Esta revista não publica anúncios da indústria farmacêutica Mala Direta Postal Básica 9912263622/2010 – DR/RS SIMERS medica Ano XIII | Março de 2015 | Nº 67 DEVOLUÇÃO FÍSICA CORREIOS Carlinhos Rodrigues SARTORI E ARGOLLO DISCUTEM A SAÚDE MAIS MÉDICOS - NÚMEROS DO FRACASSO - DADOS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE E DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Carreira DE I N F O R M A T I V O S I M E R S | M A R Ç O 2 0 1 5 PRIMEIRO PASSO Foto: Lucas Azevedo Estado e SIMERS formam COMISSÃO PARITÁRIA Argollo e Gabbardo selam plano de trabalho Foto: divulgação Simers 02 • INFORMATIVO SIM ERS • CAR R EIRA D E M ÉD ICO Comissão Paritária: PRIMEIRO PASSO para criar a Carreira Estadual de Médico O governo Sartori tomou uma atitude concreta para avançar nas políticas para assegurar assistência médica à população. O secretário estadual da Saúde, João Gabbardo, acaba de criar com o Sindicato Médico (SIMERS) uma comissão paritária, visando a implantação da Carreira Estadual de Médico. Os estudos já começam em março. Trata-se do primeiro passo para a interiorização do atendimento no Rio Grande do Sul, reduzindo a concentração de profissionais em Porto Alegre. A Capital tem hoje, proporcionalmente, quatro vezes mais médicos que a Inglaterra e o Canadá. O comunicado feito pessoalmente pelo secretário, em 13 de março, atendeu ao pedido levado diretamente ao governador recém-empossado José Ivo Sartori, em fim de janeiro, pelo presidente do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes. Na audiência, Argollo entregou o modelo de Carreira Médica e ressaltou: “É preciso começar a fazer, e é urgente.” No encontro com o secretário estadual, o presidente do SIMERS reforçou que o Estado tem a chance de ser pionei- ro na implantação da proposta de carreira específica para médico, especialmente após a falência do programa Mais Médicos. O Tribunal de Contas da União (TCU) comprovou que metade das cidades que receberam os intercambistas tem menos ou o mesmo número de profissionais. Gabbardo ressaltou que as dificuldades financeiras do Estado não impedirão que a comissão paritária trabalhe no projeto de Carreira Estadual, que segue o modelo que todos conhecem de juízes e promotores. “Temos de preparar bem o estudo para que, quando o Estado estiver pronto, possamos assumir a proposta e colocá-la em prática imediatamente”, delineou o secretário, que alinhavou a primeira reunião ainda em março no Sindicato. Além da frente de trabalho que acaba de ser instaurada com o governo, o presidente do SIMERS empreende uma mobilização pelo interior. Argollo está mantendo encontros com gestores de prefeituras de dezenas de municípios. “Estamos visitando prefeitos, secretários, entregando a proposta e mostrando que a Carreira Estadual de Médico é alternativa para a falta de recursos municipais para fixar os médicos.” I N FO RM AT I VO S I M E RS • C A RRE I RA D E M É D I CO • 03 CRONOLOGIA AGOSTO E SETEMBRO DE 2014 O SIMERS entrega a candidatos ao governo documento com propostas para melhorar a saúde pública. A principal é a criação da Carreira Estadual de Médico. José Ivo Sartori, então candidato, foi ao SIMERS conhecer a proposta. 27 DE JANEIRO DE 2015 Argollo é recebido em audiência, no Palácio Piratini, pelo agora PROPOSTA PIONEIRA governador, recém-empossado, e reapresenta a proposta de Carreira de Médico. Sartori se compromete a estudar o mecanismo, mesmo sabendo dos desafios das finanças de seu governo. A CARREIRA MÉDICA, SEGUNDO O SIMERS: A solução que será alvo do estudo da comissão paritária segue o modelo de carreira de juízes e promotores. Os profissionais, selecionados por concurso público estadual, começam a atuar nas pequenas localidades. O mecanismo garante uma perspectiva real de crescimento aos médicos, que sabem que poderão ao longo dos anos se transferir a 13 DE MARÇO DE 2015 O secretário da Saúde, João Gabbardo, reúne-se com o presidente do SIMERS, na sede da entidade, e sela acordo para dar início aos estudos visando a criação da Carreira Estadual de Médico. centros maiores, assim como tem liberdade para optar por Comissão Paritária é criada para permanecer nas regiões onde estabelecem sua atividade. É definir o funcionamento da carreira. O a unica forma para evitar a falta de profissionais no interior, Rio Grande do Sul é o primeiro Estado a reduzindo a concentração na capital. colocar concretamente em andamento. Porto Alegre tem 8 médicos a cada 1.000 habitantes, enquanto o Ministério da Saúde preconiza 1 médico a cada 1.000 habitantes. A capital tem, proporcionalmente, 4x mais médicos que a Inglaterra e o Canadá! 04 • INFORMATIVO SIM ERS • CAR R EIRA D E M ÉD ICO Nº PMM | Estado MENOS MÉDICOS SP BA MG RS CE PR PE Números do Ministério da Saúde e de recente inspeção do Tribunal de Contas MA da União (TCU) confirmam o que o SIMERS advertiu tão logo o programa Mais PA Médicos foi anunciado em 2013. O Mais Médicos não era e não é (a primeira fase RJ do pacote eleitoreiro da presidente Dilma comprovou) solução para interiorizar GO profissionais. O quadro da distribuição pelos Estados mostra que São Paulo AM recebeu SEIS a SETE vezes mais do que Piauí, Rondônia, Paraíba e Rio Grande SC ES do Norte e DEZ vezes mais intercambistas do que Alagoas, Mato Grosso, Mato PI Grosso do Sul, Sergipe, Acre, Tocantins, Roraima e Amapá. RO PB x RN AL Número de intercambistas MT SP x PI | RO | PB | RN MS AC x TO Número de intercambistas RR SP x AL | MT | MS | SE | AC | TO | RR | AP AP DF Fonte: Blog do Planalto; IBGE SE >> O Jornal Folha de São Paulo informou, em 6/3/2015, que investigação do TCU apontou irregularidades e determinou medidas contra municípios que entraram no Mais Médicos, mas em vez de aumentarem a oferta de profissionais, reduziram ou ficaram com o mesmo número. 2 – Março 2015 EDITORIAL A profissão de médico é marcada por um jeito diferente de se relacionar com calendários, agendas e relógios. Enquanto para a maioria das profissões existem os cinco dias úteis e descanso nos sábados e domingos, bem como horários convencionais de trabalho, a vida do médico é repleta de plantões, escalas e sobreavisos que pulverizam essas convenções. Sabemos desde sempre que esse é um dos desafios quando da escolha pela Medicina, mas seria reconfortante ver valorizados o esforço e a doação da categoria. Arquivo SIMERS LUTA E DEDICAÇÃO PERMANENTES Reconhecimento que poderia vir dos pacientes, da sociedade e, também, dos governos. O fato é que um novo período se iniciou em 2015 para uma fatia considerável dos poderes Legislativo e Executivo: houve a renovação dos mandatários para os governos dos Estados, além das representações nas assembleias estaduais, na Câmara Federal e no Senado. Trata-se de um momento especial para que os mais de 420 mil médicos do Brasil percebam sua força e estejam atentos ao desempenho destes novos parlamentares e governadores, em especial no que diz respeito aos compromissos com melhorias na saúde. Aqui no Estado, há muita preocupação com os atrasos dos repasses aos municípios, herança deixada pelo governo anterior e, também, com a situação financeira do IPE-Saúde. De outra parte, deve ser saudada a sensibilidade de quem escolheu um médico, professor universitário, de larga experiência administrativa para coordenar a política de saúde mental gaúcha. Em sinergia com essa dedicação inalienável ao ser humano – seja ele médico, colaborador ou integrante da nossa sociedade –, enfatizando a interiorização e o aprimoramento na gestão, duas práticas do SIMERS. O maior sindicato médico da América Latina vem atingindo seus objetivos, mas há muito por fazer. E assim seguiremos na luta por mais investimentos em estrutura de atendimento e na carreira médica. Que 2015 se encerre com mais metas atingidas. Paulo de Argollo Mendes Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul Março 2015 – 3 HUMOR EXPEDIENTE A Vox Medica é uma publicação do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. Rua Cel. Corte Real, 975, Petrópolis Porto Alegre/RS – CEP 90.630-080 Telefone 51.3027-3737 SINDICATO MÉDICO DO RIO GRANDE DO SUL DIRETORIA 2013/2015 Diretoria executiva Presidente: Paulo de Argollo Mendes Vice-presidente: Maria Rita de Assis Brasil Secretária-geral: Ana Maria Martins 2ª Secretária-geral: Gislaine S. de Vargas 1º Tesoureiro: André Luiz Borba Gonzales 2ª Tesoureira: Ariadene Beatriz Duarte Diretoria-geral Bruno Mendonça Costa, Carlos Antônio Madalosso, Clarissa Coelho Bassin, Cristina Helena Targa Ferreira, Fernando Starosta de Waldemar, Flávio José Petersen Velho, Francisco Carlos Luciani, Germano Mostardeiro Bonow, Gisele Rodrigues Lobato, Jorge Luiz Eltz de Souza, José P. Rotunno Corrêa, Marcelo Marsillac Matias, Maurício Alberto Goldbaum, Pedro Gus, Roberto Assumpção Gaffrée, Ronaldo Guimarães Lerch, Volnei Santos Malheiros Conselho Fiscal Balduíno Tschiedel, Edmundo Lima Zagoury, Júlio César Simon, Luiz Roberto de Fraga Brusch, Rivail Cunha de Abreu 4 – Março 2015 Conselho Consultivo Airton Getelina, Alcides José Zago, Aline Ferreira Marcon, André Luis Kowalski Dias, Aroldo João Schmitt, Ary Poerscke, Beatriz Valiati, Carlos Augusto Cornetet Júnior, Carlos Humberto Cereser, Daniel Leonardo Boéssio, Dirceu Francisco de Araújo Rodrigues, Enrique Falceto de Barros, Fábio Vieira de Faria, Fernando Ferreira Bernd, Flávio Pechansky, Giovani Kopacek, Gustavo Vasconcelos Alves, Henrique Luiz Oliani, Ivan Carlos Ferreira Antonello, Justo Antero Sayão Lobato Leivas, Lemuel Silva Paredes, Luciana Souza Balinhas, Luciane Maria Barbosa Peixoto, Luiz Fernando Ribeiro de Menezes, Maria Ângela Bongers Alexandretti, Mário Golin da Costa, Mário Lucio Machado, Mário Strelow, Milton Luiz da Rocha, Nívia Teixeira de Souza, Nívio Lemos Moreira Júnior, Oscar Medeiros Blanco, Osvaldo Catarino Barcellos, Patrícia Miranda do Lago, Paulo Roberto H. Steger, Protógenes da Cunha Nunes, Rafael Alencastro Brandão, Regenio Mahfuz Herbstrith, Renan Luiz Marchant Gomes, Rodrigo Marquetoti Esteves, Rogério de Barros Macedo, Rogério Wolf de Aguiar, Rudah Jorge, Sérgio Fabris Júnior, Susilene Mendonça Gonçalves, Túlio Miguel Schein Wenzel, Umberto de Oliveira Nunes, Walter Ite Ardenghi, Wernher Schwanbach Conselho de Representantes Alcir Martins Iuppen, Aloyzio Cechella Achutti, André Avelino Steffens, Carlos Armando Antonello Difini, Carlos Roberto Lagomarsino Beck, Carlos Roberto Pavani Flores, Carlos Roberto Schwartsmann, César Augusto Trinta Weber, Charles Pan, Cíntia Lufchitz Pilczer, Cristiano Carapeto Francisco, Daniel Heisler Tassinari, Desidério Fülber, Edmundo Vinícios Gimenez Persiani, Fernando Aloísio Faccini Bergmanni, Fernando Luís Medina Francisco, Flávio Veríssimo da Fonseca, Geraldo Arthur Bischoff, Gilberto Luís Federle, Hermes Wilagran Cattani, Ieda Terezinha da S. Bataioli, Iolanda Mello de Faria, Janice Venina Masera Rotava, João Álvaro Machado Filho, João Carlos Kabke, Jorge Humberto Frota Tusi, José Abruzzi Neto, José Accioly Jobim Fossari, José Francisco Bortolotto, José Francisco Fagundes Valls, Juliano Nunes Chibiaque de Lima, Leda Maria Lazzaretti Silveira, Luciana Slongo Coiro, Lúcio Borges Barcelos, Marco Antônio Spolidoro, Mauro Fett Sparta de Souza, Oly Lobato, Paulo Francisco de Azeredo, Paulo Ricardo C. Cardoso, Pedro Bandarra Westphalen, Remir Brackmann, Renato Menezes de Boer, Renato Sampaio Azambuja, Rodney Zinn de Carvalho, Ronaldo Nicanor Castro e Silva, Sérgio H. Martins Costa, Telmo Manoel de Souza Cruz REVISTA VOX MEDICA Coordenação: SIMERS Coord. de Comunicação e Marketing: Silvana Canarim Equipe de Comunicação: Amália Ceola, Cláudia Barbosa, Juliane Soska, Katherine Dávila, Melissa Bulegon, Patrícia Comunello, Pryscila Silva, Sérgio Schüler e Valentina Osório Supervisão editorial: Paulo de Argollo Mendes Coordenação editorial: Melissa Bulegon Execução: ALMA DA PALAVRA Textos: Comunicação SIMERS, Fernanda Pacheco e Ricardo Bueno Edição: Fernanda Pacheco Projeto gráfico: Design de Maria Editoração: Gilson Rachinhas e Hannah Beineke Revisão: Press Revisão Comercialização: EDITORA MERCADO Paulo Moraes – 51.9128-2888 [email protected] Impressão: GRÁFICA E EDITORA PALLOTTI Tiragem: 26 mil exemplares Última atualização: 23/2/2015 Visite o site www.simers.org.br para conferir as edições anteriores da Vox Medica. SELO FSC CADERNO LUTAS CAPA Argollo visita Sartori para debater a agenda da saúde no Estado 6 DELEGADOS REGIONAIS Demandas e preocupações do interior estão sempre na pauta do SIMERS 12 44 46 MAIS MÉDICOS Ministério da Saúde libera lista de tutores e supervisores do programa SEÇÕES EDITORIAL EXPEDIENTE DENÚNCIA QUALIDADE PANORAMA ESPECIAL MULHER CURIOSIDADES CONVÊNIOS NAS PERSONA MUHM HUMOR 28 54 3 4 20 24 26 30 72 75 76 80 82 86 58 66 69 PRESIDENTE VARGAS Prefeitura tem trabalhado no desmonte da instituição IPE-SAÚDE Pagamentos referentes a dezembro chegaram a ser suspensos, mas SIMERS reagiu e dívidas foram quitadas VIOLÊNCIA Insegurança ronda médicos e instituições de saúde POLOS REGIONAIS Atuação do Sindicato Médico abrange todo o Estado. Veja as demandas de algumas cidades MUNICÍPIOS Falta de previsão para o pagamento das dívidas do Estado com municípios e hospitais preocupa NOTAS 70 71 Gabbardo: novo secretário estadual da Saúde diz que não sabe quando pagará recursos atrasados de 2014 10 DESMONTE DO HPS SIMERS denuncia ao Ministério Público más condições do hospital Gravataí: greve de 2014 traz conquistas para a categoria 52 Encontro debateu a falta de segurança na UFRGS 57 Arquivo pessoal DESTAQUES INTERIORIZAÇÃO Presidente do SIMERS realiza roteiro em diferentes cidades em nome de demandas da categoria Comunicação SIMERS Mirella Poyastro 36 ORÇAMENTO DA UNIÃO Conheça a previsão de gastos do governo federal em 2015 Amália Ceola 34 Divulgação SES ÍNDICE MUNICIPÁRIOS Prefeitura de Porto Alegre retoma negociação com a categoria Ecobike: pela natureza 79 Associados: mais de 15 mil 74 Março 2014 – 5 CAPA SIMERS no Piratini: IPE na pauta Presidente do Sindicato Médico é recebido pelo governador do RS O governador do Estado, José Ivo Sartori (PMDB), comprometeu-se a estudar a criação de uma carreira médica estadual. A PROPOSTA FOI DEFENDIDA PELO PRESIDENTE DO SINDICATO MÉDICO DO RIO GRANDE DO SUL, PAULO DE ARGOLLO MENDES, EM AUDIÊNCIA NO PALÁCIO PIRATINI. Shutterstock O plano proposto pelo SIMERS segue o modelo de carreira de juízes e promotores, que começam em pequenas localidades e depois progridem a centros maiores. O formato garante médicos em todas as localidades e, também, uma perspectiva de crescimento aos profissionais. Com o passar dos anos, eles se aproximam dos grandes centros, evitando-se, assim, a falta de profissionais no interior. – A proposta gera condições reais de interiorizar os médicos – argumentou