Pneumonia adquirida na comunidade Rotina
Natália Silva Bastos Ribas
R1 pediatria/HRAS
Orientador: Dr. Fabrício Monteiro
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 22/1/2010
Conceito
 Quadro infeccioso que acomete o trato respiratório
inferior.
Fatores de risco
 Desnutrição
 Baixo peso ao nascer
 Idade
 Permanência em creche
 Pneumonias prévias
 Baixa imunidade
 Ausência de aleitamento materno
 Variáveis ambientais
 Baixo nível sócio-econômico
 Outros
Etiologia
Idade
Patógeno (ordem de freqüência)
RN < 3 dias
Streptococcus grupo B, Gram negativo (E. Coli),
Listeria sp. (pouco comum)
RN > 3 dias
Staphylococcus aureus, Staphilococcus epidermidis e
Gram negativos.
1 a 3 meses Virus sincicial respiratório, Chlamydia trachomatis,
Ureaplasma urealyticum
Etiologia
Idade
Patógeno
1 mês a 2
anos
Vírus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus
influenza tipo b, H. influenza não tipável, S.
aureus.
2 a 5 anos
Virus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus
influenza tipo b, H. influenza não tipável,
Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia
pneumoniae, S. aureus.
6 a 18 anos
Vírus, S. pneumoniae, M. pneumoniae, C.
pneumoniae, H. influenzae não tipável.
Quadro clínico
 Precedida por um quadro de infecção viral alta
 Taquipnéia fora do período febril
 < 2 meses: FR>60 irpm
 2 a 12 meses: FR> 50 irpm
 1 a 5 anos: FR > 40 irpm
 Desconforto respiratório
 Tiragens
 Batimento de asa de nariz
 Retração de fúrcula
 Uso de musculatura acessória
Quadro clínico
 Bacteriana: tosse produtiva, febre alta, dor abdominal
ou torácica, prostração, hiporexia.
 Viral: início mais gradativo com cefaléia, mal estar,
tosse não produtiva e febre.
Atenção: Pneumonia afebril do lactente: instalação
insidiosa, iniciando com coriza ou obstrução nasal,
seguido por tosse, às vezes com paroxismos de aspecto
coqueluchoide, taquipnéia leve ou moderada e
preservação do estado geral (< 3 meses ).
Indicação de hospitalização
 < 2 meses: internar sempre.
 Sat O2 < 92%, cianose.
 Falha da terapêutica ambulatorial.
 Dificuldade respiratória.
 Apnéia intermitente.
 Impossibilidade de se alimentar.
 Doença grave concomitante.
 Incapacidade da família em tratar o paciente em
domicílio.
 Sinal radiológico de gravidade.
Investigação radiológica
 Rx de torax:
-confirma diagnóstico, avalia
extensão e identifica
complicações,
-baixa acurácia para
identificar etiologia,
-não deve ser feito para
controle de cura.
Investigação laboratorial

Hemograma:
-indicado se o paciente ficar internado.

PCR:
-não é recomendado como rotina.

Hemocultura:
-recomenda se em todos os pacientes internados.
Conduta geral
 O2 inalatório se:
- tiragem subcostal grave,
- taquipnéia,
- gemência,
- cianose central,
- incapacidade de deglutição pela dificuldade
respiratória,
- SatO2< 92%.
 Hidratação venosa no menor volume possível.
 Cabeceira elevada.
 Controle de temperatura, SatO2 e FR.
Tratamento
 Ambulatorial:
- cuidados gerais,
- posologia correta do
antibiótico,
- antitérmicos,
- Alimentação,
- observar sinais de
piora.
Tratamento - domiciliar
Idade
Antibiótico inicial
Falha terapêutica
2m a 5 anos Amoxicilina 50
mg/Kg/dia
Amoxi+clavulanato 50 mg/Kg/dia
ou Cefuroxima 30 mg/Kg/dia VO
12\12h
6 a 18 anos Amoxicilina 50
mg/Kg/dia
Azitromicina 10mg/Kg/dia ou
Amoxi+clavulanato 50 mg/Kg/dia
Tratamento - hospitalar
Idade
Tratamento inicial
<2meses Ampicilina 200mg/Kg/dia IV 6/6h +
gentamicina 7,5mg/Kg/dia
ou
Penicilina cristalina
Falha terapeutica
Cefotaxima 100-200mg/Kg/dia IV
6/6h ou 8/8h ou
Ceftriaxona 100mg/Kg/dia IV 24/24h
1a3
meses
Macrolídeo se pneumonia afebril
3m a 5
anos
Penicilina cristalina 200.000UI
Kg/dia IV 4/4h
Oxacilina na suspeita de S. aureus
Cefuroxima 100-150mg/Kg/dia IV
8/8h ou
Ceftriaxona 100mg/Kg/dia IV 24/24h
6 a 18
anos
Penicilina cristalina
200.000UI/Kg/dia IV 4/4h ou
Macrolídeos
Cefuroxima 100-150mg/Kg/dia IV
8/8h ou
Ceftriaxona 100mg/kg/dia IV 24/24h
Claritromicina 15mg/Kg/dia VO ou IV
Complicações
 Derrame pleural (mais frequente).
 Deve ser investigado quando há falha
terapêutica após 48-72h de
tratamento adequado.
 Toracocentese indicada quando
coleção maior que 10mm no Rx de
torax em Laurell e enviar material
para estudo.
 Drenagem se empiema ou derrame
pleural complicado.
 Pneumatocele
 Abscesso pulmonar
Critérios de alta
 Eupnéico.
 Condições socioeconômicas adequadas.
 Aceitando medicação oral.
 Afebril há 48h.
 SatO2 >92%.
Obrigada.
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Pneumonia na infância - Paulo Roberto Margotto