PORTUGUÊS - 1o ANO
MÓDULO 52
PRONOME — PARTE 2
Como pode cair no enem
(CEFET) Qual é a alternativa que reúne adequadamente, através de um pronome relativo, as
duas estruturas apresentadas a seguir?
I) É muito grave o problema da escassez de água.
II) Devemos lutar arduamente contra o problema da escassez da água.
a) É muito grave o problema da escassez de água que devemos lutar arduamente.
b) É muito grave o problema da escassez de água o qual devemos lutar arduamente.
c) É muito grave o problema da escassez de água para o qual devemos lutar arduamente.
d) É muito grave o problema da escassez de água contra o qual devemos lutar arduamente.
Fixação
Ect
Tava com cara que carimba postais
Que por descuido abriu uma carta que
voltou
Tomou um susto que lhe abriu a boca
Esse recado vem pra mim, não pro senhor
(...)
(...) Mas esse cara tem a língua solta
A minha carta ele musicou
Tava em casa, a vitamina pronta,
Ouvindo no rádio a minha carta de amor
Dizendo:eu caso contente, papel passado
e presente
Desembrulhando vestido
Eu volto logo, me espera
Não brigue nunca comigo
Eu quero ver nosso filho
O professor me ensinou fazer uma carta
de amor
Leve o mundo que eu já vou
(REIS, Nando, BROWN, Carlinhos, MONTE, Marisa. ECT.
Rio de Janeiro: Philips; Polygram, 1995.)
F
Observe que a letra da música acima conta
uma história: um homem escreveu uma carta2
de amor a sua mulher, mas a carta retornou e
foi aberta por um funcionário do correio, que a
musicou; o remetente, então, ouviu sua carta
no rádio.
1) O texto é caracterizado pela linguagem informal. Identifique nele versos que confirmam
esta afirmação.
Fixação
2) Retire do texto um verso que apresenta um pronome pessoal oblíquo com valor de posse.
a
-
Fixação
F
3) Classifique os pronomes sublinhados:
4
a
b
c
a) Mas esse cara tem a língua solta.
A minha carta ele musicou.
b) Essa recado vem pra mim, não pro senhor.
Fixação
4) Por favor, passe ... caneta que está aí perto de você; ... aqui não serve para ... desenhar.
a) aquela, esta, mim;
d) essa, essa, mim;
b) esta, esta, mim;
e) aquela, essa, eu.
c) essa, esta, eu;
Fixação
F
5) (FUVEST)
Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV.
Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar
as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para conhecer o calor. E o oposto.
Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar
para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como
o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores
do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.
6
a
I
—
I
m
(Amyr Klink, Mar sem fim.) —
I
Na frase “que nos faz professores e doutores do que não vimos”, o pronome sublinhado
M
retoma a expressão antecedente:
—
a) “para lugares”.
b) “o mundo”.
c) “um homem”.
d) “essa arrogância”.
e) “como o imaginamos”.
a
b
c
d
e
Fixação
6) (ENEM) Nas conversas diárias, utiliza-se frequente-mente a palavra “próprio”, e ela se ajusta
a várias situações.
Leia os exemplos de diálogos:
I) Vera se veste diferente!
— É mesmo, é que ela tem um estilo próprio.
II) A Lena já viu esse filme uma dezena de vezes! Eu não consigo ver o que ele tem de tão
maravilhoso assim.
— É que ele é próprio para adolescente.
III) Dora, o que eu faço? Ando tão preocupada com o Fabinho!
Meu filho está impossível!
— Relaxa, Tânia! É “própri” da idade. Com o tempo, ele se acomoda.
Nas ocorrências I, II e III, “próprio” é sinônimo de, respectivamente;
a) adequado, particular, típico.
b) peculiar, adequado, característico.
c) conveniente, adequado, particular.
d) adequado, exclusivo, conveniente.
e) peculiar, exclusivo, característico.
Fixação
7) (IBMEC)
[...] publicou-se há dias o recenseamento do Império, do
qual se colige que 70% da nossa população não sabem ler.
Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas
nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo nome, às vezes
um nome feio, mas não havendo outro, não o escolhem.
São sinceros, francos, ingênuos. As letras fizeram se para
frases; o algarismo não tem frases, nem retórica.
Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo
falar do nosso país, dirá:
— Quando uma Constituição livre pôs nas mãos de um povo
o seu destino, força é que este povo caminhe para o futuro
com as bandeiras do progresso desfraldadas. A soberania
nacional reside nas Câmaras; as Câmaras são a representação
nacional. A opinião pública deste país é o magistrado último, o
supremo tribunal dos homens e das coisas. Peço à nação que
decida entre mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles; ela
possui nas mãos o direito a todos superior a todos os direitos.
A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
— A nação não sabe ler. Há só 30% dos indivíduos
residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não
lêem letra de mão. 70% jazem em profunda ignorância. Não
saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles; é não saber o que ele
vale, o que ele pensa, o que ele quer; nem se realmente pode
querer ou pensar. 70% dos cidadãos votam como vão à festa
da Penha, por divertimento. A Constituição é para eles uma
coisa inteiramente desconhecida. Estão prontos para tudo:
uma revolução ou um golpe de Estado. Replico eu:
— Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições...
— As instituições existem, mas por e para 30% dos
cidadãos. Proponho uma reforma no estilo político. Não se
deve dizer: “consultar a nação, representantes da nação, os
poderes da nação”; mas - “consultar os 30%, representantes
dos 30%, poderes dos 30%”.
A opinião pública é uma metáfora sem base; há só a opinião
dos 30%. Um deputado que disser na Câmara: “Sr. Presidente,
falo deste modo porque os 30% nos ouvem...” dirá uma coisa
extremamente sensata.
E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar
desse modo, porque os 30% nós não temos base para os
nossos discursos, e ele tem o recenseamento.
(ASSIS, Machado, in Obra Completa. vol III, p344,345, RJ, Ed Nova Aquilar)
Os pronomes prestam-se à coesão textual por sua função
anafórica - retomar orações e frases expressas no texto.
Observe os fragmentos:
Publicou-se há dias o recenseamento do Império, do qual
se colige que 70% da nossa população não sabem ler.
Eles dizem as coisas pelo nome, às vezes um nome feio,
mas não havendo outro, não o escolhem.
A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
É correto afirmar que:
a) o pronome relativo do qual retoma a palavra recenseamento; o
pronome oblíquo o, a palavra nome, e o pronome demonstrativo
isto, a frase anterior.
b) o pronome relativo do qual retoma a palavra império;o pronome
oblíquo o, a palavra outro e o pronome demonstrativo isto, a
palavra direitos.
c) o pronome relativo do qual retoma a palavra recenseamento; o
pronome oblíquo o, a palavra outro e o pronome demonstrativo isto,
a palavra direitos.
d) o pronome relativo do qual retoma a palavra império;o pronome oblíquo o, nome feio e o pronome demonstrativo isto, a
frase anterior.
e) o pronome relativo do qual retoma a palavra recenseamento;
o pronome oblíquo o, nome feio e o pronome demonstrativo isto,
a palavra direitos.
Proposto
1)
Haveis de entender, começou ele, que a virtude e o saber têm duas existências paralelas,
uma no sujeito que as possui, outra no espírito dos que o ouvem ou contemplam. Se puserdes
as mais sublimes virtudes e os mais profundos conhecimentos em um sujeito solitário,
remoto de todo contato com outros homens, é como se eles não existissem. Os frutos de
uma laranjeira, se ninguém os gostar, valem tanto como as urzes e as plantas bravias, e, se
ninguém os ouvir, não valem nada; ou, por outras palavras mais enérgicas, não há espetáculo
sem espectador. Um dia , estando a cuidar nestas coisas, considerei que, para o fim de alumiar
um pouco o entendimento, tinha consumido os meus longos anos, e, aliás, nada chegaria a
valer sem a existência de outros homens que me vissem e honrassem; então cogitei se não
haveria um modo de obter o mesmo efeito, poupando tais trabalhos, e esse dia posso agora
dizer que foi o da regeneração dos homens, pois me deu a doutrina salvadora.