Argollo. – TEMOS DE COMEÇAR. NÃO IMAGINAMOS QUE SERÃO CONTRATADOS 2 MIL MÉDICOS DE UMA VEZ, MAS, TALVEZ, CEM. E, ASSIM, AOS POUCOS, CONSEGUIREMOS ATENDER ÀS CARÊNCIAS DE ASSISTÊNCIA – COMPLETOU ARGOLLO. O dirigente sindical também entregou ao governador um documento com 12 propostas para melhorar a saúde no Estado (confira na íntegra o documento no site do SIMERS) e aproveitou a oportunidade para tratar da situação do IPE-Saúde. – O IPE-Saúde enfrenta a sua maior crise – advertiu o sindicalista. Suspensão recente, que gerou atrasos Carlinhos Rodrigues Gabbardo, Sartori e Argollo: encontros mensais para tratar dos temas relacionados à saúde CAPA nos pagamentos de serviços médicos, elevou a insatisfação dos cerca de 7,4 mil credenciados. SAÚDE MENTAL – Da nossa pauta, a questão da saúde mental parece que começa a entrar nos trilhos – comentou Argollo, ao parabenizar Sartori pela indicação do médico psiquiatra Luiz Carlos Illafont Coronel para coordenar a política de Saúde Mental do Estado. – Vivemos uma epidemia de crack e o governo anterior estava fechando leitos – lamentou o presidente do SIMERS. O governador garantiu que a assistência em saúde mental terá papel preponderante. – Vai ser difícil. Estamos no fundo do poço. Mas vamos preparar o terreno para mudanças nesta área – antecipou Sartori. PRÓXIMOS PASSOS A Secretaria Estadual da Saúde (SES) convidou o SIMERS para reuniões permanentes. – Vamos dar início a novas rodadas de negociação para examinar as 12 propostas apresentadas pelo Sindicato para melhorar a saúde no Estado – disse o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo, também presente no encontro. – A ideia é determinar o que pode ser feito imediatamente, o que precisa de mais tempo e o que não será viável – completou o gestor. – Nós também garantimos que estão assegurados os 12% para a saúde no orçamento de 2015 – afirmou o secretário, referindo-se a um dos 12 itens da lista de sugestões do SIMERS. DÍVIDAS PELO INTERIOR O governo do Estado voltou a informar que a Junta de Coordenação Orçamentária e Financeira (Juncof) está analisando como quitar os incentivos de dezembro devidos a prefeituras. Em relação a valores anteriores, não há ainda nenhum estudo sobre a possibilidade de quitação. – Nossa prioridade é pagar em dia daqui para frente, para que não haja mais atrasos em hospitais e prefeituras – explicou o secretário da Saúde. Argollo declarou que municípios e estabelecimentos que atendem ao SUS não têm condições de absorver as despesas. Leia mais na página 66. ENTREVISTA Novo secretário, velhos problemas Ex-superintendente do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, João Gabbardo dos Reis, 58 anos, foi o escolhido pelo governador José Ivo Sartori para comandar uma das secretarias estaduais mais sensíveis aos clamores da população: a da Saúde. O médico tem relação antiga com o PMDB, mesmo partido do governador, e também conhece bem a pasta que irá comandar nos próximos quatro anos. Pediatra, que nas últimas décadas se especializou em gestão, ele ocupou o mesmo cargo no final do governo Germano Rigotto, em 2006. Anteriormente, havia sido secretário-adjunto de Osmar Terra, hoje deputado federal, quando este comandou a Secretaria. Nesta entrevista exclusiva para a Vox Medica, ele fala sobre as dificuldades para pagamento dos valores atrasados a hospitais e municípios e o que pensa sobre a Farmácia de Medicamentos Especiais, o Hospital Itapuã e o Hospital Psiquiátrico São Pedro. Confira. O governador Sartori e o senhor garantiram que cumprirão a determinação legal de investir 12% do orçamento do Estado na saúde. Quais serão as prioridades? O governo do Estado cumprirá a aplicação dos 12% na saúde, mas serão necessários ajustamentos e adequações. Cito como exemplo deste quadro a relação com os hospitais: se a Secretaria da Saúde pagasse tudo o que foi comprometido no governo passado, a conta chegaria a R$ 1,5 bilhão neste ano. No entanto, temos no orçamento pouco menos de R$ 1 bilhão, ou seja, uma diferença de quase R$ 500 milhões. Qual é a perspectiva para o pagamento dos valores em atraso, referentes a 2014? Há um cronograma de desencaixe? O Estado, no momento, não tem condições de propor cronograma de pagamento para as dívidas de 2014. Todo esforço, e com muita dificuldade, será direcionado para o pagamento dos compromissos de 2015. 10 – Março 2015 A Farmácia do Estado tem sido alvo de muitas críticas, não apenas pela falta de medicamentos, mas pela ausência de informações. Desde o início do governo estamos empenhados em melhorar o atendimento aos cerca de 400 usuários que, diariamente, procuram a Farmácia de Medicamentos Especiais (FME). Uma das medidas para evitar a lotação é descentralizar a distribuição dos medicamentos usando hospitais credenciados, como o Hospital de Clínicas, o Hospital da PUC e o Sanatório Partenon. Também estamos implantando um sistema de entrega a domicílio para pacientes com determinadas situações, como os transplantados. Divulgação SES Serviço Social, Nutrição e Educação Física, suspensa no governo anterior, deve ser retomada dentro do hospital. Em relação à estrutura física, posso informar que a restauração está sendo realizada inicialmente no prédio histórico, com previsão de término da primeira etapa em cinco meses. Já o prazo da segunda etapa é até 24 meses. Também existe previsão de restauro dos demais prédios. E o Hospital Itapuã? Há possibilidade de recuperar a relevância daquele espaço, que cumpriu papel muito importante no passado? O Hospital Colônia Itapuã está em fase de diagnóstico e levantamento de sua potencial utilização futura. Em sua opinião, qual é o principal problema da saúde no Estado? Gabbardo: não há como prever quando os atrasados serão pagos O Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP), que cumpre papel relevante no ensino e formação de profissionais, encontra-se em situação preocupante. O Hospital Psiquiátrico São Pedro, através de sua Residência Médica, é também um importante polo formador de profissionais. Sabemos que todos os médicos psiquiatras que saíram da Residência do HPSP, nos últimos cinco anos, mantêm algum tipo de vínculo de atendimento no SUS. Muitos também são referência no exterior, o que reforça nossa convicção da excelência do São Pedro na formação de recursos humanos. Já a residência multiprofissional, nas áreas de Psicologia, Neste momento, sem dúvida, a maior dificuldade é a grave crise financeira que o Rio Grande do Sul enfrenta. Os valores de incentivos criados para os hospitais, nos últimos anos, estão atrasados e acumulados em mais de R$ 250 milhões. Alguns serviços implantados recentemente pelos hospitais, especialmente na rede filantrópica, correm risco de descontinuidade. Já nos municípios, parceiros na execução dos serviços do SUS, os atrasos ocorridos em 2014, dos recursos estaduais para programas como PIM, Samu, Saúde da Família e Assistência Farmacêutica, são um desestímulo para o crescimento, e até mesmo para a manutenção desses serviços, que são fundamentais dentro do Sistema de Saúde. Março 2015 – 11 DELEGADOS REGIONAIS O interior bem representado Fotos: Carlinhos Rodrigues A Vox Medica inicia, a partir desta edição, uma série que apresenta depoimentos de delegados regionais do Sindicato Médico. Eles falam sobre seu trabalho de representação da categoria em todo o Estado SANTANA DO LIVRAMENTO Luciane Maria Barbosa Peixoto Contatos 55 3241.2424 55 9118.1980 delegacia. santanadolivramento@ simers.org.br Rua Manduca Rodrigues, 500, Sala 401 - Centro, Santana do Livramento/RS CEP 96020-320 Municípios de abrangência Dom Pedrito, Quaraí, Santana do Livramento 12 – Março 2015 Os plantões no pronto-socorro e nas UTIs são motivo de preocupação constante. Temos problemas no preenchimento das escalas. A falta de interesse dos médicos é decorrente da baixa remuneração oferecida. Como é comum nas regiões de fronteira, também temos problemas com a presença de médicos de outros países que trabalham sem a aprovação do Revalida. Apesar de existir legislação permitindo esse tipo de trabalho, o SIMERS se faz presente com seu setor jurídico, tentando minimizar esse tipo de concorrência. A pressão da população é diária, assim como de alguns vereadores, que tentam responsabilizar os profissionais pelos problemas na área da saúde. Por isso, temos que estar sempre presentes na mídia, esclarecendo que os médicos lutam por melhores condições de trabalho e remuneração, em prol de um melhor atendimento à população. Nossa luta pela remodelação do pronto-socorro de Santana do Livramento é exemplo disso. A presença do Sindicato é permanente, respondendo sempre com rapidez e agilidade às nossas demandas. SÃO LOURENÇO DO SUL Mário Strelow Do ponto de vista da categoria, há muitas dificuldades com relação aos pagamentos da produtividade por internações, cirurgias, partos e demais questões relacionadas ao SUS A baixa resolutividade das questões referentes à rede de saúde dos municípios da região é, sem dúvida, nossa maior dificuldade. As críticas da população se concentram na falta de médicos, com a consequente sobrecarga de trabalho no pronto-socorro e na Santa Casa. Do ponto de vista da categoria, temos tido muitas dificuldades com relação aos pagamentos da produtividade por internações, cirurgias, partos e demais questões relacionadas ao SUS. Em 2014, recebemos os valores apenas em março. Depois somente em setembro e, ainda assim, em razão da intervenção do Jurídico do SIMERS. Ficamos seis meses no meio de um jogo de empurra entre o município e o governo do Estado. No final do ano e início de 2015, surgiu uma dificuldade nova: o não pagamento dos sobreavisos e plantões na Santa Casa, o que não vinha acontecendo até então. Em meio a essas dificuldades, sempre que demandado, o Sindicato Médico tem dado pronta resposta. E felizmente a população percebe que a responsabilidade por estes problemas é do gestor municipal, não colocando nos profissionais da Medicina a responsabilidade pelas dificuldades na região. Contatos 53 3251.1965 53 8116.1793 delegacia. saolourencodosul@ simers.org.br Municípios de abrangência Arroio do Padre, Chuvisca, Cristal, Dom Feliciano, São Lourenço do Sul, Turuçu Março 2015 – 13 DELEGADOS REGIONAIS PASSO FUNDO CARLOS ANTONIO MADALOSSO Contatos 54 3311.0355 54 3311.6922 54 9981.1252 delegacia.passofundo@ simers.org.br Rua Uruguai, 2001, Sala 107 Centro, Passo Fundo/RS, 99010-111 Municípios de abrangência Água Santa, Camargo, Casca, Ciríaco, Coxilha, Ernestina, Gentil, Ibiaçá, Ibirapuitã, Ipiranga do Sul, Marau, Mato Castelhano, Nicolau Vergueiro, Nova Bassano, Passo Fundo, Pontão, Santa Cecília do Sul, Serafina Correa, Sertão, Tapejara, Vila Lângaro, Vila Maria, Nova Alvorada, Nova Araçá, Nova Prata, Paraí, União da Serra, David Canabarro, Vanini, Muliterno, Vila Flores, Vista Alegre do Prata, Montauri, Santo Antônio do Palma, São Domingos do Sul 14 – Março 2015 A região sofre com a campanha contra pequenos hospitais. Resultado: um grande número de pacientes de municípios vizinhos busca as emergências em Passo Fundo, que estão sempre superlotadas A principal dificuldade que os médicos da nossa região, em especial os mais jovens, enfrentam diz respeito aos valores muito abaixo do aceitável pagos pelos convênios, aí incluídos o SUS, o IPESaúde e outros. Se considerarmos ainda um percentual de 41,5% de impostos, sobra muito pouco para o profissional, que se vê obrigado a atender um número muito grande de pessoas para poder sobreviver. Além disso, Passo Fundo é o centro de uma região que sofre há muito tempo com a campanha contra os pequenos hospitais, que resultou no fechamento de milhares de leitos. Com isso, um grande número de pessoas de municípios vizinhos busca as nossas emergências, muito bem equipadas, por sinal, mas que estão sempre superlotadas. E onde isso vai estourar? No médico, que é a parte mais frágil do sistema e com quem o paciente tem contato. Os pacientes acabam descarregando no profissional todas as suas frustrações. Ainda assim, conseguimos construir uma imagem de muita respeitabilidade da categoria aqui na região graças à filosofia de bom relacionamento que cultivamos. Quando acontecem atritos, quem faz a intermediação, sempre ágil e muito eficiente, é o Sindicato Médico. Não lembro de uma situação que tenha ficado sem solução e, em geral, o desenlace é favorável às expectativas da categoria. SANTO ÂNGELO AROLDO SCHMITT O Hospital Santo Ângelo procura manter os pagamentos em dia, mas em boa parte isso ocorre porque o SIMERS mantém uma pressão constante A exemplo do que ocorre em todo o País, também aqui na região os gestores decidiram economizar na saúde. O município tinha um sistema de remuneração chamado PAB, uma espécie de convênio, que, de repente, passou a ser contestado, alegando-se ilegalidades, até que conseguiram extingui-lo, diminuindo as consultas. Os pacientes da cidade e da região estão sendo orientados a procurar as emergências, que, com isso, ficam superlotadas. Como sempre, a população e os profissionais médicos são vitimados. No final das contas, ambos é que vão pagar a conta. O Hospital Santo Ângelo ainda procura manter os pagamentos em dia, mas em boa parte isso ocorre porque o SIMERS mantém uma pressão constante. Na área de contratos, por exemplo, sempre recorremos à assessoria do Sindicato Médico para resolver problemas e esclarecer dúvidas. O SIMERS é guerreiro e agora mesmo está tendo dificuldades de agendar contato com os representantes do município. Até um apedido no jornal local foi publicado, criticando a prefeitura pelo fechamento de vagas, quando o que se esperava era a contratação de mais profissionais para dar conta das demandas. Contatos 55 3312.1682 55 9976.8767 delegacia.santoangelo@ simers.org.br Municípios de abrangência Caibaté, Santo Ângelo, São Luiz Gonzaga, Santo Antônio das Missões, Entre- Ijuís Março 2015 – 15 SERVIÇOS DE EXCELÊNCIA QUE FACILITAM A SUA VIDA. PROTEÇÃO GESTÃO INFORMAÇÃO • Plantão 24 horas • Imposto de Renda • Fundo editorial • Assessoria jurídica • Livro caixa • Cartilhas e guias • Seguros • Contabilidade • MedicinaNet • Cartilhas e guias • Receituários • Certificação Digital • Assessoria ao Médico Empregador Utilize os serviços do SIMERS, que são reconhecidos por sua excelência e diversas premiações, tais como ISO, PGQP, Certificação OHSAS de Saúde e Segurança Ocupacional, Top de Marketing e Top Ser Humano. Saiba mais em www.simers.org.br DENÚNCIA Imagens Shutterstock Campanha equivocada SUS lança página em rede social para combater o racismo, quando, na verdade, o que falta é eficiência nas políticas públicas, algumas delas, sim, discriminatórias O Ministério da Saúde aprontou mais uma das suas costumeiras confusões no final de 2014. Lançou uma página no Facebook batizada de SUS sem racismo, em que apresenta uma série de peças com análises parciais e equivocadas sobre o atendimento da população negra, dando a entender que o problema é o preconceito por parte dos profissionais da área médica. Um dos maiores equívocos da iniciativa foram as informações distorcidas sobre a anemia falciforme, de tal forma que a peça sobre o assunto foi retirada da internet em seguida. Pior: a anemia falciforme pode ser curada com transplante, mas o Ministério da Saúde se nega 20 – Março 2015 a autorizar esse procedimento via SUS (veja no quadro). – ESTA É APENAS MAIS UMA ESTRATÉGIA DE TENTAR ATACAR OS MÉDICOS, ESPECIFICAMENTE OS QUE ATENDEM NO SUS. O OBJETIVO É DESMORALIZAR E DESQUALIFICAR A CATEGORIA, ELEITA PELO GOVERNO DILMA ROUSSEFF COMO BODE EXPIATÓRIO DOS PROBLEMAS DA SAÚDE NO PAÍS – ARGUMENTA PAULO DE ARGOLLO MENDES, PRESIDENTE DO SINDICATO MÉDICO. O EQUÍVOCO E A INCOMPETÊNCIA DO SUS O Ministério da Saúde atribuiu ao racismo no SUS o fato da taxa de mortalidade por doença falciforme em 2012 ter sido bem maior entre pessoas negras e pardas do que entre brancas. O que o Ministério não disse: mutação originou-se na África subsaariana provavelmente como 1 Essa um fator genético de resistência à malária. O tráfico de escravos trouxe Estivesse o Ministério da Saúde verdadeiramente preocupado com o racismo de suas próprias políticas, o transplante de medula óssea para a cura da anemia falciforme seria uma realidade no Brasil há muito tempo. para o Brasil pessoas portadoras do gene HbS. No Brasil, a frequência de portadores do gene HbS varia entre 5% e 10% entre autodeclarados afrodescendentes. forma mais comum de doença falciforme é a anemia falciforme. 