USINA HIDRELÉTRICA DE SANTO ANTÔNIO SANTO ANTÔNIO GERA ENERGIA, SONHOS E MUDANÇAS SOCIAIS PARA VÁRIAS GERAÇÕES NOS RINCÕES DA AMAZÔNIA, A CONSTRUÇÃO DE USINA DE SANTO ANTÔNIO ALIA TECNOLOGIA COM LEGADO SOCIAL, AO QUALIFICAR 37 MIL PESSOAS E GERAR MAIS DE 10 MIL EMPREGOS PARA OS MORADORES DA REGIÃO Mariuza Rodrigues 30 / Grandes Construções Fotos: B. Delano e José Lins, do CCSA Usina está com mais de 50% dos serviços concluídos São cerca de quatro horas de viagem, com sorte, para ir de São Paulo a Porto Velho, em Rondônia, onde está sendo construída a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, que faz parte do complexo do Rio Madeira. O voo geralmente faz escala em Cuiabá ou Brasília. Mas para a surpresa de muitos, eles saem lotados. A região vive um surto de crescimento e desenvolvimento por abrigar três das grandes obras de infraestrutura em execução hoje no País: a construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio e da Usina Hidrelétrica de Jirau, ambas ao longo do Rio Madeira, e a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A obra de Santo Antônio, há 8 km do centro da Porto Velho, é hoje um dos principais polos turísticos da cidade, mesmo que não seja tratado de tal forma. De um lado, o imperdível passeio de balsa pelo Rio Madeira ao longo do pôr do sol. De outro, um monumento é erguido pelas mãos de um exército de 20 mil homens e mulheres sob calor de mais de 40 graus à sombra. Com mais de 50% da obra concluída, Santo Antônio é a primeira das grandes usinas hidrelétricas em construção no País, em novo ciclo de investimentos em energia, depois de mais de 30 anos de redução dramática do ritmo de obras com este perfil. Com previsão de 3.150 megawatts (MW), que pode ser ampliada, a usina não será a maior do complexo amazônico. Esse papel cabe a Belo Monte. No entanto, ela tem se destacado por uma série de elementos, até aqui, inéditos. A transparência e a visibilidade é uma delas. Porém, não a mais impor- tante. A alta tecnologia está presente por meio de equipamentos de grande porte, sistemas construtivos industrializados, aplicativos operacionais que facilitem ao máximo o gerenciamento dos operários que tocam o empreendimento. Tudo isso explica a incrível antecipação da obra em pelo menos um ano, com início da geração marcada para dezembro, cinco meses antes do que o prometido pelo consórcio construtor ao seu cliente. Mas o que mais chama a atenção da repórter é que Santo Antônio não foi palco de revolta de operários semelhantes às que ocorreram nas obras de Jirau, por exemplo, e que impõe reflexões sobre aquele que será o maior desafio da engenharia brasileira da atualidade, a construção de Belo Monte. Apesar da integração, Porto Velho Setembro 2011 / 31 USINA HIDRELÉTRICA DE SANTO ANTÔNIO ! O mestre Onofre (à esquerda) e Cardilli (à direita) acompanhados dos estudantes do Acreditar Jr: programa deixará legado de qualificação profissional ainda é uma cidade acanhada, que só agora começa a acordar para o surto de crescimento proporcionado pelo aquecimento da economia local, inclusive com novos investimentos imobiliários de porte. O taxista que me leva ao aeroporto reclama que, apesar dessas obras estarem previstas há muito tempo, os governantes locais não prepararam a cidade para aproveitar o boom de investimentos. Faltam hotéis de boa capacidade, só existe um shopping center, o único lazer da região são os banhos de rio, o principal parque da cidade está fechado, e a infraestrutura viária é caótica – sem contar com o esqueleto abandonado de um viaduto bem no centro da cidade. Mas o pior, reclama o motorista, “é que depois que a obra acabar, a cidade fica com o problema”. Eu já tinha ouvido isso antes. Novo ciclo de desenvolvimento Localizado na parte oeste da Região Norte do Brasil, entre o estado da Amazônia e do Mato Grosso, Rondônia é o Eldorado do passado. A região sempre foi encarada como fronteira de conquista por novos colonizadores. Primeiro, foi palco de um dos maiores épicos mundiais: a construção da ferrovia MadeiraMamoré em plena selva amazônica, visando a extração da borracha. Sem planejamento e política de desenvolvimento, esse ciclo caiu em declínio deixando atrás de si um rastro de pobreza. A cada " Feito inédito do Programa Acreditar: mais de 30 mil adultos receberam treinamento em áreas do setor da construção 32 / Grandes Construções novo ciclo econômico (madeira, garimpo) novos forasteiros chegavam atrás de enriquecimento rápido, deixando uma legião de viúvas, como são chamadas as mulheres que viviam, tinham filhos e depois eram abandonadas por esses homens. Esse é o trauma de Rondônia e o medo do taxista. Hoje, a região ensaia um novo ciclo de crescimento mais sustentável, com base na produção da soja, atraindo produtores que vieram da região sul. Mas a população quer mais, como disse o motorista do táxi. Quer projetos de médio e longo prazo, que gerem emprego e riqueza para a região. Essas mesmas conversas