidade, até o ano 2000. Tabela 03: Demografia da População de Campina Grande/PB. 1970 1980 1991 2000 População Total 195.303.00 247.820.00 326.307.00 355.331.00 Masculina 91.040.00 116.000.00 152. 930.00 168.236.00 Feminina 104.263.00 131.820.00 173.377.00 187.095.00 Urbana 167.335.00 228.171.00 307.468.00 337.484.00 Rural 27.968.00 19.649.00 18.839.00 17.847.00 Taxa de Urbanização 85,68% 92,07% 94,23% 94,98% Fonte: CENSOS DEMOGRÁFICOS (IBGE 1970, 1980, 1991 e 2000 – grifo nosso). Organização: PEREIRA, S. S. Analisando a Tabela acima, pode-se observar uma evolução no aumento populacional da cidade em estudo, ou seja, da década de 1970 para 1980 a população campinense cresceu 26,9%; esse crescimento chegou a 31,7% entre as décadas d 1980 a 1990 se estabilizando na década seguinte, de 1990 a 2000, onde se observou um aumento de apenas 8,9% da população local. De acordo com a Tabela 1, pode-se afirmar ainda que, o esvaziamento da zona rural se evidenciou no município de Campina Grande, PB a partir da década de 1970, o que reflete o processo de urbanização pela qual a mesma vem passando nós últimos 30 anos. No cenário nacional, esta urbanização se intensificou na década de 1940, como destaca Milton Santos (2005) em sua obra “A Urbanização Brasileira”, sendo esta, acentuada após a Segunda Guerra Mundial. Segundo a hierarquia da rede urbana brasileira, Campina Grande se classifica como Centro Submetropolitano, ou seja, Campina Grande, juntamente com a capital João Pessoa exerce uma grande influência nos municípios vizinhos, esta, tanto de caráter econômico, cultural, educacional e social (RODRIGUEZ, 2000). Distante 120 km da capital João Pessoa, a cidade de Campina Grande, está situada na Região Geográfica da Borborema, na Messoregião do Agreste Paraibano e na Microrregião de Campina Grande, ocupando uma área de 514 km2. A cidade fica situada entre a altitude de 550 à 558m e possui as seguintes coordenadas geográficas: Latitude de 7º 13’ 50” Sul e Longitude de 35º 52’ 52” W.GR. A Figura 09 apresenta a localização do Estado da Paraíba, destacando a cidade de Campina Grande no contexto de sua Microrregião. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 72 - Campina Grande/PB 1. Boa Vista 2. Campina Grande 3. Fagundes 4. Lagoa Seca 5. Massaranduba 6. Puxinanã 7. Queimadas 8. Serra Redonda Microrregião de Campina Grande/PB Figura 09: Localização do Estado da Paraíba, destacando a cidade de Campina Grande no contexto de sua Microrregião. Fonte: Sites: IBGE e City Brazil (acesso em: 15/08/2005 - adaptado). Organização: PEREIRA, S. S. Quanto aos aspectos sociais, a cidade enfrenta as mesmas dificuldades das demais cidades em relação às áreas de saúde, educação e moradia. Campina Grande, de acordo com o Censo de 2000, é eletrificada em 90% de suas moradias, com 70% de cobertura da rede coletora de esgoto, sendo a cidade abastecida pelo Açude Epitácio Pessoa (Boqueirão), da CAGEPA, possuindo uma capacidade total de 418.088.514 m3 de água. Existe em Campina Grande, de acordo com o IBGE (2009), um total de 147 estabelecimentos de saúde (hospitais, clínicas, laboratórios, consultórios, dentre outros), sendo estes distribuídos em: estabelecimentos de saúde federal possuindo 02 (duas) unidades; estabelecimentos de saúde estadual com 03 (três) unidades; estabelecimentos de saúde municipal totalizando 53 (cinqüenta e três) unidades e estabelecimentos de saúde privados: com um total de 89 (oitenta e nove) unidades, perfazendo um total de 5044 (cinco mil e quarenta e quatro leitos). Diante dos números ora apresentados, pode-se caracterizar a cidade de Campina Grande/PB como sendo um Pólo Regional de Saúde, devido ao número e variedade de estabelecimentos verificados na cidade, fato que ressalta a importância de um gerenciamento adequado dos resíduos gerados nos referidos estabelecimentos. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 73 - 4.1.2. O serviço de limpeza urbana Para falar de gestão de resíduos sólidos, necessário se faz tratar das responsabilidades das várias instâncias. De acordo com Lima J. (2002), uma análise superficial do tema mostra que, até os idos dos anos de 1970, quase todos os serviços de limpeza urbana eram prestados pelas municipalidades. A partir das décadas de 1980 e 1990 tem se encontrado uma grande variedade de alternativas para a realização de tais serviços, seja pelos órgãos de governo, por entidades privadas ou por grupos comunitários e organizações não-governamentais. A participação de empresas privadas no setor de limpeza urbana é cada vez mais frequente, tendo ainda a participação da prefeitura na realização do serviço de coleta e destinação dos resíduos coletados na cidade, o que em parte, acaba tornando este serviço viável, cumprindo todo um cronograma pré-estabelecido pela Secretaria de Serviços Urbanos da cidade, possibilitando um melhor desempenho deste serviço. No caso específico da cidade em pauta, a Secretaria de Obras e Serviços Urbanos (SOSUR) realiza 10% da coleta de resíduos da cidade. Os 90% restantes são coletados pela empresa terceirizada, tal serviço vem sendo prestado à municipalidade desde o ano de 1997, sendo atualmente executados pelas empresas LIDER e Montreal, os quais são gerenciados e fiscalizados pela SOSUR. A SOSUR está estruturada em diversas diretorias e chefias, cada uma delas com suas respectivas funções. Tal organização visa um melhor desempenho de suas atividades no que se refere à limpeza urbana da cidade, sendo a SOSUR responsável pela prestação dos seguintes serviços: limpeza urbana; remoção de entulhos; coleta de resíduos; disposição final dos resíduos, dentre outros. As receitas orçamentárias da cidade de Campina Grande/PB são da ordem de R$ 279.808.628.655 milhões, cuja fonte de recursos é proveniente de repasse federal, estadual e municipal. Na legislação municipal, cabe ao município a execução dos serviços de coleta, transporte e destinação final dos resíduos coletados (VIANA, 2002). Na cidade em estudo, a taxa pela prestação do serviço de limpeza urbana e/ou coleta dos resíduos é cobrada junto ao Imposto Predial Territorial Urbano - IPTU, que é pago anualmente. No ano de 2006 a arrecadação com o IPTU totalizou R$ 3.596.276,656 milhões. Tal montante é responsável 5 6 Consulta realizada em: 15 de janeiro de 2009 no site: www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Dados referentes ao ano de 2006. Idem. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 74 - pelo pagamento dos serviços de coleta, limpeza urbana e destinação dos resíduos coletados na cidade. No que concerne aos serviços prestados pela SOSUR, a coleta dos resíduos sólidos urbanos é feita com regularidade, sendo realizada em dias alternados, 03 (três) vezes por semana, com exceção do centro comercial, onde é realizada diariamente, sempre no terceiro turno de trabalho – à noite. A cobertura do serviço de coleta corresponde, em média, a 90% da malha urbana. De acordo com um dos diretores da SOSUR, os funcionários responsáveis pela execução do serviço de limpeza urbana de Campina Grande/PB, recebem treinamento por meio de palestras, as quais têm por finalidade expor aos trabalhadores os riscos e cuidados que se devem ter ao manusear os resíduos e os impactos que estes oferecem tanto a saúde como ao meio ambiente. Neste sentido, a SOSUR disponibiliza para os funcionários equipamentos de proteção individual – EPI´s, tais como: luvas, uniformes, capas, botas e máscaras, fato que não impede que ocorra acidentes, mas que minimizam a sua ocorrência entre a equipe responsável pela coleta dos resíduos, (cortes e ferimentos leves, além de doenças dermatológicas e verminoses). Ainda de acordo com o diretor da SOSUR, são desenvolvidas campanhas de limpeza urbana e conscientização ambiental, com visitas de agentes ambientais em domicílios, palestras ou cursos nas escolas e comunidades, além de propagandas veiculas em emissoras de rádio, telejornais e jornal impresso. Sobre a implantação do projeto de coleta seletiva dos resíduos sólidos urbanos na cidade, o diretor da SOSUR informa que o referido projeto se encontra em fase de planejamento, e o projeto de visa destinação adequada dos resíduos coletados na cidade. 4.1.3. Ausência de gestão dos resíduos sólidos urbanos A SOSUR coleta, mensalmente, 12.605,33 toneladas de resíduos na cidade, o que, diariamente, corresponderia a mais de 400 toneladas de resíduos, distribuído conforme a Tabela 04. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 75 - Tabela 04: Tipos de resíduos sólidos coletados em Campina Grande/PB TIPO DE RESÍDUO % COLETADA Domiciliar Terreno baldio/coleta especial Caixa estacionária Lixo de ponto Serviço de saúde Feira central Fonte: PMCG/SOSUR (2005 – grifo nosso). Organização: PEREIRA, S. S. 47% 46% 3,5% 2% 0,5% 1% A composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos produzidos pela população da cidade de Campina Grande/ PB é apresentada na Figura 10. 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 - 43,5 matéria orgânica plástico papel e papelão 24,8 lata 13,6 11,3 5,4 1,4 vidro outros Figura 10: Composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos de Campina Grande em (%). Fonte: PMCG (2002). Organização: PEREIRA, S. S. Tendo em vista que a problemática dos resíduos sólidos é uma questão progressiva, na medida em que, o volume de resíduos gerados tende a aumentar ano após ano devido às mudanças nos hábitos de consumo, aumento da população, incremento da atividade industrial, dentre outros fatores. Fazem-se, necessária, medidas no sentido de atenuar os impactos oriundos da má gestão desses resíduos. De acordo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB 2000, realizada pelo IBGE, a cidade de Campina Grande/PB possui 90,8% da coleta dos resíduos domiciliares, o que resta é queimado (2.6%), enterrado (0.4%), jogado em terreno baldio (5.5%), em rios ou lagos (0.3%) e outras formas (0.3%), conforme demonstrado na Figura 11. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 76 - Queimados 5,5 0,3 Enterrados 0,3 Jogados em terrenos baldios Rios ou lagos 0,4 2,6 Outras formas Figura 11: Destinação dos resíduos domiciliares na cidade de Campina Grande/PB em porcentagem (%). Fonte: PNSB (2000). Organização: PEREIRA, S. S. Como a cidade de Campina Grande/PB não dispõe de aterro sanitário, que seria a forma mais adequada para a destinação dos resíduos gerados na cidade, nem de outras formas de acondicionamento para estes resíduos, os resíduos são dispostos a céu aberto no “Lixão do Mutirão”. O “Lixão” é gerenciado pela Prefeitura Municipal, e está localizado na Alça Sudoeste, Rodovia BR 230, a uma distância de 08 km do centro urbano, próximo a bairros residenciais, a exemplo do Serrotão do Mutirão, e ao aeroporto da cidade João Suassuna. A localização do “lixão” municipal está expressa na Figura 12. Estado da Paraíba “lixão” municipal de Campina Grande Figura 12: Localização do “lixão” municipal de Campina Grande/PB. Fonte: ATLAS DE SANEAMENTO AMBIENTAL (IBGE, 2000 - adaptado). Organização: PEREIRA, S. S. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 77 - No referido local não existe nenhum tipo de controle prévio do que é descarregado, não havendo nenhuma preocupação no tocante à saúde publica, em principal, para com a população que termina se instalando no interior do próprio “lixão”. Essas pessoas todos os dias se misturam aos destroços em busca de alimentos para o seu sustento ou material reaproveitável com fins de revenda, e dessa forma, garantir alguma renda para a família. De acordo com uma das dirigentes da SEMAS, a construção do aterro sanitário ainda não foi viabilizada pelo fato das áreas pertencentes a prefeitura municipal estarem dentro do perímetro da ASA (Área de Segurança Aeroportuária). Em virtude deste fato, a PMCG retomou o contato com a USINAVERDE7, empresa que detém tecnologia para instalação e funcionamento de usinas de reciclagem energética de resíduos sólidos8. 4.1.4. A questão dos resíduos sólidos de serviço de saúde - RSSS Na cidade de Campina Grande/PB, de acordo com Vasconcelos (2006), a geração dos resíduos sólidos de serviço de saúde nos estabelecimentos hospitalares (total de 13 unidades), durante o período de uma semana, variam de 1.800 kg a 6.000 kg de resíduos, o que corresponde, em média, a uma geração diária de 258 a 858 kg/dia. Um aspecto de extrema importância na gestão dos resíduos sólidos de serviço de saúde corresponde à segregação ou separação de acordo com a classificação dos grupos de resíduos adotados pela RDC n° 306 da ANVISA ainda no seu local de geração. Nesta perspectiva, na cidade de Campina Grande/PB, a segregação acorre em 92,7% dos estabelecimentos hospitalares existentes na cidade, conforme dados apresentados por Catão (2007, sendo 7,3% os hospitais que não realizam tal serviço. Os números apresentados evidenciam a preocupação 7 A Usina Verde, nada mais é, que uma usina de incineração de resíduos sólidos para evitar a formação de metano em aterro e a geração de eletricidade com aproveitamento energético para auto-consumo. Este projeto encontra-se em faze de experimentação e o mesmo foi instalado na UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo alguns especialistas, as usinas vendidas no Brasil têm tecnologia obsoleta, transferida dos países desenvolvidos para os países pobres. Num programa de coleta seletiva, a usina é a própria comunidade, separando resíduos nos domicílios e estabelecimentos, e alguns funcionários que concluem esta separação, sem necessidade de maquinário especial, numa central de triagem (CASTRO apud GRIMBERG & BLAUTH, 1998, p. 15/16). De acordo com o autor acima citado, uma usina costuma ser apresentada (e vendida!) a administradores municipais como um equipamento milagroso, que consegue “dar um fim ao problema do lixo”, dispensando outras alternativas para o seu tratamento e, ainda, gerando lucro. É bom lembrar que sua operação tem custo alto, exigindo troca periódica de peças e um tempo de descanso para manutenção. O retorno financeiro de uma usina é nulo. Não há nenhuma usina brasileira que seja, sequer, auto-sustentável. Ainda de acordo com Castro apud Grimberg & Blauth (op. cit.), mais grave, porém, que todos estes aspectos operacionais, é o fato de que a instalação de uma “usina de lixo” numa cidade não contribui para uma reflexão em torno do desperdício e da geração de resíduos. Pelo contrário, alivia a consciência da comunidade, que se sente no direito, graças à nova parafernália tecnológica, de consumir livremente e descartar tudo aquilo que não quer mais. 8 Informações fornecidas pela SEMAS através do Ofício n° 45 de 12 de novembro de 2008 (em anexo) ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 78 - nos estabelecimentos hospitalares da cidade em estudo em segregar os resíduos na fonte geradora, fato que proporciona tanto um melhor tratamento, quanto destinação. A Figura 13 mostra como é realizada a coleta dos RSSS (lixo séptico) nos municípios brasileiros, com ênfase para o Estado da Paraíba, onde é possível observar que predomina a forma de coleta em veículos coletores comuns, seguido da ausência de coleta dos RSSS e posteriormente, verifica-se a utilização de veículo exclusivo para a coleta deste tipo de resíduo. Figura 13: Coleta de lixo séptico do Brasil – 2000 com destaque para o Estado da Paraíba. Fonte: ALTAS DE SANEAMENTO AMBIENTAL (IBGE, 2000 - adaptado). Organização: PEREIRA, S. S. Em uma pesquisa realizada nos estabelecimentos hospitalares existentes na cidade em estudo por Vasconcelos (2006), foi constatado que, em 50% dos hospitais a coleta dos resíduos ocorre, em média, 06 (seis) dias por semana, podendo esta coleta variar de 03 (três) a 07 (sete) vezes por semana dependendo do porte e do volume de resíduos gerados em cada estabelecimento. No que se refere à forma como os resíduos sólidos de serviço de saúde são conduzidos até o seu destino final, apenas na metade (50%) das unidades de saúde existentes na cidade de Campina Grande/PB, afirmou-se dispor de veículos apropriados para o transporte dos resíduos de saúde, fato que pode ser observado na Tabela 05. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 79 - Tabela 05: Transporte dos RSSS gerados nos Hospitais de Campina Grande/PB VEÍCULOS APROPRIADOS SIM 50% NÃO 42,9% EM PARTE 7,1% TOTAL 100% Fonte: CATÃO (2007). Organização: PEREIRA, S. S. VEÍCULOS IDENTIFICADOS SIM NÃO EM PARTE TOTAL 64,3% 35,7% 0,0% 100% De acordo com a Tabela 05, pode-se verificar que, apesar de alguns hospitais não possuírem veículos apropriados para o transporte dos resíduos de saúde, 64,3% são identificados conforme preconiza as legislações vigentes sobre o gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde, fato que não retira dos hospitais que não dispõem de veículos apropriados e identificados, a sua responsabilidade perante a irregularidade pela prestação de tal serviço. A coleta dos resíduos sólidos de serviço de saúde na cidade de Campina Grande/PB é realizada pela prefeitura municipal ou empresas terceirizadas prestadoras de serviço junto ao poder municipal. O que se observa é que, de um modo geral, não está existindo uma gestão adequada dos resíduos na cidade, uma vez que se pode observar resíduos expostos em diversos pontos da cidade e com o agravante de que os recipientes que são destinados para a coleta dos RSSS (infectantes), estão sendo utilizados para deposição de resíduos comuns, conforme demonstrado na Figura a seguir. Símbolo característico dos RSS Figura 14: Recipientes para RSSS sendo mal utilizados no centro da cidade de Campina Grande/PB. Fonte: Pesquisa Direta (novembro de 2008). Organização: PEREIRA, S. S. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 80 - A Figura 15 mostra as formas de tratamentos utilizados na desinfecção dos resíduos sólidos de serviços de saúde utilizadas pelos municípios brasileiros, com destaque para o Estado da Paraíba. Tal procedimento é de extrema importância, uma vez que, é possível reduzir o grau de contaminação dos RSSS, diminuindo os possíveis riscos provocados por estes resíduos à saúde a ao meio ambiente. Estes tratamentos podem ser realizados ainda no local de geração dos resíduos, ou, nos locais onde os resíduos serão encaminhados para destinação final. Figura 15: Tratamento de lixo séptico do Brasil – 2000 com destaque para o Estado da Paraíba. Fonte: ATLAS DE SANEAMENTO AMBIENTAL (IBGE, 2000 - adaptado). Organização: PEREIRA, S. S. De acordo com a Figura 15, pode-se observar a predominância, onde existe a coleta dos RSSS no Estado da Paraíba, da queima a céu aberto ou a utilização de algum outro tipo de tratamento para os RSSS. Na cidade de Campina Grande/PB, dos hospitais existentes, apenas 21,4% dos resíduos sólidos de serviço de saúde são encaminhados para a incineração, o restante, 78,6% são coletados pela Prefeitura Municipal, que destina estes resíduos ao “lixão” municipal. Parte deles (infectantes) são enterrados em uma vala séptica existente no referido local, sem nenhum tratamento prévio, como forma de minimizar os impactos ocasionados por tais resíduos. A destinação final é a última fase do processo de gestão dos resíduos de saúde e o de maior preocupação, pois conforme relatado anteriormente, na maioria das cidades brasileiras, ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 81 - estes resíduos são dispostos de maneira irregular e em Campina Grande/PB não é diferente. Este fato pode ser constatado a partir da Figura 16, sendo possível observar que a disposição final dos RSSS, principalmente na Região Nordeste, onde está em destaque o Estado da Paraíba, tem o mesmo local de destinamento dos demais resíduos coletados nos municípios. O restante deposita em aterros controlados, sanitários e aterros especiais. Figura 16: Destinação final dos resíduos de serviço de saúde no Brasil – 2000, com destaque para o Estado da Paraíba. Fonte: ATLAS DE SANEAMENTO AMBIENTAL (IBGE, 2000). Organização: PEREIRA, S. S. Na cidade de Campina Grande/PB, a responsabilidade pela coleta e disposição final dos resíduos sólidos de serviço de saúde é da Prefeitura Municipal e empresas contratadas para execução de tal serviço, sendo realizada 03 (três) vezes por semana e destinado ao “lixão” do Mutirão, pertencente à prefeitura municipal. 4.1.5. Instrumentos de Gestão do Meio Ambiente em Campina Grande/PB. Numa tentativa de gerir os problemas ambientais urbanos da cidade de Campina Grande/PB, no dia 16 de dezembro de 1987 foi aprovada a Lei nº 1654 que dispõe sobre a ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 82 - criação do Conselho Municipal de Conservação do Meio Ambiente – CODEMA/CG, que tinha como principais objetivos à proteção, conservação e melhoria do meio ambiente, sendo este constituído por membros do poder executivo municipal e estadual, universidades e entidades municipais. Esta Lei foi modificada diversas vezes com o objetivo de ampliar a abrangência que o tema requer dada a sua complexidade. Em 14 de setembro de 1994, a Lei nº 2968 alterou a redação que criava o CODEMA/CG e o transformou em Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA/CG. A última modificação foi feita em 24 de outubro de 1997 sob a Lei nº 3506 (em anexo), alterando a redação original, e entrando em vigor na data de sua publicação, de acordo com o Art. 6º da referida Lei. O COMDEMA foi desativado em 2000, reativado em 2004 e desativado novamente no mesmo ano. É importante ressaltar que a desativação do referido conselho pode ocasionar a perda de investimentos financeiros por parte do município junto ao Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) para projetos que porventura a cidade viesse a desenvolver em prol do meio ambiente. Atualmente, o COMDEMA se encontra ativado, sendo este órgão de caráter consultivo e deliberativo em questões referentes à preservação, conservação, defesa e recuperação do meio ambiente. Em Campina Grande também se presenciou a extinção da Secretaria de Meio Ambiente. Tal fato ocorreu com a Reforma Administrativa aprovada pela Lei Complementar nº 015 de 26 de dezembro de 2002, que estabeleceu mudanças na estrutura administrativa do Poder Executivo Municipal. Uma dessas modificações foi a que extinguiu a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e criou a Coordenadoria de Meio Ambiente - COMEA, ligada a Secretaria de Planejamento – SEPLAN e subdividida em duas gerências: Gerência de Mobilização e Educação Ambiental e a Gerência de Fiscalização e Controle Ambiental. A COMEA tem por competência: I – Coordenar estudos de controle, preservação e planejamento ambiental; II – Orientar a elaboração da legislação municipal referente ao meio ambiente; III – Controlar planos e programas de expansão municipal, verificando e analisando a proteção ao meio ambiente; IV – Implantar o Sistema Municipal de Meio Ambienta (SIMMA), e gerenciar o Fundo Municipal de Meio Ambiente; V – Promover e colaborar na execução de programas intersetoriais de proteção à flora e aos recursos naturais; VI – Avaliar normas e procedimentos, visando à proteção ambiental municipal; ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 83 - VII – Zelar pelo cumprimento de leis, normas e diretrizes municipais, estaduais e federais de defesa do meio ambiente; VIII – Acompanhar as campanhas educativas relativas a problemas de saneamento básico, poluição das águas, ar, proteção do solo, fauna e flora; IX – Fiscalizar os possíveis casos de poluição que ocorram ou possam ocorrer no Município, diligenciando no sentido de sua apuração e sugerindo aos superiores providencias que julgue necessária; X – desenvolver outras atividades correlatas que lhe venham a ser atribuídas pelo Secretário. A COMEA está desenvolvendo atualmente, projetos de arborização de praças e avenidas. No que concerne aos resíduos sólidos urbanos, a referida coordenadoria realiza campanhas pontuais em épocas de grandes eventos da cidade, a exemplo da Micarande (Reciclando na Micarande) e no Maior São João do Mundo (Preservando a Natureza no Maior São João do Mundo), assim como, palestras educativas quando solicitadas por escolas e/ou empresas. No que se refere ao Poder Legislativo da cidade de Campina Grande/PB, a temática dos resíduos sólidos e a problemática ambiental urbana, foi abordada em Leis, Projetos de Leis ou Projeto de Resoluções, sendo parte destes discriminados no Quadro 05 a seguir. Nº DO PROJETO Lei nº 3.413 de 11 de abril de 1997 Lei nº 3.752 de 26 de outubro de 1999 Lei nº 3.876 de 28 de dezembro de 2000 Projeto de Lei nº 014 de 22 de fevereiro de 2007 EMENTA Autoriza o poder executivo municipal a implantar o serviço de coleta selecionada de lixo reciclável, através da instituição do programa lixo vale alimento. Institui o sistema seletivo de coleta de lixo, disciplinando ainda o permanente uso de coletores de lixo nas paradas de ônibus, no centro da cidade. Institui a “semana da coleta seletiva e reciclagem do lixo”. Estabelece princípios, procedimentos, normas e critérios referentes à geração, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos. Projeto de Resolução nº 017 de 04 de Institui a coleta seletiva interna de papel reciclável na Câmara Municipal de Campina Grande. maio de 2007 Projeto de Lei de nº 024 de 13 de Dispõe sobre a participação de entidades de defesa do meio ambiente na fiscalização da legislação municipal de proteção fevereiro de 2008 ambiental. Projeto de Lei de nº 007 de 19 de Estabelece sessão alusiva para discussão da destinação final e ambientalmente correta de resíduos. fevereiro de 2008 Projeto de Lei de nº 026 de 19 de Institui o Dia do Catador e da Catadora de Lixo e materiais recicláveis. fevereiro de 2008 Quadro 05: Resumo de Projetos do Poder Legislativo de Campina Grande/PB sobre as temáticas dos resíduos sólidos e problemática ambiental urbana Fonte: CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPINA GRANDE (ARQUIVO). Organização: PEREIRA, S. S. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 84 - Apesar da existência dos documentos discriminados no Quadro 05, pouco ou quase nada, pode ser observado em desenvolvimento na cidade em estudo, fato que reforça a importância em se debater a problemática dos resíduos, tendo em vista o seu caráter de inesgotabilidade, o que ressalta a importância de programas de Educação Ambiental, visando, com isso, despertar a sociedade para a sua parcela de responsabilidade para com o meio ambiente. 4.1.6. A Educação Ambiental e os Resíduos: um caminho viável De acordo com a Coordenadora de Educação Ambiental da Secretária de Educação Esporte e Cultura (SEDUC) de Campina Grande/PB, a prefeitura desenvolve atividades de conscientização em prol da preservação do meio ambiente nas escolas municipais, através da formação continuada de professores; programa horta escolar; arborização das escolas, coleta seletiva, compostagem, farmácia viva, trupe ambiental, conferências ambientais, além de incentivos aos demais projetos das escolas municipais voltados para Educação Ambiental. Ainda de acordo com a Secretaria, nas escolas da rede municipal a Educação Ambiental vem sendo discutida nas áreas do conhecimento através da transversalidade, ou seja, cada disciplina procura trabalhar os problemas ambientais de acordo com a sua área, de maneira que o aluno possa ter contato com tais problemas, ao mesmo tempo em que o conteúdo programático está sendo visto. Para a coordenadora da SEDUC é através da Educação Ambiental que se conseguirá sensibilizar as pessoas e o poder público para a questão ambiental e conseqüentemente a mudança de valores e atitudes em relação ao Meio Ambiente como colocado por Oliveira E. (2000, p.86), ao afirma que “nesta referência, queremos fazer crer que a educação, refletindo as questões e contradições do meio ambiente, aponte para a perspectiva de uma nova organização social apoiada em valores mais fundamentais do ser e do existir”. Neste sentido, já é possível identificar algumas escolas do município (Quadro 06) que desenvolvem junto com seus alunos a Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos, partindo de uma conscientização dos alunos acerca da problemática em questão, buscando incutir neles o sentimento de pertencimento para com o meio em que vive. Dessa forma, são desenvolvidos trabalhos envolvendo a prática da coleta seletiva, onde o material reciclável é doado para os catadores que dependem desse material para sua sobrevivência e a matéria orgânica produzida pelos alunos durante a merenda escolar é encaminhada para a compostagem. O adubo originado segue para as hortas escolares, ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 85 - beneficiando, desse modo, a manutenção de um meio ambiente mais harmônico e equilibrado, além de contribuir com a formação de cidadãos conscientes. São beneficiados com esta iniciativa, aproximadamente 7.000 (sete mil) alunos da rede municipal de ensino. Nº NOME DA ESCOLA LOCALIDADE 01 Escola Municipal Manoel da Costa Cirne Pedregal 02 Escola Municipal Roberto Simonsen São José 03 Escola Municipal CEAI Dr. Elpídio de Almeida Ramadinha 04 Escola Municipal Lafayete Cavalcante Malvinas 05 Escola Municipal Tiradentes Santa Rosa 06 Escola Municipal Paulo Freire Serrotão 07 Escola Municipal Dr. Chateaubriand José Pinheiro 08 Escola Municipal João Pereira de Assis Catolé 09 Escola Municipal Gov. Antônio Mariz Conj. Ressurreição II 10 Escola Municipal São Clemente São José da Mata* 11 Escola Municipal Padre Antonino Bodocongó 12 Escola Municipal Advogado Otávio Amorim Malvinas Quadro 06: Escolas da Rede Municipal de Ensino que desenvolvem a coleta seletiva e suas respectivas localizações Fonte: SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, ESPORTE E CULTURA – SEDUC (2008)9. Organização: PEREIRA, S. S. * Distrito de Campina Grande/PB Nesse contexto, busca-se, a partir da educação ambiental, desenvolver nas crianças, um sentimento de responsabilidade para com suas ações, para que assim, tenhamos cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres perante a sociedade, principalmente no que concerne à manutenção do meio em que vive e do qual se sobrevive. Caso contrário, se estará fadado a um futuro colapso ambiental devido ao modo insustentável que está se desenvolvendo no presente. 4.2. Impactos decorrentes da má disposição dos resíduos Apesar da disposição a céu aberto ser uma prática antiga, é bastante prejudicial, pois acaba causando uma série de transtornos de ordem ambiental, sanitária, social e econômica. 4.2.1. Impactos ambientais: degradação ambiental Sob o ponto de vista ambiental, os lixões podem causar poluição das águas superficiais e subterrâneas devido à percolação do chorume, que é um líquido de cor preta altamente poluente, formado da degradação da matéria orgânica não-controlada. Os “lixões” podem 9 Dados obtidos com base no questionário (em apêndice) aplicado junto a responsável pela Coordenadoria de Educação Ambiental da SEDUC. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 86 - ainda, causar poluição do solo e poluição atmosférica, devido à emanação de gases como o metano e o gás sulfídrico, havendo o risco de explosões devido ao acúmulo desses gases que são provenientes da decomposição da matéria orgânica, fato que põe em risco a vida dos catadores. No caso específico de Campina Grande/PB, de acordo com Leite et al (2003), a área do “lixão” municipal foi ocupada desde 1996. A primeira ação impactante foi à erradicação da cobertura vegetal, provocando a degradação da paisagem natural, redução da produtividade, desvalorização econômica da área, levando-se em conta que no meio físico, com a retirada da cobertura vegetal, o solo ficou exposto ocorrendo erosão, a temperatura elevando-se modificando a qualidade do ar, como também a não infiltração da chuva, pois as águas vão escoando e provocando a lixiviação dos líquidos percolados, tudo isso provocando danos à saúde humana e, conseqüentemente, à qualidade de vida da população. Nesse ambiente, os resíduos são descarregados sobre o solo, a céu aberto, sem que haja qualquer controle do meio ambiente e da saúde pública, não sendo possível se fazer o controle dos tipos de resíduos despejados, conforme evidenciado na Figura 17. Figura 17: Ocupação do espaço do Lixão, Campina Grande/PB. Fonte: PEREIRA (2007) Outro problema constatado relacionado com a exposição de resíduos sólidos a céu aberto, foi a poluição das áreas circunvizinhas pelos resíduos leves como plásticos e papéis que são conduzidos pelo vento por uma longa distância. Isto modifica a paisagem produzindo um aspecto horrível em toda área próxima ao lixão. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 87 - No Brasil, a maioria dos estabelecimentos de saúde ainda mistura os RSSS, não utilizando a segregação conforme estabelecido por órgãos regulamentadores, tais como o CONAMA, a ANVISA e a ABNT, contaminando todos os resíduos. Utilizando-se de um sistema inadequado, o estabelecimento aumenta seus custos de tratamento e destinação final de seus resíduos, além de aumentar os riscos de contaminação ambiental dentro e fora dele. Os danos causados pelos estabelecimentos de saúde ao meio ambiente afetam toda a sociedade, mas a responsabilidade individual por estes danos sempre foi muito vaga (VIVERO, 2002). 4.2.2. Impactos sanitários: riscos para a saúde Os detritos, ao serem descarregados sobre o solo, a céu aberto, acarretam graves problemas, tanto ao meio ambiente, como à saúde pública. Isto se deve ao fato dos resíduos, compostos principalmente de matéria orgânica putrescível, ofereceram disponibilidade simultânea de alimento, reprodução e abrigo, aos microorganismos representados por bactérias, fungos e vírus, além de vermes, que utilizam os resíduos durante todo o seu ciclo de vida, enquanto outros o fazem apenas em determinados períodos, o que reforça o poder de contaminação por organismos patogênicos encontrado nos resíduos dispostos de maneira inadequada no meio ambiente, podendo atingir o homem direta ao indiretamente, conforme destacado na Figura 18. Via Direta Lixo HOMEM Ar, solo, água, moscas, vírus, bactérias baratas Via Indireta Roedores, suínos, cães, gatos, aves Fontes primárias Figura 18: Diagrama das vias de acesso de agentes patogênicos para o homem, através dos resíduos dispostos inadequadamente. Fonte: FORANTINI apud LIMA (2004). Organização: PEREIRA, S. S. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 88 - Analisando a Figura 18, pode-se inferir que o potencial de contaminação aumenta na proporção que o contato do indivíduo se torna maior com as possíveis vias de transmissão de organismos patogênicos. Pode-se concluir, neste caso, que os catadores, por estarem em contato direto e diário com os resíduos dispostos no “lixão”, têm maior probabilidade de contrair enfermidades provenientes de macro ou micro vetores presentes nos resíduos. Esta susceptibilidade é demonstrada na Figura 19. Presença de urubus Figura 19: Presença de catadores sem material de proteção na área do “lixão” municipal de Campina Grande, PB. Fonte: PEREIRA e MELO (2008a). Observando a Figura 19, pode-se constatar a vulnerabilidade destes catadores durante a realização de sua atividade laboral, principalmente no que concerne a contaminação por vetores transmissores de doenças. É possível identificar, de acordo com a imagem, a presença de urubus que são atraídos pelos cadáveres de animais que são depositados no “lixão” pelos matadouros clandestinos presentes na cidade em estudo. Neste sentido, é possível identificar problemas de saúde relacionados com a má disposição dos resíduos sólidos urbanos, principalmente nos catadores de materiais recicláveis do “lixão” municipal de Campina Grande/PB. Os problemas mais comuns estão expostos na Tabela 06, e são provocadas pelas condições insalubres de trabalho a que os catadores estão expostos no “lixão”, sendo bastante comum encontrar pessoas com problemas respiratórios devido à exposição diária ao sol e a chuva, bem como a poeira, o que em alguns casos, devido à falta de cuidados com a saúde (justificada pelo fato de que os mesmos dependem do seu trabalho diário para a sobrevivência, ou seja, um dia de trabalho perdido, implica numa diminuição do orçamento que já é bastante sacrificado) acaba por transformar-se em pneumonia. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 89 - Tabela 06: Principais doenças adquiridas pelos catadores Tipo de doenças % de catadores Já adquiriram doenças Sim Não Que tipo de doenças? Respiratória Pele Digestiva Verminose Fonte: PEREIRA e MELO (2008a) 53,4% 46,6% 13,3% 23,3% 3,3% 20% As possíveis vias de transmissão de enfermidades, bem como, a sua forma de contaminação, estão expostas no Quadro 07. VETORES FORMA DE TRANSMISSÃO Rato e Pulga Mosca Mordida, urina, fezes e picada Asas, patas, corpo, fezes, saliva ENFERMIDADES Leptospirose, Peste Bubônica, Tifo Murino Febre Tifóide, Cólera, Amebíase, Disenteria, Giardíase, Ascaridíase Picada Malária, Febre Amarela, Dengue, Leishmaniose Mosquito Asas, patas, corpo, fezes Febre Tifóide, Cólera, Giardíase Barata Ingestão de carne contaminada Teníase, Cisticercose Gado e Porco Urina e fezes Toxoplasmose Cão e Gato Quadro 07: Enfermidades relacionadas com os resíduos, transmitidas por macrovetores e reservatórios. Fonte: FUNASA (2001)10. Organização: PEREIRA, S. S. Jardim (1995) destaca produtos potencialmente perigosos presentes nos resíduos domiciliares que são descartados sem nenhum cuidado prévio, tais como, pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, frascos de aerossóis, frascos de pesticidas, frascos de repelentes, solventes, etc., fato que coloca em risco a saúde dos manipuladores desses resíduos, não só especificamente o catador. O Quadro 08 mostra os componentes presentes nos resíduos sólidos urbanos e seus principais elementos químicos que, quando descartados inadequadamente, apresentam potenciais de contaminação do solo, das águas superficiais ou subterrâneas, da vegetação local, podendo atingir o homem por meio da cadeia alimentar ou do contato direto com essas substâncias. RESÍDUOS Pilhas e baterias Lâmpadas fluorescentes COMPONENTES QUÍMICOS Liberam metais pesados (mercúrio, cádmio, chumbo e zinco) Presença de mercúrio que pode ser liberado quando a lâmpada é quebrada, este em forma de vapor Podem liberar arsênio, berilo, chumbo, mercúrio e cádmio Os pesticidas Pode conter a presença de chumbo, mercúrio ou cádmio Componentes eletrônicos Embalagens de agrotóxicos Resíduos de tintas, pigmentos e solventes Quando o frasco é rompido são liberados produtos tóxicos ou canceríginos Frascos pressurizados Quadro 08: Componentes industriais potencialmente perigosos presentes nos resíduos sólidos urbanos Fonte: BRASIL (2006 – adaptado). Organização: PEREIRA, S. S. 10 http://www.funasa.gov.br/pub/manusane/manusan00.htm ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 90 - A contaminação por esses agentes se dá principalmente através das vias respiratórias, digestivas e pela absorção cutânea e mucosa. Tendo em vista que os catadores praticamente não fazem uso de proteção na hora de manusear os resíduos, estes poderão vir a ocasionar risco à saúde dos mesmos. A potencialidade de contaminação aumenta quando, juntamente com os resíduos sólidos urbanos, são descarregados os resíduos sólidos de serviço de saúde, devido a sua alta taxa de concentração de material contendo organismos patogênicos, além de material perfurocortante, o que aumenta consideravelmente a susceptibilidade das pessoas que manuseiam este material. Vários episódios de mau gerenciamento dos resíduos sólidos de serviços de saúde com conseqüências desastrosas já foram destaque na mídia. Um incidente com grande repercussão foi o que ocorreu em abril de 1994, no Lixão de Aguazinha, em Olinda. Mãe e filho haviam se alimentado com uma mama amputada encontrada entre os resíduos. O consumo de carne humana foi confirmado pela Vigilância Sanitária local (ÁVILA e MOURA, 2001). Tudo indica que incidentes envolvendo catadores de resíduos de saúde ocorram diariamente em vários locais do país, entretanto, não há dados estatísticos precisos. No contexto nacional as opiniões divergentes sobre o risco de periculosidade dos RSSS, na sua maioria, são direcionadas à ausência de fatos que comprovem que esses resíduos causem doenças nas pessoas que desenvolvem atividades nos serviços de saúde (ZANON, 1990). Por outro lado, a literatura relata a importância de riscos infecciosos associados aos RSSS, principalmente aos materiais perfurocortantes, como principal perigo à saúde ocupacional (COLLINS e KENNEDY 1987 apud NAIME 2008; FERREIRA, 1995). Relatam ainda que a adoção de precauções mais criteriosas referente aos materiais perfurocortantes, deve-se a grande possibilidade da transmissão de doenças (Hepatite B) por meio do contato com o sangue contaminado do que as enfermidades de origem aerógena. Durante a atividade de segregação dos resíduos no “lixão” municipal, os catadores frequentemente não utilizam nenhum tipo de proteção, geralmente estão sem luvas, sem máscaras, sem sapatos adequados ou roupas apropriadas. Para esses trabalhadores, qualquer tipo de apetrecho, só faz atrapalhar o trabalho que é realizado, em sua maioria, por uma espécie de foice ou na falta deste, usam as próprias mãos, como destacado na Figura 20, fato que corrobora para uma maior contaminação devido às condições de trabalho a qual eles estão expostos. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 91 - Figura 20: Catadores na atividade de segregação e separação dos recicláveis no lixão de Campina Grande/PB. Fonte: PEREIRA e MELO (2008c). É importante ressaltar, que os poucos catadores do lixão municipal que fazem uso de algum tipo de equipamento de proteção individual – EPI, encontrou os respectivos materiais no próprio lixo, de outra forma, não os estariam utilizando, o que não deixa de ser uma tentativa precária de proteção, uma vez que apenas 33% dos catadores do “lixão” municipal utilizam material de proteção, enquanto que 67% afirmam não fazer uso de nenhum equipamento (PEREIRA e MELO, 2008). A maioria dos catadores, cerca de 56,6%, afirmaram que já receberam algum tipo de orientação relativa a utilização de equipamentos de proteção individual, o que na prática, não é posto em uso. Eles alegam não possuir condições para aquisição de tais equipamentos e, em contrapartida, estes são encontrados raramente no lixo. Dos catadores presentes no “lixão” de Campina Grande 39,1% afirmaram não terem recebido nenhum tipo de informação a respeito de proteger-se durante a sua atividade laboral, desenvolvendo, portanto, rotineiramente, práticas de risco à saúde, colocando em risco não só à saúde individual do catador, mas também da sua família (BRITO, 2001). Schneider et al (2004) revela que na comunidade científica, no que se refere aos RSSS, há um consenso atual de que eles representam um potencial de risco em pelo menos três níveis: a) A saúde ocupacional de quem manipula esse tipo de resíduo (o pessoal ligado à assistência médica, o pessoal ligado ao setor de limpeza e até mesmo os usuários do serviço); ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 92 - b) Aumento da taxa de infecção hospitalar, pois conforme um estudo realizado 10% das causas de infecção hospitalar em usuários de serviços médicos são decorrentes do mau gerenciamento de resíduos e outros, o que seria dizer que cerca de cem mil casos de infecção seriam causados direta ou indiretamente pelo RSSS; c) Meio ambiente. A Figura 21 representa os níveis de risco dos RSSS, conforme explicitado por Schneider et al (idem). Observando-se esta Figura, pode-se verificar que o grande percentual, a base da pirâmide, representa o risco ambiental que poderá atingir a população em geral, mas que também pode representar um risco praticamente inexistente se medidas de saneamento básico, relativo aos RSSS, forem respeitadas. Funcionário do Hospital e do serviço de coleta, tratamento e disposição final RISCO OCUPACIONAL Pacientes INFECÇÃO HOSPITALAR População em geral, visitantes, fornecedores e vizinhos RISCO AMBIENTAL Figura 21: Níveis de risco dos RSSS. Fonte: RIBEIRO FILHO (2001) – adaptada. Organização: PEREIRA, S. S. Na avaliação dos riscos potenciais os resíduos do serviço de saúde ocupam um lugar de destaque, pois merecem atenção especial em todas as suas fases de manejo (segregação, condicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final) em decorrência dos imediatos e graves riscos que podem oferecer, por apresentarem componentes químicos, biológicos e radioativos. O risco no manejo está principalmente vinculado aos acidentes que ocorrem devido às falhas no acondicionamento e segregação dos materiais perfurocortantes sem utilização de proteção mecânica. Quanto aos riscos ao meio ambiente destaca-se o potencial de contaminação do solo, das águas superficiais e subterrâneas pelo lançamento de RSSS em “lixões” ou aterros controlados que também proporciona riscos aos catadores, principalmente por meio de lesões ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 93 - provocadas por materiais cortantes e/ou perfurantes e por ingestão de alimentos contaminados ou aspiração de material particulado contaminado em suspensão. E, finalmente, há o risco de contaminação do ar, dada quando os RSSS são tratados pelo processo de incineração descontrolado que emite poluentes para a atmosfera contendo, por exemplo, dioxinas e furanos. 4.2.3. Impactos sociais: a presença dos catadores Dentre os problemas sociais que os lixões causam, destaca-se o fato de que o mesmo acaba atraindo famílias que, por não terem aonde trabalhar e morar, fazem da “catação” do resíduo um meio de sobrevivência e acabam por formar comunidades no local de “trabalho”, apresentando uma forma subumana de sobrevivência. Um dos casos mais graves que se pode observar neste aspecto é a inserção do trabalho infantil nos lixões, pois muitas crianças abandonam a escola para ajudar seus pais com as despesas da família (MONTEIRO, 2001). Santos B. (2002, p. 375), sobre a atividade de “catação” e os catadores, faz a seguinte afirmação: A estas pessoas é atribuindo o status mais baixo entre os pobres urbanos e economicamente são os mais pobres entre os pobres. Muitos destes coletores de lixo são mulheres e crianças. Eles vagam pelas ruas a pé, procurando lixo, que colocam dentro de sacos que transportam. Deixam suas casas ao amanhecer, andando vários quilômetros todos os dias, completando ao fim da tarde. Seus instrumentos de trabalho são um saco para coleta e uma vara para espetar e remexer o lixo. No trabalho, correm vários riscos: ficam com cortes e ferimentos produzidos por objetos cortantes e pedaços de vidros ou contraem, no lixo, alergias de pele causadas por lixo químico. Depois de terminada a coleta do dia, os coletores separam os materiais, vendidos aos comerciantes. O que recebem como pagamento pela coleta é muito pouco, vivendo estas pessoas no limite da pobreza. A “catação” no lixo, assim como na rua, não é apenas um sintoma da crise econômica pela qual o Brasil tem passado; é também uma opção de vida para milhares de brasileiros. Muitos não conhecem outra forma de viver, tendo sido criados em barracos em volta do lixão, o que faz com que, com o seu fechamento, cesse um fluxo importante de receitas, criando transtornos para a comunidade que nele vive e no qual sobrevive. Como ressalta Dias & Salgado (1999): A resposta dos catadores ao fechamento de um lixão pode ser violenta, já tendo ocorrido casos, no país, de depredação de caminhões de lixo que tentaram entrar na área do antigo lixão que foi transformado em aterro sanitário. Para evitar tais problemas, é necessário estudar o perfil dos catadores e as maneiras de facilitar a sua transição para uma vida fora do lixão, considerando-os como parte da problemática e buscando soluções que apresentem no seu bojo a premissa de integração deste extrato social na política de gerenciamento do lixo. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 94 - Atualmente, cerca de 450 famílias retiram o seu sustento das instalações do “lixão” de Campina Grande/PB, algumas delas residem no próprio ambiente de “trabalho”, tal constatação deve-se a dados apresentados pelas SEMAS, SOSUR, além de observação in loco, o que corrobora para uma maior degradação das condições de vida dessas pessoas, que já é bastante sacrificada, estes catadores justificam a transferência de sua moradia para as instalações do “lixão” municipal, para que o material que eles recolheram durante o dia não seja roubado durante a noite, dessa forma, é possível observar a existência de pessoas que passam a semana vivendo no “lixão” indo para suas residências apenas no final de semana ou de quinze em quinze dias. Esses catadores vêm de diversos pontos da cidade, principalmente das áreas periféricas, tais como, Pedregal, Jardim Continental, Cachoeira, Catingueira, Bodocongó, entre outros, e principalmente do Mutirão, (cerca de 88%) segundo cadastro existente na Secretaria de Assistência Social do Município – SEMAS, ocasionando uma verdadeira disputa pelos detritos lá existentes. É importante ressaltar que, afora os catadores que desenvolvem suas atividades no “lixão”, também existem na cidade os catadores de rua, que são aproximadamente 100 trabalhadores, resultando em uma média de 550 pessoas sobrevivendo da atividade de “catação”. Também é possível observar crianças, em média 40, desenvolvendo a supracitada atividade, tanto no “lixão” como nas ruas da cidade. 