6º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO th 6 BRAZILIAN CONFERENCE ON MANUFACTURING ENGINEERING 11 a 15 de abril de 2011 – Caxias do Sul – RS - Brasil April 11th to 15th, 2011 – Caxias do Sul – RS – Brazil O EFEITO DA FOSFATIZAÇÃO SOBRE REVESTIMENTOS DE AÇOS UTILIZADOS PARA CONFORMAÇÃO A FRIO NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA. Robson Luiz Carvalho de Moura, email1: [email protected] Gilberto Walter Arenas de Miranda, email2: [email protected] Universidade de Taubaté, Rua Daniel Danelli, s/n, Jardim Morumbi, Taubaté, SP, CEP 12060- 440 Resumo: O revestimento de superfícies metálicas por fosfatos utilizados na indústria automobilística é um processo químico a partir do qual uma camada de fosfato de espessura entre 0,8 g/m² a 2,2 g/m² é cristalizada sobre a superfície metálica já revestida. O revestimento com fosfato tem diversas finalidades como, por exemplo: aumentar a ancoragem da tinta ao substrato, oferecer proteção contra a corrosão durante o tempo de vida do produto, agir como lubrificante sólido em processos de conformação a frio, etc. A camada de fosfato atua como lubrificante sólido na conformação a frio (estampagem) por reduzir as forças de atrito entre as superfícies metálicas (aço carbono) e a ferramenta de estampagem. Este trabalho tem por objetivo realizar o estudo comparativo entre dois materiais utilizados na conformação a frio de peças automotivas de mesmo grau de estampagem, espessura e composição química. No entanto, um deles possui revestimento eletrogalvanizado e o outro o revestimento eletrogalvanizado mais uma camada adicional de fosfato. Foram realizados ensaios de rugosidade, ensaios mecânicos de estampagem, tração e análise microestrutural por Microscópio Eletrônico de Varredura. O desempenho dos dois materiais também foi avaliado no processo industrial de uma peça de alta severidade de estampagem. A chapa com camada de fosfato apresentou redução no número de defeitos gerados no processo produtivo, apesar dos demais ensaios não apresentarem diferença significativa entre os dois materiais. Palavras-chave: Fosfatização1, Estampagem 2 , Eletrogalvanizado 3. 1. INTRODUÇÃO A contínua busca pela redução de custos, maior aproveitamento da matéria-prima e principalmente redução de perdas no processo, está levando a indústria automobilística a desenvolver e utilizar materiais que possuam condições de estampabilidade mais estáveis. Assim uma melhor compreensão do processo de estampagem ajuda a entender seus limites. Os materiais utilizados para os processos de estampagem na indústria automobilística é o aço baixo carbono SAE 1005, que possui uma variação de espessura de 0.60 mm a 2.50 mm, esses aços são divididos pelo seu grau de estampagem(Callister,2002). Estes materiais são revestidos por camadas a base de Zinco que são divididas em chapas zincadas, chapas galvanizadas por imersão a quente e chapas eletrogalvanizadas, podendo receber, estas últimas, uma camada adicional de fosfato. A fosfatização sobre camadas de revestimento eletrogalvanizado para utilização na indústria automobilística é um processo químico a partir do qual uma camada de fosfato de espessura 0,8 g/m² a 2,2 g/m² é cristalizada com cristais de tamanho menor que 5 μm sobre a superfície metálica revestida podendo ser utilizado para diversas finalidades. Uma linha de fosfatização é composta por banhos de desengraxante alcalino refinador, e de fosfato de zinco, alternados por tanques de enxágüe contínuo das peças, além do secador. Os tratamentos de superfícies metálicas por este método fazem parte de processos de conversão química superficial, e são largamente