foram ouvidas e chamaram a atenção de Antônio Aparecido Cardilli, o gerente administrativo e financeiro do Consórcio Santo Antônio Civil. Ele foi um dos primeiros integrantes da construtora Odebrecht que chegou à Rondônia ainda nos idos de 2000, durante o processo de estudo e viabilidade do projeto, com a missão de preparar o caminho para aquela que seria de longe uma grande empreitada, afinal a primeira usina na região da floresta amazônica. Sua função era administrativa: montar o canteiro para receber o exército de operários que deveriam vir de outros estados, uma vez que a região não dispunha de mão de obra qualificada para enfrentar esse desafio. A questão operacional e a logística era o vértice central do seu trabalho. Diante do novo cenário democrático brasileiro, a execução da usina, diferente do que ocorria no passado, contou pela primeira vez na história com o diálogo aberto com a população, através de audiências públicas com as comunidades atingidas. E a conversa ouvida por Cardilli era sempre a mesma, “vocês vêm, constroem, vão embora, e depois fica o problema com a gente”. Palco de eventos que geraram grande degradação, a questão ambiental não parecia ser o que mais incomodava àquela população, mas sim o desemprego, o abandono. Cardilli percebeu que, mais do que uma reclamação, aquela era uma dor que acompanhava aquelas pessoas. Ele refez pesquisas e contas. A obra iria precisar em torno de 20 mil pessoas, entre engenheiros e profissionais como pedreiros, carpinteiros, armadores, soldadores. Em número quantitativo, a região de Porto Velho tinha uma estimativa de mais de 30 mil desempregados, e parte disso caracterizado por analfabetos funcionais ou semianalfabetos. Ora, por que trazer pessoas de fora, o que exigiria manter USINA HIDRELÉTRICA DE SANTO ANTÔNIO uma infraestrutura de canteiros considerável, se havia na região gente desempregada que poderia fazer esse trabalho? Essa questão bateu forte em sua cabeça. E a resposta era óbvia: porque essas pessoas não tinham qualificação e condições para receber um treinamento técnico. Ora, então porque não oferecer a eles esse treinamento? Começou a nascer aí a ideia de um programa de qualificação que tivesse como meta superar essas dificuldades e resgatar para o mercado formal essa mão de obra, até então excluída. Se isso fosse possível, o mais difícil, o emprego, praticamente estaria garantido na construção da Usina Santo Antônio. Mas o problema esbarrava na falta de condições educacionais para isso. Como superar o imenso abismo que separava aquelas pessoas do emprego? Diferente do passado, hoje, até uma atividade como pedreiro exige condições prévias de qualificação. A construtora Odebrecht, evidentemente, detém expertise no desenvolvimento de programas de treinamento e qualificação de operários em seus canteiros de obras. Mas o desafio que estava sendo proposto ali era de outra ordem de valores: primeiro, pelo número de operários que deveriam ser treinados (em torno de 20 mil pessoas capazes de atender ao empreendimento); segundo, pela abrangência social de uma ação desse porte, numa comunidade traumatizada por uma história de carência e abandono; e terceiro, pela necessidade de garantir a qualidade dessa mão de obra que seria aproveitada na usina. Como fazer? Cardilli estava diante de um desafio. O que ele não conta para a repórter é que um sonho já vinha de longe maturando em sua cabeça, desde os tempos em que começou a militar nas trincheiras da engenharia. “Naquela época, a gente já conversava bastante sobre um programa que pudesse inserir essa mão de obra, tecnicamente excluída. Num país carente de profissionais, como desprezar um número tão grande de pessoas? Isso era um luxo que não podíamos nos dar. Eram ideias, um sonho que soava absurdo para muitos colegas”. “Mas já era a semente desse programa que ele conseguiu colocar em 34 / Grandes Construções prática. É emocionante ver que esse sonho se realizou”, disse Wilson de Mello Jr, diretor do Instituto Opus, da Sobratema, colega de Cardilli no início da carreira na construtora Odebrecht. Entre o sonho e a realidade Desafiado, Cardilli rascunhou no guardanapo o nome do programa: “Acreditar” – “se eu não acreditasse ninguém mais acreditaria” – e convenceu a construtora sobre os benefícios que o programa desse porte traria para o empreendimento. “Não se trata de fazer caridade. É um programa que tem custos, objetivos, desempenho, prazos”, esclarece , “mas que também atinge um amplo espectro social”. Entre o ano de 2000, início dos estudos da usina, e o efetivo início das obras, no ano de 2008, ele teve o tempo necessário para estruturar o projeto, e um orçamento que chegou a R$ 21milhões, dos quais R$ 19 milhões foram investidos até hoje. Mas no âmbito educacional, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), principal referência de qualificação no País, não tinha expertise em atividades voltadas para o setor de construção. O jeito