2 AApesar de ser uma doença genética, pode ser curada com o transplante de medula óssea, pois a oclusão de vasos e a inflamação constante são interrompidas, há melhora dramática da qualidade de vida e a lesão de órgãos pode ser revertida. Nos Estados Unidos e na França, o transplante é realidade há vários anos. aproximadamente cinco anos, pacientes com anemia falciforme e 3 Há médicos hematologistas vêm lutando junto ao Ministério da Saúde para que o transplante de medula óssea seja oferecido na rede pública. O único tratamento que o SUS oferece atualmente é paliativo. Fonte: Rodrigo do Tocantins Calado, hematologista e professor associado da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, e Salomão Rodrigues Filho, psiquiatra – A equivocada página de internet informa, por exemplo, que o percentual de mulheres negras que têm acesso ao pré-natal é inferior ao das mulheres brancas. Mas isso é óbvio: lamentavelmente, há mais mulheres negras entre as classes menos favorecidas, e elas têm mais dificuldades de acesso à saúde de qualidade. E isso não por racismo, mas porque o governo federal é incompetente em gerir suas políticas públicas – exemplifica Paulo de Argollo Mendes. O Sindicato veiculou spots de rádio e publicou um apedido nos jornais denunciando a incoerência do governo e ressaltando que a própria presidente da República recorreu a hospitais de alto padrão quando precisou de atendimento médico, enquanto as filas no SUS só aumentam. Minuto SIMERS Os médicos gaúchos dizem não à discriminação. Ouça o Minuto SIMERS sobre o assunto através do QR Code. Antes, é preciso baixar um aplicativo leitor de código QR no seu smartphone. Março 2015 – 21 DENÚNCIA Protesto Os médicos gaúchos são contra o racismo e qualquer tipo de discriminação. Esta é a mensagem principal do apedido publicado nos principais jornais do Estado em dezembro. 22 – Março 2015 QUEM É SIMERS ACESSA O MAIS COMPLETO SITE DE CONTEÚDO MÉDICO DO BRASIL Aulas em Vídeo Artigos Científicos Comentados O SIMERS é parceiro do MedicinaNET, o maior portal de conteúdo especializado do Brasil – totalmente em português – que subsidia a tomada de decisão dos médicos nas situações cotidianas da atuação médica. Acesse a área exclusiva para associados no site simers.org.br e aproveite este benefício! Medcalc 3000 ACP Medicine Segurança do Paciente BPR Guia de Remédios Bulário Medicinanet EÚDO CONT ENTE LM TOTA TUGUÊS OR EM P Março 2015 – 23 QUALIDADE A caminho de um mundo melhor SIMERS participa do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP), que tem a missão de contribuir para uma sociedade mais justa e equilibrada Transformar o mundo em um lugar melhor para se viver. É com essa missão que vem atuando o Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP), criado em 1992. A busca pela excelência em gestão – seja na área pública, privada ou terceiro setor – foi a maneira encontrada pelo PGQP para transformar o Rio Grande do Sul e suas diferentes regiões em um Estado melhor. As organizações, quando possuem qualidade em sua gestão, podem atender de maneira mais satisfatória aos seus clientes e consumidores, alcançando melhores resultados, movimentando a economia, gerando empregos, contribuindo para a valorização dos funcionários, preocupando-se com o meio ambiente e com as pessoas, arrecadando mais impostos para que o poder público possa retornar para a sociedade em benefícios. E foi pensando em tudo isso que o PGQP criou um de seus principais produtos: o Sistema de Avaliação da Gestão (SAG), uma ferramenta de gestão que permite diagnosticar o estágio de desenvolvimento gerencial e planejar ações visando à melhoria contínua. Este instrumento de avaliação possibilita a qualquer tipo de organização, de qualquer porte, setor e estágio de gestão, avaliar o seu sistema gerencial e o seu desempenho em relação às melhores práticas adotadas por organizações de alto desempenho. Esta avaliação beneficia não apenas a organização em questão, mas toda a sociedade que a cerca. GESTÃO RECONHECIDA O PGQP HOJE O Sindicato Médico é uma das organizações ligadas ao PGQP. Em 2014, o sistema de gestão do SIMERS foi agraciado com o Prêmio Qualidade RS, um dos mais tradicionais reconhecimentos no País. O evento de premiação, reunindo em torno de 6 mil pessoas, conta com o prestígio da mídia, das autoridades e da comunidade empresarial gaúcha e brasileira. Desde 1992, o PGQP envolve mais de 11 mil organizações, entre iniciativa privada, órgãos públicos e terceiro setor, e cerca de 1,3 milhão de pessoas relacionadas com a Gestão da Qualidade. São 80 comitês setoriais e regionais, permeando o Rio Grande do Sul e diversos setores da economia gaúcha. O PGQP contribuiu para a criação do Programa Nacional da Qualidade (PNQ) e representa o Brasil na Sociedade Americana da Qualidade (American Society for Quality – ASQ) e na Rede Mundial da Qualidade, formada por 14 países das Américas, da Europa e da Ásia, desde 2005. No mesmo período, também tem fortalecido sua aproximação com a Academia Internacional da Qualidade (International Academy for Quality – IAQ). O PGQP ainda atua como parceiro da Fundação Iberoamericana para a Qualidade (Fundibeq), entidade que promove a gestão da Qualidade nas empresas e instituições da IberoAmérica, Espanha e Portugal. Comunicação SIMERS Argollo (centro) recebe a premiação em 2014 Março 2015 – 25 Panorama Westphalen visita SIMERS e reforça apoio à categoria médica Pryscila Silva O deputado estadual e médico Pedro Westphalen, atual secretário estadual de Transportes e Mobilidade, esteve na sede do Sindicato Médico para uma visita de cortesia. Recebido pelo presidente da entidade, Paulo de Argollo Mendes, Westphalen se colocou à disposição para auxiliar nas demandas e lutas da categoria. O político foi reeleito para o quarto mandato, com 65.138 votos, em 2014. Em 2013, o médico foi presidente da Assembleia Legislativa, marcando sua gestão pela transparência. À frente do Parlamento gaúcho, o deputado também foi decisivo no apoio à mobilização nacional contra o uso eleitoreiro do programa Mais Médicos, lançado pelo governo federal. Westphalen se somou ao protesto histórico, que reuniu milhares de médicos em 3 de julho daquele ano, em Porto Alegre. Argollo e Westphalen: aliados pela saúde 26 – Março 2015 Homenagem O presidente do Sindicato Médico, Paulo de Argollo Mendes, participou do descerramento da foto do deputado Pedro Westphalen na galeria dos ex-presidentes da Assembleia Legislativa do Estado, em dezembro. Em seu discurso, o novo secretário agradeceu a presença do presidente do SIMERS, falou sobre a atuação do Sindicato e lembrou dos reconhecimentos conquistados em 2014, como o Prêmio Qualidade RS, do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP), e o Top de Marketing da Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas (ADVB-RS), ambos atestados da excelência na gestão e prestação de serviços aos associados. – O deputado tem sido um defensor intransigente das causas médicas e da saúde – afirmou Argollo, agradecendo a atuação de Westphalen. Divulgação/Glauccio Dutra SIMERS como benchmark ERS O presidente do Sindicato Médico, Paulo de Argollo Mendes, foi um dos convidados do Prêmio Press ocorrido em novembro, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. No evento, o médico entregou a premiação de Melhor Programa de Televisão do Ano ao programa Brasil Urgente, da Band TV, representado pelo jornalista Paulo Bogado. Ao todo, 14 profissionais da imprensa e dois programas foram agraciados durante o evento. A distinção, a cada ano, alcança maior participação da classe jornalística, da sociedade civil e do público em geral. Na ocasião, também foram homenageados o jornalista Rogério Mendelski, como reconhecimento aos seus mais de 35 anos de atividade profissional no jornalismo gaúcho, e o empresário Adelino Colombo, pela sua contribuição à valorização e ao desenvolvimento do mercado publicitário gaúcho. ação SIM Reconhecimento à imprensa Comun ic Argollo entregou a premiação de Melhor Programa de Televisão do Ano ao jornalista Paulo Bogado A Associação Paulista de Medicina (APM) visitou o Sindicato Médico para conhecer o modelo de gestão adotado na entidade e trocar informações. – A diretoria da APM considera o SIMERS um modelo de atuação na prestação de serviços – relatou o responsável pela área de serviços da associação, Walter Vieira, que esteve em Porto Alegre. Na ocasião, ele explicou que o objetivo da entidade é melhorar os processos e a qualidade no atendimento ao público associativo. – O que eu vi aqui foi uma empresa com profissionalismo e competência na gestão, que realmente serve de modelo. Além disso, a estratégia de relacionamento praticada é um diferencial – avaliou o visitante. O foco da visita foi a prestação de serviços do SIMERS, mas também incluiu o Museu de História da Medicina e o Núcleo Acadêmico. – O posicionamento do Sindicato frente à classe médica e à comunidade, com seu slogan A verdade faz bem à saúde, é admirável – elogiou Vieira. Março 2015 – 27 ESPECIAL Virginia Coser | Arquivo pessoal Turma 1979 da UFSM: mulheres na década de 1970 eram 15,8% do total de médicos em atuação no Brasil Medicina e Participação do sexo feminino alcança proporções históricas Em cem anos, a presença da mulher na Medicina praticamente dobrou no Brasil. Passou de 22,1% em 1910 para 39,9% em 2010, segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) que levam em conta os profissionais da área em atividade. Entre os médicos jovens, no entanto, elas já são maioria: 53,31% do total. – A mulher funciona muito bem na área da saúde porque temos um olhar mais humanista, que favorece bastante a relação médicopaciente. É uma ligação mais olho no olho – analisa Maria Rita de Assis Brasil, vice-presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. De acordo com o estudo A Feminização da Medicina no Brasil, desenvolvido por Mário César Scheffer e Alex Jones Flores Cassenote, o perfil demográfico da Medicina no País passa por uma transformação histórica que acompanha a progressiva diminuição nas diferenças de gênero, com a remoção de barreiras que impedem as mulheres de ter o mesmo acesso que os homens à educação. Trata-se de “um fenômeno que poderá moldar o futuro da profissão médica, 30 – Março 2015 influir no modelo de cuidados de pacientes e na organização do sistema de saúde”, consideram os autores da pesquisa. DIFERENÇAS ENTRE OS SEXOS Para a psiquiatra Carla Bicca, 47 anos, ainda há preconceito contra as mulheres na Medicina: os grandes cargos são ocupados, em sua maioria, por homens. Em compensação, na pesquisa o preconceito é quase imperceptível. – As mulheres são muito respeitadas nessa área. Claro que ainda vejo pesquisadores com dificuldades de lidar com mulheres muito inteligentes, mas não é cultural. A psiquiatra salienta que é importante na profissão associar as diferenças. As mulheres, por exemplo, são mais sensíveis, enquanto que os homens, mais objetivos. São diferenças de gêneros que contribuem para o trabalho. Antes de se tornar vice-presidente do SIMERS, a doutora Maria Rita de Assis Brasil integrou, no início da década de 1980, a diretoria da Associação Gaúcha de Médicos Residentes, Comunicação SIMERS Maria Rita, vice-presidente do SIMERS, festeja o protagonismo nas jovens médicas o Conselho Estadual de Saúde e o Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre. Desde 1998, é vice-presidente do SIMERS. – Hoje, temos entre os estudantes de Medicina jovens médicas com um protagonismo muito grande, tanto do ponto de vista estudantil quanto profissional – analisa Maria Rita. NOVA GERAÇÃO Uma das jovens lideranças que se destaca no cenário gaúcho é Pauline Elias Josende, 23 anos. Para realizar o sonho de se tornar clínica-geral, ela deixou o interior do Estado aos 17 anos (é natural de Bento Gonçalves) para morar na capital gaúcha e estudar na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. O curso de Medicina foi concluído no ano passado. – Lembro de entrar na sala e perceber que havia muitas mulheres. Nós éramos maioria. Depois, conversando com professoras mais velhas, entendemos que aquele cenário era uma cena invertida em relação ao que ocorria na época delas, onde ser mulher e médica era exceção – compara. Ex-presidente do Núcleo Acadêmico SIMERS Arquivo pessoal Pauline em sua formatura, em dezembro de 2014: ícone da nova geração (NAS) nas gestões 2011 e 2012, e posteriormente coordenadora de Movimento Estudantil do Núcleo, na gestão 2013, Pauline foi importante liderança estudantil à frente de campanhas, como a que denunciou a ineficiência do Programa Mais Médicos, antes de sua aprovação pela base aliada do governo federal no Congresso, e a que era contrária ao bônus de 10% nas provas de residência médica para os profissionais que participam do Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica (Provab). Entre 2012 e 2013, Pauline foi também a coordenadora discente da regional Sul-1 da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem). Ela comemora o acesso