utilizados em todo o mundo, principalmente no setor indústrial de conformação a frio(Brandão,2005). A superfície Fosfatizada de peças para deformação do metal base por estampagem a frio, faz com que o material deslize livremente, diminuindo as forças de atrito, melhorando o acabamento final e a vida útil da ferramenta. Este efeito é conseqüência do aumento da porosidade e área específica da superfície tratada, que permitem uma maior absorção de óleos lubrificantes e protetivos. As camadas de fosfato podem, em certos casos, substituir deposições metálicas, sendo este tratamento o mais simples e mais barato(Zackay,2009). © Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas 2011 6 º C O N G R E S S O B R A S I L E I R O D E E N G E N H A R I A D E F A B R I C A Ç Ã O 1 1 a 1 5 d e A b r i l d e 2 0 1 1 . C a xi a s d o S u l - R S Segundo Schröder (2004) a origem de muitos defeitos é proveniente do processo de manufatura, ou seja, durante o processo de conformação da chapa podem surgir caroços, riscos, estiramentos entre outros defeitos, muitos destes são provenientes da qualidade da matéria prima utilizada e de suas condições superficiais. Com o objetivo de reduzir estes problemas provenientes do processo de estampagem, a fosfatização vem sendo utilizada como alternativa de revestimento sobre camadas eletrogalvanizadas por melhorar a condição superficial das chapas de aço, já que atua como um lubrificante sólido reduzindo o atrito entre material e a matriz (ferramenta de estampo). Por isso é de grande importância entender como a camada de fosfato atua sobre o revestimento eletrogalvanizado e até onde o investimento nesta técnica será vantajoso, tendo o conhecimento que nos dias de hoje a indústria automobilística utiliza o fosfato somente para peças externas dos carros(Zhang, 1999). 2. METODOLOGIA O estudo da estampabilidade foi realizado a partir de chapas de aço SAE 1005 da mesma espessura e mesmo grau de estampagem com tratamentos superficiais diferentes, uma revestida com zinco e outra revestida com zinco e fosfatizada. Foram utilizadas chapas de espessura nominal de 0,75 mm. As amostras de cada um destes materiais foram retiradas para ensaios de rugosidade, embutimento e tração, cujos detalhes serão descritos a seguir. Em paralelo foram escolhidas peças para a avaliação do grau de estampagem do material da chapa. As comparações foram realizadas entre amostras de chapas com revestimento de Zinco e com revestimento de Zinco e camada fosfatizada. As peças foram submetidas ao processo de estampagem industrial normal, que inclui repuxo, flangeamento e recorte sendo utilizadas as mesmas ferramentas aplicadas na produção, sem nenhum tipo de adaptação ou ajuste especial. As peças foram conformadas e analisadas na estamparia da General Motors do Brasil (GM) - São José dos Campos. 3. ENSAIOS DE EMBUTIMENTO Os ensaios de embutimento foram realizados no laboratório de recebimento de matéria-prima da General Motors (GM) - São José dos Campos, seguindo-se a norma interna LTP 050. Os corpos de prova possuem forma retangular, conforme as dimensões de 500mm x 100mm, e foram retirados transversalmente em relação a direção de laminação. As amostras foram cortadas com o auxílio de uma guilhotina hidráulica.Os ensaios de embutimento foram realizados em uma máquina de embutimento Erichsen, que mede a profundidade em mm da deformação do material até a sua ruptura. O ensaio consiste em colocar a chapa de aço entre uma matriz e um anel de fixação, sendo presa por uma carga de compressão. Durante o ensaio, um punção de cabeça esférica sobe deformando o corpo de prova, conforme mostrado na Fig. (1). Figura 1 - Ensaio de embutimento. 