foi criar um modelo de treinamen- to, buscando consultores no mercado, e tendo como base o próprio sistema de treinamento e qualificação adotado dentro da construtora Odebrecht, que mescla uma carta de princípios com ênfase na prática, no treinamento e na atenção à realidade local, denominada Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO). Mas para quem estava lá no campo, como Cardilli, era preciso, antes de tudo, conquistar a confiança da população, cansada de promessas não cumpridas. Para isso, o engenheiro e sua equipe se despiram de qualquer tipo de preconceito para conseguir arregimentar 20 mil pessoas, como se pensava inicialmente. A diretriz principal era não restringir nenhum interessado, a não ser pela condição da maioridade e a capacidade de ler e escrever. Mesmo assim, quem voltasse para a escola podia ter condições de entrar no programa. Foram feitas parcerias com governos, para aproveitar a estrutura de programas governamentais já existentes, como a Educação para Jovens e Adultos (EJA). Mas ainda assim, o programa esbarrava na desconfiança da população. O jeito foi iniciar uma maratona atrás desses traba- Na foto acima, o refeitório, e abaixo, operários em treinamento antes de chegarem à obra NOVOS DESAFIOS, NOVAS POSSIBILIDADES A Sotreq, guiada por sua visão de futuro, sabe que é necessário integrar SOTREQ, eleita pela Revista Exame Melhores e Maiores a esforços para o desenvolvimento sustentável. Acredita também que as relações humanas são fundamentais para garantir a excelência e o crescimento contínuo. Nosso compromisso pela busca de soluções inovadoras para os clientes e mercados que atuamos, une o talento de nossa equipe às mais modernas tecnologias disponíveis. Interativa 0800 022 0080 www.sotreq.com.br @sotreqcat melhor empresa do setor de varejo de 2011. USINA HIDRELÉTRICA DE SANTO ANTÔNIO " Treinamento contemplou do manuseio dos andaimes à fabricação de pãezinhos lhadores. “Começamos a visitar escolas, igrejas, centros comunitários para difundir o programa. Eu brincava que, se num bar tivesse cinco pessoas, a gente tinha que parar lá e chamar as pessoas para se inscrever. As mulheres pensavam que só tinha vagas para elas na cozinha ou na faxina. Mas quando começamos a chamálas para outras atividades, uma foi avisando a outra, e elas começaram a vir atrás do programa. Não privilegiamos ninguém. Ninguém passava na frente de ninguém. Foi então que a população percebeu que era um programa sério. E começamos a ter resultado”, lembra Cardilli. Antes de entrar no curso, os recrutados eram estimulados a retornar à escola, passavam por avaliações médicas e recebiam orientação para solucionar questões ligadas à documentação ou mesmo à saúde. “Sabe aquele ditado que diz, “não dê um peixe, dê uma vara e ensina a pescar”? Eu não concordo com ele, pois nada adianta dar a vara se a pessoa não tiver forças para segurá-la. Às vezes, é preciso dar algumas condições básicas para que a pessoa possa reencontrar um equilíbrio e desenvolver sua capacidade profissional e pessoal. Acho que esse é o principal mérito do programa Acreditar. Por isso tem esse nome. É preciso acreditar na capacidade de recuperação e resgate das pessoas”, diz o engenheiro. Para dar forma ao programa, foram desenvolvidas apostilas que respeitavam a linguagem local. O enfoque inicial não era técnico, mas de segurança, higiene e prevenção de acidente no canteiro de obras. Só depois, os estudantes eram introduzidos as suas respectivas áreas de interesse. A perspectiva empresarial fez a diferença para o desempenho do programa. Os 36 / Grandes Construções alunos recebiam todo um pacote de benefícios para estudar, como uniforme, refeição e transporte. As aulas aconteciam dentro das dependências da Uniron, universidade privada local, em salas de aulas climatizadas. Um galpão foi construído para abrigar as oficinas práticas, com aulas em parceria com o Senai e o emprego de simuladores para o treinamento de operadores de equipamentos. “Dê o máximo e receberá o máximo. Procuramos demonstrar nossa confiança e respeito por essas pessoas e o nosso compromisso com o objetivo do programa, que não era somente gerar um emprego, mas permitir uma evolução profissional de cada um. Nem todos poderiam ser aproveitados na obra. Mas com esse treinamento eles poderiam ter oportunidades em outros projetos, ou empresas. Foram mais de 67 mil inscritos nos cursos, 37 mil qualificados, 26 mil pessoas empregadas, das quais 11 mil foram direcionadas para usina. De um total de R$ 21 milhões pagos em salários, 80% fica aqui, na região. Isso representa um ganho imenso para a economia local. Hoje, Rondônia começa a exportar mão de obra. Pessoas que vão trabalhar fora e reenviar o dinheiro para o estado. É uma mudança radical na perspectiva histórica dessa região”, diz Cardilli. Com mais de 50% das obras realizadas em Santo Antônio, o Acreditar entra em uma nova fase. Cardilli acredita que o aprendizado poderá