REVOLTAS TENENTISTAS: TRABALHO COM FONTES E DISCUSSÃO
BIBLIOGRÁFICA
Caroline Tecchio(BIC-UNICENTRO)
Orientador: Edgar Ávila Gandra
[email protected]
Palavras-chave: Tenentismo, História.
Resumo:
O presente trabalho trata de uma discussão bibliográfica sobre as Revoltas
Tenentistas. O movimento teve início na década de 1920 e de acordo com
estudiosos do período marcava o descontentamento com a política governamental
vigente. Esse tema é objeto de estudo de um artigo em fase de desenvolvimento
cuja problemática consiste em observar as particularidades do conflito ocorrido em
1925 no vilarejo de Formigas localizado no oeste paranaense.
Introdução:
Este estudo versa sobre as Revoltas Tenentistas, movimento grande repercussão
na política nacional da década de 20. Um dos acontecimentos da época foi a
rebelião na cidade de São Paulo em 1924 que, após ser reprimido, viu-se obrigado a
deixar a cidade na tentativa de continuar com a organização. A Coluna Paulista
chega ao Paraná ainda naquele ano, sempre perseguida por governistas, e é
cercada no oeste do Estado. A principal fonte para esta pesquisa é um caderno de
anotações de um soldado legalista que narra a saída da tropa a qual pertencia de
Alegrete – RGS em setembro de 1924 até o cerco a Catanduvas em abril de 1925.
Outra fonte a que se fez recorrência é o livro “O Ciclo de Vargas: a grande marcha”
de Hélio Silva. Essa escolha se justifica porque os dois documentos trazem a
descrição do conflito ocorrido em Formigas segundo o ponto de vista de um
soldado legalista, do primeiro documento, e de um soldado revolucionário, cujo
fragmento encontra-se na obra de Hélio Silva. Tendo em vista uma melhor
compreensão do tema, será apresentada a crítica da fonte e a discussão
bibliográfica.
Materiais e Métodos:
A metodologia utilizada neste trabalho é de leitura e sistematização das fontes e
também de leituras teóricas que oferecem subsídios para a realização da pesquisa.
A fonte primária é o caderno de anotações do soldado Ernesto Baptista Tecchio e a
fonte secundária é o livro “A Grande Marcha” de Hélio Silva que traz um fragmento
do diário de um soldado revolucionário. Tendo em vista uma melhor compreensão
as fontes são trabalhadas de forma crítica, observando-se onde foram produzidas e
para qual público destinava-se o discurso encontrado.
Resultados e Discussão:
Por meio dessa pesquisa foi possível perceber a diferença entre a memória
registrada por um soldado legalista e a registrada por um revolucionário. Temos o
mesmo evento, com uma seqüência aproximada dos acontecimentos, no entanto o
“lugar social” de cada um é diferente, apesar de ambos serem soldados, e isso fica
claro nos discursos apresentados. Um ponto a ser discutido é quanto à
representatividade desses dois indivíduos, visto que não é nossa intenção
reconstruir uma visão geral da tropa legalista.
Conclusões:
O trabalho desenvolvido consiste no mapeamento das fontes, reflexões a cerca da
construção do referencial teórico, discussão bibliográfica e crítica interna da fonte.
Portanto, é possível afirmar que essa pesquisa situa-se no campo da história
política e oferece subsídios para estudar aspectos do cotidiano da guerra. Nota-se
que as fontes são pertinentes à problemática proposta e que é possível estabelecer
a relação do conflito com o contexto da história nacional.
Referências:
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FORJAZ, Maria Cecília Spina. Tenentismo e política. Rio de Janeiro. Paz e Terra:
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Janeiro: Editora FGV, 2003.
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TRABALHO COM FONTES E DISCUSSÃO BIBLIOGRÁFICA