3.1. Resultados e discussão dos ensaios de embutimento Inicialmente foram realizados ensaios de embutimento, para avaliar condições de estiramento puro em ambas as condições (Fosfatizado e Eletrogalvanizado). As tabelas 1 e 2 apresentam os resultados obtidos nos ensaios de embutimento. São apresentados três valores do estiramento puro para cada uma das 8 amostras nas duas condições. Observando-se o resultado obtido das médias das amostras que foram de 10,8 para amostra fosfatizada e de 11,4 para amostra eletrogalvanizada, notou-se uma pequena elevação nos resultados de embutimento da amostra eletrogalvanizada (0,6 mm de embutimento), fato que não se relaciona a camada adicional de fosfato. 6 º C O N G R E S S O B R A S I L E I R O D E E N G E N H A R I A D E F A B R I C A Ç Ã O 1 1 a 1 5 d e A b r i l d e 2 0 1 1 . C a xi a s d o S u l - R S Tabela 1 - Valores do estiramento puro em mm obtidos nos ensaios de embutimento, com amostras Eletrogalvanizadas e Fosfatizadas. AMOSTRAS FOSFATIZADAS – valores em mm Amostra 1 11,2 11,3 11,2 Amostra 2 11,2 10,9 10,8 Amostra 3 11,1 11,0 10,8 Amostra 4 11,2 11,2 11,3 Amostra 5 11,1 10,9 11,1 Amostra 6 10,4 10,3 10,4 Amostra 7 10,3 10,2 10,2 Amostra 8 10,2 10,1 10,3 Média 10,8 Tabela 2 - Valores do estiramento puro em mm obtidos nos ensaios de embutimento para as amostras com camada de revestimento Eletrogalvanizado. AMOSTRA ELETROGALVANIZADA – valores em mm Amostra 1 11,1 11,1 11,2 Amostra 2 11,2 11,0 11,1 Amostra 3 11,4 11,5 11,5 Amostra 4 11,5 11,6 12,0 Amostra 5 11,7 11,6 11,6 Amostra 6 11,6 11,7 11,6 Amostra 7 11,5 11,3 11,6 Amostra 8 11,0 11,5 11,6 Média 11,4 4. ENSAIO DE TRAÇÃO O ensaio de tração foi realizado em corpo de prova padronizado pela norma LTP 050, utilizando-se três corpos de prova para cada amostra. A Fig.(2) representa o corpo de prova para o ensaio de tração, que foi realizado na máquina universal de ensaios EMIC DL 10000, com um limite de deformação de 24 mm, e carga máxima de 100 KN. 6 º C O N G R E S S O B R A S I L E I R O D E E N G E N H A R I A D E F A B R I C A Ç Ã O 1 1 a 1 5 d e A b r i l d e 2 0 1 1 . C a xi a s d o S u l - R S Figura 2 - Corpo de prova para o ensaio de tração. Os resultados obtidos pelo ensaio de tração foram fortemente influenciados pela anisotropia do material, pelo tamanho de grão e pela porcentagem de impurezas. Os resultados obtidos nos ensaios de tração são apresentados na Tab. (3) e (4), onde foi possível comprovar que o processo de Fosfatização não interfere nas propriedades mecânicas. Ambos os materiais estão dentro das especificações 140 a 210 MPa para o Limite de Escoamento, 270 MPa, valor mínimo de para Limite de Resistência,e de 39 % valor percentual mínimo para alongamento. Tabela 3 - Resultado das propriedades mecânicas da amostra Fosfatizada. AMOSTRA FOSFATIZADA Limite de escoamento (MPa) Limite de resistência (MPa) Alongamento (%) 196,3 326,9 41,39 Tabela 4-Resultados das propriedades mecânicas da amostra Eletrogalvanizada. AMOSTRA ELETROGALVANIZADA Limite de escoamento (MPa) Limite de resistência (MPa) Alongamento (%) 165,0 297,0 53,0 5. CARACTERIZAÇÃO POR MEV E EDS Com o objetivo de avaliar a microestrutura e composição química das amostras dos materiais foram utilizados: o Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) da marca Zeiss modelo EVO do laboratório de caracterização microestrutural da GM e a análise química das camadas de revestimento verificadas por Espectrometria de Energia Dispersiva de Raios-X (EDS) acoplado ao MEV. O EDS é um acessório essencial no estudo de caracterização microscópica de materiais. Quando o feixe de elétrons