servir a outros projetos e empresas, como já acontece em outros canteiros de obra da Odebrecht, dentro e fora do Brasil. Em Porto Velho, o programa foi estendido aos jovens, por meio do Acreditar Jr, que inclui diversos filhos de trabalhadores da usina. Mais de 600 jovens, entre 14 e 17 anos, fazem cursos do Senai contando com bolsa de estudo. São jovens que driblam a vida difícil para construir uma nova história. Nas dependências do Senai, os jovens acenam para o engenheiro. Às vezes o abraçam, batem palmas. Nas salas, operam computadores, motores de veículos, de motos, e até de caminhões. Conversam com os monitores, brincam, prestam atenção. Pergunto ao professor Onofre Guedes de Moura o que o grupo está fazendo sozinho diante de um motor. “Eu já expliquei o que fazer e como fazer. Agora é preciso que façam sozinhos pois só assim vão aprender”, diz o mestre prático. “Noutra sala, a monitora da biblioteca Evanie dos Reis se emociona ao atender uma aluna que já passou pelo curso.” “A gente vê a evolução deles, como conseguem crescer, se desenvolver e melhorar. Isso não tem preço. É uma grande emoção”. Pergunto o que sonham para o futuro, e muitos dizem que querem ser engenheiros, médicos, professores, mecânicos, ou arranjar um emprego para melhorar a vida. A psicóloga Cássia dos Reis Vittorino explica que, às vezes, é preciso buscar nas famílias as causas de algumas dificuldades, pois os alunos costumam esconder seus problemas. “Mas sempre é possível resolver o problema de alguma forma.” Sob a batuta de Cardilli, o grupo de monitores não aceita perder nenhum desses jovens estudantes. “Eles são como diamantes. Cada um é valor que não tem preço, é uma conquista, uma vitória, por causa das dificuldades que enfrentam na vida. É uma nova geração de pessoas que está sendo formada e que vai mudar a história futura de Rondônia”, diz o engenheiro com cara de mestre. MÁQUINAS & TECNOLOGIA As varredeiras RCM, fabricadas na Itália, representadas com exclusividade no Brasil pela economia de pessoal, de encargos e custos trabalhistas, de água, de energia, e principalmente, permitem a adequação da sua empresa às normas de qualidade e ambientais vigentes. Temos uma linha completa de equipamentos, para todos os tipos de ambiente. www.viv ast r i.co m.b r Campinas (19) 3262-0111 Curitiba (41) 3233-9739 São Paulo (11) 5096-0839 SHOW ROOM: Paulínia-SP (19) 3933-3798 e-mail: [email protected] USINA HIDRELÉTRICA DE SANTO ANTÔNIO Equipamentos e planejamento garantem o ritmo das obras OBRAS ADIANTADAS EM UM ANO A usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, já conta com a licença ambiental de operação (LO) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar a geração de energia. O enchimento do reservatório começou em setembro e deverá ocorrer em três etapas, assegurando a qualidade da água em níveis adequados para uso múltiplo e manutenção da fauna. A última fase do enchimento deverá se encerrar quando o nível da água atingir a cota de 70,5 metros, no final de novembro. Com isso, a UHE Santo Antônio estará apta a iniciar a geração de energia, prevista para dezembro deste ano. O prazo de 15 de dezembro antecipa em um ano a data prevista no edital do leilão. O consórcio construtor tinha prometido sete meses de antecedência como ganho estratégico para o cliente. Para isso, foi feito um planejamento com uma visão sobre a questão social e ambiental, logística e de suprimento de materiais. Com capacidade instalada de 3.150 megawatts (MW), a usina é operada pela empresa Santo Antônio Energia, da qual a Cemig e Furnas, do grupo Eletrobras, têm participação, além de outras companhias. 38 / Grandes Construções O engenheiro Leonardo Borgatti, diretor de contrato do Consórcio Santo Antônio Civil, é filho de Bruno Borgatti, que foi diretor de construção de Itaipu, pela Unicon. Leonardo já atuou em diversas obras no Brasil e até na China. E por isso acredita que está reescrevendo o capítulo da história das barragens do Brasil. “Essa é uma obra totalmente diferente das barragens anteriores construídas no Brasil, por sua complexidade, tecnologias e toda a gestão de pessoal que foi implantada”. Do ponto de vista do projeto, o empreendimento tira proveito de um braço do rio Madeira, onde localizava-se a Ilha do Presídio. Após o fechamento desse braço de rio, foi iniciada a implantação do Grupo de Geração 1, na margem direita, que deverá entrar em operação em dezembro. Esse é o primeiro dos quatro Grupos de Geração que compõem o empreendimento. Borgatti explica que o desvio do rio pela estrutura do Vertedouro Principal é o que permite o início dos trabalhos em seu leito, possibilitando a construção da ensecadeira/barragem, dando início ao enchimento do reservatório. “O layout do empreendimento foi desenvolvido para tirar o melhor proveito SANTO ANTÔNIO EM NÚMEROS Casa de força Grupo 1: 8 unidades Casa de força Grupo 2: 12 unidades Casa de força Grupo 3: 12 unidades Casa de força Grupo 