(Machado de Assis)
Nos segmentos do texto “o ouvem ou contemplam”, “se eles não existissem” e “se ninguém
os ouvir”, os pronomes o, eles e os referem-se, respectivamente, a:
a) espírito, outros homens,frutos da laranjeira;
b) sujeito, profundos conhecimentos, outros homens;
c) saber, frutos da laranjeira, virtudes e conhecimentos;
d) sujeito, virtudes e conhecimentos, frutos da laranjeira;
e) espírito, virtudes e conhecimentos, outros homens.
Proposto
2) (PUC) A questão da descriminalização das drogas se presta a frequentes simplificações
de caráter maniqueísta, “que” acabam por estreitar um problema extremamente complexo,
permanecendo a discussão quase sempre em torno da droga “que” está mais em evidência.
Os elementos referidos pelo pronome “que” e “que”, entre aspas no texto, são, respectivamente:
a) caráter maniqueísta – droga;
b) as drogas – a discussão;
c) a questão da descriminalização das drogas – problema extremamente complexo;
d) frequentes simplificações de caráter maniqueísta – a droga;
e) a descriminalização – caráter maniqueísta.
Proposto
O senão do livro
Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer, e,
realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai
- um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração
cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens
pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo
regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como ébrios, guinam à direita e à esquerda,
andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...
(ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas)
3) (PUC) O emprego dos pronomes este e esse, no início do texto:
a) tem a finalidade de distinguir entre o que já se mencionou(mundo) e o que se vai mencionar
(livro);
b) marca a oposição entre o concreto (mundo real) e o abstrato (mundo de ficção);
c) faz uma distinção decorrente da diferença entre a posição do narrador e a do leitor;
d) é consequência da oposição entre passado (livro) e o presente (mundo);
e) é indiferente; assim como hoje, esses pronomes não têm valor distintivo.
Proposto
4) (FUVEST) Dê o significado de todo em:
a) Ai! por que todo ser nasce chorando?
b) Chegou com o rosto todo manchado.
Proposto
5) (FUVEST) Na frase seguinte, o indefinido alguma tem valor positivo: “Muitas vezes encontro
sua lembrança em alguma esquina da cidade.” Construa uma frase em que alguma tenha valor
negativo, correspondendo a nenhuma.
Proposto
A corrida do ouro
Duzentos anos de buscas foram necessários
para que os portugueses chegassem ao ouro de
sua América. Aos espanhóis não se apresentou
o problema da procura e pesquisa dos metais
preciosos. Assim que desembarcaram no México,
na Colômbia ou no Peru, seus olhos mercantis
foram ofuscados pelo ouro e prata que os homens
da terra ostentavam nas suas armas, adornos e
utensílios. Junto às suas civilizações, o gentio
havia desenvolvido a exploração e o trabalho dos
metais, para eles mais preciosos pelas suas serventias que pelo poder e valor que agregavam ao
homem da Europa cristã, de alma lapidada pela
cultura ocidental. O primeiro trabalho que tiveram
os castelhanos foi o de imediatamente afirmarem
a inferioridade daquele homem que se recusava
a total subserviência à majestade de Deus e d’el
Rei, através de concepções bastante convenientes a seus propósitos. O brilho do metal, como
o canto da sereia, tornou-os surdos a qualquer
apelo contrário que não fosse o da ambição pelo
ouro e pela prata, tornando-os insensíveis a
qualquer consideração humana no “trabalho” de
submetimento do indígena, até o seu extermínio
ou à redução, dos que sobreviveram, à condição
de servos ou escravos nas fainas da mineração.
Os sucessos castelhanos atiçaram os colonos
portugueses a iniciarem suas buscas, seja
pelo encanto daquelas descobertas, seja pelas
fantasias que se criaram a partir delas: de
tesouros fabulosos perdidos nas entranhas
generosas das Américas; de relatos imprecisos
de indígenas vindos do interior; de noções
equivocadas da geografia do continente como
a da proximidade do Peru; ou mesmo de alguns
possíveis indícios concretos, surgiram lendas
como as de Sabarabuçu e as de Paraupava,
que avivavam os colonos na procura de pedras
e metais preciosos.