incide sobre um mineral, os elétrons mais externos dos átomos e os íons constituintes são excitados, mudando de níveis energéticos. Ao retornarem para sua posição inicial, liberam a energia adquirida a qual é emitida em comprimento de onda no espectro de raios-X. Um detector instalado na câmara de vácuo do MEV mede a energia associada a esse elétron. Como os elétrons de um determinado átomo possuem energias distintas, é possível, no ponto de incidência do feixe, determinar quais os elementos químicos estão presentes naquele local e assim identificar em instantes que material está sendo observado. O diâmetro reduzido do feixe permite a determinação da composição química em amostras de tamanhos muito reduzidos (< 5 µm), permitindo uma análise quase que pontual. 5.1. Ensaio de MEV e EDS A Fig.(3) apresenta uma micrografia realizada por MEV da amostra eletrogalvanizada. É possível observar que a camada de Zinco apresenta porosidade elevada e baixa adesão ao metal base, fatos que ocasionam o arrancamento da camada de revestimento eletrogalvanizado durante o processo de estampagem, podendo serem originados defeitos como os denominados caroços, conforme mostrados na Fig. (4). 6 º C O N G R E S S O B R A S I L E I R O D E E N G E N H A R I A D E F A B R I C A Ç Ã O 1 1 a 1 5 d e A b r i l d e 2 0 1 1 . C a xi a s d o S u l - R S Figura 3 - Camada com revestimento Eletrogalvanizado. Figura 4 – Defeito tipo caroço gerado no processo produtivo. A Fig.(5) mostra o material revestido e fosfatizado, nota-se que houve uma melhora na adesão da camada de revestimento com o metal base, esse efeito pode ter ocorrido devido a camada de fosfato ter se fundido com a camada de revestimento eletrogalvanizado preenchendo as falhas do eletrogalvanizado, ou devido ao processo de fosfatização que ocorre em altas temperaturas. Figura 5 - Amostra com revestimento Fosfatizado. As Figuras (6) e (7) apresentam espectros de EDS de amostras eletrogalvanizadas, observa-se a presença de elementos de Zinco juntamente com elementos de menor intensidade de Ferro e Carbono, provavelmente oriundos do metal base. 6 º C O N G R E S S O B R A S I L E I R O D E E N G E N H A R I A D E F A B R I C A Ç Ã O 1 1 a 1 5 d e A b r i l d e 2 0 1 1 . C a xi a s d o S u l - R S Figura 6 - Representação do Spectro 1 para amostra Eletrogalvanizada. Figura 7 - Representação do Spectro 2 para amostra Eletrogalvanizada. A Tab.(5) apresenta os resultados em porcentagem em peso, da análise quantitativa realizada por EDS para as amostras eletrogalvanizadas . Tabela 5 - Análise quantitativa por EDS da amostra Eletrogalvanizada (% em peso). ESPECTRO C (%) Fe (%) Zn (%) TOTAL (%) Espectro 1 10.76 0.61 88.63 100.00 Espectro 2 10.72 0.72 88.56 100.00 Foi realizada análise por EDS em três posições na camada de revestimento da amostra fosfatizada. No espectro obtido da camada externa observaram-se pequenos picos de Zinco, Fósforo e a presença de Cálcio e Magnésio em quantidades mais significativas. O Cálcio e o Magnésio são elementos da matéria prima para a fosfatização utilizada no processo de Estampagem. No espectro obtido nas regiões mais próximas do substrato, conforme Fig. (8) não foi possível observar a presença do Fósforo, Cálcio e Magnésio, com esses ensaios de EDS representativos e de MEV foi comprovado que a amostra fosfatizada contém em sua camada superficial elementos como Cálcio e Magnésio que são elementos característicos da composição química de materiais fosfatizados enquanto que na amostra eletrogalvanizada o elemento mais presente foi o Zinco. Essas observações comprovam que não há uma fusão entre a camada fosfatizada e a camada eletrogalvanizada, deste modo podemos concluir que a melhoria se deve ao processo de fosfatização que ocorre em altas temperaturas. 