4.2.4. Impactos Econômicos: o material reciclável De acordo com Lima (2004), considerando a tendência futura do crescimento populacional e a intensidade do processo de industrialização e suas implicações na produção e origem dos resíduos, pode-se deduzir o conceito de inesgotabilidade do resíduo, ou seja, podemos afirmar que o resíduo sólido urbano é inesgotável em vista da sua origem. Também, pode-se traduzir o conceito de inesgotabilidade como irreversibilidade, pois os mecanismos de origem e produção dos resíduos advêm de processos irreversíveis. Assim sendo, pode-se finalmente concluir que os problemas gerados pelos resíduos no meio ambiente são problemas irreversíveis, se nada for feito para contê-los. Cada pessoa gera durante toda a vida, uma média de 25 toneladas de lixo. Uma montanha de restos de comida, papel, plástico, vidro. Apesar de produzir essa quantidade de resíduos, a maioria das pessoas acha que basta colocar o lixo na porta de casa e os problemas ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 95 - acabam. Grande engano, os problemas estão só começando, apesar de se afastarem do alcance da vista das pessoas (ABREU, 2001). O ato de reciclar, isto é, refazer o ciclo, permite retornar a origem, na forma de matérias-primas, dos materiais que não se degradam facilmente e que podem ser reprocessados, mantendo suas características básicas. De acordo com a definição adotada pela EPA, a agência ambiental norte-americana, reciclagem é a ação de coletar, reprocessar, comercializar e utilizar materiais antes considerados como “lixo”. Entre os materiais que oferecem maior facilidade para a reciclagem incluem-se os papéis e papelões, vidros, metais e plásticos (VALLE, 2004). O Quadro 09 expõe números referentes à produção, reciclagem, índice de reciclagem, economia obtida e economia possível de alguns materiais recicláveis no Brasil. Material Produção (mil t) Reciclagem (mil t) Índice de reciclagem (%) 66 46 70 Lata de alumínio 800 280 35,09 Vidro 5.708 1.840 31,7 Papel 600 108 18 Lata de aço 2.250 270 12 Plástico 9.514 2.544 TOTAL Quadro 09: Números sobre a reciclagem no Brasil Fonte: CALDERONI (1997). Organização: PEREIRA, S. S. Economia obtida (R$ milhões) Economia possível (R$ milhões) 22,2 31,7 27,9 712,0 33,6 79,6 2.239,4 186,7 395,8 1.191,5 3.298,5 5.835,9 Tomando por base os dados apresentados no Quadro 09, pode-se afirmar que a reciclagem de materiais vem sendo desenvolvida no Brasil, porém, não na quantidade esperada, pois, ao levar em consideração os inúmeros lixões espalhados pelos municípios brasileiros, pode-se concluir que os resíduos ainda não estão tendo um tratamento adequado para a geração de emprego e renda para a camada mais pobre da sociedade (com a venda dos recicláveis), como também para a diminuição dos impactos ao meio ocasionados pela má disposição desses resíduos. Também é importante ressaltar que, o Brasil deixa de ganhar cerca de R$ 4,6 bilhões anuais por não investir seriamente na coleta seletiva e na reciclagem (CALDERONI, 1997). O material separado pelos catadores no “lixão” de Campina Grande/PB é vendido em quilogramas semanalmente, sendo o metal cobre o produto mais caro, que custa, em média, R$ 5,50 (cinco reais e cinqüenta centavos), mas é encontrado raramente pelos catadores; em seguida, vem o alumínio, que custa em torno de R$ 2,60 (dois reais e sessenta centavos), ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 96 - chegando alguns catadores a contabilizar uma renda semanal entre R$ 40,00 e R$70,00 (quarenta e setenta reais, respectivamente), dependendo do material vendido, o que corresponderia a uma renda mensal entre R$ 160,00 a R$ 280,0011 (cento e sessenta e duzentos e oitenta reais, respectivamente), enquanto o salário mínimo nacional é de R$ 465,00 (quatrocentos e sessenta e cinco reis). Os catadores reclamam que o preço dos materiais recicláveis vem caindo muito, acarretando uma queda no orçamento e, consequentemente, uma maior exploração do trabalho. A Tabela 07 apresenta os materiais recolhidos e o preço correspondente ao quilo na cidade de Campina Grande/PB. Tabela 07: Material separado pelos catadores e o preço correspondente. MATERIAL PREÇO (KG) Cobre Alumínio Papel Plástico Lata Ferro Osso Vidro R$ 5,50 R$ 2,60 R$ 0,30 R$ 0,30 R$ 0,07 R$ 0,07 R$ 0,05 De R$ 0,03 a R$ 0,10 (Unidade) Fonte: PEREIRA e MELO (2008b). De acordo com os catadores, é difícil precisar a quantidade de material que é retirada do meio ambiente diariamente, uma vez que depende muito do consumo da população local. Mas, de acordo com eles, é possível retirar uma quantidade expressiva, tendo em vista que, eles conseguem sustentar suas famílias com a venda desses materiais, apesar da grande concorrência já evidenciada neste “mercado” de trabalho, o que comprova que a cada dia, mais resíduos estão sendo produzidos pela sociedade de consumo, contribuindo, desse modo, para a exaustão dos recursos naturais e, por conseguinte, uma maior degradação ambiental. Além de estarem retirando sua fonte de renda dos resíduos resultantes das diversas atividades humanas, esses catadores contribuem significativamente para a sustentabilidade ambiental, na medida em que a quantidade de resíduos dispostos de maneira inadequada, está sendo gradativamente reduzida devido à venda dos materiais recicláveis. 11 Este valor corresponde à renda mensal contabilizada por catador e não por família. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 97 - 4.3. Gestão dos RSSS em duas Unidades de Saúde de Campina Grande/PB: conhecimento dos profissionais de saúde sobre os RSSS. 4.3.1. Unidade de saúde de grande porte: Hospital 4.3.1.1. Aspectos Administrativos Atualmente, o Hospital onde foi realizada a presente pesquisa conta com 530 profissionais que desenvolvem suas atividades numa infra-estrutura física que dispõe: de 10 leitos de UTI neonatal, 13 leitos de cuidados intermediários, 18 leitos de alto risco, 36 leitos de baixo risco e 10 leitos de pré-parto, totalizando uma área construída de aproximadamente 5.021,08 m2. No ano de 2006 foram realizados 5.139 partos, sendo que destes, cerca de 65% foram partos normais, perfazendo, mensalmente, 500 partos e cerca de 800 procedimentos. O percentual de ocupação registrado no ano de 2006 foi de 95%, e verificou-se que 65% das internações hospitalares foram de pessoas advindas de outras localidades, isto é, de municípios pactuados. A média de permanência na obstetrícia é de dois dias e nos leitos de alto risco e UTI - neonatal de 08 (oito) dias, respectivamente. Os recursos para o funcionamento do Hospital são provenientes do Governo Federal através do Sistema Único de Saúde (SUS), no qual a cobrança ou faturamento dá-se pela tabela de procedimentos do SUS. Cada unidade de serviço prestada nas Unidades de Internação ou Ambulatorial e nos Serviços de apoio ao Diagnóstico corresponde a um valor pré-fixado, compondo o seu conjunto o faturamento do hospital, que também conta com uma contrapartida da Prefeitura Municipal, devido a aplicação da Emenda Constitucional 29 (BRASIL, 2001a) que exige dos três entes federados, União, Estados e Municípios o cumprimento da destinação de seus respectivos percentuais de aplicação à saúde, cabendo ao poder municipal o repasse de 15%. Assim, vale salientar que na gestão atual esse percentual vem sendo cumprido, tendo sido repassado do tesouro municipal nos meses do último semestre o percentual de 19%, conforme dados do Fundo Nacional de Saúde (BRASIL, 2008). Apesar disso, os recursos do Hospital são insuficientes para sua manutenção, visto que, a cidade de Campina Grande recebe 65% de usuários advindos de outros municípios e de até estados vizinhos, como o Estado de Pernambuco, por exemplo. No entanto, providências ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 98 - estão sendo tomadas com relação ao processo de Regulação Assistencial na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), cujo projeto foi aprovado pelo Fundo Nacional de Saúde/FNS, sendo previsto a instalação da Central de Regulação, com previsão de funcionamento no ano de 2009. Dentre as áreas de atuação do Hospital, destacam-se: • Planejamento familiar (consultas ginecológicas para utilização de métodos contraceptivos, tais como: Dispositivo Intra-Uterino/DIU, preservativos, anticoncepcionais, laqueadura e vasectomia; • Ambulatório: o Consulta de pré-natal de adolescentes e gestantes de alto risco; o Serviço de odontologia para as gestantes; o Teste do olhinho; o Teste do pezinho; o Teste da orelhinha; • Banco de leite humano com posto de coleta na ala; • Raios-X para as pacientes internas; • Laboratórios de análises clínicas; • Ultrassonografia; • Parto normal, parto cesariana, tratamentos clínicos, curetagem (obstetrícia em geral); • Fisioterapia; • Núcleo de violência contra mulher; • Psicologia; 4.3.1.2. Gestão dos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde – RSSS Com relação à gestão dos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde, a direção do Hospital afirma ter conhecimento da RDC n° 306 da ANVISA, datada de 07 de dezembro de 2004, a qual dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento dos RSSS, bem como todos os funcionários do referido estabelecimento de saúde. Como forma de minimizar a produção de resíduos e proporcionar a estes um encaminhamento seguro, de forma eficiente, foi elaborado no ano de 2008 o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde – PGRSS, com previsão para ser implementado no ano de 2009. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 99 - Quando se fala em gestão dos resíduos de serviço de saúde, alguns procedimentos são de fundamental importância para análise e compreensão do modo como tais resíduos estão sendo gerenciados pelas unidades de saúde, a saber: a) Geração O Hospital gera diariamente cerca de 67,50 kg de resíduos, os quais são segregados na fonte geradora. Tais resíduos encontram-se descriminados no Quadro 10 de acordo com os respectivos setores existentes no referido Hospital. FONTES GERADORAS GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D NO HOSPITAL Medicina Interna Centro Cirúrgico x x x Unidade de Terapia Intensiva x x x Urgência/Emergência Ambulatório x x x Autópsia Radiologia x x x Medicina Nuclear Nos Laboratórios Bioquímica x x x Microbiologia x x x Hematologia x x x Coleta x x x Patologia Clínica x x x Nos Serviços de Apoio Banco de Sangue x x x Farmácia x x Central de Esterilização x x x Lavanderia x x Cozinha x Almoxarifado x Administração x Área de Circulação x Quadro 10: Descrição dos tipos de RSSS por atividades assistenciais existente no Hospital Fonte: Adaptado do Ministério da Saúde (BRASIL, 2001). Organização: PEREIRA, S. S. GRUPO E X x x x x x x x x x x Do total de resíduos gerados diariamente pelo hospital, cerca de 24% são de resíduos do Grupo D (comuns), número que poderia ser mais expressivo caso não fosse registrada a separação incorreta dos resíduos sólidos de serviço de saúde, conforme as observações realizadas in loco no Hospital em estudo. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 100 - b) Segregação Os resíduos, de acordo com a direção, são separados ainda na fonte geradora e segregados em resíduos infectantes, comuns, perfurocortantes e químicos. A Figura 22 exemplifica como os RSSS são separados. Lixeira para Resíduos Infectantes Balde para Resíduos Comuns Caixa descartável Perfurocortantes para os Resíduos Balde para Resíduos Descartáveis Figura 22: Locais de segregação dos RSSS no Hospital. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Apesar da existência de recipientes identificados e destinados para cada tipo de resíduo gerado no estabelecimento de saúde em estudo, é possível observar resíduos sendo segregados de maneira inadequada, ainda no seu local de geração, como pode ser observado na Figura 23. Ainda com base nas imagens acima apresentadas, pode-se verificar a existência de lixeiras destinadas aos resíduos infectantes sem tampa provida de abertura sem contato manual conforme preconiza a RDC nº 306 da ANVISA, fato que pode pôr em risco a saúde das pessoas que freqüentam o referido local, sendo necessário, portanto, a substituição desse tipo de lixeira, por recipientes dotados de tampa e pedal, impedido, dessa forma, o contato direto com os RSSS. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 101 - Presença de resíduos de resíduos comuns Presença de resíduos sólidos de serviço de saúde Depósito de resíduo comum Depósito de resíduo infectante Figura 23: Segregação incorreta dos resíduos no Hospital Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. A inexistência de segregação pode ocasionar a contaminação dos resíduos recicláveis presente nos RSS. Esta contaminação ocorre quando este tipo de resíduo entra em contato com os resíduos considerados infectantes, acarretando a contaminação generalizada desses materiais. Tal fato pode ser justificado pela não implantação do PGRSS na unidade de saúde em estudo, não estando todos os funcionários cientes do correto manuseio dos resíduos e da importância do seu correto gerenciamento. A existência de uma correta segregação facilita o posterior acondicionamento e consequente destinação dos RSSS. c) Acondicionamento Os resíduos são acondicionados, em reservatórios identificados, conforme demonstrado na Figura 24, permanecendo os resíduos, nestes recipientes, apenas o tempo suficiente entre o armazenamento temporário e a coleta externa dos RSSS. Figura 24: Depósitos de acondicionamento dos resíduos de acordo com o tipo no Hospital. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008) ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 102 - De acordo com as observações realizadas durante a visita ao estabelecimento de saúde de grande porte, foi possível verificar a existência de recipientes destinados exclusivamente para os resíduos sólidos de serviço de saúde considerados recicláveis, como observado na Figura 25. Figura 25: Recipientes para deposição dos RSSS recicláveis existentes no Hospital. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. Com base na Figura acima apresentada, pode-se ressaltar a importância da separação dos resíduos de saúde, tendo em vista que, os materiais recicláveis presentes nos RSSS representam uma importância econômica, já que estes promovem a geração de renda quando vendidos, bem como, uma importância ambiental, uma vez que tais resíduos são compostos por materiais de difícil decomposição, ocasionando desequilíbrio ambiental quando dispostos inadequadamente. d) Coleta e Transporte Interno A coleta interna dos resíduos é realizada 04 (quatro) vezes ao dia, ficando estes, um curto espaço de tempo no local de armazenamento temporário. Esta coleta é realizada por 04 (quatro) funcionários do setor de higienização, sendo 02 (dois) no turno diurno e 02 (dois) no turno noturno. A Figura 26 demonstra como os resíduos são transportados internamente na unidade de saúde pesquisada. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 103 - Figura 26: Transporte Interno dos RSSS no Hospital. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008) Ao analisar a Figura acima, observa-se a inexistência de separação dos resíduos durante a realização da coleta interna, havendo uma mistura no que se refere às cores dos sacos plásticos depositados no carrinho (pretos: resíduos comuns e brancos: resíduos infectantes), fato que pode caracterizar a coleta interna realizada de maneira inadequada ou a inexistência de material suficiente para segregação dos resíduos sólidos de serviço de saúde, o que, de acordo com as observações realizadas e relatos dos pesquisados, a falta de quantidade adequada dos sacos para o montante de resíduos infectantes que são gerados pelo Hospital é um processo corriqueiro. e) Armazenamento Temporário Após os RSSS serem coletados nas Alas do Hospital em estudo, estes são encaminhados para uma sala no mesmo andar, denominado de armazenamento temporário, permanecendo neste local, até serem recolhidos para o local de armazenamento externo, (sendo esta coleta – para o local de armazenamento externo - realizada em horários previamente estabelecidos pela direção do Hospital, como forma deste procedimento não coincidir com nenhum outro que por ventura venha a ocasionar risco de contaminação, como horário de refeições por exemplo), conforme observado na Figura 27. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 104 - Figura 27: Armazenamento Temporário dos RSSS no Hospital. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008) De acordo com a Figura 27, pode-se afirmar que o local de armazenamento temporário apresenta irregularidades nas suas instalações, não obedecendo ao que se é recomendado e estabelecido na RDC nº 306 da ANVISA, uma vez que, os resíduos de saúde se encontram depositados nos sacos diretamente sobre o piso, não existindo nenhuma separação destes. Outro item que pode ser destacado é quanto ao tamanho do local de armazenamento e a inserção de materiais de diversas utilidades no referido local, uma vez que este não possui capacidade suficiente para realização das atividades acima descritas. Como forma de não comprometer a gestão dos RSSS, a sala de armazenamento temporário de resíduos de saúde deveria possuir no mínimo 02 m2 para que seja possível, tanto o armazenamento dos resíduos dentro dos coletores, como também, outros materiais utilitários usados normalmente na limpeza do estabelecimento. f) Tratamento O tratamento dos resíduos sólidos de serviço de saúde é de extrema relevância no processo de gerenciamento dos resíduos. Entendendo que a realização de tratamento nos resíduos pode reduzir ou minimizar os impactos inerentes a este tipo de material, buscou-se saber a existências de algum tipo de procedimento visando à descontaminação de tais resíduos, junto ao diretor do estabelecimento de saúde em questão, bem como, na referida unidade, não sendo possível a obtenção de respostas a cerca da questão apresentada. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 105 - g) Armazenamento Externo Após serem coletados no local de armazenamento temporário, os RSSS são encaminhados para o armazenamento externo, localizado, numa área externa do Hospital, conforme demonstrado nas Figuras que se seguem. Parede ao lado do local de armazenamento Frente do local de armazenamento externo do Hospital. Área vizinha ao local de armazenamento, onde são depositados os resíduos comuns. Figura 28: Visão da área externa do local de armazenamento dos RSSS no Hospital. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. Presença de RSSS Seringas pelo chão Figura 29: Entrada do local de armazenamento externo dos RSSS no Hospital. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 106 - Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. Presença de Moscas Figura 30: Visão da área interna do local de armazenamento dos RSSS no Hospital. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. De acordo com as Figuras dispostas (28, 29 e 30), é possível observar que, falta uma infra-estrutura adequada para disposição externa dos resíduos no estabelecimento de saúde pesquisado, fato que entra em desacordo com o que é normatizado através da RDC n° 306 da ANVISA. Na Figura 28 pode-se observar a presença de resíduos orgânicos dispostos ao lado da sala que abriga os RSSS, até que estes sejam recolhidos pelo Serviço Municipal de Limpeza Urbana, comprometendo a saúde pública, bem como, dos funcionários do referido local, uma vez que, uma grande concentração de resíduos, como observado, acaba por atrair macro e micro vetores, como os roedores, por exemplo, podendo ocasionar transtornos na unidade de saúde em questão. A disposição incorreta dos resíduos também é verificada na Figura 29, constatando-se a existência de resíduos comuns jogados diretamente sobre o chão, em frente ao local de armazenamento externo, sendo possível ainda observar a presença de resíduos sólidos de serviço de saúde, alguns destes considerados infectantes, como seringas, luvas, tubos de soros, dentre outros. Ao visualizar a área interna do local de armazenamento externo, como demonstrado na Figura 30, verifica-se a existência de uma má disposição, no que se refere às cores dos sacos depositados no local, se faz importante ressaltar que, de acordo com a direção do estabelecimento de saúde, todos os resíduos depositados no local de disposição dos RSSS, são infetantes, independente da cor do saco. Apesar de ser uma forma de segregação incorreta, esta é realizada dessa maneira pela inexistência de materiais suficientes para a quantidade de resíduos gerados no Hospital, outro fator que pode vir a ocasionar a escassez dos sacos para ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 107 - resíduos infectantes, reside na constatação de uma disposição incorreta dos resíduos de saúde, como verificado em item anteriores. Dessa forma, na ausência dos sacos identificados para resíduos infectantes, são utilizados os sacos pretos, característicos dos resíduos comuns. Ainda é possível verificar, com base na Figura 30, que inexiste, no local de armazenamento externo, recipientes separando adequadamente cada tipo de resíduo em seu local específico. Também é possível observar que, apesar da área de armazenamento ser recoberta por cerâmica (conforme estabelecido por lei, além de facilitar a higienização do local), é possível identificar uma quantidade considerável de moscas dentro da área de armazenamento externo, comprovando a falta de higienização, bem como, a inexistência de telas de proteção evitando a entrada de insetos e animais no referido local, comprometendo a saúde da população que frequenta a instituição, bem como, seus profissionais e a população do entorno. h) Coleta Externa e Transporte A coleta e o transporte externo dos resíduos sólidos de serviço de saúde do estabelecimento em estudo são realizados atualmente por uma empresa terceirizada, que presta serviços à Prefeitura Municipal de Campina Grande/PB, não sendo cobrada, até o momento, nenhuma taxa pela execução do serviço, ficando esta despesa a cargo do poder municipal. De acordo com a direção da unidade de saúde, a coleta é realizada 03 (três) vezes por semana, em veículos devidamente identificados, conforme estabelecido através da RDC n° 306 da ANVISA. Faz-se importante destacar que, devido a problemas políticos existentes entre a empresa terceirizada e a Prefeitura Municipal, o serviço de coleta dos resíduos de saúde está sendo realizado de maneira irregular, podendo os RSSS permanecer no local de geração, por até 15 (quinze) dias até serem recolhidos pelo Serviço Municipal de Limpeza Urbana, em carros que não apresentam as recomendações específicas para o transporte desse tipo de resíduo. i) Destinação O destinamento final dado a parte dos resíduos que são gerados diariamente no Hospital é o “lixão” municipal, onde os resíduos infectantes (Grupo A) são encaminhados para uma ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 108 - vala séptica, localizada no interior do “lixão”, e os resíduos comuns (Grupo D) são dispostos juntamente com os demais resíduos gerados na cidade em estudo. A empresa LIDER está tentando obter autorização ambiental junto a Superintendência de Administração do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos da Paraíba – SUDEMA, órgão responsável pelas deliberações referentes à gestão ambiental no Estado a Paraíba, visando o encaminhamento desses resíduos para a incineração. A destinação dos demais Grupos de resíduos gerados no Hospital não foi informada. j) Segurança No que concerne a segurança dos funcionários que realizam o serviço de limpeza do Hospital, de acordo com a direção, todos fazem uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI, tais como: luvas, gorros, máscaras, botas e aventais, sendo substituídos sempre que danificados. Apesar da direção do Hospital fornecer os EPI´s, alguns funcionários não fazem do seu uso uma prática constante, como pode ser observado na Figura 31, necessitando o Hospital de uma maior fiscalização para o uso dos EPI´s por estes funcionários, principalmente, tendo em vista que estas pessoas estão em contato direto e diário com os resíduos sólidos de saúde, bem como, com os riscos presentes em tais resíduos. Figura 31: Funcionário da Limpeza do Hospital sem o uso dos EPI´s recomendados. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008) ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 109 - Constata-se, de acordo com a Figura 31, que o funcionário do setor de higienização, não faz uso de luvas, gorros, nem máscaras durante a execução de suas atividades. Desse modo, o mesmo, pode vir a se contaminar devido ao contato direto com materiais infectados e/ou perfurocortantes presente nos resíduos. k) Educação De acordo com a direção da referida unidade de saúde, os funcionários são conhecedores da classificação, segregação, acondicionamento e destinação dos resíduos sólidos de serviço de saúde, fato que se deve a educação continuada e capacitações, a respeito do assunto ora abordado, que ocorrem dentro da unidade hospitalar, visando um melhor aperfeiçoamento de todos os profissionais que compõem o quadro de funcionários do estabelecimento em estudo. Percebe-se que, apesar do Hospital disponibilizar capacitações aos funcionários, poucos são os que se interessam em aprofundar seus conhecimentos e, com isso, desempenhar suas atividades de maneira mais segura e adequada no setor que realizam suas atividades laborais diárias. Dessa forma, ao analisar o conhecimento dos funcionários da Equipe de Enfermagem que participaram da referida pesquisa, sobre as suas rotinas laborais relacionadas ao manuseio dos resíduos sólidos de serviço de saúde, observou-se a existência de um conhecimento superficial a respeito da problemática em evidência. Questão esta, que será melhor explicitada no item 4.3.1.3 que se segue. 4.3.1.3. Conhecimento da Equipe de Enfermagem sobre os RSSS a) Aspecto Sócio-Cultural Conforme a Figura 32 verificou-se que os profissionais atuantes da Equipe de Enfermagem estão distribuídos em diversas faixas etárias, sendo possível encontrar funcionário na faixa etária dos 20 aos 60 anos de idade. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 110 - 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% 38,8% 23,0% 22,2% 16,0% 20 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos 51 a 60 anos Figura 32: Faixa Etária da Equipe de Enfermagem do Hospital. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. A questão da predominância do sexo feminino na enfermagem foi demonstrada neste estudo, uma vez que, da amostra de 20% da Equipe de Enfermagem que foi analisada, obtivese o resultado de 100% dos profissionais correspondentes ao sexo feminino. b) Formação Profissional Ao verificar o nível de escolaridade dos profissionais atuantes da Equipe de Enfermagem do Hospital, demonstrado na Figura 33, foi observado funcionários graduados, pós-graduados, além da existência de profissionais com os cursos de auxiliar e técnicos de enfermagem. 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% 38,9% 28,6% 10,3% Graduação Completa 11,1% 11,1% Graduação Auxiliar de PósTécnico em Incompleta Enfermagem Graduação Enfermagem Figura 33: Nível de Escolaridade da Equipe de Enfermagem do Hospital. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 111 - Nos diferentes níveis de formação profissional, os Enfermeiros, os Técnicos de Enfermagem e os Auxiliares de Enfermagem estão distribuídos nos diversos setores de atendimento no hospital: Unidade de Terapia Pediátrica e Neonatal – UTI Pediátrica / Neonatal (16,6%), Sala de Parto (5,5%), Berçário (22,2%), Pronto Atendimento de Urgências e Emergências (11,1%), Centro Cirúrgico (27,8%) e Alas (16,8%). O tempo total de formação profissional de cada membro da Equipe de Enfermagem, que trabalha no hospital é variável, conforme demonstrado na Figura 34, uma vez que foi observada a existência de profissionais atuando, em média, de 01 a 26 anos. 30,0% 27,8% 25,0% 22,2% 20,0% 15,0% 16,6% 16,8% 21 a 25 anos mais de 26 anos 11,1% 10,0% 5,5% 5,0% 0,0% 01 a 05 anos 06 a 10 anos 11 a 15 anos 16 a 20 anos Figura 34: Tempo total de Atuação Profissional da Equipe de Enfermagem do Hospital. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. No que se refere ao tempo de atuação profissional da Equipe de Enfermagem que foi pesquisada, dentro do estabelecimento em estudo, a equipe está distribuída da seguinte forma: 44,4% dos pesquisados estão no hospital, em média, de 01 a 05 anos; 11,1% de 6 a 10 anos; 22,2% de 11 a 15 anos; 5,7% de 16 a 20 anos; 5,5% d 21 a 25 anos e 11,1% estão no Hospital a mais de 26 anos. c) Conhecimento dos Profissionais sobre os RSSS Quando os profissionais da Equipe de Enfermagem (Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem e Auxiliares de Enfermagem) foram questionados sobre o que são os RSSS, observaram-se respostas curtas, sem explicações detalhadas, como: “sangue, seringas, luvas e material de curativos”; “material contaminado, luvas sujas e sangue”; “resíduos de sangue, excreções, agulhas, seringas, secreções, líquidos orgânicos, etc.”; “são os ‘lixos’ ou resíduos ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 112 - de materiais utilizados”; “restos e lixo hospitalar”; “secreção, bolsas de hemoconcentrados, tubos de aspiradores, etc.”; “lixo hospitalar são os perfurocortantes”. A análise de tais respostas pressupõe que os referidos funcionários não aprofundaram seus conhecimentos sobre a correta gestão dos RSSS (definição, segregação, acondicionamento, transporte e destino), uma vez que se é percebida uma deficiência na forma como os funcionários definem o que compõe os RSSS. Tal fato compromete a execução dos serviços que são realizados diariamente por estes funcionários no setor em que exercem suas atividades, podendo este, vir a transmitir algum tipo de enfermidade, uma vez que, em tais resíduos a probabilidade de existência de organismos patogênicos são bastante consideráveis. Constatou-se, que os conhecimentos obtidos sobre RSSS ocorreram na formação profissional, através de disciplina específica, iniciativa própria ou outros meios de comunicação, conforme demonstrado na Figura 35. 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% 77,8% 27,8% 5,5% Internet 11,1% TV 11,1% 11,1% Disciplina Iniciativa Específica Própria 11,1% Rádio 16,6% Jornal Indicação deFormação Superior Profissional Figura 35: Meios de Conhecimentos sobre os RSSS da Equipe de Enfermagem do Hospital. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. Diante dos dados apresentados na Figura 35, é importante ressaltar, que dos funcionários que foram entrevistados, quase toda a sua totalidade, ou seja, 72,2% dos profissionais, responderam mais de uma opção com relação a este item. Quando perguntados sobre a classificação dos RSSS, 100% dos profissionais responderam possuírem conhecimento quanto a sua classificação e a necessidade da correta separação dos resíduos, justificando a necessidade da separação, para: “evitar infecção hospitalar”; “diminuir a contaminação do meio ambiente e das pessoas”; “porque existe ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 113 - produto reciclável”; “para segurança dos profissionais”; devido ao “grau de contaminação” e “separar em lixo comum e lixo contaminado”. Considerar o destino que os profissionais da Equipe de Enfermagem oferecem aos resíduos, após os cuidados prestados aos pacientes, é relevante, pois cada um desses resíduos gerados tem diferentes destinamento, devendo ser consideradas as suas características para que o descarte seja adequado. Os materiais perfurantes e cortantes devem ser acondicionados em recipientes rígidos; os materiais contaminados com sangue e demais fluidos orgânicos devem ser acondicionados em sacos plásticos brancos, com símbolo de infectante e os resíduos comuns recebem o destino, em sacos plásticos pretos. O Quadro 11 a seguir, descreve a rotina de separação dos RSSS dos profissionais da Equipe de Enfermagem durante os procedimentos realizados no decorrer de sua rotina laboral. Resíduos de Serviço de Saúde Destino Percentual (%) a) Resíduos de Sangue Lixo contaminado Expurgo* Lixo comum Outras formas 37,3% 21,5% 17,5% 23,7% b) Excreções, secreções e líquidos orgânicos Expurgo* Lixo comum Lixo contaminado 55,8% 22,1% 22,1% c) Seringa Descartex* Lixo contaminado Lixo comum 61,1% 27,8% 11,1% d) Material perfurante (agulhas, mandril e abocath) Descartex* Lixo contaminado 77,8% 22,2% e) Material cortante (lâminas, frascos, bisturis) Descartex* Lixo contaminado 72,2% 27,8% f) Frascos e ampolas de medicação Lixo contaminador Lixo reciclável Lixo comum 39,1% 38,7% 22,2% g) Luvas Lixo contaminado Lixo comum 66,7% 33,3% h) Bolsas de hemoderivados Lixo contaminado Lixo comum Lixo reciclável 55,6% 33,3% 11,1% i) Material curativo (gazes, drenos, esparadrapos) Lixo contaminado Lixo comum 72% 28% j) Cirúrgico (tecidos, órgãos) Lixo comum Lixo contaminado Lixo orgânico 50,1% 33,3% 16,6% k) Fraldas descartáveis e absorventes Lixo contaminado* 61,1% Lixo comum 38,9% Quadro 11: Modo como a separação dos RSSS é realizada pela Equipe de Enfermagem do Hospital. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. *Material descartado de maneira correta pelos funcionários pesquisados. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 114 - O Quadro 12 a seguir, informa a maneira mais adequada de segregar os resíduos de serviço de saúde na fonte geradora, de acordo com o as características de cada Grupo, conforme disposto na RDC n° 306 da ANVISA. Tipo de RSSS a) b) c) d) e) f) g) h) i) j) k) Resíduos de Sangue Excreções, secreções e líquidos orgânicos Seringas Material perfurante (agulhas, mandril e abocath) Material cortante (lâminas, frascos, bisturis) Frascos e ampolas de medicação Luvas Bolsas de hemoderivados Material curativo (gazes, drenos, esparadrapos) Cirúrgico (tecidos, órgãos) Fraldas descartáveis e absorventes* Grupo Segregação Correta A A A E E E A A A A D Saco branco leitoso Saco branco leitoso Saco branco leitoso Recipiente rígido Recipiente rígido Recipiente rígido Saco branco leitoso Saco branco leitoso Saco branco leitoso Saco branco leitoso Saco preto Quadro 12: Separação dos RSSS de acordo com a RDC n° 306 da ANVISA Fonte: RDC n° 306 da ANVISA. Organização: PEREIRA, S. S. * As fralda e absorventes passam a pertencer ao Grupo A se estas forem utilizadas em pacientes com doenças infecto-contagiosas, passado a ser destinada em sacos brancos leitosos característicos dos resíduos infectantes. Ao analisar o Quadro 11, primeiramente, se faz necessário ressaltar que se buscou levar em consideração a forma como os funcionários identificam o local adequado para a correta segregação (lixo comum, contaminado, reciclável, assim por diante). Dessa forma, as respostas foram consideradas positivas quando estas se referiram as características dos resíduos, em detrimento da cor do saco que estes resíduos são depositados, tendo em vista, como mencionado anteriormente, que o material para segregação não é suficiente para a demanda de resíduos gerados no hospital em estudo. Ainda de acordo com o Quadro 11, verificou-se que apesar dos profissionais da Equipe de Enfermagem afirmar possuírem conhecimento da importância da separação dos resíduos de acordo com o tipo, constata-se, que é possível identificar a existência de profissionais que realizam o descarte de maneira incorreta, conforme o recomendado pela RDC nº 306 da ANVISA, comprometendo a gestão dos RSSS. Tal constatação (existência de segregação incorreta) compromete a disposição final dos RSSS, uma vez que, estes, quando não descartado de maneira adequada, contaminam os materiais recicláveis e contribui para a contaminação do meio ambiente e da saúde pública. No que concerne ao acondicionamento interno dos resíduos gerados na unidade de saúde pesquisada, 55,5% dos profissionais da Equipe de Enfermagem que responderam ao questionário, afirmaram desconhecer totalmente a forma como os resíduos são acondicionados dentro do Hospital. Dos 44,5% que responderam conhecer tal procedimento, ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 115 - afirmaram que este processo é realizado de modo que cada resíduo seja depositado “cada qual no seu recipiente adequado”; sendo estes resíduos separados em “coletores”; identificados como “lixo hospitalar e lixo comum”. Ao serem indagados sobre a realização de algum tipo de tratamento, na unidade de saúde pesquisada, junto aos RSSS antes destes serem encaminhados para o seu local de destino final, 100% dos funcionários pesquisados alegaram desconhecer qualquer tipo de tratamento com fins de minimizar os impactos ocasionados pelos RSSS ao meio ambiente e a saúde pública. Com relação à forma como os RSSS são transportados da unidade de saúde em estudo para o seu local de destino final, 61,1% afirmaram saber a forma como estes são transportados e 38,9% alegaram desconhecer tal procedimento. A Figura 36 apresenta as formas de transportes apontadas pelos funcionários que responderam a referida questão afirmando conhecerem o modo como esses resíduos são transportados. 70,0% 63,6% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 18,2% 9,1% 9,1% 0,0% Carro de lixo adequado caminhão Sacos coletor fechado especializados no carro do lixo Caminhão de lixo Figura 36: Conhecimentos da Equipe de Enfermagem quanto à forma de transporte externo dos RSSS do Hospital. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. Tomando por base os dados apresentados na Figura 39, pode-se observar que 63,6% dos funcionários pesquisados informaram que os RSSS são transportados em caminhões de lixo comum, ressaltando a prática incorreta de transportes desses materiais. As contradições nas informações fornecidas (direção e funcionários do Hospital) quanto à forma como os RSSS são transportados, pode ser justificada pelo fato de que a gestão dos resíduos de saúde no Hospital em estudo (coleta externa e transporte) desde o período que foi ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 116 - procedido à aplicação dos questionários junto aos funcionários para a realização da presente pesquisa em novembro de 2008, assim como nos demais estabelecimentos de saúde de Campina Grande/PB, encontra-se passando por problemas junto à empresa terceirizada que realizava tais serviços, com isso, os resíduos que eram recolhidos em carros adequados e identificados para o transporte de RSSS, estão sendo recolhidos por caminhões de lixo comum, uma vez que a prestação desses serviços está sendo executado, momentaneamente, pelo Poder Público Municipal, no caso específico da unidade de saúde em estudo. Sobre o conhecimento da Equipe de Enfermagem quanto à destinação dos resíduos sólidos de serviço de saúde, é importante ressaltar que, dos profissionais indagados, 66,7% afirmaram não terem conhecimento sobre qual é o destino dos resíduos quando estes deixam a unidade hospitalar, enquanto apenas 33,3% afirmaram conhecer qual a destinação dada aos RSSS. Dentre as pessoas que afirmaram conhecer o destino dos resíduos, 50% responderam que os RSSS vão para o “lixão” municipal; 33,3% dizem ser o aterro sanitário o local de destinamento desse material e 16,7% informam que os resíduos são encaminhados para um incinerador. Faz-se importante ressaltar que, a cidade de Campina Grande/PB, como já mencionado, não dispõe de aterro sanitário como forma de destinação dos resíduos coletados na cidade, assim, como também não dispõe de um incinerador próprio com uma tecnologia de tratamento para os RSSS gerados na cidade. Quando questionados sobre a forma como o Hospital realiza os serviços de descarte, acondicionamento e transporte dos RSSS, 55,5% da Equipe de Enfermagem, afirmaram que acham que estes serviços não são executados de forma satisfatória, enquanto que 44,5% alegam que a prestação de tal serviço está condizente com o que é estabelecido pelas Normas e Legislações que regulamentam tais serviços. No que se refere à prestação dos serviços de descarte, acondicionamento e transporte através da Prefeitura Municipal, 72,2% dos entrevistados foram categóricos ao responder que tais serviços não são executados de forma correta pela Prefeitura Municipal de Campina Grande/PB, onde apenas 27,8%, disseram estar satisfeitos com a forma que tais serviços são realizados. Dentre as causas apontadas pelos funcionários pesquisados como sendo as responsáveis pela má gestão dos RSSS por parte da Prefeitura Municipal de Campina Grande – PMCG destacam-se as seguintes... (Figura 37). ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 117 - 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% 38,5% 23,0% 23,1% Outros Carro não apropriado 15,4% Falta de fiscalzação diária Falta de incinerador Figura 37: Conhecimentos da Equipe de Enfermagem do Hospital quanto ao serviço de gestão dos RSSS prestados pela PMCG. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. Dentre os fatores apontados pelos pesquisados, merece destaque a ausência de um incinerador, bem como, a falta de carros apropriados para o transporte correto dos RSSS, o que constata a preocupação, por parte dos funcionários, para com os impactos que tais resíduos podem ocasionar. d) Segurança Os profissionais da Equipe de Enfermagem foram questionados sobre o uso dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI´s, considerados indispensáveis em suas atividades cotidianas. Os dados obtidos estão demonstrados na Figura 38. 100,0% 88,8% 88,8% Máscaras Luvas 80,0% 61,1% 60,0% 40,0% 50,0% 33,3% 22,2% 20,0% 0,0% Avental Óculos Pro-pés Gorros Figura 38: Equipamentos de Proteção Individual - EPI´s utilizados durante a rotina profissional da Equipe de Enfermagem do Hospital. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 118 - De acordo com a Figura 38, foi possível observar, a partir das respostas fornecidas, que praticamente todos os EPI´s, utilizados no cotidiano profissional desses indivíduos, foram lembrados em diferentes porcentagens, pois tais profissionais estão distribuídos, dentro dos diferentes setores de atendimento do hospital, e alguns desses equipamentos são indispensáveis, em alguns setores específicos, como o uso do gorro no centro cirúrgico, deixando apenas de ser mencionada a utilização de botas de cano longo. Tal fato, deve-se ao pouco ou nenhum contato que eles têm com setores que necessitam da utilização de tais EPI´s, em suas atividades profissionais cotidianas. Dessa forma, foi verificado que, 100% dos profissionais entrevistados informaram que o uso de luvas no cotidiano é um EPI indispensável, seguindo por 80% dos que afirmaram o uso da máscara como sendo, também, um instrumento indispensável para execução de suas atividades laborais, pois: “a luva protege contra contaminação e as máscaras protegem contra os respingos”; “servem para a nossa segurança”; “é essencial”, “evita contaminação com secreções, fezes e urina”, e “representam segurança para o profissional e para o paciente”. O uso das luvas tem a finalidade de proteger o profissional, sempre que existir a possibilidade de contato com sangue, secreções, excreções ou pele não íntegra do paciente ou no manuseio de qualquer outro material, contaminado com tais fluidos. A preocupação com a utilização correta dos EPI´s, pode ser respaldada pelo fato de 22,2% dos entrevistados afirmarem já ter se contaminado através da manipulação dos RSSS no cotidiano de suas atividades ao longo de sua prática profissional e 16,6% tem conhecimento da contaminação de algum paciente devido ao mau gerenciamento dos resíduos de saúde. e) Percepção Ambiental Quando se fala dos impactos ambientais que os RSSS podem ocasionar ao solo, água, ar e seres vivos quando dispostos de maneira inadequada, 72,2% dos entrevistados afirmaram ser conhecedores de tais impactos, afirmando que estes causam: “contaminação do meio ambiente”; “catinga, moscas e mosquitos”; “contaminação do solo, água e pessoas”; “transmissão de doenças infecto-contagiosas e letais”; “riscos de acidentes” e “contaminação para a população”. Verifica-se o interesse que a Equipe de Enfermagem, do Hospital em estudo, possui com relação a ampliar seus conhecimentos sobre os resíduos sólidos de serviço de saúde, com capacitações e programas de educação permanente, uma vez que é imprescindível que o ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 119 - profissional de saúde esteja sempre se adequando as mudanças nas legislações e normas vigentes, bem como, aos novos tratamentos e recursos disponíveis para um melhor gerenciamento dos RSSS. Dessa forma, é possível verificar, de acordo com o Quadro 13, sugestões dos funcionários pesquisados para uma melhor qualidade de vida, tanto no ambiente de trabalho, como na cidade em que vivem. Nº SUGESTÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE OS RSSS 01 02 03 Implantação do aterro sanitário; Educação continuada com relação ao assunto; Campanha de conscientização em se tornar hábito o cuidado necessário para preservação do ambiente de trabalho e meio ambiente de forma ampla; 04 Maior informação sobre o trajeto dos RSSS; 05 Que todas nós tivéssemos o compromisso e a responsabilidade de separarmos o lixo e jogar no local adequado e solicitar encontros para aprendemos mais sobre o assunto, que ainda é vago para alguns profissionais; 06 Esterilização das bandejas utilizadas no refeitório pelos funcionários, uma vez que, as estas são as mesmas bandejas encaminhadas aos pacientes, sendo apenas lavadas com água e sabão. Quadro 13: Sugestões sobre os RSSS fornecidas pela Equipe de Enfermagem do Hospital Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. Faz-se importante ressaltar que, a preocupação dos entrevistados tanto se refere ao meio ambiente interno, como também, ultrapassa o ambiente de trabalho, sendo esta preocupação estendida ao meio ambiente como um todo. Estando estes apreensivos com os impactos os ocasionados pelos RSSS tanto a sociedade como ao meio que se vive e do qual se retira sua subsistência. 4.3.2. Unidade de saúde de pequeno porte: Laboratório de Análises clínicas 4.3.2.1. Aspectos Administrativos A unidade de saúde de pequeno porte pesquisada é um Laboratório de Análises Clínicas e conta com um grupo de 14 (quatorze) funcionários distribuídos nas mais diversas funções. A referida unidade de saúde é especialista em análises clínicas, sendo realizados mensalmente, 9.000 (nove mil) exames laboratoriais, consequentemente, gerando uma considerável quantidade de resíduos, principalmente os RSSS pertencentes ao Grupo A e ao Grupo E. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 120 - Dentre os exames realizados pelo laboratório, pode-se destacar: 4.3.2.2. • Ácido úrico; • Colesterol total; • Cultura com antibiogramas; • Cultura para fungos; • Fósforo; • Glicose; • Hemograma; • Parasitológico de fezes, etc. Gestão dos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde - RSSS De acordo com o responsável pelo estabelecimento, o Laboratório possui desde o ano de 2005 um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde – PGRSS. Verificou-se que após a implementação do PGRSS, ocorreram mudanças no comportamento dos funcionários, passando estes, a dispensarem maiores cuidados com os resíduos gerados, reduzindo o risco de contaminação existente nesses materiais. Ainda de acordo com o responsável pelo estabelecimento, todos os funcionários, principalmente os que são responsáveis pelos exames laboratoriais, conhecem a RDC nº 306 da ANVISA e procuram colocar em prática as normas por ela estabelecidas. Alguns instrumentos gerenciais se tornam imprescindíveis para que se possa analisar a gestão dos RSSS em um estabelecimento de saúde, dentre eles cabe destacar: a) Geração Os resíduos gerados diariamente no Laboratório totalizam 22 kg/dia, o que corresponderia a uma média de 132 kg/semana e 528 kg/mês. Os RSSS estão discriminados na Figura 39 que se segue. O Laboratório pesquisado não gera resíduos do Grupo C, que seriam os resíduos radioativos. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 121 - 5 kg 5 kg 2 kg Grupo A - 5kg Grupo B - 2kg Grupo D - 10kg 10 kg Grupo E - 5kg Figura 39: Resíduos gerados diariamente no Laboratório. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. Analisando a Figura 39, pode-se vislumbrar que a maior geração de resíduos diária é com relação a Grupo D, que são os resíduos comuns. Estes, se separados adequadamente, podem ser reaproveitados e/ou reciclados, sendo reinseridos novamente no circuito econômico. Apesar de existir a diferenciação dos resíduos dentro do estabelecimento de pequeno porte, os recicláveis não são encaminhados para nenhuma entidade que trabalhe com a revenda desse material na cidade em estudo, uma vez que os resíduos comuns (Grupo D) não são separados de acordo com o tipo do material (papel, plástico, metal e vidro), sendo estes recolhidos pelo Serviço de Limpeza Urbana Municipal. b) Segregação Devido à importância da segregação dos resíduos no seu local de origem, foi questionado, junto à direção do Laboratório em análise, a preocupação em diferenciar os RSSS. De acordo com as informações obtidas, todos os RSSS são segregados na fonte geradora, sendo estes resíduos separados em recipientes devidamente identificados para cada Grupo de resíduos produzidos pelo estabelecimento. Dessa forma, evita-se a contaminação do material reciclável pelos organismos patogênicos presentes dos resíduos biológicos. As Figuras que se seguem demonstram a preocupação do Laboratório estudado com a separação dos RSSS. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 122 - Figura 40: Local de disposição dos RSSS descartáveis (seringas) pelo Laboratório. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. Figura 41: Local de disposição dos RSSS perfurocortantes (agulhas e lâminas) pelo Laboratório Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008) Figura 42: Local de disposição dos RSSS comuns (à esquerda) e dos resíduos infectantes (à direita) pelo Laboratório. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 123 - Analisando as Figuras acima expostas (40, 41 e 42), verifica-se que o Laboratório em questão realiza o descarte conforme estabelecido pelas Normas e legislações vigentes, sendo os resíduos descartáveis, contendo secreções, dispostos em caixas específicas para este fim (Figura 40). O mesmo ocorre com os resíduos perfurocortantes, que são depositados em recipientes rígidos. Neste caso específico são utilizadas latas (Figura 41). Estes recipientes são fechados e acondicionados, passando posteriormente por um processo de desinfecção, e encaminhamento para o local de armazenamento externo, permanecendo neste local, no aguardo da coleta e transporte externo que é realizado por uma empresa terceirizada. No que se referem aos resíduos comuns, estes são depositados em sacos plásticos pretos, enquanto os resíduos infectantes são acondicionados em sacos brancos leitosos com a identificação do símbolo para RSSS infectantes, conforme especificado na Figura 42. c) Acondicionamento Os resíduos que são separados no seu local de geração, sendo este, depositados em locais específico para cada Grupo, são conduzidos posteriormente, para bombonas de plástico identificadas, onde são acondicionados até serem encaminhados para a coleta externa. A Figura 43 apresenta possíveis modelos de bombonas que são fornecidas pela empresa terceirizada que presta serviço junto ao Laboratório em questão. . Figura 43: Tipos de bombonas para armazenamento de RSSS Fonte: Empresa Serquip (Disponível em: www.serquip.com.br. Acesso em: 10/01/2009) ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 124 - d) Coleta e Transporte Interno A coleta interna dos resíduos é realizada por uma funcionária do Laboratório, ocorrendo duas vezes ao dia, sendo a primeira realizada às 11 horas da manhã e a segunda às 15 horas da tarde. e) Armazenamento Temporário Os resíduos coletados no estabelecimento são acondicionados em bombonas e encaminhados para o armazenamento temporário, localizando-se na área interna do laboratório, e são recolhidos no final do dia para o local de armazenamento externo. f) Tratamento No Laboratório pesquisado, os resíduos de saúde gerados são tratados pela empresa terceirizada Serquip Tratamento de Resíduos PB LTDA, localizada na cidade de João Pessoa, capital do Estado da Paraíba. A referida empresa dispõe como tecnologia de tratamento para os RSSS, do Tratamento por Destruição Térmica (incineração), com tecnologia inglesa, possuindo uma capacidade de tratamento de 02 ton/dia. O incinerador da Serquip foi projetado para incinerar resíduos de maneira limpa e segura, sem causar danos ao meio ambiente, sendo fabricado sob tecnologia e licença exclusiva de INCOL INCINERATION-TECHTROL Ltda., da Grã-Bretanha e construído sob normas internacionalmente reconhecidas, como a British Standard da Grã Bretanha e a E.P.A. Americana12. Ressalta-se, também, a existência de tratamento de desinfecção do material reutilizável pelo Laboratório, sendo estes, a autoclavagem, o microondas e a cloração. Tais procedimentos podem ser observados na Figura 44. 12 Dados disponíveis no site da Empresa Serquip: http://www.serquip.com.br, acesso em: 02 de fevereiro de 2009 ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 125 - Posteriormente, os tubos são lavados em água corrente e colocados em recipientes contento uma solução aquosa – cloro (3), para a desinfecção dos tubos. As secreções existente nos tubos (1) são depositadas no expurgo (2). 1 5 2 4 Após a desinfecção, o material é encaminhado para o microondas (4) ou o autoclave (5), e retornam para reutilização. 3 Figura 44: Etapas dos processos de tratamento aplicados aos materiais reutilizáveis no Laboratório. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. Conforme demonstrado na Figura 44, os procedimentos adotados pelo laboratório pesquisado possibilitam a minimização dos impactos ocasionados pelos RSSS, reduzindo, dessa forma, o seu potencial de risco aos pacientes e, por conseguinte, ao meio ambiente. g) Armazenamento Externo Os resíduos gerados diariamente são conduzidos, ao final do dia, para o local de armazenamento externo, localizado na parte da frente do estabelecimento de saúde, sendo este local, revestido por cerâmica, com local para o escoamento de água após a desinfecção, apresentando telas de proteção para impedir a entrada de animais e insetos e fechada de cadeado permitindo o acesso apenas para os funcionários do Laboratório, conforme demonstrado na Figura 45. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 126 - Serquip: empresa terceirizada responsável pela coleta dos resíduos infectantes gerados no laboratório Figura 45: Local de armazenamento externo do Laboratório, com destaque para a empresa que realiza o transporte. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. h) Coleta e Transporte Externo Os resíduos permanecem no local de acondicionamento temporário até serem recolhidos por uma empresa terceirizada (Serquip), especializada em transporte de resíduos especiais, como os resíduos de serviço de saúde, sendo estes transportados em carros devidamente identificados até a cidade de João Pessoa/PB, conforme demonstrado através da Figura 46, onde se localiza a sede da empresa. Neste local, os resíduos recebem o tratamento e o destino adequado para cada tipo de RSSS. Figura 46: Veículo para transporte de RSSS. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008) ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 127 - Esta coleta ocorre semanalmente, sendo o valor cobrado pela prestação do serviço a quantia de aproximadamente R$ 140,00 (cento e quarenta reais) por cada bombona de 30 l (trinta litros) que são transportados. i) Destinação Quanto aos resíduos pertencentes ao Grupo D (comum), estes são recolhidos pelo Serviço Municipal de Limpeza Urbana, em dias específicos, seguindo o destino dos demais resíduos coletados na cidade, ou seja, o “lixão” municipal. Em se tratando dos resíduos considerados infectantes, estes são acondicionados em locais apropriados e encaminhados para a Serquip, empresa especializada em transporte e tratamentos de resíduos perigosos, recebendo o destinamento adequado conforme demonstrado na Tabela 08. Tabela 08: Forma de Tratamento e destinação dos RSSS produzidos pelo Laboratório GRUPO TRATAMENTO E/OU DESTINAÇÃO Grupo A Incinerador e Aterro Sanitário Grupo B Incinerador e Aterro Sanitário Grupo C Não produz Grupo D Lixão Municipal Grupo E Incinerador e Aterro Sanitário Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO Serquip Serquip Prefeitura Municipal Serquip j) Segurança No que se refere à segurança dos funcionários, principalmente dos que manuseiam os resíduos em sua rotina laboral, estes fazem uso dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI´s necessários para sua proteção e proteção dos clientes que procuram os serviços prestados pelo estabelecimento em estudo, tais como: jaleco, óculos, máscaras, luvas, botas, os quais são substituídos sempre que necessários. Não foi registrado, neste caso, nenhum tipo de acidente ocorrido devido o manuseio dos RSSS nas instalações do Laboratório pesquisado, sendo os casos catalogados durante a aplicação dos questionários, oriundo de outros estabelecimentos de saúde aos quais os funcionários prestaram seus serviços antes de ingressarem na atual empresa. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 128 - k) Educação De acordo com a direção do Laboratório, a capacitação dos funcionários da Equipe de Análise Laboratorial, ocorre semestralmente, dentro das instalações do próprio laboratório. A necessidade de realizar, com periodicidade, a capacitação dos funcionários é justificada pelo gestor, como sendo de “extrema importância estar se inteirando das novas Normas e Leis referentes aos RSSS, além de aprofundarem os conhecimentos já existentes”, tendo em vista que, a manutenção de um ambiente equilibrado e sadio depende de ações bem planejadas. 4.3.2.3. Conhecimento da Equipe de Analise Laboratorial sobre os RSSS a) Aspecto Sócio-Cultural Verificou-se que os profissionais atuantes da Equipe de Análises Laboratoriais estão distribuídos em diversas faixas etárias, ou seja: 25% da Equipe se enquadraram na faixa etária de 20 a 30 anos; 50% entre 31 a 40 anos; e 25% de 41 a 50 anos. A questão da predominância do sexo feminino foi demonstrada neste estudo, uma vez que, dos 100% da Equipe de Análises Laboratoriais que foi entrevistada, obtivemos o resultado de 75% dos profissionais correspondentes ao sexo feminino. b) Formação Profissional Ao verificar o nível de escolaridade dos profissionais atuantes na Equipe de Análises Laboratoriais, observou-se que 100% possuem curso de graduação, deste total, 50% possuem curso de pós-graduação Latu Sensu ou Stricto Senso na área de recursos naturais. Dos profissionais que formam a Equipe de Análises Laboratoriais, a mesma é composta por: 50% de Enfermeiros; 50% de Farmacêuticos Bioquímicos. O tempo de atuação profissional de cada membro da Equipe de Análises Laboratoriais corresponde, em média, ao tempo de fundação do Laboratório em estudo, ou seja, 100% dos funcionários da Equipe exercem suas funções laborais de 01 a 10 anos, existindo caso de uma funcionária que exerceu suas atividades em outros estabelicimentos. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 129 - c) Conhecimento sobre os RSSS Quando os profissionais da Equipe de Análises Laboratoriais foram questionados sobre o que são os RSSS, foram observadas as seguintes respostas: “material biológico (sangue, secreções, etc.)”; “na verdade é todo o material que a instituição oferece para os clientes”; “resíduos de sangue, excreções, agulhas, seringas, secreções, etc.”; “recipientes contaminados”. Constatou-se que os conhecimentos obtidos pelos funcionários pesquisados sobre RSSS ocorreram na sua formação profissional, com conteúdos ministrados em disciplina específica, iniciativa própria ou outros meios de comunicação, conforme demonstrado na Figura 47. Figura 47: Meios de Conhecimentos sobre os RSSS da Equipe de Análise Laboratorial. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. Diante dos dados apresentados na Figura 47, pode-se observar a presença de apenas 03 (três) veículos de conhecimento onde os funcionários tiveram contato com conteúdos referentes aos RSSS. É importante ressaltar, que dos funcionários que foram entrevistados, 50% destes, responderam mais de uma opção com relação a este item. Quando perguntados sobre a classificação dos RSSS, 100% dos profissionais responderam possuir conhecimento quanto a sua correta classificação e a necessidade da separação adequada dos resíduos, justificando esta necessidade, para: “proteção ambiental e principalmente da humanidade”; “para evitar a contaminação do meio ambiente” e “para evitar a contaminação da população”. Diante das respostas apresentadas, fica explícita a preocupação de todos com os riscos ocasionados pelos RSSS. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 130 - O Quadro 14 a seguir, descreve a rotina de separação dos RSSS dos profissionais da Equipe de Análises Laboratoriais durante os procedimentos realizados no decorrer de sua rotina laboral. RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE DESTINO PERCENTUAL (%) a) Resíduos de Sangue Autoclave Expurgo* 50% 50% b) Excreções, secreções e líquidos orgânicos Expurgo* Autoclave 75% 25% c) Seringa Descartex* 100% d) Material perfurante (agulhas, mandril e abocath) Latas lacradas* 100% e) Material cortante (lâminas, frascos, bisturis) Latas lacradas* 100% f) Frascos e ampolas de medicação Descartex* 100% Lixo hospitalar* g) Luvas Quadro 14: Separação dos RSSS realizada pela Equipe de Análise Laboratorial Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. *Material descartado de maneira correta pelos funcionários pesquisados 100% Ao analisar o Quadro 14, verifica-se que quase 100% dos profissionais da Equipe de Análises Laboratoriais realizam o descarte de maneira correta. Fato que ressalta o conhecimento destes profissionais sobre a importância em se segregar de maneira adequada os RSSS, facilitando todos os serviços que procedem à segregação desses materiais. Cabe destacar, que foi possível observar, de acordo com o Quadro em questão, que alguns funcionários apresentam equívocos quanto à conceituação de segregação e tratamento, uma vez que foi constatada a presença de formas de tratamento em detrimento a forma como estes funcionários segregam os resíduos de saúde. Os funcionários pesquisados na unidade de saúde em questão, quando questionados sobre a forma de acondicionamento interno dos resíduos gerados pelo Laboratório, afirmaram, em sua maioria, serem conhecedores da forma como este serviço é executado pelo referido estabelecimento, como pode ser observado na Figura 48. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 131 - 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 75% 25% SIM NÃO Figura 48: Conhecimento da Equipe de Análise Laboratorial quanto à forma de acondicionamento interno dos RSSS no Laboratório. Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. Ao serem indagados sobre a realização de algum tipo de tratamento, na unidade de saúde pesquisada, com os RSSS, antes destes serem encaminhados para o seu local de destino final, 50% dos funcionários alegaram desconhecer qualquer tipo de tratamento com fins de minimizar os impactos ocasionados pelos RSSS, enquanto que, 50% afirmaram ter conhecimento de algum tipo de tratamento realizado pelo laboratório. Com relação à forma como os RSSS são transportados da unidade de saúde em estudo para o seu local de destino final, todos os funcionários foram unânimes, ou seja, 100% afirmaram saber a forma como os mesmos são transportados, sendo estes conduzidos por uma equipe terceirizada em veículos adequados para este fim. Quando questionados sobre a forma como o Laboratório realiza os serviços de descarte, acondicionamento e transporte dos RSSS, 100% da Equipe, afirmaram achar que estes serviços são executados de forma satisfatória, condizente com o que é estabelecido pelas Normas e Legislações que regulamentam tais serviços. No que se refere à prestação dos serviços de descarte, acondicionamento e transporte realizados pela Prefeitura Municipal, 100% dos entrevistados foram categóricos ao responderem que tais serviços não são executados de forma correta pela prefeitura, alegando que a ausência da correta gestão dos resíduos: “coloca a população carente em risco, pois são os que mais freqüentam o lixão”; “os resíduos são lançados a céu aberto”; “não há o cuidado necessário com a coleta e o transporte”. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 132 - d) Segurança Os profissionais da Equipe de Análises Laboratoriais foram questionados sobre o uso dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI´s, considerados indispensáveis em suas atividades cotidianas (Figura 59). . 120% 100% 100% 100% Jaleco Luvas 80% 60% 40% 50% 50% Óculos Sapato fechado 25% 20% 0% Máscara Figura 49: Equipamentos de Proteção Individual - EPI´s utilizados durante a rotina profissional da Equipe de Análise Laboratorial Fonte: Pesquisa Direta (Novembro/2008). Organização: PEREIRA, S. S. . Quanto à utilização de EPI´s, foi verificado que, 100% dos profissionais entrevistados informaram que o uso de jalecos e de luvas nas atividades laborais são EPI´s indispensáveis. Eles fazem uso de tais materiais para: “proteger de alguma contaminação”; “proteger contra algum acidente de trabalho”; “evitar o contato com a pele e evitar dessa forma a contaminação”; “para nossa proteção”. A preocupação com a utilização correta dos EPI´s, pode ser respaldada pelo fato de 25% dos entrevistados afirmarem já terem se contaminado através da manipulação dos RSSS no cotidiano de suas atividades, não sendo esta contaminação contraída no seu atual local de trabalho. e) Percepção Ambiental Quando se fala dos impactos ambientais que os RSSS podem ocasionar ao solo, água, ar e seres vivos quando dispostos de maneira inadequada, 100% dos entrevistados afirmam ser ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 133 - conhecedores de tais impactos, afirmando que estes causam: “contaminação do solo, da água e do ar que respiramos”; “contaminação do meio ambiente”; “contaminação em geral”. 4.3.3. Discussão dos resultados obtidos através das análises realizadas nas unidades de saúde pesquisadas. a) Geração dos RSSS Com relação ao volume de resíduos gerados diariamente nas unidades de saúde que foram pesquisadas, pode-se dizer que, tendo em vista a diferenciação do porte dos estabelecimentos estudados, a unidade de saúde caracterizada como Unidade de Saúde de Grande Porte – Hospital, gera uma quantidade diária de 67,5 kg de resíduos, enquanto, a unidade de saúde caracterizada como Unidade de Saúde de Pequeno Porte - Laboratório, gera algo em torno de 22 kg, ou seja, praticamente 1/3 (um terço) dos resíduos gerados diariamente no Hospital em estudo. Pode-se inferir, neste caso, que quanto maior for à unidade de saúde a ser analisada, maior será, consequentemente, a quantidade de resíduos gerados diariamente que irão necessitar de um gerenciamento adequado, uma vez que, todos que buscam atendimento em unidades de saúde, são geradores de resíduos em potencial, levando em consideração que os RSSS são todos os resíduos produzidos dentro de unidades de saúde. b) Segregação dos RSSS No que se refere à segregação dos RSSS, ou seja, separação dos resíduos na fonte geradora observou-se que este aspecto da gestão dos resíduos é melhor desempenhado na unidade de saúde de pequeno porte, onde constatou-se que quase 100% dos funcionários pesquisados segregam os resíduos gerados, no decorrer de suas atividades cotidianas dentro do laboratório, de acordo com o que se é estabelecido por normas e legislações sobre o tema. A segregação dos RSSS na fonte é uma ação de extrema importância, conforme colocado por Salkin (2001), ao informar que a segregação dos resíduos na fonte de geração ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 134 - minimizará a quantidade de materiais potencialmente infecciosos que inevitavelmente atingirão o solo. Ressalta-se ainda a existência de várias medidas que já poderiam ser executadas a fim de reduzir uma carga importante de doenças. Estas evidências, somadas as outras, facilitam a elaboração de um planejamento e implantação de ações sistêmicas. Rebello (2003) ressalta que o gerador de resíduos sólidos de serviços de saúde ao cumprir as normas de biossegurança estará prevenindo acidentes ao ser humano e ao meio ambiente, sendo este o seu papel e é isso que toda a sociedade espera dele. Atualmente existem legislações federais extremamente rigorosas com a responsabilidade do gerador sobre os resíduos gerados. As informações colocadas pelos autores, acima, podem ser complementadas por Cussiol et al (2000) quando o autor afirma que no caso brasileiro, embora algumas ações estejam em curso para alterar a forma de visão e gestão atual dos RSSS, se observa que a maioria dos resíduos ainda é considerada como perigosa (infectante ou especial). Esta visão tem como premissa que todo resíduo originado do sistema de saúde esteja contaminado, gerando um preconceito que induz a uma negligência nas políticas de gestão. Analisando as respostas obtidas pelos funcionários questionados na unidade de saúde de grande porte - Hospital, pôde-se observar que os funcionários não colocam em prática os seus conhecimentos sobre o correto gerenciamento dos resíduos, que afirmam terem adquiridos em diversos meios de comunicação e outras fontes de conhecimento, uma vez que, apenas uma parcela mínima de funcionários descreveram corretamente o procedimento de segregação dos resíduos. Essa constatação pode ser corroborada por Naime et al (2008), quando o autor afirma que as consequências da falta de informações e indefinições são observadas pela carência de modelos de RSSS, pois uma parte considerável das organizações hospitalares desconhece os procedimentos básicos no manejo dos resíduos. Silva e Hoppe (2005) demonstram que a maioria dos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, no interior do Rio Grande do Sul, não atende os procedimentos preconizados nas resoluções vigentes. A realização correta da segregação ainda pode facilitar a revenda do material reciclável existentes nos RSSS, uma vez que se é sabido que, nem tudo que se é gerado nas unidades de saúde são resíduos infectados, sendo estes, impróprios para uso. Se separados corretamente, parte significativa dos resíduos gerados poderá vir a ser reaproveitados, sendo reinseridos no circuito econômico. Existem vários estudos no Brasil que retratam experiências bem sucedidas sobre o assunto. Autores como Andrade (1999) apresentam os resultados encontrados para a ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 135 - composição gravimétrica dos resíduos produzidos por estabelecimentos prestadores de serviços de saúde no município de São Carlos, São Paulo, demonstrando que há uma predominância de materiais potencialmente reaproveitáveis entre estes resíduos. Levando em consideração que muitos resíduos de saúde não são contaminados e apropriando a idéia de gestão avançada de resíduos, muitas ações podem ser aprimoradas nesta questão. O mesmo foi corroborado por Silva et al (2002) ao informar da implantação do projeto de coleta seletiva de resíduo na Santa Casa de Londrina, PR, onde foi possível constatar que após o programa de reciclagem do resíduo, 87% do materail gerado representavam resíduo comum e apenas 13% infectantes. Outro estudo realizado no Hospital universitário Regional do Norte do Paraná revelou que com os resíduos recicláveis pôde-se estabelecer uma projeção anual de aproximadamente US$ 2.100 (dois mil e cem dólares) de lucro com as vendas, além de preservar o meio ambiente (SILVA et al, idem). c) Acondicionamento dos RSSS Os resíduos sólidos de serviço de saúde que são gerados nas unidades de saúde analisadas (pequeno e grande porte) acondicionam os seus resíduos, após a coleta interna, em recipientes identificados de acordo com o tipo de resíduo. Estes resíduos são conduzidos, posteriormente, para o local de armazenamento temporário à espera da coleta externa e conseguinte destinação. O acondicionamento, de acordo com o Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (Brasil, 2006), consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes, conforme demonstrado no Quadro 15. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo, tendo em vista que o acondicionamento inadequado compromete a segurança do processo e o encarece. Recipientes inadequados ou improvisados (pouco resistentes, mal fechados ou muito pesados), construídos com materiais sem a devida proteção, aumentam o risco de acidentes de trabalho. Com isso, é importante ressaltar que os resíduos não devem ultrapassar 2/3 do volume dos recipientes. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 136 - TIPO DE RESÍDUOS FORMA DE ACONDICIONAMENTO Grupo A: resíduos biológicos Grupo B: resíduos químicos Grupo C: rejeitos radioativos Branco leitoso (NBR 9191) Saco laranja com identificação da norma 10004 Após o decaimento segundo a norma CNEM 6905, acondicionar conforme seu tipo de periculosidade (Grupo A, B ou D) Grupo D: resíduos comuns Caso o resíduos seja classificado como Grupo D reciclável, acondicioná-lo em: I – azul – PAPÉIS II – amarelo – METAIS III – verde – VIDROS IV – vermelho – PLÁSTICOS V – marrom – RESÍDUOS ORGÂNICOS Os demais resíduos classificados como Grupo D: Podem ser acondicionados em sacos pretos Grupo E: resíduos perfurocortantes Coletores para perfurocortante segundo a NBR 13853 Quadro 15: Forma como os RSSS devem ser acondicionados de acordo com o Grupo pertencente Fonte: Conselho Regional de Farmácia – CRF/SP (2007). Organização: PEREIRA, S. S. Neste sentido, pode-se informar que a segregação dos resíduos sólidos de serviço de saúde não foi realizada de maneira satisfatória na unidade de saúde de grande porte - Hospital, uma vez que foi possível observar resíduos em recipientes que não eram condizentes com o Grupo ao qual o resíduo era pertencente. No entanto, é importante neste momento, afirmar que entre os profissionais da Equipe de Enfermagem do Hospital, 55,5% deles desconhecem a forma como os resíduos são acondicionados após a coleta interna, enquanto que, 75% dos funcionários da Equipe de Analise Laboratorial que foi pesquisada, responderam ter conhecimento de como se dá este processo dentro do laboratório. Fato que ressalta o conhecimento e a participação desses funcionários (Laboratório) no processo de gestão dos RSSS gerados no estabelecimento em questão. d) Coleta e Transporte Interno dos RSSS De acordo o Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (Brasil, 2006, p. 45): A coleta e transporte interno dos RSS consistem no traslado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo, com a finalidade de disponibilização para a coleta. É nesta fase que o processo se torna visível para o usuário e o público em geral, pois os resíduos são transportados nos equipamentos de coleta (carros de coleta) em áreas comuns. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 137 - No que concerne a coleta interna, foi verificado que no Hospital, apesar do fornecimento de equipamentos de proteção (botas, luvas, aventais, touca, dentre outros) por parte da direção do estabelecimento, existem funcionários do setor de higienização que não fazem uso dos referidos equipamento, comprometendo a sua saúde através do contato direto com algum tipo de material contaminado presente nos resíduos. Fato que ressalta a necessidade de maior fiscalização do Hospital quanto da utilização dos EPI´s. Para Naime (2004b), a falta de informações sobre o assunto é um dos principais motivos para a ausência de projetos bem sustentados que determinem melhorias no setor. Particularmente os resíduos dos serviços de saúde merecem atenção especial em suas fases de separação, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final. Outro fator a ser destacado, observado no desenvolvimento da pesquisa apresentada, em ambas a unidades de saúde (Hospital e Laboratório), é que a coleta interna dos resíduos acontece em horários pré-estabelecidos, cujo deslocamento desses materiais não coincide com nenhum outro procedimento interno que esteja acontecendo no momento, para que não exista, desse modo, perigo de contaminação. Como especificado na RDC n° 306 da ANVISA: O transporte interno de resíduos deve ser realizado atendendo roteiro previamente definido e em horários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades. Deve ser feito separadamente de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos (p. 3). Em análise no laboratório, não foi percebida nenhuma irregularidade no tocante à adequação da equipe de limpeza e higienização aos requisitos recomendados para a execução da coleta dos RSSS, realizando tal procedimento de acordo com as especificações estabelecidas pelas normas e legislações vigentes. e) Armazenamento Temporário O local de armazenamento temporário é uma área onde os resíduos devem permanecer após a coleta dos setores que compõem cada estabelecimento de saúde, conforme descrito pelo Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (Brasil, 2006, p. 45 - 46): Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 138 - dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à disponibilização para coleta externa (p, 45). Não poderá ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre o piso ou sobrepiso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento (p, 46). Levando em consideração as informações colocadas por Brasil (op. cit.), pode-se dizer, que o estabelecimento de saúde de grande porte, não realiza o referido procedimento dentro da normalidade exigida e recomendada na RDC nº 306 da ANVISA, no que se refere aos itens que se seguem: 1.5.2 - A sala para guarda de recipientes de transporte interno de resíduos deve ter pisos e paredes lisas e laváveis, sendo o piso ainda resistente ao tráfego dos recipientes coletores. Deve possuir ponto de iluminação artificial e área suficiente para armazenar, no mínimo, dois recipientes coletores, para o posterior traslado até a área de armazenamento externo. Quando a sala for exclusiva para o armazenamento de resíduos, deve estar identificada como “SALA DE RESÍDUOS”. 