COLÉGIO PEDRO II – CAMPUS TIJUCA II
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS – COORD.: PROFa. CRISTIANA LIMONGI
1º & 2º TURNOS
3ª SÉRIE / ENSINO MÉDIO REGULAR & INTEGRADO
ANO LETIVO 2015
PROFESSORES: FRED & PEDRO MURTA
TEXTO COMPLEMENTAR 03 / 2015: CÓDIGO GENÉTICO / TRADUÇÃO
PRIMEIRA
BASE
SEGUNDA BASE
U
PHE
PHE
URACILA (U)
LEU
LEU
LEU
LEU
CITOSINA (C)
LEU
LEU
ILE
ILE
ADENINA (A)
ILE
MET / INÍCIO
VAL
VAL
GUANINA (G)
VAL
VAL
C
A
G
SER
SER
SER
SER
PRO
PRO
PRO
PRO
THR
THR
THR
THR
ALA
ALA
ALA
ALA
TYR
TYR
FIM
FIM
HIS
HIS
GLN
GLN
ASN
ASN
LYS
LYS
ASP
ASP
GLU
GLU
CYS
CYS
FIM
TRP
ARG
ARG
ARG
ARG
SER
SER
ARG
ARG
GLY
GLY
GLY
GLY
TERCEIRA
BASE
U
C
A
G
U
C
A
G
U
C
A
G
U
C
A
G
OBS.: O código genético é elaborado a partir das sequências de triplets, trios ou tríades de nucleotídeos
(bases) do RNA mensageiro (RNAm), também denominadas códons.
LEGENDA
PHE: FENILALANINA (2 CÓDONS).
LEU: LEUCINA (6 CÓDONS).
ILE: ISOLEUCINA (3 CÓDONS).
MET: METIONINA (1 CÓDON)
VAL: VALINA (4 CÓDONS).
SER: SERINA (6 CÓDONS).
PRO: PROLINA (4 CÓDONS).
THR: TREONINA (4 CÓDONS).
ALA: ALANINA (4 CÓDONS).
TYR: TIROSINA (2 CÓDONS).
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HIS: HISTIDINA (2 CÓDONS).
GLN: GLUTAMINA (2 CÓDONS).
ASN: ASPARAGINA (2 CÓDONS).
LYS: LISINA (2 CÓDONS).
ASP: ÁCIDO ASPÁRTICO (2 CÓDONS).
GLU: ÁCIDO GLUTÂMICO (2 CÓDONS).
CYS: CISTEÍNA (2 CÓDONS).
TRP: TRIPTOFANO (1 CÓDON).
ARG: ARGININA (6 CÓDONS).
GLY: GLICINA (4 CÓDONS).
FIM: SEM SENTIDO (3 CÓDONS).
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1.
2.
3.
4.
5.
6.
OBSERVAÇÕES:
O número de códons diferentes existentes (64) sustenta a tese de que o código é estabelecido a partir de
3
tríades de bases (4 bases combinadas 3 a 3 [4 = 64]).
O código genético é dito degenerado (ou repetitivo), uma vez que há aminoácidos que são codificados
por mais do que um códon diferente (a recíproca não é verdadeira, isto é, dois aminoácidos diferentes
não podem ser codificados pelo mesmo códon) e universal, uma vez que ele é válido para todos os
seres vivos, ou seja, estes códons codificam os mesmos aminoácidos em qualquer organismo vivo. Há
exceções apenas para o código observado no RNA de mitocôndrias, cloroplastos e algumas espécies
unicelulares (tabela 1).
O códon AUG codifica, além do aminoácido metionina, o início da síntese proteica pela tradução do
código contido no RNAm.
Os códons UAA, UAG e UGA são ditos sem sentido (“stop”, nonsense ou “parada”) ou
terminalizadores porque não codificam aminoácidos, mas, ao contrário, determinam a parada da
tradução do RNAm, uma vez que não existem, nos RNAt, anticódons específicos para eles.
Os genes de organismos eucarióticos são denominados monocistrônicos, pois codificam um único
peptídeo, haja vista possuírem um único ponto de início de transcrição e tradução no RNAm
correspondente (AUG). Já os organismos procarióticos têm genes policistrônicos. O cístron é uma
sequência de nucleotídeos que codifica um único polipeptídio, isto é, o DNA procariótico possui vários
pontos de início de transcrição e tradução contínuos, a partir dos quais podem ser produzidos diversos
peptídeos diferentes entre eles (figura 1). A figura 2 ilustra a ação conjunta dos três tipos de RNA no
processo de tradução (síntese proteica), tanto em eucariotos quanto em procariotos.