6 º C O N G R E S S O B R A S I L E I R O D E E N G E N H A R I A D E F A B R I C A Ç Ã O 1 1 a 1 5 d e A b r i l d e 2 0 1 1 . C a xi a s d o S u l - R S Figura 8 - Espectro obtido na interface do substrato com a camada Eletrogalvanizada para amostra Fosfatizada. 6. ENSAIO DE RUGOSIDADE Para a verificação da rugosidade dos parâmetros de Rugosidade média(Ra ) foi utilizado um rugosímetro Marh, modelo Perthometer M1 com impressora de perfis acoplada. Os corpos de prova na dimensão 300 X 300 foram cortados respeitando-se a distância de 50 mm da borda da chapa. Os ensaios foram realizados em amostras retiradas transversalmente à direção de laminação, tendo sido realizadas cinco medições, desprezando-se a medição mais alta e a mais baixa e, registrando-se a média das três medições restantes. Utilizou-se comprimento de amostragem (cut off) de 2,5mm,onde avaliou-se a rugosidade nas duas faces de cada material. Na Tab.6 a seguir pode observar-se que a amostra fosfatizada apresentou uma pequena diferença se comparada com a amostra eletrogalvanizada, porém ficando ainda dentro do satisfatório pois torna-se viável em peças que serão estampadas para painéis externos dos veículos, onde seu controle de qualidade é mais rigoroso quando comparado a peças internas. Tabela 6 - Representação dos valores de Ra e densidade da amostra Eletrogalvanizada. TABELA DE MEDIÇÕES INÍCIO MEIO FIM Ra (μm) Ra (μm) Ra (μm) 1° 1,452 1,337 1,308 2° 1,459 1,208 1,357 3° 1,442 1,223 1,366 MÉDIA 1,451 1,256 1,344 POSIÇÃO As Figuras 9 e 10 mostram as distribuições pontuais das variações de Ra das amostras eletrogalvanizada e fosfatizada, obtidas através do ensaio de rugosidade. 6 º C O N G R E S S O B R A S I L E I R O D E E N G E N H A R I A D E F A B R I C A Ç Ã O 1 1 a 1 5 d e A b r i l d e 2 0 1 1 . C a xi a s d o S u l - R S LINHA DE TOLERÂNCIA MÁXIMO μm MÍNIMO Ra μm Figura 9 - Representação da distribuição pontual dos valores de (Ra) da amostra Eletrogalvanizada. MÍNIMO LINHA DE TOLERÂNCIA MÁXIMO Ra Figura 10 - Representação da distribuição pontual dos valores de (Ra) da amostra Fosfatizada. 7. AVALIAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO As amostras foram estampadas em prensas mecânicas Schüler com capacidade de 400 toneladas instaladas na GM - São José dos Campos. As amostras entraram no ciclo normal, sem que fosse feita qualquer alteração nos ajustes das ferramentas ou outras variáveis do processo. O critério para a escolha da peça (amostra) foi selecionar itens nos quais fosse avaliado em estampagem o limite do material Durante a produção das peças na GM - São José dos Campos é realizado o controle de qualidade de todas as peças fabricadas, realizando-se também uma avaliação visual das mesmas, para observar eventuais defeitos gerados no processo produtivo, como por exemplo, caroços. Os resultados obtidos através deste controle de qualidade mostraram uma grande diferença entre os materiais estudados. A utilização do material fosfatizado gerou uma grande redução no número de defeitos totais, principalmente de caroços, que passou de 3,2% para 0,8%, na produção total de peças, em um mesmo período de tempo. Foi observado também que os caroços ocorrem devido ao arrancamento da camada de revestimento eletrogalvanizado durante o processo de estampagem. As imagens obtidas através do MEV mostram claramente a baixa aderência que o revestimento eletrogalvanizado possui com o metal base. Na avaliação visual levaram-se em consideração os aspectos superficiais (deformações, marcas, arrancamento de material, etc.), aspectos estruturais (rachaduras, remontamentos, distensões) e aspectos dimensionais e de forma (quantidade de furos, rugas, falta de material). 