4: 12 unidades (com possibilidade para ser ampliada para 18 unidades) Vertedouro: 21 m de largura, por 24 m de altura Vertedouro principal: vazão 70 mil m²/s Vertedouro complementar: vazão 14 mil m²/s das características do rio e da tecnologia disponível em turbinas hidráulicas”, diz o engenheiro. Com isso, o projeto reduziu consideravelmente a área a ser alagada – uma das principais reivindicações ambientais dos novos projetos de hidrelétricas. “A turbina Bulbo trouxe uma grande evolução tecnológica por ser extremamente adequada a esse tipo de rio”, diz Borgatti. Esse tipo de turbina leva uma grande vantagem por tirar proveito da vazão do rio e não da queda d´água, não havendo formação de um grande reservatório. “Vai ser alagada uma área de 271 km2, o que representa somente 100 km2 a mais do que a calha do rio na época de cheia. Num projeto de usina que precisa de uma queda d´água muito grande, se esse desnível não existir, ele precisa ser Lokotrack LT1213 impactor plant Não se contente com menos Quando o assunto é britagem, os nossos clientes podem contar com alta qualidade, produtividade e suporte ao produto, além de nossas amplas soluções em serviços. 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A três meses do início da geração do Grupo 1, as obras se concentram na concretagem das ogivas no vertedouro, assim como na finalização da ensecadeira/barragem no leito do rio, e na conclusão da Casa de Força do Grupo 1. No total, são cinco principais frentes de trabalho, sendo quatro casas de força e um vertedouro principal. A concretagem das ogivas no vertedouro permitirá o enchimento do reservatório. “As ogivas ou soleiras são aquelas estruturas que fazem a dissipação da energia da água que passa pelo Vertedouro. Elas não são construídas antes do desvio para que o fechamento do rio seja executado de maneira mais fácil”, explica Borgatti. A casa de força do Grupo 2 está com as obras civis em andamento, e em fase de início da montagem eletromecânica. As virolas dos tubos de sucção estão todas montadas, e foi iniciada a descida das partes da turbina da unidade 9, a primeira desse grupo. O Grupo 3 está em fase inicial, com o término da escavação em rocha e início da concretagem das primeiras etapas de fundação. As obras do Grupo 4 ainda não foram começadas, pois esta será a última casa de força a ser construída. Nessa área, no entanto, teve início a construção da ensecadeira/ barragem que permitirá o acesso a essa região do leito do rio. O que justifica esse cronograma antecipado, explica Borgatti, foi um planejamento bastante arrojado, e a aplicação de sistemas mecanizados e industrializados, que garantissem ganho de tempo e escala. Por exemplo, priorizou-se o uso de elementos pré-moldados em diversos " Operações de risco elevado 40 / Grandes Construções pontos da obra, como nas vigas-munhão (vigas de apoio dos braços das comportas) e nos tubos de sucção. “Nós fizemos uso intensivo de pré-moldados na casa de força e no próprio vertedouro. Ao mesmo tempo, as formas deslizantes deram grande velocidade de concretagem à obra, pelo fato de permitir a execução ininterrupta das estruturas”, explica o engenheiro. Para que sejam utilizadas as formas deslizantes, foram empregadas pré-armações em grande número, o que agilizou o processo. “Utilizamos as pré-armações em larga escala. Essas armaduras de aço, que constituem o concreto armado, não eram montadas no local, barra a barra, como é comum, mas eram montadas no chão, em condições mais favoráveis e que propiciava maior velocidade. Posteriormente os painéis eram içados já prontos para suas posições definitivas. É como se fosse um pré-moldado, mas em barras de aço. Não se trata de novidade, mas de racionalidade”, diz o engenheiro. Essa combinação entre pré-moldado e pré-armado foi uti- lizada na construção das Casas de Força e do Vertedouro. “Para ter idéia, essa agilidade permitiu que os pilares do vertedouro – estruturas de cerca de 40 m – fossem concretados em uma única etapa. Para atingir essa data de entrada de operação, o planejamento buscou a antecipação de quase todos os marcos da obra. Os únicos que não foram alterados, pois dependem da hidrologia do rio, foram a conclusão do vertedouro e o desvio do rio, realizados exatamente no período previsto. Foi estudado um longo período estatístico para determinar, em cada mês, os períodos propícios aos trabalhos no leito do rio. “É o que se chama de estudo de praticabilidade. Por exemplo, na época de chuva muito intensa, de dezembro a abril, a escavação de solos e a construção de aterros são atividades que têm uma praticabilidade muito pequena, com poucos dias para se executar esses serviços. Então, aproveitou-se para executar a escavação de rocha, atividade que não é afetada pela chuva, assim como o lançamento do USINA HIDRELÉTRICA DE SANTO ANTÔNIO concreto. Nos períodos do ano de menor pluviosidade procuramos realizar maciçamente as atividades que envolvam o