à educação que o sexo feminino conquistou nas últimas décadas. Contudo, lembra que conhece histórias de mulheres mais velhas que foram obrigadas a cuidar da lavoura e impedidas de estudar. NESTE MÊS DA MULHER, ACESSE O SITE DO SIMERS E CONHEÇA A SÉRIE QUE TRAZ A HISTÓRIA DE VÁRIAS MÉDICAS QUE HONRAM A CATEGORIA NO RIO GRANDE DO SUL Março 2015 – 31 ESPECIAL A PRESENÇA DELAS NA MEDICINA As mulheres representam 43,1% do total de médicos no Brasil O Estado com menos mulheres na Medicina é o Piauí 35,5% 52,3% Os dados levam em conta somente os profissionais ativos Fonte: CFM, 15/01/2015 Alagoas possui o maior número de médicas em atuação 40,8% No Rio Grande do Sul, as médicas ainda são minoria As especialidades que elas preferem As mulheres são maioria 69,6% Dermatologia Pediatria 72,90% As mulheres são minoria 65% 1,7% Genética Endocrinologia Alergia e imunologia médica 66,5% 7% 8,2% Urologia Ortopedia e Cirurgia Cirurgia do Neurocirurgia traumatologia torácica aparelho digestivo 60,8% 5,15% 7,6% Fonte: Demografia Médica no Brasil, V. 2/Cremers; CFM 2013 39,9% 35,8% Evolução das mulheres na Medicina 30,8% 23,4% Fonte: artigo A feminização da Medicina no Brasil 15,8% 12,9% 1960 32 – Março 2015 1970 1980 1990 2000 2010 Shutterstock PARA A SAÚDE, COFRE VAZIO Repasses para municípios atrasados IPE-Saúde falido Fatia da saúde no orçamento da União menor que no ano passado Março 2015 – 33 Imagens: Shutterstock ORÇAMENTO Saúde segue não sendo prioridade para o governo Previsão de gastos do governo federal em 2015 apresenta redução de patamares de 2014, que já eram dramáticos Se nada tivesse mudado, já seria ruim. Mas ficou ainda pior. Do total de despesas previstas no Orçamento da União em 2015, que somam R$ 2,9 trilhões, o governo federal prevê a aplicação de apenas R$ 109 bilhões na saúde, o que equivale a aproximadamente 3,8%. Em 2014, para um orçamento de R$ 2,49 trilhões, estavam previstos no orçamento original R$ 106 bilhões para a área (4,2%). Ou seja, ficou bem distante na memória o sonho de que a saúde fosse contemplada com 10% do orçamento bruto, conforme previa o Projeto de Lei Parlamentar (PLP) nº 36/2008, o qual foi rejeitado pela Câmara Federal. O governo Dilma 34 – Março 2015 Rousseff, na prática, está reduzindo o volume de recursos previstos para a saúde da população brasileira. E tudo isso em meio a sucessivos escândalos de corrupção, que sangram a economia e destroem a autoestima do País. O cenário tornou-se ainda mais sombrio neste início de 2015 no que se refere aos gastos não prioritários (as despesas com obrigações constitucionais ou legais não foram afetadas). A praxe é que, enquanto o orçamento não é votado, O governo prevê gastar 51,8% do total do orçamento para pagamento de despesas financeiras, como juros (7,9%), amortizações da dívida (39,5%) e demais despesas financeiras (4,4%). Todo este valor vai ser destinado a banqueiros e correntistas detentores de títulos da dívida pública. Já para a saúde, são destinados 3,8% do orçamento. o governo edita um decreto limitando estas despesas mensais a 1/12 (um doze avos) do orçamento original, mas neste ano, a limitação foi maior. Os ministérios foram autorizados a gastar apenas 1/18 (um dezoito avos) por mês, o que significa 33% a menos do que consta na própria previsão do governo para cada pasta, mensalmente. Ou seja, a saúde está perdendo R$ 27,14 milhões ao mês. A Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2015 deverá ser votada em março e permite emendas, mas, mesmo que deputados e senadores decidam dar prioridade ao tema, o cenário pouco mudará. O que só confirma a regra dos últimos 12 anos: saúde não é prioridade. A situação no RS O secretário estadual da Saúde, João Gabbardo, assegura que o governo gaúcho irá cumprir a legislação e aplicar 12% do orçamento na área da saúde, mas nem por isso a situação dos médicos e da população é confortável. A situação no IPE, por exemplo, é dramática (leia mais na página 46). Os cortes e as suspensões nos pagamentos das dívidas do governo Tarso Genro, pelo prazo de 180 dias, determinado pelo governador Sartori no início de janeiro, causaram transtornos generalizados. A dívida total do governo estadual com os municípios estaria na casa dos R$ 208 milhões, e com os hospitais filantrópicos e Santas Casas, alcançaria R$ 255 milhões. Uma tragédia. (Veja mais na página 66) INTERIORIZAÇÃO Bem próximo dos médicos Em seu processo de interiorização, o Sindicato Médico tem visitado cidades gaúchas para discutir questões da saúde pública. Temas como carreira médica, garantia de mais investimentos para o SUS, melhoria de gestão, fortalecimento de polos regionais de saúde e revisão da reforma psiquiátrica pautam as discussões. Também estão em debate, as iniciativas e os êxitos do Sindicato, como os prêmios e certificações recebidos em 2014: Prêmio Qualidade RS, do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP), Certificação OHSAS, Top de Marketing, da ADVB-RS, e o Top Ser Humano, da ABRH Nacional. – A competência gerencial é a nova marca adotada pelo SIMERS como símbolo da excelência administrativa. Fato reconhecido pelos cerca de 15 mil associados – enfatizou Paulo de Argollo Mendes, presidente do Sindicato, em várias oportunidades. Acompanhe nas próximas páginas as viagens mais recentes, todas elas Shutterstock protagonizadas pelo líder sindical. 36 – Março Março 2015 2015 TAQUARA Patrícia Comunello 73 Km Enrique Barros (ao centro, de óculos), novo delegado, reforça presença do SIMERS junto à categoria e às autoridades locais Taquara e região já têm novo delegado do SIMERS. O médico especialista em Saúde da Família e Comunidade Enrique Falceto de Barros assumiu o posto e pretende aproximar ainda mais a entidade e sua estrutura de serviços e apoio dos colegas na região. A posse ocorreu em dezembro, em Taquara, com a presença do presidente do Sindicato, Paulo de Argollo Mendes. Barros destacou que buscará maior interlocução com gestores públicos dos municípios e também hospitais. – O SIMERS já tem um trabalho forte de luta por temas que melhorem a saúde da população e as condições de trabalho. Vamos estar mais presentes nas pautas que envolvam a categoria e as demandas individuais – adianta o delegado. Barros e o presidente do Sindicato fizeram uma visita ao Hospital Bom Jesus, administrado pelo Hospital Mãe de Deus (de Porto Alegre). A instituição está com nova direção. No encontro, foi possível obter detalhes de planos de expansão e assistência e conhecer as instalações. O PRESIDENTE DO SIMERS RESSALTOU QUE 2014 MARCOU O REFORÇO DE LUTAS DA ENTIDADE PELA DEFESA DA CATEGORIA (CONTRAPONTO À POLÍTICA DO MAIS MÉDICOS E USO ELEITOREIRO DO PROGRAMA) E PELA BUSCA DE AVANÇOS NAS RELAÇÕES ENTRE OS PROFISSIONAIS E GESTORES EM DIVERSOS SERVIÇOS, ALÉM DE INVESTIMENTO E QUALIFICAÇÃO DA REDE DE SERVIÇOS DA ENTIDADE PARA ATENDER AOS ASSOCIADOS. Março 2015 – 37 INTERIORIZAÇÃO 450 Km Patrícia Comunello Argollo conferiu com os médicos conquistas como o aumento de 40% no valor do sobreaviso e a importância da relação com Ipergs na região SANTIAGO A cidade de Santiago, na Fronteira Oeste, sediou o primeiro encontro de 2015 da direção do SIMERS com os médicos da região. O evento, no dia 20 de janeiro, foi um importante momento de interação entre o presidente do Sindicato, Paulo de Argollo Mendes, e os profissionais. Somente em Santiago são cerca de 80 médicos, que trabalham em hospitais, serviços do SUS e têm seus consultórios e clínicas. Argollo detalhou as ações voltadas aos associados, alicerçada em uma rede ampla de serviços, e à sociedade, o que tem gerado reconhecimento público da entidade. – Hoje, o SIMERS é o maior sindicato médico da América Latina – dimensionou o dirigente. ALERTA EM 2015 Argollo destacou que um dos temas que mais preocupa, neste começo de ano, diz respeito aos débitos acumulados pelo governo Tarso Genro. A dívida gerou dificuldades para o pagamento dos médicos do Hospital de Caridade de Santiago, por exemplo. Atrasos também atingiram os honorários de credenciados ao Ipergs, fato que só elevou a 38 – Março 2015 insatisfação dos credenciados. O DELEGADO REGIONAL DO SIMERS EM SANTIAGO, MARIO MACHADO, CONSIDEROU O ENCONTRO UM MARCO. PARA ELE, A ATUAÇÃO DO SINDICATO TEM SIDO DECISIVA NA PROTEÇÃO E NO APOIO AOS PROFISSIONAIS. Machado citou o acordo firmado em 2014 com a direção do Hospital de Caridade, que resultou no aumento de 40% no valor do plantão de sobreaviso. – O SIMERS conquistou respeito e voz e isso está fazendo toda a diferença – completou. 198 Km TORRES O presidente do Sindicato Médico, Paulo de Argollo Mendes, esteve em Torres para apresentar as reivindicações da categoria aos gestores locais. Participaram do encontro a secretária municipal da Saúde, Karla Mattos, e a procuradora geral do município, Naiara Matos dos Santos. A secretária manifestou apoio aos pontos levantados pelo Sindicato, que incluem especialmente a criação de um Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV). O presidente do SIMERS ressaltou que a conversa foi uma oportunidade de discutir as questões locais de saúde e temas mais amplos, como a epidemia do crack e as políticas públicas voltadas à saúde mental. Argollo visitou o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes e conversou com o diretor técnico da casa de saúde, Marcelo Duarte, e com o administrador, Ademar Soares. O dirigente também esteve com os médicos para conversar sobre as lutas sindicais. Amália Ceola Secretária da Saúde, Karla Mattos (direita), e a procuradora geral do município, Naiara Matos dos Santos, receberam proposta de criação de carreira médica Março de 2015 – 39 Comunicação SIMERS INTERIORIZAÇÃO Médicos se encontram com o presidente do SIMERS, que reforça ação da área jurídica contra prática de PMs de solicitar exames de corpo de delito a médicos plantonistas 191 Km SÃO LOURENÇO DO SUL Em visita a São Lourenço do Sul, o presidente do Sindicato Médico, Paulo de Argollo Mendes, conheceu as instalações da Santa Casa e as condições de atendimento da população, além de conversar com a direção e com os médicos da instituição. O diretor do hospital, José Ney, afirmou que a presença do Sindicato é fundamental. – O SIMERS é sempre bem-vindo para debater a situação da saúde, apontar problemas e contribuir com a administração – defendeu Ney. Após a agenda no hospital, Argollo se encontrou com os médicos da cidade. O delegado regional, Mário Strelow, saudou a iniciativa da presidência em interiorizar o Sindicato. – O SIMERS está cada vez mais próximo do 40 – Março 2015 associado. Através da interiorização, a estrutura e as propostas se fazem presentes na rotina do médico – explicou o sindicalista. – ALÉM DO RECONHECIMENTO QUE O SINDICATO RECEBEU EM 2014, TEMOS MUITO ORGULHO DAS LUTAS E DEBATES QUE LEVAMOS À SOCIEDADE – COMEMOROU ARGOLLO. Na reunião, foi levantada a questão de que policiais militares estão solicitando exames de corpo de delito aos médicos plantonistas. O presidente do SIMERS afirmou que acionará a assessoria jurídica sobre a ocorrência. 347 Km Em viagem a Cruz Alta, o presidente do Sindicato Médico, Paulo de Argollo Mendes, visitou hospitais e conversou com os médicos sobre as questões locais de saúde. Durante sua passagem pelos hospitais Santa Lúcia e São Vicente de Paulo, o sindicalista falou sobre o engajamento dos médicos na luta por melhorias na saúde e apresentou o Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV). – A adoção do PCCV e a valorização e respeito à atividade profissional do médico são fundamentais para levar especialistas até o interior – defendeu. Fotos: Comunicação SIMERS CRUZ ALTA Argollo, acompanhado do delegado Barcelos (1º, à esq.), visita hospitais, ressalta engajamento dos médicos na luta por melhorias na saúde e busca de carreira de Estado O delegado sindical de Cruz Alta, Osvaldo Barcelos, acompanhou a agenda e falou sobre a interiorização do SIMERS. – A presença do presidente Argollo na cidade mostra o quanto o Sindicato está empenhado em levar a sua proposta, serviços e estrutura para todo o Estado – enfatizou Barcelos. À noite, o dirigente reuniu-se com os médicos. Março Março de 2015 – 41 INTERIORIZAÇÃO 450 Km TRÊS PASSOS POR ENQUANTO, OS PROFISSIONAIS ESTÃO SENDO SOLIDÁRIOS COM A SITUAÇÃO DO IPE, SALIENTOU SUSILENE MENDONÇA GONÇALVES, PEDIATRA E DELEGADA REGIONAL DO SINDICATO. A SINDICALISTA ALERTOU, ENTRETANTO, QUE PODE SER APENAS UMA QUESTÃO DE TEMPO PARA QUE A CATEGORIA PEÇA O DESCREDENCIAMENTO DO INSTITUTO. 42 – Março 2015 Fotos: Cláudia Barbosa Os médicos que atuam no município de Três Passos, na região Celeiro, receberam a visita do presidente do Sindicato Médico. No encontro, Paulo de Argollo Mendes expôs sua preocupação com o IPE-Saúde e a questão da dívida da Secretaria Estadual da Saúde com hospitais e prefeituras. Conforme reconheceu na ocasião o presidente do Hospital de Caridade de Três Passos, Ademir Dreier, os salários dos médicos estavam um mês atrasados. – Isso por conta da herança de R$ 580 milhões que o governo Tarso Genro nos deixou – disse Dreier. – Em Santa Cruz do Sul, não há mais pediatras no IPE. Todos saíram – acrescentou o presidente do SIMERS. Argollo também esteve reunido com a secretária da Saúde de Três Passos, Maria Helena Gehlen Krummenauer. O encontro, na sede da prefeitura, abordou a gestão da saúde no município, em especial a descentralização dos atendimentos. Ao final da reunião, o sindicalista entregou à secretária a proposta de projeto de lei que cria um Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV), gerando condições para fixar os médicos no interior. Com quase 24 mil habitantes, o município tem 40 médicos que residem e trabalham na localidade. Maria Helena, Susilene (centro) e Argollo em reunião sobre interiorização da categoria. Em foco, débitos do Ipergs, hospital e municípios com médicos. Abaixo, encontro com os médicos da região Março 2015 – 43 Jonathan Heckler/PMPA HOSPITAIS Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, em Porto Alegre, enfrenta um desmonte silencioso, mas constante Presidente Vargas: sinônimo de problemas Instituição tem sido vítima de desmonte promovido pela Prefeitura de Porto Alegre A notícia mais recente veio em dezembro, com a denúncia de que fetos humanos e restos de cirurgias obstétricas se acumulavam na casa de saúde havia pelo menos seis meses. A verdade é que o Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas (HMIPV) se transformou em sinônimo de problemas nos últimos 44 – Março 2015 tempos, tantas são as circunstâncias envolvendo má gestão e dificuldades na instituição (confira no quadro), em claro sinal de que a prefeitura da capital trabalha silenciosamente para fechá-lo. Tal atitude prejudica a população, os funcionários e, também, os médicos residentes. Hospital pede socorro 1. Levantamento do Sindicato Médico comprovou o fechamento progressivo do Hospital Presidente Vargas. A Prefeitura bloqueou quase metade dos leitos da instituição em 2014, restringindo partos e o atendimento neonatal, cirurgias ginecológicas e tratamento de gestantes dependentes de crack. 