CENTRO HOSPITALAR E UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA, E.P. E. Serviço de Cirurgia C – Diretor de Serviço: Prof. Doutor Costa Almeida Nídia Moreira; L. Simões Reis, C. E. Costa Almeida; J. Correia; L. Ribeiro; C. M. Costa Almeida ESPLENECTOMIA PARCIAL NO HIPERESPLENISMO XXXIV Congresso Nacional RELATO DE UM CASO INTRODUÇÃO A esplenectomia parcial é uma opção terapêutica no tratamento do hiperesplenismo associado às patologias dos glóbulos vermelhos. Apresenta em relação à esplenectomia total reconhecidas vantagens na preservação da imunocompetência, na prevenção da sépsis e dos fenómenos trombóticos, contribuindo para a diminuição das necessidades transfusionais e da hemossiderose a elas associada. A recorrência da anemia é um risco que deve ser considerado quando se opta por preservar parte do baço. O objetivo deste poster é comunicar o resultado do tratamento de um caso de hiperesplenismo por beta-talassemia intermédia submetido a esplenectomia parcial. TRATAMENTO CIRÚRGICO: ESPLENECTOMIA PARCIAL (FEVEREIRO/2013) Incisão subcostal esquerda Disseção, laqueação e seção dos vasos polares inferiores MATERIAL E MÉTODOS Os autores apresentam o caso de uma doente submetida a esplenectomia parcial por hiperesplenismo. CASO CLÍNICO Preservação dos vasos esplénicos do polo superior e vasos curtos gástricos Identificação da área isquémica na superfície do baço Transeção dos 2/3 inferiores do baço com LigaSure Atlas™ Parênquima esplénico preservado Controlo hemostático da superfície cruenta com Argon Plasma™ Parênquima esplénico preservado “in situ” Mulher de 45 anos ANTECEDENTES PESSOAIS: Acompanhada desde há longa data na Consulta Externa de Hematologia por beta-talassemia intermédia, anemia hemolítica crónica (Hg entre 6 a 8 g/dL) com necessidade regular de transfusões de concentrado eritrocitário, a condicionar hemossiderose hepática grave e hiperesplenismo com leucopenia e trombocitopenia moderadas. SINTOMAS: Cansaço fácil. SINAIS: Pele e mucosas descoradas; Esplenomegalia palpável até à região periumbilical. ESTUDO COMPLEMENTAR: Ecografia abdominal superior – esplenomegalia de 16 cm de maior eixo. CONCLUSÃO EVOLUÇÃO PÓS-OPERATÓRIA: Alta ao 8ºdia, sem intercorrências. ESTUDO ANATOMOPATOLÓGICO DA PEÇA OPERATÓRIA: “Os aspetos Embora ainda com breve período de seguimento pós-operatório e considerando as limitações de se tratar apenas do relato de um caso, este trabalho evidencia que a esplenectomia parcial poderá apresentar-se como alternativa à esplenectomia total no hiperesplenismo ao atenuar a sequestração esplénica e ao evitar as intercorrências infeciosas. Bibliografia 1. Whelihan M, Mann K. The role of the red cell membrane in thrombin generation. Thromb. Res. 2013 May; 131(5):377-82 2. Sheikha A, Salih Z,Kasnazan K, Khoshnaw M, Al-Maliki T, Al-Azraqi T, Zafer M. Prevention of overwhelming postsplenectomy infection in thalassemia patients by partial rather than total splenectomy. Can J Surg. 2007 October; 50(5):382-386 3. Reis L, Rigueira R, Almeida C, Gomes P, Reis L, Lopes B. Esplenectomia parcial – vídeo. Vídeorevista de cirurgía. 1989 Jul-Ago; 4 Peça operatória morfológicos observados são compatíveis com o diagnóstico de betatalassemia.” FOLLOW-UP ao 12º mês de pós-operatório: Hg estável (entre 7.5 e 8.5 g/dL), sem necessidade de transfusão de concentrado eritrocitário, sem citopenias e sem intercorrências infeciosas desde a cirurgia.