6 º C O N G R E S S O B R A S I L E I R O D E E N G E N H A R I A D E F A B R I C A Ç Ã O 1 1 a 1 5 d e A b r i l d e 2 0 1 1 . C a xi a s d o S u l - R S 8. CONCLUSÕES A utilização de chapas de aço com tratamento fosfatizado usadas em processos de estampagem mostrou-se com maior eficiência em relação à redução de defeitos gerados no processo produtivo, provocando: Redução de 3,2% para 0,8% dos caroços. Melhoria da aderência do revestimento ao metal base se comparado aos materiais utilizando apenas a camada eletrogalvanizada. Através do estudo realizado é possível afirmar que a utilização de chapas com camada fosfatizada traz melhorias a serem consideradas em peças utilizadas em painéis externos de veículos, onde o controle de qualidade é mais rigoroso quando comparado a peças para uso interno do veículo. 9. REFERÊNCIAS Brandão, A. C..2005, Redução de Massa em Elemento Estrutural de Veículos Automotivos através da utilização de Aços de Alta Resistência; Dissertação de Mestrado; São Paulo; Universidade de São Paulo; Callister, Jr. W..2002, Soares S. M. S.; Miranda, P. E. V., “Ciência e Engenharia de materiais: Uma Introdução”. 5ª ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 589p. pp.133. Schröder, T.,2004, “Ausgekochter Stahl für das Auto von morgen”, Max Planck Forschung, 3; pp. 36-41. Zackay, F.; Parker, E. R.; Fahr, D.; BUSCH, R., 2009, « The Enhancement of Ductility in High-Strength Steels”; Transactions of the ASME, 60; 1967; 252-9. Zhang, S. H., 1999, “Developments in Hydroforming; Journal of Materials Processing Technology”, v. 91; pp. 236-244. 10. DIREITOS AUTORAIS Robson Luiz Carvalho de Moura ( General Motors ) Gilberto Walter Arenas de Miranda ( Prof. Dr. Universidade de Taubaté ) THE EFFECT OF PHOSPHATE CONVERSION COATING ON STEEL COATINGS USED FOR COLD FORMING IN THE AUTOMOTIVE INDUSTRY. Código de Aceite do Resumo : COF11- 0180 Summary: The coating of metallic surfaces by Phosphates used in the automotive industry is a chemical process from which a thick Phosphate layer between 0.8 g/m² to 2.2 g/m² is crystallized on the metal surface coated already. The Phosphate coating has several purposes, such as: increase the anchoring of ink to the substrate, provide protection against corrosion for the lifetime of the product, act as solid lubricant in the cold-forming processes, etc. Phosphate layer acts as solid lubricant in cold forming (stamping) by reducing the friction forces between the metal surfaces (carbon steel) and stamping tool. This work aims to conduct a comparative study between two materials used in cold forming parts of the same grade automotive stamping, thickness and chemical composition. However, one of them has electro-galvanized coating and other electro-galvanized coating plus an additional layer of Phosphate. Roughness tests were performed, mechanical tests of stamping, traction and microstructural analysis by scanning electron microscope. The performance of two materials was also evaluated in the industrial process of one-piece high severity embossing. The plate with Phosphate layer presented reduction in the number of defects that are generated in the production process, despite other trials do not show significant differences between the two materials. Keywords: fosfatizada 1, Embossing 2, electro-galvanized 3. 6 º C O N G R E S S O B R A S I L E I R O D E E N G E N H A R I A D E F A B R I C A Ç Ã O 1 1 a 1 5 d e A b r i l d e 2 0 1 1 . C a xi a s d o S u l - R S 1 2