solo, tanto escavação como aterros, assim como o desvio do rio. O fechamento do rio começou em 5 de julho, com a presença da presidente Dilma Roussef, e foi concluído em 19 do mesmo mês”, diz o engenheiro. Fora essas etapas, todos os marcos foram antecipados. O ensaio de modelo reduzido foi realizado com quatro meses de antecedência em relação ao previsto. O início do concreto do vertedouro também foi antecipado em quatro meses. O início do concreto da casa de força foi antecipado em sete meses. O início da montagem do tubo de sucção estava previsto para o mês de maio de 2010, tendo sido realizado no mês de novembro de 2009. Hoje, a implantação do empreendimento tem um avanço físico de 54%, sendo que as obras civis já atingiram 60%. Em percentuais de avanço dos serviços isso representa: 81% da escavação comum; 80% da escavação em rocha; 60% dos aterros; 11% da dragagem; e lançamento de 50% do concreto – de um volume de 3.082.000 m3 de concreto, 1.500.000 já foram lançados. Em grande escala Para Leonardo Borgatti, as dificuldades técnicas se concentraram, principalmente, na execução do vertedouro. “Nós executamos esse vertedouro, obras civis e montagem, em 15 meses. Foi um prazo recorde para a construção de uma estrutura desse porte, de 15 vãos, com comportas de 21 m de largura por 24 m de altura. Cada pilar, que chegava a 40 m de altura, foi concretado de uma vez só, empregando formas deslizantes que operavam desde a fundação até a crista da estrutura. Outro trecho complexo da obra ficou por conta da casa de força, por se tratar de um segmento que possui interfaces muito grandes entre fornecedores, montadores e a construção civil. “É uma obra que tem muitos detalhes. Construtivamente, também é mais elaborada, por ser uma estrutura com muitas lajes e pilares. É uma estrutura mais sofisticada para ser construída, com muitos serviços intercalados de obras civis e montagem. Mesmo assim, procuramos industrializar o processo o máximo possível: formas deslizantes nos pilares, as mesas voadoras para 42 / Grandes Construções as lajes e escoramento, de maneira que pudéssemos aproveitar os escoramentos nas etapas seguintes, sem que tivéssemos que ficar montando e desmontando novamente. Guindastes e gruas foram utilizadas intensamente na construção da Casa de Força, assim como o concreto bombeado, permitindo mais agilidade”, explica. A obra emprega um número de equipamento considerável: são 44 tratores, 65 escavadeiras, 229 caminhões, 15 gruas, cinco centrais de concreto, e três centrais de britagem. Uma preocupação importante tem sido com a segurança do trabalho, daí um dos enfoques da obra com respeito ao treinamento dos operadores. “A segurança é uma preocupação constante, pois temos de garantir a saúde e integridade do nosso colaborador. São feitos Treinamentos Diários de Segurança (TDS), de maneira a minimizar os riscos. Infelizmente, mesmo assim, elas podem acontecer, pois essa obra é considerada risco de nível 4, que é a mais elevada da construção civil”, diz Borgatti. Além de um ambulatório e equipe médica que permanece no local, são desenvolvidas campanhas de conscientização e prevenção de acidentes, assim como o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), entre outras medidas de higiene e segurança. Uma das campanhas mais importantes é com respeito à prevenção de queda em altura, que inclui como atividade de treinamento até mesmo um campeonato de montagem de andaimes, com enfoque na segurança. Borgatti informa que a empresa adota como rotina o dimensionamento e elaboração de memória de cálculo para cada um dos andaimes, com sua Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) junto ao CREA-RO. “Na medida em que o andaime conta com um projeto de cálculo, a sua execução segue um padrão técnico com respeito ao uso de materiais e normas de segurança. É um item a mais de segurança ao trabalhador”, diz o engenheiro. Ele destaca que essas ações fazem parte de uma visão global de gestão de canteiros e de recursos humanos, tendo como objetivo a segurança e o maior conforto dos operários. Faz também parte disso o cuidado com a alimentação dos operários – no caso mais de 20 mil. Nesse sentido, empresa optou pela construção e manutenção de um refeitório próprio, mantida por 290 funcionários, justamente pela necessidade de controle operacional. Todo o ambiente do refeitório, assim como todas as dependências administrativas, é climatizado, seguindo as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). São 30 mil serviços por dia, incluindo café da manhã, almoço, jantar e lanche. De julho de 2009 a julho de 2011, já foram realizados 15 milhões de serviços, com nenhum caso de intoxicação. Um dos cuidados, segundo Vanderson Cozer, Responsável pelo Programa Alimentação, é a eliminação completa da fritura por imersão, evitando a utilização de óleo para essa finalidade, bem como o seu descarte, como uma medida de maior garantia para a saúde dos trabalhadores. Segundo