ESTUDO COMPARATIVO DA RESISTÊNCIA AO DESGASTE EROSIVO DE REVESTIMENTOS OBTIDOS POR ASPERSÃO TÉRMICA Autor(es) MARIA JÚLIA XAVIER BELÉM Orientador(es) CARLOS ROBERTO CAMELLO LIMA Apoio Financeiro PIBIC/CNPq Resumo Simplificado Revestimentos vêm sendo crescentemente utilizados em peças e componentes de sistemas mecânicos em aplicações contra desgaste, contra corrosão, entre outras. Revestimentos podem ser aplicados por diversos processos, sendo que, a aspersão térmica vem ganhando espaço para aplicações de proteção contra desgaste. O desgaste é um fenômeno tipicamente superficial, que provoca a perda de desempenho em diversos sistemas mecânicos. O desgaste erosivo, estudado no trabalho, caracteriza-se por danos causados devido a colisão sucessivo de partículas sólidas e duras, que são arrastadas por um fluxo de líquido ou gás contra a superfície, resultando em perda de material. As variáveis que afetam a severidade da erosão são quanto ao impacto (operacionais: velocidade da partícula, ângulo de impacto), à partícula erosiva (tipo de material, tamanho) e quanto ao material (superfície: tipo de material, morfologia, dureza, rugosidade). No projeto de pesquisa fez-se um estudo e caracterização de revestimentos à base de carboneto de tungstênio (WC) aplicados pelo equipamento de aspersão térmica a chama oxicombustível de alta velocidade (HVOF), e revestimentos à base de ferro e cromo (FeCr), obtidos pelo processo de aspersão a arco elétrico (Arc Spray). Nos processos de aspersão, os revestimentos foram aplicados em substratos de Aço ABNT 1020. Os materiais de aplicação foram as ligas 95 MXC (FeCrB), pelo processo Arc Spray e 88/12 (WC12Co), aplicada pelo processo HVOF, utilizando equipamentos da empresa parceira OGRAMAC. Para realização dos testes de desgaste erosivo, o equipamento, construído no próprio laboratório da UNIMEP, utiliza uma furadeira de bancada Schulz, modificada, acoplando dispositivos para utilização como um Tribômetro, que foi regulado para operar a uma velocidade de 9,33m/s. Foram realizadas seis horas de ensaio para cada amostra em ângulos de impacto das partículas abrasivas de 30º e 90º. Utilizou-se como partículas abrasivas areia de quartzo (SiO2) misturada a água. As amostras foram pesadas antes e após o teste de erosão para posterior medida da taxa de desgaste. A preparação das amostras (metalografia, embutimento para Microscopia Óptica MO) foi realizada no Laboratório de Materiais da UNIMEP. A análise do desgaste em cada amostra foi feita relacionando os tempos de ensaio, avaliando a taxa de desgaste através das medições de perda de massa das amostras e, posteriormente, normalizada para desgaste volumétrico de acordo com as densidades dos materiais aspergidos. Após os ensaios de desgaste erosivo, foi observado que as amostras com revestimentos à base de Fe e Cr aspergida pelo processo Arc Spray apresentaram os maiores desgastes do que as amostras à base de carboneto de tungstênio aplicadas por HVOF, cerca de sete vezes maior para ângulo de impacto utilizado de 30º e cerca de nove vezes maior para ângulo de incidência das partículas de 90º, após 6 horas de ensaio. Assim, viu-se que as amostras aplicadas por Arc Spray tiveram maior desgaste erosivo para ambos os ângulos de impacto, concluindo que o desgaste erosivo está fortemente correlacionado com as características presentes nas microestruturas, particularmente a porosidade, visto que a microestrutura do 95 MXC (FeCrB) apresentou maior porosidade e um maior desgaste volumétrico. Já os revestimentos à base de carboneto de tungstênio aplicados por HVOF, apresentam ótimas características e podem ser aplicados, com sucesso, em diversas situações por sua excelente resistência ao desgaste.