Nos procariotos, o início da tradução depende do reconhecimento de uma sequência sinalizadora anterior
ao primeiro AUG, denominada sequência de Shine-Dalgarno, inexistente nos eucariotos. Contudo,
nestes há uma série de fatores de iniciação relacionados à tradução. Cerca de 90% de todos os
transcritos de RNA têm sua tradução iniciada pelo reconhecimento do primeiro AUG, ligado a um resíduo
especial, chamado “cap”.
Figura 1. Tradução de RNAs de procariotos e eucariotos (5’: início da leitura; 3’: final da leitura).
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Figura 2. Ação conjunta dos três tipos de RNA no processo de síntese proteica.
Fontes (parciais):
http://pt.scribd.com/doc/6574458/aula5
http://www.virtual.epm.br/cursos/biomol/tradu/html/iniceu.htm
Tabela 1. Desvios conhecidos do sistema do código genético universal.
CÓDON
CÓDIGO
UNIVERSAL
CÓDIGO NÃO
USUAL
UGA
stop
TRP
CUG
UAA
UAG
UGA
LEU
THR
stop
GLN
stop
CYS
OCORRÊNCIA
Mycoplasma sp. Spiroplasma sp.
Mitocôndrias de diversas espécies
Mitocôndria de leveduras (Candida sp.)
Acetabularia sp., Tetrahymena sp.
Paramaecium spp.
Euplotes sp.
Fonte: Osawa et al. (1992). “Recent evidence for evolution of the genetic code”. Microbiology Review 56: 229-264.
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O RNA E SEUS TIPOS
O RNA é o Ácido Ribonucleico, formado por uma sequência linear e fita-simples de nucleotídeos que
carrega informação genética de alguns vírus e em outros organismos é transcrito a partir do DNA para dar
origem às proteínas, entre outras funções. Possui três tipos principais: o RNA transportador (RNAt), RNA
mensageiro (RNAm) e RNA ribossômico (RNAr), além de algumas variantes mais específicas:
1.
RNA MENSAGEIRO (RNAm): Transcrito a partir do DNA, contém a sequência de nucleotídeos (códon)
que corresponde aos aminoácidos que irão dar origem a sua proteína correspondente.
2.
RNA TRANSPORTADOR (RNAt): RNA que possui a sequência anticódon e carrega o seu aminoácido
correspondente, ele reconhece o códon no RNAm e promove a tradução de proteínas.
3.
RNA RIBOSSOMAL (RNAr): Molécula de RNA associada a algumas proteínas específicas para formar
os ribossomos.
Destas três variedades, percebe-se que: (1) o RNAr e o RNAt são de “vida longa”, podendo ser
reutilizados pela célula por longos períodos de tempo; (2) o RNAm possui vida “curta” – pode ser traduzido
algumas vezes, o que resultará na síntese de algumas cópias do polipeptídio de interesse, sendo
posteriormente degradado. Esta característica garante economia de energia para a célula, prevenindo a síntese
excessiva (e desnecessária) de material celular (que promoveria alteração na relação superfície/volume) e
gasto desnecessário de energia. Se a célula necessitar de mais cópias deste polipeptídio, um novo RNAm
codificante deverá ser transcrito a partir do gene de interesse (DNA).
4.
RNA POLICISTRÔNICO: Exclusivo de procariotos. RNA mensageiro que promove a síntese de mais de
uma proteína, pois possui vários pontos diferentes de origem de tradução.
5.
RNA ANTISENSE: RNA capaz de inibir a tradução de proteínas ao formar um duplex com o RNAm.
6.
RNA GUIA: Molécula de RNA que (...) edita o RNA mensageiro ao acrescentar bases nitrogenadas por
complementaridade.
7.
RNA INTERFERENTE (RNAi): Molécula de RNA que promove silenciamento gênico ao degradar os RNA
mensageiros recém formados.
8.
RNA NUCLEAR HETEROGÊNEO (RNAhn): Molécula precursora de RNA presente no núcleo que irá
tornar-se um RNA mensageiro maduro após sofrer algum tipo de processamento.
RNA POLIMERASE: Enzima cuja principal atividade é catalisar a transcrição de RNA a partir do DNA.
9.
10. RNA TRANSPORTADOR SUPRESSOR: RNA que possui anticódons que sofreram mutação e lê novos
códons.
Fonte (editada): http://www.bioinfo.ufpb.br/glossario/results.psp?letra=r
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OS POLIRRIBOSSOMOS (POLISSOMOS)
Garantem a produção de várias cópias de um dado polipeptídio de interesse, em pouco tempo, tornando
desnecessário que o RNAm possua longa duração ou tenha que ser transcrito repetidas vezes dentro de um
mesmo ciclo celular.
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