2. Vistoria realizada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara de Porto Alegre (Cosmam) apontou problemas no Centro Obstétrico: não há sala de recuperação e, após o parto, as mães são colocadas em macas no corredor, ao lado de gestantes em trabalho de parto. 3. Na mesma vistoria, foi constatada que a ala psiquiátrica estava mantendo 10 leitos dos 24 existentes. No espaço, estão previstas cinco vagas para gestantes dependentes de substâncias químicas, mas apenas duas estavam em funcionamento. O serviço é único em Porto Alegre com esta especialidade, que garante acompanhamento e cuidados posteriores com os bebês. 4. Em dezembro, depois que vieram a público denúncias de funcionários, a Secretaria Municipal de Saúde admitiu que nos últimos seis meses fetos, placentas e outros tecidos estavam se acumulando em um depósito, pois o contrato com o Hospital Conceição, encarregado de fazer o descarte do material, havia se encerrado. Exames neste tipo de material podem eventualmente detectar a causa de abortos ou outras doenças que acometem as mães. Somente após a denúncia, a prefeitura da capital firmou contrato emergencial, dispensando licitação, para que uma empresa retomasse o serviço. Apedido do SIMERS publicado nos jornais de Porto Alegre protesta contra o fechamento de leitos, como acontece no HMIPV Março 2015 – 45 IPE-SAÚDE IPE-Saúde: perspectivas assustadoras Shutterstock Pagamentos do IPERGS referentes a dezembro chegaram a ser suspensos, mas o SIMERS reagiu e as dívidas foram quitadas. Valores das consultas seguem inalterados Entra ano, sai ano, entra governo, sai governo, e os beneficiários e profissionais conveniados ao IPE-Saúde, que atendem aos servidores públicos e seus dependentes, seguem sem perspectiva de melhorias. No caso dos profissionais médicos, a consulta, no valor de R$ 47,00, é a mais baixa entre todos os planos de saúde. No que se refere ao atendimento da população, um susto em janeiro: o governo recém-eleito chegou a anunciar que não iria pagar as despesas de dezembro de 2014, o que poderia ter levado à suspensão das consultas e dods atendimentos, mas depois de Arquivo SIMERS Se forem fazer a conta, os médicos pagam para trabalhar. Quando atendem em posto de saúde, recebem salário, e as despesas são do SUS. Pelo IPE-Saúde, o valor da consulta tem de cobrir despesas de consultório. E hoje não cobre! Paulo de Argollo Mendes, presidente do SIMERS forte reação do Sindicato Médico, fez o pagamento (confira na próxima página apedido publicado nos principais jornais gaúchos). – A preocupação era que 10% da população do Estado seria jogada no SUS, que já não comporta a demanda atual – advertiu Paulo de Argollo Mendes, presidente do SIMERS. Segundo o sindicalista, os médicos cansaram de ser ludibriados com sucessivas promessas, não apenas com relação ao aumento do valor da consulta, mas também quanto à adoção da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), que garantiria exames e tratamentos mais modernos aos pacientes. Hoje, mais de 7 mil médicos estão credenciados para prestar assistência a mais de 1 milhão de beneficiários do IPE-Saúde. – QUEREMOS SABER DO NOVO GOVERNADOR O QUE ELE PRETENDE: GARANTIR A CONTINUIDADE DO IPE-SAÚDE OU EXTINGUI-LO DE VEZ – ENFATIZOU O PRESIDENTE DO SINDICATO. A entidade também solicitou agenda com a pasta da Administração, que trata da previdência e saúde dos servidores públicos, para prevenir que ocorram novas suspensões, elevando a incerteza e gerando mais intranquilidade aos credenciados. Março 2015 – 47 IPE-SAÚDE O QUE FOI PAGO A Secretaria Estadual da Fazenda liberou, em 20 de janeiro, R$ 87,6 milhões para que o Instituto de Previdência do Estado pudesse efetuar o pagamento de médicos, hospitais e clínicas credenciados ao plano de saúde. Com esta medida, foram pagos os serviços realizados entre os dias 1º e 20 de dezembro. O secretário da Fazenda, Giovani Feltes, autorizou a excepcionalidade das despesas com consultas médicas, internações e exames pelo IPE-Saúde que estavam represadas por conta do decreto que prevê cortes nas despesas públicas. A Secretaria Estadual da Fazenda ainda enfrenta atrasos do governo passado com hospitais filantrópicos e Santas Casas, assim como em relação a convênios com municípios para o financiamento da saúde pública. Em alguns casos, os atrasos são superiores a três meses. Veja na página 66. – Não interessa de quem é a responsabilidade pelos atrasos, do atual ou do governo anterior – afirmou Paulo de Argollo Mendes, presidente do SIMERS. Argollo fez um apelo ao governador Sartori para que novos atrasos não aconteçam, sob pena de importante parcela da população gaúcha correr o risco de ficar sem atendimento. 48 – Março 2015 Patrícia Comunello Maria Rita, Parode, Argollo e Bonow debateram sobre as pautas da categoria e a viabilidade do IPE-Saúde Presidente do IPE visita o SIMERS José Alfredo Parode esteve no Sindicato Médico no mesmo dia em que Paulo de Argollo Mendes foi recebido pelo novo governador O futuro presidente do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (Ipergs), José Alfredo Parode, fez uma visita à direção do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul para um primeiro contato e projeção de demandas e necessidades de melhoria do sistema. O encontro, poucos dias depois do episódio referente ao atraso no pagamento das despesas do instituto, ocorreu na sede da entidade, em Porto Alegre, na mesma data em que, pela manhã, o presidente do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes, havia estado em audiência com o governador José Ivo Sartori (PMDB), no Palácio Piratini (leia texto sobre o tema na página 6). Além do presidente do SIMERS, também estiveram reunidos com Parode a vice-presidente, Maria Rita de Assis Brasil, e o diretor Germano Bonow. Na reunião, os dirigentes do SIMERS ressaltaram as pautas prioritárias da categoria, como atualização do valor da consulta, exames e procedimentos, e a adoção da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), que proporcionará acesso de pacientes a exames e tratamentos mais modernos. O presidente do Ipergs adiantou que seu compromisso é com a garantia da regularidade nos pagamentos pelos serviços e esclareceu que pendências históricas, como dívidas, passarão por uma avaliação “para que se possa encaminhar soluções dentro das possibilidades do orçamento do Ipergs e da realidade do Estado”. Parode ainda conversou sobre alternativas de diferenciação e novos planos para ampliar a base de beneficiários, o que daria maior sustentabilidade ao IPE-Saúde. Março 2015 – 49 IPE-SAÚDE Patrícia Comunello Na TV, Argollo cobra medidas sobre IPE-Saúde O presidente do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes, cobrou transparência na gestão financeira do IPE-Saúde e a atualização da tabela do órgão aplicando o rol da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). A manifestação ocorreu durante sua participação no programa Conversas Cruzadas, da TVCom (foto), em janeiro. Argollo definiu como extremamente grave o que ocorre no IPE-Saúde. – Está falido, é uma caixa preta. Ninguém sabe o que o governo está aportando em recursos. Virou um queijo suíço com o progressivo descredenciamento de profissionais – lamentou o sindicalista. O presidente do SIMERS destacou, ainda, a falta de atualização na lista de procedimentos médicos cobertos pela tabela do Instituto. – Há anos reivindicamos a adoção da CBHPM. Existe um grupo paritário, com a presença da direção do Instituto, que discute a possibilidade há muito tempo. Há procedimentos que o próprio SUS cobre e não são reconhecidos pelo IPE-Saúde, o que faz com que pacientes precisem ir à Justiça para garantir atendimento – exemplificou o dirigente. 50 – Março 2015 Proposta de acordo foi recusada em 2014 A mais recente tentativa de acordo entre os médicos credenciados ao IPE-Saúde e a instituição é de novembro de 2014. Na ocasião, a proposta de acordo foi recusada em decisão unânime durante assembleia. À época, o coordenador da Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHMRS) e diretor do SIMERS, Jorge Eltz de Souza, foi taxativo: – Não temos como assinar um acordo que não prevê uma proposta concreta para os médicos – disse Eltz, lembrando que o valor da consulta paga aos médicos (R$ 47,00) está sem reajuste há mais de três anos, com a defasagem chegando a mais de 28%. Em acordo firmado em agosto de 2011, o IPE havia se comprometido a implantar, na sua plenitude, a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) até 31 de dezembro do mesmo ano, o que não ocorreu. – Não tínhamos como negociar a valoração da CBHPM somente para o segundo trimestre de 2015 – explicou Eltz. Confira vídeo com a participação de Paulo de Argollo Mendes no Conversas Cruzadas. Para acessar, é necessário baixar um aplicativo leitor de QR code em seu smartphone. GRAVATAÍ Aumento aprovado Comunicação SIMERS Projeto de lei eleva salário-base de médicos e institui a opção de redução de carga horária Clarissa Bassin e os representantes da comissão de negociação A Câmara de Vereadores de Gravataí aprovou o projeto de lei 109/2014, que aumenta o valor da hora trabalhada em 63%, estabelece isonomia na matriz salarial e institui a opção de redução de carga horária para 12h e 16h semanais. Porém, ao contrário do acordado, a Procuradoria-Geral não apresentou o texto final ao Sindicato Médico. A aprovação, em final de dezembro, foi recebida com críticas pela entidade, que constatou que a opção de redução de carga horária foi colocada como 52 – Março 2015 regime especial de trabalho e com duração de um ano, prorrogável pela necessidade do serviço. – Isso não foi o que ficou ajustado. O médico não pode ter incertezas ao fazer esta opção, pois organiza sua vida funcional a partir de sua disponibilidade de horário – explicou Clarissa Bassin, diretora do SIMERS. Após a votação, representantes do Sindicato Médico estiveram em Gravataí em reunião com o secretário de Saúde, Jones Martins, e com o diretor Administrativo e Financeiro, Laone Pinedo, para discutir inconformidades no projeto de lei do Executivo. Segundo os representantes da Secretaria de Saúde, alguns pontos sugeridos pelo SIMERS serão ajustados. ENTRE ELES, A ADEQUAÇÃO DO TEXTO PARA QUE EM CINCO ANOS DE TRABALHO ININTERRUPTOS OU 10 ANOS INTERCALADOS SEJAM INCORPORADAS A CONVOCAÇÃO E A CRIAÇÃO DE OUTROS PROJETOS DE LEI QUE FORMALIZEM O SALÁRIO DO MÉDICO EMERGENCISTA E DO MÉDICO CONCURSADO PARA 20H, MAS QUE EXERCE ATIVIDADE NA EMERGÊNCIA. Também ficou acordado o encaminhamento de carta para os médicos contendo o requerimento que formaliza a opção pela mudança de regime. Porém, essa concessão será dada de acordo com a análise da demanda reprimida de cada especialidade. Outro ponto de discussão foi a implantação do ponto biométrico. HISTÓRICO A categoria está em estado de greve desde março de 2014. Em 20 de outubro, durante assembleia geral extraordinária, os profissionais entraram em greve, suspensa após reunião com o prefeito Marco Alba, que reabriu as negociações para tratar das reivindicações mais urgentes dos médicos. Em dezembro, após reuniões entre SIMERS e representantes da prefeitura, os municipários consideraram, em nova assembleia, que a meta segue sendo o piso nacional proposto pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam). O SIMERS já garantiu aumento do valor da hora de R$ 42,00 para R$ 68,00 e isonomia na matriz salarial. Médicos reforçam mobilização Patrícia Comunello Depois de um 2014 com greve histórica, os médicos municipários e celetistas que atuam em serviços de saúde do município de Gravataí voltaram a se reunir em fevereiro deste ano e confirmam a mobilização. Em encontro no SIMERS, a categoria e integrantes da direção da entidade discutiram a situação do cumprimento do acordo selado com a prefeitura e pendências que necessitam de regulamentação. A vice-presidente do SIMERS, Maria Rita de Assis Brasil, ressaltou que o movimento do ano passado foi decisivo para as conquistas. – Sem aquela mobilização, a barraquinha em frente à prefeitura e a pressão, o prefeito Marco Alba não teria atravessado a rua e instaurado o diálogo – avaliou a dirigente. A preocupação agora é sobre a implantação de disposições do acordo que ainda dependem de envio de projeto para a Câmara Municipal. A vigilância sobre o cumprimento do acordo é intensa. Encontro dos municipários de Gravataí no Sindicato Médico Março 2015 – 53 VIOLÊNCIA Sob ameaça constante Shutterstock Episódios de agressões a profissionais e crimes em hospitais e postos de saúde levam insegurança à população e categoria médica A ONU proclamou 30 de janeiro como o Dia Internacional da Não Violência. Para marcar a data, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul reforçou o alerta sobre a falta de segurança e o aumento da violência nas unidades de Relembre alguns casos de violência Em 2014, um paciente foi morto em um leito do Hospital Cristo Redentor. Em novembro, um homem foi assassinado a tiros dentro do postão da Vila Cruzeiro, na zona sul da capital. A UPA da zona norte de Porto Alegre correu risco de invasão por quase cem pessoas que esperavam atendimento em junho, devido à estrutura precária no local. Em outubro, uma pediatra grávida foi agredida pela mãe de uma paciente enquanto trabalhava na UPA localizada no bairro Rio Branco, em Canoas. Foi a segunda ocorrência saúde na capital gaúcha e em algumas regiões do Estado. Os episódios envolvendo profissionais da saúde ou locais de atendimento à população vêm se sucedendo com frequência cada vez maior (confira no quadro e no apedido na próxima página). de agressões físicas contra médicos no local em menos de dois meses. O Centro de Saúde Santa Marta, no centro da capital, foi assaltado três vezes no ano passado. Em Santa Maria, as constantes ameaças físicas e verbais levaram o SIMERS e o Sindicato dos Médicos de Santa Maria (Sindomed) a publicar a apedido nos jornais locais. Após a iniciativa, a secretária adjunta municipal da Saúde, Liliane Mello, comprometeu-se em reforçar a vigilância: ficou acertado que uma viatura da Brigada Militar faria a segurança nos horários de maior movimento. Imagens: Shutterstock No dia 29 de janeiro, homens armados haviam sido detidos em frente ao Hospital Cristo Redentor, zona norte de Porto Alegre. A suspeita era de que estariam planejando matar um paciente que deu entrada no hospital após ter sido