ele, 96% dos insumos utilizados são adquiridos no estado. Os pratos mais aceitos são a dobradinha e a feijoada. USINA HIDRELÉTRICA SANTO ANTÔNIO FORNECEDORES Peças e equipamentos perfuração: Atlas Copco do Brasil Ltda. Equipamentos Komatsu: Bauko Máquinas SA Combustíveis: Distribuidora Equador de Produtos de Petróleo Ltda. Máquinas e eletrodos: Esab Industria e Comércio Ltda. Frigorífico: Irmãos Gonçalves Comércio e Indústria Ltda. Aço: Gerdau Aços Longos AS Pneus: Goodyear Brasil Produtos de Borracha Ltda. Equipamentos Randon: Iccap Implementos Rodoviários Ltda. Lubrificantes: Ipiranga Produtos de Petróleo AS Madeiras: KBF Indústria e Comércio de Madeiras Ltda. Gruas: Liebherr Brasil Guindastes e Máquinas Operatrizes Ltda. Peças e equipamentos de britagem: Metso Brasil Indústria e Comércio Ltda. Madeiras: Indústria e comércio de Madeira Miller ltda. Explosivo: Orica Brasil Ltda. EPI´S: Protenorte Equipamentos de Segurança Ltda. Scania: Rovema Veículos e Máquinas Ltda. Uniformes: Sete Seg Comércio e Confecção de Materiais de Segurança Ltda. Aditivos: Sika AS Cimento: Votorantim Gases industriais: White Martins Gases Industriais do Norte SA vaLOR de usado, confiança de novo. Agora você pode contar com o Programa Volvo Approved Used, uma certificação concedida pela Volvo a equipamentos usados que têm histórico completo de operação e manutenção. Esses equipamentos são criteriosamente selecionados, inspecionados e submetidos a rigorosos testes de condição e desempenho. Quando aprovados, estes produtos recebem o selo Volvo Approved Used e a garantia de fábrica. Assim você tem a certeza de adquirir um equipamento usado com qualidade Volvo e uma longa vida produtiva pela frente. volvo construction equipment USINA HIDRELÉTRICA DE SANTO ANTÔNIO Área de montagem em plena operação CONSÓRCIO REÚNE POOL DE EMPRESAS O Consórcio Construtor Santo Antônio (CCSA), contratado pela Santo Antônio Energia, é o responsável pela implantação do empreendimento Usina Hidrelétrica Santo Antônio. Esse Consórcio, regido pela modalidade contratual EPC (Engineering, Procurement and Construction), é o responsável pelo fornecimento do projeto, das obras civis, dos equipamentos eletromecânicos, montagem eletromecânica e comissionamento. Os membros do CCSA são: Consórcio Santo Antônio Civil (CSAC), Grupo Industrial do Complexo Rio Madeira (GICOM) e Construtora Norberto Odebrecht S.A. (CNO). A Construtora Norberto Odebrecht é a responsável pelo gerenciamento e execução dos serviços de montagem eletromecânica. O Consórcio Santo Antônio Civil (CSAC) é formado por Andrade Gutierrez e Construtora Norberto Odebrecht. Esse Consórcio se responsabiliza 44 / Grandes Construções pelas obras civis e pela elaboração dos projetos. O Grupo Industrial do Complexo Rio Madeira (GICOM) é responsável pelo fornecimento de equipamentos eletromecânicos para a obra. Ele é formado pelas empresas Alstom, Andritz, Areva, Bardella, Siemens e Voith. Coordenada pelos CSAC e GICOM, está a Engenharia Contratada (EC), formada pela união das empresas PCE - Projetos e Consultorias de Engenharia e Intertechne que, juntas, são responsáveis pela elaboração dos projetos básicos e executivos. O CSAC, consórcio construtor responsável pelas obras civis, detém 53,2% do Contrato EPC; o GICOM fica com 32,3%, a Odebrecht Montagem com 7,8%, além de uma pequena parte que representa os fornecimentos do auxiliares mecânicos e elétricos com 2%, e a Odebrecht Gerenciamento com 2,4%. A Engenharia Contratada representa 2,3%. A Odebrecht é a líder do consórcio civil com participação de 60%. A Andrade Gutierrez participa com 40% nesse consórcio, o que em todo o EPC corresponde a 31,9%. A participação da Odebrecht no EPC representa 44,10%. Comandada pelo diretor presidente Marcelo Odebrecht, o braço de energia da CNO está a cargo de Henrique Valladares, tendo como um de seus Diretores Superintendentes o engenheiro Délio Galvão. No âmbito da usina Santo Antônio, o engenheiro Mário Lúcio Pinheiro é o diretor de Contrato do Consórcio Construtor Santo Antônio, que se mudou com a família para Rondônia para acompanhar a obra de perto. A seguir, o engenheiro Leonardo Borgatti, responsável pelas obras civis; o engenheiro Miguel Figueiredo, responsável pela montagem eletromecânica; Fábio Nossais, responsável pelo GICOM; Rogério Lamounier, responsável pelo gerenciamento. USINAS MÓVEIS DE CONCRETO BERTOLI O concreto onde sua obra estiver. Na mão das mulheres Na UHE Santo Antônio, além de serem carpinteiras, armadoras e ajudantes de produção, as mulheres atuam como operadoras de tratores, perfuratrizes hidráulicas e até mesmo pórticos e pontes rolantes, que são equipamentos cuja função é movimentar peças de até 250 toneladas, como o rotor da turbina e o estator do gerador, para o interior da Casa de Força. Recentemente, as mulheres passaram a trabalhar também na bobinagem do estator do gerador. O estator, pesando 143 toneladas e com diâmetro de 10 metros, é um