(MENDES Jr., A., RONCARI, L. e MARANHÃO, R. Brasil história: texto
e consulta. São Paulo. Brasiliense, 1979.)
6) (UERJ) Palavras e segmentos diversos do texto
acima podem ser expressos de outras formas graças à utilização dos recursos gramaticais da língua,
como os processos de derivação prefixal e sufixal
e a variação das estruturas sintáticas.
a) No texto, encontra-se o substantivo derivado
submetimento
Cite um sinônimo deste substantivo, derivado
por meio de outro sufixo, e indique o verbo do qual
ambos derivam.
b) através de concepções bastante conveniente a
seus propósitos (18-19)
Substitua a parte sublinhada do trecho acima
por uma oração de sentido equivalente, constituída
de pronome relativo e verbo cognato do adjetivo
“convenientes”.
Proposto
7) Na construção do texto anterior, empregam-se pronomes pessoais e possessivos que ora
estabelecem relações indispensáveis à compreensão do sentido, ora se tornam redundantes
nesta função textual.
a) Indique os termos antecedentes de eles e do sujeito oculto de agregavam, estando estas
palavras no texto.
b)Transcreva dois trechos em que o possessivo possa ser suprimido sem qualquer prejuízo
para a compreensão do texto.
,
o
o
a
Proposto
8) Assinale a opção em que o uso do pronome relativo NÃO está de acordo com a norma padrão
escrita. (Excertos extraídos e adaptados de Folha de S.Paulo, 1/11/1993.)
a) ( ) [O cineasta sofreu] um derrame, do qual não iria se recuperar mais.
b) ( ) [O rosto e a voz do cineasta] são aqueles os quais estamos acostumados, talvez um
pouco mais cansados.
c) ( ) [Estar doente era] uma realidade sobre a qual [o cineasta] não sabia nada, sobre a qual
jamais havia pensado.
d) ( ) [Com ele o cinema] não é mais um meio; torna-se um fim, no qual autor é a principal
referência.
e) ( ) Depois das três cirurgias às quais se submetera, teve um ataque cardíaco.
Proposto
Ao tornozelo.
9)
l
O início do interrogatório
— Onde é a terra,
Fortificada?
Onde é a Serra?
— Não digo nada.
— Sierra Maestra
Ela é chamada.
Ao Norte? À Destra?
— Não digo nada.
Glória sem mágoa,
Paixão que exalta.
Só sei que é alta
Como o Aconcágua
— Vou inquiri-lo,
Alma danada,
Ao teu mamilo,
Junto o cautério,
Morra o mistério!
— Não digo nada.
Só sei que inunda
A altura acesa.
Ela é profunda
Como a pobreza.
— Irei prendê-lo,
De madrugada
— Não digo nada.
Áspera e mansa,
Ela é azulada
Como a esperança.
— Morres à míngua.
Na hora aprazada
Queimo-te a língua...
— Não digo nada.
Ah, não a cita
O poeta Herédia!
Ela é infinita
Como a tragédia.
(HADDAD, Jamil Almansur. Romanceiro cubano)
Glossário:
1) cautério: instrumento com que se cauteriza.
2) aprazado: combinado.
3) Herédia: José Maria Herédia, poeta cubano.
No poema de Haddad, verificamos um fato muito interessante de emprego estilístico das formas de tratamento: o
torturador mistura formas pronominais e verbais de segunda e
terceira pessoas ao dirigir-se ao torturado ao longo do poema.
Essa mistura, que o gramático normativo consideraria um
erro, tem no entanto, justificativa de ordem formal e estilística
no poema.
Baseado nesta informação:
a) Explique a razão de ordem formal e estilística pela qual
o poeta utilizou os pronomes átonos na terceira e não na
segunda pessoa do singular nos versos 13 e 23.
b) Reescreva a estrofe que vai dos versos 13 a 17, uniformizando o tratamento em uma dessas pessoas.
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