baleado no bairro Rubem Berta. Outra linha de investigação trabalhava com a hipótese de que os homens armados seriam amigos do paciente baleado e estariam fazendo uma espécie de proteção na frente do hospital. Desde 2006, o SIMERS tem se reunido com autoridades Entre 2006 e 2014, o SIMERS registrou 74 casos de violência em serviços de saúde no Estado, 15 somente no último ano. da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, principalmente a Brigada Militar, exigindo, entre outras medidas, a colocação de policiais militares nas proximidades dos postos e de outros locais de assistência. Casos de violência já resultaram na suspensão do atendimento à população na região Metropolitana, instaurando o medo entre profissionais e população. O Sindicato Médico considera urgente a adoção de medidas preventivas, antes que atos violentos causem mais mortos e feridos. VIOLÊNCIA NO POSTÃO DA CRUZEIRO Confira o Minuto SIMERS sobre a execução a tiros de um paciente dentro do Postão da Vila Cruzeiro, em Porto Alegre, que suspendeu o atendimento e instaurou o medo entre profissionais e população. Para ter acesso ao áudio, é necessário baixar um aplicativo leitor de QR Code em seu smartphone. Março 2015 – 55 Apedido publicado nos jornais de Porto Alegre 56 – Março 2015 2015 com mais segurança? Estudantes do Campus Saúde da Universidade Federal foram alvo de constantes assaltos no ano passado Mirella Poyastro diretórios acadêmicos das faculdades de Odontologia e Nutrição. Elsade relatou que o clima de insegurança é grande e preocupa porque são frequentes os relatos de furtos e roubos. Encontro debateu a segurança dos estudantes da UFRGS O Núcleo Acadêmico SIMERS esteve reunido com o comandante do 9º Batalhão da Brigada Militar, major Francisco Vieira, e com o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), José Geraldo Lopes Ramos, para tratar da falta de segurança no Campus Saúde, nas imediações do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O encontro ocorreu no final de 2014, atendendo à solicitação dos acadêmicos. Participaram o diretor do SIMERS Germano Bonow, o então presidente do NAS, Vinícius de Souza, o então vicepresidente do Núcleo, Rodrigo Elsade, e dirigentes dos PROVIDÊNCIAS Lopes Ramos informou que a UFRGS trocou todo o sistema de iluminação interna do campus, colocou câmeras de vigilância nos 48 prédios e abriu licitação para estudo e instalação da central de monitoramento. O comandante do 9º Batalhão da BM afirmou que o policiamento na região será reforçado. Outras medidas também foram adotadas: criação de um grupo no Whatsapp (serviço de troca de mensagens instantâneas) entre Brigada Militar e estudantes; organização de palestras com dicas de segurança no início do ano letivo e, com ajuda dos relatos, mapeamento da criminalidade na área. Estatística 27 roubos ao longo de 2014 70% das ocorrências aconteceram durante o dia Em 2014, cinco pessoas foram detidas em flagrante pelos seguranças da universidade Dados da Coordenadoria da Segurança da UFRGS Março 2015 – 57 POLOS REGIONAIS Shutterstock Pelo Rio Grande A estrada é a rotina dos representantes do Sindicato Médico. A atuação do SIMERS abrange todo o Estado e a equipe está sempre viajando. Os advogados percorrem centenas de quilômetros, visitando todas as cidades em que os médicos demandam assessoria, informação ou posicionamento político 58 – Março 2015 150 Km Prefeitura garante proposta de PCCV para 2015 Arquivo SIMERS SANTA CRUZ DO SUL Arquivo SIMERS O Sindicato Médico esteve reunido com a gestão municipal de Santa Cruz do Sul para tratar do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV). Daniel Boessio, delegado regional do SIMERS, participou da reunião em que a prefeitura assumiu o compromisso de entregar formalmente à Câmara de Vereadores a proposta para implantação do PCCV em 2015. URUGUAIANA 649 Km SIMERS fecha acordo com Santa Casa SANTA MARIA 293 Km Funcionamento do IML O Sindicato Médico foi recebido pelo promotor Fernando Chequim Barros em Santa Maria. Na ocasião, foi debatida a necessidade de funcionamento 24 horas do Instituto Médico Legal (IML) do município. Após três meses de negociações, o Sindicato Médico e a Santa Casa de Misericórdia de Uruguaiana formalizaram acordo referente aos valores dos débitos de honorários médicos das produções do SUS relativos aos meses de fevereiro a junho de 2014. A negociação foi acompanhada por Oscar Blanco, delegado regional do SIMERS. Março 2015 – 59 POLOS REGIONAIS SÃO BORJA 594 Km O Sindicato Médico esteve em São Borja para requerer a contratação de mais um médico anestesista para o Hospital Ivan Goulart. Desde o início de fevereiro, apenas um profissional da área cumpre a escala de sobreaviso no local. Antes, a função era desempenhada por dois médicos. Para tratar da questão, o representante do SIMERS se reuniu com o anestesista em atividade e a administração do hospital, que demonstrou interesse em contratar outro profissional. SÃO LEOPOLDO Arquivo SIMERS SIMERS negocia contratação de anestesista 34 Km Comunicação SIMERS Atraso no salário dos médicos A diretora do Sindicato Médico Clarissa Bassin reuniu-se com o prefeito de São Leopoldo, Anibal Moacir da Silva, para falar sobre o atraso na folha de pagamento dos médicos municipários. De acordo com a Prefeitura, a situação aconteceu em decorrência da falta de repasse de verba por parte dos governos Estadual e Federal e de dívidas anteriores do município. O prefeito estima que a situação não deva se repetir em 2015. Os médicos continuam reclamando de problemas de falta de plantonista. As negociações continuam. 60 – Março 2015 TRAMANDAÍ 124 Km Avanços depois de denúncia no Ministério Público Juliane Soska SOLEDADE 220 Km Médicos irão receber honorários em atraso Arquivo SIMERS A precariedade do Hospital Tramandaí, administrado pela Fundação Hospitalar Getúlio Vargas, foi denunciada pelo Sindicato Médico ao promotor de Justiça do Ministério Público Antonio Metzger Képes no mês de dezembro. A iniciativa foi bem-sucedida já que todas as demandas foram atendidas. De acordo com informações recebidas e denunciadas pelo SIMERS, eram graves os problemas estruturais e de escala médica. Faltava piso no centro obstétrico, havia infiltração na unidade neonatal e presença de mofo nas paredes. Em alguns setores, apenas a função ventilação do ar-condicionado estava em funcionamento e portas não fechavam devido ao desgaste da estrutura. Além disso, as escalas de algumas especialidades não estavam organizadas. O diretor do SIMERS Jorge Eltz de Souza ressaltou a importância do Hospital Tramandaí para a região. O Sindicato Médico obteve sucesso na negociação de honorários em atraso de médicos que cumprem sobreaviso no Hospital de Caridade Frei Clemente, em Soledade. Foi firmado acordo com a presidência do hospital prevendo que todos os débitos com os profissionais sejam quitados em março, sob pena de paralisação dos serviços. Os honorários estavam em atraso desde o final do ano passado. A primeira parcela, correspondente a novembro, já foi paga. Março 2015 – 61 POLOS REGIONAIS MONTENEGRO 62 Km Cláudia Barbosa Hospital promete pagar atrasados Após deliberação dos médicos do Hospital de Montenegro, que chegaram a decretar por unanimidade estado permanente de assembleia, em razão dos constantes atrasos e da falta de regularização nos pagamentos, os representantes do Sindicato Médico estiveram reunidos com a administração da instituição. O diretor Carlos B. da Silveira garantiu os pagamentos dos honorários atrasados, referentes ao mês de dezembro. RIO GRANDE Ele explicou que o governo do Estado não enviou a verba acertada em contrato no mês de novembro de 2014. – Somos 100% SUS. O Estado não pagou e nós ficamos sem recursos suficientes – detalhou. Silveira relatou ao SIMERS que já entrou em contato com o diretor adjunto do Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial (DAHA), Marcelo Thiefen, o qual informou que os repasses serão cumpridos a partir de fevereiro. – O único jeito de mantermos nosso contrato é produzindo. E aqui nós produzimos muito. Ano passado, foram 40 mil consultas. Temos 17 especialidades. A partir de fevereiro, vamos botar a casa em ordem – planeja Silveira. O hospital atende a 14 municípios, o que corresponde a uma população estimada em 170 mil pessoas. O Sindicato continuará acompanhando a situação. 309 Km Prefeito irá avaliar possibilidade de PCCV Representantes do Sindicato Médico estiveram em Rio Grande apresentando o Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) à gestão municipal. O prefeito Alexandre Lindenmeyer (PT) prometeu estudar a proposta e, principalmente, incorporar a atual gratificação paga aos médicos municipários ao salário-base. 62 – Março 2015 VIAMÃO 25 Km Médicos aguardam prefeitura NOVA PRATA 183 Km Reajuste de 65% no sobreaviso Representantes do SIMERS e médicos da comissão de mobilização têm participado de encontros periódicos com representantes da administração e com a secretária municipal da Saúde, Sandra Sperotto. De acordo com a diretora Clarissa Bassin, foi aberta a negociação para os pleitos dos médicos. – Esperamos que o prefeito seja sensível e que permita que os médicos possam permanecer em Viamão, mas para isso é preciso corrigir a atual defasagem – resumiu a diretora. Arquivo SIMERS Os médicos estatutários de Viamão decidiram atender à solicitação do prefeito Valdir Bonatto e estão aguardando para discutir proposta de plano de carreira, com consequente aumento nos vencimentos. A decisão foi tomada durante assembleia realizada na sede do Sindicato Médico. A categoria, contudo, decidiu manter o estado de greve, deflagrado em novembro. As reivindicações são por melhores condições de trabalho, segurança, reposição do quadro de pessoal, remuneração e Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV). Representantes do Sindicato Médico conduziram negociação de grande sucesso em Nova Prata. Foi assinado acordo para majoração dos valores pagos pelo sobreaviso da ordem de 65% para os médicos do Hospital São João Batista. Também foi criado o sobreaviso clínico, que não existia. O contrato já foi assinado e prevê o início de pagamento no mês de março deste ano, retroativos a janeiro. Março 2015 – 63 POLOS REGIONAIS PELOTAS 246 Km SIMERS notifica Pronto Socorro Arquivo SIMERS Há mais de seis meses os cirurgiões gerais plantonistas do Pronto Socorro (PS) do Hospital São Francisco de Paula (HUSFP) de Pelotas estão reivindicando a contratação de cinco médicos para a escala de plantão. O motivo principal é a excessiva demanda enfrentada pelos profissionais, já que a instituição hospitalar é referência para 25 municípios. Diante desta situação, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul notificou o PS para dar retorno aos pleitos. Em reunião realizada com representante do SIMERS, no final de janeiro, os médicos relataram ainda que necessitam de uma sala de cirurgia geral, com infraestrutura adequada, e de uso exclusivo para os atendimentos das urgências e emergências do Pronto Socorro do município. CACHOEIRA DO SUL 188 Km LAJEADO SANTO ÂNGELO 442 Km Atrasados foram colocados em dia Os médicos do Hospital Santo Ângelo estavam com os pagamentos referentes aos meses de novembro e dezembro atrasados devido à falta de repasses do governo estadual ao hospital. Negociações do SIMERS com a Provedoria do HSA conseguiram ajustar os pagamentos dos médicos. 114 Km PCCV para médicos Reajuste para ESF O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul esteve mais uma vez em Cachoeira do Sul para defender a implantação do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos da categoria junto à Secretaria Municipal de Saúde. No encontro, ocorrido em dezembro, o governo informou ao Sindicato que o PCCV será encaminhado ainda neste ano. Depois de negociações do SIMERS, os médicos do Instituto Continental de Saúde (ICOS) que exercem as atividades médicas da ESF no município receberam reajuste de 6,06% em dezembro, retroativo a setembro de 2014. Já no Hospital Bruno Born, os médicos da UTI Pediátrica e Neonatal estão negociando o acordo coletivo de trabalho. Já está acertado reajuste de 7% retroativos a julho/2014. 64 – Março 2015 ROSÁRIO DO SUL 384 Km Hospital sofre intervenção após denúncias do SIMERS Após o Sindicato Médico denunciar a má gestão ao Ministério Público e à prefeitura de Rosário do Sul, o prefeito Luis Henrique Antonello decidiu intervir na administração do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. Foi decretado estado de calamidade pública na assistência hospitalar no município e nomeada uma nova equipe para gerir a instituição, encabeçada por Daniel Angelo Vendruscolo. Ele terá ao seu lado nove gestores-membros. Entre eles, o médico André Luis Kowalski Dias, delegado regional do Sindicato. A intervenção foi impulsionada pelo SIMERS por meio de diversas notificações e reuniões com o Ministério Público, nas quais foi relatada a ausência de repasse dos ENCRUZILHADA DO SUL valores do código 07, situação em que o montante foi pago ao hospital por meio da contratualização com o Estado relativo aos procedimentos médicos prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas este não repassou aos profissionais. Também foram expostos outros problemas, como o atraso no pagamento da remuneração do sobreaviso das especialidades (clínica, pediatria, obstetrícia, traumatologia e cirurgia), a falta de formalização da prestação do serviço médico por meio de contrato, e o descumprimento do acordo entre médicos e hospital de reajuste de 10% sobre os valores de sobreaviso, a contar de outubro de 2014. 162 Km Negociações com o Hospital Santa Bárbara O Sindicato Médico foi a Encruzilhada do Sul, na região do Vale do Rio Pardo, conversar com os médicos do Hospital Santa Bárbara sobre a negociação para a formalização do novo contrato de trabalho. Foi apresentado o requerimento da especialidade de anestesista à diretoria do hospital e, também, feita uma reunião com os pediatras para discutir as pautas de negociação. Março 2015 – 65 MUNICÍPIOS Com esperança, mas sempre vigilante Em debate sobre a falta de previsão do pagamento das dívidas do Estado com municípios e hospitais, o presidente do SIMERS disse que espera melhoras na gestão da saúde, mas garantiu que o Sindicato estará atento – NOS ÚLTIMOS 20 ANOS, FORAM FECHADOS 40% DOS LEITOS EXISTENTES NO ESTADO. A GESTÃO DA SAÚDE TEM SIDO RUIM. VIVEMOS UMA CRISE PERMANENTE, EM RAZÃO DA FALTA DE MATERIAIS, DE EXAMES E DE PROFISSIONAIS. E EM BOA PARTE ISSO ACONTECE PORQUE A GESTÃO FICA A CARGO DE PESSOAS INDICADAS POR CRITÉRIOS POLÍTICOS, E NÃO TÉCNICOS – FRISOU O SINDICALISTA. 