dos principais componentes do gerador, pois é neste local que se produz energia elétrica através da interação com o campo magnético do rotor. São, ao todo, 40 mulheres, a maioria de Porto Velho, treinadas no canteiro de obras da UHE Santo. O trabalho é extremamente cuidadoso e, por ser quase artesanal, exige das trabalhadoras envolvidas muita habilidade, atenção e paciência. “É a primeira vez que colocamos mulheres neste serviço em grande escala. Está dando certo porque, além de dedicadas, elas são muito caprichosas”, revela o Técnico Especializado, Nivaldo Braz, responsável pela montagem dos geradores. A bobinagem de cada estator leva cerca de 90 dias, sendo realizada no galpão de pré-montagem da margem direita do empreendimento. Ao todo, até o ano de 2015, serão montados 44 estatores, um para cada unidade geradora da UHE Santo Antônio. PERFIL DA MÃO DE OBRA DE SANTO ANTÔNIO Consórcio Santo Antônio Civil (CSAC): 13.300 operários Terceirizados: 1.700 operários Montagem: 2.400 colaboradores SAE (parceiros): 2.200 colaboradores Total: aproximadamente 20 mil operários Mulheres: 1.600 (8%) # Mulheres presentes em diversos setores da obra • Usinas independentes • Possuem motor próprio • Controladas por CLP • Pesam o cimento, água e aditivos • Ideais para trabalhar fixas no canteiro ou sobre caçamba de caminhão DISTRIBUIÇÃO EXCLUSIVA DA RECICLOTEC COMERCIAL LTDA RECICLOTEC COMERCIAL LTDA FONE:(11) 2605-2269 WWW.RECICLOTEC.COM.BR [email protected] USINA HIDRELÉTRICA DE SANTO ANTÔNIO Preservação do meio ambiente exigiu soluções inovadoras Operários atuam no resgate de peixes Na área ambiental, o Consórcio responsável pela construção de Santo Antônio implantou um conjunto de ações vinculadas à reciclagem e reaproveitamento de resíduos, até mesmo um aterro sanitário controlado e licenciado, inclusive aberto a algumas comunidades. A reciclagem inclui elementos industriais, como lâmpadas fluorescentes, tecidos, materiais plásticos. O que não pode ser reciclado é encaminhado para o aterro. Os resíduos orgânicos viram adubos, utilizados posteriormente no replantio para recuperação das áreas afetadas pela construção. A estação de água adotou uma solução inovadora: é utilizado um componente orgânico chamado Veta Orgânica (extraído de uma árvore conhecida como Acássia Negra) para fazer a flotação e decantação d´água, eliminando o uso de componente químico (sulfato de alumínio). O composto consegue realizar o mesmo papel de aglutinar as partículas, de modo a facilitar sua separação do líquido. A água é totalmente aproveitada, em circuito fechado, enquanto o material orgânico segue para compostagem e emprego como adubo. Os materiais contaminados são queimados em um incinerador conhecido como modelo Antártida. A sucata de madeira passa por um picador e integra o sistema de compostagem. Um viveiro de mudas alimenta o processo de replantio, que já foi iniciado. 46 / Grandes Construções Formas metálicas para o Canal do Peixe A Oeste Formas forneceu formas metálicas para quatro reservatórios de água do Sistema de Abastecimento de Porto Velho, nas obras de compensação requeridas à Andrade Gutierrez. Tais obras aconteceram dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mais tarde, a empresa forneceu o mesmo material para a construção do Canal do Peixe. Para atender às exigências do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), o consórcio Santo Antônio Energia, construiu o protótipo do Sistema de Transposição de Peixes, mais conhecido como Canal do Peixe, obra que serviu de modelo para o projeto do Sistema de Transposição de Peixes, em construção em Santo Antônio, e que irá propiciar a preservação de inúmeras espécies da região, permitindo que atravessem a barragem em direção ao reservatório destinado à sua reprodução. A fim de que os prazos fossem cumpridos com qualidade na construção desse protótipo, foram empregadas as formas de alumínio da Oeste Formas. Os painéis das formas que compõem o sistema são soldados à estrutura por meio de solda MIG, e ajustados uns aos outros por meio de pinos e cunhas de engate rápido em aço carbono ou clipes. As explicações para os benefícios proporcionados pelo equipamento é o seu peso de 18 kg/m², considerado leve, e o simples sistema de encaixe que traz um aumento de produtividade de 0.2 hora x homem/m², no tempo de ciclo de montagem e desmontagem das formas. Como consequência, não exige mão de obra especializada. Os painéis têm vida útil de 1.000 utilizações comprovadas e suporta pressões de concreto de até 60 Kg/m². A Oeste Formas desenvolve sistemas de formas e escoramentos para a construção civil. Atua em todo o Brasil e está presente, atualmente, em dez estados (Amazonas, Distrito Federal, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Maranhão, Rondônia, São Paulo e Rio de Janeiro). Em 2010, a Oeste participou de 380 obras por todo o País. Já em 2011, a empresa já garantiu a participação em mais de 120 obras pelo Brasil.