1.5.3 - A sala para o armazenamento temporário pode ser compartilhada com a sala de utilidades. Neste caso, a sala deverá dispor de área exclusiva de no mínimo 2 m2, para armazenar, dois recipientes coletores para posterior traslado até a área de armazenamento externo. Analisando as informações fornecidas pela RDC nº 306 da ANVISA com as observações e o registro visual realizados no estabelecimento de saúde de grande porte Hospital, verifica-se que o local destinado ao armazenamento temporário não possui as especificações exigidas pela referida resolução, tais como, as dimensões da sala, além dos itens necessários para uma higienização adequada do local, comprometendo, dessa forma, a gestão dos resíduos de saúde na referida unidade pesquisada. Em se tratando das condições encontradas no laboratório, informa-se que o local de armazenamento interno é possuidor das dimensões exigidas, bem como, das condições que favorecem uma adequada higienização do local, estando os resíduos separados de acordo com o tipo em recipientes adequados para este fim. f) Tratamento dos RSSS Quanto aos procedimentos de tratamento, utilizados dentro dos estabelecimentos de saúde estudados, visando à descontaminação ou minimização dos agentes patogênicos dos resíduos antes de sua disposição final, pode-se dizer que o Laboratório se destaca, tendo em ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 139 - vista a utilização do processo de autoclavagem, microondas e da cloração, para desinfecção dos materiais reutilizáveis pelo estabelecimento, além do tratamento através da incineração que é dado aos resíduos de saúde, pela Serquip, antes da destinação final destes, fato que reduz consideravelmente o grau de contaminação dos RSSS. Enquanto que no Hospital, nenhum dos funcionários informou obter conhecimento quanto à existência de algum processo de tratamento dos RSSS. Existem várias formas de tratamentos que podem ser adotadas pelas unidades de saúde, todas visando à minimização dos impactos ocasionados pelos RSSS quando depositados in natura no meio ambiente. Na Argentina, trabalhos de Genazzini et al (2005) testam o uso de cinzas resultantes da incineração de resíduos hospitalares na composição de cimentos. Os autores fazem um detalhado levantamento do estado da arte do tema, com detalhada caracterização, incluindo propriedades físico-químicas resultantes, ensaios de lixiviação, análises químicas e comportamento dos materiais expostos. Eles concluem pela viabilidade e aplicabilidade. De acordo com informações fornecidas pela diretoria da SEMAS, a prefeitura municipal vem retomando os estudos para implantação da Usina Verde como forma de destinação dos resíduos gerados na cidade. Ainda de acordo com a direção da SEMAS, em reunião realizada ao término do ano de 2008, com diversos órgãos governamentais e ambientais do Estado da Paraíba e os representantes da Usina Verde, foi relatado pelos responsáveis da usina que, após a incineração dos resíduos gerados na cidade, as cinzas resultantes desse processo, seriam destinadas para confecção de tijolos, sendo estes doados ao poder público municipal para a construção de habitações populares. Ressalta-se que, a implementação do referido projeto foi rejeitada pela maioria dos participantes, como relatado pela dirigente da SEMAS a pesquisadora em visita realizada quando da aplicação dos questionários a esta instituição. g) Armazenamento Externo dos RSSS Quanto à questão do armazenamento externo dos RSSS, é importante ressaltar as informações fornecidas pelo Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (Brasil, 2006, p. 48) ao afirmar que: O armazenamento temporário externo consiste no acondicionamento dos resíduos em abrigo, em recipientes coletores adequados, em ambiente exclusivo e com acesso facilitado para os veículos coletores, no aguardo da realização da etapa de coleta externa. O abrigo de resíduos deve ser dimensionado de acordo com o volume de resíduos gerados, com capacidade de armazenamento compatível com a ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 140 - periodicidade de coleta do sistema de limpeza urbana local. Deve ser construído em ambiente exclusivo, possuindo, no mínimo, um ambiente separado para atender o armazenamento de recipientes de resíduos do grupo A, juntamente com o grupo E, e um ambiente para o grupo D. Diante das informações fornecidas pelo autor acima citado, é importante ressaltar que, no estabelecimento hospitalar, o processo de armazenamento externo ocorre em desacordo com o que é estabelecido pela a RDC nº 306 da ANVISA. Desse modo, é possível observar que os resíduos infectantes são dispostos em sacos plásticos diretamente sobre o piso, inexistindo nenhuma separação dos resíduos de acordo com o tipo e o grupo ao qual pertence, além da ausência de uma higienização adequada, visando a minimização da contaminação peculiar a este tipo de resíduo. Sobre o armazenamento externo na unidade de saúde de grande porte, é possível acrescentar ainda que, o ambiente se encontra com uma grande quantidade de resíduos, fato que impede a higienização, propiciando a proliferação de macro e micro vetores, como as moscas que podem ser identificadas em uma quantidade considerável no interior do local. Tal constatação não foi observada no Laboratório em estudo, sendo o local reservado para o armazenamento externo próprio para este fim, com as características e recomendações de acordo com o Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (Brasil, 2006), onde os sacos plásticos são depositados em recipientes específicos para cada tipo de resíduo produzido no local, além das boas condições de higiene observada no local auxiliando, desse modo, na minimização dos impactos negativos comuns aos resíduos de saúde. h) Coleta e Transporte Externo do RSSS A coleta externa consiste na remoção dos RSSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, pela utilização de técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente. Deve estar de acordo com as regulamentações do órgão de limpeza urbana (BRASIL, 2006). Tomando por base as informações fornecidas pelo Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (Brasil, 2006) é possível observar que a coleta externa e o transporte dos RSSS, em ambos os estabelecimentos, estão condizentes com as colocações do referido autor, tendo em vista, conforme informado pelo gestor de cada estabelecimento, que ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 141 - a coleta é realizada em dias específicos, sendo estes, transportados em veículos identificados para a locomoção de RSSS. Todavia, se faz necessário ressaltar que, as informações fornecidas pelo diretor da unidade de saúde de grande porte13, se apresentam diferenciadas das colocações fornecidas pelos funcionários questionados no referido estabelecimento. Este fato deve-se as mudanças que ocorreram no sistema de gestão dos resíduos sólidos de serviço de saúde, principalmente no que concerne a coleta e transporte externo. Desse modo, faz-se necessário registrar que, quando o gestor do Hospital foi questionado, os RSSS eram coletados e transportados por uma empresa terceirizada, sendo estes resíduos conduzidos em carros adequados e identificados para o transporte de RSSS. Quando da aplicação dos questionários junto aos funcionários da Equipe de Enfermagem pesquisados, fato que ocorreu em novembro de 2008, estes serviços (coleta e transporte) já não se encontravam sendo executados pela empresa terceirizada (devido a questões de ordem política), passando tais procedimentos a serem gerenciados exclusivamente pela PMCG e estes resíduos conduzidos em caminhões coletores de resíduos comuns. Neste sentido, foi possível identificar funcionários que responderam esta questão afirmando serem os RSSS transportados por carros adequados (9,1% dos pesquisados), enquanto que, a maior porcentagem (63,6%) dos funcionários pesquisados alegou que este serviço é realizado em carros de lixo comum, por ser esta a forma de transporte que está acontecendo na atualidade e a que é, por eles, observada. Cabe destacar que todos os funcionários (100%) sabem da importância e das exigências impostas pelas normas e legislações vigentes quando se trata do transporte de RSSS. O mesmo não foi observado quando os funcionários da unidade de saúde de pequeno porte foram questionários, onde a sua totalidade (100%) afirmam ter conhecimento da forma como os resíduos são transportados da unidade de saúde até o seu local de destinação final, sendo estes resíduos conduzidos em carros identificados para o transporte de resíduos especiais, neste caso, os RSSS. i) Destinação Final dos RSSS Sobre a destinação dos resíduos de saúde, observa-se que os mesmos estão sendo devidamente destinados pelo Laboratório, onde a responsabilidade desses serviços cabe a uma 13 Informações obtidas junto à direção da Unidade de Saúde de Grande Porte pela utilização do questionário como instrumento de pesquisa, sendo este aplicado no mês de Maio de 2008. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 142 - empresa terceirizada especialista em transportes de resíduos especiais, sendo posteriormente encaminhados para a incineração e o aterro sanitário da cidade de João Pessoa/PB. Os funcionários pesquisados (100%) são conhecedores da forma de destinação que os resíduos recebem após recolhidos do laboratório. A adequada destinação desses resíduos é de fundamental importância para uma correta gestão dos RSSS, fato que inclui também, o conhecimento e o envolvimento de toda a equipe de funcionários que compõem o quadro de pessoal do estabelecimento, uma vez que, a correta gestão é realizada por cada integrante de qualquer que seja a unidade de saúde em questão. O mesmo não ocorre no Hospital, uma vez que foi percebida uma total falta de empenho e coesão dos funcionários pesquisados no processo de gestão dos RSSS, fato que pode ser percebido quando os mesmos foram indagados sobre a destinação final dos resíduos, onde 66,7% afirmaram obter tal conhecimento, sendo que, deste total, 50% responderam que os RSSS são encaminhados para o aterro sanitário municipal ou para a incineração, procedimentos inexistentes dentro do município em estudo, sendo os RSSS encaminhados sim, para o “lixão” municipal. Sobre o processo de incineração, faz-se importante ressaltar que, no estabelecimento de saúde de grande porte, presenciou-se, como forma de tratamento dos resíduos, a utilização de um incinerador. Ressalta-se que esta era uma prática antiga, sendo o incinerador desativado no ano de 2002 e demolido no ano de 2007, por não possuir as especificações exigidas pela legislação vigente, garantindo, assim, a minimização do impacto ambiental por meio da emissão de gases e fumaças provenientes da queima dos RSSS. Acredita-se, por este motivo, que alguns dos funcionários pesquisados informaram a incineração como destino final dos RSSS gerados no Hospital em estudo. A inexistência de uma destinação adequada não é apenas um problema evidenciado na cidade de Campina Grande/PB, mas sim, uma deficiência observada em todo o território nacional, onde, muitas vezes, os resíduos dos serviços de saúde não recebem tratamento e destinação final adequada e diferenciada conforme sua natureza, tendo por destino final o mesmo local utilizado para descarte dos demais resíduos urbanos (BRILHANTE e CALDAS, 1999). Bidone e Povinelli (1999) destacam que na maioria das vezes os resíduos sólidos de serviços de saúde ficam ao alcance de catadores, elevando a possibilidade de contaminação por doenças infecto-contagiosas. A destinação incorreta dos RSSS pode ocasionar, ainda, a contaminação do meio ambiente, fato que pode ser reforçado por Naime et al (2006, p. 117), ao afirmar que: ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 143 - Esta geração de resíduos em geral, e seu posterior abandono no meio ambiente podem ocasionar grandes problemas ambientais, que de um lado podem estar relacionados aos fatores de proliferação de agentes contaminantes e de outro com o fato de que o aumento de resíduos provavelmente implica no consumo de matériasprimas, atualmente escassas na natureza. j) Equipamentos de Proteção Individual – EPI´s De acordo o Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (Brasil, 2006), os equipamentos de proteção são todos os dispositivos destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. Estes devem ser utilizados pelos funcionários que manuseiam os resíduos e devem ser os mais adequados para lidar com os tipos de resíduos de serviços de saúde. Devem ser utilizados de acordo com as recomendações normativas do Ministério do Trabalho. Tendo em vista o grau de contaminação existente nos RSSS, e sendo os funcionários de estabelecimentos de saúde conhecedores desse risco, foi observada, em ambas as unidades de saúde, uma grande preocupação no que se refere à correta utilização dos EPI´s, onde a principal justificativa apontada pelos pesquisados para a utilização de tais equipamentos foram a proteção individual dos mesmos, bem como, a proteção dos paciente, evitando assim, o risco de infecção hospitalar. A utilização de tais Equipamentos de Proteção Individual - EPI representa um recurso de controle mais efetivo que leva à eliminação ou minimização do risco no trabalho. O uso e o fornecimento de EPI é disciplinado pela lei 6.514/77 – Medicina e Segurança do Trabalho, Portaria 3.214/78. k) Educação Para um gerenciamento de RSSS seguro, é fundamental que todas as pessoas que trabalham no estabelecimento de saúde conheçam os riscos associados às suas atividades, possuam responsabilidades claras, e sejam capacitados na realização dos procedimentos relacionados com o manejo dos resíduos. Assim, a educação em saúde ambiental é a forma de conscientização sobre os riscos envolvidos nas atividades do estabelecimento. Em se tratando da formação profissional, foi possível observar que, os funcionários do Laboratório em estudo possuem curso de graduação (100%), tendo 50% se aprofundado em seus estudos com cursos de pós-graduação. Esta realidade é um pouco diferente quando ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 144 - analisado os dados do Hospital, onde apenas 38,9% dos funcionários pesquisados são graduados e 28,6% possuem curso de pós-graduação. No caso do Hospital, se faz necessário informar que, os funcionários que foram questionados no referido estabelecimento estão incluídos em diversas categorias que compõem a Equipe de Enfermagem do Hospital, tais como: Enfermeiros, Técnicos em Enfermagem e Auxiliares de Enfermagem. Sendo possível constatar, neste caso, que dentro de cada categoria, os profissionais se encontram com a formação necessária para executarem suas atividades, sendo possível constata a existência de apenas 11,1% dos funcionários possuidores apenas do ensino médio. A importância da realização de programas de educação continuada, que envolvam os funcionários das unidades de saúde, como também a comunidade ao entorno do estabelecimento é de grande relevância, tendo em vista a importância de aprofundar o conhecimento e aproximar cada vez mais os RSSS que são produzidos no decorrer das funções que cada funcionário desenvolve em sua rotina laboral, tornando os procedimentos necessários para uma gestão adequada dos RSSS se torne algo natural no decorrer de suas atividades. Essa Preocupação é colocada, também, pela RDC n° 306 da ANVISA em seu Capítulo VII: 19 - Todos os profissionais que trabalham no serviço, mesmo os que atuam temporariamente ou não estejam diretamente envolvidos nas atividades de gerenciamento de resíduos, devem conhecer o sistema adotado para o gerenciamento de RSS, a prática de segregação de resíduos, reconhecer os símbolos, expressões, padrões de cores adotados, conhecer a localização dos abrigos de resíduos, entre outros fatores indispensáveis à completa integração ao PGRSS. 20 - Os serviços geradores de RSS devem manter um programa de educação continuada, independente do vínculo empregatício existente, que deve contemplar dentre outros temas: • Noções gerais sobre o ciclo da vida dos materiais; • Conhecimento da legislação ambiental, de limpeza pública e de vigilância sanitária relativas aos RSS; • Definições, tipo e classificação dos resíduos e potencial de risco do resíduo; • Sistema de gerenciamento adotado internamente no estabelecimento; • Formas de reduzir a geração de resíduos e reutilização de materiais; • Conhecimento das responsabilidades e de tarefas; • - Identificação das classes de resíduos; • Conhecimento sobre a utilização dos veículos de coleta; • Orientações quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI e Coletiva - EPC; • Orientações sobre biossegurança (biológica, química e radiológica); • Orientações quanto à higiene pessoal e dos ambientes; • Orientações especiais e treinamento em proteção radiológica quando houver rejeitos radioativos; • Providências a serem tomadas em caso de acidentes e de situações emergenciais; • Visão básica do gerenciamento dos resíduos sólidos no município; • Noções básicas de controle de infecção e de contaminação química. ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 145 - É possível contatar alguns exemplos bem sucedidos de programas envolvendo os RSSS e os funcionários das unidades de saúde. Em Curitiba, com a aplicação do programa “Lixo que não é lixo hospitalar”, em 1989, novos conceitos foram introduzidos a respeito dos RSSS, colaborando com a desmistificação da idéia de que todos os resíduos gerados em empresas de saúde são necessariamente infectantes. No Brasil, há mais de 30 mil unidades de saúde gerando esses resíduos, e na maioria das cidades, a questão do manuseio e da disposição final não está resolvida, e acrescenta-se que algumas unidades de saúde desconhecem a quantidade e a composição dos resíduos que geram (FERREIRA, 1995). ___________________________________________________________________________Resultados e Discussões 5. Conclusões e Recomendações Suellen Silva Pereira PRODEMA 2009 _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 146 - CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES: U m estabelecimento de saúde tem como missão o seu trabalho de prestação de serviços, que está alicerçada no conceito de saúde, não só no fato de estar doente, mas também quanto às exigências internacionais da adoção de um desenvolvimento sustentável, começando pelos seus procedimentos internos. Esta exigência da sociedade está na conscientização da necessidade da melhoria das condições sanitárias da população, do uso de recursos escassos, dentre outros. Assim, o gerenciamento dos RSSS não é uma preocupação recente. O que tem mudado é a devida importância que se está dando ao gerenciamento ambiental destes estabelecimentos, de forma a incentivar a adoção de procedimentos de proteção à saúde e ao meio ambiente, redução dos resíduos e otimização dos recursos, assim como melhorar as medidas de segurança e higiene no trabalho (ALEMIDA, 2003). Diante do exposto, o presente capítulo apresenta conclusões da pesquisa realizada nas unidades de saúde que foram alvos desse estudo, assim como, sugere recomendações para uma gestão mais equilibrada dos RSSS, o que resultará numa otimização dos serviços, além de contribuir para a sustentabilidade ambiental. 5.1. Conclusões da Pesquisa A preocupação com o manejo dos RSSS reside, no fato de que, são estes profissionais (equipe de enfermagem e equipe laboratorial) os responsáveis pelos primeiros passos de condução dos resíduos, uma vez que os mesmos estão em contato direto e cotidiano com tais produtos. Conduzir o descarte e armazenamento inicial de forma adequada é fundamental no processo, entendendo que todos que circulam no hospital, desde pacientes, profissionais e visitantes são expostos aos riscos que tais resíduos possam ocasionar se não forem conduzidos adequadamente. Dessa forma, mediante os dados obtidos no estudo em questão, conclui-se que: ______________________________________________________________________Conclusões e Recomendações _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 147 - • Faz-se necessária uma maior participação do Poder Público Municipal na gestão adequada dos resíduos (incluindo aqui todas as categorias) da cidade de Campina Grande/PB, bem como, intensificar a fiscalização, uma vez que observa-se a acumulação de resíduos em vias públicas, além da má destinação dispensada a eles mesmos, tendo em vista que estes são descarregados in natura sobre o solo a céu aberto, ocasionando, dessa forma, impactos ao meio ambiente e a saúde pública; • A maioria dos profissionais, conforme dados obtidos quando da aplicação do questionário, possuem conhecimentos prévios sobre a classificação dos RSSS, que foram adquiridos em algum momento de sua formação profissional ou no cotidiano de trabalho. Porém, esses não são suficientes para atender as necessidades do seu manejo que, na prática cotidiana, em alguns momentos, ocorre de forma inadequada; • Apesar da importância dos EPI´s para a proteção dos funcionários dos estabelecimentos de saúde pesquisados, principalmente daqueles que lidam diretamente com os RSSS durante sua rotina laboral, como é o caso da equipe de higienização, por exemplo, foi possível observar a existência de profissionais que não fazem uso dos referidos equipamentos necessários para sua proteção; • Foi possível observar que estes equipamentos são melhor utilizados por profissionais que obtiveram um conhecimento mais aprofundado sobre os riscos ao manipular os RSSS sem a proteção necessária, passando os pesquisados (Equipe de Enfermagem e Equipe de Analise Laboratorial) a incorporarem a prática de utilização dos EPI´s as suas atividades diárias; • Acredita-se, neste caso, que essa realidade esteja relacionada ao fato dos funcionários do setor de higienização desconhecerem os perigos que estão presentes nos RSSS; • Verificou-se que o manejo mais adequado dos resíduos sólidos de serviço de saúde ocorre no estabelecimento de pequeno porte, no que concerne aos aspectos de segregação, acondicionamento, coleta, transporte e destinação final dos mesmos, ao passo que, no Hospital, foi constatado que apesar de muitos dos entrevistados acusarem ter o conhecimento da correta separação dos resíduos, não colocam em prática durante a sua rotina laboral, comprometendo com isso, toda a gestão dos RSSS; • Ressalta-se que, quanto ao porte do estabelecimento, este não é um fator determinante para se conseguir um gerenciamento adequado dos resíduos sólidos de ______________________________________________________________________Conclusões e Recomendações _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 148 - serviço de saúde. Pressupõe-se sim, que, quanto menor for o estabelecimento de saúde, menor também será: a quantidade de resíduos gerada, os funcionários empregados no estabelecimento, e conseqüentes, os impactos decorrentes dos RSSS. Mas, para que esta suposição possa vir a torna-se uma prática concreta, é necessário que exista disposição tanto dos gestores, como dos funcionários, para que assim, se obtenha uma gestão que seja considerada positiva, pois o principal e mais difícil de conseguir, é a participação de todos no processo de gerenciamento dos RSSS. • Apesar dos RSSS terem um gerenciamento mais adequado no Laboratório, foi possível observar que não existe nenhum programa de reciclagem dos resíduos gerados nesta unidade de saúde, sendo estes recolhidos pela prefeitura municipal e destinado juntamente com os demais resíduos gerados na cidade. • Entretanto, no estabelecimento de grande porte, é possível observar a existência de iniciativas visando à separação dos materiais recicláveis e seu encaminhamento para a reciclagem. Tal iniciativa é de grande importância , uma vez que é sabido que nem todos os resíduos gerados em estabelecimentos de saúde são considerados infectantes, caso estes sejam separados adequadamente em seu local de geração. Como exemplos, podem ser citados os resíduos oriundos do refeitório, que poderiam ser encaminhados para a compostagem, assim como dos setores administrativos, onde a sua maior geração é de materiais recicláveis como o papel, que seriam de bastante valia caso fossem encaminhados para a cooperativa de catadores de material reciclável da cidade em estudo, ou até mesmo vendidos pelo próprio hospital, sendo os lucros revertidos em benefício do estabelecimento; • Em relação à Percepção Ambiental, com base nos dados da pesquisa, contatou-se que esses profissionais não estão completamente alheios ao meio ambiente, demonstrando, em muitos momentos, preocupações com as questões de provável contaminação do solo, da água e da atmosfera pelos RSSS, quando não gerenciados corretamente; • Analisando a opinião dos pesquisados, pode-se inferir que, independentemente dos estabelecimentos pesquisados, os profissionais, tanto da Equipe de Enfermagem quanto da Equipe de Analise Laboratorial, consideram que os serviços prestados pela Prefeitura Municipal de Campina Grande/PB não estão dentro do padrão que se é exigido por Normas e Legislações que regulamentam o correto gerenciamento dos RSSS; ______________________________________________________________________Conclusões e Recomendações _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 149 - • Neste sentido, ressalta-se a necessidade de maiores investimentos, principalmente em capacitações, dos funcionários do Hospital, tendo em vista a importância de se ter um manejo adequado dos RSSS, evitando, com isso, os riscos inerentes aos resíduos quando estes são mal segregados, acondicionados, transportados e destinados. 5.2. Recomendações para a Gestão Tendo em vista a importância de um gerenciamento adequado dos RSSS e da importância desse gerenciamento para um meio ambiente sadio e equilibrado, como determina a Constituição Brasileira, recomenda-se: • A elaboração de proposta de treinamento desses profissionais da saúde, através da Educação Continuada, Educação Ambiental e Educação Permanente, visando o gerenciamento adequado dos RSSS e a Percepção Ambiental dos profissionais pesquisados, o que proporcionará um melhor desempenho no cotidiano profissional e na preservação do meio ambiente, considerando-se que seu conhecimento será ampliado, para que tal ação possa ser executada com sucesso; • Uma alternativa seria a capacitação setorial, visando atender um maior número de funcionários, no respectivo setor que desempenham suas funções laborais. Desse modo, acredita-se que seria contemplado um número maior de funcionários, uma vez que os mesmos não necessitariam de descolar para locais pré-estabelecidos para a referida capacitação; • A confecção de materiais educativos (ver sugestão no apêndice XI) seria de grande relevância, tendo em vista que estes teriam por finalidade despertar o público, que busca atendimento em estabelecimento de saúde, para os riscos e cuidados necessários que devem ter ao se manusear os RSSS. Tal material subsidiaria o aprofundamento do conhecimento, tanto dos profissionais e pacientes, bem como, dos visitantes, alertando para as precauções que necessitam obter sobre a temática ora abordada. ______________________________________________________________________Conclusões e Recomendações _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 150 - • Faz-se necessário, por parte dos gestores da Prefeitura Municipal de Campina Grande/PB, uma reavaliação quanto à gestão dos resíduos gerados no município, e uma posterior adequação ao que se é recomendado como sendo um manejo correto e adequado desses resíduos, principalmente no que concerne aos Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde/RSSS, tendo em vista, como abordado na presente pesquisa, o grau de contaminação presente nesses materiais, com o agravante que, no município em estudo, parte dos RSSS gerados por estabelecimentos de saúde tem como destino final o “lixão” municipal, permanecendo estes a céu aberto, podendo vir a contaminar tanto o meio ambiente, assim como, aos catadores que realizam suas atividades laborais no referido local, através da “catação” de materiais recicláveis encontrados nos dejetos lá descarregados. ______________________________________________________________________Conclusões e Recomendações Referências Bibliográficas Suellen Silva Pereira PRODEMA 2009 _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 151 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004. Resíduos Sólidos: Classificação. Setembro, Rio de Janeiro, 1987. __________, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7500. Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e Armazenamento de Materiais: Simbologia. Rio de Janeiro, 1987. __________, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7501. Transportes terrestres de produtos perigosos: Terminologia. Rio de Janeiro, 1989. __________, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7503. Ficha de emergência e envelope para transporte de produtos perigosos: características, dimensões e preenchimentos . Rio de Janeiro, 1993. __________, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7504. Envelope para transporte de produtos perigosos: características e dimensões. Rio de Janeiro, 1999. __________, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8285. Preenchimento da ficha de emergência para o transporte de produto perigoso. Rio de Janeiro, 1996. __________, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9190. Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – Especificação. Rio de Janeiro, 1993. __________, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9191. Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – Classificação. Rio de Janeiro, 1993. __________, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12807. Resíduos de Serviços de Saúde: Terminologia. Rio de Janeiro, 1993. __________, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12808. Resíduos de Serviços de Saúde: Classificação. Rio de Janeiro de 1993. __________, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR. 12809. Manuseio dos Resíduos de Serviços de Saúde: Procedimento. Rio de Janeiro, 1993. __________________________________________________________________________Referências Bibliográficas _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 152 - ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12810. Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde: Procedimento. Rio de Janeiro, 1993. __________, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13853. Coletores para Resíduos de Serviços de Saúde Perfurantes e Cortantes – Requisitos e Métodos de Ensaio. Rio de Janeiro, 1997. ABREU, M. de F. Do lixo à cidadania: Estratégias para a Ação. Brasília, Caixa, 2001. ALMEIDA, V. L. DAES – Modelo para diagnóstico ambiental em estabelecimentos de saúde. 2003. 131p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Universidade Federal de Santa Catarina, 2003. AMORIM, O. B. F. et all. Percepção Ambiental: Contexto Teórico e Aplicações ao Tema Urbano. Departamento de Geografia. Instituto de Geociências. Universidade Federal de Minas Gerais. Publicação Especial nº. 05. Contagem – M.G. 1987. ANDRADE, J. B. L. Determinação da composição gravimétrica dos resíduos de serviços de saúde de diferentes tipos de estabelecimentos geradores. In: 20° Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Anais... Rio de Janeiro: p. 1666-1672, 1999. ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Resolução - RDC N.º 33, de 25 de fevereiro de 2003. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. _________, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Resolução RDC Nº 306, de 07 de dezembro de 2004. Disposição sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. ARMOND, G. A.; AMARAL, A. F. H. Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (Lixo Hospitalar). In: MARTINS, M. A. (Coord.). Manual de Infecção Hospitalar: Epidemiologia, Prevenção e Controle. 2.ed. Rio de Janeiro: Medsi Editora Médica e Científica Ltda.; 2001. p. 734. ÁVILA, C; MOURA, A. L. Os perigos do lixo hospitalar. CorreioWeb, Brasília, 26 dez. 2001. Disponível em: http://www2.correioweb.com.br/cw/2001-12-26/mat_26121.htm. Acesso em: 3 de outubro de 2007. BAHIA, S. R. (org.). Cartilha de Limpeza Urbana. Cetro de Estudos e Pesquisas Urbanas – IBAM. s/d. Disponível em: http://www.resol.com.br/cartilha. Acesso em 30 de maio de 2005. __________________________________________________________________________Referências Bibliográficas _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 153 - BEZERRA, V. P. Gerenciamento dos resíduos sólidos produzidos por serviços de um hospital-escola. Ações educativas. Tese de mestrado em Enfermagem de Saúde Pública. Universidade Federal da Paraíba, 1995. BIDONE, F. R. A.; POVINELLI, J. Conceitos básicos de resíduos sólidos. São Carlos. Ed. EESC/USP, p. 120, 1999. BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 3214, de 1978. Estabelece normas de Medicina e Segurança no Trabalho. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília. (NR-09; NR-15; NR-17; NR-06). __________, Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Projeto Reforço à Reorganização do Sistema Único de Saúde (REFORSUS). Brasília: Ministério da Saúde, 2001. __________. Constituição da República Federativa: 1988 – texto constitucional de 5 de outubro de 1988 com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais de nº. 1, de 1992, a 32, de 2002 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos. 1 a 6 de 1994. Brasília: Coordenação de Publicações, Câmara dos Deputados; 2001a. __________, Ministério da Saúde. Saúde Ambiental e Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde/Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. __________, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. _________. Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde. Nota técnica: SIOPS 009/2005.http://siops.datasus.gov.br (acessado em 15/Set/2008). BRILHANTE, O. M.; CALDAS, L. A. Gestão e avaliação de risco em saúde ambiental. Rio de Janeiro. Ed. Fiocruz, p. 155, 1999. BRITO, V.R.S. Condições de vida e saúde de catadores de lixo do município de Campina Grande – PB. 2001. 124p. Dissertação (Mestado Interdisciplinar em Saúde Coletiva). Universidade Estadual da Paraíba, 2001. CALDERONI, S. As vantagens da reciclagem para a sociedade. São Paulo: FFLCH, Universidade de São Paulo. Tese de Doutorado, 1997. __________________________________________________________________________Referências Bibliográficas _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 154 - CAPRA, F. A Teia da Vida: uma nova compreensão dos sistemas vivos. EICHEMBERG, N. R. (Trad.). 9 ed. São Paulo: Editora Cultrix, 2004. CARVALHO, I. C. M. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2004. CATÃO, G. C. et al. Diagnostico e análise dos gerenciamento dos resíduos hospitalares da cidade de Campina Grande – Paraíba. . HYGEIA, Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, dezembro de 2007, p. 21-32. CLAUDE, M. et al. O gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde de uma amostra de hospitais nacionais. Rio de Janeiro: FGV pesquisa – Núcleo de Pesquisas e Publicações – NPP, Relatório Final, setembro de 2004. Disponível em: <http://www.eaesp.fgvsp.br>. Acesso em: 15 de abril de 2008. COELHO, M.C.N. Impactos Ambientais em Áreas Urbanas – teorias, conceitos e métodos de pesquisa. In: GUERRA, A.J.T. & CUNHA, S.B. (Orgs.). Impactos Ambientais Urbanos no Brasil. 2 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004, p.19-45. CONAMA, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 005 de 5 de agosto de 1993. Define as normas mínimas para tratamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários. __________, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 006 de 24 de janeiro de 1986. Dispõe sobre modelos de publicação de pedidos de licenciamento em quaisquer de suas modalidades. __________, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 237 de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre Licenciamento Ambiental. CONAMA. Brasília. __________, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 283 de 12 de julho de 2001. Dispõe sobre o Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde. __________, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 358 de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências. CONFORTIN, A. C. Estudo dos resíduos de serviço de saúde do hospital do Oeste/SC. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis, 2001. __________________________________________________________________________Referências Bibliográficas _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 155 - CRF-SP, Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Cartilha: Resíduos e Gestão Ambiental. Publicação do CRF-SP, Abril de 2007. CORRÊA, R. L. Trajetórias Geográficas. 2 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. CUSSIOL, N. A. M.; et al. Taxa de Geração de Resíduos de Serviços de Saúde em um Hospital Pediátrico. In: 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental da Associação Brasileira de Engenharia Ambiental, Anais ... Belo Horizonte, 2000. D’ALMEIDA, M. L. O. & VILHENA, A. (Coord.). Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. 2. ed. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo: Compromisso Empresarial para Reciclagem, 2000. DEMO, P. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996. DIAS, S. M. F. Avaliação de Programas de Educação Ambiental voltados para o gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos. São Paulo, 2003. [Tese de Doutorado da Faculdade de Saúde Pública da USP]. DIAS, J. A. & SALGADO, M. G. Manual do Procurador Público. Programa Lixo e Cidadania: Criança no lixo nunca mais. Procuradoria geral da República. 4ª Câmara de Coordenação e Revisão. Brasília, março de 1999. DOMENÉCH, X. Química Ambiental: el Impacto Ambiental de los Residuos. 2. ed. Madrid: Miraguano, 1993, p.254. FERREIRA, J. A. Resíduos Sólidos e Lixo Hospitalar: Uma Discussão Ética. Cadernos de Saúde Pública, v. 11, n. 2, p. 314-20, 1995. _______________. Resíduos Sólidos: Perspectivas Atuais. In: SISNINO, Cristina Lúcia Silveira & OLIVEIRA, Rosália Maria de. (orgs.). Resíduos Sólidos, Ambiente e Saúde: uma visão multidisciplinar. 3 Reimpressão. Rio de Janeiro. Editora Fiocruz; 2000. 142p FORMAGGIA, D. M. E. Resíduos de Serviços de Saúde. In: Gerenciamento de Resíduos sólidos de Serviços de Saúde. São Paulo: CETESB; 1995. p. 3-13. GENAZZINI, C. et al. Cement-based material as contaminated system for ash from hospital waste incineration. Waste Manag. v. 25, p. 649-54, 2005. __________________________________________________________________________Referências Bibliográficas _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 156 - GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 175. GRIMBERG, E. & BLAUTH, P. Coleta Seletiva: Reciclando Materiais, Reciclando Valores. São Paulo: Instituto Polis, 1998. 87p. GRIPPI, S. Lixo, reciclagem e sua história: guia para as prefeituras brasileiras. 2 ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2006. GURJÃO, E. de Q. (Org.) et al. Imagens Multifacetadas da História de Campina Grande. Campina Grande/PB: Copyright, 2000, 189p. IBGE, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. Rio de Janeiro, 2000. ______, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censos Demográficos 1970, 1980, 1991 e 2000. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br >. Acesso: 20/04/2004. ______, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativa do Censo. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm >. Acesso: 01/07/2005. ______, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2006-2007. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2007. Acesso: 01/03/09. ______, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas de Saneamento Ambiental 2000. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/>. Acesso: 15/07/2008. ______, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. Disponível em: < www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1.>. Acesso: 15/01/2009. (dados referentes ao ano de 2006). IPT/CEMPRE, Lixo Municipal: manual de gerenciamento integrado. Coordenação: Maria Luiza Otero D’Almeida; André Vilhena. 2.ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000. __________________________________________________________________________Referências Bibliográficas _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 157 - JARDIM, N.S. et al. Origem e composição do lixo. In: Lixo Municipal: manual de gerenciamento integrado. São Paulo: Instituto de Pesquisa Tecnológicas. CEMPRE, 1995, cap. 2, p. 23-35. KÜEMMERER, K. Effluent Management for Hospitals. In: Conference in the 2º International Symposium on Residue Management in Universities: UFSM, 2., Book of abstracts. Santa Maria: UFSM, 2004, p.29. LACOSTE; Y. A Geografia. In: CHÂTELET, Fançois. A filosofia das ciências sociais. De 1860 aos nossos dias. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981. p.221 -274. LAKATOS, E. M. & MARCONI, M. A. Metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2007. LEFF, E. Epistemologia Ambiental. São Paulo: Cortez, 2001. _______. As aventuras da epistemologia ambiental: da articulação as ciências ao diálogo de saberes. Tradução de Glória Maria Vargas, Rio de Janeiro: Garamond, 2004. LEI Nº 1.654, de 16 de dezembro de 1987. Prefeitura Municipal de Campina Grande/PB. LEI Nº 2.968, de 14 de setembro de 1994. Prefeitura Municipal de Campina Grande/PB. LEI Nº 3.413, de 11 de abril de 1997. Prefeitura Municipal de Campina Grande/PB. LEI Nº 3.506, de 24 de outubro de 1997. Prefeitura Municipal de Campina Grande/PB. LEI Nº 3.752, de 26 de outubro de 1999. Prefeitura Municipal de Campina Grande/PB. LEI Nº 3.876, de 28 de dezembro de 2000. Prefeitura Municipal de Campina Grande/PB. LEI COMPLEMENTAR Nº 015, de 26 de dezembro de 2002. Prefeitura Municipal de Campina Grande/PB. LEI Nº 9795, de 27 de abril de 1999. Governo Federal. Política Nacional der Educação Ambiental. __________________________________________________________________________Referências Bibliográficas _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 158 - LEI N° 6437, de 20 de agosto de 1977. Governo Federal. Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências. LEI N° 6514, de 22 de dezembro de 1977. Governo Federal. Altera o Capítulo V do Titulo II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho. LEI N° 9782, de 26 de janeiro de 1999. Governo Federal. Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. LEITE, V. D. et al. Estudo Sócio-Ambiental do Lixão da Cidade de Campina Grande, PB. In: Anais do XXI Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária. Joinville, 14 a 19/09/2003. LIMA, J. D. Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil. João Pessoa: ABES, 2002. LIMA, L.M.Q.. Lixo: tratamento e biorremediação. 3 ed. São Paulo: Editora Hemus, 2004. MAGLIO, I. C. Cidades Sustentáveis: preservação, controle e mitigação de impactos ambientais em áreas urbanas. In: PHILIPPI, JR. A., MAGLIO, I.C., COIMBRA, J.A.A. Municípios e Meio Ambiente: perspectivas para a municipalização da gestão ambiental no Brasil. São Paulo: ANAMA, 1999. p. 80-85. MENDONÇA, F.. Geografia socioambiental. In: MENDONÇA F; KOZEL; S. Elementos de epistemologia da geografia contemporânea. Curitiba: Ed. UFPR, 2002. p.121 - 144. ____________, F. de A. Geografia e Meio Ambiente. 7 ed. São Paulo: Contexto, 2004. 88p. MENEZES, C. L.. Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente: A Experiência de Curitiba. Campinas, SP: Papirus, 1996. p.207 MONTEIRO, J. H. P., et al. Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001. MOTTA, R. S. da. Proposta de Tributação Ambiental na Reforma Tributária Brasileira. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br/> Acesso em: 26 ago. 2004. NAIME, R., et al. uma abordagem sobre a gestão de resíduos de saúde. Revista Espaço para a Saúde, Londrima, v. 5, n. 2, p. 17-27, jun. 2004a. __________________________________________________________________________Referências Bibliográficas _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 159 - ____________. Percepção ambiental e diretrizes para compreender a questão do meio ambiente. Novo Hamburgo, Ed. Feevale, 136p, 2004b. NAIME, R.; et al. Diagnóstico do Sistema de Gestão dos Resíduos Sólidos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Revista UNICiências, v. 10, p. 103-44, 2006. NAIME, R.; et al. Avaliação do Sistema de Gestão dos Resíduos Sólidos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Revista Espaço para a Saúde, v. 9, n. 1, p. 1-17, Dez. 2008. ODA, L. M. e ÁVILA, S. M. de (orgs.). Biossegurança em laboratórios de Saúde Pública. Brasília. Ministério da Saúde. 2001. OLIVEIRA, E. M. Educação Ambiental: Uma Possível Abordagem. 2 ed. Brasília: Ed. IBAMA, 2000. 150p. OLIVEIRA, A. S. D. de. Curso de Extensão: Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde. FURG, Rio Grande, 2001. PEREIRA, S. S. Em busca da cidadania perdida: o caso dos catadores de materiais recicláveis do “lixão” municipal da cidade de Campina Grande/PB. In: Eliseu Riscarolli. (Org.). Coletânea: Educação e Ciência na Amazônia. 1 ed. Tocantinópolis / TO: UFT - Campos Tocantinópolis, 2007, v. 1, p. 374-394. PEREIRA, S. S.; MELO, J. B. O universo da catação de resíduos sólidos como alternativa para geração de emprego e renda na zona urbana de Campina Grande - PB. In: VALENÇA, M. M. (Org.). Globalização e Marginalidade: transformações urbanas. Natal/RN: EDUFRN, v. 1. p. 335-351, 2008. _________________________. Aspectos epidemiológicos relacionados com os resíduos sólidos urbanos: análise da situação dos catadores de Campina Grande/PB. In: Anais do VIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade Vale do Paraíba. São José dos Campos – SP. 16 e 17 de outubro de 2008a. _________________________. Gestão dos resíduos sólidos em Campina Grande/PB e seus reflexos socioeconômicos. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional. Volume 4, n. 4, set-dez/2008, Taubaté, SP, Brasil. p. 193-217. 2008b. PEREIRA, S. S.; MELO, J. B. Valoração socioeconômica dos resíduos sólidos urbanos da cidade de Campina Grande/PB. Revista AIDIS de Ingeniería y Ciencias Ambientales: Investigacíon, desarollo y práctica. Vol. 1, n. 4. Ano 2008c. __________________________________________________________________________Referências Bibliográficas _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 160 - PESSOA, M. C. P. Y. & HAMMES, V. S.. Precisamos Viver em Meio a Tanto Lixo? In: HAMMES, V. S. (Editora Técnica). JULGAR – Percepção do Impacto Ambiental. Vol. 4. Embrapa; São Paulo: Globo, 2004. 223p., p.87-93. PMCG, Prefeitura Municipal De Campina Grande. Projeto do Aterro Sanitário de Campina Grande/PB. Campina Grande: junho de 2002. ______, Prefeitura Municipal de Campina Grande. Secretária de Obras e Serviços Urbanos, Diretoria de Limpeza Urbana (DULUR). Relatório mensal de atividade, Agosto de 2005. PNSB, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico/PNSB 2000. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br >. Acesso em: 20/04/2004. PROJETO DE LEI N° 014, de 22 de fevereiro de 2007. Câmara Municipal de Campina Grande, PB. PROJETO DE LEI N° 024, de 13 de fevereiro de 2008. Câmara Municipal de Campina Grande, PB. PROJETO DE LEI N° 026, de 19 de fevereiro de 2008. Câmara Municipal de Campina Grande, PB. PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 017, de 04 de maio de 2007. Campina Grande, PB. Câmara Municipal de PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 007, de 19 de fevereiro de 2008. Câmara Municipal de Campina Grande, PB. REBELLO, P. R. Resíduos sólidos em serviços de saúde. In: VALLE, S; TELLES, J. L. (org.). Bioética e biorrisco: abordagem transdisciplinar. Rio de Janeiro: Editora Interciência; 2003. p. 391-412. RIBEIRO FILHO, V. O. As Infecções Hospitalares e suas Interfaces na Área de Saúde. Organizador: Antônio Tadeu Fernandes. São Paulo: Ateneu, 2001. RODRIGUEZ, J. L. Atlas Escolar da Paraíba: Espaço Geo-Histórico e Cultural; 2 ed. Campina Grande/PB: Editora Grafset, 2000.112 p. __________________________________________________________________________Referências Bibliográficas _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 161 - SÁ, M. B. A paisagem recriada: um olhar sobre a cidade de Campina Grande. In: GURJÃO, E. Q; SILVA, J. G. A; AMORIM, L. et al (orgs.). Imagens Multifacetadas de Campina Grande. Campina Grande/PB: Copyright, 2000. 189 p. p: 179-189. SACHS, I. Desenvolvimento Sustentável.. Brasília: Ibama, 1996. SALKIN, I. F. Review of Health Impacts from Microbiological Hazards in Health-Care Wastes. Department of blood Safety an Clinical Technology and Department of Protection of the Human Environment. Geneva: World Health Organization; 2001. SANTOS, B. de S. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2001. _________, B. de S.. Produzir para Viver: os caminhos da produção não capitalista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. SANTOS, M. O Espaço Dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. 2 ed. VIANA, M.T.R. (Trad.). São Paulo: EDUSP, 2004. _________, M. A Urbanização Brasileira. 5 ed. São Paulo: Edusp, 2005. SATO, M. Educação Ambiental. São Carlos, SP. RIMA, 2003. 66p. SATO, M. & PASSOS, L A. Pelo Prazer Fenomenológico de um Não-Texto. In: GUIMARÃES, M. Caminhos da Educação Ambiental: da forma à ação. Campinas/SP: Papirus, 2006. SÃO PAULO, SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO, Coordenadoria de Educação Ambiental. Conceitos para se fazer Educação Ambiental. 3 ed. São Paulo: SMA, 1999. 48p. ___________, SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Coordenadoria de Planejamento Ambiental. Educação Ambiental: Vinte Anos de Políticas Públicas. São Paulo: SMA, 2003. 96p. SCHNEIDER, V. E., et al. Manual de gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde. 2. ed. Caxias do Sul: EDUCS, 2004, p.24-49. __________________________________________________________________________Referências Bibliográficas _____________________________________________________ PEREIRA, S.S / PRODEMA - 162 - SILVA, A. C. N. et al. Critérios adotados para seleção de indicadores de contaminação ambiental relacionados aos resíduos sólidos de serviços de saúde: uma proposta de avaliação. In: XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental, Anais... Cancun, México: 2002. SILVA, E. L. & MENEZES, E. M. Metodologia de Pesquisa e elaboração de dissertação. 3 ed. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001. 121p. SILVA, C. E; HOPPE, E. A. E. Diagnóstico dos Resíduos de Serviços de Saúde no Interior do Rio Grande do Sul. Ver Eng Sanit Ambient. Artigo Técnico, v. 10, n. 2, p. 146-51, 2005. SILVA, S. M. Gerenciamento dos resíduos sólidos orgânicos de hospitais da cidade do Recife e a saúde dos funcionário envolvidos nesta atividade. Dissertação de Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA da Universidade Federal da Paraíba, 2001. SOUZA, M. L. de. ABC do Desenvolvimento Urbano. Rio de Janeiro:. Bertrand Brasil, 2003. VALLE, C. E. do. Qualidade Ambiental. ISO 14000. 5 Ed. São Paulo/SP: SENAC, 2004. VASCONCELOS, E. A. de. et al. Diagnóstico do problema dos resíduos sólidos hospitalares: o caso de Campina Grande-PB. HYGEIA, Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, dezembro de 2006, p. 28-34. VIANA, V. B. Diagnóstico sócio-ambiental do lixão da cidade de Campina Grande-PB. Dissertação de Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA da Universidade Estadual da Paraíba, 2002. VIVEIRO, M. Brasil não trata lixo de serviços de saúde. Folha de São Paulo. São Paulo, 14 abr. 2002. p. C1. ZANON, U. Riscos infecciosos imputados ao lixo hospitalar: realidade epidemiológica ou ficção sanitária? Revista Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 1990; 23:163-70. __________________________________________________________________________Referências Bibliográficas REIRA, S.S / PRODEMA - 161 - Apêndices Suellen Silva Pereira PRODEMA 2009 _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - 163 - Apêndices: Apêndice I DEPARTAMENTO DE LIMPEZA URBANA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS E SERVIÇO URBANOS DA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB SITUAÇÃO DO(S) SERVIÇO(S) DE LIMPEZA URBANA E/OU COLETA DE RESÍDUO 01 02 03 04 05 06 07 08 QUEM EXECUTA O(S) SERVIÇO(S) DE LIMPEZA URBANA E/OU COLETA DE RESÍDUO? ( ) A PREFEITURA É A ÚNICA EXECUTORA DOS SERVIÇOS ( ) OUTRAS ENTIDADES SÃO RESPONSÁVEIS PELO SERVIÇO ( ) A PREFEITURA E OUTRAS ENTIDADES SÃO RESPONSÁVEIS PELO SERVIÇO O MUNICÍPIO COBRA PELO SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA E/OU COLETA DE RESÍDUO? ( ) SIM ( ) NÃO QUAL A FORMA DE COBANÇA: ---------------------------------QUAL O PERCENTUAL DO ORÇAMENTO MUNICIPAL DESTINADO AOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E COLETA DE RESÍDUO? ( ) ATÉ 5% ( ) 10% A 15% ( ) MAIS DE 20% ( ) 5% A 10% ( ) 15% A 20% VALOR: QUAL O PERCENTUAL DO ORÇAMENTO MUNICIPAL GATO COM PESSOAL OCUPADO NOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E COLETA DE RESÍDUO? ( ) ATÉ 5% ( ) 10% A 15% ( ) MAIS DE 20% ( ) 5% A 10% ( ) 15% A 20% VALOR: QUAL O PERCENTUAL DE DOMICÍLIOS QUE TEM RESÍDUO COLETADO? QUAIS OS SERVIÇOS PRESTADOS PELA ENTIDADE NATUREZA DOS SERVIÇOS? ( ) LIMPEZA URBANA ( ) COLETA DE RESÍDUO ESPECIAL ( ) REMOÇÃO DE ENTULHOS ( ) TRATAMENTO E/OU DISPOSIÇÃO FINAL ( ) COLETA DE RESÍDUO CONTRATA EMPRESAS PARA PRESTAÇÃO DO(S) SERVIÇO(S)? ( ) SIM ( ) NÃO QUAL A EMPRESA? QUAL A PORCENTAGEM CORRESPONDENTE A COLETA DE RESÍDUOS REALIZADA POR ESTA EMPRESA? QUAL O VALOR PAGO POR TONELADA DE RESÍDUO COLETADA A ESTA EMPRESA? SISTEMA DE COLETA, VARRIÇÃO E CAPINA COLETA: FREQUÊNCIA DA COLETA? ( ) DIÁRIA ( ) 2 VEZES POR SEMANA ( ) IRREGULAR ( ) 1 VEZ POR SEMANA ( ) 3 VEZES POR SEMANA VARRIÇÃO DAS VIAS PÚBLICAS? ( ) MANUAL E MECÂNICA ( ) MANUAL ( ) NÃO EXISTE FREQUÊNCIA? ( ) DIÁRIA ( ) 2 VEZES POR SEMANA ( ) IRREGULAR ( ) 1 VEZ POR SEMANA ( ) 3 VEZES POR SEMANA CAPINA DAS VIAS PÚBLICAS? ( ) QUÍMICA ( ) MANUAL ( ) MACÂNICA ( ) NÃO EXISTE FREQUÊNCIA? ( ) MENSAL ( ) TRIMESTRAL ( ) SEMESTRAL ( ) ANUAL ( ) IRREGULAR _________________________________________________________________________________________Apêndices _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - 164 - DESTINO E QUANTIDADE DE RESÍDUO COLETADO 09 É UTILIZADA BALANÇA PARA PESAGEM DO RESÍDUO COLETADO? ( ) SIM ( ) NÃO 10 QUANTIDADE DE RESÍDUOS COLETADOS DIARIAMENTE DOMICILIAR? _____________ COMERCIAL? _____________ EM VIAS PÚBLICAS?