66 – Março 2015 Shutterstock O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Paulo de Argollo Mendes, foi um dos integrantes da bancada do programa Conversas Cruzadas, da TVCom, que foi ao ar no dia 29 de janeiro. O tema em debate foi a situação da saúde no Rio Grande do Sul, a partir do decreto do governo estadual suspendendo por 180 dias os pagamentos referentes às dívidas contraídas na administração anterior. O Estado reconhece que deve R$ 208 milhões aos municípios e R$ 177 milhões aos hospitais filantrópicos, mas não diz quando irá pagar (leia quadro na página 68). Argollo fez críticas contundentes ao descaso com a saúde, enfatizando que a situação só tem piorado. Débora Bresciani / TV COM Argollo no programa Conversas Cruzadas da TVCom: “A gestão da saúde tem sido ruim, vivemos em crise permanente” Também estiveram presentes o vice-presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Luis Carlos Folador, e o diretor do Departamento de Assistência Hospitalar, Alexandre de Britto, representando o novo secretário da Saúde, João Gabbardo. Diante da colocação feita por Alexandre de Britto, de que o governo do Estado pretende manter em dia os repasses referentes a 2015 e que está negociando com municípios e hospitais um calendário de pagamento dos atrasados, Argollo detalhou a situação dos profissionais. – MUITOS MÉDICOS ESTÃO COM SALÁRIOS ATRASADOS EM RAZÃO DESTE PROBLEMA E NÃO FOMOS CONSULTADOS SOBRE ESSAS NEGOCIAÇÕES OU ACORDOS. OS FUNCIONÁRIOS NÃO PODEM FINANCIAR A DÍVIDA DO ESTADO, POIS VIVEM DA SUA REMUNERAÇÃO – DISSE. O presidente do Sindicato Médico afirmou que a categoria é sensível ao problema da crise na saúde, mas foi enfático. – A situação do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (Ipergs), por exemplo, é gravíssima. O instituto está apodrecendo e isso tem um impacto sobre cerca de 10% da população gaúcha, que é atendida pelo IPE-Saúde. É o plano que pior paga os médicos, com o último reajuste tendo sido concedido ainda no governo Yeda Crusius, o que tem levado a um descredenciamento generalizado – posicionou-se Paulo de Argollo Mendes. Março 2015 – 67 O sucateamento na área da saúde é generalizado. Em Porto Alegre, há apenas dois reumatologistas na rede ambulatorial do SUS. Outras 2,5 mil pessoas aguardam na fila por uma consulta com um dos 38 psiquiatras da capital. APELO AOS PREFEITOS Paulo de Argollo Mendes ressaltou, ainda, que a prevenção também é um elemento-chave na gestão da crise do Estado, lembrando que a falta dela pode ter impactos sociais e financeiros. – Quero deixar aqui um apelo aos prefeitos para que não esperem que terminem os estoques de medicamentos de uso contínuo, como anti-hipertensivos, e só depois encaminhem nova licitação para repor os estoques. Deixar de fornecer esse tipo de medicamento pode resultar, por exemplo, que um pai tenha um derrame, o que é uma tragédia pessoal e familiar, em geral com impactos na rotina da mulher e dos filhos, mas também significa mais despesas para a previdência e a sociedade como um todo – detalhou o sindicalista. Por fim, Argollo afirmou que existe a expectativa de que se alcance um ponto de inflexão na curva ascendente da dívida do Estado, mas que o Sindicato Médico estará vigilante e não deixará de colocar o dedo na ferida nas questões referentes à gestão da saúde. 68 – Março 2015 Shutterstock MUNICÍPIOS ENTENDA O CASO O governo estadual reconhece a dívida de R$ 177 milhões junto aos hospitais gaúchos e de R$ 208 milhões referentes aos programas de saúde dos municípios (Farmácia Básica, Estratégia de Saúde da Família, Samu, entre outros). Os hospitais filantrópicos receberam em janeiro um repasse de R$ 78 milhões. Já os municípios contavam com o pagamento de uma parcela de R$ 45 milhões, referente a dezembro do ano passado, mas a medida não foi efetivada, apesar de anunciada pelo governo estadual na segunda quinzena. Em encontro com representantes da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), no dia 29 de janeiro, o secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes, sinalizou que o pagamento da dívida poderá ser feito de maneira parcelada, mas não disse quando isso irá ocorrer. Ele apenas se comprometeu em pagar em dia os recursos referentes a 2015. NOTAS Cláudia Barbosa Negociação com Detran/RS O Sindicato Médico voltou a negociar com o Detran/RS um reajuste no valor das avaliações das Juntas Médicas e Psicológicas Especiais e Recursais. O objetivo é adequar a remuneração ao valor referencial descrito na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Em janeiro de 2014, o diálogo entre SIMERS e Detran/RS resultou em reajuste de 43%. Fotos: Amália Ceola Mãe de Deus: médicos votam a favor Os médicos do sistema de saúde Mãe de Deus (exceto médicos de Porto Alegre) votaram a favor do acordo coletivo para o ano de 2015, em assembleia geral ocorrida em Canoas. Durante o encontro, os profissionais esclareceram dúvidas sobre cláusulas como as da jornada de trabalho, da hora extra e da remuneração. Ficou definido que as partes irão assinar o Acordo Coletivo de Trabalho e o documento será encaminhado para registro na Delegacia Regional do Trabalho (DRT). Radimagem: acordo coletivo Os médicos da Radimagem aprovaram por unanimidade a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho da empresa, com vigência de 1º/9/14 a 31/8/16. A decisão ocorreu durante assembleia geral extraordinária realizada na sede do SIMERS. A coordenação foi feita por André Gonzales, diretor do Sindicato. FHGV propõe regular atividade dos médicos A vice-presidente do SIMERS, Maria Rita de Assis Brasil, recebeu a visita do diretor-geral da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), Juarez Wolf Verba. Verba manifestou a intenção de promover um acordo coletivo para regular a atividade dos médicos na instituição. A FHGV enviará uma minuta apresentando as bases gerais para a negociação. Março 2015 – 69 Comunicação SIMERS PRONTO SOCORRO Promotora Lisete Erbes recebeu o documento encaminhado pelo Sindicato Médico Desmonte do HPS SIMERS entregou denúncia ao Ministério Público dos Direitos Humanos O Sindicato Médico entregou à Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos do Ministério Público de Porto Alegre denúncia sobre as condições do Hospital de Pronto Socorro (HPS). O documento foi repassado à promotora Lisete Erbes e cópia da denúncia foi protocolada também no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS). A direção-geral do HPS tem se recusado a receber o Sindicato, razão pela qual foi necessário procurar o Ministério Público para tratar dos problemas que afetam médicos e pacientes. A população corre riscos: um trauma pode ser agravado por ter sido encaminhado ao especialista inadequado ou pela falta de profissional na escala de trabalho. 70 – Março 2015 O DRAMA DA INSTITUIÇÃO Faltam neurocirurgiões para completar a escala de trabalho. Enfermeiras estão fazendo não apenas a classificação de risco, mas também o encaminhamento ao médico especialista, atividade que é privativa do médico. As obras, que deviam estar prontas antes da realização da Copa do Mundo, seguem afetando o trabalho na instituição, com reflexo especialmente nas UTIs. Recentemente, a falta de ar-condicionado nas UTIs foi também denunciada pelo SIMERS ao MP. MUNICIPÁRIOS Reaberta negociação Capital retoma discussão sobre a pauta de reivindicações dos municipários Estão em andamento as negociações entre o Sindicato Médico e a prefeitura de Porto Alegre em relação às reivindicações dos médicos municipários. Diretores e membros da assessoria jurídica estiveram reunidos com o vice-prefeito da capital, Sebastião Melo, para tratar a proporcionalidade do valor-hora das 20, 30 e 40 horas da categoria. O processo de negociação, reaberto no final do ano passado, abrange também a pauta de reivindicações dos municipários, que contém O SIMERS promove encontros periódicos com os médicos municipários de Porto Alegre para tratar da pauta de reivindicações da categoria. As reuniões ocorrem na primeira quarta-feira de cada mês, às 19h, na sede do Sindicato. Pryscila Silva 14 pontos. Um segundo encontro para debater o possível impacto financeiro da proporcionalidade para o orçamento do município aconteceu no final do mês. Entretanto, após várias horas de conversa, os representantes do Poder Executivo avaliaram que seria necessário mais tempo para analisar os dados e impactos. O Sindicato Médico foi representado pelos diretores Clarissa Bassin e Jorge Eltz. Entre os representantes do município, estavam o secretário de Administração, Elói Guimarães, e a presidente do Comitê de Política Salarial, Maria Leonor. Para Jorge Eltz, a reunião foi importante, pois manteve aberta a negociação, porém não houve avanços. Em reunião com os médicos, foi decidido que a categoria deve esperar o envio do estudo de impacto financeiro feito pela prefeitura municipal para que possam ser tomadas providências. Negociação foi reaberta, mas avanços ainda não aconteceram Março 2015 – 71 CURIOSIDADE s o t n e m a c i d Me em cartaz Título: Uraseptyl iga) ações (rins, catarro e bex Patologia: Contra inflam a 1916 Data da impressão: 1910 FONTE: livro Museu da Farmácia – Farmácia Portuguesa, de Maria Paula Basso. Edições Inapa Lisboa, 2000 72 –– Março Março 2015 2015 72 Título: Quinado Va sconcellos Patologia: Falta de apetite Data da impressã o: 1948 Março 2015 – 73 ASSOCIADOS Somos mais de 15 mil Antes mesmo de iniciar a residência em Oftalmologia no Instituto Ivo Correa Meyer, em Porto Alegre, a médica recém-formada Marindia Graciolli tomou uma providência: associou-se ao Sindicato Médico. Com 28 anos e ex-aluna da Fundação Universidade do Rio Grande (FURG), a profissional não teve dúvida em seguir os passos de uma amiga. A colega médica soube que o SIMERS, além de contar com equipe especializada em questões referentes a Imposto de Renda e outros tributos, também oferece todo o apoio e esclarecimentos necessários para quem quer abrir o próprio consultório ou clínica. Era exatamente o tipo de estrutura que essa amiga precisava. E foi assim que a doutora Marindia também decidiu buscar o Sindicato. Acabou se tornando, em janeiro de 2015, a associada número 15.000 do maior Sindicato Médico da América Latina. – ESTOU MUITO SATISFEITA, POIS SEI QUE O SIMERS OFERECE TODA A INFRAESTRUTURA QUE PRECISO NA ÁREA ADMINISTRATIVA E JURÍDICA – COMEMORA MARINDIA. Arquivo pessoal Aluna de Medicina da FURG concluiu o curso e se associou ao Sindicato Infraestrutura de serviços do SIMERS atraiu Marindia SERVIÇOS DO SIMERS PROTEÇÃO GESTÃO CONVÊNIOS INFORMAÇÃO Serviços que garantem segurança e tranquilidade ao exercício profissional, com plantão 24 horas, assessoria jurídica, seguros, assistência médica e odontológica. O SIMERS cuida do Imposto de Renda, da folha salarial dos funcionários e dos alvarás, oferece serviço de gráfica para receituário, banco de secretárias, certificação digital e muito mais. O SIMERS Advantage oferece descontos e promoções exclusivas para associados. O Sindicato está presente nas mais diferentes plataformas de comunicação, incluindo participação ativa nas redes sociais e muitos canais informativos, como o site e a revista Vox Medica, entre outros. 74 – Março 2015 Divulgação CONVÊNIOS Helicóptero Esquilo: um dos equipamentos da frota da Uniair Tranquilidade no ar Serviço aeromédico está disponível 24 horas e é extensivo a familiares Desde 2006, os associados do Sindicato Médico têm a tranquilidade de contar com os serviços aeromédicos disponibilizados pela Uniair. A infraestrutura funciona 24 horas, contando com seis aeronaves (dois helicópteros Esquilo e quatro aviões King Air). O benefício é extensivo aos familiares dos associados. Para acionar a empresa, o médico assistente do paciente deve entrar em contato com a Uniair pelo telefone 0800.51.9519 e solicitar o serviço de remoção, sem custos. De outra parte, a Uniair firmou, em 2011, um protocolo de intenções com o SIMERS que contempla voos executivos. O SERVIÇO GARANTE O DESLOCAMENTO IMEDIATO DE INTEGRANTES DA DIRETORIA, ADVOGADO OU JORNALISTA PARA QUALQUER LOCALIDADE DO ESTADO EM CERCA DE DUAS HORAS. É A CERTEZA DE CONTAR COM O APOIO ESPECIALIZADO 24 HORAS QUANDO SURGIREM DIFICULDADES NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL. PERFIL DA UNIAIR A Uniair Serviços Aéreos é homologada para operar em todo território nacional, América do Sul, América Central e Caribe. Presta serviços de remoção aeromédica e voos executivos. Entre seus principais clientes do serviço de transporte aeromédico, estão as singulares e federações do Sistema Unimed, governo do Estado/Secretaria da Saúde e diversos grupos empresariais. A empresa também presta serviço de táxi aéreo. Março 2015 – 75 NAS Núcleo acadêmico: atividades de 2014 Uma série de iniciativas mobilizou o NAS no ano passado. O principal destaque foi o excelente resultado alcançado pelo Trote Solidário, projeto premiado que transformou o tradicional trote universitário em ações de solidariedade: foram 24 toneladas de alimentos e 377 bolsas de sangue arrecadadas em 2014. Confira o resumo dos resultados e também as principais lutas que mobilizaram os acadêmicos no ano que passou: falta de segurança nas universidades, aumento do número de Faculdades de Medicina e tentativa de transformação da titulação de médico em Bacharel em Medicina. O NAS fechou o ano com 753 acadêmicos associados, número 34% superior a 2013, quando somava 564 associados (em 31 de dezembro). Trote solidário 2014 Arrecadação 24 toneladas de alimentos 377 bolsas de sangue Universidades participantes UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul PUC-RS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Premiação UFCSPA Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Prêmio Ser Humano Oswaldo Checchia 2014, da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), categoria Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social / Organização Cidadã. Ulbra Universidade Luterana do Brasil UCPel Universidade Católica de Pelotas UFPel Universidade Federal de Pelotas FURG Universidade Federal do Rio Grande UPF Universidade de Passo Fundo UCS Universidade de Caxias do Sul 76 – Março 2015 Principais lutas Segurança nas universidades Aumento do número de Faculdades de Medicina Denúncia da tentativa de transformação da titulação de médico em Bacharel em Medicina Bacharel em Medicina A ameaça de transformar os médicos em bacharéis (que retorna de tempos em tempos) foi tema do encontro entre o NAS e o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital Tavares Corrêa Lima. Representaram o Núcleo Acadêmico o então presidente, Vinícius de Souza, e o vice-presidente, Rodrigo Elsade. Novos cursos O governo federal acredita que lançar novos profissionais no mercado é a solução para a má distribuição dos médicos no Brasil. Resultado: abertura de cursos de Medicina indiscriminadamente. Observe os números abaixo. O NAS tem lutado contra esta prática, levando o tema a debate não só no Rio Grande do Sul, mas também em eventos nacionais. O número de estudantes de Medicina passou de 46.881, em 1991, para 108.033, em 2011. Em 2012, eram 197 escolas. Em 2014, 242. Só em 2014 foi aprovada portaria criando 39 novas escolas. Dos cursos que iniciaram atividade de 2004 a 2011, 77,8% são privados. De 1996 a 2001, a porcentagem de evasão em cursos de Medicina estava abaixo de 5%. De 2007 a 2011, essa porcentagem ficou entre 15,95% e 20%. Para os associados Debate O Futuro da Medicina Brasileira na Conjuntura Política Atual, que aconteceu em novembro, com a coordenação do acadêmico Germano Mostardeiro Bonow e a participação dos deputados federais Ronaldo Caiado e Osmar Terra. Convênios GNC Cinemas Espaço Itaú de Cinema Panvel Farmácias Unimed e Unimed Odonto Artmed Editora Yázigi Cursos Curso de Radiologia VII e VIII Curso de ECG 4º Curso de Desafios no Planejamento da Carreira Curso de Especialidades Médicas do NAS Eventos XVII Congresso Gaúcho de Educação Médica Electrolux Congresso Brasileiro de Educação Médica Wizard IV Jornada de História da Medicina Participação em quatro semanas acadêmicas Março 2015 – 77 Amália Ceola Diretoria do Núcleo Acadêmico e dirigentes do SIMERS Gestão 2015 A nova diretoria do Núcleo Acadêmico SIMERS tomou posse no final de 2014. O novo presidente e acadêmico Tadeu Ludwig do Nascimento lembrou da importância das atividades realizadas pelo NAS, que vão além da representatividade e das lutas pelos interesses profissionais dos futuros médicos, beneficiando a sociedade com ações de solidariedade, como o Trote Solidário. PRESIDENTE Tadeu Ludwig do Nascimento VICE-PRESIDENTE Vinícius de Souza VICE-PRESIDENTE Marina Cobalchini 78 – Março 2015 DIRETORES CONSELHEIROS Alexandra Todescatto Bárbara Dalla Corte Bruna Gregolim Dimas Gramz Géssica Haubert Gisele Belloli Leonardo Mazzochi Marcelo Fabris Marcos Razera Tatiane dos Santos Vinícius Costa Katia Foltz Rodrigo Elsade Tamie Hatori Willian Adami Amália Ceola MEIO AMBIENTE Somos sustentáveis Para colaborar com uma cidade mais humana e livre de poluição, o SIMERS adotou o sistema de bikeboy e está deixando de emitir gás carbônico em suas entregas Pequenas atitudes mudam o planeta. O SIMERS acredita nesta máxima e está fazendo a sua parte. São muitas iniciativas em prol do respeito ao meio ambiente, como campanhas internas de otimização de papel (se não for possível evitar a impressão, utilize os dois lados da folha), uso racional de água e energia elétrica, separação e destinação correta de lixo. Para somar a estas práticas, no final do ano passado o Sindicato Médico contratou o serviço de bikeboy, em substituição ao tradicional motoboy. Agora, boa parte das entregas é feita neste sistema, deixando para a moto somente as de extrema urgência. Com isso, já foi possível deixar de emitir 1,4 tonelada de CO2 em 49 dias. Resultado gratificante O serviço de bikeboy em 49 dias: 2.379,9 Km pedalados 48 Km por dia, em média 1,4 tonelada de CO2 não emitidos Comparação com o serviço convencional de motoboy Curiosidade O dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2) é emitido principalmente pelo uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural). Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima, o CO2 é o principal responsável pelo aquecimento global. As emissões de gás carbônico batem recordes anuais consecutivos. Em 2013, alcançaram 36 bilhões de toneladas. A China respondeu por 28% dos gases poluentes, seguida pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Fonte: www.oeco.org.br e G1 Março 2015 – 79 la Ceo a i l á Am PERSONA Médico, sim, e com todas as letras Arquivo pessoal Apaixonado por literatura desde os 12 anos, o cirurgião Nilson Luiz May assumiu a cadeira 10 na Academia Rio-Grandense de Letras Nilson Luiz May: médico e escritor 80 – Março 2015 “Meu ofício literário é praticado na biblioteca de 3 mil volumes.” O ano de 2014 foi inesquecível para o médico e escritor Nilson Luiz May. Ele foi empossado na noite de 25 de setembro como o mais novo ocupante da cadeira número 10 da Academia Rio-Grandense de Letras, cujo patrono é Aquiles Porto Alegre. Trata-se de mais um sonho realizado pelo atual presidente da Federação das Cooperativas Médicas do Rio Grande do Sul (Unimed-RS), desde adolescente um apaixonado pela literatura. Nascido em 15 maio de 1940, em Santa Cruz do Sul, mas sendo levado ainda bebê para Caxias do Sul, May formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1963, e tornou-se médico-cirurgião, especialista em aparelho digestivo. Uma característica de sua carreira é a intensa participação em entidades de classe, tendo ocupado inúmeros cargos eletivos. O currículo literário de May não é menos denso. É autor de romances, livros de contos e crônicas. Sua obra mais recente, de contos, Última Chamada, foi editada em 2012 pela editora Scriptum Produções Culturais. – Nunca foi hobby, nunca foi diversão. Foi paixão séria, foi amor pela literatura. Escrever é meu segundo ofício – garante. Nem o pai (Armindo Rodolfo, jogador de futebol profissional e escriturário na Metalúrgica Eberle), nem a mãe (a dona de casa Leolita Cecília) cultivavam o hábito de ler. Por isso, a paixão de May não foi precoce. Só lá pelos 12, 13 anos é que se encantou pelas histórias que se escondiam e se revelavam nos livros. May nunca esqueceu as três primeiras obras que comprou na década de 1950, cujos exemplares guarda, envelhecidos, mas acarinhados, na biblioteca de casa: O Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo; O Guarani, de José de Alencar, e A Cidadela, de A.J.Cronin, que virou livro de cabeceira durante bom tempo, até porque trata de temas médicos. Em seu discurso de posse na ARL, Nilson discorreu, entre outros temas, sobre como, na condição de médico, encontrou espaço para se dedicar também aos livros e à literatura: – Talvez o período de exercício profissional vivido em pequenos vilarejos no interior do Estado, em um tempo em que o médico era realmente de família, tenha me favorecido, nos longos espaços de reflexão, ausentes outros lazeres. NO PAPEL DE ARAUTO O presidente do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes, foi o encarregado de entregar a medalha da Academia Rio-Grandense de Letras ao médico Nilson Luiz May e afirmou sentir-se honrado por participar desta data especial. – Vim homenagear e também fui homenageado, pois fui surpreendido quando me chamaram para entregar a medalha. O colega Nilson May fez um discurso vivo, claro e nos presenteou com sua erudição. Foi um prazer – disse Argollo. Divulgação | Federação Unimed Argollo e May: momento da colocação da medalha OBRAS EM DESTAQUE Terra da Boa Esperança, 1989 - romance Inquéritos em Preto-e-Branco, 1994 - contos Pelos (des)caminhos da Medicina Assistencial Brasileira, 1996 - ensaios Céus de Pindorama, 1996 - novela A Máquina dos Sonhos, 2008 - crônicas Misterioso caso na Repartição Pública, 2010 - romance Última Chamada, 2012 - contos Última Chamada Editora Scriptum Contos A máquina dos sonhos Editora AGE Crônicas Março 2015 – 81 MUHM Fotos: Comunicação SIMERS Alunos do projeto Aluno em Foco, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes, em frente à mostra Exposição vira mostra de alunos Estudantes, pais e professores prestigiaram evento de lançamento Durante pouco mais de um mês, o Museu de História da Medicina (MUHM) exibiu a mostra Futebol de todo dia, paralela à exposição Medicina e o Futebol: quando a saúde entra em campo. A iniciativa ocupou a sala Rita Lobato e reuniu fotos de alunos do 1º ao 9º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes, de Porto Alegre. Um sarau fotográfico com a presença dos alunos, pais e professores inaugurou o espaço. E não faltaram clics. Ao final, os alunos receberam 82 – Março 2015 uma lembrança do museu e participaram de uma confraternização. De acordo com a professora responsável, Adriane Feijó Rodolpho, o trabalho, proposto após a visitação à exposição Medicina e o Futebol: quando a saúde entra em campo, faz parte do projeto Aluno em Foco, que busca trabalhar não só o uso adequado da câmera digital e suas funções, como também a necessidade de movimentação do fotógrafo O POPULAR FUTEBOL O tema escolhido pelos alunos neste ano foi ao encontro do abordado na exposição vigente no museu: o futebol. Como lembra a professora, o esporte é popular, praticado não apenas na aula de Educação Física, mas durante o recreio, início ou final das aulas. Velha ou nova, ou até feita de meia, a bola de futebol e o esporte estão presentes na escola, promovendo a integração, a competição saudável, o movimento e, ainda, o cumprimento de regras, tolerância, coletividade e alegria. APRENDIZADO PARA A FAMÍLIA Os pais aprovaram o resultado. A mãe do aluno Rafael Galhardo Grecilo, Silma Ablo Nunes, disse que está aprendendo com o filho de 12 anos. – Agora ele é que me ensina como tirar fotos – orgulha-se a mãe. Rafael também gostou de participar. – A fotografia é diferente, eu tenho outra visão – filosofou. Ana Lúcia Carrion, mãe de Eduarda Carrion, de 8 anos, comemorou a diminuição da timidez da filha. – Ela se envolveu bastante, foi muito positivo, já fez outro trabalho com lenços – relatou. Eduarda confirmou a informação da mãe. Shutterstock na busca da imagem, foco, luz, enquadramento e composição. – Esperamos despertar nos alunos a paciência, a criticidade, a observação e a autoestima – afirmou a professora. O objetivo é também ampliar o acesso da comunidade ao espaço do museu. A escola fica no bairro Mario Quintana e participa de atividades no museu desde 2009, tendo realizado outra exposição no MUHM nos meses de janeiro e fevereiro de 2012. Alunos-fotógrafos Adrian da Silva Dorneles – 9 anos Amanda Nadiane Leite – 10 anos Ana Paula Mello da Silva – 13 anos Andressa Campos Martins – 12 anos Cleverson Daniel Fagundes – 12 anos Eduarda Carrion Freitas – 8 anos Eva Suyane Tonini da Silva – 13 anos Gabriel Bohrer – 12 anos Gabrielle Monteiro dos Santos – 13 anos Greice Soriano Gonçalves – 13 anos Laura Cândido da Rosa – 12 anos Luiz Henrique Silva da Rosa – 9 anos Pablo Otávio Boaventura Deniz – 10 anos Pedro Augusto Boaventura Deniz – 8 anos Pedro Henrique Rodrigues – 13 anos Rafael Galhardo Ablo Grecilo – 12 anos Raí Godinho Serpa – 10 anos Ruan Ângelo Moreira Olmedo – 8 anos Yan de Lima – 10 anos Março 2015 – 83 MUHM MUHM recebe vestibulandos Gabriel Lima Machado visitou o MUHM ao lado das amigas Jéssica e Natália A vestibulanda de Medicina Ketreen Balbinot Petkowicz, 18 anos, também aproveitou a saída da prova para visitar o MUHM junto com a amiga Emanuela Ferronato, 18 anos, que disputava uma vaga para Odontologia. – Fiquei impressionada com a sala de cirurgia, que mostra a evolução que a Medicina alcançou – contou Ketreen. A curiosidade fez com que Larissa Maria da Silva, 19 anos, entrasse no MUHM acompanhada dos pais, Laura e José. – É muito legal poder conhecer um pouco mais como era a Medicina nos tempos antigos – elogiou a jovem, que veio de Londrina, no Paraná, para tentar uma vaga em Medicina. Melissa Bulegon Durante o vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em Porto Alegre, dezenas de candidatos aproveitaram o horário diferenciado para visitar o Museu de História da Medicina (MUHM), que fica quase em frente ao Colégio Rosário, tradicional local de provas. O espaço abriu de sábado, 3 de janeiro, a quarta-feira, dia 7, das 10h30min às 17h. – Fiquei sabendo do museu pelos meus amigos e quis vir para saber mais sobre a profissão que eu quero cursar – contou o vestibulando Gabriel Lima Machado, 17 anos. Ao lado das amigas Jéssica Monte e Natália Campos dos Santos, que também optaram por Medicina no vestibular, ele circulou atentamente pelo museu. – Tem muita coisa interessante, como as partes detalhadas do corpo humano e como eram feitas as vacinações antigamente – disse Gabriel. Conservação e preservação De 25 a 27 de março, o Museu de História da Medicina promove o IV Ciclo de Palestras de Preservação e Conservação de Acervos, que acontece em sua sede, na av. Independência, 270, sempre das 18h30min às 20h30min. A atividade dá direito a certificado. As inscrições são gratuitas e estão abertas pelo site www.muhm.org.br. Programação 25 de março Conservação de acervos: documentação, informação e contexto Ministrante: Profª Drª Lizete Dias de Oliveira (Museologia UFRGS) 26 de março Do objeto ao objeto-documento: pesquisa e documentação museológica Ministrante: Profª Ms. Ana Celina Silva (Museologia UFRGS) 27 de março 1ª parte: A Espada Africana e a interpretação do patrimônio negro africano musealizado, Museu Júlio de Castilhos, RS Ministrante: Roberta Machado (Museóloga e Turismóloga) 2ª parte: É Livro Raro? Ministrante: Lourdes Maria Agnes (Bibliotecária) MUHM realiza primeiro Sarau Lírico do ano A primeira edição de 2015 do Sarau Lírico ocorreu no dia 8 de fevereiro. A soprano Elisa Machado e o barítono Francis Padilha, acompanhados pelo pianista Leandro Faber, interpretaram grandes clássicos, como Hai già vinta la causa (As Bodas de Fígaro) e Mi tradi quell’alma ingrata (Don Giovanni), ambas de W. A. Mozart, e Dunque io son (O Barbeiro de Sevilha), de G. Rossini. Mesmo em um dia chuvoso, a sala Rita Lobato esteve lotada. A apresentação reuniu apreciadores do canto, como o médico Jair Ferreira, que, além de exercer a Medicina, também é barítono e já se apresentou em um sarau em 2010. Para o presidente da Associação Gaúcha de Cultura Musical e Agenda Lírica e também médico, Aury Hilário, um dos grandes diferenciais do Sarau Lírico do MUHM, que em 2015 chega ao seu sétimo ano consecutivo, é a sua periodicidade, a qual permite uma fidelização do público. Hilário contribui na organização do evento desde a sua primeira edição e assegura que oferece a mesma qualidade dos realizados em outras capitais do Brasil e do mundo. O Sarau Lírico ocorre na primeira quinta-feira do mês, às 18h30min, na sede do MUHM (av. Independência, nº 270). HUMOR GENÉTICA Podem-se evitar descendentes, mas ninguém jamais conseguiu evitar antepassados. Quem sai aos seus não endireita mais. Ilustrações: Shutterstock A genética é uma coisa que vem de pai pra filho há muitas gerações. Com o desenvolvimento da genética, dentro de alguns anos teremos geneticistas bem melhores que os atuais. Graças à genética, hoje em dia já se pode saber com antecedência se a mulher de um engenheiro vai ter um filho arquiteto. A genética prevê o futuro melhor do que uma cartomante. Millôr Fernandes | A Bíblia do Caos, de Millôr Fernandes. Textos utilizados sob autorização 86 –– Março Março 2015 2015 86 88 – Março 2015