______________ SERVIÇO DE SAÚDE? ____________________ OUTROS: ___________________________ QUAL A QUANTIDADE RECOLHIDA PELA EMPRESA TERCEIRIZADA?____________ QUAL A QUANTIDADE RECOLHIDA PELA SOSUR? _______________ A ENTIDADE COLETA RESÍDUO INDUSTRIAL? ( ) SIM ( ) NÃO QUANTIDADE: __________________ O MUNICÍPIO POSSUI ÁREA(S) PARA DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS? ( ) SIM ( ) NÃO LOCAIS DE DESTINO DO RESÍDUO? ( ) DENTRO DO PERÍMETRO URBANO ( ) PRÓXIMO A RESIDÊNCIAS ( ) PRÓXIMO A ÁREAS COM ATIVIDADES AGROPECUÁRIA ( ) PRÓXIMO A ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ( ) PRÓXIMO DE AEROPORTOS ( ) FORA DO PERÍMETRO URBANO ( ) PRÓXIMO A RESIDÊNCIAS ( ) PRÓXIMO A ÁREAS COM ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS ( ) PRÓXIMO A ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ( ) PRÓXIMO DE AEROPORTOS O MUNICÍPIO RECEBE RESÍDUO DE OUTROS MUNICÍPIOS? ( ) SIM ( ) NÃO QUANTIDADES: _______________ 11 12 13 COLETA E DESTINO FINAL DO RESÍDUO ESPECIAL 14 QUEM É RESPONSÁVEL PELA COLETA E DESTINO DO RESÍDUO SÉPTICO DAS UNIDADES DE SAÚDE? ( ) PREFEITURA ( ) EMPRESA CONTRATADA 15 COMO É FEITA A COLETA DE RESÍDUO SÉPTICO DE UNIDADES DE SAÚDE? ( ) EM VEÍCULO DESTINADOS A COLETAR EXCLUSIVAMENTE RESÍDUO DAS UNIDADES DE SAÚDE ( ) EM VEÍCULO DESTINADOS A COLETAR RESÍDUO COMUM ( ) NÃO COLETA RESÍDUO DAS UNIDADES DE SAÚDE 16 QUAL A FREQUÂNCIA DA COLETA DE RESÍDUO SÉPTICO DE UNIDADES DE SAÚDE? ( ) DIÁRIA ( ) 2 VEZES POR SEMANA ( ) IRREGULAR ( ) 1 VEZ POR SEMANA ( ) 3 VEZES POR SEMANA 17 QUAL O TRATAMENTO DO RESÍDUO SÉPTICO? ( ) INCINERADOR ( ) FORNO ( ) NÃO EXISTE ( ) QUEIMA A CÉU ABERTO ( ) AUTOCLIVE ( ) MICROONDAS ( ) OUTRA – QUAL? 18 DESTINAÇÃO DO RESÍDUO SÉPTICO DAS UNIDADES DE SAÚDE A) PARA O MESMO LOCAL DOS DEMAIS RESÍDUOS ( ) LIXÃO ( ) ATERRO B) ATERRO DE RESÍDUOS ESPECIAIS ( ) PRÓPRIO ( ) DE TERCEIROS INFORMAÇÕES SOBRE CATADORES DE RESÍDUOS NAS UNIDADES DE DESTINO FINAL _________________________________________________________________________________________Apêndices _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - 165 - A ENTIDADE TEM CONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DE CATADORES NA UNIDADE DE DESTINO FINAL? ( ) SIM ( ) NÃO 20 TOTAL DE CATADORES TOTAL: ATÉ 14 ANOS DE IDADE: MAIS DE 14 ANOS DE IDADE: 21 EXISTE ALGUM TRABALHO SOCIAL DESENVOLVIDO COM OS CATADORES? ( ) SIM ( ) NÃO 22 QUAIS OS TRABALHOS SOCIAIS DESENVOLVIDOS COM OS CATADORES? ( ) CADASTRO EM UNIDADES DE DESTINO FINAL E ENCAMINHAMENTO A POSTOS DE TRABALHO E RENDA ( ) ENCAMINHAMENTO A PROGRAMAS DE COLETA SELETIVA ( ) ORGANIZAÇÃO SOCIAL DOS CATADORES ( COOPERATIVAS, ASSOCIAÇÕES) ( ) OUTRO – QUAL? 23 OS CATADORES SÃO LIGADOS A COOPERATIVAS OU ASSOCIAÇÕES? ( ) SIM ( ) NÃO 24 EXISTEM RESIDÊNCIAS NOS LIXÕES? ( ) SIM ( ) NÃO 25 QUAL O NÚMERO ESTIMADO DE PESSOAS QUE RESIDEM NOS LIXÕES? ATÉ 14 ANOS DE IDADE: MAIS DE 14 ANOS DE IDADE: TOTAL: INFORMAÇÕES SOBRE VEÍCULO E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NOS SERVIÇOS DO MUNICÍPIO 26 EQUIPAMENTOS DISPONÍVEIS: 19 27 ESPECIFICAÇÃO CAMINHÃO COMPACTADOR CAMINHÃO CAÇAMBA CAMINHÃO DE CARROCERIA FIXO CAMINHÃO CAÇAMBA DO TIPO BAÚ VEÍCULO A TRAÇÃO ANIMAL CARROÇA MANUAL/CARRINHO DE MÃO POLINGUINDASTE PÁ CARREGADEIRA CAMINHÃO PIPA VEÍCULO APROPRIADO PARA RESÍDUOS DE SAÚDE VEÍCULO COM REBOQUE TRATOR CEIFADEIRA COSTAL VARREDEIRA MECÂNICA OUTROS: PESSOAL OCUPADO ESPECIFICAÇÃO TERCEIRIZADOS VARRIÇÃO E CAPINA COLETA DE RESÍDUO COLETA DE RESÍDUO ESPECIAL SERVIÇOS ESPECIAIS TRATAMENTO E DESTINO FINAL MOTORISTAS QUANTIDADE PERMANENTE _________________________________________________________________________________________Apêndices _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - 166 - 28 29 30 31 30 31 32 33 OUTRAS ATIVIDADES TOTAL TREINAMENTO DOS TRABALHADORES ( ) CURSOS ESPECIAIS ( ) PALESTRAS ( ) NÃO SÃO TREINADOS EQUIPAMENTOS OFERECIDOS AOS TRABALHADORES PARA PROTEÇÃO INDIVIDUAL ( ) LUVAS ( )BOTAS ( ) NÃO SÃO OFERECIDOS EQUIPAMENTOS ( ) UNIFORMES ( ) MÁSCARAS ( ) CAPAS ( ) OUTROS ___________ JÁ FOI REGISTRADOS ACIDENTES DA EQUIPE RESPONSÁVEL PELA COLETA DE RESÍDUOS AO MANIPULAR OS MESMOS? ( ) SIM ( ) NÃO QUAIS OS MAIS FREQUÊNTES: ( ) CORTES ( ) TORÇÕES PÉS/TONOZÉLOS ( ) FERIMENTOS LEVES ( ) VISÃO ( ) OUTROS: JÁ FOI REGISTRADO ALGUMA DOENÇA PROVENIENTE DA MANIPULAÇÃO DOS RESÍDUOS POR PARTE DOS AGENTES DE LIMPEZA? ( ) SIM ( ) NÃO QUAIS OS MAIS FREQUÊNTES: ( ) DIGESTIVAS ( ) VERMINOSE ( ) DEMARTOLÓGICAS ( ) RESPIRATÓRIA ( ) OUTRAS: CAMPANHAS SOBRE PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DE COLETA SELETIVA ( ) EM PLANEJAMETO ( ) SUSPENSO ( ) NÃO EXISTE PROMOVEU CAMPANHA DE LIMPEZA URBANA OU PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL? ( ) SIM ( ) NÃO QUAIS OS MEIOS DE DIVULGAÇÃO UTILIZADOS NA CAMPANHA ( ) CARTAZES OU FOLHETOS DISTRIBUIDOS A POPULAÇÃO ( )VISITAS DE AGENTES EM DOMICÍLIOS ( ) PALESTRAS OU CURSOS NAS ESCOLAS E COMUNIDADES ( ) OUTROS ( ) RÁDIO, TV, JORNAL QUAIS MEDIDAS ESTÃO SENDO TOMADAS PARA DESTINAÇÃO CORRETA DOS RESÍDUOS: FONTE: ADAPTADO DO QUESTIONÁRIO DA PESQUISA NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO IBGE (2000) _________________________________________________________________________________________Apêndices _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - 167 - Apêndice II COORDENADORIA DE MEIO AMBIENTE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO DA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB PROJETOS E AÇÕES 01 QUAIS AS PRINCIPAIS AÇÕES QUE ESTA COORDENADORIA DESENVOLVE EM PROL DO MEIOL AMBIENTE? 02 QUAIS OS PROJETOS QUE ESTÃO SENDO DESENVOLVIDOS ATUALMENTE? 03 O CONSELHO DE MEIO AMBIENTE/CONSEA, SE ENCONTRA ATIVADO? 04 ESTA COORDENADORIA EXERCE FUNÇÃO DE ORGÃO FICALIZADOR DO MEIO AMBIENTE? 05 QUAL A DEFINIÇÃO DESTA COORDENADORIA SOBRE MEIO AMBIENTE? 06 08 PROMOVE CAMPANHA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL VISANDO CONSCIENTIZAÇÃO DA POPULAÇÃO? ( ) SIM ( ) NÃO QUAIS OS MEIOS DE DIVULGAÇÃO UTILIZADOS NA CAMPANHA ( ) CARTAZES OU FOLHETOS DISTRIBUIDOS A POPULAÇÃO ( )VISITAS DE AGENTES EM DOMICÍLIOS ( ) PALESTRAS OU CURSOS NAS ESCOLAS E COMUNIDADES ( ) RÁDIO, TV, JORNAL ( ) OUTROS QUAL A PERIODICIDADE? 09 QUAL O PÚBLICO ENVOLVIDO? 07 A _________________________________________________________________________________________Apêndices _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - 168 - Apêndice III SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB COM RELAÇÃO AOS CATADORES: 01 02 03 04 05 06 07 08 09 A ENTIDADE TEM CONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DE CATADORES NA UNIDADE DE DESTINO FINAL? ( ) SIM ( ) NÃO QUANTIDADE DE CATADORES ATÉ 14 ANOS DE IDADE: MAIS DE 14 ANOS DE IDADE: TOTAL: EXISTE ALGUM TRABALHO SOCIAL DESENVOLVIDO COM OS CATADORES? ( ) SIM ( ) NÃO QUAIS OS TRABALHOS SOCIAIS DESENVOLVIDOS COM OS CATADORES? ( ) CADASTRO EM UNIDADES DE DESTINO FINAL E ENCAMINHAMENTO A POSTOS DE TRABALHO E RENDA ( ) ENCAMINHAMENTO A PROGRAMAS DE COLETA SELETIVA ( ) ORGANIZAÇÃO SOCIAL DOS CATADORES ( COOPERATIVAS, ASSOCIAÇÕES, ETC) ( ) OUTRO – QUAL? OS CATADORES SÃO LIGADOS A COOPERATIVAS OU ASSOCIAÇÕES? ( ) SIM ( ) NÃO EXISTEM RESIDÊNCIAS NOS LIXÕES? ( ) SIM ( ) NÃO QUAL O NÚMERO ESTIMADO DE PESSOAS QUE RESIDEM NOS LIXÕES? ATÉ 14 ANOS DE IDADE: MAIS DE 14 ANOS DE IDADE: TOTAL: EXISTE ALGUM PROGRAMA GOVERNAMENTAL PARA AUXILIAR AS FAMÍLIAS DESTAS CRIANÇAS, E A RESPECTIVA RETIRADA DELAS DO LIXO? EXISTE ALGUMA FISCALIZAÇÃO PARA QUE ESSAS CRIANÇAS NÃO RETORNEM PARA O LIXO? COMO ELA É FEITA E POR QUEM? _________________________________________________________________________________________Apêndices _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - 169 - Apêndice IV COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, ESPORTE E CULTURA DA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB COM RELAÇÃO AOS CATADORES: 01 A SEDUC, ATRAVÉS DA COORDENADORIA DE ED. AMBIENTAL, DESENVOLVE ALGUMA ATIVIDADE DE CONSCIENTIZAÇÃO PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE NAS ESCOLAS MUNICIPAIS? 02 QUAIS SÃO ESTAS ATIVIDADES? 03 COMO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL VEM SENDO TRABALHADA NO CURRÍCULO ESCOLAR? 04 QUAL A VIABILIDADE E A IMPORTÂNCIA DE SE TRABALHAR A EDUCAÇÃO AMBIENTAL A PARTIR DAS SÉRIES INICIAIS? 05 DIFUSÃO DA ED. AMBIENTAL NA REDE PÚBLICA E PRIVADA SERIA UM MEIO EFICIENTE E EFICAZ DE CONSEGUIR OBTER UM MEIO AMBIENTE MAIS SUSTENTÁVEL, COM PESSOAS MAIS CONSCIENTES DO SEU PAPEL COMO CIDADÃOS? 08 PROMOVE CAMPANHA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL VISANDO CONSCIENTIZAÇÃO DA POPULAÇÃO? ( ) SIM ( ) NÃO QUAIS OS MEIOS DE DIVULGAÇÃO UTILIZADOS NA CAMPANHA ( ) CARTAZES OU FOLHETOS DISTRIBUIDOS A POPULAÇÃO ( )VISITAS DE AGENTES EM DOMICÍLIOS ( ) PALESTRAS OU CURSOS NAS ESCOLAS E COMUNIDADES ( ) RÁDIO, TV, JORNAL ( ) OUTROS QUAL A PERIODICIDADE? 09 QUAL O PÚBLICO ENVOLVIDO? 06 07 A _________________________________________________________________________________________Apêndices _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - 170 - Apêndice V QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS RESPONSÁVEIS PELOS ESTABELECIMENTOS PESQUISADOS 01 02 Qual a data de fundação do Estabelecimento? Quantos funcionários existem atualmente no Estabelecimento? Quantos compõem a Equipe de Enfermagem (Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares) 03 Qual é a área física do Estabelecimento? 04 Quantos leitos o Estabelecimento possui? 05 Quais os serviços oferecidos pelo Estabelecimento? 06 Quantos atendimentos são realizados, em média, por mês? 07 O Estabelecimento atende apenas a população de Campina Grande, ou se estende a outras localidades? Qual o percentual desse atendimento por mês? 08 O Estabelecimento possui um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde PGRSS implementado ou em fase de implementação? Há quanto tempo o mesmo foi implementado? Verificou-se mudanças após sua implementação? 09 Existe conhecimento da RDC 306 da ANVISA por parte dos profissionais deste Estabelecimento? Esta norma está sendo colocada em prática? 10 Qual a quantidade de resíduos recolhido diariamente pelo Estabelecimento? Qual a porcentagem correspondente aos resíduos do Grupo D (comuns) 11 Os resíduos são segregados na fonte? 12 Como é realizada a separação dos resíduos de acordo com o tipo? 13 Em que horários são feitas as coletas internas e qual a freqüência com que esta é realizada? 14 Como é realizado o acondicionamento dos resíduos dentro da unidade e por quanto tempo eles permanecem neste local? 15 Quem realiza a coleta interna dos resíduos? 16 Quantos funcionários de limpeza trabalham no serviço de coleta dos resíduos? 17 Quem realiza a coleta externa dos resíduos e quantas vezes por semana este serviço é executado? E qual o valor pago por este serviço? 18 Os resíduos são transportados por veículos específicos e identificados por tipo de resíduos? 19 O Estabelecimento realiza algum tipo de tratamento dos resíduos antes da destinação final, a fim de reduzir ou minimizar os agentes nocivos à saúde e ao meio ambiente? Qual? 20 Qual o destino final dado aos resíduos que são produzidos pelo Estabelecimento (por tipo de resíduos)? 21 O estabelecimento realiza coleta seletiva dos resíduos? Os resíduos separados são encaminhados para alguma entidade da cidade? 22 Existem registros de acidentes de trabalho ocorridos com os trabalhadores que realizam a coleta interna dos resíduos no Estabelecimento? 23 Que tipo de EPI é utilizado pela equipe de limpeza? Com quanto tempo de uso estes são substituídos? 24 Os funcionários possuem conhecimento sobre a classificação e segregação dos Resíduos de Serviço de Saúde – RSS? 25 É realizado algum tipo de educação continuada ou capacitação sobre RSS com todos os profissionais do Estabelecimento? Qual a periodicidade? 26 De onde são provenientes os recursos para manutenção do Hospital? Estes são suficientes para execução dos serviços? Fonte: Adaptado do Ministério da Saúde, REFORSUS (2001). _________________________________________________________________________________________Apêndices _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA 171 Apêndice VI QUESTIONÁRIO SEMI-ESTRUTURADO APLICADO JUNTO AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DOS ESTABELECIMENTOS PESQUISADOS 1) Função:____________________________________________________________________ 2) Nível de escolaridade: ( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Completo ( ) Incompleto ( ) Comum ( ) Técnico Em qual área?_______________________________ ( ) Ensino Superior ( ) Completo ( ) Incompleto Em que?_______________ ( ) Pós-Graduação ( ) Latu-Sensu ( ) Área ( ) Stricto Sensu 3) Idade ( ) de 20 anos a 30 anos ( ) de 51 anos a 60 anos ( ) de 31 anos a 40 anos ( ) mais de 60 anos ( ) de 41 anos a 50 anos 4) Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino 5) Setor de atuação 6) Tempo de atuação profissional ( ) de 1 ano a 5 anos ( ) de 16 anos a 20 anos ( ) de 6 anos a 10 anos ( ) de 21 anos a 25 anos ( ) de 11 anos a 15 anos ( ) mais de 26 anos 7) Tempo de atuação no Laboratório: ( ) de 1 ano a 5 anos ( ) de 16 anos a 20 anos ( ) de 6 anos a 10 anos ( ) de 21 anos a 25 anos ( ) de 11 anos a 15 anos ( ) mais de 26 anos 8) Você sabe o que é RSS? Dê exemplos do que para você são os Resíduos de Serviço de Saúde? ( ) Sim ( ) Não _________________________________________________________________________________ 9) Dos RSS que foram citados por você, com quais mantêm maior contato durante sua rotina de trabalho? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ 10) Onde você ouviu falar sobre os RSS? ( ) Indicação de superior ( ) Iniciativa própria ( ) Formação profissional ( ) Disciplina específica ( ) TV ( ) Jornal ( ) Rádio ( ) Internet 11) Quais são os EPI´S que você utiliza na rotina profissional? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________Apêndices _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA 172 12) Quais destes são considerados por você indispensáveis durante a realização dos seus procedimentos diários? Por que? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 13) Você já se contaminou através da manipulação dos RSS no cotidiano de seu trabalho? ( ) sim ( ) não 14) Você tem conhecimento de que algum paciente tenha sido contaminado pelos RSS no decorrer do atendimento? ( ) sim ( ) não 15) Você tem conhecimento sobre a classificação e a necessidade de separação dos RSS? ( ) sim Porque? _______________________________________________________________ ( ) não Porque? _______________________________________________________________ 16) Qual é o destino dado por você a esses RSS? a) Resíduos de sangue: _______________________________________________________ b) Excreções, secreções e líquidos orgânicos: _____________________________________ c) Seringa: _________________________________________________________________ d) Material perfurante (agulhas, mandril de abocath): _______________________________ e) Material cortante (lâminas, frascos contaminados): _______________________________ f) Frascos e ampolas de medicação: _____________________________________________ g) Luvas: __________________________________________________________________ h) Bolsas de hemoderivados: __________________________________________________ i) Outros Qu Quais?_____________________________________________ 17) Após o uso e descarte dos RSS, você sabe informar qual o seu destino? ( ) sim Onde? __________________________________________________ ( ) não 18) Você sabe como os RSS são transportados do Laboratório até o seu local de destino final? ( ) sim Como? __________________________________________________ ( ) não 19) Você sabe como é realizado o acondicionamento dos RSS dentro deste Hospital ( ) sim Porque? ________________________________________________________________ ( ) não Porque? ________________________________________________________________ 20) Você acha que os serviços de descarte, acondicionamento e transportes estão sendo realizado de maneira adequada pelo Laboratório? ( ) sim Porque? ________________________________________________________________ ( ) não Porque? ________________________________________________________________ 21) Você acha que os serviços de descarte, acondicionamento e transportes estão sendo realizado de maneira adequada pela Prefeitura? ( ) sim Porque? ________________________________________________________________ ( ) não Porque? ________________________________________________________________ 22) Você tem conhecimento se o Laboratório realiza algum tipo de tratamento com os RSS antes destes serem encaminhados para o seu local de destino? ( ) sim ( ) não Qual: __________________________________________________________________________ 23) Você tem conhecimento dos impactos ambientais que os RSS podem ocasionar quando dispostos de maneira inadequada? ( ) sim De que maneira? __________________________________________ ( ) não Por quê? ________________________________________________ 32) Você gostaria de acrescentar mais alguma informação sobre os RSS ou fornecer alguma sugestão para o Hospital com relação aos RSS? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________Apêndices _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA 173 Apêndice VII UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE PRODEMA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA A INSTITUIÇÃO ONDE SERÁ REALIZADA A PESQUISA Solicitamos da instituição de saúde ___________________________________, autorização para realização de uma pesquisa intitulada: PANORAMA DA GESTÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB: UM ENFOQUE DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL APRESENTADA POR PROFISSIONAIS DA SAÚDE, que tem como pesquisadora a mestranda do Programa Regional de PósGraduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA, com linha de pesquisa em Saneamento Ambiental SUELLEN SILVA PEREIRA, da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, e objetiva FAZER UM LEVANTAMENTO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO REFERIDO HOSPITAL QUANTO AOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE, NO QUE CONCERNE AO MANUSEIO, ACONDICIONAMENTO, TRANSPORTE, DESTINAMENTO, IMPACTOS AO AMBIENTE, DENTRE OUTRAS QUESTÕES RELEVANTES AO TEMA PROPOSTO. A metodologia utilizada nessa pesquisa será APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO SEMI-ESTRUTURADO COM UM ROTEIRO PREVIAMENTE ELEBORADO, O QUAL SERÁ APLICADO ALEATORIAMENTE JUNTO A EQUIPE DE ENFERMAGEM (ENFERMEIROS, TÉCNICOS E AUXILIARES) DO REFERIDO HOSPITAL, POSTERIORMENTE SERÁ FEITA UMA ANÁLISE DE CONTEÚDO PARA AVALIAR A PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS ENTREVISTADOS. Gostaríamos de informar que a participação dessa instituição é voluntária e que nem a instituição, bem como os entrevistados serão expostos, não sendo divulgadas as identidades dos mesmos. Esse estudo não causará nenhum prejuízo ou desconforto ao pesquisado. Este estabelecimento tem o direito de retirar seu consentimento em qualquer fase do estudo. Solicitamos ainda autorização para realizar o registro fotográfico das operações de manuseio, acondicionamento, armazenamento, coleta e transporte interno e externo dos resíduos. O período de coleta de dados será de NOVEMBRO a DEZEMBRO de 2008. ________________________________________ Assinatura do Pesquisador _________________________________________________________________________________________Apêndices _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA 174 Apêndice VIII CONSENTIMENTO DA INSTITUIÇÃO PESQUISADA Eu, _________________________________________________________ diretor (a) da Unidade de Saúde ___________________________________ concordo que esta unidade hospitalar participe do estudo: PANORAMA DA GESTÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB: UM ENFOQUE DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL APRESENTADA POR PROFISSIONAIS DA SAÚDE. Fui devidamente informado e esclarecido sobre os objetivos, metodologia e contribuições dessa pesquisa, assim como os procedimentos nela envolvidos. Campina Grande, ____/ ____/ _______. ____________________________________________ Assinatura do Responsável pela Instituição de Saúde _________________________________________________________________________________________Apêndices _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA 175 Apêndice IX UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE PRODEMA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA O SUJEITO DA PESQUISA Você esta sendo convidado (a) a participar como voluntário (a) de uma pesquisa intitulada: PANORAMA DA GESTÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB: UM ENFOQUE DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL APRESENTADA POR PROFISSIONAIS DA SAÚDE, que tem como pesquisadora a mestranda do Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA, com linha de pesquisa em Saneamento Ambiental SUELLEN SILVA PEREIRA, da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, e objetiva FAZER UM LEVANTAMENTO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO REFERIDO HOSPITAL QUANTO AOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE, NO QUE CONCERNE AO MANUSEIO, ACONDICIONAMENTO, TRANSPORTE, DESTINAMENTO, IMPACTOS AO AMBIENTE, DENTRE OUTRAS QUESTÕES RELEVANTES AO TEMA PROPOSTO. A sua participação será de suma importância na obtenção dos dados desse estudo. Você participará respondendo a um QUESTIONÁRIO SEMI-ESTRUTURADO COM UM ROTEIRO PREVIAMENTE ELEBORADO, O QUAL SERÁ APLICADO ALEATORIAMENTE JUNTO A EQUIPE DE ENFERMAGEM (ENFERMEIROS, TÉCNICOS E AUXILIARES) DO REFERIDO HOSPITAL, POSTERIORMENTE SERÁ FEITA UMA ANÁLISE DE CONTEÚDO PARA AVALIAR A PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS ENTREVISTADOS. Gostaríamos de informar que a sua participação é voluntária e que os entrevistados não serão expostos, não sendo divulgadas as identidades dos mesmos. Esse estudo não causará nenhum prejuízo ou desconforto ao pesquisado. Você tem o direito de retirar seu consentimento em qualquer fase do estudo. O período de coleta de dados será de NOVEMBRO a DEZEMBRO de 2008. ________________________________________ Assinatura do Pesquisador _________________________________________________________________________________________Apêndices _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA 176 Apêndice X UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMA TERMO DE ACEITAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO DA PESQUISA Aceito participar da pesquisa acima titulada, para o curso de Pós-Graduação, com questões de respostas fechadas e respostas abertas, porém, mantendo o sigilo dos dados referentes à identificação do profissional. __________________________ Assinatura __________________________ Assinatura __________________________ Assinatura __________________________ Assinatura __________________________ Assinatura __________________________ Assinatura __________________________ Assinatura __________________________ Assinatura __________________________ Assinatura _________________________________________________________________________________________Apêndices _________________________________________________________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - 177 - Apêndice XI - Frente _______________________________________________________________________________________________________________________________________________Apêndices _________________________________________________________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - 178 - Apêndice XI - Verso _______________________________________________________________________________________________________________________________________________Apêndices Anexos Suellen Silva Pereira PRODEMA 2009 _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - 179 - Anexos: Anexo I ___________________________________________________________________________________________Anexos _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - 180 - ___________________________________________________________________________________________Anexos _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - 181 - ___________________________________________________________________________________________Anexos _____________________________________________________PEREIRA, S.S / PRODEMA - 182 - Anexo II ___________________________________________________________________________________________Anexos